O Evangelho dos Humildes

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CAPÍTULO 27

O SUICÍDIO DE JUDAS

(Mt27:1-66; Mc 15:1-15; Lc 23:1-5, Lc 23:13-25; Jo 18:28-19:26)

1 E chegada que foi a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o entregarem à morte.

2 E preso o levaram, e o entregaram ao governador Pôncio Pilatos.

3 Então Judas, que havia sido o traidor, vendo que fora condenado Jesus, tocado de arrependimento tornou a levar as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos.

4 Dizendo: Pequei, entregando o sangue inocente. Mas eles lhe responderam: A nós que se nos dá? Viras tu lá o que fazias.

5 E depois de lançar as moedas no templo, retirou-se e foi-se pendurar num laço.

6 Mas os príncipes dos sacerdotes, tomando o dinheiro, disseram: Não é lícito deitá-lo na arca das esmolas, porque é preço de sangue.

7 Tendo pois deliberado em conselho sobre a matéria, compraram com ele o campo de um oleiro, para servir de cemitério aos forasteiros.

8 Por esta razão se ficou chamando aquele campo, até ao dia de hoje, Haceldama, isto é, campo de sangue.

9 Então se cumpriu o que foi anunciado pelo profeta Jeremias, que diz: E tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi apreçado, a quem puseram em preço com os filhos de Israel.

10 E deram-as pelo campo de um oleiro, assim como me ordenou o Senhor.

Naquela época a Judeia estava sob o jugo romano, e por isso a pena de morte só podia ser aplicada por uma autoridade romana. Então levaram Jesus a Pôncio Pilatos, para obterem a condenação dele.

Judas ficou desesperado porque jamais tinha pensado que seu gesto pudesse causar a morte do Mestre. Ele conhecia a inocência de Jesus e a pureza de sua vida. Desse momento em diante é que Judas começou a compreender o caráter essencialmente espiritual da missão de Jesus. E sinceramente arrependido, confessa publicamente o seu crime.

Mas era tarde, O Mestre já estava nas mãos de seus algozes, os quais eram inflexíveis.

O suicídio de Judas lhe custou séculos de sofrimentos nas zonas inferiores do mundo espiritual, porque tentou corrigir um erro com outro erro. Todavia, ajudado espiritualmente por Jesus e seus companheiros de apostolado, depois de inúmeras reencarnações na terra, dedicadas ao trabalho de fazer triunfar o Evangelho, Judas conseguiu reabilitar-se; e hoje éstá irmanado com Jesus em sua esfera esplendorosa.

Já vimos como Jesus verberou os escribas e os faríseus pela grande hipocrisia deles, dizendo-lhes: Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que coais um mosquito e engolis um camelo. E o que vemos aqui. Guardar as moedas devolvidas por Judas era um crime; mas não lhes parecia um crime condenar a Jesus, sabendo que ele era inocente, tanto que para condená-lo procuraram testemunhas falsas. E comprando o campo de um oleiro com o preço da traição, os sacerdotes queriam abafar a voz da consciência, que os acusava do crime cometido. Assim, praticando uma obra de caridade para com os forasteiros, tentavam enganar a Deus e a si próprios.


(Mc 15:1-15; Lc 23:1-25, Lc 23:13-25; Jo 18:28-19:16)

11 Foi apresentado, pois, Jesus ao governador; e o governador lhe fez esta pergunta, dizendo: Tu és o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes.

Para que os sacerdotes conseguissem do poder romano a condenação de Jesus, dão à sua prisão o caráter de estarem abafando zelosamente uma insurreição, da qual Jesus seria o chefe; por isso o acusam de se intitular rei.

Interpelado diretamente por Pilatos, Jesus responde afirmativamente.

Contudo, sua realeza era de ordem espiritual; e essa realeza abrangia o povo judeu e tóda a humanidade.

12 E sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, não respondeu coisa alguma.

13 Então lhe disse Pilatos: Tu não ouves de quantos crimes te fazem cargo?

14 E não lhes respondeu palavra alguma, de modo que se admirou o governador em grande maneira.

Mesmo nos momentos mais difíceis de sua exemplificação, o Mestre não atraiçoa os ensinamentos ministrados. Ele tinha ensinado que não devemos resistir aos que nos fizerem mal. Ora, condenando-o inocentemente, os sacerdotes lhe estavam fazendo maL E Jesus, provando que era possível praticar o que tinha ensinado, não se revolta contra eles.

15 Ora, o governador tinha por costume, no dia de festa soltar aquele preso que os do povo quisessem.

16 E naquela ocasião tinha ele um preso afamado, que se chamava Barrabás.

17 Estando pois eles todos juntos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis vós que eu vos solte? Barrabás ou Jesus que se chama o Cristo?

18 Porque sabia que por inveja é que lho haviam entregado.

Vemos aqui Pilatos servindo aos interesses subalternos do mundo material, desprezando as. sublimes realidades espirituais. Pilatos sabe quais são os verdadeiros motivos pelos quais os sacerdotes exigiam a condenação de Jesus; sabe que aquele homem simples que estava em sua frente sem temer a morte, era um inocente, pois, mesmo seus acusadores não sabiam de que crime o acusar; sabe que a doutrina de mansidão e amor que Jesus pregava, não continha nenhuma ameaça ao poderoso governo de Roma. E no entanto, temeroso de contrariar os orgulhosos sacerdotes, que poderiam comprometê-lo diante de César em Roma, propõe-lhes que escolham entre um inocente e um criminoso.

19 Entretanto, estando ele assentado no seu tribunal, mandou-lhe dizer sua mulher: Não te embaraces com a causa desse justo; porque hoje em sonhos foi muito o que padeci por seu respeito.

Os sonhos premonitórios são comuns. É provável que durante o sono, a mulher de Pilatos tenha sido informada espiritualmente do caráter de Jesus, e, acordando, quisesse impedir o marido de cometer o erro de condenar um inocente.

20 Mas os príncipes dos sacerdotes e os anciães do povo persuadiram aos do povo que pedissem a Barrabás, e que fizessem morrer a Jesus.

21 E fazendo o governador esta pergunta, lhes disse: Qual dos dois quereis vós que eu vos solte? E responderam eles: Barrabás.

