Enciclopédia de Jeremias 18:15-15

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jr 18: 15

Versão Versículo
ARA Contudo, todos os do meu povo se têm esquecido de mim, queimando incenso aos ídolos, que os fizeram tropeçar nos seus caminhos e nas veredas antigas, para que andassem por veredas não aterradas;
ARC Contudo o meu povo se tem esquecido de mim, queimando incenso à vaidade; e fizeram-nos tropeçar nos seus caminhos, e nas veredas antigas, para que andassem por veredas afastadas, não aplainadas;
TB Pois o meu povo se esqueceu de mim, queimando incenso à vaidade, que os fez tropeçar nos seus caminhos, nas antigas veredas, para andarem por atalhos, por um caminho não feito,
HSB כִּֽי־ שְׁכֵחֻ֥נִי עַמִּ֖י לַשָּׁ֣וְא יְקַטֵּ֑רוּ וַיַּכְשִׁל֤וּם בְּדַרְכֵיהֶם֙ שְׁבִילֵ֣י עוֹלָ֔ם לָלֶ֣כֶת נְתִיב֔וֹת דֶּ֖רֶךְ לֹ֥א סְלוּלָֽה׃
LTT Contudo, o Meu povo se tem esquecido de Mim, queimando incenso à coisa- de- nenhum- valor (ídolo) que os fez tropeçar nos seus caminhos, e nas veredas antigas, para que andassem por veredas, em estradas não aplainadas;
BJ2 Meu povo, contudo, esqueceu-se de mim! Eles oferecem incenso ao Nada; eles os fazem tropeçar em seus caminhos,[m] nas veredas de outrora, para caminhar por sendas, por um caminho não traçado;
VULG Quia oblitus est mei populus meus, frustra libantes, et impingentes in viis suis, in semitis sæculi, ut ambularent per eas in itinere non trito,

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Jeremias 18:15

Isaías 3:12 Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres estão à testa do seu governo. Ah! Povo meu! Os que te guiam te enganam e destroem o caminho das tuas veredas.
Isaías 9:16 Porque os guias deste povo são enganadores, e os que por eles são guiados são devorados.
Isaías 41:29 Eis que todos são vaidade; as suas obras não são coisa alguma; as suas imagens de fundição são vento e nada.
Isaías 57:14 E dir-se-á: Aplainai, aplainai, preparai o caminho; tirai os tropeços do caminho do meu povo.
Isaías 62:10 Passai, passai pelas portas; preparai o caminho ao povo; aplainai, aplainai a estrada, limpai-a das pedras; arvorai a bandeira aos povos.
Isaías 65:7 as vossas iniquidades e juntamente as iniquidades de vossos pais, diz o Senhor, que queimaram incenso nos montes e me afrontaram nos outeiros; pelo que lhes tornarei a medir as suas obras antigas no seu seio.
Jeremias 2:13 Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas.
Jeremias 2:19 A tua malícia te castigará, e as tuas apostasias te repreenderão; sabe, pois, e vê, que mau e quão amargo é deixares ao Senhor, teu Deus, e não teres o meu temor contigo, diz o Senhor Jeová dos Exércitos.
Jeremias 2:32 Porventura, esquece-se a virgem dos seus enfeites ou a esposa dos seus cendais? Todavia, o meu povo se esqueceu de mim por inumeráveis dias.
Jeremias 3:21 Nos lugares altos se ouviu uma voz, pranto e súplicas dos filhos de Israel; porquanto perverteram o seu caminho e se esqueceram do Senhor, seu Deus.
Jeremias 6:16 Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos.
Jeremias 10:15 Vaidade são, obra de enganos; no tempo da sua visitação, virão a perecer.
Jeremias 13:25 Esta será a tua sorte, a porção que te será medida por mim, diz o Senhor; pois te esqueceste de mim e confiaste em mentiras.
Jeremias 16:19 Ó Senhor, fortaleza minha, e força minha, e refúgio meu no dia da angústia! A ti virão as nações desde os fins da terra e dirão: Nossos pais herdaram só mentiras e vaidade, em que não havia proveito.
Jeremias 17:13 Ó Senhor, Esperança de Israel! Todos aqueles que te deixam serão envergonhados; os que se apartam de mim serão escritos sobre a terra; porque abandonam o Senhor, a fonte das águas vivas.
Jeremias 19:5 Porque edificaram os altos de Baal, para queimarem seus filhos em holocausto a Baal; o que nunca lhes ordenei, nem falei, nem subiu ao meu coração.
Jeremias 44:15 Então, responderam a Jeremias todos os homens que sabiam que suas mulheres queimavam incenso a deuses estranhos e todas as mulheres que estavam em pé em grande multidão, como também todo o povo que habitava na terra do Egito, em Patros, dizendo:
Jeremias 44:25 Assim fala o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel, dizendo: Vós e vossas mulheres não somente falastes por vossa boca, senão também o fizestes por vossas mãos, dizendo: Certamente, cumpriremos os nossos votos que fizemos, de queimar incenso à Rainha dos Céus e de lhe oferecer libações; perfeitamente confirmastes os vossos votos e perfeitamente cumpristes os vossos votos.
Oséias 2:13 E sobre ela visitarei os dias de Baal, nos quais lhe queimou incenso, e se adornou dos seus pendentes e das suas gargantilhas, e andou atrás de seus namorados, mas de mim se esqueceu, diz o Senhor.
Oséias 11:2 Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face; sacrificavam a baalins e queimavam incenso às imagens de escultura.
Malaquias 2:8 Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos fizestes tropeçar na lei: corrompestes o concerto de Levi, diz o Senhor dos Exércitos.
Mateus 15:6 E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus.
Romanos 14:21 Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
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As estradas da Palestina
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Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

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Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

jr 18:15
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 26
CARLOS TORRES PASTORINO

JO 7:25-36


25. Diziam, então, alguns hierosolimitanos: "Não é este aquele a quem procuram matar?


26. E eis que fala abertamente, e nada lhe dizem. Será que as autoridades verdadeiramente reconheceram que este é o Cristo?


27. Mas nós sabemos donde ele vem. E quando vier o Cristo, ninguém saberá donde é ele".


28. Então Jesus ergueu a voz no templo, ensinando e dizendo: "A mim conheceis e sabeis donde sou: e eu não vim de mim mesmo mas é verdadeiro aquele que me enviou, a quem vós não conheceis.


29. Eu o conheço, porque venho dele e ele me enviou".


30. Procuravam, pois, prendê-lo; mas ninguém pôs as mãos sobre ele, porque ainda não chegara sua hora.


31. Mas muitos do povo creram nele, e diziam: "Quando vier o Cristo, fará mais demonstrações do que este homem fez?


32. Os fariseus ouviram a multidão murmurar essas coisas a respeito dele, e os principais sacerdotes e os fariseus mandaram seus empregados para prendê-lo.


33. Mas Jesus disse: "Ainda um pouco de tempo estou convosco; depois vou para quem me enviou.


34. Procurar-me-eis, e não me encontrareis; e onde eu estiver, vós não podeis ir".


35. Perguntavam, pois, os judeus entre si: "Aonde estará ele para ir que não o acharemos? Acaso estará para ir à Dispersão dos gregos, e ensinará aos gregos?


36. Que palavras são essas que ele disse: procurar-me-eis e não me encontrareis, e: onde eu estiver, não podeis ir"?


Entre os moradores de Jerusalém, alguns havia que conheciam a disposição das autoridades. Provavelmente os "mais velhos" que, embora leigos, participavam do Sinédrio, ao lado dos fariseus e escribas.


Estes admiravam-se de ver o desembaraço e a "petulância" com que Jesus enfrentava os poderosos, falando abertamente no Templo, sem constrangimento nem medo; e também estranhavam a omiss ão dessas autoridades, que O não prendiam logo, a fim de terminar aquele "abuso". Ou seria que, finalmente, O haviam reconhecido como o verdadeiro Messias?


Nasce-lhes no espírito, todavia, a objeção: o Messias devia aparecer repentinamente, segundo a opinião vulgar generalizada (cfr. Justino, Diál. c. 8), embora se soubesse que viria "da semente de Davi" (2SM 7:12; SL 132:11; IS 11:1; JR 18:15; "Salmos de Salomão", 17:21), e que nasceria em Belém de Judá (Miq. 5:2; MT 2:5; JO 7:42).


Jesus ergue a voz (grego: "grita", ékraxen) para uma declaração solene, afirmando que a origem do Messias não deve ser buscada no nascimento físico, mas na proveniência espiritual. Entretanto, os "judeus" não conhecem o Pai como deviam, e, por isso, não percebem a realidade. Jesus, porém, conhece o Pai (cfr. MT 11:27; LC 10:22 e JO 6:46) e pode garantir que provém Dele.


Essa nova afirmativa, que os "judeus" bem compreenderam e por isso mesmo a julgaram blasfematória (cfr. JO 5:18) reacende neles o propósito de eliminá-Lo. Não se tratava mais da questão do sábado (JO 5:16 e JO 9:16), mas das palavras que comentamos. Não passaram, contudo, à ação, porque "não chegara a hora" (cfr. JO 12:25, JO 12:27; 13:1; 16:21; 17:1). A razão que deram, de seu ponto-de-vista, é que temiam a reação popular (cfr. MT 21:46).


O apoio do povo a Jesus crescia com o destemor e a veemência de Suas afirmativas, e os fariseus o perceberam: aumentava o número dos que O aceitavam. Mister agir com rapidez. Recorrem então aos sacerdotes principais para que, com seus empregados (hypêrétas), que constituiam quase uma "polícia" (cfr. JO 7:45, JO 7:46; 18:3, 12, 18, 22, 36; e 19:6) providenciassem a captura de Jesus, por meio de um mandato legal.


