Enciclopédia de Sofonias 1:11-11

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

sf 1: 11

Versão Versículo
ARA Uivai vós, moradores de Mactés, porque todo o povo de Canaã está arruinado, todos os que pesam prata são destruídos.
ARC Uivai vós, moradores de Mactés, porque todo o povo de Canaã está arruinado, todos os carregados de dinheiro são destruídos.
TB Uivai, habitantes de Mactés, porque desfeito está todo o povo de Canaã; exterminados os que estavam carregados de prata.
HSB הֵילִ֖ילוּ יֹשְׁבֵ֣י הַמַּכְתֵּ֑שׁ כִּ֤י נִדְמָה֙ כָּל־ עַ֣ם כְּנַ֔עַן נִכְרְת֖וּ כָּל־ נְטִ֥ילֵי כָֽסֶף׃
BKJ Uivai, vós habitantes de Mactes, porque todo o povo que mercadejava está arruinado; todos os que carregavam prata foram destruídos.
LTT Uivai em lamentação, vós, habitantes de Mactes, porque todo o povo que negociava está arruinado, todos os que estavam carregados de prata foram destruídos.
BJ2 Urrai, habitantes de Mactes, porque todo o povo de Canaã está destruído e aniquilados todos os que pesam a prata.[h]
VULG Ululate, habitatores Pilæ : conticuit omnis populus Chanaan, disperierunt omnes involuti argento.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Sofonias 1:11

Neemias 3:31 Depois dele, reparou Malquias, filho de um ourives, até à casa dos netineus e mercadores, defronte da Porta de Mifcade, e até à câmara do canto.
Jeremias 4:8 Por isso, cingi-vos de panos de saco, lamentai e uivai; porque o ardor da ira do Senhor não se desviou de nós.
Jeremias 25:34 Uivai, pastores, e clamai, e revolvei-vos na cinza, principais do rebanho, porque já se cumpriram os vossos dias para serdes mortos, e eu vos quebrantarei, e vós, então, caireis como um jarro precioso.
Ezequiel 21:12 Grita e geme, ó filho do homem, porque ela será contra o meu povo, contra todos os príncipes de Israel; espantos terá o meu povo por causa da espada; bate, pois, na tua coxa.
Oséias 9:6 Porque eis que eles se foram por causa da destruição, mas o Egito os recolherá, Mênfis os sepultará; o desejável da sua prata as urtigas o possuirão por herança; espinhos haverá nas suas moradas.
Oséias 12:7 É um mercador; tem balança enganadora em sua mão; ele ama a opressão.
Joel 1:5 Despertai, ébrios, e chorai; gemei, todos os que bebeis vinho, por causa do mosto, porque tirado é da vossa boca.
Joel 1:13 Cingi-vos e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai, vestidos de panos de saco, durante a noite, ministros do meu Deus; porque a oferta de manjares e a libação cortadas foram da Casa de vosso Deus.
Zacarias 11:2 Gemei, faias, porque os cedros caíram, porque os mais excelentes são destruídos; gemei, ó carvalhos de Basã, porque o bosque forte é derribado.
João 2:16 e disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes e não façais da casa de meu Pai casa de vendas.
Tiago 5:1 Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir.
Apocalipse 18:11 E sobre ela choram e lamentam os mercadores da terra, porque ninguém mais compra as suas mercadorias:

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A Agricultura de Canaã

A VEGETAÇÃO NATURAL
A. Palestina apresenta diversos tipos de clima desde o alpino até o tropical e o desértico. Em decorrência disso, possui uma vegetação extremamente variada, sendo que foram registradas 2.780 espécies de plantas. Mais de vinte espécies de árvores são mencionadas na Bíblia, desde as palmeiras da região tropical de Jericó até os cedros e florestas de coníferas do Líbano. Nem todas as árvores podem ser identificadas com precisão botânica; alguns termos talvez abrangessem várias espécies diferentes. Por exemplo, o termo hebraico usado para maçá também pode incluir o damasco.' As alfarrobeiras, de cujos frutos o filho pródigo comeu, são conhecidas apenas na bacia do Mediterrâneo. Nem todas as árvores mencionadas na Bíblia eram encontradas em Canaã. O olíbano (o termo hebraico é traduzido na Bíblia como "incenso") e a mirra do sul da Arábia e o cedro do Líbano são exemplos típicos, mas o sândalo, talvez uma espécie de junípero, também era importado do Líbano." Outras árvores provenientes de terras distantes foram introduzidas em Canaã, como no caso da amoreira - a amoreira-branca é originária da China e a amoreira-preta, do Irá. Nos meses de primavera, os campos ficam cobertos de flores, os "lírios do campo" "aos quais Jesus se referiu no sermão do monte (Mt 6:28).

O REINO ANIMAL
A Palestina abriga 113 espécies de mamíferos, 348 espécies de aves e 68 espécies de peixes. Possui 4.700 espécies de insetos, dos quais cerca de dois mil são besouros e mil são borboletas No Antigo Testamento, chama a atenção a grande variedade de animais, aves e insetos com a qual os habitantes de Canaã tinham contato. Davi matou um leão e um urso, dois animais que, para alívio da população atual, não são mais encontrados na região. Outros animais, como os bugios, eram importados de terras distantes." Um grande número de aves "mundas" não podia ser consumido como alimento. Mas quem, em sã consciência, comeria um abutre? Algumas dessas aves "imundas" talvez fossem migratórias, não tendo Canaã como seu hábitat. Os padres de migração dessas aves talvez não fossem compreendidos, mas certamente eram conhecidos. Alguns insetos voadores eram "limpos" e, portanto, podiam ser consumidos. João Batista parece ter aprendido a apreciar o sabor de "gafanhotos e mel silvestre" (Mic 1.6).

CULTURAS
O trigo e a cevada eram usados para fazer pão. Também se cultivavam lentilhas e feijões. Ervas como a hortelã, o endro e o cominho, das quais os fariseus separavam os dízimos zelosamente, eram usados para temperar alimentos de sabor mais suave. Os espias enviados por Moisés a Canaã voltaram trazendo um cacho de uvas enorme, e também romãs e figos. As uvas eram transformadas em vinho "que alegra o coração do homem" (SI 104,15) e em "bolos de passas" (Os 3:1). Do fruto das oliveiras extraía-se o azeite que, além de ser queimado em lamparinas para iluminar as casas, também era usado para fins alimentícios e medicinais e na unção de reis e sacerdotes. O linho era cultivado para a confecção de roupas. Também havia árvores de amêndoa, pistácia e outras nozes.

A CRIAÇÃO DE ANIMAIS
Canaã era considerada uma "terra que mana leite e mel" (Ex 3:8) e descrita desse modo cerca de quinze vezes no Antigo Testamento antes dos israelitas entrarem na terra. O leite era proveniente de ovelhas, cabras e também de vacas. Estes animais também forneciam lã, pelos e couro, respectivamente. Sua carne era consumida, mas, no caso da maioria do povo, somente em festas especiais, como a Páscoa, na qual cada família israelita devia sacrificar um cordeiro.! Caso fossem seguidas à risca, as prescrições do sistema sacrifical para toda a comunidade israelita exigiam a oferta anual de mais de duas toneladas de farina, mais de 1.300 l de azeite e vinho, 113 bois, 32 carneiros 1:086 cordeiros e 97 cabritos. O tamanho dos rebanhos e sua necessidade de pastagem adequada limitavam as regiões onde podiam ser criados. O território montanhoso no norte da Galileia era particularmente apropriado. Os touros de Basá, uma região fértil a leste do lago da Galileia, eram conhecidos por sua força. Além de bois e carneiros, o suprimento diário de alimentos para o palácio de Salomão incluía veados, gazelas, corços e aves cevadas.'* Não se sabe ao certo a natureza exata destas últimas; talvez fossem galinhas, conhecidas no Egito desde o século XV a.C.Os camelos, coelhos e porcos eram considerados "imundos" e, portanto, não deviam ser consumidos.

Uma descrição de Canaã
"Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas áquas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. SALMO 104:10-18

ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia

PALESTINA - TERMINOLOGIA HISTÓRICA

Infelizmente, na Antiguidade o sul do Levante não era conhecido por um único nome abrangente, mas por vários, dependendo de onde e de quando se fazia referência ao lugar.
O contrário acontecia: uma gama de termos bíblicos e/ou seculares designava a terra do Israel bíblico, não sendo possível supor que algum deles correspondesse completamente às fronteiras teológicas de Israel (ou um ao outro) nem se podendo aplicar qualquer deles a todo o período da história bíblica sem criar algum anacronismo.
Na Antiguidade, em muitos casos, nomes que antes haviam sido usados para denotar uma divindade ou um grupo populacional importante foram simplesmente emprestados e reaplicados para designar a entidade geopolítica em que aquele grupo estava. Por exemplo, o nome "Canaa" derivou dos cananeus; o nome "Palestina" deve sua existência aos filisteus; e "(a terra de) Hatti" originalmente designava uma série de cidades-estados neo-hititas situadas aproximadamente entre Carquêmis e Damasco, cujos habitantes parecem ser descendentes de Hete (e.g., Gn 10:15-1Cr 1,13) e/ou devotos do deus Hatti.37 O texto bíblico diz que tanto os cananeus quanto os hititas estavam entre os "ocupantes da terra" na época da colonização por Israel (Dt 7:1; Dt 3:10-12.8; cp. Gn 15:18-21; Ex 3:8-17), e sabe-se que os filisteus imigraram para aquela terra por volta de 1200 a.C.


CANAÃ
O termo Canaa/cananeu(s) é bem atestado em boa parte dos textos do segundo milênio a.C.38 A julgar por esse uso, parece que Canaã era o termo convencional para designar o sul da área que o Egito controlava na Ásia, em contraste com Amurru (a terra dos amorreus, ao norte do rio el-Kabir). Canaã se estendia das cidades de Gaza e Ráfia, no sul, até tão ao norte quanto o vale do rio el-Kabir e a localidade de Sumra/Simyra.3 De modo que o quadro geral que surge é que as citações, tanto em textos do Oriente Próximo quanto na Bíblia, revelam uma notável semelhança quando delineiam os limites de Cana (v. acima a análise sobre as fronteiras teológicas de Israel). Essa afirmação pode ter consequências quanto à antiguidade e à essencial historicidade daquelas narrativas que mencionam as fronteiras de Israel.
Antes das descobertas arqueológicas em Nuzi, em geral se acreditava que a palavra "Canaa" derivava de um verbo semítico com o sentido de "curvar/curvar-se/ser baixo", porque os cananeus ocupavam a região baixa perto do mar, em contraste com a região montanhosa dos amorreus (Nm 13:29; Js 5:1; cp. Is 23:11). Uma teoria relacionada é que Canaã era o lugar onde o sol "se curva" (se põe), de maneira que, por definição, um cananeu era alguém do oeste. Mas se descobriu que, em Nuzi, a palavra kinahhu" se refere a uma substância de cor púrpura avermelhada, extraída de conchas de múrex e usada no tingimento de tecidos, especialmente lã.
Os textos antigos estão repletos de referências à grande consideração dada a quem se vestia de púrpura. Por ser natural, ao invés de produzida pelo homem, a tintura de múrex tinha valor elevado, pois nunca desbotava. A lucrativa indústria do múrex se concentrava ao norte de Cesareia, no Mediterrâneo, onde as águas do mar regularmente lançavam na praia uma grande quantidade dessas conchas. No local de uma antiga fábrica de tintura, em Tiro, foi encontrado um grande número de conchas*2 e, em Dor, também se encontraram claros indícios do processo de tingimento.43 Os nomes de certos lugares cananeus nos arredores oferecem ainda outros indícios de que o tingimento de múrex era uma atividade econômica essencial. Por exemplo, o nome "Sarepta" vem de um verbo que tem o sentido de "tingir" e o nome "Zobá" é derivado de um verbo que denota o tingimento de tecido. Às vezes a própria palavra "cananeu" é traduzida por "comerciante/mercador"* Como consequência, parece preferível entender Canaã como "a terra da púrpura" e "cananeus" como "o povo da terra da púrpura" (ideia a partir da qual o conceito de comércio poderia facilmente derivar). Textos gregos nos mostram que, no primeiro milênio a.C., os herdeiros culturais dessa indústria de tintura foram denominados fenícios, nome que deriva da palavra grega phoinix ("púrpura"). Mesmo no Novo Testamento aparentemente "cananeu" e "fenício" ainda eram designativos um tanto quanto equivalentes (Mt 15:22 refere-se a uma mulher cananeia; o relato de Marcos sobre o mesmo acontecimento chama-a de siro-fenícia [Mc 7:26]). Parece, então, que as palavras "Canaa" e "Fenícia" têm apenas duas diferenças básicas: (1) a primeira é vocábulo semítico, ao passo que a segunda é de origem grega; (2) a primeira é empregada no segundo milênio a.C., enquanto a segunda passa a ser normativa no primeiro milênio a.C. Se levarmos esses dados à sua conclusão lógica, parece que a mesma palavra teve, no início, a conotação do processo de tingimento, com o passar do tempo foi estendida às pessoas envolvidas no processo e, por fim, englobou o território/província onde essas pessoas formavam um grupo bastante importante da população.

