Enciclopédia de Gênesis 10:14-14

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

gn 10: 14

Versão Versículo
ARA a Patrusim, a Casluim (donde saíram os filisteus) e a Caftorim.
ARC E a Patrusim e a Caslusim, (donde saíram os Filisteus) e a Caftorim.
TB Patrusim, Casluim (donde saíram os filisteus) e Caftorim.
HSB וְֽאֶת־ פַּתְרֻסִ֞ים וְאֶת־ כַּסְלֻחִ֗ים אֲשֶׁ֨ר יָצְא֥וּ מִשָּׁ֛ם פְּלִשְׁתִּ֖ים וְאֶת־ כַּפְתֹּרִֽים׃ ס
BKJ e Patrusim, e Casluim (de quem vieram os filisteus), e Caftorim.
LTT A Patrusim e a Casluim (de quem saíram os filisteus) e a Caftorim.
BJ2 de Patros, de Caslu e de Cáftor, de onde saíram os filisteus.[t]
VULG et Phetrusim, et Chasluim : de quibus egressi sunt Philisthiim et Caphtorim.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Gênesis 10:14

Deuteronômio 2:23 também os caftorins, que saíram de Caftor, destruíram os aveus, que habitavam em aldeias até Gaza, e habitaram no seu lugar.)
I Crônicas 1:12 e os patruseus, e os caslueus (dos quais procederam os filisteus), e os caftoreus.
Isaías 11:11 Porque há de acontecer, naquele dia, que o Senhor tornará a estender a mão para adquirir outra vez os resíduos do seu povo que restarem da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia, e de Elão, e de Sinar, e de Hamate, e das ilhas do mar.
Jeremias 44:1 Palavra que veio a Jeremias acerca de todos os judeus habitantes da terra do Egito, que habitavam em Migdol, e em Tafnes, e em Nofe, e na terra de Patros, dizendo:
Jeremias 47:4 por causa do Dia que vem para destruir a todos os filisteus, para cortar de Tiro e de Sidom todo o resto que os socorra; porque o Senhor destruirá os filisteus, o resto da ilha de Caftor.
Amós 9:7 Não sois vós para mim, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? Diz o Senhor. Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e aos filisteus, de Caftor, e aos siros, de Quir?

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

JARDIM DO ÉDEN

Deus criou, para o primeiro casal, um lugar para morar, um lugar em que havia árvores, rios e animais, um lugar que veio a ser conhecido como "Éden" (Gn 2:4b-15). A dramaticidade desse relato arrebatador tem fascinado leitores de todas as idades, tem levado filósofos e teólogos a reflexões sérias e profundas e tem sido a inspiração para a pena de muitos poetas e para o pincel de muitos pintores. Mas, quando tentamos reconstruir o contexto geográfico desse texto bíblico e localizar o Éden, descobrimos que, em vários níveis, muito permanece envolto na obscuridade.

O verbo do qual deriva a palavra "Éden" sempre aparece com sentido ambíguo no Antigo Testamento. Outros substantivos homônimos de Éden chegam a ocorrer no Antigo Testamento, estando relacionados com: (1) o nome de alguém (2Cr 29:12-31.15); (2) coisas deleitosas/preciosas (2Sm 1:24; SI 36.8; Jr 51:34); (3) uma região ou território na Mesopotâmia (2Rs 19:12; Is 37:12; Ez 27:23; Am 1:5). Apesar disso, continua sendo difícil confirmar a exata nuança de determinado substantivo, a menos que seja possível encontrar um cognato fora da Bíblia, em textos do antigo Oriente Próximo, em contextos bem nítidos e esclarecedores.

No caso de "Éden", um cognato (edinu) aparece em acádico/ sumério, designando uma planície ou estepe presumivelmente situada em algum lugar da Mesopotâmia. Em ugarítico e, mais recentemente, em aramaico, uma palavra semelhante ('dn) parece denotar um lugar fértil e bem irrigado. Felizmente a citação em acádico aparece em um texto léxico ao lado de seu equivalente sumério e a atestação em aramaico se encontra num texto bilíngue aramaico e acádico, em que a palavra correspondente no lado em acádico também denota um sentido de abundância ou profusão. Com isso, a interpretação mais comum desses dados é que eles sugerem que o Éden deveria estar situado numa área relativamente fértil da estepe da Mesopotâmia ou perto dela.

A interpretação costumeira é que o relato bíblico está escrito da perspectiva de Canaã. Desse modo, a localização do Éden para o lado do oriente (Gn 2:8) também aponta na direção da Mesopotâmia. Além disso, o Éden é descrito como um "jardim" (Gn 2:15), onde era possível encontrar um rio (2,10) e ribeiros/fontes para regar o solo (2.6). Tendo em mente o escasso suprimento de água em Canaã, é talvez previsível que o escritor bíblico tivesse tomado um termo acádico emprestado para descrever uma situação inexistente em seu próprio ambiente: a abundância de água. A observação inicial, que situa o Éden numa área fértil em algum lugar da planície mesopotâmica, é reforçada por outros dois fatores: (1) sabe-se que dois dos rios mencionados na narrativa - o Tigre e o Eufrates - atravessavam a Mesopotâmia; (2) o nome bíblico associado a cada um desses dois rios corresponde exatamente ao nome encontrado em textos mesopotâmicos.

Tentativas fantasiosas de situar o Éden na Etiópia, Austrália, Índia, Paquistão, Egito, Alemanha, Suécia, Mongólia, Américas, África, ilhas Seicheles, Extremo Oriente, oceano Índico, linha do equador, Polo Norte ou qualquer outro lugar não merecem atenção. Nem são mais plausíveis aqueles esforços de interpretação segundo a qual a narrativa apresenta quatro rios que, na Antiguidade, acreditava-se que circundavam o globo. Tal hipótese pressupõe que a passagem tem natureza lendária e/ou que o escritor bíblico não conhecia seu mundo. Nossa observação inicial também não concorda com uma interpretação alegórica existente na igreja antiga (e.g., Orígenes) de que o Éden era um paraíso da alma. Essa interpretação associa os quatro rios às virtudes da prudência, coragem, justiça e domínio próprio, criando um paraíso de perfeição divina - mas um paraíso que está além das esferas geográfica e histórica.

Contudo, mesmo depois de aceitar um contexto mesopotâmico para o jardim, a identificação dos dois primeiros rios - Pisom e Giom - continua sendo problemática. Com exceção de umas poucas referências incidentais em escritos judaicos posteriores, esses dois rios não são atestados em nenhum outro texto antigo. Seus nomes não têm nenhuma semelhança com quaisquer nomes pelos quais os rios daquela região são conhecidos hoje em dia, e as próprias palavras sugerem que poderiam ser descrição do movimento do rio e não o seu nome (pisom significa "descer em cascata/jorrar'", e giom significa "borbulhar/permear").

Apesar disso, já desde o primeiro século d.C. tem sido costumeiro identificar o Pisom com o rio Ganges e o Giom com o Nilo, embora correspondências alternativas para o Pisom incluam os rios 1ndo e Danúbio e uma alternativa para o Giom seria a fonte de Giom, em Jerusalém. Jerônimo deve receber o crédito de ter introduzido na tradição cristã a identificação dos quatro rios como o Tigre, o Eufrates, o Ganges e o Nilo. Também são inúteis as tentativas de identificar o Pisom e o Giom com base em suas supostas relações com os descendentes de Havilá e Cuxe (Gn 2:11-13). No caso de Havila, o Antigo Testamento menciona pelo menos dois clãs com esse nome (Gn 10:7-29), não sendo possível demonstrar que qualquer um deles estivesse localizado na Mesopotâmia. De modo análogo, na Bíblia, Cuxe normalmente designa uma área do Sudão, embora em pelo menos um texto (Gn 10:8) o termo possa estar se referindo aos cassitas, uma dinastia de um povo que ocupou uma área da Babilônia durante boa parte do segundo milênio a.C.

A menção a ouro e bdélio em Havilá (Gn 2:12) também não ajuda numa busca geográfica. Na Antiguidade, o ouro era encontrado em lugares longínquos como Índia e Egito, mas também era bem comum em boa parte da Mesopotâmia e não estava limitado a qualquer região específica. Quanto ao bdélio, até mesmo a tradução da palavra continua sendo duvidosa: pode se referir a uma pedra preciosa, como rubi ou cristal de rocha, ou a uma substância medicinal aromática, como algum tipo de goma resinosa.

O mapa mostra uma área setentrional (urartiana) e uma meridional (suméria), nas quais é possível que o jardim estivesse localizado. Pode-se apresentar um argumento bem convincente em favor de cada um desses pontos de vista. O ponto de vista urartiano busca apoio em Gênesis 2:10, que afirma que um rio saía para regar o jardim e então se dividia em quatro braços. Os proponentes desse ponto de vista sustentam que esse texto exige situar o Éden num lugar de onde rios irradiam. Uma parte das nascentes do Tigre, de um lado, e uma das principais fontes do alto Eufrates (Murad Su), de outro, surgem no planalto urartiano, a oeste do lago Van, próximo da moderna cidade de Batman, na Turquia, estando separadas uma da outra por pouco mais de 800 metros.

Aproximadamente na mesma região ficam as nascentes dos rios Araxes e Choruk. Com frequência, defensores de uma hipótese setentrional identificam esses rios com o Pisom e o Giom.

Proponentes do ponto de vista sumério buscam apoio em Gênesis 2:12b (NVI), que associa o rio Pisom ao lugar da "pedra de ônix. Na Bíblia, a palavra "Onix" é regularmente explicitada mediante a anteposição da palavra "pedra" (Ex 25:7-28.9; 35.9,27; 39.6; 1Cr 29:2, NVI), o que, no caso dos demais minerais, é raro no Antigo Testamento. No mundo mesopotâmico, o único mineral que vinha acompanhado da palavra "pedra" é conhecido hoie em dia como lápis-lazúli, uma pedra azul-escura de valor elevado que, em toda a Mesopotâmia e em outras regiões, era geralmente usada em ornamentos régios ou oficiais (observe-se a inclusão do ônix como parte da ornamentação das vestes do sumo sacerdote [Êx 28.20; 39.13]).

Caso a palavra traduzida por "ônix" de fato se referisse ao lápis-lazúli, o ponto de vista sumério ganharia grande reforço, visto que, na Antiguidade, só existia uma fonte conhecida desse mineral - o Afeganistão. O lápis-lazúli era levado para a Mesopotâmia por vias de transporte que começavam no sul, mas aparentemente não pelas que partiam do norte. Textos acádicos mencionam o "rio de lápis-lazúli, que é identificado com o rio Kerkha ou o rio Karun, ou um trecho do baixo Tigre, logo acima de sua confluência com o Eufrates. No entanto, a expressão nunca é empregada para um rio do centro ou do norte da Mesopotâmia. Por esse motivo, alguns estudiosos propõem uma localizacão suméria para o rio Pisom e, nesse cenário, o candidato mais provável ao Giom é ou o rio Karun, ou o rio Kerkha, ou o uádi al-Batin (que, conforme se sabe, foi um rio verdadeiro que atravessava o deserto da Arábia e desaguava no curso de água Shatt el-Arab, logo ao norte do golfo Pérsico). No século 16. João Calvino introduziu, na teologia cristã, uma modificação do ponto de vista sumério, embora em grande parte sua exegese tenha sido emprestada de Agostinho Steuco, estudioso do Antigo Testamento que, à época, também era o bibliotecário do papa.7 Steuco afirmava que "quatro fontes/bracos" (Gn 2:10b) era uma referência tanto ao lugar onde os rios surgiam quanto ao lugar onde desembocavam no mar. Com essa ideia, Calvino sustentou que eles eram, de fato, quatro bracos distintos de um único rio dentro de Éden, com os dois cursos d'água de cima descendo de suas fontes até dentro do jardim e os dois de baixo fluindo do jardim e descendo até o golfo Pérsico. Calvino descreveu o que equivale a um alto Eufrates e um baixo Eufrates, e um alto Tigre e um baixo Tigre, havendo, no meio do mapa, um ponto de confluência onde suas águas se misturavam durante uma curta distância. De acordo com o reformador nesse ponto havia uma ilha onde o Eden estava localizado. Apesar da análise geográfica imprecisa de Calvino e até mesmo de sua exegese forçada, por mais de 200 anos sua localização do Éden teve destaque na história de comentários e de Bíblias protestantes.

