Enciclopédia de Salmos 22:5-5

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

sl 22: 5

Versão Versículo
ARA A ti clamaram e se livraram; confiaram em ti e não foram confundidos.
ARC A ti clamaram e escaparam: em ti confiaram, e não foram confundidos.
TB A ti clamaram e foram salvos;
HSB אֵלֶ֣יךָ זָעֲק֣וּ וְנִמְלָ֑טוּ בְּךָ֖ בָטְח֣וּ וְלֹא־ בֽוֹשׁוּ׃
BKJ Eles clamaram a ti, e foram libertos; confiaram em ti, e não foram confundidos.
LTT A Ti clamaram e foram libertados; em Ti confiaram, e não foram envergonhados.
BJ2 Nossos pais confiavam em ti, confiavam e tu os salvavas;
VULG Parasti in conspectu meo mensam adversus eos qui tribulant me ; impinguasti in oleo caput meum : et calix meus inebrians, quam præclarus est !

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Salmos 22:5

Juízes 4:3 Então, os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porquanto Jabim tinha novecentos carros de ferro e por vinte anos oprimia os filhos de Israel violentamente.
Juízes 6:6 Assim, Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas; então, os filhos de Israel clamaram ao Senhor.
Juízes 10:10 Então, os filhos de Israel clamaram ao Senhor, dizendo: Contra ti havemos pecado, porque deixamos o nosso Deus e servimos aos baalins.
Salmos 25:2 Deus meu, em ti confio; não me deixes confundido, nem que os meus inimigos triunfem sobre mim.
Salmos 31:1 Em ti, Senhor, confio; nunca me deixes confundido; livra-me pela tua justiça.
Salmos 69:6 Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor, Senhor dos Exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de Israel.
Salmos 71:1 Em ti, Senhor, confio; nunca seja eu confundido.
Salmos 99:6 Moisés e Arão, entre os seus sacerdotes, e Samuel, entre os que invocam o seu nome, clamavam ao Senhor, e ele os ouvia.
Salmos 106:44 Contudo, atentou para a sua aflição, ouvindo o seu clamor.
Isaías 45:17 Mas Israel é salvo pelo Senhor, com uma eterna salvação; pelo que não sereis envergonhados, nem confundidos em todas as eternidades.
Isaías 49:23 E os reis serão os teus aios, e as suas princesas, as tuas amas; diante de ti, se inclinarão com o rosto em terra e lamberão o pó dos teus pés, e saberás que eu sou o Senhor e que os que confiam em mim não serão confundidos.
Romanos 9:33 como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela não será confundido.
Romanos 10:11 Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido.
I Pedro 2:6 Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

sl 22:5
Sabedoria do Evangelho - Volume 6

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 21
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 20:1-16


1. Pois o reino dos céus é semelhante a um homem chefe-de-familia, que saiu desde a madrugada para engajar trabalhadores para Sua vinha.

2. E tendo contratado com os trabalhadores um denário por dia, enviou-os para sua vinha.

3. E tendo saído cerca da hora terceira, viu outros ociosos em pé na praça,

4. e disse-lhes: "ide também vós para a vinha, e vos darei o que for justo". Eles foram.

5. Novamente saiu cerca da hora sexta e da nona, e agiu da mesma forma.

6. E saiu cerca da undécima hora, e achou outros que lá estavam, e disse-lhes: "por que estacionais aqui desocupados o dia todo"?

7. Disseram-lhe: "porque ninguém nos contratou". Disse-lhes: "Ide também vós para avinha".

8. Chegando a tarde, disse o dono da vinha a seu capataz: "Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros".

9. E chegando os da undécima hora, receberam um denário cada um.

10. E vindo os primeiros, julgaram que receberiam mais; mas receberam um denário também eles.

11. E ao receber, murmuravam contra o chefe-de-família 12. dizendo: "esses, os últimos, trabalharam uma hora e os trataste como a nós, sofredores do peso do dia e do calor (do sol)".

13. Respondendo, ele disse a um deles: "Companheiro, não te faço injustiça; não contrataste comigo um denário?

14. Toma o teu e vai; quero dar a este último tanto quanto a ti;

15. ou não me é lícito fazer o que quero nos meus negócios? ou teu olho é mau, porque eu sou bom"?

16. Assim os últimos serão primeiros e os primeiros, últimos.



Jesus achava-se a caminho, entre a Galileia e Jerusalém, já tendo passado o Jordão, achando-se, provavelmente, na planície de Jericó. Essa viagem, a última que fez em direção à cidade santa, tinha seu objetivo predeterminado: a ida para o sacrifício final, previsto e predito já por duas vezes (MT 16:21 e MT 17:22-23); dentro de mais alguns dias, repetirá o aviso (MT 20:18-19), para deixar bem clara em Seus discípulos a ideia da importância do ato que se consumará.


Nessa viagem situa-se a parábola alegórica dos trabalhadores da vinha, em que mais uma vez é procurada uma comparação que dê ideia do que venha a ser o "reino dos céus". A lição é privativa de Mateus.


Analisemos rapidamente os termos de nossa tradução.


"Semelhante é o reino dos céus a um "homem chefe-de-família " (anthrôpôi oikodespôtéi), ou "donodecasa", que saiu "desde a madrugada" (háma prôi, literalmente "com a madrugada"), isto é, à primeira hora (6 da manhã) ou até antes.


Era costume na Palestina, até bem poucos anos, que os desempregados ("diaristas" ou "jornaleiros") se reunissem na praça da aldeia ("bâzâr") à espera de que alguém os viesse contratar, tal como ocorre em nossas cidades, com automóveis-táxi, caminhões "a frete" e carrinhos-de-mão, que ficam nos "pontos" aguardando interessados em seus serviços. Chegando alguém que declarasse necessitar da mão-deobra, o trabalhador pedia muito mais do que esperava obter, e o interessado oferecia muito menos do que pretendia pagar. Estabelece-se, então, a discussão; um abate, outro sobe sua oferta, até que concordem exatamente no salário normal, que é a tarifa convencional que sempre se paga pelo serviço.


Naquela época, o preço normal era um "denário", isto é, uma dracma. Que a cena foi assim imaginada, verifica-se pela frase "tendo assim contratado de comum acordo" (symphônésas). Para um homem do oriente médio, até hoje, dizer o preço, receber o dinheiro e entregar a mercadoria, não é "negociar": isso supõe discussão, preço alto, oferta baixa, até chegar-se a um acordo. Se tal não ocorrer, o oriental se sente psicologicamente frustrado: prefere discutir e ganhar menos, depois de meia hora de "negociação" a receber muito mais (pelo preço inicialmente pedido) mas sem "negociação": no fundo de sua alma, sente que não soube exercer sua profissão, que "falhou" com o freguês. Para bem compreenderse essa psicologia, só assistindo às centenas de cenas semelhantes que ocorrem nos mercados e lojas do oriente médio. Mas voltemos ao texto.


Os trabalhadores contratados foram para avinha. Começaram o trabalho por volta das 6 horas, sabendo que o "dia" terminaria às 18 horas, quando receberiam a paga de um denário, preço convencionado e aceito por ambas as partes.


Ou avinha era grande demais, ou o serviço maior do que pudessem dar conta os braços contratados: o chefe-de-família volta à praça mais quatro vezes:

  • a) à hora terceira (9 horas)

  • b) à hora sexta (12 horas)

  • c) à hora nona (15 horas)

  • d) à hora undécima (17 horas).


Os contratados à hora terceira trabalhariam durante nove horas; os da hora sexta, seis horas; os da hora nona, três horas; e os da hora undécima, uma hora apenas.


Há certas incoerências: se o chefe-de-família foi quatro vezes à praça contratar trabalhadores, como ainda pode, às 17 horas, encontrar trabalhadores "ociosos", a ponto de dizer-lhes: "por que estais aqui desocupados o dia todo"? Será que das vezes anteriores os não havia visto? Nem teria sido visto por eles?


Chegando a tarde, isto é, às 18 horas, surge em cena o capataz (epitrópos) que aí figura como superveniente apenas para efeito de realizar os pagamentos.


O normal seria pagar primeiro os que primeiro chegaram. Mas a inversão dessa ordem normal não aborrece os trabalhadores. O que os deixa magoados é ver que os que labutaram apenas uma hora, receberam o mesmo denário que os que se esforçaram durante doze horas, com todo o calor do dia: acham que o tratamento é injusto. Não reclamam do capataz, mas, ousadamente, do próprio chefe-defam ília.


Este, porém, não se aborrece. Chama o reclamante de "companheiro" (hetaíre), numa camaradagem inexplicável, e demonstra-lhe que não há injustiça, pois contratou com ele um denário pelo dia inteiro de trabalho. Se ele quer ser generoso, não há razão para reclamações: a justiça do contrato foi mantida.