PALESTINA
Por motivos que ainda não estão claros para nós, por volta de 1200 a.C. boa parte do mundo bíblico experimentou uma séria turbulência política, provocada em grande parte por hordas de invasores a que fontes egípcias se referem como "povos do mar" Há muito os estudiosos vêm cogitando sobre o que provocou esse movimento de cerca de 14 povos na direção sudeste: denyen, lukka, shardanu, masha, arinna, karkisha, pitassa, kashka, akawasha, tursha, sheklesh, peleset (filisteus), tjekker e weshesh (essas grafias são aproximadas). Embora dois ou três desses povos também apareçam em textos mais antigos do Levante ou do Egito, parece que por essa época houve uma migração bem vasta. Esses povos foram desalojados devido a uma mudança climática que causou escassez de alimento, à turbulência política que cercou a batalha de Troia ou à invasão da Grécia pelos dórios, ou a algum outro fator? Qualquer que tenha sido o motivo, é provável que, antes de chegar ao coração do Egito, vários contingentes de povos do mar tenham sido responsáveis pela queda do Império Hitita, cujo centro de poder ficava na Ásia Menor, pela captura da ilha de Chipre e pela devastação e/ou reocupação de muitas cidades em todo o Levante: Ugarit, Alalakh, Carquêmis, T. Sukas, Tiro, Sidom, Hazor, Aco, Dor e um grande número de lugares na planície da Filístia. Mas os egípcios resistiram aos povos do mar, e seus textos indicam que os filisteus foram repelidos do território egípcio na direção nordeste,15 onde mais tarde habitaram o sudoeste de Canaã, que se tornou conhecido como planície da Filístia. O local de onde os filisteus emigraram também continua sendo objeto de debate.1 A tradição bíblica de que procederam de Caftor (Creta) não é decisiva, porque aquele texto declara que os filisteus foram trazidos de Caftor da mesma maneira que os israelitas foram trazidos do Egito (Am 9:7; cp. Gn 10:14-1Cr 1.12; Jr 47:4; Ez. 25.16; SF2.5). Ou seja, é possível que a Biblia não esteja indicando o lugar de origem de nenhum dos dois povos. Levando em conta certos aspectos da cultura material filisteia (caixões de defunto estilizados, cerâmica característica etc.) ou palavras bíblicas encontradas em narrativas sobre os filisteus (guerreiro, senhor, capacete, arca), alguns estudiosos defendem que os filisteus emigraram da Grécia. Outros, com base em épicos gregos e na tradução que a LXX faz de Caftor ("Capadócia") em Deuteronômio 2.23 e Amós 9.7, afirmam que os filisteus tiveram origem ao longo do litoral sudoeste da atual Turquia. Mas tudo isso continua sendo bastante especulativo, em parte devido à escassez de textos indubitavelmente filisteus e em parte porque os filisteus começaram a passar pelo processo de assimilação cultural logo depois de chegarem a Canaã. A única conclusão segura a que se pode chegar é que, como designação de uma entidade geográfica distinta, a palavra Palestina deriva dos filisteus.
Hoje em dia às vezes se diz que, como designação da terra de Israel, o termo "Palestina" surgiu só em meados do segundo século d.C., quando, como castigo político pela revolta de Bar-Kochba, o imperador Adriano deliberadamente adotou o nome dos antigos inimigos de Israel - os filisteus - e apenas o latinizou para criar conotações pejorativas óbvias.
De acordo com esse ponto de vista, o uso mais antigo de "Palestina" foi propaganda feita pelos romanos com fortíssimas implicações políticas antijudaicas. Nesse caso, então, qualquer uso que se faça atualmente da palavra Palestina para se referir à história antes da época de Adriano é, na melhor das hipóteses, perigosamente anacrônico e historicamente errôneo e, na pior, antibíblico e até mesmo antijudaico. Existem, contudo, dados que apontam em outra direção.
Para começar, o nome Palestina aparece 13 vezes em textos neoassírios ainda do reinado de Adade-Nirari III (810-782 a.C.), Tiglate-Pileser III (744-727 a.C.) e Sargão II (721- 705 a.C.)." É improvável que qualquer uma dessas citações vislumbrasse a terra de Israel como um todo (em contraste com a região da Filístia). Na realidade, em um dos textos, Palestina aparece em contraste tanto com Israel (literalmente " terra de Onri") quanto com Edom.5 No entanto, em 11 casos a palavra Palestina é imediatamente precedida pelo indicador semântico para "terra/país", o que é uma indicação inconfundível de que a referência é a uma entidade geográfica distinta. De modo semelhante, uma estatueta egípcia com data presumível da 27. dinastia (945-715 a.C.) traz inscrição que faz referência a um "encarregado de Cana e Palestina" (escrita PIst). Nesse caso, o termo Palestina está sendo usado em contraste com o território de Canaã. Pode-se observar mais uma vez que o termo aparece definitivamente num contexto geográfico/provincial (e não político).
Mais relevantes para essa controvérsia são, porém, os resultados de uma pesquisa por computador que pode ser feita no Thesaurus linguae graecae (TLG; University of California, campus de Irvine). Uma pesquisa de "Palestina" como nome próprio em textos escritos antes do fim do primeiro século da era crista revelou 196 citações completas em textos gregos ou latinos (excluindo-se possíveis atestações parciais da palavra Parte das extensas ruínas arqueológicas do período Palácio Novo (aprox. 1700-1400 a.C.) em Zakros, no litoral sudeste de Creta. Alguns especialistas creem que o lugar de origem dos filisteus pode ter sido Creta.


ISRAEL
O nome Israel deriva, em última instância, do patriarca Jacó, cujo nome foi mudado para Israel (Gn 32:28). Quando os descendentes do patriarca se tornaram escravos no Egito, a expressão "filhos de Israel" passou a ser frequentemente aplicada a eles (Êx 1:9-12; 2.23,25; 3:9-11; etc.). Mais tarde, o nome Israel veio a ser aplicado ao reino nortista de Efraim, em contraste com o reino sulista de Judá (1Rs 12:18-20; 1Cr 5:17; etc.). Posteriormente, após o desaparecimento do Reino do Norte, ocasionalmente "Israel" foi usado para se referir ao reino sulista de Judá (Jr 10:1). Assim mesmo, é difícil identificar uma passagem bíblica que use explicitamente a palavra Israel para denotar uma área geográfica específica. É claro que ocorre a expressão "terra de Israel" (1Sm 13:19-1Cr 22.2; 2Cr 2:17; Ez 40:2-47.18), mas ela sempre está ligada ao terreno ocupado ou a ser ocupado por alguns ou por todos os israelitas e, em consequência, a extensão dessa área sofre variação. Fora da Bíblia, "Israel" (i.e., o Israel da Bíblia) ocorre em três textos antigos. O mais antigo é uma estela de granito do quinto ano de Merneptah (1209 a.C.). Nessa tábua de granito há uma inscrição que menciona 1srael, mas ela está registrada de tal maneira que parece apontar para uma entidade étnica e, por esse motivo, a citação não oferece quase nenhuma ajuda na definição das fronteiras geográficas de Israel. Contudo, a Estela de Merneptah é a única testemunha extrabíblica de Israel antes do nono século a.C., quando o nome aparece em duas inscrições distintas. O Obelisco Negro está escrito em cuneiforme e data do sexto ano do rei assírio Salmaneser III (853 a.C.), quando Acabe forneceu 2 mil carros e 10 mil soldados para uma coalizão que lutou contra as forças de Salmaneser. A inscrição faz referência a Acabe como " rei de Israel" Poucos anos depois (c. 835 a.C.), o rei Messa de Moabe mandou inscrever, em uma estela de basalto, uma dedicatória à sua divindade, Camos; nessa inscrição ele se vangloriou de ter retomado o território que anteriormente havia sido conquistado por Onri, "rei de Israel" De acordo com a Bíblia, Messa de Moabe foi vassalo de Israel durante os dias de Onri e Acabe, mas se rebelou por ocasião da morte deste último (2Rs 3:4-5). Contudo, uma batalha ocorrida em seguida e registrada na Bíblia terminou com uma derrota moabita (2Rs 3:9-27). Numa tentativa de harmonizar a afirmação bíblica com a declaração de vitória registrada na estela de Messa, alguns estudiosos sustentam que a vitória de Messa sobre Israel ocorreu um pouco depois, durante o reinado de Jeoacaz. Nenhuma dessas duas inscrições do nono século a.C. fornece informações geográficas que permitam traçar fronteiras específicas para Israel. No entanto, ambas são bastante úteis, pois cada uma identifica explicitamente pelo nome pessoas que, na Bíblia, também são conhecidas como "rei de Israel. A Inscrição de Messa é ainda muito útil por ser rica em terminologia bíblica.

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

A TABELA DAS NAÇÕES

Gênesis 10 é às vezes chamado de "Tabela das Nações" e tem sido objeto de incontáveis estudos e comentários. Bem poucos textos do Antigo Testamento têm sido analisados de modo tão completo. Entretanto, continuam sem resposta perguntas importantes e variadas sobre sua estrutura, propósito e perspectiva. O que está claro é que a Tabela pode ser dividida em três secções: (1) os 14 descendentes de Jafé (v. 2-5); (2) os 30 descendentes de Cam (v. 6-20); (3) os 26 descendentes de Sem (v. 21-31). Cada secção termina com uma fórmula que é um sumário da narrativa precedente (v. 5b,20,31) em termos de famílias (genealogia/sociologia), línguas (linguística), terras (territórios/geografia) e nações (política). A tabela termina no versículo 32, que apresenta um sumário de todos os nomes da lista.
Existe, porém, um número imenso de maneiras de entender esses termos e interpretar o que as várias divisões representam. Por exemplo, as secções têm sido classificadas de acordo com:


Também se deve destacar que os nomes de Gênesis 10 são apresentados de formas diferentes: o contexto pode ser de uma nação (e.g., Elão, v. 22), um povo (e.g. jebuseu, v. 16), um lugar (e.g., Assur, v. 22) ou até mesmo uma pessoa (e.g., Ninrode, v. 8,9). Deixar de levar em conta essa estrutura mista encontrada na Tabela tem levado a numerosas conclusões sem fundamento. Por exemplo, não se deve supor que todos os descendentes de qualquer um dos filhos de Noé vivessem no mesmo lugar, falassem a mesma língua ou mesmo pertencessem a uma raça específica. Uma rápida olhada no mapa mostra que a primeira dessas conclusões é indefensável.
Por exemplo, os descendentes de Cam residem na África, em Canaã, na Síria e na Mesopotâmia. Mas o texto também não pode ser interpretado apenas do ponto de vista linguístico: a língua elamita (Sem) não é uma língua semítica, ao passo que o cananeu (Cam) tem todas as características de um dialeto semítico. Em última instância, tentativas de remontar todas as línguas existentes a três matrizes malogram porque as formas escritas mais antigas são de natureza pictográfica, e tais formas simbólicas não contribuem para uma classificação linguística precisa. Além do mais, os antropólogos ainda não chegaram a um consenso sobre o que constitui uma definição correta de "raça", o que enfraquece ainda mais quaisquer conclusões sobre grupos raciais representados na Tabela.

OS 14 DESCENDENTES DE JAFÉ

OS 30 DESCENDENTES DE CAM


OS 26 DESCENDENTES DE SEM


A Tabela das nações
A Tabela das nações

Evidências da conquista de Canaã

final do século XV ou XIII a.C.
DUAS DATAS
Ao consideramos o êxodo, vimos que este pode se datado de 1446 a.C.ou de c. 1270 a.C. Isto resulta em duas datas diferentes para a conquista israelita sob o comando de Josué que, levando em conta o período de aproximadamente quarenta anos de jornada pelo deserto, se deu por volta de 1407 a.C.ou c. 1230 a.C. No tocante à arqueologia da Palestina, a primeira data corresponde à Idade Recente do Bronze I (c. 1450-1400 a.C.) e a segunda ao período conhecido como Idade Recente do Bronze II (c. 1300-1200 a.C.). Por certo, os israelitas já se encontravam na terra em 1209 .C., quando o faraó Merenptah encontrou um povo chamado Israel em Canaá,

JERICÓ: UM LOCAL IMPORTANTE
Quando o arqueólogo inglès John Garstang realizou escavações em Jericó (Tell es-Sultan) entre 1930 e 1936, encontrando evidências de que uma cidade inteira havia sido destruída pelo fogo' e parte de suas muralhas havia ruído durante um terremoto, parecia haver indicações conclusivas em favor da data mais antiga, ou seja, c. 1400 a.C.No entanto, ao retomar as escavações em Jerico entre 1952 e 1958, a arqueóloga inglesa Kathleen Kenyon mostrou que a datação feita por Garstang das muralhas da Cidade IV de Jerico (a cidade da Média Idade do Bronze) de c. 1400 a.C. devia ser corrigida para c. 1550 .C. Em termos históricos, essa destruição deve ser associada à guerra de retaliação dos egípcios contra os hicsos que haviam sido expulsos do local, e não ao exército de Josué. As tentativas de baixar essa data de 1550 a.C. para c. 1400 a.C. não foram amplamente aceitas. Não há como negar que são escassas as evidências arqueológicas da conquista de Jericó pelos israelitas, quer em c. 1400 a.C (Idade Recente do Bronze I), quer em c. 1230 (Idade Recente do Bronze II). De acordo com alguns estudiosos, caso tenha restado algo da cidade depois do ataque de Josué, OS vestígios foram apagados pela erosão subseqüente. Sem dúvida, grande parte da Jericó da Média Idade do Bronze destruída pelo fogo em c. 1550 .C. foi removida pela erosão. Quanto às muralhas, sabemos que a casa de Raabe fazia parte das mesmas. Assim, é possível que as fortificações formassem um círculo contínuo de edifícios ao redor da cidade, e não uma muralha típica. Uma analogia fornecida pelo rei egípcio Tutmósis 3 (1479-1425 a.C.) pode vir ao caso. Tutmósis realizou dezoito campanhas militares na Síria-Palestina e, no entanto, poucas cidades atacadas por ele apresentam níveis de destruição correspondentes. O rei do Egito descreve Megido como uma cidade fortificada a qual ele sitiou durante sete meses. No entanto, nenhum vestígio de uma muralha pôde ser encontrado no nível da Idade Recente do Bronze IA dessa cidade.

A IDENTIFICAÇÃO CORRETA DOS LOCAIS
Josué 12:9-24 apresenta uma lista de 3I reis derrotados. Isto não significa, necessariamente, que o exército de Josué triunfou sobre todos esses reis em suas próprias cidades. O rei de Gezer foi derrotado em Laquis, para onde subiu a fim de ajudar o monarca dessa cidade." Também não devemos pressupor que todas as 31 cidades foram destruídas, apesar do extermínio dos habitantes das cidades tomadas ser uma prática comum. De todos os locais mencionados, o exército de Josué pôs fogo apenas em Jericó, Ai e Hazor.f A localização de cerca de dez destas cidades não pode ser definida com precisão. Talvez o caso mais expressivo seja o de Ai. A identificação tradicional com et-Tell se baseia no fato dos nomes "Ai" e et-Tell significarem "ruína". Dos locais identificáveis restates, quatro (Geder, Adulão, Tapua e Hefer) não foram escavados.

