Enciclopédia de Eclesiastes 3:16-16

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ec 3: 16

Versão Versículo
ARA Vi ainda debaixo do sol que no lugar do juízo reinava a maldade e no lugar da justiça, maldade ainda.
ARC Vi mais debaixo do sol: no lugar do juízo, impiedade; e no lugar da justiça, impiedade ainda.
TB Vi ainda debaixo do sol que, no lugar do juízo, estava a perversidade e que, no lugar da justiça, estava a perversidade.
HSB וְע֥וֹד רָאִ֖יתִי תַּ֣חַת הַשָּׁ֑מֶשׁ מְק֤וֹם הַמִּשְׁפָּט֙ שָׁ֣מָּה הָרֶ֔שַׁע וּמְק֥וֹם הַצֶּ֖דֶק שָׁ֥מָּה הָרָֽשַׁע׃
BKJ E além do mais, vi debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, e no lugar da justiça havia iniquidade.
LTT Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, e no lugar da justiça havia iniquidade.
BJ2 Observo outra coisa debaixo do sol: no lugar do direito encontra-se o delito, no lugar do justo[a] encontra-se o ímpio;
VULG Vidi sub sole in loco judicii impietatem, et in loco justitiæ iniquitatem :

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Eclesiastes 3:16

I Reis 21:9 E escreveu nas cartas, dizendo: Apregoai um jejum e ponde Nabote acima do povo.
Salmos 58:1 Acaso falais vós deveras, ó congregação, a justiça? Julgais retamente, ó filhos dos homens?
Salmos 82:2 Até quando julgareis injustamente e respeitareis a aparência da pessoa dos ímpios? (Selá)
Salmos 94:21 Acorrem em tropel contra a vida do justo e condenam o sangue inocente.
Eclesiastes 4:1 Depois, voltei-me e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos e dos que não têm consolador; e a força estava da banda dos seus opressores; mas eles não tinham nenhum consolador.
Eclesiastes 5:8 Se vires em alguma província opressão de pobres e a violência em lugar do juízo e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que mais alto é do que os altos para isso atenta; e há mais altos do que eles.
Isaías 59:14 Pelo que o juízo se tornou atrás, e a justiça se pôs longe, porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar.
Miquéias 2:2 E cobiçam campos, e os arrebatam, e casas, e as tomam; assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança.
Miquéias 7:3 As suas mãos fazem diligentemente o mal; o príncipe inquire, e o juiz se apressa à recompensa, e o grande fala da corrupção da sua alma, e assim todos eles são perturbadores.
Sofonias 3:3 Os seus príncipes são leões rugidores no meio dela; os seus juízes são lobos da tarde, que não deixam os ossos para o outro dia.
Mateus 26:59 Ora, os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos, e todo o conselho buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem dar-lhe a morte,
Atos 23:3 Então, Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede branqueada! Tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei e, contra a lei, me mandas ferir?
Tiago 2:6 Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais?

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Eclesiastes Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
SEÇÃO II

APRENDENDO A LIDAR COM A VIDA

Eclesiastes 3:1-5.20

Nesta seção, o filósofo-pregador prova os fatos na medida em que os encontra e os relaciona com os princípios de Deus.

A. POEMA DE UM MUNDO BEM ORDENADO, 3:1-8

Na poesia' desta passagem o Pregador explana seu texto: Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu (1). Há intérpre-tes que só vêem um fatalismo absoluto nesta passagem (1-8), acompanhado da entrega resignada dos homens (9-15). Outros vêem o reconhecimento da soberania de Deus, complementada pela liberdade do homem e sua habilidade de ajustar sua vida às exi-gências de Deus. Atkins escreve: "A passagem possui uma excelência contida de movi-mento, como se o rio da vida se transformasse em duas correntes fluindo por entre os mesmos limites. Existe uma corrente de permissão, se assim pudermos chamá-la, e ou-tra de proibição. Faz parte da sabedoria da vida saber onde pegar a maré adequada e não desperdiçar esperança e esforços naquilo que não pode ser feito — pelo menos não na-quele momento"? "Deus determinou a ordem, e é nossa tarefa cumpri-la" (Berkeley, nota de rodapé, loc. cit.).

Em vez de tratar dos aspectos do mundo da natureza, estes versículos tratam das ações do homem. O significado da maior parte do texto é claro, sendo que não se deve esperar encontrar significados literais em palavras usadas de forma poética. O tempo de arrancar o que se plantou (2) provavelmente significa colher ou talvez signifique escavar, isto é, transplantar, como é feito nas plantações de tomate. O tempo de matar (3) talvez se refira à execução judicial, ou a hostilidades. Em vista do versículo 5, ele pode todavia significar de maneira generalizada a palavra destruir.3 O tempo de dei-tar fora (6) provavelmente significa um tempo de compartilhar com outros. O tempo de amar (8) sugere expressar nosso amor a Deus e às pessoas que nos cercam. O tempo de aborrecer ("odiar", NVI) seria odiar o mal e se opor a ele.

Está claro que a vida de um homem não é simples. É um complexo de forças que interagem entre si e que estão em constante mudança e que exigem uma reação agora e uma reação diferente em circunstâncias diferentes. Nem sempre gostamos da mudança, mas a sabedoria requer que nos ajustemos a isso. Ao olharmos para trás, podemos dizer que certamente Deus o planejou.

B. FRUSTRAÇÃO E FÉ, 3:9-15

O homem que vive somente para este mundo nunca está longe da frustração. O autor exprime novamente a pergunta do versículo 22, do capítulo 2: "Que vantagem tem o trabalhador naquilo em que se desgasta?" (9, Berkeley). No versículo 10, Qoheleth declara: Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, mas nisso ele encontra valor. Tudo fez formoso em seu tempo (11, cf. Gn 1:4-12, 18, 21, 25, 31).

Nos versículos 12:13, recebemos a mesma resposta terrena que foi dada em 2.24: as possibilidades de um homem são limitadas para que coma e beba e goze do bem de todo o seu trabalho. Mas agora, a fé de Qoheleth começa a tornar-se seu amparo. Não importam as complexidades da vida, isso é um dom de Deus (13). Os homens não estão aqui somente para se divertir, mas para fazerem bem na sua vida (12). Nunca pode-mos esperar entender todo o plano de Deus: sem que o homem possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim (11). Contudo, o plano é confiável: nada se lhe deve acrescentar e nada se lhe deve tirar (14). Além disso, Deus fez esse tipo de mundo e essas circunstâncias da vida para que haja temor ["seja reveren-te", Berkeley] diante dele.

O versículo 15 tem sido interpretado e traduzido de várias maneiras. As primeiras duas frases declaram evidentemente a ordem invariável do universo. Mas qual é o significado da última frase? Aqui ela é traduzida como: e Deus pede conta do que paãsou; outra possibilidade é: "Deus procura aquilo que foi afastado" (RSV). As palavras podem ser en-tendidas simplesmente como a ação contínua de Deus em seu universo ordenado. Elas não podem ser entendidas com igual solidez como uma expressão de Deus para o seu propósito com o universo — um paralelo da última frase do versículo 14? Se concordarmos com isso, podemos ver o universo de Deus e sua atividade como algo projetado para atrair os homens para si mesmo — inclusive aqueles que de alguma forma "passaram" e se "afastaram".

O versículo 11 também foi motivo de muita diferença na interpretação. Também pôs o mundo no coração deles foi traduzido como: "Ele colocou a eternidade na mente do homem" (RSV), e: "Ele também plantou eternidade nos seus corações" (Berkeley). Este desejo no espírito do homem não é tão imutável e recorrente quanto o sol nascente? Esta não é uma das provisões de Deus para nos atrair para si e nos elevar acima das preocupações do nosso mundo material? "Uma grande razão de nossa carência de satis-fação se encontra nessa sensação inata de eternidade que temos dentro de nós, que não pode ser suprida por nenhum feito ou coisa terrena".4

C. O PROBLEMA DO MAL MORAL, 3:16-22

  • Deus Tem a Resposta (3:16-17)
  • Agora o autor se volta do significado das complexidades da vida para a consideração de suas contradições morais. Ele viu que nas cortes onde deveria haver juízo, havia impiedade (16) ; onde deveria haver justiça, havia mais impiedade ainda. Como pode-mos conciliar a presença do mal com um mundo regido por um Deus justo? A resposta da fé é que Deus um dia julgará o justo e o ímpio (17, cf. Mt 13:24-30, 36-43). No início do capítulo, Qoheleth expôs de maneira bela a natureza equilibrada da vida; existe um tempo e um lugar apropriado para cada experiência do homem. Aqui esta filosofia é ampliada pela fé para resolver o problema do mal. Eu disse no meu coração, Deus irá resolver essa contradição — um julgamento justo deverá ser aplicado a ambos: o justo e o ímpio — em seu tempo.

