Enciclopédia de II Reis 9:4-4

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

2rs 9: 4

Versão Versículo
ARA Foi, pois, o moço, o jovem profeta, a Ramote-Gileade.
ARC Foi pois o mancebo, o jovem profeta, a Ramote de Gileade.
TB Assim, foi o mancebo, o jovem profeta, a Ramote-Gileade.
HSB וַיֵּ֧לֶךְ הַנַּ֛עַר הַנַּ֥עַר הַנָּבִ֖יא רָמֹ֥ת גִּלְעָֽד׃
BKJ Assim, o jovem profeta foi até Ramote-Gileade.
LTT Foi, pois, o moço, o jovem profeta, a Ramote de Gileade.
BJ2 O jovem[h] partiu em direção a Ramot de Galaad.
VULG Elatus autem in ira, arbitrabatur se injuriam illorum qui se fugaverant posse in Judæos retorquere : ideoque jussit agitari currum suum sine intermissione agens iter, cælesti eum judicio perurgente, eo quod ita superbe locutus est se venturum Jerosolymam, et congeriem sepulchri Judæorum eam facturum.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de II Reis 9:4

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

OS VIZINHOS DE ISRAEL E JUDÁ

O LEGADO DE DAVI E SALOMÃO
Durante o reinado de Davi, Israel conquistou vários povos vizinhos, mas não todos. Ao norte, Hirão de Tiro e outros reis fenícios governavam uma faixa ao longo da costa do Mediterrâneo correspondente de forma aproximada a atual Líbano. Mais ao sul, também junto ao Mediterrâneo, os filisteus mantiveram sua independência. Do lado leste do rio Jordão e a leste e sul do mar Morto, Davi conquistou Amom, Moabe e Edom. Depois de derrotar Hadadezer de Zobá, Davi parece ter conseguido controlar parte da Síria até o rio Eufrates. Nos anos depois da morte de Salomão, essas regiões readquiriram sua independência.

AMOM
O centro do reino de Amom era a grande cidadela de Rabá- Amom (atual Amã, capital da Jordânia). Os amonitas eram descendentes de Ben-Ami, filho de Ló (sobrinho de Abraão) (com sua filha mais nova) A região a oeste que se estendia até o vale do Jordão entre os ribeiros Jaboque e Arnom era ocupada pelos amorreus.

MOABE
O reino de Moabe se concentrava no planalto entre o ribeiro de Arnom, que corria por um vale de até 500 m de profundidade, e o ribeiro de Zerede, a leste do mar Morto. Sua cidade mais importante era Quir-Haresete, a magnífica fortaleza de Kerak. A região ao norte do rio Arnom era chamada de Misor, ou campinas de Moabe. Os moabitas eram descendentes de Ló com sua filha mais vela. Rute, a bisavó de Davi, era moabita. Moabe era uma região conhecida pela criação de ovinos e, por algum tempo, teve de pagar a Israel um tributo anual de cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros.

EDOM
Os edomitas eram descendentes de Esaú, o irmão mais velho de Jacó. Ocupavam o território ao sul do mar Morto e a sudeste do ribeiro de Zerede. Essa região montanhosa também era chamada de monte Seir, que significa "peludo", pois era coberta de uma vegetação densa constituída, em sua maior parte, de arbustos. Abrangia a Arabá, ou deserto de Edom, a grande depressão que liga o mar Morto ao mar Vermelho. Sua capital, Sela, pode ser identificada com Petra, a cidade que viria a ser conhecida como a espetacular capital rosada dos árabes nabateus.

A REGIÃO AO SUL DO MAR MORTO
Ao sul de uma linha imaginária entre Gaza e Berseba, estendendo-se para o leste até o sul do mar Morto, fica o deserto de Zim. Essa área extensa que constitui a parte norte do deserto do Sinai apresenta um índice pluviométrico anual inferior a 200 mm e, portanto, não pode ser usada para a agricultura. Judá procurou exercer controle sobre Edom e essa região. Os portos de Eziom-Geber (possivelmente Tell el-Kheleifeh) e Elate no norte do golfo de Ácaba permitiam que Judá tivesse acesso ao mar Vermelho e seu comércio valioso.

OS FILISTEUS
Quatro cidades filistéias, Ecrom, Asdode, Asquelom e Gaza, permaneceram independentes do controle de Israel e Judá. Apenas Gate foi controlada pelo reino de Judá.

O LÍBANO
Os montes da região norte da Galileia são separados das cadeias de montanhas do Líbano ao norte pelo vale profundo do rio Litani que desemboca no Mediterrâneo alguns quilômetros ao norte de Tiro. As montanhas de até 3.088 m de altura que passam cerca da metade do ano cobertas de neve explicam o nome "Líbano", que significa "branco". As coníferas e cedros do Líbano forneciam a madeira de melhor qualidade do Antigo Oriente Próximo, cobiçadas por reis da Mesopotâmia e do Egito, e também por Salomão, que adquiriu dessa região a madeira para o templo do Senhor em Jerusalém. A leste da cadeia de montanhas do Líbano encontra-se o vale de Becá. As montanhas formam uma barreira natural, impedindo que as chuvas cheguem ao vale onde o índice pluviométrico anual não passa de 250 mm. Os rios Orontes e Litani correm, respectivamente, ao longo do norte e do sul do vale para o mar Mediterrâneo. A leste de Becá fica a cadeia de montanhas do Antilíbano, cujo pico mais alto é o do monte Hermom (também chamado de Sirion ou Senir) com 2.814 m de altura. A costa mediterrânea do Libano possui

DO OUTRO LADO DO MAR
Os fenícios da costa do Líbano eram exímios marinheiros. Salomão contratou marujos de Hirão, rei de Tiro, para seus empreendimentos comerciais no mar Vermelho. Os israelitas, por sua vez, eram um povo ligado à terra que mostrava pouco entusiasmo pelo mar, como o salmista deixa claro: "Subiram até aos céus, desceram até aos abismos; no meio destas angústias, desfalecia-lhes a alma. Andaram, e cambalearam como ébrios, e perderam todo tino. Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações" (SI 107:26-28).

A SÍRIA
A leste da cadeia do Antilíbano fica o país chamado hoje de Síria. Este foi o nome que os romanos deram à região, que incluía a Palestina, quando Pompeu a conquistou em 63 .C. e a transformou numa província romana. No tempo do Antigo Testamento, a região ao redor de Damasco e mais ao norte era chamada de Hara. Davi firmou alianças com os reis arameus de Gesur (a leste do mar da Galileia) e Hamate. Conquistou Zoba (ao norte de Damasco), estendendo seu domínio até o rio Eufrates. Damasco recobrou sua independência durante o reinado de Salomão quando um certo Rezom passou a controlar a região. Ben-Hadade II, Hazael e Ben-Hadade IlI, reis posteriores de Damasco, entraram em conflito repetidamente com Israel, o reino do norte.

A LESTE DO JORDÃO
Basã e Gileade, a leste do rio Jordão, faziam parte da terra prometida, e, portanto, não eram vizinhos de Israel. Entretanto, a fim de fornecer uma descrição mais abrangente, devemos tratar dessas terras do outro lado do rio. Nessa região, os ventos frios do deserto que, no inverno, sopram sobre os montes orientais impedem o cultivo de oliveiras e, em alguns lugares, também de vinhas.

Vizinhos de Israel e Judá
Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam. em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.

Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.
Cedros nas montanhas do Líbano.

ASSÍRIA: A AMEAÇA VINDA DO NORTE

metade do século IX a 722 a.C.
A ASCENSÃO DA ASSÍRIA
O território da Assíria ficava cerca de 900 km a nordeste de Israel, na região correspondente ao atual Iraque, uma terra montanhosa, regada pelo rio Tigre que nasce na região montanhosa do leste da Turquia. No início do século IX a.C., o exército assírio realizou campanhas para proteger suas fronteiras e exigir tributos de estados vizinhos. O rei assírio Assurbanipal I (884-859 a.C.) é conhecido porter realizado quatorze grandes expedições durante os 25 ands do seu reinado. Em suas inscrições, ele se gaba com freqüência da sua própria crueldade (ver página 87). Para celebrar a construção do seu novo palácio em Kalhu (Calá em hebraico, a atual Nimrud), cerca de 35 km ao sul de Mosul, Assurbanipal otereceu um banquete suntuoso durante dez dias para 64.574 convidados.
Em 853 a.C., Salmaneser III (859-824 a.C.), o sucessor de Assurbanipal, enfrentou uma coalizão da qual fazia parte o rei israelita Acabe. Isto se deu em Qarqar, junto ao Orontes, na Síria. De acordo com os registros assírios, Acabe usou dois mil carros na batalha. Numa ocasião posterior durante seu reinado, em 841 a.C., Salmaneser encontrou outro rei israelita. O famoso Obelisco Negro de Nimrud (atualmente no Museu Britânico) mostra leú, ou seu embaixador, pagando tributo a Salmaneser. Cortesãos formam uma longa fila para entregar seus tributos: ouro, prata e frutas. Representantes de outros estados trazem elefantes, camelos, bactrianos e macacos.

O DECLÍNIO DA ASSÍRIA
Trinta e um dos 35 anos de reinado de Salmaneser III foram dedicados à guerra. Depois de sua morte, em 824 a.C., monarcas assírios mais fracos permitiram que grande parte da Síria passasse ao controle do reino arameu de Damasco que, por sua vez, também reduziu o território de leú Na primeira metade do século VIII a.C, governadores de províncias já exerciam grande autoridade sobre vastas extensões de terra em detrimento da monarquia central assíria. E nesse período que o livro de Reis situa o profeta israelita Jonas que predisse a expansão do reino do norte sob Jeroboão II (781-753 a.C.).

JONAS
O livro de Jonas narra como, a princípio, esse profeta resistiu ao chamado de Deus para ir a Nínive, uma das principais cidades da Assíria, proclamar o iminente julgamento do Senhor contra a cidade.° Sem dúvida, Jonas tinha ouvido falar da crueldade dos assirios e acreditava que um povo como esse merecia o castigo de Deus. O profeta tentou fugir tomando um navio que ia para Társis, talvez o vale Guadalquivir, no sul da Espanha ou Sardenha, na direção contrária de Nínive. Depois de uma tempestade violenta, Jonas foi lançado ao mar, engolido e vomitado por um "peixe grande". Talvez de forma surpreendente, o povo de Nínive aceitou a mensagem de Jonas. O livro termina mostrando o profeta aborrecido com a morte de uma planta, provavelmente uma espécie de mamona, ao invés de se alegrar com o livramento de cento e vinte mil pessoas. Em Tonas 3.6 o rei é chamado de "rei de Nínive", e não o título assírio comum no Antigo Testamento, "rei da Assíria". O decreto registrado em 3.7 foi publicado "por mandado do rei e seus grandes (seus nobres). É possível que, de fato, esse governante fosse rei de Nínive, mas dificilmente exercia poder sobre uma região mais ampla; dai o seu titulo no livro de Jonas. Talvez tivesse sido obrigado a entregar o controle de parte considerável do seu reino a governadores provinciais poderosos, cuja autoridade e influência ele reconheceu ao publicar seu decreto.

