Antologia dos Imortais

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Prefácio


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Estultícia de nossa parte — e o afirmamos sem pruridos de modéstia — a pretensão de prefaciar e anotar uma obra mediúnica das proporções desta, em que poetas das principais correntes literárias, desde a romântica à modernista, de duas literaturas — a Brasileira e a Portuguesa —, inclusive poetas folcloristas, deixaram estereotipados a força viva e o carisma inconfundível de seus estilos.

Natural, porém, que todo livro de constituição nova exija explicação, perfunctória que seja, de sua origem e finalidade, e, à vista disso, aqui nos encontramos, fiel ao compromisso assumido com os autores espirituais, no sentido de estudar todas as composições poéticas desta , alinhando nótulas biobibliográficas e traçando leves observações sobre a técnica poética de determinados aedos, além de ligeiros comentários de fundo espírita, visando a clarear afirmações e situações para os leitores menos afeitos ao trato doutrinal.

Antes de tudo, é imperioso dizer que o título da obra — Antologia dos 1mortais — foi sugerido aos médiuns por um amigo da Espiritualidade, conquanto não guarde qualquer relação com a imortalidade acadêmica, laureada na Terra, para simplesmente vincular-se àquela outra imortalidade de que nos fala Pascal em seu livro “Pensées” — a perenidade do Espírito que nunca morre —, através da presença de amigos desencarnados, que atravessaram as cinzas do túmulo e continuam vivos, senhores dos próprios destinos.

Tratando-se de obra eminentemente mediúnica, destina-se, de modo particular, aos que se afeiçoaram ao conteúdo poético da vida. Por isso mesmo, é justo que o leitor se prepare para encontrar, de permeio com autênticas obras-primas, poesias menos belas, quer quanto à forma, quer quanto ao fundo, de vez que não há poeta que viva sempre em momentos sublimes. Todos eles no mundo experimentaram dificuldades e angústias, inibições e frustrações de estaca-zero e não seria licito esperar que, desencarnados, comparecessem, entre nós, invariavelmente no apogeu da cultura e da emoção, segundo os cânones e as regras estabelecidas pela crítica humana . Forçoso igualmente considerar que o médium não pode ser responsável pelos hiatos, lacunas, oclusões e omissões por parte dos poetas desencarnados comunicantes, compreensivelmente muito mais ocupados e interessados na eliminação dos conflitos íntimos, ante a grandeza da vida, que se lhes descerra além do túmulo, que atentos à observação e à análise da opinião pública terrestre. Em face disso, encontramos comunicantes maiores ou menores, superiores e inferiores, eminentes e anônimos, conhecidos e menos conhecidos na série dos que espiritualmente comparecem, através das faculdades medianímicas, manifestando as opiniões e emoções de que se fazem mensageiros e intérpretes.

Aos que porventura discordarem da inclusão de poetas tidos por secundários ou obscuros, lembramos o que escreveu Andrade Muricy: “Pode um dragão possuir cauda de réptil e entretanto ser dotado de possantes asas de marsupial.. Um autor secundário apresenta muita vez aspectos grandemente reveladores.”

Um ponto, contudo, deve ficar claro: é que todos os poetas, quase sem exceção, buscaram ater-se, neste livro, à confirmação do continuísmo da vida após a morte do corpo físico e aos consoladores ensinos da Doutrina Espírita, acentuando-se que vários deles chegaram a se especializar em determinados assuntos doutrinários, quais sejam a exposição da Lei de Causa e Efeito, as narrativas das regiões inferiores do Espaço, a posição espiritual dos que atravessam as faixas da morte, a experiência do processo liberatório, as consequências do suicídio, a importância do amparo ao coração infantil, o quadro de responsabilidades dos pais terrestres, etc., etc. Tal preocupação, quer-nos parecer, não existia, num sentido total, no .

Os aedos no intercâmbio de ontem tinham como que a obrigação formal de evidenciar a própria personalidade, atreitos às idiossincrasias que os singularizavam, para, ao que supomos, serem reconhecidos pelos críticos literários.

Nesta obra, prosseguem na construção espiritual em que se empenharam, mas oferecendo a ideia de que se irmanaram no propósito de revelar os objetivos superiores do Espiritismo. Quanto à fidelidade estilística, terá o leitor oportunidade de reconhecê-la por si, acrescentando-se que, em vários casos, procuramos demonstrá-la por notas de rodapé, mobilizando transcrições de pequeninos trechos dos autores, quando entre os homens.

É assim que Da Costa e Silva, o poeta da saudade, que ontem se embevecia e cantava:


Saudade! Olhar de minha mãe rezando,

É o pranto lento deslizando em fio…

Saudade! Amor da minha terra… O rio

Cantigas de águas claras soluçando.


volta, hoje, a enternecer-se no soneto “Ressurreição”:


Ressurreição! A madrugada flórea!…

O céu brilhando, em mágica oferenda…

Estranho à nova luz que se desvenda,

Vejo as telas antigas da memória.


Fulge o carro da vida renascente.

Mas volvo à sombra e choro a dor pungente

Da saudade sem fim de minha terra!…


Nos demais sonetos, o poeta continua preso à paisagem que o sensibilizava, recordando o coração materno que lhe ofertou aconchego.

Augusto dos Anjos, o poeta da Morte, dentro de peculiaridades inimitáveis, examina temas espíritas, por exemplo, a “Obsessão”, que nomeia como sendo


A hidra de sentimentos fesceninos,


e a desencarnação, assunto que explana brilhantemente no soneto “Morte Húmida”, quando afirma:


A alma ditosa nasce noutro nível.

É o parto novo… E a vida imperecível

Desabrocha qual lírio sobre o estrume.


No poema “Divino Sol” o poeta, a nosso ver, espiritualiza “As Cismas do Destino”, quando, atravessando a ponte Buarque de Macedo, caminha em direção à casa do Agra, no Recife.

B. Lopes, o poeta fluminense dos “Cromos”, comparece com toda aquela verve em que se caracteriza, no mesmo estilo que lhe perpetuou o nome. Principalmente, no sonetilho “Lição”, o símile é perfeito:


Nas grimpas do pé de amora

O vento leve balança

E tala a flor terna e mansa

Que voa caminho afora.


João de Deus, o suave poeta português, que de há muito vem colaborando na Seara Espírita, traz, novamente, produções que lhe identificam o estro invulgar.

Lívio Barreto, o jovem poeta cearense, que se revelou vigoroso senhor do verso, ressurge pleno de emoção em sua lírica amatória, patenteando a divina afetividade do Mundo Superior.

Jésus Gonçalves e Virgílio Quaglio agradecem a Deus a bênção da enfermidade que lhes envolveu os corpos na última existência.

Auta de Souza, Inês Sabino, Júlia Cortines, Narcisa Amália e Francisca Clotilde, admiradas poetisas e escritoras brasileiras, deixam aqui a marca indelével da inspiração que lhes flamejava no sentimento.

Irene S. Pinto, a distinta poetisa paulista, expõe as pérolas de sua ternura e sensibilidade, enquanto Casimiro Cunha e Adelaide Câmara (Aura Celeste) continuam sob o vigor da fé viva que lhes vitalizava os ideais.

Não nos abalançaremos a confrontos entre as produções terrestres e as medianímicas de todos os bardos reunidos nestas páginas para não fugir ao espírito de síntese; entretanto, pedimos vênia ao leitor para referir-nos, ainda mesmo de leve, a figuras outras, das mais respeitáveis de nossa literatura.

Moacir de Almeida, que Agrippino Grieco define como sendo o condoreiro de 1920, desencarnado aos 23 anos de idade, depois de legar-nos os seus admiráveis Gritos Bárbaros, traz-nos o soneto “Muito Além” que, por si só, lhe revela a mestria.

Francisca Júlia, intérprete das mais entusiastas da Escola Parnasiana, no Brasil, diz-nos, em “Adeus”; da esperança que alimenta de renascer na Terra, “mais tarde”.

Nestor Vítor, o poeta e crítico literário que mais se preocupou com o Simbolismo, em plagas brasileiras, precata-nos, através de “Eutanásia”, contra o perigo de se abreviar a vida de alguém, porque ‘a alma jungida à carne’ nos rogará, por certo:


— “Aguardo a mão da Lei, sempre doce e benvinda!

Dá-me silêncio e paz! Não me expulses ainda!…”


Castro Alves, o gênio da América, nascido no Brasil, pintando a França de 1857, derrama o seu verbo glorioso:


O caos invadira a França,

— Olimpo do pensamento.

O ódio — lobo famulento,

Range as presas com furor.

Nas ruas — Paris descansa;

Em casa, — chora em segredo;

Gigante, arrosta, com medo,

As iras do Imperador.


Tobias Barreto, o condor sergipano, mostra, em “Deus e a Humanidade”, soneto em versos alexandrinos do mais fino lavor, que o Espírito é o artífice da própria vida, resumindo a tragédia do homem nestes dois versos:


Como quem foge à voz do socorro divino,

Avança para a dor do seu próprio destino…


Bruno Seabra, o poeta romântico, entrega-nos precioso poema “Primaveras da Amplidão” —, em que nos convida a escutar-lhe a exaltação do Plano Espiritual:


Brilham páramos de sonho

Além, no espaço risonho,

Vestidos de paz e luz!


Luís Guimarães Júnior, em “Pastoral”, reafirma a beleza de “Paisagem”, “Idade Média” e tantos outros sonetos da altura de “Volta à Casa Paterna”.

São tantos os poetas, que se nos torna difícil — e porque não dizer — impossível, citá-los todos.

Estamos convencido de que o leitor fará alegremente o cotejo que o respeito ao tempo dele mesmo não nos permite.


Qual acontece com qualquer antologista, embora não nos impressionemos com o pensamento pessimista de Dudley Fitts, fizemos, no que diz respeito ao tema, escolha rigorosa das poesias que nos foram confiadas pelos medianeiros desta obra. Ademais, diga-se de passagem, os próprios 1nstrutores Espirituais, em diversas reuniões íntimas de que participamos pessoalmente, na Comunhão Espírita Cristã, de Uberaba, esclareceram-nos que muito antes das comunicações dos poetas, realizaram, eles mesmos, importante serviço de seleção, aconselhando-lhes enviassem ao mundo somente mensagens consoladoras e construtivas. Isso porque alguns deles se aproximaram dos médiuns com o propósito de ventilar as paixões deprimentes em que se desregraram na vida terrestre, procurando fixar pensamentos contrários aos preceitos da vida superior. A medida não se filia simplesmente a questões de moral diante da arte; é que volvendo ao descontrole emotivo, de que muitos poetas não se afastaram quando encarnados, prolongariam os próprios tormentos por tempo indeterminado, em persistindo nos temas passados, ao passo que, grafando impressões e conceitos edificantes, receberão, a cada momento, vibrações de conforto e esperança, endereçados pelos leitores e amigos que lhes absorvam as ideias luminosas. Convém ainda considerar que, mesmo depois de joeirado o material, os benfeitores desencarnados encontraram poesias que julgaram impróprias para este livro, de vez que poderiam suscitar estados mentais angustiantes em determinadas criaturas. Como é fácil de perceber, os Mentores Espirituais alimentam a preocupação de iluminar e consolar sempre. Aliás, em análise aberta, é imperioso reconhecer que essa é a tarefa essencial da Doutrina Espírita.

Quanto aos apontamentos particulares, no texto, fomos quase que excessivamente lacônico, visando ao aproveitamento de espaço e, mesmo, fugindo a repetições desnecessárias, razão por que não nos referimos a todas as figuras, imagens e fulgurações poéticas dos versos estudados. As datas de nascimento e desencarnação retiramo-las de fontes que reputamos idôneas, e, não raro, consultamos os familiares ou os descendentes de vários dos poetas.

A bibliografia relaciona, na maioria dos casos, apenas as obras poéticas. Omitimos aquelas em que os autores vazaram pensamentos e diretrizes inteiramente contrários aos seus pontos de vista atuais. Dos poetas Casimiro Cunha, Maria Celeste e João de Deus incluímos a bibliografia mediúnica, além daquela que lhes assinala a obra terrena.

O asterisco, (na versão eletrônica substituído por “n”) à frente do nome de cada comunicante, guarda a finalidade de orientar o leitor para a nota de rodapé. Resolvemos colocar a notícia biobibliográfica, em observação infrapaginal, a fim de que os amigos desta Antologia, em estudando primeiramente a vida do poeta, não venham a quebrar o ritmo da leitura do poema que, realmente, no fundo, se lhe erigirá em objeto de fundamental atenção. Atendendo à mesma finalidade, resolvemos, ainda, colocar a numeração das notas à margem esquerda, correspondentes aos números dos versos. Isso facilitará o conhecimento integral da poesia, facultando ao leitor, com vagar, o ensejo de ler os pequenos informes esclarecedores, quer no tocante à técnica poética, quer atinentes a algumas questões de linguagem ou a referências espíritas.

