Enciclopédia de Zacarias 11:1-1

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

zc 11: 1

Versão Versículo
ARA Abre, ó Líbano, as tuas portas, para que o fogo consuma os teus cedros.
ARC ABRE, ó Líbano, as tuas portas para que o fogo consuma os cedros.
TB Abre as tuas portas, ó Líbano, para que o fogo devore os teus cedros.
HSB פְּתַ֥ח לְבָנ֖וֹן דְּלָתֶ֑יךָ וְתֹאכַ֥ל אֵ֖שׁ בַּאֲרָזֶֽיךָ׃
BKJ Abre as tuas portas, ó Líbano, para que o fogo devore os teus cedros.
LTT "Abre, ó Líbano, as tuas portas para que o fogo devore os teus cedros.
BJ2 Abre tuas portas, ó Líbano, que o fogo devore os teus cedros.[r]
VULG Aperi, Libane, portas tuas, et comedat ignis cedros tuas.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Zacarias 11:1

Deuteronômio 32:22 Porque um fogo se acendeu na minha ira, e arderá até ao mais profundo do inferno, e consumirá a terra com a sua novidade, e abrasará os fundamentos dos montes.
Jeremias 22:6 Porque assim diz o Senhor acerca da casa do rei de Judá: Tu és para mim Gileade e a cabeça do Líbano; mas por certo que farei de ti um deserto e cidades desabitadas.
Jeremias 22:23 Ó tu que habitas no Líbano e fazes o teu ninho nos cedros! Quão lastimada serás quando te vierem as dores e os ais como da que está de parto!
Ezequiel 31:3 Eis que a Assíria era um cedro no Líbano, de ramos formosos, de sombrosa ramagem e de alta estatura, e o seu topo estava entre os ramos espessos.
Habacuque 2:8 Visto como despojaste muitas nações, todos os mais povos te despojarão a ti, por causa do sangue dos homens e da violência para com a terra, a cidade e todos os que habitam nela.
Habacuque 2:17 Porque a violência cometida contra o Líbano te cobrirá, e a destruição dos animais ferozes os assombrará, por causa do sangue dos homens, e da violência para com a terra, a cidade e todos os seus moradores.
Ageu 1:8 Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o Senhor.
Zacarias 10:10 Porque eu os farei voltar da terra do Egito e os congregarei da Assíria; e trá-los-ei à terra de Gileade e do Líbano, e não se achará lugar para eles.
Zacarias 14:1 Eis que vem o dia do Senhor, em que os teus despojos se repartirão no meio de ti.
Mateus 24:1 E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.
Lucas 19:41 E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela,
Lucas 21:23 Mas ai das grávidas e das que criarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira sobre este povo.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

OS VIZINHOS DE ISRAEL E JUDÁ

O LEGADO DE DAVI E SALOMÃO
Durante o reinado de Davi, Israel conquistou vários povos vizinhos, mas não todos. Ao norte, Hirão de Tiro e outros reis fenícios governavam uma faixa ao longo da costa do Mediterrâneo correspondente de forma aproximada a atual Líbano. Mais ao sul, também junto ao Mediterrâneo, os filisteus mantiveram sua independência. Do lado leste do rio Jordão e a leste e sul do mar Morto, Davi conquistou Amom, Moabe e Edom. Depois de derrotar Hadadezer de Zobá, Davi parece ter conseguido controlar parte da Síria até o rio Eufrates. Nos anos depois da morte de Salomão, essas regiões readquiriram sua independência.

AMOM
O centro do reino de Amom era a grande cidadela de Rabá- Amom (atual Amã, capital da Jordânia). Os amonitas eram descendentes de Ben-Ami, filho de Ló (sobrinho de Abraão) (com sua filha mais nova) A região a oeste que se estendia até o vale do Jordão entre os ribeiros Jaboque e Arnom era ocupada pelos amorreus.

MOABE
O reino de Moabe se concentrava no planalto entre o ribeiro de Arnom, que corria por um vale de até 500 m de profundidade, e o ribeiro de Zerede, a leste do mar Morto. Sua cidade mais importante era Quir-Haresete, a magnífica fortaleza de Kerak. A região ao norte do rio Arnom era chamada de Misor, ou campinas de Moabe. Os moabitas eram descendentes de Ló com sua filha mais vela. Rute, a bisavó de Davi, era moabita. Moabe era uma região conhecida pela criação de ovinos e, por algum tempo, teve de pagar a Israel um tributo anual de cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros.

EDOM
Os edomitas eram descendentes de Esaú, o irmão mais velho de Jacó. Ocupavam o território ao sul do mar Morto e a sudeste do ribeiro de Zerede. Essa região montanhosa também era chamada de monte Seir, que significa "peludo", pois era coberta de uma vegetação densa constituída, em sua maior parte, de arbustos. Abrangia a Arabá, ou deserto de Edom, a grande depressão que liga o mar Morto ao mar Vermelho. Sua capital, Sela, pode ser identificada com Petra, a cidade que viria a ser conhecida como a espetacular capital rosada dos árabes nabateus.

A REGIÃO AO SUL DO MAR MORTO
Ao sul de uma linha imaginária entre Gaza e Berseba, estendendo-se para o leste até o sul do mar Morto, fica o deserto de Zim. Essa área extensa que constitui a parte norte do deserto do Sinai apresenta um índice pluviométrico anual inferior a 200 mm e, portanto, não pode ser usada para a agricultura. Judá procurou exercer controle sobre Edom e essa região. Os portos de Eziom-Geber (possivelmente Tell el-Kheleifeh) e Elate no norte do golfo de Ácaba permitiam que Judá tivesse acesso ao mar Vermelho e seu comércio valioso.

OS FILISTEUS
Quatro cidades filistéias, Ecrom, Asdode, Asquelom e Gaza, permaneceram independentes do controle de Israel e Judá. Apenas Gate foi controlada pelo reino de Judá.

O LÍBANO
Os montes da região norte da Galileia são separados das cadeias de montanhas do Líbano ao norte pelo vale profundo do rio Litani que desemboca no Mediterrâneo alguns quilômetros ao norte de Tiro. As montanhas de até 3.088 m de altura que passam cerca da metade do ano cobertas de neve explicam o nome "Líbano", que significa "branco". As coníferas e cedros do Líbano forneciam a madeira de melhor qualidade do Antigo Oriente Próximo, cobiçadas por reis da Mesopotâmia e do Egito, e também por Salomão, que adquiriu dessa região a madeira para o templo do Senhor em Jerusalém. A leste da cadeia de montanhas do Líbano encontra-se o vale de Becá. As montanhas formam uma barreira natural, impedindo que as chuvas cheguem ao vale onde o índice pluviométrico anual não passa de 250 mm. Os rios Orontes e Litani correm, respectivamente, ao longo do norte e do sul do vale para o mar Mediterrâneo. A leste de Becá fica a cadeia de montanhas do Antilíbano, cujo pico mais alto é o do monte Hermom (também chamado de Sirion ou Senir) com 2.814 m de altura. A costa mediterrânea do Libano possui

DO OUTRO LADO DO MAR
Os fenícios da costa do Líbano eram exímios marinheiros. Salomão contratou marujos de Hirão, rei de Tiro, para seus empreendimentos comerciais no mar Vermelho. Os israelitas, por sua vez, eram um povo ligado à terra que mostrava pouco entusiasmo pelo mar, como o salmista deixa claro: "Subiram até aos céus, desceram até aos abismos; no meio destas angústias, desfalecia-lhes a alma. Andaram, e cambalearam como ébrios, e perderam todo tino. Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações" (SI 107:26-28).

A SÍRIA
A leste da cadeia do Antilíbano fica o país chamado hoje de Síria. Este foi o nome que os romanos deram à região, que incluía a Palestina, quando Pompeu a conquistou em 63 .C. e a transformou numa província romana. No tempo do Antigo Testamento, a região ao redor de Damasco e mais ao norte era chamada de Hara. Davi firmou alianças com os reis arameus de Gesur (a leste do mar da Galileia) e Hamate. Conquistou Zoba (ao norte de Damasco), estendendo seu domínio até o rio Eufrates. Damasco recobrou sua independência durante o reinado de Salomão quando um certo Rezom passou a controlar a região. Ben-Hadade II, Hazael e Ben-Hadade IlI, reis posteriores de Damasco, entraram em conflito repetidamente com Israel, o reino do norte.

