Capítulo XVIII

Pequeninas grandes dádivas


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A beneficência possui uma lista de pequeninas grandes dádivas, dentre as quais mencionamos algumas que não nos será lícito esquecer:

o auxílio, mesmo diminuto, nas tarefas socorristas;

algumas horas de trabalho espontâneo e gratuito, na execução das boas obras;

uma frase de esperança, um gesto de otimismo;

o silêncio, perante qualquer toque de agressão;

ouvir perguntas infelizes com paciência;

aceitar os amigos, como são, sem exigir que nos sigam em nosso modo de ser;

honrar os adversários com respeitoso apreço;

calar-se para que outros falem;

prestar serviço sem aguardar atenções;

oferecer alguns minutos de reconforto aos doentes;

considerar a importância dos impulsos construtivos que comecem a surgir nos principiantes da fé;

esquecer boatos alarmantes;

algum ato de renúncia, em benefício da paz alheia;

apequenar-se para que outros se destaquem;

um sorriso amigo que dissipe as nuvens da hora difícil;

rearticular essa ou aquela informação, sempre que preciso, sem perder o espírito de gentileza;

exercer tolerância e afabilidade, dentro de casa, na mesma disposição com que se guarda semelhantes qualidades nos encontros sociais;

repetir as palavras “desculpa-me” e “muito obrigado”, tantas vezes quantas se fazem necessárias, nas horas do dia a dia.


Na chamada beneficência menor, estão os agentes indispensáveis à edificação da caridade, porque, em se atendendo às pequeninas grandes dádivas, é que aprenderemos a distribuir as grandes dádivas, na seara do bem, como se fossem pequeninas.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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