Dado o estado de baixa moralidade em que ainda vivemos na terra, é mais fácil aos homens escolherem o mal do que o bem.

A escolha de Barrabás em detrimento de Jesus é um exemplo disso.

Porém, à medida que os homens elevarem o seu padrão de moralidade, melhor compreenderão o bem. E por fim acabarão por sacrificarem Barrabás e escolherem a Jesus, isto é, aprenderão a praticar o bem e evitar o mal.

22 Disse-lhes Pilatos: Pois que hei de fazer de Jesus, que se chama o Cristo?

23 Responderam todos: Seja crucificado. O governador lhes disse: Pois que mal ele tem feito? E éles levantaram mais o grito, dizendo: Seja crucificado.

24 Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, mas que cada vez era maior o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos à vista do povo, dizendo: Eu sou inocente do sangue deste justo: vós lá vos avinde.

25 E respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.

Vemos aqui Pilatos servir de simples instrumento da intriga, que os sacerdotes tramaram para perder a Jesus. O poder romano, conquanto exercesse pleno domínio sobre os povos tributários de Roma, jamais se imiscuía em seus usos e costumes internos, uma vez que não contrariassem os interesses de Roma; limitava-se sempre a examinar o caso, e aprovar a resolução que os dignatários da nação lhes pediam. Assim, apesar de Roma ser a senhora, dava ao povo dominado a sensação de uma liberdade ilusória.

Por conseguinte, em virtude da política exterior que Roma observava em relação aos povos conquistados, não estava nas mãos de Pilatos salvar Jesus, mesmo que o quisesse. Contudo, Pilatos compreendeu imediatamente porque a casta sacerdotal queria sacrificar Jesus, e faz uma tentativa de salvá-lo.

Vendo que nada conseguiria, pois os interessados na morte de Jesus podiam facilmente ir buscar a sentença condenatória diretamente em Roma, Pilatos lava as mãos.

Lavando as mãos e dizendo que estava inocente do sangue do Justo, Pilatos dá a entender que não arcaria com a responsabilidade moral de condená-lo, fazendo-a recair inteiramente sobre os acusadores. Estes, compreendendo os escrúpulos de Pilatos em aplicar uma sentença de morte contra um homem em quem não achou crime, declaram-se os únicos responsáveis, dizendo: Caía seu sangue sobre nós e nossos filhos.

26 Então lhes soltou Barrabás; e depois de fazer açoitar a Jesus, entregou-lho para ser crucificado.

Este é um exemplo do que se passa, comumente, nos mundos inferiores: a virtude sacrificada e o mal em liberdade. Contudo, à medida que a humanidade se moraliza, notamos que se preza mais a virtude, e se combate o mal com mais intensidade. E quando a humanidade estiver regenerada, o mal estará vencido.


(Mc 15:16-32; Lc 23:26-43; Jo 19:17-27)

27 Então os soldados do governador, tomando a Jesus para o levarem ao pretório, fizeram formar à roda dele toda a corte.

28 E despindo-o, lhe vestiram um manto carmezim.

29 E tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram sobre a cabeça, e na sua mão direita uma cana. E ajoelhando diante dele, o escarneciam, dizendo: Deus te salve, rei dos judeus.

30 E cuspindo nele, tomaram uma cana, e lhe davam com ela na cabeça.

31 E depois que o escarneceram, despiram-lhe o manto, e vestiram-lhe os seus hábitos, e assim o levaram para o crucificarem.

E Jesus foi desamparado pelos poderes da terra, e entregue aos soldados romanos, os quais fizeram cair sobre ele o desprezo que nutriam, pelo povo dominado.

Mais uma vez Jesus exemplifica os seus ensinamentos. Ele tinha ensinado que quem se humilha será exaltado. E pacientemente sofre a humilhação, certo de que esses mesmos que o humilhavam haveriam de glorificá-lo em futuras reencarnações, quando estivessem esclarecidos.

Quando a humanidade souber seguir este exemplo de Jesus, grande paz e felicidade reinarão sóbre a terra, em todos os lares, em todos os corações. A vingança, essa paixão funesta, causadora de infortúnios sem conta, não infelicitará a terra. E o ódio que faz com que se retribua o mal com o mal, estará vencido. No lugar da vingança, haverá compreensão. Deixemos a Deus o cuidado de fazer justiça. As reencarnações trans formarão as vítimas e os agressores em irmãos; e o ódio cederá o lugar ao amor. As humilhações, as injustiças que sofrermos hoje, por parte de irmãos ainda não esclarecidos espiritualmente, e imersos na ignorância, serão reparadas mais tarde. Demos tempo ao tempo, que tudo se corrigirá, sem que haja necessidade de cometermos violências.

A cruz se tornou o símbolo da redenção humana. Espiritualmente falando, todos nós temos nossa cruz para carregar, através da existência. As provas e as expiações constituem a cruz bendita de nosso aprimoramento moral. Se Jesus tivesse evitado a cruz de seu martírio, não teria legado à humanidade o Código Divino; e sua obra, sem alicerces sólidos, teria caído no esquecimento.

Do mesmo modo, se não aceitarmos com resignação e coragem, paciência e mansidão, as dificuldades e os sofrimentos que a vida nos reservar, nosso progresso espiritual não se efetuará, e perderemos grande parte do resultado de nossas reencarnações. Lembremo-nos sempre de que não viemos à terra para gozar, mas para burlar nosso espírito, mediante a cruz de provas e expiações que nos tocar.


A CRUCIFICAÇÃO

(Mc 15:33-41; Lc 23:44-49; Jo 19:28-37)

32 E ao sair da cidade acharam um homem de Cirene, por nome Simão; a este constrangeram a que levasse a cruz dele padecente.

Vejamos a lição moral que poderemos extrair do fato de obrigarem o homem de Cirene ajudar Jesus.

Ensina-nos este episódio que não estamos desamparados na face da terra. Se nos faltarem amigos encarnados, jamais deixaremos de receber a assistência espiritual de nossos amigos desencarnados. Por isso, por mais penosa que seja nossa situação, ou por mais abandonados que se nos afigure estarmos, sempre há de aparecer uma mão amiga, que nos socorra em nossas necessidades.