AS CIDADES DE CANAÃ CONSIDERADAS COMO UM TODO
A fim de resolver o problema, é preciso considerar evidências de todas as cidades de Canaã, e não apenas de Jericó. É possível relacionar os locais que ram habitados e foram destruídos em uma ou ambas as datas sugeridas. No entanto, convém observar que nenhum local foi inteiramente escavado. Em vários casos, foram realizadas escavações em apenas cerca de 5% do nível relevante, como no caso de Gibeão. Nos casos em que existem sinais claros de destruição, não há provas conclusivas de que foi provocada pelos israelitas. Em relação à data de c. 1400 (Idade Recente do Bronze I), há evidências de assentamentos em oito dos locais identificados com certeza, a saber, Jerusalém, Gezer, Afeca, Hazor, Sinrom, Taanaque, Megido e Jocneão. No entanto, pode-se comprovar a destruição de apenas dois desses locais: Hazor (Tell el- Qadeh) e Megido (Tell el-Mutesellim). Para a data de c. 1230 a.C. (Idade Recente do Bronze II, há evidências de assentamentos em quatorze dos - locais identificados com certeza, a saber, Jerusalém, Jarmute, Laquis, Eglom. Gezer, Debir, Libna, Betel, Afeca, Hazor, Sinrom, Acsafe, Megido e Jocneão. Pode-se comprovar a destruição em seis cidades: Laquis, Gezer, Betel, Afeca, Hazor e Jocneão. Assim, apesar da data de c. 1230 a.C. (Idade Recente do Bronze II) apresentar mais evidências, a correspondência não é abrangente.

A TRANSJORDÂNIA
Anida não foi encontrada na Transjordânia nenhuma cidade fortificada datada desses dois períodos. No caso de Hesbom, a identificação tradicional com Tell Hesban pode ser equivocada Duas cidades vizinhas, Tell el-Jalul e Tell el-Umeiri podem ser candidatas mais adequadas, pois apresentam vestígios de ocupação na 1dade Recente do Bronze.

EM RETROSPECTO
Uma vez que os israelitas reocuparam as cidades depois de sua conquista rápida, esses locais não foram destruídos. Apesar de ser recém-chegado em Canaã, o povo de Israel não trouxe consigo, necessariamente, uma bagagem cultural distinta e, portanto, as cidades ocupadas pelos israelitas podem não apresentar descontinuidade em relação aos habitantes anteriores. Um panorama arqueológico da conquista de Josué como um todo evolve a interpretação de evidências de um grande número de sítios arqueológicos apenas parcialmente escavados e, por vezes, não identificados de forma conclusiva. Assim, é compressível que as conclusões sejam extremamente variadas e talvez não haja como chegar a um consenso.
ESQUERDA: as conquistas de c. 1400 e c. 1230 a.C. A conquista de Canaã por Josué costuma ser datada de c. 1400 a.C.ou c. 1230 a.C.Os mapas indicam evidências arqueológicas das duas datas. Nenhuma delas coincide perfeitamente com os dados fornecidos.
ESQUERDA: as conquistas de c. 1400 e c. 1230 a.C. A conquista de Canaã por Josué costuma ser datada de c. 1400 a.C.ou c. 1230 a.C.Os mapas indicam evidências arqueológicas das duas datas. Nenhuma delas coincide perfeitamente com os dados fornecidos.
ESQUERDA: Planta urbana de Jericó Jericó é considerada por muitos a conquista mais important dos israelitas sob o comando de Josué.
ESQUERDA: Planta urbana de Jericó Jericó é considerada por muitos a conquista mais important dos israelitas sob o comando de Josué.
Tell es-Sultan, localização da Jericó mencionada no Antigo Testamento. Ao fundo aparece o Monte da Tentação.
Tell es-Sultan, localização da Jericó mencionada no Antigo Testamento. Ao fundo aparece o Monte da Tentação.
Relevo do sétimo portal do templo de Amon, em Karnak, Egito. Representa o rei Tutmósis III (1479-1425 a.C.) golpeando prisioneiros asiáticos com os braços levantados, suplicando por misericórdia.
Relevo do sétimo portal do templo de Amon, em Karnak, Egito. Representa o rei Tutmósis III (1479-1425 a.C.) golpeando prisioneiros asiáticos com os braços levantados, suplicando por misericórdia.

A geografia de Canaã

NOMES DA REGIÃO
A terra prometida a veste do lordão era chamada de Canaã, o nome do filho de Cam, filho de Noé! Antes da conquista israelita, os habitantes dessa terra eram chamados de cananeus. O primeiro registro desse nome aparece numa inscrição de Idrimi, rei de Alalakh (Atçana), no sudeste da Turquia, datada da metade do século XV a.C. "Terra de Israel'", uma expressão usada no Antigo Testamento e pela qual o profeta Ezequiel demonstra grande preferencia, se tornou uma designação politizada demais para ser aceita universalmente no dia de hoje como referência geral à terra em si. A exemplo de Canaã, o termo '"Palestina", que ironicamente é derivado dos inimigos tradicionais de Israel, os filisteus, e era o nome da província romana, é usado com frequência para designar o território entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo. Neste Atlas, usamos o nome Palestina com esta última conotação que não deve, portanto, ser interpretada com um sentido político moderno. Termos como "Israel" e "Judá" são usados para denotar os Estados que surgiram na região. A expressão "terra santa" ocorre apenas duas vezes no Antigo Testamento.

As PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Duas cadeias de montanhas se estendem em paralelo à costa do Mediterrâneo, separadas pelo vale do Jordão. Assim, a terra pode ser dividida, de oeste a leste, em cinco partes:

1. A planície costeira.

2. Os montes da região oeste.

3. O vale do Jordão.

4. Os montes da região leste, na Transjordânia.

5. O deserto da região leste.

Na verdade, essa divisão esquemática é um pouco mais complexa. No sul de Gaza, junto ao mar Mediterrâneo e Berseba, estendendo-se até o mar Morto, há uma região de estepe incultivável chamada Neguebe. Da planície costeira se eleva a cadeia rochosa do Carmelo, uma ramificação dos montes da região oeste. Do lado leste do Carmelo, a planície costeira continua em direção ao interior. Essa região é chamada, por vezes, de vale de Esdraclom ou planície de Megido. Além da linha divisora de águas, o vale de Jezreel se une ao vale do Jordão, separando os montes do oeste em duas partes. Outra região discernível é o Sefelá, um conjunto de colinas entre a planície costeira e os montes de Judá.

1. A planície costeira da Palestina que em vários períodos não ficou sob o controle de Israel, carece de portos naturais, tornado compreensível a inexperiência de Israel em empreendimentos marítimos.

2. Os montes da região oeste se elevam até 1.200 m no norte da Galiléia e 1.115 m perto de Betel. Os montes Tabor (587 m), Gilboa (496 m), Ebal (939 m), Gerizim (881 m) e das Oliveiras (816 m) fazem parte dessa cadera.

3. O vale do Jordão é a depressão mais profunda da superfície da terra, constituindo parte do vale do Rift (também chamado de "Grande Fossa Africana") que se estende para o sul junto ao mar Vermelho e chega até o leste da África. O vale do Jordão possui três lagos.

a) O lago Hulé (atualmente drenado) fica 70 m acima do nível do mar.

b) O lago da Galiléia, também chamado de mar de Quincrete (harpa), lago de Genesaré e mar de Tiberíades, fica 210 m abaixo do nível do mar. Tem 20 km_ de comprimento e 13 km de largura máxima. cobrindo uma área total de 170 km?. Sua profundidade máxima é de 48 m. Ao sul do lago da Galileia, o rio Jordão serpenteia pelo vale em meio a uma vegetação densa, constituída principalmente de tamargueiras e espinheiros, na qual, em outros tempos, era possível encontrar leões.

c) O mar Morto também chamado de mar Salgado, mar do Oriente e mar da Arabá, fica 403 abaixo du nivel do mar Éupontomais baixo da terra e chega a 433 m de profundidade. Tem 75 km de comprimento e 16 km de largura máxima.. A concentração de sal do mar Morto é de 25%, enquanto a do oceano Atlântico é de 6%. Ao sul do mar Morto estende-se o vale de Arabá que atinge uma altura de 230 m acima do nível do mar antes de voltar a descer para o golfo de Ácaba. O monte mais alto da cadeia da região leste é o Hermom (2.814 m), cujo pico coberto de neve pode ser visto a mais de 100 km de distância. Deus permitiu que Moisés avistasse a terra prometida do monte Nebo (835 m).
Não há nenhum limite natural claro entre os montes da região leste da Transjordânia e o deserto a oeste, de onde vinham as tribos saqueadoras como os amalequitas e midianitas.

RECURSOS NATURAIS
O planalto central e a Galiléia são constituídos, em sua maior parte, de calcário, fornecendo aos israelitas um tipo de pedra adequado para a construção. O cobre era extraído de minas em Timna, na Arabá, e depois fundido para produzir bronze no vale do Jordão, entre Sucote e Zaretá. As margens do mar Morto forneciam um suprimento inesgotável de sal. A "Cidade do Sal" mencionada em Josué 15.62 talvez corresponda a Qumran, local no extremo norte do mar Morto que, posteriormente, abrigou a seita dos essênios.

TERREMOTOS E ATIVIDADE GEOTÉRMICA
De tempos em tempos, ocorrem movimentos na crosta terrestre da região da Palestina. Os terremotos podem ter ajudado o exército de Josué a atravessar o Jordão e tomar Jerico. O grande terremoto do tempo do rei Uzias de Judá ainda era lembrado quase dois séculos e meio depois de sua ocorrência.* No momento em que Jesus morreu, a terra tremeu e as rochas se fenderam,5 A mesquita de Al-Aqsa, construída sobre o monte do Templo em Jerusalém, foi danificada por vários terremotos ao longo da história. O último abalo sísmico mais sério ocorreu em 1927. Além disso, vulcões do sudeste do golfo de Ácaba ainda se encontravam ativos nos séculos 8 e XIII. Evidências de atividade geotérmica podem ser observadas nas fontes termais próximas a En- Gedi, do lado oeste e em Zara (Callirhoe) do lado Jeste do mar Morto. Aná, o edomita, parece ter descoberto algumas fontes termais no deserto a leste do lordão.

UMA TERRA BOA
A terra de Canaã é apresentada, com freqüência, como uma terra boa e desejável: 'porque o Senhor, teu Deus, te faz entrar numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, de mananciais profundos, que saem dos vales e das montanhas: terra de trigo e cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel; terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro e de cujos montes cavarás o cobre" (Dt 8:7-9).

Descrição do processo de mineração na antiguidade
"Na verdade, a prata tem suas minas, e o ouro, que se refina, o seu lugar. O ferro tira-se da terra, e da pedra se funde o cobre. Os homens põem termo à escuridão e até aos últimos confins procuram as pedras ocultas nas trevas e na densa escuridade. Abrem entrada para minas longe da habitação dos homens, esquecidos dos transeuntes; e, assim, longe deles, dependurados, oscilam de um lado para outro." Jo 28:1-4
Regiões naturais da Palestina e Transjordânia
Regiões naturais da Palestina e Transjordânia
Penhascos de arenito corroídos pela erosão, localizados em Timna, próximo a Elate, onde se extraía cobre durante o reinado de Salomão.
Penhascos de arenito corroídos pela erosão, localizados em Timna, próximo a Elate, onde se extraía cobre durante o reinado de Salomão.

As condições climáticas de Canaã

CHUVA
No tempo de Moisés e Josué, como nos dias de hoje, a chuva era de suma importância para o clima de Canaã "Porque a terra que passais a possuir não é como a terra do Egito, donde saístes, em que semeáveis a vossa semente e, com o pé, a regáveis como a uma horta; mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas" (Dt 11:10-11).
Os ventos prevalecentes vindos do mar Mediterrâneo que trazem consigo umidade são forçados a subir quando se deparam com os montes da região oeste e perdem essa umidade na forma de chuva. Passada essa barreira natural, os índices pluviométricos caem drasticamente e, alguns quilômetros depois, a terra se transforma em deserto. Esse fenômeno é exemplificado de forma clara pela comparação entre os índices pluviométricos anuais da cidade moderna de Jerusalém (cerca de 600 mm) com os de Jericó, apenas 20 km de distância (cerca de 160 mm).
O índice pluviométrico anual de Jerusalém é quase o mesmo de Londres, mas em Jerusalém concentra-se em cerca de cinquenta dias de chuva por ano, enquanto em Londres se distribui ao longo de mais ou menos trezentos dias. Em geral, esse índice aumenta em direção ao norte; assim, nos montes ao norte da Galileia a chuva pode chegar a 1.000 mm por ano. Por outro lado, nas regiões sul e leste da Palestina fica abaixo de 300 mm, condições nas quais a agricultura geralmente se torna impraticável.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A terra de Canaã descrita no Antigo Testamento parece mais fértil do que hoje. A pastagem excessiva, especialmente por rebanhos caprinos, provocou a erosão e perda de fertilidade do solo. Sem dúvida, a terra está mais desmatada devido ao uso de madeira para a construção e combustível e à devastação provocada por inúmeras guerras e cercos.' No entanto, não há nenhuma evidência de que os índices pluviométricos atuais apresentem diferenças consideráveis em relação as dos tempos bíblicos. A erosão das encostas dos montes simplesmente aumentou o escoamento de água e, portanto, as tornou menos férteis.

O CALENDÁRIO DE CANAÃ
Normalmente, não ocorrem chuvas entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de outubro. Da segunda quinzena de junho à primeira quinzena de setembro, a vegetação seca sob o calor abafado do verão. A temperatura mais alta registrada na região foi de 51° C no extremo sul do mar Morto. As primeiras chuvas que normalmente começam a metade de outubro, mas podem atrasar até janeiro, amolecem o solo, permitindo o início da aragem. As principais culturas - o trigo e a cevada - eram semeadas nessa época. A chuva continua a cair periodicamente ao longo de todo o inverno, culminando com as chuvas serôdias em abril ou início de maio, que fazem os grãos dos cereais incharem pouco antes da colheita. A cevada era menos valorizada do que o trigo, mas tinha a vantagem de crescer em solos mais pobres e ser colhida mais cedo. A colheita da cevada Coincidia com a festa da Páscoa, no final de março ou em abril e a do trigo com a festa de Pentecoste, sete semanas depois. Uvas, azeitonas, figos e outras frutas eram colhidos no outono. O inverno pode ser frio e úmido, chegando a nevar. Uma quantidade considerável de neve cai sobre Jerusalém mais ou menos a cada quinze anos. A neve é mencionada várias vezes no Antigo Testamento. Por exemplo, um homem chamado Benaia entrou numa cova e matou um leão "no tempo da neve". Numa ocorrência extraordinária, uma chuva de granizo matou mais cananeus do que os israelitas com suas espadas. A chuva no nono mês (dezembro) causou grande aflição ao povo assentado na praça em Jerusalém.° No mesmo mês, o rei Jeoaquim estava assentado em sua casa de inverno diante de um braseiro aceso.• Era necessário usar o fogo para se aquecer até o início de abril, como se pode ver claramente no relato da negação de Pedro. Um problema associado à estação das chuvas, especialmente na região costeira e junto ao lago da Galileia, era o míldio, que na tradução portuguesa por vezes é chamado de "ferrugem". O termo se refere ao mofo em roupas e casas, um mal que devia ser erradicado, e também a uma doença que afetava as plantações.