Visando aos leitores não afeitos às questões poéticas, explicamos em notas de rodapé as figuras de estilo menos conhecidas, quase sempre nos valendo de transcrições de obras especializadas.

Dividimos o livro em três partes: a PARTE I, com as poesias psicografadas pelo médium Francisco Cândido Xavier; a PARTE II, com as psicografadas pelo médium Waldo Vieira; a PARTE III, as que foram recebidas por ambos os médiuns, salientando-se que, nessa Parte III, as poesias de números ímpares são devidas à mediunidade de Francisco Cândido Xavier e as de números pares à mediunidade de Waldo Vieira. Com essa providência aspiramos a mostrar a identidade de estilos do mesmo poeta, através de dois medianeiros diferentes.

Além das três partes a que nos referimos, traçamos breve POSFÁCIO, apresentando ligeiro escorço biobibliográfico dos médiuns desta obra, ao lado dos respectivos retratos (no livro impresso). Quanto aos índices, preferimos colocá-los no início da obra, (na versão eletrônica os índices foram para o final) excetuando-se o índice onomástico e bibliográfico, que se configura na parte final e que relaciona a maioria das obras consultadas, guardando o objetivo de documentar-nos as anotações.

Apresentamos os poetas por ordem cronológica de desencarnação, nas partes em que se divide a obra. Carvalho Júnior, desencarnado em 1879, vem em primeiro lugar, na PARTE I; Castro Alves, desencarnado em 1871, vem em primeiro lugar, na PARTE II; Cruz e Souza, desencarnado em 1898, vem em primeiro lugar, na PARTE III. Propúnhamo-nos, a princípio, classificá-los pelas escolas literárias a que pertenceram. Chegamos, porém, à conclusão de que isso seria impossível, porquanto aqui se encontram poetas, à maneira de Luís Delfino, que pertenceram a três estéticas. Como enquadrá-los? Quer-nos parecer que a grande maioria é de poetas simbolistas, a começar de Cruz e Souza, e de néo-simbolistas ou penumbristas. Fato curioso é que há correspondentes, qual verificamos inicialmente, de todas as escolas que vicejaram no Brasil e em Portugal, a partir do Romantismo: Encontramos aqui respeitáveis corifeus e epígonos de diversas escolas, figuras quais Martins Júnior, o principal poeta do realismo brasileiro, que antecedeu o nosso Parnasianismo, Raimundo Correia, Francisca Júlia e Júlia Cortines — esta última definida como sendo, entre os demais epígonos da criação parnasiana em nosso País, uma das expressões mais altas —, além de continuadores menores de Leconte de Lisle. Representando a poesia modernista, temos um Rodrigues de Abreu e um Caetano Pero Neto, do grupo dos “novíssimos”, inclusive Arsênio Palácios e outros nomes de elevado gabarito.

Interessante destacar a presença dos chamados “príncipes dos poetas”, a saber: Durval de Morais, dos baianos; Zeferino Brazil, dos gaúchos, e Jorge de Lima, dos alagoanos. Com alusão ao “Príncipe dos Poetas Gaúchos”, aliás, cabe uma referência toda especial. É que Zeferino Brazil foi um dos raros cronistas que tiveram a coragem de afirmar categoricamente a identidade dos estilos dos poetas que compareceram ao Parnaso de Além-Túmulo. Quando escreveu magnífica crônica sobre o assunto, em 15 de Novembro de 1941, mal sabia que ele iria partilhar uma antologia mediúnica, lançada algumas décadas depois do primoroso .

Os poetas que não se identificaram, por óbvias razões, colocamo-los entre os demais autores, respectivamente nas PARTES I, II e III. Aparecem fatos notáveis, na presente obra. Surgem poetas que defenderam a memória de seus companheiros, como, por exemplo, Moacir Piza, após a desencarnação de Emílio de Menezes; os que falaram à beira do túmulo de seus amigos, à feição de Ciro Costa, na sepultura de Francisca Júlia; companheiros e discípulos valorizando-lhes as obras, qual acontece entre Nestor Vítor, Cruz e Souza, Dario Veloso e tantos outros simbolistas famosos.

As poesias foram recebidas pelos médiuns, em reuniões públicas e íntimas da Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, nestes últimos dois anos, algumas em circunstâncias dignas de reparo. Em muitas reuniões, um mesmo poeta se comunicava por ambos os medianeiros. O Espírito de Cornélio Pires valeu-se algumas vezes desse recurso. De outras vezes, dois poetas se comunicavam, um após outro, pelo mesmo médium, revelando segurança perfeita e notável independência.


Fato digno de nota, nesta Antologia, é a predileção dos comunicantes pelo soneto. Isso é muito importante para nós, os brasileiros que não chegamos a satisfazer-nos plenamente com a poética modernista, existindo mesmo, entre nós, acentuada tendência para a volta ao classicismo, qual observou Adonias Filho, com muita propriedade, em “O Clássico Drummond”. Falando de , como sendo um livro clássico, afirma: “Após tantos anos de avanço regular, de experiência através de algumas gerações, o modernismo fecha o seu ciclo como se fecharam outros ciclos. Fecha-se sob uma atmosfera clássica, e, para ilustrar essa fisionomia clássica do modernismo brasileiro, nenhum outro poeta melhor que Drummond e livro algum mais oportuno que .” E conclui: “Se o problema é o de determinar um novo tempo lírico, não sei. O que sei, e essa nova leitura de ainda mais me convence, é que o modernismo brasileiro atingiu o ciclo final em seu círculo poético. Vive, neste momento, a sua fase clássica.”

Semelhantes considerações impelem-nos a recordar a palavra do crítico espanhol Ricardo Gullón sobre a poética de Jorge Guillén, conforme citação de Eduardo Portella: “Guillén se mantém sempre vinculado a o real, mas também ao consciente. É um poeta de estirpe clássica.” Aqui, igualmente, os poetas desencarnados se mostram extremamente adstritos à realidade, mas também à consciência, entesourando valores e lavores clássicos da mais alta linhagem.

Aliás, antes de Adonias Filho, outro crítico, referindo-se ao vislumbre de novos rumos na Poesia Brasileira, em artigo publicado no “Suplemento Literário” do Diário de Minas, após demonstrar que a orientação seguida pelos renovadores de 1922 é hoje anacrônica e superada, explica, com justeza de conceituação, que “cuidam pouco entre nós do problema, conteúdo e forma, embora não seja esta uma questão nova e apesar de ter sido reatualizada no Brasil por força mesmo da situação atual da poesia brasileira. Vivemos exatamente um período de esgotamento de um clima literário determinado — marcado pelo formalismo — em que todos sentem a necessidade da procura de um novo rumo.”

Entre os admiráveis sonetos, não faltaram aqueles mestres da redondilha maior, alguns troveiros de valor que, encarnados, por certo pertenceriam à Academia Brasileira de Trova.

Outro fato digno de menção. Quase todos os poetas nos trouxeram produções de caráter superior às que deixaram no plano físico. Ao que parece, foi Djalma Andrade quem primeiro observou isso, falando sobre alguns poetas que ele conhecera e que figuram no Parnaso. Apesar disso, não se apoquentam mais por se afastarem, vez por outra, dos ditames rígidos da forma fixa, qual observará o próprio leitor em algumas nótulas de rodapé. É que, desencarnados, compreendem os poetas quão inútil o apego excessivo à forma, com prejuízo da essência. Por isso mesmo, voltam, agora, com um parnasianismo construtivo, sublimado, bem diferente daquele de Gautier:


L’oeuvre sort plus belle

D’une forme au travail

Rebelle,

Vers, marbre, onyx, émail


ou daquele de Bilac:


Invejo o ourives quando escrevo:

Imito o amor

Com que ele, em ouro, o alto-relevo

Faz de uma flor.


Nem tão-pouco chegam ao exagero de repetir a cantiga do sapo-tanoeiro de Manuel Bandeira:


Vede como primo

Em comer os hiatos!

Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.


Enriquecidos pelo conhecimento superior da Doutrina Espírita, não se prendem à beleza formal tão somente, atendo-se mais à excelência do fundo, como que a evidenciar que o conceito de “arte pela arte” persiste, mas sob novas diretrizes temáticas, graças ao influxo, sem dúvida, de novas vivências.

Evitando a prolixidade, limitamo-nos a fazer pequenas transcrições de poesias da obra terrena dos poetas, deixando que o leitor consulte os poemas integrais nas fontes de origem.

E há-de maravilhar-se, naturalmente.

Em alguns casos — e são muitos deles assim — verá que os poetas comprometidos com a Lei de Causa e Efeito, por escritos pouco edificantes que deixaram na Terra, voltaram com poemas que são respostas autênticas a todas as dúvidas que lhes acicatavam as almas de desesperançados, atualmente em luta respeitável para dissipar as nuvens de sombra forjadas por eles mesmos.

Só por isso, aliás, teria esta Antologia um valor inestimável. A tentativa de anular os males que estendemos pela palavra escrita em novas existências consagradas à palavra escrita, às vezes com reduzido resultado, conseguem os poetas desencarnados começá-la desde agora, antes de novo renascimento na Terra, atraindo as vibrações de encorajamento e simpatia de que todos somos necessitados para a ascensão do espírito.

Antes que terminemos nossas modestas considerações, queremos agradecer a quantos colaboraram para a consecução da presente obra, principalmente os que se empenharam na busca às fotografias dos vates que figuram aqui, (não incluída na versão eletrônica) e os que nos facilitaram a obtenção de alguns dados biobibliográficos.

Não temos a ousadia de afirmar que esta obra se ache escoimada de senões. Tudo fizemos, porém, para que se reduzissem ao mínimo, a fim de que o leitor, em lhe recolhendo os magníficos versos, chegue, mais uma vez — e isso sem qualquer ideia de proselitismo da nossa parte —, à conclusão de que precisamos estudar Allan Kardec, qual o fizeram os poetas redivivos nestas páginas que nos levantam o raciocínio e reconfortam o coração.



Uberaba, 3 de Outubro de 1962.

(Ano do 30º aniversário de publicação do “Parnaso de Além-Túmulo”.)



“A imortalidade da alma é uma coisa que nos interessa tanto que nos toca tão profundamente, que seria preciso ter perdido todo o sentimento para deixar-se ficar indiferente, sem saber o que há a respeito.” (Pascal, Pensamentos, trad. de Sérgio Milliet, Difusão Europeia do Livro. S. Paulo, 1957, pág. 95.)

Andrade Muricy — “Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro”, Vol. 1, Departamento da Imprensa Nacional. Rio de Janeiro, 1952, pág. 13.

Obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada pela Editora da FEB, e cuja primeira edição foi lançada precisamente em 1932.

Augusto dos Anjos — “Eu e Outras Poesias”, Bedeschi, 19ª edição, Rio de Janeiro, s.d., págs. 67-88.

Agrippino Grieco — “Evolução da Poesia Brasileira”, Livraria José Olympio Editora. Rio de Janeiro, 1947, 3ª ed., pág. 125.

Segundo esse autor, o antologista seria qual “um infeliz que inicia a sua tarefa com o triste pressentimento de que, faça o que fizer, vai desagradar a muitos, e ninguém — ele muito menos — ficará satisfeito uma vez concluída a obra.” (Citado por Edgard Cavalheiro, in “Maravilhas do Conto Inglês”, Editora Cultrix, 1957, págs. 10-11.)

Veja-se Miguel Timponi, “A Psicografia ante os Tribunais”, Federação Espírita Brasileira, 4ª ed., págs. 68-69.

Adonias Filho — “O Clássico Drummond”, in “Jornal do Commercio”, Rio de Janeiro, 26 de Junho de 1960.

Aliás, será justo se consigne que no livro de Carlos Drummond de Andrade — “Lição de Coisas” —, lançado pela Livraria José Olympio Editora, do Rio de Janeiro, em 1962, aparece a seguinte “Nota da Editora”, à pág. 10: “O poeta abandona quase completamente a forma fixa que cultivou durante certo período, voltando ao verso que tem apenas a medida e o impulso determinados pela coisa poética a exprimir. Pratica, mais do que antes, a violação e a desintegração da palavra, sem entretanto aderir a qualquer receita poética vigente. A desordem implantada em suas composições é, em consciência, aspiração a uma ordem individual.”

Eduardo Portella — “Dimensões II”, Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1959, pág. 57.

Fritz Teixeira de Salles — “Novos Rumos da Poesia”, in “Diário de Minas”, Belo Horizonte, 22 de Janeiro de 1956.

Veja-se Miguel Timponi, Op. cit., pág. 310.



Elias Barbosa
Francisco Cândido Xavier

Ouve

Escuta! Enquanto a paz da oração te domina,

Qual melodia excelsa, a fremir, doce e mansa,

Há quem padeça e morra à míngua de esperança,

Rogando amparo, em vão, no lençol de neblina.