TIGLATE-PILESER III
A Assíria voltou a ganhar força durante o reinado de Tiglate-Pileser III (746-727 a.C.). Menaém, rei de Israel (752-741 a.C.), teve de pagar um tributo pesado de mil talentos de prata (c. 34 toneladas) a Tiglate- Pileser, ou seja, cinquenta silos de prata (600 g) cobrados de cada homem rico. Em 734 a.C, uma coalizão de resistência à Assíria havia se formado na região da Síria. Rezim, rei de Damasco, e Peca, rei de Israel (739-731 a.C.), tentaram forcar Acaz, rei de Judá, a se aliar a eles e fazer frente aos assírios. Rezim e Peca invadiram Judá com a intenção de depor Acaz e colocar no trono o "filho de Tabeal". 5 Isaías profetizou o fim de Damasco e Efraim (Israel): "Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá. Mas a capital da Síria será Damasco, e o cabeça de Damasco, Rezim, e dentro de 65 anos Efraim será destruído e deixará de ser povo" (Is 7:7-8).
A solução encontrada por Acaz foi usar ouro e prata do templo e do palácio real para pagar Tiglate-Pileser para atacar Damasco. Quando Tiglate-Pileser aceitou a proposta e capturou Damasco, Acaz foi visitá-lo na cidade síria. Ali, viu um altar e ordenou que o sacerdote Urias desenhasse uma planta detalhada para construir um altar em Jerusalém." A substituição do altar de bronze no templo de Jerusalém por esse altar pagão foi considerada um sinal de apostasia da parte de Acaz.
Damasco caiu em 732 a.C.e o exército assírio marchou para o sul, em direcão a Israel, tomando do reino do norte a maior parte do seu território, inclusive toda região de Gileade e da Galiléia e deportando seus habitantes para a Assíria. Uma camada de cinzas de 1 m de profundidade em Hazor comprova os atos de Tiglate-Pileser. Em seus registros, o rei da Assíria afirma ter deposto Peca e colocado Oséias em seu lugar. De acordo com o livro de Reis, Oséias assassinou Peca, e é possível conjeturar que Tiglate-Pileser conspirou com Oséias, de modo a garantir um governante de confiança no trono de Israel.
Oséias (731-722 a.C.) foi o último rei de Israel. Os reis assírios subseqüentes, Salmaneser V e Sargão Il, conquistaram Samaria e exilaram os israelitas restantes em terras longínquas do Império Assírio que, na época, ainda estava em expansão. A crueldade de Assurbanipal "Capturei vários soldados com vida. Cortei braços e mãos de alguns; de outros cortei o nariz, orelhas e extremidades. Arranguei os olhos de muitos soldados. Fiz uma pilha de vivos e outra de cabeças. Pendurei as cabeças nas árvores ao redor da cidade. Queimei os meninos e meninas adolescentes"
O que foi servido no banquete suntuoso de Assurbanipal:
1.000 bois 1:000 novilhos 14:000 ovelhas, 500 cervos.
1.000 patos, 500 gansos 10:000 pombos 10:000 peixes,
10.000 ovos 10:000 pães, 10.000 jarras de cerveja, 10.000 odes de vinho, 300 jarros de azeite...
"Durante dez dias, ofereci banquetes, vinho, banhos, óleos e honrarias a 69.574 pessoas, inclusive as que foram convocadas de todas as terras c o povo de Calah e depois os mandei de volta às suas terras em paz e alegria
O rei Jeú de Israel (ou seu embaixador) curva-se diante de Salmaneser III (841 a.C), rei da Assíria. Obelisco negro de Salmaneser Ill, de Calá (Nimrud), Iraque
O rei Jeú de Israel (ou seu embaixador) curva-se diante de Salmaneser III (841 a.C), rei da Assíria. Obelisco negro de Salmaneser Ill, de Calá (Nimrud), Iraque
Campanha dos assírios contra a Síria e Palestina Os assírios, provenientes da região correspondente hoie ao norte do Iraque, empreenderam diversas campanhas militares contra a Síria e Palestina. O mapa mostra as principais incursões no perí odo
Campanha dos assírios contra a Síria e Palestina Os assírios, provenientes da região correspondente hoie ao norte do Iraque, empreenderam diversas campanhas militares contra a Síria e Palestina. O mapa mostra as principais incursões no perí odo
O exército assírio em campanha militar durante o reinado de Salmaneser III (859-824 a.C.). Relevo dos portões de bronze de Balawat, Iraque.
O exército assírio em campanha militar durante o reinado de Salmaneser III (859-824 a.C.). Relevo dos portões de bronze de Balawat, Iraque.
A Assiria no início da seculo VIll a.C. No começo do século VIll a.C., os governadores de províncias assírias Shamshi-ilu e Nergal-eresh controlavam extensas áreas de terra. Foi nesse período que o profeta Jonas visitou a cidade assíria de Ninive.
A Assiria no início da seculo VIll a.C. No começo do século VIll a.C., os governadores de províncias assírias Shamshi-ilu e Nergal-eresh controlavam extensas áreas de terra. Foi nesse período que o profeta Jonas visitou a cidade assíria de Ninive.

PALESTINA - DISTRITOS GEOPOLÍTICOS

Antes de nos envolvermos numa análise mais aprofundada dos aspectos topográficos naturais da Palestina, é necessário definir e, em poucas palavras, delinear certos termos que as Escrituras usam para designar as várias subdivisões geográficas e/ou geopolíticas da terra. Mas, para isso, será proveitoso introduzir, primeiro, dois vocábulos geográficos modernos que, às vezes, são empregados para designar essa terra: Cisjordânia ("deste lado o lado ocidental do rio Jordão") e Transjordânia ("do outro lado [o lado oriental] do rio Jordão"). Já vimos como, em várias épocas, o rio Jordão serviu de fronteira tanto geográfica quanto política. E, antes de prosseguir, é fundamental entender a natureza temporária dessas subdivisões. As fronteiras de um distrito específico podem ter variado ao longo dos séculos, e não é possível estabelecê-las com precisão em cada período. Esse problema é especialmente agravado quando se tenta determinar as fronteiras de um distrito que existiu durante um longo período da história bíblica, talvez durante mais de um milênio. Além do mais, é necessário levar em conta que uma mesma área geográfica frequentemente tinha nomes diferentes em períodos diferentes.

CISJORDÂNIA
De uma perspectiva geopolítica, pode-se dizer que a Cisiordânia esteve dividida em quatro distritos durante a maior parte da história bíblica. Indo do norte para o sul, essas quatro secções foram: Fenícia, Galileia, Samaria e Judá/Judeia.

FENÍCIA
No Antigo Testamento, a Fenícia é em geral definida como uma área litorânea estreita, que se estendia por cerca de 200 quilômetros, desde o rio el-Kabir até o monte Carmelo, e, no lado oriental, era flanqueada pelas montanhas do Líbano e da Galileia. Na época do Novo Testamento, o monte Carmelo já havia caído nas mãos de monarcas de Tiro,62 de sorte que, para o lado sul, a Fenícia chegava até a planície de Dor. A Fenícia foi o cenário de dois milagres da Bíblia: em Sarepta, Eliseu ressuscitou o filho de uma viúva, o qual havia parado de respirar (1Rs 17:8-24), e, na região de Tiro e Sidom, Jesus curou a filha de uma mulher siro-fenícia (Mc 7:24-30). A Fenícia também recebeu várias das primeiras viagens apostólicas.

GALILEIA
Imediatamente a leste da região sul da Fenícia, ficava o distrito da Galileia, o território mais setentrional que o Israel antigo chegou a ocupar. A área central da Galileia se estendia do rio Litani e da região de Dá, no norte, até o vale de Jezreel, no sul, medindo cerca de 80 quilômetros de norte a sul e uns 40 quilômetros de leste a oeste. Em todas as épocas, o distrito esteve dividido por um estreito vale lateral que acompanhava uma falha geológica que saía de Aco/Ptolemaida, rumava para o leste e chegava até a moderna Rosh Pinna (apenas cerca de 16 quilômetros ao norte do mar da Galileia). Esse vale de Beth Kerem divide a Galileia em duas subdivisões: Alta Galileia e Baixa Galileia.3 A distinção é geográfica e não administrativa. O terreno acidentado e praticamente intransponível da Alta Galileia chega a mais de 1.000 metros de altitude, e parte de sua região central é a mais elevada de toda a Cisiordânia (o iebel Jarmuk fica mais de 1.200 metros acima do nível do mar). Na Baixa Galileia, os cumes ficam abaixo de 600 metros de altura. A maioria das referências à Galileia, inclusive todas as do Novo Testamento, é à Baixa Galileia. Por causa de sua localização no norte, a Galileia talvez fosse mais vulnerável à assimilação cultural e ao domínio militar (Is 9:1; Mt 4:15-16; 2Rs 15:29). Embora a Galileia tenha sido habitada pelas tribos de Naftali, Issacar, Zebulom e talvez parte de Aser durante o período da ocupação, a partir do cativeiro babilônico (1Rs 9:10-14) a sua população gentílica passou a ser majoritária. Por isso, o distrito era suspeito tanto do ponto de vista ideológico (Jo 1:46; cp. 7.41,52) quanto do linguístico (Mt 26:73b). Apesar disso, a Galileia se tornou muito importante, igualmente, para judeus e cristãos. Para os judeus, após a destruição de Jerusalém em 70 d.C., a cidade de Tiberíades se converteu, pouco a pouco, no centro da erudição talmúdica; ali o Sinédrio se reuniu pela última vez e a Mishná foi editada; ali se concentraram as famílias de Ben Asher e Ben Naphtali, da tradição massorética; ali também o venerado Códice Aleppo (a mais antiga e mais completa Bíblia hebraica existente) foi criado e é onde se encontram os túmulos dos sábios judeus Maimônides, rabino Akiva e Johanan ben Zekkai. Para os cristãos, a Galileia foi um centro das atividades de Jesus. Ele passou a infância no pacato vilarejo de Nazaré, baseou seu ministério no importante centro de Cafarnaum e, o que talvez seja o mais interessante, ali realizou a maioria de seus milagres públicos.