  • A Incerteza da Vida Futura (3:18-22)
  • A oração para que Deus possa prová-los (18) pode ser entendida como: "Deus está testando-os para mostrar que são bestas" (RSV). Alguns aplicam este versículo aos "ímpios" de que falam os versículos 16:17, mas parecem pertencer às considerações mais universais que seguem. Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; [...] como morre um, assim morre o outro [...] todos ao pó tornarão (19 e 20). Estas são afirmações inquestionáveis concernentes ao corpo — mas e o espírito? A forma da pergunta seguinte parece revelar claramente a incerteza e a fé frágil: "Quem sabe se o espírito do homem vai para cima?"5 (21, Smith-Goodspeed). É a frustração deste ponto de interrogação que conduz à conclusão final: "Assim eu vi que a melhor coisa para o homem é alegrar-se com o seu trabalho; é isso que ele tira da vida" (22, Moffatt). O que havia acontecido à fé no futuro mencionado no versículo 17? O que acontece ao vigor da fé e ao seu grande empenho quando a dúvida à respeito do futuro da vida do homem se faz presente no seu espírito?


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Eclesiastes Capítulo 3 do versículo 16 até o 22

    O Lugar da Injustiça no Absolutismo de Deus (Ec 3:16-4.3)

    A Amoralidade da Ordem Natural (Ec 3:16-22)

    Ec 3:16

    Vi ainda debaixo do sol que no lugar do juízo reinava a maldade. “A prova de que não existe ordem mundial moral, mas meramente uma ordem da natureza, à qual pertencem o homem e os animais” (Carl Siegfried, in loc.) é o argumento do triste filósofo que, agora, temos de enfrentar. Ansiamos por objetar à idéia do determinismo absoluto do filósofo, com base em que isso, natural e necessariamente, nos leva à conclusão ridícula de que Deus é, igualmente, o autor do mal. O calvinismo radical também se vê obrigado a enfrentar o mesmo dilema.

    O Senhor fez todas as cousas para determinados fins, e até o perverso para o dia da calamidade.

    (Pv 16:4)

    Ver as notas sobre esse versículo. Esta passagem diz mais ou menos a mesma coisa e cria o mesmo problema, Nesse caso, como podemos falar em um universo amoral, e como pode Deus ser a causa do mal? Pois, se Ele é a Causa Única, então essa é a única conclusão a que podemos chegar. Respondemos dizendo simplesmente: “Isso reflete uma teologia má”, e não nos sentimos responsáveis por tal conclusão. Essa não é a mensagem da maior parte da Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Portanto, fiquemos com a melhor parte,
    O filósofo olhou para o mundo e viu o fato terrível da injustiça e da maldade que, por toda parte, tinham tomado o lugar da justiça e da bondade. Como pode existir tal condição, se Deus é Todo-poderoso, Todo-bondade e também a Causa Única? O vs, 18 é a nossa resposta, de acordo com o louco e triste filósofo. Os homens não são melhores que os animais irracionais. Eles servem ao propósito para o qual foram criados, e isso envolve todos os seres humanos, não somente os chamados homens “bons”. De alguma maneira, tanto os bons quanto os maus, tanto os justos quanto os injustos, tanto os piedosos quanto os ímpios (conforme os chamamos, em nosso próprio idioma), todos servem a Deus, pois Ele é o Criador de todos. Se não há outras causas, então devemos dizer que, por definição divina, todas as coisas são boas, embora isso nos possa parecer ridículo.

    Todas as coisas terminam no nada (vss. Ec 3:19 e 20). e isso também corresponde ao plano de Deus. Temos, agora, o problema do vs. Ec 3:17, que indica que Deus levará todas as coisas a julgamento, endireitando as situações. Como se pode endireitar o que é bom, que Deus criou com Seus próprios propósitos e para Seu prazer? Se algo está perfeito, da maneira como está, devemos deixá-lo em paz. Mas, algum editor piedoso adicionou o vs. Ec 3:17. para retificar aquilo que não pode e não deve ser retificado.

    Ec 3:17
    Então disse comigo: Deus julgará o justo e o perverso.
    Este versículo, que trata da retribuição e da retificação divina, por certo é adição de algum editor piedoso, que tentou tornar mais aceitável aos ouvidos judaicos o que o filósofo estava dizendo. Portanto, ele acrescentou a comum doutrina veterotestamentária da lei da colheita segundo a semeadura, a lei da justiça e da retribuição, das recompensas e das punições. Afirmou que Deus, que determina todas as coisas, também determina o julgamento e a retribuição e, talvez, até esteja aludindo a algum tipo de recompensa e punição para além-túmulo (uma idéia judaica posterior e, portanto, anacrônica nesta passagem). "A doutrina da retribuição divina não é coerente com o pensamento do Koheleth (o pregador), que é inteiramente determinista. O autor deste versículo, que anuncia o julgamento contra os justos e os injustos, dificilmente poderá ser a mesma pessoa que, no vs. Ec 3:18. diz que os homens são animais e têm a mesma sorte" (O. S. Rankin, in loc.). As tentativas de reconciliar os vss. Ec 3:16,Ec 3:17 e 18 são bastante forçadas. Por que os homens tentam tornar ortodoxo um filósofo herege? Nosso autor sagrado, sem dúvida, mostrava-se definitivamente não-ortodoxo, e fez esforços extenuantes para provar isso. Ele chegou a rejeitar as idéias ortodoxas judaicas, substituindo-as por uma doutrina diferente, que ele sentia ser uma avaliação mais honesta. Um autor ortodoxo de Eclesiastes faria dele apenas mais um livro de Provérbios. Há um ponto que faz Eclesíastes não ser outro livro de Provérbios. A filosofia do autor sagrado não tinha asas, não podia levá-lo além de suas conclusões obscuras. E, por certo, ele não tinha forças para elevar-se acima do sepulcro, para ver o quadro brilhante lá no alto. Nosso homem amava o tenebroso, tinha a mente voltada para esse tipo de amor. Portanto, que o leitor evite tirar dele o que amava, Decididamente, ele tinha um problema de atitude.

    Ec 3:18
    Disse ainda comigo: É por causa dos filhos dos homens.
    Esta certamente é a verdadeira conclusão do vs. Ec 3:16. De acordo com nossos padrões, o mundo está cheio de injustiças e caos moral. No entanto, o triste filósofo disse: “E dai? Foi isso o que Deus fez, para provar que os homens nada são além de animais que compartilham a mesma sorte. Todos procedem do pó e ao pó tornarão (vs. Ec 3:20), e tudo faz parte do perfeito plano de Deus". Os intérpretes de inclinações mais fundamentalistas não podem deixar em paz esse herege, afirmando que o que é dito neste versículo não significa que os homens não têm alma, e que não existe vida após a morte física. Não obstante, o filósofo asseverou, enfaticamente, que o homem é pó e voltará a ser pó, tal e qual acontece aos animais irracionais. Sabemos que os homens têm alma; sabemos que haverá vida após o sepulcro, e que nossas contas serão resolvidas diante de Deus. Mas não era nisso que acreditava o louco e triste filósofo. Pelo contrário, o homem estava ansioso por defender sua posição heterodoxa, sem adicionar testemunho aos demais autores bíblicos. Ademais, no estágio em que o judaísmo se encontrava então, nem mesmo os judeus ortodoxos tinham chegado a acreditar na imortalidade da alma, embora cressem na retribuição divina, aqui mesmo na terra.

