Enciclopédia de Jeremias 4:8-8

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jr 4: 8

Versão Versículo
ARA Cingi-vos, pois, de cilício, lamentai e uivai; porque a ira ardente do Senhor não se desviou de nós.
ARC Por isto cingi-vos de sacos, lamentai, e uivai; porque o ardor da ira do Senhor não se desviou de nós.
TB Por isso, cingi-vos de saco, lamentai e uivai, porque não se apartou de nós o ardor da ira de Jeová.
HSB עַל־ זֹ֛את חִגְר֥וּ שַׂקִּ֖ים סִפְד֣וּ וְהֵילִ֑ילוּ כִּ֥י לֹא־ שָׁ֛ב חֲר֥וֹן אַף־ יְהֹוָ֖ה מִמֶּֽנּוּ׃ פ
BKJ Por isto, cingi-vos de pano de saco, lamentai e gemei, pois a violenta ira do SENHOR não se desviou de nós.
LTT Por isto cingi-vos de panos de saco, lamentai, e uivai em lamentação, porque o ardor da ira do SENHOR não se desviou de nós.
BJ2 Por isso, vesti-vos de saco, lamentai-vos e gemei, porque não se afastou de nós o ardor da ira de Iahweh.
VULG Super hoc accingite vos ciliciis ; plangite, et ululate : quia non est aversa ira furoris Domini a nobis.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Jeremias 4:8

Números 25:4 Disse o Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo e enforca-os ao Senhor diante do sol, e o ardor da ira do Senhor se retirará de Israel.
Salmos 78:49 E atirou para o meio deles, quais mensageiros de males, o ardor da sua ira: furor, indignação e angústia.
Isaías 5:25 Pelo que se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, e estendeu a mão contra ele e o feriu; e as montanhas tremeram, e os seus cadáveres eram como monturo no meio das ruas; com tudo isto não tornou atrás a sua ira, mas ainda está alçada a sua mão.
Isaías 9:12 Pela frente virão os siros, e por detrás, os filisteus, e devorarão a Israel com a boca escancarada; e nem com tudo isto se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.
Isaías 9:17 Pelo que o Senhor não se regozijará com os seus jovens e não se compadecerá dos seus órfãos e das suas viúvas, porque todos eles são hipócritas e malfazejos, e toda boca profere doidices. Com tudo isto não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.
Isaías 9:21 Manassés a Efraim, e Efraim a Manassés, e ambos eles serão contra Judá. Com tudo isto não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.
Isaías 10:4 sem que cada um se abata entre os presos e caia entre os mortos? Com tudo isto a sua ira não se apartou, mas ainda está estendida a sua mão.
Isaías 13:6 Uivai, porque o dia do Senhor está perto; vem do Todo-Poderoso como assolação.
Isaías 15:2 Vai subindo a Bajite, e a Dibom, e aos lugares altos, a chorar; por Nebo e por Medeba, Moabe uivará; todas as cabeças ficarão calvas, e toda barba será rapada.
Isaías 22:12 E o Senhor, o Senhor dos Exércitos, vos convidará naquele dia ao choro, e ao pranto, e ao rapar da cabeça, e ao cingidouro do cilício.
Isaías 32:11 Tremei, mulheres que estais em repouso, e turbai-vos, vós que estais tão seguras; despi-vos, e ponde-vos nuas, e cingi com panos de saco os vossos lombos.
Jeremias 6:26 Ó filha do meu povo, cinge-te de cilício e revolve-te na cinza; pranteia como por um filho único, pranto de amarguras; porque presto virá o destruidor sobre nós.
Jeremias 30:24 Não voltará atrás o furor da ira do Senhor, até que tenha executado e até que tenha cumprido os desígnios do seu coração; no fim dos dias, entendereis isto.
Jeremias 48:20 Moabe está envergonhado, porque foi quebrantado; uivai e gritai; anunciai em Arnom que Moabe está destruído.
Ezequiel 21:12 Grita e geme, ó filho do homem, porque ela será contra o meu povo, contra todos os príncipes de Israel; espantos terá o meu povo por causa da espada; bate, pois, na tua coxa.
Ezequiel 30:2 Filho do homem, profetiza e dize: Assim diz o Senhor Jeová: Gemei: Ah! Aquele dia!
Joel 2:12 Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.
Amós 8:10 E tornarei as vossas festas em luto e todos os vossos cânticos em lamentações, e aparecerá pano de saco sobre todos os lombos e calva sobre toda cabeça; e farei que isso seja como luto de filho único e o seu fim como dia de amarguras.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Jeremias Capítulo 4 do versículo 1 até o 31
Conversão (Jr 4:1). "A idéia de arrependimento no Antigo Testamento é, na maioria das vezes, expressa pela palavra hebraica shub, que literalmente significa 'mudar de direção' ou 'retornar"» Essa é uma palavra forte, e envolve o homem inteiro: mente, coração e ações. Ela significa a conversão da pessoa inteira — uma volta completa daqui-lo que é perverso para encarar Deus em completa obediência e reverência. A construção do hebraico aqui enfatiza a cláusula para mim, e significa que deve haver uma comple-ta ruptura com as formas corruptas de adoração idólatra e um retorno sincero ao Senhor. "Se você voltar, ó Israel", diz o Senhor, "para mim voltareis!" (4.1, lit.).

Nessa "volta" está incluída necessariamente a idéia de abandonar aquilo que é mau — se tirares as tuas abominações de diante de mim. O arrependimento inclui não somente uma mudança de atitude, mas também uma mudança de ações. Devemos nos desfazer de todos os objetos que ocasionaram as nossas transgressões (nesse caso, os ídolos), bem como de práticas e hábitos pecaminosos. Devemos apresentar frutos de ar-rependimento (Mt 3:8). O arrependimento do Antigo Testamento e o arrependimento do Novo Testamento têm o mesmo significado aqui.

Deus agora diz em relação a Israel: Se essas coisas forem feitas, então não andarás mais vagueando (1; a NVI traz "não se desviar"). Geralmente entende-se dessa frase que Judá não iria para o exílio. Mas a palavra vagueando no original pode ter a conotação de andar perambulando (como um fugitivo ou exilado) ou "oscilando" (RSV). Se essa palavra significa vaguear então pode-se imaginar o Reino do Norte retornando do exílio e não mais perambulando entre as nações. Se "oscilar" é escolhido, significa que eles permanecerão firmes na sua fé. A KJV, que traz a idéia de não ser "removido", se encaixa bem com o contexto.

