Enciclopédia de Hebreus 3:8-8

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

hb 3: 8

Versão Versículo
ARA não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto,
ARC Não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto,
TB não endureçais os vossos corações, como na provocação,
BGB μὴ σκληρύνητε τὰς καρδίας ὑμῶν ὡς ἐν τῷ παραπικρασμῷ, κατὰ τὴν ἡμέραν τοῦ πειρασμοῦ ἐν τῇ ἐρήμῳ,
BKJ não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto.
LTT Que vós não endureçais os vossos corações, como na provocação ①, ao longo do dia da experimentação ① no deserto,
BJ2 não endureçais os vossos corações, como aconteceu na Provocação: no dia da Tentação, no deserto,
VULG nolite obdurare corda vestra, sicut in exacerbatione secundum diem tentationis in deserto,

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Hebreus 3:8

Êxodo 8:15 Vendo, pois, Faraó que havia descanso, agravou o seu coração e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.
Êxodo 17:7 E chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao Senhor, dizendo: Está o Senhor no meio de nós, ou não?
Números 14:11 E disse o Senhor a Moisés: Até quando me provocará este povo? E até quando me não crerão por todos os sinais que fiz no meio deles?
Números 14:22 todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz,
Deuteronômio 6:16 Não tentareis o Senhor, vosso Deus, como o tentastes em Massá.
Deuteronômio 9:22 Também em Taberá, e em Massá, e em Quibrote-Hataavá provocastes muito a ira do Senhor.
I Samuel 6:6 Por que, pois, endureceríeis o coração, como os egípcios e Faraó endureceram o coração? Porventura, depois de os haverem tratado tão mal, não os deixaram ir, e eles não se foram?
II Reis 17:14 Porém não deram ouvidos; antes, endureceram a sua cerviz, como a cerviz de seus pais, que não creram no Senhor, seu Deus.
II Crônicas 30:8 Não endureçais, agora, a vossa cerviz, como vossos pais; dai a mão ao Senhor, e vinde ao santuário que ele santificou para sempre, e servi ao Senhor, vosso Deus, para que o ardor da sua ira se desvie de vós.
II Crônicas 36:13 Além disso, também se rebelou contra o rei Nabucodonosor, que o tinha ajuramentado por Deus; mas endureceu a sua cerviz e tanto se obstinou no seu coração, que se não converteu ao Senhor, Deus de Israel.
Neemias 9:16 Porém eles, nossos pais, se houveram soberbamente, e endureceram a sua cerviz, e não deram ouvidos aos teus mandamentos.
Jó 9:4 Ele é sábio de coração, poderoso em forças; quem se endureceu contra ele e teve paz?
Salmos 78:18 E tentaram a Deus no seu coração, pedindo carne para satisfazerem o seu apetite.
Salmos 78:56 Contudo, tentaram, e provocaram o Deus Altíssimo, e não guardaram os seus testemunhos.
Salmos 106:14 mas deixaram-se levar da cobiça, no deserto, e tentaram a Deus na solidão.
Provérbios 28:14 Bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração virá a cair no mal.
Provérbios 29:1 O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja cura.
Jeremias 7:26 Mas não me deram ouvidos, nem inclinaram os ouvidos, mas endureceram a sua cerviz e fizeram pior do que seus pais.
Ezequiel 3:7 Mas a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não me querem dar ouvidos a mim; porque toda a casa de Israel é de rosto obstinado e dura de coração.
Daniel 5:20 Mas, quando o seu coração se exalçou e o seu espírito se endureceu em soberba, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória.
Zacarias 7:11 Eles, porém, não quiseram escutar, e me deram o ombro rebelde, e ensurdeceram os seus ouvidos, para que não ouvissem.
Mateus 13:15 Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e compreenda com o coração, e se converta, e eu o cure.
Atos 19:9 Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano.
Romanos 2:5 Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus,
I Coríntios 10:9 E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram e pereceram pelas serpentes.
Hebreus 3:12 Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

rebelião contra Deus, provocando-O à ira.


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

hb 3:8
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 1 até o 19
C. MAIOR DO QUE MOISÉS, 3:1-19

O autor demonstrou tanto a divindade quanto a humanidade do Messias e toda a adequação do seu sofrimento e morte. Pelo que (Em vista disso), ele agora desafia seus irmãos santos, que participam com ele na vocação celestial, a considerar cuidadosa-mente o apóstolo e sumo sacerdote da sua confissão, Jesus Cristo (1).22 Esta compa-ração não é feita em relação aos anjos, Adão ou Abraão, mas em relação a Moisés. A voz de Moisés havia se tornado virtualmente a voz de Deus no pensamento hebraico. Um apelo a Moisés respondia a todas as perguntas. A transferência de fé e lealdade de Moisés para o Homem da Galiléia era muito difícil, e a pressão para retornar a Moisés era constante.

Os devotos de Moisés podiam apontar para os milagres no Egito, os acontecimentos poderosos no Sinai e a saída da nação da terra do Egito. Os discípulos de Jesus podiam apontar somente para os milagres locais em indivíduos e um pequeno bando de seguido-res desprezados. Moisés morreu com dignidade no topo de um monte e foi enterrado pelos anjos (Dt 34:9; Jd
9) ; Jesus passou por uma morte pública desonrosa e cruel nas mãos dos seus inimigos. Os discípulos de Jesus se apegaram à sua ressurreição e à promessa da glória futura — uma promessa que até então não mostrava sinais de materialização. E a ressurreição era prova de superioridade somente para aqueles que criam nela. Na tentativa de provar que Jesus é maior que Moisés, precisamos observar que a ressurrei-ção não faz parte da argumentação. Em vez disso, o argumento está baseado somente na identidade, já vista nas Escrituras do AT, de que Jesus é o divino Filho de Deus.' Mas, independentemente da abordagem, o autor é verdadeiramente paulino em sua explana-ção de como Cristo ofuscou completamente a Moisés. A pergunta da perpetuidade da autoridade de Moisés surgiu muito cedo na 1greja, mesmo em Jerusalém, e a primeira grande assembléia foi convocada para resolver esta questão (At 15). Na sua firme oposi-ção à tendência dos judaizantes de tornar o cristianismo uma forma de judaísmo, Paulo e o escritor aos Hebreus, se não são a mesma pessoa, tinham ao menos a mesma opinião.

1. A Base da Superioridade de Cristo (3:2- - 6a)

  1. Uma nomeação superior (3.2). A ênfase neste versículo não deveria ser colocada no fato de que Jesus foi fiel, mas no fato de que Deus o constituiu, i.e., o tinha "consti-tuído" Apóstolo e Sacerdote do programa redentor. Moisés também foi fiel em toda a sua casa (casa de Deus, não a de Moisés — veja Números 12:7), mas sua constituição foi para um ofício inferior na economia divina. No que diz respeito à fidelidade, Hebreus concede honra igual a Moisés, mas isso não ocorre em relação à posição ou função.
  2. Uma dignidade superior (3:2-6a). A constituição de Cristo como Apóstolo e Sumo Sacerdote foi justificada pela identidade da sua pessoa: seu relacionamento com a casa de Deus era a de um Edificador, não de administrador; e por "edificador" entende-se não somente o contratante ou operário, mas o autor, aquele que provê a casa, como dono, arquiteto, investidor, construtor e fornecedor, tudo em uma única pessoa. Portanto, Je-sus é intrinsecamente tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, exatamente da mesma maneira e com o mesmo grau quanto maior honra (maior dig-nidade) do que a casa tem aquele que a edificou (3).

Nos versículos 4:6a, o autor inspirado expressa clara e corajosamente o que acabou de concluir. A comparação entre Jesus e Moisés não é somente de Edificador e casa, mas de Filho e servo. Ele se move em direção a este clímax ao lembrar que toda casa é edificada por alguém, e o Autor de todas as coisas é Deus (4), que certamente in-cluiria a casa particular da qual está falando. Mas nesta casa de redenção, Moisés foi fiel [...] como servo (5), enquanto Cristo, como Filho, foi fiel sobre a sua própria casa (6a). Além do mais, como servo, Moisés era meramente "um escrevente para teste-munho das coisas que seriam faladas" (Mueller). Ele foi um humilde servo cuja tarefa era registrar o que Deus fez e disse. Em forte contraste com ele, Jesus foi fiel como Filho, sobre a sua própria casa. Em outras palavras, a casa na qual Moisés trabalhou era de Cristo, que significa que Moisés era um servo humilde e temporário sob a autoridade de Jesus, Aquele de quem os cristãos hebreus estavam tentados a se envergonhar!

Esta era uma reivindicação radical e firme do cristianismo autêntico. Se os cristãos hebreus realmente conseguissem enxergar isso, o poder quase hipnótico de Moisés sobre suas mentes seria quebrado para sempre. O culto a Moisés já não teria mais o mesmo fascínio. Moisés tinha cumprido sua tarefa e falecido; o Filho não era para uma geração, mas governaria a casa de Deus para sempre. E essa grandeza suprema e superioridade incomparável de Jesus seriam irrefutáveis, se o autor, de fato, tivesse demonstrado de maneira bem-sucedida que o Servo Sofredor de Isaías e o Filho Conquistador eram o mes-mo Messias, Jesus. Visto que seus argumentos estavam baseados nas suas próprias Escri-turas, e particularmente na Septuaginta, com a qual estavam familiarizados, eles de-vem ter sentido o peso esmagador da causa dele. Certamente, seus corações começaram a se aquecer e se encher de uma alegria contagiante a respeito do Homem Jesus Cristo.

2. Os Termos 1nferidos da Segurança do Cristão (3.6b-19)

Mas a epístola aos Hebreus não toma este avivamento como certo. Em vez disso, o autor inicia uma longa aplicação e exortação que se estendem até o final do capítulo 4. Na superioridade de Jesus sobre Moisés há importantes implicações. A principal delas é que a medida desta superioridade é a medida do perigo da apostasia para com Cristo. Fundamentalmente, o raciocínio é o mesmo usado em 2:2-4 em relação ao perigo compa-rativo de rejeitar a palavra falada pelos anjos e a palavra do evangelho. Se a rejeição de Moisés pelos israelitas no deserto resultou na morte deles, apesar do livramento miraculoso do Egito, quanto mais certa será a morte final e eterna daqueles que permi-tem que a infecção da descrença tome conta depois de terem sido unidos com Cristo!
Esta transição repentina do argumento construtivo para a aplicação pessoal ocorre nitidamente na segunda cláusula do versículo 6: a qual casa somos nós. A declaração de um fato central importantíssimo é seguida de uma advertência (vv. 6c-11), e esta advertência é seguida de uma exortação fervorosa (vv. 12-19).

a) Uma declaração do fato (3.6b). Há uma clara continuidade entre a casa na qual Moisés participou e a casa atual de Cristo. Ela é constituída de pessoas, não de tijolos e argamassa — a qual casa somos nós — que significa que é o lar do povo de Deus em todas as épocas. O relacionamento de Cristo como Cabeça não é novo; mas sua revelação como Cabeça é um elemento novo. Essa casa nunca foi a de Moisés, mas sempre foi e sempre será a casa de Cristo.

Houve um tempo quando a casa podia olhar legitimamente para Moisés como repre-sentante temporário e administrador principal de Cristo; mas agora que Cristo foi reve-lado, esse tempo passou para sempre. Cristo foi revelado abertamente como Cabeça; portanto, doravante, todos os olhos devem estar voltados para Ele.

O termo casa não pode ser diluído para incluir "mercenários" ou partidários não regenerados da fé. Seu significado é semelhante à Igreja como corpo de Cristo e, em certo sentido, ao Reino; mas suas notas centrais são família e governo. É a família — ou nova raça — do povo de Deus governado por Deus, o Pai, e Cristo, o Filho. Não é possível simplesmente aderir a ela, mas é possível nascer nela por meio de um segundo nasci-mento (cf. Gl 6:10; Ef 2:19-1 Pe 2:1-10). A declaração a qual casa somos nós claramen-te reconhece o estado regenerado dos hebreus, os destinatários desta epístola.

  1. Uma advertência quanto ao perigo da perda (3.6c). Ser membro da casa de Cristo não é incondicionalmente seguro. A contingência é expressa pelo se (ean) com um verbo do sub-juntivo. Isso significa que, embora a advertência seja dada de forma esperançosa, ela é dada com muita seriedade por causa da real possibilidade de não permanecerem firmes. Se não permanecerem firmes, seu lugar na casa de Deus poderá ser perdido. Nenhum malabaris-mo de palavras pode ofuscar a força dessa conjunção se." O verbo é forte (kataschomen-manter sob sujeição) e significa apegar-se firmemente, apossar-se de forma completa e segu-ra (cf. 3.14; 10.23). Apegar-se de maneira superficial e descuidada não será o suficiente.

Mas o que deve ser conservado de maneira tão firme? A confiança e a glória da esperança. Estas são palavras que expressam segurança positiva e esperança exultante. A primeira, confiança (parresian), significa liberdade e coragem no falar (cf. 4.16; 10.19), indicando o entusiasmo aberto e imperturbável a respeito de Jesus, com a prontidão para declarar a nossa fé. A boca fechada é o sinal de um coração temeroso. O segundo elemento essencial da nossa fé que dá testemunho da sua vitalidade, que devemos con-servar firmes, é glória ("exultação", ARA - kauchema), uma exultação jovial na esperan-ça cristã, quase um orgulho santo nas promessas do Senhor. Está claro que a segurança não se encontra na experiência passada, mas na vitória presente, não em uma fé vacilan-te, mas em uma fé triunfante, não em apegar-se de maneira inflexível e mal-humorada à fé cristã, mas em uma posse vibrante que está na ofensiva em vez de na defensiva. Não há segurança nem satisfação em um cristianismo tímido e inseguro.

Até quando, pois, devemos manter uma fé viva e dinâmica? Firmes até o fim da nossa provação terrena — sem vacilar ou relaxar.

  1. Uma admoestação à fidelidade (3:7-19). Parece difícil descobrir o equilíbrio deste capítulo. Superficialmente, parece que ocorre uma repetição desnecessária. A natureza condicional da nossa participação em Cristo é citada duas vezes neste capítulo (vv. 6 e 14), seguida pela mesma passagem do AT (SI 95:7-11). No primeiro uso, toda a passagem é citada e torna-se a base para a aplicação pessoal imediata (vv. 12-13). Na segunda vez, somente a idéia essencial é citada; então os elementos tipológicos do acontecimento do AT (aos quais o Espírito Santo se refere por intermédio do salmista) são dissecados e o paralelo central do descanso perdido pela descrença é ressaltado. Nestas duas divisões, descobrimos um crescendo em ênfase e, no segundo, um avanço em idéias que levam diretamente ao clímax do capítulo 4. Tudo isso torna a repetição significativa.

(1) A advertência inspirada e sua relevância oportuna (3:7-13). Portanto (7) — por causa do elemento de contingência no seu relacionamento com Cristo — os irmãos são estimulados a tomar cuidado (v. 12). A palavra portanto introduz a admoestação dos versículos 12:13, não a citação do Salmo 95; por isso a KJV coloca a citação em parênte-ses. É o caso de um pregador introduzindo uma passagem relevante das Escrituras em seu sermão como um trampolim para sua aplicação solene e apelo. Como diz o Espírito Santo (7) — observe a importante doutrina da inspiração inferida aqui. O autor não está sozinho em declarar seu perigo, porque o Espírito Santo já deu a advertência exata nas Escrituras dos leitores. Não era somente para aquela geração, porque seu princípio é eterno. Quando Deus fala, os homens são livres para obedecer ou endurecer o coração; quando endurecem o coração, Deus os rejeita e eles perdem sua oportunidade. Os cris-tãos hebreus estão sendo lembrados que em sua própria história nacional há uma triste demonstração deste princípio. A NVI traduz todo texto da seguinte maneira:

Hoje, se vocês ouvirem a sua voz,

não endureçam o coração, como na rebelião,
durante o tempo da provação no deserto,
onde os seus antepassados me tentaram, pondo-me à prova,
apesar de, durante quarenta anos, terem visto o que eu fiz.
Por isso fiquei irado contra aquela geração
e disse: O seu coração está sempre se desviando,
e eles não reconheceram os meus caminhos.

Assim jurei na minha ira:

Jamais entrarão no meu descanso.

A essência desta passagem é: "Vocês honram Moisés. Não esqueçam que seus pais também honraram Moisés e, no início, o seguiram, e com ele foram receptores do favor divino. Mas seus pais se afastaram de Moisés. Ao se afastar dele estavam se afastando de Deus; por isso, Deus os rejeitou e os seus ossos foram espalhados no deserto. Aqueles que iniciaram sua caminhada para Canaã nunca chegaram ao seu destino. Agora vocês estão correndo o risco de repetir o pecado deles. Vocês seguiram a Jesus — mas agora são tentados a rebelar-se. Se o fizerem estarão rejeitando a Deus e Deus também os rejeita-rá; seu lugar na casa de Cristo será perdido".

Com este tipo de texto diante deles, os Hebreus não poderiam deixar de reconhe-cer a seriedade do seu apelo: Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo (12). A necessidade de vigilância e diligência constantes é, em diversas formas, um tema recorrente nesta epístola (Hb 2:1-4.1, 11; 6.11,12; 10:23-25, 36-39; 12:1-3, 12-17). A advertência aqui não é uma acusação; o texto não diz que eles têm um coração mau e infiel, mas a recomen-dação é que estejam vigilantes para não permitir que no futuro venham a possuir um coração mau (futuro do verbo "ser/estar", o termo grego estai). A palavra infiel (apistias — substantivo no texto grego) significa falta de confiança e convicção; aqui ela é usada como adjetivo (como se encontra na ARC). Mesmo que não se escolha de forma delibe-rada, um coração mau é um estado de dúvida descuidadamente tolerado. Este tipo de coração fica disposto, mesmo que inconscientemente, para todas as formas de mal. A construção peculiar do grego da frase para se apartar do Deus vivo poderia sugerir o seguinte: o coração se torna mau e cheio de incredulidade quando começamos a "ficar distantes" de Cristo (NT Ampl.). A ausência do artigo (gr., um Deus vivo, não o ou do) poderia significar que o autor está buscando contrastar Cristo e Moisés. Se ficar dis-tante de Moisés, que era meramente homem, era algo tão sério em suas conseqüências, quanto mais sério seria ficar afastado de Cristo, que é o Deus vivo. Isto certamente resultaria em um coração mau!

Uma forma de impedir este tipo de situação seria exortar uns aos outros todos os dias (13). A melhor defesa é o ataque, e a melhor maneira de preservar nossa própria alma é estar alerta à batalha espiritual dos outros. Um forte sentimento de responsabi-lidade de grupo é a marca de uma igreja saudável. Cristãos são como carvão: juntos alimentam o fogo um do outro e geram grande calor; separados, logo esfriam e apagam. Mas isto não se refere ao mero "encontro social", para comer e se divertir. Deveria haver um profundo tom de devoção e preocupação mútua permeando cada encontro de cristãos, mesmo os chamados "encontros sociais". Quando os cristãos se reúnem, eles podem for-talecer-se mutuamente. Eles deveriam preocupar-se para que em cada momento de co-munhão, quer à mesa, durante a recreação ou em grupos caseiros, algo seja incluído que fomente o zelo espiritual e o propósito santo.

O autor vê grande significado na frase: durante o tempo que se chama Hoje. Ele volta a citá-la na sua exegese do versículo 15 e em 4.7. Ele, evidentemente, entende Hoje como sendo o "dia da oportunidade" — um período de provação — para a decisão moral, que Deus deu aos israelitas sob a liderança de Moisés e que agora oferece em Cristo. Ele está dizendo aos Hebreus: os dados ainda não foram jogados. Enquanto a porta estiver aberta e as opções da intervenção moral ainda estiverem favoráveis, exortai-vos uns aos outros todos os dias, porque virá o tempo quando o Hoje terá passado para sempre.

O perigo que esta exortação diária procura afastar é que nenhum deles se endu-reça pelo engano do pecado. Este endurecimento é uma obstinação, uma disposição de ânimo teimosa, que está bem próxima de cada cristão que permite, por meio de um coração duvidoso, afastar-se da lealdade e amor pessoal a Jesus. É muito sério pensar que o coração humano, mesmo o coração que foi cristão, pode endurecer-se como cimen-to e perder toda a sua maleabilidade. O perigo é agravado pelo fato de o estrago ser feito pela ilusão do pecado. Pecado que é visto como pecado pode e vai mais prontamen-te ser evitado. Mas quando é disfarçado como algo aparentemente bom, o processo de endurecimento ocorre de maneira despercebida. Somente a vigilância perspicaz que está plenamente consciente da aparência enganosa do pecado pode impedir este endu-recimento gradual do coração.

