Enciclopédia de Números 20:4-4

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

nm 20: 4

Versão Versículo
ARA Por que trouxestes a congregação do Senhor a este deserto, para morrermos aí, nós e os nossos animais?
ARC E por que trouxestes a congregação do Senhor a este deserto, para que morramos ali, nós e os nossos animais?
TB Por que introduzistes a assembleia de Jeová neste deserto, para aí morrermos, assim nós como os nossos animais?
HSB וְלָמָ֤ה הֲבֵאתֶם֙ אֶת־ קְהַ֣ל יְהוָ֔ה אֶל־ הַמִּדְבָּ֖ר הַזֶּ֑ה לָמ֣וּת שָׁ֔ם אֲנַ֖חְנוּ וּבְעִירֵֽנוּ׃
BKJ E por que trouxestes a congregação do SENHOR a este deserto, para que morramos aqui, nós e os nossos animais?
LTT E por que trouxestes a congregação do SENHOR a este deserto, para que morramos aqui, nós e os nossos animais?
BJ2 Por que conduziste a assembléia de Iahweh a este deserto, para aqui morrermos, nós e os nossos animais?
VULG Cur eduxistis ecclesiam Domini in solitudinem, ut et nos et nostra jumenta moriamur ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Números 20:4

Êxodo 5:21 E disseram-lhes: O Senhor atente sobre vós e julgue isso, porquanto fizestes o nosso cheiro repelente diante de Faraó e diante de seus servos, dando-lhes a espada nas mãos, para nos matar.
Êxodo 14:11 E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirares de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, que nos tens tirado do Egito?
Êxodo 16:3 E os filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera que nós morrêssemos por mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão.
Êxodo 17:3 Tendo, pois, ali o povo sede de água, o povo murmurou contra Moisés e disse: Por que nos fizeste subir do Egito para nos matares de sede, a nós, e aos nossos filhos, e ao nosso gado?
Números 11:5 Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos.
Números 16:13 porventura, pouco é que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel, para nos matares neste deserto, senão que também totalmente te assenhoreias de nós?
Números 16:41 Mas, no dia seguinte, toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do Senhor.
Salmos 106:21 Esqueceram-se de Deus, seu Salvador, que fizera grandes coisas no Egito,
Atos 7:35 A este Moisés, ao qual haviam negado, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? A este enviou Deus como príncipe e libertador, pela mão do anjo que lhe aparecera no sarçal.
Atos 7:39 Ao qual nossos pais não quiseram obedecer, antes o rejeitaram e, em seu coração, se tornaram ao Egito,

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

VISÃO PANORÂMICA DA GEOGRAFIA DO TERRITÓRIO HERDADO PELO ISRAEL BÍBLICO

TOPOGRAFIA FÍSICA
UMA TERRA PEQUENA
No estudo da terra de Israel, uma das primeiras descobertas que se faz é o reconhecimento de seu pequeno tamanho.
De acordo com a definição dada acima, a área central da herança do Israel bíblico na Cisjordânia cobre cerca de 17.600 quilômetros quadrados e sua herança na Transjordânia incorpora mais 10:100 quilômetros quadrados, o que perfaz uma área total de aproximadamente 27.700 quilômetros quadrados. Desse modo, a área total do território é quase a mesma do estado de Alagoas, da Bélgica ou de Ruanda, ou ainda do lago Erie, nos Estados Unidos.
Os leitores atuais da Bíblia tendem a pensar em termos de territórios imensos e com frequência ficam bastante surpresos quando percebem, por exemplo, que a distância entre o mar da Galileia e a costa mediterrânea, em linha reta, é de 55 quilômetros. Há uma distância de apenas 148 a 185 quilômetros entre a margem ocidental do deserto Oriental (no leste da Jordânia) e o Mediterrâneo. E a distância entre o mar da Galileia e Jerusalém é só cerca de 120 quilômetros. Conforme dito anteriormente, as extremidades tradicionais norte e sul da região central de Israel são, com frequência, descritas na Bíblia como "desde Da até Berseba" Na verdade, esses dois pontos extremos estão separados por uma distância da ordem de apenas 280 quilômetros. Em termos de Brasil, o equivalente aproximado seria de São Paulo a Poços de Caldas" ou "de Natal a Recife" Nos Estados Unidos, a distância aproximada seria "de Los Angeles a San Diego" e, na Europa, "de Milão a Veneza". O tamanho do território envolvido é surpreendentemente pequeno.

UMA TERRA DE LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA
Apesar do tamanho diminuto, essa terra está estrategicamente situada em um contexto tanto intercontinental quanto interoceânico. Como ponte terrestre intercontinental, na Antiguidade era a única opção para qualquer viagem por terra entre a África, de um lado, e a Ásia ou a Europa, de outro. Como ponte terrestre interoceânica, fica ao lado da única massa de terra que separa o mundo do oceano Índico e o mundo do oceano Atlântico. Neste último aspecto, desde a Antiguidade remota uma vasta rede de comércio e comunicação tem levado para o Crescente Fértil bens provenientes de mundos bem longínquos (cravo vindo da Tailândia; canela, da Malásia; cássia, seda, cálamo, espicanardo, índigo, painço e gergelim, da Índia; lápis-lazúli e estanho, do Afeganistão; prata, da Espanha).
Por ser, na Antiguidade, ponto de contato tanto terrestre quanto marítimo, essa terra também se tornou uma ponte cultural internacional. Sua localização estratégica faz com que seja o lugar em que o Oriente se encontra com o Ocidente e o Norte com o Sul. Desde a Antiguidade remota, grandes potências com aspirações políticas e econômicas internacionais estiveram junto a suas fronteiras. Em termos históricos, o que acontecia nessa terra era quase sempre resultado do que estava ocorrendo ou havia recentemente ocorrido nos domínios de um de seus vizinhos. Foram, de fato, raros os momentos em que cidadãos dessa terra foram donos do próprio destino.
Durante o período bíblico a sorte dessa terra minúscula, mas estratégica, foi em grande parte determinada por gente de fora, fossem egípcios, assírios, babilônios, persas, partos, gregos, selêucidas, ptolomaicos ou romanos. Nesse aspecto, os filisteus e até mesmo os próprios israelitas têm de ser considerados estrangeiros que migraram para ali. A mesma tendência continuou existindo na história pós-bíblica, com os califas muçulmanos, os cruzados cristãos, os mamelucos egípcios, os turcos otomanos e os mandatários britânicos.
Por essa "ponte" marcharam os exércitos de Tutmés III, Amenhotep II, Seti I, Ramsés II, Merneptah, Sisaque I, Neco II, Salmaneser III, Tiglate-Pileser III, Salmaneser V, Sargão II, Senaqueribe, Esar-Hadom, Assurbanipal, Nabucodonosor II, Cambises II, Xerxes 1, Artaxerxes III, Alexandre III (o Grande), Ptolomeu I, Antíoco III, Antíoco IV, Herodes, o Grande, Pompeu, Vespasiano, Tito, Saladino, Ricardo Coração de Leão, Napoleão e Edmund Allenby, além de um número enorme de generais menos conhecidos.
Essa terra continua sendo uma das áreas mais instáveis e estratégicas do mundo.

UMA TERRA VARIADA
Apesar da pequena extensão, essa terra reflete uma variedade surpreendente, quase como a de um mosaico. Do ponto de vista sociológico, a variedade é evidente na menção aos vários "eus" na terra: girgaseus, cananeus, heveus, heteus, amorreus, perizeus, jebuseus, quenezeus, cadmoneus, queneus, refains etc. (Gn 10:16-18; 15:19-21; Ex 3:8-13.5; Nm 13:29; Dt 7:1-20.17; Js 3:10-12.8; 24.11; Jz 3:5-1Rs 9.20; cp. At 13:19). Na perspectiva da história colonialista, a terra foi conhecida por diversos nomes: Canaã, Palestina, Hatti, Djahy, Hurru, Retenu etc. Mas a ideia de variedade apresentada a seguir tem a ver com a topografia multiforme e diversificada da terra. Em seu eixo lateral, ela está dividida em pelo menos quatro zonas fisiográficas distintas.

PLANÍCIE COSTEIRA
A designação "planície Costeira" se refere à faixa marítima longitudinal que começa na extremidade sul da planície filisteia (no uádi el-Arish) e vai para o norte, chegando até a extremidade norte da planície de Aser (perto da atual Rosh HaNigra, que corresponde ao final da "Linha Verde", a fronteira atual entre Israel e Líbano). Essa planície é internamente segmentada por três obstáculos naturais - o monte Carmelo, o rio Crocodilo e o rio larcom - criando quatro planícies distintas. Além do mais, por motivos geográficos que serão explicados adiante, é conveniente subdividir a planície mais ao norte. Assim, a planície Costeira é constituída de cinco partes, que, do norte para o sul, são conhecidas como: (1) a planície de Aser (de Rosh HaNigra até as proximidades de Aco; cp. Is 17:10-11; 19:24-26); (2) a planície de Aco (a baía que tem forma de crescente e se estende ao redor do monte Carmelo; cp. Jz 4:13-16; 5.21); (3) a planície de Dor (uma faixa de terra bem estreita e situada entre o monte Carmelo e o rio Crocodilo; cp. Js 17:15-18); (4) a planície de Sarom (a área de terras baixas que vai do pântano do rio Crocodilo para o sul, até o Jarcom; cp. 1Rs 4:10-1Cr 5.16; 27.29; Is 33:9-35.2; 65.10; Ct 2:1); (5) a planície Filisteia (a região ao sul do larcom).
A planície costeira pode ser caracterizada com três palavras: "baixa" (uma referência à sua altitude relativa), "aberta" (uma referência à topografia plana) e "fértil (uma referência à produtividade agrícola da planície em tempos modernos).
Com exceção de umas poucas elevações situadas mais para dentro do continente, na extremidade oriental da Filístia, que chegam a quase 200 metros acima do nível do mar, a altitude da maior parte da planície Costeira é inferior a 100 metros, e boa parte dela tem uma altitude inferior a 45 metros acima do nível do mar.75 Uma análise do mapa revela que, nessa planície, as cidades bíblicas tendiam a se localizar não no seu centro, mas sim ao longo da costa (Aco, Cesareia, Jope, Asquelom e Gaza) ou em direção à sua margem oriental (Socó, Afeque, Gezer, Ecrom, Gate e Ziclague). De igual maneira, o mapa mostra que a artéria de transporte internacional (a chamada Grande Estrada Principal) corria ao longo da margem oriental dessa planície e não pelo centro. O mais provável é que a baixa altitude e a natureza relativamente nivelada da planície, combinadas com as serras de arenito calcário ao longo de grande parte da costa mediterrânea, que impediam uma drenagem natural, criavam uma área pantanosa bastante grande na planície durante toda a Antiguidade.
Esse obstáculo geográfico é a provável razão para o fato de a planície Costeira ter desempenhado um papel insignificante, quase nulo, na história bíblica. Exceto dois breves relatos sobre Gerar (Gn 20:26), nas narrativas patriarcais não há nenhuma referência a essa planície . Nenhuma das batalhas da ocupação israelita aconteceu ali, nenhuma área da planície foi habitada por Israel no início de sua ocupação , ali não havia cidades de refúgio e quase nenhuma das cidades levíticas, dali nenhum juiz nem profeta de Israel fez convocação ao povo, e nada aconteceu ali referente ao ministério registrado de Jesus.
Além de ser baixa, a planície também é aberta. Ao contrário da Cadeia Montanhosa Central da Galileia-Samaria-Judá, que, do ponto de vista geográfico, tendia a permanecer mais fechada e isolada devido à sua topografia elevada e sinuosa, a planície Costeira oferecia um terreno favorável à circulação, sem nenhum obstáculo Embora a terra, no geral, tenha sido descrita pouco antes neste texto como ponte terrestre internacional, era especialmente a planície Costeira, ao sul do monte Carmelo, que constituía essa ponte. Essa abertura também implicava mobilidade.
Durante o início do período bíblico, conflitos militares envolveram uso de carros de guerra (e.g., Ex 14:6; Dt 20:1; Js 11:4; Jz 1:19-4.3; 2Sm 1:6; observe-se também a proibição em Dt 17:16). Em contraste com as montanhas vizinhas, essa planície oferecia um terreno favorável ao uso de carros, inclusive a ataques-relâmpago, que não seriam barrados por grandes rochas ou terreno montanhoso. Aliás, há uma notável correspondência entre a área em que os cananeus conseguiam rodar seus carros e a área que Israel não conquistou durante o período de ocupação (Js 17:16-18). Ao mesmo tempo, essa abertura pode ajudar a explicar por que, depois do período bíblico, os filisteus não conseguiram sobreviver como entidade política nativa, ao passo que os israelitas, mais isolados, foram capazes de manter um sentimento duradouro de identidade nacional.
Por fim, essa planície é fértil; ou pelo menos se tornou fértil em tempos recentes. Uma olhada num mapa do Israel moderno mostra que a maior parte da região ocidental que o Plano da ONU para partição da Palestina, de 1947, designou para Israel está situada na planície Costeira, que, naquela época, era extremamente pantanosa e até mesmo infestada de malária. Entretanto, depois que a área foi devidamente drenada na década de 1950, houve grande prosperidade agrícola, pois se descobriram camadas profundas de riquíssimo solo arável resultante da erosão das montanhas ao lado e, como consequência, houve um grande e bem-sucedido esforço agrícola.

