Tesouro de alegria
Versão para cópiaMensagem
Querida Nair e queridos amigos, Deus nos abençoe e nos inspire sempre.
Perdoar-me-eis vós todos se sou o servidor que move o lápis a fim de interpretar a alegria de nosso convívio fraternal na presente reunião. Acontece que o amigo recolhe a atração dos amigos e cada diálogo vem a ser uma festa espiritual para os corações irmanados na mesma tarefa e no mesmo ideal.
Quando aí, sempre supunha fosse fácil escrever ou falar para os companheiros que se guardam na expectativa de nossas manifestações. Supunha é realmente o termo que me define a surpresa que vim a encontrar no Plano diferente em que me vejo agora, porquanto, expressar o que sentimos ou pensamos demanda certa censura íntima, pela qual somos nós mesmos os responsáveis. Justo não esquecer cooperador algum e nem menosprezar as mínimas atividades no ambiente que se nos fazia o refúgio das melhores ideias e das melhores esperanças na vida comum.
Rejubilo-me por afirmar-vos isso, porquanto vós todos tendes afeições queridas que efetivamente poderiam trazer-nos comunicados da maior importância no caminho particular de cada um; entretanto, creio que pelas afinidades com o trabalho que desenvolveis e no qual fui promovido a servo menor, os mentores nossos considerando-me as obrigações, perante vós outros e à frente da comunidade a que procuramos servir, concederam-me a satisfação de me exprimir, antes de tudo, com os meus agradecimentos, que tento, habitualmente, traduzir em preces ao Senhor Jesus, a Ele rogando vos fortaleça e vos encoraje na jornada para diante.
Querida Nair, considero-me aqui o devedor de todos e peço para que me interpretes a gratidão a cada companheiro e a cada irmão de nossa Fundação, em qualquer falta por omissão involuntária que eu venha a perpetrar naquilo que escrevo.
Desejo saibais que contrariamente ao que eu próprio imaginava, a nossa casa continua sendo a minha sede de serviço, em cujas atividades, vou reaprendendo lições que se me faziam necessárias ao discernimento. Sinto-me feliz ao rever-vos, a cada dia, mais unidos, na obra em andamento.
Compreendo que descobristes, qual me aconteceu, que as mãos de benfeitores infatigáveis guiam as nossas ações e os nossos corações por eles se inspiram nessa ou naquela realização e que, por isso mesmo, a fé por elemento de certeza no amparo do Mais Alto nos deve orientar as tarefas, no rumo da edificação maior, em nome do Senhor, a se expressar no bem de todos.
Muitas vezes, quando me acreditava a sós em determinadas dificuldades, era justamente nas fontes da prece que procurava o auxílio e o socorro que nunca me faltaram. Falo-vos com o coração agradecido, porquanto reconheço que a vossa coesão, nos compromissos que assumimos é uma bênção de Deus que nos possibilita seguir à frente, em busca do dever cumprido, em que se nos firma a verdadeira paz.
Compreendo o período de indagações e preocupações que atravessastes com a nossa Nair raciocinando comigo quanto aos problemas por resolver. Entendo, porém, que as nossas petições aos Mensageiros do Mais Alto não foram inúteis e a nossa instituição retomou a própria segurança com as medidas recentes de reajuste de nossos movimentos de trabalho, medidas que, na realidade não são nossas e sim daqueles que nos estenderam os braços paternais, aliviando-nos na luta a ser sustentada em nosso próprio benefício.
Continuidade é sempre o desafio máximo nas boas obras e agradeço a lealdade de nossa querida Nair, a querida companheira, em cujas mãos, tive a alegria de entregar, em nome de Jesus, a direção de nosso instituto de paz e amor. E sensibilizado e grato, manifesto-vos a todos o júbilo de que me sinto possuído, particularizando as minhas expressões de reconhecimento, em nosso Hércules e em nossa Iza, em nosso Armando e em nossa Helena, em nosso amigo Dr. Cláudio e em nossa doutora Soninha, no amigo Pinho, na irmã Vera e em todos os colaboradores de Nosso Senhor Jesus Cristo, que são, na essência, os organizadores e mentores da nossa Fundação dedicada ao bem do próximo.