SAMARIA
Ao sul da Galileia, fica a terceira subdivisão: Samaria. Anteriormente era conhecida como região montanhosa de Efraim (Is 17:15-19.50; Jz 3:27-4.5; 1Sm 1:1-9.4; 1Rs 4:8-2Rs 5,22) e não deve ser confundida com a região montanhosa de Judá (v. a seguir). Por fim, o distrito de Samaria ganhou esse nome devido à terceira e última capital do Reino do Norte (1Rs 16:24). A região central de Samaria se estendia da borda do vale de Jezreel, rumo ao sul, chegando até as proximidades de uma linha topográfica natural que, saindo de Jericó para o oeste, passava pelo uádi Makkuk e ia até Ofra. A partir dali, a fronteira avancava além de Betel e Bete-Horom Superior, onde começava sua descida até Aijalom (cp. ]s 10.11,12) para, então, terminar na planície Costeira, em frente de Gezer. Assim, a Samaria abrangia uma área aproximada de 65 quilômetros de norte a sul e uns 50 quilômetros de leste a oeste (com base na descrição feita por Josefo, infere-se que a Samaria do Novo Testamento foi ligeiramente reduzida em sua área ao sul) 64 O centro geográfico natural de Samaria era a cidade de Siquém, situada no vale entre o monte Ebal e o monte Gerizim, e adjacente à atual cidade de Nablus. Ali a principal estrada rumo ao norte procedente de Jerusalém (estrada da Serra Central) se conectava com uma estrada secundária (estrada lateral de Efraim), que ligava Samaria tanto ao Mediterrâneo quanto ao rio Jordão. Por isso, não é de surpreender que Siquém tenha testemunhado períodos de ocupação prolongada que remontam a 4000 a.C. Durante boa parte do segundo milênio a.C., Siquém competiu com Jerusalém pela supremacia sobre a Palestina central. Esse local foi o primeiro lugar onde Abraão erigiu um altar e adorou ao Senhor em Canaã (Gn 12:6); onde os ossos de José finalmente encontraram descanso (Is 24:32; cp. Gn 50:25-26: Êx 13.19): onde, pela primeira vez 1srael tentou instituir a monarquia (Iz 9); onde aconteceu a divisão da monarquia unida de Israel (1Rs 12:1-16): onde esteve localizada a primeira capital do reino setentrional de Israel (1Rs 12:25) e onde lesus confrontou uma mulher iunto ao poco (Jo 4:5). Embora ofuscada pela cidade de Samaria durante a maior parte do período da monarquia dividida, a ascendência de Siquém foi reafirmada depois que os assírios deram fim ao Reino do Norte, em 722 a.C. Cativos estrangeiros foram estabelecidos em cidades samaritanas (2Rs 17:24-34). Alguns dos refugiados adotaram vários elementos da fé judaica e, com o tempo, passaram a se considerar judeus (e.g., Ed 4:2). Mas sua tentativa de se tornarem membros da comunidade judaica foi em grande medida repudiada pelos judeus pós-exílicos, o que gerou uma hostilidade religiosa que durou todo o restante do período bíblico (Lc 9:52-53; Jo 4:9-8.48). Assim mesmo, o samaritanismo sobreviveu aos séculos. Um relato medieval localizou em Damasco cerca de 400 samaritanos. Estimativas atuais sobre a população samaritana em Israel vão de 550 a 800 pessoas que, todos os anos, continuam a celebrar a Páscoa no alto do monte Gerizim, o monte sagrado deles (Jo 4:20).

JUDÁ
A quarta principal subdivisão geopolítica da Cisiordânia era Judá, que relatos históricos mais antigos chamavam de região montanhosa de Judá (Js 11:21-15.48; 20.7; 21.11; cp. 2C 21.11; 27.4; Lc 1:65). De acordo com II Reis 23:8, Judá ia de Geba, uma cidade estratégica localizada cerca de 8 quilômetros ao norte de Jerusalém, até tão ao sul quanto Berseba (Zc 14:10). Assim, quando compreendido também no contexto do limite norte de Israel na cidade de Da, isso está de acordo com a fórmula recorrente no Antigo Testamento ("de Da até Berseba"), que denota as fronteiras efetivas da região central de Israel (Jz 20:1-1Sm 3.20 2Sm 3:10-17.11; 24.2,15; 1Rs 4:25). Ainda é possível delinear especificamente a região central de Judá a partir de seu eixo lateral, indo para o leste até a descida abrupta para o deserto de Judá (Jesimom [Nm 21:20; cp. 1Sm 26:1 - Haquila, em frente de Jesimom]) e para o oeste até a descida íngreme e rochosa que termina num valado estreito que a separa da Sefelá (v. a seguir). A região central de ludá media não mais de 80 quilômetros de norte a sul e apenas uns 30 quilômetros de leste a oeste. Só raramente Judá atraiu o interesse dos construtores de impérios, pois era um território bem pequeno, em grande parte constituído de amplas áreas de terra incultivável, que ficava bastante isolado das rotas internacionais e nunca experimentou prosperidade material independente. Um estudioso descreveu Judá como uma terra isolada que promovia um estilo de vida pastoril e era o ambiente para fortalezas, altares e vilarejos.

IDUMEIA
Além das quatro principais entidades geopolíticas da Cisjordânia, a província da Idumeia desempenhou um papel secundário na política do período pós-exílico e do Novo Testamento. Idumeia é o nome grego aplicado especificamente a refugiados edomitas que fugiram para o noroeste para evitar a crescente pressão feita por seus vizinhos nabateus. Embora oscilasse bastante, ora separado da Judeia, ora a ela reanexado, o território idumeu chegou a cobrir a região que vai de Bete-Zur, perto de Hebrom, até Berseba, sua extremidade sul, e do mar Morto até os limites da planície da Filístia. Por fim, governantes macabeus subjugaram a Idumeia. Um deles (Alexandre laneu) nomeou Antipatro, um chefe local, para governar a região. É irônico que Herodes, o Grande, no devido tempo descendesse de Antípatro. Na condição de "rei dos judeus" (Mt 2:1), Herodes não se dispôs muito a descentralizar sua autoridade.

TRANSJORDÂNIA
A Transjordânia do Antigo Testamento é constituída de cinco entidades geopolíticas. Do norte para o sul, elas são. Basa, Gileade, Mishor, Moabe e Edom. O termo "Transjordânia" define especificamente a área que vai do monte Hermom até o golfo de Ácaba (cerca de 400 quilômetros de distância) e do vale do Jordão até as margens do deserto Oriental (entre 50 e 130 quilômetros). A natureza geopolítica dessa região é, na realidade, muito mais complicada do que a da vizinha Cisjordánia. Tentar, numa única análise, tratar da Transiordânia tanto do Antigo quanto do Novo Testamento é possível apenas em parte e, com certeza, trata-se de uma tarefa suscetível a imprecisão. Mas também aqui o propósito básico é fornecer a localização aproximada de entidades geopolíticas mencionadas nas Escrituras.

BASÃ
Basà significa "terra frutífera/plana" (Js 9:10-1Rs 4.13; 2Rs 10:33) e é o nome do território que as forças de Israel tomaram do controle de Ogue (Nm 21:33-35). Incluía 60 cidades muradas (Dt 3:4-5) e foi designado para Manassés Oriental (Dt 3:13). Do norte para o sul, Basa se estendia por aproximadamente 55 quilômetros, do monte Hermom (Js 12:45) até o rio Yarmuk,67 e, para o leste, chegava até Quente (Nm 32:42) e Salca (Dt 3:10), cidades situadas no monte Haura. Na época do Novo Testamento, a região ao norte do Yarmuk consistia basicamente nas províncias que formavam a tetrarquia de Herodes Filipe, filho de Herodes, o Grande.

GILEADE
A segunda entidade básica da Transjordânia é Gileade. Embora pareça que a Bíblia às vezes empregue essa palavra num sentido genérico, referindo-se a toda a Transiordânia ocupada (Dt 34:1-4; Js 22:9), a entidade geopolítica Gileade designa especificamente o domo elevado, montanhoso e ovalado que, do ponto de vista topográfico, é uma extensão oriental da elevação de Samaria (Jz 10:4-1Sm 13 7:25m 2.9; 2Rs 10:33). Esse domo começa a se elevar a apenas uns poucos quilômetros ao sul do Yarmuk e se estende na direção sul, chegando aproximadamente até o uádi Husban. que deságua no Jordão em frente a Jericó.
Longitudinalmente, o domo de Gileade era dividido por um desfiladeiro profundo, escavado pelo rio Jaboque, que separou Gileade em duas metades (cp. Js 12:5-13.31, a metade norte; Dt 3:12; Is 12:2, a metade sul). Na fronteira oriental, é possível delimitar Gileade apenas negativamente: não incluía a terra de Amom (Nm 21:23-24; Jz 11:13; cp. 1Sm 11:1-4), de modo que, em seu quadrante sudeste, não alcançava o deserto Oriental.
Em contraste com o significado do nome de seus vizinhos ao norte (Basa significa "terra plana") e ao sul (Mishor significa "planalto/chapada*), o provável significado do nome Gileade (terra acidentada") pode ajudar a esclarecer suas fronteiras.
Assim delineada, a região montanhosa de Gileade (Gn 31:21-23,25; Dt 3:12) cobria uma área de aproximadamente 55 quilômetros de norte a sul e não mais de uns 50 quilômetros de leste a oeste. Quase todo o norte de Gileade se tornou parte da herança de Manassés Oriental, ao passo que o sul foi entregue à tribo de Gade . A totalidade do domo foi de fato colonizada por Israel, provavelmente porque a altitude elevada permitia chover o suficiente para criar condições para um pouco de florestamento, agricultura e criação de animais (2Sm 18:6; Nm 32:1-4, 16,26; Js 22:8). Embora não saibamos sua exata natureza, o "bálsamo de Gileade", que tinha propriedades medicinais, era muito valorizado na Antiguidade (Jr 8:22-46.11; cp. Gn 37:25). Muitas cidades gregas que haviam sido estabelecidas durante o período alexandrino formaram um núcleo transjordaniano de oposição (em grande parte malsucedida) à independência judaica obtida pelos asmoneus. Mas, quando as legiões de Pompeu deram fim ao domínio asmoneu, muitas daquelas cidades foram devolvidas a seus compatriotas helênicos. Em alguns casos, certas cidades consideraram necessário constituir ligas para proteção mútua contra os vizinhos não gregos, assim como também estavam unidas em termos econômicos e sociais. Uma dessas confederações, conhecida como Decápolis ("dez cidades"), era constituída de localidades situadas principalmente ao longo das estradas comerciais do centro e do norte da Transiordânia.
Esse grupo é mencionado tanto na Bíblia (Mt 4:25: Mc 5:20-7.
31) quanto em fontes clássicas. No período do Novo Testamento, as cidades provavelmente incluíam, do norte para o sul, Damasco, Rafana, Canata, Hipos, Gadara, Citópolis, Pela, Diom, Gerasa e Filadélfia? Embora o propósito de uma confederação helenística assim tão pouco estruturada se choque com qualquer tentativa de definir fronteiras geográficas claras, é possível concluir que a região central da Decápolis se estendia transversalmente à região montanhosa de Gileade.