  1. Concessão (4.2). O passo seguinte que Israel deveria dar era admitir que não há ajuda além de Deus. Isso é indicado no versículo 2, em que o profeta diz: e jurarás: Vive o Senhor. "Entre os hebreus um voto era uma coisa muito poderosa; jurar por uma divindade significava reconhecer sua existência e invocar o seu poder".'2 Se um hebreu podia realmente dizer: na verdade, no juízo e na justiça, e vive o SENHOR, isso era um reconhecimento de que o Senhor era o Deus vivo, e que somente Ele existia, e que nenhum outro deus era real. O profeta sabia que se a nação podia dizer essas palavras com sinceridade, o problema da idolatria seria descartado rapidamente. Se a nação de Israel fizesse essa admissão ela se tornaria "uma luz para as nações", e as nações se gloriariam nele, i.e., "se orgulhariam" (lit.) do Deus vivo.
  2. Renovação completa (4.3). A. S. Peake diz que os versículos 3:4 "estão entre a literatura profética mais grandiosa, e apresenta um resumo da teologia de Jeremias? Stanley R. Hopper diz que esses dois versículos são "um chamado ao arrependimento mais profundo para os povos do mundo, quanto mais para Judá? Eles atacam a raiz do pecado em nossas vidas. Nenhuma medida incompleta bastará aqui. É possível que na mente de Jeremias esteja a reforma empreendida por Josias. Esse esforço por um aviva-mento, que acabou somente como uma reforma superficial, deve ter sido profundamente desapontador para esse verdadeiro profeta. Não é difícil acreditar que essa experiência amarga levou Jeremias a uma percepção mais profunda da natureza da religião hebraica. Ele viu que nada além de uma completa renovação dos corações do seu povo possibilita-ria a nação de encontrar seu caminho de volta para Deus e chamar a atenção para a calamidade que estava se aproximando rapidamente.

Uma religião superficial não seria suficiente; a religião deve ser íntima e individual se a situação nacional precisa melhorar. Portanto, o profeta clama: Lavrai para vós o campo de lavoura e não semeeis entre espinhos (3). A vida nacional havia se torna-do tão dura pelos anos de práticas idólatras e injustiças grosseiras que a verdade de Deus não podia se desenvolver nesse tipo de solo. Como o solo que não é cultivado de maneira apropriada logo está cheio de ervas daninhas e espinhos, assim era o solo da vida nacional de Judá e Israel. E os espinhos que estavam crescendo lá "eram o produto espontâneo da natureza humana degenerada".15 Entre outras coisas, esse solo incluía espinhos de um viver negligente, de injustiça social, de mágoas passadas, de hipocrisia e de falta de perdão. É impossível que a verdadeira justiça e santidade floresçam onde crescem esses tipos de espinhos.

Pode ser que a reforma de Josias tenha cortado esses espinhos, mas havia falhado em arrancá-los pela raiz. Não demorou muito e eles cresceram outra vez descontroladamente e mais fortes do que nunca. A religião do Deus vivente exigia uma renovação radical de vida tanto do indivíduo quanto da nação. Esse é o início da ênfase de Jeremias na religião interior que é tão comum no seu ministério. Esse conceito da completa renovação do coração é um dos princípios básicos do Novo Testamento: "Agora, está posto o machado à raiz das árvores" (Mt 3:10, etc.).

  1. Circuncisão do coração (4.4). Em seguida, Jeremias transmite uma verdade ainda mais profunda no seu pronunciamento sobre a terra não cultivada. Mudando a figura de linguagem, ele clama: Circuncidai-vos para o SENHOR e tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de Jerusalém (4). O que Jeremias queria dizer com essa figura de linguagem? A idéia da circuncisão certamente não era nova para seus ouvintes. Desde o tempo de Abraão esse foi o rito de iniciação por meio do qual o homem passava a fazer parte da religião hebraica. Esse rito era obrigatório para cada filho homem em todas as famílias em Israel.

Desde o princípio (Gn 17:10-12) a circuncisão deve ter significado algo a mais além de cortar um pequeno pedaço de pele. Ela deve ter tido uma implicação altamente espiritual.' Certamente deve haver um forte significado espiritual nas palavras de Jeremias aqui (Cf. Dt 30:6; Jr 9:26-33:7-9; Rm 2:25-29; Gl 5:6; Cl 2:11).

Dentro do seu contexto: Circuncidai-vos para o SENHOR ensina que deve ocorrer nos corações dos homens uma transformação radical para serem aceitos por Deus. Era necessária uma mudança revolucionária na vida do povo de Judá daquela época. Certa-mente uma limpeza, i.e., o remover da impureza, é retratada aqui pela figura de lingua-gem do profeta. Essa passagem e outras semelhantes a ela levaram George Adam Smith a dizer acerca de Jeremias: "Ele tinha um profundo sentimento da inveterada qualidade do mal, da profunda saturação do pecado, da enormidade da culpa daqueles que peca-vam contra a luz e o amor de Deus".' Nessa passagem, destaca-se principalmente a pureza do coração (cf. Sl 24:4; Mt 5:8).

Podemos resumir o significado do versículo 4 da seguinte forma:

1) A circuncisão do coração refere-se a um trabalho interior de Deus na alma que se manifesta numa condu-ta exterior;

2) Essa circuncisão tem que ver com a remoção da impureza das faculdades espirituais do homem;

3) Ela é uma mudança radical que penetra nas profundezas da natureza moral do homem;

4) A operação realizada é central para as necessidades espiri-tuais básicas do homem;

5) A circuncisão é uma exigência da parte de Deus para a santida-de ética no homem. De acordo com Jeremias, se os homens não obedecem às exigências de Deus para essa purificação interior eles podem esperar juízo e destruição (4)."

C. INIMIGO DO NORTE E DE DENTR0, Jr 4:5-6.30

Nesses capítulos, Jeremias tem uma visão profética da calamidade que está vindo sobre seu povo. Mas ele também percebe que a situação tem um aspecto duplo. Há, na verdade, dois inimigos. "Primeiro é um inimigo não identificado do norte"; o outro é o "coração teimoso e rebelde"' de Judá. Cada um deles contribui para a derrocada de Judá. Com grande preocupação Jeremias descreve a destruição futura e os motivos da sua vinda. Ele intercala esses pronunciamentos com exortações ao arrependimento na esperança de que a calamidade que se aproxima possa ser evitada. Devemos lembrar aqui que muitas profecias no Antigo Testamento foram anunciadas com a finalidade de não serem cumpri-das." Claramente, Jeremias estava esperançoso de que esse fosse o caso aqui.

A menção de um mal do Norte indica que essa profecia tem alguma conexão com a visão da panela fervente em Jr 1. Quanto à identidade do inimigo do Norte (Babilônia), veja Introdução. O propósito básico do profeta, no entanto, não é identificar o inimigo mas mexer com a alma dos seus compatriotas quanto à necessidade de arre-pendimento. Ele não está preocupado com todas as minúcias que incomodam os literalistas, porque ele tem uma visão ampla da tempestade que está se aproximando, e o que isso significará para o seu país.

1. O Dia do Ajuste de Contas (Jr 4:5-31)

Na visão do profeta, esse inimigo do norte é claramente visível no horizonte do tem-po. O que ele vê por meio da contemplação profética o enche de consternação. Ele ergue a sua voz e lança um grito de advertência!

a) A trombeta do alerta (4:5-13). Tocai a trombeta na terra (5). Essa era a forma costumeira de advertir o povo do perigo que se aproximava. A magnitude do perigo é indicada pela implicação de que toda a terra deveria ser despertada, e pela escolha das palavras que ele usa para propagar o alerta. Gritai [...] Ajuntai-vos, e entremos nas cidades fortes de Judá e preparemo-nos para a batalha, porque eu trago um mal do Norte (5-6). A expressão: Arvorai a bandeira para Sião significa "demarquem uma rota para aqueles que buscam abrigo em Jerusalém" (Berkeley, nota de rodapé). O leão [...] já partiu e saiu do seu lugar (7). Essa descrição de um leão pode muito bem referir-se a Nabucodonosor, o destruidor das nações, que mais tarde veio com fúria contra Judá. A fim de que as tuas cidades sejam destruídas, e ninguém habite nelas. O inimigo está vindo! O perigo é iminente!