SECAS
Em algumas ocasiões, o ciclo de chuvas era interrompido e a terra sofria grandes secas. A mais conhecida ocorreu no tempo de Elias e, sem dúvida, teve efeitos devastadores, como a grave escassez de alimentos.° Esse tipo de ocorrência havia sido predito pelo autor de Deuteronômio. A desobediência ao Senhor traria sua maldição sobre a terra: "Os teus céus sobre a tua cabeça serão de bronze; e a terra debaixo de ti será de ferro. Por chuva da tua terra, o Senhor te dará pó e cinza; dos céus, descerá sobre ti, até que sejas destruído" (Dt 28:23-24).

terra cultivável no vale de Dota
terra cultivável no vale de Dota
chuvas
chuvas
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Dinheiro e pesos

Dinheiro e pesos nas Escrituras Hebraicas

Gera (1⁄20 siclo)

0,57 g

10 geras = 1 beca

Beca

5,7 g

2 becas = 1 siclo

Pim

7,8 g

1 pim = 2⁄3 siclo

Um siclo, a unidade básica hebraica de peso

Peso de um siclo

Siclo

11,4 g

50 siclos = 1 mina

Mina

570 g

60 minas = 1 talento

Talento

34,2 kg

Um darico

Darico (moeda persa de ouro)

8,4 g

Esdras 8:27

Dinheiro e pesos nas Escrituras Gregas Cristãs
Um lépton

Lépton (moeda judaica de cobre ou de bronze)

1⁄2 quadrante

Lucas 21:2

Um quadrante

Quadrante (moeda romana de cobre ou de bronze)

2 léptons

Mateus 5:26

Um assário

Assário (moeda romana e provincial de cobre ou de bronze)

4 quadrantes

Mateus 10:29

Um denário

Denário (moeda romana de prata)

64 quadrantes

3,85 g

Mateus 20:10

= Salário de um dia (12 horas)

Uma dracma

Dracma (moeda grega de prata)

3,4 g

Lucas 15:8

= Salário de um dia (12 horas)

Uma didracma

Didracma (moeda grega de prata)

2 dracmas

6,8 g

Mateus 17:24

= Salário de dois dias

Uma tetradracma de Antioquia e uma tetradracma de Tiro

Tetradracma de Antioquia

Tetradracma de Tiro (siclo de prata de Tiro)

Tetradracma (moeda grega de prata, também chamada de estáter de prata)

4 dracmas

13,6 g

Mateus 17:27

= Salário de quatro dias

Algumas dracmas, 100 dracmas equivaliam a uma mina

Mina

100 dracmas

340 g

Lucas 19:13

= salário de cerca de cem dias de trabalho

Um monte de moedas de prata que juntas pesariam um talento

Talento

60 minas

20,4 kg

Mateus 18:24

Apocalipse 16:21

= salário de cerca de 20 anos de trabalho

Um frasco cujo conteúdo poderia pesar uma libra romana

Libra romana

327 g

João 12:3, nota

“Uma libra de óleo perfumado, nardo genuíno”


Conquista da Terra Prometida

Informações no mapa

GRANDE MAR, MAR OCIDENTAL

Lebo-Hamate

Gebal

SIDÔNIOS

Sídon

Cadeia do Líbano

HITITAS

Baal-Gade

Mte. Hermom

Damasco

HEVEUS

ARAMEUS

Mispá

Dã, Laís, Lesém

Tiro

Misrefote-Maim

Águas de Merom

MAACÁ

Basã

Argobe

Hazor

GESUR

Aco

Acsafe

GIRGASEUS

Mte. Carmelo

Madom

Mar de Quinerete

Astarote

Lassarom

Sinrom

Jocneão

Dor

Megido

Quedes

Taanaque

Rio Jordão

Arabá

Edrei

Caminho de Basã

AMORREUS (OGUE)

Héfer

HEVEUS

Tirza

Mte. Ebal

Mte. Gerizim

Siquém

Vale do Jaboque

AMOM

Adão

Afeque

PERIZEUS

Tapua

Gileade

Jázer

Rabá

Betel

Ai

Gilgal

Gibeão

Jericó

Sitim

Aijalom

Hesbom

Medeba

Maquedá

Jarmute

Jerusalém

JEBUSEUS

Mar Salgado,

Mar do Arabá

AMORREUS (SIOM)

Quedemote

Aroer

Vale do Arnom

MOABE

Estrada Real

Gaza

FILÍSTIA

Eglom

Libna

Laquis

Hebrom

Debir

Anabe

AMORREUS

Berseba

Gósen

Arade

Vale de Zerede

AMALEQUITAS

QUENEUS

Subida de Acrabim

Neguebe

Mte. Halaque

Torrente do Egito

Hazar-Adar, Adar

Cades, Cades-Barneia

EDOM, SEIR

Arabá

Deserto da Arábia

Informações no mapa

Campanhas militares

Canaã


Gênesis e as viagens dos patriarcas

Informações no mapa

Carquemis

Alepo

Ebla

Hamate

Tadmor (Palmira)

Hobá

Sídon

Damasco

GRANDE MAR

Tiro

Asterote-Carnaim

Megido

Dotã

Siquém

Sucote

Penuel

Betel

Gileade

Belém

CANAÃ

Gaza

Hebrom

MOABE

Torrente do Egito

Gerar

Berseba

Poço de Reobote

Bozra

Sur

Poço de Beer-Laai-Roi

Gósen

Ramessés

Om

Mênfis

EGITO

Rio Nilo

Cades, En-Mispate

Deserto de Parã

EDOM, SEIR

Temã

Avite

El-Parã (Elate)

Harã

PADÃ-ARÃ

Rio Eufrates

Mari

ASSÍRIA

Nínive

Calá

Assur

Rio Hídequel (Tigre)

MESOPOTÂMIA

ELÃO

Babel (Babilônia)

SINEAR (BABILÔNIA)

CALDEIA

Ereque

Ur

Siquém

Sucote

Maanaim

Penuel, Peniel

Vale do Jaboque

Rio Jordão

Betel, Luz

Ai

Mte. Moriá

Salém (Jerusalém)

Belém, Efrate

Timná

Aczibe

Manre

Hebrom, Quiriate-Arba

Caverna de Macpela

Mar Salgado

Planície de Savé-Quiriataim

Berseba

Vale de Sidim

Neguebe

Zoar, Bela

?Sodoma

?Gomorra

?Admá

?Zeboim


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

CANAÃ

Atualmente: ISRAEL
Desde os tempos remotos a Palestina foi chamada de terra de Canaã e seus habitantes de cananeus. Quando Abrão chegou em Canaã por volta do ano 2000 a.C., era mais um semita que vinha somar-se à população camita da terra de Canaã. A região era ocupada por diversas tribos conhecidas sob o nome geral de cananeus (Gênesis 12:6-24:3,37), por ter origens na descendência do filho mais novo de Cão (neto de Noé), chamado Canaã. Gênesis 10:15-16, lista os seguintes povos cananeus: heteus, amorreus, periseus, heveus, jebuseus, girgaseus, arqueus, sineus, arvadeus, zamareus, hamateus. Os únicos relatos conhecidos até hoje, sobre os cananeus estão na Bíblia, por isto ainda não é possível determinar com precisão os limites das tribos primitivas de Canaã, por falta de dados sobre suas origens, idiomas e costumes. Provavelmente, cada povo constituia-se num reino e foram subordinados ao Egito. Geralmente, denomina-se esta região de Palestina. A área de Canaã é de 26.390 km2 , e inclui o território filisteu, que alcançava 4.589 km2 na época de sua maior extensão territorial. Sua largura de Acre ao mar da Galiléia é de 42 km e de Gaza ao mar Morto – 88 km, conforme Números 32:26-32

Local prometido por Deus a Abraão, também conhecido como Terra Santa.
Mapa Bíblico de CANAÃ



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Sofonias Capítulo 1 do versículo 1 até o 18
SEÇÃO 1

TÍTULO

Sofonias 1:1

O nome Sofonias quer dizer "Jeová esconde" (ver Introdução; cf. 1 Cr 6.36; Jr 21:1; Zc 6:10-14). Há quem suponha que o profeta nasceu durante o "período de matança de Manassés". Entre os profetas, esta genealogia é a mais detalhada, cujo propósito mais provável era mostrar que ele era de linhagem real.

Sofonias baseava sua autoridade no fato de que falava a Palavra do SENHOR. Pode ser que sua descendência natural tenha lhe dado acesso livre aos palácios da reale-za, mas a origem sobrenatural da mensagem determinou a urgência, convicção e poder com que foi proclamada.

SEÇÃO II

A AMEAÇA DE JULGAMENTO MUNDIAL

Sofonias 1:2-3.7

A. A DESCRIÇÃO DO JULGAMENTO, 1:2-18

  • Extensão Universal (1.2,3)
  • Esta visitação divina por instrumentalidade humana é de escopo mundial; abrange não só o homem, mas todas as outras criaturas vivas: animais, aves e peixes (cf. Ez 38:19-20).

    Este é o anúncio do tema principal, a catástrofe universal, que, em seguida, Sofonias passa a aplicar de forma diversa e para grupos diferentes. O mundo ficou sumamente pecaminoso, bastante parecido com a situação vigente nos dias de Noé, e Deus determi-nou fazer justiça. Sofonias não sabe o que é misericórdia. "Não há grande esperança em seu livro, quase não existe compaixão e nunca há um vislumbre de beleza. [...] Não existe livro mais explosivo em todo o Antigo Testamento":

    Os tropeços com os ímpios (3) é frase difícil que leva certos expositores a conside-rar que se trata de adição editorial, porque não parece encaixar-se e soa redundante. Mas não existe real motivo para negar que seja da lavra de Sofonias. Como diz Henderson: "A enumeração de pormenores visa aumentar o caráter temeroso e universal do castigo". 2 Em outras partes da Bíblia, os tropeços são usados para referir-se a ídolos, e é apropri-ado que as causas do pecado moral sejam removidas junto com os pecadores.

  • Aplicação para Judá (1:4-13)
  • a) Um povo idólatra (1:4-6). Nesta passagem, o profeta trata de seu povo, visto que o dia da vingança também os afetará. É condição inevitável, por causa da idolatria inten-sa que Sofonias vê em toda parte, e descreve em detalhes. O resto de Baal (4) serve de argumento para os expositores sustentarem a opinião de que ele profetizou depois de 621 a.C., quando a adoração de Baal fora mutilada pelas reformas de Josias. Mas esta posição deslocaria as outras denúncias a ponto de torná-las impraticáveis.

    A Septuaginta traduz a palavra resto por "nomes" e muitos entendem que esta é a original. 3 Outros acham que significa "até o último remanescente", ao declarar que a adoração de Baal seria completamente exterminada (cf. NTLH). O baalismo, religião cananéia e fenícia, desempenhou importante papel no colapso religioso do Reino do Nor-te. Grande parte do Antigo Testamento é ininteligível, sem um conhecimento do conflito entre o baalismo e a adoração do verdadeiro Deus. O baalismo era um culto de fertilida-de que promovia práticas imorais em sua adoração e para as quais os israelitas tinham afinidade incomum.

    Este lugar refere-se a Jerusalém e indica incidentemente que o profeta estava na cidade. Fundamentalmente, temos de ver nesta cidade como o centro da nação tanto em termos políticos como religiosos. Em certo sentido, o que os líderes são, o povo é também. Portanto, um julgamento decisivo da idolatria tem de concentrar-se na cidade.

    Os quemarins é palavra aramaica que significa "sacerdotes", usada no Antigo Tes-tamento para aludir somente aos sacerdotes idólatras. Talvez se refira aos ministradores de cultos estrangeiros que foram introduzidos em Israel. Estes, junto com os sacerdotes regulares de Jeová que se corromperam, serão liquidados. O texto de Sf 3:4 dá mais porme-nores acerca de tais sacerdotes corruptos. Houve quem sugerisse que incentivavam a idolatria pela indiferença ou inconsistência de conduta, ou ambos.

    A frase os que sobre os telhados se curvam ao exército do céu (5) refere-se ao culto às deidades astrais assírias que entraram em Judá durante o péssimo reinado de Manassés (cf. II Reis 21:3). As passagens de Deuteronômio 4:19-17.3 proíbem vigorosamente tal prática. Nesta falsa adoração, as pessoas ofereciam incenso e libações nos telhados planos, os quais, em uma casa oriental, são lugares habituais de atividade e naturais para adorar os corpos celestes. Smith-Goodspeed traduz a frase assim: "E os que se prostram nos telhados".

    O exército do céu abrange todos os corpos celestes — o sol, a lua e as estrelas. Alguns eram objetos especiais de adoração. A passagem de 31:26-28 descreve como se fazia esta adoração. Na visão que Ezequiel teve na Babilônia, ele viu este tipo de adora-ção ser praticado no Templo pelos sacerdotes (Ez 8:15-18). A prática restringia-se a Judá (não era praticada em Israel), porque era resultado da influência estrangeira e o Reino do Sul era vassalo do Império Assírio.

    Os que se inclinam jurando ao SENHOR prestam lealdade a Jeová, mas tam-bém juram por Malcã, o deus nacional dos amonitas. Trata-se de lealdade dividida, a qual todos os profetas de Jeová censuram. A pronúncia correta é "Milcom" de acordo com a Septuaginta e outras traduções (cf. ARA). Certos estudiosos acham que se refere a Moloque (cf. NVI), o deus fenício cuja adoração desumana (II Reis 23:10; Jr 7:31) prevale-cia nos dias de Sofonias.

    Vários tradutores vertem Malcã, "seu rei". Embora com a boca prestassem cultos a Jeová, eles honravam Moloque como rei. Jurar por uma deidade significa confessá-la publicamente, ou seja, comprometer-se abertamente a seu serviço. Jesus condenou em termos bem claros esta lealdade e serviço dividido: "Não podeis servir a Deus e a Mamom" (Mt 6:24).

