Enciclopédia de Zacarias 9:3-3

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

zc 9: 3

Versão Versículo
ARA Tiro edificou para si fortalezas e amontoou prata como o pó e ouro, como a lama das ruas.
ARC E Tiro edificou para si fortalezas, e amontoou prata como o pó, e ouro fino como a lama das ruas.
TB Tiro edificou para si um lugar forte, e amontoou prata como o pó e ouro fino como a lama das ruas.
HSB וַתִּ֥בֶן צֹ֛ר מָצ֖וֹר לָ֑הּ וַתִּצְבָּר־ כֶּ֙סֶף֙ כֶּֽעָפָ֔ר וְחָר֖וּץ כְּטִ֥יט חוּצֽוֹת׃
LTT E Tirus edificou para si fortalezas, e amontoou prata como o pó, e ouro fino como a lama das ruas.
BJ2 Tiro construiu para si uma fortaleza e amontoou prata como pó e ouro como lama das ruas.
VULG Et ædificavit Tyrus munitionem suam, et coacervavit argentum quasi humum, et aurum ut lutum platearum.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Zacarias 9:3

Josué 19:29 E voltava este termo a Ramá e até à forte cidade de Tiro; então, tornava este termo a Hosa, e as suas saídas estavam para o mar, desde o quinhão da terra até Aczibe;
II Samuel 24:7 E vieram à fortaleza de Tiro, e a todas as cidades dos heveus e dos cananeus, e saíram para a banda do sul de Judá, a Berseba.
I Reis 10:27 E fez o rei que em Jerusalém houvesse prata como pedras e cedros em abundância, como figueiras bravas que estão nas planícies.
Jó 22:24 Então, amontoarás ouro como pó e o ouro de Ofir, como pedras dos ribeiros.
Jó 27:16 Se amontoar prata como pó, e aparelhar vestes como lodo,
Isaías 23:8 Quem formou este desígnio contra Tiro, a cidade coroada, cujos mercadores são príncipes e cujos negociantes são os mais nobres da terra?
Ezequiel 27:33 Quando as tuas mercadorias eram exportadas pelos mares, fartaste a muitos povos; com a multidão da tua fazenda e do teu negócio, enriqueceste os reis da terra.
Ezequiel 28:4 pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste o teu poder e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros;

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O COMÉRCIO DE TIRO

586 a.C.
TIRO
A cidade de Tiro ficava numa ilha próxima à costa do atual Líbano. Tiro prosperou através do comércio com o Egito e dominou grande parte das cidades da costa e do interior do Líbano. Hirão (969-936 a.C.), rei de Tiro, enviou madeira de cedro e coníferas a Salomão (970-930 a.C.) para a construção do templo do Senhor em Jerusalém.' Tiro fundou colônias em várias regiões do Mediterrâneo: Citium em Chipre (a Quitim mencionada em Gn 10:4 e Ez 27:6), Karetepe na Turquia, e outros locais na Sicília e Sardenha. Sua colônia em Társis, destino de Jonas em sua tentativa de fuga, talvez ficasse no vale de Guadalquivir, no sul da Espanha. Sem dúvida, sua colônia mais famosa era Cartago, na Tunísia, fundada (segundo a tradição) em 814 a.C. Tiro passou, posteriormente, ao controle assírio, mas com o declínio da Assíria no final do reinado de Assurbanipal (c. 636-627 a.C.), a cidade recobrou a autonomia e grande parte do comércio marítimo. De acordo com o historiador judeu Flávio Josefo, o rei babilônio Nabucodonosor II sitiou a cidade de Tiro durante treze anos, de c. 587 a 574 a.C.

EZEQUIEL PROFETIZA CONTRA TIRO
Ezequiel profetizou acerca de várias nações vizinhas. No décimo primeiro ano do exílio de 597 a.C, ou seja, em 586 a.C., Ezequiel profetizou contra Tiro. Jerusalém seria capturada pelo exército babilônico sob o comando de Nabucodonosor em 18 de julho desse mesmo ano. Numa profecia feita, provavelmente, em 13 de fevereiro ou 15 de março de 586 a.C., Ezequiel vê Tiro se regozijando com a queda de Jerusalém: "Bem feito! Está quebrada a porta dôs povos; abriu-se para mim; eu me tornarei rico, agora que ela está assolada" (Ez 26:2). O ponto de vista de Deus, revelado por intermédio de Ezequiel, é um tanto diferente. Nabucodonosor cercaria Tiro; a cidade seria destruída, suas torres seriam derrubadas, os escombros seriam espalhados. Tiro seria transformada em rocha descalvada, um lugar para estender redes de pesca, e jamais seria reconstruída. A falta de evidências contemporâneas não permite verificar de que maneira os detalhes dessa profecia se concretizaram no cerco de Nabucodonosor, mas, sem dúvida, se cumpriram quando, em 332 a.C, Alexandre, o Grande, construiu um quebra-mar até a ilha e tomou a cidade, depois de sitia-la durante sete meses.

O LAMENTO POR TIRO
Em Ezequiel 27:1-36, o profeta lamenta por Tiro. Depois tratar demoradamente do comércio da cidade, prenuncia sua ruína, assemelhando-a a um naufrágio. Essa passagem é a descrição mais detalhada do comércio no Antigo Testamento e nos permite observar não apenas a abrangência dos contatos comerciais da cidade, mas também a variedade de produtos comercializados. Não é de admirar que Tiro controlasse comércio de madeira e a construção de barcos. As coníferas eram abundantes em Senir (monte Hermom). ou seia. em toda a cadeia de montanhas do Antilíbano. Cedros do Líbano eram usados para construir mastros e carvalhos de Basã, na Transjordânia, eram empregados para confeccionar remos. Um pinho de Quitim usado no convés e nos bancos era decorado com martim. Não se sabe ao certo de onde vinha marfim. mas necessario pressupor que era proveniente da África, pois elefantes sírios, uma subespécie dos elefantes indianos, podiam ser encontrados no vale do Eufrates, na Síria, até c. 800 a.C. O Egito fornecia linho fino bordado para as velas; os toldos eram tingidos de azul e púrpura, com extratos de moluscos de Elisá, em Chipre.
Os remadores eram homens das cidades costeiras de sidom e Arvade. Os homens de Tiro, talvez marinheiros de uma classe superior, eram pilotos. Homens de Gebal (isto é, Biblos) eram encarregados de manter a embarcação calafetada, enquanto homens da Pérsia, de Lídia (oeste da Turquia) e Pute (Líbia) eram mercenários. Homens de Arvade e Heleque, cidades costeiras ao norte (Cilícia, na Turquia) e Gamade (possivelmente no norte da Turquia) eram encarregados de defender a cidade. Não se sabe ao certo a localização de Társis, provavelmente a cidade mais distante com a qual Tiro negociava. Talvez fosse a colônia que Tiro havia fundado no vale de Guadalquivir, no sul da Espanha, ou suas colônias na Sardenha ou Sicília, ou ainda, numa região bem mais próxima, a cidade de Tarso, no sul da atual Turquia. Não obstante sua localização, Társis tinha vários metais (prata, ferro, estanho e chumbo) e os comerciava com Tiro. Javà, Tubal e Meseque artigos de bronze. A cidade de Togarma, também na atual lurqua (provavelmente a cidade moderna de Gürün), era conhecida antiguidade pela criação de cavalos. Os habitantes de Dedà (Rodes) também realizavam comércio com liro e pagavam com presas de elefante e um tipo de madeira traduzido como "bano" De cor preta avermelhada e proveniente das regioes mais secas da Africa tropical, essa madeira não era o ébano verdadeiro, desconhecido naquela época.
A descrição dos produtos da Síria (Harà): esmeralda (ou turquesa), tecido púrpura, obras bordadas, linho fino, coral e pedras preciosas (ou rubis), se encaixa melhor com Edom, a região ao sul do mar Morto que possuía acesso ao mar Vermelho (onde havia coral) e à península do Sinai (onde havia turquesa). No hebraico, o nome Edom difere em apenas uma letra do nome Harã, de modo que é plausível emendar essa parte do texto. Em troca das mercadorias de Tiro, Judá e Israel davam trigo de Minite, em Amom, mel, azeite e bálsamo, um produto pelo qual Gileade era conhecida
Damasco, na Síria, negociava com produtos de seus arredores: vinho de Helbon e là de Saar: Com uma pequena emenda, pode-se ler no texto hebraico que os mercadores de Damasco também negociavam barris de vino de Uzal, correspondente à região de ur Abdin no sudeste da Turquia, de onde Nabucodonosor (605-562 aC.) mandava buscar seu vinho. Também comercializavam duas especiarias: cássia (a flor da canela) e cálamo (um tipo de cana). Dificilmente as esperarias usadas nesse período ram adquiridas da índia ou de lugares mais distantes do Oriente, de onde vinham no tempo do Império Romano. É mais provável que fossem provenientes do sul da Arábia.
A lista termina com os outros parceiros comerciais de Tiro. A localização de Harà, Eden, Sabá e da Assíria é conhecida. Harà ficava no sudeste da Turquia, enquanto Éden era situada mais ao sul, na atual Síria. Sabá é o atual lêmen e a Assíria ficava na região correspondente ao norte do Iraque. Cane talvez ficasse próxima de Harà, mas trata-se apenas de uma conjetura. Quilmade talvez se refira aos medos, do Irâ. Os produtos comercializados com esses povos ram ricos e variados: lindas roupas, tecido púrpura, bordados e tapetes de várias cores, com cordas trançadas e resistentes, sendo estes últimos um produto característico de toda a região nos dias de hoje.

O FIM DE TIRO
O comércio de Tiro, descrito de forma tão vívida por Ezequiel, estava condenado. "O vento oriental te quebrou no coração dos mares. As tuas riquezas, as tuas mercadorias, os teus bens, os teus marinheiros, os teus pilotos, os calafates, os que faziam os teus negócios e todos os teus soldados que estão em ti, juntamente com toda a multidão do povo que está no meio de ti, se afundarão no coração dos mares no dia da tua ruína" (Ez 27:26b-27). Tiro, a grande potência marítima, haveria de naufragar.
Parceiros comerciais de Tiro O amplo comércio de Tiro é descrito em detalhes em Ezequiel 27. Os números no: dois mapas (páginas 106 e 107) referem-se a versículc desse capitulo.
Parceiros comerciais de Tiro O amplo comércio de Tiro é descrito em detalhes em Ezequiel 27. Os números no: dois mapas (páginas 106 e 107) referem-se a versículc desse capitulo.
Parceiros comerciais de Tiro O amplo comércio de Tiro é descrito em detalhes em Ezequiel 27. Os números no: dois mapas (páginas 106 e 107) referem-se a versículc desse capitulo.
Parceiros comerciais de Tiro O amplo comércio de Tiro é descrito em detalhes em Ezequiel 27. Os números no: dois mapas (páginas 106 e 107) referem-se a versículc desse capitulo.
A cidade de Tiro submete- se ao rei assírio Salmaneser IlI (859-824 a.C.). Relevo das portas de bronze de Balawat, Iraque.
A cidade de Tiro submete- se ao rei assírio Salmaneser IlI (859-824 a.C.). Relevo das portas de bronze de Balawat, Iraque.

VISÃO PANORÂMICA DA GEOGRAFIA DO TERRITÓRIO HERDADO PELO ISRAEL BÍBLICO

TOPOGRAFIA FÍSICA
UMA TERRA PEQUENA
No estudo da terra de Israel, uma das primeiras descobertas que se faz é o reconhecimento de seu pequeno tamanho.
De acordo com a definição dada acima, a área central da herança do Israel bíblico na Cisjordânia cobre cerca de 17.600 quilômetros quadrados e sua herança na Transjordânia incorpora mais 10:100 quilômetros quadrados, o que perfaz uma área total de aproximadamente 27.700 quilômetros quadrados. Desse modo, a área total do território é quase a mesma do estado de Alagoas, da Bélgica ou de Ruanda, ou ainda do lago Erie, nos Estados Unidos.
Os leitores atuais da Bíblia tendem a pensar em termos de territórios imensos e com frequência ficam bastante surpresos quando percebem, por exemplo, que a distância entre o mar da Galileia e a costa mediterrânea, em linha reta, é de 55 quilômetros. Há uma distância de apenas 148 a 185 quilômetros entre a margem ocidental do deserto Oriental (no leste da Jordânia) e o Mediterrâneo. E a distância entre o mar da Galileia e Jerusalém é só cerca de 120 quilômetros. Conforme dito anteriormente, as extremidades tradicionais norte e sul da região central de Israel são, com frequência, descritas na Bíblia como "desde Da até Berseba" Na verdade, esses dois pontos extremos estão separados por uma distância da ordem de apenas 280 quilômetros. Em termos de Brasil, o equivalente aproximado seria de São Paulo a Poços de Caldas" ou "de Natal a Recife" Nos Estados Unidos, a distância aproximada seria "de Los Angeles a San Diego" e, na Europa, "de Milão a Veneza". O tamanho do território envolvido é surpreendentemente pequeno.