Jesus volta-se para o povo e, com um enigma, lhe anuncia a partida próxima para o mundo espiritual: em breve se ausentaria fisicamente, desaparecendo da vista deles. E subiria tão alto, que ninguém ali teria capacidade de acompanhá-Lo aonde Ele ia. As autoridades, no entanto, mostram-se perplexas ante o enigma: para onde pretenderia Ele ir? Para os israelitas da dispersão? Para os judeus helênicos?


Para os próprios gregos? E repetem, entre si, as palavras de Jesus, em busca de uma interpretação, sem conseguir descobri-la. Na simples hipótese formulada de que poderia ir para falar aos gregos (toús Héllênes) confirma-se a teoria de que Jesus falava o grego. Se assim não fora, como poderia ser entendido na Grécia?


Na época atual o mesmo ocorre. Não aceitamos os Manifestantes divinos que nos declaram clara ou veladamente sua origem. Tudo o que sentimos não possuir, negamo-lo que outros possuam. Como pode "ele" ter aprendido? Como saberá mais que "nós" que temos tantos títulos acadêmicos e universit ários e falamos tantos idiomas? E somos louvados por tanta gente? De onde veio? Ora, como tendo nascido numa aldeola do interior, pode ser superior a "nós" que nascemos na capital? E, sendo filho de operários, como poderá saber mais que "nós", que temos linhagem aristocrática? Faz coisas admiráveis? Prestidigitação... Diz coisas notáveis? Mistificação... Contraria nossos pontos-de-vista? Obsidiado!


... Fala coisas que não entendemos? Louco! E assim recusamos qualquer palavra do Alto, qualquer chamamento que pretenda tirar-nos da comodidades físicas ou mentais que conquistamos por meio dos raciocínios viciados de nosso confortável materialismo personalístico. Só aceitamos, mesmo, quando o que ele diz concorda com os nossos "pontos-de-vista", quando aprova nossas emoções, quando nos elogia e engrandece as paixões... Então, sim, é um Enviado do Alto!


Assistimos ao início da grande luta entre a Mente intuitiva da individualidade e o intelecto discursivo da personagem, entre o espírito e a matéria, entre o eterno e o temporal, entre o divino e o humano. A Mente revela, o intelecto recusa. A Mente afirma, o intelecto nega. A Mente mostra, o intelecto fecha os olhos. A Mente fala, o intelecto tapa os ouvidos. Parece tratar-se de dois seres que falem duas línguas diferentes, e um não entenda o outro.


Realmente, pertencem a dois planos distintos. E sempre assim ocorre entre a individualidade (mente) e a personagem (intelecto). Nosso "eu" vaidoso e pequeno, jamais quer ouvir a intuição que vem do coração e nos convoca a evoluir. Começamos a opor-lhe os raciocínios mais abstrusos e até sofismas, para fazê-la silenciar.


A mesma dificuldade de serem entendidos sentiram e sentem todos os "iniciados" diante dos profanos e todos os espiritualistas diante dos "religiosos" ordodoxos. Esse mesmo caminho que foi imposto a Jesus pelas autoridades religiosas de Sua época, também o foi pelas de épocas mais recentes: Giordano Bruno, João Huss, Joana d"Arc e milhares de outros iniciados que traziam espiritualidade à Terra, foram martirizados, torturados, queimados ou decapitados pelos altos hierarcas eclesiásticos, sob acusações pesadas de lhes não obedecerem. As vozes divinas eram silenciadas à força. E hoje mesmo, depois de ser expressada "oficialmente" uma boa-vontade específica de união entre os crentes, na prática os óbices são insuperáveis, ou quase.


Temos, então, dois planos diferentes em choque. O plano superior da individualidade ou Espírito (pneuma), a urgir a personagem ou alma (psychê) para que abandone mâyâ (a realidade transitória e, portanto, ilusória), para acompanhar-lhe o vão espiritual. Mas a personagem - apegada às aparências da forma, às ligações do sangue (etéricas), às emoções da paixão, ao prazer do intelectualismo vaidoso e cônscio de seu valor no mundo físico, à grande e terrível ilusão de um "merecimento" que só produz o efeito de prender a criatura aos ciclos reencarnatórios dos karmas coletivos - recusa-se e ameaça de "prisão" (?) o Espírito que a perturba em sua vida tão agradável no conforto dos gozos dos sentidos!


Não lhe importa o que o Espírito ensina, com a voz "silenciosa" dos apelos "inenarráveis" (cfr. Rom. 8:26). Os sentimentos íntimos da personagem desarvorada, a vogar por sobre as ondas do encapelado oceano do calidoscópio terreno, parece-lhe totalmente secretos e impossíveis de serem percebidos por outrem, e até mesmo por seu próprio Espírito. Daí rir-se de qualquer chamado espiritual.


Chega então o último aviso: "ainda um pouco de tempo estou convosco; depois voltarei para quem me enviou; procurar-me-eis e não me encontrareis, e onde eu estiver, vós não podeis ir".


Essa frase é das mais sérias, encerrando ensinamento avançado, que merece meditação profunda e longa. Daremos, apenas, ligeiro resumo para ser apreciado e estudado.


O Espírito é a individualização da Centelha Divina que está EM TUDO. Temos, nele, portanto, uma entidade, um SER, que é eterno por sua origem divina, embora ele mesmo tenha tido, ao individualizarse, um "ponto de partida". Entretanto, uma vez individualizado jamais se extinguirá no infinito da eternidade, porque possui, de direito, a "vida eterna". Iniciando-se "simples e sem saber", essa entidade (esse ser) plasma para si, em gradação evolutiva, "corpos" que a ajudem a galgar, no ambiente terreno, seu progresso ilimitado. Esses corpos são, por isso, cada vez mais aperfeiçoados, de acordo com a evolução que vai obtendo o próprio Espírito que, partindo do átomo, sobe pelos minerais, vegetais e animais até atingir a intelectualização nos hominais.


Nesse grau, já consideramos esses corpos "personagens" dotadas de psychê (sensações, emoções e intelecção) com um consciente próprio e desperto de Sua existência, o chamado "consciente atual".


Essa é a única consciência que vige nesse plano. Para atingir o consciente profundo da Individualidade é indispensável aprendizado, conhecimento, exercício e vivência, que é conquistada com a evolução gradativa e lenta.


Verificamos, pois, que encontramos NUM SÓ SER REAL, uma dualidade de princípios, uma duplicidade de conscientes: um, naturalmente desperto. Outro, ainda adormecido. Porque o consciente profundo (da individualidade) só vai despertando aos poucos, gradativamente, através das incontávei "vidas" e das conquistas experimentais do aprendizado evolutivo - da mesma forma que o consciente atual que, no recém-nascido, está adormecido, e também gradativamente vai despertando, à proporção que a criança cresce, experimentando e aprendendo. A individualidade não surge perfeita, mas antes "simples e sem-saber". Desenvolve-se através do lento e longo aprendizado que faz, através de inúmeras vivendas no plano físico. A personagem, cônscia de sua existência através dos sentidos e da intelecção, comanda toda a vida terrena. A outra, a individualidade, vai evoluindo e preparando-se até despertar para, então, substituir-se à personagem, com seu consciente profundo vindo à tona e assumindo a direção total do SER ÚNICO. Porque, repitamos, a personagem é uma condensação ou manifestação em plano mais denso, da individualidade que a criou para poder agir nos planos astral e físico, a fim de colher experiências e evoluir. Mas, sendo embora uma coisa só, UM SÓ SER, contém em si duplo consciente.


Acontece, então, que a personagem, cônscia de si (compos sui) e ignorando a individualidade (que, em muitíssimos casos, também se ignora a si mesma) possui capacidade específica de ação e livrearbítrio.


E como é guiada pelo consciente dela própria, pode opor-se a individualidade eterna, quando esta já tenha evoluído bastante para destacar-se e agir de per si; neste caso, a personagem tornaselhe adversária ("diabo") ou antagonista, isto é, olhando as coisas de um ângulo (gônia) oposto (anti), o que é designado em hebraico com o termo "satanás".


Repisemos: a criação da personagem constitui, na realidade, uma transmutação que se opera na própria individualidade, ou seja, o pneuma se transforma (metamorphosis) na psychê, tomando a aparência (prósôpon, "persona" ou máscara) de uma personagem com seu nome "particular" Então a personagem (psychê) é a própria individualidade (pneuma) que vibra em frequência mais longa (mais baixa).


Mas, embora vibrando inicialmente em faixas relativamente próximas, aos poucos a individualidade se distância muito da personagem, pois séculos e milênios de exercício, de aprendizado e de automatização de experiências, fazem a individualidade alcançar grande progresso e plena conscientiSABEDORIA DO EVANGELHO zação, que nem sempre consegue fazer exteriorizar na personagem que plasma, em vista de injunções múltiplas (karmas individuais e coletivos, hereditariedade, ambiente social, etc. etc. ) . Assim, com o caminhar evolutivo, muito mais rápida e solidamente se eleva a individualidade, embora com dificuldade consiga que as personagens que cria lhe acompanhem a elevação; e, após determinado ponto da escala, já consciente de si, tão diferentes e distantes são as faixas vibratórias entre ambas, que parecem seres distintos, especialmente porque o consciente profundo da individualidade, ao penetrar nas zonas pesadas da matéria, revive memórias e automatizações antigas, não conseguindo filtrar-se através do consciente "atual" da personagem, que se encontra vivamente desperto. E ao mesmo tempo, nos momentos em que consegue "destacar-se" da personagem, SENTE o peso desta, e anseia por libertarse.