De nossa parte, lembremo-nos de que é um de nossos deveres de cristãos, auxiliarmos os que passam por suas provas, e sofrem suas expiações.

E quando observarmos os preceitos do Evangelho, o peso de nossa cruz se tornará mais leve. Auxiliares preciosos que muito nos ajudarão carregar nossas cruzes, são a obediência e a resignação à vontade divina. Jamais nos esqueçamos disso.

33 E vieram a um lugar que se chama Gólgota, que é o lugar do Calvário.

34 E lhe deram a beber vinho misturado com fel. E tendo-o provado não o quis beber.

35 E depois que o crucificaram, repartiram as suas vestiduras, lançando sortes; para que se cumprisse o que tinha sido anunciado pelo profeta, que diz: Repartiram entre si as minhas vestiduras, e sobre a minha tunica lançaram sortes.

36 E assentados o guardavam.

A cruz era um suplício romano, reservado aos escravos e aos casos em que se queria agravar a morte com a ignomínia. Aplicando-a a Jesus, tratavam-no como um salteador, um bandido, ou um desses inimigos de baixa condição, aos quais os romanos não concediam a honra de morrerem pelo gládio.

Gólgota era um local fora de Jerusalém, porém perto das muralhas da cidade. A palavra gólgota significa caveira, e parece que corresponde à nossa palavra descalvado; designava, provavelmente, um outeiro nu, tendo a forma de um crânio. Não se sabe com exatidão onde fica hoje esse local. Com certeza era ao norte ou ao nordeste da cidade, na alta planície desigual que se estende entre as muralhas e os dois vales do Cedron e do Hinon, região sem atrativos e triste.

Os próprios condenados tinham de levar o instrumento de seu suplício, a cruz. Segundo o costume israelita, quando chegavam ao local da execução, ofereciam aos padecentes um vinho muito forte e aromatizado. Esse vinho embebedava imediatamente, e por um sentimento de piedade era dado aos condenados para atordoá-los. Parece que, habitualmente, as mulheres caridosas de Jerusalém traziam aos infelizes condenados esse vinho da última hora; quando nenhuma delas vinha, mandavam comprá-lo. Jesus apenas provou-o, e não quis bebê-lo.

A cruz se compunha de duas vigas ligadas em forma de T; era baixa, tanto que os pés dos condenados quase tocavam a terra; começavam por erguê-la; depois pregavam nela o condenado, atravessando-lhe as mãos com pregos; frequentemente pregavam também os pés; e outras vezes amarravam-nos com cordas. Um pedaço de madeira, como suporte, era pregado na haste da cruz, mais ou menos no meio, e passava entre as pernas do condenado, sobre o qual ele se apoiava. Sem isto as mãos se rasgariam, e o corpo cairia. Outras vezes deixavam um pedaço de tábua horizontal na altura dos pés do condenado, no qual ele se sustinha.

O principal horror do suplício da cruz consistia em que o condenado podia viver neste horrível estado três ou quatro dias, no escabelo da dor. A hemorragia das mãos cessava logo e não era mortal. A verdadeira causa da morte era a posição antinatural do corpo, a qual causava uma perturbação atroz na circulação do sangue, fortes dores de cabeça e do coração, e por fim a rigidez dos membros. Os crucificados de forte compleição chegavam a morrer de fome, O fito principal deste cruel suplício não era de matar diretamente o condenado por meio de lesões determinadas, mas de expor o escravo à execração pública, pregado pelas mãos de que ele não soubera fazer bom uso, e de deixá-lo apodrecer na cruz. (Renan-Vie de Jesus).

As roupas dos condenados pertenciam aos soldados, encarregados de executá-los. E quando não chegavam a um acordo sobre a partilha, recorriam ao jogo de dados.

Depois do sacrifício de Jesus, o caminho do Gólgota passou a simbolizar o período de lutas e de sofrimentos suportados pelo espírito para sua completa purificação. E o Gólgota, o ponto supremo do sacrifício no qual a alma se emancipa da matéria.

A mistura que Jesus provou é o símbolo do amargor da vida terrena experimentado por todos os espíritos encarnados que se entregam à árdua tarefa de seu aperfeiçoamento moral.

37 E puseram-lhe também sobre a cabeça esta inscrição, que declarava a causa de sua morte: ESTE É JESUS REI DOS JUDEUS.

Mal sabiam que a irônica sentença que tinham pregado no topo da cruz do Senhor, era a expressão de uma verdade profunda, que o tempo, dia a dia, mais demonstra. Sim, Jesus era rei; não somente rei dos judeus, mas de toda a humanidade. À medida que a humanidade progride, mais cresce entre os homens a realeza de Jesus, realeza inteiramente espiritual.

Quando o Mestre na luminosa paisagem da Galileia transmitia seus ensinamentos aos seus discípulos e ao povo humilde que o escutava, era na verdade a lei divina, que compete aos homens observar, o que Jesus lhes ditava. Quem poderia supor que aquelas palavras que a brisa levava, eram eternas? Quem poderia supor que ali nas margens do lago de Genezareth, cercado de pescadores, estava o Governador Espiritual da terra, legando aos homens, em seu Sermão da Montanha, as verdadeiras leis, únicas que tornarão o mundo feliz? E reis e imperadores terrenos não se curvaram ante os suaves ensinamentos de Jesus? Era pois bem verdade que Jesus era rei, embora sua realeza não fosse deste mundo.

38 Ao mesmo tempo foram crucificados com ele dois ladrões: um da parte direita e outro da parte esquerda.

Jesus finaliza aqui o seu exemplo de humildade e de amor aos simples, aos pequeninos, aos pecadores e aos transviados. Nasce na manjedoura entre rústicos pastores; escolhe seus discípulos entre rudes pescadores, e desencarna na cruz, junto de malfeitores. Através de todo o Evangelho, vemos o Mestre dando mão amiga aos que caíram.

39 E os que iam passando blasfemavam dele, movendo as suas cabeças.

40 E dizendo: Ah, tu o que destróis o templo de Deus, e o reedificas em três dias, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz.


