Capítulo VII

Luz e silêncio


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O Mestre que nos recomendou não situar a lâmpada sobre o velador, também nos exortou, de modo incisivo: — “Brilhe a vossa luz diante dos homens!” (Mt 5:16)

Conhecimento evangélico é sol na alma.

Compreendendo a responsabilidade de que somos investidos, esposando a Boa Nova por ninho de nossos sentimentos e pensamentos, busquemos exteriorizar a flama renovadora que nos clareia por dentro, a fim de que a fé não seja uma palavra inoperante em nossas manifestações.

Onde repontem espinheiros da incompreensão, sê a bênção do entendimento fraterno.

Onde esbraveje a ofensa, sê o perdão que asserena e edifica.

Onde a revolta incendeie corações, sê a humildade que restaura a serenidade e a alegria.

Onde a discórdia ensombre o caminho, sê a paz que se revela no auxílio eficiente e oportuno.


Não olvidemos que a luz brilha dentro de nós. Não lhe ocultemos os raios vivificantes sob o espesso velador do comodismo, nas teias do interesse pessoal.

Entretanto, não nos esqueçamos igualmente de que o sol alimenta e equilibra o mundo inteiro sem ruído, amparando o verme e a flor, o delinquente e o santo, o idiota e o sábio em sublime silêncio.


Não suponhas que a lâmpada do Evangelho possa fulgurar através de acusações ou amarguras.

Enquanto a ventania compele o homem a ocultar-se, a claridade matinal, tépida e muda, o encoraja ao trabalho renovador.


Inflamando o coração no luzeiro do Cristo, saibamos entender e servir com Ele, sem azedume e sem crítica, sem reprovação e sem queixa, na certeza de que o amor é a garantia invulnerável da vitória imperecível.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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