Antologia dos Imortais

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Capítulo I

Cruz e Souza


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Além, além do humano sorvedouro,

Cornucópia mirífica desata

Orbes luzindo em flórida cascata,

Onde a vida cinzela o céu vindouro…


Constelações e sóis… Ancoradouro

Da excelsa luz dos séculos sem data…

Almos ninhos em pétalas de prata,

Coroados de acanto, mirto e louro…


Por cerúleas alfombras estelares,

Flâmeos jardins e edênicos solares,

O coração do amor pulsa disperso…


Entre esferas de cálidos fulgores,

Domicílios das almas superiores,

Freme a glória divina do Universo.


João da CRUZ E SOUZA — Filho de pais escravos, Cruz e Souza é a figura mais expressiva do Simbolismo no Brasil e, ao lado de Mallarmé e Stefan George, um dos grandes nomes do movimento simbolista no mundo, segundo Roger Bastide. “Tinha” — escreveu seu grande amigo Virgílio Várzea (A. Muricy, , I, pág.
98) — “uma grande paixão pelas ideias humanitárias, e serviu-as sempre, como um fanático, sem se poupar sacrifícios, na tribuna, em praça pública e principalmente no jornalismo.” Tendo sofrido acerbas provações, naturalmente dentro das dívidas cármicas, o grande poeta continua, hoje, em afanosa luta pela difusão das “ideias humanitárias”, entre as quais agora incluiu o Espiritismo e o Esperanto, a corroborar que a vida, com efeito, não cessa no túmulo. Principalmente no setor esperantista, o artista de é uma personalidade atuante na Espiritualidade. Em 1961, ano em que se comemorou, em todo o Brasil, o primeiro centenário de seu nascimento, os mais representativos centros culturais do País lhe tributaram mil e uma homenagens, culminando com a publicação de suas , organizadas por Andrade Muricy, em primorosa apresentação, pela Editora José Aguilar Ltda. A extraordinária produção do genial poeta provocou, dos que o rodeavam, os epítetos de “Cisne Negro”, “Dante Negro”, “Poeta Negro”, epítetos — diz A. Muricy (., pág.
101) “compreendidos no senso mais elevado e consecratório de tais expressões”. (Desterro, hoje Florianópolis, SC, 24 de Novembro de 1861 — Sítio, atual Antônio Carlos, Minas Gerais, 19 de Março de 1898.)

BIBLIOGRAFIA: ; ; ; ; etc.


. Se dispuséssemos de bastante espaço, transcreveríamos numerosos sonetos do grande simbolista para que pudéssemos observar a semelhança de estilo, não apenas no que tange ao esquema rimático preferido pelo poeta, desde Broquéis aos Últimos Sonetos, mas, também, pela temática e pela presença das palavras-chaves do vate. Assim, de escantilhão, vamo-nos limitar a rápidas considerações e citações ligeiras. Ninguém ignora que Cruz e Souza, em quase todos os seus inimitáveis sonetos, se referia a pelo menos uma parte do corpo humano, exaltando-a, quase sempre. Cf., por exemplo, “Antífona”, “Em Sonhos…” “Braços”, “Encarnação”, “Tulipa Real”, “Serpente de Cabelos” e tantos outros poemas de Broquéis. Em Faróis, bastaria que citássemos a série de sete sonetos — o primeiro “Cabelos” e o último — o VII — “Corpo” que, ainda, ostenta o adjetivo “arcangélica”, tão familiar ao poeta. A propósito, cf. o 9º verso de “Satã” e o 14º de “Livre!”. Aliás, neste último soneto, encontramos algumas rimas de que se serviu o simbolista no “Escalada”. As demais, “suprema” e “algema”, encontramo-las nos dois quartetos de “O Assinalado”.



As poesias de números ímpares foram recebidas pelo médium Francisco Cândido Xavier e as de números pares pelo médium Waldo Vieira. Dispomo-las assim, por sugestão dos Amigos Espirituais.

Ricochete: “…chora, chora.” Aliás, a repetição enfática de chorar sugere um pranto capaz de desabafar a alma, suscetível, no entanto, de insuflar ideias novas para que se possa bendizer o “santo cativeiro” das provações terrenas…

por sofre-los. Cf. a .

Com relação a “fúrias”, por simples curiosidade, cf. o 5º verso de “Afra”, o 11º de “Dança do Ventre” e, finalmente, em “Demônios”, o oitavo verso: “Só fúria, fúria, fúria, fúria, fúria!”

Atentemos nas palavras de M. Cavalcanti Proença, em seu já citado livro (Ritmo e Poesia, pág. 81); “Em Cruz e Souza, no poema “Antífona”, em 12 versos entre 44 (25%) se observa a mesma acentuação; note-se, entretanto, que, nos primeiros vinte versos, há nove cuja tônica em 6ª coincide com a de um proparoxítono.” Dos 70 decassílabos participantes desta Antologia, encontramos um total de 18 vocábulos proparoxítonos de acentuação na 6ª (26,7%), número, como se vê, bastante expressivo.



Francisco Cândido Xavier


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