A frase final "os últimos serão primeiros e os primeiros, últimos só se aplica à ordem do pagamento, e não a importância idêntica paga a todos, que foi a razão da reclamação. A não ser que se entenda que, tendo os primeiros trabalhado mais, receberam proporcionalmente menos que os últimos que trabalharam menos e ganharam proporcionalmente mais.


Realmente, ao contratar os trabalhadores da 3. ª hora, o chefe-de-família disse apenas que "lhes daria o que fosse justo", sem especular preço. O mesmo parece ter sido feito com os outros.


Alguns exegetas procuram explicar essa diferença de tratamento. Maldonado diz que as horas não representam as diversas épocas do mundo, mas as idades diferentes de cada homem (diversas cujusque hominis aetates signíficant) e que os últimos trabalharam mais intensamente em uma hora, que os primeiros o dia todo (tantum una hora quantum aliis toto die laboraverunt, Comm. in 4 Evang. pág. 412/414).


No Talmud (Berakhoth) há uma parábola que lembra esta: "a que se assemelha o caso de Rabbi Boun ben Rabbi Hiya? A um rei que tivesse engajado em seu serviço muitos trabalhadores, dos quais um era mais ativo em seu trabalho. Vendo isso, que faz o rei? Leva-o, e com ele passeia para um lado e para outro. Chegam os trabalhadores à tarde, para receber apaga, e é dado igual pagamento completo tamb ém ao que tinha passeado o dia todo. Vendo isso, queixaram-se os companheiros: estamos cansados do trabalho de um dia inteiro, e o que apenas trabalhou duas horas recebe o mesmo salário que nós. O rei explicou: é que este fez mais em duas horas, que vocês num dia inteiro. Assim, quando Rabbi Boun estudou a Lei até os 28 anos, conheceu-a melhor que um sábio ou um homem piedoso que a tivesse estudado até os cem anos".


A grande dificuldade dos exegetas reside, sobretudo, no fato de eles interpretarem o chefe-de-família como sendo Deus, e a recompensa (o "denário") como sendo o reino dos céus, isto é, o CÉU definitivo depois da morte. Tanto que João Crisóstomo busca desculpas, dizendo que "certamente no céu não há lugar para murmurações, pois é isento de ciúme e de inveja; mas a parábola diz-nos que os convertidos gozam de tal felicidade no céu, que daria para causar inveja aos outros santos" ... (Patrol. Graeca, vol. 58, col. 613). Não sabemos como tanta infantilidade possa ter partido de homens tão grandes e tão sábios!


A parábola, realmente, não é de fácil interpretação, já que esbarramos em contradições internas, que dificultam conclusões teológicas e simbólicas. A não ser que tomemos os dados da parábola grosso modo, sem dar muita importância aos pormenores (como é permitido no estilo parabólico), esbarraríamos em óbices insuperáveis. O que não cabe, positivamente, é a interpretação "à letra".


Vemos, por exemplo, uma duplicidade de tratamento por parte do chefe-de-família, que parece dar a entender que há privilégios e preferências inconcebíveis, partindo da Divindade: "não é lícito fazer o que quero nos meus negócios"? ou teu olho é mau porque eu sou bom"? Teríamos - se se tratasse de Deus - um deus parcial, com simpatias e nepotismos que qualquer pessoa de bom senso jamais admitiria num simples e imperfeito pai terreno que - ensina a psicologia - não deve tratar um filho melhor que os outros, para que os menos queridos não fiquem justamente traumatizados. Teríamos um deus pior que os homens! Essa a dificuldade dos exegetas, porque não tinham à mão a chave-mestra: para eles, o "reino dos céus" era o céu.


Mas se sabemos que o reino dos céus é um estado de alma resultante do encontro com o Cristo Interno, verificamos que a semelhança da parábola é perfeitamente aceitável, desde que esse denário não represente absolutamente o reino dos céus: este jamais pode ser pagamento, pois é CONQUISTA individual laboriosa e lenta.


O símile traz dados psicológicos interessantes para quem dirige escolas iniciáticas ou mesmo os que simplesmente organizam grupos espiritualistas. A lição é preciosa.


As criaturas trazem, em seu âmago, a convicção profunda de que "antiguidade é posto". Então, não se julgam as pessoas pelo valor intrínseco, mas pelo "tempo de serviço". Se um funcionário trabalha oito horas por dia, acha-se com o direito de ganhar mais que outro que só trabalha quatro, sem levar em consideração o valor do serviço realizado por um e pelo outro. Essa é a mentalidade geral, sobretudo daqueles que "suportam o peso do dia e o calor do sol".


Cuidem, pois, os dirigentes de se não deixarem levar por essa mentalidade, atribuindo os primeiros postos aos discípulos mais antigos, só pelo fato de serem "mais antigos": escolham com o critério do merecimento, e não com o da antiguidade, por maiores que sejam as reclamações e as pressões. O interesse da OBRA deve estar acima das preferências de amizade, acima de tempo de serviço e acima de favores recebidos. Não é "injustiça" nem "ingratidão" preferir-se A a B, se A vale mais que B, embora B tenha feito maiores favores à obra e nela permaneça há mais tempo: o que deve decidir é o valor intrínseco e a capacidade real de produção e a fidelidade ao pensamento básico da organização.


Isso traz dificuldades, dissabores e até, por vezes, inimizades ocultas ou claras. Mas se realmente ocorrer tal coisa, isso virá provar que o dirigente estava certo: se um discípulo se aborrece porque foi preterido e colocado outro no lugar que ele julgava merecer, isso prova que ele não o merecia, por estar ainda imaturo, tanto que ainda se magoa por exterioridades e faz questão de postos e de posições.


Cuidem-se os dirigentes!


Mas, a que se assemelha o reino dos céus?


A um chefe-de-família. O reino dos céus é obtido se alguém souber agir como o chefe-de-família, não como os trabalhadores.


Quem é o chefe-de-família? É o Espírito, a individualidade, que sai à Terra para engajar trabalhadores (personalidades ou personagens, compostas de bilhões de células) a fim de que trabalhem na sua vinha, ajudando-lhe a ascensão (1).


(1) Pietro Ubaldi, em "Grande Síntese", cap. 29, escreve: "só o relativo, que se transforma, possui tempo, isto é, ritmo evolutivo. A Lei, sem limites, está à espera no eterno; o tipo preexiste ao ser que o atravessa, e as formas vão e vêm".


Então ocorre que algumas pegam o trabalho pesado durante as "doze" horas, isto é, um ciclo inteiro de civilização, pois doze é o giro completo do zodíaco. Sofrem o "peso do dia" e também o "calor do sol", pois tem que desbastar toda a parte grosseira da hominização primitiva, do trabalho braçal, da conquista pura e simples do pão de cada dia com o suor real de seu rosto. E nesse afã atravessa todo aquele eon.


Os trabalhadores seguintes irão sendo convocados em períodos posteriores. Mas à medida que a evolução avança, cada tipo de personagem dura menos tempo: motus in fine velocior, "no fim, o movimento é mais rápido".


Assim as do terceiro ciclo servem ao "senhor" (Espírito) que as engaja, durante nove horas, ou seja, três quartos de um eon. Os convocados no sexto ciclo, servirão durante meio eon (seis horas). Os chamados no nono ciclo trabalharão apenas um quarto de eon (três horas). Logicamente tudo isso terá que ser tomado sensu lato, e não com rigor matemático. Na parábola, aprendemos uma teoria fundamental que variará dentro de limites razoáveis.


Por aí entendemos certas coisas que constituíam interrogação sem resposta. Por exemplo, o progresso da civilização, que caminha em proporção geométrica: da primeira tentativa de voo do mais pesado que o ar ao voo a jato transcorreram 50 anos; deste ao voo espacial, e em visita à lua, dez anos; mais: da primeira experiência cinematográfica (Lumière, 1900) à televisão (1940) distaram 40 anos. Mas desta às transmissões através de um satélite (Telstar) transcorrem só 20 anos! Consideremos, ainda, a diferença entre as personagens nascidas há cinquenta anos e as atuais, quando o Q. I. sobe em índices incontroláveis. Assim, as últimas personagens utilizadas na evolução do Espírito, executarão seu trabalho em períodos de tempo muito menores, embora o serviço realizado seja equivalente (ou até superior) aos dos primeiros trabalhadores. Daí o salário ser idêntico em valor. Proporcionalmente, o trabalho executado também foi equivalente.


O reino dos céus, pois, é semelhante a um homem justo, que distribui a cada trabalhador o salário justo, de acordo com o valor do serviço realizado, e não do tempo empregado para realizá-lo. Assim, tanto merece aquele que necessita de dez encarnações trabalhando para consegui-lo, quanto aquele que numa só existência o conquista, porque seu esforço foi mais intenso. O Espírito é o único que pode julgar, o único que pode contratar e escolher as personagens de que necessita para "trabalharem em sua vinha".