O profeta agora descreve as vítimas amedrontadas dessa avalanche do juízo divino: o coração do rei e o coração dos príncipes se desfarão (9), i.e., ficarão desfalecidos de medo e pavor. E os sacerdotes [...] e os profetas estarão amedrontados e confusos. Lamentai e uivai (8), diz Jeremias, porque o ardor da ira do SENHOR não se des-viou de nós. Nas emergências da vida, os injustos desmoronam, porque não têm esteio interior para dar-lhes força.

À primeira vista parece que no versículo 10 o profeta está repreendendo a Deus por enganar o povo com falsas promessas. O Targum parafraseia esse versículo indicando que falsos profetas enganavam o povo ao anunciar paz quando não havia paz.' Mas o versículo pode representar um soluço de consternação da parte do profeta, que não pode reconciliar as maravilhosas promessas feitas a Israel em dias passados com o terrível juízo que ele agora vê se aproximando: a espada penetra-lhe até à alma (vida; 10).

Depois dessa interrupção momentânea, Jeremias continua a soar o alarme. A cala-midade que se aproxima está ligada a um dos ventos que costumeiramente se movia rapidamente do deserto para Judá. Quando esse vento era brando, era útil para joeirar os cereais, mas quando vinha com grande veemência era chamado de temeroso siroco. Esse vento (12) era tão mortal que secava e destruía tudo que tocava. Da mesma forma o inimigo do norte seria destrutivo para o povo de Judá.

Uma metáfora semelhante é usada no versículo 13 para reforçar a mensagem. Ele descreve o mal do Norte (6), que se movia em direção a Jerusalém, como um terrível tornado de destruição. Eis que virá subindo como nuvens, e os seus carros, como a tormenta; os seus cavalos serão mais ligeiros do que as águias. Ai de nós, que somos assolados (13).

b) O apelo ao arrependimento (Jr 4:14-18). Jeremias é tão tocado pelo que vê que solta um grito de lamento: Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva (14). Até quando você fomentará pensamentos vis e perversos? Ele parece estar dizendo: "Esteja advertido! As novas já foram anunciadas em [v. 15, o extremo norte de Israel], e também foi proclamado no monte de Efraim [provavelmente não mais de quinze quilômetros de Dã], que o inimigo do norte está vindo". Na verdade, as nações (16) ficarão sabendo que Jerusalém está marcada para destruição, porque vigias (evi-dentemente "sitiadores") vêm de uma terra remota. Eles estão próximos para sitiar as cidades de Judá.

O profeta roga para o seu povo se arrepender, ressaltando os motivos do juízo vin-douro. O teu caminho e as tuas obras te trouxeram estas coisas (18). Vocês não têm ninguém para acusar a não ser vocês mesmos, porque têm sido rebeldes contra mim, diz o SENHOR (17). Sua sentença é amargosa (18), mas sua iniqüidade tem se impregnado tanto no seu caráter que vocês estão apodrecidos no âmago do seu ser.

  1. O coração que ruge (4:19-22). A essa altura, o profeta discerne com clareza inequí-voca a calamidade e destruição que aguarda seu amado povo. Sua tristeza pelos pecados de Judá é tão grande que ele não consegue se conter e lamenta com amargo clamor. Entranhas minhas, entranhas minhas! Estou ferido no meu coração (19; melhor na NVI: "Ah, minha angústia, minha angústia! Eu me contorço de dor"). Com palavras doloridas, o profeta descreve o seu desgosto pela visão que recebe. Suas emoções pare-cem profundas demais para serem expressas em palavras, mas ele precisa falar: Não me posso calar (19). Toda a terra está destruída (20). Tendas e cortinas é uma expressão poética para "moradias". Até quando verei a bandeira ("sinais de guerra", Berkeley), e ouvirei a voz da trombeta? (21). Parece que isso vai além do que senti-mentos e emoções humanas podem suportar.

Mas a verdadeira razão para a amargura e dor é encontrada no versículo 22: 0 meu povo está louco [...] são filhos néscios (insensatos) [...] sábios são para mal fazer, mas para bem fazer nada sabem. Podemos sentir o desgastante desapontamento e perceber que o sofrimento do profeta surge da sua identificação com seu povo. O castigo deles é o seu castigo; o destino deles é o seu destino. Não se pode encontrar melhor figura de um verdadeiro profeta (pastor) em toda gama de escritos religiosos.

  1. A catástrofe cósmica (4:23-26). Aqui está uma das passagens escatológicas mais comoventes das Sagradas Escrituras. É quase como se o profeta estivesse olhando para um quadro, em que uma cena é formada de imediato, mas que um olhar mais atento revela profundezas que um olhar superficial não revela. Profundezas impressionantes! Jeremias parece enxergar através, e além, do momento da destruição de Judá e ver uma cena mais distante. Enquanto contempla o fim de Judá, parece que por um momento o profeta vê além, até a consumação de todas as coisas. Sua "conscientização do 'final' é radical e absoluta".'

Observei a terra, e, eis que estava assolada e vazia (23) — as coisas volta-ram a ser semelhantes ao caos dos tempos primitivos em Gênesis 1:2os céus [...I não tinham a sua luz. [...] Os montes [...] estavam tremendo (24). Vi que ho-mem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham fugido (25). Moffatt traduz assim a última parte do versículo 24: "Todas as colinas estão oscilando". Jeremias se encontra sozinho no universo. O fim havia se tornado como o início. Onde havia frutas e flores, há agora somente desolação e vazio — um verdadeiro deserto (26), e todas as [...I cidades desapareceram onde em certa época existiam cidades prósperas.

O furor da ira do SENHOR (26) é que fez isso acontecer. O pecado do homem é tão grande que a terra foi devastada. O juízo divino fez o seu trabalho purificador. O ciclo da terra foi completado. Um final cataclísmico veio ao cosmos. A idéia não é nova entre os profetas, mas Jeremias viu em um lampejo de inspiração algo de que outros haviam falado. Ele nos transmite a sua visão.

Para Jeremias o momento logo passa e ele está de volta com o peso da situação de Judá em seu coração.

e) "Acabou a brincadeira!" (Jr 4:27-31). Porque assim diz o SENHOR: Toda esta ter-ra será assolada (27) ; o impacto da condição de Judá o aflige novamente, e ele percebe que a "brincadeira acabou" para o povo! O que ele reconhece em relação ao seu destino está claro o suficiente, mas ele percebe que o juízo de Deus está temperado com miseri-córdia: de todo, porém, a não consumirei. A palavra de misericórdia é uma caracte-rística constante dos profetas do Antigo Testamento! Eles são incorrigivelmente espe-rançosos! Eles vêem juízo, mas também vêem que os propósitos de um Deus inteligente se cumprirão! Além do juízo está a redenção.

Mas esse lampejo de bondade de Deus não torna o presente menos real. Por isso, la-mentará a terra, [...] assim o propus e não me arrependi nem me desviarei disso (28). A execução do plano de Deus de julgamento será concluída. O pecado será castiga-do! Fugiram todas as cidades; [...] todas as cidades (i.e., de Judá) ficaram desam-paradas (29). O inimigo terá feito a sua obra de destruição. Toda terra será assolada.