41 Da mesma sorte, insultando-o também os príncipes dos sacerdotes, com os escribas e anciãos, diziam:

42 Ele salvou a outros, a si mesmo não se pode salvar; se é o rei de Israel, desça agora da cruz, e creremos nele.

43 Confiou em Deus: livre-o lá agora, se é seu amigo; porque ele disse: Eu pois sou o Filho de Deus.

44 E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele.

A ignorância e a má-fé sempre interpretaram mal os ensinamentos de Jesus. Estes insultadores são os primeiros da longa procissão deles, que se estenderia pelos séculos vindouros, uns explorando a doutrina de Jesus; outros cometendo crimes à sombra e em nome dela; outros negando-a; outros dizendo não compreendê-la. Contudo, a doutrina de Jesus jamais deixou de servir de farol para a vida eterna aos que a estudaram com o firme propósito de viverem de conformidade com ela.

45 Mas desde a hora sexta até a hora nona se difundiram trevas sobre toda a terra.

Os acontecimentos que se passam na terra repercutem no plano espiritual, donde projetam seus efeitos espirituais sobre o planeta.

A crucificação de Jesus foi um dos pontos culminantes da história espiritual da humanidade. Em vista disso, não devemos estranhar que se processassem fenômenos espirituais de relevância em toda a atmosfera do planeta, principalmente sobre Jerusalém. Estes fenômenos poderão ter sido facilmente percebidos por pessoas portadoras de mediunidade.

A própria natureza parece ressentir-se dos pensamentos dos encarnados, sofrendo-lhes a influência, e como que se sintoniza com eles; o dia se torna alegre se a maioria dos encarnados emitir pensamentos alegres; sombrio, se os pensamentos da maioria forem de tristeza e de desânimo; revoltado, se os pensamentos forem malévolos e de revolta. É fácil ver como nos dias de Natal e Ano Bom, tudo é alegre, festivo, jovial; é porque a humanidade, nestes dias, esquece das tristezas, e pobres e ricos procuram alegrar-se com o pouco ou com o muito que lhes coube na vida; procuram esquecer as mágoas e perdoam os ressentimentos em nome do Divino Remissor de todos os pecados. Se durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano, nós nos esforçássemos por conservar a mesma disposição de ânimo que temos pelo Natal, o ano inteiro apresentaria dias alegres, festivos, luminosos.

E os videntes viram as pesadas nuvens compostas de negros fluidos emitidos pela ignomínia dos homens, cobrirem o céu espiritual de Jerusalém.

46 E perto da hora nona deu Jesus um grande brado, dizendo: Eh, Eh, lamma sabachthani? isto é, Deus meu, Deus meu, porque me desampara te?

47 Alguns, porém, dos que ali estavam, e que ouviram isto, diziam: Este chama por Elias.

48 E logo, correndo um deles, tendo tomado uma esponja, a ensopou em vinagre, e a pôs sobre uma cana, e lha dava a beber.

49 Porém os mais diziam: Deixa, vejamos se vem Elias a livrá-lo.

50 E Jesus, tornando a dar outro grande brado, rendeu o espírito.

A humanidade ainda não pode compreender o triunfo da humildade. No tempo de Jesus, como nos dias de hoje, compreende-se o triunfo do orgulho, e não o da humildade. O triunfo do orgulho reclama a força dos exércitos, armas, massacres. E quando o orgulho triunfa, o faz através de montes de cadáveres, irmãos sacrificados, viúvas e órfãos ao desamparo, cídades saqueadas e destruidas, para que um homem ou um povo se apresentem triunfantes.

O triunfo da humildade é diferente.

A humildade triunfa quando se sacrifica e seu triunfo não é notado no mundo, que não o sabe ver nem avaliar. Se o indivíduo leva sua humildade ao ponto de desencarnar por um ideal, que mais tarde beneficiará a humanidade, e se tornará patrimônio comum, é tido por um louco, um visionário. É o caso sublime do sacrifício de Jesus. Ninguém via que era a humildade que triunfava, e em seu triunfo a única sacrificada era ela própria.

O orgulho triunfa clareando seu caminho com incêndios e maldições, para depois se apagar nas sombras dolorosas do mundo espiritual. A humildadè triunfa sacrificando-se e abençoando seus algozes, para despertar nos esplendores da pátria celeste.

Rodeado da turba que o escarnecia, que o insultava, que demonstrava completa cegueira espiritual em relação a seus ensinos, estando próximo o desencarne e vislumbrando o triunfo de seu Evangelho, que era o seu próprio triunfo, Jesus se recorda do salmo de David, o rei profeta, e começa a recitá-lo.

Era uma piedosa maneira de não deixar os motejadores sem uma resposta esclarecedora que, talvez, abrandasse a dureza daqueles corações, se a quisessem ouvir; e também um modo claro de confirmar, mais uma vez, que era ele o Enviado Celeste, pelo qual há tantos séculos 1srael esperava, e os profetas anunciaram. Mas suas forças lhe faltaram, e Jesus apenas pôde pronunciar as primeiras palavras do salmo; em seguida desencarnou.

51 E eis que se rasgou o véu do templo em duas partes de alto a baixo; e tremeu a terra, e partiram-se as pedras.

52 E abriram-se as sepulturas; e muitos corpos de santos, que eram mortos, ressurgiram.

53 E saindo das sepulturas depois da ressurreição de Jesus, vieram à cidade santa, e apareceram a muitos.

54 Mas o centurião, e os que com ele estavam de guarda a Jesus, tendo presenciado o terremoto, e os sucessos que aconteciam, tiveram grande medo e diziam: Na verdade este homem era Filho de Deus.

Os fenômenos aqui descritos são de natureza mediúnica. Dado a grande repercussão que o sacrifício de Jesus causou no mundo espiritual, abalaram-se profundamente as colônias espirituais vizinhas à terra. E as pessoas videntes puderam ver grande número de desencarnados; e onde houve possibilidades, produziram-se fenômenos de efeitos físicos.

Filhos de Deus somos todos nós; mas aqui o centurião quer designar particularmente Jesus, um Filho de Deus feito homem, que sacrificava sua vida material em benefício de ensinamentos, que ficariam para a eternidade.

55 Achavam-se também ali, vendo de longe, muitas mulheres que desde a GaUléia tinham seguido a Jesus, subministrando-lhe o necessário.