Ouve! A sombra tem voz que clama e desatina…

É a provação que ruge… A dor que não descansa…

Desce do pedestal da fria segurança,

Transfigura a bondade em fonte cristalina.


Estende o coração!… Serve, instrui, alivia…

Das sementes sutis de ternura e alegria

Prepararás, agora, o jardim do futuro…


Um dia, voltarás à pátria de onde vieste

E apenas colherás na luz do Lar Celeste

O que dás de ti mesmo ao solo do amor puro.


Adolfo Oscar do AMARAL ORNELLAS — Prosador, poeta e teatrólogo, Amaral Ornellas foi, por sete anos consecutivos, secretário da revista “Reformador”, órgão da Federação Espírita Brasileira, e membro da Comissão de Assistência aos Necessitados dessa mesma Casa. Vice-presidente do “Grupo Espírita Fé, Amor e Caridade Agostinho”, instituição de amparo aos doentes do corpo e da alma. Homem bom e extremamente caridoso, deixou, como médium receitista, um nome benquisto por milhares de beneficiados. Na Diretoria de Estatística Comercial foi funcionário distinto e exemplar. Teatrólogo, escreveu várias peças admiráveis, uma das quais, “O Gaturamo”, foi premiada pela Academia Brasileira de Letras. “Em suas poesias” — diz Manuel Quintão, à pág, 181 do Reformador de 1918 — “ele canta serena e dignamente as suas emoções, sem cair em delíquio de exuberância, em malabarismo palavroso.” (Rio de Janeiro, Gb, 20 de Outubro de 1885 — Rio de Janeiro, Gb, 5 de Janeiro de 1923.)

BIBLIOGRAFIA: (1ª Série); Poesias (2ª Série); ; etc., além de excelentes trabalhos doutrinários em Reformador e outros órgãos espíritas.



Versos 1:3: Aposiopese — “Espécie de FIGURA definida por Marouzeau como “interrupção da frase por um silêncio brusco, feito para traduzir uma inesperada hesitação ou emoção da pessoa que fala”, …” (Geir Campos, Op. cit.)

de rastros: “rastejando, arrastando-se”. Rastro é variante de rasto, forma de uso corrente entre nós.

Ler em duas sílabas: vies-te.


(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Francisco Cândido Xavier

Ouro

O que sentes agora,

Já sentiste.

O que pensas agora,

Já pensaste.

O que dizes agora,

Já disseste.

E aquilo que desejas

Novamente fazer,

Muita vez já fizeste.


Resguarda, assim, o sonho

De luz e de beleza

Que bebeste na altura,

Para a nova jornada,

Sentindo no amor puro,

Pensando de alma reta e renovada,

Falando com nobreza,

E conservando, em suma, a lei do bem de cor,

A fim de que realizes a bondade

Para a Vida Maior.

Todo berço na Terra é novo marco…

E a alma reencarnada é como a estrela

Refletida no charco.


RODRIGUES DE ABREU (Benedito Luís de Abreu) — Poeta, teatrólogo, educador. Escreveu nos principais jornais e revistas do País. Tendo sido a infância de R. de Abreu uma das mais afanosas, iniciou ele o curso primário em Piracicaba, completando-o em S. Paulo. Depois de muitas reviravoltas por diversos colégios, de outras cidades, regressa o poeta à Capital paulista, onde passa a lecionar. Posteriormente, transfere-se para sua terra natal, desencarnando, mais tarde, em Bauru. Péricles Eugênio da Silva Ramos (, III, t. 1, página
538) classifica R. de Abreu como poeta modernista não “histórico” e acrescenta, adiante, que ele “cultivou uma poesia simples, sentimental e dolorida”. Embora Afonso Schmidt (, pág.
16) o considere “um dos maiores poetas de S. Paulo”, Domingos Carvalho da Silva, “o seu melhor crítico”, diz que RA, como poeta, foi “alto valor que não chegou a realizar-se, mas que manteve sempre a sua individualidade” (. VI, pág. 80). (Município de Capivari, Est. de São Paulo, 27 de Setembro de 1897 — Bauru, Est. de São Paulo, 24 de Novembro de 1927.)

BIBLIOGRAFIA: ; ; ; etc.



Ler assim este verso: “Que o/ ou/ro a/nes/te/si/a”

Leia-se com hiato: pró/prio/ há/li/to.

Ler com hiato em: To/do o/ ou/ro; o / ou/ro; E o/ ou/ro; É o/ ou/ro.

Ler rea-li-zes, com sinérese.

Leia-se E a/al/ma, em três silabas.


(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Francisco Cândido Xavier

Eu só

Eu só e o surdo mundo… 23

O leito me veste em branco.

As cadeiras repousam em branco.

As paredes estão levantadas em branco,

sustentando o teto parado, em branco.

As janelas talhadas em branco

deixam passar o vento gárrulo e brincalhão,

que desliza sem cor.

As cortinas, parecendo longas mãos brancas,

engastadas nos braços rijos da porta,

acenam adeus, em branco.


Eu só e o surdo mundo… 34

Quero fitar os rostos que me cercam,

mas vejo apenas semblantes graves,

semelhantes a camafeus de cobre em placas de alumínio.

Quero gritar o terror do desconhecido,

mas a boca foi trancada pelas chaves da névoa muito branca

que me envolve de todo…

Falam somente em mim as grossas gotas brancas

que me rolam da face.


Eu mudo e o surdo mundo…

Depois de muitas horas da expectativa em branco,

na vazante branca em que ainda respiro,

surge a enchente das sombras.

Tudo crepeia em torno…

Céus! Não sou Deus

que traduz a noite em poema de estrelas,

nem pirilampo humilde que acende a lanterninha lucilante…


Eu cego e o surdo mundo…

Levanto-me, tateio, choro, clamo, esmagado pelas mós invisíveis da escuridão,

por muito tempo…


De improviso, porém, nova luz rasga as trevas, e os fotônios,

que me atingem as pupilas cansadas, dizem-me sem palavras

para que me aquiete,

anunciando, por fim,

que Deus é meu pai

e que a Vida é minha mãe,

guardando-me nos braços,

para sempre, para sempre!


Caetano PERO NETO — Contista, romancista, e poeta do grupo dos “novíssimos”, cursava o 5.° ano da Faculdade de Direito de S. Paulo, quando desencarnou. Nos últimos tempos de ginásio, colaborava nos jornais de Itápolis. Depois encetou a publicação de poesias e contos nos periódicos , , , etc. Orador oficial da Associação Acadêmica “Álvares de Azevedo”, aos 19 anos já “era o representante intelectual do corpo discente da Faculdade” (, pág. 12). Em 1936, foi eleito presidente da referida Associação Acadêmica. Redigiu, com Osmar Pimentel e Mário da Silva Brito, a folha universitária . Participou do movimento intelectual da “Bandeira”, chefiado por Cassiano Ricardo e Menotti del Picchia. Membro da Academia de Letras da Faculdade. Ulisses Guimarães (., página
469) disse que ele “foi um lírico, como tal eminentemente subjetivo”. “Seus poemas,” — escreveu Dulce Salles Cunha (, pág.
229) — “em geral muito pessoais, são quase todos isentos de senões.” (Itajobi, Est. de S. Paulo, 21 de Agosto de 1916 — S. Paulo, Est. de S. Paulo, 23 de Dezembro de 1937.)

BIBLIOGRAFIA: , obra póstuma.



2-5. Observe-se o ricochete nos dois versos: “Pássaro livre, plana, plana…” e “A fonte corre, corre…”

Epanástrofe: “…encarcerando a ideia. /Mas a ideia…” Cf. Dic. Gramatical — Português, Prof. Francisco Fernandes.

Enumeração: “Recurso estilístico, denominado enumeração caótica por Leo Spitzer, e consistente em uma apresentação, quase catalogal, de ideias ou elementos que se sucedem com um máximo de rapidez e fluência, sem prejuízo da qualidade do texto, …” (Geir Campos, Op. cit.)

Dentro dos moldes modernistas, “O Espírito” guarda aquela beleza das coisas transcendentais. “Pólen do Universo — o Espírito” — imagem das mais admiráveis; “soltar a melodia das masmorras de sombra para a festa dos sóis”; “esgarçar as brumas de todas as prisões” — são versos que pelo seu poder imagístico e dinamismo expressivo por si sós revelam a perícia do poeta para contagiar o espírito do leitor com o belo que dimana de seus versos livres. Aliás, Pero Neto preenche a finalidade do poeta: “fixar a beleza que passa”, com a diferença de que ele fixa, agora, a beleza que nunca passará — o Espírito.

23-34. Observem-se, versos mais abaixo, as variantes do antecanto “Eu só e o surdo mundo”.

Digno de nota o gosto obsessivo do poeta pelo vocábulo “branco”, chegando a praticar, quase, a batologia.

Atente-se na dinamização expressiva dada pelo assíndeto.


(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Francisco Cândido Xavier

Obsessor

— “Misericórdia, irmãos!…” — Em súplica, na praça,

O condenado à forca estorcega-se e geme.

A turba aos empuxões — enorme nau sem leme

Abisma-se no mar da violência devassa. 18


O réu chora, maldiz a sentença e ameaça…

O carrasco desdobra espessa corda creme.

Tomba a cabeça irada, o torso rola, treme,

Bamboleando ao clamor da imensa populaça. 22


Mas do corpo suspenso, agora inerte e quedo,

Sai o Espírito em sombra — um salteador sem medo —,

De olhar a reluzir, em lúgubre transporte…


Qual fantasma do crime a destilar vingança,

Segue, em revolta extrema, e intimorato alcança

O implacável juiz que o condenara à morte.


GALDINO Pereira DE CASTRO — Destacado poeta do grupo da e jornalista precoce, Galdino de Castro, formado em Medicina, depois de desistir do curso jurídico, foi clínico e político. Colaborou em vários periódicos da Bahia fundando alguns até mesmo nos tempos colegiais. Dedicou-se ao magistério anos antes de transferir-se para S. Paulo, depois de abandonar a literatura. “Dos livros que anunciava — , , — não publicou nenhum.” (Salvador, Bahia, 18 de Abril de 1882 — S. Paulo, 23 de Agosto de 1939.)



Aliteração em rr.

Suarabácti: “o-b-ses-so”. .

Cf. o soneto “Noturno” (apud Pan. IV, pág.
267) e observe-se que o esquema rimático dos tercetos é idêntico ao de “Na Jaula da Carne”, em que o poeta explica a causa remota da loucura de que, hoje, muitos irmãos nossos são portadores na cela dos manicômios.

estorcega-se: o mesmo que estorcer-se. Note-se o efeito deste verbo.

18-22. Ler com sinérese: vio-lên-cia e bam-bo-lean-do.

Ler sal-tea-dor em três silabas.


(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Francisco Cândido Xavier

Acendalhas

No sepulcro, em desconforto,

Quanta mágoa em Maristela!

A triste, buscando o morto,

E o morto, fugindo dela.


*

Noutra vida, o potentado

Batia, em fúria tremenda…

Hoje é um colono aleijado

Em sua velha fazenda.


*

Era paixão incomum…

No entanto, o tédio, depois,

Trouxe morte para um

E obsessão para dois.


*

Leontina, sempre enganada,

De tão vaidosa e faceira,

Embora desencarnada,

Não se desfaz da caveira.


*

Queria tanto conforto,

Carícias, redes e abanos,

Que mesmo depois de morto,

Dormiu por duzentos anos.


*

Sentava-se em mesa de ouro,

Passava fome por vício,

Mas deixou todo um tesouro

Na fossa do desperdício.


*

Outrora, sabia tudo,

Era um homem de apogeus.

Agora, é um doente mudo,

Rendendo graças a Deus.


AMÉRICO Augusto de Sousa FALCÃO — Fez os estudos primários e secundários em João Pessoa, formando-se, em 1908, pela Faculdade de Direito do Recife. Redator de e diretor da Biblioteca Pública do Estado da Paraíba. Sócio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. “Poeta magnífico,” afirma Edgard Rezende (, pág.
179) — “produziu composições impregnadas de lirismo suave e encantador.” Era-lhe, porém, a trova um dos gêneros prediletos, e Luiz Pinto (, pág.
23) afirma ter sido ele, A. Falcão, “um repentista temido e de incomparável fecundidade”, a manejar com inteligência a sátira, sua insuperável arma de combate. (Praia de Lucena, Município de Santa Rita, Paraíba, 11 de Fevereiro de 1880 — João Pessoa, Paraíba, 9 de Abril de 1942.)

BIBLIOGRAFIA: ; ; ; etc.



Leia-se com hiato: Fe/bre/ al/ta.