MISHOR
Ao sul da Gileade do Antigo Testamento, ficava o Mishor ("planalto", p. ex., Dt 3:10-4.43; Js 20:8), que se estendia por cerca de 40 quilômetros, desde Hesbom (Is 13:10) e Medeba (Is 13:16), no norte, até as cidades de Aroer (Is 13:9) e Dibom (Jr 48:22), situadas no sul, logo ao norte do cânion do Arnom e perto da Estrada Real. Outras cidades localizadas no Mishor eram Nebo (Ir 48.22). Sitim (onde os israelitas tiveram relações sexuais ilícitas com mulheres moabitas INm 25:1s.|).
Bete-Peor (perto de onde Moisés foi sepultado [Is 13:20; Dt 34:6] e onde Balaão pronunciou suas bêncãos desfavoráveis [Nm 22:41-23.13,141) e Bezer, uma das cidades israelitas de refúgio (Dt 4:43). O Mishor se tornou a heranca da tribo de Rúben. No entanto, como do ponto de vista geográfico o Mishor ficava a meio caminho entre a região central de Israel e a região central de Moabe, a luta para controlá-lo teve início ainda no período dos juízes (Jz 3:12-30, implícito). prosseguindo na época da monarquia unida (1Sm 14:47;25m 8.2,12) e chegando até os dias de Acabe e do rei moabita Messa. Mas, no pensamento dos profetas, o controle israelita da região do Mishor havia sido cedido aos mobitas (Is 15:1-9; 16.8,9; Jr 48:1-5,21-25,34-36,45-47; Ez 25:8-11). E provável que esse vaivém político ajude a explicar por que, apesar de descenderem do primogênito de Jacó (Gn 29:32-49.3,4), os rubenitas aparentemente foram incapazes de desempenhar um papel importante na história posterior de Israel.

MOABE/PEREIA
O planalto mais elevado que, partindo do Arnom, estendia-se para o sul, chegando até o ribeiro de Zerede, era a região mais importante e central do território moabita, tendo como capital a cidade de Quir-Haresete (2Rs 3:25; Is 16:7; cp. Nm 22:36; Is 15:1 ['Quir de Moabe", que é a forma encontrada na ARA, significa "cidade de Moabe"|). Durante o período do Novo Testamento, o distrito da Pereia? ocupava a região ocidental daquilo que havia sido o Mishor e Moabe. O historiador Josefo escreveu que, no norte, o distrito de Pereia chegava até a cidade de Pela e, no sul, até Maqueronte (uma cidade-fortaleza de onde se avistava o mar Morto e onde Herodes Antipas decapitou João Batista). Além disso, Josefo relata que Pereia começava no rio Jordão e ia para o leste, chegando até Filadélfia, e informa que a capital da Pereia era Gadara (T. Gadur, que não se deve confundir com a Gadara da Decápolis [Umm Qeis]) 73 Causam perplexidade as fronteiras norte e leste informadas por Josefo, pois tanto Pela quanto Filadélfia faziam parte da região da Decápolis. Talvez sua descrição signifique que as fronteiras das cidades-estados de Pela e Filadélfia encostavam na Pereia. De qualquer maneira, os geógrafos bíblicos justificadamente seguem critérios arqueológicos e topográficos, estabelecendo a fronteira oriental basicamente numa linha norte-sul que começa no norte, nas vizinhanças do jebel Munif, no alto Arnom. Parece que, dali, a fronteira norte acompanhou os contornos a jusante do uádi Yabis até sua foz no rio Jordão, em frente a Enom.

EDOM
O último distrito transiordaniano a ser listado é Edom, às vezes conhecido como Seir (Gn 32:3; Nm 24:18: Jz. 5.4; Is 21:11) ou monte Seir (Gn 14:6; Dt 1:2-2.5). Edom designa a terra e o reino situados no alto da estreita e longa cadeia de montanhas imponentes que, partindo do ribeiro de Zerede, dirige-se para o sul, quase até o golfo de Ácaba. No entanto, as terras centrais de Edom, saindo do ribeiro de Zerede, estendiam-se para o sul por cerca de 110 quilômetros até um planalto de onde se avista o uádi Hasma, parte de uma enorme dissecação no solo recoberta de areia, a qual se estendia na direção sudeste e era a porta de entrada para o sul da Arábia. A maioria dos cumes de Edom ultrapassa os 1:200 metros acima do nível do mar e, em mais da metade de sua extensão longitudinal, o terreno elevado fica acima dos 1:500 metros. E esse cenário assustador ficava claramente limitado, a oeste, pela Arabá e, a leste, pelas planícies do deserto Oriental. O resultado é que Edom propriamente dito media apenas 16 a 24 quilômetros num eixo leste-oeste, tendo, ao longo da serra altaneira, uma série de fortalezas e cidades que basicamente acompanhavam a Estrada Real. A combinação de fortificações tanto naturais quanto feitas pelo homem tornava Edom uma barreira intransponível para tráfego lateral. Cerca de 40 quilômetros ao sul de Zerede, uma falha geológica criou um cánion que, partindo da A rabá, abre-se em leque para o leste por mais ou menos 14 quilômetros. No fim desse uádi notável, ficava a antiga Punom, um centro importante de mineração de cobre e onde, de acordo com a Biblia (Nm 33:42), os israelitas acamparam durante a viagem de Cades-Barneia para as planícies de Moabe. Moisés solicitou ao rei de Edom permissão para que Israel atravessasse o território edomita para chegar à Estrada Real (Nm 20:14-21). Mas o rei rejeitou o pedido, o que exigiu que o grupo israelita vigiasse cerca de 160 quilômetros a mais por terreno árido e num calor escaldante, apenas para desviar de Edom (Dt2.1-8).
Sem dúvida, essa derrota psicológica foi relacionada com o incidente das "serpentes ardentes" (Nm 21:4-9; 33:42-49), em que Moisés foi forçado a erguer uma serpente de cobre nesse deserto. Com base no contexto geográfico, é possível entender por que a recusa do rei edomita não foi desafiada, apesar de ser improvável que os edomitas fossem numericamente superiores aos israelitas. Os penhascos imensos e as gargantas íngremes de Edom, mesmo nas encostas menos escarpadas do desfiladeiro de Punom, eram um alvo inacessível que, por capricho edomita, continuaria em esplêndido isolamento (Ob3). Situado junto às montanhas edomitas ocidentais e cerca de 32 quilômetros ao sul de Punom, há um cânion que se parece com uma cratera e contém as impressionantes ruínas de Petra, a fabulosa capital do Reino Nabateu, mais tarde ocupada pelos romanos.? Embora não se saiba quais foram seus ancestrais, os nabateus vieram a ocupar Edom no terceiro século a.C. e, já no primeiro século a.C., sua influência era sentida desde Damasco até Gaza e também até o interior da Arábia. Boa parte de seu poder era resultado do controle que exerciam sobre parte de uma lucrativa rede comercial que, àquela época, estendia-se do interior da atual Arábia Saudita até o Mediterrâneo Ocidental Chegava-se a Petra através de um estreito corredor de cerca de 1.600 metros, flanqueado em ambos os lados por elevados penhascos perpendiculares que, em alguns lugares, quase se tocavam. A bacia onde se situava a cidade propriamente dita era cercada de desfiladeiros de arenito, nos quais foram escavados estruturas e túmulos daquilo que, na Antiguidade, foi uma cidade de grande riqueza.
Por cerca de 65 quilômetros para o sul a partir da região central de Edom, descendo do uádi Hasma para o uádi Yutm, próximo ao golfo de Ácaba, fica uma cadeia bem estreita de intransitáveis montanhas de granito. Essas montanhas de Midia elevam-se a alturas que chegam perto de 1.750 metros acima do nível do mar. Nessa região, vestígios arqueológicos revelam uma cultura totalmente distinta de sua contraparte palestina e que é, às vezes, descrita como midianita. É nesta "cultura midianita que alguns estudiosos acreditam que Moisés talvez tenha se refugiado quando fugiu do faraó e ali serviu a seu sogro, um sacerdote de Midia (Ex 2:15-17:3.1).

Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Novo Testamento
Distritos do Novo Testamento

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Tabela: Profetas e Reis de Judá e de Israel (Parte 1)

Reis do Reino de duas tribos, ao sul Reino de Judá
997 a.C.

Roboão: 17 anos

980

Abias (Abião): 3 anos

978

Asa: 41 anos

937

Jeosafá: 25 anos

913

Jeorão: 8 anos

c. 906

Acazias: 1 ano

c. 905

Rainha Atalia: 6 anos

898

Jeoás: 40 anos

858

Amazias: 29 anos

829

Uzias (Azarias): 52 anos

Reis do Reino de dez tribos, ao norte Reino de Israel
997 a.C.

Jeroboão: 22 anos

c. 976

Nadabe: 2 anos

c. 975

Baasa: 24 anos

c. 952

Elá: 2 anos

Zinri: 7 dias (c. 951)

Onri e Tibni: 4 anos

c. 947

Onri (sozinho): 8 anos

c. 940

Acabe: 22 anos

c. 920

Acazias: 2 anos

c. 917

Jeorão: 12 anos

c. 905

Jeú: 28 anos

876

Jeoacaz: 14 anos

c. 862

Jeoacaz e Jeoás: 3 anos

c. 859

Jeoás (sozinho): 16 anos

c. 844

Jeroboão II: 41 anos

Lista de profetas

Joel

Elias

Eliseu

Jonas

Amós


Tabela: Profetas e Reis de Judá e de Israel (Parte 2)

Reis do reino de Judá (continuação)
777 a.C.

Jotão: 16 anos

762

Acaz: 16 anos

746

Ezequias: 29 anos

716

Manassés: 55 anos

661

Amom: 2 anos

659

Josias: 31 anos

628

Jeoacaz: 3 meses

Jeoiaquim: 11 anos

618

Joaquim: 3 meses e 10 dias

617

Zedequias: 11 anos

607

Jerusalém e seu templo são destruídos pelos babilônios durante o reinado de Nabucodonosor. Zedequias, o último rei da linhagem de Davi, é tirado do trono

Reis do reino de Israel (continuação)
c. 803 a.C.

Zacarias: reinado registrado de apenas 6 meses

Em algum sentido, Zacarias começou a reinar, mas pelo visto seu reinado não foi plenamente confirmado até c. 792

c. 791

Salum: 1 mês

Menaém: 10 anos

c. 780

Pecaías: 2 anos

c. 778

Peca: 20 anos

c. 758

Oseias: 9 anos a partir de c. 748

c. 748

Parece que foi somente em c. 748 que o reinado de Oseias foi plenamente estabelecido ou recebeu o apoio do monarca assírio Tiglate-Pileser III

740

A Assíria conquista Samaria e domina 1srael; o reino de Israel de dez tribos, ao norte, chega ao seu fim

Lista de profetas

Isaías

Miqueias

Sofonias

Jeremias

Naum

Habacuque

Daniel

Ezequiel

Obadias

Oseias


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

GALAAD

Atualmente: JORDÂNIA
Território israelita a leste do Rio Jordão. Região de altitudes elevadas. Lugar de origem dos Juizes Jair e Jefté e do profeta Elias. Foi em Galaad que o povo de ISRAEL se reuniu antes de cruzar o rio Jordão em direção a Jericó. Mais tarde, as tribos de Rúben e de Gad se estabeleceram ali.
Mapa Bíblico de GALAAD


GILEADE

Atualmente: JORDÂNIA
Região que se estende por cerca de 112 km paralela ao Jordão entre os rios Hieromax ao norte e Arnom ao sul.