Uma advertência extra é necessária. Ao descrever acontecimentos mais antigos da Bíblia, alguns atlas bíblicos20 e outras fontes cartográficas? fazem referência a uma "antiga costa litorânea" que se estendia por cerca de 200 quilômetros para o norte do golfo Pérsico e chegava até Ur, desse modo inundando (e na prática eliminando) a denominada localização suméria do Éden. Com base em investigações científicas publicadas por volta de 1900, mas com ideias talvez já existentes no primeiro século d.C., essa teoria se baseia na hipótese geológica de que o delta avançou pouco a pouco (e sempre nesse sentido) da região de Ur (e Samarra junto ao Tigre) até a atual costa litorânea. o que aconteceu, ao longo do tempo, exclusivamente como resultado da sedimentação depositada pelos rios Tigre e Eufrates. Com essa pressuposição, a teoria fez ainda outras pressuposições uniformitaristas quanto à datação e à distância e afirmou que esta "antiga costa litorânea" devia ser datada de aproximadamente 5000-4000 a.C. Pesquisas mais recentes, tanto geológicas quanto paleoclimatológicas, demonstraram, de forma definitiva, que essas suposições anteriores eram bem prematuras e não são mais defensáveis. Hoje sabemos que, por volta de 5000 a 4000 a.C., os níveis do mar eram mais baixos do que os níveis atuais, em geral em cerca de três metros. Atualmente submersas a pouca distância do litoral, ruínas de habitações daquele período são conhecidas no lado norte do golfo Pérsico, o que indica que, naquela época, a antiga costa litorânea do golfo Pérsico se estendia mais para o sul, e não mais para o norte. Na realidade, a sedimentação provocada pelos rios Tigre e Eufrates, embora seja bem ampla e acentuada a partir das vizinhanças de Samarra (Tigre) e Ramadi (Eufrates) até quase o ponto onde os rios se unem para formar o canal Shatt el-Arab, é praticamente inexistente dali para o sul, nos 160 quilômetros seguintes até chegar à atual costa litorânea do golfo Pérsico. Em função disso, não se pode desconsiderar o ponto de vista sul/sumério sobre o Éden apenas com base nesse tipo de análise geográfica ultrapassada.

O Jardim do Éden
O Jardim do Éden

AS CIDADES LEVÍTICAS E AS CIDADES DE REFÚGIO

Como parte do processo de distribuição territorial, membros da tribo de Levi viajaram a Siló, onde a questão de sua herança foi tratada à parte e detalhadamente. Levi não recebeu nenhuma porção determinada e independente de terra tribal (Js 13:14-33; 14.36,4; 18.7; cp. Js 21). Em vez disso, um total de 48 cidades e respectivas pastagens ao redor foram dadas aos levitas mediante sorteio e ocupadas de acordo com suas linhagens (Is 21:41; cp. Nm 35:7). As genealogias bíblicas atribuem três filhos a Levi: Gérson, Coate e Merari (Gn 46:11; Ex 6:16; Nm 3:17-26.57; 1Cr 6:16-23.6). Contudo, como a genealogia de Coate incluía Arão e Moisés, o registro bíblico se aprofundou na denominada "linhagem araônica" e lhe concedeu status sacerdotal mais elevado (1Cr 6:2-15). Como consequência, a narrativa de losué 21 e o texto sinótico de 1 Crônicas 6 dividiram os levitas em quatro famílias identificáveis, em vez de três, e a classificação das cidades foi feita basicamente no sentido horário, começando em Judá:

Uma análise do mapa deixa claro que algumas cidades levíticas estavam situadas em território que ficava fora da área controlada permanentemente por Israel e que só veio a ser dominado pelos israelitas na época de Davi e Salomão (e.g., Gezer, Taanaque, Ibleão, Naalal e Reobe [Jz 1]). Além disso, umas poucas cidades levíticas situadas dentro da área controlada permanentemente por Israel não revelam indícios arqueológicos claros de ocupação antes da época da monarquia israelita (e.g., Gola, Mefaate, Hesbom, Estemoa [?]) 16 Isso talvez indique uma propensão editorial por detalhes e por registro de dados do tipo que se vê claramente no período monárquico. Ou, à semelhança da distribuição territorial encontrada logo antes, nos capítulos 13:19, essa lista de cidades reflita talvez uma perspectiva ideal/ utópica daquilo que, em termos abstratos, foi atribuído às várias tribos e no devido tempo iria ocorrer na nação de Israel.161 Em vista do papel central e influente dos sacerdotes, em particular na história pré-monárquica de Israel, é talvez surpreendente que algumas cidades ligadas a atividades sacerdotais de uma época mais antiga não tenham sido identificadas como cidades levíticas e não tenham sido incluídas nessa lista. Lugares excluídos foram, por exemplo, Betel (Gn 12:8-35.
7) e Berseba (Gn 26:23), que são os primeiros lugares citados nos textos bíblicos em que os patriarcas de Israel erigiram altares em Canaa e adoraram lahweh. Gilgal (Js 4:19), Siló (Js 18:1-19.51; Jz 18:31-1Sm 2.14b; 4,4) e Betel (Jz 20:26), locais em que a arca da alianca esteve abrigada no Israel antigo, estão ausentes da lista. Também faltam Ramá e Mispá de Benjamim (1Sm 7:15-17), locais associados ao vidente Samuel, que ofereceu sacrifícios pelo povo de Israel (1Sm 9:9), ungiu Saul e Davi (1Sm 10:1-16.
13) e desempenhou um papel pioneiro na ordem eclesiástica pré-monárquica de Israel (1Sm 7:9-9.13 10:8-16:1-5). Por fim, seis cidades levíticas também foram separadas para serem "cidades de refúgio/asilo" (Is 20:2; Nm 35:6). Essa era uma terra em que a justiça era, em grande parte, ministrada no nível local. O derramamento de sangue "profanava a terra" e requeria vingança (Nm 35:33-34) - a qual era de responsabilidade do parente mais próximo ou então de um representante dos anciãos de determinada cidade, designado "vingador do sangue" (Nm 35:12; Dt 19:6-12; Js 20:3-5,9). 162 Por isso, era preciso também tratar da questão de proteger quem era realmente inocente. Começando já na legislação sinaítica, Israel mantinha uma clara distinção entre assassínio premeditado (Êx 21.12,14,15) e homicídio inocente (Èx 21.13). Como consequência, nesse aspecto a lei cuidou de criar um "espaço seguro" (Nm 35:6-9- 15; Dt 4:41-43; 19:1-10), que eram essas seis cidades que Josué separou para ministração da justiça no caso de homicídio acidental (bishgaga, "por engano") ou sem intenção (bli-daat, "sem conhecimento"). A pessoa responsável pelo homicídio tinha acesso à justiça. Uma vez que todos esses seis lugares eram cidades levíticas, ocupadas por aqueles incumbidos dos deveres sacerdotais de adoração e instrução na lei (Nm 1:47- 54; 3:5-10; Dt 10:8-33:8-10), é razoável supor que os ensinos da aliança sinaítica a respeito do assunto tenham sido conhecidos e praticados naqueles lugares. Três cidades de refúgio foram escolhidas em ambos os lados do rio Jordão, localizadas em pontos de fácil acesso. Os seis locais, dentro de regiões diferentes sob o controle de Israel (Js 20:7-9), propiciavam acesso razoavelmente igual para todas as tribos (v. a localização de Quedes (T. Qedesh), em Naftali; Siquém (T. el-Balata), em Manassés do Oeste; Hebrom (j. er-Rumeida), em Judá; Gola (Sahm el-Jaulan), em Manassés do Leste; Ramote-Gileade (T. ar-Ramith), em Gade; e Bezer (Umm al-'Amad), em Rúben].

AS CIDADES LEVÍTICAS E AS CIDADES DE REFÚGIO
AS CIDADES LEVÍTICAS E AS CIDADES DE REFÚGIO

A AMEAÇA FILISTÉIA

séculos XII a XI a.C.
QUEM ERAM OS FILISTEUS
Sem dúvida, os filisteus representavam a ameaça mais séria à nação de Israel. Em seu quinto ano de reinado - 1180 a.C. Ramsés Ill, rei do Egito, derrotou os "povos do mar" numa batalha naval corrida, provavelmente, na foz do Nilo. Seus atos foram registrados em relevos entalhados nas paredes do templo consagrado a Amon em Medinet Habu, na margem ocidental do Nilo, próximo a Tebas. Esses relevos mostram os povos do mar chegando no Egito em carroções e embarcações .com suas famílias e pertences (parte do povo se deslocou por terra, acompanhando a costa do Levante). Um dos grupos dos povos do mar, chamado de pereset, é retratado usando adornos para a cabeça feitos com penas ou pedaços de junco alinhados perpendicularmente a uma faixa horizontal. Esse grupo corresponde as filisteus do Antign Testamento.
Um dos símbolos pictográficos encontrados num disco de argila em Festo, Creta, datado do século XVII a.C., mostra um adorno para a cabeça bastante parecido com os de Medinet Habu. Esta semelhança e a referência de Amós a Caftor' como local de procedência dos filisteus indicam que eram um grupo de origem cretense. A designação Caftor é equiparada com o nome egípcio Keftyw ("Creta"). E provável que os filisteus tenham sido expulsos de Creta por outros povos do mar, cuja identidade não vem ao caso aqui. Porém, estudos de anéis anuais de árvores europeias e mudanças de nível em turfeiras e lagos sugerem a ocorrência de uma crise no clima da Europa c. 1200 a.C., fato que pode ter desencadeado as migrações.
Os egípcios afirmavam ter conquistado uma grande vitória em sua batalha contra os povos do mar. O Papiro de Harris de Ramsés IV (1153-1147 a.C.) - um papiro com 40 m de comprimento no qual se encontram registrados os acontecimentos do reinado de Ramsés III - declara: "Derrotei todos aqueles que ultrapassaram os fronteiras do Egito, vindos de suas terras. Aniquilei o povo danuna vindo de suas ilhas, os tiekker e os pereset (filisteus)... os sherden e os weshwesh do mar foram exterminados". Os filisteus derrotados se assentaram na planície costeira do sul da Palestina, daí o nome dessa região.

A CULTURA FILISTÉIA
À chegada dos filisteus na Palestina é marcada em termos arqueológicos por suas cerâmicas peculiares (Período Micênico HIC1b), bastante semelhantes a exemplares egeus. Os filisteus foram o primeiro povo a usar o ferro na Palestina e, portanto, arqueologicamente, sua chegada também é marcada pela transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro. Devido ao monopólio desse metal pelos filisteus, os israelitas se tornarem dependentes de seus ferreiros para afar ferramentas. Cinco cidades filistéias importantes foram fundadas na costa do Mediterrâneo ou próximo a esta: Gaza, Asquelom, Asdode, Ecrom e Gate. O governante da cidade era chamado, em hebraico, de seren, um termo usado apenas para governantes filisteus e associado, por meio da língua grega, à palavra "tirano".

SANSÃO
O juiz Sangar libertou Israel dos filisteus, mas quem recebe destaque é Sansão, o juiz com forças sobre-humanas demonstradas quando ele matou mil homens com a queixada de um jumento e carregou a porta da cidade de Gaza até o alto de um monte? que julgou sobre Israel durante doze anos.* Seu ponto fraco, a atração por mulheres estrangeiras, o levou a perder os cabelos, a força e a visão. Apesar de seus atos de heroísmo dramáticos, Sansão não livrou Israel da opressão filistéia.

SAMUEL
Os filisteus representavam uma ameaça inigualável.' Eram soldados disciplinados possuíam armas superiores às dos israelitas. Cansados de invadir e saquear periodicamente o território de Israel, procuraram conquistá-lo em caráter definitivo. Deslocando-se do litoral para o interior, ocuparam grande parte dos montes da região central. Foi nesse contexto que Samuel cresceu na cidade de Siló, na região montanhosa de Efraim. Ali ficava o tabernáculo, ao qual haviam sido acrescentadas algumas construções permanentes," formando um complexo chamado de "templo do Senhor"." Durante sua juventude, Samuel foi instruído pelo sacerdote idoso Eli. Ao atingir a idade adulta, Samuel foi reconhecido como profeta do Senhor em todo o Israel, desde Da até Berseba. Também atuou como juiz, percorrendo um circuito que incluía Betel, Gilgal, Mispa e Ramá, a cidade onde morava.

