Senda para Deus

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Capítulo XXII

Paciência e caridade


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Caridade sem paciência pode converter-se em agressividade destruidora.

Paciência sem caridade pode transformar-se em cálculo egoísta.

O prato de pão entregue ao necessitado com frases de reprimenda é semelhante a uma fatia de bolo misturado de fel.

O gesto de calma sem amor assemelha-se, muitas vezes, à atitude atenciosa de um felino, aguardando o momento oportuno de saltar sobre a presa.

O lavrador que conta com a bondade da terra aprende a esperar pela colheita.

O médico que provoca a reação benéfica do organismo em tratamento não prescinde do concurso das horas, para alcançar os objetivos da cura.

Não ajuntes o veneno da irritação ou o tóxico da desconfiança ao cálice luminoso de tua dádiva.

Não vistas o teu pensamento de dúvidas e nem condiciones tuas palavras em lâminas de violência, se desejas conduzir algum coração amigo ao templo da felicidade ou do caminho reto.

A caridade é, acima de tudo, filha dileta da paciência nascida da boa vontade e da compreensão.

Muitos jardineiros perdem flores que seriam de milagrosa beleza simplesmente porque não sabem tolerar os sacrifícios reclamados pela planta em embrião.

Conquistemos a serenidade em nós, para nós mesmos, a fim de construirmos novos destinos, pela simpatia e pela fraternidade que o Senhor nos auxiliará a cultivar.

Semeais o bem e a luz, sem as ameaças da pressa, e, com a passagem dos dias, atingireis a messe bendita do amor e da sabedoria em vosso renovado caminho.

Jamais nos esqueçamos de que o tempo é a caridade de Deus em nosso favor porque, através das horas e dos séculos, sabe, pacientemente, esperar.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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