    Note-se, agora, a conclusão absurda a que chegou o louco filósofo: reina a injustiça, em lugar da justiça, e isso está em harmonia com a vontade de Deus, que testa o homem. Ele procurou demonstrar que os seres humanos são criaturas de valor nenhum, pois terminam na cova, como os animais irracionais. A vontade de Deus opera para provar essa tese, Isso reflete o puro voluntarismo e também um puro pessimismo. Ver sobre esses vocábulos na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.

    Ec 3:19

    Porque o que sucede aos filhos dos homens, sucede aos animais. Falemos agora sobre a sorte final. Seriam os homens diferentes dos animais, quanto a essa questão? “De maneira alguma", afirma o filósofo, A sorte dos homens e dos animais é idêntica. E no que consiste essa identidade? No “nada", Ambos morrem e são reduzidos ao “nada”. Os homens e os animais têm de respirar. Um homem não tem vantagem alguma sobre os animais. Na verdade, tudo é vaidade. Quanto ao mesmo hálito entre os homens e os animais, ver 34:14,34:15 e Sl 104:29. No vs. Ec 3:21, o filósofo fez uma diferença potencial entre os dois “hálitos": e alguns estudiosos pensam, aqui, em “espíritos". É ridículo afirmar que tudo quanto o filósofo quis dizer era que o corpo dos homens e dos animais tinha a mesma sorte, mas isso não se aplicava à alma deles. Permitamos que o filósofo diga o que ele quis dizer, não o que nós queremos dizer.

    Ec 3:20
    Todos vão para o mesmo lugar.
    Tanto os homens quanto os animais são criaturas que são pó e ao pós voltarão. Ver Gn 2:7; Gn 3:19. Ver também Sl 104:29. As histórias de Enoque e Elias poderiam ilustrar o ponto. Se era isso o que nosso homem estava dizendo, então temos ai a primeira instância, no Antigo Testamento (excetuando-se as histórias de Enoque e Elias) de um espírito que, potencialmente. subiu a uma espécie de céu. lá no alto, em vez de descer ao sepulcro ou seol, lá embaixo. Além disso, surge em cena a pergunta se o filósofo estava referindo-se a uma continuação da vida nessa ida para cima. Ele não responde a isso. Conforme Pv 15:24. O filósofo deixou essa especulação no ar, e também não a contradisse no vss. Ec 3:20. Por alguns momentos, ele permitiu que suas perguntas cessassem: ele deve ter pensado: Ninguém sabe. Ninguém jamais viu um espírito humano (se é que existe tal coisa) subir ao céu. Naturalmente, nas experiências místicas, isso já tem acontecido. Mas nosso homem nada sabia sobre essas experiências. Ver, na Enciclopédia de Bíblia. Teologia e Filosofia, o artigo intitulado Misticismo.

    Uma Interpretação Melhor? Talvez seja melhor aceitar como sarcasmo a declaração deste versículo. “Alguém deve ter ouvido as especulações sobre um homem que sobrevive diante da morte. Mas talvez seja o animal que sobrevive, não o homem! Talvez o seu espírito suba, enquanto o do homem desce. Por outra parte, talvez coisa alguma aconteça, e tudo termine no pó, conforme já fora dito (vs. Ec 3:20)”.

    Ec 3:22
    Pelo que vl não haver cousa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras.
    Dizendo o que realmente podemos dizer (deixando de fora conjecturas como as do vs. Ec 3:21), o filósofo retornou ao único valor existente: seu presumível epicurismo, ou seja, o único “valor" digno de ser usufruído são os prazeres moderados. Contudo, já se admitiu que sua posição verdadeira era a do niilismo. Ver as notas em Eclesíastes 2,24-25, com notas adicionais em Ec 3:12, O presente versículo é, essencialmente, o mesmo. A vida é limitada pelo pó voltando ao pó; mas, se há mesmo alguma coisa além disso, quem pode dizê-lo? Não podemos edífícar nossa vida sobre tais especulações. Visto que nenhum homem pode olhar para depois do “pó final”, façamos o que pudermos e desfrutemos nossa pequena vida. Isso também é vaidade; porém, que mais poderiamos fazer? Um homem não pode contemplar sua vida para além das condições atuais e, muito menos, para algum estado além da mortalidade, Por conseguinte, não desperdicemos nosso tempo em tentativas. A mensagem deste versículo é “tirar vantagem" dos pequenos dias da vida, de qualquer maneira, e o filósofo recomenda um falso valor : prazeres moderados. Mas o que ele estava reelmente dizendo é que não existem valores humanos.


    Champlin - Comentários de Eclesiastes Capítulo 3 versículo 16
    O Eclesiastes comprova com amargura a existência de grandes injustiças sociais, mas não as combate como haviam feito os profetas (conforme Is 5:8-10; Is 10:1-4; Mq 2:1-5); além disso, não está muito convencido de que essa situação possa mudar realmente (conforme Ec 4:1; Ec 5:8-9).

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Eclesiastes Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
    *

    3:1

    tempo. As pessoas verdadeiramente sábias sabem que todos os seus "tempos" estão nas mãos de Deus (Sl 31:15), e que há um tempo apropriado para cada atividade humana.

    *

    3:11

    a eternidade. Esse é o termo hebraico que reaparece no v. 14.como "durará eternamente". O coração sabe que a história não é destituída de sentido, mas é frustrado em seus esforços por discernir o padrão dos acontecimentos.

    *

    3:12

    nada há melhor. A principal aplicação do autor é o seu conselho repetido (2.24-26; 3.12,22; 5:18-20; 8,15) e a sua ordem (9.7-10) para nos contentarmos com o que Deus tem ordenado para a vida de uma pessoa (1Co 7:20; 1Tm 6:8).

    *

    3:14

    temam. O termo significa dar a Deus a honra que corresponde ao que Ele é (Êx 34:8; Is 6:5; Lc 5:8; Ap 1:17).

    *

    3.15-21 Deus, o Juiz, está em vista.

    *

    3:17

    o justo e o perverso. Como punição pelo seu pecado, as pessoas, como os animais (vs. 18-20), devem morrer (Gn 3:19). Não obstante, a distinção entre os justos e os perversos não é removida pela morte, mas será revelada por ocasião do julgamento divino.

    tempo. Deus ordena tudo quanto ocorre sobre a terra (vs. 1-8). Ele também determinou um dia para julgar os feitos de todos os seres humanos (o "dia do Senhor"; Jl 3).

    *

    3:21

    Quem sabe se o fôlego de vida... se dirige para cima. Em outros lugares Salomão observou a idéia que embora o corpo físico retorne ao pó, o espírito retorna para Deus (12.7).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Eclesiastes Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
    3.1-5.20 O que quer dizer Salomão nesta seção é que Deus tem um plano para todas as pessoas. portanto, proporciona ciclos de vida e trabalho para que o realizemos. Apesar de que nos enfrentamos com muitos problemas que parecem contradizer os planos de Deus, estes não devem ser obstáculos para acreditar no, mas sim mas bem oportunidades para descobrir que, sem Deus, os problemas da vida não oferecem soluções duradouras.

    3.1-8 Ser oportuno é importante. Todas as experiências enumeradas nestes versículos são oportunas em certos momentos. O segredo de estar em paz com Deus é descobrir, aceitar e apreciar o momento perfeito segundo O. O perigo é duvidar ou resentirnos pelo sentido de oportunidade de Deus. Isto pode nos conduzir ao desespero, à rebelião ou a seguir adiante sem seu conselho.

    3:8 Quando é tempo de aborrecer? Não devemos aborrecer às pessoas má, a não ser aborrecer o que fazem. Também devemos aborrecer que maltratem às pessoas, que os meninos se estejam morrendo de fome e que se desonre a Deus. Além disso, devemos aborrecer o pecado em nossa vida. Esta é uma atitude de Deus (veja-se Sl 5:5).

    3.9-13 O que você desfrute de seu trabalho depende em grande maneira de sua atitude. O trabalho se volta pesado quando a gente perde o sentido do propósito que Deus tem com ele. Podemos desfrutar de nosso trabalho se (1) recordamos que Deus nos deu trabalho e nos capacitou para levar a cabo certas tarefas (3,10) e (2) damo-nos conta de que o fruto de nosso trabalho é um presente que provém de Deus (3.13). Veja seu trabalho como uma forma de servir ao Senhor.