Mas, e quanto à capital, Jerusalém? A atenção agora se volta para ela. Agora, pois, que farás, ó assolada? (30). Jerusalém é retratada como uma mulher imoral que ten-tou evitar seu destino ao ornamentar-se com carmesim e enfeites de ouro, ao pintar seus olhos com um pó preto chamado antimônio. Ela havia se tornado uma prostituta mas tudo foi em vão. Os amantes te desprezam e procuram tirar-te a vida. Bajulação e encanto não serão suficientes. "A brincadeira acabou!".

O profeta viu o fim da cidade. Ele sabe que o pecado, sendo consumado, gera a morte (Tg 1:15). Assim acontece com a cidade que se fez de prostituta. Porquanto ouço uma voz como de mulher que está de parto (31), e o grito é de alguém cuja agonia é insu-portável. "É o grito da cidade de Sião, que está ofegante" (NVI). Ela estende as mãos, dizendo: Oh! Ai de mim! (31). Jerusalém está morrendo em meio a dores de parto.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Jeremias Capítulo 4 versículo 8
Na visão profética da história, os acontecimentos aparecem carregados de sentido. A invasão de Judá não é um episódio histórico, mas a manifestação da ira do SENHOR e do juízo divino sobre o pecado do povo. Ver Is 10:3-4; Jl.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Jeremias Capítulo 4 do versículo 1 até o 31
*

4:4

Circuncidai-vos... coração. Os sinais externos de possessão, por parte do Senhor, nada são, a menos que correspondam a uma realidade interior. Só Deus pode circuncidar o coração (31.31-34; Dt 10:16; 30:6).

* 4:5

Tocai a trombeta. Um método tradicional de dar aviso (conforme Jl 2:1; Am 3:6). Jeremias começa a anunciar destruição às mãos de um inimigo que viria do norte. O temor faria os que viviam no interior buscarem as cidades, em busca de segurança.

* 4:8

cilício... uivai. Atos esses que, tradicionalmente, indicam tristeza; conforme Jn 3:5.

* 4:9

naquele dia. Um dia de prestação de conta, quando as coisas profetizadas se cumprirão (conforme Is 2:11,12).

* 4:11

Vento abrasador. O vento siroco soprava atravessando o deserto e causando tremendo dano às colheitas.

* 4:13

nuvens... tempestade... as águias. Essas comparações extraídas da natureza indicam a força e a velocidade do inimigo.

* 4:17

Como os guardas de um campo. É como se os inimigos de Judá já possuíssem a terra.

* 4:21

Até quando. Esse clamor é comum nos salmos de lamentação (por exemplo, Sl 13:1).

* 4:22

sábios. A iniqüidade original é fortalecida pelo hábito e prática (9.5).

* 4:23

sem forma e vazia... céus, e não tinham luz. Compare com Gn 1:2,14,15. A própria criação é destruída por causa do castigo de Deus.

*

4:25

homem nenhum. A mesma frase é usada em Gn 2:5. Novamente a criação retorna ao seu caos original.

*

4:26

terra fértil... um deserto. As bênçãos do pacto são agora revertidas (Dt 8:7-16).

* 4:30

te adornas... pinturas. Uma vívida repetição da metáfora da meretriz.

Os amantes... procuram tirar-te a vida. Essas linhas exprimem a verdade irônica do auto-engano de Judá.

* 4:31

filha de Sião. Jerusalém é aqui personificada (Lm 1:6, nota).

Ai... assassinos. Podemos até ouvir seu patético suspiro de morte.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Jeremias Capítulo 4 do versículo 1 até o 31
4:3 Jeremías disse ao povo que rompesse a dureza de seus corações da mesma forma que um arado rompe o chão sem lavrar. Os reis bons como Josías trataram de fazer que o povo voltasse para Deus, mas o povo continuou adorando a seus ídolos em segredo. Seus corações se endureceram à Palavra de Deus. Jeremías disse que o povo precisava tirar o pecado que endureceu seus corações antes que a boa semente da Palavra de Deus pudesse jogar raízes. Da mesma forma, devemos apartar o pecado que endurece nossos corações se esperarmos que a Palavra de Deus jogue raízes e cresça em nossas vidas.

4:6, 7 O mal do norte viria desde Babilônia quando Nabopolasar e Nabucodonosor II o atacassem (veja-se II Crônicas 36).

4:10 Jeremías, profundamente comovido pelas palavras de Deus, expressou seu lamento e confusão a Deus. Jeremías era intercessor do povo. Eles tinham falsas expectativas por suas promessas passadas de bênção, sua cegueira ante seu pecado e os falsos profetas que continuavam lhes dizendo que tudo partia bem.

4:15 A fatalidade se anunciou antes para Dão e o monte do Efraín devido a que estavam localizados na fronteira norte do Israel e assim seriam os primeiros em ver que se aproximavam os exércitos quando atacassem do norte. Ninguém deteria os exércitos devido a que viriam como castigo pelo pecado do povo.

4.19-31 Jeremías estava angustiado pela devastação segura que teria que vir pelo julgamento. Este julgamento seguiria até que o povo se voltasse de seu pecado e escutasse a Deus. Apesar de que esta profecia se refere à futura destruição babilônica, também pode descrever o julgamento para todos os pecadores no fim do mundo.

4:22 Judá demonstrou talento em fazer o mal e não soube como fazer o bem. A vida reta é algo mais que evitar o pecado. requer-se decisão e disciplina. Devemos desenvolver habilidades para viver corretamente devido a nossa conduta atrai a atenção de Deus. Devemos tratar de alcançar a excelência na vida cristã com o mesmo esforço que perseguimos a excelência no trabalho.

4:27 Deus advertiu que a destruição era segura. Entretanto, prometeu que o remanescente fiel seria salvo. Deus está comprometido a preservar a quem é fiéis.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Jeremias Capítulo 4 do versículo 1 até o 31

5. As recompensas do Arrependimento (


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Jeremias Capítulo 4 do versículo 1 até o 31
4.4 Circuncidai-vos. Pôr de lado a carne impura é apenas o símbolo da verdadeira purificação da alma (1Co 7:19; Rm 2:29).

4.6 Arvorai a bandeira. Assinalai uma rota para aqueles que buscam abrigo dentro dos muros de Jerusalém, o baluarte mais seguro do reino. Norte. Babilônia invadiria através da Síria, seguindo o caminho normal entre a Mesopotâmia e a Palestina.

4.7 Leão... destruidor das nações, epítetos apropriados para um líder como Nabucodonosor.

4.8 O brasume da ira de Jeová por causa da iniqüidade impenitente dos dias de Manassés (698-643 a.C.). Cilício. A roupa de luta, da desgraça.

4.9 Sacerdotes... pasmados. Por causa da punição causada por suas idolatrias. Os profetas estavam estupefatos porque suas profecias otimistas não eram cumpridas.

4.11 Vento, o siroco, vendaval seco e sufocante que tudo crestava, (18.17, 1:19), figura de um invasor. Tal vento era por demais poderoso para ser alguma coisa útil. Filha (v. 31), Jerusalém personificada como uma mulher.