    O versículo 6 menciona duas outras classes de pessoas inclusas no julgamento: os desviados e os indiferentes. Os que deixam de andar em seguimento do SENHOR eram indivíduos que, evidentemente, tinham seguido a Deus, mas agora se desviaram. Os que não buscam ao SENHOR eram pessoas que não se importavam com as coisas de Jeová. Nem perguntam por ele significa muito proximamente "cultuar no Templo". É semelhante ao salmo 10.4, que pode ser parafraseado assim: "O ímpio de semblante orgulhoso não vai à igreja".5

    Temos, então, três tipos de pessoas que estão sob o julgamento do Senhor e correm perigo em "o dia do Senhor":

    1) Os indiferentes que levam a vida sem se preocupar com as coisas espirituais;

    2) Os desviados que se afastaram de uma experiência anterior; e

    3) os divididos que com a boca dizem servir a Deus, mas ao mesmo tempo honram outro deus como rei de suas vidas e não prestam submissão total ao Senhor. Ou Jeová é o Senhor de tudo ou não é o Senhor de nada.

    b) Os membros da corte e da casa do rei são condenados (1.7,8). Cala-te (7) é, literal-mente, "silêncio". O mesmo termo é usado em Habacuque 2:20. Em virtude da aproxima-ção do julgamento, o profeta convoca todos a serem reverentes como parte dos preparati-vos do encontro com Deus. O dia do SENHOR é termo técnico (ver introdução) para denotar o julgamento que se aproxima, que é o principal tema de Sofonias. Sua mensa-gem central pode ser resumida na frase: O dia do SENHOR está perto. Este é o dia em que Deus se manifestará como Juiz. Não é mero dia de calamidade, mas trata-se de uma ocasião especial, a manifestação plena e final de Deus.

    Este dia é visto sob o simbolismo de um grande sacrifício, e os convidados se preparam para desempenhar o papel. Santificou ou "consagrou" (NV1). Não está abso-lutamente claro quem são os convidados, mas pelo visto é o bando ameaçador do Norte que ao longo do livro permanece indeterminado. Provavelmente são os citas que Sofonias tinha em mente. Talvez as vítimas não sejam todas nomeadas, mas, pelo menos, as clas-ses altas estão inclusas (8). O paralelo do Novo Testamento é Apocalipse 19:17-21, onde os urubus são convidados a participar da "ceia do grande Deus" para comer "a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes".

    Depois da primeira frase do versículo 8, volta a forma de discurso na primeira pes-soa e a descrição do julgamento prossegue com a listagem de quem será castigado.
    É possível que os filhos do rei sejam menção à descendência de Josias. A maioria dos estudiosos entende que é alusão geral à casa do rei, visto que na ocasião os seus filhos deviam ter só uns dez anos ou 12 anos de idade (II Reis 23:31-36). A Septuaginta faz a leitura "casa" em lugar de filhos. São palavras comumente trocadas.'

    Vestidura estranha é mais bem traduzida por "roupas estrangeiras" (BV; cf. ARA). Esta é outra indicação de que se trata do reinado de Manassés quando costu-mes assírios, inclusive a roupa, tomaram conta da nação. Para os verdadeiros hebreus, a adoção da moda assíria simbolizava a aceitação da cultura e religião estrangeiras. Por conseguinte, era corretamente condenado como traição da fideli-dade a Jeová.

    "A roupa que eles usam revela a natureza de seu ideal. Eles não hesitam em entre-gar suas características nacionais distintivas ao desejo de tornar a si e a nação parte integrante dos povos vizinhos":

    Há muitas maneiras de interpretar a frase: Todos aqueles que saltam sobre o umbral (9), que pulam por cima do limiar da porta. Certos intérpretes dizem que a chave está em I Samuel 5:5, onde fala sobre o hábito que os sacerdotes filisteus ti-nham de evitar pisar no limiar do Templo, porque o ídolo, Dagom, tinha caído em cima. Tornara-se hábito supersticioso que também mostrava comprometimento com a idolatria filistéia.

    Contudo, a maioria dos estudiosos inclina-se a uma interpretação fundamentada mais no próprio texto, que indica ação violenta. Se for ligada ao restante do versículo, a frase dá a entender invasão forçosa da privacidade das casas para roubar e saquear.

    c) Os comerciantes e mercadores são aniquilados (Sf 1:10-13). O versículo 10 amplia o escopo do julgamento em Jerusalém, mostrando que far-se-á ouvir uma voz de cla-mor de todos os bairros da cidade, não só do palácio real. A Porta do Peixe ficava na zona norte de Jerusalém. É provável que a significação desta referência seja que é desta direção que virá o ataque. A Porta do Peixe é mencionada em Neemias 3:3 e tem este nome porque os homens de Tiro vendiam peixes secos no mercado e entravam na cidade pelo muro norte.'

    Um uivo desde a segunda parte pressupõe outro lugar. G. A. Smith traduz se-gunda por "mishneh", e observa que significa a segunda cidade ou a cidade nova. Por isso, Smith-Goodspeed traduz por "a cidade nova" (cf. "cidade baixa", ARA; ECA). Pelo visto, é alusão a uma segunda divisão da cidade recentemente aumentada (cf. "novo distrito", NVI). O texto de II Crônicas 33:14 informa que Manassés construiu um muro externo que ia até a Porta do Peixe; a "cidade nova" pode ter sido o nome da área que abrangia este muro. A cidade só podia se expandir no lado norte com o preço da vulnerabilidade ao ataque.

    Os outeiros não se referem a todos os morros próximos a Jerusalém, mas àqueles sobre os quais foi construída a zona norte da cidade. Grande quebranto significa "es-trondo alto", o barulho do qual ressoa os morros.

    Mactés (11) é provavelmente a depressão entre os morros ocidentais e orientais. Literalmente, é "o morteiro", mas em Juízes 15:19 é traduzido por "caverna" (cf. "cavida-de", ARA; "buraco", NTLH). Supõe-se que era o local de férias dos comerciantes e sujeito à invasão por inimigos provenientes do norte. Também foi identificado com o "bairro fenício" de Jerusalém (Driver). O termo literal, "o morteiro", quer dizer "lugar de tritura-ção". Talvez haja ligação entre o nome e o destino dos habitantes. É o local onde serão triturados pelo inimigo

    Considerados juntos, estes quatro locais abrangem a vida comercial da cidade. A parte final do versículo 11 é outra indicação a esse respeito: "Todos os que pesam prata" (ARA).

    O povo de Canaã é tradução literal do hebraico, e assim traduz Smith-Goodspeed. "Comerciantes" (BV) é paráfrase correta, porque os cananeus (fenícios) eram excelentes vendedores na Palestina. Este fato levou o termo a ser usado para denotar "comerciante".9

    O versículo 12 é um resumo que descreve o Senhor que revista a cidade de Jerusa-lém para fazer a verdadeira justiça nos responsáveis pela indiferença espiritual da épo-ca. Não está claro se Sofonias quis dizer que os invasores seriam o instrumento do Se-nhor para procurar os transgressores escondidos. Seja como for, as pessoas envolvidas são os indiferentes que não cuidam dos interesses públicos. Nos quadros de Sofonias, os pintores desenham a cena de um santo que leva uma lanterna!'

    Assentados sobre as suas fezes (12) é metáfora surpreendente. Assentados não está corretamente traduzido. Tradução melhor é "engrossados" ou "congelados" (cf. Êx 15:8: "coalharam-se", RC; "congelaram-se", NTLH; "ficou duro como gelo", NVI). A ima-gem é tirada da produção vinícola. Durante o processo, o vinho era vertido de recipiente em recipiente (ver Jr 48:11-12) e deixado em suas fezes ("borra", ARA) o tempo suficien-te para dar cor e corpo. A menos que fosse tirado ou decantado, o vinho engrossava e ficava muito doce. Por conseguinte, "engrossar na própria borra" tornou-se provérbio que indica indolência, indiferença e mente confusa.11

    Judá estava espiritualmente entorpecido pela segurança. Quem deveria ser líder estava acomodado numa existência egoísta e inativa, e nada fazia acerca da situação vigente no país. Era um panorama tão contemporâneo quanto alarmante. Quer para o bem, quer para o mal, achavam que Deus não ia agir. Para eles, a deidade estava ausen-te ou adormecida — um ateísmo prático. A situação lembra o que disse Ernst Renan: "Na realidade, nunca chegou a ser confirmado pela observação que um ser superior se inco-mode, para fins morais ou imorais, com as coisas da natureza ou os assuntos do gênero humano". 12 Certo teólogo contemporâneo fez uma declaração incrédula bem parecida: "Não podemos enfrentar nosso tempo se permanecermos ligados a um Deus que há mui-to não aparece no tempo e no espaço. É precisamente na determinação voluntária da morte de Deus que podemos estar abertos a nosso tempo"."

    No versículo 12, temos a "apatia criminal das classes prósperas assentadas no bem-estar físico e na indiferença religiosa" que desencadeou o comentário clássico de G. A. Smith: "As grandes causas humanitárias e de Deus não são derrotadas pelos ataques violentos do diabo, mas pela massa lenta, esmagadora e glacial de milhares e milhares de indiferentes joões-ninguém. As causas de Deus nunca são destruídas por seres explo-sivos mas por seres tirânicos que nada fazem além de permanecerem sentados inertes".14

    Em seguida, ocorre outra denúncia destes indivíduos apáticos. A expressão: Edificarão casas, mas não habitarão nelas (13), indica ruína. As coisas que, em sua comodidade, esperavam desfrutar, lhes seriam arrancadas; não aproveitariam o fruto dos seus trabalhos.

    3. Aplicação mais Ampla (1:14-18)

    No versículo 7, o profeta apresentou o dia do SENHOR. Os versículos 14:18 desenvolvem esta figura e pintam os horrores do grande dia (14) que está próximo. O detalhe surpreendente foi provavelmente extraído da invasão das hordas citas que sur-giram no norte da Ásia. Esta visão parece assumir proporções mais universais que a precedente, a qual foi dirigida especificamente para Jerusalém. O dia aqui não é tanto uma medida de tempo como expressão de uma crise extrema.

    O dia está muito próximo e chega depressa. O mundo natural e a ordem política terão de sofrer perturbações. "O profeta espera um dia em que a ordem internacional corrupta se decomporá no conflito confuso e autodestrutivo de seus vários elementos e será eliminada pelas manifestações calamitosas das forças da Natureza".15

    Taylor mostrou que uma arrumação simples das letras numa linha do texto massorético muda parte do versículo 14 em uma leitura diferente e mais clara, sem adulterar o texto original. "A frase: A voz do dia do SENHOR; amargamente clama-rá ali o homem poderoso, fica assim: "Mais rápido que um corredor, o dia do Senhor, e mais veloz que um guerreiro" (cf. Moffatt).

    A descrição que Sofonias faz sobre o dia do SENHOR (15,16) é muito parecida com o texto de Joel 2:2 e Amós 5:20. Mas a narrativa de Sofonias é mais completa e dá maior destaque ao fato de este ser um dia de ira. O original hebraico é um poema que não há como reproduzir adequadamente em tradução. Mas mesmo numa versão percebemos o espírito tumultuoso e a atmosfera aterrorizante que os ouvintes devem sentir. Moffatt traduz assim:

    Um dia de ira, aquele dia, de dor e aflição,

    Um dia de tensão e angústia, escuridão e tristeza, Um dia de nuvens e relâmpagos,

    Um dia de toques de trombeta e brados de guerra, Contra as torres fortificadas e os baluartes altos.

    A vida das pessoas não terá valor: O seu sangue se derramará como pó, e a sua carne, como esterco (17). Os bens materiais não lhes darão proteção: Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar (18). A frase final do versículo 18 tem esta leitura literal: "Pois um fim, certamente uma destruição terrível [ou súbita] ele fará". Uma devastação universal marcará este dia final, quando Deus "dará fim repentino a todos os que vivem na terra" (NVI).


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Sofonias Capítulo 1 versículo 11
    Moradores de Mactés:
    Bairro que, pelo que se presume, estava situado ao sul da cidade, embora não se conheça a sua exata localização.Sf 1:11 Todo o povo de Canaã: Outra tradução possível:
    todo o povo mercador. Ver Os 12:7,

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Sofonias Capítulo 1 do versículo 1 até o 18
    *

    1.1 Sobrescrito. Ver Introdução: Autor; Data e Ocasião.

    Palavra do SENHOR. Esta expressão refere-se à revelação recebida do Senhor e comunicada através do profeta.

    * 1.2-6 O profeta começa com uma proclamação de julgamento universal (vs. 2, 3), e rapidamente o particulariza contra Judá e Jerusalém (v. 4). Três pecados específicos são denunciados: a idolatria (v. 4), o sincretismo (v. 5), e a indiferença religiosa (v. 6).

    * 1.3 Consumirei os homens. Ver Mt 13:41, 42. O julgamento por vir é comparado àquele do dilúvio de Gênesis pelo uso das expressões “homens e os animais” e “aves dos céus” (conforme Gn 6:7; 7:23). Esta profecia será consumada no fim da História (2Pe 3:3-7).

    * 1.4 Estenderei a mão. Esta expressão refere-se ao poder de Deus empregado contra seus antagonistas (2.13; Êx 3:20; Dt 4:34; Is 5:25).

    resto de Baal. Tudo aquilo que resta da adoração de Baal será destruído. Esta afirmação pode significar que uma renovação espiritual já estava começando a acontecer e que a adoração a Baal já estava em declínio.

    *

    1.5 os que... adoram o exército do céu. A adoração a Baal e a adoração às estrelas eram pecados que haviam contribuído para o fim do reino do norte no século VIII a.C. (2Rs 17:16). Altares aparentemente foram erigidos sobre os telhados das casas (2Rs 23:12; Jr 19:13).

    Milcom. Ou, “Moloque”. Referência lateral. A adoração a este deus amonita, que envolvia a horrível prática do sacrifício infantil, era rigorosamente proibida (Lv 18:21, nota; 20:2-5; conforme 1Rs 11:5; 2Rs 23:10; Jr 32:35).

    * 1.6 seguir ao SENHOR. Ver 2.3.

    * 1.7 Cala-te. Ver Hc 2:20; Zc 2:13; Sl 46:10. O profeta exige submissão confiante ao Deus soberano da aliança. A ordem para “calar-se” está normalmente ligada a estar na presença do santo Deus (Hc 2:20; Zc 2:13).

    o Dia do SENHOR. Este termo ocorre freqüentemente nos escritos proféticos do Antigo Testamento. Pode referir-se a qualquer tempo específico quando o Divino Guerreiro, o Senhor dos Exércitos, é glorioso na vitória: contra Babilônia através dos medos (13 1:23-14.27'>Is 13:1-14.27), contra o Egito através dos babilônios (Ez 30:2-4), ou contra Israel através da Assíria (Is 10:5, 6, 20, 24). Este dia da vingança do Senhor contra os ímpios é também descrito como o tempo da libertação de Israel (Is 34:2—35.10), quando o Senhor decisivamente derrota toda a oposição de Israel (2.2, 9; 3:8-20; Jl 3:14-16). Este é também o dia do juízo final (Am 5:18-20). Ver notas em Ez 7:7 e Am 5:18.

    o SENHOR preparou o sacrifício. O iminente julgamento vindo sobre Judá é comparado a sacrifícios. A nação é um cordeiro sacrificial (Is 34:6; Jr 46:10; Ez 39:17-19).

    santificou os seus convidados. Ou, “consagrou os seus convidados” (Referência Lateral). Os convidados podem ser as nações que servem como o instrumento divino de julgamento (Is 10:5-10; Hc 1:6). Também podemos entender que os convidados (o povo da aliança) são eles mesmos as ofertas de sacrifício. A consagração dos convidados é necessária para respeitar a santidade do Senhor (Êx 19:10; 24.9-11), e nos lembra de elementos do ritual da Aliança no Monte Sinai (vs. 15, 16, nota).