    3:11 Deus "pôs eternidade no coração deles" significa que nunca poderemos estar completamente satisfeitos com os prazeres e lucros terrestres. Devido a Deus criou a sua imagem, (1) temos ânsias espirituais (2) e valores eternos, e (3) nada que não seja o Deus eterno pode nos satisfazer verdadeiramente. O pôs em nós saudade por esse mundo perfeito que só se acha sob seu governo perfeito. Permitiu-nos vislumbrar a perfeição de sua criação, mas só em um débil resplendor. Não podemos ver o futuro nem compreender todas as coisas. De modo que devemos confiar no agora e realizar aqui o trabalho que nos corresponde.

    3:12 Ser feliz e fazer o bem enquanto vivemos são metas dignas para a vida, mas podemos ir atrás delas de maneira equivocada. Deus quer que desfrutemos da vida. Quando temos o mesmo ponto de vista de Deus, descobrimos que o verdadeiro prazer se encontra em desfrutar do que temos como presente de Deus, não no que acumulamos.

    3:14 Qual é o propósito da vida? É chegar a temer ao Deus todo-poderoso. Temer a Deus significa respeitar, estar diante Do em temor pelo que O é. O propósito da vida começa com a pessoa que conhecemos, não com o que sabemos nem bons que somos. Não poderá cumprir com o propósito que Deus deu a menos que você lhe tema e lhe dê o primeiro lugar em sua vida.

    3:16 Há maldade em lugar de justiça. Isto inclusive afeta ao sistema legal. Salomão se perguntou como podia ser perfeito o plano de Deus quando há tanta injustiça e opressão no mundo (4.1). Concluiu que Deus não passa por cima a injustiça, mas sim terminará com ela quando chegar o momento que tem famoso (12.13, 14).

    3.16ss Salomão reflexina sobre várias aparentes contradições quanto ao controle que Deus tem sobre o mundo: (1) existe a impiedade onde devia haver justiça (3.16, 17), (2) pessoas criadas à imagem de Deus morrem como animais (3.18-21), (3) ninguém consola aos oprimidos (4.1-3), (4) muita gente está motivada pela inveja (4.4-6), (5) a gente está sozinha (4.7-12), (6) o reconhecimento pelos lucros é temporário (4.13-16). É muito fácil utilizar essas contradições como desculpas para não acreditar em Deus. Entretanto, Salomão as utilizou para mostrar a forma em que podemos olhar sinceramente os problemas da vida e mesmo assim manter nossa fé em Deus. Esta vida não é tudo o que há, e mesmo assim nesta vida não devemos julgar a Deus porque não sabemos tudo. O plano de Deus é que vivamos para sempre com O. portanto viva com os valores eternos à vista, e tome nota de que todas essas contradições serão esclarecidas algum dia pelo Criador mesmo (12.14).

    3.19-22 Nossos corpos não podem viver para sempre no estado presente. Nesse sentido, a humanidade e os animais são iguais. Entretanto, Salomão reconheceu que Deus deu ao homem a esperança da eternidade (veja-a nota a 3.11), e que Deus nos julgará no mais à frente (3.17; 12.7, 14), o que nos faz diferentes das bestas. devido a que o homem tem a eternidade implantada em seu coração, tem um propósito único no plano geral de Deus. Mesmo assim, o propósito de Deus não o podemos descobrir por nossos próprios esforços, a não ser estabelecendo uma relação com O e procurando sua direção. Está você vivendo agora como Deus quer? Vê a vida como um presente divino?


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Eclesiastes Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
    III. O PREGADOR fala de vida (Ec 3:1)

    1 Para tudo há uma estação, e um tempo para todo propósito debaixo do céu: 2 um tempo de nascer e tempo de morrer; um momento de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; 3 um tempo para matar, e tempo de curar; um tempo para quebrar, e um tempo para construir; 4 tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de dançar; 5 um tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar; 6 um tempo para procurar e tempo para perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; 7 a tempo para rasgar, e tempo para costurar; tempo de guardar silêncio, e um tempo para falar; 8 um tempo para amar e tempo para odiar; um tempo para a guerra, e um tempo para a paz. 9 Que proveito tem o trabalhador naquilo em que com que se afadiga? 10 Tenho visto o trabalho penoso que Deus deu aos filhos dos homens para nela se exercitarem. 11 Ele fez tudo bonito em seu tempo: também pôs a eternidade no coração, ainda, de modo que o homem não pode descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o Fm 1:12 Sei que não há nada melhor para eles do que se regozijarem e para fazer o bem, desde que eles vivem. 13 e também que todo homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho é dom de Dt 14:1)

    16 E, além disso, vi debaixo do sol que no lugar da justiça, estava a impiedade; e no lugar da justiça estava a impiedade. 17 Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo eo ímpio; pois há um tempo para todo propósito e para toda obra. 18 Eu disse no meu coração: É por causa dos filhos dos homens, para que Deus possa prová-los, e que eles possam ver que são em si mesmos , mas como bestas. 19 Porque o que sucede aos filhos dos homens, sucede; mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro; sim, todos têm o mesmo fôlego; eo homem não tem vantagem sobre os animais; porque tudo é vaidade. 20 Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos voltarão ao Pv 21:1 Quem conhece o espírito do homem, se ele vai para cima, e o espírito do animal, quer se desce para a terra? 22 Pelo que tenho visto que não há nada melhor , de que um homem deve se alegrar em suas obras; para esse é o seu quinhão: para quem o fará voltar para ver o que será depois dele?

    Agora, o escritor se transforma em um de seus humores mais pessimistas. A luta por algo que transcende o seu mundo de dúvidas, visto na seção anterior, o que deve responder às suas perguntas, não traz nenhuma resposta. Ele se vira para olhar para o seu mundo, e isso não é bom. Onde se espera a justiça, a maldade é encontrado. Talvez ele pode esperar que Deus vai equilibrar a conta (Ec 3:17 ). Se assim for, não há nenhuma evidência objetiva no mundo cotidiano. As tarifas justas não melhor do que os injustos, e ambos partilham um destino comum com o mundo animal. Eles morrem iguais. Alguns críticos insistem que Ec 3:17 é o trabalho de um Glossator piedoso que queria tornar o livro mais aceitável para os ortodoxos, e que a interrogativa no versículo 21 é um forte negativo. A partir do texto em si é impossível com qualquer dogmatismo interpretar essa passagem. Aqui é um lugar onde os próprios pressupostos e abordagem para o contexto de contar a história. Não pode ser que a esperança do Preacher que há um mundo melhor não só, e que não é para ser um julgamento que vai reivindicar justiça, se reflete em sua própria pergunta? Ele não fala com confiança. A revelação completa sobre tais ainda está por vir. Sua consulta, no entanto, é uma preparação para que a luz mais completa que fica claro no Novo Testamento.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Eclesiastes Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
    1. O problema discutido (Ec 3—10)
    2. O propósito de Deus para nossa vida (Ec 3)

    Deus equilibra a vida: nascimento— morte; dor—alegria; encontro—par-tida. Por que ele faz isso? Por duas razões: (1) a fim de que não pense-mos que podemos explicar as obras do Senhor com facilidade (v. 11); e (2) para que aprendamos a aceitar e usufruir o que temos (vv. 12-13). O Senhor pôs a "eternidade" em nosso coração (v. 11). Isso significa que as coisas do mundo nunca po-derão satisfazer-nos de verdade. Por isso, temos de descobrir a vontade de Deus para nossa vida e deixá-lo misturar os ingredientes de acordo com seu propósito.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Eclesiastes Capítulo 3 do versículo 1 até o 22
    3.1 Tempo determinado. O fatalismo é uma teoria falsa, a qual diz que a vida de cada um seria predeterminada e que nada poderia mudar o seu curso; que o homem é mero ator no palco da vida, sem poder mudar o papel que ele representa. Então, de nada nos valeria orar, nada significaria as admoestações e preceitos de Deus, referentes à vida. Salomão reconhece a vaidade de tal teoria.

