Enciclopédia de Salmos 77:17-17

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

sl 77: 17

Versão Versículo
ARA Grossas nuvens se desfizeram em água; houve trovões nos espaços; também as suas setas cruzaram de uma parte para outra.
ARC Grossas nuvens se desfizeram em água; os céus retumbaram: as tuas frechas correram duma para outra parte.
TB Desfizeram-se em águas as nuvens;
HSB זֹ֤רְמוּ מַ֨יִם ׀ עָב֗וֹת ק֭וֹל נָתְנ֣וּ שְׁחָקִ֑ים אַף־ חֲ֝צָצֶ֗יךָ יִתְהַלָּֽכוּ׃
BKJ As nuvens derramaram água, os céus enviaram um som; tuas flechas também saíram.
LTT As nuvens derramaram água, as nuvens deram um som; as Tuas flechas cruzaram duma para outra parte.
BJ2 As águas te viram, ó Deus, as águas te viram e tremeram, e os abismos estremeceram.
VULG Et apposuerunt adhuc peccare ei ; in iram excitaverunt Excelsum in inaquoso.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Salmos 77:17

Juízes 5:4 Ó Senhor, saindo tu de Seir, caminhando tu desde o campo de Edom, a terra estremeceu; até os céus gotejaram, até as nuvens gotejaram águas.
II Samuel 22:15 E disparou flechas e os dissipou; raios, e os perturbou.
Salmos 18:14 Despediu as suas setas e os espalhou; multiplicou raios e os perturbou.
Salmos 68:8 a terra abalava-se, e os céus destilavam perante a face de Deus; o próprio Sinai tremeu na presença de Deus, do Deus de Israel.
Salmos 68:33 àquele que vai montado sobre os céus dos céus, desde a antiguidade; eis que envia a sua voz e dá um brado veemente.
Salmos 144:6 Vibra os teus raios e dissipa-os; envia as tuas flechas e desbarata-os.
Habacuque 3:11 O sol e a lua pararam nas suas moradas; andaram à luz das tuas flechas, ao resplendor do relâmpago da tua lança.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

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Referências em Outras Obras

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Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Salmos Capítulo 77 do versículo 1 até o 20
SALMO 77: CANÇÃO EM VEZ DE PESAR, 77:1-20

Este é um salmo de lamentação que, como tantos outros do seu tipo, começa na sombra da tristeza e termina com um cântico de alegria. Acerca dos termos do título veja: "Jedutum", Introdução do Salmo 39 e "Asafe", Introdução do Salmo 50. A caracteri-zação desse Salmo por Morgan é significativa:

O versículo 10 é o pivô desse salmo, passando da descrição de uma experiência de escuridão e tristeza para a descrição de alegria e louvor. A primeira parte relata uma tristeza que está esmagando a alma. A segunda descreve um cântico que é o resultado de uma visão que apagou a origem da tristeza. Na primeira parte, uma grande enfermidade ou debilidade obscurece o céu, e não se ouve ne-nhum cântico. Na segunda parte, vemos o irromper de um grande cântico, e a tristeza é esquecida. A diferença está entre um homem que se preocupa com as dificuldades e um homem que vê Deus entronizado lá no alto. Na primeira parte, o ego predomina. Na segunda, Deus é visto em sua glória. Um aspecto muito sim-ples desse salmo deixa isso perfeitamente claro. Nos versículos 1:9, o pronome pessoal da primeira pessoa ocorre vinte e duas vezes, e há onze referências a Deus por nome, título e pronome. Na segunda parte, há apenas três referências pesso-ais e vinte e quatro menções de Deus.