A LESTE DO JORDÃO
Basã e Gileade, a leste do rio Jordão, faziam parte da terra prometida, e, portanto, não eram vizinhos de Israel. Entretanto, a fim de fornecer uma descrição mais abrangente, devemos tratar dessas terras do outro lado do rio. Nessa região, os ventos frios do deserto que, no inverno, sopram sobre os montes orientais impedem o cultivo de oliveiras e, em alguns lugares, também de vinhas.

Vizinhos de Israel e Judá
Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam. em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.

Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.
Cedros nas montanhas do Líbano.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

LÍBANO

Atualmente: LIBANO
País com 10.400 km2. Do ponto de vista natural, o país pode ser dividido em quatro regiões principais: estreita planície costeira, planalto interior estreito e fértil, Líbano ocidental e montanhas anti-Libano. O sul do país, praticamente ficou reduzido a escombros pela violência durante os quase vinte anos de manutenção da faixa de segurança pelo Exército israelense, ocupação encerrada em maio de 2000, a reconstrução do país vem sendo feita lentamente. Há sobretudo, grandes marcas deixadas pelo conflito árabe-israelense, desde a chegada de refugiados palestinos. O Líbano lançou um apelo à comunidade internacional em 24 de julho de 2000, solicitando ajuda na reconstrução da infra estrutura na região sul do país, desocupada pelas tropas israelenses desde maio. Segundo a Gazeta Mercantil de 25/7/2000, o pedido foi feito pelo ministro de Economia e Comércio, Nasser Saidi, que estimou em U$1,3 bilhão os custos para a reconstrução da infraestrutura e o desenvolvimento do Sul do Líbano, incluindo ajuda de emergência. Cerca de 55% da população é islâmica e 37,5% cristã, dos quais 0:5%, protestante.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Zacarias Capítulo 11 do versículo 1 até o 17
4. Os Dois Pastores (Zc 11:1-17)

  • A destruição de Jerusalém (11:1-3). Neste capítulo, temos uma imagem que com-bina com o quadro pintado no capítulo 10. Ali, brilha com a vinda do Messias, as vitórias que obteria e as bênçãos que daria. Aqui, é lúgubre com sua rejeição e conseqüências trágicas. O capítulo começa com uma descrição destas conseqüências (1-3), cuja vivaci-dade Moffatt traduziu assim:
  • Abre as tuas portas, ó Líbano,

    Para que o fogo queime os teus cedros!
    Geme, ó cipreste,
    Pois os cedros caíram
    [as árvores gloriosas foram espoliadas].
    Gemei, ó carvalhos de Basã,
    Pois a densa floresta foi derrubada!
    Ouvi os pastores lamentando,
    Pois seus pastos gloriosos foram arruinados!
    Ouvi os leõezinhos rugindo,
    Pois a selva do Jordão foi destruída!

    "O flagelo devastador, procedente do norte, arruína o orgulho do Líbano e Basã. Em seguida, devasta em direção sul até chegar ao vale do Jordão, e estabelece-se sobre os pastores de Israel".13 Os cedros do Líbano, os carvalhos de Basã e outras frases se-melhantes significam os governantes e líderes das nações condenadas. A Bíblia sem-pre compara a Assíria e o Egito com o cedro imponente (cf. Is 10:33-34; Ez 31:3-15).

    Como veremos no texto à frente, o profeta prediz a destruição de Jerusalém feita pelos exércitos romanos."

  • A rejeição do Bom Pastor (Zc 11:4-14). Esta subdivisão trata das causas do julgamen-to descrito acima. S. R. Driver considera esta passagem "a mais enigmática do Antigo Testamento". Contudo, a idéia básica afigura-se nitidamente clara. A catástrofe ocorrida em Jerusalém emanou da conduta imprópria, persistente e duradoura do povo e seus pastores (ou regentes). Atingiu o ápice quando rejeitaram o Bom Pastor, que Deus envi-ara para alimentar o rebanho.
  • O próprio Zacarias foi chamado para desempenhar o papel do bom pastor numa alegoria que relembra os quadros em Jeremias e Ezequiel, da destruição dos falsos líde-res e da designação do verdadeiro condutor (cf. Jr 23:1-8; Ez 34:37-24-28). "Assim diz o Senhor, meu Deus: Apascenta o rebanho destinado para a matança, cujos donos o mata-rão e dirão que não são culpados; enquanto os que os vendem dizem: 'Bendito seja o Senhor, fiquei rico!' Os pastores não poupam o rebanho" (4,5, VBB; cf. NVI). Os chefes civis e religiosos tinham tão pouco patriotismo e espiritualidade que careciam de senso de responsabilidade ao povo confiado aos seus cuidados. Por não terem tido piedade das pessoas, Deus disse: Não terei mais piedade dos moradores desta terra... mas eis que entregarei os homens cada um na mão do seu companheiro e na mão do seu rei; eles ferirão a terra (6).

    O profeta fez como lhe fora mandado e assumiu a função de pastor de Israel. "Assim me tornei pastor do rebanho destinado à matança" (7, NVI). E "tomei para mim duas varas: a uma chamei Graça [que simboliza o favor divino prometido ao povo de Deus], e à outra chamei União [que significa a unidade que deveria existir entre Judá e Israel], e apascentei as ovelhas" (7, ECA; cf. NVI). Num mês, acabou com os três pastores (8). Este ponto não está claro, mas no parecer de Calvino significa que Deus "cuidou muito bem do seu rebanho, porque o amava e nada omitiu que fosse necessário para defendê-lo". Certos estudiosos pensam que a frase é uma glosa de escriba.

    Apesar de todo o cuidado prestado ao rebanho, os serviços pastoris não foram considera-dos. "Então eu disse: 'Não serei vosso pastor; a que estiver para morrer, que morra, a que estiver perdida, que fique perdida, e as sobreviventes que devorem umas às outras" (9, Moffatt). O profeta apanhou a "vara chamada Graça" (ARA) e a quebrou, e desta forma anulou o concerto de graça com Israel. O ato significava que a nação se tornaria presa dos inimigos. As pessoas que viram este fato dramático sabiam que era a palavra do SENHOR (11).

    Em seguida, Zacarias cobrou seus salários pelos serviços prestados, caso se sentis-sem dispostos a pagá-lo. Deixou que o povo resolvesse quanto valiam os serviços para eles. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata (12), o preço de um escravo ferido (cf. Êx 21:32).

    Até este ponto, o profeta falou como representante do Senhor. Agora é Deus mesmo quem toma a palavra: Arroja isso ao oleiro,' na Casa do SENHOR (13). Zacarias é irônico ao chamar o salário de belo preço. ("preço 'fabuloso", BV). A quantia mostra o quanto o desprezavam e os seus serviços. O fato de a prata ter sido lançada na casa do SENHOR significa que foi ao próprio Deus que pagaram a soma miserável.

    É impossível ler a resposta insultante dada pelo povo ao Bom Pastor sem sen-tir como é profética esta passagem. Israel não tivera muitos bons condutores no transcurso da sua história (cf. Ez
    34) ; mas quando veio o maior pastor de todos, pronto para entregar a vida pelas ovelhas (cf. Jo 10:15), foi menosprezado, rejeita-do, vendido por preço de escravo (Mt 26:15) e pregado numa cruz. "Os culpados sacrificam o inocente, mas nesta ação executam a própria destruição. Este é um resumo da história de Israel" (G. A. Smith).16

    Mateus 27:9-10 demonstra especificamente que este incidente simbólico do pastor cumpriu-se na traição de Judas. Jesus foi vendido por "trinta moedas de prata", e esta quantia foi, mais tarde, lançada no Templo pelo traidor e usada para comprar um "cam-po do oleiro". O texto de Mateus 27:9 diz que esta profecia é de Jeremias. Uma possível explicação para isso é que um escriba confundiu "Zacarias" com este profeta, ao copiar o texto. A probabilidade é que Mateus citava a profecia de um grupo de passagens do Antigo Testamento que tratavam deste tema, e colocou-a na "lista de Jeremias".17

    Depois deste incidente, o profeta quebrou "a segunda vara, chamada União" (ARA), "como sinal de que estava desfeita a união de irmãos que havia entre Judá e Israel" (14, NTLH).

    c) O pastor imprestável (11:15-17). Após desempenhar o papel do bom condutor, ago-ra o profeta é chamado a representar um pastor insensato (15, "imprestável", Moffatt; cf. NTLH). Porque eis que levantarei um pastor na terra, que não visitará as que estão perecendo, não buscará a desgarrada e não sarará a doente, nem apascentará a sã; mas comerá a carne da gorda e lhe despedaçará as unhas (16). "Por pastor infiel, nesta passagem, devemos entender o opressor romano que des-truiu o estado judaico e molestou impiedosamente os judeus após terem rejeitado Cris-to".' Este "pastor imprestável" tem de assumir a responsabilidade por suas próprias ações e ser adequadamente punido (17), como mostra claramente a tradução de Moffatt:

    Que a espada fira o seu braço

    E o seu olho direito!