Na Bíblia, "Gileade" significa o "monte de testemunho" ou "monte de testemunha", (Gênesis 31:21), uma região montanhosa a leste do rio Jordão, situado no Reino da Jordânia. Também é referido pelo nome aramaico Jegar-Saaduta, que carrega o mesmo significado que o hebraico (Gênesis 31:47). Devido a sua característica montanhosa é chamada de "o monte de Gileade" (Gênesis 31:25). É também chamada de "a terra de Gileade" (Números 32:1), e às vezes simplesmente de "Gileade" (Salmos 60:7, Gênesis 37:25). Como um todo, incluiu os territórios da tribo de Gade, Rúben e a metade oriental de Manassés (Deuteronômio 3:13; Números 32:40). Foi delimitada a norte por Basã e ao sul por Moabe e Amom (Gênesis 31:21; Deuteronômio 3:12-17). Na Bíblia, Gileade é citada no Livro de Jeremias como uma cidade que comercializava ervas medicinais.

Mapa Bíblico de GILEADE



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de II Reis Capítulo 9 do versículo 1 até o 37
N. ASCENSÃO E REINADO DE JEÚ (R.N.) (841-814 a.C.), II Reis 9:1-10.36

A forte dinastia de Onri deu origem à outra "casa" poderosa no reino do Norte. "A casa de Jeú" permaneceu em Samaria durante quatro gerações (10.30). A usurpação do trono por ele teve início, e foi fortemente promovida pelos profetas de Deus, com o inte-resse de uma total eliminação da adoração a Baal no reino do Norte.

  • Jeú é Ungido (9:1-10)
  • Eliseu transferiu para um dos filhos dos profetas (1) a ordem de Deus para ungir a Jeú (1 Rs 19,16) que lhe havia sido dada como sucessor de Elias. Ele, um indivíduo capaz e ousado, era o comandante em Ramote-Gileade (4,5). Leva-o (2) significa leva-o à "câ-mara interior". Sua principal tarefa como rei seria destruir a casa de Acabe (7) e, dessa forma, destituir a dinastia de Onri dentro do propósito de libertar a terra da religião dos canaaneus. Para o significado do versículo 8, veja os comentários sobre I Reis 14:10.

  • Jeú Derrota Jorão (9:11-37)
  • A maneira do jovem profeta, sua urgência em penetrar repentinamente na reunião dos oficiais, e talvez sua própria aparência, provocaram o desprezível epíteto de camara-da louco (11, "este louco") ou "homem louco" (Berk).

    Quando Jeú anunciou que fora ungido rei, os oficiais e companheiros expressaram sua aprovação e o proclamaram rei (11-13). Moffatt interpreta o significado da primeira parte do versículo 13 da seguinte maneira: "Então, cada um dos homens correu e colocou o seu manto nos degraus aos pés de Jeú". A Bíblia não informa se a unção de Jeú repre-sentava o ponto culminante dos planos que ele havia preparado. Entretanto, essa ajuda profética proporcionou a base para levar adiante a sua conspiração contra Jorão (14).
    Jeú saiu vitorioso de seu "golpe de Estado", porque ele manteve o sigilo necessário (15), a rapidez (17-20) e a surpresa (21-24). Quando o rei percebeu que ele pretendia feri-lo, voltou as mãos e fugiu (23), isto é, ele "se virou e fugiu". Mas Jeú matou o fugitivo Jorão com uma flecha (24) bem colocada, e ordenou que o corpo fosse sepultado na vinha de Nabote. O novo rei tinha tomado conhecimento do desprezível incidente de Nabote, quando era um oficial sob as ordens de Acabe (25). A morte de Jorão vingou a vida de Nabote (26; cf. 1 Rs 21.19). Jeú também deu ordem a seus homens para perseguir Acazias, que havia fugido. Eles o encontraram e feriram, não muito longe de Jezreel. Ele conse-guiu escapar para Megido, 16 quilômetros a oeste, onde morreu. O ex-comandante de Acabe também é responsável pelo terrível destino de Jezabel em Jezreel (30-35). Pintou em volta dos olhos, e enfeitou a sua cabeça (30), isto é, "pintou os seus olhos e adornou a sua cabeça". Antes de ser lançada pela janela, ela o lembrou, ou chamou-o de Zinri (31), que também havia cometido um assassinato para conseguir o trono (1 Rs 16:8-10). Aparentemente, esse nome havia se tornado o epíteto de um assassino, semelhante ao de Judas como traidor. Jeú entendeu naquele terrível destino a concretização da pro-fecia que Elias havia proferido a respeito dela (36,37; cf. I Reis 21:23). A frase, que não se possa dizer: esta é Jezabel (37) parece ser a fórmula da lamentação. Moffatt a inter-preta do seguinte modo: "Não haverá ninguém para dizer: ei-la! ei-la!"


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de II Reis Capítulo 9 do versículo 1 até o 37
    *

    9:1

    discípulos dos profetas. Ver nota em 1Rs 20:35.

    * 9:3

    Toma... azeite, derrama-lho sobre a cabeça. Eliseu instruiu um dos profetas para que realizasse um rito de unção, usado para designar um (futuro) monarca (11.12; 23.30; 1Sm 9:16; 10:1; 16:13 e 2Sm 2:7).

    * 9:9

    como à casa de Jeroboão...como à casa de Baasa. Deus tinha destruído essas duas dinastias israelitas anteriores por causa de sua infidelidade (1Rs 15:27-30; 16.8-13).

    * 9:10

    não haverá quem a enterre. A falta de sepultamento era um sinal de desgraça (Jr 8:2; 16.4-6; 22:19; 25:33).

    * 9:11

    este louco. Por causa de seu estilo de vida incomum, hábitos excêntricos e mensagem proféticas extáticas, os profetas eram tidos como loucos por certas pessoas (conforme Jr 29:26; Os 9:7).

    * 9:13

    tocaram a trombeta. As trombetas anunciavam a unção de um rei (conforme 2Sm 15:10; 1Rs 1:34).

    * 9:21

    Nabote, o jezreelita. O golpe político de Jeú atingiu o seu clímax no mesmo lugar onde Acabe e Jezabel tinham mandado matar Nabote (1Rs 21:1-16).

    * 9:22

    Que paz. A pergunta feita por Jeú atingiu em cheio o âmago da questão. Não pode haver verdadeira paz enquanto houver idolatria e feitiçaria (conforme 17.17; 21.6; Jz 2:17; 8:33; Os 2:3; Na 3.4).

    * 9:25

    o SENHOR pronunciou contra ele esta sentença. Ver 1Rs 21:21-24.

    * 9:27

    Acazias, rei de Judá... morreu. Jeú não estava autorizado a matar os descendentes de Davi que estavam aparentados com a casa de Acabe, através de sua filha, Atalia (conforme os vs. 8-10). Jeú mostrou-se por demais zeloso no cumprimento de sua comissão. Oséias o criticou "pelo sangue de Jezreel” (Os 1:4).

    * 9:29

    No ano undécimo. Esse número talvez nos informa acerca dos anos completos de seu governo, deixando de fora o ano em que ele subira ao trono. Isso concordaria com os números apresentados em 8.25.

    * 9:30

    Jezreel. O cenário volta a ser o sinistro local do assassinato de Nabote.

    * 9:31

    Zinri. Ao referir-se a Jeú dessa maneira, Jezabel aludia sarcasticamente ao massacre sangrento efetuado por Zinri, quase meio século antes (1Rs 16:9-15).

    * 9:32

    eunucos. Essa última palavra pode referir-se a homens que eram empregados como guardas e auxiliares dos haréns reais, no antigo Oriente Próximo (como aqui), ou a oficiais da corte real (20.18; Is 39:7; Jr 29:2; 34:19; 38:7; Dn 1:3,7-10).

    * 9:34

    filha de rei. Jeú não dignificou Jezabel com o título de "rainha de Israel", mas antes, referiu-se a ela como a filha de Etbaal, rei dos sidônios (1Rs 16:31).

    * 9:36

    os cães comerão a carne de Jezabel. O oráculo de julgamento do qual Jezabel escarneceu com tanto desprezo, enquanto vivia, agora se cumpria em sua morte (1Rs 21:23). Cães também estiveram presentes na morte de Acabe (1Rs 22:38).



    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de II Reis Capítulo 9 do versículo 1 até o 37
    9:1 Atê-los lombos fazia mais fácil o correr.

    JEHU

    Jehú possuía as qualidades básicas para que tivesse grande êxito. É mais, da perspectiva humana foi um rei bem-sucedido. Sua família foi a que mais governou no reino do norte. Deus se valeu dele como instrumento para castigar a malvada dinastia do Acab, e atacou corajosamente a adoração ao Baal. aproximou-se muito a ser o tipo de rei que Deus queria, mas imprudentemente foi além dos mandamentos de Deus e não pôde seguir sendo obediente. Quando tinha a vitória ao alcance de suas mãos preferiu resignar-se à mediocridade.

    Jehú foi um homem que atuou rapidamente, mas sem ter um propósito supremo. Seu reino avançava, mas seu destino não era claro. Eliminou uma forma de idolatria, a adoração ao Baal, só para continuar com outra: a adoração dos bezerros de ouro que Jeroboam tinha instalado. Poderia ter feito grandes costure para Deus se tivesse permanecido obediente ao Unico que o fez rei. Mesmo que cumpriu com as instruções de Deus, Jehú demonstrou que não estava completamente consciente de quem o dirigia.

    Assim como o fez com o Jehú, Deus dá a cada pessoa a fortaleza e as habilidades que só acharão sua máxima utilidade sob seu controle. Fora do controle de Deus não alcançam o que poderiam, e freqüentemente se convertem em instrumentos do mal. Uma forma de assegurar-se de que isto não aconteça é lhe pedindo a Deus estar sob seu controle. Sua presença em nossa vida fará que nossas forças naturais e habilidades sejam utilizadas plenamente e para o melhor.

