Sabedoria do Evangelho - Volume 7
Versão para cópiaPROPOSTA DE JUDAS
MT 26:14-16
MC 14:10-11
LC 22:3-6
Aparece aqui a figura de Judas, "O chamado Iscariotes". Mateus e Lucas escrevem Iskariótês, enquanto Marcos só grafa Iskaríoth. Os comentaristas inclinam-se para considerar essa uma palavra composta de ISH ("homem") e KARIOTH ("de Cariot") que é uma localidade da Judeia, já citada em Josué (Josué
0 evangelista assinala que esse Judas "era um dos doze", portanto um dos discípulos da Escola, a par de tudo o que ocorria, e encarregado das finanças (JO
Apresentando-se aos "principais sacerdotes", ofereceu-se para "entregá-lo" (paradôsô). Mateus afirma que Judas propôs receber dinheiro; Marcos, que os sacerdotes prometeram pagar-lhe, sem que ele o pedisse; e Lucas que os sacerdotes combinaram pagar-lhe e ele consentiu. Marcos e Lucas anotam que os sacerdotes "alegraram-se" ao ver facilitada sua tarefa.
A quantia fixada foi de trinta siclos (não "denários") que era a moeda oficial do Templo. Já no Êxodo (22:
12) fora determinado que, em caso de morte acidental causada a um escravo, devia o senhor ser indenizado com trinta siclos de prata. O ciclo valia 120 denários; portanto 30 siclos somavam 3. 600 denários.
Em Zacarias
Entramos numa parte sujo comentário se torna ainda mais difícil. Vemos Judas, um dos doze, entregar o Mestre e não se importar de, por esse ato, receber dinheiro. João (João
Como interpretar esotericamente o comportamento de Judas?
Diante das personagens humanas, Judas é o protótipo do traidor sujo e desprezível, que atraiçoa a quem o benefíciou, em troca de miseráveis moedas, arrependendo-se depois, mas muito tarde. Já foram escritos muitos volumes de comentários desse "gesto infame", e apareceram muitas teorias a respeito desse comportamento estranho.
No entanto, temos que considerar o outro lado do fato. Jesus afirma "que melhor fora que não houvera nascido" (MT
Considerando o fato sob a luz da economia planetária, o papel de Judas na entrega de seu Mestre foi um ato altamente sublime: exerceu a mesma tarefa do sacerdote que oferece e imola a vítima no altar dos holocaustos.
Meditemos nessa "entrega" como a legítima parádosis (ou traditio) do iniciado que vai galgar mais um degrau na Senda, e precisa ser entregue ao Colégio Sacerdotal a fim de submeter-se aos ritos prescritos nos cerimoniais secretos. O sacerdote que, nas Escolas Iniciáticas egípcias e gregas introduzia (entregava) o candidato ao colegiado de sacerdotes (neste caso o "Sinédrio"), para que fosse submetido à prova da "Morte de Osíris", é que se constituía espontaneamente como FIADOR ou AVALISTA do candidato; e isso em virtude de bem conhecê-lo, sabendo e jurando acerca de sua capacidade de sofrer todas as provas e vencê-las. Se houvesse fracasso do candidato, o sacerdote ofertante era incriminado como incompetente, perdendo a confiança dos Mestres que passavam a considerálo incapaz de apresentar qualquer outro candidato; mas se este vencesse? seu "fiador" moral era homenageado por isso, merecendo maiores considerações de todos.
Mas, como admitir isso? Lamentavelmente nossa ignorância ainda é tão grande, que não vemos meios de responder a essa pergunta. No entanto, porem ser aventadas algumas hipóteses.
O papel de Judas foi fundamental no Drama do Calvário, que foi representado à maneira dos Dramas Sacros de Elêusis, sem que houvesse faltado nenhum pormenor. Ora, as Forças Superiores não podiam permitir que uma tarefa tão ingente e de tão grandes consequências para a humanidade, ficasse à mercê de uma criatura "fora do palco": só um dos elementos da peça poderia representá-lo com segurança, sem perigo de fazer fracassar todo o conjunto. Daí, antes que permitir que o Sinédrio agisse, ter sido um dos próprios discípulos que marcou a hora e os minutos do início solene da cerimônia sacra iniciática estabelecida por Jesus, quando lhe diz (JO
Função de tão grande responsabilidade e importância devia ser confiada a quem tivesse a capacidade de executá-la sem falhas. Mas - pobre homem! - o choque que recebeu, depois de cumprida a incumbência, foi tão violento, que ele se descontrolou e desesperou: "melhor lhe fora que não houvera nascido"!