    Que o seu braço se seque

    E que o seu olho direito fique cego!


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Zacarias Capítulo 11 do versículo 1 até o 15
    *

    11.1-3

    Os estudiosos têm debatido se esta pequena seção poética pertence ao que a antecede (caps. 9—10, o julgamento das nações) ou com o que se segue (11.4-17, o julgamento de Deus contra Israel, por causa de sua rejeição ao Pastor). As metáforas sobre grandes carvalhos, densas florestas e leões ferozes são tiradas das plantas e dos animais do vale do rio Jordão. A linguagem é condizente com vários julgamentos espalhados pela história de Israel, mas o julgamento proeminente será imposto àquelas nações e àqueles indivíduos que rejeitaram o Bom Pastor, Jesus Cristo (At 4:24-28).

    *

    11:2

    cedros. Essa madeira é, com freqüência, usada como símbolo do Líbano (1Rs 5:6; Sl 104:16).

    Basã. A área fértil a nordeste do mar Morto (Dt 3:1, nota).

    *

    11.4-17

    É difícil identificarmos os atores com certeza nesta seção, embora o ensinamento em geral seja claro. O profeta foi nomeado para ser um bom pastor, mas visto que foi rejeitado ele abandonou o rebanho (v. 9). Na qualidade de um bom pastor, o profeta foi um tipo do vindouro Pastor messiânico, Jesus Cristo, o qual veio como o Bom Pastor e deu a sua vida pelas ovelhas (Jo 10:11-18).

    *

    11:4

    Apascenta as ovelhas. Um mandato atribuído a Zacarias.

    para a matança. O povo de Israel.

    *

    11:6

    já não terei piedade. Essas palavras eram apropriadas antes do exílio babilônico (Jr 13:14; 15:5; 21:7); e ocorrem aqui por causa da contínua rebelião do povo (Mt 21:33-46).

    *

    11:7

    Graça. Ver a referência lateral. Essa palavra também foi usada para indicar o próprio Deus (Sl 27:4; 90:17). As varas simbolizam a graça que Deus demonstrou para com o seu povo, em sua aliança (v. 10).

    União. Ver a referência lateral. A unidade da nação dividida (v.14), foi prometida na Nova Aliança (Jr 30:3; 31:27,31; 33:7).

    *

    11:8

    três pastores. Esses pastores são difíceis de identificar. Eles talvez simbolizem todos os líderes que deixam de satisfazer os padrões divinos. Com a passagem do tempo, o Bom Pastor escolhido por Deus deporá todos os demais governantes (Ap 2:27).

    *

    11:9

    O profeta, como um pastor, exprime o seu desgosto com a rebelião e a desobediência do rebanho.

    *

    11:10

    aliança...com todos os povos. Temos aqui a obrigação divinamente imposta sobre as nações de não prejudicarem o povo de Israel, pertencente a Deus (conforme Ez 34:25; Os 2:18). Com a remoção do favor de Deus para com Israel, as nações poderiam afligir o rebanho de Deus.

    *

    11:12

    trinta moedas de prata. Aparentemente, esse era o preço de um escravo (Êx 21:32). As autoridades religiosas de Judá pagaram a Judas 1scariotes a importância de trinta moedas de prata, para que ele traísse a Jesus (Mt 26:14-16).

    *

    11:13

    as arrojei ao oleiro, na Casa do SENHOR. Uma profecia que teve cumprimento quando Judas 1scariotes lançou as trinta moedas de prata no soalho do templo de Jerusalém (Mt 27:1-10; conforme Jr 19:1-13).

    *

    11:14

    romper a irmandade entre

    Judá e Israel. Temos aqui a dissolução da nação que vivia sob a aliança, por terem rejeitado o Bom Pastor.

    *

    11.15-17

    Com a rejeição do Bom Pastor, líderes indignos tomaram o lugar dele (conforme Ez 34:1-10). A perda do "braço" e do "olho direito" indica a perda do poder e do discernimento necessários para a liderança (v. 17). Alguns estudiosos têm sugerido que esta profecia refere-se aos líderes judeus que lideraram a nação de Israel em rebeldias desastrosas contra Roma, após a morte de Cristo (66—74, 132—135 a.C.).



    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Zacarias Capítulo 11 do versículo 1 até o 17
    11.4-17 Nesta mensagem, Deus pede ao Zacarías que interprete o papel de dois tipos diferentes de pastores. O primeiro tinha que demonstrar como Deus rechaçaria a seu povo (as ovelhas) devido a que o rechaçaram ao (o pastor). O segundo pastor tinha que demonstrar como Deus entregaria a seu povo a pastores malvados (veja-se Ezequiel 34).

    11:4 Deus disse ao Zacarías que realizasse o trabalho de pastor de um rebanho engordado para matadouro. O rebanho representava ao povo alimentado de sua própria cobiça e desejos malvados até que estivessem preparados para o julgamento de Deus.

    11:7 Zacarías tomou dois cajados e os chamou Graça e Ataduras; partiu em dois o primeiro ("Graça") para mostrar que o pacto misericordioso de Deus com seu povo estava quebrado e logo rompeu o segundo ("Ataduras") para mostrar que "o laço de união entre o Judá e Israel ficava quebrado" (11.14).

    11:8 A identidade dos três pastores malvados se desconhece, mas Deus sabia que não eram capazes para pastorear a seu povo e portanto O os tirou.

    11:12 Lhe pagar a este pastor trinta peças de prata era um insulto, este era o preço que o dono de um boi pagava se um animal acorneaba a um escravo (Ex 21:32). Além disso, por esta quantidade Judas traiu ao Jesus (Mt 27:3-9). Ao precioso Messías o venderam pelo preço de um escravo.

    11:14 devido a que rechaçaram ao Messías, Deus os rechaçaria, e isto simbolizou Zacarías rompendo o cajado chamado Ataduras. Não passou muito tempo depois dos dias do Zacarías, quando os judeus começaram a dividir-se em numerosas facções: fariseus, saduceos, esenios, herodianos, zelotes. A discórdia entre estes grupos foi um fator determinante na destruição de Jerusalém em 70 D.C.

    11.15-17 o Israel não só rechaçaria ao verdadeiro Pastor; mas sim aceitaria em seu lugar a um pastor ímpio (insensato). Este pastor serviria sozinho a seus interesses em lugar de preocupar-se com as necessidades de seu rebanho e o destruiria em vez de defendê-lo (Ap 13:7). "Ai" é sua condenação merecida. devido a que confiou em seu braço (poder militar) e em seu olho (intelecto), Deus destruiria ambas as áreas.

    11:17 É uma grande tragédia para o povo de Deus quando suas líderes não o cuidava como deviam. Deus faz aos líderes responsáveis em forma particular pela condição de seu povo. O Novo Testamento nos fala dos líderes das Iglesias: "meus irmãos, não lhes façam professores muitos de vós, sabendo que receberemos maior condenação" (Jc 3:1). Se Deus o colocar a você em um posto de liderança, recorde que também é um lugar de grande responsabilidade.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Zacarias Capítulo 11 do versículo 1 até o 17
    4. Mais do messiânico (11: 1-17)

    Do capítulo 11 , especialmente de versos Zc 11:4-14 , Robert C. Dentan diz: "Não há nenhuma secção mais enigmático na Bíblia do que o que se segue, e nenhum que deu origem a uma maior variedade de interpretações." Dentan mesmo faz não ver a passagem como messiânico, mas devo admitir que o Novo Testamento faz isso visualizá-lo (ver Mt 27:9. ).