    3.6 De deitar fora. Como é difícil para nós nos desfazermos de coisas nocivas à nossa fé!

    3.7 Tempo de rasgar. Rasgavam-se as vestes em sinal de dor ou calamidade.

    3.11 Tudo fez Deus formoso. lembra a história da criação e o estado de inocência do homem, quando Deus "pôs a eternidade no seu coração". Agora, com a mente turvada, pelo pecado, não pode mais "descobrir as obras de Deus". Se nos lembrássemos sempre da eternidade, viveríamos mais satisfeitos.

    3.14 Para que... temam. Devemos nos sujeitar em temor e humildade à vontade de Deus.

    3.16 Juízos... justiça. Entre os homens não há justiça, mas em Deus é encontrada a justiça (17). Há por aí quem queira comprovar uma afirmação do deísmo, no sentido de que Deus estivesse desinteressado pelo destino do homem; mas leia-se 2Pe 3:9; Rm 2:6 e Ec 12:13, Ec 12:14.

    3.17 Deus julgará. Sofrendo nós sob injustiça dos homens, podemos confiar que, no final, Deus nos fará justiça.

    3.18 Como os animais. Em reconhecendo que, tirados da terra e prestes a tornar seu corpo em pó, o homem se tornará humilde.

    3.19 O mesmo lhes sucede. Aparentemente o mesmo, pois o seu corpo é de procedência idêntica, é terreno e volta à terra. Por isso mesmo, o homem deve deixar de ambicionar as coisas terrenas, igualmente perecíveis.

    3.21 Quem sabe... ? Não que Salomão duvidasse da imortalidade da alma (conforme v. 17 e 12.7). A dúvida, aparentemente, diz respeito à localização do céu ou do inferno.

    3.22 Recompensa. Salomão sabia que o homem sem temor de Deus, reconhecendo a vaidade das coisas terrenas, é levado ao epicurismo: "Comamos, e bebamos e divirtamo-nos, pois com a morte tudo termina e o homem morre também como o animal". É esta máxima dos filhos do mundo.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Eclesiastes Capítulo 3 do versículo 1 até o 22

    3) Tudo acontece no tempo certo (3:1-15)
    No cap. 1, o autor havia contemplado a futilidade evidente da vida à luz do ciclo repetitivo no mundo natural (v. 1:2-11). No cap. 3, ignorando momentaneamente as conclusões a que chegou em 2:24-26, ele observa mais uma vez a falta de sentido da existência, agora à luz daquela ordem fixa de eventos em que se encaixa toda a atividade do homem de acordo com o plano pré-ordenado por Deus. E um esforço inútil o homem tentar melhorar sua sorte, visto que tudo vai continuar acontecendo no tempo específico determinado por Deus (3:1-9).
    Essa consciência do destino inescapável gera sentimentos de frustração e amargura, porque, embora a mente do homem tente entender o eterno, não consegue captá-lo. O homem ainda não consegue entender os caminhos de Deus. Visto que Deus projetou cada acontecimento para se encaixar perfeitamente no seu devido contexto, o homem deveria aceitar quaisquer circunstâncias que Deus estabeleça e encontrar prazer nelas (v. 10-13). Mas a percepção de que ele não consegue mudar o que Deus lhe prescreveu, mesmo que queira, o mantém em uma atitude de temor diante de Deus (v. 14,15).

    3.1. tempo: heb. %‘mãn, um aramaísmo tardio (encontrado também em Ed 10:14; Ne 10:34) que significa aqui “um tempo fixo ou determinado”, ocasião certa', um tempo em que algo acontece. As palavras são usadas nos v. 1-8 não no sentido de que há um tempo e um lugar para tudo, mas no sentido de que tudo acontece no tempo específico que foi determinado para cada coisa. Que esse é o sentido é confirmado pela pergunta sarcástica do autor no v. 9 e pelas conclusões que ele tira nos v. 10-15. v. 2. Em seguida, vem uma lista, ordenada em sete pares de opostos representativos de todo o espectro de atividades que preenchem a vida de uma pessoa, v. 5. espalhar pedras [...] ajuntá-las: comentaristas judeus antigos entendiam isso como uma metáfora para representar a relação marital ou a abstinência dela, uma interpretação que é apoiada pela segunda parte do versículo.

    v. 11. O autor está confiante no fato de que a vida tem significado. O que o perturba é que o homem não consegue descobrir esse significado, fez tudo apropriado ao seu tempo: uma referência a eventos, e não a aspectos materiais, eternidade: heb. lõlãm\ a palavra mais discutida e controvertida no livro. As diferenças de interpretação estão relacionadas aos diferentes usos da palavra no hebraico bíblico e não-bíblico, à vocalização alternativa das consoantes hebraicas e à natureza peculiar do pensamento do autor. As interpretações se agrupam em torno de três idéias principais: (a) a eternidade, a noção ou concepção de coisas eternas, o desejo pela onis-ciência, a qualidade divina no homem; (b) o mundo, o amor ao mundo, uma percepção do somatório dos eventos passados e futuros; (c) esquecimento, ignorância, escuridão, enigma, labuta, v. 12,13. V.comentário de 2.2426. v. 14. que os homens o temam: a estrutura de pensamento do autor sugere um temor forçado ou obrigatório, resignação, e não o reverente “temor do Senhor”, v. 15. O ciclo interminável, a repetição constante na forma em que Deus ordena as atividades e questões humanas; um eco da observação final no texto paralelo no cap. 1 (conforme 1:9-11).


    4) Não há ordem moral no mundo (3.16—4.3)
    Embora bem consciente da ordem fixa de Deus nas questões humanas, o autor ao mesmo tempo observa que parece não haver ordem moral no mundo à sua volta. Por exemplo, a injustiça e a maldade existem em grande quantidade (v. 16). E possível encontrar conforto na idéia de que Deus vai fazer justiça em todas as coisas em algum dia de juízo na vida após a morte (v. 17); por outro lado, talvez nem haja vida após a morte. Talvez Deus esteja tentando mostrar ao homem, por meio do destino comum que determinou para o homem e os animais, que ele não tem nenhuma vantagem sobre os animais. Afinal, quem pode provar que os homens têm vida após a morte? O melhor que o homem pode fazer, conclui o autor, é desfrutar da vida enquanto pode (v. 18-22). Nem todos, no entanto, podem desfrutar da vida. As infelizes vítimas da opressão estariam em condições melhores se estivessem mortas, e estariam em condições melhores ainda se nem tivessem nascido (4:1-3).

    3.16. Temos aqui uma alusão à corrupção em questões judiciais e administrativas, v. 19. fôlego de vida\ ou espírito (v. 21); cf. “vento” (1.14). V. tb.comentário Dt 12:7. v. 22. Desfrute do presente, pois quem sabe o que vai acontecer depois da morte?


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Eclesiastes Capítulo 3 do versículo 16 até o 22

    B. Pela Falta da Imortalidade. Ec 3:16-22. O fracasso da justiça na vida deveria ser retificado em alguma vida futura, mas não é; pois na morte todos os homens retornam ao pó, exatamente como os animais.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Eclesiastes Capítulo 3 do versículo 16 até o 22
    d) A justiça de Deus (Ec 3:16-4.3)

    A interpretação moralista da vida se despedaça no duro fato da maldade humana. O desejo ansioso por uma ordem moral está profundamente enraizado no coração do homem, mas isso o torna inclinado para duas ilusões comuns. Uma delas é a crença patética, geralmente entretida em nossa época, que a ordem é obtida pela organização. Até mesmo um observador tão perspicaz como Lenin sucumbiu a essa crença. Porém, a maldade que torna necessária a organização não faz alto nos portais da organização.

    "O espantoso pensamento se todos os nossos sábios e nós

    Somos apenas fundamentos de uma raça do porvir".