Pode haver uma objeção: da parábola surge a impressão de que os trabalhadores (as personagens) preexistem à escolha da individualidade, e também que elas subsistem após terem prestado seu serviço.


Mas a referência cremos ser feita ao TIPO de personagem, nas diversas etapas evolutivas, como diz Pietro Ubaldi: "o tipo preexiste ao ser que o atravessa, e as formas (personagens) vão e vêm".


* * *

Se não quisermos atribuir o ensino às relações entre individualidade e personagens transitórias, vemos que a parábola reflete o que exatamente ocorre entre o CRISTO (o Mestre) e Seus discípulos, criações Suas, filhos Seus, espiritualmente gerados e sustentados durante milênios, em trocas simbióticas.


O Mestre convoca e agrega em torno de Si os discípulos que sintonizam com Sua tônica vibratória e que, espontânea e voluntariamente aceitam trabalhar para Ele durante uma ronda. A vinha (o planeta) escolhida é vasta e o trabalho é árduo e longo. Alguns, engajados à primeira hora, têm a incumbência de desbastar o solo, de viver entre criaturas ainda rudes e primitivas. Mas prosseguem no serviço sem esmorecimento.


No entanto, a seara cresce, o serviço aumenta, outros operários são requeridos e outras convocações são feitas, às diversas épocas: no final do labor, agiganta-se a tarefa, que se tornou mais vasta e difícil.


A humanidade é menos rude mas, por isso mesmo, mais intelectualizada, apresentando resistências mais difíceis de superar. O trabalho complica-se sobremaneira. Então a recompensa destes merece ser igual à dos primeiros. Apesar de discípulos e colaboradores, há sempre a expectativa de merecer mais. O Cristo, então, narra a parábola para avisar, desde logo, prevenindo os porventura incautos, que nada mais receberão além do justo, pois deverão aprender a dizer: "somos servos inúteis, cumprimos nosso dever".


* * *

Aplica-se, ainda, a parábola aos homens em particular, dentro de uma só vida.


Há os que desde a infância se dedicam ao ministério e durante toda a existência dele não se afastam, em contraposição àqueles que são convocados na mocidade, na idade adulta e outros quase na velhice (Kardec começou sua tarefa aos cinquenta anos), mas desenvolvem sua atividade com tal eficiência, que correspondem à confiança neles pelo Mestre depositada.


O mérito não se mede pelo tempo de serviço, mas pela qualidade dele, pelo êxito do empreendimento, pelo resultado obtido, pelo número de almas atingido, pelas vitórias alcançadas.


* * *

Concluindo, o reino dos céus não é o pagamento dado aos trabalhadores, mas uma conquista. Há que agir, como o fez o chefe-de-família, aliando justiça com bondade, sem ferir direitos, mas sem submeterse às pressões de fora. Seu critério deve prevalecer, por mais que desagrade aos outros, cuja opinião não deve importar nem influenciar. Independência "nos negócios" do Espírito, pois a responsabilidade é integral de quem age. Se errar, enganado por conselhos de outrem, é o único responsável pelo erro: por que aceitou o conselho? Não possui intelecto para raciocinar, razão para escolher, intuição para dirigi-lo?


O reino dos céus é semelhante a um chefe-de-família ativo que sai de casa "com a madrugada" para engajar seus auxiliares, que com eles entra em acordo; que não repousa, mas está sempre à frente do serviço, e várias vezes vai em busca de mais braços para a sua vinha, e permanece até o fim ativo e eficiente, sobranceiro e independente, resolvendo com firmeza, embora suavemente (fórtiter ao suáviter), pois chama aos trabalhadores seus "companheiros".


Anote-se que os trabalhadores vão para a "vinha", isto é, para o estudo simbólico do espiritualismo (cfr. vol. 1). São pois alunos avançados na senda. Não obstante, a ambição e a vaidade, sendo qualidades inerentes ao intelecto, só mesmo quando alguém consegue viver na individualidade, é que as esmaga.


Quanto à "vinha", observemos que seu simbolismo é bastante arcaico: no Antigo Testamento, encontramos o exemplo típico de Noé (Noah, que significa "quietude", isto é, contemplação) o qual, depois do dilúvio, ou seja, de sua longa meditação de quarenta dias e quarenta noites, "sobre as águas" da interpretação alegórica, faz uma "aliança" com YHWH, simbolizada no "arco-íris" (o reflexo da luz no vapor da água, isto é, o reflexo de Deus na alma humana). A seguir "planta uma vinha" (GN 9:20) e come de seu fruto fermentado, bebendo o VINHO DA SABEDORIA. O que lhe ocorre é maravilhoso: "embriagado e nu se acha dentro de sua tenda" (GN 9:21), ou seja, despojado de tudo quanto é material, entra na visão beatífica que embriaga mais que o vinho (cfr. SL 22:5,. ZC 9:17; Cant. 1:1; 1:3; 5:1, etc.) . Nesse estado é ridicularizado pelas criaturas ainda materializadas do anti-Sistema. Mas o exemplo é maravilhoso e o simbolismo perfeito.


Embora menos explícito, temos, no "paganismo", símbolo semelhante, ao vermos associados Apolo e Baco; e quando os iniciantes da Escola de Dionisos, chamados os "bacantes", eram tidos como embriagados, ao entrarem no estado místico-profético, estavam, na realidade, em estado de transe, dançando e cantando, como o "rancho de profetas" discípulos de Samuel (cfr. 1SM 10:5); a mesma acusação de embriagues ocorreu, segundo testemunho dos Atos (Atos 2:15), com os discípulos de Jesus.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Salmos Capítulo 22 do versículo 1 até o 31
SALMO 22: SOFRIMENTO E CÂNTICO, 22:1-31

O Salmo 22 é o primeiro de uma trilogia fantástica. A relação entre os Salmos 22:23 ; 24 tem sido percebida há muito tempo. Morgan intitula esses salmos da seguinte ma-neira: "O Salvador", "O Pastor" e "o Soberano".48 Um outro autor identifica os três salmos respectivamente com a Cruz, o Cajado e a Coroa.

Para os cristãos, a importância cristológica do Salmo 22 é inevitável. Ele é citado sete vezes no NT em relação a Jesus (v. 1 em Mt 27:46; Mac 15.34; v. 18 no relato da Paixão de Cristo nos quatro evangelhos; e v. 22 em Hb 2:12). Enquanto os salmos costumeiramente ressaltam a natureza régia do Messias, o Salmo 22 (e o Salmo
39) está mais em harmonia com Isaías 53 ao descrever o Messias sofredor. Tanto a coroa como a cruz aparecem no AT no que diz respeito ao Libertador vindouro, embora no pensamento popular entre os judeus a cruz tenha sido obscurecida pela coroa. Os aspectos políticos do reinado do Messias ofuscam o ministério redentor que ele veio cumprir.

Comentaristas discutem a consciência messiânica do autor desse salmo, mas Leslie M'Caw explica bem esse caso: "Para os cristãos esse salmo está inseparavelmente ligado com a crucificação (como é o caso do salmo 69), não apenas porque as palavras introdutórias foram citadas pelo Senhor, mas porque a primeira parte do poema parece descrever sua condição física e experiência emocional. No entanto, o significado primário do poema deve ser buscado nos dias da sua composição, embora o Espírito de Deus indubitavelmente constrangesse o salmista a construir sua expressão de tal forma a que adquirisse imediatamente uma significância além do alcance da sua própria vida (veja Atos 2:20-31a). Em outras palavras, a intenção cristológica do poema tem sua base na experiência davídica".49 Morgan, de modo semelhante, comenta: "Quaisquer que tenham sido as condições locais da época desse salmo, ele tem se tornado tão perfeita e apropriadamente ligado ao Filho Único de Deus que é quase impossível lê-lo de outra forma"."

O salmo se divide naturalmente em dois grandes movimentos. O primeiro (1-21) se concentra no tema do sofrimento. O segundo (22-31) irrompe em um cântico de alegria pela libertação. "O primeiro nos revela o sofrimento solitário daquele que estava no altar do sacrifício (1-21). O segundo nos apresenta a alegria do Vitorioso, ao enxergar no meio da angústia o seu triunfo (22-31) ".9'

O título acrescenta o termo 'ai ayyeleth ha-shabar (Aijelete-Hás-Saar) para o título comum dos salmos dessa seção — "colocado no final da manhã", provavelmente o nome da melodia do hino a ser cantado.