“Tanta… /Tanta…”: Anáfora — “Nome dado à FIGURA que resulta quando se repete a mesma palavra ou frase no começo de vários 5ERSOS, …” (Geir Campos, Op. cit.)

Anáfora. Cf. nota anterior deste capítulo.

“… o jardim,/ O jardim…”: Anadiplose — “Nome dado à FIGURA que resulta quando se repete no começo de um VERSO a palavra ou frase final do verso anterior, …” (Geir Campos, Op. cit.)

Leia-se com hiato: pa/ra/ um.

Quanto à palavra “o-b-ses-são”, .


(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Francisco Cândido Xavier

Esse pequeno…

Deus te abençoe o gesto de carinho,

Alma da caridade, branda e pura,

Pela migalha de ventura

Aos tristes do caminho.


Deus te abençoe a refeição sem nome

Que trazes, cada dia,

Aos cansados viajores da agonia

Que esmorecem de fome.


Deus te abençoe a roupa restaurada

Com que vestes, contente,

A penosa nudez de tanta gente

Que vagueia na estrada!…


Deus te abençoe a bolsa de esperança

Que abres, a sós, sem que ninguém te espreite,

Para a gota de leite

Destinada à criança…


Deus te abençoe o pano do lençol

Com que envolves, em doce cobertura,

Os enfermos que choram de amargura,

À distância do sol.


Deus te abençoe, por onde fores,

E te conserve as luzes

Em que extingues, removes ou reduzes

Os problemas, as lágrimas e as dores!


Deus te abençoe a fala humilde e santa,

Com que aplacas a ira

Da calúnia, do escárnio, da mentira,

Na frase que perdoa e que levanta.


Caridade, que o teu nome ressoe,

Pleno de amor profundo,

E por tudo o que fazes neste mundo,

Deus te guarde e abençoe!…


IRENE Ferreira de SOUSA PINTO — Poetisa de fino talento e bela inspiração. A seu respeito, diz Enéas de Moura (., pág. 97): “Começou seus estudos no Colégio Florence, de Jundiaí, e os terminou no Sion, de São Paulo. Colaborou na ; foi a criadora das crônicas sociais do .” Contista, escreveu na , e em 1921 estreava como romancista, publicando . No Cemitério da Consolação, de S. Paulo, os filhos da poetisa erigiram-lhe um túmulo, onde gravaram o belíssimo soneto “Último Desejo”, de autoria dela. (Amparo, Estado de São Paulo, 8 de Abril de 1887 — Rio de Janeiro, Gb, 21 de Maio de 1944.)

BIBLIOGRAFIA: ; ; , contos; etc.



Leia-se com hiato: A/ ár/vo/re.

Epímone — Cf. .

Aliteração em p.

Ler com hiato: sa/be/ on/de e, no verso seguinte É/ ór/fão.

Poliptoto: “Quantas…/Quanta…/ Quanto…”

Epímone — Cf. .

“Se o Céu quisesse podia.” Entenda-se: se a Espiritualidade Maior indicasse…

Leia-se in-fi-el, com diérese.

Epímone — Cf. .

Ler via-jo-res, com sinérese.

Note-se a mestria com que a poetisa se serve do cólon “Deus te abençoe…”. — Cólon: “Expressão usada pelos preceptistas gregos para designar um MEMBRO MÉTRICO qualquer, repetido no poema sempre com as características métricas e rítmicas, …” (Geir Campos, Op. cit.)

Ler com hiato: Com/ que a/pla/cas/ a/ i/ra.

Essa é a 2ª lição do livro “Antologia Mediúnica do Natal”, editado pela FEB em 1966.


(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Francisco Cândido Xavier

Romance

No vetusto solar da longínqua Provença,

Ao pajem disse a dama, ante pálida lua:

— “Nunca te esquecerei!… Sou tua, sempre tua!…”

No outro dia, porém, deu-lhe escárnio e descrença.


Relegado no campo ao suor da charrua,

Entre a mágoa do amor e a humilhação da ofensa,

O jovem busca a morte… A morte, em sombra imensa,

Endoidece-lhe o sonho e a vida continua…


Mais tarde, a castelã parte igualmente e, ao vê-lo,

Desgrenhado e infeliz, no infeliz pesadelo,

Implora outra existência à Bondade Divina…


Hoje, mãe triste e pobre, em lágrimas no arado,

Aconchega no colo um menino entrevado

Que a doença consome e a loucura domina.


JÚLIA CORTINES Laxe — “Júlia Cortines” — diz Péricles Eugênio da Silva Ramos (. III, pág.
246) — “é uma das poetisas selecionadas por Valentim Magalhães para figurarem na parte antológica de (1870-1895). Sua poesia afigura-se realmente parnasiana, de um comedimento e boleio de frase semelhante ao de Francisca Júlia.” É ela, segundo afirma o poeta e ensaísta Darcy Damasceno (, III, t. 1, pág. 376), quem “abre o desfile dos epígonos parnasianos”. Sentimento, emoção, cuidado da forma, beleza expressional e correção métrica caracterizam-lhe os poemas, levando José Veríssimo a compará-la à célebre poetisa italiana Ada Negri (E. Werneck, , Pág. 507). (Rio Bonito, Estado do Rio, 12 de Dezembro de 1868 — Desencarnou em 19 de Março de 1948.)

BIBLIOGRAFIA: ; ; .



Ler com sinérese: vee-men-te.

Leia-se com hiato: com/ cer/te/za/ e/ra.

Para que possamos observar o gosto da poetisa para a alusão a nomes célebres, quer mitológicos quer da vida real, cf. o soneto “A Vingança, de Cambises” (apud Pan. III, págs. 246-247).

Epímone — .

Epizeuxe — “Nome dado à FIGURA que resulta quando se repete a mesma palavra, sem intervalo,…” (Geir Campos, Op. cit.)

Epímone — .


(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Francisco Cândido Xavier

Missiva ao companheiro

Toda vitória insensata,

Além, na Luz Infinita,

Tem gosto de patarata

Que não sofre contradita.


O orgulho é a velha bravata

Que a morte desfaz sem grita,

Deixando mofo e sucata,

Revolta, choro, desdita…


Somente a vida correta,

Guardando Jesus por meta,

Faz a estrada livre e enxuta.


Se não queres a derrota

Da ilusão que abraça e enxota,

Trabalha, edifica e luta.


ALFREDO José dos Santos NORA — Após estudar Engenharia até o 4° ano do curso, Alfredo Nora abraçou a carreira de funcionário da Central do Brasil. Poeta e jornalista brilhante, colaborou em várias revistas e jornais. “Conquanto fosse um poeta essencialmente lírico,” — escreveu seu amigo Jorge Azevedo (Estado de Minas de 24-9-1
961) — “possuía, sempre afiado, o estilete da sátira. E, nos seus momentos de euforia espiritual, gostava de perfilar a família em versos leves e humorísticos. E gostava, também, e muito, de escrever a amigos cartas em versos.” (Município de Piraí, Estado do Rio, 18 de Novembro de 1881 — Desencarnou em 13 de Novembro de 1948.)


: Ei-lo… o Espírito… — “um pronome pessoal ou o demonstrativo átono o, explicados em seguida por uma espécie de aposto:


“Os homens não são dignos nem de ouvi-las,

As queixas do infeliz

(Garrett, Camões, c. III, XXI, in Sousa da Silveira, L.: 278.)



O poeta refere-se à palavra do doutrinador.


(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Francisco Cândido Xavier

Carma

… E estou preso à memória — horrendo pelourinho… 15

É o passado a bramir… Emoções e lugares…

Ódio, aflição, amor… Insano torvelinho…

Casam-se riso e pranto em sonhos e avatares.


O tempo — velho tempo —, o lúgubre adivinho, 19

Revolve-me no ser as ânsias e os pesares…

Acusa-me feroz e fere-me, escarninho,

Atando-me aos grilhões de angústias invulgares.


Se guardo além da morte a máscara serena,

Trago no coração a dor que me condena,

Ante a sombra que fui, tangendo a vida a esmo.


A consciência exuma as transgressões remotas

E o clarim do dever repete em largas notas:

— Ninguém foge do mal que plantou por si mesmo.


Antônio FÉLIX DE BULHÕES Jardim — Tendo concluído, com 20 anos, o curso de Direito na Faculdade do Estado de S. Paulo, Félix de Bulhões ocupou diversos cargos na magistratura goiana, chegando a desembargador. Poeta, jornalista e político, fundou várias publicações, dentre outras, , e , onde expunha as ideias de liberal e autêntico antiescravagista. “Muitas vezes” — di-lo o Dr. Jerônimo de Morais, Discurso…, pág. 7 — “os seus períodos eram cortantes como o bisturi dos cirurgiões, quando esvurmava as chagas sociais, ou se convertiam em látegos cruéis com que fustigava os adversários desleais…” (Goiás, 28 de Agosto de 1845 — Goiás, Est. de Goiás, 29 de Março de 1887.)

BIBLIOGRAFIA: .



Epímone — .

Suarabácti : “i-g-no-ta”. .

Aliteração em l.

Antítese: Umbral — Páramos de Cima.

Descrição magistral das paisagens umbralinas, que, segundo as instruções de Amigos Espirituais, começam na crosta terrena.

15-19. Excelentes imagens: memória, horrendo pelourinho e o tempo, lúgubre adivinho. Cf. o soneto “A Vida Humana” (apud Veiga Netto, Antologia Goiana, pág. 179), 1º verso: “…é um mar que embala e que espedaça…”

Ler com hiato: vi/da a/ es/mo.


(Psicografia de Waldo Vieira)



Francisco Cândido Xavier

Arma onipotente

Ei-la a estrugir na ideia!… Alçada com lisura,

Reflete os dons de Deus, ergue, educa e domina!…

Tesoura, corta os véus literais da Escritura!

Cinzel, grava os anais da Justiça Divina!


Aguilhão, tece o fio imortal da cultura!

Lança, retalha o corpo estranho da rotina!

Clava, reduz o grés do mal a cinza escura!

Broca, rompe os grilhões da expiação ferina!


Pincel, tinge os painéis ridentes da bondade!

Chave, fende os portais ocultos da Verdade!

Palheta, fere, em lira augusta a paz serena!


Homem, caminha além! Pompeia, em verso e prosa,

O altívolo espadim da expressão luminosa

A brilhar-te nas mãos sob a forma de pena!…


TOBIAS BARRETO de Menezes — Chefe da chamada “Escola do Recife”, o poeta condoreiro de deixou uma obra vasta e imponente. Para Exupero Monteiro, da Academia Sergipana de Letras, “Tobias foi um poeta de grandezas e ternuras”, salientando que “a dúvida religiosa foi uma das constantes da sua amargurada existência” (, pág. 30). Cultura polimórfica e profunda, escreveu sobre Filosofia, Direito, Literatura, Música, “abrindo novos caminhos à vida espiritual do País”, no dizer de Edgard Cavalheiro. Figura de destaque na Faculdade de Direito do Recife. Lente da Universidade Livre, de Francfort, em 1881. Patrono da cadeira n° 38, na Academia Brasileira de Letras, pertenceu, ainda, ao Instituto Arqueológico e Geográfico Pernambucano. Esforçado paladino da imprensa, colaborou em vários periódicos do Recife, tendo fundado e redigido muitos outros. Orador, crítico, polemista e perfeito conhecedor de meia dúzia de línguas, Armindo Guaraná considerou-o “o maior dos sergipanos pelo talento e pela erudição”. (Campos, atual Tobias Barreto, Est. de Sergipe, 7 de Junho de 1839 — Recife, Est. de Pernambuco, 26 de Junho de 1889.)

BIBLIOGRAFIA: ; ; ; etc.



Feliz emprego do verbo rosnar, depois de retumbar o funesto alarido.

Anáfora: “Pára!” — no começo de 5 versos.

Excelente estudo do livre arbítrio humano e do determinismo das Leia Divinas, realçado pela conhecida tendência filosófica do Autor.

Note-se o clímax : “ergue, educa, domina!…”

Das numerosas imagens que se desdobram do primeiro ao último verso, esta, sem dúvida, é realmente magnífica: “Lança, retalha o corpo estranho da rotina!”


(Psicografia de Waldo Vieira)



Francisco Cândido Xavier

Espera, espera…

Sorve a taça de pranto a descoberto,

Minha doce rainha desterrada;

Se a neblina da noite ensombra a estrada,

A luz da aurora fúlgura vem perto…


Choras de olhar cansado no deserto,

Choro fitando a abóbada estrelada,

Sofres, alma querida, reencarnada,

Meus anseios de Espírito liberto…


Clamas por fé… Minhalma te responde…

Ouves a minha voz não sabes de onde,

— Clarão de amor na névoa fugidia!…


Vence a grande aflição… A primavera

Chegará vitoriosa… Espera, espera…

Esperar é o meu pão de cada dia.