4.13 Nuvens. Figura de invasores (Ez 38:17; Os 2:2). Águias, (Gypsi fulvus). Uma espécie de abutre (48.40; 49.22; 2Sm 1:23).

4.14 Maus pensamentos. A imoralidade, cuja palavra raiz, "um sopro", significa vazio material ou moral. Pecados de todos os tipos, especialmente a idolatria naquele tempo da história de Judá.

4.15 Dã. No norte da Palestina: um dos dois centros religiosos criados por Jeroboão I, em 931 a.C. Efraim, na Palestina central, na cadeia de montanhas que dividia Efraim de Judá, Dt 12:16; Is 63:15; Jr 31:20). Exemplifica o motivo por que Jeremias é chamado de "profeta chorão"; lamentou, profundamente o estado moral do seu povo.

4.26 Fértil, transliterado "Carmelo", a porção mais fértil da terra, que voltou a um estado de caos original, como em Gn 1:2.

4.29 Selvas e... penhascos, vd. Jz 6:2, cavernas, etc.; onde Israel procurava ocultar-se de seus inimigos em outras ocasiões.

4.30 Pinturas. Antimônio ou estíbio; as beiras das pálpebras eram enegrecidas com o propósito de aumentara contraste do brilho dos olhos para fazê-los parecerem maiores (Jezabel 2Rs 9:30). Amantes. Aqueles com quem tinham procurado entrar em aliança política.

4.31 Sião. Os habitantes de Sião personificados como uma mulher que dava à luz o seu primeiro filho. • N. Hom. O quarto capítulo mostra-nos que uma reforma religiosa, que não traz verdadeiro arrependimento e a religião em espírito e em verdade, é como semear em espinhos e preparar a destruição descrita nos vv. 5-31. Há necessidade de haver conversão (v. 1), vida moral (v. 2), renovação do ser (v. 3) e pureza de coração (v. 4).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Jeremias Capítulo 4 do versículo 1 até o 31
b)    O caminho do arrependimento (3.21—4.3). Exilados em prantos ouvem o chamado para a volta e respondem de forma apropriada. A restauração de Israel deveria encorajar Judá a imitá-los com sua promessa de fidelidade restaurada (v. 22), renovação do relacionamento de aliança e confiança no Senhor, em vez de nas defesas das colinas ou nos santuários de Baal nas colinas. A confissão de pecados precisa ser total, reconhecendo o pecado por aquilo que é: tolice, oportunidades e herança desperdiçadas (conforme J1 2.25), falta de esperança, ingratidão e desobediência (v. 24,25). v. 24. o deus da vergonha é o culto a Baal, uma frase usada às vezes para evitar a pronúncia do detestável nome Baal. 4.1. voltar. a resposta à pergunta levantada em 3.1 (conforme v. 22) precisa ser (1) positiva — a mim (enfático); (2) negativa — a ação que desfaz o passado por meio da remoção de falsos deuses e de tudo que está associado a eles; (3) determinação moral (e não se desviar) — não uma resolução meramente exterior — conduzindo uma vida em obediência à lei (v. 2).

c)    A guerra destrutiva está chegando (4:3-31). Em primeiro lugar, temos um desafio ao arrependimento antes da invasão prevista e iminente. O povo precisa agir para remover obstáculos ao aprofundamento da palavra e, assim, dedicar-se pessoalmente ao Senhor (Dt 10:16). Então, por não prever nenhuma resposta a isso, o profeta vê o ataque dos babilônios (de acordo com alguns estudiosos, dos citas) como castigo divino (“eu”, v. 6). O resultado é a tentativa de uma ação defensiva (v. 5,6), de alarme e medo (v. 8,9). v. 10. eu disse, visto que Jeremias nunca pregou essa paz, pode estar certo seguir alguns textos que trazem “alguns dizem”, uma referência aos profetas anteriores (e.g., Is 37:3335) ou aos falsos profetas (conforme 6.14; lRs 22.22). A destruição vindoura é comparada às nuvens ameaçadoras do siroco, um vento quente do deserto (v. 11-13) que vem do norte (Da), varrendo tudo, e que alcança o norte de Jerusalém (v. 15, Efraim), e Jeremias ficou estupefato diante do que viu: a falta de arrependimento de Judá (v. 14), o horror e a inevitabilidade da condenação (v. 18), a sua extensão invertendo até a ordem da criação de Deus (v. 2326; conforme Gn 1:2,3) e os inúteis esforços do homem em estancar isso (v. 30,31). v. 19. O profeta se identifica com o sofrimento das pessoas a quem está se dirigindo: “a palpitação do meu coração” (NEB). v. 22. E ainda mais horripilante que as causas de tudo isso fossem a ignorância e a estupidez do povo do próprio Deus que, de posse da lei, deveria estar mais informado (conforme 5.21). Gomo sempre, o tratamento aplicado pelo Senhor é temperado com misericórdia (v. 27,28), mas a simples bajulação não vai desviar a ferramenta de justiça (v. 30,31). v. 30. Jerusalém ainda está fazendo o papel da prostituta, aumentando os olhos por meio da pintura com antimônio (2Rs 9:30) e buscando aliados {amantes).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Jeremias Capítulo 2 do versículo 1 até o 18

B. Repreensões e Advertências, Principalmente do Período de Josias. 2:1 - 20:18.

Estas seis seções, que são generalizadas e repetitivas no caráter, parecem datar do primeiro período do ministério do profeta. Talvez constituam exemplo típico de suas pregações.


Moody - Comentários de Jeremias Capítulo 3 do versículo 6 até o 30


2) Judá Advertida com o Destino do Reino do Norte. 3:6 - 6:30.

Jeremias continua condenando Judá (2:1 - 3:5). Além disso, aqui ele apresenta a promessa divina de perdão, contanto que o povo se arrependa genuinamente. A Israel cativa foi mencionada aqui como advertência a Judá, e prediz-se a sua restauração.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Jeremias Capítulo 4 do versículo 1 até o 31
Jr 4:5

4. A INAUDITA CALAMIDADE QUE ASSOLARÁ O PAÍS (Jr 4:5-24). A invasão futura (5-18). Jeremias implorava um arrependimento profundo, mas a sua esperança foi desiludida. Não se verificou qualquer sinal externo de um regresso íntimo a Deus, e o profeta não teve outro remédio senão pronunciar a sentença. O flagelo designado proveniente do norte (6) espera já no limiar da porta. As profecias relacionadas com estes agentes da vingança de Jeová prolongam-se até ao final do capítulo 6. Tocai a trombeta (5), em hebraico shophar. O toque de trombeta era sinal de perigo grave. O leão sai do seu covil (7), feroz destruidor de nações e cidades. Provavelmente uma referência a Nabucodonosor. Tereis paz (10). Este vers. tem causado perplexidade e dificuldades. Jeremias nunca profetizou que Jerusalém teria paz. A Septuaginta diz: "E eles dirão", isto é, os falsos profetas do vers. 9, que afirmavam ao povo que esperasse a paz. Um vento (12), outra metáfora de destruição, o siroco do deserto, um vento quente, escaldante, ciclônico, desapiedado. Assim seria também a ação de Iavé exercida sobre o país culpado. O mesmo grave castigo transparece em várias metáforas: nuvens, tormenta, carros, cavalos, águias (grifos ou milhafres) (13). A sentença de desolação é anunciada de Dã, o limite setentrional do país; e de Efraim, apenas a 15 quilômetros de Jerusalém (15), soa a voz de aviso. Vigias (16), isto é, sitiadores que diariamente vigiarão a cidade e os seus habitantes.