    1. A deterioração do Tyrants (11: 1-3)

    1 . Abra portas teus, O Líbano, que o fogo possa tragar teus cedros 2 Wail, O abeto, para o cedro caiu, porque os mais preciosos são destruídos: lamento, ó carvalhos de Basã, porque o bosque forte é descer. 3 A voz do choro dos pastores! porque a sua glória é destruída: a voz de bramido de leões novos! para o orgulho do Jordão está assolada.

    Neste breve profecia, os inimigos de Israel são chamados Líbano (v. Zc 11:1 ), o mais poderoso das árvores nessa área; e Zacarias vê uma floresta fogo que consumirá os cedros. As fortes carvalhos (v. Zc 11:2 ), também, de Basan, a área de fronteira com o Líbano para o sudeste, será queimada. Em tudo isso, o falso pastores (v. Zc 11:3 ), reis de inimigos meus povos, vai uivar; para a sua glória será estragado.

    b. O esmagamento dos adversários de Messias (11: 4-17)

    4 Assim diz o Senhor meu Deus: Apascenta as ovelhas do abate; 5 cujos possuidores matá-los, e não se têm por culpados; e os que vendê-los dizer: Bendito seja o Senhor, porque sou rico; . e da sua própria pena pastores deles não 6 Certamente não terei mais piedade dos moradores desta terra, diz o Senhor; mas, eis que entregarei os homens cada um na mão do seu próximo, e na mão do seu rei; eles ferirão a terra, e para fora de sua mão eu não vou entregá-los. 7 Então eu alimentei as ovelhas da matança, em verdade os pobres do rebanho. E tomei para mim duas varas; a uma chamei Graça, e à outra chamei União; e eu alimentei o rebanho. 8 E destruí os três pastores num mês; . para a minha alma estava cansado deles, e sua alma também me odiava 9 Então eu disse, eu não vou alimentá-lo: animal que morre, deixá-lo morrer; e aquilo que é para ser cortado, deixá-lo ser cortado; e deixá-los de que são deixados comer a cada um a carne do outro. 10 E tomei a minha vara Graça, e cortá-la em pedaços, que eu poderia quebrar o meu pacto, que tinha estabelecido com todos os Pv 11:1 E foi desfeito naquele dia ; e, assim, os pobres do rebanho que deu ouvidos a mim sabia que era a palavra do Senhor. 12 E eu lhes disse: Se vós parece bem, dai-me o meu salário; e se não, deixai-o. E pesaram o meu salário trinta peças de prata. 13 E o Senhor disse-me: Arroja isso ao oleiro, o belo preço em que fui premiado em por eles. E tomei as trinta peças de prata, e lançá-los até o oleiro, na casa do Senhor. 14 Então eu cortar em pedaços meu outro pessoal, mesmo Bands, que eu possa romper a irmandade entre Judá e Israel.

    15 E o Senhor me disse: Toma ainda para ti novamente os instrumentos de um pastor insensato. 16 Pois eis que eu levantarei um pastor na terra, que não cuidará das que estão perecendo, não procurará aqueles que são errantes, não curará a ferida, nem apascentará a sã; mas ele vai comer a carne da gordura ovelhas , e vai rasgar seus cascos em pedaços. 17 Ai do pastor inútil, que deixa as ovelhas! A espada cairá sobre o seu braço e sobre o olho direito; o seu braço será de todo mirrado, eo seu olho direito será inteiramente escurecido.

    Deus diz a Zacarias para alimentar o rebanho (v. Zc 11:4 ), que estão prestes a ser abatido, e ele leva duas varas (v. Zc 11:7 ), ou varas, um chamado Beauty (ou Graciousness) e as outras bandas (ou Unity), e age com o que iria acontecer, provavelmente na época do Messias. Zacarias alimentado o rebanho (v. Zc 11:7 ), as pessoas que estavam a aceitar Cristo como o Messias, mas ele cortou os três pastores num mês (v. Zc 11:8) -uma curto espaço de tempo. Um estudioso reuniu trinta diferentes interpretações destes três pastores, e afirma que isso não esgotá-los. Pode bem ser que eles são os três tipos de pessoas em Israel que figuraram na rejeição do Messias: os sacerdotes, os rabinos (professores), e as autoridades civis. É um fato histórico de que há pouco mais de um milhão de judeus foram mortos pelos romanos no ANÚNCIO de 70, quando o templo foi destruído pela última vez. Todos os três tipos de pastores auto-intitulados foram abatidos naquele momento.

    Zacarias atua então o que Judas fez depois de ter traído Cristo como uma forma de tipificar toda a rejeição judaica de Cristo. Zacarias fala do aluguer (v. Zc 11:12) de trinta moedas de prata, que mais tarde recebeu Judas para rejeitar e trair Cristo, e acrescenta: E tomei as trinta moedas de prata, e lançá-los até o oleiro, na casa do Senhor (v. Zc 11:13 ; veja Mt 27:3. ).

    Em seguida, é adicionada a profecia (vv. Zc 11:15-17) que Deus levante tolas (v. Zc 11:15) pastores que vão trabalhar estragos sobre os judeus e todo o povo de Deus, do século no fim do século que, naturalmente, tem ocorrido.

    Assim, embora Zacarias dá principalmente bons e confortáveis ​​palavras para Israel, ele pode também dizer-lhes que o julgamento vai acontecer a eles quando eles rejeitam o Messias de Deus.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Zacarias Capítulo 11 do versículo 1 até o 17
    11:1-3 Descrição da terra destruída pelos exércitos romanos (conforme NCB, p 926). Os versículos 1:2, possivelmente, retratam a destruição do templo em 70 a.C., ou dos governantes israelitas que abusaram dos privilégios a eles concedidos (seria uma referência os reis-sacerdotes, descendentes de Matatias, os hasmoneus, que dominaram aos judeus de 143 a.C. em diante; os saduceus herdaram sua influência).

    11.7 A primeira vara retrata a volta do favor de Deus para com o Seu povo. A segunda vara, a reunião em irmandade de Judá e Efraim. Quando Deus quebrou a vara da graça (v. 10), Judá foi abandonada à destruição nos vv. 1-6. A ordem dos acontecimentos deste capítulo seria;
    1) A ira contra a terra (1-6), cumprida na destruição de Jerusalém; depois da rejeição de Cristo (conforme Lc 19:41-42);
    2) A razão dessa ira na oposição e rejeição de

    Cristo (7-14); o levantamento do pastor inútil, que talvez se identifique com a besta de Dn

    7.8 e Ap 19:20, e sua posterior destruição (15-17).

    1 1.10,11 O povo rejeitou a, Deus, por isso quebrou a vara chamada Graça, e anulou a aliança que tinha com as nações. O restante do povo santo reconheceu que isto era cumprimento da palavra do Senhor. Aponta para os verdadeiros crentes em Cristo.

    11.12 Meu Salário. O pastor pede um pagamento pelo seu trabalho como um comprovante de gratidão da parte do rebanho. Trinta moedas de prata. Este era o preço estipulado como o valor de um escravo chifrado por algum boi (Êx 21:32). este também foi o preço pelo qual Cristo, o bom Pastor, foi vendido(Mt 26:15; Mt 27:9-40).

    11.14 O segundo resultado da rejeição do Pastor é indicado pela quebra da vara chamada União.

    11.15 O profeta, tendo representado o papel de Deus como Pastor, é agora chamado para representar o pastor insensato.

    11.17 O inútil e fraco pastor deixa e negligencia o rebanho por algum tempo, mas o julgamento de Deus cairá sobre ele. Parece que se trata do anticristo. Aquele que veio em nome do seu Pai foi rejeitado. Agora se trata daquele que virá no seu próprio nome (Jo 5:43).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Zacarias Capítulo 11 do versículo 1 até o 17
    11.1ss. Essa seção termina com um cântico de zombaria dos inimigos de Israel, particularmente o Líbano e Basã. O orgulho desses dois, os cedros do Líbano e os carvalhos de Basã, deve ser destruído, e possivelmente a menção de suas árvores pelo nome simbolize a força de cada uma dessas duas potências estrangeiras (observe especialmente a floresta densa de Basã). Os dois meios de destruição de árvores, o fogo e o machado, são irresistíveis nas mãos de Deus enquanto prepara o caminho para o retorno do seu povo. A figura de linguagem do cântico é ampliada à medida que os pastores lamentam os seus rebanhos dilacerados pelos leões. Nem mesmo as moitas viçosas do Jordão — a rica vegetação rasteira ao longo do rio — escapam da terrível chegada do Senhor quando vem com juízo libertador.

