Enciclopédia de Daniel 1:18-18

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

dn 1: 18

Versão Versículo
ARA Vencido o tempo determinado pelo rei para que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe à presença de Nabucodonosor.
ARC E ao fim dos dias, em que o rei tinha dito que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor.
TB Passados os dias, depois dos quais o rei tinha ordenado que fossem apresentados, o príncipe dos eunucos os apresentou diante de Nabucodonosor.
HSB וּלְמִקְצָת֙ הַיָּמִ֔ים אֲשֶׁר־ אָמַ֥ר הַמֶּ֖לֶךְ לַהֲבִיאָ֑ם וַיְבִיאֵם֙ שַׂ֣ר הַסָּרִיסִ֔ים לִפְנֵ֖י נְבֻכַדְנֶצַּֽר׃
BKJ Ora, ao final dos dias que o rei tinha dito que deveria apresentá-los, o príncipe dos eunucos os trouxe perante Nabucodonosor.
LTT E, ao fim dos dias em que o rei tinha falado que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor.
BJ2 Passado o tempo fixado pelo rei para a sua apresentação, o chefe dos eunucos os introduziu à presença de Nabucodonosor,

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Daniel 1:18

Daniel 1:5 E o rei lhes determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei e do vinho que ele bebia, e que assim fossem criados por três anos, para que no fim deles pudessem estar diante do rei.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O EXÍLIO DE JUDÁ

604-582 a.C.
JEOAQUIM
A morte do rei Josias em 609 a.C. pôs fim à reforma religiosa em Judá e, durante o reinado de Jeoaquim, filho de Josias, as práticas pagas voltaram a se infiltrar no reino do sul. O profeta Jeremias repreendeu Jeoaquim por explorar o povo e construir um palácio luxuoso com os frutos dessa exploração.' É possível que o palácio em questão seja a construção encontrada em Ramat Rahel, apenas alguns quilômetros ao sul de Jerusalém. Além de ordenar o assassinato do profeta Urias por profetizar contra a cidade e a terra, Jeoaquim se opôs pessoalmente ao profeta Jeremias e queimou um rolo com palavras de Jeremias que leudi havia lido diante do rei.
Jeoaquim se tornou vassalo de Nabucodonosor em 604 a.C. (um ano depois da vitória deste último em Carquemis), mas, incentivado pelo Egito, se rebelou três anos depois. Nabucodonosor só tratou dessa rebelião em 598 a.C., quando ordenou que Jeoaquim fosse preso com cadeias de bronze e levado à Babilônia. Foi nessa ocasião que Jeoaquim morreu, aos 36 anos de idade, não se tendo certeza se ele morreu de causas naturais ou como resultado de uma conspiração. Jeremias profetizou que Jeoaquim não seria sepultado de forma honrosa; seria sepultado como se sepulta um jumento: arrastado e jogado para fora das portas de Jerusalém.

A SEGUNDA DEPORTACÃO
Jeoaquim foi sucedido por Joaquim, seu filho de dezoito anos de idade que reinou por apenas três meses e dez dias.4 Em 597 a.C, Nabucodonosor cercou Jerusalém e Joaquim se rendeu. "Nabucodonosor sitiou a cidade de Judá e, no segundo dia do mês de Adar (15/16 março), tomou a cidade e prendeu seu rei. Nomeou um rei do seu agrado para a cidade e trouxe consigo para a Babilônia um grande tributo" (Crônica Babilônica, Rev. 12-13). Na "segunda deportação", Nabucodonosor levou para a Babilônia o rei Joaquim e sua mãe, esposas, oficiais e governantes da terra, bem como toda a guarda constituída de setecentos homens valentes e mil artífices e ferreiros, num total de dez mil pessoas," entre as quais estava um jovem aprendiz de sacerdote chamado Ezequiel." Também levou consigo os tesouros do palácio real e objetos de ouro que Salomão havia feito para o templo do Senhor. Na Babilônia, Joaquim recebeu uma pensão da corte real. Seu nome (Ya'u-kinu) ocorre em tabletes babilânios datados de c. 595-570 a.C.nos quais se encontram registradas as rações fornecidas a ele e seus filhos: "Meio panu (c. 14 I) para Ya'u- kinu, rei da terra de Judá. Dois sila e meio (c. 2 I) para os cinco filhos do rei da terra de Judá. Vários anos mais tarde, depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., seu filho e sucessor Amel-Marduque (Evil-Merodaque) libertou Joaquim da prisão e permitiu que comesse à mesa do rei para o resto da vida.

O CERCO A JERUSALÉM
O profeta Jeremias amaldiçoou Joaquim e declarou que nenhum de seus descendentes se assentaria no trono de Davi.& Nabucodonosor escolheu Matanias, tio de Joaquim, para ocupar o trono de Judá e mudou seu nome para Zedequias, convocando-o a apresentar-se diante dele na Babilônia em 593 a.C. para jurar lealdade. Porém, alguns anos depois, Zedequias deu ouvidos aos egípcios e se rebelou. A Babilônia reagiu com violência. Nabucodonosor e seu exército acamparam em torno de Jerusalém e levantaram tranqueiras ao seu redor: De acordo com II Reis 25:1, o cerco se iniciou aos dez dias do décimo mês (15 de janeiro) de 588 a.C. Uma invasão dos egípcios sob o comando do faraó Hofra (589-570a.C.) obrigou Nabucodonosor a levantar temporariamente o cerco a Jerusalém. Porém, conforme Jeremias havia predito, os babilônios voltaram. Jeremias defendeu a rendição e foi lançado numa cisterna, de onde foi transferido posteriormente para o pátio da guarda. A situação tensa é descrita em 22 cartas em óstracos encontrados na cidade de Laquis que fazia parte do reino de Judá. A linguagem usada nessas cartas é semelhante à de Jeremias. Em uma delas, o coman- dante de um posto avançado relata não poder mais ver os sinais (provavelmente feitos com fogo) que Azeca devia enviar: "Esteja o meu senhor informado de que continuamos aguardando os sinais de Laquis, conforme todos os sinais que o meu senhor me deu não conseguimos ver Azeca" (Carta de Laquis 4:10-12). Talvez Azeca já houvesse sido capturada pelos babilônios ou, mais provavelmente, as condições do tempo não permitiram a visualização dos sinais. Outra carta menciona um profeta anônimo como portador de uma mensagem. Até hoje, não foi possível determinar a identidade desse portador. No nono dia do quarto mês (18 de julho de 586 a.C.), a fome em Judá se tornou tão severa que o povo não tinha mais o que comer. O inimigo penetrou o muro da cidade e Zedequias e seu exército fugiram durante a noite, mas foram capturados nas campinas de Jericó. Zedequias foi levado a Ribla, na Síria, onde, depois de testemunhar a morte de seus filhos, foi cegado e deportado para a Babilônia preso em cadeias de bronze.

A TERCEIRA DEPORTAÇÃO
Um mês depois que os babilônios penetraram o muro de Jerusalém, no sétimo dia do quinto mês (14 de agosto de 586 a.C.), Nebuzaradà, comandante da guarda imperial, queimou o templo do Senhor, o palácio real e todas as casas de Jerusalém e derrubou seus muros. Nebuzaradà levou para o exílio o povo da cidade, os que passaram para o lado da Babilônia e o restante da população, deixando apenas o povo mais pobre da terra para cuidar das vinhas e campos. Nessa "terceira deportação" maior parte dos habitantes de Judá foi levada para a Babilônia. Outras calamidades, porém, ainda sobreviriam ao reino do sul.

A QUARTA DEPORTAÇÃO
Os babilônios nomearam Gedalias, um judeu de família nobre, para governar sobre Judá. Um selo com a inscrição pertencente a Gedalias, aquele que governa a casa", foi encontrado em Laquis. Mas, pouco tempo depois de sua nomeação, Gedalias foi assassinado por Ismael, um membro da família real. Vários dos judeus restates, incluindo Jeremias que havia sido liberto da prisão quando Jerusalém foi tomada, fugiram para o Egito, apesar da advertência profética de Jeremias para que permanecessem em Judá. Outro grupo de judeus foi exilado na Babilônia em 582 a.C. O Esta pode ser descrita como a "quarta deportação"

O TRAUMA DO EXÍLIO
Os judeus que sobreviveram à longa jornada para a Babilônia provavelmente foram colocados em assentamentos separados dos babilônios e receberam permissão de se dedicar à agricultura e trabalhar para sobreviver," mas o trauma do exílio é expressado claramente pelo salmista:

"As margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos algum dos cânticos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do SENHOR em terra estranha?"
Salmo 137:1-4
A deportação de Judá O mapa mostra os locais ligados às deportações do povo de Judá pelos babilônios em 597, 586 e 582 a.C.
A deportação de Judá O mapa mostra os locais ligados às deportações do povo de Judá pelos babilônios em 597, 586 e 582 a.C.
Carta de Laquis n° 2, um óstraco ou carta escrita num fragmento de cerâmica, para Yaosh, governador militar da cidade de Laquis, em Judá, 588 a.C
Carta de Laquis n° 2, um óstraco ou carta escrita num fragmento de cerâmica, para Yaosh, governador militar da cidade de Laquis, em Judá, 588 a.C
Balaustrada de uma janela do palácio de Ramat Rachel, próximo de Jerusalém; possivelmente, uma obra de Jeoaquim, rei de Judá (609-598 a.C.).
Balaustrada de uma janela do palácio de Ramat Rachel, próximo de Jerusalém; possivelmente, uma obra de Jeoaquim, rei de Judá (609-598 a.C.).

DANIEL E NABUCODONOSOR

605-562 a.C.
DANIEL E SEUS AMIGOS
Daniel e seus três amigos, Hanaias, Misael e Azarias, haviam sido deportados para a Babilônia em 605 .C. Assim que chegaram, tiveram de tomar a decisão de não se contaminar com a comida e o vinho do rei, provavelmente pelo fato desses alimentos e bebidas serem oferecidos a ídolos.' Nabucodonosor ficou impressionado com esses quatro novos membros de sua corte. Ao interrogá-los, descobriu que eram dez vezes melhores do que todos os magos e encantadores de seu reino em todas as questões de cultura e sabedoria. No segundo ano de seu reinado (604 a.C.), Nabucodonosor teve um sonho.- Talvez com o intuito de obter uma interpretação divinamente inspirada, o rei perturbado declarou que seus conselheiros teriam de lhe dizer, em primeiro lugar, qual havia sido o sonho e, em seguida, a interpretação. Com a ajuda de Deus, Daniel relatou a Nabucodonosor o sonho no qual o rei viu uma grande estátua dividida em quatro partes e deu uma interpretação referente a cinco reinos, dos quais o primeiro era a Babilônia.
De acordo com Daniel 3:1, Nabucodonosor ordenou a construção de uma estátua revestida de ouro no campo de Dura, talvez Duru-sha-karrabi, nos arredores da cidade da Babilônia. E possível que essa estátua com 27 m de altura incluísse um pedestal ou coluna. Nabucodonosor ordenou que todos se curvassem e adorassem a estátua, mas os três amigos de Daniel, conhecidos por seus nomes babilônicos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, recusaram obedecer e foram lançados numa fornalha usada para assar tijolos. O Senhor os preservou miraculosamente: um quarto homem, "semelhante a um filho dos deuses como exclamou Nabucodonosor, permaneceu com eles na fornalha.

OUTRO SONHO
Daniel serviu na corte de Nabucodonosor com grande dedicação. O rei teve outro sonho, no qual viu uma grande árvore ser cortada, restando apenas seu toco e raízes.' Daniel interpretou o sonho como uma referência ao rei e o instou a deixar seus caminhos perversos, de modo que, das suas raízes, uma nova vida pudesse crescer. Nabucodonosor recusou dar ouvidos ao seu conselheiro e, doze meses depois, enquanto andava pelo terraço do seu palácio, o rei se gabou: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para a glória da minha majestade" (Dn 4:30).

