Vida em vida

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Capítulo XXIV

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“Nunca te esquecerei… Espere-me, querida!…”

Disse o guerreiro audaz à jovem loura e bela.

Quantas juras de amor o tempo desmantela!…

Ei-la que sofre ao longe… Ele se casa e olvida.


Mata-se a noiva triste ao saber-se esquecida

E suporta no Além a mágoa a que se atrela.

Nada ouve, nem vê… A dor é sentinela

Que lhe renova o ser, restaurando-lhe a vida.


Desencarnado, um dia, o castelão de outrora

Descobre a moça em treva, arrepende-se e chora…

Quer dar-lhe novo berço a refazer-lhe os passos…


Hoje, em sítio singelo, é um pai atento e amigo,

Cultiva o solo em paz e carrega consigo

Uma filhinha cega a lhe sorrir nos braços.




Silva Ramos
Francisco Cândido Xavier


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