    II. O BOM PASTOR E OS MAUS PASTORES (11:4-17)
    Sem dúvida, esse é um dos textos mais difíceis de entender do ATOS. Mas, embora diversos detalhes sejam difíceis de interpretar com alguma certeza, muitos itens principais estão claros. O rebanho é Israel. Os pastores são os líderes do povo de Deus, e o próprio profeta é compelido ao serviço de pastor por escolha do Senhor. O trecho é alegórico em grande parte; a sua aplicação se estende além do povo de Israel em particular (como mostra o texto) e além do contexto temporal das palavras em Sl. Por isso, há uma lição permanente no ensino do profeta aqui. Algumas partes do texto são encontradas novamente na vida e na experiência de Jesus. E, se o leitor estiver aberto, há lições aqui, por impalatáveis que sejam, que têm relevância para aqueles que ocupam posições de liderança pastoral na igreja como o novo Israel, pois as implicações da liderança temente a Deus e dos perigos da má liderança são questões que com demasiada facilidade são negligenciadas quando não estamos dispostos a ouvir.
    v. 4. Pastoreie...: Somos introduzidos imediatamente numa seção autobiográfica da profecia (conforme v. 7,15) em que o profeta recebe a ordem de se envolver pessoalmente no bem-estar do rebanho destinado à matança (conforme v. 7). v. 5. os seus compradores o matam [...] Aqueles que o vendem...: A criação de ovelhas para o abate é uma figura empregada dramaticamente para demonstrar a corrupção devastadora à qual o povo estava exposto. Supostamente “aqueles que o vendem” são os seus próprios pastores, e isso traz a responsabilidade final por esse trágico estado até a porta daqueles que se tinham levantado como líderes. Esses homens não têm compaixão e mesmo assim conseguem dizer: Bendito seja o Senhor... Há somente uma coisa que é tão má quanto a má liderança: a hipocrisia que a acompanha.

    v. 6. O juízo é, portanto, inevitável. Cada homem será entregue ao seu próximo (heb. rê‘êhü). A RSV adota a emenda de vogais do heb. rõ^hü, “seu pastor”. A emenda é con-textualmente compreensível, mas não necessariamente justificada. O texto original faz bom sentido. Cada homem se torna presa do seu vizinho e vive com medo do poder governante da vez. Há, portanto, uma quebra profunda de confiança mútua e de responsabilidade. A mensagem do profeta poderia ser aplicada a diversos pontos na história de Israel, particularmente ao século II a.C. Podemos pensar também nas palavras de Jesus com relação ao final dos tempos, quando os homens vão trair uns aos outros, e falsos mestres vão aparecer (conforme Mt 24:3-40). Contudo, apesar do retrato catastrófico exposto a ele nas palavras de Deus, o profeta obedece à ordem divina e se torna o representante do

    Senhor nessa posição especial de pastor por causa dos oprimidos do rebanho (v. 7). O texto nesse ponto traz literalmente “por causa dos cananeus”, mas está praticamente certo que as consoantes foram divididas incorretamente em duas palavras — uma divisão que resultaria em “pobres do rebanho” (mas conforme v.

    11). De todo modo, o significado está claro; os maus pastores têm se aproveitado da sua posição e usado sua posição privilegiada para negociar ovelhas para lucro pessoal. O bom pastor toma duas varas como símbolos da sua autoridade singular; uma vara, chama Favor (heb. nõ‘am), a outra, União (heb. hõb‘lim). O cuidado do rebanho está principalmente associado à concessão de benefícios do favor de Deus, que servem, por sua parte, para promover relacionamentos harmoniosos entre as ovelhas. Os maus pastores não tinham a aprovação divina nem viam seus afilhados vivendo em paz e segurança.

    v. 8. Km um só mês eu me livrei dos três pastores. Claramente a presença do artigo definido aqui denota três pessoas específicas. P. R. Ackroyd (Zechariah, PCB, p.
    653) pode estar certo ao sugerir que esse é um comentário interpretativo associando a mensagem geral da seção a uma situação histórica particular. Somente com base numa suposição dessas é que podemos arriscar uma sugestão de identidade dos três pastores (conforme também R. C. Dentan, Zechariah in: IB, v. VI, p. 1.104). “Livraram-se deles” (heb. kãhad, “esconder” ou “apagar”). J. G. Baldwin (op. cit., p. 181) acha corretamente que “foram destruídos” é uma tradução forte demais. Mas não se pode perder a força do testemunho do bom pastor. Talvez deveríamos traduzir: “Eu destituí os três pastores”. Além disso, é praticamente impossível identificar esses pastores com alguma probabilidade. Uma mi-ríade de tentativas já foi feita. Entre os pontos de vista mais tradicionais, o que considera o “bom” pastor como Onias III, o sumo sacerdote em Jerusalém (198-174 a.C.), e os três destituídos como os três que assumiram o ofício por meio de suborno — Jasão, Menelau e Alcimus (cf.

    2Macabeus 4.1ss) — é um dos mais prováveis. Outra interpretação semelhante é que o pastor é o filho de Onias III (também chamado Onias), mas que os três maus pastores expulsos são os filhos de Tobias. Esse ponto de vista baseia-se em grande parte na confusão dos dois Onias feita por Josefo (em Guerras Judaicas T). Mais recentemente, H. H. Rowley (The Zadokite Fragments and the Dead Sea Scrolls, 1952, p. 62ss) sugeriu que Onias III pode ter sido o Mestre da Justiça da comunidade de Cunrã. Semelhantemente, C. Rabin {The Zadokite Documents, 1956, p. 30-1) pensa que o pastor castigado (conforme 13,7) pode bem ter sido o Mestre da Justiça, eu me cansei deles-, I.e., do rebanho como um todo. v. 9. Assim, o bom pastor abandona o seu rebanho diante da oposição irracional, v. 10. Ele quebra a sua vara chamada Favor para simbolizar o desagrado do Senhor e a anulação da aliança que ele tinha feito com todas as nações, embora se tenha em mente “povo” no singular (conforme v. 14). v. 11. e assim os aflitos [...] entenderam que essa palavra era do Senhor. Aqui devemos ler claramente “os aflitos do rebanho” — os poucos fiéis que reconhecem a palavra do Senhor, que conhecem a verdadeira autoridade quando a vêem em ação.

    v. 12. Com esse término do seu ofício como pastor, o profeta pede o seu pagamento, mas não sem o apelo à consciência dos seus ouvintes. Então eles me pagaram (heb. shãqal, “pesaram”) [...] trinta moedas de prata-. Uma quantia irrisória estimada como compensação por um escravo em tempos antigos (conforme Ex 21:32). Embora a cunhagem como a conhecemos não estivesse em uso naquela época, o verbo provavelmente significava “pagaram”. (O verbo gr. usado aqui na LXX é reproduzido em Mt 26:15.) v. 13. O Senhor então ordena ao profeta: Lance isto ao oleiro-, O hebraico traz yõsêr, “oleiro”, mas a versão siríaca traz 'ôsar (“tesouro”), que é preferido pela RSV. Mas yõsêr aqui pode se referir ao moldador de prata, ou ao fundidor de prata do templo. F. F. Bruce (The Book of Zechariah and the Passion Narrative, in: BJRL, op. cit., p.
    350) sugere que isso fornece o verdadeiro elo entre o campo do oleiro (conforme Mt 27:3-40) e o dinheiro de sangue de Judas. O profeta trata esse pagamento com desprezo como o valor pelo qual me avaliaram (heb. yãqar, “ser avaliado”). A NVI consegue captar a ironia da ação. v. 14. Depois disso, quebrei [...] União-, Pois após a rejeição do pastor escolhido do Senhor vai haver pouco para manter a paz do rebanho por meio da união entre o Norte e o Sul.