>Jr 4:19

Nos vers. 19-22 o profeta tem uma visão extraordinária de castigo inevitável que excede os seus limites de resistência. Nota-se a dor da sua alma (19-20), a pergunta que ecoa no seu espírito (21) e a resposta do seu Deus (22). As suas palavras estorcem-se na agonia que o tortura. Ah, entranhas minhas, entranhas minhas! Estou ferido no meu coração (19). O coração é a sede da inteligência, enquanto que as entranhas, segundo a psicologia hebraica, são a sede das emoções. Mas Jeremias não tem quaisquer ilusões; o castigo é justo, a marca negra do pecado sobre um povo abandonado. Nesta passagem (23-26), o simbolismo é tão forte que sentimos vibrar nela um frêmito de horror. A descrição do profeta constitui um dos trechos mais vívidos e comoventes na literatura sacra. O cosmos tomba no caos; as montanhas vacilam, o homem desaparece, as aves abandonam os céus, e a terra fértil transforma-se num deserto- é o sopro de Deus, a bomba super-atômica divina. Voltamos ao primeiro capítulo do Gênesis, quando tudo eram trevas e confusão. "Falei, diz Iavé, e não Me arrependi" (versão da Septuaginta); "assim o propus e não Me desviarei disso" (28), tão terrível é o pecado que envolve todo o mundo. Jeremias nada via senão sofrimento irremediável, sem esperança. Todas estas tristes predições se cumpriram no derrubamento final de Jerusalém em 586 A. C.

Algumas autoridades consideram que esta segunda mensagem de Jeremias, começada em Jr 3:6, é constituída por vários oráculos, alguns escritos, até, em Anatote e outros em Jerusalém. Seja como for, há em toda a mensagem uma unidade bem definida que justifica que a tratemos como um todo. Descortinamos nela a mesma ênfase sobre o pecado inveterado de uma nação caduca e a condenação inevitável por um Deus santo que, mesmo assim, está disposto a mostrar-Se bondoso se o povo se arrepender.


Dicionário

Ardor

substantivo masculino Calor excessivo, intenso ou forte: o ardor de países tropicais.
Ardência; sensação que se assemelha a uma queimadura.
Figurado Paixão; desejo excessivo ou exagerado.
Por Extensão Picante; sabor ardente como a pimenta ou de outros temperos.
Etimologia (origem da palavra ardor). Do latim ardor.oris.

Ardor
1) Calor (Ap 7:16, RA).


2) Intensidade (Dt 13:17).


3) Entusiasmo (Ne 3:20).


Cingir

verbo transitivo direto e bitransitivo Fazer parte de algo ou permanecer em seu interior: os professores cingiram o prédio da escola em busca de melhorias.
Cercar, circundar ou limitar: cingiram o pasto com cercas de arame.
Colocar algo em si próprio: cingiu o revolver ao cinto.
Apertar com uma correia, com um cinto, pôr à cinta.
verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Agarrar-se em alguma coisa: cingiu-se ao poste para não ser levado.
Estar envolto a; envolver alguma coisa, ornar: cingiu-se de roupas extravagantes.
Figurado Unir ou estar muito próximo de: cingiu seu coração ao dela.
verbo transitivo direto e pronominal Pôr alguma coisa sobre ou na cabeça, coroar.
verbo bitransitivo e pronominal Limitar-se, restringir-se: cingiu o comentário para evitar problemas.
Etimologia (origem da palavra cingir). Do latim cingere.

Cercar; ligar; unir

rodear, cercar, apertar, circular, abraçar, circundar, abarcar. – Sobre os três primeiros escreve Bruns.: – Cingir (do latim cingere) significa propriamente pôr alguma coisa à roda de uma parte do corpo, principalmente da cintura ou da cabeça, sobrepondo o cinto em voltas sucessivas para melhor defender ou abrigar a parte que se cinge. Por extensão se diz que os aros cingem as aduelas, para evitar que o líquido na vasilha se derrame. Em sentido metafórico se diz que – as muralhas cingem as povoações fortificadas para as proteger e defender; e, sempre sugerindo essa ideia de proteção e de defesa, dizemos que – o rei cinge o diadema ou a coroa; e que – o papa cinge a tiara; pois tais emblemas tornavam antigamente sagradas as pessoas do rei e do papa. – Rodear diferença-se de cingir principalmente em este último verbo expressar que o objeto que cinge fica em contato com a parte que é cingida: ideia que não apresenta rodear, pois pode-se rodear a certa distância. Uma povoação rodeada de montes é raro que não tenha grandes tratos de planície entre si e a base desses montes. – Cercar diferença-se de cingir também pelo fato de não indicar que o que cerca esteja unido ao que é cercado; diferença-se de rodear em sugerir este apenas a ideia de não haver solução de continuidade no que rodeia; incluindo cercar, não 272 Rocha Pombo só essa mesma ideia, mas ainda a de que o cerco (ou cerca) pretende impedir que se entre ou que se saia do recinto cercado. O que cinge rodeia e protege de perto; o que rodeia ou cerca protege ou envolve de mais ou menos longe. O que rodeia está posto mediata ou imediatamente em roda do objeto rodeado com um fim qualquer. O que cerca rodeia exclusivamente para defender, ou para impedir a entrada ou a saída. – Apertar é “cingir de perto, muito unido, com esforço mesmo”. Distingue-se de cingir em não dar necessariamente a ideia de que se aperta em volta ou por todos os lados. – Circular é “fazer correr ou estender alguma coisa em torno de outra coisa”; e como verbo intransitivo é “dirigir-se, mover-se circularmente de modo que volte ao ponto de partida”. (Aul.). – Abraçar, como já vimos em outro grupo, é “cingir com os braços”, ou figuradamente “rodear, compreender, cingir como com os braços”. – Circundar é “pôr, estender à roda ou em torno; ficar em volta de...” – Abarcar é quase o mesmo que abraçar, diferençando-se deste apenas em sugerir a ideia de que “se quer abranger tudo ou o mais que é possível abarcando”.

Cingir
1) Amarrar ao redor da cintura (Ex 29:5); (Jo 13:4)

2) Prender no cinto (Sl 45:3). 3 Conceder (Sl 18:39).

4) Cercar (Sl 30:11).

5) Ter sempre consigo (Ef 6:14).

6) Aprontar-se para o trabalho ou para

Desviar

verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Mudar a direção de; afastar: desviar um rio; desviar um carro da estrada; a tempestade se desviou para o norte.
verbo transitivo direto Alterar o destino ou a aplicação de: desviar as verbas do orçamento.
Desencaminhar, subtrair fraudulentamente: desviar documento de processo.
Fazer com que algo não siga em linha reta; entortar.
Aplicar desonestamente um valor ou verba destinado para algo específico; furtar, roubar: desviar dinheiro público.
verbo transitivo indireto Livrar: desviar do perigo.
verbo transitivo direto e bitransitivo Alterar o uso, a razão, o caminho de; desencaminhar: desviar uma carga do destino.
verbo transitivo direto e pronominal [Número] Seguir no caminho errado; divergir: seus comportamentos se desviaram dos demais.
Ser incomum, diferente; divergir: filho que se desviou dos outros.
Etimologia (origem da palavra desviar). Des + via + ar.