1. Provação (22:1-21)

As palavras introdutórias do salmo se tornam memoráveis para sempre ao se trans-formarem no "Grito de Abandono" da cruz (Mt 27:46; Mc 15:34 — "Eli" em Mateus é a versão hebraica como aqui; "Eloí" em Marcos é o equivalente aramaico). A fé é envolvida pelo desespero quando o salmista dirige seu grito a Deus, expressando seu sentimento de abandono. Deus parece, às vezes, esconder sua face dos seus filhos, de estar distante no momento da necessidade. Parece que a fé expressa seu clamor para alguém que apa-rentemente não está atento. Meu bramido (1) sugere gemidos e lamentos como o rugir de um leão. Dia e noite o sofredor eleva seu clamor ao seu Deus (2).

Porém, tu és Santo (3; qadosh), isto é, separado das limitações e imperfeições; puro, livre de qualquer tipo de corrupção e radiante em glória. A santidade de Deus é um aspecto importante do AT, como o amor de Deus é um aspecto chave do NT. A santidade não é uma qualidade ou um atributo único de Deus. Ela é sua natureza essencial, nos termos de Norman Snaith, aquilo que é "mais intimamente divino"." Deus habita entre os louvores de Israel. Ele está presente onde e quando seu povo o louva (Ml 3:16-17), e o louvor deles, semelhante a uma nuvem de incenso, envolve seu trono nos céus.

O salmista apela para a experiência do passado a fim de apoiar a sua fé combatente. Nossos pais confiaram no Senhor e foram libertos (4) ; eles clamaram [...] e não foram confundidos (5), isto é, não foram envergonhados ou desapontados. Mas o salmista se encontra numa situação muito diferente. Ele se sente pisoteado como um verme, acusa-do e desprezado (6). As pessoas ao seu redor zombam (7) ou escarnecem dele. Eles estendem os beiços significa literalmente: "Eles abrem a boca"; e meneiam a cabeça — gestos de escárnio e menosprezo. Suas palavras zombeteiras são relembradas por Mateus (27,43) quando descreve a atitude da multidão ao redor da cruz.

No meio dessa prova, o salmista lembra as circunstâncias de sua infância. A mão de Deus tinha estado sobre ele desde o início de sua vida (9-10). Me preservaste estando ainda aos seios de minha mãe (9) também é traduzido como: "tranqüilo junto aos seios da minha mãe" (Anchor). O meu Deus desde o ventre de minha mãe (10) pode ser entendido assim: "Desde o ventre materno és o meu Deus" (NVI). O clamor do versículo 1 agora se torna uma oração angustiante: Não te alongues (distancies) de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude (11).

A situação parece piorar antes que as coisas comecem a melhorar. A parte mais escura da noite está bem próxima do alvorecer. O poeta se sente cercado por touros furiosos, prontos para atacá-lo com seus chifres (12). Basã (veja mapa

1) era a rica terra pastoril a leste do rio Jordão e ao norte de Jerusalém, famosa pela criação de gado. Uma mudança de figura ilustra os inimigos do salmista como leões rugindo, com suas bocas abertas prontas para devorar (13). Em tais circunstâncias sua vida é derramada como água; seus ossos se desconjuntaram e seu coração se derrete como cera dentro dele (14). Sua força se secou como um caco (15) — um pedaço seco de cerâmica. Sua língua se apega ao paladar. Ele é humilhado no pó da morte. O paralelo da agonia com o crucificado é óbvio.

Seus inimigos o atacaram como uma matilha de cães, rosnadores e cruéis. Tras-passaram-me as mãos e os pés (16) foi literalmente cumprido na crucificação de Je-sus. Poderia contar todos os meus ossos; eles vêem e me contemplam. Repar-tem entre si as minhas vestes e lançam sorte sobre a minha túnica (17-18), é citado ou mencionado nos quatro Evangelhos (Mt 27:35; Mc 15:24; Lc 23:34; Jo 19:24).

A queixa se transforma em oração quando o poeta suplica pela presença de Deus: Apressa-te em socorrer-me (19). Ele roga pela libertação da espada (20). Minha predileta é "minha única" (hb.), "meu 'eu' solitário" (Berkeley). Os unicórnios (21) são bois selvagens (hb.). O tempo do verbo mudou. A fé alcança seu Objeto. "Tu me respon-deste" (NVI) é a resposta da confiança. O sofrimento se transforma em canção, a oração em louvor e a provação em triunfo.

2. Triunfo (22:22-31)

Declararei o teu nome aos meus irmãos (22) é aplicado a Cristo em conexão com seu povo santificado (Hb 2:11-12). A oração do salmista foi pública. O seu louvor também deve ser conhecido por todos. A congregação (qahal) é o termo do AT para o que o NT chama de Igreja, como em Hebreus 2:12. O apelo dos adoradores aos seus irmãos é para temer ao SENHOR, louvá-lo e glorificá-lo (23). Existem duas palavras hebraicas distintas para a palavra "temer". A versão Berkeley mostra essa distinção: "Vós que honrais o Senhor, louvai-o; todos vós, filhos de Jacó, glorificai-o; e reverenciai-o todos vós, filhos de Israel". A NVI apresenta a seguinte tradução: "Louvem-no, vocês que temem o Senhor! Glorifiquem-no, todos vocês, descendentes de Jacó! Tremam diante dele, todos vocês, descendentes de Israel!" A base desse chamado para a adoração está na própria experi-ência do poeta (24).

O salmista se dirige alternadamente a Deus e ao povo e assegura sua intenção de louvar o Senhor na grande congregação (25). No hebraico significa literalmente: "A ti será o meu louvor". Deus é tanto o Objeto como a Origem do louvor do seu povo. Pagarei os meus votos significa oferecer as ofertas de gratidão prometidas em tempos de difi-culdade e apresentadas na maneira prescrita em Levítico 3 (chamadas de sacrifícios pacíficos). Os mansos comerão (26) lembra Levítico 3:17-7.16; Números 15:3, em que o povo compartilhava da alegria da libertação ao participar da carne sacrificada depois que os rins, a gordura e a bile tivessem sido removidos para serem queimados e o sangue aspergido sobre o altar. O vosso coração viverá eternamente, ou: "Viva para sempre o vosso coração" (ARA), é uma bênção que o anfitrião anuncia aos convidados em sua festa de ações de graça.

Na libertação do poeta, ele antevê a profecia da redenção planejada para toda a humanidade (27; cf. 2.8). No reino messiânico, todos os reinos da terra se tornarão "os reinos [...] de nosso Senhor e do seu Cristo" (28; Ap 11:15). O versículo 29 é de difícil interpretação, mas pode ser traduzido desta forma: "Todos os prósperos da terra come-rão e se prostrarão; e todos os que descem ao pó se prostrarão perante Ele, mesmo aque-les que não podem preservar sua alma em vida" (Berkeley). "Todo joelho se dobrará", tanto de vivos como de mortos, diante do Senhor de todos (Fp 2:5-11).

Uma semente o servirá (30-31) pode ser uma referência à doutrina do remanes-cente, conforme foi desenvolvida por Isaías mais tarde, em que a esperança da nação não estava nas massas do seu povo, mas numa minoria fiel. Ou pode ser entendido de acordo com a tradução da Edição Revista e Atualizada: "A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor à geração vindoura. Hão de vir anunciar a justiça dele; ao povo que há de nascer, contarão que foi ele quem o fez".


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Salmos Capítulo 22 do versículo 1 até o 31
*

Sl 22 Este salmo é bem conhecido por suas muitas citações e alusões no Novo Testamento (Mt 27:35,39,43,46; Jo 19:23,24,28; Hb 2:12). Este salmo, tal como o Salmo 69, expressa os sofrimentos de Cristo, o Filho de Davi, que morreu às mãos de homens perversos.

* 22:1

por que me desamparaste. O salmista grita de angústia o "por quê?", próprio de um sofredor reto. Onde está a presença que Deus tinha prometido (Js 1:5)? Esse grito foi, finalmente, dado por Jesus, que conheceu a realidade de um abandono total, o que foi apenas parcial no caso de Davi. No lugar de Davi e de todo o povo de Deus, Jesus suportou a temível maldição merecida pelo pecado.

* 22:3

entronizado entre os louvores. A realeza de Deus existe antes de qualquer aclamação humana, mas o seu reino manifesta-se aos adoradores, ao louvarem-no.

* 22:4-5

nossos pais. Davi pensava no tempo em que Abraão foi livrado dos cinco reis (Gn 14), no tempo em que José foi tirado da prisão egípcia (Gn 41), e, principalmente, no tempo em que Moisés e todo o Israel foram libertados da terra do Egito (Êx 1:15).

* 22:7

zombam. Os inimigos do salmista ridicularizavam de sua confiança em Deus. Essa experiência é aludida em Mt 27:41-44, tal como Cristo teve que suportar o ridículo dos sacerdotes hipócritas e dos criminosos.