A BABILÔNIA DE NABUCODONOSOR
Com seus 1.012 hectares de extensão a Babilônia de Nabucodonosor era, sem dúvida, grande; era maior do que as cidades antigas de Alexandria, Antioquia e Constantinopla, porém menor do que Roma. O muro externo que cercava num perímetro de 27 km era largo suficiente para permitir o trânsito de carros em parte superior. Uma ponte foi construída sobre o Eufrates e a cidade se expandiu para a margem ocidental do rio. A ponte possuía plataformas de madeira que podiam ser recolhidas caso um inimigo atacasse. Das cerca de cem portas, a maior era a do norte, dedicada à deusashtar construída originalmente com tijolos esmaltados simples, com relevos de leões dragões e touros. Posteriormente, Nabucodonosor revestiu a porta toda com tijolos esmaltados de azul com esses mesmos despenhos. Dessa porta, estendia-se uma passagem de 920 m de comprimento que o rel percorria todos os anos na comemoração do akitu. o Festival do Ano Novo. A cidade também possuía templos grandiosos: O enorme zigurate de ttemenanku Esagila (templo de Marduque, deus oficial da babllona. sobre o qual ticavam tres estatuas gigantescas de outo. pesando quase 150 toneladas; e pelo menos outros 53 templos muitos deles com pinaculos revestidos de ouro ou prata, tulgurantes como o sol. O palácio de Nabucodonosor era uma construcao ampla na parte norte da cidade. Seu maior cômodo, a sala do trono, media 52 m por 17 m. Um imenso painel de tijolos esmaltados desse local se encontra hoje no Museu do Estado em Berlim. Acredita-se que os "jardins suspensos", uma das sete maravilhas do mundo antigo, ficavam ao norte do palácio, onde havia espaço de sobra para vanos terracos com arcos, arvores, arbustos e plantas floridas de todo tipo para lembrar Amytis, esposa de Nabucodonosor, das montanhas da Média (atual Irã), sua terra natal.

O ORGULHO DE NABUCODONOSOR
Acredita-se que toram necessários 164 milhões de tijolos só para construir o muro de proteção do lado norte da Babilônia. Em vários dos tijolos de sua grande cidade, Nabucodonosor mandou inscrever as seguintes palavras: "Eu sou Nabucodonosor, rei da Babilônia, que provê para Esagila e Ezida (dois templos), filho mais velho de Nabopolassar, rei da Babilônia". Porém, de acordo com o livro de Daniel, Senhor se cansou da arrogância do rei. Nabucodonosor foi expulso do meio do povo e condenado a pastar como um boi. Seu cabelo cresceu como as penas da água e suas unhas.como as garras de uma ave. A sanidade do rei foi restaurada somente depois de ele reconhecer que o domínio do Senhor era eterno e seu reino de geração em geração. Um tato significativo é a existência de pouquíssimas inscrições dos anos finais do reina-do de Nabucodonosor, sobre os quais não remos praticamente nenhuma informação. A loucura, portanto, poderia ser datada desses últimos anos. Daniel 4:32 específica sua duração como "sete tempos", talvez sete anos mas um período menos especifico também e possível e talvez preferível
Planta urbana da Babilônia
Planta urbana da Babilônia
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor. Pode-se ver claramente a Via Processional que levava à porta de Ishtar, o grande zigurate (Etemenanki); o palácio do norte
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor. Pode-se ver claramente a Via Processional que levava à porta de Ishtar, o grande zigurate (Etemenanki); o palácio do norte
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor.
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor.

JOSIAS E A ASCENSÃO DA BABILÔNIA

639-605 a.C.
JOSIAS
Josias (639. 609 .C.) foi coroado rei de Judá aos oito anos de idade. O escritor de Crônicas observa que, no oitavo ano de seu reinado (632 a.C.), Josias "começou a buscar o Deus de Davi, seu pai" (2Cr 34:3). Entre o décimo segundo e décimo oitavo ano (628-622 a.C.), Josias se dedicou a um programa de reforma radical. Despedaçou ou queimou objetos, altares e ídolos pagãos, erradicou os sacerdotes pagãos e'prostitutos cultuais, profanou os altos e remove elementos pagãos que haviam sido colocados no templo do Senhor. Seu programa abrangeu não apenas Jerusalém, mas também as cidades dos territórios de Manassés, Efraim e Simeão. A reforma chegou até ao território de Naftali que, em outros tempos, havia pertencido ao reino do norte, Israel, mas sobre o qual o rei de Judá pôde exercer influência devido ao enfraquecimento do poder da Assíria. Josias profanou o alto em Betel instituído por Jeroboão, filho de Nabate, ao queimar os ossos dos sacerdotes de deuses estrangeiros em seus altares pagãos.' No décimo oitavo ano do reinado de Josias, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei no templo do Senhor? Não se sabe ao certo a natureza desse livro, mas ao ouvir a leitura de suas palavras, Josias rasgou as vestes e exclamou:
"Grande é o furor do Senhor que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro" (2Rs 22:13). A fim de cumprir as prescrições do Livro da Lei, Josias aboliu os médiuns e feiticeiros, os ídolos do lar e todas as outras abominações vistas na terra de Judá e em Jerusalém.
O escritor de Reis afirma que nem mesmo a reforma ampla de Josias foi suficiente para evitar o julgamento iminente do Senhor e cita as palavras da profetisa Hulda: "Eis que trarei males sobre este lugar e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que leu o rei de Judá. Visto que me deixaram e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar e não se apagará" (2Rs 22:16-17). Para seu consolo, Josias recebeu a garantia de que não testemunharia a calamidade vindoura.


A MORTE DE JOSIAS
A queda da Assíria em 612 a.C.havia provocado um desequilíbrio no poder no Oriente Próximo, Preocupado com a força crescente da Babilônia, o faraó Neco (610-595 a.C.) enviou um exército à Síria para ajudar o que restava das forças assírias e conter os babilônios, afirmando ter recebido essa ordem de Deus. Josias não acreditou no discurso do rei egípcio e o confrontou em Megido, no norte de Israel, em 609 .C., onde morreu em combate. Sua morte prematura aturdiu a nação. Jeremias compôs lamentos' e, cento e trinta anos depois, o profeta Zacarias faria referência à morte de Josias como uma ocasião de grande pranto.

HABACUQUE
A morte de Josias interrompeu de forma brusca o programa de reformas em Judá. Deus parecia ter abandonado seu povo e reis subseqüentes não manifestaram nenhum desejo de seguir ao Senhor. Neco não ficou satisfeito com o governo de Jeoacaz, filho de Josias. Por isso, em Ribla, na Síria, ordenou que fosse substituído por seu irmão Jeoaquim (Eliaquim). Consternado com a destruição e violência ao seu redor, o profeta Habacuque clamou ao Senhor e recebeu uma resposta inesperada: "Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada. Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcham pela largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Eles são pavorosos e terríveis, e criam eles mesmos o seu direito e a sua dignidade. Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, mais ferozes do que os lobos no anoitecer são os seus cavaleiros que se espalham por toda parte; sim, os seus cavaleiros chegam de longe, voam como águia que se precipita a devorar-lhes todos vêm para fazer violência. Habacuque 1:5-90

NABUCODONOSOR ASSUME O PODER
Avançado em anos, Nabopolassar, rei da Babilônia, colocou o exército sob o comando de seu filho e sucessor ao trono, Nabucodonosor. Em 605 a.C, Nabucodonosor derrotou o exército egípcio em Carquemis, junto ao rio Eufrates (próximo à atual fronteira entre a Turquia e a Síria).? Marchando para para o sul, Nabucodonosor invadiu Judá na tentativa de garantir a lealdade de Jeoaquim de Judá, o antigo vassalo e aliado de Neco.
Quando Jeoaquim estava prestes a se render, Nabucodonosor foi informado da morte de seu pai e voltou à Babilônia pelo caminho do deserto, levando consigo alguns objetos do templo do Senhor e vários jovens da família real e da nobreza de Judá. Quatro desses jovens se mostraram conselheiros valiosos para o novo rei: Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Essa foi a primeira e menor de quatro deportações que acabariam resultando no exílio dos habitantes de Judá na Babilônia.

Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
SEÇÃO I

A HISTÓRIA DO EXÍLIO DE DANIEL

(UMA SEÇÃO HEBRAICA)

Daniel 1:1-21

A. PRELÚDIO HISTÓRICO, 1:1-2

O livro de Daniel é introduzido por um ambiente histórico claramente focado. Interessantemente, essa breve seção está na língua hebraica, enquanto que a parte se-guinte do livro (Daniel 2:4-7,28) encontra-se na língua aramaica ou na língua dos caldeus. Depois, a seção final do livro volta a ser em hebraico. Intérpretes têm diferido em relação aos motivos desse aspecto incomum. A explicação mais plausível para isso é que essa seção e a parte final do livro foram escritas na língua dos judeus, referindo-se especial-mente ao povo de Deus no exílio. Aparte escrita na língua dos caldeus refere-se às nações gentias, tendo a Babilônia como alvo imediato. As duas línguas eram comuns nos tempos de Daniel e ambas eram entendidas pelo povo do exílio e dos séculos subseqüentes. O uso dessas duas línguas semelhantes ajudava a manter em relação estreita o ambiente his-tórico do livro e sua relevância ao povo a quem foi escrito.

O livro de Daniel registra: No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou (1; veja Qua-dro A). Isso seria menos do que três anos após Neco ter indicado Jeoaquim como rei. Os destinos políticos estavam mudando rapidamente.

Enquanto Nabopolassar era, na verdade, o monarca do novo reino da Babilônia, seu vigoroso filho, Nabucodonosor, era seu herdeiro reconhecido e co-regente com ele. Nabucodonosor acabara de ajuntar seu despojo e os reféns quando uma chamada emergencial veio da Babilônia. Seu pai havia falecido e ele precisava se apressar para ocupar o trono.

Dessa forma, Daniel e seus três companheiros, com outros jovens príncipes da corte de Judá, foram levados para uma terra estranha a 800 quilômetros de casa. E junto com eles vieram alguns tesouros sagrados da Casa de Deus (2) em Jerusalém para adornar o Templo de Bel na Babilônia. Sinar era a principal planície da Babilônia.

B. JOVENS PROVADOS 1:3-16

  • A Política do Rei (1:3-5)
  • Acumulando vitórias e orgulhoso com o seu recente poder, o jovem soberano do novo reino da Babilônia agia com astúcia para consolidar o seu reino. De que forma melhor ele podia fortalecer sua autoridade do que escolher os príncipes mais dotados dos seus re-cém-conquistados territórios e treiná-los para a liderança política? Não temos nenhuma notícia acerca dos outros príncipes de Judá. Todos foram escolhidos devido ao seu talento e bela aparência. Eles receberam o melhor treinamento que a corte babilônica poderia oferecer. Esses eram jovens da linhagem real, e dos nobres (3) [...] em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedo-ria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habili-dade para viver no palácio do rei (4).

    O programa de educação requeria que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus, num curso intensivo de treinamento de três anos. Seu bem-estar físico incluía o melhor que o reino podia oferecer, ou seja, as iguarias da mesa imperial.

  • Jovens de Caráter (1:6-16)
  • Os quatro heróis do livro de Daniel se sobressaíram entre todos os vencedores do rigoroso exame. Esses que pertenciam aos filhos de Judá tinham a reputação de serem da linhagem de Davi. Eles eram Daniel, Hananias, Misael e Azarias (6).

    Esses quatro jovens de Judá, por intermédio dos seus nomes, testemunhavam do único e verdadeiro Deus. Quaisquer que tivessem sido as limitações do seu ambiente religioso em Judá, seus pais lhes deram nomes que serviam de testemunho ao Deus que serviam. Daniel significava: "Deus é meu juiz"; Hananias significava: "O Senhor tem sido gracioso ou bondoso"; Misael significava: "Ele é alguém que vem de Deus" e Azarias declarava: "O Senhor é meu Ajudador". A continuação da história claramente indica que, embora outros pais em Judá pudessem ter falhado em relação à educação dos seus filhos, os pais desses meninos tinham dado a eles uma base sólida em relação às convicções e responsabilidades dignas do significado dos seus nomes. Seu treinamento piedoso havia cultivado profundas raízes de caráter.

    Em consideração ao rei e seus deuses pagãos, o chefe dos eunucos designou novos nomes aos quatro jovens. Beltessazar (7) significava "o tesouro (ou segredos) de Bel". Sadraque significava "a inspiração do sol". Mesaque sugeria: "aquele que pertence à deusa Sesaque". E Abede-Nego significava "servo de Nego (a estrela da manhã) ". A pouca importância que esses jovens deram aos seus novos nomes pode ser vista nas narrativas que se seguem.

    Com convicção inabalável, ousadia santa e cortesia refinada, Daniel e seus compa-nheiros revelaram seus dons extraordinários de sabedoria e caráter. A decisão de não comer das iguarias do rei era muito mais do que uma questão de conveniência ou saú-de. Isso estava relacionado com a integridade dos seus votos de consagração como hebreus ao Deus de Israel. O significado cerimonial do alimento, puro ou impuro, sig-nificava tudo para descendentes profundamente comprometidos de Abraão. Ingerir alimentos dedicados a deuses pagãos da Babilônia constituiria uma ruptura de fé com Jeová. Eles não vêem outra saída senão arriscar o perigo da recusa. Mas eles devem fazer isso de maneira afável e atenciosa com aqueles que são responsáveis em cumprir as ordens do rei.