Ira

substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

1. O jairita, mencionado junto com Zadoque e Abiatar em II Samuel 20:26 como “ministro de Davi”. Os jairitas eram da tribo de Manassés (Nm 32:41). Isso pode significar que os que não pertenciam à tribo de Levi foram autorizados a exercer algumas funções sacerdotais durante o reinado de Davi.


2. Filho de Iques, de Tecoa, era um dos “trinta” guerreiros valentes de Davi.

Como comandante do exército do rei, estava de prontidão com seus homens todo sexto mês de cada ano e tinha 24:000 soldados sob suas ordens (2Sm 23:26-1Cr 11:28; 1Cr 27:9).


2. O itrita, outro dos guerreiros valentes de Davi (2Sm 23:38-1Cr 11:40).


Ira CÓLERA (Sl 30:5); (Ef 4:26). A ira de Deus é a sua reação contra o pecado, a qual o leva a castigar o pecador (Ez 7:8-9); (Ap 16:19). Porém maior do que a ira de Deus é o seu amor, que perdoa aqueles que se arrependem e mudam de vida (Is 54:7-8); (Rm 9:22-23). “Filhos da ira” quer dizer “sujeitos ao castigo” de Deus (Ef 2:3). A ira de Deus é a sua reação contra o pecado, a qual o leva a castigar o pecador (Ez 7:8-9); (Ap 16:19). Porém maior do que a ira de Deus é o seu amor, que perdoa aqueles que se arrependem e mudam de vida (

Irã

Cidadão

Um dos chefes de Edom, mencionado em conexão com Magdiel, descendente de Esaú (Gn 36:43-1Cr 1:54).


Lamentar

verbo transitivo direto e pronominal Expressar ou expressar-se através de lamentações; chorar, prantear: lamenta-se de seus problemas; lamenta as injúrias sofridas pela mãe.
Falar com sofrimento ou angústia: passa seus dias lamentando as mágoas da vida; bem de vida, nunca teve do que se lamentar.
verbo transitivo direto Preocupar-se com; sentir aflição; lastimar-se por qualquer acontecimento negativo: lamentava os problemas da sua vida.
Etimologia (origem da palavra lamentar). Do latim lamentare.

Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Panos

substantivo masculino plural Quaisquer tipos de tecidos (algodão, linho, lã, seda etc.).
Etnologia Indígenas nativos de alguns lugares do Brasil, Peru e Bolívia; o idioma por eles falado.
expressão Pôr panos quentes. Atenuar os erros de alguém; proteger.
Ter panos para mangas. Dispor em abundância de tudo que seja necessário para algum fim; ter muita coisa penosa, difícil, para fazer ou enfrentar.
Por detrás dos panos. De maneira oculta; sem que ninguém se aperceba.
Etimologia (origem da palavra panos). Plural de pano, do latim pannum.

Saco

substantivo masculino Receptáculo de pano, couro, papel, aberto por um lado (a boca).
Seu conteúdo: saco de trigo.
Antigo vestido de penitente.
Pequena mala.
[Brasil] Enseada pequena: saco de São Francisco.
(PE e BA) Grande corte, circular ou em forma de meia-lua, nos rebordos escarpados das serras.
(GO) Arco de círculo descrito por um rio.
[Anatomia] Cavidade recoberta por uma membrana.
[Brasil] Escroto.
Saco hernitário, porção do peritônio que é levada à frente do intestino, na hérnia.
Despejar o saco, dizer quanto sabe; desabafar-se.
[Chulismo] Estar de saco cheio, estar irritado, enfarado, não aturar mais.
Encher o saco, maçar, esgotar a reserva de tolerância ou de paciência.
Etimologia (origem da palavra saco). Do latim saccus.

substantivo masculino Receptáculo de pano, couro, papel, aberto por um lado (a boca).
Seu conteúdo: saco de trigo.
Antigo vestido de penitente.
Pequena mala.
[Brasil] Enseada pequena: saco de São Francisco.
(PE e BA) Grande corte, circular ou em forma de meia-lua, nos rebordos escarpados das serras.
(GO) Arco de círculo descrito por um rio.
[Anatomia] Cavidade recoberta por uma membrana.
[Brasil] Escroto.
Saco hernitário, porção do peritônio que é levada à frente do intestino, na hérnia.
Despejar o saco, dizer quanto sabe; desabafar-se.
[Chulismo] Estar de saco cheio, estar irritado, enfarado, não aturar mais.
Encher o saco, maçar, esgotar a reserva de tolerância ou de paciência.
Etimologia (origem da palavra saco). Do latim saccus.

Saco Objeto usado para conter CEREAIS ou alimentos (Gn 42:25). Tecidos de pêlos de cabra ou de camelo, os sacos, devidamente recortados, eram vestidos em tempos de tristeza (2Sm 3:31; 2Rs 6:30, RA) ou de arrependimento (Ne 9:1).

Senhor

substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
Pessoa nobre, de alta consideração.
Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
Pessoa distinta: senhor da sociedade.
Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
Antigo O marido em relação à esposa.
adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

[...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


Senhor
1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


Uivar

verbo intransitivo Dar uivos, som dos lobos, cães ou animais semelhantes.
Berrar de maneira semelhante ao uivo; ulular, vociferar.
verbo transitivo direto , bitransitivo e intransitivo Figurado Soltar gritos prolongados: uivava que o mundo ia acabar; uivar de dor; terminou a vida a uivar.
substantivo masculino Uivo; a voz da fera: ressoava longe o uivar das feras.
Etimologia (origem da palavra uivar). Do latim ululare.

Uivar
1) Emitir sons chorosos (cães, lobos e outros animais; Is 13:6).


2) Gemer e gritar (Is 65:14).


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Jeremias 4: 8 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Por isto cingi-vos de panos de saco, lamentai, e uivai em lamentação, porque o ardor da ira do SENHOR não se desviou de nós.
Jeremias 4: 8 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

627 a.C.
H2063
zôʼth
זֹאת
Esse
(This)
Pronome
H2296
châgar
חָגַר
cingir, vestir, cingir-se, colocar um cinto
(girded)
Verbo
H2740
chârôwn
חָרֹון
ira, ardor, ardente (de ira)
(your wrath)
Substantivo
H3068
Yᵉhôvâh
יְהֹוָה
o Senhor
(the LORD)
Substantivo
H3213
yâlal
יָלַל
()
H3588
kîy
כִּי
para que
(that)
Conjunção
H3808
lôʼ
לֹא
não
(not)
Advérbio
H4480
min
מִן
de / a partir de / de / para
(from)
Prepostos
H5594
çâphad
סָפַד
prantear, lamentar, chorar em alta voz
(in to mourn)
Verbo
H5921
ʻal
עַל
sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de,
([was] on)
Prepostos
H639
ʼaph
אַף
narina, nariz, face
(into his nostrils)
Substantivo
H7725
shûwb
שׁוּב
retornar, voltar
(you return)
Verbo
H8242
saq
שַׂק
malha, pano de saco, saco
(sackcloth)
Substantivo


זֹאת


(H2063)
zôʼth (zothe')