OS FILISTEUS TOMAM A ARCA
De acordo com o livro de Samuel, depois que os filisteus mataram quatro mil israelitas no campo de batalha em Afeca, o povo pediu que a arca da Aliança fosse trazida de Siló para o acampamento israelita em Ebenézer (possivelmente Izbet Sarteh). Quando os filisteus ouviram os gritos de júbilo dos israelitas, pensaram que um deus havia chegado ao acampamento de Israel. Na batalha subsequente, os israelitas foram massacrados: trinta mil soldados, inclusive os dois filhos rebeldes de Eli, morreram e a arca da aliança foi tomada. Ao receber essa notícia, Eli caiu da cadeira onde estava assentado, quebrou o pescoço e morreu. Sua nora também morreu durante o parto, exclamando: "Foi-se a glória de Israel" (1Sm 4:22).
jarro de cerveja filisteu, com coador embutido para remover as cascas da cevada. Asdode, século XIl a.C
jarro de cerveja filisteu, com coador embutido para remover as cascas da cevada. Asdode, século XIl a.C
O mapa mostra o circuito percorrido por Samuel nos montes ao norte de Jerusalém ao exercer a função de juiz.
O mapa mostra o circuito percorrido por Samuel nos montes ao norte de Jerusalém ao exercer a função de juiz.
A chegada dos filisteus A chegada dos filisteus na costa da Palestina foi parte de uma migração mais ampla de um grupo chamado de Povos do Mar, os quais o rei egipcio Ramsés Ill derrotou numa batalha naval na foz do rio Nilo, em 1180 a.C.
A chegada dos filisteus A chegada dos filisteus na costa da Palestina foi parte de uma migração mais ampla de um grupo chamado de Povos do Mar, os quais o rei egipcio Ramsés Ill derrotou numa batalha naval na foz do rio Nilo, em 1180 a.C.
esquife antropóide feito de argila, encontrado em Bete-Seá; século XIl a XI a.C.
esquife antropóide feito de argila, encontrado em Bete-Seá; século XIl a XI a.C.
batalha naval entre Ramsés Ill e os Povos do Mar (1180 a.C.). Relevo do templo de Amon em Medinet Habu, Egito. Os guerreiros filisteus são representados usando seus ornamentos característicos a cabeça.
batalha naval entre Ramsés Ill e os Povos do Mar (1180 a.C.). Relevo do templo de Amon em Medinet Habu, Egito. Os guerreiros filisteus são representados usando seus ornamentos característicos a cabeça.

OS VIZINHOS DE ISRAEL E JUDÁ

O LEGADO DE DAVI E SALOMÃO
Durante o reinado de Davi, Israel conquistou vários povos vizinhos, mas não todos. Ao norte, Hirão de Tiro e outros reis fenícios governavam uma faixa ao longo da costa do Mediterrâneo correspondente de forma aproximada a atual Líbano. Mais ao sul, também junto ao Mediterrâneo, os filisteus mantiveram sua independência. Do lado leste do rio Jordão e a leste e sul do mar Morto, Davi conquistou Amom, Moabe e Edom. Depois de derrotar Hadadezer de Zobá, Davi parece ter conseguido controlar parte da Síria até o rio Eufrates. Nos anos depois da morte de Salomão, essas regiões readquiriram sua independência.

AMOM
O centro do reino de Amom era a grande cidadela de Rabá- Amom (atual Amã, capital da Jordânia). Os amonitas eram descendentes de Ben-Ami, filho de Ló (sobrinho de Abraão) (com sua filha mais nova) A região a oeste que se estendia até o vale do Jordão entre os ribeiros Jaboque e Arnom era ocupada pelos amorreus.

MOABE
O reino de Moabe se concentrava no planalto entre o ribeiro de Arnom, que corria por um vale de até 500 m de profundidade, e o ribeiro de Zerede, a leste do mar Morto. Sua cidade mais importante era Quir-Haresete, a magnífica fortaleza de Kerak. A região ao norte do rio Arnom era chamada de Misor, ou campinas de Moabe. Os moabitas eram descendentes de Ló com sua filha mais vela. Rute, a bisavó de Davi, era moabita. Moabe era uma região conhecida pela criação de ovinos e, por algum tempo, teve de pagar a Israel um tributo anual de cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros.

EDOM
Os edomitas eram descendentes de Esaú, o irmão mais velho de Jacó. Ocupavam o território ao sul do mar Morto e a sudeste do ribeiro de Zerede. Essa região montanhosa também era chamada de monte Seir, que significa "peludo", pois era coberta de uma vegetação densa constituída, em sua maior parte, de arbustos. Abrangia a Arabá, ou deserto de Edom, a grande depressão que liga o mar Morto ao mar Vermelho. Sua capital, Sela, pode ser identificada com Petra, a cidade que viria a ser conhecida como a espetacular capital rosada dos árabes nabateus.

A REGIÃO AO SUL DO MAR MORTO
Ao sul de uma linha imaginária entre Gaza e Berseba, estendendo-se para o leste até o sul do mar Morto, fica o deserto de Zim. Essa área extensa que constitui a parte norte do deserto do Sinai apresenta um índice pluviométrico anual inferior a 200 mm e, portanto, não pode ser usada para a agricultura. Judá procurou exercer controle sobre Edom e essa região. Os portos de Eziom-Geber (possivelmente Tell el-Kheleifeh) e Elate no norte do golfo de Ácaba permitiam que Judá tivesse acesso ao mar Vermelho e seu comércio valioso.

OS FILISTEUS
Quatro cidades filistéias, Ecrom, Asdode, Asquelom e Gaza, permaneceram independentes do controle de Israel e Judá. Apenas Gate foi controlada pelo reino de Judá.

O LÍBANO
Os montes da região norte da Galileia são separados das cadeias de montanhas do Líbano ao norte pelo vale profundo do rio Litani que desemboca no Mediterrâneo alguns quilômetros ao norte de Tiro. As montanhas de até 3.088 m de altura que passam cerca da metade do ano cobertas de neve explicam o nome "Líbano", que significa "branco". As coníferas e cedros do Líbano forneciam a madeira de melhor qualidade do Antigo Oriente Próximo, cobiçadas por reis da Mesopotâmia e do Egito, e também por Salomão, que adquiriu dessa região a madeira para o templo do Senhor em Jerusalém. A leste da cadeia de montanhas do Líbano encontra-se o vale de Becá. As montanhas formam uma barreira natural, impedindo que as chuvas cheguem ao vale onde o índice pluviométrico anual não passa de 250 mm. Os rios Orontes e Litani correm, respectivamente, ao longo do norte e do sul do vale para o mar Mediterrâneo. A leste de Becá fica a cadeia de montanhas do Antilíbano, cujo pico mais alto é o do monte Hermom (também chamado de Sirion ou Senir) com 2.814 m de altura. A costa mediterrânea do Libano possui

DO OUTRO LADO DO MAR
Os fenícios da costa do Líbano eram exímios marinheiros. Salomão contratou marujos de Hirão, rei de Tiro, para seus empreendimentos comerciais no mar Vermelho. Os israelitas, por sua vez, eram um povo ligado à terra que mostrava pouco entusiasmo pelo mar, como o salmista deixa claro: "Subiram até aos céus, desceram até aos abismos; no meio destas angústias, desfalecia-lhes a alma. Andaram, e cambalearam como ébrios, e perderam todo tino. Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações" (SI 107:26-28).

A SÍRIA
A leste da cadeia do Antilíbano fica o país chamado hoje de Síria. Este foi o nome que os romanos deram à região, que incluía a Palestina, quando Pompeu a conquistou em 63 .C. e a transformou numa província romana. No tempo do Antigo Testamento, a região ao redor de Damasco e mais ao norte era chamada de Hara. Davi firmou alianças com os reis arameus de Gesur (a leste do mar da Galileia) e Hamate. Conquistou Zoba (ao norte de Damasco), estendendo seu domínio até o rio Eufrates. Damasco recobrou sua independência durante o reinado de Salomão quando um certo Rezom passou a controlar a região. Ben-Hadade II, Hazael e Ben-Hadade IlI, reis posteriores de Damasco, entraram em conflito repetidamente com Israel, o reino do norte.

A LESTE DO JORDÃO
Basã e Gileade, a leste do rio Jordão, faziam parte da terra prometida, e, portanto, não eram vizinhos de Israel. Entretanto, a fim de fornecer uma descrição mais abrangente, devemos tratar dessas terras do outro lado do rio. Nessa região, os ventos frios do deserto que, no inverno, sopram sobre os montes orientais impedem o cultivo de oliveiras e, em alguns lugares, também de vinhas.

Vizinhos de Israel e Judá
Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam. em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.

Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.
Cedros nas montanhas do Líbano.

A TABELA DAS NAÇÕES

Gênesis 10 é às vezes chamado de "Tabela das Nações" e tem sido objeto de incontáveis estudos e comentários. Bem poucos textos do Antigo Testamento têm sido analisados de modo tão completo. Entretanto, continuam sem resposta perguntas importantes e variadas sobre sua estrutura, propósito e perspectiva. O que está claro é que a Tabela pode ser dividida em três secções: (1) os 14 descendentes de Jafé (v. 2-5); (2) os 30 descendentes de Cam (v. 6-20); (3) os 26 descendentes de Sem (v. 21-31). Cada secção termina com uma fórmula que é um sumário da narrativa precedente (v. 5b,20,31) em termos de famílias (genealogia/sociologia), línguas (linguística), terras (territórios/geografia) e nações (política). A tabela termina no versículo 32, que apresenta um sumário de todos os nomes da lista.
Existe, porém, um número imenso de maneiras de entender esses termos e interpretar o que as várias divisões representam. Por exemplo, as secções têm sido classificadas de acordo com:


Também se deve destacar que os nomes de Gênesis 10 são apresentados de formas diferentes: o contexto pode ser de uma nação (e.g., Elão, v. 22), um povo (e.g. jebuseu, v. 16), um lugar (e.g., Assur, v. 22) ou até mesmo uma pessoa (e.g., Ninrode, v. 8,9). Deixar de levar em conta essa estrutura mista encontrada na Tabela tem levado a numerosas conclusões sem fundamento. Por exemplo, não se deve supor que todos os descendentes de qualquer um dos filhos de Noé vivessem no mesmo lugar, falassem a mesma língua ou mesmo pertencessem a uma raça específica. Uma rápida olhada no mapa mostra que a primeira dessas conclusões é indefensável.
Por exemplo, os descendentes de Cam residem na África, em Canaã, na Síria e na Mesopotâmia. Mas o texto também não pode ser interpretado apenas do ponto de vista linguístico: a língua elamita (Sem) não é uma língua semítica, ao passo que o cananeu (Cam) tem todas as características de um dialeto semítico. Em última instância, tentativas de remontar todas as línguas existentes a três matrizes malogram porque as formas escritas mais antigas são de natureza pictográfica, e tais formas simbólicas não contribuem para uma classificação linguística precisa. Além do mais, os antropólogos ainda não chegaram a um consenso sobre o que constitui uma definição correta de "raça", o que enfraquece ainda mais quaisquer conclusões sobre grupos raciais representados na Tabela.

OS 14 DESCENDENTES DE JAFÉ

OS 30 DESCENDENTES DE CAM


OS 26 DESCENDENTES DE SEM


A Tabela das nações
A Tabela das nações

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Gênesis Capítulo 10 do versículo 1 até o 32
b) A Propagação dos descendentes de Noé (10:1-32). Temos aqui o mesmo procedi-mento em dar genealogias como no capítulo 5, onde os filhos de Caim são meramente alistados para que a atenção seja concentrada em Sete. As linhagens de Jafé e Cam são contadas brevemente e depois postas de lado. O versículo 5 afirma claramente que esta lista está baseada não só em divisões familiares, mas em distinções nacionalistas e lingüísticas. Embora os nomes remontem a indivíduos, as genealogias se relacionam primariamente com as nações que descendem de Jafé. Eles ocupavam as regiões do nor-te, estendendo-se pela Turquia, as ilhas do mar Mediterrâneo e no sul da Europa. As línguas destes povos eram principalmente indo-européias.

Pelos registros assírios, Gomer (2) foi identificado com os cimérios. Magogue é prova-velmente termo para designar a todos os nortistas (ver Ez 38:2-39.1,6), mais particularmen-te aos habitantes da Turquia oriental, onde aparentemente se situavam Tubal e Meseque.