LÍVIO BARRETO — De origem humilde, caixeiro e, mais tarde, modesto guarda-livros, Lívio Barreto foi um artista emérito do verso. Era, segundo Mário Linhares, “o de mais viva originalidade” do grupo da “Padaria Espiritual”, famosa entidade literária de Fortaleza, da qual foi ele, L. Barreto, um dos fundadores, tomando o pseudônimo acadêmico de Lucas Bizarro. Artur Teófilo (, órgão da Padaria Espiritual, 15 de Outubro de 1
895) informa que LB teve na vida uma paixão que o acompanhou, mais e mais insistente, até à morte. E acrescenta: “Toda a obra literária de Lívio Barreto não é mais que o diário escrito dessa infeliz paixão, que tão implacavelmente o torturou, impressionando-o muito, roubando-lhe a energia…” No , de Fortaleza, estampou “formosíssimos versos de uma suave melancolia a que decerto não era estranha essa por quem, longe da Pátria, ele ansiava ardentemente” (). Era funcionário da “Companhia Maranhense de Navegação a Vapor” quando, moço ainda, desencarnou fulminado por uma congestão cerebral. É patrono, na Academia Cearense de Letras. (Distrito de Ibuaçu, Município de Granja, Ceará, 18 de Fevereiro de 1870 — Camocim, Ceará, 29 de Setembro de 1895.)

BIBLIOGRAFIA: .



Leia-se vio-len-to, com sinérese.

Poliptoto: “Choras… / Choro…”


(Psicografia de Waldo Vieira)



Francisco Cândido Xavier

Cântico fraterno

Três estrelas que o céu guarda e emoldura,

Descem, descem, velozes pelo espaço,

Seguem reunidas por divino laço,

Buscando a Terra além, magoada e escura…


Pousam, enfim, na gleba áspera e dura,

Luzes varando o serro triste e baço,

E avançam, refletindo, traço a traço,

A projeção de sol da imensa altura…


A quem vão socorrer na senda humana?

Sob a pálida luz da lua cheia,

Para onde marcha a excelsa caravana?


Descem, agora, as três, aquém do monte,

E abraçam pobre mãe que ora e pranteia,

Em gelado desvão de velha ponte…


JOÃO DE DEUS Ramos — De origem humilde, João de Deus bacharelou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1859, exercendo brilhantemente o jornalismo e o magistério, sendo considerado um verdadeiro apóstolo da instrução. “É um lírico inimitável” — dele diz Mendes dos Remédios (, pág.
586) — “e o mais espontâneo e genial burilador da poesia portuguesa. Nunca ninguém teve a arte de dizer coisas mais belas em frases tão simples.” (S. Bartolomeu de Messines, Algarve, Portugal, 8 de Março de 1830 — Lisboa, 11 de Janeiro de 1896.)

BIBLIOGRAFIA: a) do homem terreno: ; ; ; , etc.; b) do poeta desencarnado: , pelo médium Francisco Cândido Xavier.


: Num esquema estrófico peculiar ao poeta, observe-se o magnífico efeito do ricochete no terceiro verso de cada estância, com o quebrado ao fim de cada pensamento expresso, como numa das estrofes de “A Vida” (apud M. dos Remédios, Op. cit., pág. 675), que vamos transcrever:


“Que é desses cabelos de oiro

Do mais subido quilate,

Desses lábios de escarlate,

Meu tesoiro!”



27-31-35. Ler com hiato: “Ser/ve, a/ju/da,/ an/da,/an/da”; “O ou/vi/do/ que/ ou/ve,/ ou/ve”; “Do/a a/ to/dos,/ u/sa,/u/sa”.

Leia-se numa silaba: Com os (Ectlipse).

Anáfora: “Canta…/Canta…”.

Cf. nota anterior. Observe-se, ainda, a beleza desse verso leonino.

Além da anáfora, note-se a epanalepse: “Vibra o Sol, em raios vibra”.

Além da epanadiplose, observe-se o ricochete. — Epanadiplose: “Nome dado à FIGURA que resulta quando se repete a mesma palavra ou frase no começo de um VERSO e no fim do seguinte, …” (Geir Campos Op. cit.) Ricochete: “Espécie de ECO repetindo a mesma palavra, …” (Idem, Ibidem.)

Sente, irmão, sente o perfume,”: Mesarquia — .

Onde-aonde. No Roteiro Literário do Brasil e de Portugal, vol. I, pág. 48, nota 5, lê-se: “onde: aonde. Nos melhores autores, antigos ou modernos, não se observa, em geral, a distinção entre onde e aonde que os gramáticos acham ser de rigor.”

Atente-se na beleza da repetição intencional dos verbos, nos dois versos iniciais de cada estrofe, em que várias figuras se sucedem harmonicamente, como, por exemplo, epanadiplose na 3ª e 4ª estrofes, epanalepse, no 2º verso da 3ª estância. Além disso, observe-se a plasticidade dos versos quebrados que, sobre encantar pelo boleio do ritmo, instruem pela essência doutrinária que o poeta consegue imprimir com rara felicidade.

A repetição enfática de descer, constituindo belíssima epizeuxe dá ideia da velocidade com que as três estrelas varam o espaço, buscando a Terra, além…

Aliteração em l.

Sempre preso àqueles assuntos de simplicidade que caracterizaram sua poética, JD, neste soneto, revela-se continuar sendo sempre o João de Deus do Campo de Flores, suave, terno, imensamente poeta.


(Psicografia de Waldo Vieira)



Francisco Cândido Xavier

Matinada

Ampla luz se desnastra, onda por onda,

Desponta a madrugada purpurina…

O carreiro das lágrimas termina,

Minha alma acorda, anseia, indaga, sonda…


Subo, encantado e pasmo… A etérea ronda

Das estrelas, na abóbada divina,

Lembra flores, em monte, na campina

Que o Eterno Lavrador cultiva e esmonda…


A saudade aparece… O peito chora…

Gaturamo rompendo os véus da aurora,

Onde encontrar meu ninho nesses ramos?


Torno à Terra, em soluços de alegria!…

Bendito seja Deus que nos confia

O amor por céu na luz do lar que amamos!


LUÍS Caetano Pereira GUIMARÃES JÚNIOR — Poeta, jornalista, contista, comediógrafo, formou-se em Direito pela Faculdade do Recife, em 1869, depois de iniciar os estudos na Faculdade de S. Paulo, seguindo a carreira diplomática. Foi adido à legação brasileira no Chile, em Londres e em Roma, além de haver exercido as funções de secretário de legação em Lisboa. Aposentou-se no cargo de ministro plenipotenciário, na 5enezuela. Sócio de várias Associações culturais do Brasil e do estrangeiro, foi fundador da cadeira n° 31 na Academia Brasileira de Letras. Ronald de Carvalho (, págs. 287-288), ao estudar a poesia de Luís Guimarães Júnior, acentuou que “as notas descritivas predominam, geralmente, sobre as subjetivas, o artista sobreleva ao poeta, e o pintor se avantaja ao filósofo”, acrescentando, adiante: “Há nos seus painéis um laivo de ternura discreta, um sentimento de melancolia muito particular.” Prefaciando-lhe , Fialho de Almeida chamou-lhe “o Massenet do soneto” (Iracema G. Vilela, , pág. 110). (Rio de Janeiro, Gb, 17 de Fevereiro de 1845 — Lisboa, 19 de Maio de 1898 *.) — (*) Veja-se , Revista Ilustrada de Portugal e do Estrangeiro, Lisboa, 30 de Maio de 1898, pág. 128.

BIBLIOGRAFIA: ; ; ; ; etc.


: Neste soneto primoroso, o Autor se identifica perfeitamente, não apenas pela forma, em tudo semelhante ao que produziu quando encarnado, mas sobretudo pelo fundo. Vejamos alguns versos de uns poucos sonetos do artista de Corimbos. Comecemos pelo “Noite Tropical” (apud Pan. III, pág. 24):


“Dorme a fazenda: — apenas hesitante

A voz do cão, em uivos assustados,

Corta o silêncio, e vai nos descampados

Perder-se como um grito agonizante.” (2º quarteto.)


Em “Madrugada na Roça” (id., pág. 25), é interessante o 1º quarteto:


“Dentro da sombra matinal os campos

Riem-se ao fresco pranto da alvorada,

Sobre a planície verde e rociada

Voa o bando dos tardos pirilampos.”


Cf., ainda, “Paisagem” (id., pág.
26) e observemos o ritmo dos versos quase que sublimes.

Por fim, em “Idade Média”, vejamos o último terceto:


“— Penso que um dia nos azuis espaços,

Livre afinal do mundo e dos teus braços,

Minha alma voará como a andorinha.”


Atentemos, ainda, no esquema rimático usado: abba para os quartetos (o preferido pelo poeta, inclusive em “Visita à Casa Paterna”, “Noite de São João”, “Soneto Romântico”, “Veneza” e outros sonetos) e para os tercetos o mesmo de “Veneza”, “Idade Média”, “A Borralheira”, etc. As rimas auditivas (tece c/ cresce, espaço c/ passo, prece c/ messe, sanhaço c/ escasso) não eram estranhas ao autor, que soube tão bem servir-se de rimas até imperfeitas, como por exemplo: bela c/ compreendê-la, “resvela” por resvala, em “Noite de São João”, dela c/ estrela e bela, em “Madrugada na Roça”, secreto c/ soneto, em “A Borralheira”.

Sobre o verbo volitar, .


(Psicografia de Waldo Vieira)



Francisco Cândido Xavier

Depois da tormenta

Singram mares do Cosmo as barcaças airosas…

Eis a frota do Sol a vogar pelo espaço…

Os tufões siderais marcam vivo compasso,

Sinfonia de luz a envolver nebulosas…


Mostra a Terra à distância o perfil rude e baço

Da mantilha sutil de cortinas gasosas…

E na altura onde estou sinto ânsias saudosas,

Tristes dardos lembrando a amargura e o cansaço.


A beleza do anil a exornar cada canto

É qual prece de amor que se eleva e se espalma

Pelo empíreo estrelado em fulgor sacrossanto.


Não duvido, meu Deus, na certeza de agora!

Sim! Meu corpo vivia inundado de alma

Como o dia de névoa esmaltado de aurora!…


Cresce a lousa sombria a embuçar o horizonte…

O pincel do corisco a explodir ansiedade,

Escrevendo com luz, proclama a tempestade,

E estrondeia o tambor do trovão pelo monte…


Caí a chuva a rugir por mil bocas de fonte…

Verte, foge e me impele à oração da saudade…

Sou agora ave exul na bonança que invade

A Natureza erguida à paz de ninho insonte.


Reencontrei o fanal da esperança perdida

E canto a exaltação do júbilo fecundo

De quem achou na morte a grandeza da vida.


Louvada seja a dor que a tudo eleva e acalma!

Bendito seja Deus, surgindo, mundo a mundo,

Por sol de céu em céu, por amor de alma em alma!…


Desde o astro primeiro exposto à Imensidade,

Na pauta da grandeza, o Regente Divino,

Num misto de beleza, alegria e bondade,

Fez os mundos e os sóis como notas de um hino.


Deu tons ao vento agreste e fala à tempestade,

Rumor ao fogo estranho e voz ao mar leonino…

A eterna melodia a tudo atinge, invade

E sonoriza a paz nas claves do destino.


Mas o homem, só ele, era mudo e expectante…

Eis, porém, que o Criador premiu-lhe a fonte inculta

E o pêndulo da vida inflou-lhe o peito arfante.


Se a dor te envolve o passo em sombra malfazeja,

Sente Deus em ti mesmo e, em prece viva, ausculta

O ritmo do amor que o coração harpeja!…


EUGÊNIO Júlio SAVARD de Saint-Brisson — Poeta espontâneo, de vastos recursos e profunda emotividade, “caráter bondoso e coração terno”, Eugênio Savard bem cedo encontrou o termo de uma existência de desventura e sofrimento. Matriculando-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, não pôde terminar os estudos, por falta de recursos e em razão de seu precário estado de saúde. Grave neurastenia tomou conta do seu organismo, já debilitado pelo trabalho excessivo. Em busca de alívio aos padecimentos, esteve em Portugal, onde fez amizade com o brilhante orador e poeta português Silva Gonçalves, que escreveu, em memória de E. Savard, o livro , no qual, apreciando o vate brasileiro pelo seu merecimento literário, pôs em destaque “as suas qualidades poéticas, o seu fino temperamento artístico, os requintes de cinzelamento, com que aprimorava a forma, e o sentir, que fazia transparecer nas suas composições” (, página 8 da 2ª parte — “Juízo sobre Eugênio Savard”). O primoroso autor do soneto “Camões naufragado em Cambodge” foi igualmente músico, “delicioso compositor e ardente entusiasta de Verdi” (, pág. 24). (Estado do Rio, 13 de Novembro de 1865 — Niterói, Est. do Rio, 1º de Dezembro de 1899.)