    Quando o chefe dos eunucos (8,
    10) recusou o pedido, uma sugestão sensata dada ao despenseiro (11), encarregado direto dos jovens, tirou a pressão do oficial superior e abriu caminho para uma solução. O período de prova de dez dias (12) era justo e sufici-ente para prover uma demonstração adequada do bom senso higiênico do pedido e dar oportunidade a Deus para vindicar seus jovens servos. Legumes significa, literalmente, "sementes", mas incluía vegetais em geral.

    C. INTEGRIDADE VINDICADA, Daniel 1:17-21

    Não está claro se o exame final dos seus estudos previsto para o fim de três anos foi concluído ou se o tempo foi encurtado. O resultado da prova foi uma clara vindicação na presença do rei da autodisciplina e do esforço diligente seguido pelos quatro jo-vens (17). E o próprio rei falou com eles (19). Não sabemos quanto o rei sabia acerca do compromisso religioso deles. Mas Daniel e seus companheiros estavam plenamente convencidos de que Deus os havia sustentado em todas as suas decisões e esforços. Podemos estar certos de que esse fato da fidelidade de Deus serviu para ratificar suas convicções e sua coragem. A designação deles para lugares de proeminência e respon-sabilidade era um reconhecimento óbvio do seu conhecimento e capacidade superior. Por isso, permaneceram diante do rei (19). Acerca de magos e astrólogos (20), veja comentários em Daniel 2.2.

    A afirmação de que Daniel esteve até ao primeiro ano do rei Ciro (21; 539 a.C.) claramente não tem a intenção de limitar o período da sua vida, mas de mostrar sua extensão geral. Em Daniel 10.1 somos informados de que Daniel continuava vivo no terceiro ano de Ciro.


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 17 até o 21

    Epílogo (Dn 1:17-21)

    Agora o autor diz-nos diretamente que “Deus estava em tudo aquilo”. Deus deu o que eles precisavam: boa saúde, físico forte e mente aguda. Essas vantagens foram concedidas aos jovens hebreus como recompensa por sua fidelidade. Conforme Sal. 37 e Eze. 18-33.0 rei foi muito exigente ao submeter os jovens hebreus a testes e inspeções. A ajuda divina garantiu que eles não fracassassem, mas antes tivessem ressonante sucesso. O autor sacro estava dizendo que “os bons são recompensados”, especialmente quando se opõem às corrupções dos pagãos.

    Dn 1:17
    Não foi a dieta vegetariana que tomou os hebreus mais sábios e inteligente. Essas vantagens eles obtiveram pelo trabalho árduo e pela ajuda divina. Algumas pessoas clamam pela assistência divina, mas negligenciam o trabalho árduo. Quando os estudantes fazem alguma prova de matemática, a classe toda apela para a oração. Isso é bom, mas tem pouca utilidade se os homens também não estudaram. Alguns estudantes apelam para a “cola” e ganham boas notas desonestamente, mas em algum ponto a Lei da Colheita Segundo a Semeadura (ver a respeito no Dicionário) haverá de alcançá-los. Assim sucede em nossa vida espiritual.

    Daniel foi abençoado com os outros jovens hebreus, mas recebeu um dom especial que seria importante mais tarde: a capacidade de interpretar sonhos e visões. Em outras palavras, ele recebeu habilidades místicas. Ver no Dicionário o verbete intitulado Misticismo. E em vez de o leitor criticar a palavra misticismo, sugiro que leia o artigo. Ver no Dicionário o artigo chamado Sonhos e Visões. Nos dias de Daniel, os profetas eram rejeitados. Mas Daniel cumpriría sua missão completa, por causa de seus dons proféticos.

    Não esqueçamos que este versículo também ensina que Daniel e seus amigos obtiveram sucesso no cumprimento das expectações do rei ao dominar a erudição e a sabedoria dos babilônios (ver o vs. Dn 1:4). Portanto, a vida compõe-se de várias realizações, incluindo a boa educação. O secular e o sagrado combinam-se na experiência de todos os homens preparados. É possível que alguém tenha uma mente tão celestial que acabe sem uso algum neste mundo materialista. Conforme o caso de José. Ele foi favorecido como homem de muitas aptidões, entre as quais se destacava a capacidade de interpretar sonhos (ver Gn 40:5; Gn 41:1,Gn 41:8).

    Dn 1:18
    Vencido o tempo determinado pelo rei. Ao fim dos três anos (vs. Dn 1:5), chegou o grande e assustador dia. Os estudantes tiveram de comparecer perante o Grande Chefe, o próprio rei Nabucodonosor, que seria o juiz final. Eles seriam ou não o que ele queria que eles fossem. Se correspondessem ao desejo real, seriam galardoados, recebendo algum serviço em favor do monarca. Caso contrário, seriam expulsos do palácio, como demonstração de desgosto. A vida é assim. Somos responsabilizados por aquilo que fazemos e por aquilo em que nos tornamos. E também existem juizes adequados que fazem essa avaliação.

    Dn 1:19
    Então o rei falou com eles. O fim da questão é o que esperamos saber, pois Yahweh estava com Seus servos, que se tinham sacrificado por causa Dele. Lembremo-nos, pois, de todo esse duro trabalho. Eles precisava que o coração estivesse disposto e a mente funcionasse no máximo de suas potencialidades. Algumas pessoas religiosas querem que tudo lhes seja dado, meramente porque são religiosas, mas isso viola a lei do trabalho árduo do universo, uma parte integral da Lei Moral da Colheita Segundo a Semeadura.

    Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles. Todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.

    (1Co 15:10)

    O rei submeteu a teste os jovens hebreus, fazendo perguntas e requerendo exercidos teóricos e práticos. Os testes comprovavam que os quatro melhores estudantes eram, exatamente, os jovens hebreus. O que torna as declarações deste versículo significativas é que eles eram os melhores, embora estivessem competindo com um grupo seleto de jovens. Eles eram os melhores entre os melhores. Foi algo semelhante a Paulo, que se levantou para ser um apóstolo maior do que Pedro! Não foi fácil conseguir isso!

    Vês a um homem perito na sua obra? Perante reis será posto; e não entre a plebe.

    (Pv 22:29)

    Dn 1:20

    Em toda matéria de sabedoria e de inteligência. Daniel e seus amigos dominaram realmente as matérias que haviam estudado. Eles tinham compreendido a matemática e as ciências; dominaram a astrologia, a astronomia e, ao que tudo indica, as artes psíquicas; ou por que o autor diz que eles ultrapassaram em conhecimento aos mágicos e encantadores? Aqueles hebreus, de fato, eram dez vezes mais espertos que os jovens não-hebreus e chegaram até a aprender a gramática babilõnica, embora usualmente os estudantes tenham alergia à gramática.

    Do que todos os magos. No hebraico, hartummim, palavra também usada em Daniel 2; 4 ; 5. Ver também Gên. 41 e Êxo. 7; 8; 9. O termo pode referir-se à classe dos sábios, mas devemos lembrar quão importantes eram para os babilônios as artes psíquicas. O que é psíquico é neutro em si mesmo e pode ser posto em bom ou mau uso. Ver o artigo detalhado sobre Parapsicologia, na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Um homem, por ser um homem, tem poderes psíquicos, que são apenas inerentes à natureza humana. Existem abusos quando mentes estrangeiras e espíritos se misturam. Além disso a mente humana pode ser corrompida e, com freqüência, se corrompe. No entanto, o ser humano é uma psique, um espirito, e, naturalmente, possui qualidades e habilidades espirituais. “A palavra geral mágicos (no hebraico, hartummim, Dn 1:20 ; Dn 2:2) referia-se a homens que praticavam as artes ocultas. Essa palavra também é usada em Gn 41:8,Ex 7:22; Ex 8:7; Ex 9:11” (J. Dwight Pentecost, in loc.).

    Encantadores. No hebraico, ‘assapim, palavra usada somente por duas vezes no Antigo Testamento: Dn 1:20 ; Dn 2:21. Provavelmente estão em vista aqueles que eram aptos em todas as formas de encantos mágicos e exorcismo. Eles eram espertos nas questões espirituais, conforme os babilônios as entendiam. Provavelmente por trás dessa palavra está o verbo babilônico kasapu, •‘encantar’, “lançar um encantamento", “exorcizar”. Ver o artigo do Dicionário denominado Adivinhação. Daniel e seus amigos ultrapassavam a esses homens. Porventura os derrotaram no próprio jogo deles? Não há razão para supormos que Daniel se reduziu a praticar as artes dos babilônios, mas a indicação dara do texto é que ele era homem dotado de consideráveis aptidões psíquicas e proféticas. Ele tinha uma excelente forma de misticismo. Não apenas lia a Bíblia e orava. Ver no Dicionário o artigo chamado Desenvolvimento Espiritual, Meios do.

    Dn 1:21

    Daniel continuou até ao primeiro ano do rei Ciro. Este versículo é uma pequena nota cronológica acerca do período de permanência de Daniel na Babilônia. Ele continuava lá quando Ciro derrotou os babilônios, cerca de 539/538 A. C. Isso significa que a carreira de Daniel na Babilônia durou setenta anos. Talvez esta nota queira dizer-nos que Daniel morreu no ano em que Ciro subiu ao trono. Mas Dn 10:1 diz que Daniel estava vivo no terceiro ano do governo de Ciro. Não há Indicação de que Daniel tenha voltado a Jerusalém, embora existam tradições que dizem precisamente isso, ao passo que outras respondem com um “não”. Dn 9:25 menciona o retomo dos exilados, mas não confere a Daniel nenhuma participação nisso. O livro não demonstra grande interesse por essa parte da história. Ela tem escopo mundial.

    Lições da Primeira História. Deus honra àqueles que O honram (ver 1Sm 2:30), algumas vezes de maneira pública e gloriosa, mas sempre de maneira particular e adequada. A obediência leva a muitos triunfos. Portanto, existem muitas recompensas para os fiéis. Daniel teve uma missão longa e bem-sucedida, distante de sua terra, sob circunstâncias adversas.

    Devemos entender que Daniel teve uma importante obra a fazer na chamada de Nabucodonosor, de quem se tornou valioso conselheiro. Ademais, durante o seu tempo na Babilônia, ele cumpriu a função de porta-voz de Deus em meio ao paganismo. Além disso, como é natural, teve uma missão profética, embora o seu livro não seja classificado como profético, de acordo com a tradição hebréia. Mas dentro da tradição cristã por certo ele é assim classificado.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    *

    1:1

    No ano terceiro. O terceiro ano do reinado de Jeoaquim foi o ano de 605 a.C. Naquele ano, Nabucodonosor derrotou uma coligação entre a Assíria e o Egito, em Carquemis, e assim teve início a ascensão da Babilônia como uma potência internacional. Depois da batalha de Carquemis, Nabucodonosor avançou contra Jeoaquim (2Rs 24:1,2; 2Cr 36:5-7), e levou cativos a alguns judeus, incluindo Daniel. Essa foi a primeira das três invasões de Judá por parte de Nabucodonosor. A segunda ocorreu em 597 a.C. (2Rs 24:10-14); e a terceira delas teve lugar em 587 a.C. (2Rs 25:1-24). No livro de Jeremias, o ataque de Nabucodonosor ocorreu no quarto ano de Jeoaquim, e não no seu terceiro ano (Jr 25:1; 46:2). A diferença de um ano ocorreu por causa da cronologia babilônica, que Daniel, segundo parece, usou, pois o reinado dos reis babilônicos era contado a partir do primeiro dia do ano seguinte, e não da data real da ascensão ao trono.

    Nabucodonosor, rei da Babilônia. Nabucodonosor conduziu os babilônios à vitória em Carquemis, como príncipe coroado e comandante do exército babilônico. Pouco depois dessa vitória, ele assumiu o trono da Babilônia, quando morreu seu pai, Nabopolassar, (626—605 a.C.). O reinado de Nabucodonosor (605—562 a.C.) é o contexto histórico de grande parte dos livros de Jeremias, Ezequiel e Daniel.

    *

    1:2

    O SENHOR lhe entregou nas mãos. A derrota de Israel pelos babilônios não pode ser explicada simplesmente pela análise de fatores militares e políticos. Deus estava operando nas atividades das nações, e ele usou os babilônios para julgar o seu próprio povo de Israel, por causa das suas transgressões (2Rs 17:15,18-20; 21.12-15; 24:3,4).

    na casa do tesouro do seu deus. Marduque era a principal divindade do panteão babilônio (conforme Jr 50:2 e as referências laterais.