    v. 15. Por meio da sua rejeição da boa liderança, o povo está na verdade escolhendo como alternativa o pastor insensato. Assim, o profeta descreve o seu caráter e seus atos. O seu fracasso ocorrerá nos aspectos positivos e negativos. Ele vai negligenciar quase todos os aspectos das responsabilidades do verdadeiro pastor, servindo antes a Sl mesmo e a seus fins. Ele se alimenta das ovelhas, arrancando as suas patas, isto é, jogando fora as carcaças quando terminou de usá-las. v. 17. E o oráculo termina com um poema bastante vívido. O pastor imprestável entra para ser julgado. Ele é paralisado e cegado; de uma só vez, ele se torna incapaz de defender o seu rebanho na hora do perigo, como também de vigiar sobre o seu bem-estar diário.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Zacarias Capítulo 9 do versículo 1 até o 21

    IV. O Futuro das Nações, Israel e o Reino do Messias. 9:1 - 14:21. A. A Primeira Sentença. 9:1 - 11:17


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Zacarias Capítulo 11 do versículo 1 até o 6
    VI. A REJEIÇÃO DO REI-PASTOR E SUAS CONSEQÜÊNCIAS Zc 11:1-13.9

    a) A destruição de Jerusalém (Zc 11:1-6)

    Este capítulo provê um quadro paralelo ao do capítulo 10. Esses quadros, entretanto, estão em contraste. No capítulo 10 vemos uma nação a prosperar sob a bênção divina, enquanto que aqui vemo-la deteriorando-se e precipitando-se na ruína sob a ira divina. Vindo em seqüência imediata a promessas de favor, esta passagem parece estar fora de seu verdadeiro contexto; porém, não é esse o caso. É clara sua intenção de advertir os judeus que, não obstante a glória do destino final de Israel, Deus nunca permitiria que suas perversidades passassem sem castigo. Aqui, pois, é predita a destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos.

    O capítulo tem um início dramático. Muitos comentadores têm tomado o versículo primeiro como apóstrofe dirigida ao templo-cujos materiais, em proporção bastante grande, eram produtos do Líbano, e assim pudesse, em sentido figurado, ser chamado de ó Líbano. Mais exato, talvez, é atribuir essas palavras à região do Líbano, e não ao templo, e considerar os versículos 1:3 como uma descrição da terra devastada pelos exércitos romanos. Os invasores viriam do norte, precipitando-se pelas florestas do Líbano e dirigindo-se para o sul através de Basã e o vale do Jordão, estragando a glória dos pastores, as ricas terras de pastagens e a soberba do Jordão (3), as densas moitas do Jordão. A queda do poderoso cedro do Líbano e a destruição do bosque forte (2), ou melhor, "floresta inacessível", eram indicações que nada poderia resistir ao invasor. Se o cedro caísse, também cairiam as árvores de porte menor; a calamidade vindoura se estenderia a todas as camadas sociais da nação.

    A causa primária dessa catástrofe é revelada como a má conduta do povo e de seus "pastores" ou governantes, para com o grande Pastor enviado por Deus para alimentar Seu rebanho. Ao profeta é requerido que assuma o caráter, primeiramente da longa linha de fiéis pastores de Deus, que haviam labutado entre Seu povo escolhido e, em seguida, o caráter do próprio Bom Pastor. Sua incumbência foi de alimentar as ovelhas da matança (4); isto é, "destinadas à matança", cujos possuidores (ou melhor, "compradores") venderam e mataram sem compunção ou senso de culpa (5). Esses governantes, civis e eclesiásticos eram tão destituídos de fervor patriótico e religioso que não sentiam senso de responsabilidade pelo povo confiado aos seus cuidados.

    O quadro de um oprimido Israel encontra materialização em diversos períodos de sua história; e as intervenções de Deus, conforme descritas nos versículos 6:7, eram de ocorrência freqüente. Repetidas vezes Ele levantou "pastores" fiéis sobre eles e castigou seus adversários. Os moradores desta terra (6) ou "deste globo terrestre", são os vários povos que oprimiram os judeus, em contradistinção com as ovelhas da matança (7), que eram objeto de especial cuidado de Deus. Os inimigos de Israel haveriam de cair em dissensões civis e vítimas do despotismo de reis brutais.


    Profetas Menores

    Justiça e Esperança, Mensagem dos profetas menores por Dionísio Pape, da Aliança Bíblica Universitária
    Profetas Menores - Introdução ao Capítulo 11 do Livro de Zacarias

    O Bom Pastor (Cap. 11)

    Este capítulo começa com um curto poema lírico, pintando o quadro da destruição dos tiranos. Os poderosos reis são comparados aos enormes cedros do Líbano. Quando o gigantesco cedro cai, o pequeno cipreste teme! (Zc 11:2). Deus já destruiu os imperadores "invencíveis". é hora para os reis inferiores da circunvizinhança reconhecerem o Senhorio do Deus de Judá.

    Segue-se uma parábola do bom pastor. Na época do Velho Testamento, um rei era chamado "pastor" da nação. Este é o sentido do versículo 3. Não obstante várias teorias, a referência aos três "pastores" no versículo 8 resiste a todas as tentativas de identificá-los. O profeta sonha com um pastor realmente bom, um rei que ame a justiça social, que se oponha à hipocrisia do v. 5, que proíba a exploração do pobre. Seria com certeza odiado por aqueles que vivem e prosperam pela injustiça e a opressão do indefeso! Quando o Bom Pastor, o verdadeiro Rei, chegar, ele será vendido pelo "magnífico preço" de trinta moedas de prata. De fato, quando Jesus Cristo compareceu, ele foi odiado pela sua incorruptibilidade transparente, e a sua ferrenha oposição à hipocrisia e corrupção dos líderes em Israel. Foi traído conforme esta profecia escrita séculos antes (Zc 11:13). A profecia inclui até o detalhe minucioso da compra de um campo de oleiro com o dinheiro maldito da traição (Mt 27:7). Com a morte de Jesus, Deus anulou a sua velha aliança de graça com Israel (Zc 11:10), e Israel perdeu a magnífica oportunidade de recuperar a sua união nacional sob a direção do Messias (Zc 11:14).

    Ao fim da parábola sobre o bom pastor, o profeta recebe a instrução do Senhor de se apresentar com um "pastor insensato", que não cuida das ovelhas. Este pastor inútil representa um rei qualquer. Houve muitos reis que não cuidaram dos interesses do povo de Israel! Se, porém, Jeremias é realmente o autor desta segunda parte do livro, a referência bem podia aplicar-se ao rei apóstata, Zedequias, último rei de Israel. Este abandonou o seu povo cercado em Jerusalém, e tentou fugir miseravelmente (2Rs 25:4). Capturado logo pelo exército babilônico, este lhe vazou os olhos, atando-o com duas cadeias de bronze. A sua condição trágica corresponde perfeitamente à palavra do profeta: "A espada lhe cairá sobre o braço e sobre o olho direito; o braço completamente se lhe secará, e o olho direito de tudo se escurecerá" (Zc 11:17).



    Dicionário

    Abre

    substantivo masculino [Gíria] Cachaça.
    Etimologia (origem da palavra abre). De abrir.

    substantivo masculino [Gíria] Cachaça.
    Etimologia (origem da palavra abre). De abrir.

    Cedros

    masc. pl. de cedro

    ce·dro |é| |é|
    nome masculino

    1. Botânica Árvore conífera.

    2. Madeira de cedro.


    Consumir

    verbo transitivo direto Gastar; utilizar-se de alguma coisa: o televisor consumia muita energia: consumiu muito tempo naquele emprego.
    Ingerir; fazer a ingestão de algum alimento: consumia muitas vitaminas.
    Utilizar até o final: consumiu o xampu em algumas semanas.
    verbo transitivo direto e pronominal Acabar por completo: a tempestade consumiu a plantação; a plantação consumiu-se em água.
    Debilitar; prejudicar a saúde de: consumiu os nervos naquele emprego; consumia-se lentamente com a doença.
    Aborrecer; sentir ou causar aborrecimento: consumia o professor com ofensas; consumia-se pelas críticas.
    Figurado Estar repleto de sentimentos reprimidos, como: ciúme, raiva.
    Etimologia (origem da palavra consumir). Do latim consumire.

    Consumir
    1) Gastar ou corroer até a destruição; destruir (Ex 3:2); (Gl 5:15), RC).

    2) Acabar com (Gn 31:40).