* 22:9

quem me fez nascer. O salmista afirmou uma confiança de longa data na capacidade de Deus de salvá-lo. Ele tinha tido confiança em Deus desde quando podia lembrar-se.

* 22:12

fortes touros de Basã. Esses touros eram notórios por sua força e por seu tamanho (Am 4:1).

* 22:13

como faz o leão. Com freqüência esse animal representava força, ferocidade e violência, tanto na Bíblia como no Oriente Próximo e Médio (Na 2.14; Sf 3:3).

* 22:14

meus ossos... meu coração. Ataques externos correspondiam à agonia interior. As figuras simbólicas, usadas por Davi, refletiam o turbilhão interno induzido pela ameaça dos inimigos que o cercavam. Conforme foram cumpridas em Cristo, as palavras proféticas descrevem a agonia do Crucificado.

* 22:16

traspassaram-me. O texto hebraico tradicional pode refletir o erro de um copista, pois diz (lit.) "como um leão". A Septuaginta (a antiga tradução do Antigo Testamento para o grego) sugere que o texto correto é mesmo "traspassaram-me".

* 22.19-21

Após os lamentos e confissões de confiança chega o clímax, um apelo ao Senhor. Observe que os inimigos são nomeados em sentido inverso: seres humanos, cães, leões e bois.

* 22:21

tu me respondes. A certeza de que estava sendo ouvido também se faz presente em outros salmos de lamento (3.4; 28.6; conforme 27.13 34:4-6; 38.15; 118.5,21).

* 22:22

declararei o teu nome. O louvor agradecido do salmista seria oferecido como o pagamento de seus votos (v. 25). Em Hb 2:12, este versículo foi aplicado a Cristo, que liderou o louvor da grande congregação.

* 22:24

nem ocultou dele o rosto. Os inimigos de Cristo o desprezaram, mas Deus não o desprezou.

* 22:25

cumprirei os meus votos. Menções a votos são comuns nos salmos de lamentação (13 6:27-6; 35.18; 54.6; 69.30,31; conforme 51.16; 116.13,14). O sofredor prometeu apresentar ações de graças quando sua oração fosse respondida (Lv 7:16; 22:23; Dt 12:6,7).

* 22:26

hão de comer e fartar-se. Talvez haja aqui uma referência à refeição sacrifical das oferendas pacíficas do Antigo Testamento, quando o voto era pago e os adoradores eram incluídos.

* 22:27

os confins da terra. O escopo dos louvores expandir-se-ia, mostrando a referência profética ao Cristo e à igreja no Novo Testamento.

* 22:31

contarão que foi ele quem o fez. Essa vitória final de salvação foi realizada por Cristo (Jo 19:30).



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Salmos Capítulo 22 do versículo 1 até o 31
22:1 Davi fez uma descrição surpreendentemente acertada do sofrimento que o Messías suportaria centenas de anos mais tarde. É óbvio que Davi estava passando por uma grande prova, mas em meio de seu sofrimento, ao igual ao Messías vindouro, obteve a vitória. Jesus, o Messías, citou este versículo quando estava pendurado da cruz levando a carga de nossos pecados (Mt 27:46). Não era uma queixa, a não ser uma apelação urgente a Deus.

22:6 Quando outros nos desprezam e se burlam de nós, tratam-nos como se fôssemos menos que humanos. depois de tanta degradação, um, como o rei Davi, sente-se como verme. Quando sentirmos o aguilhão do rechaço, devemos ter em mente a vitória que Deus nos promete (22.22ss).

22.9-11 O cuidado amoroso de Deus não começa o dia que nascemos nem conclui o dia que morremos, mas sim vai conosco desde antes de nascer e nos acompanha pelo comprido caminho da eternidade. A única ajuda segura que recebemos na vida provém de Deus, cujo cuidado se prolonga além da existência terrestre. Como pode uma pessoa rechaçar semelhante amor?

22:12 A terra de Apóiam, localizada ao leste do mar da Galilea, era conhecida por seu gado forte e bem alimentado (Am 4:1). devido a seus campos de cultivo, freqüentemente foi chamada o celeiro da Palestina.

22:15 "Rígido" é um fragmento de cerâmica ou uma parte de barro seco ao sol.

22:18 Lhe roubar a uma pessoa todo, até sua roupa, deixando-o nu e desamparado, é um grande insulto à dignidade humana. Jesus o Messías sofreria esta experiência humilhante na cruz (Mt 27:35). A maioria de nós nunca conheceremos a vergonha e o sofrimento de ficar sem dinheiro e nu em um lugar público, como aconteceu a muitos dos judeus durante a Segunda guerra mundial ou a quão desamparados hoje vivem nas ruas de nossa cidade. Entretanto, qualquer de nós se sentiria nu se algum pecado nosso, já seja secreto ou não, é descoberto. Nesse momento, precisaremos clamar como o salmista: "Fortaleça minha, te apresse a me socorrer" (Mt 22:19).

22:22 Davi elogiaria a Deus na congregação porque sua liberação em privado merecia um testemunho público. Deus intervém maravilhosamente para nos liberar quando estamos sofrendo silenciosamente, e devemos estar preparados para oferecer louvor público por sua ajuda.

22.30, 31 As gerações do manhã dependem de nossa fidelidade presente. Da maneira em que ensinamos a nossos filhos a respeito de Deus, eles ensinarão a seus filhos e aos filhos de seus filhos. Se não lhes falarmos de Deus a nossos filhos, estaremos rompendo a cadeia da influência de Deus nas gerações vindouras. Devemos vislumbrar a nossos filhos e a toda a gente jovem com a que nos encontramos como os futuros líderes de Deus. Se formos fiéis nas oportunidades que nos apresentam hoje, estaremos afetando o futuro.

22.30, 31 Se quisermos que nossos filhos sirvam a Deus, devem nos escutar falar do. Não basta que a igreja ou os que têm mais conhecimento lhes repartam educação cristã. As lições das Escrituras devem ser

CRISTO NOS SALMOS

Os judeus e os cristãos acreditaram por muito tempo que muitos salmos se referem ao Messías prometido de uma vez que a acontecimentos do momento. Como o Messías tinha que ser um descendente do Davi, esperava-se que muitos dos salmos a respeito da realeza se aplicassem ao. Os cristãos se deram conta de que muitos das passagens parecem descrever com todo detalhe os fatos da vida e da morte de Cristo. Jesus mesmo com freqüência citava os salmos. Quase tudo o que aconteceu na crucificação e a maioria das palavras do Jesus em suas horas finais foram profetizados nos salmos. A seguinte é uma lista das principais referências que aparecem ali e que pertencem a Cristo.

Referência Cumprimento no Novo Testamento Cumprimento no Novo Testamento

2.7 O Messías seria o Filho de Deus Hb 1:5-6

16:8-10 Levantaria-se de entre os mortos Lc 24:5-7

22:1-21 Experimentaria a agonia da crucificação Mateus 26:27

22.18 Jogariam sortes por sua roupa Mt 27:35; Jo 19:23-24

22.15 Teria sede na cruz Jo 19:28

22.22 Anunciaria o nome do Pai Hb 2:12

34.20 Seus ossos não seriam quebrantados Jo 19:36-37

40:6-8 Viria para fazer a vontade de Deus Hb 10:5-7

41.9 Uma pessoa amealhada o trairia Lc 22:48

45.6, 7 Seu Reino seria eterno Hb 1:8-9

68.18 Subiria aos céus Ef 4:8-10

69.9 Consumiria-o o zelo por sua casa Jo 2:17

69.21 Lhe ofereceria fel e vinagre para saciar sua sede na cruz Mt 27:48

89.3, 4, 35, 36 Seria descendente do Davi Lc 1:31-33

96.13 Retornaria para julgar ao mundo 1Ts 1:10

110.1 É filho do Davi e Senhor do Davi Mt 22:44

110.4 É o Supremo Sacerdote eterno Hb 6:20

118.22 É rechaçado por muitos mas aceito Por Deus 1Pe 2:7-8


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Salmos Capítulo 22 do versículo 1 até o 31
Sl 22:1) . Embora o salmo tem seu fundo de próprio sofrimento do escritor, ele rapidamente explode esses limites. Sl 22:1 e 24 como "um tríptico de comprimidos em que são escritas a história de Cristo em Sua obra como Salvador, Shepherd, e Soberano."

De acordo com o título hebraico, o Sl 22:1 ). Ele é o que, de acordo com o propósito eterno de Deus, os cães ... cercaram (v. Sl 22:16) e correu para baixo.