UMA TERRA DE LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA
Apesar do tamanho diminuto, essa terra está estrategicamente situada em um contexto tanto intercontinental quanto interoceânico. Como ponte terrestre intercontinental, na Antiguidade era a única opção para qualquer viagem por terra entre a África, de um lado, e a Ásia ou a Europa, de outro. Como ponte terrestre interoceânica, fica ao lado da única massa de terra que separa o mundo do oceano Índico e o mundo do oceano Atlântico. Neste último aspecto, desde a Antiguidade remota uma vasta rede de comércio e comunicação tem levado para o Crescente Fértil bens provenientes de mundos bem longínquos (cravo vindo da Tailândia; canela, da Malásia; cássia, seda, cálamo, espicanardo, índigo, painço e gergelim, da Índia; lápis-lazúli e estanho, do Afeganistão; prata, da Espanha).
Por ser, na Antiguidade, ponto de contato tanto terrestre quanto marítimo, essa terra também se tornou uma ponte cultural internacional. Sua localização estratégica faz com que seja o lugar em que o Oriente se encontra com o Ocidente e o Norte com o Sul. Desde a Antiguidade remota, grandes potências com aspirações políticas e econômicas internacionais estiveram junto a suas fronteiras. Em termos históricos, o que acontecia nessa terra era quase sempre resultado do que estava ocorrendo ou havia recentemente ocorrido nos domínios de um de seus vizinhos. Foram, de fato, raros os momentos em que cidadãos dessa terra foram donos do próprio destino.
Durante o período bíblico a sorte dessa terra minúscula, mas estratégica, foi em grande parte determinada por gente de fora, fossem egípcios, assírios, babilônios, persas, partos, gregos, selêucidas, ptolomaicos ou romanos. Nesse aspecto, os filisteus e até mesmo os próprios israelitas têm de ser considerados estrangeiros que migraram para ali. A mesma tendência continuou existindo na história pós-bíblica, com os califas muçulmanos, os cruzados cristãos, os mamelucos egípcios, os turcos otomanos e os mandatários britânicos.
Por essa "ponte" marcharam os exércitos de Tutmés III, Amenhotep II, Seti I, Ramsés II, Merneptah, Sisaque I, Neco II, Salmaneser III, Tiglate-Pileser III, Salmaneser V, Sargão II, Senaqueribe, Esar-Hadom, Assurbanipal, Nabucodonosor II, Cambises II, Xerxes 1, Artaxerxes III, Alexandre III (o Grande), Ptolomeu I, Antíoco III, Antíoco IV, Herodes, o Grande, Pompeu, Vespasiano, Tito, Saladino, Ricardo Coração de Leão, Napoleão e Edmund Allenby, além de um número enorme de generais menos conhecidos.
Essa terra continua sendo uma das áreas mais instáveis e estratégicas do mundo.

UMA TERRA VARIADA
Apesar da pequena extensão, essa terra reflete uma variedade surpreendente, quase como a de um mosaico. Do ponto de vista sociológico, a variedade é evidente na menção aos vários "eus" na terra: girgaseus, cananeus, heveus, heteus, amorreus, perizeus, jebuseus, quenezeus, cadmoneus, queneus, refains etc. (Gn 10:16-18; 15:19-21; Ex 3:8-13.5; Nm 13:29; Dt 7:1-20.17; Js 3:10-12.8; 24.11; Jz 3:5-1Rs 9.20; cp. At 13:19). Na perspectiva da história colonialista, a terra foi conhecida por diversos nomes: Canaã, Palestina, Hatti, Djahy, Hurru, Retenu etc. Mas a ideia de variedade apresentada a seguir tem a ver com a topografia multiforme e diversificada da terra. Em seu eixo lateral, ela está dividida em pelo menos quatro zonas fisiográficas distintas.

PLANÍCIE COSTEIRA
A designação "planície Costeira" se refere à faixa marítima longitudinal que começa na extremidade sul da planície filisteia (no uádi el-Arish) e vai para o norte, chegando até a extremidade norte da planície de Aser (perto da atual Rosh HaNigra, que corresponde ao final da "Linha Verde", a fronteira atual entre Israel e Líbano). Essa planície é internamente segmentada por três obstáculos naturais - o monte Carmelo, o rio Crocodilo e o rio larcom - criando quatro planícies distintas. Além do mais, por motivos geográficos que serão explicados adiante, é conveniente subdividir a planície mais ao norte. Assim, a planície Costeira é constituída de cinco partes, que, do norte para o sul, são conhecidas como: (1) a planície de Aser (de Rosh HaNigra até as proximidades de Aco; cp. Is 17:10-11; 19:24-26); (2) a planície de Aco (a baía que tem forma de crescente e se estende ao redor do monte Carmelo; cp. Jz 4:13-16; 5.21); (3) a planície de Dor (uma faixa de terra bem estreita e situada entre o monte Carmelo e o rio Crocodilo; cp. Js 17:15-18); (4) a planície de Sarom (a área de terras baixas que vai do pântano do rio Crocodilo para o sul, até o Jarcom; cp. 1Rs 4:10-1Cr 5.16; 27.29; Is 33:9-35.2; 65.10; Ct 2:1); (5) a planície Filisteia (a região ao sul do larcom).
A planície costeira pode ser caracterizada com três palavras: "baixa" (uma referência à sua altitude relativa), "aberta" (uma referência à topografia plana) e "fértil (uma referência à produtividade agrícola da planície em tempos modernos).
Com exceção de umas poucas elevações situadas mais para dentro do continente, na extremidade oriental da Filístia, que chegam a quase 200 metros acima do nível do mar, a altitude da maior parte da planície Costeira é inferior a 100 metros, e boa parte dela tem uma altitude inferior a 45 metros acima do nível do mar.75 Uma análise do mapa revela que, nessa planície, as cidades bíblicas tendiam a se localizar não no seu centro, mas sim ao longo da costa (Aco, Cesareia, Jope, Asquelom e Gaza) ou em direção à sua margem oriental (Socó, Afeque, Gezer, Ecrom, Gate e Ziclague). De igual maneira, o mapa mostra que a artéria de transporte internacional (a chamada Grande Estrada Principal) corria ao longo da margem oriental dessa planície e não pelo centro. O mais provável é que a baixa altitude e a natureza relativamente nivelada da planície, combinadas com as serras de arenito calcário ao longo de grande parte da costa mediterrânea, que impediam uma drenagem natural, criavam uma área pantanosa bastante grande na planície durante toda a Antiguidade.
Esse obstáculo geográfico é a provável razão para o fato de a planície Costeira ter desempenhado um papel insignificante, quase nulo, na história bíblica. Exceto dois breves relatos sobre Gerar (Gn 20:26), nas narrativas patriarcais não há nenhuma referência a essa planície . Nenhuma das batalhas da ocupação israelita aconteceu ali, nenhuma área da planície foi habitada por Israel no início de sua ocupação , ali não havia cidades de refúgio e quase nenhuma das cidades levíticas, dali nenhum juiz nem profeta de Israel fez convocação ao povo, e nada aconteceu ali referente ao ministério registrado de Jesus.
Além de ser baixa, a planície também é aberta. Ao contrário da Cadeia Montanhosa Central da Galileia-Samaria-Judá, que, do ponto de vista geográfico, tendia a permanecer mais fechada e isolada devido à sua topografia elevada e sinuosa, a planície Costeira oferecia um terreno favorável à circulação, sem nenhum obstáculo Embora a terra, no geral, tenha sido descrita pouco antes neste texto como ponte terrestre internacional, era especialmente a planície Costeira, ao sul do monte Carmelo, que constituía essa ponte. Essa abertura também implicava mobilidade.
Durante o início do período bíblico, conflitos militares envolveram uso de carros de guerra (e.g., Ex 14:6; Dt 20:1; Js 11:4; Jz 1:19-4.3; 2Sm 1:6; observe-se também a proibição em Dt 17:16). Em contraste com as montanhas vizinhas, essa planície oferecia um terreno favorável ao uso de carros, inclusive a ataques-relâmpago, que não seriam barrados por grandes rochas ou terreno montanhoso. Aliás, há uma notável correspondência entre a área em que os cananeus conseguiam rodar seus carros e a área que Israel não conquistou durante o período de ocupação (Js 17:16-18). Ao mesmo tempo, essa abertura pode ajudar a explicar por que, depois do período bíblico, os filisteus não conseguiram sobreviver como entidade política nativa, ao passo que os israelitas, mais isolados, foram capazes de manter um sentimento duradouro de identidade nacional.
Por fim, essa planície é fértil; ou pelo menos se tornou fértil em tempos recentes. Uma olhada num mapa do Israel moderno mostra que a maior parte da região ocidental que o Plano da ONU para partição da Palestina, de 1947, designou para Israel está situada na planície Costeira, que, naquela época, era extremamente pantanosa e até mesmo infestada de malária. Entretanto, depois que a área foi devidamente drenada na década de 1950, houve grande prosperidade agrícola, pois se descobriram camadas profundas de riquíssimo solo arável resultante da erosão das montanhas ao lado e, como consequência, houve um grande e bem-sucedido esforço agrícola.