CADEIA MONTANHOSA CENTRAL
Constituída das regiões montanhosas da Galileia, Samaria, Judá e Neguebe, em sua natureza e topografia a Cadeia Montanhosa Central é exatamente o oposto da planície Costeira. A planície é "baixa, aberta e fértil"; a cadeia montanhosa é "alta, fechada e estéril". Enquanto, em seu ponto mais elevado, a planície chega a apenas uns 200 metros acima do nível do mar, em seu ponto mais baixo a Cadeia Montanhosa Central fica cerca de 450 metros acima do nível do mar, com muitos trechos superando os 900 metros. Onde as duas zonas se encontram, esse contraste de altitude pode ser bem pronunciado. É possível subir cerca de 800 metros viajando apenas de cinco a sete quilômetros do Mediterrâneo para o interior. Além do mais, a cadeia central é fechada. Essa cadeia, que na realidade é uma série de serras sinuosas e conectadas, funciona como barreira natural à circulação lateral.com exceção do ponto onde é interrompida pelo vale de lezreel/ Esdraelom. Em alguns lugares, para ir de um lado para o outro, além de ter de superar a ondulação difícil, era necessário atravessar até quatro ou cinco serras diferentes, separadas umas das outras por leitos profundos de uádis. Devido a seu terreno elevado e revolvido, a cadeia central é mais isolada e menos suscetível a aventureirismo internacional ou a ataques estrangeiros. Só raramente essa zona se revelou atraente para aqueles que construíam impérios. Por fim, a cadeia central é estéril e improdutiva. Constituída de calcário duro, sem minerais preciosos ou outros recursos naturais, e com grandes áreas que sofreram erosão e ficaram apenas com a pedra nua, parece improvável que alguma vez essa área montanhosa estéril, com somente 15 a 50 quilômetros de largura, tenha sido considerada capital político. No entanto, é justamente nessa região montanhosa que se desenrola boa parte da história bíblica. E aí que os patriarcas viveram, construíram altares e se comunicaram com seu Deus. É onde aconteceram as batalhas da conquista , onde Israel ocupou sua terra e foram fundadas muitas de suas instituições nacionais . É também onde, em seu devido momento, estiveram localizadas as capitais do Reino do Norte (Siquém, mais tarde Tirza e finalmente Samaria) e do Reino do Sul (Jerusalém). É aí que o judaísmo pós-exílico se estabeleceu e onde aconteceu boa parte do ministério registrado de Cristo . Galileia. Embora seja uma extensão das montanhas mais altas do Líbano, ainda assim a região elevada da Alta Galileia apresenta uma topografia bem complexa. O jebel Jarmuk (monte Merom) é o ponto mais alto de toda a Cisjordânia, mas é cercado por outros cumes que chegam a alturas superiores a 900 metros. Apesar de a Alta Galileia ter uma precipitação pluviométrica maior, seu terreno elevado e sua topografia fragmentada a tornam menos adequada para ocupação intensa. Na região nunca se estabeleceu aquilo que se pode chamar de cidade grande. No lado leste, a Baixa Galileia mantém o contorno irregular de sua vizinha no norte. Vê-se ali um enorme e alto afloramento de calcário, que, no flanco oriental, despenca no mar da Galileia. Nessa região se incluem o monte Tabor, os penhascos de Arbela e os vulcânicos Cornos de Hattin. Em contraste, as áreas central e oeste da Baixa Galileia apresentam o terreno mais plano de todo a cadeia central. A região é composta de várias serras paralelas que estão num eixo mais ou menos leste-oeste, entre as quais existem bacias relativamente abertas que são quase contíguas no lado ocidental. Vale de Jezreel/Esdraelom. Entre a região montanhosa da Baixa Galileia e a da Samaria, estende-se um vale que, em última instância, liga o vale do Jordão à planície Costeira, em Aco. Esse vale, que tem a forma de uma flecha apontada para o Mediterrâneo, é conhecido no Antigo Testamento hebraico como o vale de lezreel ("Deus semeou" ou "que Deus semeie"; e.g., Js 17:16; Jz 6:33; Os 1:5-2.
22) e, na época do Novo Testamento, por seu equivalente grego, Esdraelom.7 A estreita haste da flecha, em alguns pontos com não mais de três quilômetros de largura, estende-se de Bete-Sea até a cidade de Jezreel, margeada, no norte, pelo monte Moré e, no sul, pelo monte Gilboa, e drenada pelo rio Harode. Perto desse território ocorreu a triunfante vitória de Gideão sobre os midianitas (Jz
7) e a humilhante derrota de Saul nas mãos dos filisteus (1Sm 29:31). A base da ponta da flecha se estende por cerca de 28 quilômetros, a partir dos arredores, ao norte de Jenin, até o monte Tabor e, desses dois pontos, estende-se por cerca de 32 quilômetros até seu vértice, logo a oeste de Jocneão e perto do rio Quisom, em cujo pântano o carro de Sísera ficou atolado (Jz 5:21; cf. SI 83.9). A ponta dessa flecha, às vezes chamada de planície de Megido (2Cr 35:22; Zc 12:11), é baixa e plana. A planície é coberta por uma camada extremamente grossa de terra preta, em alguns lugares com mais de 90 metros de profundidade, e que se formou com a decomposição e erosão de basaltos da Galileia. Enquanto a planície de Jezreel tinha muitos acessos, o acesso para a principal artéria de transporte, conhecida como Grande Estrada Principal era em Megido. Os vinte estratos arqueológicos dessa cidade refletem uma ocupação quase contínua até o início do período romano. Na verdade, a cidade de Megido, uma base militar permanente, teve enorme importância durante cada período de sua história, sem exceção; não é exagero afirmar que, do ponto de vista militar, foi um dos pontos mais estratégicos de todo o sudoeste do Crescente Fértil. A partir do final do quarto milênio a.C. até o próprio século 20, Megido tem sido palco de repetidos confrontos militares. Samaria. Ao sul de Jezreel fica o distrito montanhoso de Samaria - que, em termos de altitude, vegetação e clima, é uma área intermediária e de transição entre a Galileia e Judá. No extremo noroeste, devido à sua beleza (Ct 7:5) e fertilidade (Is 35:2; Jr 50:19), o monte Carmelo ("vinha/jardim de Deus") era proverbial na Bíblia. Nos textos antigos está amplamente atestado que o monte era lugar de um santuário? Foi talvez nesse contexto que o monte Carmelo serviu de cenário para a disputa religiosa de Elias com os profetas de Baal (1Rs 18:17-40) e, em outra ocasião, como lugar de retiro espiritual para Eliseu (2Rs 2:25-4.25). No extremo nordeste, a região montanhosa de Samaria também é conhecida como as montanhas de calcário de Gilboa. Outros montes de Samaria, o monte Ebal e o monte Gerizim, cercam o vale em que Siquém, a principal cidade, está localizada. Samaria é toda montanhosa, e os cumes de j. el-Qurein, j. 'Ayrukabba, j. 'en-'Ena e j. el-'Asur (Baal-Hazor, cp. 2Sm 13:23) dominam o horizonte.
Embora montanhosa, Samaria também é entremeada por várias planícies pequenas e vales abertos, uma das quais está situada perto do ponto em que as encostas do Carmelo e do Gilboa se encontram, nas proximidades da cidade de Dotã . Entre as bacias de Samaria, essa planície de Dota é a maior e a mais intensamente cultivada, e é onde José foi vendido como escravo (Gn 37:12-28). Outra depressão, a planície comprida e estreita de Mikhmetat, vai de Siquém para o sul, até ser interrompida pelo j. Rahwat.
Ela é cortada pelo divisor de águas ao longo do qual a estrada da Serra Central ruma na direção de Jerusalém. Indo de Socó até Siquém e dividindo lateralmente o oeste de Samaria, fica o vale baixo conhecido como u. Shekhem. De modo parecido, indo de Tirza até o vale do Jordão e dividindo o leste de Samaria, encontra-se a fratura acentuada, conhecida como u. Far'ah. Juntos, esses dois vales são o ponto mais baixo de toda Samaria. Constituíam os caminhos mais fáceis e mais utilizados para atravessar a serra central de Samaria, o que ajuda a explicar por que determinados locais foram escolhidos para capitais de Israel durante o período do reino dividido (Siquém, Tirza, Samaria). Judá. Conquanto não haja uma fronteira geológica definida separando Samaria e Judá, existe uma acentuada diferença na topografia das duas regiões. A precipitação maior de chuva em Samaria contribuiu para a ocorrência de muito mais erosão e para a formação de uádis com leitos mais profundos. Judá é mais um planalto, menos seccionado devido a seu clima mais seco. À medida que se caminha para o sul de Judá, o terreno se torna mais adverso, mais irregular e mais estéril. A principal característica da superfície de Judá são rochas nuas e amplas áreas de pedras quebradas e soltas, sem nenhuma terra por causa da ação da chuva. Só ao longo da bacia hidrográfica, nas vizinhanças de Ramá e entre Belém e Hebrom, é que o solo de Judá permite o cultivo. Nas demais áreas, o solo superficial, que sofre erosão nas chuvas torrenciais de inverno, tem impedido em grande parte o cultivo da terra.
A apenas cerca de oito quilômetros a sudeste de Jerusalém, começa o deserto de Judá (Nm 21:20-1Sm 26.1,2; cp. Mc 1:4). Espetáculo assustador de desolação, o deserto de Judá, também conhecido como lesimom, é um deserto verdadeiro E uma terra despovoada, deprimente, selvagem, rochosa e improdutiva, e praticamente sem nenhuma ocorrência de chuva (SI 63.1). Até mesmo os nômades beduínos dos dias de hoje tendem a evitar a aridez e o terreno irregular desse deserto. Em sua margem oriental, o deserto de Judá mergulha quase verticalmente até o vale do Jordão abaixo e em alguns lugares a descida chega a 1.350 metros. Entre Jericó e a ponta sul do mar Morto, existem mais de 20 desfiladeiros profundos que foram cavados por uádis. Contudo, no período bíblico, esses uádis eram estreitos e sinuosos demais para permitirem estradas importantes e, por esse motivo, Judá estava naturalmente isolada no lado oriental. O profeta Isaías anunciou, porém, um tempo em que até a topografia contorcida e acidentada do deserto de Judá será endireitada e nivelada e todos os lugares escarpados serão aplanados (Is 40:3-4; ср. 41:18-20; 51.3).
No lado oeste, o final da cadeia central de Judá é apenas um pouco menos abrupto. Uma vala estreita e rasa (uádi Ghurab, uádi Sar) faz divisão entre a região montanhosa e uma região com topografia distinta, conhecida como Sefelá ("contraforte". cp. Dt 1:7; Js 9:1-10.40; 12.8; Iz 1.9; 1Rs 10:27-1C 27.28; 2Cr 9:27-26.10; 28.18; Jr 17:26-32.44; 33.13; Ob 19).
A Sefelá começa no vale de Aijalom e se estende para o sul por cerca de 55 quilômetros até a área de T. Beit Mirsim. Esses contrafortes cobrem uma área de aproximadamente 13 a 16 quilometros de largura e, o que e importante, estendem-se para o oeste até a vizinhança do que foram as cidades filisteias de Gezer, Ecrom e Gate . Composta principalmente de calcário macio, com uma superfície ondulante inclinando suavemente para o lado oeste, entrecortada por alguns uádis importantes e férteis, a Sefelá era uma zona intermediária entre a cadeia central de Judá (ocupada pelos israelitas) e o sul da planície Costeira (ocupada pelos filisteus).
Não é surpresa que, na Bíblia, a área tenha sido cenário de vários episódios de guerra motivada por razões econômicas entre os israelitas e os filisteus (Jz 15:4-5; 2Sm 23:11-12). Aliás, é possível que as disputas entre filisteus e israelitas fossem provocadas justamente pelo desejo de ambos os povos de dominar e explorar os ricos vales agrícolas da Sefelá.
Inicialmente, o Neguebe ("terra seca"; e.g., Gn 24:62; Nm 13:29; Js 15:19; Jz 1:15) designava o deserto estéril ao sul de Judá (e.g. Is 15:2-4; 18.19; 1Sm 27:10-2Sm 24.7; cp. os leques aluvianos que se estendem de Berseba até Arade). Ao longo do tempo, o sentido da palavra evoluiu e, pelo fato de essa região estéril ficar no sul, passou a ter o sentido de um ponto cardeal e, assim, designar o sul de quase qualquer lugar (Is 11:2; Zc 14:10-1Sm 30.14).
Hoje o Neguebe inclui aquilo que a Bíblia chama de deserto de Zim (Nm 20:1-34.3; Js 15:1) e o deserto de Para (Nm 10:12; Dt 1:1). A região do moderno Neguebe apresenta um ambiente adverso à atividade humana ou à sua povoação por um grande número de pessoas. A área depende totalmente de chuva, sempre escassa e incerta, embora o território tenha alguns poços nas vizinhanças de Berseba (Gn 26:18-22) e Cades-Barneia.
A localização estratégica da Palestina
A localização estratégica da Palestina
As regiões geográficas da Palestina
As regiões geográficas da Palestina
Altitude da Palestina
Altitude da Palestina
Samaria
Samaria
O vale de Jezreel
O vale de Jezreel