    Um ponto de vista moral sobre a vida, resolutamente seguido, conduz à conclusão que os homens são animais irracionais. "O homem que está em honra, e não tem entendimento, é semelhante aos animais que perecem" (Sl 49:20). Mas, e que dizer sobre sua "imortalidade"? "Quem sabe se o espírito do homem sobe para cima...?" (Ec 3:21, diz outra versão). O que existe no próprio homem para sugerir que seu destino é tão diferente do destino dos irracionais? "Que a alma do homem por sua própria natureza é Eterna, e que seja uma Criatura viva independente do corpo: ou que qualquer mero homem seja Imortal, a não ser pela Ressurreição do último dia (excetuando Enoque e Elias) é uma doutrina não evidente nas Escrituras" (Hobbes, Leviathan, 38).

    Deus é o Juiz. Mas a justiça de Deus não está sujeita ao nosso julgamento. Na qualidade de justiça de Deus, ela pertence ao Seu tempo, embora possa estar oculta do nosso. Aquele que não entende isso não tem outra alternativa senão dar mais valor à morte do que à vida.


    Dicionário

    Ainda

    advérbio Até este exato momento; até agora: o professor ainda não chegou.
    Naquele momento passado; até então: eu fui embora da festa, mas minha mãe ainda ficou por lá.
    Num instante recente; agora mesmo: ainda há pouco ouvi seus gritos.
    Que tende a chegar num tempo futuro; até lá: quando ele voltar, ela ainda estará esperando.
    Num certo dia; algum dia indeterminado: você ainda vai ser famoso.
    Em adição a; mais: há ainda outras concorrentes.
    No mínimo; ao menos: ainda se fosse rico, mas não sou.
    De modo inclusivo; inclusive: gostava de todos os alunos, inclusive os mais bagunceiros.
    Etimologia (origem da palavra ainda). Etm a + inda.

    Debaixo

    advérbio Que se encontra numa posição inferior (menos elevada) a (algo ou alguém): numa mesa, prefiro colocar as cadeiras debaixo.
    Por Extensão Num estado inferior; em condição decadente: a depressão deixou-se um pouco debaixo.
    Debaixo de. Em situações inferiores; sob: coloquei meus livros debaixo da mesa.
    Gramática Não confundir o advérbio "debaixo" com a locução adverbial "de baixo": o escritório fica no andar de baixo.
    Etimologia (origem da palavra debaixo). De + baixo.

    Impiedade

    Impiedade Qualidade ou estado de quem não tem PIEDADE; irreligião; incredulidade (Pv 11:5); (Rm 1:18).

    impiedade s. f. 1. Qualidade de ímpio. 2. Falta de piedade; crueldade. 3. Ato ou expressão ímpia.

    Justiça

    substantivo feminino Particularidade daquilo que se encontra em correspondência (de acordo) com o que é justo; modo de entender e/ou de julgar aquilo que é correto.
    O ato de reconhecer o mérito de (algo ou de alguém): a polícia vai fazer justiça neste caso.
    Reunião dos organismos que compõem o poder judiciário.
    Conjunto de indivíduos que fazem parte da prática da justiça: a justiça precisa buscar melhores condições de trabalho.
    Cada uma das seções responsáveis pela administração da justiça; alçada, foro ou instância: Justiça Eleitoral.
    Etimologia (origem da palavra justiça). Do latim justitia.ae.

    Cumprimento das exigências de um relacionamento correto com ele, apagando a culpa deles e lhes creditando justiça (Rm 3:21-22), ajudando-os assim a dedicar-se em prol daquilo que ele declara justo (Rm 6:11-13).

    A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais. [...] o critério da verdadeira justiça está em querer cada um para os outros o que para si mesmo quereria e não em querer para si o que quereria para os outros, o que absolutamente não é a mesma coisa. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 875 e 876

    Educado, o sentimento de justiça será o sentimento salvador do indivíduo. Sentimento superior por excelência, no ser humano, ele sobrepuja a todos os outros e, por ser o que se apresenta com maior energia para a ação do indivíduo, é que na justiça procuram apoiar-se todas as injustiças que se cometem.
    Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 3

    J J [...] é o santo nome e a senha que desde o princípio dos tempos vêm escritos em todos os espaços e até na mais diminuta criação do Altíssimo. [...] é a Lei Suprema da Criação, sem que deixe de ser, do mesmo modo, o amor, formando com a justiça um todo perfeito.
    Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6

    [...] A justiça é, acima de tudo, amor que corrige e sabedoria que educa.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 12

    [...] É a força harmônica, uma coordenação funcional, adequada da sociedade.
    Referencia: LOBO, Ney• Estudos de filosofia social espírita• Rio de Janeiro: FEB, 1992• -

    A verdadeira justiça não é a que pune por punir; é a que castiga para melhorar. Tal a justiça de Deus, que não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e viva. Por o terem compreendido assim, foi que os nossos jurisconsultos chegaram a formular estes magníficos axiomas: É imoral toda pena que exceda a gravidade do delito. – É imoral toda pena que transpira vingança, com exclusão da caridade. – É imoral a pena quando, por sua natureza, não tende a fazer que o culpado se emende.
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 17a efusão

    [...] o sentimento de justiça [...] é [...] o pensamento correto refletindo a eqüidade e a misericórdia que fluem de Cima.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 44

    Na definição da Doutrina Espírita, a justiça consiste em respeitar cada um os direitos dos demais. Não somente os direitos consagrados nas legislações humanas, mas todos os direitos natu rais compreendidos no sentido amplo de justiça.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 17

    [...] é fundamento do Universo [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartas e crônicas• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 17

    [...] a justiça é sempre a harmonia perfeita.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    [...] a justiça, por mais dura e terrível, é sempre a resposta da Lei às nossas próprias obras [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Jornada acima

    A justiça é uma árvore estéril se não pode produzir frutos de amor para a vida eterna.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz acima• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19

    [...] a justiça esclarecida é sempre um credor generoso, que somente reclama pagamento depois de observar o devedor em condições de resgatar os antigos débitos [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 5

    Todos nós precisamos da justiça, porque a justiça é a lei, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, a iniqüidade é capaz de premiar o banditismo, em nome do poder. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21

    Justiça Divina [...] a Justiça de Deus [...] é a própria perfeição.
    Referencia: Ó, Fernando do• Almas que voltam• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Epíl•

    [...] A Justiça do Pai é equânime e ninguém fica impune ou marginalizado diante de suas leis, mas, ela é, sobretudo, feita de amor e misericórdia, possibilitando ao faltoso renovadas ensanchas de redenção [...].
    Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 11


    Justiça
    1) Atributo pelo qual, ao tratar com as pessoas, Deus age de acordo com as normas e exigências da perfeição de sua própria natureza (Sl 119:142). Por isso Deus castiga tanto os incrédulos (Dt 33:21); (Sl 96:13) como o seu próprio povo (Sl 50:5-7); (Is 28:17) e, com imparcialidade, socorre os necessitados (Dt 10:17-18); (Sl 72:2)

    2) Ato pelo qual Deus, em sua graça e em conformidade com a sua ALIANÇA, selada com o sofrimento, morte e ressurreição de Cristo, perdoa as pessoas fracas, perdidas e sem justiça própria, aceitando-as através da fé (Rm 3:21-26); (1Co 1:30); (2Co 5:21). 3 Qualidade que leva os cristãos a agirem corretamente, de acordo com os mandamentos de Deus (Mq 6:8); (Rom 6:13,19); Ef

    Justiça Nos evangelhos, o termo se reveste de vários significados:

    1. A ação salvadora de Deus (Mt 3:15; 21,32), que se manifesta gratuita e imerecidamente (Mt 20ss.).

    2. A justificação que Deus faz do pecador, em virtude da fé em Jesus (Mt

    9,13; Mc 2:17; Lc 5:32).

    3. O comportamento justo de uma pessoa (Mt 6:1ss.), que não deve ter finalidades exibicionistas, que caracteriza os seguidores de Jesus (Mt 6:33) e é fruto do arrependimento. Tal como a praticam certos religiosos — como os escribas e fariseus — é insuficiente para se entrar no Reino dos Céus (Mt 5:20).

    Ela parte realmente não do desejo de se ganhar a salvação pelos próprios méritos, mas da gratuidade porque nós já a recebemos.