    * 1.8 oficiais. Os filhos do rei e outros oficiais reais. Sua falta de compromisso com a aliança é evidenciada pela adoção de costumes e modo de se vestir estrangeiros, um sinal de deslealdade religiosa.

    *

    1.9 pedestal. O pedestal de um santuário pagão. Provavelmente uma prática religiosa palestina estava sendo imitada (1Sm 5:5).

    * 1.11 povo. Ou, “os mercadores”. Gritos de angústia surgem de todas as partes da cidade, retratando a extensão do mal e do julgamento. A classe mercante mais rica é particularizada por suas práticas comerciais gananciosas e corruptas (Am 8:4-6).

    * 1.12 esquadrinharei. Não há escapatória do exame divino (Sl 139; Am 9:1-4).

    apegados à borra do vinho. Ver a referência lateral. O profeta pinta o quadro do processo de fabricação do vinho. Assim como o sedimento do vinho, que se deposita no fundo e engrossa se não for mexido, os cidadãos de Jerusalém se tornaram acomodados (confirmados) em sua indiferença para com Deus. Por causa de sua total complacência para com Deus, eles o consideram como moralmente indiferente ao bem ou mal.

    * 1.14-18 Sofonias oferece mais detalhes do dia do Senhor, montando o palco para sua intensa súplica por arrependimento em 2:1-3.

    *

    1.15, 16 O dia do Senhor é apresentado com figuras assustadoras lembrando-os da teofania que acompanhou o estabelecimento da Aliança Mosaica no Monte Sinai (Êx 19:16), os termos que Judá tem violado. Alguns sugerem que “o dia do Senhor” aqui pode ser entendido como o dia da sua aliança, quando o Senhor estabelece sua aliança ou impõem suas leis.

    * 1.17 eles andarão como cegos. Uma das maldições da aliança vistas em Dt 28:28, 29.

    pecaram. A razão para o julgamento do Senhor sobre Judá é exposta em termos gerais. Ver nota em 3:1-5.

    *

    1.18 nem a sua prata nem o seu ouro. Ver Sl 49:6-9; Pv 11:4; Mt 16:26; 13 42:12-21'>Lc 12:13-21.

    zelo. Ver Êx 20:5; 34:14; Dt 4:24. O zelo de Deus pressupõe seu amor pactual. Ele redimiu um povo para torná-los seu “tesouro especial” (Êx 19:5). O amor pactual de Deus requer a lealdade absoluta do seu povo.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Sofonias Capítulo 1 do versículo 1 até o 18
    SOFONIAS serve como profeta para o Judá desde 640-621 a.C

    Ambiente da época: Josías foi o último rei bom do Judá. Seus valentes intentos para reformar a nação e fazê-la voltar para Deus provavelmente se deveu à influência do Sofonías.

    Mensagem principal: Chegará um dia quando Deus, como juiz, castigue severamente a todas as nações. Entretanto, depois do julgamento, O mostrará misericórdia a todos os que foram fiéis.

    Importância da mensagem: Todos seremos julgados por nossa desobediência a Deus; mas se permanecermos fiéis, O nos mostrará sua misericórdia.

    Profeta contemporâneo: Jeremías (627-586)

    1:1 Sofonías profetizou nos dias do Josías, rei do Judá (640-609 a.C.). Josías procurou deus e durante seu reinado se achou no templo os livros da Lei. depois de lê-los, Josías começou um grande avivamiento religioso no Judá (2 Rseis 22:1-23.25). Sofonías ajudou a este avivamiento ao advertir ao povo que viria julgamento se não abandonava seu pecado. Apesar de que este grande avivamiento levou a nação a Deus, não eliminou do todo a idolatria e só durou um curto tempo. Doze anos mais tarde, Babilônia conquistou ao Judá e a enviou ao cativeiro.

    1.2ss Deus, a maior autoridade de todas, advertiu-lhe com claridade ao povo do Judá. Este se negou a escutar porque duvidou do profeta de Deus e não acreditou que a mensagem proviesse do, ou porque duvidou de Deus mesmo, portanto, não acreditou que faria o que anunciou. Se nos negarmos a escutar a Palavra de Deus, a Bíblia, somos tão míopes como o povo do Judá.

    1:4 Quando os israelitas chegaram à terra prometida, não a limparam por completo de seus habitantes cananeos pagãos, quem adorava ídolos. Pouco a pouco os israelitas começaram a adorar os deuses dos cananeos. Apesar de que havia muitos deuses, Baal era o principal; simbolizava fortaleza e fertilidade. Deus se zangou grandemente porque seu povo se afastou do para adorar ao Baal.

    1.4-6 A história está cheia de ídolos e idólatras, e a idolatria prevalece inclusive até em nossos dias. Um ídolo é algo que reverenciamos mais que a Deus. Entretanto, à larga todos os ídolos demonstram sua carência de valor e o verdadeiro Deus prevalecerá. "Mas procurem primeiro o Reino de Deus" (Mt 6:33) e "não terá deuses alheios diante de mim" (Ex 20:3).

    1:5 O povo se converteu em politeísta, adorava a Deus e a todos outros deuses da terra. Acrescentou o "melhor" da adoração pagã à verdadeira fé em Deus e isto o corrompeu. Um destes deuses era Moloc, o deus nacional dos amorreos. A adoração ao Moloc incluía o sacrifício de meninos, um pecado abominável. Dos tempos do Moisés, aos israelitas lhes advertiu a respeito da adoração deste falso deus (Lv 18:21; Lv 20:5), mas se negaram a escutar.

    1:7 Muitos pensam que estas profecias têm um dobro cumprimento, um para o futuro próximo (muito pouco depois desta profecia) e outro para o futuro distante (possivelmente durante o fim dos tempos). Ocorreu um dia de julgamento e de grande matança durante a vida deste povo quando os babilonios invadiram a terra. Alguns eruditos entendem que estas profecias de julgamento se referem totalmente ao futuro. O profeta viu estas profecias como sucessos futuros, mas não pôde ver quando nem em que ordem se levariam a cabo.

    1.8, 9 Usar vestimenta pagã implicava que desejavam os deuses e estilos de vida estrangeiros. Os líderes que deveram ser um bom exemplo para o povo, adotavam as práticas estrangeiras e portanto, mostravam seu desprezo para o Senhor e passavam por cima seus mandamentos contra adotar a cultura pagã.

    1:12 Deus esquadrinharia a cidade minuciosamente e castigaria a quem o merecesse. E porque eles não esquadrinharam seus corações porque sentiam prazer com o caos moral que os rodeava e eram indiferentes a Deus, este usaria aos babilonios para castigá-los. dentro de uns vinte anos os babilonios entrariam em Jerusalém, arrastariam ao povo fora de seus refúgios, tomariam prisioneiros ou os matariam. Nenhum escaparia ao julgamento de Deus, não haveria lugar onde ocultar-se.

    1.12-14 Algumas pessoas pensam que Deus é como um indulgente avô celestial, agradável quando se tem ao lado, mas que pode moldar a vida moderna. Não acreditam em seu poder nem em seu castigo vindouro. Entretanto, Deus é santo e portanto, julgará com diligência e castigará com justiça a todo aquele que se contente em sua vida de pecado, que é indiferente ao ou que não lhe preocupa a justiça. Quando às pessoas Deus lhe é indiferente, tende a pensar que O é indiferente a seu pecado. Levarão-se a surpresa de ver que "próximo está o dia grande da Jehova".

    1.14-18 O grande dia do Jeová estava perto; logo os babilonios viriam e destruiriam Jerusalém. O dia de o Jeová também está perto para nós. Deus promete um julgamento final, um dia de destruição mundial. A conquista babilônica ocorreu tão certa e horrivelmente como o predisse Sofonías. E o dia final do julgamento de Deus também é seguro, como também o é sua capacidade para salvar. Para salvar do julgamento, reconheça que pecou, que seu pecado trará julgamento, que não se pode salvar a si mesmo e que unicamente Deus pode fazê-lo.

    1:18 O dinheiro e a riqueza são bons em seu lugar, mas inúteis ante Deus. Nesta vida, o dinheiro pode torcer nossa perspectiva, nos dando sentimentos de segurança e de poder. No julgamento, solo importa a obra redentora de Cristo a nosso favor. Unicamente O nos resgatará se acreditarem no. Não confie no dinheiro, confie em Cristo.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Sofonias Capítulo 1 do versículo 1 até o 18
    I. juízo a Judá (Sf 1:1)

    2 Eu vou consumir por completo tudo de sobre a face da terra, diz o Senhor. 3 I irá consumir homem e animal; Consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços juntamente com os ímpios; e eu vou cortar o homem de sobre a face da terra, diz o Senhor. 4 E estenderei a minha mão contra Judá, e contra todos os habitantes de Jerusalém; e eu vou cortar o restante de Baal a partir deste lugar, e o nome do Chemarim com os sacerdotes; 5 e os que adoram o exército do céu em cima dos telhados; e os que se inclinam, que juram ao Senhor, e juram por Milcom; 6 e os que deixam de seguir ao Senhor; e os que não buscam ao Senhor, nem perguntam por ele.

    A profecia de Sofonias é uma descrição eloqüente do dia do Senhor, um dia de juízo devastador e ardor de fogo contra toda a maldade. Devido ao caráter de sua mensagem, este livro foi a inspiração para o hino latino de destaque no julgamento final, Dies Irae , por Tomé Celano, em AD 1250.

    A declaração repetida, vou consumir, enfatiza a proporção catastrófica do presente acórdão. A palavra consumir expressa uma nota de finalidade. O julgamento é estar sobre as criaturas inferiores (besta, aves, e peixes), bem como sobre o homem. O pecado do homem causou toda a natureza a ser marcada (conforme Rm 8:21 ).

    A ira de Deus é contra os idólatras que adoram a lua e as estrelas. É contra conciliadores que dividem a sua lealdade entre Jeová Malcã (Moloch, vv. Sf 1:3-5 ). É contra os apóstatas, apóstatas, e todos os homens injustos (v. Sf 1:6 ).

    C. A proximidade do julgamento é declarado (1: 7-18)

    7 Cala-te da presença do Senhor Deus; para o dia do Senhor está perto, pois o Senhor tem preparado um sacrifício, ele tem santificado os seus convidados. 8 E ela deve vir a passar no dia do sacrifício do Senhor, em que castigarei os príncipes, e os filhos do rei, e todos os que se vestem de trajes estrangeiros. 9 E naquele dia eu vou punir todos aqueles que saltam sobre o umbral, que enchem a casa de seu mestre de violência e engano. 10 E naquele dia, diz o Senhor, deve haver o ruído de um grito da porta do peixe, e um uivo desde o segundo trimestre, e uma grande crashing das colinas. 11 Wail, vós, moradores de Maktesh; para todo o povo de Canaã são desfeitos; todos os que estavam carregados de prata são destruídos. 12 E sucederá que, nesse momento, que vou procurar Jerusalém com lanternas; e eu vou punir os homens que estão assentados sobre as suas fezes, que dizem no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o mal. 13 E sua riqueza servirá de despojo e as suas casas em desolação: sim, eles devem construir casas, mas não habitarão nelas; e plantarão vinhas, mas não beberão o seu vinho.

    14 O grande dia do Senhor está perto, está próximo e se apressa muito, até mesmo a voz do dia do Senhor; o poderoso homem clama lá amargamente. 15 Aquele dia é dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e desolação, dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e densas trevas, 16 de um dia da trompete e alarme, contra as cidades fortificadas e contra as ameias altas. 17 E Trarei angústia sobre os homens, e eles andarão como cegos, porque pecaram contra o SENHOR; e seu sangue se derramará como pó, ea sua carne como esterco. 18 Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da indignação do Senhor; mas toda a terra será consumida pelo fogo do seu zelo, porque ele fará um fim, sim, um fim terrível, de todos os que habitam na terra.

    Um sacrifício geralmente implica o abate. Aqui, o sacrifício é para ser a nação judaica, e os convidados são guerreiros pagãos. Davidson diz que a declaração, aqueles que saltam sobre o umbral, é "uma referência para os sacerdotes de Dagon, que evitou pisar no limiar do seu templo, porque o ídolo tinha caído em cima dele."

    Imagem Não mais gráfica do Dia do Juízo Final é encontrado nas Escrituras do que o que aparece nos versículos 14:18 do capítulo. Este julgamento vai envolver não só o indivíduo, mas a nação e do mundo inteiro. Será um dia de tribulação e de angústia (conforme 15:24 ; Is 30:6) , dia de nuvens e densas trevas (v. Sf 1:15 ), um dia de trombeta e de alarme. Vai ser um dia em que, por causa da dor e do sofrimento (v. Sf 1:14 ), os homens fortes chorarão amargamente. Porque eles pecaram contra o Senhor (v. Sf 1:17 ), ele fará uma final, sim, um terrível final (v. Sf 1:18 ; conforme Na 1:8 ; Dt 4:24. ; Dt 29:20 ; Sl 79:5 ; Hb. 12: 29 ).


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Sofonias Capítulo 1 do versículo 1 até o 18
    SOFONIAS

    Esse homem não foi um pregador comum. Ele era tetraneto do rei Ezequias, um dos governantes mais famosos dejudá. O sangue real cor-ria em suas veias, mas, mais impor-tante ainda, ele tinha a mensagem de Deus nos lábios. Sofonias pre-gou durante o reinado do rei Josias, um período de "avivamento" reli-gioso (veja 2Rs 22:0). Josias foi coroado Jl 8:0 Ap 19:7-66. O baru-lho da invasão terá início na porta mais distante da cidade e, depois, irá direto para o topo do monte Sião. Mas esse barulho não é dos soldados estrangeiros em opera-ção; é do Senhor esquadrinhando a cidade com uma lanterna, expondo o pecado e castigando os maus. Os versículos 14:16 usam 11 palavras diferentes para descrever a chega-da do dia do Senhor. O rico e o po-bre sofrerão, e a prata e o ouro não podem salvar ninguém.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Sofonias Capítulo 1 do versículo 1 até o 18
    1.1 Sofonias. Seu nome significa "Jeová escondeu". Sua genealogia é dada até quatro gerações passadas. Uma das razões disto é mostrar que ele era um descendente da realeza. Era um trineto do piedoso rei de Judá, Ezequias. Ele era contemporâneo de Jeremias e Miquéias.