A mensagem do salmo é que focar na tristeza deixa a pessoa quebrada e desa-nimada, enquanto olhar para Deus faz com que a pessoa cante mesmo no dia mais escuro. Quando nos conscientizamos de que nossos anos estão nas mãos dele, en-contramos luz por toda parte e nosso cântico se eleva".8

Visto que o salmo é basicamente um lamento pessoal, nenhuma ocasião histórica pode ser encontrada. Uma indicação possível da data da composição é a semelhança entre os versículos 16:20 e Habacuque 3:10-15. Embora a opinião entre os estudiosos difira, a prioridade do salmo parece clara. Sendo assim, ele seria datado antes de 600 a.C.' Outros vêem na referência a "Jacó" e "José" (15) uma indicação de que o Reino do Norte (José) ainda existia e preferem uma data antes de 722 a.C.i°

  1. Tristeza (77:1-3)

Dia e noite o salmista buscava o Senhor zelosamente em oração. Ele estava profun-damente angustiado. A KJV traduz a primeira parte do versículo 2 da seguinte forma: "Minha chaga me afligia de noite". Isso sugere uma enfermidade física como uma das fontes da sua tristeza. No entanto, a ARC segue uma tradução mais natural do texto hebraico: a minha mão se estendeu de noite e não cessava, indicando os braços estendidos em súplica. Qualquer que seja a causa da sua profunda tristeza, sua alma recusava ser consolada, conforme Gênesis 37:35, em que Jacó se recusou ser conforta-do quando recebeu a notícia da suposta morte de José. A NVI traduz com propriedade o versículo 3: "Lembro-me de ti, ó Deus, e suspiro; começo a meditar, e o meu espírito desfalece". Selá (3) : cf.comentário em 3.2.

  1. Busca (77:4-9)

Ao chegar no seu limite, o salmista inicia sua busca por Deus. Ele lembra bênçãos passadas, e sua alma irrompe em uma agonia de questionamentos. A memória de dias melhores no passado intensifica a dor do estado presente. O sono foge dos seus olhos e suas tristezas o fazem ficar sem fala (4). Os anos dos tempos passados (5) seriam "os anos de longa data (passado) "." A miséria do momento traz à memória tempos passados quando havia um cântico de noite (6; cf. 42.8; 35:10). Meu espírito investigou por algum raio de luz no meio da escuridão.

A direção da busca do salmista é mostrada por meio de seis perguntas que saem dos seus lábios. Esses são gritos genuínos do coração e, não obstante, retóricos, no sentido de que eles claramente requerem uma resposta negativa. Deus não o rejeitará para sem-pre (7) ; Ele não deixará de se tornar favorável novamente; sua benignidade ("graça", ARA; "amor", NVI) não cessou para sempre (8) ; sua promessa não acabará; Ele não se esqueceu de ter misericórdia (9) ; Ele não encerrou (refreou) as suas misericór-dias na sua ira.

  1. Entrega (77:10-15)

As perguntas são seguidas de uma série de compromissos indicados por repeti-das promessas de entrega (10-12). O salmista começa a tirar a atenção de si mesmo e voltar-se ao Salvador e encontra na memória da fidelidade passada a fé para o cum-primento futuro. Isto é enfermidade minha (10) provavelmente significa: "Esta é a minha provação, que Deus tem colocado sobre mim". A última parte do versículo é de difícil interpretação e tem sido entendida de várias formas: "Esta é minha triste-za: que o Altíssimo já não tem mais a força que tinha" (Moffatt) ; "Isto é a minha aflição; mudou-se a destra do Altíssimo" (ARA) ;" "Isto é a minha aflição; a mão direi-ta do Altíssimo muda" (Berkeley). Aqui o salmista alcança o ponto mais baixo. A única saída do fundo do poço é para cima, e dessas profundezas de dúvida o salmista começa sua ascensão (cf. Int. do salmo).

A memória das obras do SENHOR (11), as obras de Deus, os seus feitos (12), o seu caminho (13) compelem à conclusão por meio de outra pergunta retórica: Que deus é tão grande como o nosso Deus? O teu caminho [...] está no santuário tem sido traduzido de várias formas: "Teus caminhos [...] são santos" (NVI) ; "Teu procedimento é divino" (Moffatt) ; "O teu caminho [...] é de santidade" (ARA). Todas enfatizam a pure-za e justiça dos caminhos de Deus. Tu fizeste notória a tua força (14), tanto por meio de demonstração como por declaração. Com o teu braço remiste o teu povo (15) é uma típica descrição veterotestamentária do imenso poder de Deus no Êxodo (cf. Êx 15:16; Is 63:12).