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

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Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Números Capítulo 20 do versículo 1 até o 29
SEÇÃO IV

DE CADES A MOABE

Números 20:1-22.1

A. OS ACONTECIMENTOS EM CADES, 20:1-21

  1. As Tribos se Reúnem (20.
    - 1a)

Chegando os filhos de Israel, ficaram em Cades (1). As peregrinações no deserto terminaram. Israel pagara o preço total por seu pecado. A velha geração passara e a nova estava pronta para, depois de quase 38 anos de interrupção, retomar o plano de Deus. As tribos e famílias se reuniram novamente em Cades (ver Mapa 3), provavelmente no primeiro mês daqueles primeiros 40 anos desde que o grupo original saíra do Egito. De acordo com Deuteronômio 1:46, permaneceram em Cades "muitos dias", período que pode ter sido de três ou quatro meses. Este tempo era necessário por, no mínimo, três razões: reunir e orientar a nova geração segundo os planos de movimentação do acampa-mento (Nm 2), prantear a morte de Miriã e comunicar-se com os líderes de Edom.

  1. A Morte de Miriã (20.
    - 1b)

Miriã morreu ali e ali foi sepultada (1). Miriã é reconhecida na história como uma das poderosas forças sob a mão de Deus no grande evento do Êxodo. Isto a despeito de seu ataque de ciúmes (cap.
12) e as resultantes desonra e humilhação. O fato princi-pal no registro bíblico que conta especificamente sua influência foi a liderança tomada na comemoração de vitória depois que Israel atravessou o mar Vermelho (Êx 15:20-22). Pelo que deduzimos, ela deu apoio firme e consistente a Moisés e Arão e ao programa que Deus esboçara para Israel. Mesmo assim, o registro de sua morte não forma nem uma sentença completa. A causa de Deus é maior que o mais capaz e o mais célebre de seus obreiros. Sua obra continua mesmo quando eles são enterrados.

  1. O Povo Chora por Água (20:2-8)

Não há menção de escassez de água em Cades. Talvez esta falta de água significasse que as fontes tinham secado, ou que o nível de água estava tão baixo que não havia água suficiente para prover as necessidades totais do povo. Ou quem sabe a água não era acessível a todas as pessoas, visto que o acampamento se espalhara sobre ampla área. Em todo caso, reclamaram porque não havia água para a congregação (2). Era o mesmo padrão que caracterizava as murmurações no passado. O mais recente exemplo ocorrera na rebelião de Corá (cap. 16).1

Os pontos da questão e o fraseado da reclamação eram muito iguais aos anteriores: Antes tivéssemos expirado (3). Por que nos trouxestes a este deserto (4) ? Por que nos fizestes subir do Egito (5) ? Claro que a geração mais jovem não desfrutara os prazeres do Egito nem sofrera plenamente as provações da viagem, mas, sem dúvida, ouviu as histórias. As reclamações neste momento poderiam ter sido lideradas pelos mais velhos, a quem estes acontecimentos do passado não eram tão remotos.' É evidente que a congregação estava inclinada a se prender a qualquer assunto que lhe desse oca-sião pata se queixar da dificuldade. A murmuração não se destaca por sua lógica nem está limitada a certo conjunto de circunstâncias ou a qualquer geração.

Em face da agitação incessante, Moisés e Arão se foram para a porta da tenda da congregação e caíram prostrados diante do Senhor. Como sempre, Deus se mostrou constante. A glória do SENHOR lhes apareceu (6). E o SENHOR falou a Moisés (7), dando-lhe instruções. Moisés tinha de pegar a vara,' reunir a congregação e "falar à rocha perante os seus olhos [da congregação] para que jorre água" (8, ATA). Mesmo que Moisés não tenha feito exatamente como Deus o instruíra, Deus foi fiel, e saíram mui-tas águas; e bebeu a congregação e os seus animais (11).

  1. O Pecado de Moisés e Arão4 (20:9-13)

Deus ficou descontente com a conduta de Moisés e Arão e lhes falou que eles não conduziriam esta congregação à terra que lhes tenho dado (12). O texto não descre-ve a natureza exata do pecado pelo qual estes dois líderes foram castigados. Mesmo quando o registro é lido sob a mais favorável interpretação, a resposta de Moisés não coincide com as ordens que Deus dera. Não há dúvida de que a verdadeira natureza do pecado reside nesta discrepância. Fazer uma comparação é revelador.

a) Deus mandou que Moisés falasse à rocha (8). Ao invés disso, Moisés feriu a rocha com a vara (11). Neste ponto, ele era culpado de não obedecer explicitamente à ordem de Deus. Seguiu apenas as linhas gerais da ordem e reverteu negligentemente a um padrão de conduta que usara em ocasião semelhante, embora com a aprovação de Deus (Êx 17:1-7). A acusação divina era que Moisés não tinha crido em Deus (12). A incredulidade de Moisés não se tratava de falta de fé no poder de Deus executar o milagre da maneira em que designara. Por causa dos seus desejos pessoais ou do esta-do de espírito do momento, Moisés não teve a inclinação de obedecer formalmente à vontade de Deus sem fazer modificações. Deus condenou Moisés e Arão por causa des-sa rebelião à ordem divina (24). No mesmo momento em que Moisés dizia que os israelitas eram rebeldes (10), ele próprio estava recusando seguir a ordem simples e clara de Deus.

  1. Deus ordenou que Moisés ajuntasse a congregação e, diante dela, falasse à rocha (8). Ao invés disso, Moisés proclamou antes de ferir a rocha: Porventura, tiraremos água desta rocha para vós? (10). Moisés e Arão foram culpados de dar proeminência a si mesmos e ao poder humano em vez de exaltar Deus diante do povo (12). Deus julgou estes líderes por não o santificarem diante dos filhos de Israel, como Deus ordenara (Lv 10:3) e como exigia sua natureza santa (Si 99.5,9). Moisés e Arão eram culpáveis de pecado extremamente essencial e básico, sobretudo odioso para líderes espirituais: exal-tar a si mesmo e não ao Senhor. Deus é extraordinariamente glorificado quando seus servos reconhecem com humildade que não é por suas mãos, mas pela mão de Deus que os milagres do Reino são realizados.
  2. É verdade que Deus ordenou que Moisés tratasse do problema da escassez de água. O espírito e a disposição de Deus eram de paciência e amor e suas instruções foram dadas com calma e equilíbrio. Não há razão indicada para Moisés não ter obedecido conforme o mesmo padrão. Lamentavelmente, perdeu o controle da situação e de si mes-mo. Com raiva, feriu a rocha, não uma, mas duas vezes (11). Nisto era culpado de grande pecado na liderança: perda de paciência com o povo a quem ele estava liderando e, neste caso em particular, perda de paciência com Deus.

Era igualmente culpado de violar a própria personalidade. Moisés era homem cuja vida refletia constantemente as qualidades de mansidão e paciência mesmo em face das circunstâncias mais adversas. De certo modo, estas qualidades eram a indicação de legi-timidade do seu caráter (cf. 12.3). Este excesso de fúria e amargura era grave, porque violava o que Moisés era por causa da sua fé em Deus. É neste aspecto que o pecado foi corretamente rotulado de "incredulidade".

  1. A ordem de Deus para Moisés refletia amor e paciência com seus filhos, embora estivessem murmurando e reclamando: Assim, darás a beber à congregação e aos seus animais (8). Moisés não só feriu a pedra com a vara, mas feriu verbalmente as pessoas, gritando: Ouvi agora, rebeldes (10). Aqui, era culpado do maior de todos os pecados em uma sociedade de seres humanos: depreciar a personalidade humana (Mt 5:22) e não reconhecer que aqueles com quem lidava também eram pessoas.

Pouco importando qual tenha sido a exata natureza dos atos de Moisés e Arão, Deus os chamou pecado — incredulidade e rebelião. Eram essencialmente pecados do espírito, que são os mais básicos e do tipo mais grave. A pena que Deus impôs demonstra a seriedade em que ele os considerava. Por isso não metereis esta congregação na terra que lhes tenho dado (12). Estes dois líderes poderosos sofreram julgamento semelhante ao que so-breviera à toda a geração mais velha. A tragédia do fracasso de Moisés e Arão é estabelecida quando consideramos a medida da grandeza desses homens e lembramos que, até aquele momento, tinham agido bem. O registro serve de lição para todas as gerações de que a fidelidade deve ser total e completa, chegando até ao fim da vida (Mt 24:13; Hb 3:6-19).

5. O Pedido a Edom (20:14-21)

Por causa da derrota desastrosa previamente sofrida (14.45), presumimos que o caminho dos espias (21,1) foi desacreditado como rota para Canaã. Por conseguinte, Moisés considerou a possibilidade de achar uma rota pelo leste. O trajeto mais curto passaria por Edom (ver Mapa 3). Estes versículos falam da tentativa feita por Moisés de obter dos líderes edomitas uma "licença de viagem segura" para seguir por esta rota.

A mensagem que Moisés enviou chamou atenção ao fato de que Edom era descen-dente de Esaú, irmão de Israel (14). Em seguida, fez um relato curto da estadia dos israelitas no Egito (15) e a fuga que empreenderam (16). Moisés esboçou a situação atual dando a entender que lhes era vantajoso passarem pelo território mantido por Edom. Garantiu aos edomitas que Israel não passaria pelo campo, nem pelas vi-nhas, nem beberia a água dos poços, mas ficaria na estrada real (17).5

Edom recusou o pedido e fez uma ameaça: Para que, porventura, eu não saia à espada ao teu encontro (18). Moisés insistiu que os israelitas não fariam nada mais que marchar pela terra e que pagariam pela água que usassem (19).6 Ao ouvir esta pro-posta, saiu-lhe Edom ao encontro (20) com demonstração de força bélica para se cer-tificar de que Israel não ignorasse a recusa ao pedido e que fosse embora. Assim, recu-sou Edom deixar passar a Israel pelo seu termo (21; "território", NVI).