O Cristo ressuscitado mostrou aos seus discípulos que seus sofrimentos recentes foram preditas nos Salmos e em outros lugares nas Escrituras Hebraicas (Lc 24:44 ). É evidente que ele tinha o Sl 22:1 ); (2) deserção por seus amigos: quem ajude (v. Sl 22:11 ); (3) insulta dos touros e cães (homens maus) em torno dele (vv. Sl 22:12 , Sl 22:16 ); (4) crucificação: perfurou (v. Sl 22:16 ); e (5) a aproximação da morte: clamminess da boca (v. Sl 22:15-A ), a dissolução de toda a sua estrutura (v. Sl 22:14-A , b , o afundamento do seu Espírito (v). 14c ), e desistindo do fantasma (v. Sl 22:15 ).Ele era Adão (um homem médio) e Enos (um homem de dores), mas não Ish (um homem considerável). No entanto, apesar de tudo o que Ele sofreu, nenhum som de imprecação passou de Seus lábios.

II. A CANÇÃO DO TRIUNFO (Sl 22:22 ), que de versos Sl 22:22-31 é "tu me respondeu." A mudança vem no momento de maior crise, quando o wild-bois (perseguidores ferozes) tê-lo em sua própria "chifres" (v. Sl 22:31 ). Satanás teria gostado de destruir o Senhor da Vida; mas embora "da vontade do Senhor esmagá-lo", a fim de que pudesse fazer "a sua alma como oferta pelo pecado" (Is 53:10 ), Ele não deixou sua "alma no inferno", nem permitir que sua "santo para veja corrupção "( Sl 16:10 ). A tristeza daquele que tomou o lugar do pecador (vv. Sl 22:1-21 ; conforme Is 53:4.) se transforma na alegria de compartilhar os benefícios de Seu sacrifício com seus irmãos (v. Sl 22:22 ). No momento em que Davi escreveu este salmo é provável que as circunstâncias externas de sua própria vida permaneceu essencialmente o mesmo que eles estavam nos versículos 1:21 . Sua alma, no entanto, estava calmo como ele viu, através de promessas e garantias de Deus, a vitória que Deus colocou diante dele. Da mesma forma, ele viu Cristo, que "pela alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, desprezando a ignomínia" (He 12:2 , Is 53:11 ). Uma semente o servirá (v. Sl 22:30) e partilhar a Sua glória para sempre (Jo 17:22 , Jo 17:24 ). O conto de Sua tristeza é o Evangelho para o mundo!

Os versículos 22:31 sugerir algo da natureza e do plano de Seu triunfo. (1) É por meio da pregação: eu declararei (v. Sl 22:22 ; conforme 1Co 1:21. ; Rm 10:14. ). (2) Os eleitos são feitos Seus irmãos (v. Sl 22:22 ). (3) Seus irmãos são o conjunto (v. Sl 22:22 ), a ecclesia ou Igreja. (4) Deus é louvado na 1greja (v. Sl 22:25 ). (5) Seu evangelho terá um alcance universal (v. Sl 22:27 ; conforme Ml 1:11. ; Is 56:7 ). (7) O seu reino não terá uma duração perpétua (vv. Sl 22:30 , Sl 22:31 ).

Sl 22:1 )!


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Salmos Capítulo 22 do versículo 1 até o 31

Esses três salmos conhecidos (Sl 23:0;Sl 24:0)e ama-dos apresentam Cristo como o Pastor. Cada um deles enfatiza um aspecto diferente da pessoa e da obra dele. O Sl 22:0). Em outras pala-vras, Cristo morreu por nós (passa-do), Cristo vive por nós (presente), e Cristo virá por nós (futuro).

  1. O bom Pastor (Sl 22:0; Mc 15:34).
  2. Versículo 2 — alterna luz e trevas (Mt 27:45).
  3. Versículos 6:8 — a censura das pessoas (Mt 27:39-40).
  4. Versículos 11:12

    — nin-

guém oferece ajuda a ele; (Mt 26:56).

  1. Versículo 16—seuspésemãos são trespassados (Mt 27:35).
  2. Versículo 17 — as pessoas o observam (Lc 23:35).
  3. Versículo 18 — sorteiam suas vestes (Jo 19:23-43).

No versículo 22, a cena muda, e vamos para a ressurreição. Para conhecer a explicação do Novo Testamento para isso, leia He- breus 2:11-12. Cristo não está mais na cruz; ele está no meio de seus irmãos (a igreja) e declara a glória de Deus. Devemos ler o versículo 4 junto comHe 5:7. Essa seção final é cheia de louvor: na igreja (v.

  1. , em Israel (vv. 23-26) e entre os gentios (vv. 27-31). O final do ver-sículo 31: "Foi ele quem o fez", faz paralelo às palavras finais de Cristo: "Está consumado!". Completou-se a salvação, e todos que vão a Cristo pela fé são salvos por causa de sua obra na cruz.

Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Salmos Capítulo 22 do versículo 1 até o 31
22.1- 31 Este salmo descreve o Bom Pastor morrendo em lugar das Suas ovelhas (Jo 10:11).

22.1 Foi este, a grito terrível de Cristo na cruz, quando foi feito pecado em nosso lugar, em nosso favor, (Mt 27:46) - e foi justamente Ele que não conheceu o pecado, e que não precisava sofrer seus efeitos (2Co 5:21; Rm 8:3).

22.2 Não me repondes. Quando o Salvador estava pendurado na cruz, clamou para Seu Pai, e não houve resposta. Isto ocorreu porque Cristo estava tomando o lugar de cada pecador, perdido em suas culpas, aceitando assim sobre Si mesmo toda a punição divina, aplicável a todo o pecado humano e de todos os tempos (Jo 1:29).

22.6 Verme. O Senhor da glória se humilhou até a mais baixa posição a fim de nos salvar (Fp 2:5-8).

22.7 A situação de Jesus, entre seus inimigos, foi exatamente essa, até nos próprios gestos ,que eram sinal de zombaria entre os hebreus.
22.8 Esta expressão não é somente zombaria contra o Cristo sofredor, é também a total negação da realidade de Deus. Os fariseus, ao redor da cruz, proferindo essas palavras, revelaram quão distantes eles estavam de Deus.
22.9- 11 Pede-se que os mesmos cuidados paternais de Deus, que acompanhavam cada passo de Jesus, seconcentrem nesta hora final.
22.12 Basã. O território além do Jordão; ótimo para o gado de qualidade.

22.14 Meus ossos se desconjuntaram. Foram estes efeitos físicos que Jesus sentiu ao ser pregado na cruz, que depois foi fincada no chão, deixando Jesus em posição toda incômoda e anormal.

22.16 Cães. A expressão hebraica para os adeptas do paganismo de Canaã, depois aplicada aos gentios em geral, muitos dos quais cercaram a cruz. Traspassaram-me. Mais um pormenor da crucificação de Cristo (Jo 20:24-43).

22.17 Todos os meus ossos. Jesus, magro flagelado e nu, mostrava todos os seus ossos. Talvez o falo de os soldados não terem quebrado os ossos de Jesus seja o cumprimento desta descrição (Jo 19:33-43).

22.18 Esta descrição prevê o queaconteceu ao redor da cruz.
22.20 Espada. A destruição. Cão. Aqui, talvez Satanás, ou maldade dos homens, que se manifestou plenamente, ao redor da cruz.

22.21 Descreve a morte e as perseguições que a precederam.
22:22-31 Depois da ressurreição, tornou-se totalmente diferente a situação.
22.25 Cumprirei os eus votos. Sacrifícios de ações de graças no culto público: testemunho público de que as petições foram atendidas.

22.27 Os confins da terra. Parte integrante da obra do Messias é arrebanhar fiéis de todas as nações (Is 42:4; Is 49:5-23, esp. 25).

22.30,31 Quando Cristo completou sua obra na cruz, dizendo "Está consumado!” (Jo 19:30; 1Pe 2:9-60).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Salmos Capítulo 22 do versículo 1 até o 31
Sl 22:0,Is 53:4) e que merecia ser punido? O que está claro é que seus sofrimentos, tanto físicos como mentais, são exacerbados pelo sentimento de que Deus o abandonou e se nega a responder ao seu clamor. Duas características tornam esse salmo singular: o salmista não reivindica sua inocência (mas isso está implícito no Por que do v. 1); tampouco pede vingança contra os seus inimigos (conforme SL 17.69). Os efeitos globais da sua vindicação (v. 27ss) seriam mais plausíveis se o salmista fosse um rei, e não um israelita comum. Mas não é impossível que outros indivíduos tenham feito uso desse salmo e o associaram a seus problemas, e podería até ser usado para expressar os sentimentos do povo durante uma época de aflição (e.g., o exílio). A idéia de que o poema acompanhava uma humilhação simbólica e a restauração do rei numa festa anual (v. Introdução II.
2) é altamente especulativa.