Não está claro se o artigo o diante da palavra pecado (hamartias) é significativo para a exegese. Se este não é o caso, o autor pensa no pecado de maneira abstrata; i.e., o pecado pela sua natureza é ilusório e aquele que permite que ele ocorra, de qualquer forma, sofrerá as conseqüências. Mas, se o artigo visa a indicar algum pecado específico, a exposição pode incluir as seguintes possibilidades:
a) O autor pode estar se referindo ao pecado inato ou inerente, que torna todo crente parcialmente santificado propenso a ser levado pela correnteza. Isto pode ser neutralizado somente pela diligência vigorosa e erradicado por meio de uma santificação completa. Ou, b) ele pode estar se referindo ao pecado da incredulidade, manifestado pela tendência deles de serem frios em relação a Jesus Cristo. Este parece ser o seu pecado insistente (12.1). Sua ilusão reside no fato de que isto aparenta simplesmente a adoção de uma atitude cautelosa e sensível. Ou, c) pode ser que o autor esteja usando o termo, não tecnicamente, mas em seu sentido etimológico mais simples, ou seja, não alcançar o alvo. Neste caso, o autor os está adver-tindo para exortarem-se mutuamente para manter uma devoção incansável, para que não sejam enganados por este falso sentido de segurança que o "não alcançar o alvo" gera. Neste caso, o endurecimento fatal é a conseqüência inevitável.

(2) Segurança condicional e seu tipo histórico (3:14-19). No versículo 14, o argumen-to circular volta ao seu ponto de partida. Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim. Encontramos novamente o gigante se, desta vez com maior ênfase e palavras mais for-tes. Não é mais ean, mas eanper, significando se de fato ou absolutamente se mantiver-mos nossa confiança. No versículo 6, os leitores cristãos são nomeados membros da casa de Cristo; desta vez, isto é mencionado de maneira clara como a participação do próprio Cristo: participantes de Cristo (metochoi [...] tou Christou). Para entender a força desta palavra observe como o autor a usa em outras partes desta epístola: "óleo de ale-gria, mais do que a teus companheiros" (1,9) ; "irmãos santos, participantes da vocação celestial" (3,1) ; "e se fizeram participantes do Espírito Santo" (6,4) ; "se estais sem disci-plina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos" (12.8). Não há como essa palavra ser honestamente interpretada como uma adesão nominal ou uma confissão meramente superficial!

A palavra tornamos associada com o princípio da nossa confiança é marcante. A primeira palavra é ginomai, "tornar-se", no tempo perfeito, indicando um estado pre-sente com base em uma ação passada mas sustentada. Nosso estado de salvação, funda-mentado em nossa conversão passada, é sustentado no presente somente se nossa confi-ança é mantida clara até o fim da vida cristã. No início, a salvação era fervorosa, compro-metida e clara. Se isto não for mantido, a nossa participação em Cristo também não será sustentada (Ap 2:4-5).

O autor já chamou atenção à "folha clínica" número um desta deserção e perda na história nacional deles. Agora ele repete a sentença crucial: Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação (15). A palavra enquanto deveria estar associada à frase até ao fim do versículo anterior. Enquanto Deus falar Hoje, nossa responsabilidade persiste. O final ocorrerá quando a provação terminar, e já não é mais o Hoje da salvação oferecida por Deus. Cada vez que Deus fala, em qualquer momento da nossa vida cristã, o perigo de endurecer o coração ao fechar nossos ouvidos está presente. Em cada uma dessas crises, uma nova decisão mo-ral é tomada: ou nós rendemos o nosso coração a Cristo ou o endurecemos.

"Não endureçais o vosso coração como seus pais fizeram na provocação". Indepen-dentemente do número de ocasiões anteriores em entristecer a Deus, a provocação específica que o autor tem em mente é a recusa dos israelitas de entrar na terra de Canaã em Cades-Barnéia (Nm 13:14). Nos próximos versículos, por intermédio de uma série de perguntas dramáticas, a possibilidade de apostasia é estabelecida e a responsa-bilidade determinada de modo justo.

A ARC deixa escapar a importância interrogativa do versículo 16 e, desta forma, altera o significado. O NT Amplificado traduz de forma mais correta este texto: "Quem foram os que ouviram e mesmo assim foram rebeldes e [O] provocaram? Não foram todos os que saíram do Egito por meio de Moisés?" Eles começaram bem, mas não terminaram bem. É possível ser um beneficiário da graça de Deus e um destinatário da sua promes-sa, mas no final ser completamente rejeitado. Por que essa ênfase ao escrever aos cris-tãos? Porque os mesmos princípios da eqüidade divina que eram operativos naquela época valem para nós hoje, os princípios valem tanto para os cristãos como para os ju-deus do AT. Vamos identificar estes princípios com mais precisão. Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi, porventura, com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? (17). Os julgamentos de Deus não são caprichosos. Ele estava indignado, não com os inocentes, mas com os culpados. Estes, cujos corpos esta-vam espalhados pelo deserto, não eram peregrinos desventurados que erraram o cami-nho por engano; eles eram pecadores. Neste caso, a natureza do seu pecado não deixa dúvidas. Exteriormente, seu pecado era a recusa deliberada de entrar na terra de Canaã. Interiormente, era a descrença. E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes? (18). Agora observe a sua conclusão: E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade (19) — não porque Deus estava indisposto a deixá-los entrar, ou porque era incapaz de levá-los para dentro, mas porque a própria descrença deles os excluía. O tipo de descrença que é tão fatal está claramente indicado no versículo 18: aos que foram desobedientes. O verbo é apeitheo (a mais peitho, "persuadir") e significa uma recusa deliberada de permitir ser persuadi-do; recusar-se a crer, e ao recusar-se a crer, recusar-se a obedecer. O tempo perfeito poderia sugerir um estado determinado de descrença que era resultado de uma decisão maior no passado. Eles não queriam entrar, e, como conseqüência, não puderam entrar.

Podemos tirar duas conclusões: Uma é que descrença e desobediência são, na ver-dade, dois lados da mesma moeda. A outra é que o autor aos Hebreus está traçando uma analogia dupla da história israelita. Em parte ele está mostrando o perigo e a possibilidade de perder a vida eterna em Cristo por causa da apostasia. Mas ele tam-bém percebe na terra de Canaã um tipo deste descanso e segurança espiritual que é o chamado de Deus para eles em Cristo, e que eles estão, mesmo agora, correndo o risco de perder por não se esforçarem. A recusa no Cades-Barnéia deles será tão desastrosa quanto a recusa dos seus antepassados, na verdade, infinitamente maior. Da mesma forma que a terra de Canaã era um tipo de descanso espiritual, assim a morte física no deserto era um tipo de morte espiritual. É em relação a esse perigo maior de perder sua Canaã, pelo mesmo tipo de descrença que os antigos israelitas perderam a deles, é que o autor se volta agora ao capítulo 4.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Hebreus Capítulo 3 versículo 8
Como foi na provocação, no dia da tentação:
A versão grega do AT (LXX) traduz, segundo o seu significado, os nomes Meribá e Massá, do Sl 95:8; conforme Ex 17:1-7; Nu 20:1-13.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 1 até o 19
*

3.1 santos irmãos. Esta maneira de dirigir-se a alguém, é tipicamente cristã (3.12; 10.19; At 1:16; 1Co 3:1), tem um sentido especial aqui, porque Jesus nos chama "irmãos" e nos "santifica" (2.11).

vocação celestial. Dos céus, o Senhor chama, convocando-nos a sermos perseverantes à fé (12.25). Ele nos chama também para os céus, uma pátria superior (11,16) e à eterna herança daqueles que são chamados (9.15).

considerai. Posto que Cristo é poderoso para resolver os maiores problemas que enfrentamos, devemos estar prontos para prestar toda atenção àquilo que será dito acerca dele.

Apóstolo. Este título é aplicado a Cristo somente neste lugar no Novo Testamento, e enfatiza o fiel cumprimento da missão que o Pai lhe deu (v. 2; conforme 10:5-10; Jo 6:38; 20:21).

* 3.2-6 Com referência a Nm 12:7, Moisés e Cristo são comparados quanto à fidelidade, e contrastando quanto à honra. Embora privilegiado para falar face a face com Deus, e ver a sua forma (Nm 12:8), Moisés era apenas um "servo" na casa de Deus (v. 5). Cristo, porém, como agente da criação (1.2,10), merece a honra como o Construtor divino de todas as coisas e "como Filho, em sua casa" (v. 6).

* 3.3 que a estabeleceu. A implicação necessária é que Jesus é o construtor da casa e, portanto, que ele é divino (v. 4). Este texto indica tanto a identidade de Cristo como Deus ("que a estabeleceu") quanto a sua distinção pessoal do Pai (v. 6).

* 3.5 fiel, em toda a casa. Posto que o autor se refere a Nm 12:7, a ênfase recai sobre a dignidade do serviço de Moisés. Ele é ministrador incomparável da lei, porém, o ministério de Cristo é ainda mais sublime.

testemunho... de ser anunciadas. O ministério de Moisés testificava da vinda de Cristo (Jo 5:46,47). A lei mosaica, através de suas figuras, apontava para as coisas boas trazidas por Cristo (9.11; 10.1), porque em suas regulamentações, o Espírito Santo mostrou que acesso à presença de Deus iria acontecer somente depois da substituição do tabernáculo terrestre para algo superior (9.8).

*

3.6 em sua casa. Uma preposição diferente é usada em 10.21. Cristo está "sobre" a sua casa.

a qual casa somos nós. A casa de Deus é composta de seu povo (1Sm 2:35; 2Sm 7:16; Ef 2:19-22; 1Tm 3:15; 1Pe 2:5), um tema importante que permeia as Escrituras.

se guardarmos firme. Esta condição explica aos leitores como eles podem ter certeza de que pertencem a Deus — sua fé deve provar ser verdadeira através da perseverança (v. 14; 6.11; 10.23). A palavra de advertência é uma introdução apropriada para a citação de Sl 95 que se segue.

* 3.7—4.13 O escritor cita Sl 95:7-11, e passa a usar numerosas citações e alusões breves a fim de permanecer dentro do alvo da sua exposição. Palavras chaves que são importantes nesta seção, incluem "Hoje" (3.13 15:4-7) e "descanso" (4.3,5,6,8-11); a exposição de "descanso" é desenvolvida do ensino sobre o sábado em Gn 2:2. Juntamente com este ensino é a exortação para "entrar naquele descanso" (4,11) e a advertência para não "endurecer o coração" (3.15; 4.7).

* 3.8 dia da tentação. Uma ocasião significante de tentação aconteceu em Refidim (Êx 17:1-7) onde o povo murmurou e Moisés feriu a rocha a fim de lhe dar água. Todo o período de quarenta anos, andando no deserto, foi caracterizado pela desobediência e rebelião, fato que pode estar em lembrança aqui (vs. 9,10; Sl 78:40).

* 3.11 jurei. Nm 14:21-30 registra a resolução de Deus de não deixar aquela geração entrar na Terra Prometida. Hebreus interpreta esse juramento como uma referência ao descanso que é divino e eterno (4.1-11).

meu descanso. Ver nota em 4.8.

*

3:12-13 O autor se dirige a seus leitores segundo os termos de sua confissão de fé (v. 1), dizendo, "irmãos", porém, reconhece que alguns dentro da comunidade cristã tinham, talvez, um "perverso coração de incredulidade" (conforme 12:15-17). Cristo pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus (7.25), contudo, são os cristãos que devem guardar não apenas a sua própria perseverança mas, também, devem encorajar uns aos outros (10.24,25), tal como o autor faz no decorrer dessa carta (13.22).

* 3.12 coração de incredulidade. Isto é, um coração à semelhança de "vossos pais" (v. 9), que os impediu de entrar no descanso divino (v. 19).

* 3:13 Hoje. Ver nota em 4.7.

engano do pecado. O pecado promove a ilusão de que a desobediência é mais segura (Êx 17:3) ou agradável (11.25,26; Êx 16:3) do que o peregrinar pela fé.

* 3.14 participantes de Cristo. O grego pode significar que somos participantes com Cristo, seus companheiros 1:9, participando com ele na nova vida. Também, é possível interpretar "participante de Cristo", no sentido de ele ser o benefício que juntos recebemos, através da nossa união mística com ele.

*

3.16-19 Nem a bênção do êxodo de Egito, nem o privilégio de ouvir a voz de Deus, garantiram para aqueles que estavam no deserto que entrariam no descanso de Deus, o descanso que é alvo da nossa peregrinação (4.8, nota). Sua rebelião (v. 16), pecado (v. 17), e desobediência (v. 18; 4,6) foi causada pela incredulidade, por sua incapacidade de permanecer tenazmente na promessa de Deus (v. 19; 4.2,3).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 1 até o 17
3:1 A alusão do Paulo aos "últimos dias" revela sua urgência. Os últimos dias começaram depois da ressurreição do Jesus, quando o Espírito Santo veio sobre os crentes no Pentecostés e continuarão até sua Segunda Vinda. Isto significa que estamos nos últimos dias. Por isso façamos o mais que possamos no tempo que Deus nos de (Ef 5:16; Cl 4:5).

3.1ss Em muitas partes do mundo, hoje não parece difícil ser cristão. A gente não é apressado por ler a Bíblia ou executada por pregar a Cristo. Mas a descritiva lista de conduta nos últimos dias que dá Paulo descreve a nossa sociedade, e inclusive, infelizmente, a conduta de muitos cristãos. Compare sua vida com a lista do Paulo. Não ceda às pressões da sociedade. Não procure a comodidade sem compromisso. Em frente a maldade vivendo como Deus quer que seu povo o faça.

3:5 A "aparência" de piedade inclui ir à igreja, conhecer a doutrina cristã, usar imagens cristãs e seguir as tradições cristãs da comunidade. Sortes práticas podem fazer aparecer bem a uma pessoa mas se não haver atitudes internas de acreditar, amar e adorar, a aparência externa não terá sentido. Paulo nos acautela para que não sejamos enganados por pessoas que só têm a aparência de cristãos. Ao princípio, pode ser difícil distinguir os dos verdadeiros cristãos, mas suas condutas diárias os denunciarão. As características descritas em 3:2-4 são inconfundíveis.

3.6, 7 devido a seu trasfondo cultural, as mulheres na igreja do Efeso não tinham tido um treinamento religioso formal. Elas desfrutavam de sua nova liberdade para estudar as verdades cristãs, mas suas ânsias por aprender as converteu em branco dos falsos professores. Paulo advertiu ao Timoteo para que estivesse alerta dos homens que queriam tirar vantagem destas mulheres. Os novos crentes precisam crescer em seu conhecimento da Palavra, porque a ignorância os pode converter em vulneráveis ao engano.

3:7 Este versículo não se opõe ao estudo e aprendizagem, mas sim nos alerta contra o ensino inefectiva. É possível ser um estudante perpétuo e nunca graduar-se para pôr a teoria em prática. Mas os que esquadrinham com honestidade e os verdadeiros estudantes procuram respostas. Recorde isto quando estudar a Palavra de Deus. Procure até encontrar a verdade e vontade de Deus para sua vida.

3:8, 9 Segundo a tradição, Janes e Jambres foram dois dos magos que imitaram os milagres do Moisés ante Faraó (Ex 7:11-12). Paulo explica que assim como Moisés os enfrentou e os derrotou (Ex 8:18-19), Deus derrotaria aos falsos professores que infestavam a igreja do Efeso.

3:9 O pecado traz suas conseqüências e ninguém poderá as evitar. Viva cada dia como se o que faz algum dia será conhecido por todos. Agora é o momento para trocar o que você não quisesse que se revelasse depois.

3:11 Na Listra, a cidade do Timoteo, Paulo foi apedrejado e deixado por morto (At 14:19), e este foi só um incidente de vários. Em 2Co 11:23-33 ele resume sua vida de sofrimento por causa do evangelho. Menciona seu sofrimento aqui para contrastar sua experiência com a daqueles falsos professores buscadores de prazer.

3:12 Aqui Paulo diz ao Timoteo que quem obedece a Deus e vivem para Cristo serão perseguidos. Não se surpreenda quando a gente o malentienda, critique-o e ainda trate de lhe causar danifico por sua fé e sua forma de vida. Não se renda. Viva como você sabe que deve viver. Deus é o único a quem você deve agradar.

3:13 Não espere que os falsos professores e a gente má se reforme e troque por seus próprios meios. Se os deixarmos sozinhos, irão de mal em pior. Se tiver a oportunidade, corrija-os para trazê-los para acreditar em Cristo. Brigue pela verdade, em especial para proteger aos novos crentes.

3:14 Assediado pelos falsos professores e as pressões inevitáveis de um ministério em crescimento, Timoteo pôde facilmente abandonar sua fé ou modificar sua doutrina. Uma vez mais Paulo lhe aconselha que olhe seu passado e se aferre aos ensinos básicos a respeito do Jesus que são verdades eternas. Como Timoteo, nós também estamos rodeados por falsos ensinos, mas não devemos permitir que nossa sociedade distorça ou esmague a verdade eterna de Deus. Cada dia dedique tempo a pensar nos fundamentos de sua fé cristã que se encontram na Palavra de Deus, as grandes verdades que edificam sua vida.

3:15 Timoteo foi um dos primeiros na segunda geração de cristãos: chegou a ser cristão não por meio da predicación de um evangelista que tivesse pregado um tremendo sermão, mas sim devido a sua mãe e sua avó lhe ensinaram as Sagradas Escrituras desde que era um menino (1.5). O trabalho dos pais é de uma importância vital. Tanto em casa como na igreja é necessário entender que ensinar aos meninos é tanto uma oportunidade como uma responsabilidade. Jesus queria que os meninos viessem ao (Mt 19:13-15). A semelhança da mãe e avó do Timoteo, Eunice e Loida, faça sua parte em guiar a seus filhos a Cristo.

3:15 Para o Timoteo, "as Sagradas Escrituras" era o Antigo Testamento, desde Gênese até o Malaquías. O Antigo Testamento é importante pois aponta ao Jesucristo. Ao mesmo tempo, a fé em Cristo faz que a Bíblia inteira seja compreensível.

3:16 A Bíblia não é uma coleção de histórias, fábulas, mitos ou simplesmente ideia humanas a respeito de Deus. Não é um livro humano. Por meio do Espírito Santo, Deus revelou sua pessoa e seu plano a certos crentes que escreveram sua mensagem para seu povo (2Pe 1:20-21). Este processo é conhecido como inspiração. Os escritores escreveram desde seu contexto pessoal, histórico e cultural. Embora usaram suas próprias mentes, talentos, idioma, e estilo, escreveram o que Deus queria que escrevessem. A Escritura é absolutamente confiável porque Deus controlou seus escritos. Suas palavras são completamente autoritativas para nossa fé e vidas. A Bíblia é inspirada Por Deus. Leia-a e use seu ensino para que guie sua conduta.

3:16, 17 Toda a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus. Porque é inspirada e confiável, devemos lê-la e aplicá-la a nossas vidas. A Bíblia é a norma para provar todo aquilo que pretende ser verdade. É nossa protetora dos ensinos falsos e nossa fonte de direção para saber como viver. É nossa única fonte de conhecimento a respeito de como podemos ser salvos. Deus quer lhe mostrar o que é verdadeiro e equipá-lo para viver para O. Quanto tempo emprega você na Palavra de Deus? Leia-a regularmente para descobrir a verdade de Deus e chegar a ter segurança em sua vida e em sua fé. Desenvolva um plano para ler toda a Bíblia e não só as passagens conhecidas.

3:17 Em nosso zelo pela verdade das Escrituras, nunca devemos esquecer seu propósito: nos capacitar para fazer bem. Não deveríamos estudar a Palavra de Deus só para incrementar nosso conhecimento ou nos preparar para ganhar argumentos. Deveríamos estudar a Bíblia para saber como levar a cabo a obra de Cristo no mundo. Nosso conhecimento da Palavra de Deus não será útil a menos que fortalezca nossa fé e nos leve a fazer bem.


Matthew Henry - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 1 até o 19
3:1 Este versículo tinha um significado especial para os cristãos judeus. Para os judeus, a mais alta autoridade humana era o supremo sacerdote. Para os cristãos, a mais alta autoridade humana foram os apóstolos de Deus. Jesucristo, apóstolo de Deus (significa "enviado") e Supremo Sacerdote, é a autoridade suprema da Igreja.

3.1-6 O autor emprega diferentes figura para explicar a relação do Jesucristo com os crentes: O é (1) apóstolo ("enviado") de Deus, ao que devemos escutar; (2) nosso Supremo Sacerdote, por meio do qual vamos a Deus o Pai; e (3) o governante da casa de Deus ("filho sobre sua casa"), ao que devemos obedecer. A Bíblia está cheia de diferentes nomes e figuras do Jesucristo, e cada uma delas revela algo mais de sua natureza e ministério. O que lhe ensina estas imagens a respeito de sua relação com Cristo?