Madai era a antiga nação Média que, no século VI a.C., associou-se com os persas para formar o Império Persa. Javã era a nação grega jônica que foi proeminente nas obras de Homero. É provável que Tiras relacionava-se aos tirsenos gregos que viviam nas ilhas do mar Egeu. Há quem pense que eles possam ter sido os etruscos.

Asquenaz (3) ficava situado possivelmente na cadeia de montanhas do Cáucaso, perto dos mares Negro e Cáspio (cf. Jr 51:27). Pode ter certa relação com o nome mesopotâmico de Ashguza, que eram os citas. Rifate vivia em Anatólia ou Turquia. Togarma parece ser igual ao nome mesopotâmico Tegarama, situado perto de Carquêmis, junto ao rio Eufrates. Elisá (4) também consta em listas cuneiformes como Elashiya, antigo nome de Chipre. Társis também pode ter sido Chipre em tempos mais antigos, mas os gregos situavam os Tartesos na costa sul da Espanha imediatamente a oeste de Gibraltar. Quitim, igual ao grego Kition, estava situado em Chipre. Dodanim pode ter sido os troianos de Anatólia ou os habitantes de Rodes, ilha do mar Egeu. Na Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento, este nome é soletrado com um r inicial. Em hebraico, os caracteres d e r são quase iguais, sendo facilmente confundidos.

Cuxe (6) está relacionado com duas regiões geográficas diferentes. Este povo se estabelece primeiramente na cidade de Kish, no vale da Mesopotâmia, e depois se torna os cassitas. Parece que alguns deles também migraram para o sul da Arábia, pois todas as famílias alistadas em 10.7 eram habitantes daquela terra. Houve, então, um movi-mento na Abissínia, na África oriental (a atual Etiópia). Os descendentes de Cuxe, que ficaram no vale da Mesopotâmia, honraram um herói chamado Ninrode (8), que cons-truiu um reino (10) de cidades-estados proeminentes: Babel, Ereque, Acade e Calné. Pelo visto, o título caçador (9) se refere à tendência de Ninrode vitimar as pessoas e explorar os recursos naturais. O caçador está em contraste com a palavra semítica comum "pastor", que designa um regente que tem no coração o bem-estar das pessoas. O reino de Ninrode se estendeu até ao rio Tigre, onde foi construído o último centro do poder assírio, formado por Nínive, Reobote-Ir, Calá (11) e Resém (12). É interessante que o nome atual das ruínas de Calá seja Ninrode.

Mizraim (13) é o nome hebraico para aludir ao Egito, que teve sua origem no vale do Nilo. A oeste do Egito está a terra de Ludim, os líbios. Os outros povos alistados no versículo 13 não foram ainda identificados. Sabe-se hoje que Patrusim (14) era o povo de Patros, no alto Egito. Casluim era a pátria dos filisteus, de quem a Palestina obteve o nome. Caftorim era o povo de Creta, que também era a pátria original dos filisteus.

Os cananeus se tornaram um povo de fala semítica e eram conhecidos pelos gregos como fenícios. Suas cidades principais foram Sidom (15) e Tiro, que ainda existe no moderno Líbano. Por muito tempo os cananeus foram politicamente dominados pelos egípcios. Hete seria os hititas, que construíram um centro de poder na Anatólia cen-tral (Turquia), mas alguns deles fundaram colônias na Palestina, sendo que a mais conhecida estava em Hebrom (23.23,24). O jebuseu (16) representa os habitantes hurrianos de Jerusalém antes de ser tomada pelo rei Davi (2 Sm 5:6-10). O clã do amorreu ocupou os altiplanos da Palestina e da Transjordânia. O heveu (17) também era um nome para se referir aos colonos hurrianos da Palestina, mas o grupo girgaseu é desconhecido na história.

Todos os povos alistados no versículo 14 viviam no norte de Sidom estendendo-se até ao rio Orontes e estavam, em geral, sob o controle político do Egito nos primitivos tempos do Antigo Testamento. As fronteiras dos cananeus (19) abrangiam a região litorânea do Mediterrâneo indo bem ao sul, chegando a Gaza, e estendendo-se abaixo do vale do Jordão até o mar Morto. Esta descrição se harmoniza perfeitamente com resquícios de suas colonizações que duraram de mais ou menos 1750 a.C. a cerca de 1300 a.C., descobertos por arqueólogos na antiga Palestina.

Os filhos de Éber (21), nome que mais tarde ficou restrito somente ao povo hebreu, aqui designa o povo de fala semítica no deserto da Arábia e em torno dele. Porém, Elão (22), que está a leste do vale da Mesopotâmia, não era semita. O povo de Assur (Assíria) venceu os sumérios, o povo de Sinar, em cerca de 2200 a.C., e se tornou um império poderoso.

Arfaxade parece situar-se ao nordeste dos assírios. Lude se tornou a nação da Lídia. Arã se tornou o influente povo aramaico (Síria), cujo idioma e escrita se torna-ram o meio de comunicação internacional durante o período dos impérios assírio, babilônico e persa. Damasco era a capital da Síria. Uz (23) fica a leste do rio Jordão, ao longo do deserto da Arábia. Jó pertencia a este grupo (1:1). Nada é sabido sobre Hul, Geter e Más.

A maioria dos povos mencionados com Joctã (25) é desconhecida, mas inscrições árabes falam de Hazar-Mavé (26), de Obal, Abimael e Sabá (28), de Ofir e Havilá (29). Sabá é famosa porque a rainha de Sabá viajou a Jerusalém para ver o rei Salomão (1 Rs 10:1-13). Houve muitos casamentos entre as pessoas destes povos, mas basica-mente ocorreu uma divisão entre eles de acordo com grupos lingüísticos. Assim tende-mos a falar acerca deles em termos de características de linguagem indo-européia, semítica e camita.'


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Gênesis Capítulo 10 do versículo 6 até o 14

Gn 10:6-14

Os filhos de Cão.
Ver no Dicionário todos esses nomes, onde há comentários detalhados. A exposição dá aqui apenas algumas idéias fundamentais.

Cuxe. Está em pauta o sul da Arábia, o sul do Egito moderno, o Sudão e, principaimente, o norte da Etiópia. Houve misturas com povos semíticos, o que explica alguns dos nomes que se seguem. Aqui entra o preconceito racial, que diz que alguns descendentes de Câo são os negros, sobre os quais, supostamente, teria caído a maldição contra Canaã (Gèn, Gn 9:25 e suas notas). Tribos árabes parecem estar em foco.
Mizraim. Algumas traduções dizem aqui Egito. A palavra está no dual, aludindo, sem dúvida, ao Alto e ao Baixo Egito. Josefo chamava os egípcios de mestres, uma palavra cognata do texto. Os árabes chamavam o Cairo de Al-messer, outro termo cognato.

Pute. Os líbios, do norte da África. Josefo diz que o homem desse nome fundou a Libia, e antigas tradições nos dão idêntica informação.

Canaã. Ver a nota sobre ele em Gn 9:22. Sobre a maldição que recebeu, ver Gn 9:25. Foi progenitor dos fenicios. Ver no Dicionário os artigos intitulados Femcia e Canaã, Cananeus.

Gn 10:7
Os filhos de Cuxe.
Ver esses nomes explicados nos artigos correspondentes, no Dicionário.

Sebá. Está em paula o Alto Egito. O nome original era de uma tribo árabe que. finalmente, migrou para a África. Outras áreas geográficas estiveram envolvidas em sua expansão.
Havilá. Essa palavra quer dizer “terra marítima". Talvez se refira às porções norte e leste da Arábia, já no golfo Pérsico, ou, talvez, às margens ocidentais do golfo Pérsico.
Sabtá. Refere-se ao antigo Hadramaute, nas margens ocidentais do golfo Pérsico.
Raamá. Localizada no sul da Arábia. Essa localização foi dividida também entre Dedã, a sudoeste, e Sebá, ao centro.
Sabtecá. Na parte sul da Arábia.

Sabá. Está em pauta a porção sudoeste da Arábia. Ver I Reis 10:1-13 quanto à história sobre a rainha de Sabá.

Dedã. Norte da Arábia. Alguns habitantes dessa área são descendentes de Sem (Gn 10:29), pelo que são mestiços de semitas e camitas.

Gn 10:8

Ninrode. Esse homem, em face de sua violência e virulência, merece menção especial, e assim, três versículos ampliam o tema. Somente ele e Pelegue (vs.
25) tèm seu relato ampliado de algum modo. O resto do capítulo consiste somente em lista de nomes. Dou um artigo detalhado sobre esse homem e seus descendentes no Dicionário Ninrode foi um antigo tirano, um homem furioso, caçador, incansável, o fundador de Babel (ou seja, Babilônia). Ele proveu “a união da paixão pela caça com a habilidade na guerra” (Delitzsch, in loc.), e assim foi uma espécie de protótipo dos monarcas assírios.

Poderoso. Ele era violento, arrogante, matador, exatamente coisas que as pessoas admiram, protótipo dos grandes tiranos que se seguiríam. Os reis assírios eram famosos por sua habilidade na caça, que era um esporte, mas também um meio de exibir suas habilidades violentas. Fundou várias cidades, que se tomaram centros de oposição ao povo de Israel.

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.

Jo 316:1

Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam.

At 17:30

Pois ê por isto que foi pregado o evangelho até aos mortos, para que. na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito.

1Pe 4:6

Gn 10:9

Daí dizer-se: Como Ninrode, poderoso caçador. O seu nome tomou-se proverbial, e muitas lendas surgiram em torno dele, conforme ilustrei detalhadamente no meu artigo sobre ele. Outros homens entregaram-se a atividades pastoris, mas não Ninrode. Ele sabia onde poderia obter fama e glória humana. E fez outros homens o temer, e com bons motivos. Fazia de suas presas tanto a animais quanto a homens, e ambos fugiam dele.
Diante do Senhor. Ninrode era tido como benfeitor público. Organizava caçadas e distribuía alimentos ao povo. Também organizava comunidades e obras públicas. Era um líder de homens e era respeitado, apesar de sua violência. Deu inicio a seu pequeno império, que, sob outros lideres, floresceu na forma dos impérios assírio e babilônico.
John Gill (in loc.) sugeriu que parte de sua fama residia no alegado fato de que, após o dilúvio, as feras aumentaram grandemente em número; e então qualquer homem, como Ninrode, que pudesse reduzir a ameaça e o desconforto produzido pelo reino animal, seria naturalmente respeitado e honrado. A capa, conforme informou Aristóteles (ver Político Gn 1:1 c.
8) E curioso que a família real da Inglaterra sempre tenha se especializado na cavalaria e na caça, e muitos deles, mesmo em nossos dias, têm-se distinguido como militares. Os assírios deificaram Ninrode, e, em sua mitologia, puseram-no entre as constelações, após a sua morte, a fim de conferir-lhe perpetuidade. Ele chegou a ser chamado de Órion. Apesar de muitos outros homens já terem caçado, talvez o relato bíblico queira dar a entender que foi Ninrode quem deu origem à caça como uma verdadeira arte.

Diz aqui a Septuaginta “contra o Senhor”, uma denuncia contra a sua virulência; mas dificilmente temos nisso uma verdadeira interpretação do versículo. O texto parece antes envolver um elogio, por meio de um ditado popular; e parece sugerir que o próprio Senhor respeitava Ninrode

Gn 10:10

O princípio do seu reino foi Babel. Ninrode fundou várias comunidades que, mais tarde, se tomaram inimigas do povo de Israel, Ver notas completas, no Dicionário, sobre o artigo Babe! (Torre e Cidade). Ver também sobre a Babilônia. Fontes históricas e lendárias falam de vários fundadores da cidade de Babilônia, pelo que há certa confusão quanto a esse particular. A história deveras antiga sempre fica indefinida, perdida nas brumas do tempo.

Ereque. No hebraico, “extensão”, “tamanho”. No acádico, o nome dessa cidade é Umk e, no sumério, Unug. Essa foi a segunda cidade fundada por Ninrode. Ele aparece como fundador das cidades de Babel (Babilônia), Ereque, Acade, Nínrve, Reobote-lr, Calá e Resén, sete ao todo (Gn 10:10,Gn 10:11). Alguns salientam, contudo, que a rigor não é dito que ele foi o construtor dessas cidades, mas somente estabeleceu sua autoridade sobre elas. Isso significaria que algumas delas, pelo menos, já existissem antes dele. Ereque ficava localizada à margem esquerda do no Eufrates. O local antigo é assinalado pela moderna Warka. situada cerca de cento e sessenta quilômetros a sudeste da cidade de Babilônia, em uma área pantanosa do Eufrates. Nesse mesmo lugar, foram encontrados pelos arqueólogos dois antigos zigurates (que vide). Serviam de torres de templos e aii foram encontrados selos cilíndricos (que vide). O mais antigo desses zigurates data do começo do quarto milênio A. C. Ereque, juntamente com Ur, Lagase e Eridu, representam uma das mais antigas cidades do sul da Babilônia de que se tem notícia.