    K. Barth, o. c.; J. Driver, Militantes...; C. Vidal Manzanares, De Pentecostés...


    Juízo

    Juízo
    1) Ato de Deus baseado em sua JUSTIÇA, pelo qual ele condena ou absolve as pessoas (Sl 97:2)

    2) Sentença dada por Deus (Jr 48:47). 3 A palavra de Deus, suas leis e suas promessas (Sl 119:39).

    4) Na expressão “juízo final” ou outras semelhantes, o tempo em que Deus, ou o MESSIAS, julgará todas as pessoas, condenando os maus e salvando os JUSTOS (Sl 1:5); (Mt 10:15); (At 24:25).

    5) Julgamento feito de acordo com a vontade de Deus, no dia-a-dia e nos tribunais (Sl 72:1); (Pv 21:3).

    6) O próprio tribunal (Sl 112:5). 7)

    substantivo masculino Ação de julgar; faculdade intelectual de julgar, entender, avaliar, comparar e tirar conclusões; julgamento.
    Apreciação acerca de algo ou alguém; opinião.
    Qualidade de quem age responsável e conscientemente; prudência.
    [Popular] Capacidade de agir racionalmente; razão: perder o juízo.
    [Jurídico] Tribunal em que questões judiciais são deliberadas ou analisadas: o divórcio está em juízo.
    [Jurídico] Reunião das ações realizadas pelos juízes no exercício de suas funções.
    Etimologia (origem da palavra juízo). Do latim judicium.ii.

    Lugar

    substantivo masculino Espaço que ocupa ou pode ocupar uma pessoa, uma coisa: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.
    Cargo que se ocupa em; emprego: perder seu lugar.
    Posição final numa competição, concurso etc.: colocação, ordem: tirou o primeiro lugar no concurso.
    Posição que uma pessoa ou uma coisa deve ocupar: esse homem não conhece seu lugar.
    Qualquer local; localidade: lugar fresco.
    Situação em circunstâncias especiais: em seu lugar, eu teria protestado.
    Circunstância favorável para o desenvolvimento de; ocasião, ensejo: não me deu lugar para ficar zangado.
    Maneira como alguma coisa está disposta num dado período; condição, situação, posição.
    expressão Ter lugar. Ter cabimento, vir a propósito: seu comentário não tem lugar aqui.
    Lugares santos. Na Palestina, os lugares onde viveu Jesus Cristo.
    Etimologia (origem da palavra lugar). Do latim localis, de locus.

    substantivo masculino Espaço que ocupa ou pode ocupar uma pessoa, uma coisa: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.
    Cargo que se ocupa em; emprego: perder seu lugar.
    Posição final numa competição, concurso etc.: colocação, ordem: tirou o primeiro lugar no concurso.
    Posição que uma pessoa ou uma coisa deve ocupar: esse homem não conhece seu lugar.
    Qualquer local; localidade: lugar fresco.
    Situação em circunstâncias especiais: em seu lugar, eu teria protestado.
    Circunstância favorável para o desenvolvimento de; ocasião, ensejo: não me deu lugar para ficar zangado.
    Maneira como alguma coisa está disposta num dado período; condição, situação, posição.
    expressão Ter lugar. Ter cabimento, vir a propósito: seu comentário não tem lugar aqui.
    Lugares santos. Na Palestina, os lugares onde viveu Jesus Cristo.
    Etimologia (origem da palavra lugar). Do latim localis, de locus.

    Maís

    substantivo masculino Variedade de milho graúdo, bem desenvolvido.
    Não confundir com: mais.
    Etimologia (origem da palavra maís). Do espanhol maíz.

    Sol

    substantivo masculino Estrela ao redor da qual giram a Terra e outros planetas.
    Por Extensão O período diurno, matutino; o dia em oposição à noite.
    A luz e o calor emanados por essa Estrela: evitava o sol do meio-dia.
    A imagem do Sol, basicamente um círculo com raios que saem do seu contorno.
    Figurado Ideia influente ou princípio que influencia.
    P.met. Aquilo que ilumina, guia; farol.
    [Astronomia] Qualquer estrela que faça parte do sistema planetário.
    Etimologia (origem da palavra sol). Do latim sol.solis.
    substantivo masculino A quinta nota musical da escala de dó.
    O sinal que representa essa nota.
    Primeira corda do contrabaixo; quarta corda do violino; terceira nota do violoncelo.
    Etimologia (origem da palavra sol). Da nota musical sol.

    substantivo masculino Estrela ao redor da qual giram a Terra e outros planetas.
    Por Extensão O período diurno, matutino; o dia em oposição à noite.
    A luz e o calor emanados por essa Estrela: evitava o sol do meio-dia.
    A imagem do Sol, basicamente um círculo com raios que saem do seu contorno.
    Figurado Ideia influente ou princípio que influencia.
    P.met. Aquilo que ilumina, guia; farol.
    [Astronomia] Qualquer estrela que faça parte do sistema planetário.
    Etimologia (origem da palavra sol). Do latim sol.solis.
    substantivo masculino A quinta nota musical da escala de dó.
    O sinal que representa essa nota.
    Primeira corda do contrabaixo; quarta corda do violino; terceira nota do violoncelo.
    Etimologia (origem da palavra sol). Da nota musical sol.

    o ‘luzeiro maior’ de Gn 1:16-18o nome ocorre pela primeira vez em Gn 15:12. o culto prestado ao Sol era muito seguido na antigüidade, e ainda está largamente espalhado no oriente. os israelitas foram ensinados a não praticar essa adoração (Dt 4:19 – 17.3). (*veja Bete-Horom, Heres, idolatria, Josué, Estrela.)

    [...] é o centro vitalizador do nosso sistema estelar. Mas assim como existem sistemas solares, existem também sistemas anímicos. O Sol dos Espíritos que habitam em nosso mundo é o Cristo Jesus. [...]
    Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Notações de um aprendiz• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 1

    O Sol, gerando energias / – Luz do Senhor a brilhar – / É a força da Criação / Servindo sem descansar.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 18

    O Sol é essa fonte vital para todos os núcleos da vida planetária. Todos os seres, como todos os centros em que se processam as forças embrionárias da vida, recebem a renovação constante de suas energias através da chuva incessante dos átomos, que a sede do sistema envia à sua família de mundos equilibrados na sua atração, dentro do Infinito.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 10

    [...] Nosso Sol é a divina matriz da vida, e a claridade que irradia provém do autor da Criação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - cap• 3

    Agradeçamos ao Senhor dos Mundos a bênção do Sol! Na Natureza física, é a mais alta imagem de Deus que conhecemos. Temo-lo, nas mais variadas combinações, segundo a substância das esferas que habitamos, dentro do siste ma. Ele está em “Nosso Lar”, de acordo com os elementos básicos de vida, e permanece na Terra segundo as qualidades magnéticas da Crosta. É visto em Júpiter de maneira diferente. Ilumina 5ênus com outra modalidade de luz. Aparece em Saturno noutra roupagem brilhante. Entretanto, é sempre o mesmo, sempre a radiosa sede de nossas energias vitais!
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 33

    O Sol constitui para todos os seres fonte inexaurível de vida, calor e luz.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 42


    Sol Uma das demonstrações da bondade de Deus

    que atinge as pessoas, seja qual for seu caráter

    (Mt 5:45). Quando Jesus morreu na cruz, o sol

    escureceu (Lc 23:45). Simbolicamente significa

    o resplendor dos justos e de Jesus (Mt 13:43; 17,2)

    ou, em um contexto apocalíptico, a mudança de

    condições (Mt 24:29; Lc 21:25).