Um exemplo concreto (embora grosseiro porque se passa na matéria) talvez facilite a compreensão do que acontece a uma individualidade já desperta, quando em contato de direção de uma personagem.


Suponhamos o grande e saudoso Jaime Costa que, em nosso exemplo, figurará a individualidade.


Para atuar no palco, fá-lo-emos assumir, conscientemente, em três dias consecutivos, três papéis diferentes (três personagens).


Então, primeiro "nesce" no palco com a figura de D. João VI. E enquanto exteriormente a representa, ele não filtra para D. João VI a consciência própria de Jaime Costa, deixando desperto e ativo apenas o consciente "atual" de D. João VI, e assumindo-lhe todas as características. Com efeito a individualidade já evoluída está consciente de si, porque, se o não fora, não poderia desempenhar satisfatoriamente seu papel. É pela longa experiência adquirida através do aprendizado vivo e real de personagens várias e numerosas vividas no palco, que o ator, (individualidade) adquiriu a técnica (arte) da representação, atingindo evolução plena (ator "perfeito"). O mesmo se dá na individualidade em relação à personagem encarnada. Então, o consciente de Jaime Costa se transforma no consciente "atual" de D. João VI, abafando, para não atrapalhar a personagem, o seu próprio consciente "profundo" de Jaime Costa. Mas acontece que, ao terminar a representação, "morre" no palco D. João VI, e então Jaime Costa reassume plenamente seu consciente profundo, levando mais uma experiência de "vida" no palco, e portanto, mais evoluído do que quando a começou.


No dia seguinte, Jaime Costa, (individualidade) novamente "nasce" no palco como D. Pedro I, e os mesmos fenômenos ocorrem: seu consciente "profundo" de Jaime Costa é abafado pela personagem de que se reveste, chegando a esquecer-se de que ele existe, no meio das circunstâncias e do ambiente que o cerca, e só ficando desperto o consciente "atual" de D. Pedro I, com suas características vibráteis e agitadas. Aproveitemos, para focalizar um exemplo de karma: nesse papel, ou nessa personagem, D. Pedro I tropeça e cai, torcendo um pé. Quem caiu foi D. Pedro I, a personagem. Mas quem sofre realmente a dor é a individualidade Jaime Costa que, ao "morrer" no palco D. Pedro I, sai mancando.


No outro dia, ocorre que Jaime Costa "nasce" de novo no palco com o nome de D. Pedro II. O consciente profundo do ator é ainda "abafado" pela personagem criada, só ficando desperto o consciente" atual" de D. Pedro II, que entra no palco mancando. A personagem D. Pedro II nada sabe do tombo da personagem D. Pedro I; mas a individualidade Jaime Costa, que foi a mesma em ambos os casos, SABE que caiu no papel de Pedro I, e portanto aceita o defeito que surge em D. Pedro II, como efeito de causa passada. E no papel de D. Pedro II continua mancando, e talvez quando se libertar dessa personagem Jaime Costa não tenha conseguido curar-se da dor, e levará consigo o pé torcido, que o fará sofrer até a cura final (resgate total do karma).


Verificamos, então, que a personagem e a individualidade são UM SER SÓ, embora consciente em dois planos diferentes, pois Jaime Costa, nos papéis que desempenha, conserva sua consciência profunda, ainda que as personagens representadas NÃO POSSAM nem tomar conhecimento da existência do ator, pois isso estragaria a representação.


Só quando a personagem plasmada atinge, ela mesma, por impulso interno de ânsia de progresso, determinado grau de elevação intelectiva, chegando a perceber e conhecer a existência da individualidade, (consciente profundo, Eu Interno) é que sente a necessidade imperiosa de voltar a ela. Neste ponto, a personagem, consciente de si na consciência "atual", busca unir-se ao consciente "profundo" e, para isso, aprende a mergulhar nas águas do poço profundo do coração. E dela, da personagem (embora silenciosamente insuflada pela individualidade) é que tem que partir o primeiro passo para o Sublime Encontro. Só depois desse passo inicial é que a individualidade responde com clareza, manifestandose abertamente e confirmando que sua busca foi coroada de êxito. Nesse ponto, pois, a personagem passa a SENTIR em si, plenamente, o duplo consciente, o "atual" e o "profundo", e aos poucos vai conseguindo substituir um pelo outro, anulando o consciente "atual" ("negue-se a si mesmo") e deixando que funcione atualmente o "consciente profundo". Então, já não é mais a "personagem" ("Paulo") que vive na consciência atual, mas é "o Cristo que vive nele".


No plano espiritual, o Espírito (pneuma) que assume o papel de "espírito" (psychê) com sua personagem transitória no palco da vida, tem, pois, uma ação muito mais substancial (embora menos material) que no plano físico. Assim, se Jaime Costa, por qualquer motivo, retirar seu "corpo" do palco, a personagem que ele "vive" desaparecerá totalmente. Mas no plano espiritual as coisas não se passam assim: a individualidade pode retirar-se da personagem, sem que esta desapareça de imediato do cenário da vida.


Pedimos redobrar a atenção para penetrar o pensamento que vamos expor.


A personagem (psychê) é limitada e circunscrita à forma, reproduzida pelo corpo físico que sobre ela se molda ("a alma é a forma substancial do homem", Tomás de Aquino, Sum. Theol. p. 1, q. 76, a. 4, contra). Por isso, para a encarnação, o Espírito (pneuma) precisa primeiramente plasmar com fluidos do plano astral a forma corpórea-fluídica, a qual agrega a si, no líquido amniótico, a matéria; ou, explicando mais corretamente: no ventre materno, as células astrais se materializam, conservando o corpo físico a mesma forma característica do corpo-astral.


Essa psychê nasce e morre, e tem como função animar (ou vivificar) o corpo material, sendo por isso chamada ánima ou "alma". Como a evolução da maior parte da humanidade ainda está muito retardada, ocorre que o fenômeno também é lento em sua execução. Já o Espírito evoluído que vibra no plano hominal (búlddhico, arúpico ou "sem-forma") tem que plasmar-se um corpo astral cada vez que mergulha no condensado material. Ao desfazer-se este no plano físico, o corpo astral dura mais algum tempo (em geral cerca de quarenta dias) no plano astral, e também se desfaz, regressando o Espírito (pneuma) ao plano mental.


Mas com o Espírito que ainda não se acha nesse estágio evolutivo e se compraz no astral (plano animal) com suas ilusões, não sucede assim: uma vez criada a personagem (psychê) no plano astral ela reencarna e permanece tão envolvida nos fluidos animais do astral que, ao perder o corpo físico, não sai do plano astral: nele permanece com a mesma psychê (mantendo até mesmo o nome que tinha na Terra), até encarnar de novo. E assim sucessivamente durante milênios, pois a isso esteva habituado, por causa dos milênios em que assim fazia, enquanto evoluía através do estágio animal.


Ora, o Espírito (pnema, individualidade) pode, por vezes, alçar voo mais altaneiro; ou, talvez, esteja preso à encarnação apenas por algum Karma bom ou mau do passado; mas quer avançar mais depressa (motus in fine velocior). Então poderá utilizar-se do mesmo expediente a que se habituou quando atravessava os "reinos" mineral, vegetal e animal, vale dizer, quando plasmava concomitantemente, milhares ou milhões de formas densas, colhendo experiências e aprendizado através de todas elas. Esse modo de agir não apresenta dificuldades para o Espírito (pneuma) porque ele não está limitado nem pela forma, nem pelo tempo, nem pelo espaço, nem pela dimensão. Sendo, pois, ilimitado e adimensional, pode encontrar-se em qualquer lugar físico ao mesmo tempo, consciente em todos eles, animando simultaneamente qualquer número de tormas densas. A isso, normalmente, os ocultistas denominam "alma-grupo" ou " alma-coletiva".


Como funciona essa "alma-grupo", podemos aprendê-lo ao estudar o complexo "homem". Nós temos um "espírito" (psychê) ou alma, que governa todo o nosso corpo físico. Ora, o corpo físico é constituído de alguns trilhões de células, cada qual com sua Centelha Divina e com seu corpo astral, condensado em sua exteriorizacão físico-material. No entanto todos esses trilhões de células (que evoluirão até constituir cada uma delas um ser plenamente consciente ou humano, daqui a milênios sem conta), estão regidos por uma única "alma-grupo", que é nossa psychê, a qual sendo UMA, adquire experiências concomitantemente através desses trilhões de seres celulares, cada qual com sua própria e ainda subdesenvolvida psychê.


O Espírito (pneuma), tal como a alma (psychê) também pode colher experiências ao reger simultaneamente várias psychês, como se fossem outras tantas células de um só corpo, apenas mais distantes umas das outras, ou seja, com os "espaços intercelulares" maiores.


Como, porém, o Espírito (pneuma) é inespacial, isso não constitui óbice para ele. Pode levar sua consciência a qualquer ponto, assim como pode nossa psychê levar sua consciência a qualquer das células de nosso corpo, desde que ela apresente qualquer anomalia: dor ou prurido, sensação de frio ou calor, etc. Pode fixar-se a consciência em qualquer das células, ou numa determinada célula em particular ou em todo o conjunto delas simultaneamente, por mais numerosas que sejam.


