Quimera

Dicionário Comum

Fonte: Priberam

Quimera: substantivo feminino Sonho; resultado da imaginação que tende a não se realizar.
Mitologia. Monstro mitológico caracterizado por possuir cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente.
[Zoologia] Peixes. Aspecto comum aos peixes do gênero Chimaera, da família dos quimerídeos, de cabeça curta e corpo mais espesso ao centro, com extremidades mais afinadas.
Gramática Deve-se grafar com a inicial maiúscula, quando se referir ao monstro mitológico.
Etimologia (origem da palavra quimera). Do grego khímaira.as.
Quimeras:
fem. pl. de quimera

qui·me·ra |é| |é|
(grego Khímaira, -as, Quimera, ser mitológico, de khímaira, -as, cabra jovem)
nome feminino

1. Mitologia Ser mitológico geralmente representado com um corpo híbrido entre leão, cabra e serpente ou dragão.

2. Coisa resultante da imaginação. = FABULAÇÃO, FANTASIA, ILUSÃOREALIDADE

3. Conjunto heterogéneo que resulta da combinação de elementos diferentes.

4. Esperança irrealizável. = UTOPIA

5. Ictiologia Peixe condropterígio.


Dicionário Etimológico

Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus

Quimera: A palavra vem do grego khímaira, cabra de pouca idade, habitualmente imolada antes de algum combate. Na Mitologia, um monstro com cabeça de leão, corpo de cabra, e cauda de dragão, que lançava fogo pelas narinas, mencionado no canto V I, versos 181:182 da Ilíada de Homero. Era também nome de montanha da Lícia, na Grécia, onde supostamente se localizava a horrenda criatura. Segundo Lucrécio, "a quimera na frente era um leão; no meio, uma cabra e atrás uma cobra, porque o homem, na juventude, é selvagem como o leão; no meio da vida tem a agudeza de vista como a cabra; e, no fim, enrosca-se como uma cobra". Por extensão, quimeraé produto da imaginação, sem fundamento real. É fantasia, sonho, esperança ou projeto absurdo, geralmente irrealizável, utopia. Em nossos dias, o sentido continua o mesmo: a busca de um ideal, motivação que impulsiona o ser humano em sua trajetória existencial. Só que, às vezes, em vez da realização do sonho vem a frustração: que, afinal, faz parte da vida. Ao frustrado só resta sair para outra enquanto se lamenta, para seus botões: "Vã quimera, douda ilusão"...

Dicionário de Sinônimos

Fonte: Dicio

Quimera: ilusão; fantasia, utopia, visão. – Quimera, como se sabe, é o nome, na mitologia grega, de um animal fabuloso, formado de partes e membros de diferentes animais; daí o emprego desta palavra para significar toda coisa absurda ou monstruosa que uma imaginação doentia é capaz de conceber. Nem sempre, porém, a quimera será coisa disparatada só pelo contraste em que se põe com o que é natural; muitas vezes pode acontecer que esse contraste seja apenas aparente. Tanto assim que dizemos – uma bela quimera, para significar que, através da monstruosidade, ou da incongruência aparente, se descobre alguma harmonia ou beleza naquilo mesmo que parece agora simples quimera. – Neste caso, diríamos com muito mais propriedade – utopia. Esta pa- 458 Rocha Pombo lavra (formada do grego topos “lugar”, com o prefixo negativo ou, significando, portanto, “não lugar” ou “lugar não existente”) é o nome que deu Thomas Morus a uma ilha imaginária, onde se ensaiam instituições excelentes em teoria, mas falhas na prática, ou de aplicação muito difícil. Daí o sentido que tem hoje em todas as línguas modernas esta palavra utopia. Aplicamo-la a toda ideia, projeto, aspiração, etc. que se considera como belo sonho irrealizável ou que só se poderá realizar em futuro impossível de prever. Utopia não é, portanto, coisa que se pareça com quimera; e tanto assim que se costuma dizer: quanta aspiração, que foi ontem utopia, é hoje realidade... querendo deste modo indicar que isto de ser uma coisa utopia pode muito bem estar mais na sua extemporaneidade do que propriamente no seu valor ou no seu modo de ser. – Fantasia não sugere o que de monstruoso, disparatado, absurdo tem a quimera: designa apenas aquilo que é falso; que não corresponde logicamente ao que é normal; que não existe na natureza, ou cuja ideação não decorre da natureza. – A utopia pode vir ainda a realizar-se; não a fantasia... se bem que, a dar-se isso, não seria decerto a primeira vez que se visse entre os homens coisas dessa ordem. – Visão, aqui é quase o mesmo que fantasia; pois enuncia a ideia de coisa que só tem existência no espírito alucinado. É preciso notar, no entanto, que na fantasia se supõe capricho, extravagância bizarra: ideia que se não inclui tão bem em visão. O visionário vê coisas que não existem; o fantasista cria, inventa coisas falsas; o utopista sonha com alguma coisa muito bonita, mas pouco ou mesmo nada pratica: – Ilusão, neste grupo, é “coisa falsa que se nos apresenta ao espírito como coisa real”. É por isso que se lhe dá também o sentido de “esperança vã, ou confiança exagerada na sorte”, quando se diz, por exemplo, que F. não tem mais ilusão, ou ilusões na vida; querendo significar que F. agora já vê as coisas como elas são; que já distingue as coisas reais das falsas coisas.