  1. Soberania (77:16-20)

A supremacia de Deus tanto na natureza como na história é celebrada na seção final desse salmo. O versículo 16 é similar ao versículo 3 do Salmo 114, em que tanto o mar Vermelho como o rio Jordão são mencionados. Nas duas situa-ções, o poder de Deus sobre as águas foi evidente: e tremeram. Aguaceiro, tro-vão, relâmpagos (17) e terremoto (18), todos são evidências do poder do Deus Criador. Aquele que formou a terra também a controla. Pelo mar foi teu cami-nho, e tuas veredas, pelas grandes águas; e as tuas pegadas não se conhe-ceram (19) — como Perowne menciona: "Nós não sabemos, eles não sabiam, por quais meios exatamente ocorreu o livramento [...] e não precisamos saber; a obs-curidade, o mistério aqui, e em outras partes, fazia parte da lição [...] Tudo que conseguimos enxergar distintamente é que no meio dessa noite escura e terrível, com o inimigo se aproximando por trás, e o mar à frente, Ele conduziu seu povo como ovelhas pela mão de Moisés e Arão".13 Por intermédio do terror e mistério de cruzar o mar Vermelho brilha o milagre do cuidado de Deus pelo seu povo, como um pastor pelo seu rebanho. Embora fosse pela mão de Moisés e de Arão (20), foi o Senhor que os guiou.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Salmos Capítulo 77 do versículo 1 até o 20
*

Sl 77

Um indivíduo ora em favor da comunidade (vs. 7-9). Segue-se, após um profundo lamento, uma lembrança eloqüente do êxodo.

* 77:2

erguem-se as minhas mãos. Um gesto comum de oração foi feito na direção do céu.

* 77:5

nos dias de outrora. Quando o poder de Deus foi visto a operar em favor deles (Êx 15:6).

* 77:7

A promessa de Deus de estar com o seu povo requeria deste a obediência. Embora Deus seja longânimo, a punição pela desobediência é parte das promessas da aliança. E o Deus fiel cumpre suas promessas (1Sm 4; Ez 9—11; Lamentações).

* 77:9

Esqueceu-se Deus de ser benigno? É impossível que Deus se esqueça da misericórdia, mas o sofrimento explica o questionamento do salmista (v.10).

* 77:11

Recordo. Este versículo apresenta uma transição importante. Recordando as grandes ações de Deus no passado, o salmista adquire confiança para o presente e para o futuro.

* 77:13

tão grande. Quando o escritor se lembrou dos grandes feitos de Deus no passado, recordou-se dos atributos de Deus: sua santidade e seu poder ímpar.

* 77:15

remiste o teu povo. O contexto mostra-nos que o salmista tinha em mente a libertação de Israel da escravidão no Egito.

* 77:16

as águas. Nesta lembrança poética do êxodo, as águas do mar Vermelho foram personificadas. Dessa maneira, a travessia do mar Vermelho é retratada como uma batalha contra as águas do caos (18.4; 29.3,10; 46.2,3 e notas).

* 77:19

e não se descobrem os teus vestígios. A ação de Deus vinha do alto, e não era controlada pelas condições terrenas.

* 77:20

O teu povo, tu o conduziste, como rebanho. A travessia do mar Vermelho foi um conflito violento: neste versículo, a disposição de ânimo é calma, quando o Pastor de Israel conduzia o seu povo pelo deserto.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Salmos Capítulo 77 do versículo 1 até o 20
77.1-12 Asaf implorou a Deus que lhe desse valor durante momentos de muita aflição. A causa de sua angústia (77,4) era sua dúvida (77.7-9). O diz: "Com minha voz clamei a Deus". Mas em 77:13-20, esquece-se de si mesmo. Quando Asaf fez suas petições a Deus, seu centro de atenção trocou. Antes pensava nele, agora adora a Deus e diz: "Você é o Deus que faz maravilhas" (77.14). Solo depois de jogar a um lado as dúvidas a respeito da santidade e o cuidado de Deus (77.13, 14), conseguiu eliminar a angústia (77.20). Quando oramos, Deus nos levanta para que o olhemos ao e não a nós mesmos.