B. PARA CANAÃ, FINALMENTE, 20:22-21.4

  1. Um Novo Dia (20,22)

Muito tempo havia passado. A formação de expectativa fora intensa, embora esta fosse outra geração. A esperança constante durante os anos de peregrinação no deserto tinha de concluir o tempo de julgamento a fim de prosseguirem para Canaã. Nem a severidade da frustração, angústia e sofrimento poderia toldar esta esperança. Contudo, o registro é simples: Então, partiram de Cades; e os filhos de Israel... vieram ao monte Hor (22).

  1. O Monte Hor (20,22)

O local exato e a identificação do monte Hor nunca foram completamente estabeleci-dos. As evidências da erudição' mais recente tendem a apoiar um local denominado Jebel Madurá, a uns 48 quilômetros a nordeste de Cades (ver Mapa 3), do que o local tradicional perto de Petros, a sudeste. Esta localização ainda qualificaria o local por estar na "frontei-ra de Edom" (23, NVI), mas o colocaria mais perto de Canaã. Este local torna mais inteli-gível o incidente registrado imediatamente a seguir (21:1-3), que tem a rota sul para Canaã como seu cenário e, por conseguinte, dá mais apoio à seqüência do texto.

  1. A Morte de Arão (20:23-29)

No monte Hor, Deus lembrou a Moisés e Arão (23) que este último não entraria na terra, por causa da participação que teve no pecado junto às águas de Meribá (24). Assim, o terreno estava pronto para a transferência das funções sacerdotais de Arão para Eleazar, seu filho. Deus instruiu Moisés a levar os dois ao monte Hor (25) e ali realizar a cerimônia de transferência das vestes sacerdotais do mais velho para o mais moço. No monte morreu Arão de forma quieta, humilde e majestosa. Quando Moisés e Eleazar (28) desceram do monte, os israelitas, vendo os sinais do sacerdócio no filho de Arão, inferiram que o idoso sacerdote tinha morrido. Choraram a Arão trinta dias (29) antes de o povo prosseguir em viagem.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Números Capítulo 20 do versículo 1 até o 29
*

20.1-13

Exasperado com Israel, Moisés agiu por presunção e deixou de honrar a santidade de Deus (vs. 9-11, nota; Êx 17:6, notas). A seriedade do pecado de Moisés torna-se evidente pelo julgamento divino resultante — não lhe foi permitido entrar na Terra Prometida (v. 12).

* 20:1

no mês primeiro. Isso teria acontecido no fim dos quarenta anos que andaram errantes pelo deserto, decretada em 14:32-34. O período de caminhada no deserto estava chegando ao fim. Todos os indivíduos com menos de quarenta ou mesmo cinqüenta anos pertencia, na realidade, a uma nova geração, prestes a iniciar a fase seguinte do plano de Deus — a entrada em Canaã e a conquista da Terra Prometida.

morreu Miriã. A irmã de Moisés era uma mulher piedosa. Quando Moisés era ainda um bebê, ela ajudou a salvá-lo da morte (Êx 2:4-10). Após o livramento às margens do mar Vermelho, ela liderara o povo na celebração pela vitória (Êx 15:20,21). Contudo, 12:5-15 mostra-nos seu grave pecado, e o castigo resultante.

* 20:2

Não havia água. A água era a maior necessidade em uma viagem pelo deserto (conforme Gn 21:14-19; Êx 17:1-7).

* 20.2-5

O povo de Israel queixa-se novamente, um eco de queixumes anteriores (Êx 15:24; 16:2; 17:3; Nm 11:1; 14:2).

* 20.9-11

Após anos de serviço constante e de uma paciência sem paralelo, Moisés caiu em seu ponto mais forte (12.3): (a) ele falou com ira; (b) ele usurpou o lugar de Deus, dizendo: "faremos sair água desta rocha para vós outros?" e (c) ele agiu com violência, ferindo a rocha por duas vezes, quando Deus havia dito que ele falasse com ela. Quanto ao simbolismo da rocha, ver as notas em Êx 17:6.

* 20:12

A palavra de condenação divina foi dirigida tanto a Moisés quanto a Arão, pois Arão tinha acompanhado a Moisés, e estava envolvido na precipitação do ato de seu irmão. O ministério de ambos estava chegando ao seu fim.

* 20:13

Meribá. Ver referência lateral. Juntamente com "Massá" ("Prova"), esse nome foi usado no primeiro incidente de extrair água de uma rocha (Êx 17:7; Sl 95:8 e referências laterais).

* 20.14-20

Os edomitas, descendentes do irmão de Jacó, Esaú (Gn 25:25-34; 27.1-42; 28.5-9; 32.3—33.16; 35:29; 36.1-43), demonstraram uma atitude pouco fraternal para com Israel. Moisés fez um pedido cortês aos edomitas, pedindo-lhes permissão para atravessar pacificamente o seu território, pagando aos edomitas por qualquer coisa que os viajantes precisassem durante o caminho. Visto que essa permissão não foi concedida aos israelitas, e eles não queriam avançar lutando, eles não puderam chegar à Terra Prometida sem primeiramente desviarem-se em uma longa marcha, através de um trecho particularmente desagradável do deserto.

* 20:14

teu irmão Israel. Jacó (posteriormente chamado Israel; Gn 32:28) e seu irmão, Esaú, tiveram desavenças durante sua juventude, mas se reconciliaram em anos posteriores (Gn 33:9-16; 35:29).

* 20.22-29

Eleazar sucedeu a seu pai como sumo sacerdote. Arão teve a alegria de ver seu trabalho levado adiante por seu filho; Moisés, cujo ministério como mediador da aliança do Sinai, era sem igual (12.8, nota; Êx 18:1—24.18, nota), não teve igual ventura.

* 20:29

choraram... trinta dias. Ver nota em Dt 34:8.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Números Capítulo 20 do versículo 1 até o 29
20:1 Tinham acontecido trinta e sete anos desde a primeira missão espião do Israel na terra prometida (Números 13:14) e quarenta anos do êxodo do Egito. A Bíblia permanece virtualmente em silencio a respeito daqueles trinta e sete anos de peregrinação à deriva. A geração daqueles que viveram no Egito quase estava extinta, e a nova geração logo estaria lista para entrar na terra prometida. Moisés, Arão, Josué e Caleb foram dos poucos que ficaram dos que saíram do Egito. Uma vez mais acamparam no Cades, o sítio da primeira missão espião que terminou em desastre. Agora Moisés esperava que o povo estivesse preparado para um começo fresco.

20.3-5 depois de trinta e sete anos no deserto, os israelitas esqueceram que suas peregrinações eram o resultado de seu próprio pecado. Não podiam aceitar o fato de que eles mesmos se conduziram os problemas, assim culparam ao Moisés por sua condição. Pelo general nossos problemas são o resultado de nossa própria desobediência ou falta de fé. Não podemos culpar a Deus por nossos pecados. Até que enfrentemos a este fato, haverá muito pouca paz e nenhum crescimento espiritual em nossa vida.

SUCESOSEN CADES: depois de peregrinar no deserto por quarenta anos 1srael chegou ao Cades, onde morreu María. Não havia suficiente água para o povo, e se queixaram amargamente. Moisés golpeou uma rocha, e esta deu suficiente água para todos. O rei do Edom se negou a dar o passo ao Israel através de sua terra, forçando-o a viajar circundando sua região.

20:12 Deus havia dito ao Moisés que falasse com a rocha; entretanto, Moisés a golpeou, não só uma vez, mas também dois. Deus fez o milagre; mas Moisés o atribuiu quando disse: "Temo-lhes que fazer sair água desta penha". devido a isto lhe proibiu entrar na terra prometida. Acaso foi muito severo o castigo de Deus para o Moisés? depois de tudo, o povo o tinha irritado, difamado e se rebelou contra ele e contra Deus. Ali estavam outra vez (20.5). Mas Moisés era o líder e o modelo da nação inteira. Como tinha uma responsabilidade tão grande ante o povo, não podia ser perdoado. Ao golpear a rocha, Moisés desobedeceu o mandamento direto de Deus e o desonrou em presença de seu povo.

20:14 Dois irmãos chegaram a ser os antecessores de duas nações. Os edomitas descenderam do Esaú; os israelitas do Jacó. Assim que os edomitas eram "irmãos" dos israelitas. Israel enviou uma mensagem fraternal ao Edom para solicitar o passo através de sua terra no caminho principal, uma rota comercial muito freqüentada. Israel prometeu permanecer no caminho, desta maneira passaria sem danificar os campos, vinhedos e poços do Edom. Entretanto, Edom não quis porque não confiava na palavra do Israel. Tinham medo de que esta grande horda de gente os atacasse ou devorasse suas colheitas (Dt 2:4-5). devido a que os "irmãos" não devem brigar, Deus disse a quão israelitas retornassem e viajassem por uma rota diferente para a terra prometida.

20:17 O caminho real era uma antiga rota de caravanas. Desde muito antes era utilizado como caminho público de importância.

Eleazar

Um ator suplente deve saber-se bem o papel principal e estar disposto a atuar em qualquer momento. Eleazar era um magnífico suplente, e estava muito bem treinado para tomar a liderança. Entretanto, seus momentos frente ao público foram muito dolorosos. Em uma ocasião, viu como seus dois irmãos eram consumidos pelo fogo por não ter tomado a sério a santidade de Deus. Mais tarde, quando seu pai estava morrendo, foi renomado supremo sacerdote, certamente uma das posições no Israel com maior responsabilidade, e portanto potencialmente uma das mais estressantes.

O suplente se beneficia de que tem não só um guia mas também um modelo humano. Desde que era menino, Eleazar tinha podido observar ao Moisés e ao Arão. Depois pôde aprender ao observar ao Josué. Além disso, tinha as leis de Deus, que o guiavam ao fungir como sacerdote e conselheiro do Josué.

Pontos fortes e lucros:

-- Aconteceu a seu pai Arão como supremo sacerdote

-- Completou a obra de seu pai ao ajudar a guiar ao povo à terra prometida

-- Soube colaborar com o Josué

-- Atuou como porta-voz de Deus ante o povo

Lições de sua vida:

-- A melhor forma de nos preparar para o que Deus planejou para nosso futuro é nos concentrar em nossas provocações e responsabilidades pressente

-- O desejo de Deus é que lhe brindemos uma obediência constante ao longo de nossa vida

Dados gerais:

-- Onde: Deserto do Sinaí, terra prometida

-- Ocupações: Sacerdote e supremo sacerdote

-- Familiares: Pai: Arão. Irmãos: Nadab e Abiú. Tios: María e Moisés

Versículos chave:

"E Jeová falou com o Moisés e ao Arão no monte do Hor, na fronteira da terra do Edom, dizendo: Arão será reunido a seu povo, pois não entrará na terra que eu dava aos filhos do Israel, por quanto foram rebeldes a meu mandamento nas águas da rixa. Toma ao Arão e Eleazar seu filho, e faz-os subir ao monte do Hor, e nua ao Arão de suas vestimentas, e viu com elas ao Eleazar seu filho; porque Arão será reunido a seu povo, e ali morrerá" (Nu 20:23-26).

A história do Eleazar se menciona em Ex 6:23; Lv 10:16-20; Nu 3:1-4; Nu 4:16; Nu 16:36-40; Nu 20:25-29; Nu 26:1-3, Nu 26:63; Nu 27:2, Nu 27:15-23; Nu 32:2; Nu 34:17; Dt 10:6; Js 14:1; Js 17:4; Js 24:33.

20:21 Moisés tratou de negociar e raciocinar com o rei edomita. Quando nada deu resultado, o quedaronn duas opções: entrar em um conflito ou evitá-lo. Moisés sabia que haveria suficientes barreiras nos dias e meses por vir. Não tinha sentido adicionar outra de uma maneira desnecessária. Algumas vezes o conflito é ineludible. Outras vezes, entretanto, não vale a pena pagar as conseqüências. Uma guerra aberta pode parecer heróica, valente e até correta, mas não sempre é a melhor decisão. Devemos tomar em conta o exemplo do Moisés e procurar outra forma de resolver nossos problemas, mesmo que nos seja difícil.