A personagem não resistiu ao embate das forças mentais da época que o condenaram.
E mais ainda: a repercussão no terreno das personagens foi esmagador e tão atroz que perdura até hoje, a uma distância de quase dois mil anos! Todavia, a ação no plano espiritual foi assinalada como altamente meritória: o Espírito de Judas teve a inominável coragem de representar o papel mais triste da história, de submeter-se à pecha de "traidor", e de sofrer todas as consequências do desprezo e dos pensamentos contrários condenatórios de bilhões de criaturas durante milhares de anos, e isso com o objetivo de colaborar no drama sacro da cerimônia iniciática a que Jesus, seu Mestre, tinha que submeterse! Seu sacrifício, voluntariamente aceito por seu Espírito (seu Eu profundo) garantiu-lhe elevação no campo da coragem moral; no entanto, a fraqueza da personagem encarnada não conseguiu atingir esse ápice e se desesperou, ao ver o Mestre e amigo iniciar e levar a termo as cerimônias necessárias, com toda as violências previstas, até a aparente morte na cruz.
As cenas desse tipo de iniciação, a que Judas assistira, quando realizadas na pessoa de Lázaro, não tiveram as características de violência e derramamento de sangue, como Jesus. Ao contemplar, pois, seu Mestre na Cruz, lanceado no peito, veio-lhe a dúvida atroz de que talvez não conseguisse sobreviver como Ele havia predito na Escola. Cresceu a dúvida em seu peito, e julgou que tudo fracassara.
Não teve coragem de esperar o fim: fraquejou em sua parte humana sensitiva da emoção que ainda não estava aniquilada pela razão e pela intuição.
Essa foi a grande perda, para ele: a dúvida, a falta de confiança em seu Mestre. E se o plano falhara e ali estava à morte Aquele que ele mesmo entregara ao Sinédrio - não para morrer, mas apenas para submeter-se a uma cerimônia iniciática - então também o discípulo que o "entregara" não devia viver.
Olhando-se sob esse prisma que acabamos de expor, descobrimos novas luzes no gesto de Judas, tão condenado e, apesar disso, tão indispensável a todo o desenvolvimento da evolução humana.
Para que se destaque a luz, é indispensável a sombra. Tudo possui um pólo positivo e um pólo negativo.
E essa lei não podia falhar em tão sublime obra-prima do Espírito. Mas ambos os pólos são partes opostas mas integrantes do mesmo corpo: ambos têm que existir para que haja equilíbrio, pois não pode haver um sem o outro. Assim, não haveria JESUS sem JUDAS, nem ocorreria a sublimação de um sem o sacrifício do outro, não poderia elevar-se um sem que o outro se abaixasse: "é mister que ele cresça e eu diminua". Judas cumpriu sua tarefa, anulando-se e sacrificando-se durante milênios, para que Jesus fosse exaltado na mesma proporção durante o mesmo período.
A questão monetária constitui um pormenor adrede preparado para escurecer mais o lado da sombra, a fim de ressaltar melhor a iluminação do positivo, além de constituir, como sempre, símbolo marcante.
TRINTA é um número que aparece com frequência nas Escrituras judaicas, não só porque constitui o limite de idade para início da vida pública (cfr. GN
23:3; LC
2) além de outros testemunhos.
Temos, nesse número, o símbolo (vol.
1) de haver-se completado o desenvolvimento da personagem encarnada, ou seja, a multiplicação do TRÊS (que representa o Filho) pelo DEZ (que é o ciclo terminado).
Neste caso temos, no TRINTA, o símbolo de que havia sido completado o ciclo da existência da personagem encarnada de Jesus. Tanto assim que a tradição diz que viveu 33 anos, isto é, 30 mais os três da perfeição. Na realidade, já vimos que deve ter permanecido, nessa vida exotérica, cerca de 37 anos ou 38 anos.
Ademais, Judas, em todas as listas de Emissários, sempre foi colocado em 12. º lugar (cfr. MT
Outras observações nesse setor: na correspondência dos doze emissários com as doze tribos de Israel, Judas é comparado a DAN (1). Um e outro equivalem ao signo de Escorpião, no zodíaco. O signo de escorpião representa a "geração" do veículo mais denso (serpente), em sua energia mais baixa, através do sexo físico que é, nos seres humanos, uma herança do estágio animal; mas representa, também, a "regeneração" (águia), que atinge em seu vão os mais altos planos. Esse signo, portanto, quando em ação, simboliza a destruição definitiva do eu personalístico que provém da evolução do psiquismo animal, para o nascimento integral e absoluto do Eu Profundo não mais sujeito à reencarnação.