3:2, 3 Para o povo judeu, Moisés foi um grande herói; liberou da escravidão egípcia a seus antepassados e os levou até a fronteira da terra prometida. O também escreveu os cinco primeiros livros do Antigo Testamento e foi o profeta por meio do qual Deus deu a lei; portanto, Moisés foi o profeta maior das Escrituras. Mas Jesucristo, como figura principal da fé, é digno de maior honra que Moisés, que solo foi um servo humano. Jesucristo é mais que humano; O é Deus mesmo (1.3). Assim como Moisés liberou ao povo do Israel da escravidão no Egito, de igual modo Cristo nos libera da escravidão do pecado. O autor de Hebreus pergunta: por que conformar-se com o Moisés quando você pode ter a Cristo, que designou ao Moisés?

3:5 Moisés foi fiel ao chamado de Deus; não só liberaria ao Israel, mas sim também prepararia o caminho para o Messías ("para testemunho do que ia se dizer"). Todos os crentes do Antigo Testamento também serviram para preparar o caminho. portanto, conhecer o Antigo Testamento é o melhor fundamento para compreender o Novo Testamento. Ao ler o Antigo Testamento, vemos (1) como Deus usa às pessoas para obter seus propósitos, (2) como O usa acontecimentos e personalidades para ilustrar verdades importantes, (3) como, por meio dos profetas, anunciou ao Messías, e (4) como mediante o sistema expiatório preparou às pessoas para que entendesse a obra do Messías. Se incluir o Antigo Testamento em sua leitura regular da Bíblia, o Novo Testamento chegará a ser mais claro e terá maior sentido para você.

3:6 Porque Cristo mora em nós, os crentes podem permanecer com valor e esperança até o fim. Não somos salvos por perseverar, mas a perseverança revela que nossa fé é verdadeira. Sem essa fidelidade permanente, pudéssemos facilmente ser afastados pelos ventos da tentação, os falsos ensinos ou a perseguição. (Veja-se também 3.14.)

3.7-15 Muitas vezes a Bíblia nos adverte que não endureçamos o coração. Isso significa que nos rebelemos contra Deus até o ponto de que já não possamos nos voltar para O em busca do perdão. Tal endurecimento começa quando nos negamos a obedecer a vontade revelada de Deus. Os israelitas endureceram o coração quando desobedeceram o mandato de Deus para conquistar a terra prometida (aqui chamada "provocação"; vejam-se Números 13:14-20 e Salmo 95). Procuremos com cuidado obedecer a Palavra de Deus e não permitamos que se endureça nosso coração.

3:11 O repouso de Deus tem vários significados nas Escrituras: (1) o sétimo dia da criação e na sábado semanal que se comemorava (Gn 2:2; Hb 4:4-9); (2) a terra prometida do Canaán (Dt 12:8-12; Salmo 95); (3) paz com Deus agora graças a nossa relação com O mediante a fé (Mt 12:28; Hb 4:1, Hb 4:3, Hb 4:8-11), e (4) nossa vida eterna futura com Cristo (Hb_4:8-11). É possível que os judeus cristãos leitores de Hebreus conhecessem todos esses significados.

3.12-14 Nosso coração nos separa do Deus vivo quando obstinadamente nos negamos a acreditar no. Se persistirmos em nossa incredulidade, finalmente Deus nos deixará sozinhos em nossos pecados. Mas Deus pode nos dar um novo coração, novos desejos e um novo espírito (Ez 36:22-27). Um antídoto para um coração incrédulo é um constante companheirismo com outros crentes, falar cada dia a respeito de nossa fé mútua, ser conscientes do engano do pecado (atrai mas também destrói) e nos animar os uns aos outros com amor e interesse.

3.15-19 Os israelitas tiveram problemas para entrar na terra prometida porque deixaram de confiar em Deus. Não acreditaram que Deus podia lhes ajudar a vencer aos gigantes da terra (veja-se Números 14:15). Por essa razão Deus os enviou ao deserto onde andaram errantes durante quarenta anos, uma alternativa desventurada para o dom maravilhoso que O tinha planejado para eles. A perda de confiança em Deus sempre nos priva de receber o melhor de sua parte.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 1 até o 19
V. CRISTO JESUS ​​superior a Moisés (He 3:1 ). Esse privilégio (participantes) é descrito no Novo Testamento como dupla. Por um lado, isso implica a participação nos benefícios de realizações redentoras de Cristo (He 1:9:14 ; He 3:14 ). Por outro lado, isso implica em parceria tanto sofrimento e alegria com os outros cristãos, e com o próprio Cristo (He 10:33. ; conforme At 9:4 ). Além disso, esta Christian chamando aponta para o grande e último objeto do cristianismo-a gloriosa meta a ser realizado por cada crente fiel (He 2:7 ; He 12:1 , He 12:22 ). A vocação é, por um lado, um apelo lançado a partir de Deus no céu para os homens na Terra, uma chamada para os homens para chegar mais alto. Homem alienado pecaminosamente se perdeu no caminho em um deserto de neblina, existência sem sentido. Deus chama a ele através da névoa confusa fora da luz clara da Sua glória transcendente, que o homem pode conhecer a sua localização e encontrar seus rolamentos espirituais e morais. Deus o chamou para o homem através da natureza (conforme Sl 19:1. ), através de sonhos e visões, através da lei, através de tipos e sombras. Mas agora Ele chama o homem de volta a Ele através da visitação pessoal e ministração de seu Filho (conforme Mt 11:27. ; Jo 7:37 ; Jo 14:3 ). Cristo é chamado final de Deus ao homem. Para rejeitar a sua chamada é fechar para sempre a porta da salvação para a alma do homem.

Por outro lado, esta vocação celestial é uma remuneração adequada. Uma vez que é uma chamada de Deus , é uma chamada de Deus (conforme Mt 11:28. ). Foi St. Augustine, que declarou que a mente do homem nunca pode descansar até que ele encontrou o seu descanso em Deus. O homem foi feito para a relação de companheirismo com Deus. Em distanciamento de Deus sua existência perde o seu significado. Há apenas irrelevância e insegurança para o homem em divórcio de Deus. Mas Deus chama o homem a uma nova relação de segurança e significado com Ele. Esta chamada é tanto uma chamada pessoal de Deus e uma chamada para um relacionamento pessoal com Deus. É uma chamada de culpa ao perdão; da ruína para reconstrução; das trevas para a luz; do desespero à esperança; da poluição à pureza: "Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santificação" (1Co 4:7. ; Hb 0:14. ). É uma chamada para a vida eterna no Filho de Deus, Jesus Cristo (Jo 3:16 ). Em relação a este chamado à santidade Henry observações:

"Santo, não só na profissão e título, mas, em princípio e prática, no coração e na vida. Está chegando o dia em que aqueles que fazem deste um termo de reprovação, contaria que sua maior honra e felicidade de ser tidos em essa irmandade sagrada.

Não é de admirar que o autor exorta estes apostatar cristãos hebreus a considerar . Bem pode o homem considere cuidadosamente as implicações da partida de vocação de Deus em Cristo antes da etapa fatal é tomada. Bem que ele possa considerar cuidadosamente as ofertas da misericórdia divina e enriquecimento envolvido nessa vocação celestial . Esta palavra considerar as importações mais do que um aviso de passagem. Implica, concentrado, sustentada, e exame analítico reflexivo cuidadoso e uma avaliação da sua vocação divina em Cristo. Ele é projetado para despertar a fé e obter a confiança obediente em Jesus Cristo. Ele ainda evidencia devoção, se não adorar.

Nenhum outro escritor do Novo Testamento se aplica o título Apóstolo de Cristo Jesus. E o autor de Hebreus o faz diretamente só neste um exemplo, embora esteja em outro lugar implícita (conforme He 2:3 ; Jo 5:36 ; Jo 17:18 ; Jo 20:21 ); nem o autor desta epístola em qualquer lugar referir-se a si mesmo como um apóstolo. Parece haver pouca diferença entre as palavras apóstolo e profeta . Os primeiros ursos, mais particularmente, sobre a missão. A segunda diz respeito especialmente ao escritório. Profeta é especialmente uma designação Velho Testamento. Apóstolo é uma designação Novo Testamento. Ambas as ideias complementar a idéia da função do Sumo Sacerdote. Como Apóstolo Cristo representa a causa de Deus aos homens. Como Sumo Sacerdote Jesus representa a causa de homens diante de Deus. FW Moulton observou que é a função de Jesus como apóstolo para defender a causa de Deus com os homens; mas que, como Sumo Sacerdote Ele defende a causa dos homens com Deus.

O Apostolado de Cristo aqui tem um duplo significado na sua relação objetiva com os homens. Como Apóstolo Cristo é o Filho divino revelar Deus aos homens. Mas Ele é, neste escritório, também o líder divino dos homens de volta para Deus. A este respeito, Cristo foi designado o "capitão" ou "autor" da salvação dos homens (He 2:10 ). Neste contexto Ele é identificado com a mensagem apostólica Ele oferece aos homens (Jo 1:14 ), e Ele é o capitão de sua salvação que decreta o mandato de libertação que Ele veio proclamar. Assim, Ele, como o Apóstolo divina (o enviado de Deus), é ao mesmo tempo o locutor da salvação do homem e libertador do homem da escravidão do pecado, e seu diretor, para a liberdade dos filhos de Deus.

Claramente o pedido do autor do título Apóstolo de Cristo neste momento é uma alusão sutil para Moisés, o legislador judeu e libertador de Israel da escravidão do Egito. A comparação revela de uma vez a superioridade da missão apostólica de Cristo para a de Moisés. Moisés era de fato apóstolo de Deus para Israel e, em certo sentido, o capitão ou o autor da salvação deles. Ele foi escolhido e enviado de Deus com a boa notícia da libertação de Israel da escravidão do Egito. Ele serviu como instrumento de Deus em sua libertação do ímpio Faraó. Ele conduziu Israel através do deserto para o Monte Sinai, onde ele tomou as tábuas da lei da mão de Deus e os entregou ao povo. Tudo isso foi para o crédito de Moisés como apóstolo de Deus.

No entanto, Cristo é um apóstolo maior do que Moisés, em que Ele era o Filho de Deus que representa Deus aos homens, enquanto Moisés estava, mas um servo de Deus falando por Deus aos homens. Cristo era em si mesmo a mensagem de Deus aos homens, ao passo que Moisés era apenas o mensageiro de Deus. Próprio Cristo é o libertador dos homens do inimigo e da escravidão do pecado (Rm 1:16 ), enquanto que Moisés era apenas o instrumento de Deus na libertação de Israel do Egito. Cristo, o Capitão da salvação do homem, foi aperfeiçoado por meio de Seus sofrimentos humanos com e para o homem pecador, e Ele então entrou para o resto de sua acabado obra expiatória. Moisés sofreu da mesma forma com e para Israel como seu apóstolo e capitão, mas ele não foi aperfeiçoado por esses sofrimentos; e por causa de suas imperfeições humanas, ele não foi autorizado a entrar no descanso de seu trabalho acabado (Canaã), mas a conclusão de seu trabalho foi deixado para outro (Josué). Tudo isso acrescenta-se a superioridade do apostolado divino-humana de Cristo Jesus sobre o instrumental ou humano servo apostolado de Moisés. Assim, Cristo, o Filho divino é maior do que Moisés, o servo humano.

B. JESUS ​​SUPERIOR a Moisés no sumo sacerdócio (He 3:1 ). O tratamento mais completo do assunto é adiada para uma consideração mais tarde. Enquanto a principal função de um apóstolo é a de representante de Deus para os homens, a principal função de um sacerdote é o de representante do homem diante de Deus. O sacerdote deve ser do povo e para o povo. Ele é o embaixador do homem diante do trono de Deus. Ele entende a natureza do homem e precisa, porque eles também são dele. Ele se identifica com as pessoas, traz as suas ofertas diante de Deus, e pede a Deus em favor deles. Moisés era um sacerdote para Israel diante de Deus. No entanto, enquanto Moisés, especialmente até o tabernáculo foi inaugurada, cheio determinadas funções sacerdotais, ele nunca foi instalado oficialmente como, nem designado, um padre por Deus. Ele requereu Arão como o seu homólogo. Por outro lado, Cristo foi expressamente designada ou "chamado de Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedec" (He 5:10 ).

Sacerdócio de Cristo revela sua superioridade à de Moisés em que ele, como Deus se fez homem em sua encarnação. Portanto, enquanto em Sua humanidade Ele se identificou com o homem, e "em tudo foi tentado como nós, mas sem pecado "( He 4:15 ), Ele "fez ele se tornar o pecado [a oferta pelo pecado] para nós "( 2Co 5:21 ). Assim, Ele era Deus que está no lugar do homem-Deus que redime o homem Filho em Sua própria pessoa divino-humano na Cruz. Ele era Deus que se tornou sacerdote do povo e expiado seus pecados por meio da oferta de Sua própria vida na cruz. Assim Ele se classificou para tornar-se homem Grande Sumo Sacerdote. Barclay sucintamente apresenta o significado da Grã sumo sacerdócio de Cristo, assim:

O Latin para um sacerdote é pontifex , o que significa um construtor de pontes . O sacerdote é a pessoa que constrói uma ponte entre o homem e Deus. Para isso ele deve saber duas coisas: ele deve saber o homem e Deus. Ele deve ser capaz de falar com Deus para os homens, e para falar aos homens de Deus. Jesus é o Sumo Sacerdote perfeito, porque Ele é perfeitamente homem e perfeitamente Deus; Ele pode representar o homem a Deus e Deus para o homem. Nele Deus se aproxima o homem eo homem se aproxima de Deus. Jesus é o homem uma pessoa através da qual se aproxima de Deus e Deus vem ao homem.

Cristo Jesus, o Filho, como o homem-Deus, em Sua encarnação, se ofereceu como um sacrifício expiatório aceitável a Deus pelos pecados do homem na cruz. Assim, Ele construiu uma ponte adequada e permanente entre o homem-sin alienado e que o Pai que perdoa, que ponte é aberto para a travessia segura de toda a humanidade a partir do estado de perdição para as misericórdias salvadora de Deus. Assim, na sua carne Cristo qualificado para se tornar homem Grande Sumo Sacerdote e demonstrou a superioridade do Seu sacerdócio à de Moisés.

C. JESUS ​​SUPERIOR a Moisés na liderança (3: 2-6)

2 que ele foi fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua Ct 3:1 Pois ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, tanto como ele que construiu a casa tem mais honra do que a Ct 4:1 Para toda casa é edificada por alguém; mas o que edificou todas as coisas é Dt 5:1 ). Moisés foi o fiel cabeça divinamente daquela casa. O que, então, pode ser solicitado, foi a diferença essencial entre Moisés e Cristo? A diferença é muito grande em vários aspectos importantes. Embora o autor poderia ter escolhido para mostrar a superioridade de Cristo a Moisés, contrastando seus personagens, ou as respectivas ensinamentos, ele não fazê-lo. Em vez disso, ele aponta para cima suas posições relativas na família de Deus (conforme Gl 6:10) por dois argumentos quase auto-evidentes.

Em primeiro lugar , o construtor é declarado ser superior ao e digno de maior honra do que a casa que ele constrói, ou o fundador da casa mais honroso do que a família funda. Superioridade posicional de Cristo de Moisés é inescapavelmente conquistou quando o escritor estabelece, com base nos argumentos anteriores, de que Cristo é o construtor da casa de Deus, ou o fundador da sua família, dos quais domésticos Moisés pela experiência é apenas um membro. No segundo versículo do capítulo 2 , o autor estabeleceu o fato de que. Deus fez todas as coisas através do Seu Filho e que Cristo é, portanto, o herdeiro de todas as coisas. Para consideram Moisés como o construtor, o fundador da casa de Deus o teria colocado em pé de igualdade com Deus. Esse teria sido blasfêmia imperdoável. Para reconhecer Cristo como o construtor, o fundador da casa de Deus exaltarei automaticamente para uma posição superior a Moisés como um membro da família de Deus (conforme 1Co 3:10. ; 1Pe 4:17. ; . 1Tm 3:5 ; At 19:8. ).

A jactância , ou orgulho de esperança, que está previsto como condição de adesão continuou na família de Deus indica a estima em que Cristo e do cristianismo estão a ser realizada pelos crentes se a fé é para ser eficaz para a salvação (conforme He 11:24 ). O que se estima a maioria será, em grande medida, a directiva e modelador de sua vida. O homem natural e legitimamente se orgulha em que ele estima. Esse orgulho é legítima e à direita se o objeto de estima é digno. Paulo declarou que o único objeto de sua jactância era a Cruz de Cristo (Gl 6:14 ).

Um equilíbrio adequado de confiança e apreço são, portanto, os dois ingredientes essenciais de uma vida cristã bem sucedida. Quando estes são mantidos firmemente, a alma vai encontrar satisfação e segurança em Cristo.

VI. Interlúdio: SEGUNDA EXORTAÇÃO E AVISO: Cuidado com Duvidando (He 3:7ff ).

É, obviamente, a intenção do autor em esta exortação e advertência para cortar o pecado básico que colocavam em risco a esperança cristã de seus leitores. Ele havia apresentado Cristo como apóstolo de Deus, do homem grande sumo sacerdote, e pelo chefe supremo e absoluto da família redimida espiritualmente de Deus, a associação que deu aos leitores a sua segurança presente e sua esperança no futuro. Se eles não acreditavam Cristo em Sua tríplice, eles perderiam o seu lugar na família de Deus, como também a sua esperança de vida eterna (conforme Jo 3:18 ).

Teólogos diferem na sua compreensão do pecado humano básico. Alguns, com Agostinho, viram este pecado raiz como orgulho . Com esses teólogos, o orgulho é considerada como a motivação para a rebelião original de Lúcifer, e sua consequente expulsão da presença de Deus. Eles também ver o orgulho como a motivação para a rebelião original do homem, como também a motivação básica de todo o pecado individual. Outros pensadores, no entanto, ter visto a incredulidade como uma raiz mais profunda do pecado, de fato, como a própria raiz principal de todo o pecado. Eles encontram um forte apoio para a sua posição na delimitação do trabalho de escritório do Espírito Santo de Cristo, em relação com o mundo, que era para ser dado no dia de Pentecostes. "E ele, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado no que diz respeito ... porque não crêem em mim" (Jo 16:8 ). Tradução JB Phillips 'da passagem é um comentário esclarecedor: ". Quando ele vier, convencerá o mundo do sentido do pecado ... Ele irá expor seu pecado, porque eles não acreditam em mim."

É claro que há muita evidência na Escritura e na experiência para ambos os pontos de vista. O problema parece estar resolvido satisfatoriamente na opinião de um teólogo contemporâneo, quando ele define o pecado básico como o orgulho, se considerado psicologicamente, mas incredulidade quando visto teologicamente. Assim, do ponto de vista de Deus, é a incredulidade, enquanto que do ponto de vista do homem é o orgulho. Visto de qualquer forma, este pecado é a morte da raiz-dealing a relação do homem com Deus. Incredulidade duvida da adequação e, consequentemente, a veracidade de Deus. Orgulho visa substituir Deus com o homem.

Nenhuma representação mais clara desse monstro de duas cabeças do pecado tem sido dada para o mundo do que o expresso no existencialismo ateu moderno, especialmente no pensamento de tais europeus ocidentais como Friedrich Nietzsche da Alemanha (1844-1900), e Jean Paulo Sartre da França (1905-). Com esses homens, a incredulidade e negação de Deus levou, como deve fazer sempre, para a exaltação do eu para uma posição de autonomia absoluta. Um tal pensador tem corajosamente expressou assim: "Se não há nenhum deus, então eu sou Deus." Quando o homem não acredita e nega Deus, ele se exalta automaticamente à posição do final. No entanto, nesta posição ele descobre, para sua desilusão triste, sua total inadequação como o melhor, e, portanto, anseia por extinção de existência, como com Sartre. Para evitar que esses cristãos hebreus de tal apostasia decepcionante de sua fé cristã, o autor oferece a seguinte exortação cinco vezes e aviso.