    *

    1:4

    a cultura... dos caldeus. A escrita dos caldeus era feita com caracteres cuneiformes modelados com a ajuda de um estilete sobre a argila mole, que mais tarde era levada ao forno, para torná-la um documento permanente. Os arqueólogos têm encontrado milhares dessas tábuas de argila. Os babilônios adoravam a muitos deuses e a cultura deles era repleta de artes mágicas, feitiçaria e astrologia. A linguagem comum da Babilônia era o aramaico (2.4 e nota).

    *

    1:5

    finas iguarias da mesa real. Jeoaquim mais tarde recebeu tal provisão alimentar, sob o governo do rei babilônio, Evil-Merodaque (2Rs 25:27-30).

    * 1:6

    Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Nesses nomes pessoais hebraicos, o componente el significa "Deus", ao passo que yah é uma forma do nome de Deus, "Yahweh" (Sl 50:1, nota). Portanto, Daniel significa "meu juiz é Deus"; Hananias, "Yahweh é gracioso"; Misael, "Quem é o que Deus é?" e Azarias, "Yahweh tem ajudado".

    * 1:7

    Beltessazar... Sadraque... Mesaque... Abede-Nego. As sugestões quanto aos significados desses nomes incluem: Beltessazar, "que Bel proteja a sua vida"; Sadraque, "o mandamento de Acu" (deus-lua dos sumérios); Mesaque, "quem é o que Acu é?" e Abede-Nego é "servo de Nebo" (uma divindade babilônica). Bel é um outro nome para Marduque, a principal divindade babilônica (conforme 4.8).

    * 1:8

    não contaminar-se. Não encontra-se explícita a razão para a conclusão de Daniel de que ele e seus amigos se contaminariam por causa da comida do rei. Talvez isso envolvesse a violação das leis dietéticas de Moisés (Lv 11 e 17).

    *

    1:15

    A sua aparência era melhor. A obediência a Deus, por parte de Daniel e seus amigos, e a recusa deles comprometerem a sua fé em um ambiente pagão, foi recompensada com a bênção divina (conforme Dt 8:3 e Mt 4:4).


    *

    1:17

    Deus deu o conhecimento e a inteligência. A bênção divina não se limitou ao bem-estar físico, mas incluiu, igualmente, um desenvolvimento intelectual notável durante seus três anos de educação babilônica.

    visões e sonhos. Tendo em mente o que se segue no livro (caps. 2; 4 e 5), Daniel se destaca de seus companheiros pela sua habilidade de interpretar sonhos e visões, mais ou menos como aconteceu a José, estando ele no paláio de Faraó (Gn 40:8 e 41.16).

    * 1:18

    Vencido o tempo determinado. Isto é, terminados os três anos mencionados no v. 5.

    *

    1:20

    magos e encantadores. O termo traduzido aqui por “magos” também é usado em Gn 41:8,24 e Êx 7:11. E a palavra aqui traduzida por “encantadores” pode ser encontrada somente aqui e em 2.2, podendo ser traduzida por feiticeiro ou adivinhador. Sem importar o método usado por esses conselheiros reais para adquirir conhecimento, Daniel e seus amigos foram capazes de demonstrar um discernimento superior sobre as questões nas quais foram interrogados.

    *

    1:21

    até ao primeiro ano do rei Ciro. A Babilônia caiu diante de Ciro em 539 a.C., ou seja 66 anos depois que Daniel fora levado cativo para a Babilônia. Daniel viveu durante o período inteiro do cativeiro babilônico. No primeiro ano de seu governo, Ciro publicou um decreto permitindo que os israelitas voltassem do cativeiro, levando consigo os utensílios do templo que tinham sido tomados por Nabucodonosor (Ed 1:7-11). Essa declaração não quer dizer que Daniel morreu no primeiro ano do reinado de Ciro (10.1).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    Daniel serve como profeta ante os cativos em Babilônia desde 605 a.C. até 536 a.C.

    Clima da época : O povo do Judá estava cativo em uma terra estranha e se sentia descorazonado.

    Mensagem principal : Deus é soberano sobre a história humana passada, presente e futura.

    Importância da mensagem : Devemos passar menos tempo nos perguntando quando acontecerão os acontecimentos futuros e mais tempo aprendendo a forma em que devemos viver agora.

    Profetas contemporâneos : Jeremías (627-586) Habacuc (612-588) Ezequiel (593-571)

    1:1, 2 Daniel nasceu na metade do reino do Josías (2 Rseis 22:23) e cresceu durante as reformas desse rei. Durante este tempo provavelmente escutou ao Jeremías, profeta que citou em 9.2. Josías morreu em batalha contra Egito em 609 a.C., e aos quatro anos já Judá tinha retornado a suas más aventuras.

    Em 605 a.C. Nabucodonosor ocupou o trono de Babilônia. Em Setembro desse ano arrasou com a Palestina e pôs sítio a Jerusalém, com o que Judá se converteu em estado vassalo. Para demonstrar seu domínio, levou-se cativos de Jerusalém a muitos dos homens mais sábios e às mulheres mais formosas. Daniel estava neste grupo.

    1.1, 2 Nabucodonosor, o líder supremo de Babilônia, era temido em todo mundo. Quando chegava a um país, a queda do país era iminente. depois de uma vitória, os babilônicos estavam acostumados a levar-se às pessoas mais valiosa a Babilônia e deixar aos pobres detrás para que tomassem qualquer terra que quisessem e vivessem ali pacificamente. Este sistema fomentou uma grande lealdade por parte das terras conquistadas e assegurava um fornecimento constante de gente sábia e talentosa para o serviço civil de Babilônia.

    1:2 Às vezes Deus permite que sua obra sofra. Neste caso, os babilônicos irromperam no templo de Deus e se levaram os utensílios da adoração ao templo de um deus babilônico. Esse Deus pode ter sido Bel, que os hebreus chamavam Merodac, deus supremo dos babilônicos. Os que amavam ao Senhor certamente se sentiram descorazonados e desalentados. Sentimo-nos bem desalentados quando nosso Iglesias sofrem danos materiais, ou divisões, ou se fecham por motivos econômicos, ou estão infestadas de escândalos. Não sabemos por que Deus permite que sua igreja experimente tais calamidades. Mas, como os que presenciaram o saque do templo à mãos dos babilônicos, devemos confiar em que Deus está ao leme e vela pelos que confiam no.

    1:4 A língua de Babilônia era o aramaico. O programa acadêmico de Babilônia deveu ter incluída matemática, astronomia e história com uma forte dose de alquimia e magia. Estes jovens demonstraram não só capacidade mas também disciplina. Este rasgo de seu caráter, combinado com integridade, ajudou-os muito naquela nova cultura.

    1:7 Nabucodonosor lhes trocou o nome porque queria fazê-los babilônicos ante seus olhos e ante os olhos do povo babilônico. Os nomes novos lhes ajudariam a integrar-se à cultura. Daniel, que significa "Deus é meu juiz" em hebreu, passou a chamar-se Beltsasar, que significa "Aquele a quem Bel favorece". Bel era um deus babilônico. Foi um intento do rei por trocar a lealdade religiosa destes jovens do Deus do Judá ao deus de Babilônia.

    1:8 Daniel decidiu não comer dessa comida devido a que a carne provavelmente era porco ou outra comida proibida no Levítico (veja-se Levítico 11), não estava preparada de acordo com a lei judia, e provavelmente tinha sido sacrificada aos ídolos. Apesar de que Daniel estava em uma cultura que não honrava a Deus, seguia obedecendo as leis de Deus.

    1:8 "Propôs em seu coração" são palavras fortes que expressam fidelidade aos princípios e determinação a seguir um curso de ação. Quando Daniel determinou que não ia poluir se, estava sendo fiel a sua determinação de sempre de fazer o correto e não ceder às pressões do meio. Muito freqüentemente nos vemos pressionados a baixar nossas normas e viver mais como o mundo que nos rodeia. Não basta preferindo ou desejar fazer a vontade de Deus para resistir os embates da tentação. Como Daniel, devemos propor obedecer a Deus.

    1:8 É mais fácil resistir a tentação se a gente fortalecer suas convicções antes de que chegue a tentação. Daniel e seus amigos tomaram a decisão de ser fiéis às leis de Deus antes de enfrentar-se às guloseimas do rei, e não duvidaram permanecer firmes em suas convicções. Algumas vezes nos metemos em problemas porque não fixamos previamente os limites. antes de que surjam as situações difíceis, defina seu compromisso com Deus. Assim estará preparado para dizer não quando se presente a tentação.

    1:9 Deus se moveu com mão invisível para tocar o coração do funcionário babilônico. A forte convicção daqueles quatro jovens o impactaram. Deus promete estar com sua gente em momentos de provas e tentações (Sl 106:46; Is 43:2-5; 1Co 10:13). Está acostumado a atuar quando nos paramos firmes. Pare-se firme nos princípios de Deus e confie em que lhe protegerá em maneiras que possivelmente não veja.

    1:12 Os babilônicos estavam tratando de trocar a mentalidade destes judeus ao lhes dar educação esquenta, sua lealdade ao lhes trocar o nome, e seu estilo de vida ao lhes trocar a dieta. Sem ceder em nada, Daniel encontrou a maneira de viver segundo as normas de Deus em uma cultura que não honrava a Deus. De maneira sábia escolheu negociar em vez de rebelar-se, e sugeriu uma dieta experimental de dez dias. Como povo de Deus, podemos ajustar nossa cultura enquanto que não ponhamos em perigo nossas convicções.

    1:17 Daniel e seus amigos aprenderam o melhor que puderam a nova cultura para poder fazer seu trabalho com excelência. Entretanto, enquanto aprendiam, mantiveram-se em total lealdade a Deus. Nenhuma cultura é necessariamente inimizade de Deus. Se não violar seus mandamentos, pode ajudar a cumprir o propósito divino. Os que seguimos a Deus temos a liberdade de ser líderes competentes em nossa cultura, mas nos demanda que depositemos nossa lealdade primeiro em Deus.

    1:20 Nabucodonor situou ao Daniel e a seus amigos entre sua equipe de conselheiros. Essa equipe incluía "magos e astrólogos" que afirmavam predizer o futuro através das práticas do ocultismo. Eram bem hábeis em comunicar sua mensagem com autoridade, como se o recebessem diretamente de seus deuses. Entretanto, Daniel e os outros jovens judeus tinham discernimento, que era um dom de Deus, além de conhecimento. Por isso o rei estava mais agradado com eles que com os outros. Ao servir a Deus não devemos fingir ter sabedoria de Deus. Nossa sabedoria será legítima quando estivermos bem relacionados com Deus.

    1:20 Como sobreviveram os cativos em uma cultura estranha? Aprenderam a cultura, procuraram a excelência ao trabalhar, serviram ao povo, pediram a ajuda de Deus e mantiveram sua integridade.

    1:21 Um dos primeiros cativos levados a Babilônia, Daniel viveu para ver a primeira volta dos desterrados a Jerusalém no ano 538 a.C. Ao longo desse tempo honrou a Deus, e Deus o honrou a ele. Enquanto servia como conselheiro dos reis de Babilônia, Daniel era o porta-voz de Deus ante o Império Babilônico. Babilônia era uma nação malvada, mas tivesse sido pior sem a influência do Daniel.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    1 No terceiro ano do reinado de Joaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém, ea sitiou. 2 E o Senhor deu a Joaquim, rei de Judá, na sua mão, e uma parte dos utensílios da casa de Deus; e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa de seu deus, que fez os utensílios na casa do tesouro do seu deus.

    A declaração de Daniel abertura refere-se ao reinado de Nabucodonosor, filho de Nabopolassar, como rei de Babilônia. Tendo derrotado a coalizão assírio-egípcio em Carquemis em 605 AC, Nabucodonosor, assumiu as rédeas do governo babilônico sobre a morte de seu pai, no mesmo ano.

    Dois problemas referem-se ao registo do tempo em Ez 1:1)

    3 E o rei falou a Aspenaz o chefe dos seus eunucos, que trouxesse em certa dos filhos de Israel, mesmo de a descendência real e dos nobres, 4 jovens em quem não houvesse defeito algum, mas bem favorecido, e hábil em toda a sabedoria, e dotado de conhecimento e entendimento da ciência, e que tivessem habilidade para assistirem no palácio do rei; e que ele deveria ensinar-lhes a aprendizagem e a língua dos caldeus. 5 E o rei lhes determinou a porção diária das iguarias do rei, e do vinho que ele bebia, e que eles devem ser alimentados por três anos; que no fim destes pudessem estar diante do Ap 6:1 Ora, entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Ananias, Misael e Azarias. 7 E o chefe dos eunucos deu-lhes nomes: a Daniel que ele deu a Nome doBelteshazzar; e para Ananias, de Sadraque; e Misael o de Mesaque; e Azarias o de Abednego.

