Orvalho de Luz
Versão para cópiaAos companheiros da Terra
Pouca gente vence a prova Do amor que de amor se aparta; Depois do morto na cova, Olho enxuto e mesa farta. Raciocínio calmo e fundo, Cultiva na direção, Muito crime neste mundo Tem nome de coração. Atende aos próprios misteres, Evita a cabeça tonta. De tudo quanto fizeres Prestarás estrita conta. Não faças sombra ou deserto A interrogar o porvir. A estrada responde certo A quem procura servir. Alfaia, joia e tesouro São grilhões de encarcerar. Águia de garras no touro Não consegue volitar. Na morte, convém saber, É novo câmbio a seguir. Quem guardou, toca a perder, Quem deu, vem a possuir. O vivo goza e delira Em títulos de espavento. O morto pede à mentira A esmola do esquecimento. |
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