20:28 Arão morreu antes de entrar na terra prometida, provavelmente como castigo por seu pecado de rebelião (Exodo 32; Nu 12:1-9). Esta era a primeira vez que se designava um novo supremo sacerdote. Arão foi despido de suas roupas sacerdotais e foram colocadas em seu filho Eleazar, seguindo os mandamentos do livro do Levítico.

ACONTECIMENTOS NO DESERTO : Mais tarde, Israel se enfrentou à negativa do rei de Arem, mas o derrotou completamente. A seguinte parada foi o monte Hor (onde Arão tinha morrido); logo viajaram para o sul e o este rodeando Edom. depois de acampar no Obot, partiram para o rio Arnón e para os campos do Moab, perto do monte Pisga.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Números Capítulo 20 do versículo 1 até o 29
H. A MORTE DE MIRIAM (Nu 20:1 Deut. , 23 ; Dt 2:4) e onze antes de seu irmão Moisés; de modo que estes três, o mais eminente dos israelitas, morreu no espaço de um ano.

I. A sede terrível em Meribá (20: 2-6)

2 E não havia água para a congregação: e ajuntando-se contra Moisés e Arão. 3 E o povo se esforçou com Moisés, e falaram, dizendo: Oxalá tivéssemos perecido quando pereceram nossos irmãos perante o Senhor! 4 E por que ter trouxestes a congregação do Senhor a este deserto, para que morramos aqui, nós e os nossos animais? 5 E por que fizestes-nos para subir do Egito, para nos trazer a este mau lugar? lugar onde não há semente, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, e não há água para beber. 6 Moisés e Arão se foram da presença da assembléia até a porta da tenda da congregação, e caiu sobre seus rostos, e a glória do Senhor apareceu-lhes.

Os israelitas já se afastou de uma área semi-oásis e em ressecada, país deserto sem água. Todo o abastecimento de água foi esgotada, e as pessoas enfrentam com terror as perspectivas de ter seus ossos lixívia no deserto de areia e sol ardente. Somente aquele que tem percorrido este terreno é possível saber como temeroso esta seção do país é, se é dependente de um de recursos próprios. A proximidade dos perigos do deserto acelerou enormemente a dúvida das pessoas e, consequentemente, eles se queixaram a Moisés. Sua situação era tão desesperadora que lamentou o fato de que eles não pereceu antes com seus irmãos (v. Nu 20:3 ). Eles ainda lamentou que Moisés conduziu o povo para fora do Egito (v. Nu 20:5 ).

Em desespero, Moisés e Arão se converteram ao Senhor para a direção. Na porta da tenda da glória do Senhor apareceu-lhes . Notamos que no KJV a "glória" e "pessoa" do Senhor é o mesmo.

J. ÁGUA DA ROCHA (20: 7-13)

7 E o Senhor disse a Moisés, dizendo: 8 Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha perante os seus olhos, que ela dê as suas águas; e darás à luz a eles água da rocha; assim darás a congregação e os seus animais beber. 9 E Moisés tomou a vara de diante do Senhor, como lhe tinha ordenado.

10 E Moisés e Arão reuniram a assembléia diante da rocha, e ele disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes! ? levaremos você sair água desta rocha 11 Então Moisés levantou a sua mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara.: e saiu água copiosamente, ea congregação bebeu, e seu gado 12 E disse o SENHOR a Moisés e Arão: Porquanto não acreditou em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não deve trazer esta congregação na terra que lhes tenho dado. 13 Estas são as águas de Meribá; porque os filhos de Israel contenderam com o Senhor, e ele neles se santificou.

O Senhor reconheceu a situação desesperada do povo e ordenou a Moisés que a sua vara ou cetro na mão e falar até o rock. Moisés teve a garantia do Senhor que uma oferta abundante de água fluiria fora do rock. O peregrino que faz a viagem de Suez ao Mosteiro de Santa Catarina tem sua atenção chamada para uma grande pedra sobre o tamanho de uma pequena sala. Segundo a tradição, esta é a rocha que forneceu os israelitas com água. É provável que esta pedra tem um significado mais tradicional ou figurativo do que a realidade histórica, mas um é capaz de ver uma grande rocha na área geral onde este milagre aconteceu.

Ouvi, agora, rebeldes (v. Nu 20:10 ). A maneira pela qual eles abordam as pessoas sugerem que tanto Moisés e Arão já quase alcançou um ponto de ruptura nervoso.

Em sua ansiedade Moisés interpretou erradamente o mandamento de Deus ou ignorou. O Senhor lhe havia ordenado que falar com o rock, mas ao invés disso ele feriu-a duas vezes com a sua vara. Apesar desobediência de Moisés, o Senhor fez a água a fluir ea congregação, juntamente com os seus animais estavam satisfeitos. Há uma grande dificuldade neste momento a respeito de porque Moisés perdeu seu direito de entrar na terra prometida. Clarke dá algumas explicações plausíveis:

Qual foi o crime pelo qual Moisés foi excluído da terra prometida? Ele parece ter consistido em alguns ou todos os seguintes elementos: 1. Deus ele (. Ver ordenara
8) para tomar a vara na mão, e ir falar com o rock, e deve dar brotar água. Parece Moisés não acho que falar seria suficiente, pelo que feriu a rocha sem qualquer comando para fazer. 2. Ele fez isso duas vezes, o que certamente neste caso indicaram uma grande perturbação de espírito e falta de atenção à presença de Dt 3:1
)

14 E Moisés enviou mensageiros desde Cades ao rei de Edom, Assim diz teu irmão Israel: Sabes todo o trabalho que nos tem acontecido: 15 como nossos pais desceram ao Egito, e nós no Egito habitamos muito tempo; e os egípcios nos maltrataram, a nós, e nossos pais: 16 e quando clamamos ao Senhor, ele ouviu a nossa voz, e mandou um anjo, e nos tirou do Egito; e eis que estamos em Cades, cidade . a extremidade dos teus termos 17 Passemos, peço-te, passar pela tua terra; não passaremos pelos campos nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos poços; iremos pela estrada real; nós não nos desviando para a direita nem para a esquerda, até que tenhamos passado os teus termos. 18 E Edom lhes disse: Tu não passar por mim, que eu não saia com a espada contra ti. 19 E os filhos de Israel disse-lhe: Subiremos pela estrada real; e se bebermos das tuas águas, eu eo meu gado, darei o preço do mesmo: deixe-me só, sem fazer nada de outro , passar a meus Pv 20:1 E ele disse: Tu não passar. E saiu-lhe ao encontro com muita gente e com mão forte. 21 Assim recusou Edom deixar Israel passar pelos seus termos; pelo que Israel se desviou dele.

22 E eles partiram de Cades; e os filhos de Israel, a congregação toda, chegaram ao monte Hor.

Moisés apela para o rei de Edom para a passagem segura através de seu reino (v. Nu 20:14 ). Ele se refere a si mesmo como teu irmão Israel . Os edomitas eram os "primos" de Israel através de sua relação com Esaú, o irmão de Jacó. Esaú era o progenitor do edomitas e Jacó dos israelitas. Os mensageiros de Moisés são instruídos a trazer o rei de Edom-se atualizado sobre a estada de Israel no Egito (v. Nu 20:15) e como o Senhor os livrara (v. Nu 20:16 ).

O rei de Edom é dada garantia de que os israelitas vão passar por sua terra, sem causar os danos que geralmente é feito por um invasor ou passando exército. Eles prometem não se incomodar as vinhas e não para beber da água nos poços sem pagar (v. Nu 20:19 ).Eles também prometem ficar na estrada, o que parece ser uma das vias públicas através de sua terra.

Tu não passar por (v. Nu 20:20 ). A inimizade que tinha, sem dúvida, foi latente nos corações dos edomitas é aqui expresso. O rei se recusa a conceder-lhes permissão para passagem livre e segura. Parece, no entanto, que só este clã dos edomitas expressa essa hostilidade, para mais tarde uma atitude mais amigável é expressa por alguns edomitas (ver Dt 2:29 ). Quando os edomitas se recusou a conceder a permissão para a sua passagem, eles continuaram em seu caminho através de terrenos mais difíceis e fizeram o seu caminho para o Monte Hor (v. Nu 20:22 ).

L. a morte de Aarão (20: 23-29)

23 E o Senhor disse a Moisés e Arão no monte Hor, pela fronteira da terra de Edom, dizendo: 24 Arão será recolhido a seu povo; . para ele não entrará na terra que tenho dado aos filhos de Israel, porquanto fostes rebeldes contra a minha palavra, nas águas de Meribá 25 Toma a Arão e Eleazar, seu filho, e faze-os subir ao monte Hor; 26 e despe a Arão de suas vestes, e as vestiu a Eleazar, seu filho, porque Arão será recolhido a seu povo , e morrerá ali. 27 E Moisés fez como o Senhor ordenara.: e subiram ao monte Hor perante os olhos de toda a congregação Dt 28:1 ).

O visitante moderno a Petra tem sua atenção chamada para Mt. Hor, a montanha em que a tradição diz Arão foi enterrado. Um mausoléu de pedra foi colocada lá.

Foi permitido Nem Moisés, Miriam nem Arão para trazer os israelitas para a terra prometida. Todos os três tinham mostrado alguma expressão de desobediência. A efectiva entrada em Canaã foi reservada para Josué, que era um tipo de nosso Senhor Jesus Cristo, e por Caleb. Só Cristo pode levar os crentes para a experiência de descanso santificado.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Números Capítulo 20 do versículo 1 até o 29
Nesses dois capítulos, temos dois retratos magníficos de Cristo.

  1. Cristo, a rocha ferida (Nu 20:1-4)

Êxodo 17:1-7 já nos apresentou essa imagem. Em muitas passagens das Escrituras, retrata-se Deus como a Rocha; e 1Co 10:4 deixa claro que a Rocha de Êxodo e de Números é um retrato de Cristo. As pessoas não vivem sem água, como hoje também não vivemos sem a água da vida (Jo 4:13-43; Jo 7:37-43)

Jo 3:14 dá-nos a autoridade para esse símbolo de Cristo. Observe como essa passagem retrata a sal-vação que temos em Cristo.

  1. A necessidade

As pessoas pecaram de duas formas: murmuraram contra Deus e con-tra Moisés. Por isso, elas estavam morrendo. "O salário do pecado é a morte" (Rm 6:23). Temos aqui os dois aspectos da Lei de Deus: o comportamento em relação a Deus e em relação uns aos outros. A mor-te está no mundo, e todos são con-denados por causa do pecado (Jo 3:16-43). Todas as pessoas nascidas neste mundo foram picadas pela serpente causticante do pecado e estão destinadas à morte.

  1. A graça de Deus

Deus poderia ignorar a situação de seu povo, pois este merecia mor-rer, mas ele, em seu amor e graça, providenciou um remédio. No ver-sículo 7, a intercessão de Moisés lembra-nos a oração de Cristo: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34).

  1. A outra serpente

Como é estranho que Moisés faça outra serpente, quando foram as serpentes que causaram todos os problemas iniciais! Será que já não havia serpentes suficientes no acampamento? Contudo, a serpen-te de bronze retrata Cristo, que se fez pecado por nós (2Co 5:21). O bronze é o metal que se refere ao julgamento, e Cristo, na cruz, sofreu julgamento por nós. Observe que a serpente não era eficaz nas mãos de Moisés ou sobre uma pratelei-ra. Ela tinha de estar levantada — Cristo teve de ser crucificado. Veja Jo 3:14; Jo 8:28 e 12:30-33.

  1. Por meio da fé

O povo orou: "Tire de nós as serpen-tes". Contudo, o método de Deus era vencer a picada da morte por meio da fé. A resposta era: "Olhe e viva!". As pessoas atormentadas não se salvavam ao ignorar as pica-das, ao bater nas serpentes, ao usar medicamentos ou ao tentar fugir. A salvação dava-se por meio de olhar com fé para a serpente posta na has-te no centro do acampamento (conforme Is 45:22). Note que, de maneira algu-ma, liga-se para a serpente ao taber- náculo. Nenhum sacrifício poderia salvar as pessoas da morte.

  1. A acessibilidade

Não levantaram a serpente em algum canto escondido do acampamento. Penduraram-na no centro do acam-pamento, onde todos podiam vê-la e, assim, viver. Cristo está acessível hoje; ele não está longe de nós. Para uma instrução mais completa, vejaRm 10:6-45. O remédio está acessível a todos: "quem quiser re-ceba" (Ap 22:1 Ap 22:7).

