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Capítulo XLII

Santa caridade


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Estende as próprias mãos

Entregando o tesouro que ajuntaste

Ou rogando a migalha

Dos tesouros alheios…


Repara, todavia,

As mãos abnegadas

Que constroem a vida…


Mãos que sangram no campo,

Na condução do arado;


Mãos erguidas na escola,

Em louvor da cultura;


Mãos feridas na indústria

Exaltando o conforto;


Mãos que afagam doentes,

Renovando a alegria…


Mãos que servem a mesa,

Enriquecendo o pão;


Mãos nervosas e firmes

Nos volantes bulhentos

Ajustando as artérias

Do progresso incessante.


Mãos que erguem a enxada,

Mãos que empunham a pena…


Mãos que fiam,

Que agasalham,

Que abençoam,

Que consolam…


Assim, pois,

Na graça da fortuna

Ou na dor da carência

Escuta a melodia

Das mãos entrelaçadas

Na oficina do mundo.


E traze com valor

As tuas mãos também,

Cedendo de ti mesmo,

Em suor e esperança,

Ao serviço de todos,

E entenderás, por fim,

Que o trabalho do bem

É a Santa Caridade

Que verte sobre nós

Do Eterno Amor de Deus.




(Psicografada em 31/10/1958 no Centro Espírita Vicente de Paulo, na cidade de Uberaba, M. G.)



Rodrigues de Abreu
Francisco Cândido Xavier

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