    Política de Nabucodonosor, continuou pelos persas, era educar cativos para lugares de responsabilidade no governo e na administração. Tendo tomado o melhor da terra, mesmo de a descendência real e dos nobres, ele procurou a familiarizá-los com os costumes e língua de seus captores. Embora Aspenaz foi mestre dos eunucos não há nenhuma evidência de que Daniel e seus amigos foram feitos eunucos.

    As qualificações das pessoas para serem treinados mostram um rígido sistema de educação na Babilônia. Fisicamente eles devem ser sem defeito e atraente. Mentalmente eles devem já foram treinados nos fundamentos da sabedoria, conhecimento e ciência, e ser dotada com capacidade para se destacar em sua educação. caldeus não é usado aqui no sentido de homens ou magos sábios, mas no sentido étnico como Nu 5:30 ; Et 2:7)

    8 Mas Daniel propôs no seu coração que ele não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia. portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se 9 Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça . e misericórdia diante do chefe dos eunucos 10 E o chefe dos eunucos disse a Daniel, Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e sua bebida: por que veria ele os vossos rostos mais do que o jovens que são de sua própria idade? . Assim poríeis em perigo a minha cabeça para com o Ap 11:1 Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Ananias, Misael e Azarias: 12 Prove teus servos, eu te rogo, 10 dias; e que se nos dêem legumes a comer e água para beber. 13 Então deixe nosso semblante ser encarado diante de ti, e do semblante dos jovens que comem das iguarias do rei; e, como vês, lidar com os teus servos.

    14 Então, ele lhes deu ouvidos nesta matéria, e os experimentou dez dias. 15 E, ao fim dos dez dias seus semblantes apareceu mais justo, e eles estavam mais gordos do que todos os jovens que comiam das iguarias do Ap 16:1 Então, o mordomo tirou as iguarias eo vinho que deviam beber, e lhes dava legumes.

    Daniel, jovem como era, assumiu a liderança dos jovens hebreus. Esta unidade de pensamento dá a conhecer o seu propósito, o seu fundamento, e seu plano. Com a sua mente pronta para servir a Deus, ele pediu ao chefe dos eunucos para permitir que os jovens hebreus a comer legumes e beber água. Quando recusou este pedido, ele educadamente ofereceu um plano para testar a eficácia dos dois modos de vida, a maneira de indulgência em relação ao caminho da disciplina.

    Daniel propôs no seu coração. mentalidade de Daniel não foi o fanatismo, mas a devoção a princípio. Como crente em Deus e na lei, ele tinha sido ensinado as leis de profanação pessoal. Comida em uma festa pagã foi consagrada aos deuses como um sacrifício; a refeição tornou-se um rito religioso (1Co 10:1f ). Pedido inicial de Daniel foi que ele não se contaminar. Enquanto Deus deu-lhe graça aos olhos do chefe dos eunucos, versículo 10 sugere que Daniel foi negado o seu pedido porque o chefe dos eunucos temia por sua própria vida.

    Quando o chefe eunuco negou o pedido de Daniel, o jovem hebreu passou para a próxima no comando, o administrador ou o atendente pessoal. Apesar da decepção, ele se recusou a abandonar seus princípios. Ele, então, formaram um plano para testar os caminhos dos pagãos. Edward J. Young chama a lição ", Neste ponto, como em toda a sua vida, Daniel apresenta-se como um verdadeiro cavalheiro. Ele nunca rende em devoção a princípio, mas não permite que a devoção ao princípio de servir como uma capa para grosseria ou fanatismo. Ele era um verdadeiro herói da Fé ".

    O plano de Daniel era simples: Prove teus servos, eu te rogo, 10 dias; e que se nos dêem legumes a comer e água para beber. Pulso refere-se a ervas ou vegetais. Cuidado prático de nosso corpo físico é parte da verdadeira religião. Paulo diz: "Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo?" (1Co 6:19 ).

    Franqueza e método de Daniel não só lhe deu graça com o chefe dos eunucos, mas também com o mordomo, que concordou em colocar o plano em funcionamento durante os dez dias. O resultado foi que os semblantes dos hebreus jovens apareceu mais justa e mais saudável do que os outros. O teste de uma vida piedosa está nos resultados práticos que dela decorrem. Pelo que o despenseiro lhes tirou as iguarias e vinho. O sucesso do plano de Daniel o convenceu da superioridade da tarifa simples. Os homens do mundo estão dispostos a ouvir, se os resultados justificam. A religião deve ser prático para ser relevante.

    4. Seu Triumph (1: 17-21)

    17 Ora, quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento ea inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos. 18 E, ao fim dos dias que o rei tinha ordenado que fossem apresentados, o príncipe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor. 19 E o rei falou com eles; nenhum e entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Ananias, Misael e Azarias; por isso ficaram assistindo diante do Ap 20:1 E em toda matéria de sabedoria e de entendimento, a respeito da qual o rei lhes perguntou, os achou dez vezes melhor do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino. 21 E Daniel continuou até o primeiro ano do rei Ciro.

    Este parágrafo traça o triunfo final dos jovens hebreus que tinham honraram a Deus por suas vidas em uma corte pagã. Deus, que dera Joaquim, na mão de Nabucodonosor (v. Dn 1:2 ), e que tinha dado a Daniel graça diante do chefe dos eunucos (v. Dn 1:9 ), agora deua superioridade jovens na liberal e no espiritual arts. Visões e sonhos são distintos de aprendizagem e sabedoria , porque eles estão especialmente relacionadas com Deus e das coisas divinas.

    No final dos três anos que toda a classe foi trazido diante de Nabucodonosor, que havia ordenado a formação, o currículo, e do modo de vida. E o rei falou com eles. Ele questionou-los e tentou impedi-los em áreas de conhecimento. No topo da classe estavam Daniel, Ananias, Misael e Azarias. A frase comparativa dez vezes melhor é uma expressão de extremo contraste indicando grande superioridade. Os jovens hebreus eram comparados com os seus pares, mas com os magos e encantadores que havia em todo o seu reino. Magicians foram aqueles que se especializou no oculto; enchanters fala dos astrólogos, um pseudo-ciência especial na Babilônia.

    E Daniel continuou até o primeiro ano do rei Ciro. Este verso indica algo da duração da vida de Daniel. A partir de 10: 1 , aprendemos que ele ainda estava vivo no terceiro ano de Ciro. O primeiro ano do rei Ciro marcou um ano especial para os judeus (Esdras 1:1 ), pois ela namorou o ano da proclamação que lhes permite voltar à Palestina e reconstruir o templo em Jerusalém. Ele marca um terminal futuro apropriado para um ensino capítulo como os judeus se manteve estável durante o cativeiro. Coragem e fidelidade de Daniel resultou em uma vida longa e próspera; Enquanto isso Deus teve Sua mão sobre os reinos do mundo.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    Vemos três momentos de dificuldade na história pessoal de Daniel (caps. 1—6): o teste dos quatro hebreus na chegada deles à Babilônia (cap. 1); a fornalha de fogo ardente (cap. 3); e a cova dos leões (cap. 6). Em cada uma dessas experiências, Daniel e seus amigos saíram vitoriosos, no entanto justamente a primeira vitória foi o fun-damento para as outras vitórias. Visto que esses jovens judeus eram fiéis a Deus desde a adolescência, o Senhor foi fiel a eles nos anos seguintes.

    I. A difícil provação (1:1-7)

    Imagine quatro adolescentes he-breus tirados de suas casas amadas em Jerusalém e levados para a lon-gínqua Babilônia. Desde que todos eles eram príncipes, pertenciam à família real e, provavelmente, não estavam acostumados com esse tipo de tratamento. E muito ruim quan-do os jovens sofrem por causa dos pecados dos pais. Os judeus recusa-ram-se a se arrepender e a obedecer ao Senhor. Assim, em 606-586 a.C. (como Jeremias advertira), o exérci-to babilônico conquistou a terra. Era costume dos babilônios levar a par-te melhor dos jovens para a Babilô-nia e treiná-los na corte do rei. No versículo 3, verificamos que esses quatro jovens eram espécimes espe-ciais. Eles eram fisicamente fortes e bonitos, experientes na esfera social e benquistos pelos outros, rápidos de mente, instruídos e espiritual-mente devotados ao Senhor. A vida deles era equilibrada, como vemos em relação a Cristo, emLc 2:52 — eram exemplos perfeitos para os adolescentes!

    Todavia, tiveram um desafio di-fícil pela frente: o rei queria forçá- los a se adequarem aos caminhos da Babilônia. Ele não estava inte-ressado em pôr bons judeus para trabalhar; queria que esses judeus se tornassem babilônios! Hoje, os cristãos enfrentam o mesmo desa-fio: Satanás quer que nos conforme-mos "com este século" (Rm 12:1-45). É triste constatar que muitos cristãos cedem ao mundo e perdem seu po-der, sua alegria e seu testemunho. Observe as mudanças que esses jo-vens vivenciaram:

    1. Nova casa (vv. 1-2)

    Eles não estavam mais rodeados pe-las coisas do Senhor, em Jerusalém, e não tinham mais a influência de seus pais e professores devotos. Al-guns cristãos, quando saem de casa, regozijam-se com a oportunidade de "sair da prisão e viver à larga", no entanto Daniel e seus amigos não se sentiram dessa forma.

    1. Nova sabedoria (vv. 3-4)

    A antiga sabedoria judia fora-se e, a partir de agora, seria a sabedoria do mundo, a sabedoria babilônica. Eles tinham de aprender a sabedoria e a língua de seus captores. O rei espe-rava que essa "lavagem cerebral" os tornasse melhores servos. Com fre- qüência, o povo de Deus tem de es-tudar coisas que não estão de acor-do com a Palavra do Senhor. Nós, como Daniel e seus amigos, temos de fazer o nosso melhor, mas não podemos abandonar nossa fé.

    1. Nova alimentação (v. 5)

    Nos três anos seguintes, os quatro jovens deviam comer a mesma dieta do rei, com certeza contrária às leis alimentares dos judeus. Sem dúvida, ofereciam também a comida aos ído-los da terra, e, para os jovens judeus, era blasfêmia comê-la.

    1. Novos nomes (vv. 6-7)

    O mundo não gosta de reconhecer o nome do Senhor, embora os qua-tro jovens tivessem o nome de Deus no próprio nome. Mudaram o nome de Daniel ("Deus é meu juiz") para Beltessazar ("Bel proteja sua vida"). Bel era o nome de um deus babi-lônio. O nome de Hananias ("Jeo-vá é amor"), para Sadraque ("servo do deus Sin, o deus lua"); Misael ("Quem é igual a Deus?"), para Me- saque ("quem é como Aku?", outro deus pagão deles); e Azarias ("Jeová ajuda"), para Abede-Nego ("servo do deus Nabu", outro deus pagão). Os babilônios tinham a esperança de que os nomes novos ajudariam os jovens a esquecerem o Deus de-les e a, gradualmente, tornarem-se mais parecidos com o povo pagão, com quem viviam e estudavam.

    II. O teste audacioso (1:8-16)

    Os babilônios podiam mudar a casa, os livros escolares, o cardápio e o nome de Daniel, porém não podiam mudar o coração dele. Ele e os ami-gos tinham no coração o propósito de obedecer à Palavra do Senhor. Eles se recusaram a conformar-se ao mundo. Claro que eles podiam ter arrumado desculpas e "seguido" a multidão. Eles poderíam dizer: "Todos estão fazendo assim!", ou: "É melhor obedecermos ao rei!", ou ainda: "Obedeceremos exter-namente, mas manteremos nossa fé em nosso interior". Todavia, eles não fizeram concessões. Ousaram crer na Palavra e confiar no Senhor para vencer. Eles entregaram o cor-po e a mente ao Senhor, como Ro-manos 12:1-2 instrui, e estavam dis-postos a deixar que Deus fizesse o resto.

    Daniel pediu dez dias de teste, o que não era muito, já que teriam três anos de treinamento pela fren-te; o chefe dos eunucos concordou com o plano deles. "Sendo o ca-minho dos homens agradável ao Senhor, este reconcilia com eles os seus inimigos" (Pv 16:7). Veja tam-bém Mt 6:33 e Pv 22:1.

    O eunuco temia contrariar as ordens do rei para que não acontecesse nada de mal com os jovens e con-sigo mesmo, de modo que o teste proposto por Daniel foi uma boa solução para o problema. Claro, o Senhor honrou a fé deles. Os jovens alimentaram-se de legumes (grãos de leguminosas) e água durante dez dias e, dessa forma, evitaram os ali-mentos contaminados dos babilô-nios.