    Fogo

    [...] No pensamento de Jesus, o fogo eterno não podia passar, portanto, de simples figura, pouco lhe importando fosse essa figura interpretada à letra, desde que ela servisse de freio às paixões humanas. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 6, it• 7

    Imagem, semelhante a tantas outras, tomada como realidade. [...] O homem não encontrou comparação mais enérgica do que a do fogo, pois, para ele, o fogo é o tipo do mais cruel suplício e o símbolo da ação mais violenta. Por isso é que a crença no fogo eterno data da mais remota antiguidade, tendo-a os povos modernos herdado dos mais antigos. Por isso também é que o homem diz, em sua linguagem figurada: o fogo das paixões; abrasar de amor, de ciúme, etc.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 974 e 974a

    [...] A Teologia reconhece hoje que a palavra fogo é usada figuradamente e que se deve entender como significando fogo moral. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 1009

    O fogo exprime emblematicamente a expiação como meio de purificação e, portanto, de progresso para o Espírito culpado.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 3


    Fogo Um dos símbolos com o qual se descreve o castigo eterno: o inferno (Mt 5:22). Passagens como as de Lc 3:16 ou 12:49ss. referem-se, evidentemente, à dupla opção de vida diante da qual se coloca todo ser humano: ou aceitar o Evangelho de Jesus, o messias, e ser mergulhado (batizado) no Espírito Santo ou rejeitá-lo e ser lançado ao fogo eterno, destinado ao diabo e a seus anjos (Mt 25:41-46).

    C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, Las sectas frente a la Biblia, Madri 1992.


    Deus revelou a Sua presença na sarça ardente por meio do fogo (Êx 3:2), e desceu ao monte Sinai entre chamas e relâmpagos (Êx 19:18). Aquele fogo que desceu do céu, primeiramente sobre o altar do tabernáculo, e mais tarde sobre o altar do templo de Salomão, quando da sua dedicação, ali se conservou constantemente alimentado, e cuidadosamente sustentado de dia e de noite pelos sacerdotes. o fogo para fins sagrados, que não fosse obtido do altar, era chamado ‘fogo estranho’ – e por ser este usado por Nadabe e Abiú, foram estes sacerdotes mortos com fogo que veio de Deus (Lv 10:1-2Nm 3:4 – 26.61). o emprego do fogo para fundir metais já era conhecido dos hebreus no tempo do Êxodo (32.24). Em dia de sábado nenhum lume se acendia para qualquer fim doméstico (Êx 35:3Nm 15:32-36). os adoradores do deus Moloque, ou queimavam os seus filhos no fogo, ou os faziam passar por ele (2 Rs 16.3 – 21.6 – 2 Cr 33.6). o Espirito Santo é comparado ao fogo (Mt 3:11At 2:3), sendo a sua obra converter e purificar as almas, inflamando-as de amor a Deus e de zelo pela Sua Glória. A Palavra de Deus é, também, apresentada como semelhante ao fogo (Jr 23:29). Empregam-se, além disso, os termos ‘fogo’ e ‘chama’, para exprimir vivos sentimentos e a inspiração divina, e descrever calamidades temporais e futuros castigos (Sl 66:12Jr 20:9Jl 2:30Ml 3:2Mt 25:41Mc 9:43).

    Fogo (que em latim se dizia "ignis" = ignição do carro) tem origem noutra palavra latina, "focu", cujo primeiro sentido é lar doméstico, lareira, e só posteriormente passou a significar fogo. Por via culta, "focu" nos deu foco, já com sentidos novos.

    substantivo masculino Desenvolvimento simultâneo de calor, de luz e de chama produzido pela combustão viva de certos corpos, como a madeira, o carvão etc.
    Fogueira, incêndio, labareda, lume.
    Fogão ou lugar onde se cozinha ou se faz fogo para qualquer fim; lareira: conversávamos junto ao fogo.
    Calor intenso e molesto: o dia de hoje foi um fogo.
    Figurado Veemência, ardor, paixão: o fogo da cólera.
    Fuzilaria, guerra, combate.
    Figurado Fogo de palha, entusiasmo passageiro ou aparente.
    Figurado Excitação, ardência sexual: mulher de muito fogo.
    Negar fogo, falhar, iludir, desanimar.
    Pegar fogo, incendiar-se, inflamar-se.
    Fazer fogo, acender.
    Comer fogo, fazer alguma coisa com grande sacrifício ou passar dificuldades.
    Figurado Atiçar fogo, açular, incitar.
    Brincar com o fogo, expor-se ao perigo, arriscar-se.
    Figurado Ser fogo, ser difícil, irredutível, indomável, intransigente.
    A fogo lento, pouco a pouco.
    Tocar fogo na canjica, animar.
    Figurado Pôr as mãos no fogo (por alguém), responsabilizar-se, confiar em.
    interjeição Voz de disparo em combate ou aviso de incêndio.
    substantivo masculino plural Fogos de artifício, peças pirotécnicas fáceis de inflamar para festejos juninos e outras comemorações.

    Libano

    Montanha branca. Ficava ao norte da terra da Promissão (Dt 1:7 – 11.24 – Js 1:4). Dá-se o nome do Líbano a duas cordilheiras, paralelas uma à outra, e igualmente paralelas à costa do mar, do sudoeste ao nordeste, na distância de 160km, aproximadamente, sendo separadas por dois vales. A que fica mais ao sul, a mais pequena, é o Wadi at-Teim, onde nasce o Hasbany, que leva as suas águas ao rio Jordão – a mais setentrional é o ‘Vale do Líbano’ (Js 11:17). A cordilheira do ocidente é o Líbano da Escritura, donde Salomão obteve madeira para a construção do templo (1 Rs 5.9). A da parte oriental, o Antilíbano, ‘o Líbano para o nascente do sol’ (Js 13:5), era primitivamente habitada pelos gibleus e heveus (Js 13:5-6Jz 3:3). A população achava-se dispersa e eram aqueles sítios a morada de muitas feras (Ct 4:8 – 7.4). As montanhas do Líbano impressionam muito o viajante, quer ele se aproxime delas, vindo do Mediterrâneo, do lado ocidental, quer vindo do deserto, do lado oriental. os cimos coroados de neve constituem uma agradável vista refrigerante para os viajantes do deserto, sob um céu de fogo (Jr 18:14). A estupenda grandeza e grande elevação das montanhas do Líbano – os seus cumes, revestidos de neve perpétua, dominando o espaço como torres, ou coroados de aromáticos cedros – os seus olivais – as suas vinhas, produzindo os mais deliciosos vinhos – as suas fontes de água cristalina, e os seus ribeiros de água fresca – a fertilidade dos vales e o agradável cheiro dos arbustos, tudo se combina para formar na linguagem da Escritura ‘a glória do Líbano’ (is 35:2). Numerosas plantas aromáticas crescem sobre montanhas – e isso explica Ct 4:11 e os 14:6.

    Líbano

    -

    -

    (al-Lubnan) - da palavra semítica "laban", "branco", em referência à neve nas montanhas do Líbano.

    Líbano Região formada por duas cordilheiras de montanhas de uns 160 km de extensão, conhecidas por montes Líbano e Anti-Líbano, localizadas ao longo da costa da Síria, correndo de nordeste a sudoeste. O grande vale entre as duas cordilheiras era chamado de vale do Líbano (Js 11:17). Alguns de seus picos alcançam 3:000 m e estão permanentemente cobertos de neve (Jr 18:14). O monte Hermom, que tem 2.818 m, está localizado na extremidade sul do Anti-Líbano, onde corria a fronteira norte da Palestina (Dt 1:7). Esses montes eram especialmente conhecidos pelos famosos cedros (Jz 9:15), que foram usados na construção do Templo de Salomão (1Rs 5:6).

    O

    substantivo masculino Décima quinta letra que compõe o alfabeto português e sua quarta vogal.
    apositivo Que, numa série, está após o elemento designado pela letra "n": fileira O.
    Gramática Como artigo, refere-se aos nomes masculinos, acompanhando-os: o carro; o caderno.
    Gramática Restringe a referência de um substantivo ao ser, ou coisa, percebido no contexto, situação ou texto: o juiz começará o julgamento.
    pronome demonstrativo Faz com que qualquer palavra ou expressão se torne um substantivo: o nascer do dia.
    Gramática Usa-se como sinônimo de: isso, aquilo, quando se referir a um substantivo não determinado: falou o que não devia e foi embora.
    pronome pessoal De mesmo sentido que "a ele": insultou-o, mas pediu desculpas.
    [Símbolo] Representação do Oxigênio (elemento químico), simbolizado por O.
    Forma abreviada de Oeste (ponto cardeal situado no lado em que o sol se põe), simbolizado por O.
    Etimologia (origem da palavra o). Do pronome arcaico, lo; pelo latim illu.m.