56 Entre as quais estavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.

Enquanto o Mestre não inicia a sua missão, viveu a vida comum dos homens de bem, no lar de seus pais, repartindo o tempo entre o trabalho manual de carpinteiro na modesta oficina e a meditação, e sua consequente preparação espiritual para a tarefa que o trouxera à terra. Tão logo chega a hora de se dedicar ao trabalho divino, vêmo-lo mudar-se para Cafarnaum, uma das aldeias situadas nas margens do lago Tiberíades.

Em virtude da alta espiritualidade que já tinha conquistado; e por saber dar às coisas da terra o seu justo valor; e por não acalentar nenhuma ilusão terrena; e por dedicar-se exclusivamente a seus ensinamentos, exemplificandose com a renúncia e perfeita independência das coisas materiais, Jesus muito pouco necessitava das coisas da terra; delas usava o indispensável para manter a vida, O lago generoso fornecia-lhe o peixe, base da alimentação de todos os habitantes da aldeia; e os pomares que se multiplicavam por quase todos os quintais, ofereciam-lhe os frutos deliciosos; de roupas, precisava apenas uma túnica, numa época em que as roupas das famílias eram tecidas em casa, por não existir ainda a indústria; e nos pés, usava sandálias, único calçado que havia. Era isto o que as mulheres da Galileia lhe ministravam, e que representava tudo o de que necessitava. Hospedava-se em casa de Simão Pedro, que era casado, o qual tratava de Jesus como de um filho, e cuja família repartia com Jesus as bênçãos, as alegrias e as tristezas, que experimentava sob o humilde teto.

A vida simples, a alimentação frugal, não criar ilusões fora, das possibilidades do momento, nem ambições desmedidas, procurar dar a cada coisa o seu justo valor, usar de tudo mas não abusar de nada, não complicar a vida com vaidades, que no fundo não passam de tolices, tudo isso torna o espírito independente da matéria, e lhe facilita a entrada em planos espirituais superiores.


A SEPULTURA DE JESUS

(Mc 15:42-47; Lc 23:50-56; Jo 19:38-42)

57 E quando foi pela tarde veio um homem rico de Arimateia, por nome José, que também era disci pulo de Jesus.

58 Este chegou a Pilatos, e lhe pediu o corpo de Jesus. Pilatos mandou então que se lhe desse o corpo.

59 Tomando pois o corpo, amortalhou-o José num asseado lençol.

60 E depositou-o no seu sepulcro, que ainda não tinha servido, o qual ele tinha aberto numa rocha. E tapou a boca do sepulcro com uma grande pedra que para ali revolveu, e retirou-se.

61 E Maria Madalena e a outra Maria estavam ali sentadas defronte do sepulcro.

Conquanto Jesus pregasse sua doutrina ao povo, aos pequeninos com os quais os mais bem aquinhoados da fortuna não se misturavam, sua doutrina era discutida e analisada pelas classes cultas da Judeia, entre cujos membros contava com grande número de admiradores; José de Arimateia era um destes.

Caso ninguém reclamasse o corpo, este seria atirado àvala comum, ou como normalmente acontecia, apodreceria na cruz. Os discípulos, aterrados e desorientados não se atreviam a se apresentar para reclamar o corpo do Mestre e Companheiro, temendo consequências funestas. José de Arimateia, que gozava de influência junto ao governo, e querendo prestar uma singela homenagem a quem lhe trouxera os ensinamentos da vida eterna, reclamou o corpo para dar-lhe uma sepultura decente, no que foi atendido.

62 E no outro dia, que é o seguinte ao parasceve, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus acudiram juntos à casa de Pilatos.

63 Dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, vivendo ainda, disse: Eu hei de ressurgir depois de três dias.

64 Dá logo ordem que se guarde o sepulcro até ao dia terceiro; para não suceder que venham seus discípulos e o furtem, e digam à plebe: Ressurgiu dos mortos; e desta sorte virá o último embuste a ser pior do que o primeiro 65 Pilatos lhes respondeu: Vós aí tendes guardas, ide, guardai-o como entendeis.

66 Eles, porém, retirando-se, trabalharam por ficar seguro o sepulcro, selando a campa e pondo-lhe guardas.

Sepultado Jesus, lembraram-se os sacerdotes das contínuas afirmações dele, de que ressurgiria dos mortos logo depois de três dias. Ficaram, pois, com receio, e mandaram que se guardasse o túmulo para que os discípulos nada pudessem fazer. Todavia, Jesus não se referia ao ressurgir dos mortos no sentido carnal, mas sim em espírito.

Como hoje sabemos, no fenômeno do desencarne, sempre decorre algum tempo antes que se desliguem todos os laços que prendem o espírito ao corpo.

Depois de liberto o espírito, ainda temos de considerar que lhe é preciso mais algum tempo, até que se ambiente no mundo espiritual para o qual voltou. Para a maioria dos espíritos, a transição acarreta perturbações, por vezes prolongadas. Nos espíritos altamente evoluídos, a transição é de consequências mínimas. Eis porque Jesus dizia que ressurgiria depois de três dias. É como se tivesse dito: Depois de três dias estarei livre das consequências provindas de meu desencarne e, portanto, em condições de me materializar perante meus discípulos.

Atendendo às solicitações dos sacerdotes, Pilatos lhes entrega o túmulo de Jesus, autorizando-os a agirem como entendessem. E eles tomam todas as providências para que o corpo não pudesse desaparecer.


CONSIDERAÇÕES EM TORNO DO DESAPARECIMENTO DO CORPO DE JESUS

O mistério impenetrável que constituiu durante dezenove séculos o desaparecimento do corpo de Jesus, só pôde ser desvendado em nossos dias, através dos ensinamentos e revelações trazidas pelo Espiritismo.

Antes de estudarmos como o fato ocorreu de acordo com as lições que o Espiritismo nos ministrou, analisemos se havia ou não necessidade de que o corpo do Mestre desaparecesse.

Havia dois grupos interessados na posse do corpo de Jesus: o grupo dos sacerdotes, e o grupo constituído pelos discípulos. Os discípulos ainda nada tinham resolvido, quando os sacerdotes se apoderaram do túmulo e, por conseguinte, do corpo de Jesus.

