Ponto de Encontro [Geem]
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O Coronel Arquimino, Abastado fazendeiro, Dispunha de muitas glebas, De dinheiro e mais dinheiro. Era, porém, avarento Em tão extensa medida, Que conservava em sacolas Qualquer resto de comida. Fizera-se conhecido Por homem mau e seguro, Sempre citado no povo Por “Arquimino Pão Duro”. Quatro fazendas no campo, Bela mansão na cidade, Detestava dar esmolas, Criticava a caridade. Certo dia, na varanda, Alegrava-se entre amigos, Dizendo quanto odiava Os pedinchões e os mendigos. Nisso, estaca junto à escada Que dava acesso à varanda, O aleijado Joaquim Bola, Que se arrasta e diz que anda… — “Seu” Coronel Arquimino Falou Joaquim com respeito: — Peço ao senhor algum pão, Minha fome não tem jeito… Já procurei na cidade As casas, uma por uma, Rogando auxílio e socorro, Não achei comida alguma… Arquimino, enraivecido, De cima, disse a Joaquim: — Saia já de minha porta Ou eu mesmo lhe dou fim. Você se faz de aleijado Pedindo dinheiro e pão, No entanto, você não passa De vagabundo e ladrão. — Ah! Coronel, não me afronte, Clamou o pobre Joaquim Não minto… sou aleijado, Desde o berço, eu sou assim… — Você inda me responde? — Gritou o dono da casa Meu pontapé dá lições… Você vai ver minha brasa. Em fúria, espantando a todos, Passou a descer a escada, Mas logo, ao segundo lance, Caiu, de perna quebrada. Abeiraram-se os amigos… As cenas ficaram feias; Toda a perna estava em sangue, No rompimento de veias. Carregado, em altos gritos, Foi levado a um hospital, Sofreu longa operação E anestesia geral. Foi assim que o Coronel Que negou alguns tostões, Sarou e voltou à casa, Mas pagou trinta milhões. |
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