CADEIA MONTANHOSA CENTRAL
Constituída das regiões montanhosas da Galileia, Samaria, Judá e Neguebe, em sua natureza e topografia a Cadeia Montanhosa Central é exatamente o oposto da planície Costeira. A planície é "baixa, aberta e fértil"; a cadeia montanhosa é "alta, fechada e estéril". Enquanto, em seu ponto mais elevado, a planície chega a apenas uns 200 metros acima do nível do mar, em seu ponto mais baixo a Cadeia Montanhosa Central fica cerca de 450 metros acima do nível do mar, com muitos trechos superando os 900 metros. Onde as duas zonas se encontram, esse contraste de altitude pode ser bem pronunciado. É possível subir cerca de 800 metros viajando apenas de cinco a sete quilômetros do Mediterrâneo para o interior. Além do mais, a cadeia central é fechada. Essa cadeia, que na realidade é uma série de serras sinuosas e conectadas, funciona como barreira natural à circulação lateral.com exceção do ponto onde é interrompida pelo vale de lezreel/ Esdraelom. Em alguns lugares, para ir de um lado para o outro, além de ter de superar a ondulação difícil, era necessário atravessar até quatro ou cinco serras diferentes, separadas umas das outras por leitos profundos de uádis. Devido a seu terreno elevado e revolvido, a cadeia central é mais isolada e menos suscetível a aventureirismo internacional ou a ataques estrangeiros. Só raramente essa zona se revelou atraente para aqueles que construíam impérios. Por fim, a cadeia central é estéril e improdutiva. Constituída de calcário duro, sem minerais preciosos ou outros recursos naturais, e com grandes áreas que sofreram erosão e ficaram apenas com a pedra nua, parece improvável que alguma vez essa área montanhosa estéril, com somente 15 a 50 quilômetros de largura, tenha sido considerada capital político. No entanto, é justamente nessa região montanhosa que se desenrola boa parte da história bíblica. E aí que os patriarcas viveram, construíram altares e se comunicaram com seu Deus. É onde aconteceram as batalhas da conquista , onde Israel ocupou sua terra e foram fundadas muitas de suas instituições nacionais . É também onde, em seu devido momento, estiveram localizadas as capitais do Reino do Norte (Siquém, mais tarde Tirza e finalmente Samaria) e do Reino do Sul (Jerusalém). É aí que o judaísmo pós-exílico se estabeleceu e onde aconteceu boa parte do ministério registrado de Cristo . Galileia. Embora seja uma extensão das montanhas mais altas do Líbano, ainda assim a região elevada da Alta Galileia apresenta uma topografia bem complexa. O jebel Jarmuk (monte Merom) é o ponto mais alto de toda a Cisjordânia, mas é cercado por outros cumes que chegam a alturas superiores a 900 metros. Apesar de a Alta Galileia ter uma precipitação pluviométrica maior, seu terreno elevado e sua topografia fragmentada a tornam menos adequada para ocupação intensa. Na região nunca se estabeleceu aquilo que se pode chamar de cidade grande. No lado leste, a Baixa Galileia mantém o contorno irregular de sua vizinha no norte. Vê-se ali um enorme e alto afloramento de calcário, que, no flanco oriental, despenca no mar da Galileia. Nessa região se incluem o monte Tabor, os penhascos de Arbela e os vulcânicos Cornos de Hattin. Em contraste, as áreas central e oeste da Baixa Galileia apresentam o terreno mais plano de todo a cadeia central. A região é composta de várias serras paralelas que estão num eixo mais ou menos leste-oeste, entre as quais existem bacias relativamente abertas que são quase contíguas no lado ocidental. Vale de Jezreel/Esdraelom. Entre a região montanhosa da Baixa Galileia e a da Samaria, estende-se um vale que, em última instância, liga o vale do Jordão à planície Costeira, em Aco. Esse vale, que tem a forma de uma flecha apontada para o Mediterrâneo, é conhecido no Antigo Testamento hebraico como o vale de lezreel ("Deus semeou" ou "que Deus semeie"; e.g., Js 17:16; Jz 6:33; Os 1:5-2.
22) e, na época do Novo Testamento, por seu equivalente grego, Esdraelom.7 A estreita haste da flecha, em alguns pontos com não mais de três quilômetros de largura, estende-se de Bete-Sea até a cidade de Jezreel, margeada, no norte, pelo monte Moré e, no sul, pelo monte Gilboa, e drenada pelo rio Harode. Perto desse território ocorreu a triunfante vitória de Gideão sobre os midianitas (Jz
7) e a humilhante derrota de Saul nas mãos dos filisteus (1Sm 29:31). A base da ponta da flecha se estende por cerca de 28 quilômetros, a partir dos arredores, ao norte de Jenin, até o monte Tabor e, desses dois pontos, estende-se por cerca de 32 quilômetros até seu vértice, logo a oeste de Jocneão e perto do rio Quisom, em cujo pântano o carro de Sísera ficou atolado (Jz 5:21; cf. SI 83.9). A ponta dessa flecha, às vezes chamada de planície de Megido (2Cr 35:22; Zc 12:11), é baixa e plana. A planície é coberta por uma camada extremamente grossa de terra preta, em alguns lugares com mais de 90 metros de profundidade, e que se formou com a decomposição e erosão de basaltos da Galileia. Enquanto a planície de Jezreel tinha muitos acessos, o acesso para a principal artéria de transporte, conhecida como Grande Estrada Principal era em Megido. Os vinte estratos arqueológicos dessa cidade refletem uma ocupação quase contínua até o início do período romano. Na verdade, a cidade de Megido, uma base militar permanente, teve enorme importância durante cada período de sua história, sem exceção; não é exagero afirmar que, do ponto de vista militar, foi um dos pontos mais estratégicos de todo o sudoeste do Crescente Fértil. A partir do final do quarto milênio a.C. até o próprio século 20, Megido tem sido palco de repetidos confrontos militares. Samaria. Ao sul de Jezreel fica o distrito montanhoso de Samaria - que, em termos de altitude, vegetação e clima, é uma área intermediária e de transição entre a Galileia e Judá. No extremo noroeste, devido à sua beleza (Ct 7:5) e fertilidade (Is 35:2; Jr 50:19), o monte Carmelo ("vinha/jardim de Deus") era proverbial na Bíblia. Nos textos antigos está amplamente atestado que o monte era lugar de um santuário? Foi talvez nesse contexto que o monte Carmelo serviu de cenário para a disputa religiosa de Elias com os profetas de Baal (1Rs 18:17-40) e, em outra ocasião, como lugar de retiro espiritual para Eliseu (2Rs 2:25-4.25). No extremo nordeste, a região montanhosa de Samaria também é conhecida como as montanhas de calcário de Gilboa. Outros montes de Samaria, o monte Ebal e o monte Gerizim, cercam o vale em que Siquém, a principal cidade, está localizada. Samaria é toda montanhosa, e os cumes de j. el-Qurein, j. 'Ayrukabba, j. 'en-'Ena e j. el-'Asur (Baal-Hazor, cp. 2Sm 13:23) dominam o horizonte.
Embora montanhosa, Samaria também é entremeada por várias planícies pequenas e vales abertos, uma das quais está situada perto do ponto em que as encostas do Carmelo e do Gilboa se encontram, nas proximidades da cidade de Dotã . Entre as bacias de Samaria, essa planície de Dota é a maior e a mais intensamente cultivada, e é onde José foi vendido como escravo (Gn 37:12-28). Outra depressão, a planície comprida e estreita de Mikhmetat, vai de Siquém para o sul, até ser interrompida pelo j. Rahwat.
Ela é cortada pelo divisor de águas ao longo do qual a estrada da Serra Central ruma na direção de Jerusalém. Indo de Socó até Siquém e dividindo lateralmente o oeste de Samaria, fica o vale baixo conhecido como u. Shekhem. De modo parecido, indo de Tirza até o vale do Jordão e dividindo o leste de Samaria, encontra-se a fratura acentuada, conhecida como u. Far'ah. Juntos, esses dois vales são o ponto mais baixo de toda Samaria. Constituíam os caminhos mais fáceis e mais utilizados para atravessar a serra central de Samaria, o que ajuda a explicar por que determinados locais foram escolhidos para capitais de Israel durante o período do reino dividido (Siquém, Tirza, Samaria). Judá. Conquanto não haja uma fronteira geológica definida separando Samaria e Judá, existe uma acentuada diferença na topografia das duas regiões. A precipitação maior de chuva em Samaria contribuiu para a ocorrência de muito mais erosão e para a formação de uádis com leitos mais profundos. Judá é mais um planalto, menos seccionado devido a seu clima mais seco. À medida que se caminha para o sul de Judá, o terreno se torna mais adverso, mais irregular e mais estéril. A principal característica da superfície de Judá são rochas nuas e amplas áreas de pedras quebradas e soltas, sem nenhuma terra por causa da ação da chuva. Só ao longo da bacia hidrográfica, nas vizinhanças de Ramá e entre Belém e Hebrom, é que o solo de Judá permite o cultivo. Nas demais áreas, o solo superficial, que sofre erosão nas chuvas torrenciais de inverno, tem impedido em grande parte o cultivo da terra.
A apenas cerca de oito quilômetros a sudeste de Jerusalém, começa o deserto de Judá (Nm 21:20-1Sm 26.1,2; cp. Mc 1:4). Espetáculo assustador de desolação, o deserto de Judá, também conhecido como lesimom, é um deserto verdadeiro E uma terra despovoada, deprimente, selvagem, rochosa e improdutiva, e praticamente sem nenhuma ocorrência de chuva (SI 63.1). Até mesmo os nômades beduínos dos dias de hoje tendem a evitar a aridez e o terreno irregular desse deserto. Em sua margem oriental, o deserto de Judá mergulha quase verticalmente até o vale do Jordão abaixo e em alguns lugares a descida chega a 1.350 metros. Entre Jericó e a ponta sul do mar Morto, existem mais de 20 desfiladeiros profundos que foram cavados por uádis. Contudo, no período bíblico, esses uádis eram estreitos e sinuosos demais para permitirem estradas importantes e, por esse motivo, Judá estava naturalmente isolada no lado oriental. O profeta Isaías anunciou, porém, um tempo em que até a topografia contorcida e acidentada do deserto de Judá será endireitada e nivelada e todos os lugares escarpados serão aplanados (Is 40:3-4; ср. 41:18-20; 51.3).
No lado oeste, o final da cadeia central de Judá é apenas um pouco menos abrupto. Uma vala estreita e rasa (uádi Ghurab, uádi Sar) faz divisão entre a região montanhosa e uma região com topografia distinta, conhecida como Sefelá ("contraforte". cp. Dt 1:7; Js 9:1-10.40; 12.8; Iz 1.9; 1Rs 10:27-1C 27.28; 2Cr 9:27-26.10; 28.18; Jr 17:26-32.44; 33.13; Ob 19).
A Sefelá começa no vale de Aijalom e se estende para o sul por cerca de 55 quilômetros até a área de T. Beit Mirsim. Esses contrafortes cobrem uma área de aproximadamente 13 a 16 quilometros de largura e, o que e importante, estendem-se para o oeste até a vizinhança do que foram as cidades filisteias de Gezer, Ecrom e Gate . Composta principalmente de calcário macio, com uma superfície ondulante inclinando suavemente para o lado oeste, entrecortada por alguns uádis importantes e férteis, a Sefelá era uma zona intermediária entre a cadeia central de Judá (ocupada pelos israelitas) e o sul da planície Costeira (ocupada pelos filisteus).
Não é surpresa que, na Bíblia, a área tenha sido cenário de vários episódios de guerra motivada por razões econômicas entre os israelitas e os filisteus (Jz 15:4-5; 2Sm 23:11-12). Aliás, é possível que as disputas entre filisteus e israelitas fossem provocadas justamente pelo desejo de ambos os povos de dominar e explorar os ricos vales agrícolas da Sefelá.
Inicialmente, o Neguebe ("terra seca"; e.g., Gn 24:62; Nm 13:29; Js 15:19; Jz 1:15) designava o deserto estéril ao sul de Judá (e.g. Is 15:2-4; 18.19; 1Sm 27:10-2Sm 24.7; cp. os leques aluvianos que se estendem de Berseba até Arade). Ao longo do tempo, o sentido da palavra evoluiu e, pelo fato de essa região estéril ficar no sul, passou a ter o sentido de um ponto cardeal e, assim, designar o sul de quase qualquer lugar (Is 11:2; Zc 14:10-1Sm 30.14).
Hoje o Neguebe inclui aquilo que a Bíblia chama de deserto de Zim (Nm 20:1-34.3; Js 15:1) e o deserto de Para (Nm 10:12; Dt 1:1). A região do moderno Neguebe apresenta um ambiente adverso à atividade humana ou à sua povoação por um grande número de pessoas. A área depende totalmente de chuva, sempre escassa e incerta, embora o território tenha alguns poços nas vizinhanças de Berseba (Gn 26:18-22) e Cades-Barneia.
A localização estratégica da Palestina
A localização estratégica da Palestina
As regiões geográficas da Palestina
As regiões geográficas da Palestina
Altitude da Palestina
Altitude da Palestina
Samaria
Samaria
O vale de Jezreel
O vale de Jezreel

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Gênesis e as viagens dos patriarcas

Informações no mapa

Carquemis

Alepo

Ebla

Hamate

Tadmor (Palmira)

Hobá

Sídon

Damasco

GRANDE MAR

Tiro

Asterote-Carnaim

Megido

Dotã

Siquém

Sucote

Penuel

Betel

Gileade

Belém

CANAÃ

Gaza

Hebrom

MOABE

Torrente do Egito

Gerar

Berseba

Poço de Reobote

Bozra

Sur

Poço de Beer-Laai-Roi

Gósen

Ramessés

Om

Mênfis

EGITO

Rio Nilo

Cades, En-Mispate

Deserto de Parã

EDOM, SEIR

Temã

Avite

El-Parã (Elate)

Harã

PADÃ-ARÃ

Rio Eufrates

Mari

ASSÍRIA

Nínive

Calá

Assur

Rio Hídequel (Tigre)

MESOPOTÂMIA

ELÃO

Babel (Babilônia)

SINEAR (BABILÔNIA)

CALDEIA

Ereque

Ur

Siquém

Sucote

Maanaim

Penuel, Peniel

Vale do Jaboque

Rio Jordão

Betel, Luz

Ai

Mte. Moriá

Salém (Jerusalém)

Belém, Efrate

Timná

Aczibe

Manre

Hebrom, Quiriate-Arba

Caverna de Macpela

Mar Salgado

Planície de Savé-Quiriataim

Berseba

Vale de Sidim

Neguebe

Zoar, Bela

?Sodoma

?Gomorra

?Admá

?Zeboim


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

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Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

TIRO

Clique aqui e abra o mapa no Google (Latitude:33.267, Longitude:35.217)
Nome Atual: Sur
Nome Grego: Τύρος
Atualmente: Líbano
Cidade portuária com porto importante. Ez 27:3
Mapa Bíblico de TIRO



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Zacarias Capítulo 9 do versículo 1 até o 17
SEÇÃO II

ORÁCULOS DEPOIS DA CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

Zacarias 9:1-14.21

Ao iniciarmos a segunda seção da profecia de Zacarias percebemos imediata-mente que estamos em outra situação histórica e profética. Abruptamente e sem avi-so, cessam as promessas preciosas de um futuro glorioso para Sião e lemos anúncios tristes e desastrosos para nações e cidades que aparecem pela primeira vez na narra-tiva deste profeta. Há mudança significativa na fraseologia. A fórmula introdutória já não é "a palavra do SENHOR", mas o peso da palavra do SENHOR. Esta ex-pressão ritual é anteposta a dois grupos de profecias compostos de três capítulos cada (Zc 9:1-12.1).

Zacarias está agora bem avançado em idade, e estes pesos exercem grande pressão em seu espírito. Mas à medida que são anunciados, despontam as glórias do Messias e do seu reinado universal. As visões da primeira seção estavam relacionadas primariamente com acontecimentos contemporâneos, sobretudo a reconstrução do Templo; a segunda seção é primariamente futurista. Mostra o caminho para a vinda de Cristo e descreve assuntos em Israel e no mundo quando o reino de Cristo estiver instaurado e a "santida-de ao SENHOR" for o lema da terra inteira.

A. O PESO DE HADRAQUE, Zc 9:1-11.17

Este é o primeiro de dois "pesos" que compõem o teor da segunda seção de Zacarias. A palavra hebraica significa "oráculo" como também peso (1). É provavelmente deriva-da de um radical que tem o sentido de "levantar", ou seja, levantar a voz, sobretudo quando o anúncio é de caráter ameaçador ou "difícil de carregar ou transmitir". 1

1. Os Preparativos para o Messias (Zc 9:1-8)

Os problemas iniciais que o resto que voltara do exílio enfrentou com a reconstrução da cidade e do Templo agora estão quase todos resolvidos. Contudo, Jerusalém se encon-tra cercada e pressionada, ao norte, pela Síria e Tiro, e ao sul, por Asquelom, Gaza e Ecrom (ver mapa 2). É para animar os judeus que Zacarias prediz a proximidade de uma invasão na qual estes vizinhos fortes e hostis serão destruídos. Esta é uma paráfrase do versículo 1: "Esta mensagem fala sobre a maldição que Deus lançou contra as terras de Hadraque e Damasco porque o Senhor vigia de perto todos os homens, do mesmo modo que observa Israel" (BV). O oráculo declara que as cidades da Síria estavam sob o juízo de Deus, e destaca especialmente três cidades: Hadraque, Damasco (1) e Hamate (2), que ficava 160 quilômetros ao norte de Damasco; e Hadraque situava-se provavelmen-te na mesma região, embora seu local exato não seja conhecido. A segunda parte do versículo 1 não está clara. Talvez signifique que os olhos do homem (ou quem sabe seja melhor de "Arã" ou "Síria", NTLH) e de todas as tribos de Israel se voltarão para o SENHOR em reverente contemplação de seus julgamentos justos.