Ora, da mesma forma que, quando o "espírito" (alma ou psychê) se retira do corpo físico, desligandose das células, cada uma delas prossegue "viva" em seu estado vegetativo, na qualidade de "vermes", alimentando-se da matéria até que se extingam quando lhes termina o pábulo, ou passando a outros estados (Se esses vermes não se extinguissem, os nossos "cemitérios" teriam seu solo superpovoado de" bichinhos ", o que não sucede na realidade), assim também pode a individualidade (pneuma) retirar-se de Uma personagem (psychê) para continuar alhures sua subida evolutiva, ou simplesmente para regressar a seu plano mental, sem que obrigatoriamente essa psychê desapareça da existência: pode continuar "vegetando (embora com intelecto), mas sem a presença da individualidade. Judas Tadeu (o" irmão" de Jesus) assim descreve esses casos em sua Espínola (vers. 19): houtoi eisin hoi apodieirízontes, psycbikoi, pneuma mê échontes, isto é: "estes são os que se separam, psíquicos, não tendo Espírito". Realmente, tem apenas a psychê, são apenas uma personagem com corpo físico, sensações, emoções e intelecto, ou seja, com todo o psiquismo, mas sem o pneuma que se ausentou.


Seria como uma " associação" de homens, fundada e dirigida por um presidente. Se este se retirar, a sociedade continuará, até que seus membros se dispersem, desfazendo-se então o conjunto. Entretanto, a sociedade pode continuar tal, mesmo sem seu presidente-fundador, em virtude da capacidade adquirida por seus próprios membros.


Assim o agrupamento de células que constituem o corpo e o psiquismo, pode manter-se unido e funcionando automaticamente em virtude do hábito que já se tenha tornado instinto, mesmo que o pneuma se tenha retirado, até que terminada a vitalidade do conjunto, este desmorone e se desfaça em suas partes constitutivas. Além disso, o intelecto e seu "consciente atual" podem permanecer regendo o conjunto e garantindo-lhe a unidade até o término do fluido vital ou da vitalidade do todo.


A ausência do pneuma não traz maiores problemas físicos nem psíquicos, pois o pneuma simplesmente plasmou (mas não criou) algo que já existia; é pois uma causa segunda, sendo a causa primeira a Centelha divina. E esta não se retira, porque está EM TUDO: no pneuma, na psychê, na matéria e em cada uma das células. Ora, se a causa primeira "criadora" e sustentadora permanece, a causa segunda, simples "plasmadora" pode ausentar-se sem prejuízo da existência da personagem; talvez ocasione nela, apenas, um amortecimento, mas não necessariamente a morte.


Ao lhe morrer o corpo físico, essa psychê sem pneuma entra no plano astral e aí permanece até desfazerse e também "morrer", quando lhe termina ai, vitalidade.


Da morte da psychê (ou segunda morte) há vários trechos escriturísticos que falam: "não temais os que matam o corpo mas não podem matar a psychê" (MT 10:28; vol. 3. º); "quem acha sua psychê a perderá, e quem na perder por minha causa a achará" (MT 10:39; vol. 3. º e MT 16:25, vol. 4. º): " quem quer que coma dele (o pão da vida) não morrerá" (JO 6:50; vol. 3. º); "todo o que crê em mim nunca jamais morrerá" (JO 11:26); etc.


No entanto, existe a possibilidade de o pneuma voltar a reanimar aquela mesma psychê, se o resolver, antes que ela se desfaça, reassumindo-a para continuar, através dela, a colher experiências. E isso lhe é possível porque nada impede que, sendo o pneuma adimensional, atemporal, inespacial, ilimitado e Eterno, possa ele conduzir e adquirir experiências, concomitantemente, através de diversas persona gens, no mesmo país ou em países diferentes (cfr. a obra do Dr. Ed. Bertholet: "La réincarnation d"apres l"enseignement d"un Ami de Dieu, le Maitre Philippe de Lyon", éd. Pierre Genillard, Lausanne, 1960).


Essa possibilidade é-nos ensinada já há milênios, desde que Moisés escreveu: "Deus criou o homem (o pneuma) à sua imagem, homem e mulher os criou" (GN 1:27). Quando o pneuma, que possui em si ambos os sexos, se plasma concomitantemente uma personagem masculina e uma feminina, para colher experiências em ambos os aspectos psíquicos, agindo simultaneamente em ambos, temos aí a origem da antiga teoria das "almas gêmeas", isto é, das psychês gêmeas. Nunca, porém, se ouviu nem se ouvirá falar de "espíritos gêmeos".


As "almas gêmeas" muito dificilmente se encontram. Interessa ao pneuma colher experiências diferentes, em ambientes díspares, e não lado a lado, na mesmo ambiente. O a que vulgarmente chama "almas gêmeas" são, no máximo, almas afins. Outro esclarecimento; o pneuma precisa estar bastante evoluído para conseguir dirigir mais de duas psychês. Dizem os Adeptos que jamais acima de nove.


São casos raríssimos e quase isolados, só realizados por seres excepcionais.


Tanto o sentido é esse, que Moisés apresenta o pneuma CRIADO antes; e só em GN 2:7 é que vem ensinar a FORMAÇÃO (não criação) do corpo do homem, "plasmado do pó da terra" (isto é, da poeira cósmica, cfr. vol. 3. º) e da psychê que lhe foi "insuflada pelas narinas", tomando o corpo um "ser vivente". E isso é confirmado por Zacarias (Zacarias 12:1), quando afirma que "Deus FORMOU A PSYCHÊ (ruah) dentro do homem".


Ocorrendo, assim, as coisas, como vimos, podemos compreender a frase da individualidade (Jesus) às personagens, em seu sentido pleno: "ainda um pouco de tempo estou convosco, depois vou para quem me enviou; procurar-me-eis e não me encontrareis, e onde eu estiver vós não podeis ir". De fato, jamais a psychê poderá chegar ao plano do pneuma: antes disso terá sido desfeita.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Jeremias Capítulo 18 do versículo 1 até o 23
2. O Oleiro e o Barro (Jr 18:1-17)

Jeremias foi informado que a mensagem de Deus o esperava na casa do oleiro (2),' para onde ele agora se dirigia. Enquanto observava o trabalho, ficou claro para ele qual era a função do oleiro (4), das rodas (3), e do barro (4). Enquanto observava a hábil mão do oleiro amassando o barro, percebeu que uma mensagem de Deus estava come-çando a se formar na sua mente. Diante dos olhos do profeta um vaso requintado come-çava a tomar forma. Então, subitamente, para a surpresa de Jeremias, o vaso se que-brou na mão do oleiro. Será que uma onda de profunda tristeza tomou conta do oleiro? Se sim, isso não o refreou de usar suas hábeis mãos. Ele quebrou o vaso desfigurado em uma massa disforme e começou novamente a amassar o barro. Depois de trabalhar e refinar o vaso, ele voltou (nota de rodapé da KJV: "retornou e fez") a fazer outro vaso.

a) O simbolismo do incidente (18:1-6). Deus falou a Jeremias, e a mensagem veio de maneira clara e contundente à sua mente. Deus é o oleiro, Israel é o barro, e, evidentemente, as rodas representam as circunstâncias da vida. O tempo todo Deus tinha um propósito para Israel. Nas rodas da vida, Deus tem realizado seu propósito para a nação. Mas, algo aconteceu para estragar o plano de Deus. Algo em Israel -"uma pedra de tropeço" ou "uma rocha de ofensa" — desfigurou a obra do Artesão. Deus está triste com a impureza da vida da nação. As coisas não podem continuar como estão. Nessa situação, somente o perdão não será suficiente. O juízo é inevitável. Não há outro jeito senão quebrar e refinar a forma de vida nacional existente, e então tor-nar a fazer um outro vaso (4).

O processo de vida pode ser visto nas rodas. Cada homem e cada nação está presen-te e envolvido, porque Deus tem um propósito para homens e nações. A lição objetiva ensina acerca da soberania de Deus: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro? (6). Mas ela também ensina sobre a liberdade do homem' — a reação do barro tinha frustrado o propósito do oleiro. Os homens estão livres para reagir aos procedi-mentos de Deus. Se eles reagirem positivamente ao toque do Oleiro, seu propósito é alcançado na formação de um vaso tal como foi planejado. Se os homens reagem negati-vamente, a obra de Deus é quebrada. Se na roda da vida homens e nações resistem à vontade de Deus, ocorre o processo de quebra. Esse nunca é um momento agradável tanto para o oleiro quanto para o barro. Embora haja um elemento de esperança no fato de que um outro vaso será formado, isso não alivia os rigores de um juízo imediato! Depois do refinamento ocorre o momento de formação do vaso novo, conforme o que pareceu bem aos seus olhos (do oleiro) fazer (4). O tempo que levou esse processo de quebra e remodelagem está escondido no propósito de Deus, mas fica claro com base nos versículos subseqüentes de Jeremias, e dos evangelhos, que os homens chegam até um limite, onde não há mais esperança."

G. Campbell Morgan percebe nessa passagem:

1) Os princípios — a soberania de Deus, e o homem livre para render-se a Ele.
2) 0 propósito — Deus tem um plano para os homens, o universo está "banhado" de propósito.
3) A pessoa — no coração do universo há uma Pessoa, e nós a vemos em Jesus."