BIBLIOGRAFIA: ; dois poemetos: e ; etc.


: Transcrevamos de “Dois Crepúsculos” (apud Asas, 2ª Parte, pág.
22) o último terceto, que nos parece haver suscitado este inimitável “Sim!… Senão vejamos:


“Dormes tranquila, natureza, certa

De que te acordas na manhã seguinte:

E a vida… nunca, nunca mais desperta!”


Digno de nota, no soneto “Sim!…, a virtuosidade do poeta. Com efeito, todos os versos são acentuados na 3ª, 6ª, 9ª e 12ª sílabas, ou seja, com ND (números distributivos) 3-6-9-12 e NR (número representativo) 3, 3, 3, 3.



A aliteração em s sugere, com efeito, que as barcaças airosas singram mares do Cosmo.

Leia-se com hiato: sin/to/ ân/sias.

Duas leituras para este verso:) Sim!/ Meu/ cor/po/ vi/via i/nun/da/do/ de/ al/ma;) Sim!/ Meu/ cor/po/ vi/via/ i/nun/da/do/ de al/ma.

Todos os verbos deste quarteto caracterizam-se por vigorosa expressão: “embuçar o horizonte”. “explodir ansiedade”, “escrevendo com luz”, “estrondeia o tambor do trovão”. Observe-se, ainda, a aliteração em t e tr.

Hipérbole: rugir por mil bocas de fonte.

Note-se o adensamento da ação verbal, pela sucessão de três verbos: “Verte, foge e me impele à oração da saudade…”

Usando da figura poética — diástole ou alongamento (Ancípite), o poeta escreveu exul.

Leia-se reen/con/trei, com sinérese.

Novamente, aliteração em t.

Ler assim este verso: “Mas/ o/ ho/mem/ só/ e/le e/ ra/ mu/do e ex/pec/tan/te.”


(Psicografia de Waldo Vieira)


Citação parcial para estudo, de acordo com o artigo 46, item III, da .


Francisco Cândido Xavier

Posfácio

Não poderíamos encerrar esta Antologia sem que traçássemos, a largas pinceladas, pelo menos, um escorço biobibliográfico dos medianeiros da presente obra.

Assim sendo, alinhamos, em seguida, breves notas biobibliográficas dos prezados companheiros Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.


FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER — Médium veterano da Doutrina Espírita; no Brasil. Filho de João Cândido Xavier e de D. Maria João de Deus, desencarnados em 1960 e 1915, respectivamente.

Fez o curso primário em Pedro Leopoldo, Minas, onde nasceu. Vivendo num lar muito pobre, entrou a trabalhar, ainda menino, numa fábrica de tecidos. Mais tarde, foi caixeiro de armazém. Funcionário público federal, desde 1933.

Em 1932, publicou, por intermédio da Federação Espírita Brasileira, o , primeiro livro de suas faculdades mediúnicas e já em sétima edição, mantendo-se em atividade, até agora, com uma bagagem de mais de setenta livros medianímicos lançados a lume [até o ano de 1962], vários deles vertidos e publicados em Castelhano e em Esperanto.

Dos romances recebidos por Chico Xavier, alguns foram representados em teatro; foi radiofonizado pela antiga Rádio Clube do Brasil (hoje, Rádio Mundial), e três deles mereceram o televisionamento através da TV-Itacolomi, de Belo Horizonte.

Residiu o médium em Pedro Leopoldo, até Dezembro de 1958, transferindo-se para Uberaba, Minas, em Janeiro de 1959, onde prossegue com o mesmo calor de ideal, na tarefa espírita-cristã, por instrumento dos Benfeitores Espirituais, em diversos livros novos, sendo de notar-se que alguns desses novos livros foram psicografados de parceria com o médium Waldo Vieira. (Pedro Leopoldo, Minas, 2 de Abril de 1910.)


WALDO VIEIRA — Adepto do Espiritismo desde os primeiros tempos da infância e médium em exercício desde os quinze anos. Filho de Armante Vieira, desencarnado em 1952, e de D. Aristina Rocha, residente em Uberaba.

Fez o curso primário em Monte Carmelo, Minas, onde nasceu. Aos doze anos de idade, transferiu-se para Uberaba, onde veio a se formar em Odontologia e, mais tarde, em Medicina, exercendo clínica médica exclusivamente gratuita.

Funcionário do ensino desde 1946, prossegue até hoje [1962] em suas atividades normais.

A partir de 1956, começou a publicar as mensagens psicografadas, e em 1959 deu à estampa , o primeiro livro de suas faculdades mediúnicas, recebido de parceria com o médium Francisco Cândido Xavier. No ano seguinte, lançou de autoria do Espírito de André Luiz, sob sua exclusiva responsabilidade medianímica. A serviço da Doutrina Espírita, já recebeu doze livros da Espiritualidade, até o ano de 1962 (alguns dos quais de parceria com F. C. Xavier), observando-se que dois deles foram vertidos e publicados em Castelhano. (Monte Carmelo, Minas, 12 de Abril de 1932.)



Francisco Cândido Xavier

Algumas das abreviaturas que constam nesta obra

Ant. Poetas Paul.: “Antologia de Poetas Paulistas”, de Arsênio Palácios e M. J. Silva.

Ap. (Apud): em, junto a, segundo.

Cf.: confira confronte.

Col. Poetas Sul-Riogr.: “Coletânea de Poetas Sul-Riograndenses”, de A. Carlos Machado.

Dic. Aut. Paulistas: “Dicionário de Autores Paulistas”, de L. Correia de Melo.

E. de M., o Últ. Boêm.: “Emílio de Menezes, o Último Boêmio”, de Raimundo de Menezes.

Ib. ou Ibid. (Ibidem): no mesmo lugar, aí mesmo.

Id. (Idem): o mesmo, também, igualmente, a mesma coisa.

In.: em.

L.: “Lições de Português” de Sousa da Silveira.

Lit. no Brasil (A): “A Literatura no Brasil”, de Afrânio Peixoto.

N. Cl.: “Nossos Clássicos”, coleção de muitos volumes, de vários autores, publicados pela Livraria Agir Editora.

Obs.: Observação.

Op. cit. (Opus citatum): obra citada.

Os Mais…: “Os mais belos sonetos brasileiros”, de Edgard Rezende.

Pan.: “Panorama da Poesia Brasileira”, de Edgard Cavalheiro (II); de P. E. da Silva Ramos (III); Fernando Góes (IV e V); Mário da Silva Brito (VI).

Pan. Mov. Simb. Bras.: “Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro”, de A. Muricy.

Poes.: “Poesias”, de Olavo Bilac.

Poes. Compl.: “Poesias Completas”, de Castro Alves.

Poetas…: “Poetas da Academia Pernambucana de Letras”, organizada por Mariano Lemos.

Rot.: “Roteiro Literário do Brasil e de Portugal”, de Álvaro Lins e A. B. de Hollanda.

s.d.: sem data.


NOTA: Encontram-se no “” as indicações completas das obras acima citadas.



Francisco Cândido Xavier

Índice alfabético dos Poetas





Francisco Cândido Xavier

Índice onomástico e bibliográfico

ABREU, Florêncio de: Reminiscências da “A Tarde”. Jornal do Commercio, 3º caderno, 28 de Outubro de 1962: Cap. XLV, 2ª PARTE.

ABREU, Rodrigues de: Poesias Completas, com uma Introdução de Domingos Carvalho da Silva, Companhia Editora Panorama, São Paulo, 1952: Cap. XIII, 1ª PARTE.

ADONIAS FILHO: “O Clássico Drummond”, Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 26 de Junho de 1960: Prefácio.

ALENCAR, Mário de: Cap. XXX, 2ª PARTE.

ALMEIDA, Fialho de: Cap. X, 2ª PARTE.

ALMEIDA, Filinto d’: Cap. XXVIII, 2ª PARTE.

ALMEIDA, Moacir de: Gritos Bárbaros e Outros Poemas, com uma Introdução de D. Martins de Oliveira, Livraria São José, Rio de Janeiro, 3ª edição aumentada: Cap. XXXIV, 2ª PARTE.

ALMEIDA, Pádua de: Cap. XXXIV, 2ª PARTE.

ALVES, Castro: Poesias Completas, Introdução de Jamil Almansur Haddad — Organização, Revisão e Notas de Frederico José da Silva Ramos, Edição Saraiva, 2ª ed., São Paulo, 1960, (Poes. Compl.): Cap. XXVII, 1ª PARTE e cap. I, 2ª PARTE.

AMADO, Gilberto: Minha Formação no Recife, Livraria José Olympio Editora, 2ª ed., Rio de Janeiro, 1958: Cap. XXVI, 1ª PARTE.

AMARAL, Amadeu: Cap. XXXIX, 2ª PARTE e cap. XVI, 3ª PARTE.

AMARAL, Leopoldo: Cap. III, 2ª PARTE.

ANDRADE, Carlos Drummond de: Lição de Coisas, Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1962: Prefácio.

ANDRADE, Djalma: Prefácio.

ANJOS, Augusto dos: Eu e Outras Poesias, Bedeschi, 19ª ed., Rio de Janeiro, s.d.: Prefácio e cap. V, 3ª PARTE.

ANTOLOGIA CEARENSE, 1ª Série, Organizada pela Academia Cearense de Letras e editada pela Imprensa Oficial, com uma introdução de Raimundo Girão, Fortaleza, 1957: Caps. XXX e XLIV da 2ª PARTE.

ANTOLOGIA DA ACADEMIA MARANHENSE DE LETRAS (1908-1958), Publicação comemorativa do cinquentenário de fundação da Academia. Organizada pelos acadêmicos Mário Martins Meireles, Arnaldo de Jesus Ferreira e Domingos 5ieira Filho, S. Luís, Maranhão, 1958: Cap. II, 1ª PARTE.

ARANHA, Carvalho: Cap. XXXIX, 2ª PARTE.

ARAÚJO, Carlos da Silva: Paulo Silva Araújo, editado por Carlos da Silva Araújo, S. A., Rio de Janeiro, 1944: Cap. XXV, 2ª PARTE.

ARAÚJO, Maria Stella Barbosa de: in Jangada, 1º trimestre de 1953: Cap. IX, 3ª PARTE.

ASSIS, Machado de: Cap. I, 1ª PARTE; Cap. V, 1ª PARTE e Cap. XXVIII, 2ª PARTE.

AVELAR, Romeu de: Coletânea de Poetas Alagoanos, Edições Minerva, Rio de Janeiro. 1959: Cap. VII, 2ª PARTE.

AZEVEDO, Artur: Cap. II, 1ª PARTE e Cap. XIII, 2ª PARTE.

AZEVEDO, J. Eustachio de: Antologia Amazônica (Poetas Paraenses), Tip. da Casa Editora Pinto Barbosa, Belém, 1904: Cap. II, 2ª PARTE.

AZEVEDO, Jorge: in Estado de Minas de 24 de Setembro de 1961: Cap. XXXIV, 1ª PARTE.

BANDEIRA, Antônio Rangel: Jorge de Lima — o roteiro de uma contradição, Livraria São José, Rio de Janeiro, 1959: Cap. LVIII, 2ª PARTE.

BANDEIRA, Manuel: Apresentação da Poesia Brasileira, Livraria Editora da Casa do Estudante do Brasil, 3ª ed., Rio de Janeiro, s.d.; Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Parnasiana, Ministério da Educação e Saúde, 2ª ed., Rio de Janeiro, 1940; Antologia Poética, Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1961: Prefácio; caps. XVIII, XXI, XXX, XLVI da 2ª PARTE e cap. VII, 3ª PARTE.

BARBOSA, Rui: Cap. I, 2ª PARTE.

BARRETO, Tobias: Cap. XVII, 2ª PARTE.

BASTIDE, Roger: Cap. I, 3ª PARTE.

BERNARDI, Mansueto: Cap. XXXI, 2ª PARTE.

BILAC, Olavo: Caps. VII e XXXIII da 1ª PARTE; caps. XXIV, XXVIII, XLI da 2ª PARTE e cap. II, 3ª PARTE. Poesias, Livraria Francisco Alves, 24ª ed., 1952 (Poes.): Prefácio e cap. XXVII, 1ª PARTE.

BITENCOURT, Liberato: Homens do Brasil — Paraibanos 1lustres, vol. II, Livraria e Papelaria Gomes Pereira, Editor, Rio de Janeiro, 1914: Cap. LVI, 2ª PARTE.

BRANDÃO, Cláudio: Antologia Contemporânea, Livraria Francisco Alves, 13ª ed., 1942: Cap. XXII, 2ª PARTE.

BRAZIL, Zeferino: Cap. XIV, 2ª PARTE.