  1. A gratuidade

Não custava nada para que os peca-dores, que estavam à beira da mor-te, olhassem e vivessem. Talvez eles não tenham entendido como isso tudo aconteceu e a razão daquilo (e quem entende a salvação?), contu-do podiam crer e viver!

  1. A suficiência

Uma serpente levantada era sufi-ciente para todo o acampamento. Cristo sozinho é suficiente para nossa salvação; não precisamos de mais nada. Os moribundos não eram salvos ao olhar a serpente e, depois, manter a Lei, ou ao olhá-la e oferecer um sacrifício, ou ao olhá- la e prometer ser melhor. Eles eram salvos apenas pela fé. Cristo é sufi-ciente para cuidar de todas as nossas necessidades agora e para sempre.

  1. A cura imediata

A salvação não é um processo; é um milagre imediato que acontece quando o pecador olha para Cristo por meio da fé. Cristo, em sua mor-te e ressurreição, não nos salva "um pouco de cada vez". Ele salva de forma instantânea, imediata e com-pleta.

I. O remédio para todos

As pessoas imprudentes dizem: "Como há muitos caminhos que levam a Roma, há muitas estradas para o céu, muitas formas de ser salvo!". No acampamento de Israel, havia apenas uma forma de ser sal-vo, e hoje também há apenas uma forma de ser salvo. Leia Jo 14:6 e At 4:12. A menos que o pecador veja Cristo por meio da fé, ele estará perdido para sempre.

J. A segurança dupla

Como os moribundos sabiam que o remédio funcionaria? Primeiro, eles tinham a garantia da Palavra de Deus. O Senhor prometera que qualquer um que olhasse, viveria. Segundo, eles viam o que acontecia na vida dos outros. Deus não faria uma revelação especial, não man-daria um sentimento especial; o pecador dependia da promessa de Deus.

Tudo isso parece tão tolo para as pessoas do mundo (1 Co 1:18- 31). Imagine, olhar para a serpen-te levantada e ser salvo da morte! Hoje, as pessoas zombam da cruz enquanto tentam matar as serpen-tes e fabricar novos remédios contra serpentes. Contudo, todos os remé-dios inventados pelo homem fra-cassaram em seu intento! Reforma, educação, melhores leis, religião — tudo teve sua vez. E as pessoas ainda morrem em pecado. A única resposta é a cruz de Jesus Cristo, o Salvador levantado.

Em 2Rs 18:4, relata-se que os judeus preservaram essa serpente de bronze e a transformaram em ídolo.

Isso faz parte da natureza huma-na, ver a coisa material e ignorar o Deus que merece nossa confiança. Não era a serpente que curava as pessoas, mas o Deus que mandou fazer a serpente. É idolatria ado-rar e servir "a criatura em lugar do Criador" (Rm 1:25). Ezequias que-brou a serpente-ídolo em pedaços e chamou-a Neustã — que significa um pedaço de bronze. Perguntamo- nos o que Deus pensa dos milhões de ídolos espalhados pelo mundo, pedaços de madeira ou metal que roubam a fé e a glória que perten-cem a ele.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Números Capítulo 20 do versículo 1 até o 29
19.1- 22 Este trecho descreve o rito da purificação de todo aquele que tocar em coisa imunda, animal ou homem morto. • N. Hom. O décimo nono capítulo nos ensina:
1) A solenidade da morte, Rm 6:21. A morte sempre significa a separação: a) a morte física é a separação da alma, do corpo; b) a morte espiritual é a separação da alma humana de Deus; c) a morte eterna é a eterna separação da alma e do corpo humanos de Deus.
2) Os grandes princípios da vida espiritual são: a contaminação pelo contato e a purificação pela separação (2Co 6:17);
3) O significado espiritual especial do Antítipo, Jesus Cristo. Este sacrifício nos ensina que a água não é suficiente para a purificação, e a novilha vermelha, um tipo de Cristo aponta para a purificação daquilo que foi contaminado (He 9:13-58; He 13 12:58; He 9:11-58).

20.12 Não crestes em mim para me santificardes. O comportamento acima não reflete a atitude de um homem que reflete o amor de Deus.

20.13 Águas de Meribá. Meribá quer dizer "Contenda"; apesar da rebelião do povo, Deus foi santificado pelo milagre, e foi glorificado.

20:14-21 O rei de Edom, descendente de Esaú, irmão de Jacó, quer impedir a marcha vitoriosa dos israelitas (Gn 10:21-31; 25:30). • N. Hom. O vigésimo capítulo nos ensina:
1) O perigo da incredulidade. A nova geração foi tão pecaminosa como a antiga, e mesmo depois de tudo aquilo que Deus fizera, não tinham fé nele;
2) O perigo da desobediência. Até os filhos de Deus podem errar, e Moisés aqui revelou uma falta da humildade que, normalmente era uma virtude que possuía. A parte mais triste disto foi a falsa impressão que deu da natureza de Deus, Assim o crente pode pecar até hoje; 3.) O perigo do desânimo. A recusa de Edom foi, sem dúvida, um golpe severo. Mas Davi já nos ensina a atitude correta em circunstâncias semelhantes: "Davi se reanimou no Senhor seu Deus" (1Sm 30:6);
4) O perigo da desconfiança. A vida de Arão foi marcada por uma grande fraqueza que causou sua derrota, não colocou Deus em primeiro lugar na sua vida. Sua falta de fidelidade (10) o deixou fora de Canaã (24).

20.24 A morte de Arão, irmão de Moisés e Sumo Sacerdote de Israel. Arão falou ao Faraó em nome de Moisés (Êx 4:30; 7:2, 9); sustentou os braços de Moisés (Êx 17:12); viu a glória do Senhor (Êx 24:1-10); pecou contra Deus ao fazer o bezerro de ouro (Êx 32); foi escolhido para fundar a família sacerdotal (Êx 28:40). Passou 40 anos como Sacerdote. O pacto de Deus com a família sacerdotal se descreve emNu 16:17. Seu pecado em Meribá (20,12) lhe, tirou o direito de entrar na Terra Prometida; Sua idade, ao morrer, se calcula em 123 anos. Na mesma hora, seu filho Eleazar tinha que prosseguir na obra sacerdotal; o povo chorou a sua morte (29).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Números Capítulo 20 do versículo 1 até o 29
VIII. DE CADES-BARNÉIA ATÉ A PLANÍCIE DE MOABE (20.1—22.1)

1) Cades, a morte de Miriã (20.1)
O povo chegou a Cades no deserto de Zim (v. 1; conforme 34.3,4) no primeiro mês. Em geral, presume-se que esse seja o primeiro mês do quadragésimo ano. O capítulo tem a fluência de uma sucessão de eventos que culminam na morte de Arão (v. 23-29), no quinto mês do quadragésimo ano (conforme 33.38). A omissão do ano provavelmente é acidental. Alguns eruditos têm argumentado, no entanto, que esse foi o primeiro mês do terceiro ano e que o v. 1 se refere à jornada Dt 12:16. Não há indicação alguma em 33:36-39 de que Cades foi o quartel-geral do povo por 38 anos.

Ela é mencionada simplesmente como uma das 42 etapas, e Dt 2:14 implica uma partida geral do povo de Gades no início do trigésimo oitavo ano. A referência a toda a comunidade (v. 1,22) é enfática (conforme 13 26:14-1) e pode indicar uma reunião da comunidade que havia se espalhado pelo deserto. O acampamento organizado talvez tenha sido constituído apenas pelos levitas. Cades ou “Cades-Barnéia” (conforme 34.4), originariamente En-Mispate, conforme Gn 14:7), era um poço, um povoado e uma região desértica (conforme Sl 29:8), aparentemente no nordeste da península do Sinai, na beira do deserto de Parã e de Zim. V. artigo “Kadesh” de K. A. Kitchen, em NBD. ficou: está em harmonia com um período mais breve ou mais longo que o povo passou em Cades.

Com base em 33.38, podemos concluir que foi três ou quatro meses. O luto por Miriã e a espera pela resposta do rei de Edom (v. 14) podem ter causado a demora. O texto não nos diz nada acerca das circunstâncias da morte de Miriã. Se o quadragésimo ano está em vista, ela deveria ter cerca de 130 anos de idade (conforme Êx 2:4 e Dt 34:7).


2)    A murmuração do povo (20:2-5)
v. 2. Não havia água\ não há menção de

falta de água durante a primeira parada em Gades. Pode ter havido agora uma falta temporária do suprimento, v. 3. quando os nossos irmãos caíram mortos perante o Senhor-, aparentemente a referência é àqueles que foram mortos na rebelião de Corá (caps. 16 e 17) “por meio da visitação do Senhor” (Knox).


3)    “Fale àquela rocha” (20:6-13)
Moisés e Arão retiraram-se da comunidade murmuradora e foram para a Tenda do Encontro, onde caíram no chão com o rosto em terra (conforme 14.5), e a glória do Senhor lhes apareceu (conforme 14.10). Moisés recebe a ordem de pegar a sua vara e falar à rocha, e ela verterá água (v. 8). No entanto, em vez de falar à rocha, Moisés bateu na rocha duas vezes com a vara (v. 11). Mesmo assim, a água jorrou, mas, por causa do seu pecado, Moisés e Arão não têm permissão para conduzir o povo para dentro da terra prometida (v. 12). Esse trecho deve ser comparado com o incidente em Êx 17:4-7, que ocorreu pouco depois de eles saírem do Egito. As semelhanças entre os dois eventos são muito menores do que as diferenças, e não há justificativa para considerá-los duplicação do mesmo evento. Não há nada de extraordinário no fato de haver uma nova ocorrência de falta de água no deserto (conforme Êx 15:22; Nu 21:4,Nu 21:5). Não há indicação de violência feita contra a rocha quando Moisés bateu nela. Moisés bateu na rocha com a vara com que bateu no Nilo (conforme Êx 17:5,6). É evidente que, quando transformou a água do Nilo em sangue, o que estava em questão não era a violência (conforme Êx 7:19,20). A razão de bater na rocha foi para que “o povo o reconhecesse novamente como o detentor de poderes sobrenaturais e miraculosos” (Keil). Não há nenhum paralelo verdadeiro com o incidente descrito por C. S. Jarvis, Yesterday and Today in Sinai (1931), p. 156, em que um sargento da Corporação Camelos do Sinai fez brotar água da rocha ao cavar furiosamente com a sua pá. A. Edersheim, Bible History, v. 1 (1875), p. 186-7, diz que parece estranho que Moisés tenha sido orientado a levar a vara se não iria usá-la, mas a vara era o símbolo do poder divino. Em Êx 17:6, Moisés bateu na rocha, mas nos v. 9-12 do mesmo capítulo ele simplesmente segurou a vara; a presença da vara protegia o povo de confundir a verdadeira fonte do milagre.

Paulo se refere a esses incidentes em 1Co 10:4. Alguns estudiosos têm sugerido que ele estava seguindo a tradição rabínica segundo a qual uma rocha literal estava seguindo o povo, mas Paulo fala de uma rocha espiritual e sobrenatural, i.e., Cristo. Se ele tinha a lenda rabínica em mente, aplicou-a à sua maneira.

No que consistiu o pecado de MoisésP A explicação é dada no v. 12 e em Sl 106:33. Ele não creu em Deus para honrar a santidade de Deus à vista dos israelitas. Parece que ele não acreditou que Deus faria um milagre sem que batesse na rocha e, assim, perdeu uma oportunidade maravilhosa de demonstrar a santidade de Deus; pois “a santidade de Javé é a sua supremacia, sua soberania, sua glória, a sua essência como Deus. Portanto, santificar Javé é afirmar, reconhecer ou destacar o seu ser como Deus, a sua glória e seu poder supremos, a sua reivindicação de ser soberano” (ISBE, artigo “Santificação”, p. 2.682). “Provocaram a ira de Deus junto às águas de Meribá; e, por causa deles, Moisés foi castigado; rebelaram-se contra o Espírito de Deus, e Moisés falou sem refletir” (Sl 106:32,Sl 106:33). Está claro que as palavras de Moisés foram irrefletidas. Ele não estava tão errado no que disse mas na forma em que falou. Se o povo não estava se rebelando exatamente nesse momento, estava perto disso; e ao dizer será que teremos que tirar água desta rocha para lhes dar? (v. 10) Moisés estava repetindo o que o Senhor havia dito a ele no v. 8, e o “nós” (sujeito de “teremos”) não é enfático. Parece que ele estava convicto de que Deus não lhes daria água, pois eles não a mereciam, e que, portanto, ele não estava honrando a Deus ao transmitir ao povo um conceito errado do caráter de Deus.