  1. O método de Deus com os homens (18:7-12). Esses versículos ensinam que Deus lida com os homens de acordo com uma base moral" em vez de uma base rigorosamente legal: se a tal nação [...] se converter da sua maldade, também eu me arrepende-rei do mal que pensava fazer-lhe (8). Visto que Deus opera de acordo com uma base moral, Ele pode tratar com os homens de acordo com o modo como reagem a Ele. Isso pressupõe que o homem não é um pedaço de barro inanimado, mas uma pessoa livre como o próprio Deus. Isso faz com que seja possível Deus se arrepender (mudar sua opi-nião) em relação ao juízo proposto, e em vez de destruir homens e nações, perdoá-los. O inverso também é verdade. No momento (7 e
    9) significa "Se em algum momento" (NVI).

Se a lei tivesse sido o único método de operação de Deus, a raça teria sido destruída havia muito tempo. Não haveria revelação divina, nem sacrifício pelo pecado, nem profe-tas pregando arrependimento, nem Templo e nem orações. Se os homens fossem julgados rigorosamente pela lei, ninguém sobreviveria.
Visto que isso é verdade, "as ameaças de Deus, semelhantemente às suas promes-sas, são condicionais (e contingentes) ".' "O povo ouve que é somente por causa da sua obstinada persistência em fazer o mal que o juízo ameaçador certamente ocorrerá, ao passo que, se retornarem ao seu Deus poderão prevenir a destruição do reino"." Quando não há mais esperança, começa o processo de quebra.
Apesar da oferta de Deus em poupar a nação com base na obediência (arrependi-mento) moral, o povo desdenhosamente responde à ameaça do juízo divino: Não há es-perança, porque após as nossas imaginações (desejos, planos) andaremos (12). A única alternativa que Deus tem é o castigo.

  1. A tolice moral de Judá (Jr 18:13-17). Deus agora repreende o povo por causa da abominação das suas práticas perversas: Perguntai, agora, entre os gentios quem ouviu tal coisa? (13). A referência a Israel como uma virgem somente aumenta o tamanho do seu pecado. O versículo 14 é de difícil tradução, mas parece que a neve do Líbano (talvez monte Hermom, veja mapa

    2) é constante e fidedigna ano após ano, "mas a conduta de Judá é inconstante e abominável"" (cf. Jr 2:13-8.7). Por causa da sua infideli-dade em relação ao Deus vivo, e por causa da sua devoção à vaidade (falsos deuses que não existem), Judá tem se afastado das veredas antigas, e se encontra em "um beco sem saída", em veredas afastadas, não aplainadas (15). Por causa da sua tolice mo-ral, a outrora terra orgulhosa de Judá será objeto de escárnio e irrisão (16). Judá não será capaz de enfrentar seus inimigos na batalha, e será espalhado em completa confu-são. Deus virará suas costas para o povo no dia da sua perdição (17) porque abando-naram "a fonte da água da vida".
  2. Uma Conspiração e uma Oração Indigna (18:18-23)

Jeremias descobre que os líderes religiosos da nação tinham conspirado contra ele. Os sacerdotes, profetas e até os sábios mestres sentiram que sua denúncia de adoração corrupta e sua predição de destruição do Templo eram dirigidas contra eles. Se permitis-sem que isso continuasse, sabiam que a mensagem de Jeremias minaria a posição deles diante do povo — a lei do sacerdote (18) pereceria. Suas palavras severas de destruição claramente suscitaram uma conspiração maligna. Eles rejeitaram furiosamente a profe-cia de Jeremias de que eles e suas ocupações logo pereceriam. Vinde, e firamo-lo com a língua significa que, por meio de calúnia premeditada, eles minariam qualquer influ-ência que ele pudesse ter sobre o povo.

As antigas feridas sofridas na conspiração em Anatote (Jr 11:21-23) foram reabertas, e sua dor era agora dez vezes maior. Com os líderes religiosos da nação contra ele, o futuro de Jeremias — e o futuro da nação — era realmente sombrio. Eram as mesmas pessoas que ele tinha procurado ajudar. A alma de Jeremias se revoltou com a traição deles e o que essa atitude prenunciava para a nação. Esses líderes religiosos eram a última esperança do profeta para uma reforma nacional. Sem essa esperança, ele se volta em oração a Deus com grande amargura de espírito. Ele reclama de seu estado miserável: Porventura, pagar-se-á mal por bem? Pois cavaram uma cova para a minha alma (20). Ele lembra a Deus de como tinha intercedido por essas mesmas pessoas e tinha rogado para desviar deles a sua indignação. Agora, com essa percepção mais profunda em relação à magnitude da perversidade deles Jeremias exige que tanto eles como seus familiares recebam sua justa recompensa: não perdoes a sua maldade, etc. (23).

Alguns estudiosos acreditam que essa oração vingativa não poderia vir da boca de Jeremias, e acreditam ser uma observação editorial. Segundo essa opinião, as pala-vras do profeta estão repletas de ira, pelo menos em parte, porque ele entende que seus inimigos eram inimigos ainda maiores de Deus, o que, de fato, eram. Até aqui a sua indignação não é uma coisa profana, mas é compartilhada com a própria ira de Deus. Mesmo que essas emoções e palavras sejam razoáveis precisamos admitir que elas não estão de acordo com o ensinamento e a experiência do Novo Testamento (cf. Mt 5:38-48; Lc 23:34; Atos 7:58-60).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Jeremias Capítulo 18 versículo 15
Os fizeram tropeçar:
Hebr. os fizeram extraviar (aludindo, provavelmente, aos líderes nacionais). Segundo o texto grego:
se extraviaram. Nas veredas antigas:
Ver Jr 6:16, As veredas não aterradas são todos aqueles que se afastam do SENHOR.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Jeremias Capítulo 18 do versículo 1 até o 23
*

18.1—20.18

Tal como um oleiro pode remodelar um vaso mal formado, Deus remodelaria o seu povo disciplinando-os no exílio (18.1-17). Jeremias representa o juízo divino ao quebrar uma jarra feita de argila (cap. 19), e foi maltratado por causa de sua mensagem nada popular (18.18-23; cap. 20).

* 18:2

à casa do oleiro. Aparentemente no vale do filho de Hinom, perto da Porta do Oleiro (19.2); daí a ordem para "descer". Ver também 7.31.

* 18:4

tornou a fazer dele outro vaso. Um oleiro tem liberdade no tocante aos seus planos. A ruína de sua primeira intenção não é final.

* 18:6

ó casa de Israel. Segue-se a analogia com Israel. O uso do vocábulo "Israel" relembra os propósitos históricos da eleição de Deus para todo o povo, dos quais propósitos Judá agora era a herdeira.

* 18:7-8 A ilustração do oleiro (vs. 2-4) mostra que o juízo planejado por Deus pode ser revogado pelo arrependimento daquelas nações.

* 18:13

Coisa sobremaneira horrenda. Uma das expressões fortes usadas para a idolatria (v. 15; conforme 5.30).

* 18:14

Acaso, a neve deixará. Assim como seria contra a natureza aquela região abandonar as águas frias e correntes, transformando-se em águas paradas e poluídas, do mesmo modo, é difícil compreender como alguém abandonaria a Deus para seguir a idolatria.

* 18:15

queimando incenso. Ver nota em 11.13.

nas veredas antigas... veredas não aterradas. Ver nota em 6.16. As "veredas" eram estreitas, insuficientes e perigosas.

* 18:17

vento oriental. Conforme 4.11.

as costas, e não o rosto. O sentido é o favor retido (2.27). Ele lhes voltaria as costas.

* 18:20

pagar-se-á mal por bem. Conforme Sl 35:12; 1Pe 2:19-24.

abriram uma cova. Eles tinham intenções assassinas (v. 22). Ver as experiências reais de Jeremias, em 37.16; 38.6.

compareci à tua presença... seu bem-estar. Ver nota em 15.1.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Jeremias Capítulo 18 do versículo 1 até o 23
18.1-19.15 As parábolas destes capítulos, possivelmente escritas durante os primeiros anos do reinado do Joacim, ilustram a soberania de Deus sobre a nação. Deus tem poder sobre o barro (Judá) e O segue trabalhando para convertê-lo em uma vasilha útil. Entretanto, Judá devia arrepender-se logo ou o barro se endureceria na forma equivocada. Então careceria de valor e o quebrariam e destruiriam.

18:6 Conforme o oleiro moldava ou dava forma à vasilha de barro em sua roda, freqüentemente foram aparecendo os defeitos. O oleiro tinha poder sobre o barro, para deixar os defeitos ou para voltar a moldar a vasilha. Do mesmo modo, Deus tinha poder para voltar a dar forma à nação e conformá-la segundo seus propósitos. Nossa estratégia não deveria ser nos voltar inconscientes nem passivos (um aspecto do barro), a não ser com vontade e receptivos ao impacto de Deus em nós. Na medida que o permitimos, Deus volta a nos dar forma para que sejamos vasilhas valiosas.

18:12 Nossa sociedade admira a agressividade, independência e desafio à autoridade. Em uma relação com Deus estas qualidades se transformam em teimosia, presunção e resistência a escutar ou trocar. Se não se controlar, a teimosia se converte em um estilo de vida hostil a Deus.

18:18 As palavras e as ações do Jeremías foram uma provocação para a conduta social e moral do povo. Falou abertamente sobre reis, príncipes, sacerdotes e profetas, escribas e sábios (4.9; 8.8, 9). Não temia fazer uma crítica pouco popular. O povo podia decidir se obedecê-lo ou silenciá-lo. Escolheram o último. Não pensaram que necessitavam ao Jeremías, seus falsos profetas lhes diziam o que queriam escutar. Como responde você à crítica? Escute com cuidado, possivelmente Deus esteja tratando de lhe dizer algo.

LIÇÕES OBJETIVAS DE DEUS NO Jeremias

1.11, 12: Uma vara de amendoeira - Deus cumprirá suas ameaças de castigo.