A. O testemunho do Espírito (He 3:7 ). Eles, também, foram os destinatários do Espírito Santo (He 6:4 ). Agora, sempre houve algo no homem que está perto de um temor reverencial inata e pavor de blasfêmia contra o Espírito Santo. O mais profano, obsceno, e blasfemo são raramente ouvidas de usar o nome do Espírito Santo em seu discurso pervertido. Jesus apontou-se o perigo de ofensa contra o Espírito Santo quando Ele declarou que todos os pecados, inclusive blasfêmia contra o Pai eo Filho, foram objecto de perdão, mas que todo aquele que "blasfemar contra o Espírito Santo, nunca mais terá perdão, mas será réu de pecado eterno "( Mc 3:29 ; conforme vv. 28 ,30 ). Repetidamente em advertências do Novo Testamento são emitidos contra a ofender o Espírito Santo de Deus. Wiley observa:

O escritor de acordo com seu costume refere-se diretamente para o autor das Escrituras em vez de o instrumento humano, e, portanto, expressa sua crença não qualificado na inspiração do Antigo Testamento ... em tempos antigos, Deus falou por meio dos profetas, ea consequente revelação foi, portanto, externa , cerimonial, e preparatório. Nestes últimos tempos Deus falou-nos por meio do Filho, e essa revelação é interno, espiritual e perfeito. Cristo agora habita nos corações de Seu povo por meio do Espírito, e assim fala não só para nós, mas dentro de nós. O Espírito Santo revela Cristo em nós, e somente Ele faz com que a verdade vital e real em nossa experiência.

A gravidade da exortação e alertando sobre a ser dado é muito maior pela declaração do autor de que o exemplo do Antigo Testamento que ele está citando (Sl 95:1 ; 1Sm 6:6 , Ex 8:32 ; Ex 9:34 ). No entanto, o significado é o mesmo em todos os casos. Na verdade, Deus estabelece as condições que podem ou amolecer ou endurecer o coração do homem, dependendo de suas escolhas de resposta. Isso pode ser ilustrado pelo efeito dos raios-sol do meio dia com um bloco de gelo e uma massa de argila húmida igualmente exposta ao efeito dos raios. O bloco de gelo é derretido e evaporou-se, enquanto a massa de barro é processado de hard-rock. A diferença entre as naturezas e respostas dos objectos determina a diferença nos efeitos que os raios de sol possuem sobre eles. É o mesmo com Deus e Sua verdade. Paulo expressou assim: "Estamos de fato o incenso oferecido por Cristo a Deus, tanto para aqueles que estão no caminho para a salvação, e para aqueles que estão no caminho da perdição; a este último é um fume mortal que mata, ao ex uma fragrância vital que dá vida "(NEB). Para apostatar Cristo é sofrer atrofia espiritual e moral, uma condição que Henry Drummond descreve como "morte", devido à cessação do organismo de correspondência com seu ambiente (conforme Pv 24:30 ). Em qualquer evento homem, e não Deus, é totalmente responsável pelo efeito de endurecimento da luz da verdade, se ele a rejeita, em vez de ceder e obedecê-la. As palavras, não endureçais os vossos corações , parecem expressar uma súplica sincera e amorosa ou um apelo compassivo, em vez de um comando peremptório, de recurso de avanço do e projetado para evitar o passo fatal de apostasia. A este respeito, o recurso do autor lembra último apelo compassivo de Cristo para a nação judaica (Mt 23:37 ), embora seja caracterizada por uma maior esperança para seus leitores do que foi o último apelo de Cristo para o Seu povo.

D. DESERTO AVISO (He 3:8 . Esta por sua vez é baseado em um incidente na história de Israel, que está registrada em Ex 17:1 e Nu 20:1 . O incidente ocorreu durante a jornada no deserto, enquanto Israel, após a libertação do Egito, estava a caminho do Egito para a terra prometida de Canaã. Eles vieram, de acordo com o relato do Êxodo, sob a liderança de Moisés para um lugar que tinha o nome de Refidim. A ausência de água neste local tornou-se a ocasião para descontentamento grave que levou a misaccusations brutas contra Moisés e Arão, e em seguida, abrir reclamação contra Deus. De acordo com a instrução de Deus, Moisés conduziu Israel para Horeb onde produziu água que satisfez sua sede por bater em um rochedo que Deus havia designado. No entanto, a partir da conta Números do incidente (N1. 20: 8-10 ), é evidente que Moisés errou gravemente e irritou o Senhor em razão do fato de que ele feriu a rocha com a vara e apropriou-se o crédito para a milagre (N1. Nu 20:10)

12 Vede, irmãos, que nunca se ache deve estar em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo: 13 , mas exortar uns aos outros no dia a dia, desde que ele é chamado de A-dia; para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado: 14 porque nos temos tornado participantes de Cristo, se nos ativermos o início da nossa confiança até o fim:

A exortação para tomar cuidado , ou "ser mais cuidadoso" (JBP) é uma alusão direta ao exemplo do fracasso de Israel que acaba de ser recitado. Certamente este triste sentinela deve fazer com que os leitores para parar e considerar cuidadosamente antes de seguir o exemplo de seus antepassados ​​no deserto.

Aqui, o escritor refere claramente incredulidade como a raiz do pecado do qual nasce a árvore do mal, que por sua vez produz seus frutos de corrupção. Para alterar a figura de linguagem, a incredulidade é a faca afiada-navalha que separa contato vital da alma com o Deus vivo . Quando um órgão é separada do organismo do qual ele faz parte, o resultado inevitável é a morte e desintegração. Conservantes pode atrasar a dissolução, mas eventual decomposição é inevitável. Da mesma forma divórcio da alma a partir da fonte de vida questões espirituais em morte espiritual inevitável e destruição final. A forma cristã, e até mesmo a cultura cristã, pode ser conservado por um tempo, mas a vitalidade espiritual e o poder de procriação espiritual são perdidas. Uma igreja que caiu longe do Deus vivo vai morrer com a sua própria geração, uma vez que será incapaz de reprodução espiritual. A expressão apostasia , usado aqui pelo autor, não sugere um ato intencional, mas sim um resultado. É como se um membro foi separada do corpo e, consequentemente, caiu desamparado afastado em lifelessness do corpo. Esta parece ser uma alusão à experiência dos israelitas apóstatas ", cujos corpos caíram no deserto" (v. He 3:17 ).

O autor recomenda um preventivo tríplice contra o destino de Israel no deserto. O primeiro foi anotado: Acautelai-vos . Todos os corretivos deve começar com uma séria consideração da condição ou situação envolvida. O segundo preventiva é preocupação e responsabilidade mútua: exortar uns aos outros no dia a dia . Foi Caim, aquele socialmente irresponsável, que pela primeira vez perguntou: "eu o guarda do meu irmão?" Paulo expressou a responsabilidade mútua dos cristãos assim: "nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si" (Rm 14:7 ), e continua a permanecer em Cristo (Jo 15:4 ), ele está certo da vitória final em Cristo (Cl 1:27 ).

Na experiência e da vida cristã, como em todas as outras considerações sérias da vida, a origem, o processo, eo objetivo são inseparavelmente relacionados. O divórcio de origens e objetivos finais a partir de processos de pensamento pragmático contemporânea lançou uma praga amortecimento sobre o pensamento e modo de vida americano. O homem está em um processo de ensino-ele está progredindo. Mas ele é como o vento, do qual Cristo falou a Nicodemos: "... tu ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai ..." (Jo 3:8)

15 enquanto é dito,

Hoje, se ouvirdes a sua voz,

Não endureçais os vossos corações, como na provocação.

16 Para que, quando ouvido, o provocaram? nay, não todos os que saíram do Egito por Moisés? 17 E com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? 18 E a quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão aos que foram desobedientes? 19 E vemos que não puderam entrar por causa da incredulidade.

E vemos que não puderam entrar por causa da incredulidade (v. He 3:19 ). No versículo 15, o autor retorna à sua citação do exemplo do fracasso dos israelitas para realizar o cumprimento da promessa de Deus no resto Canaã por causa da incredulidade deles.Este exemplo deve sempre permanecer como um aviso para os cristãos contra as possibilidades e perigos da apostasia total a partir do Deus vivo.

Do lado de fora do porto de Freetown, Serra Leoa, na África Ocidental, restos do casco quebrado e corroído de um velho navio que foi acidentalmente conduzido nas rochas há muitos anos. A história conta que, depois de vários dias de forte tempestade no mar, durante o qual o capitão permaneceu na ponte no comando de seu navio, a tempestade diminuiu e o capitão colocou o primeiro companheiro no comando e se retirou para sua cabine para descansar mal necessário . Ao colocar o companheiro no comando do navio, o capitão deu-lhe ordens estritas para notificá-lo quando eles chegaram à vista do farol Freetown.

Agora, enquanto o porto de Freetown tem a fama de ser o porto mais bonito e cômodo na África Ocidental, ele também tem o acesso mais perigosa através de um canal estreito delimitado por um banco de areia de um lado e perigosas pedras do outro lado.A erva-mate, pensando em ganhar o crédito para si mesmo dirigindo com segurança o navio a este porto, desobedeceu as ordens do capitão e tentou abrigar o navio. No entanto, sua falta de familiaridade com o canal resultou no naufrágio do navio nas rochas.Como consequência, o companheiro perdido sua própria posição, e o navio para a empresa. Tanto a companhia do navio e que o governo da Serra Leoa considerado o navio naufragado de maior valor como uma sentinela de advertência para outros navios do que para o salvamento, e, consequentemente, eles deixaram nas rochas. Há que se situa como um lembrete desagradável e um terrível advertência de perigo para todos os que queiram entrar no porto.

Da mesma forma o autor de Hebreus aponta deserto destroços de Israel por causa da incredulidade e desobediência a Deus como um aviso severo contra a apostasia de Cristo.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 1 até o 19
Agora, passamos para o terceiro ar-gumento para comprovar a superio-ridade de Cristo: ele é melhor que Moisés. Moisés foi o grande herói da nação judaica, e para Paulo provar a superioridade de Cristo em relação a ele equivalia a provar a superiori-dade da fé cristã sobre o judaísmo. Como as pessoas podiam voltar ao judaísmo quando Cristo oferecia algo muito maior do que Moisés podia oferecer?

i. Cristo é maior em posição (3:1-2)

Originalmente, Moisés era um pro-feta (Dt 18:15-5; At 3:22), embora tenha exercido a função de sacerdo-te (SI 99:
6) e até de rei (Dt 33:4-5). No entanto, Moisés foi chamado por Deus, mas Cristo foi enviado por ele. Ele é o "Apóstolo" ou o "En-viado" (veja Jo 3:17; Jo 5:36-43). Os judeus eram es-cravos no Egito, da mesma forma que os pecadores o são no mundo. Deus redimiu Israel pelo sangue do cordeiro, como nos redime por in-termédio do sangue de Cristo. Ele prometeu uma terra de bênçãos aos judeus, como prometeu aos seus uma vida de bênçãos, uma herança espiritual em Cristo. Todavia, essas bênçãos viriam apenas para os que se separaram do mundo e segui-ram-no pela fé. Assim, Deus levou Israel a atravessar o mar Vermelho (separando-o do Egito, o mundo) e guiou-o até os limites de Canaã. Dt 1:2 informa que foi uma jornada Dt 11:0; veja Js 1:13-6).

Aqui, o autor adverte seus lei-tores. Eles foram redimidos pelo sangue de Cristo e se livraram do mundo. Agora, eles, como Israel, sentem-se tentados a voltar à antiga vida. Fazer isso significa não entrar na vida de plenitude e de bênçãos que Deus lhes prometeu. Os capítu-los 3 e 4 referem-se a três tipos dis-tintos de descanso, todos associados ao plano de Deus: (1) o descanso da salvação (4:3,10); (2) o descanso da vitória em meio às provações, sim-bolizado pela terra prometida de Canaã (4:11); (3) o futuro descanso eterno, o celestial (4:9). No capítulo seguinte, estudaremos em detalhes essas diferenças. Aqui, a exortação é para que o povo de Deus creia nele, apesar das dificuldades, como fizeram Josué e Calebe, e entrem no descanso prometido. Por favor, lembre-se que Canaã não é uma imagem do céu, mas o símbolo da vida de bênçãos e de batalhas, de progresso e de vitória que temos em Cristo quando nos entregamos a ele e confiamos nele. Esse é o descan-so presente que desfrutamos mesmo em meio às privações e aos testes. O descanso que nem Moisés nem Josué poderíam fornecer.

O escritor cita o salmo 95 para lembrar aos leitores a dureza de co-ração de Israel. Leia Êxodo 17 para ver como Israel, quando a jornada ficou difícil, provocou e testou a Deus. Hoje, os crentes fazem isso quando se defrontam com privações e com testes! E aqui temos o tema básico de Hebreus: continuemos em direção à maturidade, derrotan-do o inimigo e afirmando nossa he-rança em Cristo. Cruzemos o Jordão (morrer para a velha vida; Rm 6) e reivindiquemos a herança presen-te que Deus planejou para nós (Ef 2:10).

Pode-se aplicar a advertência do versículo 12 aos crentes? Sem dúvida que sim! A incredulidade é um pecado constante entre os cris-tãos, e o coração perverso que negli-gencia a Palavra a gera. Uma coisa é crermos em Deus para a salvação, e outra, bem distinta, entregar, todos os dias, nossa vontade e nossa vida à orientação e ao serviço dele. Mui-tos cristãos ainda "anda[m] errantes pelo deserto" da derrota e da incre-dulidade; foram libertados do Egito, mas não entraram em Canaã para afirmar sua herança em Cristo. Os judeus foram comprados pelo san-gue e cobertos pela nuvem; todavia, a maioria deles morreu no deserto! Esse é um caso de "perda da salva-ção"? Claro que não! Esse é o caso de perda da vida de vitória e de bênção pela falta de confiança em Deus. E o que provoca esse coração de incredulidade perverso? (1) Não ouvir a voz de Deus (vv. 7,15); e (2) deixar-nos endurecer pelo pecado (v. 13).
Como é importante ouvir a Pa-lavra de Deus! Se fracassarmos nis-so, começaremos a nos desviar dela (2:1-4) e, a seguir, a duvidar dela (3:18-19). Não ouviremos as exor-tações dos que querem ajudar-nos (3:
13) e persistiremos na desobedi-ência obstinada até nos tornarmos surdos para a Palavra (5:11—6:20).

O pecado na vida do crente é enganoso. Ele começa pequeno, mas cresce aos poucos. Duvidar de Deus em qualquer coisa desenvolve um coração de incredulidade perverso. A confiança dos que são pressiona-dos e permanecem firmes comprova que foram verdadeiramente salvos (3:6,14) e, dessa forma, evitam a dis-ciplina de Deus — e, provavelmente, o julgamento nesta vida (ao contrá-rio do que aconteceu com Israel). A incredulidade é uma coisa séria!


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 1 até o 19
3.1,2 Cristo é o Apóstolo (representante) perfeito de Deus entre os homens. Sumo

Sacerdote. Ele é nosso perfeito representante diante de Deus. Sua fidelidade se mostrou na consumação dai obra que Deus lhe deu (Jo 17:4). Casa. Isto é, "família".

3.4 Aquele. O filho de Deus, agente e herdeiro da Criação, obviamente tem o direito de mandar; Moisés tinha o direito de servir.

3.5 Testemunho. Moisés como profeta falou da vinda de Cristo.

3.6 Até ao fim. A prova da realidade da regeneração é a fidelidade.

3.7 Diz o Espírito Santo. Novamente encontramos a inspiração do AT. Se ouvirdes... Melhor a tradução do original heb em Sl 95:7.

3.8.9 No original, provocação e tentação são nomes - Meribá e Massá.

3.13 Endurecido. O engano do pecado produz endurecimento (conforme 2.8; Jr 17:9). Tanto Satanás como nosso próprio coração querem nos convencer que atitudes e práticas erradas não são pecaminosas.

3.14 Participantes (gr entochoi; conforme 2.14). Cristo participou em nossa subjugação à morte. Pela ressurreição conquistou o poder sobre a morte por todos nós. Confiança (gr hupostasis). "Certeza" em 11.1.

3.15 Hoje. I.e., nesta época da graça, a palavra de Deus precisa ser ouvida diariamente com coração disposto a obedecer.

3.16 É muito perigoso concluir que a maioria está sempre certa. A democracia na igreja pode ser instrumento de Deus ou do diabo.
3.17 Pecaram. A Bíblia encara a rebelião da incredulidade como pecado dos mais graves. O Êxodo não garantiu entrada na Terra.

3.18 Descanso. Conforme 4.5n. Aponta para o recebimento completo dos benefícios prometidos por Deus.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 1 até o 19
III. EXORTAÇÃO E ADVERTÊNCIA (3.1—4.13)

1) Exortação para considerar Cristo superior a Moisés (3:1-6a)
A seção anterior termina com uma descrição de Cristo como o sumo sçcerdote misericordioso. Isso agora se torna o tema da nova discussão. Mas em forma invertida o autor trata primeiro da fidelidade de Jesus e depois da sua misericórdia (4.14ss).

Do ponto de vista da verdade teológica, o autor faz seu apelo aos santos irmãos, participantes do chamado celestial (v. 1). A palavra “santos” tem o mesmo significado básico de “santificar” e se refere, portanto, àqueles separados por Deus e para Deus, i.e., os cristãos (conforme comentário Dt 2:11; Lv 20:26; IPe

2.9). A esses cristãos cujo chamado ou convite é “do céu [...] e para o céu” o autor se dirige agora pela primeira vez. Eles são encorajados a fixar os seus pensamentos em Jesus, apóstolo e sumo sacerdote, o objeto da sua confissão declarada, como sendo fiel àquele que o havia constituído (v. 1,2). E mesmo assim, não é que os cristãos devem fixar sua atenção em Jesus como fiel meramente, pois Moisés, que também foi considerado apóstolo (conforme Ex 3:10) e sacerdote (Êx 24:6-8; conforme tb. Fílon, On the Life ofMoses, 2:2-5), foi fiel (v. 2; conforme Nu 12:7). Mas eles devem dar atenção cuidadosa e demorada à pessoa e obra de Cristo porque, por sua própria natureza, ele é completamente “outro” e muito maior do que Moisés. Moisés foi um servo fiel na casa de Deus (v. 2) — uma mera testemunha, por meio das leis morais e cerimoniais que ele estabeleceu, do evangelho que seria dito no futuro (v. 5). Mas Jesus é o Filho de Deus estabelecido sobre aquela casa, “o agente criador” por meio do qual ela foi construída, que é ele mesmo o evangelho previsto por Moisés e aquele por quem ele foi primeiramente anunciado (v. 3,5,6; conforme tb. 1.2; 2.3). O v. 4 é difícil, e essa dificuldade é muito pouco aliviada por se colocar o versículo em parênteses (como na RSV), pois ele não tem todas as características de um interlúdio. Tem alguma conexão com a referência a Jesus como o construtor no v. 3. Talvez seu significado seja que toda casa é construída por alguém, mas Deus é o edificador de tudo, cujo “agente criador é Cristo”. Ou talvez seu significado seja compreendido mais facilmente ao se traduzir a palavra “Deus” por “divino”, visto que no grego o artigo definido é omitido: “o edificador (i.e., Cristo) de todas as coisas é divino”.

E digno de observação que a expressão na casa de Deus (“em sua casa”, ARA) se refere a mais do que uma construção, portanto, à “família” de Deus. Evidentemente, descreve o povo crente em Deus no AT e também no NT, pois a “casa” é a mesma em ambos os Testamentos. Moisés foi servo na casa de Deus, uma casa que Cristo fundou, sobre a qual ele governa e à qual pertencem os cristãos — e esta casa somos nós (v. 6). Esse trecho argumenta fortemente a favor da continuidade entre o antigo Israel e o novo “Israel de Deus” (conforme G1 6.16).


2) Advertência acerca de pôr a perder o descanso que Deus prometeu (3.6b—4.11)
v. 6. esta casa somos nós, se é que nos apegamos firmemente à confiança e à esperança da qual nos gloriamos: Essa advertência é dirigida àqueles que “se confessaram cristãos. Ela tem o propósito de mostrar que o verdadeiro cristianismo é demonstrado pela perseverança, pela confiança contínua em Cristo e pela lealdade para com aquele que é a nossa esperança (conforme Cl 1:27). Não pertence à casa de Deus aquele que meramente professa pertencer. Pertence aquele que continua crendo “até o fim” (v. 6, nota textual da RSV, uma leitura que, embora paralela a 3.14, provavelmente é genuína aqui à luz de sua ampla confirmação textual). O Sl 95:0,1Co 10:2), i.e., sua observação das obras divinas (v. 9), não garantiram a sua entrada em Ganaã. Alguns continuaram a crer em Deus e entraram em Ganaã, mas alguns se rebelaram e nunca experimentaram o descanso de Deus (v. 11; conforme v. 16-19). A jornada determinou a vitalidade da sua fé.

