Leis Morais da Vida

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CAPÍTULO 32

PARTICIPAÇÃO NA FELICIDADE

Quando alguém chora acoimado por este ou aquele problema, fácil é participares do seu drama, dilatando esforços para diminuir-lhe o padecimento.

Ante a fome ou a enfermidade experimentas o apelo aos elevados sentimentos que te concitam à ajuda automática e rápida.

Sem dúvida todo socorro que se oferta a alguém que sofre é de relevante significação.

Caridade, sim, a dádiva material e o gesto moral de solidariedade.

Indispensável, porém, não te deteres na superfície da realização.

Há os que são solidários na dor, assumindo a posição de benfeitores, em lugar de realce com o que se realizam interíormente.

Todavia, quando defrontam amigos em prosperidade, companheiros em evidência, conhecidos em situação de relevo, deixam-se ralar por mágoa injustificável, transformando-se em fiscais impenitentes e acusadores severos que não perdoam a ascensão do próximo.

Ressentimentos se acumulam nas paisagens íntimas, e, azedos, referem-se ao êxito alheio, vencidos por torpe inveja.

Não sabem o preço do triunfo de qualquer procedência, quando na T erra.

Ignoram os contributos que deve doar todo aquele que se alça a situação de destaque.

Farpas da maledicência e doestos do ciúme, perseguição sistemática disfarçada de sorrisos, ausência de amigos legítimos tornam as ilusórias horas douradas do homem de relevo em momentos difíceis de ser vencidos.

— Assume posição diferente.

Sem que te faças interessado no que ele tem ou é, rejubila-te com o progresso de quem segue contigo.

Quando alguém se eleva, com ele se ergue toda a Humanidade.

Quando cai é prejuízo na economia moral do planeta.

Solidário na dificuldade do teu irmão, participa dos júbilos do teu próximo para que a ingestão do veneno do despeito e do tóxico da animosidade não te destrua a alegria de viver.

Ser feliz com a felicidade alheia é também forma de caridade cristã.



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