As próximas a cair seriam Tiro e Sidom, as principais cidades da Fenícia, apesar do fato de, em certo sentido mundano, serem muito sábias (2). O profeta declara que, embora Tiro edificou para si fortalezas e amontoou prata como o pó e ouro fino como a lama das ruas... o Senhor a despojará e ferirá no mar a sua força, e ela será consumida pelo fogo (3,4). A cidade de Tiro estava situada em uma ilha distante uns 800 metros do continente e totalmente cercada por muros maciços. Mas ainda que se considerasse inconquistável, as calamidades preditas por Zacarias verdadeiramente se abateram sobre ela. Alexandre, o Grande, construiu um dique artificial do continente à ilha e, depois de um assédio de sete meses, destruiu completamente a cidade orgulhosa e matou milhares de seus habitantes.

A Filístia ficava ao sul de Tiro, e a queda desta naturalmente amedrontaria as cida-des menos fortalecidas que ficavam no caminho de Alexandre. Asquelom o verá e te-merá, também Gaza e terá grande dor; igualmente Ecrom, porque a sua espe-rança (que Tiro pudesse socorrer) será iludida (5). O rei de Gaza morreria e Asquelom ficaria despovoada. Um povo mestiço (em vez de bastardo, 6; cf. NTLH) moraria em Asdode, e a soberba dos filisteus seria totalmente esmagada. O profeta prediz que, depois de abandonar a prática pagã de comer sangue, o resto da Filístia ficaria para o nosso Deus (7). Isto significa que os filisteus se converteriam à fé de Israel. Será como príncipe em Judá significa "que os filisteus [...] assumirão seu lugar, governo e povo como uma das divisões da nação judaica".2 Ecrom será como um jebuseu significa que esta cidade filistéia se tornaria como Jebus (Jerusalém). Josefo declara que ocorreu mes-mo essa incorporação de filisteus aos judeus. O versículo 8 é uma promessa de proteção para Judá, enquanto seus vizinhos estiverem nas garras do invasor: E me acamparei ao redor da minha casa, contra o exército, para que ninguém passe e... volte.

O profeta prevê a carreira promissora de Alexandre, o Grande (336-323 a.C.). Não é por acaso que esta passagem precede a predição do rei messiânico. Na opinião de Zacarias, o grande guerreiro preparava o caminho para Cristo. "Nesta previsão, o pro-feta leu o futuro com mais nitidez do que poderia ter percebido naqueles dias", observa acertadamente J. E. McFadyen, "pois, pela expansão do idioma grego que adveio de suas conquistas, Alexandre nem sonhava que preparava o caminho para a Da [Septuagintal e o Novo Testamento, nos quais a história de nosso Deus foi contada para todo o mundo. De certo modo jamais suposto por ele ou por Zacarias, Alexandre foi um dos preparadores do caminho para a vinda do Senhor".3 Esta interpretação da predição de Zacarias está em perfeita harmonia com o parecer de Pedro sobre a profe-cia do Antigo Testamento (ver 1 Pe 1.10,11).

2. A Apresentação do Messias (Zc 9:9-12)

Por estar o caminho pronto para o advento, agora vem o rei messiânico (9). Os intér-pretes tanto cristãos como judeus, tanto liberais como conservadores, vêem aqui indubitável predição messiânica. Dentan comenta: "O profeta encara o exército de Ale-xandre somente como uma ferramenta na mão de Deus. Cavalgam invisivelmente com ele o Deus de Israel e o há muito esperado Príncipe da paz, que está a ponto de entrar em Jerusalém e restabelecer [...] as glórias espirituais do antigo reino de Davi".4 Collins afirma: "A referência a Cristo é direta e imediata". 5 O intérprete judeu Eli Cashdan cita Rashi com o mesmo sentido: "Esta só pode ser referência ao rei Messias de quem é dito: E o seu domínio se estenderá de um mar a outro mar, visto que não encontramos outro rei com domínio tão vasto durante os dias do segundo Templo".6 E com exatidão, T. T. Perowne analisa: "Não há acontecimento na história judaica que corresponda sequer tipicamente com esta predição". Quando Jesus de Nazaré entrou em Jerusalém no domingo que antecedeu sua morte, cumpria conscientemente esta grande profecia e apresentava-se para a cidade como o rei messiânico há tanto tempo esperado.

Zacarias anuncia que a entrada do rei será ocasião de grande alegria em Jerusalém. Ver Lucas 19:37-40 para comprovar o cumprimento desta predição.

O profeta descreve o caráter do Messias: Ele é justo e Salvador (9; "ele vem triun-fante e vitorioso", NVI). Em hebraico, Salvador é um particípio passivo e deveria ser traduzido, literalmente, por "sendo salvo" (no sentido de ser divinamente defendido). Ao ressuscitar Jesus, Deus ratificou as declarações messiânicas de nosso Senhor e o defendeu diante de seus algozes. No dia do Pentecostes, Pedro declarou: "A esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo" (Atos 2:36). Este também é o sentido da afirmação de Paulo de que Jesus foi "declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espí-rito de santificação, pela ressurreição dos mortos" (Rm 1:4; grifos meus). Quando entrou em Jerusalém montado em um jumentinho, Jesus não apenas se proclamou o Messias registrado por Zacarias; também se entregou aos inimigos e a Deus — na certeza de que com sua morte iminente o Pai o defenderia, ao ressuscitá-lo dos mortos (cf. Mac 10:32-34). Portanto, sua entrada era "triunfante e vitoriosa", como o profeta predissera.

Pobre e montado sobre um jumento (9), pois é o prometido Príncipe da paz. Zacarias anuncia que o Messias não será um conquistador montado em um cavalo de guerra, mas será um rei humilde que cavalga em um despretensioso animal de carga, usado para fins pacíficos. "Até hoje no Oriente os jumentos são usados, conforme des-crição no cântico de Débora, por altos funcionários, mas somente quando estão em missão civil e não em incumbência militar".9 Seu reinado se assemelhará ao seu caráter: E destruirei os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém, e o arco de guerra será destruído; e ele anunciará paz às nações; e o seu domínio se estenderá de um mar a outro mar e desde o rio até às extremidades da terra (10). O Príncipe da paz acabará com todo tipo de equipamento militar quando seu reino estiver completamente estabelecido (cf. Is 2:4). Efraim (Israel) e Jerusalém desfrutarão a prometi-da bênção de paz na era messiânica. Os mares mencionados por Zacarias são indubitavelmente o Mediterrâneo e o Morto, ao passo que o rio se refere ao Eufrates. A linguagem significa que o reino messiânico se estenderá até às fronteiras extremas da terra. Compare a profecia de Isaías acerca de Cristo: "Porque toda bota com que anda o guerreiro no tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue serão queimadas como lenha no fogo. Porque um Menino nos nasceu, um Filho nos foi dado, e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso, Conselheiro, Deus Pode-roso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Não haverá fim ao aumento do [seu] governo ou à paz no trono de Davi e no seu reino, que está firmemente estabelecido e firmado na justiça e na retidão desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos exércitos fará isso" (Is 9:5-7, VBB).

Ao falar para a filha de Sião, Zacarias compara seu estado cativo com os presos em uma cova em que não água (11). Tais cativos encaram a morte inevitável e horrível. Esse seria o destino de Israel, se não fosse por causa do sangue do teu concerto (cf. Êx 24:5-7). Devido a este concerto, os israelitas são chamados presos de esperança e exortados a voltar à fortaleza (12).

3. O Programa do Messias (Zc 9:13-10.
12)

a) A prometida vitória de Sião sobre a Grécia (9:13-17). "Este oráculo está singular-mente fora de compasso com o espírito do último, que anunciou a chegada da paz messiânica", admite George Adam Smith. Mas cita a observação de Stade sobre os capí-tulos 9:14: É freqüente "um resultado ser primeiramente declarado para depois o orá-culo descrever o processo pelo qual foi alcançado". 1° Ao estudarmos estes capítulos, deve-mos manter em mente esta informação.

A maioria dos comentaristas concorda que o versículo 13 inicia um novo tópico, como destaca Smith. Nos versículos 13:17, Deus faz uma promessa de vitória e liberdade para Judá. A bênção, não deixemos de notar, tem de ser de Deus. O Senhor meramente usa seu povo como armas: Judá como arco, Efraim como flechas e Sião como espada (13). O ataque de Sião tem de ser contra a Grécia. Nos dias de Zacarias, os gregos já chamavam a atenção do Oriente Próximo. Os judeus que voltaram do cativeiro já teriam ouvido falar do incêndio de Sardes (em 499 a.C.) e da batalha de Maratona (em 490 a.C.). Mais recentemente, as vitórias dos gregos sobre Xerxes em Salamina, Platéia e Micale (em 480-479 a.C.) chamaram a atenção de Neemias e seus contemporâneos. A palavra Grécia (hb. Javan) deve ser entendida em seu significado mais amplo, aplicável a todos os helenistas na região mediterrânea.

"Na ótica dos comentaristas judeus, o versículo prediz as guerras empreendidas com sucesso pelos heróis macabeus contra os regentes gregos da Síria. Rashi faz a seguinte paráfrase: 'No fim, os gregos tomarão o reino das mãos dos reis da Pérsia; eles vos mal-tratarão, mas curvarei Judá para mim como um arco de guerra, e os judeus farão guerra contra Antíoco nos dias dos asmonianos". 11

Os versículos 14:15 destacam a verdade de que é Deus quem dará vitória ao seu povo. O versículo 14 significa, provavelmente, que usará os poderes da Natureza para cumprir seus propósitos. No versículo 15, o profeta descreve a perfeição da vitória: "Defenderá o seu povo e eles dominarão seus inimigos, pisando-os com os pés. Sentirão o gosto da vitória e gritarão em triunfo. Vão arrasar os seus inimigos e deixarão atrás de si um terrível massacre" (BV). O versículo 16 apresenta a preciosidade do povo de Deus: Eles são seu rebanho e pedras ("jóias", NVI) de uma coroa. No versículo 17, Zacarias tem um vislumbre da terra restabelecida de Judá: "Como será bom e belo esse país!" (NTLH).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Zacarias Capítulo 9 versículo 3
Tiro:
Rica e próspera cidade fenícia, símbolo de arrogância e orgulho (Ez 28:11-19).

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Zacarias Capítulo 9 do versículo 1 até o 15
*

9.1—11.17

O profeta volve agora a sua atenção para o futuro do reino de Deus, desenvolvendo o seu tema mediante dois longos oráculos (caps. 9—11 e 12—14). A primeira profecia da última metade do livro enfoca a vinda de Deus, o Rei, a fim de julgar os incrédulos. Os versículos de abertura (9.1-8) retratam Deus como um guerreiro vingador que virá tomar posse de sua terra, com a destruição de todos os inimigos pagãos que atravessam seu caminho (conforme Is 9:6, nota). Ele virá do norte para Jerusalém (conforme 9:14-17, onde Deus é retratado como quem viria do sul para Jerusalém), acontecimento esse que leva à proclamação de 9.9. Alguns interpretam esse quadro profetizado como uma invasão, vinda do norte, descrevendo a conquista da Palestina, em 333 a.C., por parte de Alexandre, o Grande. Essa pode ser uma interpretação correta, mas seu significado maior diz respeito ao próprio Deus, que voltará à terra a fim de vingar o seu povo. Ver Introdução: Características e Temas.

* 9:1

sentença pronunciada pelo Senhor. Essa frase exata é usada por três vezes no Antigo Testamento (aqui e em Zc 12:1 e Ml 1:1). "Sentença" significa que o profeta estava sob forte compulsão para entregar a mensagem de Deus.

terra de Hadraque. Conhecida como Hatarica, nas inscrições cuneiformes assírias, essa é a cidade mais ao norte citada nos vs. 1-8. A descrição aqui é bastante geral, e não devemos buscar um cumprimento específico.

Damasco. A capital da Síria, o país vizinho de Israel, ao norte.

O SENHOR põe os olhos sobre os homens. Todos os povos estão sob o escrutínio dos olhos do Senhor sob eles fixados; por semelhante modo, os povos olharão para o Rei Todo-poderoso quando ele se aproximar com a sua justiça, a fim de julgar a humanidade.

*

9:2

Hamate. Uma cidade localizada no rio Orontes, ao norte de Damasco.

Tiro e Sidom. Cidades fenícias do litoral do mar Mediterrâneo. Eram centros comerciais por todo o período bíblico. A descrição delas como centros "cuja sabedoria é grande" pode relacionar-se à esperteza nos negócios. O julgamento divino dessas duas cidades é um tema profético comum (Jr 47:1-7; Ez 28:11-23).

*

9:5

Ascalom... Gaza... Ecrom. Essas fortes cidades da Filístia não serão capazes de resistir ao poder do guerreiro que se aproximará, sendo este o próprio Deus. Essas cidades foram destinadas para o castigo por diversas vezes no Antigo Tstamento (Is 14:28-32; Ez 25:15-17; Am 1:6-8).