BRITO, Mário da Silva: Panorama da Poesia Brasileira, Vol. VI — O Modernismo, (Pan. VI), Editora Civilização Brasileira S. A., Rio de Janeiro - S. Paulo - Bahia, 1959: Cap. XIII, 1ª PARTE.

BROCA, Brito: Cap. XXXVIII, 2ª PARTE.

BRUZZI, Nilo : Júlio Salusse, o último Petrarca, 2ª ed., Gráfica Editora Aurora, Ltda., Rio de Janeiro, 1956: Cap. XXXI, 1ª PARTE.

CAMPOS, Geir: Pequeno Dicionário de Arte Poética, Conquista, Rio de Janeiro, 1960 (Peq. Dic. de Arte Poética); Alberto de Oliveira — Poesia — Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1959 — “Nossos Clássicos” — (N. Cl. Nº 32): Caps. III, V, VI, VII, VIII, X, XIV, XVI, XVII, XXV, XXVIII XXIX, da 1ª PARTE; Caps. VII, IX, XVII, LVI, LVIII da 2ª PARTE.

CAMPOS, Humberto de: Cap. XXV, 2ª PARTE.

CARNEIRO, José Fernando: Apresentação de Jorge de Lima, Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1958: Cap. LVIII, 2ª PARTE.

CARREIRO, José Bruno: Cap. VI, 2ª PARTE.

CARVALHO, Elísio de: Cap. XLIV, 2ª PARTE.

CARVALHO, Félix de: Cap. XVII, 1ª PARTE.

CARVALHO, Ronald de: Pequena História da Literatura Brasileira, Prefácio de Medeiros e Albuquerque, Prêmio Academia Brasileira, 5ª ed. revista e aumentada, F. Briguiet & Cia., Editores, Rio de Janeiro, 1935: Cap. X e XXI da 2ª PARTE.

CARVALHO, Vicente de: Cap. XXVIII, 2ª PARTE.

CARVALHO FILHO, Aloysio de: Coletânea de Poetas Bahianos, Editora Minerva Ltda., Rio de Janeiro, 1951: Cap. XLV e XLVIII da 2ª PARTE.

CASSES, A. Guterres: Stradivarius, Of. de A Noite, Rio de Janeiro, 1943: Cap. L, 2ª PARTE.

CAVALHEIRO, Edgard: Maravilhas do Conto Inglês, Editora Cultrix, 1957; Panorama da Poesia Brasileira, Vol. II — O Romantismo, Editora Civilização Brasileira, S. A., Rio de Janeiro - S. Paulo - Bahia, 1959 (Pan. II): Prefácio; cap. III, 1ª PARTE; cap. V, 2ª PARTE e cap. VI, 3ª PARTE.

CELESTE, Aura: Vozes d’Alma, composta e impresso nas Oficinas Gráficas da S. A. Patria degli Italiani. Rio, 1925: Cap. XLIX, 2ª PARTE.

CÉSAR, Guilhermino: História da Literatura do Rio Grande do Sul (1737-1902), Coleção Província, Vol. 10, Editora Globo, Rio de Janeiro — Porto Alegre — São Paulo, 1956: Cap. III, 1ª PARTE e cap. XIX, 2ª PARTE.

CHIACCHIO, Carlos: Biocrítica, Vol. I, Edições Ala. Bahia, 1941: Caps. II e XXIII da 2ª PARTE.

CORREIA, Raimundo: Poesia Completa e Prosa, Texto, Cronologia, Notas e Estudo Biográfico por Waldir Ribeiro do Val, Introdução Geral — Manuel Bandeira e Waldir Ribeiro do Val, Editora José Aguilar Ltda., Rio de Janeiro, 1961: Cap. XXI, 2ª PARTE.

COUTINHO, Afrânio: A Literatura no Brasil, direção de Afrânio Coutinho, com a assistência de Eugênio Gomes e Barreto Filho, Vol. II, Editorial Sul-Americana S. A., Rio de Janeiro, 1955; A Literatura no Brasil, idem, Vol. III (tomo 1), Livraria São José, Rio de Janeiro, 1959: Caps. I, VII, XIII, XXXII da 1ª PARTE; cap. LVIII da 2ª PARTE e Cap. V da 3ª PARTE.

COUTINHO, S. Galeão: Cap. XXVII, 2ª PARTE.

CRUZ, Luiz Santa: Jorge de Lima — Poesia — Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1958 — “Nossos Clássicos” — (N. Cl. Nº 26): Cap. LVIII, 2ª PARTE.

CRUZ, Marques da: in Revista da Academia Paulista de Letras, nº 25: Cap. XLI, 2ª PARTE.

CUNHA, Dulce Salles: Autores Contemporâneos Brasileiros (Depoimento de uma época), Editora Cupolo Ltda., São Paulo, 1951: Caps. XXIII e XXXV da 1ª PARTE.

CUNHA, João 1tiberê da: Cap. XI, 3ª PARTE.

CUNHA, Renato: Maldições e Crenças, Porto Alegre. 1888: Cap. XIV, 2ª PARTE.

CUNHA, Tristão da: Cap. XXX, 2ª PARTE.

DAMASCENO, Darcy: Cap. XXXII, 1ª PARTE e cap. V, 3ª PARTE.

DEBUSSY: Cap. LII, 2ª PARTE.

DELFINO, Luiz: Arcos de Triunfo, Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 1940: Cap. XVIII, 2ª PARTE.

DELFINO, Tomás: Cap. I, 3ª PARTE.

DINIZ, Almachio: Francisco Mangabeira (criação e crítica), Tipografia da Escola Profissional Álvaro Batista, Rio de Janeiro, 1929: Cap. XVI, 2ª PARTE.

ELIA, Antônio d’: Cap. XXXV, 1ª PARTE.

EXPOSIÇÃO CASTRO ALVES — Centenário do Nascimento de Castro Alves (1847 — 1947), publicada pelo Instituto Nacional do Livro, Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro, 1958: Cap. I, 2ª PARTE.

FÉLIX PACHECO (Dados e informações para o estudo da vida e da obra do grande brasileiro) --Publicação do “Jornal do Commercio”, Rio de Janeiro, 1952: Cap. XL, 2ª PARTE.

FERNANDES, Carlos D.: Cap. XXVII, 2ª PARTE.

FERNANDES, Francisco: Dicionário de Verbos e Regimes, Editora Globo, 4ª ed., 1958; Dicionário Gramatical — Português Editora Globo, 1953: Cap. XXIII, 1ª PARTE; caps. XXVIII, XXXII e XLIV da 2ª PARTE.

FIGUEIREDO, Jackson de: Durval de Moraes e os Poetas de Nossa Senhora, Edições do Centro D. Vital, Rio de Janeiro, 1925: Cap. LV, 2ª PARTE e Cap. XV, 3ª PARTE.

FITTS, Dudley: Prefácio.

FONTES, Martins: Cap. XLI, 2ª PARTE.

FONTOURA, Adelino: Dispersos (Organização, apresentação e notas de Múcio Leão), Publicação da Academia Brasileira (IV — Inédita), Rio de Janeiro, 1955: Cap. II, 1ª PARTE.

FREIRE, Ezequiel: Cap. XXIX, 2ª PARTE.

GAMA, Marcelo: Cap. XIV, 2ª PARTE.

GARRETT: Cap. VII, 3ª PARTE.

GAUTIER: Prefácio.

GEORGE, Stefan: Cap. I, 3ª PARTE.

GLICÉRIO, Francisco: Cap. III, 2ª PARTE.

GÓES, Fernando: Panorama da Poesia Brasileira, Vol. IV — Simbolismo, Editora civilização Brasileira S.A., Rio de Janeiro - S. Paulo - Bahia, 1959 (Pan. IV); Panorama da Poesia Brasileira, Vol. V — O Pré-Modernismo, Editora Civilização Brasileira S. A., Rio de Janeiro, 1960 (Pan. V): Caps. XV, XXIV, XXXIII da 1ª PARTE; caps. XIII, XXVII, XXX, XXXIV, XXXV, XXXVI, XXXVIII, XXXIX, LII, LV da 2ª PARTE; caps. V, XII, XIV e XV da 3ª PARTE

GOMES, Eugênio: Prata de Casa (Ensaios de Literatura Brasileira), Editora A Noite, Rio de Janeiro, s.d.: Cap. XV, 3ª PARTE.

GONÇALVES. Armando: Colar de Pérolas (Poetas Fluminenses), “Jerônimo Silva”. Casa Editora e Proprietária, Niterói, 1919: Cap. XXXVI, 1ª PARTE e cap. IV, 3ª PARTE.

GONÇALVES, Jesus: Flores de Outono, Livraria Allan Kardec Editora, S. Paulo, 1948: Cap. XXX, 1ª PARTE.

GONÇALVES, Silva: Cap. XII, 2ª PARTE.

GRIECO, Agrippino: Evolução da Poesia Brasileira, Livraria José Olympio Editora, 3ª ed., Rio de Janeiro, 1947: Prefácio; caps. XVI, XXI, XXIV, XXVIII e XXXIV da 2ª PARTE.

GUALBERTO, Júlio Pinto (da Academia Belo-Horizontina de Letras): O Gênio Poético de Moacir de Almeida, Edições Academus, Belo Horizonte. Minas Gerais, 1953: Cap. XXXIV, 2ª PARTE.

GUARANÁ, Armindo: Dicionário Bio-Bibliográfico Sergipano, Edição do Estado de Sergipe, Oficinas da Empresa Gráfica Editora Paulo. Pongetti & C., Rio de Janeiro, 1925: Caps. V e XXXVII da 2ª PARTE.

GUILLÉN, Jorne: Prefácio.

GUIMARAENS, Alphonsus de: Cap. XI, 2ª PARTE e cap. XIII, 3ª PARTE.

GUIMARÃES JÚNIOR, Luiz: Cap. XXVI, 1ª PARTE.

GUIMARÃES, Ulisses: Cap. XXIII, 1ª PARTE.

GULLÓN, Ricardo: Prefácio.

HERCULANO Alexandre: Cap. XXII, 2ª PARTE.

HIRSCHOWICZ, Erwin: Contemporâneos 1nter-Americanos. Editora Enciclopédia Contemporânea Inter-Americana Ltda., Rio de Janeiro, 1945: Cap. XXXVI, 1ª PARTE.

HOMENAGEM À MEMÓRIA DO CONDE AFFONSO CELSO, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Boletim do Instituto Histórico, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1939: Cap. XLIII, 2ª PARTE.

HORTA, Francisco: Monsenhor Horta (esboço biográfico), Oficinas Gráficas Castelo, em S. João d’El-Rey, 1934: Cap. XVIII, 1ª PARTE.

HOUAISS, Antônio: Augusto dos Anjos — Poesia — Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1960 — “Nossos Clássicos” -— (N. Cl. n 46): Cap. V, 3ª PARTE.

JÁCOME, Gonçalo: Inanis Labor (Poesia), Tip. do Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 1928: Cap. XXVII, 1ª PARTE.

JÚLIA, Francisca: Poesias, Introdução e Notas por Péricles Eugênio da Silva Ramos, Conselho Estadual de Cultura — Comissão de Literatura, São Paulo: Cap. XXVIII, 2ª PARTE.

KARDEC, Allan: Prefácio e Cap. LVII, 2ª PARTE.

LAMARTINE: Cap. II, 3ª PARTE.

LEÃO, Múcio: Cap. II, 1ª PARTE.

LEMOS, Mariano: Poetas da Academia Pernambucana de Letras (Séculos 16 a XX), Coletânea organizada por ML, Edição da Academia Pernambucana de Letras, Recife, 1955: Cap. XVI, 1ª PARTE.

LIMA, Alceu Amoroso: Cap. VII, 1ª PARTE e cap. II, 3ª PARTE.

LINHARES, Augusto: Coletânea de Poetas Cearenses, Editora Minerva Ltda., Rio de Janeiro, 1952, (Col. Poetas Cearenses): Cap. XLVII, 2ª PARTE.

LINHARES, Mário: Poetas Esquecidos, Irmãos Pongetti Editores, Rio de Janeiro, 1938; História Literária do Ceará, Edição da “Federação das Academias de Letras do Brasil”, Rio de Janeiro, 1948: Caps. VIII, XV, XLVII da 2ª PARTE e cap. IX, 3ª PARTE.

LINS, Álvaro (e Aurélio Buarque de Hollanda): Roteiro Literário do Brasil e de Portugal — Antologia da Língua Portuguesa - Volumes I e II, Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1956 (Rot. I e Rot. II): Caps. I, VI, IX, XXI e XXIII da 2ª PARTE.

LINS, Ivan: Cap. XVII, 2ª PARTE.

LISLE, Leconte de: Prefácio.

LOBO, Souza: Cap. LIII, 2ª PARTE.

LUSO, João: Orações e Palestras, Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1941: Cap. XIII, 2ª PARTE.