77.11, 12 As lembranças da bondade e a fidelidade de Deus sustentaram ao Israel através de suas dificuldades. Sabiam que Deus era capaz e digno de confiança. Quando se em frente a novas provas, repasse as coisas boas que Deus tem feito em sua vida e isto o fortalecerá em sua fé.

77:16 Esta afirmação se refere à divisão milagrosa do Mar Vermelho. Este grande feito se menciona muitas vezes no Antigo Testamento (Ex 14:21-22; Js 24:6; Ne 9:9; Sl 74:13; Sl 106:9; Sl 136:13-15). A história deste incrível milagre se transmitiu de geração em geração, recordando aos israelitas o poder, o amparo e o amor de Deus.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Salmos Capítulo 77 do versículo 1 até o 20
Sl 77:1)

1 clamarei a Deus com a minha voz,

Mesmo diante de Deus com a minha voz; e ele lhe dará ouvidos para mim.

2 No dia da minha angústia busco ao Senhor:

Minha mão estava estendida no meio da noite, e não se cansa;

A minha alma recusa ser consolada.

3 Lembro-me de Deus, e sou inquieta:

Eu reclamar, e meu espírito está sobrecarregado. [Selah

Enunciado do salmista de dor é dirigida a um Deus que, ele está garantido, é definitivamente preocupado com as necessidades de Seus filhos. Deus ouve, e Ele não responde.

Apesar desta certeza de que Deus responde a oração, o salmista deu plena vazão a seus sentimentos, continuando aparentemente sem deixar-se por um período de dias. Suas emoções estavam profundamente perturbado, seu humor estava sob a forte pressão da depressão. Seu problema parecia provir do fato de que o Deus de responder não respondeu; Ele não tinha revelado a sua preocupação. No entanto, ele teve uma âncora: a sua memória foi fixado em seu Senhor.

B. A PESQUISA PRESENT (77: 4-6)

4 Conservas vigilantes os meus olhos observando:

Estou tão perturbado que não posso falar.

5 Considero os dias da antiguidade,

Os anos dos tempos passados.

6 à memória a minha música na noite:

I comungar com o meu coração;

E o meu espírito faz nascer de pesquisas.

A frase Conservas vigilantes os meus olhos observando é mais clara na RSV, "tu nos segurar minhas pálpebras de fechamento." Isso nos diz que a agitação dentro era tão grande que a insônia constante roubou-lhe o resto. Na verdade, ele estava tão enojado dentro que ele ficou sem palavras.

Não obstante, sua mente estava ocupada. Seus pensamentos foram inquieto à procura de uma razão para a sua situação. Ele tinha plena consciência de que tinha havido um momento em que a alegria que encheu seu ser com músicas da noite. Mas a hora alta havia escapado. Por quê? Não parecia haver uma resposta imediata.

II. PERGUNTAS inquietante (Sl 77:7)

Não tendo nenhuma certeza imediata compreensão do significado do sofrimento presente ou do futuro quase sem esperança, o salmista virou-se para o passado. Ele não procurou esconder no passado; ao contrário, ele procurou fortalecer sua fé débil com a garantia de que os atos de Deus no passado eram real, atos dirigidos por Deus, e não apenas os produtos da imaginação.

Aqui está a segunda função da memória na salvação. Do lado de Deus, lembrar é uma expressão de preocupação e um movimento para trazer a salvação ao seu povo (ver Sl 74:2)

Muito parecido com o salmista no Sl 73:1)

Foi a atividade de Deus na natureza, que deu à passagem histórica do mar o seu sentimento de admiração, sua clareza como uma evidência de cuidados de Seu povo de Deus. Na presença do seu Criador, a natureza saltou para reação obediente. O mar deixar de lado o seu curso normal de calma e serenidade e, com nuvens e raio, uniram forças para transformar as promessas de Deus em plenitude.

B. NATUREZA OFERECIDO CAMINHO DE DEUS (77: 19-20)

Quando Israel estava no lado egípcio do mar o futuro parecia tão negro e tão desesperada como a presente hora. No entanto, esse mesmo mar agitado realizada em seu seio o caminho de Deus. Os filhos de Israel não podia ver seu caminho com a olho nu, por Suas pegadas não eram conhecidos , mas o caminho aberto diante deles e eles foram entregues. Deus cuidou de seu povo como um pastor e tinha usado seus servos, Moisés e Arão como líderes humanos do rebanho .