1.13: Uma panela que ferve; e sua face está para o norte. Deus castigará ao Judá.

13 1:11: Um cinto de linho podre. devido a que o povo se negou a escutar a Deus, voltou-se inútil para O, imprestável, como um cinto podre.

18:1-17: A vasilha de barro do oleiro. Deus pode destruir a seu povo pecador se assim o desejar. Esta é uma advertência para que se arrependam antes de que se veja forçado a aplicar seu julgamento.

19:1-12: A vasilha de barro rota. Deus quebrantará ao Judá da mesma maneira que Jeremías rompeu as vasilhas.

24:1-10 As duas cestas de figos. Os bons figos representam o remanescente de Deus. Os figos maus representam a gente que fica atrás.

27:2-11 O jugo Qualquer nação que se negar a submeter-se ao jugo de controle de Babilônia seria castigada.

43:8-13 As pedras grandes As pedras marcavam onde Nabucodonosor estabeleceria seu trono quando Deus lhe permitisse conquistar o Egito.

51:59-64 O livro fundo no rio. Babilônia se afundaria para nunca voltar-se para levantar.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Jeremias Capítulo 18 do versículo 1 até o 23

J. LIÇÕES NA CASA DE POTTER (


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Jeremias Capítulo 18 do versículo 1 até o 23
18.2 Oleiro. Provavelmente no vale de Hinom, ao sul de Jerusalém, com acesso ao vale e aos poços de Siloé. Incluía o campo para guardar e amassar a argila, o forno e o monturo municipal. Chamado campo do oleiro (Zc 11:13; Mt 27:10).

18.3 Rodas. No heb "sobre duas pedras (circulares)", onde a inferior era girada com os pés a superior (no mesmo eixo) suportava a argila.

18.6 Uma forte assertiva do absoluto poder e direito de Jeová em governar os seres que Ele criou e as nações que Ele chama à existência (Is 45:9; Rm 9:20, Rm 9:21).

18.8 Me arrependerei do mal. "Arrepender-se" neste sentido quer dizer apenas "desviar-se", "voltar atrás", e a palavra "mal" quer dizer "desgraça" e "punição".

18.10 As bênçãos ou maldições de Jeová não são arbitrárias, mas dependem da atenção e da obediência a ele dispensadas.
18.11 Deus deixa bem claro que, prefere abençoar, informando-os sobre seus planos com antecedência. Vd. a série de referências nas margens.
18.12 Vd. 2.5. Os oradores não estavam desanimados com seu estado e futuro mas preferiam silenciar o pregador que os perturbava. Essa linguagem dos judeus assinala que estavam no último estágio de maldade e endurecimento. Dureza. Vd. 7.24.

18.14 Líbano ou Síriom. A palavra fenícia para designar o monte, Hermom cujo cume estava perpetuamente coberto de neve. Suas fontes jamais secam; contrastavam com a inconstância de Israel.

18.15 Ídolos. Uma palavra diferente da que aparece em 14.22. Aqui o termo heb significa aquilo que é irreal, isto é, material ou moralmente sem substância e sem base. Falsidade, absurdo, vaidade.
18.16 Meneará. Num gesto de zombaria ou ridicularização.

18.17 Vento. Vd. 4.11. Um vento, que queima, sufocante e destruidor, capaz de iniciar subitamente e com grande violência, vindo do deserto, da banda do oriente ou do sudeste.

18.18 Sacerdote... sábio... profeta. Não podiam conceber o dia em que o estado chegaria ao fim, quando os líderes religiosos não seriam capazes de cumprir seus vários deveres, que formariam a soma da instrução moral e cívica do país (Ez 7:26). Língua, calúnia ou acusação séria, como a acusação de traição, contra Jeremias. • N. Hom. O sábado (1927), é a festa religiosa semanal relembrando que tudo o que somos e o que temos é dado somente por Deus, o Criador, Observa-se pelo descanso das atividades diárias, como tempo, de refrigério espiritual e mental, um dom de Deus concedido aos homens, Êx 16:29; Mc 2:27. O domingo dos crentes aponta para a nova Criação, eterna e gloriosa, garantida pela ressurreição de Jesus.

18.21 Poder da espada, lit., "derrama-os nas mãos da espada”.

18.22 Clamor como aquele quando uma cidade é entregue ao saque.
18.23 Derribados, lit., "feitos tropeçar". • N. Hom. O décimo oitavo capítulo revela a soberania de Deus sobre a história humana, assim como o oleiro determina que tipo de vaso vai fabricar, devolvendo-o à forma de matéria-prima bruta se não fica à altura, da intenção do criador, 1-9. Há, porém, no caso do homem, a possibilidade do arrependimento, 11. Se o homem não se converter, então fica mais afastado do intenção do Criador, do que qualquer coisa, em toda a natureza, 13-17.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Jeremias Capítulo 18 do versículo 1 até o 23

11) Sétima mensagem: o oleiro e os s conspiradores em ação (18:1-23)

A imagem do oleiro destaca de forma vívida a onipotência de Deus sobre os homens, sua criação (conforme Is 29:26; Is 45:9; Rm 9:21). Mas, como nas parábolas do NT, não devemos extrair símbolos de todos os detalhes, porque nem as nações nem os homens são amontoados inertes de barro, e a vida depende da resposta que os homens dão ao plano de Deus.

Os princípios com os quais ele opera estão claros e são importantes para a compreensão de toda a profecia. O destaque aqui é para o fracasso na confecção do vaso (v. 4, estragou-se, heb. “desfigurou-se”). E Deus quem molda, quebra (cap.
19) e reconstrói. O seu poder

não é exercido arbitrariamente (v. 11), e a possibilidade da renovação realizada por Deus está condicionada a uma mudança de coração. Aqui a oferta é recebida com sarcasmo e rejeição (v. 12). Essa conduta não é natural e é tão irracional quanto trágica (v. 13,14), de modo que a predição do juízo precisa ficar em pé (v. 15-17). v. 3. com a roda-, heb. “as rodas de duas pedras”, sendo a inferior girada pelos pés ou uma mão do oleiro para dar rotação à superior, v. 4. de acordo com a sua vontade-, heb. yãsar, “é/era correto”, v. 11. preparando: a palavra hebraica vem da mesma raiz que “oleiro”. O exílio vai refundir a nação, v. 14. A tradução é incerta. A neve e os ribeiros do Líbano são perenes, mas as pessoas se esquecem de Deus e o trocam por ídolos “vazios” (vãos, inúteis-, v. 15). v. 16. Temos aqui expressões de horror e pavor diante da destruição quando Deus dá as costas ao povo (v. 17; conforme 2.27). v. 20. mal: o hebraico inclui “calamidade” como no v. 17; Is 45:7.

Jeremias tem oponentes ardilosos que ou tentam pegá-lo em uma armadilha de suas próprias palavras (v. 18, LXX: “prestemos atenção às suas palavras”) como alguns fizeram com Jesus Cristo (Mc 12:13), ou o ignoram (TM como a NVI). Ele havia falado abertamente contra sacerdotes, sábios e profetas (4.9; 8.8,9), mas eles estavam confiantes em que a antiga ordem prevaleceria (NEB: “ainda haverá sacerdotes para nos guiar”). Eles usariam as palavras de Jeremias como base da acusação de traição contra ele por “minar o moral do povo”.

O grito por vingança expresso por Jeremias (v. 19-23) tem sido considerado por alguns comentaristas algo tão incomum que sugerem que seja obra de outro autor. Mas, embora mais apaixonada talvez do que outras declarações (e.g., 11.20; 17:14-18), isso não deve ser compreendido como um chamado para uma briga egoísta, e sim como uma súplica pela vindicação da lei divina. Jeremias já ouviu a orientação de não orar pelo povo (14.11; 15.1), e desde então eles recusaram a oferta de serem refeitos pelo oleiro. Ele agora pede que as maldições impostas pela lei sobre o pecador se tornem efetivas (v. 21-23; conforme Dt 28:15ss). v. 20. Não necessário em português.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Jeremias Capítulo 2 do versículo 1 até o 18

B. Repreensões e Advertências, Principalmente do Período de Josias. 2:1 - 20:18.

Estas seis seções, que são generalizadas e repetitivas no caráter, parecem datar do primeiro período do ministério do profeta. Talvez constituam exemplo típico de suas pregações.


Moody - Comentários de Jeremias Capítulo 18 do versículo 1 até o 18


6) Dois Sermões Simbólicos e um Aprisionamento. 18:1 - 20:18.