Tomando como exemplo a citação por Jesus do v. 1 enquanto estava na cruz (Mt 27:46) e seu ensino após a ressurreição (Lc 24:26,Lc 24:27,Lc 24:44ss), os autores do NT consideram esse salmo um protótipo da paixão de Cristo e de sua subseqüente vindicação. A zombaria dos v. 7,8 é ecoada pelos sacerdotes (Mt 27:39ss e paralelos); a divisão das roupas no v. 18 é cumprida pelos soldados (Jo 19:23,Jo 19:24); os v. 14-17 poderiam retratar muito bem os horrores da crucificação, embora não sejam mencionados no NT; e o autor da carta aos Hebreus (2.1,2) aplica o v. 22 a Jesus glorificado. Ao contrário do retrato semelhante do Servo Sofredor em Is 52.13—53.12, esse salmo não oferece explicação alguma do propósito ou significado do sofrimento, nem mesmo parece uma profecia (i.e., uma predição). O cristão pode acreditar que a descrição de uma experiência genuína do salmista foi dirigida providencialmente pelo Espírito de Deus para fornecer uma prefiguração da experiência de Cristo (v. tb. Introdução IV. 2). Não é surpresa que o Livro de Orações designe esse salmo para a Sexta-feira Santa.

A noite escura da alma (v. 1-21)
Esse grito confuso de angústia consiste em três seções, cada uma contendo um lamento e uma petição. Os v. 1-5 contrastam a experiência que o salmista tem do silêncio de Deus com a libertação concedida às gerações passadas; os v. 6-11 contrastam sua situação presente com a experiência de proteção de Deus no passado; e os v. 12-21 descrevem seu clamor desesperado em imagens vívidas: ele está muito próximo da morte, mas mesmo assim clama para que Deus o liberte.
Título: v. Introdução III. 1,2,3. A Corça da Manhã', possivelmente o nome de uma melodia. Por que estás tão longe...-, lit. “Distante da minha salvação [estão] as palavras do meu grito”, i.e., o seu grito não tem efeito, v. 3. A LXX traz “Tu estás entronizado no santuário, ó louvor de Israel” (conforme Dt 10:21). v. 6. Conforme Is 41:4; Is 49:7; Is 53:3. v. 8. Recorra ao Senhor: lit. “Ele rolou (TM: “rolar”) sobre Javé”. O objeto implícito do verbo poderia ser “a Sl mesmo” ou “a sua causa” (conforme 37.5). A LXX traz “Ele esperou no Senhor”, v. 12. Basã: os pastos magníficos a leste do Jordão produziam gado forte e bem nutrido (conforme Jl 4:1). v. 16. Perfuraram: o TM parece corrompido. As versões sugerem um verbo: ou (conforme LXX, Siríaca, Vulgata) “perfuraram” (lit. “cavaram”) ou (conforme Aquila e Símaco) “ataram” (i.e., para sepultamento). “Cortar” (conforme BJ: “retalham”) ou “rasgam” (NTLH) são possíveis, v. 20. a minha vida: lit. “a minha única”; tudo que ele deixou, as suas posses mais preciosas. ataque [dos cães]: lit. “mão”, v. 21. E tu me respondeste: a NVI segue o TM, o que pode ser mais correto do que a NIV (“salva-me”), que fornece um bom paralelo. Essa palavra em hebraico (‘“nitãni) está no fim do versículo e sugere uma construção quebrada: “Salva-me [...] e dos chifres dos bois selvagens — tu me respondeste!”.

A luz do dia está à frente (v. 22-31)
Não sabemos se a situação dele já mudou, mas o salmista está convicto agora de que Deus o ouviu e vai libertá-lo. Ele vislumbra um grande ato comunitário de adoração (v. 22-26) quando vai dar seu testemunho (conforme 40.9,10; 66.16ss) e fazer seus sacrifícios prometidos (v. 25), de que todos vão participar (v. 26). Finalmente (v. 27-31), ele prevê que a divulgação exterior da história da salvação resulta na conversão do mundo, com todo tipo e condições de pessoas, no presente e no futuro, reconhecendo a soberania de Javé. v. 22. assembléia: a comunidade de adoradores reunida no templo, especialmente em uma festa (conforme v. 25). v. 24. sofrimento: a LXX diz “oração”. 25. De ti vem o tema do meu louvor, lit. “De ti [vem] o meu louvor”. cumprirá os meus votos: ele vai apresentar as ofertas de gratidão prometidas no tempo da dificuldade (v.comentário de 61.5; conforme 50.14; 61.8; 66.13 116:14-18); essas ofertas incluiriam uma refeição sacrificial da qual outros participariam (v. 26; conforme Lv 7:6; Nu 15:3; Dt 14:29,Dt 16:11; Dt 26:12). v. 29. Um versículo difícil; não está certo se é uma referência aos de classe alta e baixa, aos ricos e pobres (especialmente àqueles que, como o salmista, estavam perto da morte), ou à possibilidade de os mortos adorarem a Javé (conforme 6.5; 30.9). BJ: “todos os poderosos”; NTLH: “os orgulhosos”. ricos: lit. “os gordos” (conforme 17.10). v.

30. A posteridade o servirá: a NVI segue a LXX; o TM traz “eles virão e proclamarão”, v. 31 .justiça: v.comentário Dt 33:5.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Salmos Capítulo 22 do versículo 1 até o 18

1-18. Seu Sofrimento Pessoal. Deus meu, Deus meu, porque . . . ? Este apelo inicial, no hebraico, foi feito em uma pergunta de apenas quatro palavras (Elí Elí lamâ 'azabtaní). Essas palavras foram citadas por Jesus na cruz, em aramaico. Observe que o salmista não perdeu a fé mesmo enquanto descrevia seu intenso sofrimento e perseguição. Ele se sente abandonado por Deus mas sabe que Deus está perto. Depois de citar a confiança de seus antepassados e o livramento que receberam, ele descreve a insolente ação dos seus inimigos.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Salmos Capítulo 22 do versículo 1 até o 21
Sl 22:0; Is 53:3). Em relação ao riso de zombaria, os lábios abertos numa linguagem injuriosa, e o menear excitado das cabeças em conversação animada por parte da multidão, ver Lc 23:35; Mt 27:39, Mt 27:43. Em relação à ação de confiança (Cfr. Sl 37:5; Sl 55:22).

>Sl 22:9

O pensamento de dependência de alguém que se compraz nele recorda ao Salmista os dias em que, sendo ainda bebê, se achava dependente da sua mãe (9-10). Mas o próprio fato do seu nascimento é uma evidência certa da intervenção divina na vida humana, e um hábito de confiança e dependência de Deus foi implantado nele com a sua própria vida e o leite da sua mãe (cfr. Sl 139:13-19; Is 49:1-23). Esta seção termina com o seguinte argumento em favor da manifestação da presença divina, exatamente como estivera perto nos anos anteriores, desde a sua infância: porque agora não há quem ajude e a angústia aproxima-se (11; cfr. 3:24-18).

>Sl 22:12

2. INTENSA ANGÚSTIA EM VISTA DA AFLIÇÃO IMEDIATA (12-21a). O sentimento muda aqui, da humilhação das relações mal compreendidas (Deus não dá ouvidos à sua necessidade, e os homens não respeitam sua pessoa) para a dor de um corpo atormentado. Na intensidade dessa angústia não há reminiscência comparável com os vers. 4,9, e a horrenda isolação de alma, subentendida no versículo primeiro, é substituída pela inesquecível impressão de uma multidão de rostos selvagens que o cercaram como um anel de cães rosnantes. O relato de tal experiência é aguçado por uma série de metáforas gráficas. Ele assemelha seus atormentadores a animais ferozes prontos para devorá-lo (12-13). Sua fraqueza física e sua completa impotência são vividamente pintados (14-15). Então aparece uma nota de avaliação. A multidão consiste de malfeitores, que são cães (16); isto é, homens mais do que desprezíveis (cfr. 2Sm 16:9). Porém, a angústia pessoal imediatamente volta a ser a nota dominante, pois a massa de feras uivantes havia começado a morder e a rosnar a seus pés e mãos; enquanto isso, olhos injetados já marcavam porções de seu corpo que os dentes estavam prestes a devorar. Contemplam (17) significa exultar com malignidade.

Essa cena imaginativa é abruptamente substituída por outra na qual o tumulto de feras atacantes é substituído pela lenta e impessoal distribuição de suas vestes entre seus inimigos, uma cena em que o tormento físico é subitamente envolvido por uma onda da mais amarga humilhação originada pela casual seqüestração daquilo que era peculiarmente seu. (Compare-se a alternância de sentimentos de Jó, durante o debate levado a efeito com seus amigos).