Portanto, visto que o Espírito Santo está falando ainda e dizendo: “Hoje” (v. 7,13,15), Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo (v. 12). A gravidade da situação é intensificada assim por três coisas: (a) pelo autor chamando a atenção para o fato de que é Deus que está falando, e não o homem — como diz o Espírito Santo (v. 7); (b) pelo fato de ele ressaltar que esse afastar-se é do Deus vivo, uma designação predileta para Deus em Hebreus (9.14; 10.31; 12.22; conforme tb. 4.12; 11.6), que retrata Deus como “totalmente vivo, ativo em se fazer conhecido aos homens, capaz de cumprir suas promessas e determinado a executar seus juramentos” (observação: a advertência contra afastar-se do “Deus vivo” não soa como uma advertência contra recair no judaísmo), e (c) por seu uso repetido do imperativo (3.12,13 4:1-11). A prevenção para essa condição é encorajem-se uns aos outros (gr. “a si mesmos”, destacando a “unidade do corpo cristão”) todos os dias (v.13). Isso exige tanto responsabilidade pessoal quanto coletiva. A expressão engano do pecado (v. 13) descreve o pecado como um sedutor e pode ser uma alusão àquele primeiro pecado quando Eva foi seduzida pela serpente (Gn 3:13; conforme lTm 2.14).

Os v. 12,13 juntos descrevem esse processo que ocorre no fundo do coração de um homem quando não há o fortalecimento constante da exortação mútua — um processo que inicialmente é invisível a qualquer observador. Primeiro a semente da incredulidade tem permissão para germinar, depois pensamentos maus e desafiadores de Deus começam a se espalhar. Esses gradualmente passam a dominar toda a atitude, até que todo o caráter é mudado. Uma nova tendência está no controle da pessoa envolvida. Sua resposta básica a Deus é NÃO. Já não há agora o SIM da submissão que ele professou no seu batismo (J. Schneider, The Letter to the Hebrews, 1957, p. 31-2).

O autor reitera de forma mais intensa o que já disse anteriormente (v. 14), isto é, que há um simples teste pelo qual podemos saber se somos participantes de Cristo ou não, se somos “parceiros” dele (gr. metochoi tou christou, que em si tem um significado ambíguo): Apegamo-nos até o fim à confiança que tivemos no princípiol [Observação: O gr. para “confiança” é hypostasis, aquele apoio firme em que “um homem se fundamenta para enfrentar o futuro” (J. Moffatt, The Epistle to the Hebrews, ad loc., p. 48). Aqui é a convicção, com que a vida cristã começou, de que Deus falou sua palavra definitiva e final em Jesus Cristo.] A experiência de Israel no deserto (v. 16-19) prova que “esse retrato da vida como um todo é o critério” pelo qual podemos ver objetivamente a realidade da sua fé. O que é fé para o autor de Hebreus? O cap. 11 é sua discussão completa desse tópico, mas ao compararmos o v. 18 com o 19 fica claro que ele entende fé como sendo algo muito semelhante a obediência ou lealdade.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Hebreus Capítulo 1 do versículo 5 até o 18

II. Os Argumentos Principais São Apresentados e Explicados. 1:5 - 10:18.

A. Cristo "Maior que"; O Argumento da Superioridade. 1:5 - 7:28.

O pensamento introduzido em He 1:4 estende-se agora através de uma sede de sete citações do V.T. Destas, cinco provam a superioridade de Cristo.


Moody - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 7 até o 11

7-11. A geração do deserto sofreu as conseqüências da advertência feita por Deus. Não foi por acidente que pereceu no deserto (veja Nm. 14 e 21). Conforme este salmo indica, os filhos de Israel desafiaram a autoridade soberana de Deus através de sua rebeldia no deserto (Nm. 20). A lição é óbvia. A verdadeira obediência do coração vai além da mera recepção de instruções. Uma geração de israelitas pereceu porque rebelou-se e desobedeceu premeditadamente, e isto apesar da ampla revelação no Monte Sinai.


Moody - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 7 até o 13


5) A Superioridade do Descanso de Cristo contra o Descanso de Israel sob a Liderança de Moisés e Josué. 3:7 - 4:13.

O princípio do descanso é a fé. Foi verdade para os israelitas quando entraram em Canaã, e é verdade para os crentes hoje em dia. O descanso da fé tem ambos, um significado presente e um significado futuro. Sl 95:7-11 foi usado para mostrar como ambas, advertência e promessa, foram relacionadas com o descanso de Israel em Canaã. A entrada na terra prometida estava condicionada à obediência.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 7 até o 19
VI. APLICAÇÃO E ADVERTÊNCIAS PESSOAISHe 3:7-58. Isso provia uma eloqüente advertência àqueles judeus do primeiro século D. C. que, em Jesus, tinham visto o Cordeiro Pascal sacrificado e o poder de Deus manifestado em Sua ressurreição dentre os mortos. Certamente que isso não era alguma novidade para a maioria da nação não crer no fato. Igualmente, muitos dos israelitas sob a liderança de Moisés contemplaram as obras de Deus pelo espaço de quarenta anos (10), mas, não obstante isso, endureceram os seus corações. Assim é que, tendo chegado às próprias portas da Terra Prometida, falharam e não entraram. Semelhantemente, quando esta epístola foi escrita, cerca de quarenta anos possivelmente se tinham passado, desde a primeira proclamação da salvação efetuada pelo próprio Senhor. A origem divina do Evangelho tinha sido confirmada por meio de sinais exibidos àqueles hebreus (He 2:3-58). Que eles temessem, portanto, a fim de que também não viessem a escandalizar-se do caminho de Deus e ficar aquém da consumação prometida (He 4:1).

Essa exortação é introduzida em palavras citadas de Sl 95:7-19, que são reputadas como proferidas pelo Espírito Santo, e dirigidas para Hoje (7), isto é, àqueles que agora são confrontados, nesta nova era de redenção, com a nova revelação dada pela voz de Deus, proferida em Cristo. Note-se a autoria divina implicada e o propósito cristão das Escrituras do Antigo Testamento. Tudo depende do modo como os homens ouvem a mensagem do Evangelho. O Evangelho não consiste de meras palavras, mas é o próprio Deus vivo que se apresenta aos homens para que eles decidam o que fazer com Ele. Cfr. He 4:12-58. Recusar-se a dar-Lhe ouvidos é a mesma coisa que rejeitá-Lo (12).

>Hb 3:8

Provocação e tentação (8) são traduções dos nomes locativos hebraicos Meribá e Massá. Ver Nu 20:1-4; Êx 17:1-7. A instância da incredulidade de Israel, em Massá, ocorreu no primeiro ano de perambulações pelo deserto, e a instância em Meribá teve lugar no quadragésimo ano dessas perambulações. Isso evidencia que seu endurecimento de coração havia persistido desde o início até o fim daqueles quarenta anos. Me tentaram (9). Parece que "tentar" a Deus significa tentar verificar quão longe alguém pode prosseguir na desobediência contra Ele. Embora Deus, em Seu desprazer, os tivesse repreendido (10), exibindo perante seus olhos os próprios erros, continuaram mostrando total falta de entendimento do propósito do procedimento de Deus para com eles. Recusaram arrepender-se. Assim sendo, Deus solenemente declarou (11) que era impossível, para pessoas em tal condição desfrutar da herança prometida.

>Hb 3:12

Nos vers. 12-15 as palavras baseadas no Sl 95:0), há a possibilidade do indivíduo cair no mesmo perigo em que caíram os israelitas. Pois a Palavra de Deus produz uma reação inevitável; ou os homens respondem obedientemente, ou rejeitam-na teimosamente. As causas do fracasso, que deveriam ser evitadas, são, por um lado, incredulidade e infidelidade (12), e, por outro lado o próprio engano do pecado, mediante o qual os corações dos homens se endurecem contra Deus (13). A conseqüência prática de tal fracasso não é menor que a do "afastamento" (lit., "apostasia") do Deus vivo (12). A proteção contra isso é encontrada na exortação diária e mútua (13). Os crentes devem dirigir uns aos outros palavras de encorajamento, cada dia. Os muitos são responsáveis por cada qual; cada membro da comunidade cristã deveria cuidar para que nenhum indivíduo dentre seu número se torne infetado (ver 12). Pois a plena participação nas bênçãos messiânicas é concedida somente àqueles que são firmes em sua confiança (14), desde o princípio até o fim. A fé é a "confiança" ou "segurança" das coisas esperadas (He 11:1). Ela deve ser mantida, com toda a intensidade de sua primeira manifestação (cfr. He 3:6), e em face de demora, sofrimento e desapontamento temporário (cfr. He 10:35-58). No vers. 14 note-se a antítese entre o princípio e o fim; cfr. He 12:2, "o Autor e Consumador da fé, Jesus".

O solene significado do exemplo dos israelitas é reforçado mais ainda por uma série de perguntas. Aqueles que provocaram a Deus durante quarenta anos, no deserto, não foram outros senão aqueles que participaram do livramento da escravidão egípcia, um surpreendente anti-clímax. O motivo pelo qual foram lançados em juízo foi o pecado. A razão pela qual deixaram de entrar na Terra Prometida foi desobediência enraizada na incredulidade. A falta de fé, pois, ou seja, o perverso coração de incredulidade (12), é o óbvio e fatal perigo contra o qual nos devemos precaver.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 1 até o 19

7. Jesus maior que Moisés (Hebreus 3:1-6)

Por isso, santos irmãos, participantes da vocação celestial, considerai Jesus, o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão. Ele foi fiel àquele que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a casa. Pois ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, apenas tanto como o construtor da casa tem mais honra do que a casa. Porque toda casa é edificada por alguém, mas o construtor de todas as coisas é Deus. Ora, Moisés foi fiel em toda a casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar mais tarde; mas Cristo foi fiel como Filho sobre a casa de qual casa somos nós, se nos ativermos a nossa confiança e orgulho da nossa empresa esperança até o fim. (3: 1-6)

Depois de ter visto a supremacia exaltado de Jesus, que é melhor do que os profetas e os anjos, que são agora mostrados como Ele é melhor do que Moisés, aquele através do qual a primeira aliança veio.

A grandeza de Moisés

Estes seis primeiros versos apresentar a doutrina em que a exortação do restante do capítulo é construído. A fim de entender a exortação, precisamos entender a premissa; e para entender a premissa, é preciso rever o que os judeus daquela época pensei sobre Moisés. Para apreciar como, por que e em que medida Jesus é melhor do que Moisés, precisamos ver o quão importante Moisés era mesmo antes disso. Mesmo antes disso, precisamos perguntar por que é necessário para provar que Jesus é melhor do que Moisés?

Moisés era considerado pelos judeus muito acima de qualquer outro judeu que já viveu. Deus havia milagrosamente o protegia como um bebê e pessoalmente previsto o seu enterro. Entre esses dois pontos em sua vida são milagre após milagre após milagre. Ele era o homem a quem Deus falou face a face. Ele tinha visto a própria glória de Deus e, de fato, tinha até esta glória refletida em seu rosto por um breve tempo. Depois que ele desceu do Sinai, "A pele do seu rosto resplandecia por causa de sua fala com Ele" (Ex 34:29). Ele foi o único que levou Israel para fora do Egito. Como Paulo enfatiza em Romanos 2, os judeus tinham grande confiança na lei. Os mandamentos e rituais do Antigo Testamento eram as suas prioridades supremas, e para eles Moisés e da lei eram sinônimos. O Novo Testamento muitas vezes refere-se aos mandamentos de Deus como a "lei de Moisés" (Lc 2:22; At 13:39; e outros). Moisés não só trouxe os Dez Mandamentos, mas ele também escreveu todo o Pentateuco, que estabelece as leis levíticas e outros que governavam tudo o que os judeus fizeram. Moisés deu os planos para o Tabernáculo e da Arca da Aliança.

Alguns judeus acreditavam que Moisés foi maior do que os anjos. Deus falou com os profetas em visões, mas a Moisés Ele falou face a face. Ele falou com ele em uma sarça ardente. Ele falou-lhe do céu. Ele falou com ele no Sinai e escreveu os mandamentos com um dedo de fogo.Ele era, acima de todos os outros, um homem de Deus.
No entanto, nesta passagem de Hebreus o Espírito Santo convida leitores judeus, especialmente, a olhar para Jesus. Moisés era realmente grande; mas Jesus é muito maior. Jesus mostra-se superior a Moisés no escritório, no trabalho, e em pessoa. Em seu escritório, ele é o Apóstolo e Sumo Sacerdote. Em seu trabalho, ele é o construtor da casa. Em sua pessoa, Ele é o Filho.

Superior Escritório de Jesus: Como Apóstolo e Sumo Sacerdote

Por isso, santos irmãos, participantes da vocação celestial, considerai Jesus, o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão. (He 3:1) e Paulo (At 13:38), por exemplo, se dirigiu companheiro descrente judeus como "irmãos". Mas santa irmãos refere-se a outros cristãos, para aqueles que são verdadeiros irmãos. Esta passagem particular é escrito para os cristãos, irmãos judeus santos em Cristo. "Pois tanto o que santifica como os que são santificados, são todos de um mesmo Pai, razão pela qual ele não se envergonha de lhes chamar irmãos" (He 2:11). Estes eram irmãos espirituais, santificado diferenciam, e santificados em Cristo.

Esta seção é escrita para participantes da vocação celestial, que desejavam um país celestial (11:16), e que tinha vindo para a Jerusalém celeste (12:22). Todas estas bênçãos mostrar a superioridade do cristianismo ao judaísmo. Judaísmo era uma terrena chamando com uma herança terrena. O cristianismo é um chamado espiritual e celestial com uma herança espiritual e celestial. É, portanto, muito superior.

Paulo disse: "Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus .... Mas a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo" (Fm 1:3). Nosso verdadeiro lar está no céu e nós vivemos espiritualmente agora nos lugares celestiais (Ef 1:3: 6). Como verdadeiros crentes somos irmãos de Jesus por posição e, assim, são santos. Estamos apenas a estrangeiros e peregrinos na terra. Nossos corpos são neste mundo, mas nós realmente não pertenço aqui.

O escritor está dizendo aos seus leitores judeus cristãos: "Vocês são cidadãos dos céus, então porque não fazer você deixar de ir as coisas terrenas? Por que vocês querem se agarrar aos rituais terrenos, os símbolos da terra, quando você tem a realidade celestial? " Como cristãos, não precisamos ritual religioso, porque temos a realidade espiritual. Jesus disse que agora, isto é, uma vez que Ele veio-quem quer adorar o Pai em verdade, devem fazê-lo em espírito e em verdade, não em rituais e cerimônias (Jo 4:23). Não há lugar no cristianismo bíblico para externalism porque os cristãos têm acesso contínuo a realidade espiritual.

Todos nós, às vezes, somos tentados a pensar que os nossos trabalhos e nossos adereços religiosos são de suma importância. Mesmo quando nós sabemos melhor, que muitas vezes se sente mais confortável e "religioso" em, cultos familiares tradicionais e quando realizar certos actos religiosos ou boas ações que acreditamos que são particularmente agradável a Deus. Sabemos e aceito livre graça de Deus completo em Cristo, mas nós pendurar em alguma forma de legalismo artificial ao invés de viver uma, controlado por Cristo, vida positiva energizada pelo Espírito Santo. Considerando-se e experimentar a suficiência de Cristo deve quebrar todos os esforços legalistas, se Judaistic ou qualquer outro tipo.
Para os cristãos, para pendurar em terrenos adereços religiosos não só é desnecessário e inútil, mas também espiritualmente prejudicial. Para fazer isso nos impede de experimentar a plenitude da nossa nova relação com Deus e de ser capaz de segui-lo tão fielmente quanto deveríamos. Essas coisas são barreiras, não significa, bênção. Desde crentes participantes da natureza justa de Cristo e em Sua vocação celestial, eles vivem em uma existência celestial. Eles deveriam concentrar-se em que a existência celeste, não o terrestre. Não é apenas os incrédulos que precisa considerar Jesus . Os crentes também, não importa o quão maduro, precisa considerar-Lo em tudo o que fazem.

Mantenha seus olhos em Cristo

Por que precisamos para manter considerando Cristo, quando, como cristãos, já estamos nele e identificados com Ele? Simplesmente porque todos nós estamos muito longe de descobrir plenamente todas as Suas glórias, todas as Suas belezas, tudo o que Ele é. Então, o Espírito diz a nós, como para aqueles primeiros crentes, "olhar em Jesus. Manter olhando para Ele e não olhar ao redor em todos os rituais e todos os problemas e todas as perseguições. Mantenha considerando Jesus. Você não precisa qualquer outra coisa. Ele é suficiente para tudo. Agora que você tem a suprema Realidade, mantenha sua atenção sobre ele. "

Pode ter havido um cristão maior do que Paulo, mas eu não posso imaginar que ele poderia ter sido. No entanto, este grande apóstolo disse que seu maior desejo era o de "conhecê-lo, eo poder da sua ressurreição, ea comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com Sua morte; ... Não que eu já tenha alcançado, ou que seja perfeito , mas prossigo, a fim de que eu possa alcançar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus "(Fm 1:3). Mesmo Paulo não tinha sondado as profundezas completas de Cristo.

A razão por que muitos cristãos são fracos e preocupado é que eles não mantêm considerando Cristo, e força para sua plena e conforto e orientação não são deles. O Espírito Santo diz continuamente a cada crente, " Considere Jesus . " Quando a vida fica difícil e os problemas parecem não ter solução e tudo vai mal e desapontamento e depressão se tornar "normal" e tentações parece impossível resistir-coloque o seu olhar em Jesus e mantê-lo lá atentamente até que Ele começa a se desenrolar diante de seus olhos em todo o Seu poder glorioso.

Jesus disse: "Aprendei de Mim" (Mt 11:29). Ele não disse, "Aprenda sobre Me ", mas" Saiba a partir de Mim ". Você realmente gosta de sua vida cristã? Você se levantar de manhã e dizer: "Senhor, eu não posso esperar para ver o que você vai fazer hoje?" Você vai passar o dia e dizer: "Senhor, Seu companheirismo e sua presença é emocionante?" Você gosta de Jesus Cristo? Você às vezes quer levantar e gritar? Você deve aproveitar-lo assim. Mas muitos cristãos não gostam de Jesus. Eles parecem ser miserável e infeliz, e eles não sabem nada sobre a sua alegria. Eles podem pensar que a única coisa que o Senhor faz por nós é dar uma repreensão ocasional. Eles vê-Lo dessa maneira porque não andar com ele no dia a dia. Eles não sabem Ele ricamente e profunda e intimamente. Eles precisam considerar Jesus e aprender com ele.

Quando eu estava na faculdade, eu usei para pagar cinqüenta centavos para ir pela porta dos fundos do salão orquestra em Los Angeles. Gostaria de ir para dentro da varanda com dois ou três livros e sentar lá e ouvir um concerto inteiro por mim enquanto eu fazia a lição de casa. Eu escutei Bartok e Mussorgsky e outros grandes compositores. Enquanto ouvia, comecei a ganhar uma apreciação para os mestres. Para quem diz que ele não aprecia boa música ou a grande arte, eu diria: "Meu amigo, ir ao salão de orquestra e do museu de arte e ficar lá até que você goste." Você tem que aprender a amar os mestres. Você tem que aprender a reconhecer e desfrutar de grande beleza e genialidade.
Se você quiser desfrutar de Jesus você tem que ficar com ele até você aprender a desfrutá-Lo. Fique lá até que sua vida cristã é uma emoção atrás da outra. Até a todo momento de cada dia é a alegria em cima alegria em cima alegria. Considere-Lo. Concentre sua atenção nele.

Quando Timoteo ainda era um jovem, ele começou a ter problemas de estômago. Paulo aconselhou-o a tomar um pouco de vinho (1Tm 5:23). Entre outras coisas, ele estava sendo criticado por alguns dos cristãos de Éfeso. Ele ficou desanimado e estava doendo. Em sua segunda carta a seu filho na fé, Paulo diz a Timóteo para continuar, para ser como um bom soldado, um atleta bem treinado, um fazendeiro muito trabalhador (2 Tim. 2: 3-6). Mas seu conselho mais importante era: "Lembre-se de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho" (2: 8). Há muitas coisas práticas, como tomar remédios quando estamos doentes, que os cristãos podem e devem fazer. Mas quando nos deparamos com problemas espirituais, problemas graves, problemas insuperáveis, a prescrição é realmente vale a pena "Lembre-se de Jesus Cristo. Olhar sobre ele. Aprender com ele."

Em Hebreus 12:1-2, o escritor diz: "Portanto, uma vez que temos uma tão grande nuvem de testemunhas que nos cercam, vamos também deixar de lado todo embaraço, eo pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da fé. " Se vamos a correr a corrida cristã, temos de olhar para Jesus.

