Cartas do Coração

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Capítulo XXXIV

Ouve, meu amigo


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Não te mergulhes na ilusória taça

Em que o vinho da carne se avoluma.

A alegria da Terra é cinza e bruma,

Mentirosa visão que brilha e passa.


No mar do tempo, o nome, a posse e a raça

São pequeninas pérolas de espuma

Que se desfazem, tênues, uma a uma,

Como fios de seda sob a traça.


Além da triste e escura gleba humana,

Somente o amor persiste e se engalana

Do excelso brilho com que se aprimora…


Ama servindo ao mundo, cada dia,

E encontrarás a glória da alegria

Na Luz Eterna da Divina Aurora.




João Coutinho
Francisco Cândido Xavier


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