A parábola do oleiro e a atitude simbólica do vaso quebrado são bons exemplos da pregação viva dos profetas. O restante da seção trata da reação negativa do povo para com a pregação de Jeremias e da comunhão do profeta com o seu Deus.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Jeremias Capítulo 18 do versículo 1 até o 17
e) A sétima mensagem de Jeremias (Jr 18:1-24). Este discurso vem associado com a visita ordenada ao profeta, à casa do oleiro, onde compreendeu o pensamento de Deus. As operações realizadas por aquele homem permitiram-lhe penetrar no Espírito do divino oleiro atarefado com o Seu barro humano. Temos aqui uma parábola sobre esse artífice oriental tão familiar. A compreensão inspirada e intuitiva de Jeremias da obra criadora de Iavé exercida sobre o Seu material humano constitui a mensagem. O expectador assistiu com mais atenção do que nunca ao trabalho do oleiro nas rodas (3), ou, traduzindo à letra, as duas pedras, superior e inferior. Notou ele especialmente que o oleiro não conseguiu logo fazer uma peça de cerâmica, fracasso que pode ter ocorrido mais de uma vez. Este malogro poderia ser atribuído à falta de cuidado ou de jeito do oleiro, ao caráter tosco do maquinismo empregado, ou a qualquer defeito no próprio barro. Fosse qual fosse a deficiência, o oleiro perseverou, transformando o barro recalcitrante noutra vasilha. Semelhantemente, também o Senhor, que não tem que enfrentar qualquer obstáculo que não seja o barro humano, domina o material, aperfeiçoando-o ao propósito presente no Seu Espírito, quer o resultado seja um vaso humilde ou grandioso. Se o material não reage com precisão à pressão que o forma, torna a ser moldado. Esta parábola constitui um quadro vívido da soberania divina. Aqui não se concebe nem se nega a liberdade humana conforme filosoficamente raciocinada. Deus vult! Jeremias discerne a inferência ética e espiritual (5-10). Não poderei Eu fazer de vós como fez este oleiro? (6). O profeta elabora o conteúdo da sua intuição, pois ouve a voz de Deus. Se uma nação procede mal, é inevitável que Jeová Se arrependa do bem que lhe prometeu em seu benefício.

>Jr 18:11

2. A DECLARAÇÃO (Jr 18:11). A mensagem é clara. O exílio, eis o novo molde em que a nação teria de ser reformada. Não é menos claro o estado daquele povo.

3. A EXORTAÇÃO (Jr 18:11-24). Convertei-vos... melhorai. O primeiro termo desta passagem chama a atenção para o processo inicial, e o outro para o processo mais contínuo. A moldagem imposta pela vontade do Senhor é impregnada de graça desde que o espírito nacional deixe de ser rebelde e corresponda e obedeça ao que Deus dele pretende.

>Jr 18:13

4. A ADMOESTAÇÃO (Jr 18:13-24). Instruído pelo Senhor, Jeremias avisa os homens de Judá e os habitantes de Jerusalém contra a maldade que representa um espírito teimoso. O pecado do povo é tão irracional como trágico. Até elementos familiares da natureza podem ser citados como seus juízes: A neve do Líbano (14) e as correntes (14), coisas firmes que contrastam com o povo de Iavé, que se esquece dEle e que adora deuses que, na realidade, não existem. Vaidade (15), símbolo do nada. Quando a catástrofe sobrevem, portanto, o rosto de Iavé desvia-se deles (ver Jr 2:27).


Dicionário

Caminhos

masc. pl. de caminho

ca·mi·nho
(latim vulgar *camminus, de origem celta)
nome masculino

1. Nome genérico de todas as faixas de terreno que conduzem de um a outro lugar.

2. Estrada, atalho, vereda.

3. Espaço que se percorre.

4. Direcção.

5. Meio, via.

6. Destino.

7. [Náutica] Rumo.


arrepiar caminho
Voltar para trás. = RETROCEDER

caminho coberto
[Fortificação] Espaço para passagem ao longo da contra-escarpa, no exterior do fosso de uma fortificação.

caminho coimbrão
Ramerrão, rotina.

caminho de cabras
Caminho estreito, íngreme e acidentado.

caminho de pé posto
Caminho que resulta da passagem repetida de pessoas. = ATALHO, CARREIRO

caminho de ronda
[Fortificação] Espaço estreito que serve de passagem ao longo do alto das muralhas de uma fortificação para serviço das ameias. = ADARVE

cortar caminho
Encurtar o percurso, encontrando um caminho mais curto. = ATALHAR

de caminho
De seguida. = IMEDIATAMENTE, LOGO

De passagem.

Na mesma ocasião; ao mesmo tempo. = SIMULTANEAMENTE

ser meio caminho andado
[Informal] Estar realizada boa parte do esforço ou do trabalho que é preciso fazer para concretizar algo.


Esquecido

esquecido adj. 1. Que se esqueceu; posto em esquecimento; olvidado. 2. Desprezado. 3. Que perdeu a sensibilidade, o movimento.

Incenso

substantivo masculino Resina aromática extraída principalmente de uma planta da Arábia e da Abissínia, da família das terebintáceas, e que desprende à combustão um cheiro agradável e forte. (É usado em certas cerimônias litúrgicas.).
Figurado Elogio, lisonja.
As pessoas às vezes acrescentam sândalo ou outras substâncias ao incenso para que desprenda odores especiais. Geralmente o incenso é apresentado comercialmente em forma de pó ou bastões.

Incenso veio do latim "incensum", queimado, do verbo "incendere", queimar, raiz do português "incendiar", mas passou a designar substância resinosa aromática que, ao ser queimada, primeiramente em sacrifícios religiosos e mais tarde em cerimônias litúrgicas, ensejou significado específico a partir do odor penetrante que exala.

Substância seca, resinosa, aromática, de cor amarela, de gosto amargo e picante, mas extremamente odorífera. A árvore, de onde se extrai a goma por incisão na casca, cresce na Arábia e na india. Chama-se, também, incenso ao fumo que se eleva pela combustão daquela substância aromática. Há duas palavras hebraicas que se traduzem por incenso – uma significa propriamente a espécie de goma – a outra refere-se ao fumo que sai do sacrifício e do incensário. o incenso era oferecido, ou juntamente com outras oblações (como em Lv 2:1), ou só sobre o altar do incenso (Êx 30:1-9), ou num incensário (Lv 16:12Nm 16:17). A preparação do incenso acha-se descrita em Êx 30:34-38 – e as ocasiões cerimoniais para queimar o incenso em Êx 30:7-8 – igualmente no dia da expiação era posto o incenso sobre o fogo (Lv 16. 12, 13). No N.T. é somente mencionado o incenso em relação com o culto do templo (Lc 1:10-11), e no Apocalipse (5.8 – 8.3,4 – e 18.13). os seus vapores aromáticos eram considerados símbolo da oração que sobe até Deus (Sl 142:2Ap 5:8 – 8.3, 4), dando, de certo modo, uma idéia da perfeição de Deus nos vários elementos que entravam na sua composição. Também eram uma manifestação típica da intercessão de Cristo. Durante os quatro primeiros séculos da igreja cristã não há indicio algum do uso do incenso no culto cristão, embora isso fosse vulgar nos serviços religiosos do paganismo. o uso do incenso em fumigações apareceu mais tarde, constituindo depois um rito.

Incenso Resina aromática de certas árvores que, misturada com ESPECIARIAS (Ex 30:34-38), era queimada nas cerimônias de adoração a Deus (Lv 16:13), de manhã e à tarde (Ex 30:1-10). O incenso era símbolo das orações que subiam para Deus (Sl 141:2; Ap 8:3-5).

Incenso Produto resinoso extraído por meio de uma incisão na casca de uma árvore procedente da Índia, Somália ou Arábia do Sul. Era utilizado para fins litúrgicos (Lc 1:9-11).

Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Povo

substantivo masculino Conjunto das pessoas que vivem em sociedade, compartilham a mesma língua, possuem os mesmos hábitos, tradições, e estão sujeitas às mesmas leis.
Conjunto de indivíduos que constituem uma nação.
Reunião das pessoas que habitam uma região, cidade, vila ou aldeia.
Conjunto de pessoas que, embora não habitem o mesmo lugar, possuem características em comum (origem, religião etc.).
Conjunto dos cidadãos de um país em relação aos governantes.
Conjunto de pessoas que compõem a classe mais pobre de uma sociedade; plebe.
Pequena aldeia; lugarejo, aldeia, vila: um povo.
Público, considerado em seu conjunto.
Quantidade excessiva de gente; multidão.
[Popular] Quem faz parte da família ou é considerado dessa forma: cheguei e trouxe meu povo!
substantivo masculino plural Conjunto de países, falando em relação à maioria deles: os povos sul-americanos sofreram com as invasões europeias.
Designação da raça humana, de todas as pessoas: esperamos que os povos se juntem para melhorar o planeta.
Etimologia (origem da palavra povo). Do latim populus, i “povo”.

Tem

substantivo deverbal Ação de ter; ato de receber ou de passar a possuir alguma coisa: ele tem uma casa; a empresa tem muitos funcionários.
Gramática A grafia têm, com acento, refere-se à forma plural: eles têm uma casa; as empresas têm muitos funcionários.
Etimologia (origem da palavra tem). Forma Der. de ter.

Tropeçar

verbo intransitivo Dar com o pé involuntariamente em algum obstáculo; pisar em falso: tropeçou e caiu.
Esbarrar.
Figurado Encontrar algum obstáculo inesperado, cometer erro; hesitar.

Tropeçar
1) Dar com o pé sem querer (Sl 91:12; Jo 11:9-10).


2) Falhar (Jc 2:10; 3.2).


3) Cometer pecado (Lc 17:2).


Vaidade

substantivo feminino Característica daquilo que é vão; que não possui conteúdo e se baseia numa aparência falsa, mentirosa.
Excesso de valor dado à própria aparência, aos atributos físicos ou intelectuais, caracterizado pela esperança de reconhecimento e/ou admiração de outras pessoas: demonstra excesso de vaidade ao falar; decidiu fazer caridade por vaidade pura.
Auto-crítica ou opinião envaidecida que alguém possui sobre si mesmo: sua vaidade sempre está acima de tudo!
Ideia exageradamente positiva que alguém faz de si próprio; presunção, fatuidade, gabo: não teria a vaidade de intitular-se sábio.
Algo sem significado; futilidade: ele é composto por inúmeras vaidades.
Etimologia (origem da palavra vaidade). Do latim vanitas.atis.

originária dos termos latinos vanitas, vanitatis: cujo significado é, nada mais nada menos, que vacuidade (o que é próprio do vácuo), ou seja: VAZIO ABSOLUTO!

