Poetas Redivivos

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Capítulo XXI

O Livro Divino


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Gemia a Terra humilhada,

A noite do cativeiro

Dominava o mundo inteiro

Sob o carro da opressão;

Com mandíbulas vorazes

De loba que se subleva,

Roma, encharcada de treva,

Estendia a escravidão.


Entre as águias poderosas,

Jazia Atenas vencida,

Carpia Cartago a vida

Ligada a grilhão cruel.

Na Capadócia, na Trácia,

Na Mauritânia e no Egito,

O povo chorava aflito,

Tragando cicuta e fel.


O frio invadira os templos,

Não mais Eros de olhar brando,

Nem bela amando,

Nem encantador;

O Olimpo dormira em sombra,

Cessara a graça de Elêusis,

Não surgiam outros deuses,

Que não fossem do terror.


Mas quando o mal atingira

O apogeu da indiferença,

Disse Deus na altura imensa:

“Faça-se agora mais luz!”

E um livro desceu brilhando,

Para a História envilecida:

Era o Evangelho da Vida,

Sob as lições de Jesus.


Tremeram dourados sólios,

O orgulho caiu de rastros;

Arcanjos vinham dos astros

Em cânticos de louvor.

Mas ao invés da vingança,

Contra o ódio, contra a guerra,

O Livro pedia à Terra:

Bondade, Perdão e Amor…


Começara o novo Reino…

Horizontes infinitos

Descerraram-se aos aflitos,

Perdidos nos escarcéus;

Os fracos e os desditosos,

Os tristes e os deserdados,

Contemplaram, deslumbrados

Novos mundos, novos céus.


Desde então a Humanidade

Trabalha, cresce, porfia,

Ao clarão do novo dia,

Por escalar outros sóis;

E a mensagem continua,

Em sublimes resplendores,

Formando Renovadores,

Artistas, Santos e Heróis.


Espíritas, companheiros

Da grande Luz Restaurada,

Tracemos a nossa estrada,

Na glória do amor cristão;

E servindo alegremente

Na luta, na dor, na prova,

Busquemos na Boa-Nova

O Livro da Redenção.




Castro Alves
Francisco Cândido Xavier


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