    1:2-6 O julgamento é anunciado.
    1.2.3 Será um julgamento completo: "Todas as coisas".
    1.3 Ofensas. "Pedra de tropeço". Todos os objetos que serviram de causas de tropeço moral e religioso (cf. Ez 14:3; Mt 13:41).

    1.4 Baal. Era o ídolo do deus dos fenícios e cananitas. A palavra significa "senhor" ou "possuidor". Práticas sensuais eram ligadas à adoração deste deus. Quemarim, no heb, é o nome dado a sacerdotes idólatras que os reis de Judá estabeleceram para incensar sobre os altos nas cidades de Judá e ao redor de Jerusalém (ver 2Rs 23:5).

    1.5 Milcom. Também chamado Moloque, o deus dos amonitas (1Rs 11:5, 1Rs 11:7, 1Rs 11:33; 2Rs 23:13, Nu 15:39).

    1.9 Talvez uma prática supersticiosa (conforme 1Sm 5:5). Aqui se refere aos ladrões que entraram para saquear.

    1.10 Porta do Peixe. Uma das portas de Jerusalém.

    1.11 Mactés. Entre os morros do leste e oeste, no vale Tiropoeom (conforme NDB p 806).

    1.12 Deus irá explorar todo o canto escuro e julgar todo o pecado. "Os homens que estão à borra do vinho", esta figura foi tomada do vinho que se tornou azedo por ter permanecido muito tempo na borra. As pessoas aqui referidas são aquelas afundadas na estagnação moral e indiferença espiritual. São homens como o rico louco de Lc 12:16-42.

    1.13 O fim destes homens é declarado.
    1:14-18 O julgamento do Senhor é vividamente descrito nestes versos. Entre todas as referências da Bíblia ao "Dia do Senhor", em nenhuma é descrita com mais detalhes do que aqui. É um dia amargo... de indignação... angústia... alvoroço... desolação... escuridade... negrume... nuvens... densas trevas... trombeta e... rebate. Aqui temos um dos protótipos veterotestamentários das visões apocalípticas, que são claramente definidas em Zacarias, em Daniel e em Apocalipse.

    1.18 Nada os livrará da ira de Deus, que atuará sem impedimento naquele dia; prata e puro não terão nenhum valor. Poderemos, no entanto, nos livrar daquele dia, se recebermos Cristo como nosso Salvador (conforme 1Pe 1:18,1Pe 1:19).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Sofonias Capítulo 1 do versículo 1 até o 18
    I.    INTRODUÇÃO (1.1)
    v. 1. Acerca de Sofonias, sua genealogia e data, v. Introdução.
    II.    A DESTRUIÇÃO DO MUNDO: FOCO EM JUDÁ E JERUSALÉM (1:2-6)
    Um cataclismo cósmico, mais destrutivo do que o Dilúvio nos tempos de Noé, de tanto os homens quanto os animais [...] as aves do céu e os peixes do mar, é esperado. Na teologia bíblica, o pecado do homem é sempre visto como tendo conseqüências cósmicas. terra: heb. ,adãmãh aqui e em 1.3. Conforme ’ene$, 1.18 (duas vezes); 3.8. Ambos os termos podem significar simplesmente “terra”. Mas se Sofonias quer dizer que Israel é o alvo principal da ira que inclui apenas alguns dos seus vizinhos imediatos, ele está virando a escatologia de Amós (1.3—2.8; 5.18ss) de ponta-cabeça, pois Amós, em contraste com a crença popular, inclui Israel com as nações que estão sob a ira universal, e não as nações com Israel. A interpretação universal torna difícil a reconciliação Dt 1:2-5; Dt 3:8 Ct 2:0; Dt 2:13b,Dt 2:14a. Em 1:4-13, temos o retrato geral dos males em Judá. Entre eles, estão o sincretismo religioso (v. 4ss), a deslealdade nacional (v. 8), a pilhagem social (v. 9) e a indiferença a Javé (v. 12). Por outro lado, esses versículos podem descrever vários desvios religiosos (cf. Watts): adoração a Baal (v. 4) e a deidades assírias (v. 5), o sincretismo entre javismo e a religião amonita (v. 5), a apatia em relação ao javismo (v. 6), a adoração a Moloque (v. 8), a adoção de roupas de cultos pagãos (v. 8), o sacrilégio do Lugar Santíssimo ou a participação na adoração a ídolos (v. 9a), a introdução da adoração pagã no templo de Jerusalém (v. 9b), e o conseqüente ceticismo materialista entre o povo comum (v. 10-13). v. 4. o remanescente de Baal implica que as reformas tinham sido iniciadas; v. Introdução: Data da composição. Outros traduzem da seguinte forma: “(a adoração) a Baal até os últimos vestígios (remanescente)”, mas a NVI é mais natural. Uma reavaliação positiva da historicidade de 2Cr 34:3-14, geralmente questionada, ajudaria aqui. Conforme J. Bright, p. 317; F. F. Bruce, Israel and the Nations (1969), p. 71. A expressão “com os sacerdotes”, na 5A, é omitida nos melhores textos da LXX e é metrica-mente supérflua no TM. O heb. kõhanim tem um conjunto amplo de significados incluindo sacerdotes javistas ortodoxos e sacerdotes de outras religiões (BDB), mas o significado de Pmãrim é incerto; conforme F. F. Bruce, Israel and the Nations, p. 80; conforme Chemarim, NBD. O heb. ‘im hakõhamm, “com os sacerdotes”, talvez seja uma forma corrompida de sêrn hakõhanim, uma nota marginal mais antiga para explicar a forma rara sêm hatmãrím, os nomes dos ministros idólatras e dos sacerdotes no texto original principal, v. 5. o exército de estrelas: a adoração de deidades astrais era uma característica da religião assíria adotada por Manassés (2Rs 21:02ss; 16:2-5). J. H. Gailey sugere que numa festa dessas o convidado consagrado poderia ser honrado, ao passo que aqui os convidados, que ele considera o povo de Judá, devem ser mortos. A terminologia lembra de forma marcante a purificação sob o rei Jeú em 2Rs 10:18-12; conforme Sf 1:4. v. 8. líderes: i.e., os príncipes, ou oficiantes do culto a Moloque. os filhos dos reis: Os Filhos de Josias eram jovens demais (2Rs 23:26; 2Rs 22:1; conforme ICC)-, NEB: “casa real”. Watts traz “Filhos de Melek”, referência à deidade amonita, ao transliterar o heb. melek, em vez de traduzir o termo por rei. Conforme Moleque, Moloque no NDB. roupas estrangeiras: Evidência de falta de respeito próprio nacional (IB: conforme 12b; Mt 11:8), ou, no contexto, referência a roupas cultuais pagãs. v. 9. os que evitam pisar a soleira (“aqueles que saltam sobre o umbral”, ARC): Essa expressão obscura pode ser uma referência a (a) injustiça social; a privação forçada pelos ricos sobre os pobres (Pusey); (b) roubo; referência a evitar o contato com as deidades protetoras da casa que, assim se cria, residiam na soleira (WG); (c) adoção de um costume filisteu, cf, 1Sm

    5.5, com a presença dos “queretitas” (v. 2.5 adiante) ou “cários” no templo em 2Rs 11:42Rs 11:19; (d) “os que saltam no terraço do templo” (NEB), subindo no Lugar Santíssimo, ou na plataforma do altar (conforme Ex 20:24ss), “provavelmente uma prática comum na adoração às estrelas” (Watts); (e) “que sobe no pedestal [de um ídolo]” (Gerleman), i.e., “que adora um ídolo” (Hyatt). V. mais sugestões no ICC. o templo de seus deuses: heb. “a casa dos seus senhores” ou (a) o templo; LXX: “que enchem a casa do Senhor, seu Deus, com falsidade e fraudulência”, ou, segundo Watts, “que enchem [...] com seus senhores (ídolos), falsos e fraudulentos” (conforme 2Rs 21:3-12; Jr 7:30. “Ser transformado na mesma imagem” aplica-se tanto aos adoradores que têm uma concepção equivocada da divindade quanto aos adoradores do próprio Javé; Jr 2:5,Jr 2:8,Jr 2:11. Ao negar a intervenção divina na história, o próprio povo de Deus tornou-se indiferente e inativo, v. 13,14. A suposta incoerência entre os v. 13 e 14 (IB) se deve a um literalismo exagerado na interpretação da apresentação vívida dos diferentes aspectos da verdade. A frustração da ambição materialista (v. 13) e a proximidade do juízo (v. 14) não são incompatíveis particularmente se está em vista o cronograma da vida das nações, os guerreiros gritarão-, NEB: “O dia do Senhor será mais rápido que um corredor, e mais veloz que um guerreiro”. G. A. Smith: “Um homem forte vai chorar amargamente”. O melhor estilo hebraico da emenda textual da NEB é compensação insuficiente para a falta de mordacidade, v. 15. Aquele dia será um dia de ira\ Ira, como uma iniciativa vigorosa contra o pecado, é um antropopatismo.

    Expurgado das noções de perda de controle associadas com as paixões humanas, é uma imagem legítima e necessária. Os efeitos da ira divina são crise emocional profunda, perda de posses materiais, transtornos cósmicos e o terror da invasão (v. 15,16). Conforme 1.18. v. 17. aflição [...] como se fossem cegos: Descreve o estado de choque sem propósito e direção e as condições cambaleantes dos homens diante da magnitude da calamidade, sangue [...] como poeira: Os sinais da morte violenta tornam-se uma banalidade como a poeira, entranhas: O hebraico é incerto. O único outro uso está em 20:23, e possivelmente é um eufemismo para “intestinos” (NEB). lixo: Paralelo a poeira-, comum demais para evocar um comentário numa sociedade que usava animais para o transporte e que não possuía um sistema moderno de esgoto subterrâneo, v. 18.prata [...] ouro [...] salvá-los: “Comprar” um invasor era prática comum, de modo que não há ligação certa com Psamético do Egito e os citas invasores (Heródoto, História, I.

    104,5). zelo [...] será consumido: Apesar de ter um problema métrico, da sua relação Ct 3:8, da sua tautologia com a linha seguinte e da destruição universal predita, não há evidências concretas nos manuscritos para interpolações (conforme IB: Hyatt). O zelo divino (conforme 1.15) é uma paixão que gera confiança e um relacionamento de lealdade entre Deus e o seu povo pelo qual ele vai erradicar a incursão que seja prejudicial ao relacionamento.

    ele dará fim repentino a todos os que vivem na terra: O fato de essa destruição total impedir qualquer possibilidade do tipo de relacionamento que deveria gerar não incomoda Sofonias, a não ser a preocupação em 2.1ss! Só isso já seria suficiente para advertir contra a aplicação de uma hermenêutica literal. Sofonias ainda não enxergava a revelação neo-testamentária de um novo relacionamento purificado de toda mancha e que culminasse numa vida após a morte (Conforme Cl 1:21,Cl 1:22; Jd 1:248ss; 1Co 15:42ss; Fp 1:23; lTs 4.13ss etc.).


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Sofonias Capítulo 1 do versículo 7 até o 13
    b) O julgamento definido (Sf 1:7-36). Assentados sobre as suas fezes (12; lit. "engrossados em suas fezes"). Essa frase é um quadro de vinho que foi deixado em repouso por longo tempo. O profeta a emprega a fim de descrever aqueles que, por falta de humilhadora disciplina da adoração a Deus, se tinham tornado "grosseiros" e insensíveis para com Jeová. Que revelação seria o julgamento vindouro para aqueles que pensam que Deus é moralmente indiferente e que Lhe dizem: O Senhor não faz bem nem faz mal (12); em outras palavras, "O Senhor nunca faz coisa alguma" (Moffatt). No versículo 13 a frase edificarão casas... era uma frase comum que significa que não desfrutariam do fruto de seus labores (Cam. Bible, pág. 117).

    Dicionário

    Arruinado

    arruinado (u-i), adj. 1. Que está em ruínas. 2. Reduzido à pobreza; falido. 3. De saúde combalida.

    Canaã

    Baixo, plano. 1. Quarto filho deCão (Gn 10:6 – 1 Cr. 1.8), progenitor dos vários povos que antes da conquista dos israelitas, se tinham estabelecido no litoral da Palestina, ocupando, de um modo geral, todo o país ao ocidente do rio Jordão (Gn 10:15). Uma maldição foi lançada sobre a terra de Canaã, em virtude do procedimento pouco respeitoso de Cão para com seu pai Noé (Gn 9:20-27). 2. o nome de Canaã é, algumas vezes, empregado por ‘terra de Canaã’.

    Filho de Cão e neto de Noé (Gn 9:18-22; 10:6). Após a prática de um tipo de pecado sexual particularmente triste e pernicioso, que envolveu o pai embriagado e seu filho Cão, Noé amaldiçoou Canaã, seu neto, e, em contraste, abençoou Sem (Gn 9:25-27). No transcorrer do tempo, foi desta linhagem que vieram Abraão e, finalmente, os israelitas, enquanto os descendentes de Canaã tornaram-se as tribos que causaram muitos problemas a Israel e freqüentemente eram derrotadas em batalha: heteus, jebuseus, amorreus, etc. (Gn 10:15-18). A terra que mais tarde foi chamada de “Canaã” era ocupada por tribos como a dos amorreus, que provavelmente é uma derivação do seu nome.


    Canaã [Baixo; Plano]


    1) Filho de CÃO 1, (Gn 9:18). Seus descendentes ocuparam a região de Canaã (Gn 9:18).


    2) Nome antigo da Palestina, terra dos cananeus (Sl 105:11).