Corri os 100:220 jardas traços na faculdade. Aprendemos muito em breve que você não pode executar enquanto assistia seus pés. Você olha para a frente. Quando corremos sprints vamos definir os nossos olhos na fita, e mantivemos nossos olhos sobre ele até o fim. Olhando para o tape ajudou a motivar o desejo de vencer e nos manteve indo na direção certa. Ele também manteve a nossa atenção de nós mesmos e aqueles que funcionam junto a nós. Quando estamos correndo na corrida cristã, devemos tirar nossos olhos de nossos pés, tirá-los nós mesmos, e fora os que nos rodeiam. Nós olhamos para Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé. Olhamos para ele e então somos capazes de executar. Olhando para ele sabemos por que estão em execução e em que estão em execução, e têm o poder ea alegria para continuar correndo.

Cristo Apóstolo

Jesus é para ser considerada como o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão. O fato de que Ele é tanto deles é a primeira forma em que Ele é superior a Moisés . Embora ele nunca foi chamado como nas Escrituras, Moisés poderia ser considerado um apóstolo Antigo Testamento, no sentido básico da palavra. Apostolos significa "enviado" e foi um título usado frequentemente para embaixadores oficiais. Neste sentido Moisés foi apóstolo de Deus, Sua enviou-one para trazer Seu povo a lei e da aliança. Mas Jesus era tanto Apóstolo e Sumo Sacerdote . Ainda que Moisés poderia ele considerado um tipo de apóstolo, ele não era um sacerdote em tudo, muito menos sumo sacerdote. Jesus é superior a Moisés no escritório, porque Ele tem dois escritórios, enquanto que Moisés tinha apenas um.

Mesmo no ofício de apóstolo, Jesus é superior-primeiro lugar, porque Ele trouxe um melhor pacto, e segundo, porque Ele próprio era o sacrifício que fez a melhor aliança eficaz. Jesus é o supremo apóstolo , o supremo Enviados-One de Deus.

Quais são as características de um apóstolo ou um embaixador? Primeiro, ele tem os direitos e o poder ea autoridade do governante que o envia. Jesus veio no poder de Deus, com toda a graça de Deus, todos do amor de Deus, todos da misericórdia de Deus, todos da justiça de Deus, e todos do poder de Deus. Em segundo lugar, um embaixador fala completamente em nome de quem o enviou. Jesus disse: "Eu não falei por mim mesmo, mas o próprio Pai que me enviou me deu mandamento sobre o que dizer, e o que falar" (Jo 12:49; conforme Jo 8:28, Jo 8:38). Jesus foi o embaixador perfeito, o apóstolo perfeito enviado de Deus.

Cristo, Sumo Sacerdote

Jesus também é o nosso grande Sumo Sacerdote . Mas desde que seu papel como Sumo Sacerdote é tratado com tanto detalhe em Hebreus 4 e 5, não vamos elaborar sobre ele aqui. Basta dizer que Ele é o Sumo Sacerdote, o Mediador supremo, entre Deus eo homem. Ele não só é o único enviado de Deus com poder todo de Deus, falando com a voz de Deus, mas Ele é o único que traz o homem e Deus juntos. Assim, Ele traz Deus ao homem e do homem com Deus.

Jesus Superior Trabalho: Como Builder

Ele foi fiel àquele que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a casa. Pois ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, apenas tanto como o construtor da casa tem mais honra do que a casa. Porque toda casa é edificada por alguém, mas o construtor de todas as coisas é Deus. (3: 2-4)

Aqui está uma breve comparação entre a obra de Jesus com a de Moisés. Tenha em mente que é difícil para os gentios, para entender o carinho judeus sempre tiveram para Moisés. Ele foi um grande homem, um homem de Deus, que se manteve de cabeça e ombros acima de todos os outros homens. Quase tudo de importância conectado com Deus é, na mente do judeu, conectado com Moisés. Esse assunto, portanto, é tratado com muito cuidado pelo Espírito Santo nesta passagem. Sua sabedoria é maravilhosa. Antes de mostrar a superioridade de Jesus a Moisés, Ele aponta-se a semelhança dos dois. Antes de falar sobre as suas diferenças, Ele fala sobre suas semelhanças.

Moisés foi fiel . O Antigo Testamento confirma que o depoimento. "Meu servo Moisés ... é fiel em toda a minha casa; com ele eu falo boca a boca" (Nm 12:7-8.). Ele realizou o plano de Deus. Ele saiu do Egito para o deserto. Deus refinado ele. Demorou 40 anos para que Deus faça Moisés utilizável; então, por mais de quarenta anos, Deus o usou. O servo de Deus tomou fielmente os filhos de Israel do Egito. Quando ele chegou ao Mar Vermelho, ele acreditou na promessa de libertação de Deus e fielmente conduziu seu povo através das águas se separaram.Ele foi fiel no deserto. Várias vezes ele vacilou, pois tinha muito antes no Egito, quando ele matou o egípcio. Por exemplo, ele bateu na rocha em vez de falar a ele como Deus havia ordenado. Mas para a maior parte Moisés foi fiel. E é sua fidelidade que o Espírito Santo aqui enfatiza.

Assim como Moisés foi fiel àquele que o constituiu, por isso foi Jesus somente muito mais. Como supremo apóstolo de Deus, supremo Enviados-One de Deus, Jesus foi completamente fiel ao Pai. "Quem fala de si mesmo busca a sua própria glória; mas aquele que está buscando a glória daquele que o enviou, Ele é verdadeiro, e não há injustiça nele" (Jo 7:18). Em outras palavras, Jesus estava dizendo: "Você pode dizer que eu sou um verdadeiro apóstolo, porque eu não busco a minha glória. Eu busco apenas a glória d'Aquele que Me enviou." Desde a infância ele sempre fora dos negócios de Seu Pai. "E aquele que me enviou está comigo, Ele não me tem deixado só, porque eu faço sempre o que é agradável a Ele .... Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste a fazer . E agora, glorifica-me tu, juntamente com a ti mesmo, Pai, com a glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse "(Jo 8:29; 17: 4-5).

Jesus sempre fez a vontade do Pai. Ele era fiel . Fiel é uma palavra maravilhosa. O chefe de qualificação para o apóstolo, como com um discípulo, é a fidelidade. "Se eu não faço as obras de Meu Pai", disse Jesus, "não creiam em mim" (Jo 10:37). O Pai disse a Jesus: "Eu vos envio à Terra como um homem e aqui é o trabalho que estão a fazer." Jesus veio à terra e Ele realizou a obra, sem dúvida e sem hesitação.

Confiável em Sua Casa

Casa é do grego oikos , que significa "casa", e refere-se a pessoas, não um edifício ou habitação. Crentes do Antigo Testamento-israelitas em particular, mas também prosélitos-se a casa de Deus. Moisés era um mordomo de confiança naquela casa. "Neste caso, além disso, se requer dos administradores que se encontrou confiável" (1Co 4:2). "E, chegando a Ele, a pedra viva, rejeitada pelos homens, mas eleita e preciosa aos olhos de Deus, você também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual" (I Pedro 2:4-5. ). Nós somos o novo lar e Jesus é Aquele que cuida de nós. Assim como crentes sob o Antigo Testamento são chamados a casa de Moisés, crentes sob o Novo Testamento são chamados a casa de Cristo. E, como Moisés foi fiel a uma família terrena, Jesus é fiel à família celestial. Jesus poderia dizer a seu Pai, no final de sua vida: "Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste a fazer" (Jo 17:4). Servos ir e vir;filhos são filhos para a vida. Moisés era um servo, e ele se comportou como um servo. A palavra grega usada em He 3:5).

"Mas Cristo foi fiel como Filho sobre a casa de qual casa somos nós" (He 3:6). "Mas no caso de eu tardar, eu escrevo para que você possa saber como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo" (1Tm 3:15). Moisés era um servo na casa de outra pessoa. Jesus é Filho, sobre a sua própria casa, seu próprio povo.

O Marcos da Verdadeiro Crentes

Como podemos saber que estamos realmente a casa de Deus? Por segurando firmemente a nossa confiança ea glória da nossa empresa esperança até o fim. Isso não quer dizer, como muitos interpretaram mal, que somos salvos, se ficar até o fim. Nós podemos nem nos salvar nem nos manter salvos. O significado é simplesmente que a manutenção é a prova da realidade. Nós podemos dizer se estamos realmente a casa de Deus, porque nós ficar lá. Aquele que cai nunca pertenceu, em primeiro lugar (conforme 1Jo 2:19). Aparentemente, havia muitos judeus que haviam caído de distância, e é por causa deles que o escritor de Hebreus dá estas palavras, que tanto advertir e incentivar. Alguns estavam convencidos do evangelho e foram à beira de compromisso, mas continuou caindo. Alguns, sem dúvida, tinha ainda fez uma profissão externa da fé. Mas em ambos os casos, eles se afastaram da igreja, provando que eles nunca foram uma parte dela. Os verdadeiros santos perseverou, e sua perseverança foi a evidência de sua salvação. "Se vós permanecerdes na minha palavra", disse Jesus, "então você é verdadeiramente meus discípulos" (Jo 8:31). Uma das verdades mais claras do Novo Testamento é que o Senhor mantém aqueles que pertencem a Ele. "E esta é a vontade daquele que me enviou, para que de tudo o que ele me deu eu não perde nada, mas o ressuscite no último dia" (Jo 6:39). Jesus nunca perdeu ninguém e nunca vai perder qualquer um de sua família.

Esta passagem diz duas coisas importantes para nós. Em primeiro lugar, devemos ter certeza de que são verdadeiros cristãos. "Teste-se para ver se você está na fé;! Examinar a si mesmos" (2Co 13:5)

Portanto, assim como diz o Espírito Santo: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como quando eles me provocaram, como no dia da tentação no deserto, onde vossos pais Me tentaram, testando-me, e vi meu . obras por quarenta anos Portanto, eu estava irritado com esta geração, e disse: 'Estes sempre erram em seu coração, e eles não sabiam os meus caminhos', como jurei na minha ira: "Eles não entrarão no meu repouso". "Tome cuidado, irmãos, para que não haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Mas incentivar um ao outro, dia após dia, enquanto ele ainda é chamado de" Hoje ", para que nenhum um de vós se endureça pelo engano do pecado porque nos temos tornado participantes de Cristo, se nos ativermos o início da nossa confiança até o fim;. Enquanto se diz: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso corações, como quando eles me provocaram. "Para que provocaram quando eles ouviram? Na verdade, nem todos os que saíram do Egito liderados por Moisés? E contra quem se irritado durante quarenta anos? Não foi contra os que pecaram , cujos corpos caíram no deserto E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, mas para os que foram desobedientes E assim vemos que não puderam entrar por causa da incredulidade (3:?. 7-19 )

Do Gênesis ao Apocalipse a Bíblia está cheia de sinais de aviso de Deus, destinado a dissuadir os homens do pecado e, assim, mantê-los de Sua ira. O Antigo Testamento nos diz que Deus não tem prazer na morte do ímpio, e o Novo Testamento nos diz que Ele não deseja para ninguém pereça, mas quer que todos se arrependam (2 Ped 3 (Ez 33:11.).: 9). Deus não criou o homem para ser condenado ao inferno, e em toda a Sua Palavra, Ele avisa continuamente dos perigos e penalidade do pecado.

Hebreus 3:7-19 é um desses avisos. O Espírito Santo parece estar dando um impulso sobrenatural para qualquer pessoa na borda de aceitar Jesus Cristo. Muitas pessoas aceitam intelectualmente o evangelho. Eles acreditam que a sua mensagem, mas nunca comprometer-se àquele a quem o evangelho proclama. Eles não se arrependerem de seus pecados e transformar todo o coração a Jesus Cristo como Salvador e Senhor. Não é nenhum favor a Deus, e nenhum benefício para nós, a gostar, admirar, para louvar o Seu evangelho, sem aceitar e obedecê-la. Para saber a verdade e não aceitar que ele traz pior julgamento do que nunca ter conhecido ele em tudo.

A advertência aqui é para aqueles que conhecem o evangelho, que afirmam a sua verdade, mas que, por causa do amor de pecado ou medo de perseguição ou o que quer que seja, não se comprometeram com a verdade que eles sabem é real. É como se houvesse um incêndio em um hotel, e eles estão no décimo andar. Porque não há uma rede abaixo, os bombeiros estão gritando, "Jump". Mas eles não pular. Eles hesitam. Eles estão bem conscientes do perigo e eles sabem a rede é a única maneira de escapar; mas eles não agem sobre o que eles sabem é verdadeiro e necessário. Eles estão preocupados com a economia de algumas de suas posses, ou talvez eles acham que de alguma forma eles podem encontrar outra saída. Eles podem ter medo de ser ferido com a queda. Alguns podem até estar preocupado com a forma como eles se olhar ao saltar-medo de constrangimento. Mas o ponto é este: simplesmente saber sobre o perigo e saber sobre a maneira de ele não vai salvá-los. Se eles não saltar eles vão morrer. Quando a sua própria vida está em jogo, nada mais importa.
O escritor de Hebreus, sob a liderança do Espírito, tem uma grande preocupação com seus companheiros judeus que estão nesta situação. Eles ouviram o evangelho, algumas delas da boca de um apóstolo, mas por várias razões que impedem de compromisso. Alguns, aparentemente, tinha feito uma profissão de fé ou tinha dado alguma declaração de confiança em Cristo, mas estavam começando a cair para trás. Quando eles começaram a ser ridicularizado por seus amigos, eles começaram a vacilar e hesitar. Eles não estavam dispostos a jogar todo o seu peso sobre Jesus, e como resultado eles se tornaram apóstata. Conhecer a verdade, eles voluntariamente e intencionalmente se afastou dele.
Para fazer cumprir o aviso, o Espírito usa uma história do Antigo Testamento muito familiar para os judeus. Moisés acaba de ser mencionado, e é a partir do momento em que este maior de líderes do Antigo Testamento que a história vem. Ela cai em quatro partes: a ilustração de Israel; o convite para tomar cuidado; a instrução para exortar uns aos outros; ea questão da incredulidade.

A ilustração de Israel

Uma das melhores maneiras de começar um sermão é para dar uma ilustração. Uma vez que você tem a atenção das pessoas, você vai para a Escritura para afirmar seu ponto. Isso é o que o Espírito de Deus faz aqui. Neste caso, a própria ilustração é da Escritura. Hebreus 3:7-11 é uma citação do Salmo 95:7-11. A passagem citada foi provavelmente escrito no tempo de Davi, mas fala sobre o tempo de Moisés. É um exemplo comovente do problema enfrentado muitos judeus no tempo da igreja primitiva. Ele descreve a desobediência e rejeição do Deus de Israel nas andanças Êxodo.

O salmista usou essa história para alertar seu povo contra a descrença. Mil anos mais tarde, o autor de Hebreus é utilizado para a mesma Proposito. Cerca de dois mil anos mais tarde o alerta ainda é válido.
O Espírito Santo aqui diz aos Hebreus que estão na borda da decisão, mas nunca fizeram um compromisso ", não endureçais os vossos corações, ouvir hoje e faça hoje o que Deus quer que você faça. Não faça o que os filhos de Israel fez mesmo depois de terem visto a prova do poder de Deus e cuidar de 40 anos. Eles continuaram a não acreditar nele. Não faça isso ".

A prova da inspiração da Bíblia

Portanto, assim como diz o Espírito Santo: "Hoje, se ouvirdes a sua voz." (3: 7)

Aqui está um dos testemunhos mais claros nas Escrituras para sua própria inspiração divina. O escritor de Hebreus está dizendo que o Espírito Santo foi o autor do Sl 95:1). O Espírito Santo estava envolvido na escrita de cada palavra da Escritura. É por isso que é o pecado em primeiro grau, e abre as portas para todo tipo de heresia possível, para negar a inspiração verbal absoluta da Escritura. Deus originaram os autógrafos, as primeiras cópias, para a própria palavra.

O aviso de base do salmo ("Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações") é usado três vezes em Hebreus 3 (7-8 vv. 13,
15) e uma vez no capítulo 4 (v. 7) . Hoje em dia, é claro, indica urgência. Isso significa "agora", não necessariamente um período de 24 horas.Refere-se ao período de graça, que às vezes pode ser inferior a 24 horas. Em outras palavras, refere-se ao momento presente. Se você sabe a verdade de Jesus Cristo, se você conhece o evangelho de Jesus Cristo, não faça o que Israel fez quando soube a verdade de Deus e viu sua revelação. É tão insensato e perigoso para endurecer o seu coração. Você nunca sabe quanto tempo você terá de decidir. "Porque Ele diz:" No tempo aceitável te escutei e no dia da salvação te socorri ', eis agora é "o tempo aceitável," eis que agora é "o dia da salvação" (2 Cor . 6: 2).O tempo de Deus para a salvação é sempre agora .

Em seu ministério anterior DL ​​Moody vezes quis terminar a sua mensagem com: "Vá para casa e pensar sobre o que eu disse." Uma noite em Chicago, ele disse às pessoas para fazer isso e voltar a próxima noite pronto para tomar uma decisão. Naquela noite, o fogo Chicago estourou, e alguns que haviam sido em sua congregação morreu. Essa foi a última vez que ele contasse a alguém para pensar sobre as reivindicações de Cristo e tomar uma decisão mais tarde. Ninguém sabe se ele terá um futuro no qual a decidir. Hoje significa o momento da graça.Os homens hoje, como no tempo de Moody e no tempo de Hebreus e no tempo de Davi e no tempo de Moisés, nunca sabe quanto tempo que o tempo de graça para eles será.

Escuta de Deus e obedecê-lo são questões de vontade. Então, é o endurecimento do coração a Ele, como Israel fez. Paulo adverte que os nossos corações, ou consciências, pode tornar-se cauterizada e insensível, como a pele faz quando está gravemente queimado (1Tm 4:2). Eles não estavam confiando em Deus para a água na fé; eles estavam exigindo a água de Deus como seu devido e como um teste para ver se ele realmente poderia e fornecê-la. Sua Proposito real é soletrado para fora alguns versos mais tarde: "Eles testaram o Senhor, dizendo: 'É o Senhor no meio de nós, ou não?'" (17: 7). Deus tinha vindo a fornecer para todos eles, juntamente; eles tinham abundante evidência de Seu poder e cuidado. Mas eles não iria colocar a sua confiança total em Deus, para que eles não parava de dizer, com efeito, "Deus, basta fazer isso mais uma coisa para nós, então nós vamos saber que você é real." Mas quando Ele protegeu-los novamente ou fornecido por eles de novo, eles ainda não acreditam. "Não seja como essas pessoas", defende o escritor de Hebreus. "Não dê desculpas para não acreditar, não endureçais os vossos corações a Deus como eles fizeram, ou você vai perder a sua oportunidade como eles fizeram."

Deus havia libertado os israelitas do Egito por impressionantes, pragas milagrosas. Assim como milagrosamente Ele trouxe-os através do Mar Vermelho e destruiu seus perseguidores. Sem falhar Ele tinha fornecido maná para alimentá-los e os pilares de nuvem e fogo para guiá-los.Mas eles ainda perguntou: "Será que Deus está no meio de nós?" Nada é mais ilógico ou irracional de incredulidade. Ele se recusa a aceitar a mais esmagadora evidência, simplesmente porque a incredulidade não quer acreditar. Como Jesus deixou claro na parábola do homem rico e Lázaro, nenhuma evidência é suficiente para a pessoa que não quer acreditar. "Se eles não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão persuadir que ressuscite alguém dentre os mortos" (Lc 16:31). A pessoa, por outro lado, que quer acreditar confia em Deus, a despeito de qualquer evidência de que pode parecer estar a faltar. Ele diz: "Eu creio; ajudar a minha incredulidade" (Mc 9:24).

A maioria das pessoas não precisa de mais uma prova de que Deus é real ou que Jesus é o Seu Filho e Salvador. Eles precisam odiar e se arrepender de seus pecados e de comprometer-se a Ele. Um Deus que é continuamente testada nunca será aceita. A aquele que testa Deus hoje faz isso pela mesma razão como fizeram os israelitas no Moisés dia-a colocaram para fora, porque eles amam seu pecado, o seu próprio caminho, os seus próprios planos demais para dar-lhes-se para Deus.

Portanto, eu estava irritado com esta geração, e disse: "Estes sempre erram em seu coração, e eles não sabiam os meus caminhos"; Assim jurei na minha ira: 'Eles não entrarão no meu repouso. "(3: 10-11)

A palavra raiva não significa simplesmente infeliz ou decepcionado. Significa polémica, operou-se, indignado. Deus estava extremamente irritado com o pecado de Israel. O povo manteve-se, manteve-se, e manteve-se. A Septuaginta dessa passagem poderia ser processado, "Deus detestava-los." Ele rejeitou e repudiou-los. Por quê? Porque eles sempre se extraviaram no seu coração; e eles não sabiam os meus caminhos .