Apesar da desobediência de Moisés, a rocha forneceu água com fartura, e o Senhor manifestou a sua santidade entre eles (v. 13; cf. v. 12), mas Moisés e Arão foram proibidos de conduzir o povo para a terra prometida (v.

12), mostrando assim que a bênção nem sempre é prova da aprovação divina. “Por causa deles, Moisés foi castigado” (Sl 106:32; cf. Dt 1:37; Dt 3:26; Dt 4:21). “Se a incredulidade de Moisés tivesse ficado sem castigo, o povo teria endurecido o seu coração na sua própria transgressão. Por causa deles, portanto, era impossível deixar passar a situação” (Comentário de Dummelow). Não está claro em que consistiu a culpa de Arão. Evidentemente ele foi junto com Moisés, sem tentar interferir ou discordar.


4) Edom (20:14-21)

Israel havia recusado a oportunidade de invadir Canaã pelo sul, o caminho mais fácil e mais curto; assim, Deus o enviou pelo caminho mais longo em volta da terra pelo leste (Dt 2:1). Pediram a Edom que lhes permitisse passagem pela terra dele; conforme Dt 2:2-5, em que a proposta é atribuída à ordem divina, e Jz 11:17, em que se inclui Moabe, e Nm

21.21,22, em que mais tarde se faz um pedido semelhante a Seom, rei dos amorreus. Os edomitas eram descendentes de Esaú, o irmão de Jacó (conforme Gn 25:20-28; 33:1-17; Dt

23.7); daí o teu irmão Israel (v. 14). v. 16. um anjo\ conforme Êx 14:19; 23:20; 32:34, mas talvez “um mensageiro”, i.e., Moisés. Eles prometem não tomar água sem pagar por ela (v. 16,

19). “Em virtude da escassez de água no clima quente do Oriente, a prática da cobrança de taxas pelo uso de poços é universal” (Comentário de Jamieson). Eles irão pela estrada do rei (v. 17): “o nome dado à estrada direta que ia do golfo de Acaba para a Síria, a leste do mar Morto e do vale do Jordão. A rota foi usada entre os séculos 23 e XX a.C., sendo marcada ao longo de sua extensão por povoados da idade do bronze antigo” (D. J. Wiseman, em NBD). Edom, no entanto, foi avarento e negou passagem a eles.

Com base em Dt 2:4-5,Dt 2:29, parece que os edomitas, que rechaçaram os israelitas na fronteira ocidental, ficaram alarmados quando eles apareceram no seu lado oriental — e mais fraco — e até negociaram com eles. De acordo com Dt 2:5, os israelitas foram proibidos de lutar com os edomitas porque Javé tinha dado os “montes de Seir” como posse a Esaú, mas o rei provavelmente não saberia ou não acreditaria nisso.


5) A morte de Arão (20:22-29)

O povo veio ao monte Hor, onde Arão morreu (v. 28). As suas vestes sacerdotais (conforme Ex 28) foram colocadas por Moisés em Eleazar (cf. Lv 8:7-9), e ele morreu no alto do monte à vista de toda a comunidade (contraste com isso a morte de Moisés, Dt 34:0; Dt 34:8). Arão tinha 123 anos quando morreu (conforme 33.39). A sua morte contrasta com o “sacerdócio permanente” do nosso Senhor (conforme He 7:23,He 7:24). Dt 10:6 diz que ele morreu em Moserá (cf. “Moserote” em Nu 33:30). O monte Hor é um pico não identificado perto de Cades; o local tradicional próximo de Petra é impossível. v. 23. perto da fronteira de Edonr. talvez para distinguir esse monte do monte Hor ao norte em 34.8. v. 24. reunido aos seus antepassados'. conforme Gn 25:8,17; 35:29; 49:29,33; Nu 20:26; Nu 31:2. As palavras são uma sugestão de que há vida após a morte. Em 27.13, são usadas a respeito de Moisés, que foi enterrado isolado de outros túmulos, e, em Gn 49:33 e 50:1-6, existe clara distinção entre essa expressão e o enterro, vocês dois se rebelaram: a mesma acusação que Moisés havia feito contra o povo (v. 10).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Números Capítulo 20 do versículo 2 até o 13
b) O pecado de Moisés e Arão (Nm 20:2-13).

Com toda a justiça se considera Moisés como um dos mais retos e mais justos entre todos os seres de que a humanidade tem conhecimento. Mas, apesar dessa grandeza, que nunca devemos exagerar, era um homem, e, como tal, sujeito a fraquezas. Errou, e o seu pecado foi punido pelo Senhor, que o privou de ver realizado o seu maior desejo-a entrada na Terra da Promissão. Embora grande, Moisés se não tivesse tido a graça de Cristo, estaria perdido, digno mesmo duma condenação eterna. Mas Deus salvou-o, tal como salva todos aqueles que crêem em Cristo.

Este passo é um belo exemplo da objetividade da Bíblia, pois tanto frisa as fraquezas como as virtudes dos seus personagens. Vimos há pouco (Nu 12:3) como se realçou o atributo mais forte, isto é a mansidão de Moisés; agora vai ser sublinhada uma falta grave, precisamente contrária àquela virtude. Sejamos, pois, cuidadosos não só nos pontos de fraqueza mas também nos fortes para que Satanás não nos apanhe desprevenidos.

É fácil compreender como a falta de água levantou sério descontentamento entre o povo (2-5). Mas não seria já tempo de aprender a confiar em Deus, após tantas manifestações de Seu carinho e poder? Até Moisés e Arão acharam desnecessária e inoportuna aquela atitude. Por isso se prostraram e pouco depois a glória do Senhor lhes apareceu (6). Moisés recebe a ordem de tomar então a vara, reunir a congregação e falar à rocha (8). Tal como outrora (Ex 17), a água não faltaria.

>Nm 20:10

Nos vers. 10-11 vemos uma das passagens mais tristes da Bíblia. Narram o pecado de orgulho de Moisés, que chamou rebeldes aos israelitas, elevando-se à posição de Deus, mas esquecendo-se que "a ira do homem não opera a justiça de Deus". Talvez que o patriarca já se mostrasse cansado da longa série de acontecimentos, que puseram à prova a sua paciência. De qualquer forma manifestou não ter o espírito necessário para conduzir o povo à Terra Prometida. Embora Moisés e Arão fossem igualmente responsáveis por aquele gesto criminoso, é sobretudo o primeiro, por ser o chefe e o guia do povo, sobre quem recaem as censuras (12). O castigo do Senhor vai dar-se em Meribá, local que toma esse nome, à semelhança doutro, chamado Massá, onde se registara acontecimento semelhante (Êx 17:7). Para distinguir as duas localidades, a de Números é por vezes conhecida por Meribá de Cades (cfr. Nu 27:14; Dt 32:51).


Dicionário

Ali

advérbio Naquele lugar: vou te deixar ali, perto da igreja.
Naquele tempo; então: até ali estávamos bem, foi depois que nos separamos.
Num local conhecido ou já mencionado: deixe os guarda-chuvas ali.
Nessa situação, momento, pessoa; naquilo: ninguém disse mais nada, ali tem algo errado!
Gramática Quando usado com um pronome pessoal ou demonstrativo intensifica a relação de identificação ou de proximidade: põe isso ali, por favor.
Etimologia (origem da palavra ali). Do latim ad illic.

lá, acolá, aí, além. – Ali diz propriamente – “naquele lugar”, tanto à vista como no sítio de que se acaba de tratar. – Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 161 Lá significa – “naquele outro lugar”; isto é – no lugar que não é o em que me encontro eu presentemente e que está distante de mim, na parte oposta àquela em que estou. – Aí quer dizer – “nesse lugar”; isto é – no lugar em que se encontra a pessoa a quem nos dirigimos. – Acolá diz – “ali, naquele lugar que está à vista, mas que não é o que eu ocupo, nem o que está ocupando a pessoa com quem falo”. – Além significa – “mais para diante, do outro lado de um lugar ou um acidente à vista, ou mesmo não visível”.

Animais

2ª pess. pl. pres. ind. de animar
masc. e fem. pl. de animal
masc. pl. de animal

a·ni·mar -
(latim animo, -are, dar vida, soprar)
verbo transitivo

1. Dar animação a; dar vida a.

2. Figurado Dar aparência de vida a (algo que é material).

3. Dar alento, força, coragem. = ENCORAJAR, ESTIMULAR

4. Promover o desenvolvimento de. = FOMENTAR, FAVORECER

5. Imprimir movimento.

verbo pronominal

6. Cobrar ânimo, valor.

7. Infundir ânimo (um ao outro).

verbo intransitivo

8. [Moçambique, Informal] Ser bom (ex.: a massala anima).


a·ni·mal
(latim animal, -alis)
nome masculino

1. [Biologia] Ser vivo multicelular, com capacidade de locomoção e de resposta a estímulos, que se nutre de outros seres vivos.

2. Ser vivo irracional, por oposição ao homem (ex.: animal doméstico; animal selvagem). = ALIMÁRIA

3. [Depreciativo] Pessoa bruta, estúpida ou grosseira. = ALIMÁRIA

adjectivo de dois géneros
adjetivo de dois géneros

4. Relativo a ou próprio de animal, geralmente por oposição às plantas ou aos minerais (ex.: gordura animal; instinto animal; reino animal).

5. Figurado Que é relativo à sensualidade ou à lascívia. = CARNAL, FÍSICO, LASCIVO, LÚBRICO, LIBIDINOSO, SENSUAL, VOLUPTUOSOCASTO, ESPIRITUAL


animal de companhia
O mesmo que animal de estimação.

animal de estimação
Animal que se considera pertencer a um ou mais seres humanos, vivendo dentro de casa ou em dependências desta, mantendo geralmente com eles uma relação de companhia, interacção, dependência ou afeição.

animal de tiro
Animal usado para puxar um veículo.

animal doméstico
Animal que vive ou é criado dentro de casa ou em dependências desta.


Congregação

substantivo feminino Ação de congregar, de reunir em assembléia.
Confraria formada por pessoas piedosas, sob invocação de um santo.
Instituição religiosa.
Assembléia de prelados incumbidos de examinar certos assuntos na Cúria Romana.
Conjunto dos professores titulares de um estabelecimento de ensino.

Esta palavra é mui freqüentemente aplicada a todo o povo hebreu, como sendo ele uma comunidade religiosa (Êx 12:3, etc – Lv 4:13, etc. – Nm 1:2, etc,). Antes da instituição da monarquia, o parlamento da congregação constava do chefe ou pai de cada casa, família e tribo. os delegados tinham o nome de anciãos ou príncipes – exerciam direitos soberanos – e o povo achava-se ligado aos atos desses magistrados, ainda mesmo quando os desaprovava (Js 9:18). outra palavra hebraica se emprega a respeito de uma assembléia, convocada para qualquer fim especial, como, por exemplo, a que se realizava por ocasião de uma das grandes festividades (1 Rs 8.65 – 2 Cr 7.8 – 30.13). Há, ainda, uma terceira palavra hebraica que aparece várias vezes em certas frases. Assim traduzidas: tenda da congregação, tabernáculo do testemunho etc.

Congregação
1) Israel considerado como povo ou nação (Ex 12:3).

2) O povo reunido, especialmente para fins religiosos (1Rs 8:14); (He 10:25,RC).

Deserto

Deserto Local pouco habitado, formado por rochas calcáreas e não por areia (Lc 15:4). Foi nas proximidades do deserto da Judéia que João Batista pregou. Jesus identificou-o como morada dos demônios (Mt 12:43) e nele experimentou as tentações (Mt 4:1ss.). Às vezes, Jesus refugiava-se no deserto em busca de solidão (Mc 1:35.45; Lc 4:42; 5,16; 6,32,35) e nele alimentou as multidões (Mt 14:13-21; Mc 6:32-44; Lc 9:10-17).