*

9:9-10

Esta importante profecia do Antigo Testamento recebe cumprimento tanto na entrada triunfal de Jesus, em Jerusalém (Mt 21:1-11; Jo 12:12-16) como durante o seu reinado messiânico (v. 10, nota).

*

9:9

ó filha de Sião. Um título comumente usado para falar da santa cidade de Deus, Jerusalém, e seus habitantes (Is 1:8, nota; 62.11 e Sf 3:14).

o teu Rei. A descendência real de Davi, prometida reiteradamente (2Sm 7:12-14; Sl 132:11; Is 9:7; 11.1-5; Jr 23:5,6; 33.15-22; Ez 34:23,24;37:24,25).

em jumento. Um sinal da humildade de Cristo. Ver a nota em Mt 21:1-11.

*

9.10

os carros... os cavalos. Implementos de guerra seriam abolidos duante o reinado pacífico do Rei justo (Is 2:1-4; 11.6-9). O Antigo Testamento com freqüência prediz a paz universal nos tempos do Rei-Messias (Is 57:19; Mq 4:1-5; conforme Ef 2:12-18).

domínio... de mar a mar. O governo universal e soberano de Deus é fundamental na religião do Antigo Testamento (Sl 72:8; 96.3-5; Dn 2:44-47; 7:13,14,27). Cristo é aquele que trará o dominínio universal do Pai à terra (Mt 12:28; Fp 2:9-11; Ap 19:11-16).

* 9:11

sangue da tua aliança. Uma referência à provisão da aliança divina para expiar o pecado (Êx 24:8; Mt 26:28).

*

9:13

ó Grécia. Literalmente, diz aqui o original hebraico, "ó Javã" (Gn 10:2). Essa referência não se refere necesariamente às guerras dos Macabeus (segundo século a.C.), que ocorreram durante o período intertestamentário, e nem indica que o autor sagrado tenha vivido durante aquele período. A Grécia pode ser usada como símbolo das nações pagãs que guerreavam contra o povo de Deus.

*

9:14

redemoinhos do sul. O Deus de Israel é agora retratado como quem vinha da região sul do deserto, montado nas nuvens da tempestade (2Sm 22:8-16; Sl 29). Visto que o monte Sinai foi o lugar onde ele apareceu quando tirou o seu povo do Egito, o Antigo Testamento, algumas vezes, retrata Deus como vindo daquela região.

* 9:15

encher-se-ão... ficarão ensopados. O povo de Deus estaria exultando de santa alegria, por causa da vitória e da presença de Deus (At 2:13-21; Ef 5:18).

*

9:16

rebanho... pedras de uma coroa. O povo de Deus repousa em segurança, sob os cuidados divinos (13.7; Ez 34:11-24; 37:24), e se tornará glorioso como um resultado da presença do Senhor (2Co 3:18).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Zacarias Capítulo 9 do versículo 1 até o 17
9.5-7 Zacarías menciona quatro cidades chave em Filistéia: destruiriam ao Ascalón, Gaza e Ecrón e ao Asdod tomariam estrangeiros. Isto se devia a sua grande maldade e idolatria. Mas os que permanecessem na terra, Israel os adotaria, como aconteceu aos jebuseos. (Quando Davi conquistou a Jerusalém, não destruiu aos jebuseos, mas sim os absorveu dentro do Judá.)

9:8 Alguns séculos depois dos dias do Zacarías, Antíoco IV Epífanes invadiria o Israel; e em 70 D.C., Tito, um general romano, destruiria por completo o templo. Esta promessa, portanto, pôde ter sido condicional de acordo com a obediência do povo. Entretanto, viria um dia quando o povo de Deus nunca mais teria que preocupar-se com inimigos invasores (Jl 3:17).

9:9 A entrada triunfal do Jesus cavalgando em Jerusalém (Mt 21:1-11) prediz-se aqui, quinhentos anos antes de que ocorresse. Assim como se cumpriu esta profecia quando Jesus veio à terra, sem dúvida se cumprirão as profecias de sua Segunda Vinda. Temos que estar preparados para sua volta porque O vem.

9:10 Efraín é outro nome do reino do norte ou Israel. Quando vemos duas montanhas distantes, parecem estar muito perto, possivelmente até pareçam tocar-se entre si. Mas à medida que nos aproximamos, vemos que em realidade estão muito longe, inclusive até separadas por um grande vale. Esta é a situação de muitas das profecias do Antigo Testamento. O versículo 9 se cumpre claramente na primeira vinda de Cristo, mas o versículo 10 agora pode ver-se que faz referência a sua Segunda Vinda. Nesse tempo todas as nações se sujeitarão a Cristo. Seu reino abrangerá toda a terra. Em Fp 2:9-10 nos diz que tudo joelho se dobrará ante Cristo e toda língua confessará que O é o Senhor.

9:11 Os pactos nos tempos do Antigo Testamento se selavam ou confirmavam com sangue, da mesma forma que assinaríamos um contrato. O antigo pacto se selava com o sangue dos sacrifícios, assinalando ao futuro quando o sangue de Cristo se derramaria no Calvário como "sua assinatura" para confirmar o novo pacto de Deus com seu povo. Porque O estabeleceu este pactuo com eles, liberou-os da "cisterna em que não há água": o cativeiro.

9.14-17 Depois do reinado do Salomão, o reino se dividiu no reino do norte (chamado o Israel ou Efraín) e o reino do sul (chamado Judá). Esta profecia diz que todo o Israel, norte e sul, algum dia se reunirá. A primeira parte deste capítulo nos diz como Deus ajudará a seu povo a evitar a guerra; agora Deus explica que ajudará a seu povo quando a guerra seja inevitável. Os versículos 14 aos 17 explicam como os judeus venceriam aos gregos. Entretanto, também é uma figura que ilustra a futura vitória final sobre o mal do povo de Deus.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Zacarias Capítulo 9 do versículo 1 até o 17
CLUSTERING D. ORACLES SOBRE MESSIAS DO PRIMEIRO ADVENTO (9: 1-11: 17)

Os oito primeiros capítulos da profecia de Zacarias foram escritos quando o profeta era um homem jovem, e no espaço de cerca de dois anos (520-518 AC ). Eles não só formar um pouco mais do que metade do espaço do livro, mas são, de as duas porções, de longe a mais importante. No entanto, os últimos seis capítulos não são de forma a serem contados como sem importância.

Os últimos seis capítulos foram escritos muito mais tarde, provavelmente quando o profeta estava bem ao longo dos últimos anos. Eles são profecias, como tal, não a descrição de visões, como a maioria dos oito primeiros capítulos são.

Porque estes últimos seis capítulos são tão diferentes no tom, muitos estudiosos têm sugerido que eles não foram escritos pelo próprio Zacarias. Mas, como é mostrado no início da "Introdução", existem bases estilísticas e outros para a compreensão de que o mesmo homem, inspirada pelo Espírito, escreveu todos os capítulos.

1. Jerusalém será salvo de Alexander (9: 1-8)

1 O peso da palavra do Senhor sobre a terra do Hadraque, e Damasco será o seu lugar de descanso (para o olho do homem e de todas as tribos de Israel é para com Jeová); 2 e Hamate, também, que confina com o assunto; Tiro e Sidon, porque eles são muito sábio. 3 E Tiro edificou para si fortalezas, e amontoou prata como o pó, e ouro como a lama das ruas. 4 Eis que o Senhor a despojará, e ferirá o seu poder no mar; e ela será consumida pelo fogo. 5 Ashkelon verá isso, e de medo; Gaza também, e terá grande dor; e Ekron, porque a sua esperança será posta à vergonha; eo rei de Gaza perecerá, e Asquelom não será habitada. 6 E um bastardo habitará em Asdode, e exterminarei a soberba dos filisteus. 7 E eu vou tirar-lhe sangue para fora de sua boca, e sua abominações dentre os seus dentes; e ele também ficará como um resto para o nosso Deus; e ele será como chefe em Judá, e Ecrom como um jebuseu.

8 E eu acamparei sobre a minha casa contra o exército, para que ninguém passe, nem volte; e não opressor passará mais por eles, porque agora vi com os meus olhos.

Nesta passagem, o profeta vê que muitos estados e cidades-estado vai cair antes que algum exército sem nome, mas que Jerusalém será poupado. Como se lê Josephus e outros historiadores, é claro que Alexandre, o Grande e seu exército cumpriu essa profecia. Alexander derrotou os persas em 333 AC , na Batalha de Isso, na Ásia Menor. Desde a vitória, Alexandre mudou para o sul e derrubou, local por local, os estados e cidades-estados que vieram sob o domínio da Pérsia, e alguns, como Tiro, que nunca tinha sido subjugados por Persia. Tudo isso Zacarias prediz.

Só aqui, em todo o Antigo Testamento, é o país da Hadraque (v. Zc 9:1) mencionado. Ela costumava ser pensado como, talvez, um lugar mítico, mas estudos recentes identifica com Hatarika, mencionado nos anais dos reis assírios e localizado perto de Damasco.

Alexandre, o Grande fez esta conquista dos povos; mas como o Senhor estava atrás de vitória os pagãos de Nabucodonosor sobre Judá, assim Jeová figurou em vitórias de Alexandre. Assim, em vez de todo mundo olhando com consternação com este exército e sua geral, o olho do homem (humanidade, v. Zc 9:2) olhou para com Jeová.

Tyre está no caminho da avalanche deste exército. Tiro, um orgulhoso e pomposo, esperto nos negócios, o New York do mundo (ver Ezequiel 28. ), que nunca havia sido vencido por qualquer exército! Salmaneser da Assíria tinha sitiado esta cidade por cinco anos, sem sucesso; e Nabucodonosor, Pv 13:1)

9 Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis que o teu rei vem a ti; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta. 10 E eu vou cortar a carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém; eo arco de guerra será extirpada; e ele anunciará paz às nações; eo seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o rio até os confins da terra.

11 Quanto a ti, por causa do sangue do teu pacto, libertei os teus presos da cova em que não havia água. 12 Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; ainda hoje vos anuncio que pagarei o dobro a ti. 13 Pois curvei Judá para mim, enchi com Efraim o arco;e eu vai agitar a teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó Grécia, e farei de ti como a espada de um valente. 14 E o Senhor será visto sobre eles; e as suas flechas sairão como o relâmpago; e o Senhor Deus fará soar a trombeta, e irá com redemoinhos do sul.15 O Senhor dos exércitos os protegerá; e eles devorarão, e pisarão os fundibulários; e beberão, e fazer um barulho como pelo vinho; e eles serão fartos como bacias, como os cantos do altar. 16 E o Senhor seu Deus vai salvá-los naquele dia como o rebanho do seu povo; para eles serão como as pedras de uma coroa, elevadas sobre a terra dele. 17 Pois quão grande é a sua bondade, e quão grande é a sua formosura! grão deve fazer os jovens florescer, e vinho novo as virgens.

Em contraste com Alexandre, o Grande, Zacarias vê que outro tipo de rei que um dia vai aparecer no palco da história humana. Jerusalém é a exultam (v. Zc 9:9 ), para o seu próprio rei [teu rei], um dia, vir a ela.

Ele será apenas (justos), em contraste com o rei grego. Ele será humilde, e montado sobre um jumento, que também será um contraste com o homem da Macedônia.

Bem conhecido é o cumprimento desta profecia, quando Cristo entrou em Jerusalém no que chamamos de Domingo de Ramos-a Entrada Triunfal (ver Mt 21:4 ; Jo 12:14 , Jo 12:15 ; conforme . Is 62:11 ).

O restante deste capítulo (vv. Zc 9:11-17) simplesmente diz de maneiras em que Jeová vai ajudar seus prisioneiros de esperança (v. Zc 9:12 ). Interessante é o fato de que a Grécia (v. Zc 9:13) é mencionado ao contrário de Sião, uma vez que, na primeira parte do capítulo, Alexander, o grego, não tinha realmente sido mencionado pelo nome, embora suas façanhas foram evidentemente profetizou.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Zacarias Capítulo 9 do versículo 1 até o 17
9.1 Hadraque. O nome da cidade ou distrito perto de Damasco, ao sul de Hamate.

9.2 Tiro e Sidom, cidades da Fenícia, eram as duas mais velhas e ricas cidades do mundo. A maior parte de suas riquezas foi obtida através do comércio marítimo.

9.3,4 Tiro parecia impossível ser vencida, por causa da sua riqueza e poder, mas Deus prediz a sua ruína e isto foi exatamente o que aconteceu na invasão da Palestina por Alexandre o Grande (333 a.C.).
9.5,6 Estes versos descrevem a conquista e marcha de Alexandre, ao longo da praia, e retrata o terror que as cidades filistéias sentiram quando ouviram que mesmo a grande Tiro tinha sido destruída.
9.8 No meio de todo esse perigo, a Israel é prometida a proteção divina Alexandre protegeu a Jerusalém em 332 a.C., cumprindo cabalmente esta predição.

9.9 A entrada triunfal de Cristo é claramente prescrita aqui. Foi cumprida exatamente, quando ele entrou triunfalmente em Jerusalém (Mt 21:5 e paralelos). • N. Hom. Infinita Majestade e Humildade Encarnadas. Em Cristo, o Messias coroado por Deus e o Seu povo, encontramos:
1) Justiça sem egoísmo;
2) Salvação sem mesquinhez;
3) Humildade sem desdém; tudo isto na pessoa do Emanuel, "Deus conosco” (conforme Is 9:6, Is 9:7), e, portanto, acessível a toda e qualquer classe, raça, cor, posição e necessidade dos homens.