    Foi necessário fé e obediên-cia para dominar as tentações e as pressões do mundo. Primeira aos Coríntios 10:13 ainda não fora es-crita, contudo Daniel e os amigos conheciam a verdade que ela apre-senta pela experiência. Observe como Daniel era educado e agra-dável com os servos babilônios: ele não "exibiu" sua religião nem em-baraçou o homem. Esse é um bom exemplo para seguir: podemos ater- nos a nossas convicções sem nos tornar excêntricos!

    1. O triunfo divino (1:17-21)

    Um teste de dez dias é uma coi-sa, mas e os três anos de curso na universidade da Babilônia? O versí-culo 17 responde à pergunta: "A es-tes quatro jovens Deus deu..." tudo de que precisavam! Ele capacitou- os para aprender mais que os outros alunos, acrescentando a esse conhe-cimento sua divina sabedoria espiri-tual. No versículo 20, os "magos e encantadores" eram os homens do rei que estudavam as estrelas e ten-tavam determinar a melhor decisão para o rei tomar. Eles também afir-mavam que interpretavam sonhos. Daniel e os amigos não acreditavam na religião e nas práticas insensatas dos babilônios, apesar de estuda-rem essas coisas, da mesma forma que hoje o estudante universitário cristão aprende "fatos" que ele sabe que se opõem à Palavra do Senhor. Daniel entendeu que o Senhor o usaria como testemunho naquela terra ímpia — e Deus fez isso pelos 75 anos seguintes!

    O rei admitiu que os quatro ra-pazes hebreus eram dez vezes mais inteligentes que seus melhores con-selheiros. Claro que isso deixou os astrólogos enciumados, e não causa espanto que tentassem afastar os ju-deus em anos posteriores. Se Daniel tivesse a preocupação de agradar as pessoas para tornar-se "popular", te- ria cedido às pressões e abandonado ao Senhor. Contudo, como ele vivia para agradar ao Senhor, ignorou as caras e as ameaças das pessoas e fez o que Deus queria que fizesse. Hoje, precisamos de cristãos com o coração determinado a pôr Cristo na frente de tudo onde quer que es-tejam — na sala de jantar, na sala de aula e até na sala do trono!

    "Daniel continuou..." Que tes-temunho! Satanás deve ter dito a Daniel: "Se você quiser ficar por aqui, é melhor seguir a multidão". No entanto, Daniel obedeceu ao Senhor — e "ficou por perto" mais tempo que qualquer outro. Ele mi-nistrou durante o reinado de quatro reis e, provavelmente, viveu para ver os judeus retornarem à sua ter-ra no fim do cativeiro. "Aquele [...] que faz a vontade de Deus perma-nece eternamente" (1Jo 2:17). Na verdade, hoje somos abençoados e ajudados por causa da fidelidade de Daniel. Ele não teria usufruído das vitórias e das bênçãos dos anos posteriores se tivesse se afastado de Deus quando enfrentou provações na juventude. O Senhor chamou-o de "amado" (10:11), honra que deu a apenas outra pessoa na Bíblia — Jesus Cristo. Daniel, por ter vivido na vontade do Senhor, usufruiu do amor dele (1Jo 2:15-62). Sua con-sagração deu-lhe coragem, sua fé o tornou fiel.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    1.1 Sitiou. A destruição foi completada alguns anos mais tarde, no ano 586 a.C. nos reinados de Jeoaquim, Joaquim e Zedequias, 2Rs 24:1-12. Alguns dos utensílios. Mais tarde foram todos.

    1.3 Linhagem real. Daniel era um jovem de alta estirpe, um nobre.

    1.7 A mudança dos nomes era uma tentativa de integrar os jovens cativos à religião pagã do seu novo ambiente social. Daniel quer dizer "Deus é meu juiz" e Beltessazar quer dizer "Príncipe de Bel" - Bel era equivalente a Baal e a Marduque. Misael quer dizer "Quem é como Deus", e Mesaque é a alteração deste nome para "Quem é como Aku" (Deus da lua). Hananias, "Jeová é misericordioso" altera-se para Sadraque, o "Amigo do rei", e Azarias, "Jeová é meu socorro", para Abedenego ou "Servo de Nego" (o ídolo que representa Mercúrio).

    1.8 Contaminar-se. Com comida que não era preparada segundo a Lei (Lv 17:10-14), provavelmente oferecida aos ídolos.

    1.12 Legumes. Só para evitar a comida do rei; não é vegetarianismo.

    1.15 Deus prometera abençoar a comida, a mais simples, Êx 23:25.

    1.17 Visões e sonhos. Era um dom especial de Deus, para preparar Daniel para o ministério específico que consta do livro.

    1.19 Era o exame conduzido pelo próprio rei, para verificar a cultura geral dos rapazes selecionados para contribuir à glória do seu império. Esta cultura confunde-se com as artes mágicas.
    1.21 Continuou. Ficou como oficial do Império até o ano 536 a.C., o primeiro ano do rei Ciro. Sua última visão veio mais tarde.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    A maravilhosa história de Daniel e seus amigos (1.16.28)

    I. A SUA ASCENSÃO NA CORTE DE NABUCODONOSOR (1:1-21)

    v. 1. No terceiro ano do reinado de Jeoaquim: Jeoaquim foi colocado no trono de Judá pelo faraó Neco no lugar do seu irmão Jeoacaz, o escolhido do povo, depois da morte do pai deles, Josias, em Megido, no ano 609 a.C. Os esforços do Egito para dominar o Levante foram repelidos pela Babilônia na grande batalha de Carquemis, em 605 a.C. A lacônica Crônica Babilónica (DOTT, p. 77ss.) e diversos textos hebraicos (2Rs 23:24; 2Cr 36:0. v. 3. Aspenaz, o chefe dos oficiais da sua corte: esse nome ainda não tem uma explicação satisfatória. O seu status pode ser interpretado literalmente aqui. Era o mordomo (em outros trechos, exige-se o significado geral “oficial”, especialmente em Gn 39.1). nobreza: heb. partemim é a primeira das 19 palavras do livro tomadas por empréstimo do persa antigo; v. detalhes em Kitchen, Notes, p. 37ss. v. 4. jovens sem defeito físico: a sua idade não é dada, mas sua carreira sugere que tinham 12 ou 13 anos ao menos, a nata da geração seguinte de Judá. A sua perfeição física era um dom natural desde o nascimento; agora, a manutenção dessa perfeição era responsabilidade deles, “caldeus” (nota de rodapé da NVI): inscrições assírias a partir do século IX a.C. registram guerras com caldeus no sul da Babilônia e mostram como eles estavam lutando pelo controle da própria Babilônia. Mais tarde, no século VIII, Meroda-que-Baladã foi um governante caldeu que controlou a Babilônia durante alguns anos (conforme 2Rs 20:12ss), e foi seu descendente, o pai de Nabucodonosor, Nabopolassar, que finalmente derrotou a Assíria (612 a.C.). As informações acerca dos caldeus são muito escassas; o nome ocorre raramente, pois o povo pertencia a diversas tribos, e eram denominados assim como os hebreus o são mais fre-qüentemente, como os “da tribo de Judá” do que como “os israelitas”. Estavam associados com os arameus e falavam a mesma língua, ou uma muito semelhante. Em Daniel, o nome é usado com menor freqüência em relação ao povo (5.30; 9,1) e com maior freqüência como designação de uma classe entre os sábios (v. 2.2,4,10,13 3:27). É possível que o nome “nacional” tenha sido atribuído a homens especialmente importantes, algo como a forma usada em Jo 1:47; ele não é atribuído diretamente a Daniel. O historiador grego Heródoto atribuiu a “caldeus” o sentido especializado de “homens sábios” nas suas Histórias, escritas aproximadamente em 440 a.C. (I. 181ss.), quando todo sentido político tinha desvanecido. Isso não significa necessariamente que o uso em Daniel é anacrônico; Heródoto, sendo a nossa fonte conhecida mais antiga fora de Daniel, não estabelece um limite máximo. O mesmo autor de fato fornece uma analogia parcial nos “magos”, uma tribo originariamente oriunda da Média, que dá nome a uma casta de homens sábios, intérpretes de sonhos e sacerdotes (I. 101; VII. 37 etc.). V. tb. EQ, 49, p. 69ss). a língua e a literatura-, o aramaico era a língua comum (v.comentário Dt 2:4), provavelmente até na corte da Babilônia, mas os eruditos e a escola tradicional de escribas mantiveram a antiga língua babilónica e a escrita cuneiforme vivas até o século I d.C. Os jovens judeus provavelmente estudaram as duas no início de sua educação; a sua formação tinha o propósito de prepará-los para o serviço real. Que os judeus tivessem de passar por esse tratamento pode ter sido repugnante, mas esses homens não tinham alternativa, como José, e no tempo certo mostraram como a fé pode ser preservada em meio a circunstâncias adversas, v. 5. designou-lhes uma porção diária: a burocracia da Babilônia era altamente organizada; porções semelhantes para alguns estrangeiros na vasta corte, incluindo gregos do leste, persas, egípcios e Jeoaquim, rei de Judá, estão alistadas em tábuas de argila remanescentes dos arquivos (DOTT, p. 84ss), embora somente depois de anos de cativeiro Jeoaquim tenha sido elevado à posição de comer da comida do rei, fornecida a Daniel desde o início (2Rs 25:27ss.). depois disso passariam a servir o rei\ conforme o v. 19; os novos formandos passariam a fazer parte do séqüito permanente do rei, um grupo grande, altamente privilegiado, mas totalmente dependente dos caprichos do rei. v. 6. Entre esses: o cenário está preparado para a apresentação dos heróis. Danieh “Deus julgou”, um nome conhecido de outros textos antigos, mas qualquer relação com o homem de Ez 14:14,20; 28:3; Jubileus 4.20, ou textos bem mais antigos de Ugarite é totalmente especulativa. Hananias-. “o Senhor foi bondoso”. Misaeh “quem é o que Deus éP”. Azarias: “o Senhor ajudou”, v. 7. A mudança dos nomes evitava a inconveniência de diversos nomes estrangeiros, ajudava a unificar uma corte tão diversificada e era uma demonstração do domínio babilónico (conforme Gn 41:45; 2Rs 23:34; 2Rs 24:17). Os nomes babilónicos aparecem especialmente nas histórias que envolvem Nabuco-donosor e Belsazar; nos outros textos, o autor prefere os nomes hebreus. Esses nomes resistiram a uma explanação razoável durante um século; agora se pode observar que são formas satisfatoriamente babilónicas (detalhes em P. R. Berger, Zeitschrift für Assyriologie 64 (1975), p. 224ss, 232-3). Beltessazar. bab. Bêlet-sharru-usur, “O Senhora, protege o rei”; a Senhora, no caso, é a esposa de Marduque, deus da Babilônia, conforme 4.8. Sadraque: bab. Shüdurãku, “sou muito temeroso/temente (de/a um deus)”. Mesaque: bab. Méshãku, “eu não tenho valor”. Abede-Nego: provavelmente um equivalente aramaico de um nome babilónico, “Servo daquele que brilha”, v. 8. decidiu não se tomar impuro: ao consumir comida preparada sem consideração pela regulamentação israelita, com probabilidade de conter carnes declaradas imundas (e.g., de porco), possivelmente associada com rituais pagãos. Os vinhos eram denominados de acordo com a região que os produzia, e às vezes eram enriquecidos com mel ou condimentos. v. 9. A decisão de Daniel foi recompensada por Deus em virtude da sua motivação pura, de forma que o seu pedido extraordinário recebeu uma resposta razoável, v. 10. menos saudáveis: a palavra é a que é usada para descrever os homens do faraó em Gn 40:6, um estado físico que reflete desassossego e inquietação. O eunuco-chefe poderia ser acusado de apropriar-se indevidamente da generosidade do rei. v. 11. homem [...] encarregado (“despenseiro”, ARG, BJ; “cozinheiro-chefe”, ARA): algumas versões trazem “guarda” (NTHL); “guard”, NVI, em inglês) ou “inspetor” (Reina-Valera, em espanhol); aqui um título, e não um nome como na 5A (“Mel-zar”). Supostamente esse homem achava que podia realizar o teste sem o conhecimento do seu superior, v. 12. vegetais-, lit. “sementes”, grãos de cevada etc., cozidos ou assados, com alto valor nutritivo, ainda hoje um dos elementos principais nas refeições do Oriente Médio, dez dias: os efeitos de uma dieta rica seriam visíveis na pele do rosto e na viva-cidade ou na lentidão do comportamento. v. 15. Gordura indica suficiência e prosperidade em todo o ATOS. Daniel estava inspirado para se aventurar no teste? Ele simplesmente correu o risco por fé? Devemos decidirpor nós mesmos, v. 17. Deus re-com-pensou a fidelidade dos quatro amigos com honras de primeira classe, preparando os homens para qualquer situação do governo.