Como os israelitas finalmente se aproximou da Terra Prometida, Deus ordenou-lhes para enviar doze homens para espiá-la antes que eles entrassem. O relatório da maioria foi extremamente negativa e pessimista. Eles viram o inimigo como gigantes e eles mesmos como "gafanhotos". O relatório da minoria, por Calebe e Josué, estava otimista, não porque eles subestimaram o poder do inimigo, mas porque sabiam que o poder do Senhor para ser maior. As pessoas acreditavam que o relatório da maioria e imediatamente começou a resmungar e reclamar com Moisés e Arão. Como castigo, Deus disse: "Certamente todos os homens que viram a minha glória e os sinais que fiz no Egito e no deserto, mas colocaram-me à prova estas dez vezes e não ter ouvido a minha voz, estabelece, por não significa ver a terra que jurei a seus pais, nem qualquer daqueles que me desprezaram vê-lo "(Num. 14: 22-23). Eles tinham mais do que provas suficientes para acreditar que ele pudesse levá-los em segurança para a terra de leite e mel, mas eles não quiseram crer Nele e eles não foram autorizados a entrar. O resto era Canaã, onde a labuta de vagar iria acabar. Como veremos no próximo capítulo, é um símbolo de salvação.

Ou seja, quando hoje é longo. Você pode estar à beira de receber Jesus Cristo por um longo tempo, brincando com a idéia e pensando: "Deus, provar a si mesmo um pouco mais. Eu não tenho certeza. Eu não estou completamente pronto ainda." E um dia ele vai dizer: "Você já teve provas suficientes; isso já é demais Já não é de hoje;. É amanhã Você nunca vai ver a minha terra prometida.".
Se Israel tinha mais do que provas suficientes para confiar em Deus nos dias de Moisés, quanto mais nós temos hoje? Nós temos a evidência de que Jesus Cristo, o Filho de Deus morreu na cruz, ressuscitou ao terceiro dia, e vidas e salva os homens. A evidência está em, a evidência é seguro. Cristo, o Filho unigênito do Pai, manifestou Deus. Ele declarou Ele, Ele demonstrou o Seu amor, Ele tem exibido sua graça, Ele enviou o Espírito Santo. Nós não precisamos de um Moisés. Além de toda a evidência histórica, temos a terceira Pessoa da Trindade para revelar Cristo. A incredulidade diante de tal evidência esmagadora é de fato trágico e sem desculpa.
Mesmo a geração que entrou na terra nunca soube o descanso de Deus no verdadeiro sentido. A primeira coisa que Deus mandou fazer era exterminar os cananeus ateus e incrivelmente maus. Deus iria usar o seu povo como uma ferramenta de julgamento. Os cananeus eram tão pagão e do mal que eles enterraram bebês vivos em frascos nas paredes de todos os edifícios que construíram. Eles eram um povo tão grosseiramente imorais e ateus que Deus queria que eles varrido da face da terra. Mas, ao invés de exterminar os cananeus, os israelitas foi morar com eles. Consequentemente, com exceção de algumas centenas de anos sob seus próprios juízes e reis, os israelitas foram explorados, exilado, e governado por uma sucessão de conquistadores gentios. Em AD 70 seu Templo foi destruído e eles já foram espalhados por todo o mundo. Só em nossos dias que Deus começou a reuni-los de volta para a terra natal. Descanso final de Israel virá somente no Reino que Seu Filho vai construir quando Ele voltar novamente.

O convite: Acautelai-vos,

Tome cuidado, irmãos, para que não haja em qualquer de vós um coração mau, incrédulo, para se apartar do Deus vivo. (3:12)

Com base na ilustração de incredulidade de Israel no deserto, faz um apelo aos leitores de Hebreus não seguir este exemplo. É uma advertência contra a rejeitar a verdade que é conhecida. . O julgamento dos dias de deserto caiu sobre aqueles que rejeitaram a Palavra de Deus através de Moisés, bem como a advertência aqui é para aqueles que rejeitam a Palavra de Deus em Cristo Irmãos não é uma referência para os cristãos, como é "santos irmãos" em 3: 1. Trata-se de irmãos de raça, judeus incrédulos, como o termo faz ao longo do livro de Atos.

O maior pecado do mundo é a incredulidade. É a maior ofensa a Deus e traz o maior dano a nós mesmos. Estes leitores foram informados sobre o evangelho. Muitos, talvez, professavam ser cristãos. Nenhum considerava-se ativamente, de forma agressiva contra Cristo; mas todos eles estavam contra ele. Não importa o quão perto uma pessoa pode ser a de aceitar Jesus Cristo como Salvador, se ele nunca chega a Ele, ele ainda tem um mal, coração descrente . Sua punição será tanto mais grave por causa de seu conhecimento do Deus vivo. Se tal "caíram, é impossível renová-los novamente para arrependimento" (He 6:6. O significado da raiz tem a ver com a vinda ao lado para dar uma ajuda. O escritor está dizendo aos crentes entre aqueles a quem ele está escrevendo, "Get ao lado uns dos outros e ajudar uns aos outros." Eles são especialmente convidados a ajudar os seus irmãos judeus incrédulos, incentivando-os a não endurecer o coração, mas para aceitar Jesus como o Messias.

Deceitfulness significa "truques" ou "estratagema". O pecado é complicado; raramente aparece como ele realmente é. Ele sempre se mascara. Encontra-se e engana (conforme Rm 7:11). Quando uma pessoa torna-se endurecida espiritualmente, ele raramente está ciente disso. Ele pode ouvir o evangelho de tempo e tempo de Jesus Cristo novamente e não responder. Meu pai costumava muitas vezes a expressão bem conhecida, "O mesmo sol que derrete a cera endurece o barro." Se o seu coração não está derretido na fé, ele vai ser endurecido na incredulidade.

A velha natureza sugere constantemente que o pecado não é tão ruim e que a confiança em Cristo não é tão importante como diz a Bíblia. Tornar-se cristão parece muito caro, muito exigente, muito restritivo, muito monótono e desinteressante e, acima de tudo, desnecessário. A partir de seu próprio ponto de vista, ele não parece tão mau. "Eu cuido da minha família, eu sou um vizinho útil e um bom cidadão. Eu não sou perfeito, é claro, mas eu não estou mal, qualquer um. Minha vida não tem espaço para melhorias, mas ele não precisa" salvar. "" Então, o pensamento vai. Isto é o que a natureza do pecado deceitfully diz aos homens sobre a sua necessidade de salvação.

Avaliação de Deus é bem diferente. "Mas o meu justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele Mas nós não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma." (Heb. 10: 38-39). Não temos. Você fica na orla da decisão, uma decisão que você não pode escapar. Ou você crer para a salvação de sua alma ou você cair de volta para a condenação.

Continuidade é prova da Salvação

Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se nos ativermos o início da nossa confiança até ao fim. (3:14)

Se realmente acreditamos que o evangelho, se comprometeram a nossa vida a Jesus Cristo, em seguida, no final do dia, no final do ano, o fim da vida, o nosso compromisso vai ficar parado. A maior prova da salvação é a continuidade na vida cristã. O verdadeiro crente permanece com Cristo. "Se vós permanecerdes na minha palavra", disse Jesus, "então você é verdadeiramente meus discípulos" (Jo 8:31). Quando alguém se afasta do evangelho, se afasta da fé, só podemos concluir que essa pessoa nunca acreditei. "Saíram de nós, mas não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; mas eles saíram, a fim de que possa ser demonstrado que todos eles não são de nós" (1Jo 2:19). Ficar com o Senhor marca a diferença entre posse e profissão.

O Problema: A incredulidade

Enquanto se diz: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como quando eles provocaram-me." Para que provocaram quando eles ouviram? Na verdade, nem todos aqueles que se saíram do Egito liderados por Moisés? E contra quem se irritado durante quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, mas para os que foram desobedientes? E assim vemos que não puderam entrar por causa da incredulidade.(3: 15-19)

O apelo a voltar para o Senhor sem demora se repete novamente. Deus tornou-se irritado com todos os que saíram do Egito , que não iria acreditar, e com raiva Ele lhes recusou seu descanso na Terra Prometida. O escritor defende com seus leitores a não seguir esse exemplo e sofrer esse destino. A desobediência de incredulidade perde bênção e traz julgamento.

A ilustração ea convite e instrução são inúteis para além da crença em que, para que todos eles apontam. Deus tem grandes bênçãos preparadas. Ele quer derramar essas riquezas em nós, não só nesta vida, mas por toda a eternidade. Há uma coisa necessária-fé. Eles não puderam entrar por causa da incredulidade (conforme Prov 29: 1; Jude. 5).

Muitos dizem: "Eu não posso acreditar. Eu tenho uma mente pragmática, empírica que tem que ver os fatos, pesar todas as evidências." Mas toda a gente vive pela fé. Nós vivemos pela fé quando vamos a um restaurante e comer a comida sem questionar a sua segurança. Quando dirigindo pela estrada, não estamos em constante temor de que na próxima curva da estrada vai nos levar a um rio onde não há ponte. Nós confio as pessoas que fizeram as estradas e as pessoas que viajaram sobre eles antes de nós. Nós vivemos pela fé quase constantemente. Se podemos colocar nossa fé no departamento de estrada e as pessoas que preparam as nossas refeições, nós certamente pode colocar a nossa fé no Deus do universo. Não confiar nEle é fatal.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Hebreus Capítulo 3 do versículo 1 até o 19

Hebreus 3

Maior que o maior — He 3:1-6. O salmo exorta aos que o escutam a prestar ouvidos à voz de Deus para não assemelhar-se aos filhos de Israel "como na provocação e no dia da tentação". Agora, estas dois expressões — provocação e dia da tentação são tradução de duas palavras hebréias que expressam nomes de lugares: Massá e Meribá. O texto refere-se à história narrada em Êxodo 17:1-7 e Números 20:1-13. Ambas as passagens relatam um broto de rebelião durante a peregrinação do povo de Israel. Encontravam-se sedentos no deserto e protestaram perante Moisés, lamentando ter abandonado o país do Egito. Tinham perdido toda a confiança em Deus. Na versão de Números Deus ordena que Moisés fale com a rocha para que dela surja água. Mas Moisés em sua irritação não falou, antes bateu na rocha. A água brotou igualmente, mas por causa deste ato de desconfiança e desobediência Deus declarou que Moisés jamais introduziria o povo na terra prometida. O ato de desconfiança e desobediência fechou a entrada à terra da promessa. "Certamente não entrarão em meu descanso" significa "Certamente não entrarão na terra prometida." Para os nômades e vagabundos do deserto a terra prometida era o lugar do descanso, e freqüentemente a chamavam o repouso (Dt 12:9). Aqui se sublinha que a desobediência e desconfiança de Israel oe impediram de desfrutar das bênçãos de Deus.

O autor de Hebreus diz a seu povo: "Guardem-se de mostrar a mesma desobediência e desconfiança para com Deus que mostraram seus pais, para que não percam as bênçãos reservadas a vocês assim como eles as perderam." Efetivamente lhes diz: "Enquanto haja ainda tempo, enquanto ainda possam falar do 'hoje', tributem a Deus a confiança a obediência devida." É obvio que para todos o significado da palavra "hoje" tem o alcance de "enquanto dure a vida". O escritor diz portanto: "Enquanto têm oportunidade, tributem a Deus a confiança e a submissão que lhe é devida antes que conclua seu dia e seu 'hoje' passe definitivamente." Aqui encontramos algumas importantes advertências.

  1. Deus faz um oferecimento. Assim como ofereceu aos israelitas as bênçãos da terra prometida assim também oferece todos os homens as

bênçãos de uma vida muito superior à que podem viver sem Deus.

  1. Mas para obter as bênçãos de Deus se requerem duas coisas.
  2. Confiança. Devemos crer que o que Deus diz e oferece é verdade; que Deus pode e quer fazê-lo. Devemos estar dispostos a arriscar nossas vidas por esta fé.
  3. Obediência. É como se um médico nos dissesse: "Posso curar você se obedecer sem reservas as minhas instruções." É justamente o que diria um mestre: "Posso transformar você em sábio contanto que siga

meus ensinos com fidelidade absoluta." É o que um treinador diz ao atleta: "Posso fazer de você um campeão se não se apartar nunca das leis disciplinadoras que estabeleço." Em todos os campos da vida o êxito depende da obediência à palavra do perito. Deus, por assim dizê-lo, é o

perito na vida; a verdadeira felicidade depende de que lhe obedeçamos.

  1. Há um limite para o oferecimento de Deus. Esse limite é o da própria vida. Agora, nunca sabemos quando chegará este termo. Falamos

facilmente sobre o "amanhã" que talvez nunca vejamos. Tudo o que possuímos é o hoje: este momento de tempo. Alguém disse: "Deveríamos viver cada dia como se fosse toda uma vida." O

oferecimento de Deus deve ser aceito hoje; a confiança e a obediência devem manifestar-se hoje porque nunca estamos seguros do manhã.

Aqui temos, pois, o oferecimento supremo de Deus, mas é um oferecimento que só se faz à confiança perfeita e à obediência plena; um oferecimento que deve ser aceito agora, antes que seja impossível aceitá-lo.


Dicionário

Como

como adv. 1. De que modo. 2. Quanto, quão. 3. A que preço, a quanto. Conj. 1. Do mesmo modo que. 2. Logo que, quando, assim que. 3. Porque. 4. Na qualidade de: Ele veio como emissário. 5. Porquanto, visto que. 6. Se, uma vez que. C. quê, incomparavelmente; em grande quantidade: Tem chovido como quê. C. quer, loc. adv.: possivelmente. C. quer que, loc. conj.: do modo como, tal como.

assim como, do mesmo modo que..., tal qual, de que modo, segundo, conforme. – A maior parte destas palavras podem entrar em mais de uma categoria gramatical. – Como significa – “de que modo, deste modo, desta forma”; e também – “à vista disso”, ou – “do modo que”. Em regra, como exprime relação comparativa; isto é – emprega-se quando se compara o que se vai afirmar com aquilo que já se afirmou; ou aquilo que se quer, que se propõe ou se deseja, com aquilo que em mente se tem. Exemplos valem mais que definições: – Como cumprires o teu dever, assim terás o teu destino. – O verdadeiro Deus tanto se vê de dia, como de noite (Vieira). – Falou como um grande orador. – Irei pela vida como ele foi. – Assim como equivale a – “do mesmo modo, de igual maneira que”... Assim como se vai, voltar-se-á. Assim como o sr. pede não é fácil. Digo-lhe que assim como se perde também se ganha. Destas frases se vê que entre como e assim como não há diferença perceptível, a não ser a maior força com que assim como explica melhor e acentua a comparação. – Nas mesmas condições está a locução – do mesmo modo que... Entre estas duas formas: “Como te portares comigo, assim me portarei eu contigo”; “Do mesmo modo que te portares comigo, assim (ou assim mesmo) me portarei contigo” – só se poderia notar a diferença que consiste na intensidade com que aquele mesmo modo enuncia e frisa, por assim dizer, a comparação. E tanto é assim que em muitos casos 290 Rocha Pombo não se usaria da locução; nestes, por exemplo: “Aqueles olhos brilham como estrelas”; “A menina tem no semblante uma serenidade como a dos anjos”. “Vejo aquela claridade como de um sol que vem”. – Tal qual significa – “de igual modo, exatamente da mesma forma ou maneira”: “Ele procedeu tal qual nós procederíamos” (isto é – procedeu como nós rigorosamente procederíamos). Esta locução pode ser também empregada como adjetiva: “Restituiu-me os livros tais quais os levara”. “Os termos em que me falas são tais quais tenho ouvido a outros”. – De que modo é locução que equivale perfeitamente a como: “De que modo quer o sr. que eu arranje o gabinete?” (ou: Como quer o sr. que eu arranje...). – Segundo e conforme, em muitos casos equivalem também a como: “Farei conforme o sr. mandar” (ou: como o sr. mandar). “Procederei segundo me convier” (ou: como me convier).

Coração

substantivo masculino Órgão torácico, oco e muscular, que funciona como o motor central da circulação do sangue.
Figurado Parte anterior do peito em que se sente as pulsações cardíacas.
Objeto com a forma estilizada desse órgão: corrente um coração de prata.
Figurado Conjunto das faculdades emocionais; sede da afetividade; caráter, índole: tem um bom coração.
Figurado O que se traz na memória: trago seu nome gravado em meu coração.
Figurado Demonstração de afeição; amor: conquistaste meu coração.
Figurado Parte central de alguma coisa; objeto situado no centro: sua casa fica no coração da cidade.
expressão Coração duro. Coração de pedra; pessoa sem sentimentos.
Coração de leão. Grande coragem.
Coração mole. Predisposição para se comover ou se emocionar.
Coração de ouro. Generosidade, grande bondade.
Abrir o coração. Fazer confidências.
Cortar o coração. Causar grande dor ou constrangimento.
Com o coração nas mãos. Com toda a sinceridade.
De coração ou de todo o coração. Com o máximo de empenho; com toda a boa vontade; com toda a sinceridade.
Sem coração. Diz-se da pessoa insensível.
[Medicina] Coração de atleta. Hipertrofia do coração por excesso de exercício.
[Medicina] Coração artificial. Aparelho destinado a assegurar a circulação do sangue, quando necessário isolar do circuito sanguíneo do coração natural, para uma intervenção cirúrgica.
Etimologia (origem da palavra coração). Pelo espanhol corazón.

Do latim cor, cordis, que significa “coração” ou “órgão que bombeia o sangue para o corpo”.

os hebreus empregavam esta palavra no sentido de ser a sede de toda a vida mental – inteligência, vontade e emoção (Ez 13:2os 7:11Lc 8:15At 16:14).

[...] O coração, por exemplo, é o recanto por onde flui o calor suave e generoso das boas impressões que ele guarda acerca da vida e das esperanças por tempos melhores. É o espaço interior propício a que se realize sua capacidade de acolher em plenitude a lei do Amor e suas manifestações.
Referencia: ABRANCHES, Carlos Augusto• Vozes do Espírito• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O coração é o meu templo

[...] O coração é o terreno que mais deveremos cultivar, pois é dele que nascem as forças de nossa vida. [...]
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

Espontaneidade do sentimento nos nossos atos, nas idéias e em sua expressão.
Referencia: DELANNE, Gabriel• O fenômeno espírita: testemunho dos sábios• Traduzido da 5a ed• francesa por Francisco Raymundo Ewerton Quadros• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mediunidades diversas

[...] o coração é mais do que a bomba que impulsiona o sangue por todo o organismo. Sendo o órgão fisiológico mais resistente que se conhece no ser pensante, porquanto começa a pulsar a partir do vigésimo quinto dia de vida do feto, continua em ação palpitando cem mil vezes diariamente, no que resultam quarenta milhões de vezes por ano, e quando cessa a vida se desorganiza, advindo a morte dos equipamentos orgânicos com a sua conseqüente degenerescência. A pouco e pouco, alguns cientistas dão-se conta de que ele é portador de uma energia vital, que o mantém e o impulsiona ininterruptamente. Essa energia seria permutável, podendo ser intercambiada com outros indivíduos que se beneficiariam ou não, conforme o teor de que se constitua, positiva ou negativa, cálida ou fria, estimuladora ou indiferente. Seguindo essa linha de raciocínio, estão concluindo que esse órgão é portador da faculdade de pensar, tornando afirmativa a tradicional voz do coração a que se referem poetas, escritores, artistas, amantes e... Jesus.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Cérebro e coração

Nosso coração é um templo que o Senhor edificou, a fim de habitar conosco para sempre.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 18


Coração
1) Órgão que bombeia o sangue (Ex 28:29).

2) Em sentido figurado, o coração é a sede do intelecto (Gn 6:5), dos sentimentos (1Sm 1:8) e da vontade (Sl 119:2).

Coração Nos evangelhos, a palavra tem um conteúdo simbólico, servindo para designar os sentimentos (Jo 16:6.22), o íntimo da personalidade (Mt 15:8; Mc 7:6), a origem do pensamento (Mc 2:6.8; Lc 3:15) e do entendimento (Lc 24:25). Também em sentido figurado, afirma-se que o coração é o lugar das decisões morais (Mt 22:37; Mc 12:30; Lc 10:27) e, por isso, onde se opta pela fé e se acolhe Jesus (Lc 24:32) ou ainda onde acontece a incredulidade (Mc 6:52). Quem decidiu seguir Jesus tem um coração puro (Mt 5:8) e nele reina a paz (Jo 14:1.27).

Deserto

Deserto Terras extensas e secas, com poucas árvores e pouco capim, onde não mora ninguém. Nessas terras vivem animais ferozes (24:5); (Mt 3:1). Equivale mais ou menos a “sertão”.

