Seguindo Juntos
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Qualquer socorro, indiscutivelmente, nasce na fonte da caridade, merecendo gratidão e respeito; no entanto, em amparando a alguém com alguma cousa, não olvides o modo de dar para que a tua dádiva seja na Terra uma luz do Céu.
Muita gente arremessa a bolsa ao semblante do irmão em prova, com tanta dureza de sentimento que, em lugar das flores da alegria, apenas lhe oferta ao coração as raízes envenenadas da angústia.
Muitos estendem o pão ao faminto, revestindo-o de tantas reprimendas, que o alimento lhe alcança a boca com ressaibos de fel.
E muitos, ainda, oferecem a palavra de fé e orientação, aos desesperados do caminho terrestre, com tantas anotações de escárnio, que o prato do conselho edificante surge condimentado em vinagre de crítica, à maneira de manjar celeste misturado de lodo e lama.
Analisa a intenção com que socorres para que a leviandade não te desfigures o gesto amigo.
Considera a inflexão de tua voz para que teu verbo não se transforme em azorrague esfogueante.
Observa a maneira que adotas no auxílio ao companheiro de luta, a fim de que a intolerância não te comande os movimentos, distribuindo humilhação e pesar, ao invés de esperança e consolação.
Muitos dão. Raros, no entanto, sabem dar, porque para estender o culto do amor fraterno por sublime virtude, é imprescindível que a humildade nos ilumine por dentro, a fim de que a ausência do perdão e da paciência, do entendimento e da bondade não nos converta em censores de nossos próprios irmãos, sedentos de solidariedade e carinho.
Não nos esqueçamos de que auxiliando aos outros como Jesus auxiliou — oferecendo ao mundo quanto possuía de si, sem cogitar de si mesmo — realmente faremos da caridade comum não apenas o refúgio da esmola mas o divino santuário da educação.
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