À frente de todos agora, sou o pequeno irmão, endereçado ao curso de paciência e de humildade, com o qual atualmente me honro, porque não nos basta saber dirigir, mas igualmente é indispensável, que nos entreguemos ao serviço do reajuste de nossa vida interior, aprendendo a obedecer para servir.
Sou grato a todos e sei, querida Nair, que me compreendes com segurança. Nunca te sintas enfraquecida ou fatigada no exercício da orientação dos valores em nossas mãos, que são presentemente, resguardados em tuas mãos. Sigo-te nas noites de vigília e saudade, quando me buscas em pensamento ou recorres à generosidade de minha mãe que se nos fez incansável benfeitora e sabemos, ela e eu, que ofereces o melhor de ti mesma, a fim de harmonizar todos os companheiros, para que a máquina funcione produzindo os frutos das realizações a que aspiramos. Graças a Deus, possuímos em nossos amigos, os amigos que o Senhor nos encaminhou para o prosseguimento dos serviços sob nossa responsabilidade, abençoados esteios de segurança que nos garantem a paz. Prossigamos sem quaisquer vacilações, na convicção de que estamos sob o critério de abnegada legião de instrutores que se esmeram para que a Caridade se nos levante, à frente dos olhos, por bandeira de nossa destinação, especialmente no mar agitado de nossos tempos terrestres, em que tantas transformações se prenunciam. Jesus sempre, em nós e por nós, conosco e junto a nós, nas faixas da Terra difícil de hoje. É preciso coragem para manter o rumo da embarcação, quando tempestades desabam no curso da viagem que todos nós já começamos a empreender. Sabemos disso e confiamos.
Somos gratos ao pulso do nosso Hércules e à inspiração do nosso Kleber que se nos associam na obra em realização, compreendendo que em quaisquer circunstâncias, possuem ambos a tua experiência ao meu lado, experiência que ambos respeitam, acertando as crenas da engrenagem que precisa funcionar com o equilíbrio preciso e somos profundamente agradecidos às nossas queridas irmãs Iza e Maria Célia pelas bênçãos de amor que te amaciam a estrada a ser percorrida. Irmãs queridas, todas essas valorosas companheiras que fizeram da Fundação a continuidade do próprio lar. Aqui, me refiro a todas, despersonalizando o meu constante agradecimento.
Não posso esquecer de consignar quanto devo particularmente e quanto devemos todos nós ao nosso Armando e à nossa Helena, amigos e consultores de nossos momentos tranquilos ou complicados, esperando estejam eles recolhendo as vibrações do meu abraço de servidor sempre grato.
Certamente esperava que o nosso Cláudio, o médico e companheiro para com quem tantos débitos mantenho, juntamente da nossa estimada Soninha nos dessem apoio e colaboração, no entanto, é preciso confessar que a dedicação dos dois, auxiliando-nos em todas as circunstâncias me comove e me acresce a gratidão afetuosa que passei a dever-lhes, de vez que se nos associam a todas as preocupações e esperanças, doando-nos o melhor para que a Fundação se realize nos propósitos que lhe pautam a vida institucional. Louvado seja Jesus que nos concedeu amigos devotados e fiéis que abraçam conosco a bandeira da beneficência, em nome de Jesus.
Ao nosso amigo Pinho e a nossa irmã Vera, representando a equipe dos companheiros ausentes desta nossa reunião, igualmente expresso os meus sentimentos de alegria e gratidão, sem esquecer-me de nossos companheiros Weaker e Zilda que se nos configuram, nesta hora, na condição de todos os cooperadores externos de nossa casa, impulsionando-nos na caminhada que nos compete desenvolver.
Desculpar-me-eis se abuso das palavras e de vosso tempo, de modo a simbolizar nas letras tudo aquilo que me vai por dentro do coração, entretanto, sentia a necessidade de me desinibir, asseverando-vos que não estais sós, tanto quanto nunca estivemos sós na elaboração de nossas atividades.
Em minha companhia, tenho a presença de minha mãe que louva a Jesus pela felicidade de nossa união, e amigos outros vos saúdam, desejando-vos o êxito e segurança no contexto das obrigações que nos falam de perto.
