Iscariotes

Dicionário Bíblico

Fonte: Dicionário Adventista

Iscariotes: Homem de Queriote. (*veja Judas iscariotes.)
Judas iscariotes: Homem de Queriote (Queriote Hezrom). Um dos doze apóstolos, o que traiu Jesus Cristo. É chamado o filho de Simão iscariotes (Jo 6. 71). o seu caráter, com o resultado final, foi sempre do conhecimento de Jesus (Jo 6:64). A sua fraqueza logo se manifestou na cena da unção em Betânia (Jo 12:4-5). As palavras, ‘por que não se vendeu?’ manifestavam o sentimento dos doze – mas a idéia de que o ungüento devia ser vendido para socorrer os pobres era de Judas, como o dá a entender S. João, acrescentando que ele tinha proposto a venda daquela essência por ser ladrão, pois ‘tendo a bolsa, tirava (isto é, subtraía) o que nela se lançava’ (Jo 12:4-6). E por esta revelação já se explica o ato que mais tarde praticou. Sendo ele, pois, cobiçoso, e não podendo conformar-se com a natureza da missão de Jesus Cristo, foi-se fortalecendo no seu espírito aquele sentimento que se acha indicado pelas palavras, ‘entrou nele Satanás’ (Jo 13:27) – e a triste conseqüência foi o pacto com os principais sacerdotes, e a entrega de Jesus Cristo. Depois daquela cena em Betânia, as más idéias começaram a preocupar a sus alma (Mt 26:14). Satanás achou o seu instrumento, e Judas foi ter com os príncipes dos sacerdotes (Lc 22:3-4). Provavelmente ele esperava mais do que as trinta moedas de prata (Mt 26:15), porque, na verdade, houve discussão sobre a quantia que lhe haviam de dar. Por fim, determinou fazer o papel de traidor, e esperou a ocasião. Com tudo isso não se separou de Jesus. Acompanhou o Divino Mestre e os seus colegas na ida a Betânia e de Betânia a Jerusalém – esteve com eles no horto de Getsêmani (Jo 18:2) – e na última Ceia lá se encontrava ele também, sendo lavados os seus pés pelo Salvador, e perguntando como os outros discípulos: ‘Sou eu?’ (Mt 26:25). E completou a sua infâmia, entregando com um beijo o Mestre, o que aumentou a tristeza da sua vitima (Lc 22:48). Praticada a vil ação, foi Judas atormentado pelo remorso. E pode-se dizer que o arrependimento era sincero pelo seu desejo de desfazer o que tinha praticado (Mt 27:3-4). Foi neste estado da sua alma que ele lançou aos pés dos sacerdotes as trinta moedas de prata, sendo por eles escarnecido. Foi ‘o filho da perdição’ (Jo 17:12), não havendo para ele esperança de perdão nesta vida – e assim ele ‘retirou-se e foi enforcar-se’ (Mt 27:5). As diversas descrições da sua morte se harmonizam, sendo compreendido que Judas primeiramente se enforcou em alguma árvore que estivesse à beira de um precipício, e que, quebrando-se a corda ou o ramo, ele foi despedaçado na queda. Em At 1:20 se liga a morte de Judas com as predições dos salmos 69:25, e 109.8 – vede também Jo 17:12.
Judas, não o iscariotes: João refere-se a um dos discípulos como “Judas, não o Iscariotes” (Jo 14:22). Não é fácil determinar a identidade desse homem.
O NT refere-se a diversos homens com o nome de Judas – Judas 1scariotes; Judas, irmão de Jesus (Mt 13:55; Mc 6:3); Judas, o galileu (At 5:37) e Judas, não o Iscariotes. Evidentemente, João desejava evitar confusão quando se referia a esse homem, especialmente porque o outro discípulo chamado Judas não gozava de boa fama.
Mateus e Marcos referem-se a esse homem como Tadeu (Mt 10:3; Mc 3:18). Lucas o menciona como “Judas, filho de Tiago” (Lc 6:16; At 1:13).
Não sabemos ao certo quem era o pai de Tadeu.
O Historiador Eusébio diz que Jesus uma vez enviou esse discípulo ao rei Abgar da Mesopotâmia a fim de orar pela sua cura. Segundo essa história, Judas foi a Abgar depois da ascensão de Jesus, e permaneceu para pregar em várias cidades da Mesopotâmia. Diz outra tradição que esse discípulo foi assassinado por mágicos na cidade de Suanir, na Pérsia. O mataram a pauladas e pedradas.
Matias, substituto de judas iscariotes: Após a morte de Judas, Pedro propôs que os discípulos escolhessem alguém para substituir o traidor. O discurso de Pedro esboçava certas qualificações para o novo apóstolo (At 1:15-22). O apóstolo tinha de conhecer a Jesus “começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas”. Tinha de ser também, “testemunha conosco de sua ressurreição” (At 1:22).
Os apóstolos encontraram dois homens que satisfaziam as qualificações: José, cognominado Justo, e Matias (At 1:23). Lançaram sortes para decidir a questão e a sorte recaiu sobre Matias.
O nome Matias é uma variante do hebraico Matatias, que significa “dom de Deus”. Infelizmente, a Bíblia nada diz a respeito do ministério de Matias.