    Vi

    1ª pess. sing. pret. perf. ind. de ver

    ver |ê| |ê| -
    (latim video, -ere)
    verbo transitivo

    1. Exercer o sentido da vista sobre.

    2. Olhar para.

    3. Presenciar, assistir a.

    4. Avistar; enxergar.

    5. Encontrar, achar, reconhecer.

    6. Observar, notar, advertir.

    7. Reparar, tomar cuidado em.

    8. Imaginar, fantasiar.

    9. Calcular, supor; ponderar, inferir, deduzir.

    10. Prever.

    11. Visitar.

    12. Escolher.

    13. Percorrer.

    14. Provar.

    15. Conhecer.

    verbo pronominal

    16. Olhar-se.

    17. Encontrar-se.

    nome masculino

    18. Parecer; juízo; opinião (ex.: no ver dele, isto é inadmissível).

    19. O acto de ver.


    a meu ver
    Na minha opinião.

    até mais ver
    Fórmula de despedida usada quando se pensa ou espera voltar a ver a
    (s): pessoa
    (s): a quem é dirigida.
    = ATÉ À VISTA, ATÉ MAIS

    a ver vamos
    Expressão usada para indicar que se espera ou se deve esperar pelo desenrolar dos acontecimentos.

    ver-se e desejar-se
    Estar muito aflito, muito embaraçado (ex.: o tenista viu-se e desejou-se para ganhar ao adversário).


    Ver também a dúvida linguística: ter a ver com / ter a haver.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Eclesiastes 3: 16 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, e no lugar da justiça havia iniquidade.
    Eclesiastes 3: 16 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    937 a.C.
    H4725
    mâqôwm
    מָקֹום
    Lugar, colocar
    (place)
    Substantivo
    H4941
    mishpâṭ
    מִשְׁפָּט
    julgamento, justiça, ordenação
    (and judgment)
    Substantivo
    H5750
    ʻôwd
    עֹוד
    novamente
    (again)
    Substantivo
    H6664
    tsedeq
    צֶדֶק
    justiça, correção, retidão
    ([but] in righteousness)
    Substantivo
    H7200
    râʼâh
    רָאָה
    e viu
    (and saw)
    Verbo
    H7562
    reshaʻ
    רֶשַׁע
    erro, perversidade, culpa
    (their wickedness)
    Substantivo
    H8033
    shâm
    שָׁם
    lá / ali
    (there)
    Advérbio
    H8121
    shemesh
    שֶׁמֶשׁ
    o sol
    (the sun)
    Substantivo
    H8478
    tachath
    תַּחַת
    a parte de baixo, debaixo de, em lugar de, como, por, por causa de, baixo, para, onde,
    ([were] under)
    Substantivo


    מָקֹום


    (H4725)
    mâqôwm (maw-kome')

    04725 מקום maqowm ou מקם maqom também (fem.) מקומה m eqowmaĥ מקמה m eqomaĥ

    procedente de 6965; DITAT - 1999h; n m

    1. lugar onde permanecer, lugar
      1. lugar onde permanecer, posto, posição, ofício
      2. lugar, lugar de residência humana
      3. cidade, terra, região
      4. lugar, localidade, ponto
      5. espaço, quarto, distância
      6. região, quarteirão, direção
      7. dar lugar a, em lugar de

    מִשְׁפָּט


    (H4941)
    mishpâṭ (mish-pawt')

    04941 משפט mishpat

    procedente de 8199; DITAT - 2443c; n m

    1. julgamento, justiça, ordenação
      1. julgamento
        1. ato de decidir um caso
        2. lugar, corte, assento do julgamento
        3. processo, procedimento, litigação (diante de juízes)
        4. caso, causa (apresentada para julgamento)
        5. sentença, decisão (do julgamento)
        6. execução (do julgamento)
        7. tempo (do julgamento)
      2. justiça, direito, retidão (atributos de Deus ou do homem)
      3. ordenança
      4. decisão (no direito)
      5. direito, privilégio, dever (legal)
      6. próprio, adequado, medida, aptidão, costume, maneira, plano

    עֹוד


    (H5750)
    ʻôwd (ode)

    05750 עוד ̀owd ou עד ̀od

    procedente de 5749; DITAT - 1576a subst

    1. repetição, continuação adv
    2. ainda, novamente, além disso
      1. ainda, ainda assim (referindo-se a continuidade ou persistência)
      2. ainda, ainda assim, além disso (referindo-se a adição ou repetição)
      3. novamente
      4. ainda, ainda mais, além disso

    צֶדֶק


    (H6664)
    tsedeq (tseh'-dek)

    06664 צדק tsedeq

    procedente de 6663; DITAT - 1879a; n. m.

    1. justiça, correção, retidão
      1. o que é direito ou justo ou normal, retidão, justeza (referindo-se a pesos e medidas)
      2. justiça (no governo)
        1. referindo-se a juízes, governantes, reis
        2. referindo-se à lei
        3. referindo-se ao rei davídico, o Messias
        4. referindo-se a Jerusalém como sede de governo justo
        5. referindo-se a atributo de Deus
      3. retidão, justiça (num caso ou causa)
      4. correção (na linguagem)
      5. retidão (o que é eticamente correto)
      6. justiça (vindicada), justificação (em controvérsia), livramento, vitória, prosperidade
        1. referindo-se a Deus que é fiel à aliança na redenção
        2. em nome do rei messiânico
        3. referindo-se a pessoas que têm a salvação
        4. referindo-se a Ciro

    רָאָה


    (H7200)
    râʼâh (raw-aw')

    07200 ראה ra’ah

    uma raiz primitiva; DITAT - 2095; v.

    1. ver, examinar, inspecionar, perceber, considerar
      1. (Qal)
        1. ver
        2. ver, perceber
        3. ver, ter visão
        4. examinar, ver, considerar, tomar conta, verificar, aprender a respeito, observar, vigiar, descobrir
        5. ver, observar, considerar, examinar, dar atenção a, discernir, distinguir
        6. examinar, fitar
      2. (Nifal)
        1. aparecer, apresentar-se
        2. ser visto
        3. estar visível
      3. (Pual) ser visto
      4. (Hifil)
        1. fazer ver, mostrar
        2. fazer olhar intencionalmente para, contemplar, fazer observar
      5. (Hofal)
        1. ser levado a ver, ser mostrado
        2. ser mostrado a
      6. (Hitpael) olhar um para o outro, estar de fronte

    רֶשַׁע


    (H7562)
    reshaʻ (reh'-shah)

    07562 רשע resha ̀

    procedente de 7561; DITAT - 2222a; n. m.

    1. erro, perversidade, culpa
      1. perversidade (como violência e crime contra a lei civil)
      2. perversidade (referindo-se aos inimigos)
      3. perversidade (em relações éticas)

    שָׁם


    (H8033)
    shâm (shawm)

    08033 שם sham

    uma partícula primitiva [procedente do pronome relativo, 834]; lá (transferindo para tempo) então; DITAT - 2404; adv

    1. lá, para lá
      1. para lá (depois de verbos de movimento)
      2. daquele lugar, de lá
      3. então (como um advérbio de tempo)

    שֶׁמֶשׁ


    (H8121)
    shemesh (sheh'-mesh)

    08121 שמש shemesh

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser brilhante; DITAT - 2417a; n. f./m.

    1. sol
      1. sol
      2. nascer do sol, nascente, leste, pôr do sol, oeste (referindo-se à direção)
      3. sol (como objeto de culto ilícito)
      4. abertamente, publicamente (em outras expressões)
      5. pináculos, baluartes, escudos (resplandecentes ou reluzentes)

    תַּחַת


    (H8478)
    tachath (takh'-ath)

    08478 תחת tachath

    procedente da mesma raiz que 8430; DITAT - 2504; n. m.

    1. a parte de baixo, debaixo de, em lugar de, como, por, por causa de, baixo, para, onde, conquanto n. m.
      1. a parte de baixo adv. acus.
      2. abaixo prep.
      3. sob, debaixo de
        1. ao pé de (expressão idiomática)
        2. suavidade, submissão, mulher, ser oprimido (fig.)
        3. referindo-se à submissão ou conquista
      4. o que está debaixo, o lugar onde alguém está parado
        1. em lugar de alguém, o lugar onde alguém está parado (expressão idiomática com pronome reflexivo)
        2. em lugar de, em vez de (em sentido de transferência)
        3. em lugar de, em troca ou pagamento por (referindo-se a coisas trocadas uma pela outra) conj.
      5. em vez de, em vez disso
      6. em pagamento por isso, por causa disso em compostos
      7. em, sob, para o lugar de (depois de verbos de movimento)
      8. de sob, de debaixo de, de sob a mão de, de seu lugar, sob, debaixo