    Pontos fortes e lucros:

    -- Tomou o trono que tinha a família do Acab e destruiu sua malvada influência

    -- Fundou a dinastia mais larga do reino do norte

    -- Foi ungido pelo Elías e confirmado pelo Eliseu

    -- Destruiu a adoração ao Baal

    Debilidades e enganos:

    -- Teve uma visão imprudente a respeito da vida que o fez temerário e propenso ao engano

    -- Adorou aos bezerros de ouro do Jeroboam

    -- Dedicou-se a Deus só até o ponto onde servia a seus próprios interesses

    Lições de sua vida:

    -- Um compromisso valente necessita controle porque pode acabar em imprudência

    -- A obediência inclui tanto a ação como a direção

    Dados gerais:

    -- Onde: O reino do norte do Israel

    -- Ocupações: Comandante do exército do Joram, rei do Israel

    -- Familiares: Avô: Nimsi. Pai: Josafat. Filho: Joás

    -- Contemporâneos: Elías, Eliseu, Acab, Jezabel, Joram, Ocozías

    Versículo chave:

    "Mas Jehú não cuidou de andar na lei do Jeová Deus do Israel com todo seu coração, nem se separou dos pecados do Jeroboam, que tinha feito pecar ao Israel" (2Rs 10:31).

    A história do Jehú se relata em 2 Rsseis 19:16-2Rs 10:36. Também o menciona em

    2Rs 15:12; 2Cr 22:7-9 e Os 1:4-5.

    9:3 Elías tinha profetizado que muita gente seria assassinada quando Jehú chegasse a ser rei (1Rs 19:16, L). portanto, Eliseu aconselhou ao jovem profeta que saísse da área logo que entregasse sua mensagem, antes de que começasse a massacre. As ações do Jehú parecem terríveis ao matar aos parentes e amigos do Acab (2Cr 22:8-9), mas o culto, fora de controle, ao Baal estava destruindo à nação. Se o Israel devia sobreviver, os seguidores do Baal tinham que ser eliminados. Jehú tomou medidas necessárias do momento: justiça.

    9:7 A declaração do Eliseu cumpriu a profecia do Elías feita vinte anos antes: toda a família do Acab seria destruída (1Rs 21:17-24). A morte do Jezabel, predita pelo Elías, está descrita em 9:30-37.

    9:9 A dinastia do Acab terminaria como a do Jeroboam e Baasa. Ahías tinha profetizado o fim da dinastia do Jeroboam (1Rs 14:1-11), e isto se cumpriu por meio do rei Baasa (1Rs 15:29). O profeta Jehú-não o rei Jehú-falou logo do fim da família da Baasa (1Rs 16:1-7), e isto também se cumpriu (1Rs 16:11-12). O fim da família do Acab, portanto, era seguro, Elías o havia predito (1Rs 21:17-24) e Deus o faria realidade.

    9.18, 19 Os cavaleiros encontraram ao Jehú e lhe perguntaram se vinha em são de paz. Mas Jehú respondeu: "O que tem você que ver com a paz?" Esta qualidade, propriamente entendida, vem de Deus. Não é genuína a menos que tenha seu fundamento na crença em Deus e o amor pelo. Jehú sabia que os homens representavam a um rei desobediente e malvado. Não procure paz e amizade com aqueles que são inimigos do bem e da verdade. A paz duradoura só podem chegar quando se conhece deus que a outorga.

    9:26 O rei Joram do Israel foi tão malvado como seu pai e mãe, Acab e Jezabel. portanto, seu corpo foi arrojado ao campo que seus pais obtiveram ilegalmente. Reina-a Jezabel arrumou o assassinato do Nabot, o dono anterior porque não quis vender sua vinha, a que Acab queria como jardim (1Rs 21:1-24). Acab nem sequer se imaginou que esse campo seria a tumba de seu filho malvado.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de II Reis Capítulo 9 do versículo 1 até o 37

    C. TERCEIRA PARTE (


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de II Reis Capítulo 9 do versículo 1 até o 37
    2 Reis 9-10

    Esses dois capítulos são repletos de violência, pois neles vemos o Senhor aplicar sua fúria sobre aqueles que havia muito o des-prezavam e desobedeciam à sua Palavra. O rei Jeú foi um instru-mento de vingança nas mãos do Senhor (9:7), embora devamos confessar que talvez o zelo dele pelo Senhor (10:
    16) fosse mui-to exagerado. EmDn 1:4, o Senhor anunciou que julgaria a casa de Jeú por causa dos assas-sinatos cruéis que ele cometeu. Jeú chamava suas atividades de "zelo para com o Senhor", con-tudo vemos em sua matança um motivo carnal e pecaminoso que não honra o Senhor.

    I. A unção (9:1-13)

    Jorão, filho de Acabe, reinava so-bre Israel, e Acazias, sobre Judá. Os dois reis aliaram-se contra Hazael, rei da Síria (2Rs 8:25-12). Jorão feriu-se em batalha e recuperava-se em JezreeI, e Acazias foi visitá-lo. Jeú era um capitão respeitado no exército israelita, provavelmente um dos líderes-chave da guerra. Anos antes, na época em que Aca-be apossou-se da vinha de Nabote (9:25-26), Jeú pertencia à guarda pessoal de Acabe.

    Eliseu não ungiu Jeú, pois ele seria reconhecido e talvez ataca-do. Por isso, ele escolheu um dos discípulos dos profetas para ir a Ramote-Gileade e ungir Jeú como rei de Israel. Anos antes, Deus or-denara isso (1Co 1:9:1 1Co 1:5 1Co 1:7). O jo-vem profeta obedeceu de imedia-to; ele apareceu repentinamente no conselho de guerra, pediu que Jeú entrasse em uma sala privada onde o ungiu rei e transmitiu-lhe a mensagem do Senhor, para depois partir tão rápido quanto chegou. Jeú conhecia sua incumbência: eliminar a família de Acabe e vin-gar o sangue inocente derramado por Acabe, Jezabel e seus descen-dentes. Compare o versículo 9 1Rs 15:29;1Rs 16:3-11, em queZinri matou o rei e governou por apenas sete dias. A perversa Je-zabel tentava convencer Jeú a pou-pá-la e, assim, tornar seu trono mais seguro? Vários servos do palácio ajudaram Jeú ao lançá-la da janela do andar superior, e Jeú terminou o serviço pisoteando-a com seu car-ro. A seguir, ele assumiu o palácio e saboreou uma lauta refeição. Ele instruiu os homens para que enter-rassem a rainha morta, mas os cães já tinham feito o serviço e comido o corpo dela. Veja 1Rs 21:23.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de II Reis Capítulo 9 do versículo 1 até o 37
    9.1 Um dos discípulos. Eliseu deve ter escolhido um dos estudantes mais insignificantes da Escola de Profetas (2:3-5), para não despertar desconfiança antes da hora aprazível, uma grande revolução de fundo religioso. O ato dramático e fundamental da revolução seria a exterminação da dinastia de Onri, incluindo seu filho Acabe, segundo a profecia de Elias registrada em1Rs 21:21-11.

    9.5 Capitão. O chefe da nação era também comandante supremo das forças militares nacionais. Durante a doença do rei, os dirigentes do exército, os capitães, teriam de obedecer a um capitão supremo, conhecido como "Príncipe dos Exércitos", que fora o título de Joabe, interpretado "comandante" ou "general". É possível que este fosse Jeú, em virtude de uma aclamação entusiasta, quando de sua nomeação como rei (13); mas a frase "qual de todos nós?" mostra que não havia certeza naquela afirmativa.

    9.11 Bem conheceis. Foi a maneira de descobrir as reações dos seus companheiros, antes de espalhar a notícia. Esta evasiva quer dizer: "não interessam as conversas dos loucos fanáticos".

    9.13 De boa vontade os soldados cumpriram a parte cívica da mensagem profética. Pela sua atitude no v. 12, conhecemos que os profetas gozavam já de alto prestígio, graças à atuação de Eliseu em suas relações humanas, e às escolas de profetas, que recomendavam aos profetas a necessidade de um viver mais condizente com a Palavra de Deus, do que deixar-se cair em transes (1Sm 10:9-9). A vocação final de Elias fora cumprida pelas mãos de Eliseu (1Rs 19:15-11).

    9.14 Josafá, filho de Ninsi. O nome é dado por extenso para se evitar confusão com o nome de Josafá, rei de Judá.

    9.15 Este versículo dá um resumo das circunstâncias.
    9.20 Guia furiosamente. Jeú sempre fora um homem de muita energia; nesta ocasião, ele estava preocupando-se para que não fosse revelado ao rei Jorão algo sobre a nomeação do novo rei (15).

    9.21 Foram ao encontro. Os dois reis idólatras não imaginavam que estariam marcando seu encontro com a justiça Divina.

    9.22 Prostituições. • N. Hom. A religião de Canaã tinha como prática característica a prostituição ritual nos templos e "lugares altos" como "exemplo" da fertilidade para todo o povo seguir, produzindo assim mais rebanhos e maiores ceifas. Os profetas bíblicos usavam esta palavra para qualquer tipo de infidelidade religiosa, e até o apóstolo Paulo usou a expressão "adulterar a Palavra de Deus", querendo dizer "recusar-se a ser dirigido tão somente pelas normas bíblicas no desempenho do ministério" (2Co 2:17). Assim como a prostituição física é rebaixar a nobreza conjugal ao nível da mais abjeta degradação, assim também a infidelidade religiosa degrada a alma, criada para a adoração de Deus, condenando-o ao inferno.

    9.24 Atingir um alvo em "plena fuga não era fácil para flecheiro.

    9.26 Ficamos sabendo, assim, que o encontro histórico descrito em 1Rs 21:18-11, tinha terceiros como testemunhas. Jeú quis mostrar a estreita ligação entre o julgamento de

    Deus que caiu sobre Jorão e o assassínio de Nabote.
    9.27 Feri também à este. O zelo de Jeú já estava se excedendo, no cumprimento da ordem profética de eliminar a dinastia de Acabe.

    9.30 Se pintou. Jezabel tinha vivido uma vida com os requintes do mais alto luxo e assim pretendia viver até ao fim de sua vida, porém Jeú lhe vedou, abruptamente tal privilégio. O leitor poderá estranhar que Jezabel ainda viva, embora a morte de seu marido, o rei Acabe, já tivesse sido registrada no livro anterior, em 1Rs 22:34-11. Mas estes nove capítulos bíblicos, aqui intercalados, são seleções do ministério de Eliseu, que durou desde a época do rei Acazias de Israel, de 853 a.C., até ao princípio do reinado de Jeoás, 798 a.C. Acabe morreu em 853 a.C., e Jeú exterminou sua dinastia em 841 a.C., apenas doze anos mais tarde. O neto de Jezabel que subiu ao trono de Judá, Acazias, tinha apenas 22 anos quando Jeú o matou.

    9.31 Zinri. Jezabel lembrava-se muito bem da rebelião de Zinri, 44 anos antes, e de como este havia se suicidado dentro de apenas uma semana, 1Rs 16:9-11. Sua memória, porém, não funcionou ao ponto de se recordar que outrora, quem tomara o trono de Zinri para fundar outra dinastia, fora Onri, seu próprio sogro! Assim, a memória humana sempre grava melhor os pecados de outrem. Foi uma tentativa de amedrontar a Jeú.