Quem é quem na Bíblia?

Autor: Paul Gardner

Iscariotes:

Veja Judas 1scariotes.


Judas iscariotes:

Judas 1scariotes foi um dos doze apóstolos de Cristo, mas praticamente nada se sabe sobre ele, exceto que traiu e entregou o Filho de Deus às autoridades. Até mesmo o significado do nome “Iscariotes” é incerto. Alguns comentaristas o relacionam com a palavra “sicário”, ou seja “o homem da adaga”, a fim de especular que provavelmente fez parte do partido revolucionário dos zelotes. Outros propõem significados como “o falso”, “aquele que livra”, “homem da cidade” (isto é, Jerusalém) etc. Uma interpretação mais antiga e a mais amplamente aceita é “o homem de Queriote”, que tanto se refere a uma cidade na região de Moabe, como a uma pequena vila no sul da Judéia; entretanto, mesmo essa proposta é totalmente incerta.

Os três evangelhos sinóticos apresentam basicamente o mesmo proceder de Judas. O de Marcos, considerado o mais antigo, registra a descrição mais simples. Ele é mencionado pela primeira vez na lista dos apóstolos (Mc 3:19), onde é citado como “Judas 1scariotes, que o traiu”. Todas as outras referências estão no capítulo 14, no relato sobre a traição: Judas fez um acerto com os chefes dos sacerdotes, os quais concordaram em dar-lhe dinheiro (vv. 10,11); Jesus referiu-se a ele indiretamente durante a Última Ceia (vv. 18-21); imediatamente depois da agonia de Cristo, no Jardim Getsêmani, Judas chegou com uma multidão, deu-lhe um beijo (o sinal combinado), e Jesus foi preso (vv. 43-46).

Todo este relato tem um paralelo nos evangelhos de Mateus e Lucas. Cada um deles, entretanto, reflete uma perspectiva distinta, às vezes com a inclusão de outras informações. Mateus, por exemplo, acrescenta o detalhe de que os chefes dos sacerdotes pagaram a Judas 30 moedas de prata (Mt 26:15). Não é uma quantia muito grande de dinheiro; por isso, alguns comentaristas especulam que se tratava apenas de um sinal, ou seja, parte do pagamento. Outros argumentam que este detalhe não é histórico, mas apenas o resultado do desenvolvimento redacional. Mateus também é o único evangelista que menciona o remorso de Judas, o qual o levou a cometer suicídio (Mt 27:3-5). Além disso, acrescenta que os sacerdotes recolheram o dinheiro que foi devolvido por Judas e compraram um campo destinado à construção do cemitério para estrangeiros; este evento confirma o cumprimento das Escrituras (Mt 27:6-7, com citação de Zc 11:12-13).

Lucas, por sua vez, distingue-se por fazer um comentário inicial de que Judas fez um acordo com os sacerdotes, porque Satanás entrara nele (Lc 22:3). Também relata de forma um pouco diferente a referência indireta que Jesus fez a Judas durante a Última Ceia (Lc 22:21-23) e abrevia a narrativa da própria traição (Lc 22:47-48). No livro de Atos, entretanto, Lucas registra algumas informações inéditas. Pedro, ao falar aos crentes algum tempo depois da morte e ressurreição de Jesus, destacou que a traição e a morte de Judas cumpriram as palavras de Davi (At 1:15-20; Sl 69:25; Sl 109:8). A passagem de Atos inclui um relato das circunstâncias que cercaram a morte de Judas que difere da narrativa de Mateus. Várias sugestões são apresentadas sobre a possível harmonização das duas passagens; mas é difícil a reconstituição dos detalhes com certeza.