Implicitamente este hino de louvor contém a resposta às questões colocadas nos versículos 7 por 9 , ou seja, se Deus libertou o seu povo sob circunstâncias extremas, então, com certeza Ele pode fazê-lo novamente. Mas esta solução de esperança para as perguntas não é afirmado no salmo. Em vez disso, fica-se com um hiato em que se podem continuar a meditar sobre os feitos de Deus.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Salmos Capítulo 77 do versículo 1 até o 20
77.1- 20 O salmista progride do desespero para a esperança mediante o exame dos atos de Deus no passado. O desfecho glorioso desses pensamentos se acha em Habacuque 3.

77.1.2 O salmista se compara a uma pessoa muito doente, apelando por socorro durante a noite, quando ninguém o atende.
77.3,4 Abandonado assim aos seus pensamentos, passa a preocupar-se ao ponto de não conseguir conciliar o sono.
77:5-10 Eis a conteúdo da preocupação: o salmista não está vendo sinais da graça de Deus, das Suas promessas, da Sua benignidade e das Suas misericórdias. O desespero chega ao cúmulo do pensamento de que Deus já não é o mesmo.
77:11-15 Agora o desespero começa a dissipar-se com a recordação dos atos de Deus e dos Seus prodígios.
77.13 Caminho... de santidade. A santificação do indivíduo é necessária para poder andar com Deus e sentir a presença divina.

77.15 Remiste. A memória da redenção do povo de Israel quando estava na escravidão é a resposta às dúvidas dos vv. 5-10.

77:16-20 Aqui se vêem os pormenores maravilhosos da redenção mencionada no v. 15. Revelam a autoridade divina sobre a Natureza.
77.16 As águas te viram e temeram. Quando o Mar Vermelho se abriu para dar caminha ao povo de Israel, foi como se as águas fugissem da presença de Deus, revelada aos Seus escolhidos.

77.19 Não se descobrem os teus vestígios. Quando o exército dos egípcios quis perseguir o povo através do caminho no mar, as águas voltaram para seu estado primitivo (Êx 14:28).

77.20 A maravilha dos milagres aqui descritos é a ternura do Bom Pastor, Deus em Cristo, salvando o Seu rebanho.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Salmos Capítulo 77 do versículo 1 até o 20
Sl 77:0). O grande evento arquetípico do êxodo, quando ele reivindicou o direito sobre toda a nação, Israel e Judá (conforme Am 1:18,Jz 5:5; Sl 18:7-19; Hc 3:3-35).

A água, o símbolo do caos e das forças hostis a Deus (conforme 74.13), se encolheu de medo quando ele apareceu, e assim o povo pôde cruzar o mar Vermelho. A sua forma espantosa de vir e ajudar o seu povo é descrita em termos de um temporal violento. Em meio ao redemoinho e entre relâmpagos (v. 18), escuro era “o caminho dele nas asas da tempestade” (R. Grant). A frente do seu povo, Deus “cruzou o mar a passos largos” (JB), sublime demais para que olhos humanos o vissem, mas se revelando ao povo confiante de Israel por meio de uma experiência da sua presença e de seu poder. Ele também não abandonou o seu povo na outra margem, mas como um pastor conduziu o seu rebanho humano com segurança através do deserto perigoso sob a liderança de líderes designados.

Assim termina o salmo. O salmista não necessita de outros argumentos. E suficiente que Deus se revelou — de uma vez por todas — a favor de Israel. O início garante o final. O evento tão dinâmico do êxodo é um marco que aponta para a frente de forma infalível, uma garantia do cumprimento da fé. Em certo sentido, a terra prometida ainda está à frente do salmista, e ele continua marchando no escuro, mas já não está assustado e tem uma pequena chama no coração, certo de que “aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la” (Fp 1:6).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Salmos Capítulo 77 do versículo 16 até o 19