Entre as inscrições encontradas nesse lugar, muitas são dos dias dos reis Dungi, Ur-Bau, Gudea, Singaside e Merodaque-Baladã. Também têm sido encontrados no lugar tabletes pertencentes aos reinados de Nebopolassar, Nabucodonosor, Nabonido, Ciro, Dario e dos selêucidas. Além disso, muitos artefatos têm sido encontrados, como peças de cerâmica esmaltada, esquifes, muitos tipos de receptáculos e sepulcros.
A vila original, chamada Culabe, foi fundada por pessoas do período Ubaide (cerca de 4000 A. C.). A principal pessoa envolvida nisso foi o governante semítico Mesquiagaser, da primeira dinastia. Uruque (Ereque) foi a capital do rei heróico mítico, Gilgamés, cujas lendas são paralelas, em muitos pontos, à narrativa da criação do livro de Gênesis. Ver o artigo sobre Cosmogonia. A literatura assíria e babilònica contém muitas referências a Ereque. Nos tempos assírios, ao que parece, a cidade tomou-se uma espécie de necrópole nacional.

O local foi escavado a partir de 1850. E após essa data, houve muitas outras escavações arqueológicas. Além das coisas já mencionadas, deveriamos destacar que foram encontrados ali dois zigurates, vários documentos, alguns deles pertencentes a até 70 A. C. Canais artificiais traziam água para a cidade. As referências ao lugar indicam que, antigamente, a cidade ficava situada em uma área fértil, embora atualmente seja um virtual deserto.
O culto a Anu talvez fosse a mais importante expressão religiosa de Ereque, porquanto a divindade desse nome era um dos deuses mais proeminentes da Babilônia. Outro culto importante do lugar era o de Istar.

Acade. No hebraico significa “fortaleza”, mui antigo centro do poder imperial camita, fundado por Ninrode (Gn 10:10). Essa cidade deve ser identificada com Agade, que Sargão I trouxe à fama como capital de seu império semita, e que dominou o mundo mesopotâmico em cerca de 2360 — 2180 A. C. Ficava à beira do rio Eufrates, a pouca distância da moderna Bagdá. A região derivou o nome de sua capital, incluindo a planide aluvial sem pedras do sul da Babilônia e do norte da Suméria. A expressão “terra de Sinear”, onde se desenvolveu o primeiro poder imperiaJ do mundo, incluía as cidades de Babel, Ereque (Uruque), Acade e Calné. Os habitantes originais da região provavelmente foram sumerianos não-semitas, mas de origem camita (Gên. 10:8-10), inventores da escrita cuneiforme, precursores culturais dos posteriores conquistadores semitas da Babilônia. Esse império perdurou por dois séculos, considerado pelos babilônios um império ideal, representante de uma espécie de idade áurea. O termo Acade veio a ser aplicado a todo o norte da Babilônia, a fim de contrastar com a Suméria, o sul da Babilônia. Acadiano é atualmente usado como termo para referir-se à mais antiga língua escrita, utilizada durante o reinado de Sargão, de Acade, chamado “acadiano antigo”. Essa palavra também designa os idiomas semíticos assírio e babilônio.

Calné. De acordo com alguns eruditos, no hebraico significaria “forte de Anu". Anu era uma das principais divindades do panteão babilônico. O local provável é a moderna Niffer, no Talmude, Nopher. Fica cerca de cem quilômetros a sudeste da antiga cidade da Babilônia, à margem esquerda do rio Eufrates. A Septuaginta refere-se a Calné ou Calno como o lugar onde foi edificada a torre famosa (Is 10:9). O local acima referido tem sido intensamente investigado pela arqueologia. Ver sobre Nípur. Contudo, há estudiosos que a identificam com Kulunu, outra antiga cidade próxima de Babilônia. Ainda outros supõem que esta cidade deveria ser identificada com Hursagkaiama, uma cidade gêmea de Quis. Outrossim, com base em uma compreensão diferente do texto hebraico, alguns intérpretes traduzem Calné como todas elas. pelo que aquele versículo diría; “O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade, todas elas na terra de Sinear”. Nesse caso, nunca houve uma cidade chamada Calné, e todas essas identificações, acima referidas, laboram em erro.

Terra de Sinear. Ver o longo artigo sobre esse lugar no Dicionário. Essa é uma das designações (talvez a mais antiga) da Babilônia.

Gn 10:11

Assíria. Ninrode é aqui retratado como quem viajou de Sinear (Babilônia), para a Assíria, ou seja, do sul para o norte. Ver o artigo detalhado sobre este último lugar, no Dicionário. Uma vez no território assírio, ele edificou Nínive, que também conta com um detalhado artigo no Dicionário. E Ninrode também fundou outras cidades, todas as quais recebem artigos separados no Dicionáno. Ver sobre Reobote-lr e Calá. As atividades de Ninrode eram poderosas e atingiam muitos lugares, e assim seu nome tomou-se legendário, tendo chegado a ser deificado em vista de suas obras prodigiosas,

Gn 10:12

Resém. O autor sacro localizou-a entre Nínive e Calá, além de tê-la denominado “a grande cidade". Na Septuaginta temos a forma Dase, provavelmente uma forma hebraicizada do assírio res eni, que significa cabeça de fonte, embora outros estudiosos prefiram o sentido de fortaleza. A maioria dos estudiosos pensa que o locativo designa uma cidade assiria edificada por Ninrode, entre Nínive e Calá. Mas nenhuma cidade de dimensões apropriadas foi encontrada nessa área. Alguns eruditos propõem a aldeia assíria de Resh-eni, mencionada por Senaqueribe em conexão com as suas obras para suprir Nínive de água, situada a nordeste da capital. Mas há quem pense que se trata de uma descrição parentética de alguma impressionante construção militar ou de engenharia, talvez alguma obra hidráulica. Alguns intérpretes chegam mesmo a sugerir que uma grande cidade pode cair no olvido se seus conquistadores e destruidores não chegarem a reedrficá-la.

Gn 10:13
Agora o autor deixa Ninrode para trás, com sua valentia e obras prodigiosas, e reverte à lista simples de nomes e de localidades.

CHAVE

Acade Fb

Gomorra Eb

Meseque Eb

Amorreus Eb

Haveus (Hurrianos) Fb

Misraim (Egito) Ec

Asquenaz Fb

Havilã Fd

Ninive Fb

Assiria Fb

Hete Eb

Ofir Fd

Babilônia Fb

Hazamavé FGd

Patros Ec

Cache Fb

Java Db

Pute Db

Caftor Db

Joctã Fd

Quitim Eb

Canaâ Eb

Leabim Db

Raamá Fd

Catã Fb

Lude Db

Rifate Ea

Cuxe Ec

Madal Gb

Seba Fc

Dedão Ec

Magogue Fa

Sebá Ed; Fd

Dodanim Db

Mar Árabe FGd

Sidom Eb

Elão Fb

Mar Cáspio Ga,b

Sinar Fb

Egito Ec

Mar Mediterrâneo Cb

Sodoma Eb

Ereque Fb

Mar Negro Ea

Tartessos Bd

Gaza Eb

Mar Vermelho Ec

Tira Eb

Gomer Ea

Messa Fc

Tuba! Eb

Mizraim. Algumas traduções dizem aqui Egito, fazendo esse termo tomar-se o nome próprio de um homem. Ver as notas sobre o vs. Gn 10:6, onde esse nome é encontrado peia primeira vez. As tribos que descendiam desse homem ocuparam áreas que vão desde o norte da África até a ilha de Creta.

Lude, Ludlm. Em Gn 10:22, “Lude” aparece como o quarto filho de Sem. Em Gn 10:13, Ludim {uma palavra que no hebraico está no plural) figura como o primogênito de Mizraim, filho de Cão. No décimo capítulo de I Crônicas, a tabela das nações, Lude é um povo semita, e Ludim é um povo camita, descendente de Mizraim, o Egito {ver os vs. Gn 10:13 e 22). Josefo (Antiq. 1.6,4) refere-se aos lídios, embora ele não exclua uma identificação semítica desse povo. Ver o artigo sobre a Lídia. Nos trechos de Ez 27:10 e Ez 30:5, o povo de Lude é descrito como aliado de Tiro e do Egito, respectivamente, A Lídia (Ludd) aparece como aliada do Egito nos registros neobabilônicos. As inscrições egípcias dos séculos 13 e XIV A. C. referem-se a um povo chamado Luden, localizado perto da Mesopotâmia. Alguns eruditos supõem que isso indique que esse povo fora deslocado de sua pátria original, na Mesopotâmia, migrando então, para a Ásia Menor. Seja como for, a Lídia veio a lomar-se parte do império romano, após a morte de Croeso, às mãos de Ciro, rei da Média-Pérsia.

A identificação de Ludim com a Lídia é duvidosa, mas Lude quase certamen-te corresponde à Lídia. As inscrições assírias referem-se aos lídios chamando-os de Ludu. Essa é uma palavra cognata do termo hebraico, lud. Josefo também fez essa identificação. As evidências demonstram que Heródoto falou sobre Lydus como o ancestral dos lídios.

Ludim é um povo de origem camita, segundo se vê em Gn 10:13 e 1Cr 1:11. Talvez esteja em foco uma nação africana que não se consegue identificar. Mas alguns estudiosos pensam que deve ser Lubim (Líbia), o que somente serve para aumentar a confusão.

Anamim. No hebraico, homens das rochas, o segundo filho de Mizraim. Coisa alguma se sabe sobre esse homem. O termo também aplica-se a uma tribo relacionada aos egípcios, mencionada somente aqui e em I Crô, Gn 1:11. De acordo com alguns estudiosos, estavam localizados no Alto Egito, no moderno grande oásis de Chargeh. Mas outros os localizam na Cirenaica,

Leabim. No hebraico, chamejantes ou logosos. Esse é o nome dos descendentes do terceiro filho de Mizraim (Gn 10:13 e 1Cr 1:11). Alguns estudiosos supõem que o termo se aplique aos atuais líbios, um dos mais antigos povos da África. O termo lubim (talvez uma variante) aparece em Na 3:9 e Dn 11:43, que a Septuaginta e a Vulgata traduzem por “líbios” E, nessas mesmas duas referências, há a tradução alternativa núbios, que já indica colônias de egípcios. Alguns eruditos pensam que eles seriam os Re Bu ou Le Bu dos monumentos egípcios, de origem midianita ou de origem cognata aos egípcios.

Os leabim eram descritos como líbios de cabelos claros e olhos azuis, que desde as dinastias egípcias XIX e XX vinham sendo incorporados ao exército egípcio. Os leabim parecem ter saído do Egito juntamente com outros povos, como os ludim (que vide), ou, talvez, fossem os mesmos, ou então, os anamim, naftuim, casluim e caftonm. Porém, nada se sabe com certeza a respeito deles.

Naftulm. Não se sabe o significado dessa palavra, embora todos reconheçam que é um vocábulo que está no plural, um nome próprio que se refere a uma das populações do Egito (Gn 10:13; 1Cr 1:11). Essa palavra é de origem egípcia, embora tendo passado pelo hebraico. Por isso, alguns estudiosos pensam que se trata apenas de uma referência à cidade egípcia de Nofe. Mas outros eruditos opinam que a palavra alude à direção norte, pelo que poderia ser uma das “populações do norte”, ou seja, daquelas que ocupavam o delta do rio Nilo, e sua tradução poderia ser “aqueles do delta". O livro de Gênesis indica que esse povo era de origem camita, o terceiro dentre sete povos camitas ali mencionados.

Gn 10:14
Patruslm. No egípcio, essa palavra, que ao ser passada para o hebraico está no plural, significa “habitantes de Patros". Ver sobre Patros, em Is 11:11. Esse povo vivia no Alto Egito. A palavra encontra-se nas listas geográficas de Gn 10:14 e 1Cr 1:12.