Em contraste com os sinóticos, o evangelho de João destaca-se por enfatizar as características negativas de Judas em vários pontos da narrativa. É interessante notar que, no relato da própria traição, João não registra nenhuma interação entre Jesus e Judas (não faz menção ao beijo, em particular). No capítulo 6, entretanto, no contexto de uma discussão sobre o verdadeiro e o falso discípulo, João registra as palavras de Jesus: “Não vos escolhi eu aos doze? Contudo, um de vós é um diabo” (Jo 6:70). No versículo seguinte, João explica que Jesus se referia a Judas, que logo depois o traiu. Desta maneira, o autor levanta explicitamente um problema teológico que cada leitor dos evangelhos enfrenta: como Judas foi escolhido por Jesus, para em seguida ser o traidor?

O retrato negativo que João faz de Judas também é óbvio no relato sobre a unção de Jesus, feita por Maria (Jo 12:1-8). Devido ao fato de ela derramar um perfume caríssimo nos pés de Cristo, Judas reclamou que o perfume era valioso e, se vendido, o dinheiro seria útil aos pobres. João, então, comenta: “Ele disse isso, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão; tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava” (v. 6). Os evangelhos sinóticos não fazem nenhum comentário deste tipo sobre Judas e por isso a autenticidade histórica desses relatos é questionada por alguns comentaristas, mas sem razão suficiente (mesmo os teólogos mais céticos reconhecem que o evangelho de João preserva tradições históricas não registradas nos sinóticos).

Nos evangelhos sinóticos, o relato da predição de Jesus sobre a traição de Judas, durante a Última Ceia, é semelhante; contudo, é expandida em João 13. Logo no início da passagem, a Bíblia diz: “Durante a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas 1scariotes, filho de Simão, que o traísse...” (v. 2). No v.18, João levanta novamente o problema teológico que envolvia a escolha de Judas: “Não falo de todos vós; eu conheço os que escolhi. Mas isto é para que cumpra a Escritura: O que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar” (citação do Sl 41:9). Somente João vai adiante e diz que “tendo Jesus dito isso, perturbou-se em espírito, e afirmou: Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me trairá” (v. 21). Cristo identificou o traidor como aquele para quem desse um pedaço de pão: “Então, molhando o pedaço de pão, deu-o a Judas 1scariotes, filho de Simão. Assim que Judas tomou o pão, entrou nele Satanás” (vv. 26,27). João também relata que Jesus disse a Judas: “O que estás prestes a fazer, faze-o depressa” (v. 27) e depois disso Judas saiu da sala. O parágrafo termina com as palavras sugestivas: “E era noite” (v. 30).

Finalmente e mais significativo, João relata que no contexto da assim chamada oração sacerdotal, Jesus referiu-se à traição de Judas: “Estando eu com eles no mundo, guardei-os no nome que me deste. Nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura” (Jo 17:12). Aqui, o enigma sobre Judas torna-se ainda mais complicado, porque relaciona-se com a proteção de Jesus sobre os discípulos. Como seria possível que alguém, escolhido por Cristo para fazer parte do grupo dos doze, fosse destruído? A questão talvez seja vista de outro ângulo: como Jesus o escolheu, ciente de que ele seria destruído? A resposta dada na própria passagem soa das profundezas dos mistérios divinos: de acordo com as Escrituras, Judas destinava-se à destruição.

Para a mente moderna, tal resposta de maneira alguma proporciona uma solução. De fato, através dos séculos a figura de Judas tem fascinado muitos pensadores, os quais tentam dar um explicação para o seu comportamento. A abordagem mais comum é a sugestão de que ele foi compelido pelo amor ao dinheiro. Essa proposta parece ter algum apoio nos comentários de João 12:6; mas é interessante notar que este evangelho não faz menção do arranjo financeiro feito entre Judas e os sacerdotes. Além disso, a quantia de dinheiro, considerada relativamente pequena, dificilmente motivaria uma ação de tal magnitude.