    9.34 Filha de rei. A antiga tradição, de respeito aos membros das famílias mais, não poderia cancelar uma profecia da parte de Deus, que fora cumprida em sua íntegra (36).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de II Reis Capítulo 9 do versículo 1 até o 37
    A revolta, expurgo e reinado de Jeú (9.1—10.36)

    Elias já havia reconhecido a natureza incurável do câncer da adoração a Baal (v.comentário de lRs 18.37; 19.16). O expurgo sangrento conduzido por Jeú, embora um castigo inevitável e apesar da declaração esperançosa de 10.28, foi tão ineficaz quanto o evento do Carmelo em reverter o declínio de Israel para a destruição. A narrativa em alta velocidade é um comentário vívido tanto da comoção quanto da escalada da violência: a comoção de ver o castigo de Javé sobre o mal ostensivo; a escalada até que o povo fosse privado de líderes e amigos. O massacre da parentela de Jezabel certamente alienou Israel da Fenícia e da Judá de Atalia, de forma que Jeú se viu obrigado, no seu primeiro ano de reinado, a se apressar em pagar tributos a Salmaneser da Assíria. A gravura no obelisco negro de Salmaneser (NBD, placa VII) de Jeú se ajoelhando é um contraste apropriado com o comandante fanfarrão e o seu jeito de guiar O carro (9,20) para corrigir as mazelas de Israel. Aqui há violência que julga e castiga, mas não cura. Somente no Calvário ocorreu o castigo violento que traz restauração e cura para os pecadores.

    A conspiração (9:1-37)
    v. 1.
    Finalmente Eliseu desencadeia o castigo por meio de Jeú. A cerimônia da unção seria particular (v. 2) e com óleo, na forma tradicional, significando que ele havia sido separado para servir a Javé como rei de Israel, o povo do Senhor (v. 6). v. 4. Então o jovem profeta foi a Ramote-Gileade, que evidentemente estava sob controle israelita nessa época (conforme v. 14b). A pergunta de Jeú: Para qual de nós? (v. 5) sugere que ele não estava esperando essa honra, mas entrou na casa (v. 6) e ouviu a ordem e a comissão para dar fim à família de Acabe (v. 7). Tendo entregue o oráculo de condenação, o jovem profeta abriu a porta e saiu correndo (v. 10), não dando espaço para Jeú e seus colegas fazerem qualquer tipo de questionamento, v. 11. Jeú voltou para junto dos outros oficiais do rei: uma ironia à luz da sua recém-formada intenção de derrubar o seu senhor. Eles o questionam acerca daquele louco (da raiz sãga‘, como em 1Sm 21:15 e a seguir no v. 20): tem sido compreendido como descrição de um êxtase profético, porém mais provavelmente representa o mau humor dos soldados em vista da aparição nada polida e da pressa misteriosa do profeta. A resposta de Jeú mostra despreocupação semelhante — Vocês conhecem essa gente... — mas eles não aceitam essa resposta: Não nos enganei (heb. “Mentira!”), e Jeú compartilha o oráculo com eles (v. 12). v. 13. Então imediatamente eles o entronizaram ali sobre os degraus diante deles (heb. gerem; pode se referir a uma característica da arquitetura que se perdeu com o tempo) com trombeta e aclamação: Jeú é rei! (v. 2Sm 15:10 acerca dessa frase que Gray e outros associam a “entronização”; Sl 47:8; Sl 93:1). v. 14. Então Jeú [...] começou uma conspiração: o seu avô, Ninsi, parece ter recebido outro nome (conforme v. 20), embora o nome do seu pai seja dado aqui e no v. 2 como Josafá. Os v. 14b, 15a recapitulam a história (8.28,29) e explicam por que o rei estava ausente, assim facilitando o golpe. v. 15. Se vocês me apoiam {nephes, “espírito”, “de todo o coração”; RSV: “se essa é a sua mente”), i.e., se vocês estão realmente levando isso a sério, não deixem ninguém sair escondido da cidade. Jeú planeja uma surpresa total e, então, sobe em seu carro e conduz a corrida desordenada para Jezreel, ao longo dos mais de 80 quilômetros, à frente da fileira de carros, deixando Ramote-Gileade a cargo dos defensores restantes. A história relata de maneira muito vívida a tensão à medida que os reis, sem desconfiar de nada e desacompanhados (v. 21), saíram, cada um em seu carro, ao encontro de Jeú. A frase Você veio em paz, Jeú? traduz uma única palavra em hebraico. “E paz?” (RSV) talvez seja uma referência aos eventos em Ramote-Gileade, e não evidencia pânico. A NVI mais provavelmente se refere à razão de Jeú para retornar a Jezreel. A resposta irada de Jeú (v. 22): Gomo pode haver paz? dá vazão ao ódio contido de um fiel javista contra a idolatria e as feitiçarias de [...] Jezabel(v. 22). idolatria (RSV: “prostituições”) é uma referência ao ritual de prostituição do culto da fertilidade dos cananeus; feitiçarias aos magos e adivinhos ou à sedução do “culto da efeminação” de Jezabel. Com um grito final de Traição! (v. 23), Jorão caiu morto no seu carro. Jeú lembrou o oráculo: com certeza farei você pagar por isso nesta mesma propriedade (v. 26) e descartou o corpo de forma apropriada.

    v. 27. Acazias [...] fugiu na direção de Bete-Hagã: i.e., em direção a Samaria, mas depois de ser ferido pelos perseguidores foi levado na direção nordeste para Megido e lá morreu. “Matem-no também/” Eles o atingiram... (NVI) segue uma variante textual. Outra variante traz “ ‘A ele também!’ e eles o atingiram”. (O v. 29 é uma intrusão não explicada na história e conflita com 8.25).

    A notícia do assassinato dos reis deve ter chegado rapidamente a Jezreel. Os detalhados preparativos cosméticos de Jezabel (v. 30) são enigmáticos. Talvez, como Maria Anto-nieta, ela não tinha idéia dos sentimentos de rejeição da população contra ela, ou talvez tenha decidido morrer de forma bravia e grandiosa. Há sarcasmo áspero na expressão dela: Como vai, Zinri (ou: “Você veio em paz, Zinri?” [NIV em inglês]; v. lRs 16:9-20. Zinri reinou somente por uma semana). Mas a intensidade ardente de Jeú com o seu desafio: Quem de vocês está do meu lado? (v. 32) atraiu o apoio inesperado dos oficiais (ARA, ARC, BJ: “eunucos”), e ela foi derrubada para um fim infame e horrível, v. 34. Jeú entrou para comer e beber — não somente um sinal da indiferença calejada em relação ao banho de sangue da tarde, mas também um selo do acordo com os seus seguidores e prováveis moradores locais que se juntaram à refeição. E significativo que ninguém esboçou um movimento de apoio à odiada dinastia de Acabe. Quando o rude soldado lembra dos direitos de uma filha do rei, já é tarde demais, e a terrível palavra do Senhor já se cumpriu (v. 35-37).


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de II Reis Capítulo 9 do versículo 1 até o 13
    XIX. JEÚ DE ISRAEL 2Rs 9:1-12 nota. Vai tudo bem? (11); lit. "paz" (heb. shalom); ver comentário ao vers. 17. Este louco (11); é muito provável que o jovem tivesse, deliberadamente, agido de forma a que o julgassem doido; seria um processo de impedir que se descobrisse o fim a que vinha. Não sabendo como reagiriam os seus colegas oficiais, a pergunta coloca Jeú numa posição extremamente embaraçosa. O caráter evasivo da sua resposta é posto em relevo pela seguinte versão: "ora, bem sabeis como fala um indivíduo daquele tipo!" O óleo que ainda lhe escorria do cabelo tê-los-ia posto na pista do que se passava e tom em que replicaram "É mentira, agora faze-no-lo saber" teria encorajado Jeú a dizer-lhes a verdade. No mais alto degrau (13). A arqueologia não nos fornece elementos que nos permitam fazer uma idéia dos detalhes arquitetônicos de Ramote-Gileade; a palavra hebraica é de caráter técnico e é possível que estejam corretas as versões em que se lê simplesmente "nos degraus".

    Dicionário

    Gileade

    Região pedregosa. 1. Território montanhoso ao oriente do Jordão, ocupado por Gade, Rúben, e a meia tribo de Manassés – por vezes a palavra significa toda a região que fica ao oriente do rio Jordão (Dt 34:1Js 22:9Jz 20:1). o país era acidentado, rico de florestas, com ricas pastagens (Nm 32:1), e produzia especiarias e gomas aromáticas (Gn 37:25Jr 8:22 – 46.11). Ali acampou Jacó quando foi alcançado por Labão (Gn 31:21-25) – foi tomado pelos israelitas (Nm 21:24-25, 32 a 35 – Dt 2:32-36 – 3.1 a
    10) – era a terra de Jair (Jz 10:3) – de Jefté (Jz 11:1-7 a 11), e de Elias (1 Rs 17,1) – foi refúgio dos israelitas, quando se livravam dos filisteus (1 Sm 13.7), refugiando-se ali também os filhos de Saul (2 Sm 2.8, 9), e mais tarde Davi quando fugia de Absalão, que o seguiu até aqueles sítios (2 Sm 17.24,26) – e no reinado de Jeú foi o país de Gileade conquistado por Hazael, rei da Síria (2 Rs 10.33). o ‘bálsamo de Gileade’ era a seiva de uma árvore que cresce naquela região. É uma substância branca, viscosa, que depressa se coagula, e é de valor para cura de inflamações. No tempo de Alexandre Magno valia duas vezes o seu peso em prata. Maanaim, a capital meridional de Gileade, ainda hoje existe com o nome de Mukhmah. Ao norte havia o lugar de Jabes-Gileade, que hoje se chama Wadi-Yabir. Ao noroeste de Rabate-Amom, na parte sul, as ruínas de Jubeiá indicam o sítio de Jogbeá, sendo até este lugar que os midianitas foram perseguidos por Gideão (Jz 8:11). Sucote, para onde se dirigiu Jacó depois que Esaú se apartou dele, acha-se hoje identificado com Tell Der”ala, ao norte de Jaboque, e Mispa com Sufe. 2. A palavra Gileade também se encontra como nome de pessoa (Nm 26:29Jz 11:1 – 1 Cr 5.14).

    (Heb. “banco de rochas”). 1. Neto de Manassés e filho de Maquir, tornou-se o líder do clã dos gileaditas (Nm 26:29-30; Nm 27:1-1Cr 2:21-23). Seu nome foi dado a uma região a leste do rio Jordão. A distribuição dessa terra é registrada em Josué 17.