(1) Segundo Sábado Dinotos ("Dicionário Hebraico-Português", H. Koersen, 1962, pág. XXIII) a tribo de Dan povoou a Grécia ("danai") e o norte da Europa, permanecendo de seu nome um resquício em "DANemark", em DANúbio, etc.
Então compreendemos a atuação de Judas ("escorpião") no Drama do Calvário e exatamente nesse ponto histórico: porque aqui encontramos a aniquilação total da personagem terrena Jesus, numa final absorção dela por parte do Cristo de Deus, que nascera e se desenvolvera através de seu Eu Interno.
De DAN, rezava a tradição talmúdica, surgiria o antimessias; e lemos no Gênesis (Gênesis
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Mateus 26:14
Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes,
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Mateus 26:15
E disse: Que me quereis dar e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata,
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Mateus 26:16
E desde então buscava oportunidade para o entregar.
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Lucas 22:3
Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze;
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Lucas 22:4
E foi, e falou com os principais dos sacerdotes, e com os capitães, de como lho entregaria;
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Lucas 22:5
Os quais se alegraram, e convieram em lhe dar dinheiro.
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Lucas 22:6
E ele concordou; e buscava oportunidade para lho entregar sem alvoroço.
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Marcos 14:10
E Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais dos sacerdotes para lho entregar.
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Marcos 14:11
E eles, ouvindo-o, folgaram e prometeram dar-lhe dinheiro; e buscava como o entregaria em ocasião oportuna.
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João 12:6
Ora ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.
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Mateus 27:3
Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos,
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Mateus 27:4
Dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo.
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Mateus 27:5
E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.
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Mateus 27:9
Então se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata preço do que foi avaliado, que certos filhos d?Israel avaliaram.
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Mateus 26:24
Em verdade o Filho do homem vai, como acerca dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! bom seria para esse homem se não houvera nascido.
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Marcos 14:21
Na verdade o Filho do homem vai, como dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído! bom seria para o tal homem não haver nascido.
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João 13:27
E após o bocado entrou nele Satanás. Disse pois Jesus: O que fazes, faze-o depressa.
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Gênesis 41:46
E José era da idade de trinta anos quando esteve diante da face de Faraó, rei do Egito. E saiu José da face de Faraó, e passou por toda a terra do Egito.
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Números 4:3
Da idade de trinta anos e para cima até aos cinquenta anos será todo aquele que entrar neste exército, para fazer obra na tenda da congregação.
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Lucas 3:23
E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de José, e José de Heli,
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Daniel 6:7
Todos os príncipes do reino, os prefeitos e presidentes, capitães e governadores, tomaram conselho a fim de estabelecerem um edito real e fazerem firme este mandamento: que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões.
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Daniel 6:12
Então se apresentaram, e disseram ao rei: No tocante ao mandamento real, porventura não assinaste o edito, pelo qual todo o homem que fizesse uma petição a qualquer deus, ou a qualquer homem, por espaço de trinta dias, e não a ti, ó rei, seria lançado na cova dos leões? Respondeu o rei, e disse: Esta palavra é certa, conforme a lei dos medos e dos persas, que se não pode revogar.
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Gênesis 6:15
E desta maneira farás: De trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinquenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura.
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I Reis 7:2
Também edificou a casa do bosque do Líbano de cem côvados de comprimento, e de cinquenta côvados de largura, e de trinta côvados de altura, sobre quatro ordens de colunas de cedro, e vigas de cedro sobre as colunas.
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Mateus 10:2
Ora os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;
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Mateus 10:3
Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu;
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Mateus 10:4
Simão Cananita, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.
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Marcos 3:16
A Simão, a quem pôs o nome de Pedro,
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Marcos 3:17
E a Tiago, filho de Zebedeu, e a João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão;
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Marcos 3:18
E a André, e a Filipe, e a Bartolomeu, e a Mateus, e a Tomé, e a Tiago, filho de Alfeu, e a Tadeu, e a Simão, o cananeu.
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Marcos 3:19
E a Judas Iscariotes, o que o entregou.
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Lucas 6:14
Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu;
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Lucas 6:15
E Mateus e Tomé; Tiago, filho d?Alfeu, e Simão, chamado o zelador;
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Lucas 6:16
E Judas, filho de Tiago; e Judas Iscariotes, que foi o traidor.
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Atos 1:13
E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam, Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o zelador, e Judas, de Tiago.
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Gênesis 49:17
Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás.
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