Pelo fato de o texto bíblico não proporcionar nenhuma outra informação, qualquer tentativa adicional para explicar o comportamento de Judas envolve muita especulação: inveja dos outros discípulos, amargura por ver suas esperanças materiais se desvanecerem, medo das repercussões políticas etc. Uma teoria que conseguiu atrair atenção sugere que Judas tentava forçar os acontecimentos. Em outras palavras, por meio da traição, Jesus seria coagido a assumir seu papel messiânico e entrar em ação (alguns vêem aqui até mesmo um reflexo da tentação de Cristo, onde o diabo desejava que Ele demonstrasse seu poder de forma inadequada; veja Mt 4:1-11; Lc 4:1-13; cf. Jo 6:14-15). Dificilmente alguém conseguirá provar que qualquer uma dessas hipóteses esteja certa ou errada, embora seja possível que alguns desses fatores tenham influenciado o pensamento de Judas. Nenhum deles, entretanto, proporciona base suficientemente forte para justificar uma atitude tão hedionda como trair o próprio Filho de Deus. Por esta razão o evangelho de João é de especial valor, quando pensamos nesta questão.

João, o último a escrever seu evangelho, frequentemente proporciona reflexões teológicas diretas sobre uma variedade de temas, os quais os sinóticos tratam apenas de forma descritiva, mas que levantam questões nas mentes dos leitores atentos. Um destes temas é a soberania do Senhor na obra da salvação. A tensão aparente que existe entre o poder de Deus e a vontade humana é como uma corrente submersa na maioria das narrativas bíblicas, a qual vem à tona em numerosas passagens. Note, por exemplo, a declaração de Jesus de que Deus ocultou sua sabedoria de algumas pessoas e revelou-a a outras (Mt 11:25-27 e textos paralelos), ou sua garantia de que a salvação é impossível aos homens, mas não para o Senhor (Mt 19:26 e textos paralelos).

É algo geralmente reconhecido que o evangelho de João destaca a verdade da incapacidade humana, portanto nossa dependência da vontade e do poder de Deus para a salvação (cf. Jo 1:12-13; Jo 3:3-9; Jo 6:44). Em vista desta ênfase, não é de surpreender que o quarto evangelho dê uma atenção especial ao enigma de Judas. Com efeito, o traidor personifica, de maneira dramática, o que geralmente consideramos “o problema do mal”. Se o evangelho, entretanto, não ignora o problema, tampouco proporciona o que seria considerado uma solução “racional”, isto é, respostas que satisfaçam nossas mentes; antes, apenas minimiza um pólo ou outro do paradoxo (ou seja, “Deus faz tudo o que lhe apraz, portanto Judas não era responsável pela traição” ou “Judas era responsável, portanto Deus apenas previu, mas não predeterminou a traição”).

A narrativa bíblica não deixa sombra de dúvida de que Judas era um agente humano responsável — o que ele fez, fez porque quis, e não pelo fato de ter sido impelido a fazê-lo, mesmo contra sua vontade. Por outro lado, João 17:12 deixa claro que explicações psicológicas não atingirão a raiz do ato da traição. A própria vontade de Deus engloba toda a história, que inclui até mesmo o pior pecado da humanidade (At 2:23). Com absoluta certeza, Deus não é o autor do pecado — aqui reside o mistério que envolve o problema do mal — mas seus propósitos nunca são frustrados (Pv 19:21; Is 46:10). A figura de Judas serve como um lembrete de que o pecado é algo terrível, mas a morte de Cristo é o poder de Deus para efetuar a salvação de seu povo. M.S.


Dicionário da Bíblia de Almeida

Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil

Iscariotes: Iscariotes [Homem de Queriote] - V. JUDAS 1, e SIMÃO 2.

Strongs


Ἰούδας
(G2455)
Ver ocorrências
Ioúdas (ee-oo-das')

2455 Ιουδας Ioudas

de origem hebraica 3063 יהודה; n m

Judá ou Judas = “seja louvado”

quarto filho de Jacó

um descendente desconhecido de Cristo

um homem cognominado o Galileu que no tempo do censo de Quirino, incitou a revolta na Galiléia, At 5:37

certo judeu de Damasco, At 9:11

um profeta, cognominado Barsabás, da igreja de Jerusalém, At 15:22,At 15:27,At 15:32

o apóstolo, Jo 14:22 cognominado Tadeus, e que provavelmente escreveu a epístola de Judas.

o meio irmão de Jesus, Mt 13:55

Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Jesus


Ἰσκαριώτης
(G2469)
Ver ocorrências
Iskariṓtēs (is-kar-ee-o'-tace)

2469 Ισκαριωτης Iskariotes

de origem hebraica provavelmente 376 e 7152 קריות; n pr m

Iscariotes = “homens de Keriote”

  1. apóstolo que traiu Jesus