    2. Pai de Jefté, um dos juízes de Israel: “O seu pai era Giileade; a sua mãe era uma prostituta” (Jz 11:1). Os filhos de Gileade com sua esposa legítima mais tarde expulsaram Jefté de casa, a fim de que não recebesse nenhuma herança do pai. O fato de ele também ser descrito como gileadita (ou seja, vivia na região de Gileade) tem levado alguns teólogos a questionar se Gileade era realmente um nome ou simplesmente um patronímico. O contexto, entretanto, sugere que realmente trata-se de um nome próprio.


    3. Pai de Jaroa e filho de Micael, era um gadita que vivia em Basã, na região de Gileade. Novamente é possível que, em razão de sua família viver em Gileade, possa se considerar outro patronímico. O contexto do nome, entretanto, que aparece bem no meio de uma genealogia, torna essa possibilidade mais improvável (1Cr 5:14-16). P.D.G.


    Gileade Região montanhosa e florestal que ficava a leste do Jordão (Gn 31:21), famosa pelo bálsamo que produzia (Jr 8:22; Mq 7:14; Js 10:8—12.7).

    Jovem

    adjetivo De pouca idade; na juventude; moço: mulher jovem.
    Que ainda possui o vigor da juventude: acha que é jovem aos quarenta!
    Que não tem o espírito amadurecido; ingênuo: ele ainda é muito jovem.
    Que existe há pouco tempo; novo, recente: carro jovem.
    Diz-se de qualquer animal de tenra idade: vaca jovem.
    substantivo masculino e feminino Pessoa moça: que disse o jovem?
    Etimologia (origem da palavra jovem). Do latim juvenis.e.

    Profeta

    Porta-voz de Deus, que recebe uma mensagem da parte de Deus e proclama a um grupo específico de ouvintes.

    [...] enviado de Deus com a missão de instruir os homens e de lhes revelar as coisas ocultas e os mistérios da vida espiritual. Pode, pois, um homem ser profeta, sem fazer predições. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 21, it• 4

    O verdadeiro profeta é um homem de bem, inspirado por Deus. Podeis reconhecê-lo pelas suas palavras e pelos seus atos. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 624

    Em sentido restrito, profeta é aquele que adivinha, prevê ou prediz o futuro. No Evangelho, entretanto, esse termo tem significação mais extensa, aplicando-se a todos os enviados de Deus com a missão de edificarem os homens nas coisas espirituais, mesmo que não façam profecias.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Pelos seus frutos os conhecereis

    Em linguagem atual, poderíamos definir os profetas como médiuns, indivíduos dotados de faculdades psíquicas avantajadas, que lhes permitem falar e agir sob inspiração espiritual.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• A voz do monte• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - Profetas transviados


    Profeta Pessoa que profetiza, isto é, que anuncia a mensagem de Deus (v. PROFECIA). No AT, os profetas não eram intérpretes, mas sim porta-vozes da mensagem divina (Jr 27:4). No NT, o profeta falava baseado na revelação do AT e no testemunho dos apóstolos, edificando e fortalecendo assim a comunidade cristã (At 13:1; 1Co 12:28-29; 14.3; Fp 4:11). A mensagem anunciada pelo profeta hoje deve estar sempre de acordo com a revelação contida na Bíblia. João Batista (Mt 14:5; Lc 1:76) e Jesus (Mt 21:11-46; Lc 7:16; 24.19; Jo 9:17) também foram chamados de profetas. Havia falsos profetas que mentiam, afirmando que as mensagens deles vinham de Deus (Dt 18:20-22; At 13:6-12; 1Jo 4:1).

    ====================

    O PROFETA

    O novo Moisés, o profeta prometido (Dt 18:15-18). Pode ser aquele que deveria anunciar a vinda do MESSIAS (Mt 11:9-10) ou então o próprio Messias (Mt 21:9-11; Lc 24:19-21; Jo 6:14; 7.40).

    =====================

    OS PROFETAS

    Maneira de os israelitas se referirem à segunda divisão da Bíblia Hebraica (Mt 5:17). Esses livros são os seguintes: Js, Jz 1:2Sm, 1 e 2Rs 1s, Jr, Ez e os doze profetas menores. Embora o nosso AT contenha os mesmos livros que estão na Bíblia Hebraica, a ordem em que eles estão colocados não é a mesma.


    Profeta No judaísmo, o profeta é o escolhido por Deus para proclamar sua palavra em forma de exortação e, outras vezes, como advertência de castigo. A mensagem profética não estava necessariamente ligada ao anúncio de acontecimentos futuros.

    Embora Moisés fosse o maior de todos os profetas (Dt 34:10), o período principal da atividade profética estende-se de Samuel (séc. XI a.C.) até Malaquias (séc. V a.C.). As fontes destacam dois tipos de profetas.

    O primeiro (Samuel, Natã, Elias, Eliseu) não deixou obras escritas e, ocasionalmente, viveu em irmandades proféticas conhecidas como “filhos dos profetas”.

    O segundo (Amós 1saías, Jeremias etc.) deixou obras escritas. A atividade profética estendia-se também às mulheres, como foi o caso de Maria (Ex 15:20), Débora (Jz 4:4) e Hulda (2Rs 2:14) e a não-judeus, como Balaão, Jó etc. Conforme os rabinos, a presença de Deus ou Shejináh abandonou Israel após a morte do último profeta (Yoma 9b), desaparecendo o dom de profecia depois da destruição do Templo (BB 12b).

    Nos evangelhos, Jesus é apresentado como o Profeta; não um profeta melhor, mas o Profeta escatológico anunciado por Moisés em Dt 18:15-16, que surgiria no final dos tempos e que não seria inferior a Moisés, porque significaria o cumprimento das profecias anteriores (Jo 6:14ss.; Mc 13:22 e par.; Mt 13:57 e par.; 21,11; 21,46 e par.; Lc 7:39; 13,33; Jo 4:44). A isso acrescentem-se os textos em que se emprega a expressão Amém (mesmo não as limitando a um cariz profético). A expectativa desse “Profeta” devia ser comum na época de Jesus, como se deduz de Jo 1:21. Essa pessoa tem também um paralelo evidente na doutrina samaritana do “taheb” (o que regressa ou o restaurador), uma espécie de Moisés redivivo (Jo 4:19.25). Também nos deparamos com uma figura semelhante na teologia dos sectários de Qumrán e no Testamento dos Doze patriarcas, embora já apresentando essenciais diferenças.

    L. A. Schökel, o. c.; A. Heschel, o. c.; I. I. Mattuck, El pensamiento de los profetas, 1971; G. von Rad, Teología...; vol. II; J. D. G. Dunn, “Prophetic I-Sayings and the Jesus Tradition: The Importance of Testing Prophetic Utterances within Early Christianity” em NTS, 24, 1978, pp. 175-198; D. Hill, New Testament Prophecy, Atlanta 1979; D. E. Aune, Prophecy in Early Christianity, Grand Rapids 1983; G. f. Hawthorne, The Presence and the Power: The Significance of the Holy Spirit in the Life and Ministry of Jesus, Dallas, 1991; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Resenha Bíblica, n. 1, Los profetas, Estella 1994.


    Ramote

    altura

    Rapaz

    substantivo masculino Menino adolescente; moço, jovem.
    Aquele que, embora adulto, conserva uma aparência jovem.
    Jovem que, na 1dade Média, prestava serviços e fazia companhia a; pajem.
    Ornitologia Ave dos gênero Gallinago undulata ou Gallinago paraguaiae, conhecida pelo bico grosso, longo e reto, nativa da América do Sul; corta-vento, narcejão, narceja.
    [Desuso] Quem rouba; ladrão.
    adjetivo [Desuso] Que rouba, faz furtos ou tira das pessoas suas posses.
    Etimologia (origem da palavra rapaz). Do latim rapax.acis.

    rapaz s. .M 1. Homem novo; moço. 2. Homem no início da adolescência. Fe.M: rapariga (p. us. no Brasil).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    II Reis 9: 4 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Foi, pois, o moço, o jovem profeta, a Ramote de Gileade.
    II Reis 9: 4 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    841 a.C.
    H1568
    Gilʻâd
    גִּלְעָד
    Gileade / monte de testemunho
    (Gilead)
    Substantivo
    H1980
    hâlak
    הָלַךְ
    ir, andar, vir
    (goes)
    Verbo
    H5030
    nâbîyʼ
    נָבִיא
    porta-voz, orador, profeta
    ([is] a prophet)
    Substantivo
    H5288
    naʻar
    נַעַר
    menino, moço, servo, jovem, criado
    (the young men)
    Substantivo
    H7433
    Râmôth Gilʻâd
    רָמֹת גִּלעָד
    um israelita que tinha uma esposa estrangeira na época de Esdras n. pr. l.
    (Ramoth)
    Substantivo


    גִּלְעָד


    (H1568)
    Gilʻâd (ghil-awd')

    01568 דגלע Gil ad̀

    provavelmente procedente de 1567; DITAT - 356 n pr loc

    Gileade ou gileaditas = “região rochosa”

    1. uma região montanhosa limitada a oeste pelo Jordão, ao norte por Basã, ao leste pelo planalto árabe, e ao sul por Moabe e Amom; algumas vezes chamado de ’monte Gileade’ ou ’terra de Gileade’ ou somente ’Gileade’. Dividida em Gileade do norte e do sul
    2. uma cidade (com o prefixo ’Jabes’)
    3. o povo da região n pr m
    4. filho de Maquir e neto de Manassés
    5. pai de Jefté
    6. um gadita

    הָלַךְ


    (H1980)
    hâlak (haw-lak')

    01980 הלך halak

    ligado a 3212, uma raiz primitiva; DITAT - 498; v

    1. ir, andar, vir
      1. (Qal)
        1. ir, andar, vir, partir, proceder, mover, ir embora
        2. morrer, viver, modo de vida (fig.)
      2. (Piel)
        1. andar
        2. andar (fig.)
      3. (Hitpael)
        1. percorrer
        2. andar ao redor
      4. (Nifal) liderar, trazer, levar embora, carregar, fazer andar

    נָבִיא


    (H5030)
    nâbîyʼ (naw-bee')

    05030 נביא nabiy’

    procedente de 5012; DITAT - 1277a; n m

    1. porta-voz, orador, profeta
      1. profeta
      2. falso profeta
      3. profeta pagão

    נַעַר


    (H5288)
    naʻar (nah'-ar)

    05288 נער na ar̀

    procedente de 5287; DITAT - 1389a; n m

    1. menino, moço, servo, jovem, criado
      1. menino, moço, jovem
      2. servo, criado

    רָמֹת גִּלעָד


    (H7433)
    Râmôth Gilʻâd (raw-moth' gil-awd')

    07433 רמות Ramowth ou רמת גלעד Ramoth Gil ad̀ (2Cr 22:5)

    procedente do pl. de 7413 e 1568; n. pr. m.

    Ramote = “alturas” n. pr. m.

    1. um israelita que tinha uma esposa estrangeira na época de Esdras n. pr. l.
    2. Ramote-Gileade - um lugar em Gileade
      1. localização incerta