Por mais nos pareça estranho,

Em nós, a bênção da paz

Conserva sempre o tamanho

Do trabalho que se faz,

De prêmios, além da Morte ,

Em qualquer parte, onde pises,

O trabalho é o passaporte

Para as Moradas Felizes.

Doutrinas de perfeição,

Sermões de paz e coragem?

Trabalho posto em ação

Fala mais do que a linguagem.

Quem ao trabalho se lança

Encontra fortuna imensa

Quando semeia a esperança

E serve sem recompensa.

Há grande sabedoria

No socorro sem demora;

Muita gente perde o dia

Procurando pela hora.

Jamais trabalhou Tereza,

Viveu de calma e descanso,

Por fim, morreu de moleza

Na cadeira de balanço.

Parente que lembra o malho

Que te malha, dia a dia,

É o que mais te dá trabalho

E mais te beneficia.

Bebia tanto o João Porto,

No Roçado da Moenda,

Que mora, depois de morto

No alambique da fazenda.

Prosseguindo sem mudança,

Acorrentado ao dever,

O Tempo lembra criança

Que não pode envelhecer.

Ano Novo à Humanidade

Na Terra que está doente!…

Quem quiser felicidade,

Mais trabalho, minha gente.