Mas eis que os dois grupos interessados são avisados simultaneamente de que o corpo desaparecera.

Teriam os discípulos furtado o corpo?

Não.

Os quatro evangelistas nos dizem que os discípulos se espantaram ao receberem a notícia. Amedrontados e semi-dispersos, desconhecidos e quase perseguidos em Jerusalém, eram incapazes de uma ação que requeria coragem, uma vez que os sacerdotes tinham tomado todas as providências para que o corpo não caísse nas mãos dos discípulos; a pena de morte aguardava aqueles que tal ousassem. E mesmo que os discípulos se apoderassem do corpo, onde o esconderiam?

A sinceridade e o entusiasmo com que os discípulos se entregaram à pregação do Evangelho, provam que não foram eles os autores do desaparecimento do corpo. Se tivessem sido eles, não se atreveriam a pregar o Evangelho, por saberem que era uma impostura dizerem que o Mestre ressuscitara, já que sabiam o destino que tivera o corpo. E se o fizessem, lhes faltaria a sinceridade e a fé que demonstraram em todas as circunstâncias afirmando sempre que falavam em nome de Jesus ressuscitado.

Teriam os sacerdotes furtado o corpo?

Não.

Os sacerdotes tinham o máximo interesse em conservar o corpo no túmulo, a fim de apresentá-lo como prova contra os discípulos, quando estes se dispusessem a pregar a doutrina do Mestre. E sobretudo os sacerdotes alimentavam o secreto desejo de, depois de decorridos os três dias, mostrarem o corpo ao povo, provando assim que eles realmente tinham condenado um impostor, pois não ressuscitara como prometera. E se os sacerdotes tivessem consumido o corpo, logo que os discípulos iniciassem as pregações, estes seriam confundidos, pois os sacerdotes não deixariam de lhes mostrar onde estava o corpo e dizer-lhes como o tinbam tirado do túmulo.

Consideremos agora porque o corpo deveria desaparecer. primeiro — Tanto os discípulos como os sacerdotes tomavam as palavras de Jesus ao pé da letra; entendiam-lhe apenas a parte material, sem procurar extrair delas o ensinamento moral ou espiritual que continham. segundo — Como não formavam uma ideia concreta de como o espírito sobrevive à matéria, julgavam que a ressurreição da qual Jesus lhes falava, se processaria mediante o corpo de carne. terceiro — Se os discípulos vissem o corpo se dissolvendo no sepulcro e o espírito do Mestre materializado ao lado deles e como não saberiam explicar o fenômeno que hoje o Espiritismo explica muito’ bem, tomariam o Mestre por uma visão, e não creriam no que tinham visto. Dariam mais crédito ao corpo que eles sentiam apodrecer no sepulcro, do que ao espírito imortal do Mestre, que se tinha tornado visível para eles. E diante do corpo que se desfazia, julgariam que tudo estava consumado, e não mais cuidariam de pregar a palavra divina.

Assim, o desaparecimento do corpo de Jesus trouxe duas grandes vantagens: primeiro — Fortificou a fé dos discípulos, que não sabendo o destino do corpo, e vendo o Mestre materializado perante eles, não mais duvidaram da missão divina de Jesus nem de seus ensinamentos nem da tarefa que lhes era confiada. segundo — Os sacerdotes ficaram sem um documento para contradizer os ensinos dos discípulos de Jesus e, portanto, não puderam semear a confusão no seio do Cristianismo nascente.

Estas foram as razões pelas quais os Diretores Espirituais do planeta resolveram que o corpo desaparecesse. Mais tarde, quando não houvese mais perigo para o Evangelho, a verdade seria restabelecida, com a explicação racional do ocorrido.

E o Espiritismo vem restabelecer a verdade. Para compreendermos como se processou o desaparecimento do corpo de Jesus de dentro do túmulo cavado na rocha, e fechado por pesada pedra, e selado pelos sacerdotes, e guardado por soldados romanos, temos de recordar o que é possível fazer-se por meio da mediunidade de efeitos físicos. Sabemos que, utilizando-se desse tipo de mediunidade, os espíritos podem retirar de dentro de um recipiente hermeticamente fechado, qualquer coisa que ali se ache, ou colocar dentro dele o que se queira. A mediunidade de efeitos físicos já nos mostrou médiuns que foram retirados de verdadeiras jaulas de ferro e transportados pelos espíritos para outros cômodos fechados da casa, e mesmo para locais distantes de onde se realizavam as experiências. Quanto a objetos grandes ou pequenos, leves ou pesados, o transporte deles pelos espíritos é comum em experiências desse gênero. Bem sabemos que os médiuns não precisam estar no local onde se apresenta o fenômeno; podem estar muito longe dele e completamente inconscientes de estarem servindo de instrumentos a fenômenos de efeitos físicos; pois fornecem apenas os fluidos dos quais os espíritos precisam para realizar o trabalho designado. Assim sendo, mediante a mediunidade de efeitos físicos que os espíritos utilizaram em alto grau, puderam transportar o corpo de Jesus para algum túmulo distante e desconhecido, onde se desfez, e cuja matéria voltou ao grande reservatório da natureza.

Teria sido isto uma fraude?

Não.

Simplesmente foi uma medida muito acertada para se evitarem consequências desastrosas e imprevisíveis para o futuro do Evangelho. Os espíritos agiram para com os homens daquele tempo, como os adultos agem para com as crianças: nem tudo se lhes explica integralmente, e muita coisa se oculta delas, para daí não provirem males; mas quando alcançam a idade adulta, tudo se lhes pode revelar. E como hoje a humanidade já está em condições de compreender tudo, o Espiritismo veio trazer-lhes a solução do problema.



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Lucas 23:26

E quando o iam levando, tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus.

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Lucas 23:27

E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam nos peitos, e o lamentavam.

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Lucas 23:28

Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos.

lc 23:28
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Lucas 23:29

Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram!

lc 23:29
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Lucas 23:30

Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos.

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Lucas 23:31

Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao seco?

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Lucas 23:32

E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos.

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Lucas 23:33

E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.

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Lucas 23:34

E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo os seus vestidos lançaram sortes.

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Lucas 23:35

E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus.