9.10 O Messias, quando reinar na Terra, falará não somente da paz, mas trará com Ele a paz, a qual se estenderá de mar a mar, Na primeira vinda trouxe paz com Deus pelo Seu sangue vertido (13.1; Ap 1:5, Ap 1:6). Na segunda vinda trará a paz ao mundo no Seu reino, justo e poderosa (Mq 4:3, Mq 4:4).

9.11 Sangue do tua aliança (conforme Êx 24:34). Em vez de uma morte horrível, como qualquer cativo numa cova sem água, Deus, por causa de Seu pacto, os torna presos de esperança (12).

9.13 Deus aparece aqui como guerreiro, tomando Judá para seu arco e Efraim como flecha, curvando a arma contra os inimigos de Sião. Provavelmente este trecho fala das vitórias dos judeus macabeus (170-140 a.C.) sobre os selêucidas, herdeiros dos poderes de Alexandre.
9.14 Do Sul. A mais violenta tempestade freqüentemente vem do deserto (conforme Is 21:1).

9.15 Encher-se-ão com o sangue dos seus inimigos.

9.16 O povo de Deus é descrito por duas figuras neste verso, que demonstram a Sua relação com Eles: rebanho; pedras de uma coroa. Lembram-nos de passagens como Jo 10:0 e Ap 20:6; Ap 22:5.

9.17 Proteção e provisão divina para Seu povo, devemos concordar com estas palavras (conforme Jr 31:12-24).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Zacarias Capítulo 9 do versículo 1 até o 17
Segunda seção: Profecias messiânicas (9.114.21)

I. A RESTAURAÇÃO DE JUDÁ (9.1—11.3)

1) Invasão divina (9:1-8)
As diferenças marcantes entre a primeira e a segunda seções do livro (conforme Introdução) concentram-se principalmente no sentido da urgência acerca das promessas da primeira seção, associadas particularmente ao tema da reconstrução do templo nos seus trechos finais, enquanto na segunda seção há um tom apocalíptico mais acentuado e uma conotação messiânica mais forte. Mesmo assim, as duas seções estão evidentemente ligadas pela ênfase dada ao plano do livramento divino. Se, como mostra o texto, o templo e o seu futuro estão em primeiro plano na mente do profeta na primeira seção (especialmente caps. 7 e 8), o fato de que horizontes diferentes e mais indefinidos pareçam estar em vista na segunda seção, intercalados com uma série de passagens proféticas relativamente breves com um estilo em geral diferente, não precisa ser considerado indicação clara de autoria diferente. Vai muito além das evidências sugerir que uma unidade de autoria implicaria “uma estranha dupla personalidade” (assim
C. Stuhlmacher, Haggai, Zechariah, Malachi, in: The Jerome Biblkal Comentary, p. 395).

v. 1. “Peso da palavra do Senhor” (ARG), refletindo o texto hebraico, na NVI é abreviado por A advertência do Senhor. “Peso” não é, como sugerem algumas versões, um título a ser sobreposto à obra, mas introduz a expressão seguinte:“palavra do Senhor”. Embora “palavra” com freqüência seja uma referência a um oráculo profético, isso não representa dificuldade alguma aqui. “Oráculo” (heb. massã) é derivado do verbo nãsã, “levantar”, daí “peso”. O termo ocorre com freqüência em conexão com a obra essencial de um profeta no ATOS, mas somente em três ocorrências é ligado imediatamente à expressão “palavra do Senhor”; aqui, em 12.1 e em Ml 1:1. Descreve um peso colocado sobre os ombros do profeta, uma mensagem que não pode de maneira alguma ser anunciada com facilidade, assim submetendo o profeta a grande compulsão.

A NVI traduz incorretamente contra a terra de Hadraque. A preposição hebraica aqui significa “em” (“na”), como traz a BJ. O topônimo Hadraque não é mencionado em lugar algum do ATOS, a não ser aqui. Provavelmente deve ser identificado com uma cidade no norte da Síria, Hatarikka, assim chamada em inscrições cuneiformes da Assíria, (conforme J. B. Pritchard, ANET, 1955, p. 282-3). A palavra do Senhor também cairá sobre Damasco (lit. “e Damasco seu lugar de descanso”). Damasco, a capital da Síria, era inimiga tradicional de Israel. A mensagem aparentemente é que a palavra do Senhor, tendo operado em Judá, começa a ter influência sobre seus vizinhos. porque os olhos do Senhor estão sobre toda a humanidade. A ARC traz “porque o olhar do homem e de todas as tribos de Israel se volta para o Senhor”, que é uma tradução literal do texto hebraico. Mas Adam (homem) em hebraico pode ser confundido na transmissão textual com aram, uma pequena diferença na escrita da letra dalet (d), trocando-a por resh (r), semelhante à anterior, só que mais arredondada. Da mesma forma, “olho de” (heb. ‘êyn) pode ser confundido com “cidades de” (‘ãrê), embora isso seja menos provável. Por isso, precisamos nos esforçar para ficar o mais próximo do significado que o contexto parece exigir. Por essa razão, talvez seja melhor ler “Porque os olhos do Senhor estão sobre Arã (Síria) assim como estão sobre todas as tribos de Israel”, que segue com naturalidade a primeira parte do versículo, como também se conecta de maneira adequada com o que segue. (Conforme a BJ, que traz ainda outra possibilidade), v. 2. Hamate: Mencionada em Jl 6:2 como cidade de alguma importância. As referências mais antigas no ATOS mostram que esse lugar, perto do rio Oron-tes, era uma colônia autônoma (Gn 10:18) que em certa época teve boas relações com Israel (conforme 2Sm 8:9,2Sm 8:10; 1Cr 18:9, 1Cr 18:10). Foi também o cenário da perseguição de Nabucodo-nosor ao exército egípcio após a batalha de Garquemis em 605 a.C. (conforme D. J. Wiseman, Chronicles of Chaldean Kings, 1956, p. 69). A cidade ainda existe hoje e é conhecida como Hamah, entre Alepo e Damasco. Tiro era uma cidade industrial importante em épocas antigas, e era lembrada particularmente por causa de seus acordos comerciais com Davi e Salomão. Mais tarde, no século VIII a.C., Tiro passou a ser pressionada pela Assíria, e seu futuro foi retratado de forma sombria por Jeremias e Ezequiel (conforme Jr 27:1-24; Ez 26:1

28.19). V. um esboço importante da história de Tiro em D. J. Wiseman, Tiro, NBD; conforme P.

K. Hitti, History of Syria (Londres, 1951).

Sidom foi uma das primeiras cidades fenícias, e era especialmente conhecida por seu porto, embora sejam muito sábias: Isso, como J. G. Baldwin observa (Haggai, Zechariah, Malachi, p. 159), é uma tradução incorreta. O verbo está no singular — “é muito sábia”. A expressão deve ser lida então como o início da próxima frase, para trazer: “Embora seja muito sábia, Tiro construiu para Sl uma fortaleza”. Aqui temos também um jogo de palavras; Tiro (heb. sõr) e fortaleza (heb. mãsôr). acumulou prata [...] e ouro: Hirão I, rei de Tiro (c. 979-945 a.C.), construiu um caminho elevado ligando o porto à sua fortaleza (2Cr 8:5). Essa referência a ouro e prata, assim como reflete a afluência geral da economia de Tiro, possivelmente reflita também a importação de ouro e prata — uma operação realizada com a colaboração de Salomão (conforme 1Rs 10:22;

2Cr 9:21). v. 4. o Senhor se apossará dela e lançará no mar...\ Apesar da sua força e recursos financeiros, Tiro está destinada à destruição. O seu “poder” (heb. hayit) é provavelmente uma referência abrangente à sua força econômica e suas imensas defesas. O substantivo hebraico certamente abarca os dois significados. E o que sobrar após o ataque será consumido pelo fogo, exatamente como também Amós havia predito (conforme Jl 1:10). Se algum cumprimento específico desse oráculo deve ser achado na história, provavelmente deva ser visto na conquista de Tiro por Alexandre, o Grande, em 332 a.C. Embora a cidade tenha se recuperado depois disso em certa medida na época dos selêucidas, nunca mais se elevou à proeminência antiga, v. 5. Ao ver isso Ascalom ficará com medo [...] ficará deser-ta\ O profeta adapta livremente um oráculo anterior pronunciado contra as três cidades dos filisteus mencionadas aqui (conforme Jl 1:0). A derivação do substantivo é incerta, mas parece ter alguma conexão com uma raiz árabe que significa “estar imundo, podre”. Aqui, provavelmente, faz referência a uma população multirracial como a que deu problemas a Neemias (conforme Ne 13:24). A Filístia era o território na costa sudoeste da terra santa e era ocupado pelos filisteus desde tempos bíblicos antigos. O nome moderno “Palestina” para a terra santa é derivado desse nome. Desde o tempo de Josué, o povo dos filisteus se tornou uma fonte constante de frustração para os israelitas, particularmente durante os reinados de Saul e Davi. Essa menção ao povo filisteu é a última no ATOS (conforme os verbetes Filisteus e Filístia no NBD). O orgulho desse povo, diz o profeta, será quebrado; o seu sistema sacrificial pagão será eliminado, e a Filístia vai se tornar um remanescente (“Aquele que restar”, v. 7), isto é, será incorporada ao cerne fiel do povo de Judá (conforme 8.6). Ecrom será como os jebuseus: Ecrom, uma das cinco cidades principais dos filisteus, recebe a promessa de um futuro pacífico de coexistência, assim como a que foi garantida aos antigos residentes cananeus dos arredores de Jerusalém depois que Davi capturou essa cidade. v. 8. Tendo assim a fronteira marítima do sudoeste sob controle, a terra agora estará segura. O Senhor vem agora para defender sua terra e seu povo. Os seus olhos (conforme 4.10) vigiam a sua segurança para que nenhum invasor ou inimigo viole seus direitos de propriedade novamente.


2) O Rei-Messias (9.9,10)

A fim de ter uma melhor perspectiva do futuro, o profeta focaliza a atenção agora na chegada do rei. Esse oráculo breve é bem conhecido a partir do NT (conforme Mt 21:4,Mt 21:5; Jo

12.14,15) em que, no entanto, há um desvio considerável do texto hebraico e da Septuaginta. v. 9. Alegre-se muito [...] Exulte-. Indica o fervor do anúncio do profeta, cidade de Sido (heb. “filha”): Como já foi observado, “filha” é um termo que no ATOS com freqüência denota relações cortadas (e.g., Is 1:8; Jr 4:31Lm 2:1). Esse trecho é uma exceção. Em contraste, Jerusalém recebe a notícia de que o seu tempo de espera acabou; a chegada do seu rei é iminente. Ele é justo (heb. saddíq) (conforme Is 9:7; Is 11:4,Is 11:5), isto é, ativamente justo na correção de injustiças e opressão de épocas anteriores, vitorioso-. A ARA traz “[justo e] Salvador” (heb. nôshã\ lit. “salvou” no sentido de que a vitória para ele está garantida. Essa disposição de justiça e salvação lado a lado encontra um paralelo nos trechos do Servo em Isaías. Assim, fica estabelecido imediatamente o vínculo com o Servo do Senhor (conforme H. G. Mitchell, Haggai, ZechariahMalachi, in loc.), e esse fato teria fornecido material essencial suficiente para que o oráculo tivesse proeminência nas narrativas da Paixão no NT. O Rei-Messias é humilde (heb. ‘ãni), indicando que ele vem com mansidão ou em paz. O adjetivo hebraico é usado com freqüência para denotar os “pobres”. Era por conta da pobreza que as pessoas muitas vezes sofriam nas mãos dos seus vizinhos mais ricos nos dias do ATOS, e é como reflexo disso que o adjetivo assume o significado de “humilde” (conforme 7.10; 11:7-11). O rei vem montado num jumento, fortalecendo a imagem de um governante pacífico. O uso do termo “jumento”, no entanto, possivelmente associa o oráculo à bênção de Jacó sobre Judá, na qual o governante antevisto “amarrará seu jumento [...] ao ramo mais seleto” (Gn 49:10,

11). A presença de dois animais é produto do paralelismo hebraico. Só se tem em mente aqui um animal. O fato de que os dois animais aparecem em uma das referências do NT a esse oráculo (conforme Mt 21:7, mas contraste com Jo 12:14,Jo 12:15) indica uma obediência rigorosa e literal ao texto hebraico por parte dos evangelistas. (V. um exame exaustivo desse e de outros trechos do NT em F. F. Bruce, The Book of Zechariah and the Passion Narrative, 7SL, v. 43, Nu 2:0 em que o autor dá voz ao anseio universal por paz. A contribuição do profeta para esse anseio está no seu anúncio de que essas esperanças serão satisfeitas finalmente no rei que Deus escolher.


3) A vitória de Judá (9:11-17)
Com o cenário pronto para a vinda do rei de Israel e o estabelecimento da paz mundial, o profeta se volta agora para o livramento de
Judá. Em concordância com a promessa a seu povo no tempo de Moisés, Deus vai intervir por causa do sangue da minha aliança (conforme Ex

24.8). A base original do tratamento especial que Deus dá a seu povo nunca é esquecida. A essência hemática da aliança era lembrada diariamente nos serviços do tabernáculo (cf. Ex 29:38-46) e lembrada por Jeremias (conforme Jr

31.31). Contudo, as palavras “sangue da aliança” ocorrem somente aqui, em Ex 24:8 e em Mc 14:24. Na última referência, assumem seu significado total. Além disso, as palavras que seguem — libertarei os seus prisioneiros (heb. tempo perfeito) — sugerem que o profeta conseguia enxergar a intervenção de Deus estendendo-se além das circunstâncias particulares do exílio, que mesmo assim é visto como um livramento de um poço sem água. Essa expressão é lida como uma glosa por uma série de estudiosos, basicamente porque não cabe no teor geral do contexto e parece destruir sua estrutura poética. As palavras são omitidas em algumas versões (NEB em inglês). E questionável, porém, se essa crítica é justificada. O profeta está falando de uma mudança dramática na sorte do povo, e por isso provavelmente usaria uma linguagem vívida e bem variegada ao descrever o seu livramento do cativeiro.

v. 12. Voltem à sua fortaleza (He 1:0’bissãrôn): Embora o substantivo seja de derivação desconhecida, as diversas sugestões de emenda textual pouco fazem para melhorar o sentido. A maioria das versões deixa o texto como está porque num sentido bem real Judá e Jerusalém eram fortalezas de proteção divina na qual os exilados que retornaram podiam confiar seguramente. Esses exilados haviam sido prisionríros da esperança, cativados pela expectativa do dia do livramento, e fortalecidos pela declaração: restaurarei tudo em dobro para vocês, sem dúvida sugerindo que o desespero do cativeiro seria substituído por muita alegria, v. 13. O poder de Deus, porém, ainda está com o seu povo. O Norte e o Sul compartilhariam do propósito de Deus na vitória, assim como o arco e a flecha precisam ser usados juntos. Levando adiante a figura de linguagem, os filhos de Sião são a espada do Todo-poderoso a ser brandida contra os filhos da Grécia (heb. yãwãri). Essa linha do poema é omitida pela NEB e considerada uma glosa explicativa por uma série de comentaristas (conforme H. G. Mitchell, op. cit., p. 279-80). As razões geralmente apresentadas são que as primeiras duas linhas formam um dístico e este normalmente seria seguido de um segundo dístico. Mas essas palavras quebram o padrão e, por isso, são um acréscimo ao texto. Esse tipo de acréscimo, crêem alguns estudiosos, teria sido feito facilmente no período dos macabeus, em que a menção específica da Grécia teria sido um meio conveniente de atualizar as palavras do profeta tornando-as mais inteligíveis numa situação que envolvia a luta contra o helenismo. Mas a versão grega retém as palavras, e isso é evidência forte de que devemos manter as palavras no nosso texto. Embora o termo heb. yãwãn normalmente seja interpretado por “Grécia”, a referência aqui provavelmente seja mais ampla e deva ser aplicada a povos estrangeiros (conforme Introdução).

v. 14. O profeta emprega agora uma linguagem apocalíptica distinta ao retratar a batalha decisiva contra os inimigos de Israel. Deus aparecerá (conforme Hc 3:3,Hc 3:11) soando a trombeta para a batalha à medida que avança em meio às tempestades do sul — isso provavelmente lembra a sua aparição a Moisés, Arão e os anciãos de Israel (conforme Ex 24:9,10,15) e possivelmente também o cântico de Débora (conforme Jz 5:0). v. 16. Assim, com o retrato em mente do povo restaurado e jubilando sem restrições em virtude do livramento poderoso realizado por Deus, o profeta os vê como jóias de uma coroa, símbolos vivos de tudo que o Senhor fez por eles. v. 17. As condições de paz serão acompanhadas de condições de fartura na terra a ser povoada por homens e mulheres jovens, juntos sinalizando um futuro mais feliz e frutífero para a nação.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Zacarias Capítulo 9 do versículo 1 até o 21

IV. O Futuro das Nações, Israel e o Reino do Messias. 9:1 - 14:21. A. A Primeira Sentença. 9:1 - 11:17


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Zacarias Capítulo 9 do versículo 3 até o 4
b) O julgamento contra Tiro (Zc 9:3-4)

A "sabedoria" atribuída a Tiro e Sidom (ver versículo 2), tinha caráter puramente mundano. Por meio de seu comércio aquelas cidades se haviam tornado imensamente ricas; porém, a riqueza geral se equiparava à sua grande iniqüidade. Tiro, que ficava situada numa ilha cerca de oitocentos metros do continente, edificara para si mesmo fortalezas, cercando-se de grandes muros. Porém, embora os habitantes de Tiro se sentissem seguros em suas defesas, vieram contra eles as calamidades preditas nestes versículos. Alexandre, em sua determinação para dominar a cidade, construiu, mesmo em meio a dificuldades quase incríveis, um molhe artificial que ligava a ilha com o continente e destruiu completamente a orgulhosa cidade. (Cfr. Ez 26:17).


Dicionário

Amontoar

verbo transitivo direto Juntar em grande quantidade; acumular: amontoar dinheiro.
verbo transitivo direto e pronominal Reunir de modo desordenado: amontoou citações; as roupas de amontoam no varal.
verbo pronominal Aumentar em número; multiplicar-se: os males se amontoam.
verbo transitivo direto e intransitivo Figurado Guardar com a intenção de poupar; amealhar: a igreja amontoava riquezas; é prudente amontoar.
verbo transitivo direto Figurado Expressar opiniões confusa e ilogicamente: amontoou argumentos para sua demissão.
Etimologia (origem da palavra amontoar). A + montão + ar.

acumular, ajuntar, reunir, arrumar, emaçar. – Todos estes verbos enunciam a ideia de reunir, de formar conjunto, de associar coisas em quantidade. – Amontoar é “reunir aos montes, formar montão, juntar sem ordem”. – Acumular é sinônimo quase perfeito de amontoar: apenas acrescenta à significação deste uma ideia de continuidade e de reflexão: o que se acumula já sobra, já excede à medida normal. Por isso dizemos – acumular empregos ou cargos; acumular fortuna ou riquezas; mas não dizemos – acumular o trigo no campo; acumular as pedras que vêm da montanha; nem – acumular as frutas que se estão colhendo, ou – os peixes que se estão pescando: porque em todos estes casos não se subentende medida a encher. Aí deve usar-se o verbo amontoar, ajuntar, ou reunir. – Ajuntar e reunir são muito difíceis de distinguir-se: ajuntar é “pôr um ao lado, unido ao outro, ou uns a outros”; reunir é “tornar a unir”; portanto – é “unir outra vez o que já fora unido”: e aí está no que consiste a diferença entre os dois. É por isso que dizemos: “aquele homem, com toda aquela atividade e economia, depressa ajuntará dinheiro ou fortuna”; e não diremos: “aquele homem reunirá...” Pode-se dizer indiferentemente: “reunir ou ajuntar as forças debandadas ou dispersas”; mas ninguém diria: ajuntei meus irmãos para combinarmos a resolução mais acertada”... (e sim – reuni meus irmãos...) – Arrumar é “propriamente pôr em rumas, arranjar um sobre outro”. – Emaçar é “reunir, ou ajuntar em maço, isto é, formar de algumas ou muitas coisas um só volume”. “Emaçamos os papéis, e arrumamos os maços no armário ou na estante”.

Como

assim como, do mesmo modo que..., tal qual, de que modo, segundo, conforme. – A maior parte destas palavras podem entrar em mais de uma categoria gramatical. – Como significa – “de que modo, deste modo, desta forma”; e também – “à vista disso”, ou – “do modo que”. Em regra, como exprime relação comparativa; isto é – emprega-se quando se compara o que se vai afirmar com aquilo que já se afirmou; ou aquilo que se quer, que se propõe ou se deseja, com aquilo que em mente se tem. Exemplos valem mais que definições: – Como cumprires o teu dever, assim terás o teu destino. – O verdadeiro Deus tanto se vê de dia, como de noite (Vieira). – Falou como um grande orador. – Irei pela vida como ele foi. – Assim como equivale a – “do mesmo modo, de igual maneira que”... Assim como se vai, voltar-se-á. Assim como o sr. pede não é fácil. Digo-lhe que assim como se perde também se ganha. Destas frases se vê que entre como e assim como não há diferença perceptível, a não ser a maior força com que assim como explica melhor e acentua a comparação. – Nas mesmas condições está a locução – do mesmo modo que... Entre estas duas formas: “Como te portares comigo, assim me portarei eu contigo”; “Do mesmo modo que te portares comigo, assim (ou assim mesmo) me portarei contigo” – só se poderia notar a diferença que consiste na intensidade com que aquele mesmo modo enuncia e frisa, por assim dizer, a comparação. E tanto é assim que em muitos casos 290 Rocha Pombo não se usaria da locução; nestes, por exemplo: “Aqueles olhos brilham como estrelas”; “A menina tem no semblante uma serenidade como a dos anjos”. “Vejo aquela claridade como de um sol que vem”. – Tal qual significa – “de igual modo, exatamente da mesma forma ou maneira”: “Ele procedeu tal qual nós procederíamos” (isto é – procedeu como nós rigorosamente procederíamos). Esta locução pode ser também empregada como adjetiva: “Restituiu-me os livros tais quais os levara”. “Os termos em que me falas são tais quais tenho ouvido a outros”. – De que modo é locução que equivale perfeitamente a como: “De que modo quer o sr. que eu arranje o gabinete?” (ou: Como quer o sr. que eu arranje...). – Segundo e conforme, em muitos casos equivalem também a como: “Farei conforme o sr. mandar” (ou: como o sr. mandar). “Procederei segundo me convier” (ou: como me convier).

como adv. 1. De que modo. 2. Quanto, quão. 3. A que preço, a quanto. Conj. 1. Do mesmo modo que. 2. Logo que, quando, assim que. 3. Porque. 4. Na qualidade de: Ele veio como emissário. 5. Porquanto, visto que. 6. Se, uma vez que. C. quê, incomparavelmente; em grande quantidade: Tem chovido como quê. C. quer, loc. adv.: possivelmente. C. quer que, loc. conj.: do modo como, tal como.

Edificar

verbo transitivo direto Erguer ou elevar uma construção de acordo com uma estrutura pré-estabelecida e com o auxílio dos materiais necessários: edificar um apartamento.
Desenvolver uma ideologia, uma teoria etc.; instituir: edificar uma nova doutrina religiosa.
verbo transitivo direto , intransitivo e pronominal Ser levado ou conduzido em direção ao aperfeiçoamento moral e/ou religioso; conduzir à virtude: o conhecimento edifica o ser humano; livros educativos edificam; edificavam-se indo ao teatro regularmente.
Etimologia (origem da palavra edificar). Do latim aedificare.

Edificar
1) Construir (2Sm 7:5); (Mt 7:24)

2) Elevar social e espiritualmente (1Co 10:23); (1Ts 5:11).

Fino

adjetivo Delgado, pouco espesso.
Aguçado: ponta fina.
Delicado: rosto fino.
De qualidade superior: vinho fino.
Figurado Cortês, educado.
Sagaz, ladino: fino como ele só!
Apurado, escolhido: a caça é fina.
Diz-se das pedras e das pérolas naturais empregadas em joalheria, com exceção dos diamantes, rubis, safiras e esmeraldas.
Que percebe os menores matizes (falando-se dos sentidos): ouvido fino.
substantivo masculino [Popular] Coisa excelente, delicada.
[Brasil] Tirar um fino, passar quase raspando por alguma coisa, especialmente um veículo.

Fortalezar

verbo transitivo direto Fortificar; guarnecer.

Lama

substantivo feminino Mistura de terra, argila e água, de que resulta uma massa pastosa.
Lodo.
Figurado Vida, condição ou circunstâncias abjetas, desprezíveis, lamentáveis ou reprováveis; labéu.

Lamá

Lamá V. LEMÁ (Mt 27:46, RA).

Ouro

Ouro Metal precioso que Israel conhecia desde a Antigüidade. Mateus incluiu-o entre os presentes ofertados ao Menino pelos magos (Mt 2:11). Jesus ordena a seus discípulos que não o levem consigo (Mt 10:9) e censura os que o sobrepõem — por seu valor material — às coisas espirituais, pois só estas podem acompanhá-los (Mt 23:16ss.).