Não obstante, sua dependência de Deus permanece intocável pela incredulidade: efetivamente, na pior extremidade de sua alma, o laço com seu Senhor se torna ainda mais destacado mediante um forte grito apelando por Sua presença: "Ó Tu, meu Senhor, ó Tu, minha força, apressa-Te até aqui, livra-me e salva-me. Livra minha alma de morte violenta pela espada, sim, livra minha única vida do poder, da ação e das armas daqueles homens desprezíveis, avarentos e ferozes" -já descritos como cães, leões e touros, nos vers. 12-16 (cfr. 1Pe 5:8). Minha predileta (20). Lit., "minha única", como dizem certas versões. Unicórnios (21), "bois selvagens", como dizem certas versões.

É somente por ocasião do último suspiro mesmo que ocorre a crise e sucede o incrível. O que começa como uma sentença de apelo final termina como um grito de incomensurável alívio (ver 21). Não há aqui a menor indicação de insuficiência da parte da resposta de Deus. A perspectiva e a experiência inteiras são transformadas por meio da intervenção não especificada do Senhor. O que fora uma experiência insuportável desapareceu quase num piscar de olhos. Cfr. He 5:7.


Dicionário

Clamar

verbo transitivo direto e transitivo indireto Pedir insistentemente; rogar: os fiéis clamavam graças; clamavam aos santos por milagres.
Fazer exigências urgentes; instar: a multidão clamava por direitos trabalhistas.
verbo transitivo indireto e intransitivo Exclamar em voz alta; bradar: clamou que deixassem de brigar; o povo clamava por justiça.
Reclamar com convicção ou em voz alta; protestar: o réu clamou contra a pena.
Etimologia (origem da palavra clamar). Do latim clamare.

Clamar
1) Gritar (Gn 4:10)

2) Implorar (Sl 130:1). 3 Exigir (Is 59:4).

Confiar

verbo transitivo indireto e intransitivo Crer, acreditar na verdade das intenções ou das palavras de alguém: confiava nas palavras da mãe; nestes momentos de tristeza só se pode confiar.
verbo bitransitivo Dizer a alguém algo muito pessoal ou aquilo que se pretende manter em segredo: confiava seus medos à esposa.
Atribuir a alguém uma obrigação, trabalho, missão etc.; incumbir: confiou-lhe a própria vida.
verbo bitransitivo e pronominal Entregar alguma coisa aos cuidados de alguém em quem se confia; colocar sob a guarda de: confiamos ao funcionário à chave da empresa; nós confiamos em Deus.
Etimologia (origem da palavra confiar). Do altim confidare; confidere.

Vem do latim con fides, "com fé".

Escapar

verbo transitivo indireto Livrar-se de algo; fugir de um perigo, de um confinamento, de doença ou de coisa desagradável: escapar da morte.
Sair de um lugar; evadir-se: escapar de uma gaiola, da prisão.
Deixar de cumprir uma tarefa, uma responsabilidade: escapar do trabalho.
Passar despercebido: as pistas não escaparam ao juíz.
Deixar de estar preso; soltar-se: a água escapou das comportas.
Não se conseguir lembrar; esquecer: escapou ao pai o casamento do filho.
verbo intransitivo Continuar existindo, vivendo; sobreviver: bateu o carro, mas escapou ileso.
Conter somente o necessário para; salvar: não fez o melhor trabalho, mas escapou.
verbo pronominal Livrar-se de uma obrigação: escapou-se da tarefa pra ir à praia.
Etimologia (origem da palavra escapar). Do latim excappare.

fugir, evadir, esquivar, evitar. – Segundo S. Luiz, têm estes verbos uma significação comum, que os faz sinônimos, e consiste em que todos exprimem a ação com que nos pomos a salvo de algum incômodo, trabalho, perigo, dificuldade, etc. Diferençam-se, porém, entre si, porque cada um exprime diferente modo desta ação. – Fugir de alguma coisa é apartar-se dela, alongando-se, correndo para o lado oposto, não se deixando alcançar, etc. Fugimos do lugar contagiado; fugimos da terra, em que habitamos, antes que seja descoberto o nosso crime; fugimos à justiça, que nos procura; ao assassino que nos persegue; fugimos do tumulto do mundo para a solidão; etc. – Evitar alguma coisa é apartar-se dela desviando-se, declinando do caminho, fazendo por se não encontrar. Evitamos despesas, trabalhos, perigos, dificuldades, desviando-nos das ocasiões; evitamos o encontro desagradável, mudando de direção, etc. – Escapar de alguma coisa61 é livrar-se dela, estando-lhe já nas mãos, ou próximo a isso; roubar-se ao mal que o tinha apanhado, ou que não tardaria a alcançá-lo. Escapamos da doença, da morte, do naufrágio, da prisão, das mãos do inimigo, etc. – Evadir alguma coisa é sair dela em salvo, destra e subtilmente, com arte, com astúcia, com subterfúgios, com manhas. Evadimos a questão, a força do argumento, a dificuldade do negócio, a proibição da lei, etc. (É mais usado pronominalmente.) – Finalmente esquivar alguma coisa é arredar-se dela, ou afastá-la de si com esquivança, isto é, com desapego, com isenção, com aspereza, com desdém. Esquivamos o homem mau, que busca a nossa amizade; os abraços do amigo infiel; o importuno que nos persegue, etc.”

Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Salmos 22: 5 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

A Ti clamaram e foram libertados; em Ti confiaram, e não foram envergonhados.
Salmos 22: 5 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

979 a.C.
H2199
zâʻaq
זָעַק
chamar, gritar, clamar, clamar por socorro
(and they cried)
Verbo
H3808
lôʼ
לֹא
não
(not)
Advérbio
H413
ʼêl
אֵל
até
(unto)
Prepostos
H4422
mâlaṭ
מָלַט
escapulir, escapar, libertar, salvar, ser libertado
(Escape)
Verbo
H954
bûwsh
בּוּשׁ
envergonhar, ser envergonhado, ficar embaraçado, ficar desapontado
(they were ashamed)
Verbo
H982
bâṭach
בָּטַח
confiar
(trusted)
Verbo


זָעַק


(H2199)
zâʻaq (zaw-ak')

02199 זעק za aq̀

uma raiz primitiva; DITAT - 570; v

  1. chamar, gritar, clamar, clamar por socorro
    1. (Qal)
      1. chamar (para ajuda)
      2. clamar, gritar (em necessidade)
    2. (Nifal) ser juntado, ser chamado, ser reunido
    3. (Hiphil)
      1. chamar, gritar, reunir, convocar
      2. fazer chorar, proclamar
      3. ter uma proclamação feita
      4. gritar por, chamar

לֹא


(H3808)
lôʼ (lo)

03808 לא lo’

ou לו low’ ou לה loh (Dt 3:11)

uma partícula primitiva; DITAT - 1064; adv

  1. não
    1. não (com verbo - proibição absoluta)
    2. não (com modificador - negação)
    3. nada (substantivo)
    4. sem (com particípio)
    5. antes (de tempo)

אֵל


(H413)
ʼêl (ale)

0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

partícula primitiva; DITAT - 91; prep

  1. para, em direção a, para a (de movimento)
  2. para dentro de (já atravessando o limite)
    1. no meio de
  3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
  4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
  5. em adição a, a
  6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
  7. de acordo com (regra ou padrão)
  8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
  9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

מָלַט


(H4422)
mâlaṭ (maw-lat')

04422 מלט malat

uma raiz primitiva; DITAT - 1198; v

  1. escapulir, escapar, libertar, salvar, ser libertado
    1. (Nifal)
      1. escapulir
      2. escapar
      3. ser libertado
    2. (Piel)
      1. pôr, deixar sair (referindo-se a ovos)
      2. deixar escapar
      3. libertar, salvar (vida)
    3. (Hifil)
      1. dar à luz a
      2. libertar
    4. (Hitpael)
      1. escapulir, escapar
      2. escapar

בּוּשׁ


(H954)
bûwsh (boosh)

0954 בוש buwsh

uma raiz primitiva; DITAT - 222; v

  1. envergonhar, ser envergonhado, ficar embaraçado, ficar desapontado
    1. (Qal)
      1. sentir vergonha
      2. ser envergonhado, embaraçado, desapontado (em virtude de)
    2. (Piel) demorar (em vergonha)
    3. (Hifil)
      1. envergonhar
      2. agir vergonhosamente
      3. estar envergonhado
    4. (Hitpolel) envergonhar-se um do outro

בָּטַח


(H982)
bâṭach (baw-takh')

0982 בטח batach

uma raiz primitiva; DITAT - 233; v

  1. confiar
    1. (Qal)
      1. confiar, confiar em
      2. ter confiança, estar confiante
      3. ser ousado
      4. estar seguro
    2. (Hifil)
      1. fazer confiar, tornar seguro
  2. (DITAT) sentir-se seguro, estar despreocupado