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Lucas 23:36

E também os soldados, o escarneciam chegando-se a ele, e apresentando-lhe vinagre,

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Lucas 23:37

E dizendo: Se tu és o Rei dos Judeus salva-te a ti mesmo.

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Lucas 23:38

E também por cima dele estava um título, escrito em letras gregas, romanas, e hebraicas: Este É O Rei dos Judeus.

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Lucas 23:39

E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.

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Lucas 23:40

Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?

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Lucas 23:41

E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.

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Lucas 23:42

E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.

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Lucas 23:43

E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.

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Lucas 23:50

E eis que um varão por nome José, senador, homem de bem e justo,

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Lucas 23:51

Que não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros, de Arimateia, cidade dos judeus, e que também esperava o reino de Deus;

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Lucas 23:52

Esse, chegando a Pilatos, pediu o corpo de Jesus.

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Lucas 23:53

E, havendo-o tirado, envolveu-o num lençol, e pô-lo num sepulcro escavado numa penha, onde ninguém ainda havia sido posto.

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Lucas 23:54

E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado.

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Lucas 23:55

E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galileia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo.

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Lucas 23:56

E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos, e no sábado repousaram, conforme o mandamento.

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João 19:28

Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede.

jo 19:28
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João 19:29

Estava pois ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num hissope, lha chegaram à boca.

jo 19:29
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João 19:30

E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

jo 19:30
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João 19:31

Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados.

jo 19:31
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João 19:32

Foram pois os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que com ele fora crucificado;

jo 19:32
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João 19:33

Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas.

jo 19:33
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João 19:34

Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.

jo 19:34
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João 19:35

E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais.

jo 19:35
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João 19:36

Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado.

jo 19:36
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João 19:37

E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram.

jo 19:37
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João 19:17

E, levando ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota.

jo 19:17
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João 19:18

Onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.

jo 19:18
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João 19:19

E Pilatos escreveu também um título, e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.

jo 19:19
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João 19:20

E muitos dos judeus leram este título; porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, grego e latim.

jo 19:20
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João 19:21

Diziam pois os principais sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas, Rei dos Judeus; mas que ele disse: Sou Rei dos Judeus.

jo 19:21
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João 19:22

Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi.

jo 19:22
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João 19:23

Tendo pois os soldados crucificado a Jesus, tomaram os seus vestidos, e fizeram quatro partes para cada soldado uma parte; e também a túnica. A túnica, porém, tecida toda d?alto a baixo, não tinha costura.

jo 19:23
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João 19:24

Disseram pois uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver de quem será. Para que se cumprisse a Escritura que diz: Dividiram entre si os meus vestidos, e sobre a minha vestidura lançaram sortes. Os soldados, pois, fizeram estas coisas.

jo 19:24
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João 19:25

E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena.

jo 19:25
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João 19:26

Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.

jo 19:26
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João 19:27

Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.

jo 19:27
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Lucas 23:44

E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até a hora nona,

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Lucas 23:45

Escurecendo-se o sol; e rasgou-se ao meio o véu do templo.

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Lucas 23:46

E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou.

lc 23:46
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Lucas 23:47

E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo.

lc 23:47
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Lucas 23:48

E toda a multidão que se ajuntara a este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltava batendo nos peitos.

lc 23:48
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Lucas 23:49

E todos os seus conhecidos, e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galileia, estavam de longe vendo estas coisas.

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Marcos 15:16

E os soldados o levaram dentro à sala, que é a da audiência, e convocaram toda a coorte;

mc 15:16
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Marcos 15:17

E vestiram-no de púrpura, e, tecendo uma coroa de espinhos, lha puseram na cabeça.

mc 15:17
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Marcos 15:18

E começaram a saudá-lo, dizendo: Salve, Rei dos Judeus!

mc 15:18
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Marcos 15:19

E feriram-no na cabeça com uma cana, e cuspiram nele, e, postos de joelhos, o adoraram.

mc 15:19
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Marcos 15:20

E, havendo-o escarnecido, despiram-lhe a púrpura, e o vestiram com os seus próprios vestidos; e o levaram para fora a fim de o crucificarem.

mc 15:20
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Marcos 15:21

E constrangeram um certo Simão Cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que por ali passava, vindo do campo, a que levasse a cruz.

mc 15:21
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Marcos 15:22

E levaram-no ao lugar do Gólgota, que se traduz por lugar da Caveira.

mc 15:22
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Marcos 15:23

E deram-lhe a beber vinho com mirra, mas ele não o tomou.

mc 15:23
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Marcos 15:24

E, havendo-o crucificado, repartiram os seus vestidos, lançando sobre eles sortes, para saber o que cada um levaria.

mc 15:24
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Marcos 15:25

E era a hora terceira, e o crucificaram.

mc 15:25
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Marcos 15:26

E por cima dele estava escrita a sua acusação: O Rei dos Judeus.

mc 15:26
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Marcos 15:27

E crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda.

mc 15:27
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Marcos 15:28

E cumpriu-se a escritura que diz: E com os malfeitores foi contado.

mc 15:28
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Marcos 15:29

E os que passavam blasfemavam dele, meneando as suas cabeças, e dizendo: Ah! tu que derribas o templo, e em três dias o edificas.

mc 15:29
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Marcos 15:30

Salva-te a ti mesmo, e desce da cruz.

mc 15:30
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Marcos 15:31

E da mesma maneira também os principais dos sacerdotes, com os escribas, diziam uns para os outros, zombando: Salvou os outros, e não pode salvar-se a si mesmo;

mc 15:31
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Marcos 15:32

O Cristo, o Rei d?Israel, desça agora da cruz, para que o vejamos e acreditemos. Também os que com ele foram crucificados o injuriavam.

mc 15:32
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Lucas 23:1

E, LEVANTANDO-SE toda a multidão deles, o levaram a Pilatos.

lc 23:1
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Lucas 23:2

E começaram a acusá-lo, dizendo: Havemos achado este, pervertendo a nossa nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei.

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Lucas 23:3

E Pilatos perguntou-lhe, dizendo: Tu és o Rei dos Judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes.

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Lucas 23:4

E disse Pilatos aos principais dos sacerdotes, e à multidão: Não acho culpa alguma neste homem.