02063 זאת zo’th

irregular de 2088; DITAT - 528; pron demons f / adv

  1. este, esta, isto, aqui, o qual, este...aquele, este um...aquele outro, tal
    1. (sozinho)
      1. este, esta, isto
      2. este...aquele, este um...aquele outro, uma outra, um outro
    2. (aposto ao subst)
      1. este, esta, isto
    3. (como predicado)
      1. este, esta, isto, tal
    4. (enclítico)
      1. então
      2. quem, a quem
      3. como agora, o que agora
      4. o que agora
      5. a partir de agora
      6. eis aqui
      7. bem agora
      8. agora, agora mesmo
    5. (poético)
      1. onde, qual, aqueles que
    6. (com prefixos)
      1. aqui neste (lugar), então
      2. baseado nestas condições, por este meio, com a condição que, por, através deste, por esta causa, desta maneira
      3. assim e assim
      4. como segue, tais como estes, de acordo com, com efeito, da mesma maneira, assim e assim
      5. daqui, portanto, por um lado...por outro lado
      6. por este motivo
      7. em vez disso, qual, donde, como

חָגַר


(H2296)
châgar (khaw-gar')

02296 חגר chagar

uma raiz primitiva; DITAT - 604; v

  1. cingir, vestir, cingir-se, colocar um cinto
    1. (Qal)
      1. cingir
      2. cingir, atar
      3. cingir-se

חָרֹון


(H2740)
chârôwn (khaw-rone')

02740 חרון charown ou (forma contrata) חרן charon

procedente de 2734; DITAT - 736a; n m

  1. ira, ardor, ardente (de ira)
    1. sempre usado referindo-se à ira de Deus

יְהֹוָה


(H3068)
Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

03068 יהוה Y ehovaĥ

procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

  1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
    1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

יָלַל


(H3213)
yâlal (yaw-lal')

03213 ילל yalal

uma raiz primitiva; DITAT - 868; v

  1. (Hifil) uivar, lamentar, dar um uivo

כִּי


(H3588)
kîy (kee)

03588 כי kiy

uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj

  1. que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
    1. que
      1. sim, verdadeiramente
    2. quando (referindo-se ao tempo)
      1. quando, se, embora (com força concessiva)
    3. porque, desde (conexão causal)
    4. mas (depois da negação)
    5. isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
    6. mas antes, mas
    7. exceto que
    8. somente, não obstante
    9. certamente
    10. isto é
    11. mas se
    12. embora que
    13. e ainda mais que, entretanto

לֹא


(H3808)
lôʼ (lo)

03808 לא lo’

ou לו low’ ou לה loh (Dt 3:11)

uma partícula primitiva; DITAT - 1064; adv

  1. não
    1. não (com verbo - proibição absoluta)
    2. não (com modificador - negação)
    3. nada (substantivo)
    4. sem (com particípio)
    5. antes (de tempo)

מִן


(H4480)
min (min)

04480 מן min

ou מני minniy ou מני minney (construto pl.) (Is 30:11)

procedente de 4482; DITAT - 1212,1213e prep

  1. de, fora de, por causa de, fora, ao lado de, desde, acima, do que, para que não, mais que
    1. de (expressando separação), fora, ao lado de
    2. fora de
      1. (com verbos de procedência, remoção, expulção)
      2. (referindo-se ao material de qual algo é feito)
      3. (referindo-se à fonte ou origem)
    3. fora de, alguns de, de (partitivo)
    4. de, desde, depois (referindo-se ao tempo)
    5. do que, mais do que (em comparação)
    6. de...até o, ambos...e, ou...ou
    7. do que, mais que, demais para (em comparações)
    8. de, por causa de, através, porque (com infinitivo) conj
  2. que

סָפַד


(H5594)
çâphad (saw-fad')

05594 ספד caphad

uma raiz primitiva; DITAT - 1530; v

  1. prantear, lamentar, chorar em alta voz
    1. (Qal)
      1. prantear, lamentar
      2. pranteadores (participle)
    2. (Nifal) ser lamentado, ser pranteado

עַל


(H5921)
ʻal (al)

05921 על ̀al

via de regra, o mesmo que 5920 usado como uma preposição (no sing. ou pl. freqüentemente com prefixo, ou como conjunção com uma partícula que lhe segue); DITAT - 1624p; prep

  1. sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de, em adição a, junto com, além de, acima, por cima, por, em direção a, para, contra
    1. sobre, com base em, pela razão de, por causa de, de acordo com, portanto, em favor de, por isso, a respeito de, para, com, a despeito de, em oposição a, concernente a, quanto a, considerando
    2. acima, além, por cima (referindo-se a excesso)
    3. acima, por cima (referindo-se a elevação ou preeminência)
    4. sobre, para, acima de, em, em adição a, junto com, com (referindo-se a adição)
    5. sobre (referindo-se a suspensão ou extensão)
    6. por, adjacente, próximo, perto, sobre, ao redor (referindo-se a contiguidade ou proximidade)
    7. abaixo sobre, sobre, por cima, de, acima de, pronto a, em relacão a, para, contra (com verbos de movimento)
    8. para (como um dativo) conj
  2. por causa de, porque, enquanto não, embora

אַף


(H639)
ʼaph (af)

0639 אף ’aph

procedente de 599; DITAT - 133a; n m

  1. narina, nariz, face
  2. ira

שׁוּב


(H7725)
shûwb (shoob)

07725 שוב shuwb

uma raiz primitiva; DITAT - 2340; v.

  1. retornar, voltar
    1. (Qal)
      1. voltar, retornar
        1. voltar
        2. retornar, chegar ou ir de volta
        3. retornar para, ir de volta, voltar
        4. referindo-se à morte
        5. referindo-se às relações humanas (fig.)
        6. referindo-se às relações espirituais (fig.)
          1. voltar as costas (para Deus), apostatar
          2. afastar-se (de Deus)
          3. voltar (para Deus), arrepender
          4. voltar-se (do mal)
        7. referindo-se a coisas inanimadas
        8. em repetição
    2. (Polel)
      1. trazer de volta
      2. restaurar, renovar, reparar (fig.)
      3. desencaminhar (sedutoramente)
      4. demonstrar afastamento, apostatar
    3. (Pual) restaurado (particípio)
    4. (Hifil) fazer retornar, trazer de volta
      1. trazer de volta, deixar retornar, pôr de volta, retornar, devolver, restaurar, permitir voltar, dar em pagamento
      2. trazer de volta, renovar, restaurar
      3. trazer de volta, relatar a, responder
      4. devolver, retribuir, pagar (como recompensa)
      5. voltar ou virar para trás, repelir, derrotar, repulsar, retardar, rejeitar, recusar
      6. virar (o rosto), voltar-se para
      7. voltar-se contra
      8. trazer de volta à memória
      9. demonstrar afastamento
      10. reverter, revogar
    5. (Hofal) ser devolvido, ser restaurado, ser trazido de volta
    6. (Pulal) trazido de volta

שַׂק


(H8242)
saq (sak)

08242 שק saq

procedente de 8264, grego 4526 σακκος; DITAT - 2282a; n. m.

  1. malha, pano de saco, saco
    1. saco (para grão)
    2. pano de saco
      1. vestimenta durante luto ou como humilhação
      2. material estendido sobre o qual se deita