Deserto Terras extensas e secas, com poucas árvores e pouco capim, onde não mora ninguém. Nessas terras vivem animais ferozes (24:5); (Mt 3:1). Equivale mais ou menos a “sertão”.

ermo, solidão (soidão, soledade), retiro, isolamento (desolamento), recanto, descampado. – Deserto é “o lugar despovoado, sem cultura, como abandonado da ação ou do bulício humano”. – Ermo acrescenta à noção de deserto a ideia de silêncio, tristeza e desolamento. Uma família, uma multidão pode ir viver no deserto; o anacoreta fica no seu ermo. – Solidão é “o lugar afastado do mundo, e onde se pode ficar só, como separado dos outros homens”. – Soidão é forma sincopada de solidão; mas parece acrescentar a esta a ideia de desamparo, do horror que causa o abismo, a solidão temerosa. Entre solidão e soledade há diferença que se não pode esquecer. Antes de tudo, soledade é mais propriamente a qualidade do que está só, do solitário, do que lugar ermo. Tomando-a, no entanto, como lugar ermo, a soledade sugere ideia da tristeza, da pena, da saudade com que se está na solidão. Dizemos, por exemplo – “a soledade da jovem viúva” – (caso em que não se aplicaria solidão, pelo menos nem sempre). – Retiro é “o lugar afastado onde alguém se recolhe e como se refugia do ruído e agitação do mundo”. – Isolamento é o lugar onde se fica separado da coletividade, fora de relações com os outros homens. A mesma diferença que notamos entre solidão e soledade pode assinalar-se entre isolamento e desolamento. No seu isolamento nem sempre se há de alguém sentir desolado (isto é – só, abandonado em sua mágoa); assim como nem sempre no seu desolamento há de estar de todo isolado (isto é – afastado dos outros homens). – Recanto é “o sítio retirado, fora das vistas de todos, longe do movimento geral da estância de que o recanto é uma parte quase oculta e escusa”. – Descampado significa “paragem, mais ou menos extensa, ampla, aberta, despovoada e inculta”. Propriamente só de deserto, solidão e ermo é que pode ser considerado como sinônimo. 350 Rocha Pombo

solitário, despovoado, ermo, desabitado. – Dizemos – paragens desertas – para exprimir que estão como abandonadas; e dizemos – paragens ermas – para significar que, além de abandonadas, são paragens sombrias, onde a quietude e o desolamento nos apertam a alma. – Estância solitária é aquela que não é procurada, ou frequentada pelos homens. Pode admitir-se até no meio da cidade uma habitação solitária ou deserta; não – erma, pois que esta palavra sugere ideia de afastamento, desolação. – Despovoado e desabitado dizem propriamente “sem moradores”, sem mais ideia acessória. Quando muito, dizemos que é ou está despovoado o lugar “onde não há povoação”; e desabitado o lugar “que não é habitualmente frequentado”.

A simples idéia de deserto, significando uma vasta extensão de areia, sem árvores e água, não se deve ligar à palavra, conforme empregada na Bíblia. os israelitas não tinham conhecimento de semelhante deserto, quer nas viagens, quer na sua existência fixa. Nos livros históricos da Bíblia, a palavra ‘deserto’ significa o vale do Jordão, o do mar Morto, e aquela região que fica ao sul do mar Morto. Nestes sítios, nos dias de prosperidade da Palestina, crescia a palmeira, o bálsamo, a cana-de-açúcar, podendo admirar-se ali uma forte e bela vegetação. Nos livros proféticos e poéticos o deserto tem já a significação de território seco pela ação do excessivo calor, ainda que, no livro de Ez 47:8, se compreende o vale do Jordão. A palavra traduzida por ‘deserto’ em Êx 3:1 – 5.3 – 19.2, e em Nm 33:16, teria melhor versão, dizendo-se ‘terra de pasto’. os israelitas levavam consigo rebanhos e manadas durante todo o tempo da sua passagem para a Terra da Promissão. A mesma significação em 24:5, is 21:1, Jr 25:24.

substantivo masculino Região árida, coberta por um manto de areia, com um índice anual de baixíssima precipitação de água, caracterizada pela escassez de vegetação, dias muito quentes, noites muito frias, e ventos muito fortes.
[Biologia] Bioma com essas características, definido pela falta de diversidade de flora e fauna, baixíssimo índice de precipitação de água, calor exagerado, dias quentes e noites frias etc.
Características dos lugares ermos, desabitados, sem pessoas.
Ausência completa de alguma coisa; solidão: minha vida é um deserto de alegria.
adjetivo Que é desabitado: ilha deserta.
Pouco frequentado; vazio: rua deserta.
De caráter solitário; abandonado.
expressão Pregar no deserto. Falar algo para alguém.
Etimologia (origem da palavra deserto). Do latim desertum.

Morrer

verbo intransitivo Cessar de viver, perder todo o movimento vital, falecer.
Figurado Experimentar uma forte sensação (moral ou física) intensamente desagradável; sofrer muito: ele parece morrer de tristeza.
Cessar, extinguir-se (falando das coisas morais).
Diz-se de um som que pouco se vai esvaecendo até extinguir-se de todo.
Desmerecer, perder o brilho; tornar-se menos vivo (falando de cores).
Aniquilar-se, deixar de ser ou de ter existência.

Senhor

substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
Pessoa nobre, de alta consideração.
Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
Pessoa distinta: senhor da sociedade.
Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
Antigo O marido em relação à esposa.
adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

[...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


Senhor
1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
בּוֹא קָהָל יְהוָה מִדְבָּר מוּת בְּעִיר
Números 20: 4 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Por que trouxestesH935 בּוֹאH935 H8689 a congregaçãoH6951 קָהָלH6951 do SENHORH3068 יְהוָהH3068 a este desertoH4057 מִדְבָּרH4057, para morrermosH4191 מוּתH4191 H8800 aí, nós e os nossos animaisH1165 בְּעִירH1165?
Números 20: 4 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

1407 a.C.
H1165
bᵉʻîyr
בְּעִיר
()
H2088
zeh
זֶה
Esse
(This)
Pronome
H3068
Yᵉhôvâh
יְהֹוָה
o Senhor
(the LORD)
Substantivo
H4057
midbâr
מִדְבָּר
deserto
(the wilderness)
Substantivo
H4100
mâh
מָה
o que / aquilo
(what)
Pronome
H413
ʼêl
אֵל
até
(unto)
Prepostos
H4191
mûwth
מוּת
morrer, matar, executar
(surely)
Verbo
H587
ʼănachnûw
אֲנַחְנוּ
nós
(we)
Pronome
H6951
qâhâl
קָהָל
assembléia, companhia, congregação, convocação
(a multitude)
Substantivo
H8033
shâm
שָׁם
lá / ali
(there)
Advérbio
H853
ʼêth
אֵת
-
( - )
Acusativo
H935
bôwʼ
בֹּוא
ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
(and brought [them])
Verbo


בְּעִיר


(H1165)
bᵉʻîyr (beh-ere')

01165 בעיר b e ̂ iyr̀

procedente de 1197 (no sentido de comer); DITAT - 264a; n m col

  1. animais, gado

זֶה


(H2088)
zeh (zeh)

02088 זה zeh

uma palavra primitiva; DITAT - 528; pron demons

  1. este, esta, isto, aqui, qual, este...aquele, esta...esta outra, tal
    1. (sozinho)
      1. este, esta, isto
      2. este...aquele, esta...esta outra, outra, outro
    2. (aposto ao subst)
      1. este, esta, isto
    3. (como predicado)
      1. este, esta, isto, tal
    4. (encliticamente)
      1. então
      2. quem, a quem
      3. como agora, o que agora
      4. o que agora
      5. pelo que
      6. eis aqui
      7. imediatamente
      8. agora, agora mesmo
    5. (poético)
      1. onde, qual, aqueles que
    6. (com prefixos)
      1. neste (lugar), então
      2. nestas condições, por este meio, com a condição que, por, através deste, por esta causa, desta maneira
      3. assim e assim
      4. como segue, coisas tais como estes, de acordo com, com efeito da mesma maneira, assim e assim
      5. daqui, portanto, por um lado...por outro lado
      6. por este motivo
      7. Apesar disso, qual, donde, como

יְהֹוָה


(H3068)
Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

03068 יהוה Y ehovaĥ

procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

  1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
    1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

מִדְבָּר


(H4057)
midbâr (mid-bawr')

04057 מדבר midbar

procedente de 1696 no sentido de conduzir; DITAT - 399k,399L; n m

  1. deserto
    1. pasto
    2. terra inabitada, deserto
    3. grandes regiões desérticas (ao redor de cidades)
    4. deserto (fig.)
  2. boca
    1. boca (como órgão da fala)

מָה


(H4100)
mâh (maw)

04100 מה mah ou מה mah ou ם ma ou ם ma também מה meh

uma partícula primitiva, grego 2982 λαμα; DITAT - 1149 pron interr

  1. o que, como, de que tipo
    1. (interrogativa)
      1. o que?
      2. de que tipo
      3. que? (retórico)
      4. qualquer um, tudo que, que
    2. (advérbio)
      1. como, como assim
      2. por que
      3. como! (exclamação)
    3. (com prep)
      1. em que?, pelo que?, com que?, de que maneira?
      2. por causa de que?
      3. semelhante a que?
        1. quanto?, quantos?, com qual freqüência?
        2. por quanto tempo?
      4. por qual razão?, por que?, para qual propósito?
      5. até quando?, quanto tempo?, sobre que?, por que? pron indef
  2. nada, o que, aquilo que

אֵל


(H413)
ʼêl (ale)

0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

partícula primitiva; DITAT - 91; prep

  1. para, em direção a, para a (de movimento)
  2. para dentro de (já atravessando o limite)
    1. no meio de
  3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
  4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
  5. em adição a, a
  6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
  7. de acordo com (regra ou padrão)
  8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
  9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

מוּת


(H4191)
mûwth (mooth)

04191 מות muwth

uma raiz primitiva; DITAT - 1169; v

  1. morrer, matar, executar
    1. (Qal)
      1. morrer
      2. morrer (como penalidade), ser levado à morte
      3. morrer, perecer (referindo-se a uma nação)
      4. morrer prematuramente (por negligência de conduta moral sábia)
    2. (Polel) matar, executar, despachar
    3. (Hifil) matar, executar
    4. (Hofal)
      1. ser morto, ser levado à morte
        1. morrer prematuramente

אֲנַחְנוּ


(H587)
ʼănachnûw (an-akh'-noo)

0587 אנחנו ’anachnuw

aparentemente procedente de 595; DITAT - 128; pron pess

  1. nós (primeira pess. pl. - normalmente usada para ênfase)

קָהָל


(H6951)
qâhâl (kaw-hawl')

06951 קהל qahal

procedente de 6950; DITAT - 1991a; n. m.

  1. assembléia, companhia, congregação, convocação
    1. assembléia
      1. para mau conselho, guerra ou invasão, propósitos religiosos
    2. companhia (de exilados que retornavam)
    3. congregação
      1. como um corpo organizado

שָׁם


(H8033)
shâm (shawm)

08033 שם sham

uma partícula primitiva [procedente do pronome relativo, 834]; lá (transferindo para tempo) então; DITAT - 2404; adv

  1. lá, para lá
    1. para lá (depois de verbos de movimento)
    2. daquele lugar, de lá
    3. então (como um advérbio de tempo)

אֵת


(H853)
ʼêth (ayth)

0853 את ’eth

aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

  1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo

בֹּוא


(H935)
bôwʼ (bo)

0935 בוא bow’

uma raiz primitiva; DITAT - 212; v

  1. ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
    1. (Qal)
      1. entrar, vir para dentro
      2. vir
        1. vir com
        2. vir sobre, cair sobre, atacar (inimigo)
        3. suceder
      3. alcançar
      4. ser enumerado
      5. ir
    2. (Hifil)
      1. guiar
      2. carregar
      3. trazer, fazer vir, juntar, causar vir, aproximar, trazer contra, trazer sobre
      4. fazer suceder
    3. (Hofal)
      1. ser trazido, trazido para dentro
      2. ser introduzido, ser colocado