Casluim. Um povo cujo primeiro antepassado era filho de Mizraim (Gn 10:14; 1Cr 1:12). Portanto, era um povo camita. Em ambos os textos, onde o adjetivo pátrio aparece, a palavra figura como se os lilisteus descendessem de Casluim, e não de Caftorim, conforme se vê em Dt 2:23. Portanto, nesses dois trechos parece ter havido transposição de nomes. Alguns intérpretes sugerem que a listagem dos fílisteus, neste ponto, representa movimentos migratórios, e não linhagem, do mesmo modo que era dito que Israel saíra “do Egito”. Os filisteus, pois, migraram de sua região original perto do mar Egeu, atravessaram Caftor, entrando no delta do Egito, e, finalmente, entraram na Palestina. Sem embargo, pode estar em pauta um grupo mais antigo de tribos pelasgo-filistéias, distinto daquelas do século XIII A. C., sobre as quais lemos em outras porções da Bíblia. O fato de que o nome Casluim aparece lado a lado com o nome Patrusim sugere que as duas etnias eram aliadas bem de perto quanto à raça e à localização geográfica. Casluim tem diversas formas variantes nos manuscritos e nas referências históricas, Ellicott [in loc.) disse acerca deles: “Provavelmente o povo de Cassiotis, um distrito montanhoso a leste de Pelúsio".

(Donde saíram os filisteus). Uma observação migratória, e não uma indicação de descendência racial. Ver isso explicado no parágrafo anterior.
Caftorim, Caftor. Lugar de onde vieram, originalmente, algumas tribos de filisteus. A referência é migratória, e não uma indicação de descendência racial, conforme se falou antes sob Casluim. Ver também Jr 47:4 e Am 9:7. Esse lugar tem sido verbalmente identificado com Kaptara (Creta), nome esse escrito em caracteres cuneiformes. As palavras que aparecem na referência de Amós, “e de Caftor os filisteus", atualmente, por parte de muitos estudiosos, são consideradas uma parte deslocada, realmente pertencente a Gn 10:14. A identificação de Caftor com o delta do Nilo, no Egito, ou com a Capadócia, há muito foi abandonada. A declaração que mais claramente mostra a origem dos fílisteus é a que aparece em Jr 47:4, onde eles são declarados . o resto de Caftor da terra do mar”, o que pode ser uma alusão às costas marítimas da Palestina, embora outros estudiosos pensem que a alusão é às ilhas ou costas do Mediterrâneo. Referências bíblicas assim indiretas não podem elucidar o quebra-cabeça, e todas as identificações esbarram em problemas. A identificação com Creta também tem seus problemas, embora a própria palavra Caftor possa estar relacionada àquela ilha. Por isso, outros estudiosos preferem pensar na Cilícia.


Champlin - Comentários de Gênesis Capítulo 10 versículo 14
Patrusim:
Ou seja, os habitantes de Patros, no Alto Egito, ao sul de Mênfis. Conforme Is 11:11; Jr 44:1,Jr 44:15. Sobre os filisteus, ver Js 13:3, Jr 47:4,

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Gênesis Capítulo 10 do versículo 1 até o 32
*

10.1—11.9 O “relato” ou “genealogia” da família de Noé (2.4, nota) consiste da lista da nações (cap.
10) e da narrativa da torre de Babel (11.1-9). Cronologicamente, a torre de Babel precede a lista das nações, pois a lista pressupõe a confusão das línguas (10.5, 17, 20, 31). Duas perspectivas diferentes, porém complementares estão presentes neste relato: a lista das nações apresenta as nações como geradas de uma só linha sangüínea, se multiplicando debaixo da bênção de Deus (9.1), enquanto a narrativa da torre de Babel apresenta as nações como confundidas por causa do castigo divino (11.1-9).

* 10.1-32 A disposição tripartida da lista das nações (vs. 2-5, 6-20, 21-31) reflete a tríplice divisão da humanidade. Setenta (representando um número grande e completo, conforme Jz 8:30; 2Rs 10:1) nações são listadas: quatorze de Jafé, trinta de Cam e vinte e seis de Sem. Os de Jafé migraram para o oeste, os de Cam para o sul e sudoeste e os de Sem para o sul e sudeste.

Esta lista seletiva não é sempre racial; “filhos de” ou “gerou” pode se referir a relações políticas, geográficas, sociais ou lingüísticas (4.20, 21; 10.31). Alguns nomes são pessoais (p.ex., Jafé, Ninrode); outros são nomes de lugares (p.ex., Sidom, Sabá) ou nomes de povos (p.ex., Ludim, Caftorim). Alguns pertencem a mais de uma família por causa de casamentos mistos.

* 10.1 São estas as gerações. Ver nota em 2.4.

* 10.2 Gômer. Os cimérios, um povo nômade ao norte do Mar Negro. Mais tarde, eles migraram para a Ásia Menor. Ver Ez 38:6.

Magogue. Ver Ez 38:2; 39:6; sua identidade é discutível.

Madai. Os medos. Ver 2Rs 17:6; Jr 51:11; Dn 5:28.

Javã. Os gregos.

Tubal, Meseque. Localizados na Ásia Menor central e oriental.

Tiras. Um dos povos do mar da região do mar Egeu. Talvez possam ser identificados com os etruscos que eventualmente se estabeleceram na 1tália.

10.3 Asquenaz. Provavelmente os citas, mais tarde desprezados pelos gregos por serem considerados não civilizados (Cl 3:11, nota).

Rifá. Ver referência lateral. Localizado na Ásia Menor.

Togarma. Possivelmente a área a oeste do alto Eufrates.

*

10:4

Elisá. Comumente identificado como parte de Chipre (conforme Ez 27:7).

Társis. Usualmente identificado com Tartessos no sul da Espanha.

Quitim. Habitantes de Chipre.

Dodanim. Possivelmente ao norte de Tiro. Se “Rodanim” (referência lateral) for preferido, a referência é provavelmente à ilha grega de Rodes.

10.5 ilhas das nações. O hebraico aqui é traduzido como “países do mar” em Is 41:5 e “terras do mar” em Is 42:4. Isaías, talvez recordando Gênesis 9:27 e 10.2, os apresenta como vindo à salvação na era messiânica (9.27, nota).

repartiram … língua. Uma antecipação de 11:1-9.

* 10.6-20 Os egípcios, babilônios e cananeus, os vizinhos mais amargos e influentes de Israel, são mencionados nesta lista (9.25, nota).

* 10:6

Cuxe. A área ao sul do Egito.

Mizraim. O Egito.

Pute. Tradicionalmente identificado como sendo a Líbia.

* 10.7 filhos de Cuxe. Estas nações todas provavelmente se localizavam na Arábia.

Havilá. Provavelmente na Arábia. A sua relação com as localidades mencionadas no v. 29 e 2.11 é incerta.

*

10.8-12 Esta interrupção na genealogia é de fundamental importância para a história de Israel: explica a origem racial e espiritual da Assíria e Babilônia que mais tarde viriam a conquistá-los.

* 10.8 Ninrode. Seu nome significa “nós nos rebelaremos”; tradições judaicas posteriores o identificam como o construtor da torre de Babel (11.1-9). Este caçador e guerreiro é um arquétipo do ideal mesopotâmio para um rei.

começou a ser. Estas expressões semelhantes são usadas para chamar a atenção para importantes acontecimentos históricos (4.26; 6.1; 9.20; 11.6).

* 10:9

valente. Este título pode ligá-lo aos tiranos em 6.4.

* 10.10 princípio do seu reino. Ver nota em 8.1—12.9. Ninrode, o precursor dos construtores de cidade e reino, marca o começo da procura do homem pósdiluviano por domínio e autonomia, contra Deus (4.17, nota; 11:4-6).

Babel. Os babilônios, infames destruidores de Judá.

Ereque. Uma das cidades mais antigas conhecidas, Ereque (ou Uruque; Warka moderna) era uma importante cidade localizada no rio Eufrates. Habitantes desta região foram mais tarde deportados para Samaria pelos assírios (Ed 4:9, 10).

Acade. Embora fosse a cidade do famoso rei Sargão de Acade (c. 2350-2295 a.C), nunca foi localizada.

Calné. Não a Calné de Amós 6:2; este lugar nunca foi identificado.

Sinear. A região da Babilônia.

*

10.11 Assíria. Uma das nações mais cruéis da história antiga, a Assíria foi o infame destruidor do Reino do Norte de Israel (conforme Mq 5:5, 6).

Calá. Localizada na moderna Ninrude, onde os rios Tigre e Zab se encontram.

* 10.12 Resém. A localização é incerta.

a grande cidade. Provavelmente Nínive (Jn 3:2, 3).

* 10:13

Mizraim. Egito, o infame lugar da escravidão de Israel.

Ludim. Os ludim provavelmente viveram perto do Egito. Ver v. 22.

Anamim. Estes descendentes do Egito não foram identificados com precisão.

Leabim. Geralmente tido como uma variante de “Lubim”, os líbios.

Naftuim. Provavelmente habitantes da região do delta do Nilo ou baixo Egito.

* 10:14

Patrusim. Habitantes de Patros no alto Egito ou ao sul.

Casluim. Sua identificação é incerta.

filisteus. Não uma das setenta nações, mas mencionada parenteticamente como outro inimigo amargo de Israel. Os filisteus, um dos povos do mar, vieram ao Egito através de Creta (Caftor, Am 9:7), antes de habitarem na Palestina. A conexão com o Egito aqui é aparentemente geográfica ao invés de genealógica (cap. 10, nota).

Caftorim. Habitantes de Creta.

* 10.15-19 A área de Canaã, o povo amaldiçoado (9.25 e nota), se estende do sudoeste da moderna Síria até Gaza (Nm 34).

* 10.15 Hete. Seus descendentes são chamados às vezes de “heteus”. Como é evidente aqui, estes heteus eram contados entre os cananeus, e a relação entre os heteus mencionados no Antigo Testamento (23.3-20; 26.34; 27.46; 1Sm 26:6; 2Sm 11:3), cujos nomes parecem ser semíticos ao invés de heteus, e o grande império heteu da Ásia Menor é debatida.

* 10.16 jebuseus. Uma das nações cananéias desapossadas por Israel. Sua cidade era Jerusalém, que foi definitivamente conquistada por Davi (2Sm 5:6-9).

amorreus. O Antigo Testamento usa este termo de forma vaga, às vezes se referindo aos habitantes pagãos da Palestina em geral (15.16; Js 10:5) e às vezes ao povo palestino das regiões montanhosas (Nm 13:29). Algumas das dinastias mais famosas da Babilônia, incluindo a de Hamurabi, provinham do grupo semítico ocidental.

girgaseus. Ver 15.21; Dt 7:1, nota; Js 3:10.

*

10:17

heveus. Os heveus viviam no Líbano e na Síria (Js 11:3; Jz 3:3) e também na área de Siquém e Gibeão (Gn 34:2; Js 9:1, 7).

arqueus. Habitantes de Arquate, identificada como a moderna Tell Arqah, localizada 19,5 km a noroeste de Trípoli.

sineus. Habitantes de uma cidade fenícia costeira perto de Arqa.

10.18 arvadeus. Este grupo vivia numa ilha, hoje chamada Ruad, 80 km ao norte de Biblos (Gebal).

zemareus. Este grupo não foi identificado.

hamateus. Habitantes da cidade de Hamate (hoje Hama), localizada no rio Orontes (Nm 34:8; Js 13:5; 2Sm 8:9, 10).

espalharam. Ver nota em 10.1–11.9.

* 10.19 Gerar. Hoje a cidade de Tell Abu Hureira, 17km a sudeste de Gaza. Ver caps. 20, 21 e 26.

Sodoma … Zeboim. Ver caps. 13 14:18-19.

Lasa. Sua identidade é incerta.

* 10.21—31 A linhagem eleita de Sem é apresentada por último (9.26, nota) e coincide parcialmente com a linhagem mais específica do eleito Héber (v. 21) em 11.10—26.

* 10.21 pai de todos. Ou ancestral de todos (conforme 5.3—32, nota). O termo hebraico para “pai” era usado para ancestrais mais remotos (28.13). Sem foi o tataravô de Héber (10.24; 11:10-14).