A verdade é que a vida espiritual, do ponto de vista de extensão e renovação é o retrato passado a limpo de nossa existência terrestre. Somos aqui o que realmente somos ou somos os aprendizes da verdade para nos instalarmos naquilo que devemos ser.
As nossas atividades são intensas e atendem à tamanha multiplicidade que me seria difícil falar nisso com as expressões adequadas. Circunscrevo-me, desse modo, a exteriorizar-vos a nossa alegria com o atendimento aos nossos doentes e às nossas velhinhas, grandes mães que se nos fazem sempre maiores, quando a vida espiritual nos renova a capacidade da visão mais ampla. Muitos de nossos antigos assistidos são hoje meus benfeitores e a vontade ardente de apoiá-los que me assinalava no Plano Físico se transfigurou em todos eles na motivação para o concurso de que necessito. A Caridade é realmente o Câmbio de Deus.
O investimento de qualquer migalha na sementeira do bem apresenta rendimentos de tal ordem que, à maneira de muitos irmãos amigos, hoje domiciliados, aqui, no campo de serviço em que me vejo, também lastimo não haver trabalhado mais e plantado mais, porque as leis da vida são pródigas na retribuição a tudo de bom que sejamos capazes de oferecer, em benefício dos outros.
Querida Nair, estas notícias se ampliam e devo terminar. Agradeço a ti e ao nosso caro Hércules todo o apoio à nossa Mariazinha que prossegue exigindo o nosso amor e peço para que traduzas o reconhecimento às nossas irmãs e à nossa Ana Maria, tanto quanto à nossa Rosângela, especificando aqueles que mais de perto te assistem ou nos assistem. Nossos agradecimentos, porém, se estendem a todos, sem qualquer exceção.
Ao nosso Antônio Carlos, os pensamentos paternais de amor e confiança, qual sucede sempre, e quanto à nossa filhinha que voltou em abril do ano passado, o progresso das melhoras que lhe dizem respeito são muito confortadoras.
O manto da Misericórdia Divina é muito maior do que julgamos, enquanto na Terra, e à essa Misericórdia Infinita me dirijo sempre, rogando paz e equilíbrio, união e segurança, em favor de nós todos.
Encerro com as saudades que nos espelham a alma em tudo aquilo que ficou sem dizer. Querida Nair, agradeço-te por todo o devotamento, não apenas de companheira, mas também de mãe espiritual com que me cobriste o coração de tranquilidade e de coragem nos dias mais difíceis de atravessar; ao nosso Hércules, o meu afeto de irmão e servidor pela paciência com que me acolheu as apreensões e conflitos do coração, especialmente nas vésperas de me despedir de nossa casa; ao nosso Cláudio amigo, os meus sentimentos de apreço e carinho pela proteção que nos dispensou nos instantes da grande transição… E agradecer a quem mais? Sou devedor de todos, de todos os amigos que nos compartilham do arado na lavoura de nossa própria renovação.
Aqui termino, com os meus votos de paz e alegria a cada um de vós e a ti, querida Nair, na impossibilidade de significar-te quanto te devo à assistência de companheira, à ternura de mãe, ao amor de irmã e aos cuidados de enfermeira infatigável, apresento-te o meu coração reconhecido, a única doação que te posso fazer, utilizando o que já te pertence.
Recebe, assim, com as minhas preces ao Senhor por todas as nossas tarefas, seja a escola em que nos dividimos com as crianças, seja a nossa cozinha farta, seja o agasalho de que somos devedores às famílias que o Alto nos deus a zelar, seja o culto iluminado do Evangelho nos lares que são pedaços de nossa própria casa, seja pelas páginas queridas do “Jorginho” que me fala muito alto ao coração, por tudo o que relaciono e por tudo o que me fica na memória todo o coração reconhecido do teu
Fundação Marietta Gaio, sediada no Rio de Janeiro, RJ. (Nota da Editora)
[Ex-dirigente da Fundação Marietta Gaio. Vide breve história de sua fundação na última lição desse livro: .]
Este texto está incorreto?