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Versão para cópiaPor que é que, comumente, não vemos comunicações de pretos-velhos ou de caboclos, nas sessões mediúnicas espíritas? Isso se deve a algum tipo de procedimento?
Raul - A expressão da pergunta está bem a calhar.
Realmente, a maioria dos participantes não vê os espíritos que se comunicam, mas eles se comunicam.
O Espiritismo não tem compromisso de destacar essa ou aquela entidade, em particular.
Se as sessões mediúnicas espíritas são abertas para o atendimento de todos os tipos de espíritos, por que não viriam os que ainda se apresentam como pretos-velhos ou novos, brancos, amarelos, vermelhos, índios, ou caboclos, e esquimós?
O que ocorre é que tais espíritos devem ajustar-se às disciplinas sugeridas pelo Espiritismo e só não as atendem quando seus médiuns, igualmente, não as aceitam.
Muitos espíritos que se mostram no Além como antigos escravos áfricanos, ou como indígenas, falam normalmente, sem trejeitos, embora as formas externas dos perispíritos possam manter as características que eles desejam ou as quais não lograram desfazer.
Talvez muitos esperassem que esses desencarnados se expressassem de forma confusa, misturando a língua portuguesa com outros sons, expressando-se num dialeto impenetrável, carecendo de intérpretes especiais, que, na maior parte das vezes, fazem de conta que estão entendendo tal mescla. Se o espírito fala em nagô, que seja nagô de verdade.
Se se apresenta falando guarani, que seja o verdadeiro guarani. Entretanto, não sendo o idioma exato do seu passado reencarnatório, por que não falar o médium em português, pois que capta o pensamento da entidade e reveste-o com palavras?
Não há, portanto, preconceito nas sessões espíritas.
Entretanto, procurase manter o respeito às entidades, à mediunidade e à Doutrina Espírita, buscando a coerência com a verdade que já identificamos.