    O tema especial de Daniel tinha uma história que remontava à época de José e além, pois se acreditava que os sonhos eram um meio de comunicação sobrenatural, v. 20. magos-, o hebraico usa a palavra de Gn 41; Ex 7, 8 e 9, que tem origem egípcia, mas se estabeleceu na Babilônia; encantadores: é uma palavra babilónica, uma referência específica a “exorcistas”. Ambas as palavras denotam aqueles que fazem comércio com o suposto controle ou conhecimento do que é desconhecido, universal e contínuo, algo proibido pela lei bíblica (Lv 19:31; 20:6 etc.), v. 21. Daniel permaneceu ali até o primeiro ano do rei Ciro: isso mostra que a carreira de Daniel se estendeu por todo o período do exílio na Babilônia; de fato, 10.1 mostra que ele estava ativo no terceiro ano de Ciro.


    Dicionário

    Chefe

    substantivo masculino e feminino Pessoa que governa, comanda, dirige: o Papa tornou-se o chefe espiritual da Igreja Católica.
    Pessoa que detém o poder numa empresa; patrão.
    Quem lidera um protesto ou uma rebelião; cabeça.
    Quem dirige serviço de certa importância: chefe de loja.
    Dirigente de um partido político: chefe do Partido Socialista.
    Quem inicia uma família, organização, movimento: chefe da greve; chefe de família.
    [Heráldica] O ponto mais nobre de um escudo, que corresponde à cabeça do cavaleiro; peça honrosa de primeira classe.
    [Militar] Soldado que fica à frente da fila; soldado chefe.
    Etimologia (origem da palavra chefe). Do francês chef.

    substantivo masculino e feminino Pessoa que governa, comanda, dirige: o Papa tornou-se o chefe espiritual da Igreja Católica.
    Pessoa que detém o poder numa empresa; patrão.
    Quem lidera um protesto ou uma rebelião; cabeça.
    Quem dirige serviço de certa importância: chefe de loja.
    Dirigente de um partido político: chefe do Partido Socialista.
    Quem inicia uma família, organização, movimento: chefe da greve; chefe de família.
    [Heráldica] O ponto mais nobre de um escudo, que corresponde à cabeça do cavaleiro; peça honrosa de primeira classe.
    [Militar] Soldado que fica à frente da fila; soldado chefe.
    Etimologia (origem da palavra chefe). Do francês chef.

    Diante

    advérbio Em frente ou à frente; em primeiro lugar: sentou-se diante.
    locução adverbial Em, por ou para diante. Num tempo futuro: de agora em diante tudo vai ser diferente.
    locução prepositiva Diante de. Localizado à frente de: colocou o livro diante do computador.
    Em companhia de: falou a verdade diante do júri.
    Como resultado de: diante das circunstâncias, decidiu pedir demissão.
    Etimologia (origem da palavra diante). De + do latim inante.

    Dias

    substantivo masculino plural Tempo de vida, de existência, dias de vida, vida.
    Etimologia (origem da palavra dias). Pl de dia.

    Dito

    adjetivo Que se disse; mencionado, referido.
    substantivo masculino Expressão; frase; sentença; conceito; mexerico.
    Dar o dito por não dito, considerar sem efeito o que se disse.

    Dito
    1) Palavra (Nu 24:4)

    2) PROVÉRBIO (Hc 2:6). 3 Notícia; rumor (Jo 21:23).

    Fim

    substantivo masculino Circunstância que termina outra: fim de um livro.
    Extremidade no tempo e no espaço: fim do ano.
    Interrupção de; cessação: o fim de uma luta.
    Perda da existência; morte, desaparecimento: sentir chegar o fim.
    Objetivo para o qual se tende; intenção: alcançar seus fins.
    Parte que está no final de; final: fim de semana.
    O que motiva ou determina algo; motivo, razão: fins lucrativos.
    Destino: o fim do homem.
    expressão Pôr fim a. Terminar, concluir: pôs fim ao casamento.
    locução prepositiva A fim de. Com a intenção de; para: casou a fim de ser feliz.
    locução adverbial Por fim. Finalmente: por fim, apresento os resultados da tese.
    Etimologia (origem da palavra fim). Do latim finis.is.

    O fim é aquilo que se pretende realizar na vida real, quer no campo empírico, quer no meio social, quer na educação. Por exemplo, o fim do educador espírita é o desenvolvimento da espiritualidade do educando. [...]
    Referencia: LOBO, Ney• Estudos de filosofia social espírita• Rio de Janeiro: FEB, 1992• -


    Nabucodonosor

    Nabucodonosor [NEBO, Protege o Teu Servo] - Rei do Império Neobabilônico (605-562 a.C.). Em 587 ou 586 ele destruiu Jerusalém e levou o povo de Judá para o CATIVEIRO (2Rs 25:1-22). Seu nome é mencionado várias vezes em Jr, Ez e Dn.

    Nebo protege o limite! Filho e sucessor de Nabopolassar, o fundador do império babilônico (605 a 562 a.C.). Ele foi mandado por seu pai, à frente de um exército, para castigar Faraó-Neco, rei do Egito. Pouco tempo antes tinha este príncipe invadido a Síria, derrotado Josias, rei de Judá em Megido, e submetido toda aquela região, desde o Egito a Carquemis, cidade situada sobre o Eufrates superior, que, na divisão dos territórios de Assíria depois da destruição de Ninive, tinha passado para Babilônia (2 Rs 23.29, 30). Nabucodonosor derrotou Neco na grande batalha de Carquemis, 605 a.C. (Jr 46:2-12), recuperou Coele-Síria, Fenícia e Palestina, tomou Jerusalém (Dn 1:1-2), e estava em marcha para o Egito, quando recebeu notícias da morte de seu pai – voltou, então, apressadamente para Babilônia, apenas acompanhado das suas tropas ligeiras. Foi por este tempo que Daniel e seus companheiros foram conduzidos para Babilônia, onde bem depressa se tornaram notáveis sob a proteção de Nabucodonosor (Dn 1:3-20). o rei Jeoaquim, que tinha sido conservado sobre o trono de Judá, como rei vassalo de Nabucodonosor, revoltou-se, passados três anos, contra os dominadores (2 Rs 24). o imperador da Babilônia, pela segunda vez, marchou contra Jerusalém, que se submeteu sem grandes esforços (Jr 22:18-19). Jeoaquim foi morto, e em seu lugar foi colocado seu filho Joaquim, que dentro de três meses deu sinais de não estar satisfeito com o jugo, provocando assim a vinda de Nabucodonosor a Jerusalém pela terceira vez. o imperador babilônio depôs o jovem príncipe e mandou-o para Babilônia, conservando-o preso pelo espaço de trinta e seis anos. Com o rei de Judá foi também uma grande parte da população, sendo também levados os principais tesouros do templo, que foram depositados no templo de Bel-Merodaque. Depois reinou Zedequias, filho do rei Josias e tio de Joaquim, em Judá, como rei vassalo – mas fez um tratado com o imperante do Egito, apesar dos avisos de Jeremias (Ez 17. 15), cortando a sua aliança com o rei da Babilônia. Veio novamente Nabucodonosor, e, depois de um cerco de dezoito meses, tomou a cidade de Jerusalém (586 a.C.). os filhos de Zedequias foram assassinados à vista de seu pai – depois foram tirados os olhos ao próprio rei, que foi levado para Babilônia, onde foi definhando até ao fim da vida (2 Rs 24.8 – 25.21). Deve notar-se que o profeta Jeremias (Jr 32:4-5 – 34,3) tinha predito a deportação de Zedequias para Babilônia, ao passo que Ezequiel (Ez 12:13) tinha profetizado que ele não veria aquela cidade. Ambas as profecias foram literalmente cumpridas, visto como Zedequias foi cruelmente privado da vista antes de ser arrastado a duro cativeiro naquela cidade. Gedalias, judeu, foi nomeado governador de Jerusalém, mas pouco tempo depois foi morto, fugindo muitos judeus para o Egito, e sendo outros levados para Babilônia. À conquista de Jerusalém seguiu-se rapidamente a queda de Tiro e a completa submissão da Fenícia, 586 a C. (Ez 26:28). Depois destes acontecimentos foram os babilônios contra o Egito, infligindo grandes penas a este país, 582 a.C. (Jr 46:13-26Ez 29:2-20). Dizia mais tarde Nabucodonosor: ‘Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei?’ (Dn 4:30). Este seu orgulho fundava-se em ter admiravelmente realizado a construção de grandes obras. Nessas obras estavam compreendidos mais de vinte templos, várias fortificações, a abertura de canais, extensos diques junto do rio, e os célebres jardins suspensos. Em toda a Babilônia a descoberta de tijolos, achando-se neles gravados o nome de Nabucodonosor, é um atestado do seu espirito empreendedor, bem como da sua opulência e gosto. As escavações que se têm feito em Babilônia nestes últimos anos, especialmente no inverno de 1908 a 1909, puseram a descoberto uma parte considerável do palácio de Nabucodonosor, cuja magnificência não foi exagerada. Um dos muros exteriores, por exemplo, tem mais de 21 metros de espessura. Um dos mais lembrados incidentes da vida de Nabucodonosor é a construção da grande imagem na planície de Dura, recusando-se a adorá-la Sadraque, Mesaque, e Abede-Nego. Foram, por isso, estes jovens lançados numa fornalha de fogo, mas miraculosamente preservados de todo o mal (Dn 3). Pelo fim do seu reinado, como castigo da sua soberba e vaidade, foi Nabucodonosor atacado de uma estranha forma de loucura, a que os gregos chamam licantropia – por essa doença imagina o enfermo estar transmudado em animal, abandonando então as habitações dos homens e indo para os campos viver uma vida de irracional (Dn 4:33). o primeiro uso que fez da sua restaurada razão foi reconhecer a justiça do Poderoso Governador dos homens, e oferecer um cântico de louvor pela mercê que lhe foi concedida. Morreu em idade avançada, tendo reinado pelo espaço de quarenta e três anos. Uma espécie de monoteísmo, com mistura de politeísmo, pelo que nos diz a Escritura, pode explicar a sua quase exclusiva devoção a um deus do seu país, que tinha o nome de Merodaque (Dn 1:2 – 4.24, 32, 34, 37 – 2.47 – 3.12, 18, 29 – 4.9). Parece, em algumas ocasiões, ter identificado Merodaque com o Deus dos judeus (Dn
    4) – mas em outras parece ter considerado o Senhor como uma das divindades locais e inferiores, sobre as quais governava Merodaque (Dn 3).

    (Aram. e Heb. “Oh Nabu (divindade babilônica), proteja meu filho (ou minha fronteira)”). Foi o segundo e o maior rei do Império Babilônico. Seu nome é encontrado na Bíblia nos livros de II Reis II Crônicas, Esdras, Je-remias, Ezequiel e Daniel. Era filho de Nabopolassar (cujo nome não é mencionado nas Escrituras), fundador da dinastia babilônica que eclipsou o Império Assírio, em 612 a.C. Nabucodonosor foi coroado príncipe e comandante do exército caldeu que derrotou as forças de Faraó-Neco, do Egito. Em 605 a.C., na época em que seu exército invadiu Judá, quando capturou Jerusalém, tornou-se rei, após a morte de seu pai. Provavelmente governou como príncipe regente antes desse período.

    Como rei, Nabucodonosor governou até 562 a.C., por mais da metade do período de domínio babilônico (612 a 539 a.C.). Era um grande administrador, e muito do esplendor da cidade de Babilônia deviase a ele, inclusive os Jardins Suspensos, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Depois de sua morte, o poder do Império Babilônico declinou, até que finalmente foi derrotado pela aliança medopersa em 539 a.C.

    As referências ao nome de Nabucodonosor nas histórias paralelas em II Reis 24:25 e II Crônicas 36 relacionam-se com as várias fases da conquista e destruição de Judá (605, 597, 586 a.C.). A descrição do ataque final menciona que os utensílios do Templo foram saqueados e levados para a Babilônia e o próprio Santuário foi queimado (2Cr 36:18-19). Exceto os que morreram, a maioria dos judeus foi deportada para a Babilônia (v. 20).