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Lucas 23:5

Mas eles insistiam cada vez mais, dizendo: Alvoroça o povo ensinando por toda a Judeia, começando desde a Galileia até aqui.

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Lucas 23:6

Então Pilatos, ouvindo falar da Galileia, perguntou se aquele homem era galileu.

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Lucas 23:7

E, sabendo que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também naqueles dias estava em Jerusalém.

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Lucas 23:8

E Herodes, quando viu a Jesus alegrou-se muito; porque havia muito que desejava vê-lo, por ter ouvido dele muitas coisas; e esperava que lhe veria fazer algum sinal;

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Lucas 23:9

E interrogava-o com muitas palavras, mas ele nada lhe respondia.

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Lucas 23:10

E estavam os principais dos sacerdotes, e os escribas, acusando-o com grande veemência.

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Lucas 23:11

E Herodes, com os seus soldados, desprezou-o, e, escarnecendo dele, vestiu-o de uma roupa resplandecente e tornou a enviá-lo a Pilatos.

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Lucas 23:12

E no mesmo dia Pilatos e Herodes entre si se fizeram amigos; pois dantes andavam em inimizade um com o outro.

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Lucas 23:13

E, convocando Pilatos os principais dos sacerdotes, e os magistrados, e o povo, disse-lhes:

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Lucas 23:14

Haveis-me apresentado este homem como pervertedor do povo; e eis que, examinando-o na vossa presença, nenhuma culpa, das de que o acusais, acho neste homem.

lc 23:14
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Lucas 23:15

Nem mesmo Herodes, porque a ele vos remeti, e eis que não tem feito coisa alguma digna de morte.

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Lucas 23:16

Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei.

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Lucas 23:17

E era-lhe necessário soltar-lhes um pela festa.

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Lucas 23:18

Mas toda a multidão clamou à uma, dizendo: Fora daqui com este, e solta-nos Barrabás.

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Lucas 23:19

O qual fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade, e de um homicídio.

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Lucas 23:20

Falou pois outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus.

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Lucas 23:21

Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o crucifica-o

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Lucas 23:22

Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei.

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Lucas 23:23

Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principais dos sacerdotes, redobravam.

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Lucas 23:24

Então Pilatos julgou que devia fazer o que eles pediam.

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Lucas 23:25

E soltou-lhes o que fora lançado na prisão por uma sedição e homicídio, que era o que pediam; mas entregou Jesus à vontade deles.

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Marcos 15:1

E, LOGO ao amanhecer, os principais dos sacerdotes, com os anciãos, e os escribas, e todo o sinédrio, tiveram conselho; e, ligando Jesus, o levaram e entregaram a Pilatos.

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Marcos 15:2

E Pilatos lhe perguntou: Tu és o Rei dos Judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes.

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Marcos 15:3

E os principais dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas; porém ele nada respondia.

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Marcos 15:4

E Pilatos o interrogou outra vez, dizendo: Nada respondes? Vê quantas coisas testificam contra ti.

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Marcos 15:5

Mas Jesus nada mais respondeu, de maneira que Pilatos se maravilhava.

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Marcos 15:6

Ora no dia da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem.

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Marcos 15:7

E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte.

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Marcos 15:8

E a multidão, dando gritos, começou a pedir que fizesse como sempre lhes tinha feito.

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Marcos 15:9

E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos Judeus?

mc 15:9
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Marcos 15:10

Porque ele bem sabia que por inveja os principais dos sacerdotes o tinham entregado.

mc 15:10
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Marcos 15:11

Mas os principais dos sacerdotes incitaram a multidão para que fosse solto antes Barrabás.

mc 15:11
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Marcos 15:12

E Pilatos, respondendo, lhes disse outra vez: Que quereis pois que faça daquele a quem chamais Rei dos Judeus?

mc 15:12
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Marcos 15:13

E eles tornaram a clamar: Crucifica-o.

mc 15:13
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Marcos 15:14

Mas Pilatos lhes disse: Mas que mal fez? E eles cada vez clamavam mais: Crucifica-o.

mc 15:14
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Marcos 15:15

Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhes Barrabás, e, açoitado Jesus, o entregou para que fosse crucificado.

mc 15:15
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João 19:38

Depois disto, José de Arimateia (o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus.

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João 19:39

E foi também Nicodemos (aquele que anteriormente se dirigira de noite a Jesus), levando quase cem arráteis dum composto de mirra e aloés.

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João 19:40

Tomaram pois o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o sepulcro.

jo 19:40
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João 19:41

E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto.

jo 19:41
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João 19:42

Ali pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus.

jo 19:42
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Marcos 15:33

E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até à hora nona.

mc 15:33
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Marcos 15:34

E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloi, Eloi, lama sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

mc 15:34
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Marcos 15:35

E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Eis que chama por Elias.

mc 15:35
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Marcos 15:36

E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, e, pondo-a numa cana, deu-lho a beber, dizendo: Deixai, vejamos se virá Elias tirá-lo.

mc 15:36
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Marcos 15:37

E Jesus, dando um grande brado, expirou.

mc 15:37
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Marcos 15:38

E o véu do templo se rasgou em dois, d?alto a baixo.

mc 15:38
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Marcos 15:39

E o centurião, que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus.

mc 15:39
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Marcos 15:40

E também ali estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé;

mc 15:40
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Marcos 15:41

As quais também o seguiam, e o serviam, quando estava na Galileia; e muitas outras, que tinham subido com ele a Jerusalém.

mc 15:41
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Marcos 15:42

E, chegada a tarde, porquanto era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado,

mc 15:42
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Marcos 15:43

Chegou José d?Arimateia, senador honrado, que também esperava o reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus.

mc 15:43
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Marcos 15:44

E Pilatos se maravilhou de que já estivesse morto. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se já havia muito que tinha morrido.

mc 15:44
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Marcos 15:45

E, tendo-se certificado pelo centurião, deu o corpo a José;

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Marcos 15:46

O qual comprara um lençol fino, e, tirando-o da cruz, o envolveu nele, e o depositou num sepulcro lavrado numa rocha; e revolveu uma pedra para a porta do sepulcro.

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Marcos 15:47

E Maria Madalena e Maria mãe de José observavam onde o punham.

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