MACHADO, Alcântara: Alocuções Acadêmicas, Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1941: Cap. VII, 3ª PARTE.

MACHADO, Antônio Carlos: Coletânea de Poetas Sul-Riograndenses, Editora Minerva Ltda., Rio de Janeiro, 1952 (Col. Poetas Sul-Riogr.): Caps. XIV, XIX, XXVI, XXXI, XLII, L da 2ª PARTE e cap. VIII, 3ª PARTE.

MAGALHÃES, Adelino: Cap. XLII, 2ª PARTE.

MAGALHÃES JÚNIOR, R. (da Academia Brasileira): Antologia de Humorismo e Sátira — De Gregório de Matos a Vão Gôgo — Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro — São Paulo - Bahia, 1957: Cap. XXXII, 2ª PARTE.

MAGALHÃES, Valentim: Cap. XXXII, 1ª PARTE.

MAIA, Inês Sabino Pinho: Impressões, Versos, 2ª Série, Tipografia Apolo, Pernambuco, 1887: Cap. XX, 2ª PARTE.

MALLARMÊ: Caps. I e II da 3ª PARTE.

MARTINS, Oliveira: Cap. VI, 2ª PARTE.

MEIRELES, Teles de: Veja PERES JÚNIOR.

MELO, Luís Correia de: Dicionário de Autores Paulistas, Comissão do IV Centenário da Cidade de S. Paulo (Serviço de Comemorações Culturais), S. Paulo, 1954: Caps. XIII, XVII, XXIII, XXXV da 1ª PARTE; caps. III, XIII, XXVIII e XXXII da 2ª PARTE.

MELO (filho), Osvaldo Ferreira de: Introdução à História da Literatura Catarinense, Faculdade Catarinense de Filosofia; Florianópolis, 1958: Cap. XXXVI, 2ª PARTE.

MENDONÇA, Lúcio de: Cap. I, 1ª PARTE.

MENEZES, Adolfo Bezerra de: Cap. XLIX, 2ª PARTE.

MENEZES, Castro: Cap. XXV, 2ª PARTE.

MENEZES, Emílio de: Cap. XV, 2ª PARTE.

MENEZES, Raimundo de: Emílio de Menezes, o último boêmio. Edição Saraiva, 2ª ed. refundida, São Paulo, 1949: Cap. XXIV, 2ª PARTE.

MILANO, Atílio: Cap. XXXIV, 2ª PARTE.

MILLIET. Sérgio: Prefácio.

MIRANDA, Veiga: Cap. XVII, 1ª PARTE.

MONIZ, Edmundo: Cap. XXXIV, 2ª PARTE.

MONTEIRO, Adolfo Casais: Antero de Quental — Poesia e Prosa — Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1957 — “Nossos Clássicos” — (N. Cl. nº 6): Cap. VI, 2ª PARTE.

MONTEIRO, Exupero: Tobias Barreto (o poeta), Imprensa Oficial, Aracaju, 1939: Cap. V, 2ª PARTE.

MONTENEGRO, Braga: José Albano — Poesia — Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1958 — “Nossos Clássicos” — (N. Cl. nº 30): Cap. XXX, 2ª PARTE.

MONTENEGRO, Fábio: Flâmulas, Tip. Aurora, Rio, 1925: Cap. XXVII, 2ª PARTE.

MONTENEGRO, Hostílio: Cap. II, 3ª PARTE.

MORAIS, Dr. Jerônimo de: Discurso pronunciado na sessão cívica em comemoração ao 24º aniversário da morte de Félix de Bulhões. — Em 24 de Março de 1911, no Teatro S. Joaquim, Goiás, Tip. Progredior, 1911: Cap. IV, 2ª PARTE.

MOREIRA, Álvaro: Cap. VII, 1ª PARTE.

MOTA, Artur: Cap. II, 1ª PARTE.

MOURA, Enéas de: Coletânea de Poetas Paulistas, Editora Minerva Ltda., Rio de Janeiro, 1951 (Col. Poetas Paulistas): Cap. XXIX, 1ª PARTE.

MUNSTER, Filadelfo Edmundo: Cap. XXVIII, 2ª PARTE.

MURAT, Luís: Cap. XII, 3ª PARTE.

MURICY, Andrade: Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro, Revisão crítica e organização da Bibliografia por Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, Vol. I, II e III, Departamento da Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1952: Prefácio; caps. XII, XV, XXVI, XXVII, XXXVI da 1ª PARTE; caps. XIII, XXXV, XXXVI, XXXVIII, LII da 2ª PARTE; caps. I, XI e XIV da 3ª PARTE.

NASCENTES, Antenor: Cap. VII, 3ª PARTE.

NETO, Soriano: “Martins Júnior, grande figura da Escola do Recife” (I), Jornal do Commercio, 19 de Março de 1961: Cap. XVII, 2ª PARTE.

NEVES. Fernão: Cap. II, 1ª PARTE.

OCTÁVIO FILHO, Rodrigo: 220; Mário Pederneiras — Poesia Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1958 — “Nossos Clássicos” — (N. Cl. nº 29): Caps. VII e XXVII da 1ª PARTE.

OLINTO, Antônio: Cap. XXXIV, 2ª PARTE.

OLIVEIRA, Alberto de: Cap. VII, 2ª PARTE.

OLIVEIRA, Américo de: Cap. XVI, 2ª PARTE.

OLIVEIRA, D. Martins de: Cap. XXXIV, 2ª PARTE.

OLIVEIRA, Lola de: Minha Mãe!, Editora Gráfica Laemmert Limitada, Rio de Janeiro, s.d.: Cap. VIII, 3ª PARTE.

OLIVEIRA, Mendes de: Cap. XIII, 3ª PARTE.

PACHECO, Assis: Cap. XIII, 2ª PARTE.

PALÁCIOS, Arsênio (e Mário Júlio Silva): Antologia de Poetas Paulistas (1ª Série), Editora Piratininga S. A., S. Paulo, 1933: Cap. XVII, 1ª PARTE.

PASCAL: Pensamentos, Trad. de Sérgio Milliet, Difusão Europeia do Livro, São Paulo, 1957: Prefácio.

PASSOS, Guimarães: Cap. XXIV, 2ª PARTE.

PEIXOTO, Afrânio: Panorama da Literatura Brasileira, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1940: 266.

PERES JÚNIOR: Tagarela, Semanário humorístico, Direção de PJ, Ano II, Rio de Janeiro, 26 de Março de 1903, nº 57: Cap. XV, 2ª PARTE.

PERNETA, Emiliano: Cap. XXIX, 2ª PARTE.

PERO NETO: Xangô e outros Poemas, Arcadas, Ed. do Centro Acadêmico “XI de Agosto”, 1938: Cap. XXIII, 1ª PARTE.

PICCHIA, Menotti del: Cap. XXIII, 1ª PARTE.

PIMENTEL, Osmar: Cap. XXIII, 1ª PARTE.

PINTO, Luiz: Caderno de Poetas Paraibanos, Ed. Minerva Ltda., Rio de Janeiro, 1949; Antologia da Paraíba, Editora Minerva Ltda., Rio de Janeiro, 1951; Coletânea de Poetas Paraibanos, Edições Minerva, 1953 (Col. Poetas Paraibanos): Cap. XXV, 1ª PARTE e cap. LVI, 2ª PARTE.

PIZA, Moacir: Vespeira, Editora: Livraria Santos, São Paulo, 1923: Cap. XXXII, 2ª PARTE.

PORTELLA, Eduardo: Dimensões II (Crítica Literária), Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1959: Prefácio e cap. LVIII, 2ª PARTE.

PORTO, Samuel: Cap. XXXIX, 2ª PARTE.

PROENÇA, M. Cavalcanti: Ritmo e Poesia, Edição da “Organização Simões”, Rio de Janeiro, 1955: Caps. XXIV, XXX da 2ª PARTE; caps. I e V da 3ª PARTE.

QUEIRÓS, Eça de: Cap. VI, 2ª PARTE.

QUENTAL, Antero de: Cap. VI, 3ª PARTE.

QUINTÃO, Manuel: Cap. XI, 1ª PARTE e cap. IV, 3ª PARTE.

RAMOS, Péricles Eugênio da Silva: Panorama da Poesia Brasileira, Vol. III — Parnasianismo, Editora Civilização Brasileira S. A., Rio de Janeiro - S. Paulo - Bahia, 1959 (Pan. III): Cap. XXXII, 1ª PARTE; caps. X, XXI, XXVIII da 2ª PARTE e cap. III, 3ª PARTE.

REFORMADOR: Ano 1904, pág. 175; Ano 1914, págs. 372 - 373: Cap. IV, 3ª PARTE.

REIS, Antônio Simões dos: Narcisa Amália, Organizações Simões, Rio, 1949: Cap. VI, 3ª PARTE.

REMÉDIOS, Mendes dos: História da Literatura Portuguesa, F. França Amado — Editor, Coimbra, 1914 (Hist. Lit. Port.): Caps. IX e XXII da 2ª PARTE.

REPUBLICANO, Assis: Cap. XIII, 2ª PARTE.

REZENDE, Edgard: Os Mais Belos Sonetos Brasileiros, Liv. Freitas Bastos S. A., Rio de Janeiro - S. Paulo, 1956 (Os Mais…): Cap. XXV, 1ª PARTE; caps. XV, XXIV, XXV e LIII da 2ª PARTE.

RIBEIRO, João: Caps. XXIII e XXVIII da 2ª PARTE.

RICARDO, Cassiano: Cap. XXIII, 1ª PARTE.

RIO. João do: Cap. XXV, 2ª PARTE.

RODRIGO JÚNIOR e ALCIBÍADES PLAISANT: Antologia Paranaense, tomo primeiro (Poesia), Editora Livraria Mundial França & Cia. Ltda., Curitiba, 1938: Cap. XXXV, 2ª PARTE.

ROSSETTI, Dante Gabriel: Cap. LII, 2ª PARTE.

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SAMPAIO, Moreira: Cap. XIII, 2ª PARTE.

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SCHMIDT, Afonso: Cap. XIII, 1ª PARTE.

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SILVEIRA, Sousa da: Lições de Português, Livros de Portugal, Rio de Janeiro, 6ª ed., 1960 (L.); Trechos Seletos, 6ª edição, F. Briguiet & Cia., Editores, Rio de Janeiro, 1961: Cap. XXXIV, 1ª PARTE e cap. VII, 3ª PARTE.

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TOLEDO, Demétrio: Cap. XIII, 2ª PARTE.

TORRES, Antônio: Cap. V, 3ª PARTE.

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TROVÃO, Lopes: Cap. II, 1ª PARTE.

VÁRZEA, Virgílio: Cap. I, 3ª PARTE.

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VEIGA, Artur: Cap. L, 2ª PARTE.

VEIGA, Joffre Martins: Antologia Caipira — Prosa e Poesia de Cornélio Pires — Edições “O Livreiro” Ltda., São Paulo, 1960 (Antol. Caipira): Cap. XVI, 3ª PARTE.

VEIGA NETTO: Antologia Goiana, tomo I, Edição da “Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos”, Prefeitura Municipal de Goiânia, impresso pela Empresa Gráfica da “Revista dos Tribunais” de S. Paulo, 1944: Caps. VIII, XIV, 1ª PARTE e cap. IV, 2ª PARTE.

VELLOZO, Dario: Cinerário, Livraria Mundial, França & Cia. Ltda., Curitiba, 1929: Cap. XI, 3ª PARTE.

VERDE, Cesário: Cap. V, 3ª PARTE.

VERÍSSIMO, José: Cap. XXXII, 1ª PARTE.

VERLAINE: Cap. II, 3ª PARTE.

VIEIRA, Waldo: Prefácio, Cap. IX, 1ª PARTE; caps. I, LVIII, 2ª PARTE; cap. IV, 2ª PARTE e Posfácio.

VILELA, Iracema Guimarães: Luiz Guimarães Júnior, Ensaio bio-bibliográfico, Publicação da Academia Brasileira, Oficina 1ndustrial Gráfica, Rio de Janeiro, 1934: Cap. X, 2ª PARTE.

VITORINO, Eduardo: Cap. XIII, 2ª PARTE.

WAMOSY, Alceu: Poesias, com prefácio de Mansueto Bernardi, Edição da Livraria do Globo, Porto Alegre, 2ª ed., 1925: Cap. XXXI, 2ª PARTE.

WERNECK, Eugênio: Antologia Brasileira (Coletânea em Prosa e Verso de Escritores Nacionais), 16ª ed., Livraria Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1934 (Antol. Bras.): Cap. XXXII, 1ª PARTE; caps. XXIII e XXIV da 2ª PARTE.

XAVIER, Francisco Cândido: Prefácio; cap. I, 1ª PARTE; cap. IX, 2ª PARTE; caps. I, IV da 3ª PARTE e Posfácio.



Francisco Cândido Xavier

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