    O nome de Nabucodonosor aparece duas vezes no livro de Jeremias (25:9-11; 27:
    6) em profecias sobre o exílio de Judá na Babilônia; sua duração específica é determinada: 70 anos (25:9). O nome também aparece em Jeremias 39, que fala sobre a decisão de Nabucodonosor de deixá-lo em Jerusalém (vv. 1,5,11). Todas as referências a Nabucodonosor em Ezequiel têm que ver com as profecias das suas vitórias sobre Tiro (Ez 26:7; Ez 29:18) e o Egito (29:19; 30:10). Em todas essas utilizações históricas e proféticas, está claro que mesmo um governante como Nabucodonosor foi usado para cumprir os propósitos soberanos do Senhor Deus na História, especialmente seu juízo.

    A ilustração bíblica mais clara da personalidade de Nabucodonosor e sua resposta ao Senhor é vista no livro de Daniel. Somente as narrativas dos caps. 1 a 4 ocorrem durante a vida dele, embora haja referências posteriores em Daniel 4:5. O quadro que surge é de um monarca extremamente inteligente e sofisticado (1:18-20), mas igualmente um tirano iracundo (2:12; 3:13), cujo ego era tão enorme quanto seu poder (4:30).

    Provavelmente Nabucodonosor tornou-se crente no Senhor Deus no final de sua vida. A promoção de Daniel e seus amigos, Hananias Misael e Azarias, foi seguida por louvores a Deus como o “revelador dos mistérios” (Dn 2:47). Depois do episódio da fornalha ardente, o rei novamente expressou louvores ao Senhor e decretou que ninguém devia falar contra o Deus dos judeus (Dn 3:29). Finalmente, após ser acometido por um acesso de loucura por causa de seu orgulho (Dn 4:32), Nabucodonosor foi restaurado (v. 34), reconheceu que o Senhor era o Rei sobre o céu e a terra e o glorificou (vv. 35-37). Se esta progressão não representa uma conversão, pelo menos contrasta nitidamente com o orgulho e a cegueira espiritual do último rei da Babilônia, Belsazar (Dn 5:18-23).

    Na sequência histórica, a última referência a Nabucodonosor é em Esdras 5:12. Nesse texto, uma carta do governador medo-persa refere-se a “Nabucodonosor, rei de Babilônia, o caldeu”. O termo “caldeu” provavelmente refere-se à origem geográfica de sua família, no sul do Mesopotâmia (isto é, a Caldéia; veja Gn 11:28). A.B.L.


    -

    Rei

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    l. o título de rei, na significação de suprema autoridade e poder, usa-se a respeito de Deus (Sl 10:16 – 47.7 – 1 Tm 1.17). 2. Este título foi aplicado a Jesus Cristo, como rei dos judeus (Mt 27:11-37, e refs.). 3. No A.T. o título de rei emprega-se em um sentido muito lato, não só falando dos grandes potentados da terra, como os Faraós do Egito (Gn 41:46) e o rei da Pérsia (Ed 1:1), mas tratando-se também de pequenos monarcas, como o rei de Jericó (Js 2:2 – cp com Jz 1:7). 4. Também se usa o título: a respeito do povo de Deus (Ap 1:6) – e da morte, como quando se diz ‘rei dos terrores’ (18:14) – e do ‘crocodilo’, como na frase ‘é rei sobre todos os animais orgulhosos’ (41:34). 5. Na história dos hebreus sucedeu o governo dos reis ao dos juizes. A monarquia, existente nos povos circunvizinhos, foi uma concessão de Deus (1 Sm 8.7 – 12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8:22-23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9:6), equivalia à rejeição da teocracia (1 Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1 Sm 8.7 – is 33:22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25:23). Todavia, não foi retirado o cuidado de Deus sobre o seu povo (1 Sm 12.22 – 1 Rs 6.13). A monarquia assim constituída era hereditária, embora a sucessão não fosse necessariamente pela linha dos primogênitos, pois Davi nomeou Salomão como seu sucessor de preferência a Adonias, que era o seu filho mais velho nessa ocasião. A pessoa do rei era inviolável (1 Sm 24.5 a 8 – 2 Sm 1.14). Quando a coroa era colocada na cabeça do monarca, ele formava então um pacto com os seus súditos no sentido de governá-los com justiça (2 Sm 5.3 – 1 Cr 11.3), comprometendo-se os nobres a prestar obediência – e confirmavam a sua palavra com o beijo de homenagem (1 Sm 10.1). os rendimentos reais provinham dos campos de trigo, das vinhas, e dos olivais (1 Sm 8.14 – 1 Cr 27.26 a 28), e do produto dos rebanhos (1 Sm 21.7 – 2 Sm 13.23 – 1 Cr 27.29 a 31 – 2 Cr 26.10), pertencendo aos reis a décima parte nominal do que produziam os campos de trigo, as vinhas, e os rebanhos (1 Sm 8.15 e 1l). A renda do rei também se constituía do tributo que pagavam os negociantes que atravessavam o território hebraico (1 Rs 10,15) – dos presentes oferecidos pelos súditos (1 Sm 10:27 – 16.20 – 1 Rs 10.25 – Sl 72:10) – e dos despojos da guerra e as contribuições das nações conquistadas (2 Sm 8.2,7,8,10 – 1 Rs 4.21 – 2 Cr 27.5). Além disso, tinha o rei o poder de exigir o trabalho forçado, o que era para ele causa de aumentarem os seus bens. Devia, também, Salomão ter auferido lucros das suas empresas comerciais pelo mar (1 Rs 1020 – Davi, rei em Hebrom (2 Sm 2.1 a 4). 22.17,18 – 2 Sm 1.15).

    Rei
    1) Governador de um IMPÉRIO 1, (At 1:2), de um país (1Sm 8:5; Mt 2:1) ou de uma cidade-estado (Gn 14:2). Ocorrendo a morte do rei, um descendente seu o sucede no trono (1Rs 2:11-12).


    2) Título de Deus (Ml 1:14) e de Jesus (Mt 21:5; Ap 7:14; 19.16).


    3) Rei do Egito,
    v. FARAÓ.


    Reí

    (Heb. “amigável”). Um dos homens que, junto com o sacerdote Zadoque e o profeta Natã, entre outros, permaneceram fiéis ao desejo de Davi de colocar seu filho Salomão no trono, como seu sucessor (1Rs 1:8). Outro filho do rei, Adonias, tentou usurpar o reino; Salomão, entretanto, seguiu cuidadosamente os conselhos de Natã e de Zadoque e garantiu seu direito à sucessão. Para mais detalhes, veja Natã.


    Tinha

    Tinha Doença da pele (Lv 13;
    v. NTLH).

    Trouxe

    substantivo deverbal Ação de trazer, de transportar algo ou alguém de um lugar para outro: trouxe seus livros; não trouxe seu pagamento.
    Ação de fazer sugestões em relação a: este texto trouxe boas ideias.
    Ação de levar um automóvel a: hoje trouxe o carro.
    Ação de atrair, de chamar a atenção de: a promoção trouxe clientes.
    Etimologia (origem da palavra trouxe). Forma regressiva de trazer.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Daniel 1: 18 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E, ao fim dos dias em que o rei tinha falado que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor.
    Daniel 1: 18 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    605 a.C.
    H3117
    yôwm
    יֹום
    dia
    (Day)
    Substantivo
    H4428
    melek
    מֶלֶךְ
    rei
    (king)
    Substantivo
    H5019
    Nᵉbûwkadneʼtstsar
    נְבוּכַדְנֶאצַּר
    Nabucodonosor
    (Nebuchadnezzar)
    Substantivo
    H559
    ʼâmar
    אָמַר
    E disse
    (And said)
    Verbo
    H5631
    çârîyç
    סָרִיס
    ()
    H6440
    pânîym
    פָּנִים
    o rosto
    (the face)
    Substantivo
    H7117
    qᵉtsâth
    קְצָת
    fim, parte
    (and some of)
    Substantivo
    H8269
    sar
    שַׂר
    Os princípes
    (The princes)
    Substantivo
    H834
    ʼăsher
    אֲשֶׁר
    que
    (which)
    Partícula
    H935
    bôwʼ
    בֹּוא
    ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
    (and brought [them])
    Verbo


    יֹום


    (H3117)
    yôwm (yome)

    03117 יום yowm

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser quente; DITAT - 852; n m

    1. dia, tempo, ano
      1. dia (em oposição a noite)
      2. dia (período de 24 horas)
        1. como determinado pela tarde e pela manhã em Gênesis 1
        2. como uma divisão de tempo
          1. um dia de trabalho, jornada de um dia
      3. dias, período de vida (pl.)
      4. tempo, período (geral)
      5. ano
      6. referências temporais
        1. hoje
        2. ontem
        3. amanhã

    מֶלֶךְ


    (H4428)
    melek (meh'-lek)

    04428 מלך melek

    procedente de 4427, grego 3197 Μελχι; DITAT - 1199a; n m

    1. rei

    נְבוּכַדְנֶאצַּר


    (H5019)
    Nᵉbûwkadneʼtstsar (neb-oo-kad-nets-tsar')

    05019 נבוכדנאצר N ebuwkadne’tstsar̂ ou נבכדנאצר N ebukadne’tstsar̂ (2Rs 24:1,2Rs 24:10) ou נבוכדנצר N ebuwkadnetstsar̂ (Et 2:6; Dn 1:18) ou נבוכדראצר N ebuwkadre’tstsar̂ ou נבוכדראצור N ebuwkadre’tstsowr̂ (Ed 2:1; Jr 49:28)

    de derivação estrangeira; n pr m

    Nabucodonosor = “queira Nebo proteger a coroa”

    1. o grande rei da Babilônia que capturou Jerusalém e levou Judá para o cativeiro

    אָמַר


    (H559)
    ʼâmar (aw-mar')

    0559 אמר ’amar

    uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

    1. dizer, falar, proferir
      1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
      2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
      3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
      4. (Hifil) declarar, afirmar

    סָרִיס


    (H5631)
    çârîyç (saw-reece')

    05631 סריס cariyc ou סרס caric

    procedente de uma raiz não utilizada significando castrar; DITAT - 1545; n m

    1. oficial, eunuco

    פָּנִים


    (H6440)
    pânîym (paw-neem')

    06440 פנים paniym plural (mas sempre como sing.) de um substantivo não utilizado פנה paneh

    procedente de 6437; DITAT - 1782a; n. m.

    1. face
      1. face, faces
      2. presença, pessoa
      3. rosto (de serafim or querubim)
      4. face (de animais)
      5. face, superfície (de terreno)
      6. como adv. de lugar ou tempo
        1. diante de e atrás de, em direção a, em frente de, adiante, anteriormente, desde então, antes de
      7. com prep.
        1. em frente de, antes de, para a frente de, na presença de, à face de, diante de ou na presença de, da presença de, desde então, de diante da face de

    קְצָת


    (H7117)
    qᵉtsâth (kets-awth')

    07117 קצת q etsatĥ

    procedente de 7096; DITAT - 2053e; n. f.

    1. fim, parte
      1. fim
        1. referindo-se aos cantos, à terra
      2. desde o fim de
      3. ao final de

    שַׂר


    (H8269)
    sar (sar)

    08269 שר sar

    procedente de 8323; DITAT - 2295a; n. m.

    1. príncipe, governante, líder, chefe, comandante, oficial, capitão
      1. comandante, chefe
      2. vassalo, nobre, oficial (sob as ordens do rei)
      3. capitão, general, comandante (militar)
      4. chefe, líder, superintendente (de outras classes de funcionários)
      5. líderes, príncipes (referindo-se a ofícios religiosos)
      6. anciãos (referindo-se aos líderes representativos do povo)
      7. príncipes-mercadores (referindo-se à hierarquia dignidade)
      8. anjo protetor
      9. Soberano dos soberanos (referindo-se a Deus)
      10. diretor

    אֲשֶׁר


    (H834)
    ʼăsher (ash-er')

    0834 אשר ’aher

    um pronome relativo primitivo (de cada gênero e número); DITAT - 184

    1. (part. relativa)
      1. o qual, a qual, os quais, as quais, quem
      2. aquilo que
    2. (conj)
      1. que (em orações objetivas)
      2. quando
      3. desde que
      4. como
      5. se (condicional)

    בֹּוא


    (H935)
    bôwʼ (bo)

    0935 בוא bow’

    uma raiz primitiva; DITAT - 212; v

    1. ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
      1. (Qal)
        1. entrar, vir para dentro
        2. vir
          1. vir com
          2. vir sobre, cair sobre, atacar (inimigo)
          3. suceder
        3. alcançar
        4. ser enumerado
        5. ir
      2. (Hifil)
        1. guiar
        2. carregar
        3. trazer, fazer vir, juntar, causar vir, aproximar, trazer contra, trazer sobre
        4. fazer suceder
      3. (Hofal)
        1. ser trazido, trazido para dentro
        2. ser introduzido, ser colocado