Orvalho de Luz

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Capítulo XXVIII

Aos companheiros da Terra


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Pouca gente vence a prova

Do amor que de amor se aparta;

Depois do morto na cova,

Olho enxuto e mesa farta.


Raciocínio calmo e fundo,

Cultiva na direção,

Muito crime neste mundo

Tem nome de coração.


Atende aos próprios misteres,

Evita a cabeça tonta.

De tudo quanto fizeres

Prestarás estrita conta.


Não faças sombra ou deserto

A interrogar o porvir.

A estrada responde certo

A quem procura servir.


Alfaia, joia e tesouro

São grilhões de encarcerar.

Águia de garras no touro

Não consegue volitar.


Na morte, convém saber,

É novo câmbio a seguir.

Quem guardou, toca a perder,

Quem deu, vem a possuir.


O vivo goza e delira

Em títulos de espavento.

O morto pede à mentira

A esmola do esquecimento.




Américo Falcão
Francisco Cândido Xavier


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