16-19. Sua Confiança no Poder de Deus. Viram-te as águas . . . e temeram. Estes versículos, que ocupam o lugar de um hino dentro de um hino, diferem grandemente no espírito e na forma do restante do poema. Embora a nota dominante desta seção saia o poder de Deus sobre a natureza em geral, a posição da passagem, entre os versículos 15:20, relaciona-a com o livramento no Mar Vermelho.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Salmos Capítulo 77 do versículo 13 até o 20
c) Exaltação à grandeza de Deus (13-20)

A reação inicial à adoção de uma atitude de fé é uma explosão de louvor e adoração (vers. 13-15). "Teu caminho é em santidade, ó Deus". E, Que Deus é tão grande como o nosso Deus? Essa reação é muito semelhante aos sentimentos da nação, quando, depois de ter sido completamente cercada em Pi-airote, encontraram-se livres e seguros do outro lado do mar Vermelho. Daí temos os ecos de Êx 15:11 e segs. nesses três versículos do Salmo. Os filhos de Jacó e de José (15). José é considerado como comparável a Jacó, primeiramente porque preservou da fome a família inteira, e em segundo lugar porque foi pai de Efraim e Manassés, as tribos liderantes do reino do norte. Cfr. Am 1:18 e segs.; Sl 74:12 e segs.), e termina abruptamente (cfr. Nu 33:1) para deixar a mais vívida impressão de alívio, liberdade e, poder. A significação do vers. 19 é que, assim como retornaram as águas do mar Vermelho, sem deixar qualquer traço, assim Deus encobre os Seus passos. A perseverança da confiança em Deus, durante longos períodos de incoerente espera é um dos principais elementos de uma fé amadurecida (cfr. Rm 15:4; He 10:36; He 12:1 e segs.; Jc 1:2-59). Cinco grandes períodos de espera disciplinada, em fé perseverante, são: o período sem filhos de Abraão (Rm 4:17-45); a escravidão no Egito (Êx 2:23-24); o exílio na Babilônia (Sl 89:0; At 26:7); e a Igreja a esperar pela volta de Cristo (He 9:28; He 6:19-58).


Dicionário

Desfazer

Desfazer
1) Desmanchar; acabar com (Is 44:22; 2Co 5:1).


2) Permitir que sentimentos se expressem livremente (16:20).


desfazer
v. 1. tr. dir. e pron. Desmanchar(-se). 2. tr. dir. Despedaçar, quebrar. 3. pron. Despedaçar-se, reduzir-se a fragmentos. 4. tr. dir. e pron. Desunir(-se), dispersar(-se). 5. tr. dir. e pron. Tornar sem efeito; anular(-se), dissolver(-se). 6. pron. Esclarecer-se, resolver-se. 7. pron. Despojar-se ou privar-se de. 8. tr. dir. Anular, revogar. 9. tr. dir. Refutar.

Flechas

fem. pl. de flecha

fle·cha |é| |é|
(francês flèche)
nome feminino

1. Haste com ponta farpada que se dispara por meio de arco ou besta. = SETA

2. Objecto em forma de seta.

3. Sinal indicativo da direcção das correntes, nos mapas.

4. Peça principal sobre que gira uma máquina.

5. [Arquitectura] [Arquitetura] Haste ou peça piramidal no alto de alguns edifícios.

6. [Geometria] Parte do raio compreendida no segmento.

7. [Brasil] Cavalo pequeno ligeiro.


Grossas

fem. pl. de grosso

gros·so |ô| |ô|
adjectivo
adjetivo

1. De diâmetro considerável.

2. Que tem grande espessura.

3. Encorpado.

4. Corpulento.

5. Volumoso.

6. Ordinário.

7. Grosseiro.

8. Denso, espesso.

9. Considerável.

10. Numeroso.

11. Por desbastar.

12. Diz-se do gado vacum e cavalar.

13. Diz-se das moedas de maior valor.

14. Abundante.

15. [Portugal, Informal] Que ingeriu demasiada bebida alcoólica (ex.: chegou a casa tão grosso que nem viu o degrau). = BÊBEDO, ÉBRIO, EMBRIAGADOSÓBRIO

adjectivo e nome masculino
adjetivo e nome masculino

16. Que ou quem mostra falta de delicadeza ou de educação. = GROSSEIRO, MAL-EDUCADO

nome masculino

17. Grossura, parte mais grossa.

18. Parte mais considerável.

advérbio

19. Muito; em tom baixo; com força.

20. Figurado Ter prosápia.


em grosso
[Brasil] Em grande escala; em grande quantidade (ex.: venda de velas em grosso). = POR ATACADOA RETALHO

por grosso
[Portugal] Em grande quantidade (ex.: distribuição de medicamentos por grosso). = POR ATACADOA RETALHO

Plural: grossos |ó|.