    -

    Dinheiro

    [...] Embora auxilie na aquisição de alguns bens e responda pela solução de várias dificuldades, quase sempre, mal utilizado, é causa de desditas e misérias que se arrastam por séculos, naquele que o malversa como nas suas vítimas.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 3

    [...] As moedas para a perdição têm o valor que lhes dão os que delas dependem para o uso maléfico das paixões. Transformadas em leite e pão, medicamento e agasalho, casa e abrigo para os necessitados, tornam-se bênção da vida para a dignificação humana. Não resolvem, porém, todos os problemas, pois que alguns são da alma, que somente através de meios próprios logra solucioná-los. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 26

    [...] O dinheiro é neutro. Tanto pode ser utilizado para o bem como para o mal. [...]
    Referencia: SIMONETTI, Richard• A voz do monte• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - A condição fundamental

    Excessivo dinheiro é porta para a indigência, se o detentor da fortuna não consolidou o próprio equilíbrio.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 27

    Dinheiro que domina é sombra congelante das nossas melhores oportunidades de aprimoramento, mas dinheiro dirigido pelo serviço e pela caridade é veículo de progresso a ascensão.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 5

    Tirano destruidor é o dinheiro que se faz senhor do destino. Servo precioso é ele, quando dirigido na sementeira do bem.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] O dinheiro demasiado, quando não se escora no serviço aos semelhantes, é perigoso tirano da alma.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 8


    Dinheiro Ver Ricos.

    Dinheiro Meio de compra e venda de mercadorias e bens. Os israelitas começaram a usar dinheiro aí pelo oitavo século a.C. Antes disso pesava-se prata ou ouro para fazer pagamentos (Gn 23:16). As moedas e peças de metal usadas como dinheiro mencionadas na Bíblia são: CEITIL (ou asse), DARICO, DENÁRIO ou dinheiro, DIDRACMA, DRACMA, ESTÁTER, LEPTO, MINA, MOEDA DE PRATA, PEÇA DE DINHEIRO ou quesita, PIM, QUADRANTE, SICLO, TALENTO. V. tabela de PESOS, DINHEIRO E MEDIDAS.

    Nos tempos antigos, antes da fabricação da moeda, o ouro e a prata eram pesados para os pagamentos (Gn 23:16). Em toda a história de José achamos provas de se fazer uso do dinheiro de preferência à troca. Todo o dinheiro do Egito e de Canaã foi dado a Faraó pelo trigo comprado, e só então tiveram os egípcios de recorrer à permutação (Gn 47. 13 a 26). No tempo do Êxodo o dinheiro era ainda pesado (Êx 30:13), sendo a prata o metal mencionado – o ouro, ainda que estimável, não se empregava como dinheiro. Não encontramos na Bíblia alguma prova de se usar dinheiro cunhado, antes do tempo de Esdras. Vejam-se as palavras que significam as diversas espécies de moeda. (*veja Denário.)

    Vem do latim denarius, moeda de prata que valia dez asses, uma tradicional moeda de cobre. Por ser a moeda mais utilizada em Roma, tanto no Império quanto na República, o nome adquiriu valor genérico e passou a designar qualquer espécie de meio circulante. Entrou também no espanhol como dinero, no francês como denier (embora a forma preferida por aquele idioma seja argent ? literalmente, "prata") e no italiano como denaro (embora a forma preferida seja soldo). O termo chegou até o árabe, que, em contato com os povos da Península Ibérica, importou a forma dinar. No fim da Idade Média, Portugal e Espanha chegaram a cunhar dinheiros de prata; é por isso que nas traduções mais antigas do Novo Testamento para nosso idioma, Judas não vende Jesus por trinta moedas de prata, mas por "trinta dinheiros".

    substantivo masculino Cédula ou moeda usada como forma de pagamento.
    Bens materiais; riqueza, fortuna.
    Modo de pagamento que, tanto no formato de cédulas como no de moedas, é emitido e regido pelo governo de cada nação.
    Economia O que se consegue converter para dinheiro; diz-se das ações, títulos etc., que podem ser convertidos em dinheiro.
    Economia Qualquer quantia designada em dinheiro.
    expressão Dinheiro quente. Capitais que se movem rápido de um lugar para outro, para aproveitar as variações das taxas de juros; reservas monetárias ou capitais de investimento empregados a curto prazo na compra de moeda estrangeira, visando ao lucro com as diferenças no câmbio (hot money).
    Etimologia (origem da palavra dinheiro). Do latim denarius.ii.

    Mactes

    Lugar oco, ou cavidade

    Povo

    substantivo masculino Conjunto das pessoas que vivem em sociedade, compartilham a mesma língua, possuem os mesmos hábitos, tradições, e estão sujeitas às mesmas leis.
    Conjunto de indivíduos que constituem uma nação.
    Reunião das pessoas que habitam uma região, cidade, vila ou aldeia.
    Conjunto de pessoas que, embora não habitem o mesmo lugar, possuem características em comum (origem, religião etc.).
    Conjunto dos cidadãos de um país em relação aos governantes.
    Conjunto de pessoas que compõem a classe mais pobre de uma sociedade; plebe.
    Pequena aldeia; lugarejo, aldeia, vila: um povo.
    Público, considerado em seu conjunto.
    Quantidade excessiva de gente; multidão.
    [Popular] Quem faz parte da família ou é considerado dessa forma: cheguei e trouxe meu povo!
    substantivo masculino plural Conjunto de países, falando em relação à maioria deles: os povos sul-americanos sofreram com as invasões europeias.
    Designação da raça humana, de todas as pessoas: esperamos que os povos se juntem para melhorar o planeta.
    Etimologia (origem da palavra povo). Do latim populus, i “povo”.

    São

    adjetivo Que se encontra em perfeito estado de saúde; sadio: homem são.
    Que não está estragado: esta fruta ainda está sã.
    Que contribui para a saúde; salubre: ar são.
    Figurado Concorde com a razão; sensato, justo: política sã.
    Por Extensão Que não está bêbado nem embriagado; sóbrio: folião são.
    Sem lesão nem ferimento; ileso, incólume: são e salvo.
    Que age com retidão; justo: julgamento são; ideias sãs.
    Em que há sinceridade, franqueza; franco: palavras sãs.
    substantivo masculino Parte sadia, saudável, em perfeito estado de algo ou de alguém.
    Aquele que está bem de saúde; saudável.
    Característica da pessoa sã (sensata, justa, sincera, franca).
    Condição do que está completo, perfeito.
    expressão São e salvo. Que não corre perigo: chegou em casa são e salvo!
    Etimologia (origem da palavra são). Do latim sanus.a.um.
    substantivo masculino Forma abreviada usada para se referir a santo: São Benedito!
    Etimologia (origem da palavra são). Forma sincopada de santo.

    adjetivo Que se encontra em perfeito estado de saúde; sadio: homem são.
    Que não está estragado: esta fruta ainda está sã.
    Que contribui para a saúde; salubre: ar são.
    Figurado Concorde com a razão; sensato, justo: política sã.
    Por Extensão Que não está bêbado nem embriagado; sóbrio: folião são.
    Sem lesão nem ferimento; ileso, incólume: são e salvo.
    Que age com retidão; justo: julgamento são; ideias sãs.
    Em que há sinceridade, franqueza; franco: palavras sãs.
    substantivo masculino Parte sadia, saudável, em perfeito estado de algo ou de alguém.
    Aquele que está bem de saúde; saudável.
    Característica da pessoa sã (sensata, justa, sincera, franca).
    Condição do que está completo, perfeito.
    expressão São e salvo. Que não corre perigo: chegou em casa são e salvo!
    Etimologia (origem da palavra são). Do latim sanus.a.um.
    substantivo masculino Forma abreviada usada para se referir a santo: São Benedito!
    Etimologia (origem da palavra são). Forma sincopada de santo.

    são adj. 1. Que goza de perfeita saúde, sadio. 2. Completamente curado. 3. Salubre, saudável, sadio. 4. Que não está podre ou estragado. 5. Reto, justo. 6. Impoluto, puro; sem defeitos. 7. Ileso, incólume, salvo. 8. Justo, razoável. 9. Inteiro, intacto, sem quebra ou defeito (objeto). Sup. abs. sint.: saníssimo. Fe.M: sã. S. .M 1. Indivíduo que tem saúde. 2. A parte sã de um organismo.

    Uivar

    verbo intransitivo Dar uivos, som dos lobos, cães ou animais semelhantes.
    Berrar de maneira semelhante ao uivo; ulular, vociferar.
    verbo transitivo direto , bitransitivo e intransitivo Figurado Soltar gritos prolongados: uivava que o mundo ia acabar; uivar de dor; terminou a vida a uivar.
    substantivo masculino Uivo; a voz da fera: ressoava longe o uivar das feras.
    Etimologia (origem da palavra uivar). Do latim ululare.

    Uivar
    1) Emitir sons chorosos (cães, lobos e outros animais; Is 13:6).


    2) Gemer e gritar (Is 65:14).


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Sofonias 1: 11 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Uivai em lamentação, vós, habitantes de Mactes, porque todo o povo que negociava está arruinado, todos os que estavam carregados de prata foram destruídos.
    Sofonias 1: 11 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    638 a.C.
    H1820
    dâmâh
    דָּמָה
    cessar, fazer cessar, cortar fora, destruir, perecer
    ([that] perish)
    Verbo
    H3213
    yâlal
    יָלַל
    ()
    H3427
    yâshab
    יָשַׁב
    e morava
    (and dwelled)
    Verbo
    H3588
    kîy
    כִּי
    para que
    (that)
    Conjunção
    H3605
    kôl
    כֹּל
    cada / todo
    (every)
    Substantivo
    H3667
    Kᵉnaʻan
    כְּנַעַן
    de Canaã
    (of Canaan)
    Substantivo
    H3701
    keçeph
    כֶּסֶף
    prata, dinheiro
    (in silver)
    Substantivo
    H3772
    kârath
    כָּרַת
    cortar, cortar fora, derrubar, cortar uma parte do corpo, arrancar, eliminar, matar, fazer
    (be cut off)
    Verbo
    H4389
    Maktêsh
    מַכְתֵּשׁ
    ()
    H5187
    nᵉṭîyl
    נְטִיל
    levantar fumaça, envolver numa neblina
    (having been puffed up)
    Verbo - Particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Passivo - nominativo masculino Singular
    H5971
    ʻam
    עַם
    as pessoas
    (the people)
    Substantivo


    דָּמָה


    (H1820)
    dâmâh (daw-mam')

    01820 דמה damah

    uma raiz primitiva; DITAT - 438; v

    1. cessar, fazer cessar, cortar fora, destruir, perecer
      1. (Qal)
        1. cessar
        2. fazer cessar, destruir
      2. (Nifal)
        1. ser cortado fora
        2. ser desfeito, ser destruído à vista da teofania

    יָלַל


    (H3213)
    yâlal (yaw-lal')

    03213 ילל yalal

    uma raiz primitiva; DITAT - 868; v

    1. (Hifil) uivar, lamentar, dar um uivo

    יָשַׁב


    (H3427)
    yâshab (yaw-shab')

    03427 ישב yashab

    uma raiz primitiva; DITAT - 922; v

    1. habitar, permanecer, assentar, morar
      1. (Qal)
        1. sentar, assentar
        2. ser estabelecido
        3. permanecer, ficar
        4. habitar, ter a residência de alguém
      2. (Nifal) ser habitado
      3. (Piel) estabelecer, pôr
      4. (Hifil)
        1. levar a sentar
        2. levar a residir, estabelecer
        3. fazer habitar
        4. fazer (cidades) serem habitadas
        5. casar (dar uma habitação para)
      5. (Hofal)
        1. ser habitado
        2. fazer habitar

    כִּי


    (H3588)
    kîy (kee)

    03588 כי kiy

    uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj

    1. que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
      1. que
        1. sim, verdadeiramente
      2. quando (referindo-se ao tempo)
        1. quando, se, embora (com força concessiva)
      3. porque, desde (conexão causal)
      4. mas (depois da negação)
      5. isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
      6. mas antes, mas
      7. exceto que
      8. somente, não obstante
      9. certamente
      10. isto é
      11. mas se
      12. embora que
      13. e ainda mais que, entretanto

    כֹּל


    (H3605)
    kôl (kole)

    03605 כל kol ou (Jr 33:8) כול kowl

    procedente de 3634; DITAT - 985a; n m

    1. todo, a totalidade
      1. todo, a totalidade de
      2. qualquer, cada, tudo, todo
      3. totalidade, tudo

    כְּנַעַן


    (H3667)
    Kᵉnaʻan (ken-ah'-an)

    03667 כנען K ena ̂ aǹ

    procedente de 3665, grego 5477 Ξανααν; DITAT - 1002,1002b; Canaã = “terras baixas” n pr m

    1. o quarto filho de Cam e o progenitor dos fenícios e das várias nações que povoaram a costa marítma da Palestina n pr loc
    2. a região oeste do Jordão povoada pelos descendentes de Canaã e subseqüentemente conquistada pelos israelitas sob a liderança de Josué n m
    3. mercador, comerciante

    כֶּסֶף


    (H3701)
    keçeph (keh'-sef)

    03701 כסף keceph

    procedente de 3700; DITAT - 1015a; n m

    1. prata, dinheiro
      1. prata
        1. como metal
        2. como ornamento
        3. como cor
      2. dinheiro, siclos, talentos

    כָּרַת


    (H3772)
    kârath (kaw-rath')

    03772 כרת karath

    uma raiz primitiva; DITAT - 1048; v

    1. cortar, cortar fora, derrubar, cortar uma parte do corpo, arrancar, eliminar, matar, fazer aliança
      1. (Qal)
        1. cortar fora
          1. cortar fora uma parte do corpo, decapitar
        2. derrubar
        3. talhar
        4. entrar em ou fazer uma aliança
      2. (Nifal)
        1. ser cortado fora
        2. ser derrubado
        3. ser mastigado
        4. ser cortado fora, reprovar
      3. (Pual)
        1. ser cortado
        2. ser derrubado
      4. (Hifil)
        1. cortar fora
        2. cortar fora, destruir
        3. derrubar, destruir
        4. remover
        5. deixar perecer
      5. (Hofal) ser cortado

    מַכְתֵּשׁ


    (H4389)
    Maktêsh (mak-taysh')

    04389 מכתש Maktesh

    o mesmo que 4388; n m

    Mactés = “um gral” ou “buraco profundo”

    1. um buraco ou vale evidentemente na área da grande Jerusalém

    נְטִיל


    (H5187)
    nᵉṭîyl (net-eel')

    05187 נטיל n etiyl̂

    procedente de 5190; DITAT - 1353b; adj

    1. peso

    עַם


    (H5971)
    ʻam (am)

    05971 עם ̀am

    procedente de 6004; DITAT - 1640a,1640e; n m

    1. nação, povo
      1. povo, nação
      2. pessoas, membros de um povo, compatriotas, patrícios
    2. parente, familiar