Esta palavra na Bíblia nunca tem a significação de desvanecimento e orgulho, mas quase sempre a de vacuidade. A conhecida expressão ‘vaidade de vaidades’ literalmente quer dizer ‘sopro de sopros’, ou ‘vapor de vapores’ (Ec 1:2). Em is 41:29 e Zc 10:2, ‘vácuo’ e ‘vazios’ são a tradução de uma palavra que significa tristeza e iniqüidade.

A palavra vaidade possui duas significações: a
Referencia:

“qualidade do que é vão, instável, de pouca duração”; b
Referencia:

“desejo exagerado de atrair a admiração ou as homenagens dos outros”.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 59

A vaidade na excursão difícil, a que nos afeiçoamos com as nossas tarefas, é o rochedo oculto, junto ao qual a embarcação de nossa fé mal conduzida esbarra com os piratas da sombra, que nos assaltam o empreendimento, buscando estender o nevoeiro do descrédito ao ideal que esposamos, valendo-se, para isso, de nosso próprio desmazelo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 50

A vaidade é um verdugo sutil.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz acima• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 31


Vaidade
1) Desejo exagerado de atrair a atenção.


2) Deus falso (1Sm 12:21).


3) Ilusão (Ec 1:2).


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
עַם שָׁכַח קָטַר שָׁוא כָּשַׁל דֶּרֶךְ שָׁבִיל שָׁבִיל עוֹלָם יָלַךְ נָתִיב דֶּרֶךְ סָלַל
Jeremias 18: 15 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Contudo, todos os do meu povoH5971 עַםH5971 se têm esquecidoH7911 שָׁכַחH7911 H8804 de mim, queimando incensoH6999 קָטַרH6999 H8762 aos ídolosH7723 שָׁואH7723, que os fizeram tropeçarH3782 כָּשַׁלH3782 H8686 nos seus caminhosH1870 דֶּרֶךְH1870 e nas veredasH7635 שָׁבִילH7635 H8675 H7635 שָׁבִילH7635 antigasH5769 עוֹלָםH5769, para que andassemH3212 יָלַךְH3212 H8800 por veredasH5410 נָתִיבH5410 H1870 דֶּרֶךְH1870 não aterradasH5549 סָלַלH5549 H8803;
Jeremias 18: 15 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

609 a.C.
H1870
derek
דֶּרֶךְ
o caminho
(the way)
Substantivo
H1980
hâlak
הָלַךְ
ir, andar, vir
(goes)
Verbo
H3588
kîy
כִּי
para que
(that)
Conjunção
H3782
kâshal
כָּשַׁל
tropeçar, cambalear, andar tropegamente
(And they shall fall)
Verbo
H3808
lôʼ
לֹא
não
(not)
Advérbio
H5410
nâthîyb
נָתִיב
.. .. ..
(.. .. ..)
Substantivo
H5549
çâlal
סָלַל
elevar, erguer, exaltar
(exalt you yourself)
Verbo
H5769
ʻôwlâm
עֹולָם
para sempre
(forever)
Substantivo
H5971
ʻam
עַם
as pessoas
(the people)
Substantivo
H6999
qâṭar
קָטַר
sacrificar, queimar incenso, queimar sacrifícios, oferecer sacrifícios em forma de fumaça
(and burn [them])
Verbo
H7635
shâbîyl
שָׁבִיל
()
H7723
shâvᵉʼ
שָׁוְא
vacuidade, vaidade, falsidade
(in vain)
Substantivo
H7911
shâkach
שָׁכַח
esquecer, ignorar, definhar
(and he forgets)
Verbo


דֶּרֶךְ


(H1870)
derek (deh'-rek)

01870 דרך derek

procedente de 1869; DITAT - 453a; n m

  1. caminho, estrada, distância, jornada, maneira
    1. estrada, caminho, vereda
    2. jornada
    3. direção
    4. maneira, hábito, caminho
    5. referindo-se ao curso da vida (fig.)
    6. referindo-se ao caráter moral (fig.)

הָלַךְ


(H1980)
hâlak (haw-lak')

01980 הלך halak

ligado a 3212, uma raiz primitiva; DITAT - 498; v

  1. ir, andar, vir
    1. (Qal)
      1. ir, andar, vir, partir, proceder, mover, ir embora
      2. morrer, viver, modo de vida (fig.)
    2. (Piel)
      1. andar
      2. andar (fig.)
    3. (Hitpael)
      1. percorrer
      2. andar ao redor
    4. (Nifal) liderar, trazer, levar embora, carregar, fazer andar

כִּי


(H3588)
kîy (kee)

03588 כי kiy

uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj

  1. que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
    1. que
      1. sim, verdadeiramente
    2. quando (referindo-se ao tempo)
      1. quando, se, embora (com força concessiva)
    3. porque, desde (conexão causal)
    4. mas (depois da negação)
    5. isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
    6. mas antes, mas
    7. exceto que
    8. somente, não obstante
    9. certamente
    10. isto é
    11. mas se
    12. embora que
    13. e ainda mais que, entretanto

כָּשַׁל


(H3782)
kâshal (kaw-shal')

03782 כשל kashal

uma raiz primitiva; DITAT - 1050; v

  1. tropeçar, cambalear, andar tropegamente
    1. (Qal)
      1. tropeçar
      2. cambalear
    2. (Nifal)
      1. tropeçar
      2. estar andando tropegamente, estar fraco
    3. (Hifil)
      1. fazer tropeçar, trazer injúria ou ruína para, derrubar
      2. tornar frágil, tornar fraco
    4. (Hofal) ser levado a tropeçar
    5. (Piel) despojar

לֹא


(H3808)
lôʼ (lo)

03808 לא lo’

ou לו low’ ou לה loh (Dt 3:11)

uma partícula primitiva; DITAT - 1064; adv

  1. não
    1. não (com verbo - proibição absoluta)
    2. não (com modificador - negação)
    3. nada (substantivo)
    4. sem (com particípio)
    5. antes (de tempo)

נָתִיב


(H5410)
nâthîyb (naw-theeb')

05410 נתיב nathiyb ou (fem.) נתיבה n ethiybaĥ ou נתבה n ethibaĥ (Jr 6:16)

procedente de uma raiz não utilizada significando vaguear; DITAT - 1440a,1440b; n m/f

  1. pisado com os pés, caminho, vereda
  2. caminho, vereda, viajante

סָלַל


(H5549)
çâlal (saw-lal')

05549 סלל calal

uma raiz primitiva; DITAT - 1506; v

  1. elevar, erguer, exaltar
    1. (Qal)
      1. aterrar uma estrada
      2. aterrar um caminho
      3. levantar (um cântico)
    2. (Pilpel) exaltar, estimar muito, valorizar
    3. (Hitpoel) exaltar-se

עֹולָם


(H5769)
ʻôwlâm (o-lawm')

05769 עולם ̀owlam ou עלם ̀olam

procedente de 5956; DITAT - 1631a; n m

  1. longa duração, antigüidade, futuro, para sempre, sempre, eternamente, para todos os tempos, perpétuo, velho, antigo, mundo
    1. tempo antigo, longo tempo (referindo-se ao passado)
    2. (referindo-se ao futuro)
      1. para sempre, sempre
      2. existência contínua, perpétuo
      3. contínuo, futuro indefinido ou sem fim, eternidade

עַם


(H5971)
ʻam (am)

05971 עם ̀am

procedente de 6004; DITAT - 1640a,1640e; n m

  1. nação, povo
    1. povo, nação
    2. pessoas, membros de um povo, compatriotas, patrícios
  2. parente, familiar

קָטַר


(H6999)
qâṭar (kaw-tar')

06999 קטר qatar

uma raiz primitiva [idêntica a 7000 com a idéia de fumigação em um lugar fechado expulsando, talvez, assim os ocupantes]; DITAT - 2011,2011e,2011g v.

  1. sacrificar, queimar incenso, queimar sacrifícios, oferecer sacrifícios em forma de fumaça
    1. (Piel)
      1. oferecer sacrifícios em forma de fumaça
      2. sacrificiar
    2. (Pual) oferecer um sacrifício
    3. (Hifil)
      1. oferecer sacrifícios em forma de fumaça
      2. incensar, oferecer incenso
      3. levar a queimar sobre
    4. (Hofal) ser levado a fumegar n. m.
  2. incenso n. f.
  3. altar do inceso

שָׁבִיל


(H7635)
shâbîyl (shaw-beel')

07635 שביל shabiyl

procedente da mesma raiz que 7640; DITAT - 2316d; n. m.

  1. caminho, vereda

שָׁוְא


(H7723)
shâvᵉʼ (shawv)

07723 שוא shav’ ou שׂו shav

procedente da mesma raiz que 7722 no sentido de desolar; DITAT - 2338a; n. m.

  1. vacuidade, vaidade, falsidade
    1. vacuidade, nulidade, vaidade
    2. vazio de fala, mentira
    3. inutilidade (diz-se de conduta)

שָׁכַח


(H7911)
shâkach (shaw-kakh')

07911 שכח shakach ou שׂכח shakeach

uma raiz primitiva; DITAT - 2383; v.

  1. esquecer, ignorar, definhar
    1. (Qal)
      1. esquecer
      2. deixar de cuidar
    2. (Nifal) ser esquecido
    3. (Piel) fazer esquecer
    4. (Hifil) fazer ou levar a esquecer
    5. (Hitpael) ser esquecido