Nuvens

fem. pl. de nuvem

nu·vem
(latim nubes, -i)
nome feminino

1. Conjunto de pequenas partículas de água suspensas na atmosfera, que pode originar chuva ou neve.

2. Fumo denso.

3. Poeira que se eleva do solo.

4. Porção compacta de pessoas ou de coisas. = AGLOMERAÇÃO

5. Obscuridade, sombra.

6. Aspecto sombrio.

7. Obstáculo que impede de ver.

8. Dificuldade que impede a compreensão.

9. [Informática] Rede de computadores que permite o armazenamento de dados e o acesso a programas e a serviços remotamente através da Internet (ex.: o armazenamento de ficheiros na nuvem permite o seu acesso através de qualquer dispositivo com ligação à Internet).


cair das nuvens
Chegar inesperadamente.

Ficar admiradíssimo.

elevar às nuvens
Elogiar muito.

ir às nuvens
Encolerizar-se.

nas nuvens
Alheio ou distraído em relação à realidade ou ao que está à volta.

tomar a nuvem por Juno
Iludir-se com as aparências.


Parte

substantivo feminino Porção; qualquer parcela de um todo: parte poluída da floresta.
Quinhão; porção atribuída a cada pessoa na divisão de algo: dividiu a herança em duas partes.
Local; território não determinado: gosta de caminhar em toda parte.
Lado; região ou área demarcada: a criminalidade está na parte afastada da cidade.
Responsabilidade; tarefa a cumprir: a parte do chefe é pagar os salários.
Cada um dos lados de um acordo ou litígio: não houve acordo entre as partes; as partes formaram uma empresa.
Aviso; anúncio feito oral ou verbalmente: deram parte da sociedade aos familiares.
Queixa; delação de um crime ou irregularidade: deram parte da empresa à polícia.
[Música] Cada elemento que compõe a estrutura de uma composição: parte de uma melodia.
Não confundir com: aparte.
Etimologia (origem da palavra parte). Do latim pars.tis.

Retumbar

Fazer estrondo; ribombar; entoar fortemente

Retumbar RESSOAR (Is 44:23).

água

substantivo feminino Líquido incolor, sem cor, e inodoro, sem cheiro, composto de hidrogênio e oxigênio, H20.
Porção líquida que cobre 2/3 ou aproximadamente 70% da superfície do planeta Terra; conjunto dos mares, rios e lagos.
Por Extensão Quaisquer secreções de teor líquido que saem do corpo humano, como suor, lágrimas, urina.
Por Extensão O suco que se retira de certos frutos: água de coco.
Por Extensão Refeição muito líquida; sopa rala.
[Construção] Num telhado, a superfície plana e inclinada; telhado composto por um só plano; meia-água.
[Popular] Designação de chuva: amanhã vai cair água!
Botânica Líquido que escorre de certas plantas quando há queimadas ou poda.
Etimologia (origem da palavra água). Do latim aqua.ae.

Água Líquido essencial à vida, o qual, por sua escassez, é muito valorizado na Palestina, onde as secas são comuns. Para ter água, o povo dependia de rios, fontes, poços e cisternas (Is 35:6).