    Portas

    fem. pl. de porta
    2ª pess. sing. pres. ind. de portar

    por·ta
    (latim porta, -ae)
    nome feminino

    1. Abertura para entrar ou sair.

    2. Peça que fecha essa abertura.

    3. Peça idêntica em janela, armário, etc.

    4. Figurado Entrada; acesso; admissão.

    5. Solução, expediente.

    6. Espaço estreito e cavado por onde passa um rio.

    7. Ponto onde se passa e que serve como de chave a outro mais distante.

    8. [Informática] Ponto de ligação físico ou virtual usado na transmissão de dados.

    9. [Tecnologia] Parte de um equipamento onde se liga um cabo ou uma ficha.

    10. [Jogos] No jogo do monte, o desconto a favor do banqueiro quando os pontos ganham com a primeira carta que sai ao voltar o baralho.

    adjectivo feminino e nome feminino
    adjetivo feminino e nome feminino

    11. [Anatomia] Diz-se de ou veia grossa que recebe o sangue do estômago, do baço, do pâncreas e dos intestinos, e que se distribui no fígado.


    bater à porta de
    Pedir auxílio a alguém.

    Acontecer, surgir (ex.: infelizmente, a doença bateu-lhe à porta).

    porta traseira
    A que está na parede oposta à fachada.

    fora de portas
    Fora da cidade, ou vila, nos arrabaldes.

    pela porta dianteira
    Sem vergonha; francamente; usando de meios lícitos.

    pela porta do cavalo
    Usando de meios pouco lícitos.

    porta de homem
    Porta pequena inserida num portão ou numa porta grande, para dar passagem a pessoas, sem abrir esse portão ou porta grande.

    porta de inspecção
    O mesmo que porta de visita.

    porta de visita
    Abertura utilizada geralmente para permitir o acesso a sistemas de saneamento, de drenagem de águas ou esgotos, mas também de sistemas hidráulicos, eléctricos ou de telecomunicações. = CAIXA DE VISITA, PORTA DE INSPECÇÃO

    porta do cavalo
    Porta traseira de um edifício.

    porta falsa
    A que está disfarçada na parede.


    por·tar 1 -
    (latim porto, -are, levar, transportar)
    verbo transitivo

    1. Trazer consigo. = LEVAR, TRANSPORTAR

    2. Estar vestido com. = TRAJAR, USAR, VESTIR

    verbo pronominal

    3. Ter determinado comportamento. = COMPORTAR-SE


    por·tar 2 -
    (porto + -ar)
    verbo intransitivo

    O mesmo que aportar.


    º

    ò | contr.
    ó | interj.
    ó | s. m.
    o | art. def. m. sing. | pron. pess. | pron. dem.
    o | s. m. | adj. 2 g. | símb.
    ô | s. m.

    ò
    (a + o)
    contracção
    contração

    [Arcaico] Contracção da preposição a com o artigo ou pronome o.

    Confrontar: ó e oh.

    ó 1
    (latim o)
    interjeição

    Palavra usada para chamar ou invocar.

    Confrontar: oh e ò.

    Ver também dúvida linguística: oh/ó.

    ó 2
    nome masculino

    Nome da letra o ou O.

    Confrontar: ò.

    o |u| |u| 2
    (latim ille, illa, illud, aquele)
    artigo definido masculino singular

    1. Quando junto de um nome que determina.

    pronome pessoal

    2. Esse homem.

    3. Essa coisa.

    pronome demonstrativo

    4. Aquilo.

    Confrontar: ó.

    Ver também dúvida linguística: pronome "o" depois de ditongo nasal.

    o |ó| |ó| 1
    (latim o)
    nome masculino

    1. Décima quarta letra do alfabeto da língua portuguesa (ou décima quinta, se incluídos o K, W e Y). [É aberto como em avó, fechado como em avô, átono ou mudo como em mudo, e tem o valor de u em o [artigo], etc.]

    2. [Por extensão] Círculo, anel, elo, redondo.

    3. Quando em forma de expoente de um número, designa que esse número é ordinal, ou significa grau ou graus.

    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    4. Décimo quarto, numa série indicada por letras (ou décimo quinto, se incluídos o K, W e Y).

    símbolo

    5. Símbolo de oeste.

    6. [Química] Símbolo químico do oxigénio. (Com maiúscula.)

    Plural: ós ou oo.

    ô
    (latim o)
    nome masculino

    [Brasil] Palavra usada para chamar ou invocar. = Ó

    Confrontar: o.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Zacarias 11: 1 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    "Abre, ó Líbano, as tuas portas para que o fogo devore os teus cedros.
    Zacarias 11: 1 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    520 a.C.
    H1817
    deleth
    דֶּלֶת
    porta, portão
    (and the door)
    Substantivo
    H3844
    Lᵉbânôwn
    לְבָנֹון
    de / a partir de / de / para
    (of)
    Preposição
    H398
    ʼâkal
    אָכַל
    comer, devorar, queimar, alimentar
    (freely)
    Verbo
    H6605
    pâthach
    פָּתַח
    abrir
    (were opened)
    Verbo
    H730
    ʼerez
    אֶרֶז
    cedro
    (cedar)
    Substantivo
    H784
    ʼêsh
    אֵשׁ
    fogo
    (burning)
    Substantivo


    דֶּלֶת


    (H1817)
    deleth (deh'-leth)

    01817 דלת deleth

    procedente de 1802; DITAT - 431a,e; n f

    1. porta, portão
      1. uma porta
      2. um portão
      3. (fig.)
        1. referindo-se à tampa de um baú
        2. referindo-se ao maxilar do crocodilo
        3. referindo-se às portas dos céus
        4. referindo-se a uma mulher de fácil acesso

    לְבָנֹון


    (H3844)
    Lᵉbânôwn (leb-aw-nohn')

    03844 לבנון L ebanown̂

    procedente de 3835; DITAT - 1074e; n pr loc Líbano = “brancura”

    1. uma cadeia de montanhas arborizada junto à fronteira norte de Israel

    אָכַל


    (H398)
    ʼâkal (aw-kal')

    0398 אכל ’akal

    uma raiz primitiva; DITAT - 85; v

    1. comer, devorar, queimar, alimentar
      1. (Qal)
        1. comer (tendo o ser humano como sujeito)
        2. comer, devorar (referindo-se aos animais e pássaros)
        3. devorar, consumir (referindo-se ao fogo)
        4. devorar, matar (referindo-se à espada)
        5. devorar, consumir, destruir (tendo coisas inanimadas como sujeito - ex., peste, seca)
        6. devorar (referindo-se à opressão)
      2. (Nifal)
        1. ser comido (por homens)
        2. ser devorado, consumido (referindo-se ao fogo)
        3. ser desperdiçado, destruído (referindo-se à carne)
      3. (Pual)
        1. fazer comer, alimentar
        2. levar a devorar
      4. (Hifil)
        1. alimentar
        2. dar de comer
      5. (Piel)
        1. consumir

    פָּתַח


    (H6605)
    pâthach (paw-thakh')

    06605 פתח pathach

    uma raiz primitiva; DITAT - 1854,1855; v.

    1. abrir
      1. (Qal) abrir
      2. (Nifal) ser aberto, ser deixado solto
      3. (Piel)
        1. libertar
        2. soltar
        3. abrir, abrir-se
      4. (Hitpael) soltar-se
    2. entalhar, gravar
      1. (Piel) gravar
      2. (Pual) ser gravado

    אֶרֶז


    (H730)
    ʼerez (eh-rez')

    0730 ארז ’erez

    procedente de 729; DITAT - 160a; n m

    1. cedro
      1. árvore do cedro
      2. toras de cedro, madeira de cedro (em construção)
      3. madeira de cedro (em purificações)

    אֵשׁ


    (H784)
    ʼêsh (aysh)

    0784 אש ’esh

    uma palavra primitiva; DITAT - 172; n f

    1. fogo
      1. fogo, chamas
      2. fogo sobrenatural (junto com teofania)
      3. fogo (para cozinhar, assar, crestar)
      4. fogo do altar
      5. a ira de Deus (fig.)