Héber. A palavra “hebreu” provavelmente vem deste nome (conforme 14.13, nota). Ele é o herdeiro da bênção de Deus sobre Sem, assim como Canaã, filho de Cam, foi o alvo da maldição de Noé. Alguns estudiosos identificam Héber com Ebrum, um antigo rei de Ebla (c. 2300 a.C.).

e irmão mais velho de Jafé. Ver referência lateral. Por causa da dificuldade de tradução, é incerto saber se Sem ou Jafé é o mais velho. Cam era provavelmente o mais novo (9.24). Supondo que a presente tradução é correta, Moisés enfatiza aqui a posição de primogênito de Sem, a despeito do fato de sua genealogia ser apresentada por último.

*

10:22

Elão. Ver 14.1, 9; Is 11:11; Ed 4:9.

Assur. Um ancestral dos assírios. Embora fossem um povo misturado (conforme v. 11) os assírios eram predominantemente semíticos.

Arfaxade. O terceiro filho de Sem e o primeiro a nascer depois do dilúvio (11.10), ele foi o ancestral de muitas tribos semíticas, incluindo os hebreus (conforme Lc 3:36).

Lude. Conforme v. 13. Talvez os lídios da Ásia Menor (Is 66:19; Ez 27:10).

Arã. Os patriarcas tinham relações próximas com os arameus (ver 25.20; 31.20; Dt 26:5).

* 10:23

filhos de Arã. Pouco se sabe a respeito deste grupo.

* 10.24, 25a Estes versos são expandidos em 11:12-17.

* 10.24 Arfaxade gerou a Salá. A Septuaginta (o Antigo Testamento Grego) acrescenta Cainã entre Arfaxade e Salá; este nome adicional se encontra na linhagem de Jesus (Lc 3:36).

* 10.25 Pelegue. Ver referência lateral. Este nome, que provém do termo hebraico “separar” ou “dividir”, provavelmente profetizava a dispersão das nações em Babel. Ver Sl 55:9, onde o mesmo termo hebraico é usado na expressão “confunde os seus conselhos”.

*

10.29 Ofir. Uma região, talvez na Arábia, conhecida por seu ouro puro (1Rs 9:28; 22:24).

Havilá. Ver nota no v. 7.

*

10.30 desde Messa… para Sefar. Embora estes lugares não sejam identificados, os nomes dos filhos de Joctã indicam um local no sul da Arábia.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Gênesis Capítulo 10 do versículo 1 até o 32
10.8, 9 Quem foi Nimrod? Não se sabe muito a respeito dele exceto que era um poderoso caçador. Às vezes as pessoas que possuem grandes dons podem voltar-se orgulhosas, e provavelmente isso aconteceu com Nimrod. Alguns o consideram o fundador do grande e ímpio Império Babilônico.

Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Gênesis Capítulo 10 do versículo 1 até o 32
E. as nações (Gn 10:11)

1 Ora, estas são as gerações dos filhos de Noé, ou seja , de Sem, Cam e Jafé, e lhes nasceram filhos depois do dilúvio.

2 Os filhos de Jafé: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras. 3 E os filhos de Gomer: Asquenaz, Rifate e Togarma. 4 E os filhos de Javã: Elisa, Társis, Quitim e Dodanim. 5 Por estes foram as ilhas das nações, divididos em suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, em suas nações.

6 E os filhos de Cão: Cuche, Mizraim, e Put e Ct 7:1 E os filhos de Cush: Seba, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabteca; e os filhos de Raamá:. Sebá e Dedã 8 E Cuxe gerou a Ninrode, que começou a ser poderoso na terra. 9 Ele era poderoso caçador diante do Senhor; pelo que se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor. 10 E o começo de seu reino foi Babel, e Erech, e Accad e Calneh, na terra de Sinar. 11 Desta mesma terra saiu ele para a Assíria e edificou Nínive, Reobote-Ir, e Calá, 12 e Resen entre Nínive e Calá (o mesmo é o grande cidade). 13 E Mizraim gerou Ludim e Anamim e Leabim e naftueus, 14 e patrusins ​​e Casluhim (donde saíram os filisteus) e Caftorim.

15 Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e Hete, 16 e os jebuseus, e os amorreus, e os girgaseus, 17 e os heveus, e os Arkite, eo Sinite, 18 eo arvadeu, o zemareu, e ao hamateu. e logo foram as famílias dos cananeus espalhou 19 E foi o termo dos cananeus desde Sidom, enquanto vais para Gerar, até Gaza; enquanto vais para Sodoma e Gomorra, e Adma e Zeboim, até Lasa. 20 Estes são os filhos de Cão segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas nações.

21 . E a Shem, o pai de todos os filhos de Eber, o irmão mais velho de Jafé, a ele também nasceram filhos 22 Os filhos de Sem: Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arão. 23 E os . filhos de Aram: Uz, e Hul, e Gether, e Mash 24 Arfaxade gerou a Selá; e Selá gerou a Eber. 25 E a Éber nasceram dois filhos: o nome de uma era Peleg; porque nos seus dias foi dividida a terra; eo nome de seu irmão foi Joctã. 26 E Joctã gerou Almodá, Selefe, Hazarmavé, Jerá, 27 e Hadorão, e Uzal, e Dicla, 28 e Obal e Abimael, Sebá, 29 e Ofir, Havilá, Jobab:. todos estes foram filhos de Joctã 30 . E foi a sua habitação desde Messa, enquanto vais para Sephar, a montanha do leste 31 Estes são os filhos de Sem segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, segundo as suas nações.

32 Estas são as famílias dos filhos de Noé segundo as suas gerações, nas suas nações; e destes foram divididas as nações na terra depois do dilúvio.

Em Gn 10:1 ; Gn 10:21 ). Ele está listado como tendo sete filhos. Quanto Gomer e seus três filhos, e Magog , pouco se sabe realmente, exceto que eles provavelmente se instalaram na região vaga norte da Mesopotâmia (Ashkenaz pode ser identificado com os citas). Madai foi provavelmente o pai dos medos. Javan pode ser definitivamente identificado como a Grécia, especialmente Ionia, e seus filhos representam as várias colônias gregas nas ilhas e terras costeiras do Mediterrâneo; Elisa como Chipre, Társis , talvez, como Espanha, Kittim como as ilhas e costas do Mediterrâneo oriental, o Dodanim como o Dardani que viveu na 1líria e Troy.Tubal e Meseque aparentemente resolvido no leste da Ásia Menor, não muito longe do mar Negro. De Tiras pode ter vindo os trácios ou outro dos povos litorâneos do Mar Egeu.

Ham foi, aparentemente, o mais novo dos filhos de Noé (Mc 9:24 ). Ele teve quatro filhos. Cush foi, provavelmente, o pai da Mesopotâmia Kassites. Os primeiros cinco filhos creditados a ele aparentemente se instalaram na Mesopotâmia e áreas árabes. O sexto,Nimrod , é apontada para uma atenção especial, como um poderoso na terra , e um poderoso caçador . Ele é o primeiro homem mencionado nas Escrituras como tendo tido um reino, e foi realmente poderoso, pois na terra de Sinar, que incluía Babilônia e outras três cidades principais, e na Assíria incluiu Nínive e outras três cidades. O nome do segundo filho de Ham, Mizraim , é uma forma dual que é o nome hebraico padrão para o Egito, talvez referindo-se aos Egypts superiores e inferiores dos tempos antigos. Seus filhos estão todos listados por nomes que terminam em -im , o plural hebraico, referindo-se assim aos povos em vez de indivíduos. Estes são, aparentemente, tribos que se estabeleceram em ou perto do Egito, com o Leabim como os habitantes da Líbia, eoCaftorim como os habitantes de Creta. Aparentemente, um copista tem em algum momento perdido a referência aos filisteus , para comparação com outras Escrituras mostra que eles eram descendentes da Caftorim , não o Casluhim (Jr 47:4 .

Shem foi, provavelmente, o mais velho dos filhos de Noé, certamente mais velho do que Jafé (v. Gn 10:21 ). Ele é mais conhecido como o ancestral de Eber , o fundador dos hebreus. Ele teve cinco filhos. Elam era o nome de um país do leste da Babilônia. Os descendentes de Assur aparentemente povoada Assíria. A linha de Arpachade é de pouca nota, quanto à fixação das nações para baixo para os filhos de Eber, o neto de Arpachade. Um de seus filhos, Peleg , foi distinguido porque em sua época a terra foi dividida (talvez uma referência para a confusão das línguas em Babel, 11: 9 ), e do outro, Joktan , pai de treze filhos que se instalaram na Arábia, em grande parte, em área do Iêmen para o sul, incluindo três cujos nomes foram perpetuados em nações familiares no Antigo Testamento: Sheba, Ophir , e Havilah . Os descendentes de quarto filho de Shem, Lud , não são facilmente identificável. Mas o quinto, Aram , era o pai das vastas populações aramaean da Síria e Mesopotâmia.

Algumas coisas são imediatamente aparentes a partir desta lista. Provavelmente nem todos os netos de Noé e bisnetos cada produziu sua tribo ou nação, alguns foram simplesmente absorvida pelas outras tribos estabelecidas. Às vezes tribos de duas ou mais linhas ancestrais estabeleceram na mesma área; Sem dúvida, eles se casaram, proporcionando assim a base para as semelhanças nos nomes que se pode descobrir nas três linhas de família. Alguns nomes não são de filhos individuais, mas de nações ou tribos, e alguns deles podem não refletir os nomes de seus pais, mas das regiões onde as tribos se estabeleceram. Alguns dos nomes provavelmente referem-se a tribos temporários. Praticamente nenhum desses nomes está em uso hoje. Assim, é impossível traçar a descida de todos os povos modernos a partir dessas primeiras tribos com o conhecimento atualmente disponível para nós.

Mas há verdades duradouras mesmo nestas listas empoeirados. Os filhos de Noé começou a obedecer a ordem de Deus e repovoado a terra. Este é sempre o curso sábio e bom, seja qual for o comando. E enquanto o homem obedeceu, Deus estava exercendo sua soberania divina para selecionar a linha da família direito, o direito homens através de quem para cumprir Suas promessas e Seus propósitos. Na gravação do povoamento da terra pelos três irmãos, Deus não só gravou sua obediência e sua soberania, mas Ele também declarou claramente a unidade do gênero humano-a fraternidade do homem, não do espírito, mas de carne e osso. Nós todos somos irmãos de sangue. Nenhum indivíduo ou tribo ou nação tem o direito de considerar-se, naturalmente, superior a outro.Ninguém tem o direito de escravizar ou degradar o outro. Há apenas uma raça-raça humana (homo sapiens ), e as diferenças de cor e outras características físicas são simplesmente variedades que se desenvolveram no seio da família em função das leis da hereditariedade, a "seleção natural" dos climas onde os homens se instalaram, e talvez outros fatores desconhecidos. Em tudo isso há implícito claramente a preocupação de Deus para todas as nações. Enquanto Ele estava escolhendo um para ser seu representante entre os outros, Ele também estava planejando para a redenção de toda a terra.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Gênesis Capítulo 10 do versículo 1 até o 32
10.4 Javã partiu em direção ao ocidente, para a Europa (Is 66:19) incluindo-se entre eles os jônios ou gregos Quitim é Chipre e Dodanim é a ilha de Rodes.

10.6 Mizraim tem referência ao Egito e Cuxe é o velho nome da Etiópia.

10.20 As listas relativas aos descendentes de Jafé e de Cão denotam a importância da fraternidade natural do ser humano (conforme At 7:26). Antes de deixar à parte, por assim dizer, as demais nações, para tratar especialmente de Israel, o povo escolhido, Deus nos deslumbra com uma visão amorável com relação aos povos da terra inteira. Trata-se de uma separação temporária visando à Grande Comissão (Mt 28:18-40) que, finalmente, reafirma o extremo interesse divino pela salvação do mundo todo. Israel. jamais deverá esquecer-se de que o lugar privilegiado que desfruta tem por base tão somente a graça de Deus.