Água Ver Ablução, Batismo, Novo nascimento.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Salmos 77: 17 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

As nuvens derramaram água, as nuvens deram um som; as Tuas flechas cruzaram duma para outra parte.
Salmos 77: 17 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

H1980
hâlak
הָלַךְ
ir, andar, vir
(goes)
Verbo
H2229
zâram
זָרַם
derramar, derramar em inundação, inundar
(poured out)
Verbo
H2687
châtsâts
חָצָץ
mandar para baixo ou abaixar, reduzir
(having calmed)
Verbo - particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) ativo - nominativo masculino singular
H4325
mayim
מַיִם
água, águas
(of the waters)
Substantivo
H5414
nâthan
נָתַן
E definir
(And set)
Verbo
H5645
ʻâb
עָב
escuridão, nuvem, matagal
(in a thick)
Substantivo
H637
ʼaph
אַף
realmente
(indeed)
Conjunção
H6963
qôwl
קֹול
a voz
(the voice)
Substantivo
H7834
shachaq
שַׁחַק
poeira, nuvem
(on the sky)
Substantivo


הָלַךְ


(H1980)
hâlak (haw-lak')

01980 הלך halak

ligado a 3212, uma raiz primitiva; DITAT - 498; v

  1. ir, andar, vir
    1. (Qal)
      1. ir, andar, vir, partir, proceder, mover, ir embora
      2. morrer, viver, modo de vida (fig.)
    2. (Piel)
      1. andar
      2. andar (fig.)
    3. (Hitpael)
      1. percorrer
      2. andar ao redor
    4. (Nifal) liderar, trazer, levar embora, carregar, fazer andar

זָרַם


(H2229)
zâram (zaw-ram')

02229 זרם zaram

uma raiz primitiva; DITAT - 581; v

  1. derramar, derramar em inundação, inundar
    1. (Qal) derramar, transbordar
    2. (Poal) derramar, despejar
      1. referindo-se ao poder de Deus (fig.)

חָצָץ


(H2687)
châtsâts (khaw-tsawts')

02687 חצץ chatsats

procedente de 2686; DITAT - 721a; n m

  1. cascalho

מַיִם


(H4325)
mayim (mah'-yim)

04325 מים mayim

dual de um substantivo primitivo (mas usado no sentido singular); DITAT - 1188; n m

  1. água, águas
    1. água
    2. água dos pés, urina
    3. referindo-se a perigo, violência, coisas transitórias, revigoramento (fig.)

נָתַן


(H5414)
nâthan (naw-than')

05414 נתן nathan

uma raiz primitiva; DITAT - 1443; v

  1. dar, pôr, estabelecer
    1. (Qal)
      1. dar, conceder, garantir, permitir, atribuir, empregar, devotar, consagrar, dedicar, pagar salários, vender, negociar, emprestar, comprometer, confiar, presentear, entregar, produzir, dar frutos, ocasionar, prover, retribuir a, relatar, mencionar, afirmar, esticar, estender
      2. colocar, estabelecer, fixar, impor, estabelecer, designar, indicar
      3. fazer, constituir
    2. (Nifal)
      1. ser dado, ser concedido, ser providenciado, ser confiado a, ser garantido a, ser permitido, ser emitido, ser publicado, ser afirmado, ser designado
      2. ser estabelecido, ser posto, ser feito, ser imposto
    3. (Hofal)
      1. ser dado, ser concedido, ser abandonado, ser entregue
      2. ser colocado sobre

עָב


(H5645)
ʻâb (awb)

05645 עב ̀ab (masc. e fem.)

procedente de 5743; DITAT - 1574a; n m

  1. escuridão, nuvem, matagal
    1. nuvem escura
    2. névoa
    3. matagal (como refúgio)

אַף


(H637)
ʼaph (af)

0637 אף ’aph

uma partícula primitiva; DITAT - 142 conj (denotando adição, esp de alguma coisa maior)

  1. também, ainda, embora, e muito mais adv
  2. ainda mais, de fato

קֹול


(H6963)
qôwl (kole)

06963 קול qowl ou קל qol

procedente de uma raiz não utilizada significando chamar em voz alta; DITAT - 1998a,2028b; n. m.

  1. voz, som, ruído
    1. voz
    2. som (de instrumento)
  2. leveza, frivolidade

שַׁחַק


(H7834)
shachaq (shakh'-ak)

07834 שחק shachaq

procedente de 7833; DITAT - 2367a; n. m.

  1. poeira, nuvem
    1. poeira fina
    2. nuvem (fina)