Deserto Local pouco habitado, formado por rochas calcáreas e não por areia (Lc 15:4). Foi nas proximidades do deserto da Judéia que João Batista pregou. Jesus identificou-o como morada dos demônios (Mt 12:43) e nele experimentou as tentações (Mt 4:1ss.). Às vezes, Jesus refugiava-se no deserto em busca de solidão (Mc 1:35.45; Lc 4:42; 5,16; 6,32,35) e nele alimentou as multidões (Mt 14:13-21; Mc 6:32-44; Lc 9:10-17).

substantivo masculino Região árida, coberta por um manto de areia, com um índice anual de baixíssima precipitação de água, caracterizada pela escassez de vegetação, dias muito quentes, noites muito frias, e ventos muito fortes.
[Biologia] Bioma com essas características, definido pela falta de diversidade de flora e fauna, baixíssimo índice de precipitação de água, calor exagerado, dias quentes e noites frias etc.
Características dos lugares ermos, desabitados, sem pessoas.
Ausência completa de alguma coisa; solidão: minha vida é um deserto de alegria.
adjetivo Que é desabitado: ilha deserta.
Pouco frequentado; vazio: rua deserta.
De caráter solitário; abandonado.
expressão Pregar no deserto. Falar algo para alguém.
Etimologia (origem da palavra deserto). Do latim desertum.

ermo, solidão (soidão, soledade), retiro, isolamento (desolamento), recanto, descampado. – Deserto é “o lugar despovoado, sem cultura, como abandonado da ação ou do bulício humano”. – Ermo acrescenta à noção de deserto a ideia de silêncio, tristeza e desolamento. Uma família, uma multidão pode ir viver no deserto; o anacoreta fica no seu ermo. – Solidão é “o lugar afastado do mundo, e onde se pode ficar só, como separado dos outros homens”. – Soidão é forma sincopada de solidão; mas parece acrescentar a esta a ideia de desamparo, do horror que causa o abismo, a solidão temerosa. Entre solidão e soledade há diferença que se não pode esquecer. Antes de tudo, soledade é mais propriamente a qualidade do que está só, do solitário, do que lugar ermo. Tomando-a, no entanto, como lugar ermo, a soledade sugere ideia da tristeza, da pena, da saudade com que se está na solidão. Dizemos, por exemplo – “a soledade da jovem viúva” – (caso em que não se aplicaria solidão, pelo menos nem sempre). – Retiro é “o lugar afastado onde alguém se recolhe e como se refugia do ruído e agitação do mundo”. – Isolamento é o lugar onde se fica separado da coletividade, fora de relações com os outros homens. A mesma diferença que notamos entre solidão e soledade pode assinalar-se entre isolamento e desolamento. No seu isolamento nem sempre se há de alguém sentir desolado (isto é – só, abandonado em sua mágoa); assim como nem sempre no seu desolamento há de estar de todo isolado (isto é – afastado dos outros homens). – Recanto é “o sítio retirado, fora das vistas de todos, longe do movimento geral da estância de que o recanto é uma parte quase oculta e escusa”. – Descampado significa “paragem, mais ou menos extensa, ampla, aberta, despovoada e inculta”. Propriamente só de deserto, solidão e ermo é que pode ser considerado como sinônimo. 350 Rocha Pombo

solitário, despovoado, ermo, desabitado. – Dizemos – paragens desertas – para exprimir que estão como abandonadas; e dizemos – paragens ermas – para significar que, além de abandonadas, são paragens sombrias, onde a quietude e o desolamento nos apertam a alma. – Estância solitária é aquela que não é procurada, ou frequentada pelos homens. Pode admitir-se até no meio da cidade uma habitação solitária ou deserta; não – erma, pois que esta palavra sugere ideia de afastamento, desolação. – Despovoado e desabitado dizem propriamente “sem moradores”, sem mais ideia acessória. Quando muito, dizemos que é ou está despovoado o lugar “onde não há povoação”; e desabitado o lugar “que não é habitualmente frequentado”.

A simples idéia de deserto, significando uma vasta extensão de areia, sem árvores e água, não se deve ligar à palavra, conforme empregada na Bíblia. os israelitas não tinham conhecimento de semelhante deserto, quer nas viagens, quer na sua existência fixa. Nos livros históricos da Bíblia, a palavra ‘deserto’ significa o vale do Jordão, o do mar Morto, e aquela região que fica ao sul do mar Morto. Nestes sítios, nos dias de prosperidade da Palestina, crescia a palmeira, o bálsamo, a cana-de-açúcar, podendo admirar-se ali uma forte e bela vegetação. Nos livros proféticos e poéticos o deserto tem já a significação de território seco pela ação do excessivo calor, ainda que, no livro de Ez 47:8, se compreende o vale do Jordão. A palavra traduzida por ‘deserto’ em Êx 3:1 – 5.3 – 19.2, e em Nm 33:16, teria melhor versão, dizendo-se ‘terra de pasto’. os israelitas levavam consigo rebanhos e manadas durante todo o tempo da sua passagem para a Terra da Promissão. A mesma significação em 24:5, is 21:1, Jr 25:24.

Dia

Dia O oposto à noite, à qual segue (Lc 21:37; Jo 9:4). Também espaço temporal de 24 horas. Os romanos contavam o dia de meia-noite a meia-noite — prática que perdura entre nós —, enquanto os judeus contemporâneos de Jesus iniciavam o dia com o surgimento da lua, concluindo-o no dia seguinte pela tarde. Para designar um dia completo, costumava-se empregar a expressão “noite e dia” (Mc 4:27; 5,5; Lc 2:37).

Entre os índios e em geral no Oriente, a palavra que trasladamos por dia tem uma significação primitiva, que corresponde exatamente ao termo caldeu sare, revolução.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - O Velho Testamento

[...] todo dia é também oportunidade de recomeçar, reaprender, instruir ou reerguer.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

Cada dia é oportunidade de ascensão ao melhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 58

[...] cada dia é um ramo de bênçãos que o Senhor nos concede para nosso aperfeiçoamento.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

No livro da existência, cada dia é uma página em branco que confiarás ao tempo, gravada com teus atos, palavras e pensamentos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Cada dia é nova oportunidade de orar, de servir e semear. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Cada dia é desafio sereno da Natureza, constrangendo-nos docemente à procura de amor e sabedoria, paz e elevação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Cada dia é a oportunidade desvendada à vitória pessoal, em cuja preparação falamos seguidamente de nós, perdendo-lhe o valor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Cada dia é um país de vinte e quatro províncias. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Cada dia é oportunidade de realizar o melhor. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] o dia que deixas passar, vazio e inútil, é, realmente, um tesouro perdido que não mais voltará.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Diante do tempo

O dia e a noite constituem, para o homem, uma folha do livro da vida. A maior parte das vezes, a criatura escreve sozinha a página diária, com a tinta dos sentimentos que lhe são próprios, nas palavras, pensamentos, intenções e atos, e no verso, isto é, na reflexão noturna, ajudamo-la a retificar as lições e acertar as experiências, quando o Senhor no-lo permite.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 41

[...] Cada dia é uma página que preencherás com as próprias mãos, no aprendizado imprescindível. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 31

[...] O dia constitui o ensejo de concretizar as intenções que a matinal vigília nos sugere e que à noite balanceamos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 6


Dia
1) Período de 24 horas (Rm 8:36;
v. HORAS).


2) Tempo em que a terra está clara (Rm 13:12).


3) O tempo de vida (Ex 20:12).


4) Tempos (Fp 5:16, plural).


substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
Época atual; atualidade: as notícias do dia.
Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

o ‘calor do dia’ (Mt 20:12) significa o tempo das nove horas, quando no oriente o sol resplandece vivamente no Céu. ‘Pela viração do dia’ (Gn 3:8) é justamente antes do sol posto. Antes do cativeiro, os judeus dividiam a noite em três vigílias: a primeira vigília durava até à meia-noite (Lm 2:19), a média ia da meia-noite até ao cantar do galo (Jz 7:19), e a da manhã prolongava-se até ao nascer do sol (Êx 14:24). No N.T., porém, há referências a quatro vigílias, divisão que os judeus receberam dos gregos e romanos: a primeira desde o crepúsculo até às nove horas (Mc 11:11Jo 20:19) – a segunda, desde as nove horas até à meia-noite (Mc 13:35) – a terceira, desde a meia-noite até às três da manhã (Mc 13:35) – e a quarta, desde as três horas até ao romper do dia (Jo 18:28). o dia achava-se dividido em doze partes (Jo 11:9). A hora terceira, a sexta, e a nona, eram consagradas à oração (Dn 6:10, At 2:15, e 3.1). Parte de um dia era equivalente nos cálculos ao dia todo (Mt 12:40). os judeus não tinham nomes especiais para os dias da semana, mas contavam-nos desde o sábado. Usa-se, também, a palavra ‘dia’, como significando dia de festa (os 7:5), e dia de ruína (18:20, e os 1:11). Deve ser notado que no cálculo da duração de um reinado, por exemplo, conta-se uma pequena parte do ano por um ano completo. E assim se um rei subia ao trono no último dia do ano, o dia seguinte era o princípio do segundo ano do seu reinado. (*veja Cronologia, Tempo, Ano.)

substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
Época atual; atualidade: as notícias do dia.
Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
Época atual; atualidade: as notícias do dia.
Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
Época atual; atualidade: as notícias do dia.
Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

Endurecer

verbo transitivo Tornar duro, enrijecer.
Figurado Tornar insensível; empedernir.
verbo intransitivo Ficar duro.
Figurado Manter-se intransigente.

Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Provocação

provocação s. f. 1. Ato ou efeito de provocar. 2. Desafio, insulto.

Tentação

substantivo feminino Atração por coisa proibida.
Movimento íntimo que incita ao mal: resistir à tentação.
Desejo veemente.

A tentação de Jesus Cristo acha-se descrita nos três evangelhos sinópticos (Mt 4:1-11Mc 1:12-13Lc 4:1-13), mas S. João não se refere a esse fato. Marcos apenas apresenta algumas palavras sobre esse assunto. A ordem da segunda e terceira tentação, como está em Mateus, é invertida em Lucas. os evangelistas descrevem um fato real, e não somente uma visão: o conflito é com o poder do mal, e não com um tentador humano. o sítio tradicional da tentação é o deserto de Jericó (Js 16:1), sendo o monte de Quarantânia ao norte de Jericó considerado o lugar da terceira tentação. o jejum de Jesus traz à memória o de Moisés (Êx 34:28), e o de Elias (1 Rs 19.8). o nosso Salvador estava livre da inclinação para o pecado, quanto à Sua alma humana, mas Ele não estava fechado às tentações que vinham de fora. Ele tinha o poder de não pecar, e ‘não conheceu pecado’ (2 Co 5.21 – cp com Hb 2:18-4.15).

Em assunto de sexo fala-se muito em tentações, afirmando-se que são elas as responsáveis pelos desastres morais de homens e mulheres que sucumbem aos atrativos ditos irresistíveis. Acusam as tentações de não dar paz a ninguém. Dizem que é preciso afastar ou eliminá-las do seio da sociedade. Com o Evangelho, porém, aprendemos a conhecer as causas profundas das tentações, para melhor lutar contra elas. O apóstolo Tiago, no capítulo 1,
v. 14, de sua epístola, esclarece perfeitamente as raízes das tentações: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.” A tentação não é um agente externo das sombras, atraindo-nos para a prática do mal e, sim, as nossas próprias más tendências (concupiscência), gritando alto no íntimo de nós mesmos, impulsionando-nos à recapitulação dos maus hábitos, viciações e perversões, sempre que estivermos invigilantes, displicentes, inconseqüentes e possessivos. Ninguém é tentado, se não traz a tentação dentro de si mesmo. [...]
Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 14

As tentações a que somos submetidos constituem [...] uma espécie de exame ou sistema de aferição de nosso adiantamento.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O Pai nosso 6

Essa influência, sob a qual o Espírito se acha a todo instante, constitui a tentação a que ele pode ceder ou resistir, uma vez que é sempre livre de escutar ou não as boas inspirações, de as seguir ou não, de aceitar ou repelir as más. [...]
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2

[...] significa, com relação a Jesus: tribulações, provas, a que qualquer outra natureza que não a sua houvera sucumbido.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 3

[...] é sempre uma sombra a atormentar-nos a vida, de dentro para fora. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 18

[...] Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar os inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do coração.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 129

Tentação é a força viciada que exteriorizamos, atraindo a escura influência que nos inclina aos desfiladeiros do mal, porque toda sintonia com a ignorância, ou com a perversidade, começa invariavelmente da perversidade ou da ignorância que acalentamos conosco.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 38

Tentação – posição pessoal de cativeiro interior a vícios instintivos que ainda não conseguimos superar por nós mesmos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 8


Tentação Atração para fazer o mal por esperança de obter prazer ou lucro. Pode vir do Tentador (Gn
3) ou de dentro do ser humano (Jc 1:14-15). Ninguém é tentado acima das suas forças (1Co 10:13). Jesus foi tentado e venceu (Mt 4:1-11), podendo, por isso, socorrer os que são tentados (Hc 2:18; 4.15). Devemos vigiar e orar para não cedermos à tentação (Mt 6:13; 26.41). E também é nosso dever socorrer os que caem (Gl 6:1).

Tentação Jesus — que considerou ser grave pecado tentar a Deus (Mt 4:7; Lc 4:12) — foi tentado continuamente pelo diabo (Mt 4:1ss.; Lc 4:1ss.), pelas multidões que quiseram fazê-lo rei (Jo 6:15), por Pedro que desejou que Jesus abandonasse sua missão messiânica do Servo de YHVH (Mt 16:23) e até mesmo por seus algozes (Mt 27:42).

Apesar de tudo, venceu tentação após tentação e levou até o fim sua missão de morrer por toda a humanidade (Mt 26:26ss.). Como Jesus, seus discípulos são tentados e podem sucumbir (Lc 8:13; 22,31ss.). Por isso, os discípulos devem vigiar e orar (Mt 26:41 e par.), rogando a Deus que os livre da queda (Mt 6:13; Lc 11:4).


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Hebreus 3: 8 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

nãoG3361 μήG3361 endureçaisG4645 σκληρύνωG4645 G5725 o vossoG5216 ὑμῶνG5216 coraçãoG2588 καρδίαG2588 comoG5613 ὡςG5613 foi naG1722 ἔνG1722 provocaçãoG3894 παραπικρασμόςG3894, noG2596 κατάG2596 diaG2250 ἡμέραG2250 da tentaçãoG3986 πειρασμόςG3986 noG1722 ἔνG1722 desertoG2048 ἔρημοςG2048,
Hebreus 3: 8 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

68 d.C.
G1722
en
ἐν
ouro
(gold)
Substantivo
G2048
érēmos
ἔρημος
(Piel) zombar, enganar
(has deceived)
Verbo
G2250
hēméra
ἡμέρα
[os] dias
([the] days)
Substantivo - Dativo Feminino no Plural
G2588
kardía
καρδία
coração
(in heart)
Substantivo - dativo feminino no singular
G2596
katá
κατά
treinar, dedicar, inaugurar
(do dedicated)
Verbo
G3361
mḗ
μή
não
(not)
Advérbio
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3894
parapikrasmós
παραπικρασμός
intestinos, entranhas
(him while he is eating)
Substantivo
G3986
peirasmós
πειρασμός
experimento, tentativa, teste, prova
(temptation)
Substantivo - acusativo masculino singular
G4645
sklērýnō
σκληρύνω
tornar duro, endurecer
(were hardened)
Verbo - Pretérito Imperfeito do indicativo médio ou passivo - 3ª pessoa do plural
G4771
σύ
de você
(of you)
Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
G5613
hōs
ὡς
como / tão
(as)
Advérbio


ἐν


(G1722)
en (en)

1722 εν en

preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

  1. em, por, com etc.

ἔρημος


(G2048)
érēmos (er'-ay-mos)

2048 ερημος eremos

afinidade incerta; TDNT - 2:657,255; adjetivo

  1. solitário, abandonado, desolado, desabitado
    1. usado para lugares
      1. deserto, ermo
      2. lugares desertos, regiões solitárias
      3. uma região não cultivada, própria para pastagem
    2. usado para pessoas
      1. abandonada pelos outros
      2. privada do cuidado e da proteção de outros, especialmente de amigos, conhecidos, parentes
      3. privado
        1. de um rebanho abandonado pelo pastor
        2. de uma mulher repudiada pelo seu marido, de quem o próprio marido se afasta

ἡμέρα


(G2250)
hēméra (hay-mer'-ah)

2250 ημερα hemera

de (com 5610 implicado) um derivado de hemai (descansar, semelhante a raíz de 1476) significando manso, i.e. dócil; TDNT - 2:943,309; n f

  1. o dia, usado do dia natural, ou do intervalo entre o nascer e o pôr-do-sol, como diferenciado e contrastado com a noite
    1. durante o dia
    2. metáf., “o dia” é considerado como o tempo para abster-se de indulgência, vício, crime, por serem atos cometidos de noite e na escuridão
  2. do dia civil, ou do espaço de vinte e quatro horas (que também inclui a noite)
    1. o uso oriental deste termo difere do nosso uso ocidental. Qualquer parte de um dia é contado como um dia inteiro. Por isso a expressão “três dias e três noites” não significa literalmente três dias inteiros, mas ao menos um dia inteiro, mais partes de dois outros dias.

      do último dia desta presente era, o dia em que Cristo voltará do céu, ressuscitará os mortos, levará a cabo o julgamento final, e estabelecerá o seu reino de forma plena.

      usado do tempo de modo geral, i.e., os dias da sua vida.


καρδία


(G2588)
kardía (kar-dee'-ah)

2588 καρδια kardia

forma prolongada da palavra primária kar (Latim, cor “coração”); TDNT - 3:605,415; n f

  1. coração
    1. aquele orgão do corpo do animal que é o centro da circulação do sangue, e por isso foi considerado como o assento da vida física
    2. denota o centro de toda a vida física e espiritual

    1. o vigor e o sentido da vida física
    2. o centro e lugar da vida espiritual
      1. a alma ou a mente, como fonte e lugar dos pensamentos, paixões, desejos, apetites, afeições, propósitos, esforços
      2. do entendimento, a faculdade e o lugar da inteligência
      3. da vontade e caráter
      4. da alma na medida em que é afetada de um modo ruim ou bom, ou da alma como o lugar das sensibilidades, afeições, emoções, desejos, apetites, paixões
    3. do meio ou da parte central ou interna de algo, ainda que seja inanimado

κατά


(G2596)
katá (kat-ah')

2596 κατα kata

partícula primária; prep

abaixo de, por toda parte

de acordo com, com respeito a, ao longo de


μή


(G3361)
mḗ (may)

3361 μη me

partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula

  1. não, que... (não)


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


παραπικρασμός


(G3894)
parapikrasmós (par-ap-ik-ras-mos')

3894 παραπικρασμος parapikrasmos

de 3893; TDNT - 6:125,839; n m

  1. provocação

πειρασμός


(G3986)
peirasmós (pi-ras-mos')

3986 πειρασμος peirasmos

de 3985; TDNT - 6:23,822; n m

  1. experimento, tentativa, teste, prova
    1. tentação, prova: a tentação gerada nos gálatas pela condição física do apóstolo, já que a mesma serviu para testar o amor dos gálatas por Paulo (Gl 4:14)
    2. tentação da fidelidade do homem, integridade, virtude, constância
      1. sedução ao pecado, tentação, seja originada pelos desejos ou pelas circunstâncias externas
      2. tentação interna ao pecado
        1. da tentação pela qual o diabo procurou desviar Jesus, o Messias, de sua divina jornada
      3. da condição das coisas, ou um estado mental, pelo qual somos seduzidos ao pecado, ou a um desvio da fé e santidade
      4. adversidade, aflição, aborrecimento: enviado por Deus e servindo para testar ou provar o caráter, a fé, ou a santidade de alguém
    3. Deus sendo tentado (i.é., julgado) pelos homens
      1. rebelião contra Deus, pela qual seu poder e justiça são colocados à prova e desafiados a serem demonstrados

σκληρύνω


(G4645)
sklērýnō (sklay-roo'-no)

4645 σκληρυνω skleruno

de 4642; TDNT - 5:1030,816; v

  1. tornar duro, endurecer
  2. metáf.
    1. tornar obstinado, teimoso
    2. ser endurecido
    3. tornar-se obstinado ou teimoso

σύ


(G4771)
(soo)

4771 συ su

pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

  1. tu

ὡς


(G5613)
hōs (hoce)

5613 ως hos

provavelmente do comparativo de 3739; adv

  1. como, a medida que, mesmo que, etc.