Do latim "aurum", ouro, radicado em "aur", palavra pré-romana que já designava o metal precioso. O gramático latino Sextus Pompeius Festus, que viveu no século I, já registra a forma popular "orum", praticada pelos funcionários do Império Romano em suas províncias, inclusive em Portugal e na Espanha. Isso explica que em português seja "ouro", em espanhol "oro", em francês "or", em italiano "oro". Apenas o latim clássico conservou a inicial "a". Todas as línguas-filhas apoiaram-se no latim coloquial.

o uso do ouro era comum entre os hebreus. Várias partes do templo, dos ornatos, e dos utensílios eram cobertos deste precioso metal (Êx 36:34-38 – 1 Rs 7.48 a
50) – e muitos vasos dos ricos, bem como os seus ornamentos pessoais e insígnias dos seus cargos, eram de ouro. ofir (28:16), Parvaim (2 Cr 3.6), Seba e Ramá (Ez 27:22-23), são mencionados como lugares que produziam ouro. Era abundante nos tempos antigos (1 Cr 22.14 – 2 Cr 1.15 – 9.9 – Dn 3:1 – Na 2.9), mas não era empregado na fabricação de moeda, nem usado como padrão de valor.

substantivo masculino [Química] Elemento químico, metálico e de muito valor, com número atômico 79; representado por Au.
Esse metal precioso, brilhante e de cor amarela: moeda de ouro.
Figurado Demonstração de riqueza: aquela família é puro ouro!
Figurado Cor amarela e brilhante: rio que reluz a ouro.
substantivo masculino plural Um dos naipes do baralho, com forma de losango e cor vermelha.
expressão Coração de ouro. Coração generoso.
Nadar em ouro. Ser muito rico, viver na opulência.
Ouro de lei. Ouro cujos quilates são determinados por lei.
Ouro fino. Ouro sem liga.
Ouro branco. Liga de ouro, paládio e cobre; no Brasil, o algodão, considerado como fonte de riqueza.
Ouro vermelho. Liga de ouro e cobre.
Pagar a peso de ouro. Pagar muito caro.
Figurado Mina de ouro. Fonte de riquezas, de grandes benefícios, de negócios consideráveis e seguros.
Valor ouro. Valor de um objeto expresso numa unidade monetária conversível em ouro.
Nem tudo que reluz é ouro (provérbio). As exterioridades, as riquezas aparentes nem sempre correspondem à realidade.
Etimologia (origem da palavra ouro). Do latim aurum.i.

Prata

substantivo feminino Elemento químico que se caracteriza por ser precioso e metálico.
Gramática Representado pelo símbolo: Ag.
Por Extensão Prataria; reunião dos objetos constituídos por prata.
Por Extensão A moeda feita em prata; moeda de prata.
Por Extensão Brasil. Informal. Uma quantia em dinheiro; o próprio dinheiro.
Etimologia (origem da palavra prata). Do latim platta.

Prata Metal precioso que era utilizado para trabalhos de joalheria e fabricação de moedas como o siclo (Mt 26:15; 27,3-9; 28,12.15). João Batista condenou a sua cobiça, que podia corromper a administração. Jesus considerou-a um bem inseguro e perecível (Mt 10:9; Lc 9:3) e contou entre seus adversários aqueles que a amavam (Lc 16:14).

substantivo masculino Partículas extremamente pequenas e leves que pairam no ar ou se depositam nas coisas; poeira; polvilho.
Qualquer substância sólida pulverizada (reduzidas a partículas extremamente pequenas): pó de café.
Os restos de uma pessoa morta: todo ser humano vira pó.
Coisa sem importância; insignificância.
[Farmácia] Medicamento seco e moído.
[Gíria] Cocaína em pó.
Tabaco em partículas pequenas que, ao ser inalado, faz espirrar; rapé.
Etimologia (origem da palavra ). Do latim pulvus, pulvum.

substantivo masculino Partículas extremamente pequenas e leves que pairam no ar ou se depositam nas coisas; poeira; polvilho.
Qualquer substância sólida pulverizada (reduzidas a partículas extremamente pequenas): pó de café.
Os restos de uma pessoa morta: todo ser humano vira pó.
Coisa sem importância; insignificância.
[Farmácia] Medicamento seco e moído.
[Gíria] Cocaína em pó.
Tabaco em partículas pequenas que, ao ser inalado, faz espirrar; rapé.
Etimologia (origem da palavra ). Do latim pulvus, pulvum.

Ruas

fem. pl. de rua

ru·a
nome feminino

1. Via ladeada de casas (nas povoações).

2. [Por extensão] Os habitantes de uma rua; a plebe.

3. Álea e, em geral, todo o espaço por onde se pode caminhar num jardim ou horta.

interjeição

4. Expressão usada para afastar ou mandar embora. = FORA


Tiro

substantivo masculino Ação ou efeito de atirar; disparar qualquer arma de fogo: tiro certeiro.
A carga disparada pela arma de fogo; disparo: tiro de revólver.
Bala; carga que se dispara de cada vez: revólver de seis tiros.
Distância que alcança a carga ou o disparo.
Figurado Produzir resultado seguro e imediato.
Lugar ou curso no qual se aprende a atirar com armas de fogo ou se faz exercício com elas.
Ação de puxar carros por cavalgadura: cavalo de tiro.
Calabre ou tirante com que se une o boi ou a besta tanto à charrua como à carruagem.
locução adverbial De um tiro. De uma só vez.
Dar um tiro em. Acabar, liquidar ou encerrar um assunto, um trabalho etc.
[Brasil] Informal. Dar um tiro na praça. Causar prejuízo ao outro através de uma falência fraudulenta.
Sair o tiro pela culatra. Quando o resultado de uma ação é o contrário do que esperava quem a praticou.
Ser tiro e queda. De pontaria certa.
Ângulo de tiro. Ângulo formado pela linha de tiro com as horizontais do plano de tiro.
Plano de tiro. O plano vertical que passa pela linha de tiro de uma arma de fogo.
Tiro de cavalos, de bois etc. Parelha de cavalos, de bois etc.
Tiro cego. Tiro sem pontaria certa; disparado à queima-roupa.
Etimologia (origem da palavra tiro). Forma regressiva de tirar.

É hoje Es-Sur, uma pobre povoação Foi, em tempos antigos, uma fortificada cidade da Fenícia, situada sobre uma península rochosa, primitivamente uma ilha da parte oriental do Mediterrâneo, colonizada pela gente de Sidom (is 23:2-12 – cf Gn 10:15). Foi cedida à tribo de Aser, e ocupada, não tendo sido expulsos os seus habitantes (Js 19:29Jz 1:31-32 – 2 Sm 24.7). Tiro forneceu materiais e artífices para Davi construir o seu palácio, e Salomão o templo (2 Sm 5.11 – 1 Rs 5 – 7.13,14 – 9.11 a 14, 27 – 10.22 – 16.31 – 1 Cr 14.1 – 22.4 – 2 Cr 2). Foi denunciada pelos profetas (is 23 – Jr 25:22 – 47.4 – Ez 26:27-28Jl 3:4-8Am 1:9-10Zc 9:2-4). A cidade de Tiro alcançou grande poder e esplendor. Cerca de 150 anos depois da edificação do templo de Salomão, estabeleceu a grande colônia de Cartago – assenhoreou-se da ilha de Chipre, que continha preciosas minas de cobre – e exerceu domínio sobre Sidom. Foi cercada por Salmaneser, mas sem resultado (Ez 27). o cerco posto por Nabucodonosor durou treze anos, seguindo-se uma pequena sujeição ao império da Babilônia, ou uma aliança com aquela potência (Jr 27:3-8Ez 29:18-20). De Tiro foram de novo fornecidos materiais para a edificação do segundo templo, e além disso outros produtos (Ed 3:7Ne 13:16). Jesus andou pelas vizinhanças da cidade, que estava afastada de Nazaré uns 65 km (Mt 11:21 – 15.21 – Mc 3:8 – 7.24 – Lc 6:17 – 10.13). Foi a residência de pessoas cristãs (At 21. 3 a 6). Tiro, diferente de outras celebradas cidades do antigo mundo, comerciais e independentes como ela, era uma monarquia e não uma república, conservando esta forma de governo até à completa perda da sua independência. Desde tempos remotíssimos foram os tírios conhecidos pela sua aptidão para toda a obra artística de cobre ou de metal amarelo. A madeira de cedro para o templo foi levada em jangadas de Tiro a Jope, numa distancia de 118 km, estando Jope distante de Jerusalém cerca de 51 km. Hirão, rei de Tiro, mandou a Salomão marinheiros, para a viagem a ofir e à india. Por outro lado, era a Palestina o celeiro da Fenícia, fornecendo-lhe, além do trigo, o azeite, e mel, e bálsamo. Tiro era afamada pela manufatura de uma certa tinta de púrpura. Até ao fim do século décimo-terceiro da nossa era, a cidade de Tiro, tendo sobrevivido à queda dos impérios da Macedônia e de Roma, foi uma grande cidade, comparada com a qual era Roma de DATA recente. Por fim caiu diante das armas conquistadoras dos maometanos. Tiro perdeu a sua qualidade de ilha, quando foi cercada por Alexandre Magno, edificando este rei um molhe, que pôs a cidade em comunicação com o continente. o molhe foi alargado pelos depósitos de areia, e agora a língua de terra tem de largura uns quinhentos metros.

Tiro Porto da Fenícia situado numa ilha ao norte do Carmelo e ao sul de Sidom (1Rs 9:10-14); Is 23; Ez 26:28; (Mc 7:24-31); (At 21:3-7).

Tiro Como Sidônia, um antigo porto fenício no Mediterrâneo (Mt 11:21ss.; 15,21ss.; Mc 3:8; 7,24.31; Lc 6:17; 10,13ss.).

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
צֹר בָּנָה מָצוֹר צָבַר כֶּסֶף עָפָר חָרוּץ טִיט חוּץ
Zacarias 9: 3 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

TiroH6865 צֹרH6865 edificouH1129 בָּנָהH1129 H8799 para si fortalezasH4692 מָצוֹרH4692 e amontoouH6651 צָבַרH6651 H8799 prataH3701 כֶּסֶףH3701 como o póH6083 עָפָרH6083 e ouroH2742 חָרוּץH2742, como a lamaH2916 טִיטH2916 das ruasH2351 חוּץH2351.
Zacarias 9: 3 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

520 a.C.
H1129
bânâh
בָּנָה
E feito
(and made)
Verbo
H2351
chûwts
חוּץ
lado de fora
(outside)
Substantivo
H2742
chărûwts
חֲרוּץ
com ponta afiada, afiado, diligente n m
(sharp pointed things)
Adjetivo
H2916
ṭîyṭ
טִיט
lama, barro, lodo, lamaçal
(as the mire)
Substantivo
H3701
keçeph
כֶּסֶף
prata, dinheiro
(in silver)
Substantivo
H4692
mâtsôwr
מָצֹור
cerco, sítio, trincheira, fortificações de sítio
(in the siege)
Substantivo
H6083
ʻâphâr
עָפָר
terra seca, poeira, pó, cinzas, terra, chão, argamassa, entulho
([of] the dust)
Substantivo
H6651
tsâbar
צָבַר
(Qal) empilhar, amontoar
(and lay up)
Verbo
H6865
Tsôr
צֹר
()


בָּנָה


(H1129)
bânâh (baw-naw')

01129 בנה banah

uma raiz primitiva; DITAT - 255; v

  1. construir, reconstruir, estabelecer, fazer continuar
    1. (Qal)
      1. construir, reconstruir
      2. construir uma casa (i.e., estabelecer uma família)
    2. (Nifal)
      1. ser construído
      2. ser reconstruído
      3. estabelecido (referindo-se a exilados restaurados) (fig.)
      4. estabelecido (tornado permanente)
      5. ser constituído (de esposa sem filhos tornando-se a mãe de uma família através dos filhos de uma concubina)

חוּץ


(H2351)
chûwts (khoots)

02351 חוץ chuwts ou (reduzido) חץ chuts

(ambas as formas fem. no pl.) procedente de uma raiz não utilizada significando romper; DITAT - 627a; n m

  1. fora, por fora, rua, do lado de fora

חֲרוּץ


(H2742)
chărûwts (khaw-roots')

02742 חרוץ charuwts ou חרץ charuts

particípio pass. de 2782; DITAT - 752a,b,753a adj

  1. com ponta afiada, afiado, diligente n m
  2. decisão severa, decisão
  3. trincheira, fosso, vala
  4. ouro (poético)

טִיט


(H2916)
ṭîyṭ (teet)

02916 טיט tiyt

procedente de uma raiz não utilizada aparentemente significando ser pegajoso [talvez procedente de 2894, com a idéia de sujeira a ser varrida]; DITAT - 796a; n m

  1. lama, barro, lodo, lamaçal
    1. lama, lodo
    2. barro (poético)

כֶּסֶף


(H3701)
keçeph (keh'-sef)

03701 כסף keceph

procedente de 3700; DITAT - 1015a; n m

  1. prata, dinheiro
    1. prata
      1. como metal
      2. como ornamento
      3. como cor
    2. dinheiro, siclos, talentos

מָצֹור


(H4692)
mâtsôwr (maw-tsore')

04692 מצור matsowr ou מצור matsuwr

procedente de 6696; DITAT - 1898a; n m

  1. cerco, sítio, trincheira, fortificações de sítio
    1. cerco
    2. cercado, fortificações de sítio, rampa

עָפָר


(H6083)
ʻâphâr (aw-fawr')

06083 עפר ̀aphar

procedente de 6080; DITAT - 1664a; n m

  1. terra seca, poeira, pó, cinzas, terra, chão, argamassa, entulho
    1. terra seca ou solta
    2. entulho
    3. argamassa
    4. minério

צָבַר


(H6651)
tsâbar (tsaw-bar')

06651 צבר tsabar

uma raiz primitiva; DITAT - 1874; v.

  1. (Qal) empilhar, amontoar
    1. referindo-se a cereal, terra ou prata

צֹר


(H6865)
Tsôr (tsore)

06865 צר Tsor ou צור Tsowr

o mesmo que 6864, grego 5184 Τυρος e 4947 συρια; DITAT - 1965; n. pr. l. Tiro = “uma rocha”

  1. a cidade fenícia na costa do Mediterrâneo