10.22 Arfaxade e Héber são referidos especialmente pelo fato de que através deles proveio Abraão. Alguns estudiosos admitem que a palavra "Hebreu" deriva de Héber. • N. Hom. A Unidade dos Homens, cap. 10:
1) Todas as nações têm um só sangue (uma das mais cabais provas da inspiração das escrituras encontra-se no fato de que nenhuma outra literatura jamais ensinara a respeito da fraternidade natural dos homens, pelo contrário, todas as nações sempre se opuseram a este ensino);
2) Todas as nações apresentam-se dotadas de uma necessidade suprema (conforme Rm 1:18-45; Rm 3:23 e Gl 3:22);
3) Todas as nações dispõem de um só meio de salvação (conforme Gl 3:7-48).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Gênesis Capítulo 10 do versículo 1 até o 32
c)    Os descendentes de Jafé, Cam e Sem (10:1-32)
Foi demonstrado que esse capítulo representa o mundo como era conhecido a Israel no tempo de Salomão. Nem todos os povos conhecidos de Israel estão nessa lista, e com o nosso conhecimento limitado presente seria impossível encaixar nela alguns povos modernos com alguma certeza. Mais uma vez, temos a indicação de que a inspiração não está preocupada com a transmissão de fatos desconhecidos que não têm importância espiritual. O estudante que se interessar por mais detalhes deve consultar o NBD ou outros dicionários bíblicos modernos.

v. 9. Ninrode: v. o NBD. Ele foi mais do que um guerreiro valente. A GNB dá o sentido: “ele se tornou o primeiro grande conquistador do mundo”. Portanto, ele foi, aparentemente, o iniciador da crença assíria segundo a qual um rei entre os homens tinha de demonstrar a sua habilidade na caça de animais, especialmente de leões, diante do Senhor: o hebraico tem essa expressão, que é, antes de tudo, um superlativo, significando que ele era um caçador muito famoso, mas provavelmente também é uma expressão sarcástica — ele mostrou o seu direito de reinar sobre o reino que havia criado pela força ao matar a criação animal que Deus lhe havia confiado. Em lugar algum, o AT mostra admiração por “esportes sanguinários”, v. 15. Canaã: lingüisticamente, os cananeus, incluindo os fenícios, eram semitas, e o hebraico é derivado do antigo cananeu, mas, com base nas evidências que temos, eles não eram semitas étnicos.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Gênesis Capítulo 10 do versículo 1 até o 32
f) As antigas famílias da humanidade (Gn 10:1-11.32)

1. GENEALOGIAS DO MUNDO ANTIGO (Gn 10:1-32). Este capítulo é mais estritamente uma genealogia de povos que de indivíduos. O arranjo é tríplice: os filhos de Jafé (2-5); os filhos de Cão (6-20); e os filhos de Sem (21-31). A ordem aqui segue o plano usual do livro de Gênesis, que é de tratar da linha escolhida por último, depois de já haverem sido tratados os ramos colaterais. A genealogia camita é colocada junto à dos semitas porque, na história, foram os povos camitas que sempre estiveram mais intimamente ligados com os descendentes de Sem. Outras listas antigas de nações têm sido encontradas, pertencentes à Assíria e à Babilônia ou a outros povos antigos, mas nenhuma tão completa como esta. A tábua das nações, porém, não é completa, e parece incluir somente aquelas que caíram dentro das investigações dos compiladores. Identificar muitos dos povos nomeados não é tarefa fácil, mas alguns dos fatos anteriormente controversos estão recebendo notável confirmação por meio das pesquisas arqueológicas. Os habitantes de Canaã são aqui nomeados como pertencentes à linha de Cão, mas sempre foram conhecidos na história como possuidores ao modos de vida semíticos. Esse caráter histórico, parecia antigamente ser negação da descendência camita, mas as investigações arqueológicas têm demonstrado que as características semitas foram provavelmente adquiridas devido a séculos de domínio por parte dos hicsos e outros povos semitas. A declaração detalhada sobre as fronteiras da terra dos cananeus parece ter sido dada em vista de mais tarde vir a ser possuída pelos israelitas. Observe-se a inclusão de Sodoma e Gomorra, no versículo 19, assim demonstrando a recuada data desta lista. O princípio do seu reino (10). Os fatos geográficos contidos nesta passagem são confirmados por antigas inscrições. Pouco se sabe sobre Ninrode, entretanto. Por motivo de suas habilidades como poderoso caçador (9) parece que Ninrode conseguiu alguma ascendência sobre seus semelhantes e conseguiu uni-los num tipo mais vasto de comunidade organizada. A frase, diante da face do Senhor (9) é meramente um forte superlativo.

>Gn 10:21

Sem... pai de todos os filhos de Éber (21). Esta observação é feita em vista do fato que os descendentes de Pelegue, filho mais velho de Éber, são omitidos desta tábua e são reservados para ser enumerados adiante. Pelegue, porquanto em seus dias se repartiu a terra (25). Com Pelegue houve uma divisão que podemos chamar de famílias abraâmica e árabe da linha semita. Os joctanitas, descendentes do irmão de Pelegue, são enumerados imediatamente em seguida, e parecem ser os ancestrais das tribos semitas que ocuparam a Arábia. É mais provável, contudo, que a "divisão" aludida no nome de Pelegue seja aquela grande divisão da humanidade que ocorreu em conexão com a edificação da cidade e da torre de Babel.


Dicionário

Caftorim

-

hebraico: capadócios

Casluim

Dicionário Comum
-
Fonte: Priberam

Dicionário Bíblico
hebraico: fortificado
Fonte: Dicionário Adventista

Donde

contração De onde; de que lugar; expressa proveniência, origem, procedência: donde veio este envelope?
Daí; expressa finalização: deixou de beber, donde vem o dinheiro que economizou.
Etimologia (origem da palavra donde). De + onde.

Filisteus

É desconhecida a significação, talvez querendo dizer imigrantes – os filisteus habitavam as terras baixas de Judá ao longo da costa, desde Jope até ao deserto de Gaza. o território tinha cinco divisões, cada uma das quais com a sua capital – Asdode ou Azoto, Gaza, Ascalom, Gate e Ecrom, sendo as duas últimas cidades situadas no interior. Estes cinco distritos formavam uma confederação de que Asdode era a capital federal (1 Sm 6,17) – e por isso foi para ali levada a arca (1 Sm 5.1). É muito incerta a DATA do estabelecimento deste povo em Canaã, mas eles venceram o Avim, tendo vindo de Caftor (Dt 2:23Jr 47:4Am 9:7). Quando os israelitas entraram no país, bem depressa estiveram em conflito com os filisteus, que obstinadamente resistiram aos invasores, obrigando uma parte da tribo de Dã a emigrar para as proximidades do monte Hermom (Jz 18). o poder dos filisteus aumentou durante o governo dos juizes e de Saul – foi Davi, que depois da morte do seu antecessor, de um modo notável uniu as tribos e os derrotou. (*veja Sansão.) A parte superior do território dos filisteus foi reclamada pelos descendentes de Efraim (1 Rs 15.27 – 16.15), que, contudo, não puderam expulsar os habitantes. A Filístia em nenhum tempo fez parte do Reino de israel (2 Rs 1.3 – 8,2) – jamais o seu povo deixou de atacar os israelitas, praticando terrivelmente a pilhagem, e prendendo os habitantes para vendê-los como escravos (1 Sm 10.5 – 13 3:17 – 14.21 – 23.1 – 28.1 – 29.11 – 31.1 a 12). Esta situação durou até que Tiglate-Pileser (734 a.C.) invadiu todo o país, subjugando os filisteus até Gaza. Alguns anos depois revoltaram-se contra Sargom (is
20) e Senaqueribe. Ezequias foi envolvido na luta, por ter recebido o rei de Ecrom, que antes tinha estado em boas relações com a Assíria. o rei Ezequias havia restabelecido sobre a Filístia, o poder que Salomão tinha adquirido (2 Rs 18.8). Nesta ação foi o rei de Judá auxiliado pelos egípcios que se apoderaram dos lugares baixos do país (is 19:18). Mas Senaqueribe, na guerra com os egípcios, tomou Ascalom. outras cidades se submeteram aos assírios, perdendo Ezequias, também, certas porções do seu território. Por muito tempo os assírios tiveram a cidade de Asdode em seu poder, até que os egípcios, sob Psamético i, a subjugou (Jr 25:20). Neco, o seguinte egípcio, quando voltava da batalha de Megido, conquistou Gaza. Ainda outra vez os filisteus ficaram esmagados entre as duas potências em luta, o Egito e a Caldéia, pois Nabucodonosor, percorrendo o país levou cativa, depois de grande mortandade, quase toda a população (Jr 47). o velho ódio dos filisteus para com os judeus se patenteou durante o cativeiro (Ez 25:15-17). Todavia, desde a volta do cativeiro, a história dos filisteus é absorvida nas lutas dos reinos vizinhos.

Filisteus Povo que habitava a planície da costa do mar Mediterrâneo em Canaã, desde Jope até o Sul de Gaza. Tinham cinco grandes cidades: Asdode, Gaza, Asquelom, Gate e Ecrom (Js 13:3). Os israelitas viviam sempre em luta contra eles.

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MAR DOS FILISTEUS

V. MEDITERRÂNEO, MAR (Ex 23:31).


Patrusim

Dicionário Bíblico
hebraico: habitantes de Patros
Fonte: Dicionário Adventista

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Gênesis 10: 14 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

A Patrusim e a Casluim (de quem saíram os filisteus) e a Caftorim.
Gênesis 10: 14 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Antes de 2500 a.C.
H3318
yâtsâʼ
יָצָא
ir, vir para fora, sair, avançar
(And brought forth)
Verbo
H3695
Kaçluchîym
כַּסְלֻחִים
()
H3732
Kaphtôrîy
כַּפְתֹּרִי
()
H6430
Pᵉlishtîy
פְּלִשְׁתִּי
habitante da Filístia; descendentes de Mizraim que imigraram de Caftor (Creta?) para a
(Philistim)
Adjetivo
H6625
Pathruçîy
פַּתְרֻסִי
()
H8033
shâm
שָׁם
lá / ali
(there)
Advérbio
H834
ʼăsher
אֲשֶׁר
que
(which)
Partícula
H853
ʼêth
אֵת
-
( - )
Acusativo


יָצָא


(H3318)
yâtsâʼ (yaw-tsaw')

03318 יצא yatsa’

uma raiz primitiva; DITAT - 893; v

  1. ir, vir para fora, sair, avançar
    1. (Qal)
      1. ir ou vir para fora ou adiante, ir embora
      2. avançar (para um lugar)
      3. ir adiante, continuar (para ou em direção a alguma coisa)
      4. vir ou ir adiante (com um propósito ou visando resultados)
      5. sair de
    2. (Hifil)
      1. fazer sair ou vir, trazer, liderar
      2. trazer
      3. guiar
      4. libertar
    3. (Hofal) ser trazido para fora ou para frente

כַּסְלֻחִים


(H3695)
Kaçluchîym (kas-loo'-kheem)

03695 כסלחים Kacluchiym

um plural provavelmente de derivação estrangeira; n patr Casluim = “fortificado”

  1. um povo ou tribo descendente de Mizraim (Egito), progenitores dos filisteus e Caftorim

כַּפְתֹּרִי


(H3732)
Kaphtôrîy (kaf-to-ree')

03732 כפתרי Kaphtoriy

gentílico procedente de 3731; adj

Caftorim = veja Caftor “uma coroa”

  1. cretenses como habitantes de Caftor e distintos dos filisteus

פְּלִשְׁתִּי


(H6430)
Pᵉlishtîy (pel-ish-tee')

06430 פלשתי P elishtiŷ

gentílico procedente de 6429; adj.

filisteu = “imigrantes”

  1. habitante da Filístia; descendentes de Mizraim que imigraram de Caftor (Creta?) para a costa marítima de Canaã

פַּתְרֻסִי


(H6625)
Pathruçîy (path-roo-see')

06625 פתרסי Pathruciy

gentílico procedente de 6624; adj. pr. Patrusim = ver Patros “região do sul”

  1. habitantes de Patros

שָׁם


(H8033)
shâm (shawm)

08033 שם sham

uma partícula primitiva [procedente do pronome relativo, 834]; lá (transferindo para tempo) então; DITAT - 2404; adv

  1. lá, para lá
    1. para lá (depois de verbos de movimento)
    2. daquele lugar, de lá
    3. então (como um advérbio de tempo)

אֲשֶׁר


(H834)
ʼăsher (ash-er')

0834 אשר ’aher

um pronome relativo primitivo (de cada gênero e número); DITAT - 184

  1. (part. relativa)
    1. o qual, a qual, os quais, as quais, quem
    2. aquilo que
  2. (conj)
    1. que (em orações objetivas)
    2. quando
    3. desde que
    4. como
    5. se (condicional)

אֵת


(H853)
ʼêth (ayth)

0853 את ’eth

aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

  1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo