Enciclopédia de Romanos 7:23-23

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

rm 7: 23

Versão Versículo
ARA mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.
ARC Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
TB mas vejo uma lei diferente nos meus membros, guerreando a lei do meu espírito e fazendo-me preso na lei do pecado, a qual está nos meus membros.
BGB βλέπω δὲ ἕτερον νόμον ἐν τοῖς μέλεσίν μου ἀντιστρατευόμενον τῷ νόμῳ τοῦ νοός μου καὶ αἰχμαλωτίζοντά με ⸀ἐν τῷ νόμῳ τῆς ἁμαρτίας τῷ ὄντι ἐν τοῖς μέλεσίν μου.
BKJ mas eu vejo outra lei nos meus membros, guerreando contra a lei da minha mente, e me trazendo cativo debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
LTT Vejo ①, porém, uma lei de- diferente- natureza, nos meus membros, batalhando contra a lei do meu entendimento e me levando cativo ① para a lei do pecado, aquela estando nos meus membros.
BJ2 mas percebo outra lei em meus membros, que peleja contra a lei da minha razão e que me acorrenta à lei do pecado que existe em meus membros.
VULG video autem aliam legem in membris meis, repugnantem legi mentis meæ, et captivantem me in lege peccati, quæ est in membris meis.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Romanos 7:23

Salmos 142:7 Tira a minha alma da prisão, para que louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me fizeste bem.
Eclesiastes 7:20 Na verdade, não há homem justo sobre a terra, que faça bem e nunca peque.
Romanos 6:13 nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
Romanos 6:19 Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.
Romanos 7:5 Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.
Romanos 7:14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.
Romanos 7:21 Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.
Romanos 7:25 Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do pecado.
Romanos 8:2 Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
Gálatas 5:17 Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis.
I Timóteo 6:11 Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.
II Timóteo 2:25 instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade
Hebreus 12:4 Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado.
Tiago 3:2 Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o corpo.
Tiago 4:1 Donde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura, não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?
I Pedro 2:11 Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma,

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
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Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

rm 7:23
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Romanos Capítulo 7 do versículo 1 até o 25
b) A santificação por meio da morte para a lei (Rm 7:1-25). A presente discussão se relaciona com o que Paulo disse em Rm 6:14, que o cristão não está "debaixo da lei, mas debaixo da graça". O texto que se seguiu em 6:15-23 tratou de uma objeção. Então nós vamos pecar, uma vez que não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? A respos-ta de Paulo a esta pergunta empregou a analogia da escravidão. É impensável que o cristão peque, disse o apóstolo, pois a sua vida agora deve ser vivida sob a nova ordem da obediência. O cristão é um escravo da "obediência à justiça", da mesma forma como ele antes tinha sido um escravo "da morte, pelo pecado". Na verdade, somente o ho-mem que foi libertado do pecado pode servir a Deus com obediência. Uma vez que ele está sujeito à justiça de Deus (e não à sua própria), ele pode servir a Deus de maneira proveitosa, e ver a santificação e a vida eterna que resultam do seu serviço. Agora, nesta seção, Paulo apresenta uma nova analogia, a do casamento, para provar, subs-tancialmente, o mesmo ponto.'


1) Liberdade do domínio da lei
(Rm 7:1-6). Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? (1) A primeira frase, Não sabeis vós (e agnoeite), quer dizer: "Com certeza vocês sabem disto — que o domínio da lei foi substituído pelo da graça. Ou vocês precisam ser avisados que a morte acaba com as exigências da lei, e portanto a revelação da lei foi interrompida com a morte de Cristo?" A sentença entre parênteses é Ginoskousi gar nomon lalo, que traduzida literalmente quer dizer: "Eu estou falando com aqueles que têm conhecimento da lei". A ausência do artigo parece mostrar que aqui não se faz referência nem à lei mosaica nem à romana, mas sim a um princípio geral de todas as leis -que a morte zera todas as contagens, e que um homem morto não está mais sujeito a um processo legal.' Os irmãos, portanto, são os irmãos cristãos, e não os judeus que esta-vam sob a lei de Moisés.

A analogia ao casamento está nos versículos 2:3. Porque a mulher que está su-jeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o mari-do, está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for doutro marido; mas, morto o marido, livre está da lei e assim não será adúltera se for doutro marido. Do mesmo modo que alguns intérpretes, Knox chama este exemplo de "estranho" e "confuso"." No entanto, a indicação da sua consistência é encontrada em 6.6, no conceito do "velho homem" que morre para o pecado com Cristo; ao mesmo tempo a sua morte é para a lei (cf. Gl 2:19-21). Nos dois exemplos, a morte do velho homem é seguida pela ressurreição do novo homem. "O 'ser' do homem é duplo; existe um 'velho ser' e um 'novo ser', ou melhor, o 'ser' é sempre o mesmo, mas passa por diferentes estágios, ou fases".' Tendo isto em mente, descobrimos que Paulo está usando uma metáfora coerente:
a) A mulher é o ser verdadeiro, o ego, que está permanentemente em transição; b) o (primeiro) marido é a nossa antiga situação, com Adão; c) a lei do marido é a lei do Antigo Testamento, que condena aquele estado anti-go; d) o novo casamento é a nova união com Cristo, de que o cristão desfruta.

"O homem vivo a quem Paulo se refere em 2a, que portanto está sujeito à lei, é homem 'na carne' (7.5), que portanto vive como 'o homem velho' (6.6). Sem dúvida, a lei se aplica a ele e o restringe: a 'lei do pecado e da morte' (8.2), a única lei com a qual, de acordo com a pergunta que ele deve responder, Paulo está preocupado".' É a lei que, de acordo com Rm 7:5, operava em nossos membros como infiéis para darem fruto para a morte. Enquanto o homem velho viver, e sob qualquer circunstância, a sua vida estará sujeita a essa lei. "Em outras palavras, enquanto nós (o marido) vivermos na carne como aquele velho homem, nós (a esposa) seremos governados pela lei, que o restringe, e por-tanto também a nós".

A morte do marido no versículo 2 é a morte do "nosso velho homem" em Cristo, e com ele. Quando morremos com Cristo para o pecado (como descrito em 6:2-6), fomos livres da lei do marido, isto é, "a lei do pecado e da morte" (cf. 8.2). De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for doutro marido. "Em outras pala-vras, sem a morte do velho homem, qualquer tentativa de libertar-se da lei do pecado e da morte, qualquer tentativa para escapar ao pecado e à morte, só poderá resultar que o nosso ser, mais do que nunca, seja condenado pelo pecado e sentenciado à morte por aquela mesma lei".3" O que quer que consigamos realizar neste sentido não será nada além do que o Antigo Testamento chama de adultério contra Deus — "todo tipo de idola-tria e todo tipo de confiança nas nossas próprias obras, pecado, que não expele o pecado, mas o traz à perfeição e que somente consegue tornar a nossa sentença de morte irrevogável".' Mas com a morte do marido — isto é, a morte de Cristo e a nossa morte com Ele — ela livre está da lei e assim não será adúltera se for doutro marido (o Cristo vivo). Sob a lei nós estávamos unidos com o pecado; quando morremos em Cristo e com Cristo no Calvário, fomos libertados da lei, "a lei do pecado e da morte"; ao ressus-citar com Cristo para a novidade de vida, fomos unidos a Ele em um novo laço de fé e de amor. Isto é precisamente o que Paulo diz no versículo seguinte.

Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus (4). O corpo de Cristo aqui é o corpo de Jesus que foi levado à morte na Cruz; naquele corpo, e com aquele corpo, eu morri, potencial-mente quando Ele morreu, e verdadeiramente quando eu me identifiquei com a sua mor-te através da fé. Mas a minha morte foi simplesmente um prelúdio ao meu ressuscitar de entre os mortos, para que eu pudesse me tornar uma parte da igreja, a nova noiva de Cristo. E como o antigo casamento dava fruto para a morte (v. 5; cf. Gl 5:19-21), a nova união dá fruto para Deus (v. 4; cf. Gl 5:22-23). "Mas, agora, fomos libertados da Lei, e morremos para aquela que nos restringia, de modo que servimos na novidade do Espírito e não na velhice da lei" (6, NASB). "Estar restringido pela lei significa cativeiro; estar restringido pelo Cristo vivo significa liberdade. Existe uma escravidão na lei, po-rém há liberdade no Espírito Santo".' Esta é a novidade do Espírito, estar restringido por aquele "cujo serviço é a liberdade perfeita".

A metáfora aparentemente "estranha" e "confusa" de Paulo acaba sendo um resumo convincente de toda a questão da lei e do pecado, de Cristo e da santidade. Mas ela levanta intensamente uma nova pergunta que exige uma resposta. Com esta nova per-gunta se inicia a próxima seção.


2) A função da lei (Rm 7:7-13). Que diremos, pois? (7), em vista da posição anterior -em vista do elo misterioso entre o pecado, a lei e a morte? Paulo acaba de demonstrar que ser libertado de um é simultaneamente uma libertação dos outros, e que, da mesma maneira, a libertação de um só pode ocorrer se também houver a libertação dos outros dois. Isto gera uma pergunta séria. É a lei pecado? Uma vez que sob a lei "as paixões dos pecados" (5) se agitavam, e o "fruto" disto é a morte, será que a lei propriamente dita é um poder oposto a Deus? De modo nenhum! (me genoito, "Deus nos livre!"). Paulo explica: Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência (epithymian, todo tipo de desejo ilícito'), se a lei não dissesse: Não cobiçarás (ouk epithymeseis, 7).348 Compare Rm 3:20-4.15; 5.13. A rebelião interior contra o Criador, por meio da qual o ser usurpa o lugar de Deus como a finalidade da vida, está em todas as partes; e em todas as partes existe luz suficiente para fazer tal rebelião responsável e censurável (cf. Rm 1:19-20; 2:14-15). Mas sobre onde a lei — o manda-mento explícito do Deus vivo — existe, o pecado pode emergir numa forma perceptível e mensurável. A lei transforma o pecado em transgressão. No entanto, isto não esgota o que Paulo quer dizer aqui. "'Conhecer o pecado' não significa simplesmente perceber a sua existência, mas senti-la. A lei não é simplesmente um reagente pelo qual se pode detectar a presença do pecado; é um catalisador que ajuda e até mesmo inicia a ação do pecado sobre o homem".' A lei insufla o desejo ilícito. Este desejo é "precisamente aque-la exaltação do ego que nós vimos que é a essência do pecado" (veja os comentários sobre 1:19-23). Mas a lei de Deus diz Não cobiçarás. Você não viverá sob a lei do desejo ilícito, mas: "amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder" (Dt 6:5). A lei ordena a nossa completa devoção a Deus.

Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim toda a concupiscência (8). Aqui o pecado aparece na forma da serpente no Jardim. "Então, a serpente disse à mulher: 'Certamente não morrereis... sereis como Deus' " (Gn 3:4-5, RSV). Assim o desejo mau foi concebido no coração do homem o orgulho, a auto-exaltação, o perverso desejo de imitar a Deus no seu poder. Concupiscência aqui traduz a palavra epithymia (cf. v. 7), que é o desejo presunçoso da auto-exaltação (cf. Is 14:12-14). O peca-do remove a Deus do trono e exalta a criatura. Tomando ocasião (aphormen labousa, "dando início" ou "encontrando algo em que se firmar") pelo mandamento significa que o pecado "encontrou um centro de operações na proibição de Deus".' A lei dá ao pecado a oportunidade que ele deseja. Como disse uma garotinha: "Os Dez mandamentos en-chem as nossas cabeças de idéias!"

Nos versículos 8:9, Paulo parece estar descrevendo uma infância feliz: porquan-to, sem a lei, estava morto — inerte, sem vida — o pecado. E eu, nalgum tempo, vivia sem lei. Dodd faz uma observação interessante sobre isto: " 'Eu vivia a minha própria vida, sem a lei' [nós dizemos, ao olharmos para trás, para a nossa infância]: nada poderia ser colocado diante de nós mais eficazmente do que o pequeno menino saudável, que a cada dia descobre novos poderes em si mesmo, novas oportunidades para diversão e engano; Nós falamos da 'idade da inocência', mas o pequeno inocente na verdade é ambicioso, perturbador, briguento, completamente sem consideração pe-los direitos e conveniências das demais pessoas. Mas o pecado nunca é considerado na ausência da ler.'" Isto equivale a dizer que durante o período da nossa inocente infân-cia o pecado está presente, embora não ativo na dimensão divina. Nós nascemos "cur-vados sobre nós mesmos" (Lutero). O egocentrismo é uma compulsão da nossa nature-za. Então Paulo prossegue: mas, vindo o mandamento, reviveu (anezesen, "nasceu para a vida", Moffatt) o pecado, e eu morri — exatamente como Deus tinha avisado (Gn 2:17). Esta morte não é física; é uma morte espiritual: a orgulhosa separação do ser do senhorio de Deus, com o julgamento resultante de Deus e o sentido de desavença, culpa e solidão (veja Gn 3:7-10).

É preciso agora fazer a pergunta: Em Rm 7:7-25, onde Paulo usa a primeira pessoa do singular, trata-se da sua autobiografia espiritual, ou ele usa estas palavras simplesmen-te como um recurso literário? A opinião dos estudiosos está dividida a este respeito, mas é praticamente impossível escapar à convicção de que Paulo está chegando a conclusões a partir da sua própria experiência'', embora ele certamente esteja usando isto como uma base para generalizar toda a questão da lei, do pecado e da graça. Por exemplo, em Rm 8:1-4 ele passa de "eu" para "nós", e em Rm 8:5-8 ele usa "eles" para depois passar para "vós" em 8.9. Mais tarde, Rm 8, ele mescla todas as quatro pessoas (começando no versículo 16). Quando o apóstolo diz... mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri, ele provavelmente estava se referindo ao seu Bar Mitzvah. Aos 13 anos de idade, como os demais garotos judeus, ele se tornou um "Filho do Mandamento" e assu-miu uma responsabilidade perante a lei de Deus. Naquele momento, na experiência de Paulo, ele ouviu, na profundeza da sua consciência, o "Não farás..." de Deus; depois dis-so, algo dentro dele se alegrou "Eu farei!". "O pecado reviveu, e eu morri" (NASB). Quan-do voltamos ao relato de Gênesis 3, tudo o que nós precisamos acrescentar é a referência à correta advertência: "No dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2:17). Mas isto é mais do que a confissão de Paulo: é a autobiografia de todos os homens. "Por-que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3:23). Esta é a experiência de todas as pessoas, quando se ultrapassa o limiar da responsabilidade moral.' A única exceção a esta regra foi Jesus Cristo, o segundo Adão.

O processo pode ser resumido da seguinte maneira: e o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte (10). O pecado perverte a lei de Deus, tornando-a a "lei do pecado e da morte" (cf. Rm 8:2). Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou e, por ele, me matou (11). O relato da queda ainda está no cenário do pensamento de Paulo. O pecado engana ao prometer poder, prazer, e sabedoria (cf. Gn 3:5-6). Tudo o que ele realmente pode oferecer, contudo, é a morte.

Tendo dito isto, Paulo continua absolvendo a lei da acusação de culpa. Assim, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom (12). É santa porque "ela nasce da natureza santa de Deus, e participa dela".' Wesley escreve em outra parte: "Que Deus proíba que nós suponhamos que ela é a causa do pecado, porque ela é o que descobre o pecado; porque ela detecta as coisas ocultas na escuridão, e as arrasta à luz do dia". Além disso, a lei é justa. "Ela confere a cada um o que lhe é devido. Ela prescreve exatamente o que é certo, precisamente o que deve ser feito, dito ou pensado, com respeito ao Autor do nosso ser, com respeito a nós mesmos e com respeito a todas as criaturas que Ele criou. Ela se adapta, sob todos os pontos de vista, à natureza das coisas, a todo o universo, e a todos os indivíduos".

Isto equivale a dizer que a lei descreve os relacionamentos corretos. Uma vez que a lei vem de Deus, que nos criou, ela estabelece as únicas condições sob as quais a vida pode ser completamente satisfeita. Assim, ela é um indicador da própria estrutura da realidade.

Finalmente, a lei é boa. Ela não só nasce da bondade de Deus, mas é boa no sentido de que está perfeitamente adaptada às necessidades humanas. "A lei propriamente dita é justa, e preenche a alma com uma paz que ultrapassa a compreensão, e faz com que nos regozije-mos ainda mais no testemunho de uma boa consciência com respeito a Deus". Na vida de um homem completamente santificado, a lei é vista sob esta luz, para que ele possa dizer com o salmista: "Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração" (cf. Sl 19:8-11).

Adicionalmente, ao invés de colocar esta lei de lado, o evangelho a proclama. Barth afirma que "a Lei é (Rm 3:21) a confirmação do evangelho, a forma, a concha na qual o evangelho chega até nós, homens. Como poderia vir o evangelho até nós a não ser na forma de exortação, de advertência, de instrução, de decreto, de mandamento e de proi-bição?... Como uma forma do evangelho, longe de ser pecado, a Lei é a forma na qual se revela a graça de Deus. E assim é sagrada, e o que ela ordena — cada um dos seus man-damentos — é santo e justo e bom".

No versículo 13, Paulo pergunta: Logo, tornou-se-me o bom em morte? Ele responde: De modo nenhum! Mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem, a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno. Chama a atenção que a lei (e o evangelho, na forma da lei) "é proclamada no campo do pecado. Ela é dada ao homem pecador. Devido a esse domínio do pecado, nos seus olhos, ouvidos e mãos, ela se torna aquela outra lei da qual ele precisa ser libertado, e da qual ele na verdade é libertado "pela fé em Cristo (cf. vv. 1-
4) 3" A lei, ordenando a minha completa devoção a Deus (Dt 6:4-5; Mt 22:35-40; cf. Mt

5,17) simplesmente intensifica a minha condição de pecador. Ela ordena aquilo que eu, como um homem pecador, nunca poderei cumprir. Mesmo que eu possa ter sucesso em me disciplinar até o ponto em que seja correto e moralmente justo, eu apenas aperfeiçoarei o meu pecado para a justiça própria e para o orgulho espiritual, que é o pecado mais perfeito. Assim, o sagrado mandamento de Deus torna o meu pecado... excessivamen-te maligno. Ele me deixa desamparado na minha Torre de Babel.'


3) A futilidade da lei (Rm 7:14-25). Paulo coloca os dois fatos complementares lado a lado no versículo 14. Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou car-nal, vendido sob o pecado. A lei é espiritual (pneumatikos, "como o Maná e a Água da Pedra eram 'espirituais' ", 1 Co 10.3,4), no sentido de ser 'causada pelo Espírito', ou `dada pelo Espírito', com a conotação adicional de que o caráter da lei corresponde à sua origem.'" Mas eu sou carnal (sarkinos, "feito de carne e sangue", 1 Co 3.1), e, como tal, moralmente impotente perante as tentações. Veja os comentários sobre 5.12).3" Vendi-do sob o pecado expressa a idéia de escravidão. Barrett traduz: "Eu sou um homem de carne, vendido como um escravo para estar sob o poder do pecado".' Porque o que faço, não o aprovo (ou ginosko, "eu não entendo", NASB; 15). A versão RSV o traduz como "eu não entendo as minhas próprias ações". Paulo a seguir explica: pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço. "O meu próprio comportamento me confunde. Pois eu me encontro fazendo não o que eu realmente gosto de fazer, mas o que eu realmente detesto" (Phillips). Qualquer pessoa moralmente sensível entende Paulo. Ovídio é freqüentemente citado com relação a isto:

A minha razão sobre isto, a minha paixão em relação àquilo, me persuadem. Vejo o certo, e também o aprovo.

Odeio o errado, e ainda assim o persigo."'

As palavras de Epicteto são ainda mais próximas das de Paulo: "O que ele quer, não faz; e o que ele não quer, é o que faz"." E um poeta moderno confessa:

Eu gosto, não gosto, lamento pelo que não pude;

Eu faço, desfaço; mas ainda faço o que não deveria,

E, no mesmo instante, desejo aquilo que não deveria desejar — Francis Quarles

Surge um novo tema quando Paulo escreve: E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa (16). "Encontramos um homem em uma condição de rebelião contra Deus, e sob uma sentença de morte. Nesta situação infeliz, a lei não deve ser culpada. Mas parece que nem 'eu' sou culpado, pois concordo com a lei, e desaprovo os pecados que eu mesmo cometo".3" O que na verdade está acontecendo é que já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim (17). Paulo prossegue detalhan-do este novo tema nos versículos 18:20. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.

É importante distinguir entre eu e minha carne. Paulo está consciente dos dois lados que estão em guerra dentro dele. O eu consente com a lei, que é boa, e deseja e escolhe o que os demais não praticam (v. 16). Este ego, ele nos diz expressamente no versículo 22, é o homem interior; e no versículo 23 ele o identifica como o entendimento (nous) ou a razão. O outro eu, chamado minha carne no versículo 18, faz coisas que confun-dem o entendimento ou o homem interior. Este ser inferior, e "exterior" (cf. 2 Co 4,16)

é adicionalmente identificado como meus membros (v. 23) e como o corpo desta mor-te (ou "este corpo dominado pela morte", v. 24). Em 6.6 ele também falou sobre "o corpo do pecado", querendo dizer o "corpo dominado pelo pecado". Aqui a mesma idéia é ex-pressa, mas ele está pensando especialmente nas terríveis conseqüências do pecado.

A chave para compreender esta personalidade dividida ou em guerra é o pecado que habita em mim (20). Este pecado que habita dentro de cada um está em contrastecom o Espírito, que é mencionado no capítulo seguinte (8.9). Habitada pelo pecado, a minha natureza inferior, ou carnal, domina o meu verdadeiro ser, que tem prazer na lei de Deus (22) ; mas habitada pelo Espírito de Deus, minha carne é morta e despojada (Rm 8:3-9). Habitado pelo pecado, eu estou sujeito à desintegração e à morte; habitado pelo Espírito, eu sinto a integração e a vida. Nesta passagem, portanto, Paulo não está des-crevendo o homem à imagem de Deus; ele está retratando o homem corrompido, o homem em rebelião contra o seu Criador e portanto corrupto e depravado (cf. Rm 1:21-25). A carne, portanto, é o homem sem renovação, o homem arrancado de Deus e sujeito ao pecado. Na minha humanidade caída, reina o pecado. Com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem (18). Como uma criatura de carne; a minha vontade está fadada ao pecado. Pois é inútil que o homem pecador se vanglorie de ter livre vontade. Como um homem que afunda na areia movediça, quanto mais ele luta para se libertar mais afunda; a sua única esperança está fora dele. Embora não seja livre para se arrancar do poder do pecado, ele pode confiar em Jesus Cristo, clamar a Ele, e pela fé encontrar a preciosa mão do Senhor (v. 25).

A que nos leva isto? Existe uma lei (nomos) que quando quero fazer o bem, o mal está comigo (21). Este versículo descreve, com novas palavras, o estado descrito nos versículos 15:16-18b-19. No entanto, é complicado utilizar a palavra lei. Existem três interpretações principais."'

i) Por todo o capítulo, a palavra lei significa a lei Mosaica. Assim, o versículo 21 significa: "É assim que eu vejo a lei — uma vida dentro da lei — vindo à minha experiência: quando eu desejo fazer o bem, o mal está presente comigo" (Denney). Esta opinião recebe o apoio dos versículos 8:11.

  • Lei significa "regra" ou "princípio". Esta opinião é atraente, mas exige que Paulo use a palavra nomos em um sentido bastante diferente do significado normalmente com-preendido.
  • Lei aqui sugere uma regra como uma lei, que é um mau paralelo à lei de Moisés. Assim existem duas leis: a verdadeira lei de Moisés e a contrapartida dela, que é o resul-tado do pecado (observe as duas "leis" no versículo 23).
  • Dessas interpretações, (i) e (iii) não são tão distantes. Ao lutar para obedecer e exe-cutar a lei de Deus na corrupção e na fraqueza da minha carne, transformo aquela mesma lei na lei do pecado (to nomo tes hamartias, "a lei do pecado", ou "a lei que se tornou instrumento do pecado", 23; cf. vv. 8, 11). Porque, segundo o homem interior, te-nho prazer na lei de Deus (kata ton eso anthropon, "no meu ser mais profundo", 22, RSV). "A tradução RSV é excelente", diz Knox, "não somente porque 'homem' aqui claramente significa 'o próprio ser', mas também porque a frase parece sugerir a concepção de Paulo de que a parte dele que está de acordo com a lei de Deus, e que até mesmo tem prazer nela, é o seu 'verdadeiro ser' "?' Porém temos que discordar fortemente de outro estudioso, Barrett, que entende que este "homem interior" é "o 'novo homem', que está implícito em Rm 6:6".' Paulo está descrevendo o homem na carne, vendido sob o pecado (v. 14). Mesmo este homem "tem prazer" na lei de Deus "no seu ser mais interior" ou entendimento (v. 23). Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros (23). Anteriormente, nesta passagem (nos versículos 14:18), o pecado que leva o homem à morte é atribuído à carne (sarx), mas agora se diz que a lei do pecado governa... os meus membros, isto é, o meu corpo (soma). "O santo fanático que é desviado pelo pecado e se esforça por colocar as suas mãos na graça de Deus é, na realidade, um homem dividido em dois... Qual dos dois ele é? Uma coisa é certa. Não importa qual dos dois seja, ele não é o homem que atinge aquilo de que, tão corajosamen-te, se ocupou! E é certo que, na separação desta dupla existência entre o desejo e a realização, ele é um homem que está condenado à morte".

    Miserável homem que eu sou! Paulo exclama. Quem me livrará do corpo des-ta morte? (24). Aqui corpo (soma) significa: "o ser sem lei, o ser sob o domínio do pecado, como em 6.6b — e esse brado não se aplica a uma completa libertação de soma, mas a uma libertação deste soma que é governado pela 'carne', e isto realmente significa liber-tar da própria 'carne'. De acordo com Romanos 8:9, a 'carne' é despojada, e quando o próximo versículo diz: 'se Cristo está em você, embora o seu soma esteja morto por causa do pecado', isto significa que o soma regulado pela carne (novamente equivalente à pró-pria carne) é eliminado (e é eliminado... porque o pecado foi condenado, cf. v. 3) ".3" Como o salário do pecado é a morte (Rm 6:23), o corpo dominado pelo pecado é "o corpo que é entregue à morte",370 ou "o corpo conduzido à morte".

    A gloriosa afirmação Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor (25) é gramaticalmente uma resposta incompleta à pergunta que ele acabou de fazer. "Parece melhor interpretar que Paulo, tendo feito uma longa descrição do seu estado infeliz ante-rior, já não consegue se conter e, até mesmo antes de estar pronto, ele vem com a respos-ta para o seu grande problema. Então, mais calmamente, ele escreve uma afirmação genérica que é um resumo daquilo que ele vinha dizendo nos últimos onze versículos".' Esta é uma prévia do que ele vai abordar em Rm 8.

    O balanço final deste versículo resume o terrível estado do homem na carne, como definido na seção anterior: Assim que eu mesmo, com o entendimento, sirvo à lei de Deus, mas, com a carne, à lei do pecado. Na sua tradução da Epístola aos Romanos, Moffatt removeu esta última sentença do seu lugar, no final do capítulo, e colocou-a imediatamente antes do versículo 24. Isto cria um arranjo lógico e organizado do pensamento de Paulo, e Dodd tenta justificar esta nova ordem, mesmo que não exista nenhum apoio dos manuscritos para tanto.' O fato de Paulo freqüentemente escrever sem servi-lismo com respeito à ordem lógica, impede este remanejamento.

    Então, quem é este homem miserável? Ele é o homem da carne, vendido como um escravo sob o pecado (14). Isto equivale a dizer que ele é o "velho homem" do pecado, nós mesmos, que "estávamos na carne", em quem "as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte" (5). Este "velho homem" morreu no "corpo de Cristo" e com ele, para que pudéssemos nos unir a Cristo e darmos "fruto para Deus" (4). Assim, o homem miserável dos versículos 7:25 é um homem caído, pecador, confrontado pela lei. "O caráter aqui assumido é o de um homem anteriormente ignorante em relação à lei e que, mais tarde, estando sob ela, tenta sinceramente, porém de modo ineficaz, servir a Deus. Dizer isto de si mesmo, ou de qualquer crente verdadeiro, parece ser algo um pouco estranho ao escopo do discurso como um todo. Mas, na realidade, tudo está em perfeita harmonia no texto (Rm 8:2) ".'

    Paulo confessa aqui, na primeira pessoa, "que o encontro do homem "Adamita" com a Lei é essencialmente a sua própria origem e a de todos os crentes... Aqui, com a vanta-gem da sua fé no Senhor crucificado, ele está descrevendo a essência da sua existência pré-cristã. Este é o homem Adamita, sob a lei, visto com os olhos da fé" . Goppelt vê o modelo para os versículos 14:25 como sendo o que os fariseus fizeram a Jesus: eles que-riam fazer o bem e manter a lei de Deus, mas em uma ignorância culpada fizeram exatamente o oposto. "O 'eu' no capítulo 7 da Epístola aos Romanos tornou-se consciente da existência e ao mesmo tempo da impossibilidade de escapar da sua rebelião".' Ele está dividido entre consentir e não realizar, entre desejar a justiça e verdadeiramente lutar pela justiça própria; ele está "caído" neste dilema e não pode escapar. Ele é carne: ele quer fazer o bem, mas não consegue. Até que esta conscientização ocorra, a salvação pela lei não será possível e a "situação pré-cristã" será desesperadora.

    Para começar, este é sem dúvida o próprio encontro de Paulo com a lei, como um "fariseu de fariseus" (mas visto sob a perspectiva do seu novo relacionamento com Cris-to). "Toda a descrição é tão vívida e tão sincera, tão evidentemente nascida da angústia da experiência pessoal direta, que é difícil pensar nela como sendo puramente imagina-tiva"?' Nygren pensa que o grito de Paulo no v. 25 é teatral, caso se refira a alguma coisa que é passada.' Mas na verdade a lembrança daqueles dias terríveis em que ele procu-rava a comunhão com Deus de que sempre se esquivava, traz palavras desta natureza com bastante naturalidade aos seus lábios. Toda a experiência está gravada tão vivida-mente na memória de Paulo que, quando ele a narra, naturalmente entra no presente dramático. Esta é simplesmente uma lembrança da intensidade daquela experiência.' Mas agora o antigo 'eu' está crucificado com Cristo (Rm 6:1-11) e a lei de Deus está restabelecida por meio do dom do Espírito (Rm 8:1-11). O testemunho de Paulo na época em que escreveu esta Epístola não era Rm 7:7-25, mas sim Rm 8:1-4. O seu testemunho está resumido em uma sentença brilhante: "Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte" (Rm 8:2). "Isto seria invalidar todo o seu argumento se ele agora confes-sasse que, no momento em que escrevia, era um homem miserável, prisioneiro da lei do pecado (vv. 24,
    23) ".3"

    A liberdade com que Paulo passa do 'eu' para 'nós', 'eles' e 'vós', no entanto, em toda esta discussão (cf. Rm 8:1-11), prova que ele está generalizando com base na sua própria luta e libertação. O homem caído inevitavelmente muda a lei de Deus para a lei do pecado (25). Como ele é carne, é moralmente fraco e corrupto. O pecado o tiraniza, o arrasta como um escravo desamparado. Quanto mais desesperadamente ele luta contra o seu cativeiro, mais grave será a sua condição, pois no processo de procurar se apoiar na justiça da lei ele se torna um homem dividido em dois, um homem condenado à morte! O homem não consegue se libertar da sua existência sob a lei do pecado. Mas no versículo 25 vem um sinal de alívio, que marca uma linha divisória entre o período do conflito e da derrota e um período em que o conflito está praticamente terminado. Existem três pas-sos que podem ser claramente distinguidos:

    1) a vida da moralidade inconsciente, marcada pela feliz ignorância (e manifestações pré-morais do pecado. Veja os comentários sobre
    - 9a) ;

    2) o pungente encontro entre a lei e o pecado (9b-24) ;

    3) o fim que finalmente é posto a esta condição dividida pela intervenção de Cristo e a apropriação do Espírito santificador (vs. 25a; Rm 8:1-11). "A lei e a alma são colocadas frente a frente e não há nada entre elas. Até o versículo 25 não existe sequer uma única expressão usada que pertença ao cristia-nismo. E a grafia indica que o conflito terminou"."' Fica claro que o homem miserável é o pecador que despertou, que luta em vão para se libertar do pecado que habita nele. Aplicar estes versículos a um cristão fiel seria praticamente admitir que a graça de Cris-to não tem poder contra o pecado, assim como a lei. O impulso de todo o argumento é o de demonstrar que a graça de Deus em Cristo pode fazer "o que a lei não pôde fazer" (Rm 8:3), mostrar que sob a graça um homem pode ser libertado do pecado".

    Agora deve ser acrescentada uma exigência. A intenção de Paulo no capítulo 7 ficou clara: a lei não pode santificar. A partir desta perspectiva, a questão se os versículos 14--25 se aplicam aos pecadores ou aos regenerados não é realmente o problema de Paulo. Enquanto o texto em Rm 3:19-20 mostra a falta de poder da lei para justificar ("pela lei vem o conhecimento do pecado"), os versículos 14:25 revelam a impotência da lei para santi-ficar ("pelo mandamento o pecado se faz excessivamente maligno", 13). No início da vida cristã, parece que o crente saiu permanentemente dos versículos 14:25 para ir até Rm 8:1-11 , mas é a experiência universal dos crentes e também a pressuposição de toda esta discussão sobre a santificação na Epístola aos Romanos, que um homem justificado não passa imediatamente do estado de pecado para a condição de completa santificação. "Ape-sar do tempo presente do verbo", Goppelt acertadamente observa, "o 'eu' de Romanos 7:14-25 é como o 'eu' de Romanos 7:7-13, e em ambos os casos é basicamente o passado do `eu' da fé; um passado que sempre está sob o 'eu'... é um passado que repetidamente se torna uma experiência parcialmente presente para todo cristão quando a fé e o Espírito declinam".382 Portanto, na medida que um crente não satisfaça as condições de Rm 6:11-13, o pecado ainda permanece perturbando a sua recém-encontrada paz. Na medida em que ele depende do seu próprio esforço para a santificação, ele ainda esta sob a lei. Tendo começado no Espírito, ele está tentando se tornar perfeito pela carne (cf. Gl 3:3). Até que ele desista das suas próprias obras, não conseguirá entrar no repouso da fé (cf. Hb 4:9-10). Um pouco desta condição dividida e desta derrota ocasional, portanto, é uma experi-ência presente para o crente, até que ele esteja purificado do pecado residual pelo poder santificador do Espírito Santo (cf. Atos 15:8-9). Assim, embora os versículos 14:25 certa-mente tenham uma aplicação básica para o homem não renovado no seu encontro com a lei de Deus, eles têm um significado secundário para o homem que "ainda é carnal", não no sentido de ser dominado pela carne, mas de ser um "bebê em Cristo" e, portanto, perturbado pelas suas tendências residuais (veja 1 Co 3:1-4).3"

    Estamos então prontos para ouvir a doutrina de Paulo sobre a santificação pelo Espí-rito Santo. Somos tão incapazes de santificar a nós mesmos quanto somos de justificar a nós mesmos; mas graças a Deus, assim como nós podemos ser "justificados gratuitamen-te" pela propiciação de Cristo (Rm 3:21-28), podemos ser "completamente santificados" pelo poder do Espírito Santo (Rm 8:1-11; cf. 1 Tes 5:23-24). Revelar esta segunda verdade gloriosa é o objetivo do apóstolo no capítulo 8, e aprender isto é conhecer o cristianismo vital.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Romanos Capítulo 7 do versículo 1 até o 25
    *

    7.1-12

    Paulo expande agora o tema da relação entre o crente e a lei. Embora a lei seja santa, justa e boa (v. 12), a sujeição do pecador à lei resultou somente em condenação, visto que a lei, em sua justiça, desvendava toda transgressão e fracasso. Nesta seção, a relação entre o pecador e a lei é comparada a um casamento. O ponto da comparação é que a morte leva essas relações ao fim, e o cônjuge viúvo fica livre para entrar em uma nova relação de casamento. Visto que o "casamento" com a lei foi quebrado por meio da morte, o crente não é um adúltero e nem pode ser condenado pela lei. O crente morre ao ficar unido com Cristo em sua morte, quebrando a cadeia de desobediência e morte que prendia o pecador a Adão e ao seu destino (5.12-21). O outro lado da ilustração é que a união com Cristo, em sua ressurreição, confere ao crente uma nova relação, segundo a qual uma verdadeira, embora ainda não perfeita, obediência é prestada a Deus, em amor e gratidão. No novo relacionamento com Cristo, a força do Espírito assegura que haverá vida e frutificação.

    * 7:3

    Paulo parte da idéia de que um novo casamento, após a morte de um dos cônjuges é inteiramente coerente com o evangelho cristão (1Tm 5:14).

    * 7:4

    corpo de Cristo. A referência aqui é à morte física de Jesus Cristo.

    frutifiquemos. Uma metáfora que aponta para um resultado ou consequência natural.

    * 7:6

    para aquilo a que estávamos sujeitos. O complexo do pecado, da condenação e da morte em Adão e debaixo da lei.

    * 7:7

    É a lei pecado. As alusões de Paulo à lei até este ponto tiveram um tom negativo, especialmente a sua declaração de que a lei desperta as paixões pecaminosas (v. 5). Mas agora ele explica que reconhecer o efeito negativo da lei sobre a vida da humanidade caída não desmerece a própria lei (note a linguagem veemente em 3.31). O papel da lei, determinado por Deus, em um mundo caído, é revelar a natureza do pecado humano. A lei não somente define o pecado, mas também atua como um estímulo, provocando as precisas reações pecaminosas que ela proibia e condenava (vs. 8-11). Em si mesma, a lei, que nos leva a conhecer a realidade do pecado, em nosso sistema moral e espiritual (3.20; 5.13,20) é "santa e justa e boa" (v. 12). A lei é uma revelação fiel do que é certo e do que é errado, e nunca perde a sua validade para aquilatar e dirigir o nosso comportamento moral.

    * 7:8

    sem lei, está morto o pecado. No sentido que ou o pecado ou sua real ofensa não eram reconhecidos.

    * 7:9

    sem a lei, eu vivia... e eu morri. Paulo estava vivo, não no sentido de possuir vida espiritual (6.11), mas em sua própria estimativa. Ao conhecer a lei, que prometia vida em troca de obediência (v. 10), isso fez Paulo perceber que a observância da lei lhe era requerida. Tentar obedecer à lei, fê-lo perceber que interiormente, nos desejos de seu coração (especialmente a cobiça, v. 8, o pecado proibido no décimo mandamento), ele era um constante transgressor da lei, antes mesmo de conhecê-la, e quando ele percebeu o que estava fazendo, ele não podia mais parar. Isso posto, Paulo escreve que o pecado, o impulso anti-Deus e anti-lei que estava dentro dele, "me enganou e me matou" (v. 11). E ele ficou convencido de que, espiritualmente, ele não tinha vida e estava perdido. Paulo, pois, oferece a sua experiência pessoal como índice de como a lei se relaciona com todas as pessoas.

    * 7:10

    que me fora para vida. Ver Lv 18:5; Dt 30:15,19. Em si mesma, a lei assinala uma vereda que garante o favor de Deus e a felicidade da humanidade. Mas onde o pecado reina, a lei só produz miséria e morte.

    * 7:11

    o pecado... me enganou. Aqui, como em outros trechos da epístola aos Romanos, a sombra do jardim do Éden emerge na linguagem usada por Paulo (Gn 3:13; conforme 2Co 11:3; 1Tm 2:14).

    * 7:12

    Santo, e justo, e bom. A lei reflete o caráter de Deus ("santo"); é a norma objetiva para a reação pactual da humanidade para com Deus ("justo"); e é benéfica para cada um de nós, pessoalmente, visto que fomos criados à imagem de Deus ("bom").

    * 7:13

    Acaso o bom se me tornou em morte. A resposta de Paulo à sua própria pergunta é um "não". O pecado em mim foi que se tornou a causa de minha morte espiritual, impelindo-me a quebrar a boa lei de Deus. O pecado, pois, é visto como "excessivamente iníquo".

    * 7.14-25

    A mudança súbita para verbos no tempo presente, nos vs. 15-25, em contraste com as declarações que descreviam o passado (vs. 7-13), levanta a questão se Paulo estava agora descrevendo sua experiência presente. Há uma certa variedade de interpretações, incluindo as seguintes: (a) Paulo estava descrevendo a pessoa não-regenerada, ou talvez os judeus em particular, do ponto-de-vista do evangelho; (b) Paulo estava descrevendo um crente que está em uma condição espiritual desnatural e doentia, que não tira proveito dos recursos do Espírito Santo que em nós veio habitar; (c) Paulo estava descrevendo a experiência transitória, talvez a sua própria experiência, de alguém que foi despertado para suas verdadeiras necessidades espirituais, mas ainda não entrou na experiência plena da justificação pela fé; (d) Paulo estava descrevendo a si mesmo e aos crentes em geral que, embora em Cristo e livres da condenação da lei, ainda não cumprem de modo perfeito os requisitos da lei. Este quarto ponto é a interpretação mais provável. Isto explica a mudança feita por Paulo para o tempo verbal presente, enquanto que seu tema, nos vs. 7-25 (a santa lei de Deus que estimula e desmascara o pecado), continua, bem como a presença, na auto-análise de Paulo, de elementos encontrados somente em pessoas que foram unidas com o Cristo ressurrecto, para a nova vida no Espírito (6.4-11; 7.6; 8:4-9). Paulo estava cônscio de que a lei de Deus é "espiritual" (v. 14). Realmente, ele se deleitava na lei de Deus, desejando cumpri-la perfeitamente (vs. 15-23), e ele se sentia aflito porque o pecado, que nele havia, se opunha a esse desejo. Mas sentia-se agradecido diante da possibilidade de um futuro livramento de sua frustração (v. 24; 8.23). Ele fez a distinção entre a sua "mente", cujo alvo era a obediência, e a sua "carne", que continuava a pecar (v. 25). Todas essas observações mostram que Paulo estava descrevendo a sua experiência como um novo homem em Cristo.

    Paulo, na verdade, estava descrevendo um profundo conflito que todo crente encontra inerente em sua vida em Cristo: Cristo habita nele (Gl 2:20); e, no entanto, o pecado também habita nele (vs. 17 e 20). Uma perfeita conformidade com a vontade de Deus, no presente, estava fora de seu alcance. A salvação tem duas dimensões: "já" e "ainda não".

    É importante observarmos que Paulo continuava discutindo o papel da lei. Ele destaca sobre as frustrações da presente experiência cristã, mostrando simplesmente como, tanto para os cristãos quanto para os judeus, a boa lei de Deus provoca, expõe e condena o pecado, sem ser maculada por ele e sem trazer o livramento dele.

    * 7:14

    a lei é espiritual. Temos aqui uma outra descrição sobre a lei, em adição ao que se lê no v. 12. Longe de repudiar a lei (3.31), Paulo declara que ela estabelece o padrão ao qual a vida governada pelo Espírito deveria conformar-se. Fazendo contraste com a lei, ele se chama de "carnal", visto que não podia atingir a plenitude desse padrão. Na posição de ruína moral, atualmente sob reconstrução, ele exibia as marcas daquilo que ele era em resultado da influência de Adão, bem como em resultado da influência de Cristo.

    vendido à escravidão do pecado. Apesar de não sumariar toda a verdade a seu respeito (v. 25), Paulo reconhece que, do ponto de vista da santa lei de Deus, essa é a verdade acerca de sua existência física e de seu comportamento (apesar de que era um crente), e passa a explicar a questão.

    * 7:15

    nem mesmo compreendo. Paulo é capaz de analisar, mas não de explicar, o contraste que havia entre si mesmo e o "pecado que habita em mim" (vs. 17, 20). Havia um tremendo e real conflito entre as forças do pecado e da graça divina em sua vida. Todavia, ele dá a entender que o pecado que nele habitava era apenas um ocupante temporário. Apesar de que o pecado ainda acompanha sua nova identidade em Cristo, nesta vida, a nova identidade resultará no triunfo final sobre o pecado que nele habita (6.2-14).

    *

    7:24

    Quem me livrará. Esse não é um grito de desespero, porquanto Paulo sabe a resposta e a fornece no versículo seguinte.

    corpo desta morte. Ou seja, o corpo físico, visto como o meio pelo qual o pecado se expressava. O desejo a que Paulo aludiu aqui não era pela morte como tal, mas pelo livramento que, finalmente, se consumará na ressurreição (8.23; Fp 3:20; 2Co 5:2-4).

    * 7:25

    eu, de mim mesmo. Devemos entender por essa frase "eu, uma e a mesma pessoa". Paulo aprovava totalmente a boa lei de Deus, e, no entanto, "na carne" ele ainda servia ao pecado. A nova vida no Espírito é experimentada por indivíduos, na mente, no corpo e no espírito que continuam a estampar os sinais do pecado.

    com a mente... do pecado. Paulo sintetiza aqui o estado de frustração que ele vinha descrevendo desde o v. 14.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Romanos Capítulo 7 do versículo 1 até o 25
    C. a função da lei (7: 1-12)

    7 Ou, porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que ele vive? 2 Porque a mulher casada está ligada pela lei ao marido enquanto ele viver; . mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido 3 De sorte que, enquanto o marido vive, ela se juntou a outro homem, ela será chamada de adúltera: mas se o marido morrer, ela está livre da a lei, de modo que ela não é adúltera, se ela se juntou com outro homem. 4 Portanto, meus irmãos, também vós fostes mortos quanto à lei mediante o corpo de Cristo; vós que devem ser unidas para outro, mesmo para aquele que foi ressuscitado dentre os mortos, para que possamos trazer frutos para Dt 5:1 ) . No início Paulo faz um fato claro. Ele não está falando de experiência presente do cristão. A regra de que ele fala durou apenas até a morte, que foi descrita no capítulo 6 . O crente não é agora sob a lei, mas debaixo da graça (Rm 6:14 ).Mas Paulo fala para aqueles que conhecem a lei e estão familiarizados com o seu funcionamento, embora eles não estão agora em cativeiro a ele. E aqui referência não é apenas a lei mosaica. A ausência do artigo no grego chama a atenção para o direito em geral. Esta é a forma como a lei sempre funções.

    Em primeiro lugar, chama a atenção um fato bem conhecido pelos judeus: lei tem domínio ", tem domínio sobre" 1. O judeu não pode lavar as mãos, sem enfrentar as aplicações da lei, como se explica pelos rabinos. Uma fuga Roman por um momento sua responsabilidade para com a regra de ferro do direito romano, nem poderia. O senhorio de lei vinculado fardos pesados ​​que devem ser suportados. E o segundo fato é ainda mais angustiante. Este domínio é por tanto tempo que ele vive. Não há como escapar.Independentemente de quão perfeita ou benéfica a lei pode ser ou como se pode deliciar-se com ele, o leitor sabia bem o peso do chicote e o aperto dos títulos.

    Tal como acontece com uma mulher ligada a seu marido, o único lançamento é pela morte. Se a relação está feliz e bem-sucedido, isso pode ser bom. Se não, ele pode se aproximar de desespero. Como o casamento só pode ser quebrada pela morte ou por pecado, para a escravidão da lei permanece até a morte. A única alternativa é a desobedecer e aceitar a pena de morte temida.

    Assim por muito tempo, então, como um é obrigado a lei como meio de sua salvação, ele não é livre para ser unido a outro (Cristo). Para fazê-lo seria adultério (vv. Rm 7:2 , Rm 7:3 ). É preciso colocar a sua esperança em um ou o outro. Ele não pode ser dois. Se ele não é encontrar a salvação sob a lei, ele deve morrer para esta união e subir em uma nova vida em união com Cristo. Ele não pode mover-se para trás e para frente. Não é tanto / e. É estritamente ou / ou. Se a pessoa é justificada por lei deixá-lo buscar a santificação por lei. Se ele é justificado pela fé em Jesus Cristo, deixe-o procurar santificação pela fé em Jesus Cristo. Que ele não cometerás adultério espiritual.

    2. libertos da escravidão com a Lei (7: 4-6 ) . O tema do capítulo 6 é claramente reafirmado. Irmãos , não estais debaixo este domínio de direito. Em vez disso você foram mortos quanto à lei mediante o corpo de Cristo; vós que devem ser unidas para outro, mesmo para aquele que foi ressuscitado dentre os mortos (v. Rm 7:4 ). Portanto, tudo o que dizemos sobre os fracassos e frustrações decorrentes do direito, não estamos dizendo que a sua experiência presente como crentes. Estamos dizendo que sobre as lutas que você teve como um pecador tentando ser justos por seus próprios esforços no âmbito do direito. Embora você pode achar que alguns problemas e lutas em sua experiência atual lembrá-lo do conflito antigo, essas coisas não pertencem ao gênio de sua nova experiência, mas sim para os restos da antiga. A sua resposta não está em dar-se a Cristo e voltar para a lei. Ele está em uma apropriação completa da graça que há em Cristo Jesus. Você morreu e ressuscitou para darem fruto para Deus , para não voltar para o velho padrão de frustração.

    Lembre-se de como ele estava sob a lei, para além da ajuda da graça. Você viveu apenas no ser humano com o que carne força podia pagar. Os movimentos (Insta, paixões, e unidades) que, indisciplinado, que levam ao pecado te fez sua vítima. Lei, mas ajudou a concretizar-los. Sem a lei que você nunca teria conhecido o que elas realmente são. Mas você foram varridos por estas paixões e que trabalhavam em seus membros para darem fruto para a morte (v. Rm 7:5 ). A lei não mantê-lo de pecar. Ele só impediu de apreciá-la mais. Ele trouxe medo e culpa. Se livramento vem ele deve ser mais do que a letra da lei.

    Esta libertação vem. Mas não é por lei. Nós estamos libertos da lei, havendo morrido para aquilo em que estávamos retidos (v. Rm 7:6 ). Isto não é necessário elaborar. Tem sido um tema importante a partir Dt 6:1 ) . O ator vicioso não era lei, mas o pecado. O apóstolo fala na primeira pessoa, testificando que esta era a sua própria experiência nos termos da lei, como ele olha para trás em cima dele. Mas ele generaliza-lo. Nossa experiência com a lei tem sido tão trágico quanto o dele. "É a experiência do não-regenerado, mas visto através dos olhos regeneradas, interpretado de uma mente regenerado." Sin (singular com o artigo em grego) é retratado como um poder que habita em homem de que ele não pode ainda não estar ciente. It "recebe ocasião" por ficar frente a frente com algo que agrada ao desejo, aproveita o mandamento, que proíbe o ato, e opera em nós todo tipo de cobiça . Ele realmente é o mandamento que o pecado usa porque além de a lei não temos experiência ou do caráter de pecado ou de sua vitalidade. Sem a lei, não há nada para o pecado de rejeitar ou pervertido.

    E eu vivia sem a lei, uma vez (v. Rm 7:9 ). Paulo não diz quando, mas ele deve estar se referindo à inocência da infância, quando a graça não era nem condicional nem resistiu. Denney chama isso de "biografia ideal" -referência a um período da vida em que não se pode olhar para trás como o tempo feliz quando ele não tinha consciência. No entanto, foi necessário pensar o caminho de volta a um tal estado, a fim de explicar o que aconteceu depois. A experiência viva e real era que quando veio o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri. Quando vim para a consciência moral e foi instruído pela lei, eu não responder obedientemente. Em vez disso, as energias adormecidas do pecado acordou e me matou. Essa é a tragédia universal do pecado. Ele não pode ser responsabilizado em Adão ou um avô. Cada pessoa tem de admitir fracasso pessoal, culpa e morte, como seu próprio produto.

    O mandamento que foi desenhado para me dar vida foi usurpada. Ele trouxe a morte (v. Rm 7:10 ). Mas não culpo o mandamento. O problema é com o pecado. Havia algo em mim que não iria jogar justo com a verdade. Esta tendência latente para favorecer a auto e ceder ao mal tornou-se a minha ruína. Quando se encontrou ocasião, pelo mandamento que me traiu. É realizada antes de mim promessas de grandes satisfações, me enganou em sua armadilha, e usou o mandamento santo como o próprio instrumento da minha morte. Este parece ser o padrão universal pelo qual todos "pecados" a graça da infância e confirma-se em pecado e da morte. Neste sentido, todos os pecadores são apóstatas.

    RESISTÊNCIA D. SIN PARA LEI (7: 13-25)

    13 Será que, em seguida, o que é bom tornar-se morte para mim? Deus me livre. Mas o pecado, que pode ser mostrado para ser pecado, operou em mim a morte por meio do que é bom; -que através mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno. 14 Porque sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido . debaixo do pecado 15 Pois o que eu faço, eu não sei, porque não o que eu quero, esse faço para praticar; mas o que aborreço, isso faço. 16 Mas, se o que eu não quero, esse faço, consinto com a lei, que é boa. 17 Então, agora não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. 18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer está em mim, mas para fazer o que é bom é não. 19 Para o bem que eu não faço, mas o mal que não quero, esse faço. 20 Mas, se o que eu não quero, esse faço, que não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. 21 Acho então esta lei, que, para mim quem iria fazer o bem, o mal está. 22 , tenho prazer na lei de Deus segundo o homem interior: 23 mas vejo outra lei nos meus membros, guerreando contra a lei da minha mente, e me levando cativo nos termos da lei do pecado que está nos meus membros. 24 Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? 25 Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. De modo que eu mesmo com o entendimento, sirvo à lei de Deus; mas com a carne à lei do pecado.

    Começando com o versículo 13 , a questão é pressionado: Por que Deus deu a lei, se ela só trouxe o pecado para a rebelião aberta? A resposta é esboçado imediatamente e ampliado no resto dos capítulos Rm 7:1 e Rm 8:1 . A lei era uma válvula de segurança induzindo e localizar a explosão antes que fosse tarde demais para fazer alguma coisa sobre isso. Se o pecado tinha sido autorizado a ir em não diagnosticada até que ele tinha comido o coração, não teria havido nenhuma maneira de salvar o homem. A lei deu ao pecado a ocasião para revelar-se em sua hedionda, destrutivo, natureza. Caso contrário, teria sido chamado de imaturidade, uma defasagem cultural, uma tendência anti-social, ou uma peculiaridade interessante, mas inofensivo. Mas sua verdadeira natureza é mostrado no que faz à luz do mandamento positivo. O pecado é mostrado para ser pecado , tomando a coisa boa que Deus dá e usá-lo como um instrumento de morte. Assim, através do pecado mandamento é mostrado em sua verdadeira luz, a ser excessivamente maligno.

    Este pecado é visto em três categorias no resto do capítulo. Ele resiste e supera cada um dos três principais aspectos da personalidade. É o pecado, apesar do conhecimento (vv. Rm 7:13-17 ), o pecado, apesar de escolha (vv. Rm 7:18-20 ), e do pecado, apesar da sensação de que suporta um idealismo moral (vv. Rm 7:21-25 ). A miséria do pecador está no fato de que ele se rebela contra o pecado em cada uma dessas áreas e ainda continua a submeter-se a prática do pecado. À luz clara da lei, este auto-conhecimento torna-se insuportável.

    1. Sin apesar de Conhecimento (7: 13-17 ) . O problema não é com a lei. Ela é espiritual , vem de Deus, que é Espírito, e compartilha sua natureza. Mas, sob a luz da lei, o pecador tem que confessar que não é espiritual. Ele é carnal-agradável para o impulso do ser humano, às vezes chamado de carne. A natureza humana não era originalmente ruim, nem é tão irremediavelmente. Mas houve uma queda. Na sua posição de falsa independência de Deus, a carne se encontra em inimizade com Deus. Então, o homem carnal não obedecer a lei espiritual. Flesh, desejo humano não santificado, negociou com o pecado, o aspirante a mestre. E na carne contrato fatal deu sobre o homem ao poder do pecado. Então, ele é um escravo para pecado vendido sob o pecado (v. Rm 7:14 ).

    Ele ainda sabe de uma maneira melhor e anseia por isso. Mas ele não alcançá-lo. O que ele realmente faz realizar que ele não sabe, pois ele não agir por sua própria inteligência, mas sob o chicote de seu mestre. Seu mestre faz o pensamento e ele faz o ator.Ele está ciente de um conflito entre seus próprios desejos e suas ações, mas ele não pode conciliar-lo. Não é a única coisa que ele deseja, mas a única coisa que ele odeia o que ele faz (v. Rm 7:15 ). Todo pecador despertado sabe essa terrível fardo de culpa e frustração.E cada crente sábio é em guarda contra qualquer coisa que tenderia a restabelecer essa condição de escravos. Este estado de alerta é um dos fortes motivos para a total morte para o pecado no capítulo 6 ea vida triunfante no Espírito do capítulo 8 . Ele teve o suficiente da escravidão-onde ele não é o fazedor de suas próprias ações, mas o boneco de um mestre avassalador, o pecado que habita nele (v. Rm 7:17 ). Foi bastante doloroso para produzir cegamente. É mais doloroso para fazê-lo, apesar do conhecimento. E o crente olha para trás, sob a condição de totalmente insuportável. Ele vai pagar qualquer preço para não ser envolvido novamente.

    2. O pecado, apesar da Choice (7: 18-20 ) . O pobre escravo tem que admitir que o impulso ativo de sua vida é o mal. E ele sabe que a bondade não é medida pelo conhecimento tanto como pela escolha e ação. Quando ele pensa, ele pode ver o valor do direito e ele tem uma valorização de valores espirituais. Ele prefere o bem, mas não realizá-lo. Ele escolhe-lo e ainda não escolhê-lo. Algo fica entre ele e uma escolha firme. A única conclusão é: Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne [minha humanidade sem ajuda] não habita bem nenhum, pois o querer está em mim, mas para fazer o que é bom não é (v. Rm 7:18) . Esta é uma falha em duas frentes, envolvendo pecados de omissão e de comissão. Para o bem que eu não faço, mas o mal que não quero, esse faço (ou fazer habitualmente).

    Há uma conclusão melancólica possível. Conhecimento não tinha poder para realizar a façanha. Nem as agitações contínuas de boa intenção. Sempre que ele começou a se levantar para fazer o bem, outra coisa surgiu dentro dele ea coisa realizado era contrária à sua escolha. Ele deve ser um escravo. Não era a sua ideia para o pecado assim. Ele deve estar agindo sob compulsão. Ele não é um homem livre. Em última análise, ele pode, mas assumem seus próprios atos. Ele diz: Não é mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Como degradante! No entanto, como fiel aos fatos da psicologia do pecado!

    3. O pecado apesar de Feeling (7: 21-25 ) . A busca por algum raio de esperança continua. Será que não há sentimento por lei? Se assim for, pode não espero que ele irá reforçar o conhecimento ea escolha até que haja um grande avanço para a liberdade e vitória? Vamos assistir à batalha, pois é sua batalha e os meus, à parte da graça.

    Pelo menos não é o eu dividido. Nem tudo é mau. A generalização é duplo. Gostaria de fazer o bem. Mas o mal está presente (v. Rm 7:21 ). Podemos dar um passo adiante e reivindicar uma verdadeira admiração por um bom padrão de comportamento. Eu realmente ter prazer em [mais literalmente, "alegrar-se, juntamente com"] a lei de Deus segundo o homem interior (v. Rm 7:22 ). Aqui é um sentimento que certamente deve lançar minhas boas intenções em um empreendimento de sucesso. Mas não, há tambémuma lei nos meus membros outra (as partes de mim). Chama-se em ordem de batalha, faz sua agressão contra a lei da minha mente , me faz prisioneiro sob a lei do pecado que habita em mim. Tentando tão duro quanto eu sou para ser bom, diz ele, com efeito, é tudo, mas inconcebível que eu falhar miseravelmente e tudo bem dentro da cidadela da minha própria personalidade. Que terrível sofrimento! Ele grita perto de desespero, Miserável homem, eu! Não pode alguém entregar-me desta morte horrível! Eu não escolher o pecado, a morte eo inferno. Mas tudo isso deve ser certamente a minha sorte.

    Não, esta não é a conclusão. Paulo está olhando para trás sobre a situação a partir da posição de uma pessoa nascida de novo. Este foi o seu sofrimento sob a lei pecado-in. Isto ainda seria a sua situação, e nossa, mas de redenção. Mas tudo é alterada. Com sentimento profundo, ele diz, eu agradeço a Deus por meio de Jesus Cristo. Como é maravilhoso ser salvo desta morte em vida! Mas não se deve perder o ponto do capítulo. A generalização é que um esforço sob a lei, para além da graça salvadora, encontra nem justificação nem santificação. Ele encontra apenas frustração e miséria. Ele deve admitir, De modo que eu mesmo com o entendimento, sirvo à lei de Deus; mas com a carne à lei do pecado.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Romanos Capítulo 7 do versículo 1 até o 25
    Esse capítulo, embora seja importan-te, é muito mal interpretado. Mui-tos estudiosos não entendem por que Paulo, no capítulo 6, lida com a vitória e, Nu 7:0 ensina que temos uma motivação diferente para a obediência: não obedecemos de forma mecânica a um conjunto de regras; em vez disso, com amor no coração, obedecemos ao Espírito de Deus que cumpre a justiça da Lei em nós (8:4). Um pianista iniciante toca algumas "notas com perfeição", mas não capta o espírito da canção da forma que um músico talentoso o faz. Obedecemos a Deus, como a noiva amorosa agrada a seu noivo, e não como o servo que teme a seu senhor.

    1. Duas descobertas (7:7-14)

    Resta saber por que Deus deu a Lei, se ela não podia produzir san-tidade? O que ele tinha em mente?
    Bem, Paulo fez duas descobertas que respondem a essa pergunta: (1) A Lei, em si mesma, é espiritual, mas (2) o crente é carnal, vendido para o pecado. Esse orgulhoso fari-seu deve ter se sentido humilhado em descobrir que sua natureza era material e incapaz de obedecer à lei de Deus! A Lei revela o pecado (v.

    1. , pois as coisas que ela condena aparecem em nossa vida quando a lemos. A Lei desperta o pecado (v
    2. , e este se agita em nossa nature-za. A Lei engana e mata o pecador (vv. 9-11) ao fazê-lo perceber que é muito fraco para satisfazer o padrão de Deus. A Lei revela a malignidade do pecado (v. 13), principalmente em nossas atitudes malignas, e não apenas em nossas ações exteriores. O crente não consegue se tornar santo pela Lei, porque nossa nature-za é tão pecaminosa que não pode ser controlada nem transformada pela Lei; não porque a Lei de Deus não seja santa ou boa. Que dia ma-ravilhoso na vida do cristão quando ele descobre que "a velha natureza não conhece nenhuma lei, e que a nova não precisa da lei".
    3. Dois princípios (7:15-25)

    Paulo concluiu que há dois princí-pios (ou "leis") que operam na vida do crente após sua experiência frus-trante com a Lei: (1) a lei do pecado e da morte e (2) a lei do Espírito da vida, em Cristo (veja 8:2). Portanto, ele lida com a presença das duas naturezas nos filhos de Deus. A sal-vação não quer dizer que o Senhor muda ou purifica a velha natureza. Hoje, a velha natureza do crente é tão perversa e opõe-se ao Espírito como no dia em que ele foi salvo! A salvação significa que o Senhor dá uma nova natureza ao crente e cru-cifica a velha. Agora, o cristão anseia pela santidade, embora ainda tenha capacidade para pecar. A dinâmica para o pecado ainda está lá, mas não o desejo por ele.

    A lei do pecado e da morte é apenas a velha natureza em operação; dessa forma, o mal está pre-sente quando o crente quer fazer o bem. O mal macula mesmo as "coisas boas" que fazemos! (Veja o v. 21.) Nesse ponto, vemos a dife-rença entre a vitória do capítulo 6 e a Dt 7:0). Apesar de o Senhor afirmar com clareza: "O pendor da carne [velha natureza] [...] não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar" (8:7), muitos cristãos es-tabelecem leis para sua vida e ten-tam disciplinar a carne em obediên-cia a elas.

    A lei do Espírito da vida, em Je-sus Cristo, neutraliza a lei do peca-do e da morte. Crescemos em san-tidade e no servir a Deus de forma aceitável ao entregar-nos ao Espírito do Senhor que habita em nós, e não ao submeter-nos a leis exteriores. O capítulo 8, principalmente nos pri-meiros dezessete versículos, elabo-ra essa lei (ou princípio). Não po-demos cumprir a justiça da Lei por conta própria, mas o Espírito, por intermédio de seu poder, faz isso em nós (8:3-4).

    Qual a aplicação prática de tudo isso? Não se espera que em nossa nova posição diante de Deus, de mortos para a Lei, obedeçamos a ele por esforço próprio. O Se-nhor não nos escraviza sob a "Lei cristã", à qual devemos obedecer a fim de ser santos. Ao contrário, ele nos dá seu Espírito Santo que nos capacita a satisfazer as exi-gências de santidade de Deus. O cristão pode conseguir a vitória do capítulo 6 e não ser mais escravo da carne, porém a vida cristã exi-ge mais coisas. Não devemos fru-tificar para Deus? Sem dúvida que sim! Todavia, descobrimos como somos falhos no minuto em que começamos a fazer obras por con-ta própria, e, infelizmente, muitos cristãos bem-intencionados param nesse ponto e se transformam em desventuras espirituais. Deveria-mos, antes, aceitar as verdades de Romanos 7: de que, na verdade, somos falhos; de que a Lei é boa, mas nós somos carnais, e, assim, permitir que o Espírito opere a vontade de Deus em nossa vida. Que o Senhor permita que reco-nheçamos a morte para o pecado (cap.
    6) e para a Lei (cap.
    7) a fim de que, pelo Espírito, possamos desfrutar a abençoada liberdade de ser filhos de Deus e o glorifiquemos com uma vida santa.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Romanos Capítulo 7 do versículo 1 até o 25
    7.1 No cap. 6 encontramos a ilustração da liberdade do pecado na figura do escravo e seu mestre. Em 7:1-6, a liberdade da lei é ilustrada em termos da relação entre a esposa e seu marido. A comparação é simples: assim como a morte dissolve o vínculo entre o marido e esposa, a morte do crente com Cristo rompe o jugo da lei. Ele está livre para unir-se com Cristo.
    7.4 Aquele que ressuscitou. Cristo, o novo marido, não morre mais (6.9), e, portanto, a nova união nunca mais será dissolvida.

    7.6 A antítese entre o espírito e a letra aponta para a nova era, aquele em que a nova aliança de Jeremias é realizada (Jr 31:31 ss). A letra significa a concepção de guardar a lei exteriormente com toda a força moral que o homem pode levantar. "Espírito" refere-se às novas relações e forças produzidas em Cristo pelo Espírito Santo.

    7:7-25 É melhor tomar esta passagem como autobiografia, ainda que seja a biografia de todo homem. Ainda que Paulo pudesse afirmar que era "irrepreensível quanto à justiça que há na lei" (Fp 3:6) na sua vida antes de conhecer o Senhor, sem dúvida ele refere-se aos atos externos e não à cobiça. Foi este pecado interior que causou em parte, a queda de Adão. Não falta no coração de todo homem de uma forma ou de outra. Pior ainda, a própria proibição do mandamento aumentou o desejo (vv. 8-11).

    7.20 O cristão vive em dois mundos ao mesmo tempo. Esta é a razão por que a carne "milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si" (Gl 5:17). A vitória contra este inimigo (o pecado que reside em nós) não vem sem luta ou num minuto. Graças a Deus a vitória virá por Cristo! Isso é descrito no capítulo seguinte.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Romanos Capítulo 7 do versículo 1 até o 25
    7:1-6. Um novo marido substituiu a Lei. A igreja foi unida a Cristo mediante um laço de casamento. Esse terceiro apelo aos cristãos para que se tomem o que de fato são em Cristo gira em torno de uma nova metáfora, a de uma frutífera união de casamento. Os cristãos são uma viúva que casou de novo. O primeiro e triste casamento, com o seu resultado de vida inútil, chegou ao fim. O novo casamento exige uma descendência adequada — vida correta. O casamento, em que dois se tornam “uma só carne”, é uma ilustração natural da incorporação em Cristo que também é usada em outros trechos do NT (e.g., 1Co 6:16; Ef 5:29,Ef 5:30). Ela tem as suas raízes no AT, em que o povo de Deus, ligado ao seu Senhor por meio da aliança, é apresentado como sua esposa (e.g., Dn 2:0, Paulo chega à segunda aplicação da expressão “...viverá” (Hc 2:4) à vida cristã. Como na seção acerca do “justo pela fé”, ele primeiro discute o oposto do ponto que tem em mente para destacar a necessidade e a glória da dádiva do Santo Espírito de Deus.

    A letra mata (7:7-25)

    Paulo analisa, com base num ponto de vista cristão, a sua própria experiência passada com a lei, como um padrão objetivo que ele sabia ser correto, mas que não conseguia atingir, por mais que tentasse. A intenção ia numa direção; a ação, em outra. Alguns comentaristas têm dificuldade em harmonizar esse relato com Fp 3:6. Mas lá Paulo está testando a sua vida com base em alguns padrões prescritos de conduta exterior defendidos pelos seus críticos judaizantes e os desafia a mostrar alguma falha sua com base nesses padrões. Aqui ele sonda as falhas interiores das quais só Deus e ele tinham conhecimento, falhas que agora eram ressaltadas pelo seu conhecimento cristão. “O verdadeiro significado do pecado não foi descoberto aos pés de Gamaliel, mas ao pé da cruz” (E. K. Lee), v. 7. 

    Depois de ter feito comentários depreciativos sobre a lei, Paulo agora deixa claro que ela não está no mesmo nível que o pecado. Mas ela o tinha apresentado ao pecado ao provocá-lo a experimentar a doçura do fruto proibido. A lei diz: “Não pise na grama; o pecado diz imediatamente: Vou pisar na grama, se eu quiser” (G. T. Thomson), saberia-, na sua primeira ocorrência, se refere ao envolvimento e experiência, em vez de percepção. E significativo que o mandamento que derrotou Paulo foi o décimo, o que é concernente à atitude interior, e não aos aspectos exteriores, com os quais é relativamente fácil se conformar. “Cobiçar” no grego é uma palavra muito ampla, cobrindo todo tipo de maus desejos, v. 8. O pecado usou o mandamento como ponto de partida do qual lançou o ataque sobre ele. A lei gerou a responsabilidade pelo delito e deu ao pecado o seu poder de atuação (conforme 4.15; 5.13). v. 9. Paulo havia desfrutado uma infância feliz e despreocupada, não limitado pela lei, e, assim, pelo pecado. Em termos relativos, a vida era isso. “Mas de repente eu encontrei Moisés, carregando na mão a lei de Deus” — a experiência de infância de Spurgeon, evidentemente, havia sido semelhante à de Paulo. Com a idade Dt 13:0) o afastou mortalmente de Deus. v. 11. enganou-me-, é uma alusão a Gn 3; o pecado tinha a mesma função que o tentador no Éden (conforme 2Co 11:3) e o enganou ao usar para os seus próprios propósitos nada mais nada menos do que a lei. A lei não se mostrou como o remédio para o mal, como ensinavam os rabinos, mas um causador de irritação do qual se desenvolveu uma alergia fatal. v. 12,13. Paulo insiste novamente em que a lei é de origem divina e o padrão revelado de moralidade. Não foi essa coisa boa que Paulo considerou fatal, mas o pecado, que a lei expôs em todas as suas verdadeiras cores. v. 14. A partir daqui e até o final do capítulo, Paulo usa o tempo presente, revivendo no plano emocional a sua vida de Saulo, o fariseu. Não há necessidade de supor que a crise da conversão tenha se interposto entre os v. 13,14. Várias versões trazem um “Porque” (tradução do gr. gar) no início do v. 14, dando, assim, a razão para o mau efeito que a lei boa teve sobre ele. A razão era interior: ele havia sido vendido como escravo ao controle do pecado (conforme 6.17,18) porque era constituído de “carne” fraca (gr. sarkinos-, “carnal”, na ARA) que havia sucumbido diante do pecado (conforme v. 5 e comentário; 8.3). v. 15-20. Ele viveu como que uma existência de dupla personalidade, em que o lado mau era o eu predominante. Na teoria, concordava completamente com a lei, mas era forçado a agir contra o seu discernimento correto pelo pecado que estava firmemente instalado na sua carne. No seu caso, ele conhecia a vontade de Deus e consentia no que era excelente, mas não o praticava (2.17ss).

    Ele conhecia, consentia e tinha a intenção de praticar, mas não conseguia. Quando pensava no seu lado melhor, desde a adolescência {não [...] mais) tinha se tornado uma massa inerte nas mãos do pecado que o controlava completamente. Quando pensava no seu lado pior, era essencialmente mau. v. 21-23. Paulo havia conhecido a angústia do conflito amargo que o dilacerava e atormentava. Na sua vida desintegrada, havia duas leis ou princípios dominantes em guerra. As suas faculdades e capacidades eram territórios ocupados pelo inimigo. O pecado as havia invadido e estava lutando para eliminar toda tentativa de resistência — e sempre era bem-sucedido, v. 24. Relembrando de forma vívida as suas emoções, como num pesadelo, Paulo grita desesperadamente por socorro de qualquer fonte. A sua personalidade dominada pelo pecado (conforme 6,6) está vivendo uma vida miserável (conforme 9ss). v. 25. Temos aqui mais um grito do coração, dessa vez de alívio e triunfo. Ele sabe que o seu clamor foi atendido e agradece àquele que veio socorrê-lo, Deus, que lhe deu a vitória por meio de Jesus Cristo (conforme 1Co 15:57). Então, emocionalmente esgotado, Paulo de forma impassível resume a sua vida dividida sob a lei. Sem a ajuda de Cristo {eu próprio-, Moffatt: “deixado por minha conta”), o seu eu melhor fez esforços sinceros para se adequar à lei, mas a sua came (“natureza pecaminosa”) o arrastou para se render ao pecado. Em 8.1, temos a contraparte correspondente do seu grito por socorro.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Romanos Capítulo 1 do versículo 18 até o 39

    II. A Justiça - A Chave do Relacionamento entre o Homem e Deus.

    1:18 - 8:39

    Aqui Paulo luta corpo a corpo com os grandes temas da vida. Como pode um homem ser justo diante de Deus? Como um homem é afetado pela atitude de Adão e de Cristo? Como deve viver um homem que é justo? Como pode ele viver desse modo?


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Romanos Capítulo 7 do versículo 7 até o 25
    b) Lei e pecado não são sinônimos (Rm 7:7-45) -Eu não teria conhecido o pecado (má concupiscência ou cobiça) se a lei não dissera (7). Se não houvesse lei, não teríamos consciência da força do pecado, e assim estaríamos desapercebidos de sua existência. É isto com efeito um truísmo de ética, que não precisa de comentário. O pecado, tomando ocasião (8-11). O pecado, como qualquer estrategista militar, fez da lei uma espécie de "base de operações". É este o sentido literal da palavra grega aphorme quando aplicada a operações militares. Significa "ponto de partida" e, assim, metaforicamente, "ocasião", "incentivo", "oportunidade" (cfr. 2Co 11:12; Gl 5:13). A alma, ignorando as proibições da lei, sente-se feliz no pecado que ela não reconhece; quando porém surge o conhecimento do pecado, este rebela-se contra a lei, que prossegue dizendo "Não farás" isto nem aquilo. E desta forma o pecado opera toda sorte de concupiscência (8).

    >Rm 7:9

    2. A LEI ESTIMULA O PECADO (Rm 7:9-45) -Outrora, diz Paulo, eu vivia livre de qualquer consciência de pecado. Eu realmente vivia alheio à lei. Mas, sobrevindo o preceito (isto é, uma particular injunção da lei), reviveu o pecado (gr. anazen, dar um salto para a vida) e eu morri (9). A experiência do apóstolo era que a lei, decretada para promover a vida (cfr. Rm 10:5; Lv 18:5) pela obediência, resultou para ele em morte. Com efeito, mediante a lei, o pecado seduzindo-o (Cfr. Gn 3:13; 2Co 11:3; 1Tm 2:14) matou-o (11). Esta morte não significa atrofia ou paralisia de uma ou outra função vital. Quer dizer morte completa, aquilo mesmo que impelira Paulo a perseguir freneticamente o Caminho, naquela mania de ódio, da qual só o Senhor o "curou" com a visão da estrada de Damasco. Toda cobiça gerada pela lei (isto é, má "concupiscência") devia apresentar-se com novo aspecto de hediondez à vista do cristão, ao olhar ele para o passado do perseguidor feroz, como Paulo por certo olhou retrospectivamente para Saulo e compreendeu a miséria do seu ódio. O apóstolo insiste que a lei, no todo ou em parte, é santa, justa e boa (12). O fim que se propõe é conceder vida. Apenas quando pervertida pelo pecado e tornada subserviente ao engano deste é que ela opera a morte. O pecado é a maldade que pôs emboscada a Saulo e o matou. A intenção divina era mostrar o pecado em suas verdadeiras cores, como já foi declarado (13; ver vers. 7-8). O pecado, porém, transformou a lei, bênção de Deus, em maldição.

    >Rm 7:14

    3. A LEI ENTRA EM CONFLITO COM O PECADO (Rm 7:14-45) -O apóstolo atinge agora o âmago de sua amarga experiência. Confessa que vê o melhor e o aprova, mas inclina-se para o pior. Descobre a diferença que existe entre a natureza da lei e sua própria natureza. O espiritual e o carnal (14) opõem-se entre si: um é do Espírito, o outro é da carne, Paulo continua numa descrição clássica de dupla consciência, para traçar seu conflito íntimo entre o que os psicólogos chamam eu organizado e desorganizado. O eu real centraliza-se num ideal, que no caso de Paulo é Cristo, ou a lei santa e boa. O pecado, personificado no retrato gráfico e emocional, é o eu desorganizado que definitivamente não é o Paulo que ele anseia ser. Quando faz o que não aprova declara que não é mais ele que o faz, e sim o pecado (20), identificado aqui com a sua individualidade inferior ou desorganizada. A experiência do apóstolo provê um princípio que vem enunciado no vers. 21, o qual opera por toda a vida. "Para estar salva do pecado, a pessoa precisa reconhecê-lo seu e ao mesmo tempo renegá-lo; é este paradoxo prático que se reflete neste versículo" (James Denney). A expressão emocional deste conflito íntimo e dupla consciência culmina num brado de aflição ou desespero (24). Paulo torna a viver a experiência, apresentada como típica, de ser pecador convicto. Desventurado homem que sou! quem me livrará do corpo desta morte? (24). O corpo é o instrumento do pecado e cujo destino é a morte. Tão repulsivo é o pecado e tão sinônimo de morte, que Paulo se agonia por se livrar deste corpo, que ele em seu horror sente que é morte. E vem a seguir a reação repentina no hino de louvor, visto que a salvação inunda sua alma. "Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor".


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Romanos Capítulo 7 do versículo 1 até o 25

    26. Mortos para a lei ( Romanos 7:1-6 )

    Ou, porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem jurisdição sobre uma pessoa, desde que ele vive? Para a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele está vivo; mas se o marido morrer, ela está livre da lei relativa ao marido. De sorte que, enquanto o marido está vivo, se for de outro homem, ela será chamada adúltera; mas se o marido morrer, ela está livre da lei, de modo que ela não é adúltera, se ela for de outro homem. Portanto, meus irmãos, vocês também foram feitos para morrer para a lei pelo corpo de Cristo, que você pode estar se juntou a outro, àquele que foi ressuscitado dentre os mortos, para que demos fruto para Deus. Por enquanto estávamos na carne, as paixões dos pecados, que foram reveladas pela Lei, estavam no trabalho nos membros do nosso corpo a dar frutos para a morte. Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que nós estávamos destinados, de modo que servimos em novidade de espírito, e não na velhice da letra. ( 7: 1-6 )

    Ao estudar o Antigo Testamento, você não pode deixar de ficar impressionado com a dignidade e honra concedida a lei de Deus revelada-também conhecido por nomes como seus estatutos, mandamentos, ordenanças e testemunhos. Deus inspirou Moisés a escrever:

    Agora este é o mandamento, os estatutos e os preceitos que o Senhor teu Deus ordenou-me para ensinar você, que você pode fazê-las na terra onde você está indo para possuí-la, para que você e seu filho e seu neto pode temem o Senhor, teu Deus, para manter todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, todos os dias da sua vida, e que seus dias sejam prolongados. O Israel, você deve ouvir e ter o cuidado de fazê-lo, que ele pode estar bem com você e que você pode multiplicar muito, assim como o Senhor, o Deus de vossos pais, lhe prometeu, em uma terra que mana leite e mel . Ouve, ó Israel! O Senhor é o nosso Deus, é o único Senhor! Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, de toda a tua alma e com toda a tua força. E estas palavras, que eu hoje te ordeno, estarão no teu coração; e você deve ensiná-los diligentemente a teus filhos, e deve falar deles quando você se senta em sua casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e ao levantar-te. E você deve vinculá-las como sinal na tua mão e te serão por frontais em sua testa. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. ( Deuteronômio 6:1-9. )

    Salomão escreveu: "A conclusão, quando tudo tiver sido ouvido, é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos, porque isso se aplica a todas as pessoas" ( Eccles 0:13. ). Salmo 119 utiliza cerca de dez sinônimos diferentes para a lei de Deus. O escritor declara:

    Bem-aventurados aqueles cujas caminho é perfeito, que andam na lei do Senhor ( v. 1 ); Tu tens ordenado teus preceitos, que devemos mantê-los diligentemente ( 4 v. ); Oh que meus caminhos podem ser estabelecidos para os teus estatutos! ( v. 5 ); Tua palavra que eu tenho valorizado no meu coração, para que eu não pecar contra Ti ( v. 11 ); Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos ( v 12. ); Vou deliciar-se com os teus estatutos; Não esquecerei a tua palavra ( v 16 ); Dá-me entendimento, para que eu observe a tua lei e mantê-lo com todo o meu coração ( v 34. ); O como eu amo a tua lei! É a minha meditação o dia todo ( v 97. ); A soma da tua palavra é a verdade, e cada um dos teus justos juízos dura para sempre ( v 160. ); Aqueles que amam a tua lei têm grande paz, e nada faz com que eles tropeçam (v 165. ); Deixe minha língua a tua palavra, para todos os teus mandamentos são justiça ( 172 v. ).

    Para o pai-de-lei Jetro, Moisés explicou que seu objetivo principal como líder divinamente designada de Israel era o de "dar a conhecer os estatutos de Deus e Suas leis" ( Ex 18:16 ). Isaías proclamou: "O Senhor estava satisfeito por Sua causa da justiça para fazer a lei grande e glorioso" ( Is 42:21 ).

    O grande rei Davi se inspirou para escrever esta declaração definitiva da Proposito, a eminência, e da grandeza da lei de Deus: "A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices . Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre;. os juízos do Senhor são verdadeiros;. eles são inteiramente justos Eles são mais desejáveis ​​do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel eo destilar dos favos "( Sl 19:7-10. ). O último comando dado por Deus no Antigo Testamento é "Lembre-se da lei de Moisés, meu servo, mesmo os estatutos e preceitos que lhe ordenei em Horebe para todo o Israel" ( Ml 4:4 ). Como se viu, no entanto, suas ações foram mal interpretadas e mal representado, e à oposição dos judeus contra Paulo foi ainda mais endurecido (ver vv 27-30. ). No entanto, o incidente demonstra claramente a intensa reverência judaica durante pelo menos os aspectos externos e cerimoniais da lei.

    Antes de sua conversão, Paulo (então conhecido como Saulo) foi o epítome do legalismo judaico. Em sua carta à igreja de Filipos ele atesta a confiança que ele teve uma vez em seu próprio respeito humano da lei. "Se alguém tem uma mente que confiar na carne", escreveu ele, "I muito mais: circuncidado ao oitavo dia, da nação de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; como a Lei, um fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça que há na lei, fui irrepreensível "( Fp 3:4-6. ).

    A visão oposta da lei do Antigo Testamento também foi um problema durante o ministério de Jesus e na 1greja primitiva. Como em todos os anos, muitas pessoas estavam procurando uma maneira de ser religioso sem ser prejudicado por uma série de restrições. Para eles, a idéia da salvação pela graça através da fé, sem lei parecia uma maneira perfeita para ter seu bolo e comê-lo. Eles simplesmente "confiar em Deus" e, em seguida, fazer o que quisessem.

    Para deixar claro o seu próprio alta consideração pela lei divina dada por meio de Moisés, Jesus declarou no início de seu ministério: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas;. Não vim para abolir, mas para cumprir Porque em verdade Eu digo que, até que o céu ea terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da Lei, até que tudo seja cumprido. Todo aquele que anula um dos menos um destes mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no o reino dos céus, mas aquele que praticar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus "( Mt 5:17-19. ).

    Paulo testifica que os oráculos de Deus ( Rm 3:2 ), que foram entregues e ordenação dos anjos de Deus (próprios : He 2:2. ; At 7:53 , não poderia ser outra coisa senão sagrado) e inviolável. O apóstolo já testemunhou: "?! Será que nós, em seguida, anular a lei pela fé De maneira nenhuma, pelo contrário, nós estabelecemos a lei" ( Rm 3:31. ). Mais tarde, ele afirma inequivocamente que, apesar das suas limitações e incapacidade de se salvar, "a lei é santa, eo mandamento é santo, justo e bom" ( 07:12 ; cf. 1Tm 1:8. ), e "a lei entrou em que a transgressão pode aumentar, mas, onde o pecado aumentou, transbordou a graça mais "( 05:20 ). Os cristãos não são salvos pela lei e "não estão debaixo da Lei, mas debaixo da graça" ( 06:14 ).

    Sabendo que seus leitores, especialmente os crentes judeus, ainda teria um grande número de perguntas sobre a lei em relação à sua fé em Cristo, Paulo continua na presente passagem para explicar essa relação crítica.

    Na última parte de Romanos 6 , ele expõe a primeira verdade do versículo 14 , ou seja, que os crentes não estão mais sob a lei sobre o seu poder para condenar. No capítulo 7, ele expõe a segunda verdade em que o verso, que os crentes estão agora debaixo da graça. No entanto, ao fazê-lo, ele se refere à lei vinte e três vezes neste capítulo, oito vezes nos primeiros seis versos. Em sua explicação, ele apresenta um axioma ( v. 1 ), uma analogia ( vv. 2-3 ), um aplicativo ( vv. 4-5 ), e uma afirmação ( v. 6 ).

    A Axiom

    Ou, porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem jurisdição sobre uma pessoa, desde que ele vive? ( 7: 1 )

    A questão de tato e retórico Você não sabe ? indica o apóstolo é, mais uma vez usando uma verdade auto-evidente como a base de sua argumentação. O termo irmãos refere-se a irmãos judeus de Paulo (aqueles que conhecem a lei ). Ele pode estar enfatizando este termo para garantir crentes judeus de sua sensibilidade para a sua profunda preocupação com sua difamação aparente do Mosaic lei .

    O seu ponto principal aqui, no entanto, refere-se a qualquer lei , como indicado pela construção anarto (a ausência de um artigo definido antes de um substantivo, neste caso, direito ) no texto grego. A tradução literal é simplesmente, "para aqueles que conhecem a lei." Deveria ser óbvio, ele estava dizendo, que qualquer lei -seja dada por Deus romano, grego, ou até mesmo lei— bíblica tem justificação sobre uma pessoa só , enquanto ele vive . Se um criminoso morre, ele não está mais sujeito a julgamento e punição, não importa quão numerosos e hediondo seus crimes podem ter sido. Lee Harvey Oswald, o assassino acusado do presidente João F. Kennedy, nunca foi levado a julgamento por esse ato porque ele mesmo foi assassinado antes de seu julgamento começou. Lei é obrigatória apenas aos vivos.

    A Analogia

    Para a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele está vivo; mas se o marido morrer, ela está livre da lei relativa ao marido. De sorte que, enquanto o marido está vivo, se for de outro homem, ela será chamada adúltera; mas se o marido morrer, ela está livre da lei, de modo que ela não é adúltera, se ela for de outro homem. ( 7: 2-3 )

    Ao contrário do que as interpretações confusas de alguns comentaristas, o apóstolo não está apresentando uma alegoria complexa, ou uma alegoria de qualquer tipo. Ele é simplesmente fazer uma analogia com a lei do casamento para ilustrar o único ponto que ele acaba de referir, ou seja, que nenhuma lei tem jurisdição sobre uma pessoa depois de morto. Esta passagem não tem absolutamente nada a dizer sobre o divórcio e não pode legitimamente ser usado como um argumento de silêncio para ensinar que o divórcio nunca é justificável para um cristão e, por conseguinte, que só a morte de um cônjuge dá o direito de se casar de novo (Essa discussão requer tratamento de outras passagens, como Mt 5:31-32. ; 19: 3-12 ; e 1 Cor. 7: 10-15 . Para um estudo mais aprofundado ver o livro do autor O Familia[Chicago: Moody, 1982]).

    Paulo está chamando a atenção para o fato de que as leis do casamento são obrigatórias somente enquanto ambos os parceiros estão vivos. Ser de outro homem enquanto seu marido está vivo faz uma mulher adúltera , um criminoso contra a lei. Mas, para ser unidos em casamento a outro homem depois de seu marido morrer é perfeitamente legal e aceitável. A viúva é absolutamente livre da lei que a prendia ao seu ex-marido. Paulo, de fato, incentivados viúvas jovens se casar novamente. Enquanto eles se juntaram a um crente (ver 1Co 7:39 ), essas viúvas, diz ele, deve "casar, ter filhos, cuidar da casa, e dar ao inimigo nenhum motivo para reprovação" ( 1Tm 5:14 ). A lei só tem poder para condenar homens à morte por seus pecados ( 6:23 ), mas não tem poder para resgatá-los a partir dele. Paulo já assinalou que a graça de Deus estendida pela fé em Jesus Cristo traz a morte de e libertação do pecado ( Rom. 6: 3-7 ). Ele declara agora que a fé nEle também traz a morte para a Lei e, consequentemente, a liberdade de grande penalidade do direito.

    Através do corpo de Cristo , que sofreu a pena de morte em seu nome, os crentes são libertados de sua relação com a lei, assim como uma viúva é libertado de seu relacionamento com seu ex-marido. E como que a viúva, os crentes são livres para ser unido a outro marido, por assim dizer, a Jesus Cristo, Aquele que ressuscitou dentre os mortos . Salvação traz uma completa mudança de relacionamento espiritual, assim como o novo casamento após a morte de um cônjuge traz uma completa mudança de relação conjugal. Os crentes não estão mais casados ​​com a lei, mas agora estão casados ​​com Jesus Cristo, o Esposo divino de Sua igreja.

    Em Efésios Paulo dá uma bela imagem de que o relacionamento: "Mas como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres deve ser a seus maridos em tudo Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja ea si mesmo se entregou. se entregou por ela, para que a santificar, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para que pudesse apresentar a Si mesmo a igreja em toda a sua glória, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas ela deve ser santa e irrepreensível "( Ef 5:24-27. ). Usando a mesma figura do casamento, o apóstolo amorosamente disse aos coríntios: "Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque eu prometi a um marido, que a Cristo vos apresentar como uma virgem pura" ( 2 Cor . 11: 2 ).

    A ênfase subjacente do livro de Romanos é que a salvação produz transformação total. Através da morte e ressurreição de Jesus, Deus "fez Aquele que não conheceu pecado, o pecado por nós, para que nos tornássemos justiça de Deus em Cristo" ( 2Co 5:21 ). O objetivo do nosso ser unidos a Cristo é que demos fruto para Deus . "Pois somos feitura dele," Paulo diz aos Efésios, "criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" ( Ef 2:10 ). Ele dá uma visão adicional em sua carta a Galácia: "Por meio da Lei que eu morri para a lei, para que eu pudesse viver para Deus Já estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim;. ea vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim "(Gal. 2: 19-20 ). A vida transformada vontade

    O grande teólogo Charles Hodge escreveu: "Na medida em que estamos preocupados, o resgate está a fim de [produtos] santidade Estamos livres da lei, para que possamos estar unidos a Cristo;. E estamos unidos a Cristo, para que possamos fruto para Deus .... Como libertação da pena da lei é, a fim de [produtos] santidade, é inútil esperar que a libertação, excepto com vista ao fim para o qual foi concedida "(Commentary on Epístola aos Romanos [Grand Rapids: Eerdmans, sd], p 220)..

    Godly fruta existe basicamente em duas dimensões: atitude e ação. O fruto do Espírito Santo na vida de um crente se manifesta internamente em suas atitudes de "amor, alegria paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio" ( Gl 5:22-23. ). No que diz respeito piedosos ações . estão em causa, Jesus disse: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor Toda vara em mim que não dá fruto, ele a corta; e todo o que dá fruto, ele a limpa-lo, para que produza mais fruto ainda "( João 15:1-2 ). O escritor de Hebreus fala de "o fruto de lábios que confessam o seu nome" ( He 13:15 ), e Paulo orou para que os crentes de Filipos seria preparado para o dia de Cristo por ser "cheios do fruto da justiça que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus "( Fp 1:11 ).

    No versículo 5 Paulo lembra seus leitores de quatro coisas que marcaram suas vidas antigas como incrédulos. Primeiro, eles estavam na carne . A pessoa, não regenerado não resgatados podem operar apenas na área da carne , a esfera natural e pecaminosa da humanidade caída.

    Em escritura, o termo carne é usado de várias maneiras. Ele é usado em um sentido moral e espiritualmente neutra para descrever estar físico do homem. Nesse sentido, quando se tornou o Deus encarnado, o próprio Senhor "se fez carne, e habitou entre nós" ( Jo 1:14 ). Na verdade, uma das determinadas marcas de um verdadeiro crente é que ele "confessa que Jesus Cristo veio em carne" ( 1Jo 4:2 ).

    Paulo já declarados como força e inequívoca possível que a liberdade da escravidão da lei não não significa liberdade para fazer o que os proíbe de lei ( 6: 1 , 15 ; cf. 03:31 ). Liberdade da lei não traz a liberdade para pecar, mas exatamente o oposto da liberdade pela primeira vez para fazer o que é justo, a liberdade da pessoa não regenerada não e não pode ter.

    O ponto de Paulo não é simplesmente que a pessoa redimida é capaz de fazer o que é certo, mas que ele vai fazer o que é certo. Em resposta à sua fé em Seu Filho, Jesus Cristo, Deus liberta os homens da escravidão à lei , de modo que eles vão servir . Muitas representações inglesas de douleuō ( servir ) são um tanto ambígua e não carregam toda a força do termo grego. Este verbo não descreve o serviço voluntário de um trabalhador contratado, que é capaz de recusar um pedido e olhar para outro empregador, se ele assim o desejar. Refere-se exclusivamente ao serviço de um escravo, cujo único propósito da existência é obedecer a vontade de seu mestre.

    Kenneth Wuest dá essa tradução precisa e bela do versículo 6: "Mas agora, nós fomos libertos da lei, havendo morrido para aquilo em que estávamos constantemente pressionado, de modo que estamos tornando habitualmente obediência de um escravo" ( Estudos de Wuest Palavra a partir de Novo Testamento em grego, vol 1. [Grand Rapids: Eerdmans, 1973], p 117)..

    Serviço ao Senhor em novidade do Espírito , em vez de na velhice da letra é o fruto necessário da redenção, não uma opção. Como já foi referido, um cristão infrutífera não é um cristão genuíno e não tem parte no reino de Deus. "Toda vara em mim que não dá fruto", disse Jesus, meu pai "tira; e todo o que dá fruto, ele a limpa-lo, para que produza mais fruto ainda" ( João 15:1-2 ).

    A pessoa que é justificado pela fé através da graça de Jesus Cristo é segura ( Romanos 5 ), santo ( cap. 6 ), livre, frutífero, e servindo ( cap. 7 ). E os últimos quatro dessas características do verdadeiro crente não são mais opcional ou condicional do que o primeiro. Embora nenhuma dessas marcas divinas de regeneração é sempre perfeito em sua manifestação humana, todos eles estão sempre presentes na vida de um crente.

    A lei ainda é importante para o cristão. Pela primeira vez, ele é capaz de atender às demandas da lei para a justiça (o que era o desejo de Deus, quando Ele deu-lhe, em primeiro lugar), porque ele tem uma nova natureza e próprio Espírito Santo de Deus para capacitar a sua obediência. E embora ele não mais sujeito à servidão ou de grande penalidade do direito é, ele é mais genuinamente ansioso para viver de acordo com seus padrões divinos do que é o legalista mais zeloso. Com toda sinceridade e alegria que ele pode dizer com o salmista: "Oh, como eu amo a tua lei!" ( Sl 119:97 )

    Que diremos, pois? É a lei pecado? De maneira nenhuma! Pelo contrário, eu não teria chegado a conhecer o pecado senão pela lei; pois eu não teria conhecido a cobiça, se a lei não dissesse: "Não cobiçarás". Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim a cobiça de toda espécie; para além do pecado Lei está morto. E eu era uma vez vivia sem a lei; mas quando veio o mandamento, o pecado tornou-se vivo, e eu morri; e este mandamento, que era de resultar em vida, provou resultar em morte por mim; para o pecado, tomando ocasião, pelo mandamento me enganou, e por ele me matou. Então, a lei é santa, eo mandamento é santo, justo e bom. Por isso que o que é bom tornar-se uma causa de morte para mim? De maneira nenhuma! Pelo contrário, foi o pecado, a fim de que ele pode ser mostrado para ser pecado por efetuar a minha morte por aquilo que é bom, que através do pecado mandamento, se mostrasse extremamente pecaminoso. ( 7: 7-13 )

    Capítulos 3:8 de Romanos tecem juntos de uma forma notável os vários temas da fé, da graça, pecado, da justiça e do direito. Especialmente importante para leitores judeus de Paulo era o seu tratamento abrangente da lei e do seu papel em uma pessoa de vir a Cristo e depois viver para Cristo.

    Paulo estabeleceu que a lei não pode salvar ( Rom 3-5. ), que não pode santificar ( cap 6. , e que ele não pode mais condenar um crente () 7: 1-6 ). Agora, ele estabelece que a lei pode condenar ambos os descrentes e crentes do pecado ( 7: 7-13 ) e, em seguida, que ele não pode salvar do pecado, seja antes ou depois da salvação ( 7: 14-25 ), e que pode ser cumprida por crentes no poder da habitação do Espírito Santo ( 8: 1-4 ).

    Na época do Novo Testamento, rabinos judeus tinham resumiu lei bíblica em 613 mandamentos, composta de 248 mandatos e 365 proibições. Os mandatos relacionados a coisas como o culto, o templo, sacrifícios, votos, rituais, doações, sábados, animais utilizados para a alimentação, festivais, assuntos da comunidade, a guerra, as questões sociais, responsabilidades familiares, questões judiciais, direitos legais e obrigações, e escravidão . As proibições relacionadas a coisas como lições idolatria históricos, a blasfêmia, a adoração do Templo, sacrifícios, o sacerdócio, dieta, votos, agricultura, empréstimos, negócios, escravos, a justiça e as relações pessoais.

    Para essas leis bíblicas os rabinos tinham acrescentado inúmeros adjuntos, condições e interpretações práticas. A tentativa de cumprir todas as leis e tradições tornou-se uma maneira de consumir de vida para os judeus legalistas, como os fariseus. No Concílio de Jerusalém, Pedro descreveu que o legalismo extremo como "um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar" ( At 15:10 ).

    Na medida em que as leis divinamente reveladas estavam preocupados, é claro por que os judeus fiéis tentaram mantê-los em todos os detalhes. Através de Moisés, Deus havia declarado: "Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, fazendo deles" ( Dt 27:26 ). O próximo capítulo de Deuteronômio especifica algumas das graves conseqüências da desobediência, conseqüências que afetaram praticamente todas as áreas da vida:

    Mas ela deve vir sobre, se você não vai obedecer ao Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos e os seus estatutos com a qual eu carregá-lo hoje, que todas estas maldições virão sobre ti e te alcançarão. Maldito serás na cidade, e maldito serás no país. Maldito sua cesta e sua bacia de amassar. Maldito o fruto do teu ventre eo fruto da tua terra, o aumento do seu rebanho e os jovens do seu rebanho. Maldito serás quando entrares, e maldito serás quando você sair. O Senhor mandará sobre ti maldições, confusão e repreensão, em tudo o que se comprometem a fazer, até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças por causa da maldade das tuas obras, porque você me deixaram. O Senhor fará com que o agarram a pestilência para você até que Ele te consuma da terra, onde você está entrando para a possuir. O Senhor te ferirá com o consumo e com febre e com inflamação e com ardente batida e com a espada e com crestamento e com ferrugem, e que te perseguirão até que pereças. ( 28: 15-22 )

    Como um apóstolo de Jesus Cristo, Paulo reiterou a verdade que "para todos quantos são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não cumprir todas as coisas escritas no livro de a lei, para realizá-las "( Gl 3:10. ; cf. Dt 27:26. ). Tiago declarou que "qualquer que guardar toda a lei, mas tropeça em um só ponto, tornou-se culpado de todos" ( Jc 2:10 ).

    Por que um maravilhas, que Deus deu o Seu povo escolhido uma lei que era impossível para eles para manter? Seu propósito não era apenas para revelar o padrão de justiça pelo qual os salvos estão a viver, mas também para mostrar-lhes a impossibilidade de viver sem o Seu poder e mostrar-lhes a profundidade de sua pecaminosidade quando honestamente medida contra a lei. A lei não foi dada para mostrar aos homens o quão bom eles poderiam ser, mas que bom que não podia ser. Após a sua citação de Dt 27:26 mencionado acima, Paulo disse aos Gálatas: "Agora que ninguém é justificado pela Lei diante de Deus é evidente" ( Gl 3:11 a ). Para fundamentar essa verdade ele citou outra passagem do Antigo Testamento, que declarou que "o justo viverá pela fé" ( v. 11 b ; cf. Hc 2:4. ), veio a entender claramente que a realidade depois de sua conversão. Ele testemunhou aos crentes de Filipos: "Todas as coisas que para mim era lucro, essas coisas que eu considerei perda ... a fim de que eu possa ganhar a Cristo, e pode ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça derivada da Lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus com base na fé "( Fp 3:7-9. ).

    Depois de declarar que "enquanto nós [crentes] estavam na carne, as paixões pecaminosas ... foram despertadas pela Lei", e que "agora temos sido libertados da lei, ... para que sirvamos em novidade de Espírito e não na velhice da letra [da Lei] "( Rom. 7: 5-6 ), Paulo sabia que a próxima pergunta a seus leitores pediria seria, Que diremos, então? É a lei pecado? ", foi a lei dada por Deus através de Moisés, na verdade, o mal?" eles perguntam. "E os cristãos podem agora ignorar as normas da lei e viver como eles, por favor?"

    Paulo responde por mais uma vez usando o negativo grego mais forte, me genoito ( De modo nenhum! Ver 3: 4 , 6 , 31 ; 6: 2 , 15 ; 07:13 ). "Claro que não! Claro que não!" é a idéia. A lei não só não é pecado, mas continua a ter um grande valor para o cristão pela condenação dele do pecado. Em 7: 7 b -13, Paulo dá quatro elementos da obra de convencimento da lei de Deus: (ele revela o pecado . v 7 b ), que desperta o pecado ( v. 8 ), arruina o pecador ( . vv 9-11 ) e reflete a pecaminosidade absoluta do pecado ( vv. 12-13 ).

    A Lei revela o pecado

    Pelo contrário, eu não teria chegado a conhecer o pecado senão pela lei; pois eu não teria conhecido a cobiça, se a lei não dissesse: "Não cobiçarás". ( 7: 7 b)

    Pelo contrário , diz Paulo, apenas o oposto é verdadeiro. É escandaloso e blasfemo mesmo a sugerir que os comandos qualquer coisa que Deus poderia ser deficiente no mínimo, forma, muito menos pecaminoso.

    Por ser perfeito em si, no entanto, a lei de Deus se revelar a imperfeição do homem. Eu não teria chegado a conhecer o pecado , Paulo passa a explicar, a não ser através da Lei. Em outras palavras, porque Deus revelou Seus padrões divinos de justiça, os homens são capaz de identificar com mais precisão o pecado , que é a incapacidade de cumprir essas normas.

    O apóstolo já mencionou ou alusão a essa verdade várias vezes na epístola: "pela lei vem o pleno conhecimento do pecado" ( 3:20 ); "A lei opera a ira, mas onde não há lei, não há transgressão" ( 4:15 ); e "até que a lei havia pecado no mundo, mas o pecado não é levado em conta quando não há lei" ( 05:13 ).

    Paulo não está falando de consciência geral da humanidade de certo e errado. Mesmo gentios pagãos que nunca ouviram falar de Deus revelada de lei, no entanto, ter a sua "lei escrita em seus corações, dão testemunho de consciência, e os seus pensamentos ora acusando defendê-los" ( Rm 2:15 ). No presente passagem o apóstolo está falando sobre o conhecimento de toda a extensão e depravação do homemdo pecado .

    Durante todo o resto do capítulo, Paulo usa os pronomes da primeira pessoa singular que eu e eu, o que indica que ele está dando o seu testemunho pessoal, bem como ensinar a verdade universal. Ele está relacionando a convicção de pecado que o Espírito Santo trabalhou em seu próprio coração por meio da lei, antes e durante o seu encontro com Cristo na estrada de Damasco e os três dias de cegueira que se seguiram (ver Atos 9:1-18 ).

    Apesar do aparecimento de Cristo a ele e chamá-lo de apostolado foram atos soberanos de Deus, em algum momento Saul (como era então conhecida) teve de confessar seus pecados e confiança em Cristo para a salvação. Forças ninguém em seu reino contra a sua vontade ou à parte da fé Deus. Em seu depoimento perante o rei Agripa, Paulo contou que, mesmo quando ele estava para fora perseguir os seguidores de Cristo, ele foi interiormente chutando "contra os aguilhões" da obra de convencimento do Espírito Santo em seu coração ( At 26:14 ).

    Paulo tinha sido treinado no judaísmo desde sua juventude, estudou com o famoso Gamaliel, em Jerusalém, havia tentado seguir a lei meticulosamente, e considerou-se a ser zelosos por Deus ( At 22:3 ; Fp 3:5-6a ). Antes de sua conversão, ele poderia facilmente ter feito a oração do fariseu auto-satisfação no Templo que agradeceu a Deus que ele não era como as outras pessoas (ver Lucas 18:11-12 ). Ele pode ter afirmado com o jovem rico que ele tinha guardado toda a lei desde a sua juventude (ver Mt 19:20. ; Fp 3:6 ), uma justiça que ultrapassa de longe a justiça externa e hipócrita tipificado pelos escribas e fariseus ( Mt 5:20 ). Na sequência desta declaração, Jesus deu uma série de ilustrações dos padrões de justiça de Deus. Aos olhos de Deus, a pessoa que odeia ou denigre seu irmão é tão culpado do pecado como o assassino ( vv. 21-22 ), a pessoa que cobiça é tão culpado de imoralidade como o adúltero ( vv. 27-28 ), a pessoa que se divorciar de seu cônjuge, exceto em razão da infidelidade provoca ambos, bem como os eventuais futuros cônjuges, a cometer adultério ( vv. 31-32 ; conforme também Mateus 19:3-12. ; Marcos 10:11— 12 ). Verdade é verdade, e falsidade é falsidade, Jesus declarou, eo juramento nem pode justificar uma mentira nem autenticar uma verdade ( Mat. 5: 33-37 ).

    Judeus não tinham desculpa para deixar de entender que Deus exige justiça interior, bem como para o exterior. O Shema (a partir da palavra hebraica para "ouvir") compreende os textos de Deuteronômio 6:4-9 ; 13 5:11-21'>11: 13-21 ; e Números 15:37-41 , e foi recitado duas vezes ao dia por judeus fiéis. Os dois textos de Deuteronômio também estavam entre as quatro passagens que foram escritas em pequenos pedaços de pergaminho e colocados em filactérios usados ​​na testa e nos braços de homens judeus deixados durante a oração. Os mesmos dois textos foram colocados em mezuzahs, pequenas caixas que os judeus ligados a seus portais, seguindo as instruções de Dt 6:9 ;Lv 19:18. ). Numa situação inversa, quando Jesus pediu um advogado dos fariseus para identificar "o que está escrito na Lei", o homem imediatamente citou Dt 6:5 ).

    É claro, portanto, que, apesar da externalidade de suas tradições rabínicas, que frequentemente contradiziam Escrituras ( Mat. 15: 3-6 ), os judeus de Jesus 'e dia de Paulo sabia que dois de Deus supremosmandamentos tinha a ver com motivos internos, em vez de ações externas. No entanto, eles continuaram a colocar sua fé em suas próprias realizações externas e não no Deus que professavam amar com todo o coração.

    A Lei desperta Pecado

    Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim a cobiça de toda espécie; para além do pecado Lei está morto. ( 7: 8 )

    Paulo mais uma vez (cf. v. 7 ) deixa claro que a lei em si não é pecado e não é responsável pelo pecado. É o pecado que já está no coração de uma pessoa que tem oportunidade, pelo mandamento da lei para produzir a cobiça de todos os tipos , bem como inúmeros outros pecados específicos.

    Pregadores fiéis sempre proclamaram as exigências da lei de Deus, antes de proclamar a graça de Seu evangelho. Uma pessoa que não vê a si mesmo como um pecador perdido e indefeso não verá necessidade de um Salvador. E a pessoa que não está disposto a ser limpo do seu pecado, mesmo se ele o reconhece, não tem acesso a Salvador, porque ele se recusa a ser salvo.
    Comentarista da Bíblia FF Bruce escreve: "O vilão da história é o pecado, pecado aproveitou a oportunidade que lhe é proporcionada quando a lei me mostrou o que era certo eo que era errado" ( A Epístola de Paulo aos Romanos [Grand Rapids: Eerdmans, 1963] , p. 150). O problema é com o pecado, e não com a lei ", a lei é contrária às promessas de Deus?" Paulo retoricamente perguntou aos Gálatas, e, em seguida, respondeu com o seu favorito negativo, "De modo nenhum!" ( Gl 3:21 ).

    Aphormē ( oportunidade ) foi originalmente usado para o ponto de partida ou de base de operações para uma expedição. Pecado usa o mandamento , isto é, a lei de Deus, como uma cabeça de ponte para lançar seu trabalho mal.

    Não é segredo que o homem tem um lado rebelde natural que ele faz com que quase reflexivamente a ressentir-se um comando ou proibição. Quando as pessoas notam uma placa que diz "Mantenha a grama" ou "Não escolher as flores", por exemplo, muitas vezes há um impulso para fazer a mesma coisa que o sinal proíbe.
    Em seu livro Princípios de Conduta, João Murray observa que quanto mais a luz da lei de Deus brilha em nossos corações depravados, mais a inimizade de nossas mentes é despertado para a oposição, provando que a mente da carne não está sujeito à lei de Deus ([Grand Rapids: Eerdmans, 1957], p 185.). Quando uma pessoa é confrontada com a lei de Deus, a coisa proibida torna-se ainda mais atraente, não tanto para seu próprio bem como para a sua fornecendo um canal para a afirmação da vontade própria.

    Em sua rica alegoria O Peregrino, João Bunyan pinta um retrato vívido palavra de excitação do pecado pela lei. A, sala grande cheia de pó na casa de Intérprete simboliza o coração humano. Quando um homem com uma vassoura, o que representa a lei de Deus, começa a varrer a poeira roda para cima e todos, mas sufoca Cristão. Isso é o que a lei faz pecar. É assim que agita o pecado que se torna sufocante. E, assim como uma vassoura não pode limpar um quarto de pó, mas apenas mexa-se, portanto, a lei não pode purificar o coração do pecado, mas apenas tornar o pecado mais evidente e desagradável.

    O axioma do argumento de Paulo aqui é que para além do pecado Lei está morto . Não é que o pecado não tem existência para além da lei, porque isso obviamente não é verdade. Paulo já declarou que, muito antes de a lei foi revelada, o pecado entrou no mundo através de Adão e depois se espalhou para todos os seus descendentes ( Rm 5:12 ). "Até que a lei havia pecado no mundo", ele passa a explicar ", mas o pecado não é levado em conta quando não há lei" ( v. 13 ). O argumento de Paulo em Rm 7:8. ). Sua auto-estima, auto-satisfação e orgulho foram devastados e em ruínas. Paulo morreu . Ou seja, pela primeira vez, ele percebeu que estava morto espiritualmente. Quando ele viu a majestade e santidade da lei perfeita de Deus, ele foi quebrantado e contrito. Ele estava finalmente pronto para defender com o publicano arrependido: "Deus, sê propício a mim, pecador!" ( Lc 18:13 ). Ele reconheceu a si mesmo como um dos desamparados e ímpio por quem Cristo morreu (ver Rm 5:6. ).

    Mas a lei, a ordem , não pode produzir bênção e paz no incrédulo, porque ele não pode cumprir os requisitos da lei e, portanto, está sob a sua sentença de morte . A lei não pode produzir a vida que tinha como objetivo produzir, porque nenhum homem é capaz de encontrar o padrão perfeito da lei da justiça. Se fosse possível, perfeita obediência à lei poderia trazer vida. Mas porque essa obediência é nãopossível para caído, o homem pecador, a lei traz-lhe a morte em vez de vida.

    Como crentes em Jesus Cristo, somos salvos e deu a vida eterna, porque " a exigência da lei [é] cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito ", e porque o próprio Cristo habita em nós através de Seu próprio Espírito ", embora o corpo está morto por causa do [nosso] pecado, mas o [nosso] espírito está vivo por causa da [sua] a justiça "( Rm 8:4 ; grifo do autor).

    Repetindo o que já tinha dito sobre o pecado, tomando ocasião pelo mandamento (cf. v 8 ) e causando sua morte ( ele me matou ; cf. . vv 9-10 ), Paulo diz que o pecado também enganou ele. Engano é um dos males mais sutis e desastrosos do pecado. Uma pessoa que está enganado a pensar que ele é aceitável a Deus por causa de seu próprio mérito e as boas obras não verá necessidade de salvação e não há razão para confiar em Cristo. Sem dúvida, é por essa razão que todas as religiões falsas-incluindo aqueles que reivindicam o nome de Cristo em uma forma ou de outra são construídos sobre uma base enganosa de auto-confiança e auto-esforço. Self-justiça não é justiça a todos, mas é o pior dos pecados. Tanto pela norma da lei e pelo padrão de graça, o próprio termo justiça própria é uma auto-contradição.

    Algum tempo antes de seu encontro com Cristo na estrada de Damasco, Paulo chegou a reconhecer o engano do pecado e exigências impossíveis da lei e foi condenado pelo Espírito Santo de sua própria impotência injustiça e espiritual.

    A Lei Reflete a malignidade do pecado

    Então, a lei é santa, eo mandamento é santo, justo e bom. Por isso que o que é bom tornar-se uma causa de morte para mim? De maneira nenhuma! Pelo contrário, foi o pecado, a fim de que ele pode ser mostrado para ser pecado por efetuar a minha morte por aquilo que é bom, que através do pecado mandamento, se mostrasse extremamente pecaminoso. ( 7: 12-13 )

    O apóstolo novamente responde à pergunta: "É a lei pecado?" ( 7: 7 ). Agora, ele declara que não é só a lei não pecar, mas que a lei é , na verdade, santa, eo mandamento é santo, justo e bom . Durante todo o restante do capítulo Paulo continua a louvar e exaltar a lei de Deus, chamando-espiritual ( v 14 ), bom ( v. 16 ), e com alegria concorrendo em seu "homem interior", com sua verdade e normas divina (v. 22 ) .

    Davi exaltou soberanamente a lei de Deus, proclamando:

    A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros; eles são inteiramente justos. Eles são mais desejáveis ​​do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel eo destilar dos favos. Além disso, por eles o teu servo é advertido; em os guardar há grande recompensa. ( Sl. 19: 7-11 )

    O fato de que a lei revela, desperta, e condena o pecado e traz a morte para o pecador não faz a própria lei mal. Quando uma pessoa é justamente considerado culpado e condenado por assassinato, não há falha na lei ou com os responsáveis ​​pela manutenção dele. A culpa é de quem quebrou a lei.
    Mais uma vez antecipando uma pergunta que naturalmente vêm à mente à luz do que ele disse, Paulo pergunta: Por isso fez o que é bom tornar-se uma causa de morte para mim? E mais uma vez Paulo responde sua própria pergunta com um sonoro, Possa nunca ser!

    Para usar novamente a analogia do julgamento do assassinato, não é a lei contra o assassinato, mas o cometimento de crime que merece punição. A lei em si é bom; é a quebra do que é mau. Quanto mais é a lei de Deus bom , e quanto mais mal é a quebra do mesmo.

    Não é a lei que é a causa de morte espiritual, mas sim que é pecado . A lei revela e desperta o pecado , a fim de que poderia ser mostrado para ser pecado efectuando ... morte por aquilo que é bom .Caráter mortal do pecado é exposta sob a luz pura da lei de Deus.

    Deus deu a Sua santa lei, justo e bom, a fim de que através do pecado mandamento, se mostrasse extremamente pecaminoso . Como já mencionado, a pregação da lei é necessária para a pregação do evangelho. Até os homens vêem o seu pecado para o que é, eles não vão ver a sua necessidade de salvação dele.

    Argumento de Paulo aqui é que o pecado é tão totalmente pecaminosa que pode até perverter e minar o propósito da santa lei de Deus. Ele pode torcer e distorcer a lei para que, em vez de trazer a vida, como Deus planejou, ele traz a morte. Ele pode manipular a lei pura de Deus para enganar e condenar pessoas. Essa é a terrível miséria do pecado.

    Em sua carta à igreja da Galácia, Paulo dá uma visão adicional sobre o lugar e propósito da lei.

    Por que a Lei, então? Foi acrescentada por causa das transgressões, tendo sido ordenada por meio de anjos, pela agência de um mediador, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita. Ora, o mediador não é para apenas uma das partes; Considerando que Deus é um só. É a lei, então, ao contrário das promessas de Deus? De maneira nenhuma! Porque, se a lei tivesse sido dado que foi capaz de dar a vida, então a justiça seria de fato ter sido baseada em lei. Mas a Escritura encerrou a todos os homens sob o pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos que crêem. ( Gal. 3: 19-22 )

    O objetivo final da lei era para conduzir os homens à fé em Jesus Cristo, que cumpriu as exigências da lei em nome dos pecadores que confiam em Sua justiça, em vez do seu próprio.
    Embora Robert Murray McCheyne morreu em 1843 com a idade de trinta anos, ele deixou o povo de Deus é um grande tesouro suas memórias e outros escritos. No poema "Jeová Tsidkenu", que significa: "O Senhor é a Nossa Justiça", ele atesta:
    Uma vez que eu era um estranho para a graça e a Deus,
    Eu não sabia que minha perigo; e não sentiu a minha carga;
    Embora amigos falaram em arrebatamento de Cristo sobre a árvore,
    Jeová Tsidkenu havia nada para mim.
    Eu oft ler com prazer, para acalmar ou se envolver,
    Medida selvagem de Isaías e página simples de João;
    Mas mesmo quando imaginou a árvore sangue aspergido,
    Jeová Tsidkenu parecia nada para mim.
    Como lágrimas das filhas de Sião que rolam,
    Chorei quando as águas passaram Sua alma,
    Ainda não pensei que os meus pecados haviam pregado na árvore
    Jeová Tsidkenu 'twas nada para mim.
    Quando livre graça me acordou pela luz do alto,
    Então temores legais me balançou, eu tremia de morrer;
    Nenhum refúgio, há segurança em auto eu poderia ver-
    Jeová Tsidkenu meu Salvador deve ser.
    Os meus terrores todos desapareceu antes do nome do doce;
    Meu medo culpado banido, com ousadia Vim
    Para beber da fonte, que dá vida e free-
    Jeová Tsidkenu é tudo para mim.
    Jeová Tsidkenu! Meu tesouro e se orgulhar,
    Jeová Tsidkenu! Eu nunca pode ser perdido;
    Por ti eu conquisto por enchentes e por de campo
    Meu cabo, minha âncora, minha couraça e escudo!
    Mesmo trilhando o vale; da sombra da morte,
    Esta "palavra de ordem" deve reunir minha respiração vacilante;
    Por enquanto de febre de vida meu Deus me liberta,
    Jeová Tsidkenu minha morte-canção deve ser.
    McCheyne experimentou a mesma convicção de pecado como fez o apóstolo Paulo. Quando ele viu a si mesmo em plena luz da lei de Deus que ele percebeu que ele estava arruinado e morto e não tinha esperança, mas na graça salvadora do Senhor Jesus Cristo.

    Depois de salvação cristãos ainda precisam de exposição contínua aos padrões divinos da lei de Deus, a fim de ver mais claramente o pecado em suas vidas e de confessá-lo e experimentar a plena bênção que pertence a seus filhos. Então, eles podem dizer com o salmista: "Tua palavra que eu tenho valorizado no meu coração, para eu não pecar contra Ti" ( Sl 119:11)

    Pois sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Pois o que eu estou fazendo, eu não entendo; pois não estou praticando o que eu gostaria de fazer, mas eu estou fazendo a mesma coisa que eu odeio. Mas, se eu faço a mesma coisa que eu não quero fazer, estou de acordo com a Lei, confessando que ele é bom. Então, agora, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que nada de bom habita em mim, isto é, na minha carne; para o que deseja está presente em mim, mas o de fazer o bem não é. Para o bem que quero, eu não faço; mas eu pratico o muito mal que eu não desejo. Mas se eu estou fazendo a mesma coisa que eu não quero, já não sou o único a fazer isso, mas o pecado que habita em mim. Acho então o princípio de que o mal está em mim, aquele que deseja fazer o bem. Pois eu alegremente concordar com a lei de Deus no homem interior, mas vejo outra lei nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que está em meu membros.Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor! Então, por um lado eu me com a minha mente sou escravo da lei de Deus, mas, por outro, com a minha carne à lei do pecado. (7: 14-25)

    Esta passagem é, obviamente, uma conta de pungente de conflito interior de uma pessoa consigo mesmo, uma parte dele puxando uma direção e uma outra parte que puxa o oposto. O conflito é real e é intensa.
    Para talvez desde que a igreja tem conhecido este texto, no entanto, os intérpretes têm discordado quanto a saber se a pessoa descrita é um cristão ou um não-cristão. Movimentos inteiros têm surgido para promover um desses pontos de vista ou o outro. Um lado defende que a pessoa está muito em escravidão ao pecado de ser um crente, enquanto o outro lado sustenta que a pessoa tem muito amor para as coisas de Deus e muito ódio ao pecado para ser um incrédulo.
    É obviamente importante, portanto, para determinar qual tipo de pessoa que Paulo está falando antes de qualquer interpretação da passagem é tentada. É também de certa importância é determinar se a primeira pessoa do singular Paulo refere a si mesmo ou se é simplesmente um artifício literário que ele usa para identificar mais pessoalmente com seus leitores. A resposta para essas duas perguntas atenderá automaticamente uma terceira: Se Paulo está falando de si mesmo, ele está falando de sua condição antes ou depois de sua conversão?
    Aqueles que acreditam que Paulo está falando sobre um ponto de incrédulo que ele descreve a pessoa como sendo "de carne, vendido à escravidão" (v. 14), como tendo nada de bom habita em ele (v. 18), e como um "miserável homem "preso em um" corpo de morte ... "(v. 24). Como, então, argumenta-se, poderia tal pessoa correspondem ao Cristão Paulo descreve no capítulo 6 como tendo morrido para o pecado (v. 2), como tendo seu antigo eu crucificado e já não sendo escravos do pecado (v. 6), como sendo "libertados do pecado" (vv. 7, 18, 22), como considerando-se mortos para o pecado (v. 11), e como sendo obediente de coração à Palavra de Deus (v. 17)?

    Aqueles que alegam Paulo está falando sobre um crente no capítulo 7 destacam que essa pessoa deseja obedecer a lei de Deus e odeia fazer o que é mau (vv. 15, 19, 21), que ele é humilde diante de Deus, percebendo que não habita bem algum em sua humanidade (v. 18), e que ele vê o pecado como no-lo, mas não tudo há nele (17 vv. 20-22). Ele dá graças a Jesus Cristo como seu Senhor e serve-o com sua mente (25 v.). O apóstolo já estabeleceu que nenhuma dessas coisas caracterizar os perdidos. O incrédulo não só odeia verdade e da justiça de Deus, mas suprime-los, ele voluntariamente rejeita a evidência natural de Deus, ele nem honras nem dá graças a Deus, e ele é totalmente dominado pelo pecado, de modo que ele arrogantemente desobedece a lei de Deus e incentiva os outros a fazer assim (1: 18-21, 32).

    Em Romanos 6, Paulo começou a sua discussão da santificação, focando o crente como uma nova criação, uma pessoa completamente nova em Cristo. A ênfase é, portanto, sobre a santidade e justiça do crente, tanto imputada e comunicada. Pelas razões indicadas no parágrafo anterior, bem como por outras razões que serão mencionados mais tarde, parece certo que no capítulo 7, o apóstolo ainda está falando sobre o crente. Aqui, no entanto, o foco é sobre o conflito um crente continua a ter com o pecado. Mesmo no capítulo 6, Paulo indica que os crentes ainda deve continuamente fazer a batalha com o pecado em suas vidas. Ele, portanto, os adverte: "Não deixe que o pecado continue dominando os seus corpos mortais que você deve obedecer às suas concupiscências, e não ir em apresentar os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade" (Rom. 6: 12-13).

    Alguns intérpretes acreditam que o capítulo 7 descreve o carnal, ou carnal, Cristão, um que está vivendo em um nível muito baixo de espiritualidade. Muitos sugerem que esta pessoa é um frustrado, Cristão legalista que tenta em seu próprio poder para agradar a Deus, tentando viver de acordo com a lei mosaica.

    Mas a atitude expressa no capítulo 7 não é típico de legalistas, que tendem a ser auto-satisfeito com o seu cumprimento da lei. A maioria das pessoas são atraídas para o legalismo, em primeiro lugar, pois oferece a perspectiva de viver até os padrões de Deus por seu próprio poder.

    Parece sim que Paulo está aqui descrevendo o mais espiritual e maduro de cristãos, que, mais eles honestamente medir-se contra as normas da justiça de Deus, mais eles percebem o quanto eles ficam aquém.Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais vemos o nosso próprio pecado. Assim, é imaturo, pessoas carnais, e legalistas que tendem a viver sob a ilusão de que eles são espirituais e que eles medem-se bem para os padrões de Deus. O nível de discernimento espiritual, quebrantamento, contrição e humildade que caracteriza a pessoa retratada em Romanos 7 são marcas de um crente espiritual e maduro, que diante de Deus não tem confiança em sua própria bondade e realizações.

    Parece também, como seria natural supor a partir do uso da primeira pessoa do singular (que aparece quarenta e seis vezes em Rom. 7: 7-25), que Paulo está falando de si mesmo. Não só ele é o assunto desta passagem, mas é o apóstolo maduro e espiritualmente experiente que é retratado. Apenas um cristão, no auge da maturidade espiritual seria ou experiência ou se preocupar com tais lutas profundas do coração, mente e consciência. Quanto mais clara e completamente viu santidade e bondade de Deus, mais Paulo reconhecido e se entristeceu com a sua própria pecaminosidade.

    Paulo reflete a mesma humildade muitos lugares em seus escritos. Em sua primeira carta à igreja de Corinto, ele confessou: "Eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus" (1Co 15:9, 1Tm 1:15). Ele sabia e confessou que o que ele estava em Cristo foi totalmente devido à graça de Deus (1Co 15:10).

    Só uma nova criatura em Cristo vive com tal tensão do pecado contra a justiça, porque só um cristão tem a natureza divina de Deus dentro dele. Porque ele não está mais em Adão, mas agora está em Cristo, ele possui o desejo dada pelo Espírito para serem conformes à imagem de Cristo e ser aperfeiçoados na justiça. Mas o pecado ainda se apega à sua humanidade, ainda que em seu íntimo ele odeia e despreza-lo. Ele passou da escuridão para a luz e agora ações na morte de Cristo, sepultamento, ressurreição e vida eterna, mas como ele cresce à semelhança de Cristo, ele também se torna mais e mais consciente da presença contínua e poder do pecado interior, que ele detesta e longs para se livrar. É essa sensibilidade que causou a igreja do século IV Padre João Crisóstomo a dizer em sua Segunda Homilia sobre Eutrópio que temia nada, mas o pecado. A pessoa retratada em Romanos 7 tem uma profunda consciência de seu próprio pecado e um desejo igualmente profundo de agradar ao Senhor em todas as coisas.Apenas um cristão maduro poderia receber tal qualificação.

    O escritor puritano Tomé Watson observou que um dos certos sinais de "santificação é uma antipatia contra o pecado ... Um hipócrita pode deixar o pecado, mas ama-lo, como uma serpente lança seu casaco, mas mantém seu aguilhão, mas uma pessoa pode santificados dizem que ele não só deixa o pecado, mas detesta isso. " Ele continua a dizer que o cristão, "Deus ... não só acorrentado pecado, mas mudou a tua natureza, e te criou como filha de um rei, toda gloriosa por dentro. Ele colocou sobre ti a couraça da santidade, que, embora possa ser alvejado, nunca pode ser um tiro "( Um Corpo da Divindade (London:. Banner da Verdade, rev ed, 1965], pp 246, 250)..

    O crente espiritual é sensível ao pecado, porque ele sabe que entristece o Espírito Santo (Ef 4:30.), Uma vez que desonra a Deus (1 Cor. 6: 19-20), porque o pecado mantém suas orações sejam respondidas (1Pe 3:12), e porque o pecado faz com que sua vida espiritualmente impotente (1Co 9:27). O crente espiritual é sensível ao pecado, porque ele faz com que as coisas boas de Deus a ser retido (Jr 5:25), porque ele rouba-lhe a alegria da salvação (Sl 51:12), porque inibe o crescimento espiritual (I Coríntios . 3: 1), porque traz castigo do Senhor (He 12:17), e porque impede que ele ser um navio apto para o Senhor usar (2Tm 2:21)... O crente espiritual é sensível ao pecado, porque polui comunhão cristã (1Co 10:21.), Porque impede participando corretamente na Ceia do Senhor (1 Cor. 11: 28-29), e porque pode mesmo pôr em perigo a sua vida física e saúde (1Co 11:30;. 1Jo 5:161Jo 5:16).

    Como apontado no capítulo anterior deste volume, Paulo usa verbos no passado em Romanos 7:7-13, o que, sem dúvida, indica que ele estava falando de sua vida preconversion. Começando no versículo 14, no entanto, e continuando durante todo o resto do capítulo, ele usa o tempo presente exclusivamente em referência a si mesmo. Essa mudança abrupta, óbvio, e consistente dos tempos apóia fortemente a idéia de que nos versículos 14:25 Paulo está descrevendo sua vida como cristão.

    Começando no versículo 14, há também uma alteração evidente da situação do sujeito em relação ao pecado. Nos versículos 7:13 Paulo fala do pecado como enganando e matá-lo. Ele dá a imagem de estar à mercê de pecado e incapaz de livrar-se de seu aperto mortal. Mas nos versículos 14:25, ele fala de uma batalha consciente e determinada contra o pecado, que ainda é um inimigo poderoso, mas já não é o seu mestre. Nesta última parte do capítulo Paulo também continua a defender a justiça da lei de Deus e regozijar-se os benefícios de Sua lei, que, embora não se possa salvar do pecado, podem, no entanto, continuam a revelar e convencer do pecado na vida do crente, assim como ele fez antes da salvação.

    Enquanto um crente permanece na terra em seu corpo mortal e corrompido, a lei continuará a ser seu aliado espiritual. O crente obediente e cheio do Espírito Santo, por isso, muito valoriza e homenageia todos os mandamentos morais e espirituais de Deus. Ele continua a declarar com o salmista: "Tua palavra que eu tenho valorizado no meu coração, para eu não pecar contra Ti" (Sl 119:11.). A Palavra de Deus é mais valioso para os crentes sob a nova aliança do que era para aqueles sob a Antiga Aliança, não só porque o Senhor revelou mais da Sua verdade para nós no Novo Testamento, mas também porque os crentes têm agora a plenitude de Sua habitação Espírito Santo para iluminar e aplicar Sua verdade.Portanto, embora a lei não pode salvar ou santificar, ainda é santo, justo e bom (Rm 7:12), e obediência a ele oferece grandes benefícios, tanto para crentes e não crentes.

    Paulo ainda está ensinando sobre o assunto mais amplo da justificação pela graça mediante a fé. Ele estabeleceu que os resultados da justificação na segurança do crente (cap. 5), sua santidade (cap. 6), e sua liberdade da escravidão da lei (7: 1-6). Para essa lista de benefícios que o apóstolo agora adiciona sensibilidade e ódio ao pecado.

    Em Romanos 7:14-25 Paulo dá uma série de lamentos sobre sua situação e as dificuldades espiritual. O primeiro três lamentos (vv. 14-17, 18-20, 21-23) seguem o mesmo padrão. Paulo primeira descreve a condição espiritual que ele está lamentando, em seguida, dá provas de sua realidade e, finalmente revela a origem do problema. O lamento final (. Vv 24-25) também inclui uma bela exultação de gratidão a Deus por Seu Filho Jesus Cristo, por causa de cujo gracioso sacrifício crentes Nele não estão mais sob condenação, apesar de o poder persistente de pecado (8: 1).

    A Primeira Lamento

    Pois sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Pois o que eu estou fazendo, eu não entendo; pois não estou praticando o que eu gostaria de fazer, mas eu estou fazendo a mesma coisa que eu odeio. Mas, se eu faço a mesma coisa que eu não quero fazer, estou de acordo com a Lei, confessando que ele é bom. Então, agora, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. (7: 14-17)

    A Condição

    Pois sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido à escravidão do pecado. (7:14)

    A conjunção de carrega a idéia de causa e indica que Paulo não está introduzindo um novo assunto, mas está dando uma defesa do que ele acabou de dizer. Ele começa por afirmar novamente que a Lei não é o problema, porque é espiritual . A salvação pela graça mediante a fé não substitui ou desvalorizar a lei , porque a lei nunca foi um meio de salvação. Como observado anteriormente, Hebreus 11 e muitas outras passagens das Escrituras deixam claro que o único meio de salvação tem sido sempre a disposição e poder da graça de Deus operando através do canal da fé do homem.

    Mas eu , "Paulo continua:" sou ainda da carne . Eu ainda estou preso à terra e mortal. " É importante notar que o apóstolo não diz que ele ainda está na carne , mas que ele ainda é de que. Ele já explicou que os crentes não são mais "na carne" (7: 5; conforme 8: 8), não mais vinculado por e escravizado à sua pecaminosidade como já foram. A idéia é que, embora os crentes não estão ainda na carne, a carne ainda está neles. Em sua primeira carta à igreja de Corinto, Paulo descreve os cristãos de lá como "homens de carne, ... bebês em Cristo" (1Co 3:1); ele já não ama o mundo (1Jo 2:15); e ele não é mais escravo do pecado, mas ele ainda está sujeita à sua engano e ainda é atraído por muitas de suas seduções. No entanto, o cristão não pode ser feliz com seu pecado, porque é contrário à sua nova natureza e porque ele sabe que aflige o seu Senhor, bem como sua própria consciência.

    A história é contada de um incrédulo que, quando ouviu o evangelho da salvação pela graça, comentou: "Se eu pudesse acreditar que a salvação é gratuita e é recebida somente pela fé, eu acredito e, em seguida, tomar o meu preenchimento do pecado. " A pessoa testemunhando a ele sabiamente respondeu: "Quantos pecados que você acha que seria necessário para preencher um verdadeiro cristão a satisfação?" Sua tese era de que uma pessoa que não perdeu o apetite para o pecado não pode ser verdadeiramente convertido.
    A frase vendido à escravidão do pecado fez com que muitos intérpretes de perder o ponto de Paulo e de tomar essas palavras como prova a pessoa que está sendo falado não é um cristão. Mas Paulo usa uma frase similar no versículo 23, onde ele deixa claro que só os seus membros, isto é, o seu corpo carnal, é "um prisioneiro da lei do pecado." Essa parte persistente de sua humanidade não redimida ainda é pecado e, consequentemente, faz com que a guerra contra a parte nova e redimida dele, que já não é prisioneiro do pecado e é agora seu inimigo declarado.

    Fortes palavras de Paulo sobre sua condição não indicam que ele foi apenas parcialmente salvo no momento, mas sim enfatizar que o pecado pode continuar a ter poder terrível na vida de um cristão e não é para brincadeiras. Batalha do crente com o pecado é árdua e longa vida. E como Paulo também aponta mais adiante neste capítulo, mesmo que um cristão pode verdadeiramente dizer: "Eu sei que nada de bom habita em mim, isto é, na minha carne" (Rm 7:18). Em si mesmo, isto é, em o restante ser carnal, um cristão não mais santo ou sem pecado é do que era antes da salvação.

    Provavelmente, muitos anos depois que ele se tornou um crente, Davi orou: "Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade;. De acordo com a grandeza da Tua compaixão apaga as minhas transgressões Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado . Pois eu conheço as minhas transgressões, eo meu pecado está sempre diante de mim "(Sl. 51: 1-3). A prestação naNova Versão Internacional do versículo 5 do salmo que dá uma visão útil: "Certamente eu tenho sido pecador desde o nascimento, e em pecado o tempo me concebeu minha mãe." Davi bem compreendido a verdade, o apóstolo João viria a proclamar aos crentes: "Se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos, ea verdade não está em nós Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar. nos os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, ea sua palavra não está em nós "(I João 1:8-10)..

    Foi nesse espírito humilde que Isaías, embora um profeta de Deus, confessou que ele estava em pé diante do trono celestial: "Eu sou um homem de lábios impuros" (Is 6:5). Um verdadeiro crente é continuamente reconhecer e confessar o seu pecado (v. 9).

    Ao longo deste capítulo Paulo falou em termos não-técnicos, pessoais. Ele não vem atraindo distinções teológicas precisas entre a vida preconversion velho de um crente e sua nova vida em Cristo. Ele certamente não estava ensinando que um cristão tem duas naturezas ou duas personalidades. Há apenas uma pessoa salva, assim como anteriormente havia uma pessoa perdida.
    No versículo 17, no entanto, Paulo se torna mais técnica e teologicamente preciso em sua terminologia. Houve uma mudança radical em sua vida, como houve na vida de cada cristão. Ouketi ( já não ) é um advérbio de negação de tempo, indicando uma mudança completa e permanente. Nova de Paulo I , o seu novo eu interior, já não aprova o pecado que ainda se apega a ele através da carne. Considerando que antes de sua conversão seu eu interior aprovado do pecado que cometeu, agora seu eu interior, um completamente novo interior, desaprova fortemente. Ele explica a razão para que a mudança em sua carta aos Gálatas: "Já estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; ea vida que agora vivo na carne, vivo— na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim "(Gl 2:20).

    Depois de salvação, pecado, como uma régua deposto e exilado, já não reina na vida de uma pessoa, mas consegue sobreviver. Ele já não reside no eu mais íntimo, mas encontra a sua morada residual em sua carne, na humanidade não redimida que permanece até que um crente se encontra com o Senhor no Arrebatamento ou na morte. "Pois a carne define seu desejo contra o Espírito, eo Espírito contra a carne", Paulo explicou ainda aos Gálatas; "Para esses estão em oposição um ao outro, de modo que você não pode fazer as coisas que você, por favor" (Gl 5:17).

    Nesta vida, os cristãos são um pouco como um artista não qualificados que vê uma cena bonita que ele quer pintar. Mas sua falta de talento que o impeça de fazer a cena justiça. A falha não é na cena, ou em tela, as escovas, ou a pintura, mas no pintor. É por isso que temos de perguntar o pintor mestre, Jesus Cristo, para colocar a mão sobre o nosso, a fim de pintar os traços que, independente Dele, nunca poderíamos produzir. Jesus disse: "Sem mim nada podeis fazer" (Jo 15:5).

    A Segunda Lamento

    Porque eu sei que nada de bom habita em mim, isto é, na minha carne; para o que deseja está presente em mim, mas o de fazer o bem não é. Para o bem que quero, eu não faço; mas eu pratico o muito mal que eu não desejo. Mas se eu estou fazendo a mesma coisa que eu não quero, já não sou o único a fazer isso, mas o pecado que habita em mim. (7: 18-20)

    O segundo lamento segue o mesmo padrão da primeira: a condição, a prova, e a fonte.

    A Condição

    Porque eu sei que nada de bom habita em mim, isto é, na minha carne; (7: 18a)

    A fim de que seus leitores não entenda mal, o apóstolo explica que os me em quem não habita bem algum não é o mesmo que o "eu", ele acaba mencionado no versículo anterior e que se refere ao seu novo redimido, incorruptível, a natureza de Cristo. A parte de seu ser presente em que o pecado ainda habita é a sua carne , sua velha humanidade, que ainda não foi completamente transformada.

    Mais uma vez ele aponta (ver vv 5, 14). Que a única residência do pecado na vida do crente é a sua carne, sua humanidade não redimida. Como mencionado acima, a carne em si não é pecado, mas ainda está sujeito ao pecado e envolve o pecado uma cabeça de ponte a partir do qual a operar na vida de um crente.

    A Prova

    para o que deseja está presente em mim, mas o de fazer o bem não é. Para o bem que quero, eu não faço; mas eu pratico o muito mal que eu não desejo. (7: 18b-19)

    Paulo tinha um profundo desejo de fazer o bem. O que desejam fazer a vontade de Deus era muito presente dentro de seu ser redimido. A me aqui utilizado não corresponder ao me do primeiro semestre deste verso, mas para o que eu no versículo 17. Infelizmente, no entanto, o perfeito FAZER do bem que seu coração desejava para não esteve presente em sua vida. Ligeiramente reformular a mesma verdade, diz ele, o bem que eu desejo, eu não faço .

    Como observado em relação ao verso 15, Paulo não está dizendo que ele era totalmente incapaz de fazer qualquer coisa que era bom e aceitável. Ele está dizendo que ele era incapaz de completamentecumprindo as exigências da santa lei de Deus "Não que eu tenha ... já se tornou perfeito", explicou ele à igreja de Filipos ", mas prossigo, a fim de que eu possa alcançar aquilo . para o qual também fui alcançado por Cristo Jesus Irmãos, eu não me considero como tendo obtido dele ainda, mas uma coisa eu faço: esquecendo o que está por trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus "(Filipenses 3:12-14.).

    Como crente cresce em sua vida espiritual, ele inevitavelmente terá tanto um aumento ódio ao pecado e um amor cada vez maior por justiça. Como desejo para aumentos de santidade, assim será sensibilidade e antipatia para com o pecado.
    O outro lado da situação, diz Paulo, é que eu pratico o muito mal que eu não desejo . Novamente, é importante entender que esta grande luta interior com o pecado não é experimentada pelo crente subdesenvolvido e infantil, mas pelo homem maduro de Deus.

    Davi era um homem segundo o coração de Deus (1Sm 13:14) e foi homenageado por ter o Messias chamado o Filho de Davi. No entanto, nenhum santo Antigo Testamento parece um pecador pior ou era mais consciente de seu próprio pecado. Particularmente nas grandes salmos penitenciais 32:38-51, mas em muitos outros salmos, bem, Davi atormentada e confessou o seu pecado diante de Deus. Ele estava tão perto do coração de Deus que o mínimo pecado em sua vida apareceu diante de seus olhos como uma grande ofensa.

    A fonte

    Mas se eu estou fazendo a mesma coisa que eu não quero, já não sou o único a fazer isso, mas o pecado que habita em mim. (7:20)

    Paulo repete o que ele disse nos versículos 16:17, com apenas ligeira variação. Se eu estou fazendo a mesma coisa que eu não desejo , ele argumenta com a lógica simples, em seguida, segue-se que eu já não sou o único a fazê-lo . O apóstolo novamente usa a frase já não , referindo-se ao tempo antes de sua conversão. Antes de salvação foi o interior eu quem pecou e concordou com o pecado. Uma pessoa não salva não pode verdadeiramente dizer que ele não está fazendo isso. Ele não tem moral ou espiritual "não longers."

    A Terceira Lamento

    Acho então o princípio de que o mal está em mim, aquele que deseja fazer o bem. Pois eu alegremente concordar com a lei de Deus no homem interior, mas vejo outra lei nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que está em meu membros. (7: 21-23)

    O terceiro lamento é muito parecido com os dois primeiros, tanto em substância e em ordem.

    A Condição

    Acho então o princípio de que o mal está em mim, aquele que deseja fazer o bem. (07:21)

    A presença contínua de mal na vida de um crente é tão universal que Paulo se refere a ele não como uma coisa incomum, mas como uma realidade tão comum quanto a ser chamado de um espiritual operando continuamente princípio . Persistente pecado luta com cada boa coisa que um crente deseja fazer, todo bom pensamento, todas as boas intenções, cada bom motivo, toda a boa palavra, cada boa ação.

    O Senhor advertiu Caim quando ele ficou com raiva que o sacrifício de Abel foi aceito, mas os seus não o foi: "O pecado jaz à porta; o seu desejo será para você, mas você deve dominá-lo" (Gn 4:7 oferece muitos paralelos marcantes com Romanos 7. Mais e mais e em uma infinidade de formas, os louvores salmista e exalta o Senhor e Sua Palavra: "Regozijo-me no caminho dos teus testemunhos, tanto quanto em todas as riquezas" (v. 14), "Vou deliciar-se com os teus mandamentos, que eu amo" (v. 47), "a tua lei é o meu prazer" (v. 77), "A tua palavra é lâmpada para os meus pés, e luz para o o meu caminho "(v. 105), e" A tua palavra é muito pura, por isso o teu servo a ama "(v. 140). Ela sempre foi verdade que da pessoa piedosa "prazer está na lei do Senhor" (Sl 1:2.). "Ainda que o nosso homem exterior está se deteriorando", Paulo disse aos coríntios, "mas o nosso homem interior se renova de dia em dia" (2Co 4:16). Ele orou para que os cristãos de Éfeso iria "ser fortalecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior" (Ef 3:16).

    A segunda parte da prova de Paulo de que o pecado não é mais seu mestre e que ele é de fato redimida por Deus e feito à semelhança de Cristo envolve uma correspondente, mas oposta princípio (conforme v. 21),uma lei diferente , que não opera na pessoa interior, mas em os membros do crente corpo , isto é, em sua humanidade não redimida e ainda pecaminosa.

    Esse princípio contrária é continuamente guerreando contra a lei da do crente mente , um termo que aqui corresponde ao homem interior resgatadas sobre quem Paulo tem falado. Paulo não é a criação de uma dicotomia entre a mente eo corpo, mas está contrastando o homem interior, ou remidos "nova criatura" (conforme 2Co 5:17), com a "carne" (Rm 7:25) , esse remanescente do velho homem, que permanecerá com cada crente até recebermos nossos corpos glorificados (8:23). Paulo não está dizendo que sua mente está sempre espiritual e seu corpo é sempre pecaminoso. Na verdade, ele confessa que, tragicamente, o princípio carnal mina a lei de sua mente e, temporariamente, faz dele um prisioneiro da lei do pecado que está nos seus membros .

    Como Paulo vai explicar no capítulo seguinte, o que acaba de dizer de si mesmo não poderia se aplicar a um incrédulo, que é inteiramente, em sua mente, bem como na sua carne, "hostil para com Deus" (Rm 8:7 também é paralela Romanos 7 no lado de baixo, em relação a luta constante do crente com o pecado que ele odeia e anseia para se livrar. Como os crentes de todas as épocas, o salmista, por vezes, foi atormentado por forças do mal e as pessoas que guerrearam contra Deus e sua própria pessoa interior. "A minha alma é esmagada com saudade após as tuas ordenanças em todo o tempo" (v. 20), ele lamentou: "A minha alma se unirá ao pó" (v. 25), e: "É bom para mim que eu estava aflito, para que eu aprendesse os teus decretos "(v. 71). Ele repetidamente pede a Deus para reanimá-lo (vv. 25, 88, 107, 149, 154). Com a profunda humildade que caracteriza cada crente maduro, o escritor acaba por confessar: "Eu andávamos desgarrados como ovelha perdida", implorando a Deus para "buscar o teu servo", e finalmente, afirmando mais uma vez, "Eu não me esqueço dos teus mandamentos "(v. 176).

    A fonte

    e me tornando um prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. (7: 23b)

    Como Paulo já mencionado na primeira parte deste versículo, a fonte de seu pecado não é mais o homem interior, que agora é resgatado e ser santificado. Como todos os crentes, enquanto eles estão nesta vida terrena, Paulo encontrou-se, por vezes, ser um prisioneiro da lei do pecado , o princípio de que o mal ainda estava presente nele (7:21). Mas agora o pecado foi apenas nos membros do seu corpo em seu antigo self (Ef 4:22), que ainda estava "morto por causa do pecado" (Rm 8:10).

    Não é que a salvação de Paulo era imperfeita ou de qualquer forma deficiente. A partir do momento que ele recebe a Jesus Cristo como Senhor e Salvador, o crente é completamente aceitável por Deus e pronto para encontrá-Lo. Mas, enquanto ele permanece em seu corpo mortal, em sua velha humanidade não redimido, ele permanece sujeita à tentação e pecado. "Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne", Paulo explicou aos cristãos de Corinto (a maioria dos quais eram espiritualmente imaturo e muito ainda carnal), "pois as armas da nossa milícia não são da carne, mas poderosas em Deus, para destruição das fortalezas "(2 Cor. 10: 3-4). Em outras palavras, apesar de um cristão não pode deixar de viver na carne, ele pode e deve evitar andar de acordo com a carne em seus caminhos pecaminosos.

    A lamentação final

    Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor! Então, por um lado eu me com a minha mente sou escravo da lei de Deus, mas, por outro, com a minha carne à lei do pecado. (7: 24-25)

    Lamento definitiva de Paulo é ainda mais intensa do que os outros. Ele grita em agonia absoluta e frustração, Miserável homem que eu sou! Porque essa pessoa descreve a si mesmo em termos tão negativos, muitos comentaristas acreditam que ele não poderia estar falando como cristão, muito menos como um apóstolo. Se Paulo estava falando de si mesmo, argumentam eles, que ele deve ter falado sobre sua condição preconversion.

    Mas o comentarista escocês Robert Haldane observou sabiamente que os homens percebem a si mesmos como pecadores em proporção direta à medida que já descobriu a santidade de Deus e Sua lei. Em um de seus salmos penitenciais, Davi expressou sua grande angústia de alma por não ser tudo o que ele sabia que o Senhor queria que ele fosse:. "Ó Senhor, não me repreendas na tua ira, e me castigar sem ira Thy queima Para Tua flechas afundaram profundamente em mim, e Tua mão tem pressionado para baixo em mim Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua indignação;. não há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado Por minhas iniquidades já ultrapassam a minha cabeça;.como um pesado fardo que pesa demais para mim "(Sl 38:14).

    Outro salmista expressou angústia por seu pecado de palavras que só uma pessoa que conhece e ama a Deus podia orar: "Das profundezas clamo a Ti, ó Senhor Senhor, ouve a minha voz os teus ouvidos atentos à voz de.! minhas súplicas. Se Tu, Senhor, iniqüidades shouldst, ó Senhor, quem subsistirá? Mas não há perdão com a Ti, para que sejas temido. Aguardo o Senhor, a minha alma se esperar, e na sua palavra Espero "(Sl 130:1-5.).

    Paulo seguinte faz uma pergunta para a qual ele bem sabe a resposta: ? Quem me livrará do corpo desta morte Mais uma vez ele deixa claro que a causa de sua frustração e tormento é o corpo desta morte. É só um crente corpo que permanece sujeito ao pecado e da morte .

    Rhuomai ( set ... livre ) tem a idéia básica de resgatar do perigo e foi usado de um soldado indo para um companheiro ferido no campo de batalha e levando-o para a segurança. Paulo ansiava pelo dia em que ele iria ser resgatado do último vestígio de seu velho, pecador, carne não resgatados.

    Relata-se que perto de Tarso, onde Paulo nasceu (At 22:3). Frustrante e doloroso como presente luta do crente com o pecado pode ser, que situação terrena temporária não é nada comparado com a glória eterna que o espera no céu.

    Porque os cristãos têm um sabor da justiça e da glória de Deus, enquanto eles ainda estão na terra, seu desejo para o céu é ainda mais aguda: "Nós mesmos", diz Paulo, "tendo as primícias do Espírito, igualmente gememos em nós mesmos , esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo "(Rm 8:23; conforme 2Co 5:42Co 5:4, 56-57.).

    Ênfase principal de Paulo na presente passagem, no entanto, não está na eventual libertação do crente da presença do pecado, mas sobre o conflito com o pecado que atormenta toda criança sensível espiritualmente de Deus. Ele, portanto, acaba por resumir os dois lados dessa luta: Então, por um lado eu me com a minha mente sou escravo da lei de Deus, mas, por outro, com a minha carne à lei do pecado .

    No poema Maud (x. 5), uma das personagens de Tennyson anseia, "Ah para um novo homem a surgir em mim, que o homem que eu sou pode deixar de ser!" O cristão pode dizer que um novo homem já surgiu nele, mas ele também deve confessar que a parte pecaminosa, seu velho homem, ainda não deixou de ser.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Romanos Capítulo 7 do versículo 1 até o 25

    Romanos 7

    A nova aliança — Rm 7:1-6

    Paulo raramente escreveu uma passagem tão dificultosa e complicada como esta. C. H. Dodd disse desta passagem que quando a estudássemos devíamos tentar esquecer-nos do que Paulo diz e tentar descobrir o que ele quer dar a entender. O pensamento básico desta passagem se funda no princípio legal de que a morte cancela todos os contratos. Paulo começa com a ilustração desta verdade, e quer usar esta figura como um símbolo do que acontece com o cristão.
    Enquanto o marido de uma mulher vive, ela não pode tornar a casar-se. Se o fizer, está em adultério. Mas se seu marido morre, o contrato é, por assim dizer, cancelado, e ela fica livre para casar-se com quem quiser. Agora, em vista disto, Paulo diria que estamos casados, com o pecado; que este pecado foi morto por Cristo; e que, portanto, estamos livres para nos casar com Deus. Isto é indubitavelmente o que Paulo se propôs a dizer.
    Mas nesta figura aparece a Lei. Paulo até poderia ter posto a coisa de modo mais simples. Poderia ter dito que estávamos casados com a Lei; que a Lei foi morta pela obra de Cristo; e que agora ficamos livres para nos casar com Deus. Mas, repentinamente, põe-no de outra maneira, e, em seu figura repentinamente mudada, somos nós os que morremos para a Lei. Como pode ser isto? Pelo batismo temos participação na morte de Cristo. Isto significa que tendo morrido somos exonerados de toda obrigação e dever para com a Lei, e que ficamos livres para nos casar novamente. Desta vez nos casamos, não com a Lei, mas com Cristo. Quando isto acontece, a obediência cristã resulta baseada, não em uma obediência externamente imposta a um código escrito de leis, mas em uma submissão interior de nosso espírito a Jesus Cristo.

    Paulo está traçando um contraste entre os dois estados do homem: o estado sem Cristo e o estado com Cristo. Antes de conhecer a Cristo tentávamos governar nossa vida pela obediência ao código escrito da Lei. Isto era quando estávamos na carne. Agora, pela carne, Paulo não quer dizer simplesmente o corpo, porque o homem conserva um corpo físico até o fim de seus dias. No homem há algo que responde à sedução do pecado; se não houvesse nada no homem a que o pecado pudesse apelar, o ataque do pecado seria inócuo; mas há algo no homem que provê uma cabeça de ponte para o pecado. É a essa parte do ombro que provê uma cabeça de ponte para o pecado a que Paulo chama a carne. A carne é a natureza humana separada de Deus e sem seu ajuda. Paulo diz que, quando faltou a ajuda de Deus à nossa natureza humana, a Lei em realidade moveu nossas paixões para pecar.

    O que quer significar com isto?
    Mais de uma vez Paulo tem a idéia de que a Lei produz pecado, porque o próprio fato de uma coisa estar proibida pela Lei presta ao pecado certa atração. O fruto proibido tem uma fascinação por si mesmo; e, portanto, a própria proibição da Lei despertava o desejo de pecar. Quando não tínhamos nada mais que a Lei, estávamos à mercê do pecado. Logo Paulo volta ao estado do homem com Cristo. Quando a pessoa governa sua vida pela união com Cristo, não a governa pela obediência a uma lei escrita que, de fato pode despertar o desejo de pecar; governa-a pela submissão a Jesus Cristo em seu espírito e em seu coração. Não a Lei, mas o amor, é o motivo de sua vida; agora a inspiração do amor pode capacitá-lo a fazer o que a imposição da Lei era impotente para ajudá-lo a fazer.

    A EXTRAORDINÁRIA PERVERSIDADE DO PECADO

    Romanos 7:7-13

    Com esta passagem começa uma das maiores seções do Novo Testamento, e um das passagens mais comovedoras; porque aqui Paulo nos dá sua própria autobiografia espiritual e despe seu próprio coração e alma.
    Aqui Paulo enfrenta o torturante paradoxo da Lei. Em si mesma a Lei é uma coisa valiosa e esplêndida.
    É Santa. Isto quer dizer que é a própria voz de Deus. O significado básico do termo santo (hagios) é diferente. Descreve algo que provém de uma esfera alheia a este mundo, algo que pertence a um campo de vida e existência que está além da vida humana. A Lei é divina e tem nela a própria voz de Deus.

    É justa. Já vimos que a base da idéia grega de justiça é que a justiça consiste em dar ao homem e a Deus o que lhes corresponde. Portanto a Lei é aquilo que estabelece todas as relações, humanas e divinas. Se uma pessoa guardar perfeitamente a Lei deveria estar em perfeita relação tanto com seu Deus como com seus semelhantes.

    A Lei é boa. Isto quer dizer, a Lei não foi promulgada para outra coisa senão o nosso supremo bem-estar e nosso supremo bem. Está destinada a fazer do homem um homem bom. Tudo isto é verdadeiro.

    E entretanto, subsiste o fato de que esta mesma Lei é o mesmo por meio do qual o pecado obtém uma entrada e cabeça de ponte no homem.
    Como acontece isto? Há dois modos nos quais se pode dizer que a Lei é, em um sentido, a raiz e a origem do pecado.

    1. A Lei define o pecado. O pecado sem a Lei, como diz Paulo, carece de vida; não tem existência. Até que a Lei não defina algo como pecado, o homem não pode saber o que é pecado. Podemos tirar certa remota analogia das regras de qualquer jogo.

    Tomemos o tênis. Uma pessoa pode não conhecer as regras, e pode, quando está jogando, permitir que a bola pique mais de uma vez antes de devolvê-la por sobre a rede. Enquanto não houver regras, não pode ser acusada de nenhuma falta. Mas então se fazem as regras, e se estabelece que a bola deve ser devolvida por cima da rede depois de um só pique, e que se se permitir que pique duas vezes se incorre em falta. As regras definem o que é uma falta, e aquilo que era permitido antes de que fossem feitas as regras, converte-se em falta depois de feitas as regras. Assim a Lei define o pecado.
    Ou podemos tomar uma analogia melhor. Aquilo que é perdoável num menino, ou num homem incivilizado de um país selvagem, não está permitido a uma pessoa amadurecida de um país civilizado. A pessoa amadurecida e civilizada é consciente de normas de conduta que o menino e o selvagem não conhecem; portanto, o que neles é perdoável nela é uma falta.
    A Lei cria pecado no sentido de que o define. Pode ser legal por longo tempo conduzir um carro numa outra direção ao longo de uma rua; então aquela rua é declarada de mão única; feita esta lei, criou-se com efeito uma nova infração à lei — a falta por conduzir numa direção proibida. O novo regulamento criou com efeito uma nova falta. A Lei, ao tornar os homens conscientes do que é o pecado, cria o pecado.

    1. Mas há um sentido muito mais grave no qual a Lei produz pecado. Um dos atos extravagantes e estranhos da vida é a fascinação das coisas proibidas. Neste ponto, os rabinos e pensadores judeus viam esta tendência humana em operação no Jardim de Éden. Adão viveu primeiro em inocência; foi dado um mandamento de não tocar na árvore proibida, e este mandamento não tinha mais propósito que o seu bem; era uma salvaguarda. Mas chegou a serpente e sutilmente converteu a própria proibição em tentação. O fato de a árvore estar proibida a fazia com efeito desejável; assim Adão foi seduzido ao pecado pelo fruto proibido; e o resultado foi a morte.

    Filo alegorizou todo o relato. A serpente é o prazer; Eva representa os sentidos; o prazer, como sempre o faz, quis a coisa proibida; atacou por meio dos sentidos; Adão é a razão; e, pelo ataque da coisa proibida sobre os sentidos, a razão se desencaminhou, e sobreveio a morte.

    Nas Confissões de Agostinho há uma famosa passagem na qual Agostinho relata a fascinação da coisa proibida.

    "Havia perto de nosso vinhedo uma pereira carregada de frutas. Uma noite tormentosa, nós, jovens maus, preparamo-nos para roubar e arrebatar nosso despojo. Tiramos um grande carga de pêras, não para nos deleitar a nós mesmos, mas para jogá-las nos porcos, embora comemos o justo para ter o prazer do fruto proibido. Eram pêras saborosas, mas não eram as pêras o que minha mísera alma cobiçava, porque tinha melhores e em abundância em casa. Arrebatei-as simplesmente para me converter em ladrão. O único deleite que obtive foi o deleite da iniqüidade, e isto me encheu de alegria. O que foi que eu amei naquele roubo? Foi o prazer de agir contra a lei, para que eu, um prisioneiro das normas, pudesse ter uma contrafeita falsificação da liberdade, fazendo o que estava proibido, com uma escura semelhança de impotência?... O desejo de roubar foi despertado simplesmente pela proibição de roubar."

    Ponha-se algo na categoria de coisa proibida, fique um lugar fora dos limites, e imediatamente este lugar e aquela coisa virão a ser fascinantes. Neste sentido a Lei produz pecado.
    Paulo tem uma palavra reveladora que aplica ao pecado. "O pecado", diz "seduz-me." No pecado há sempre desilusão. Vaughan diz que o desengano e desilusão do pecado agem em três direções.

    1. Enganamo-nos ao considerar a satisfação que encontraremos no pecado. Ninguém teria tomado uma coisa proibida se não pensasse que o faria feliz, e ninguém encontrou nunca que assim fosse.
    2. Enganamo-nos ao considerar a desculpa que podemos dar por isso. Todo homem pensa que pode apresentar uma defesa por fazer o mal; mas toda defesa do homem soou sempre futilmente, quando a fez na presença de Deus.
    3. Enganamo-nos ao considerar a probabilidade de escapar de suas conseqüências. Ninguém peca sem a esperança, e até a certeza, de que pode, como dissemos, sair-se bem. Mas o certo é que, mais cedo ou mais tarde, nosso pecado nos apanhará.

    É, pois, a Lei algo mau porque, com efeito, produz pecado? Paulo está seguro de que há sabedoria em toda a seqüência.

    1. Primeiro, está convencido de que, qualquer que seja a conseqüência da Lei, o pecado tem que ser exibido como pecado. Qualquer que seja a conseqüência, o pecado tem que ser definido.
    2. A totalidade do processo mostra a natureza terrível do pecado, porque o pecado tomou uma coisa — a Lei — que era santa, justa e boa, e a torceu em algo que serve aos fins do pecado. O terror do pecado se vê no fato de que pode tomar uma coisa valiosa, esplêndida e formosa e fazer dela um instrumento do mal. Isto é o que o pecado faz. Toma o encanto do amor e o converte em luxúria. Toma o respeitável desejo de independência e o converte na cobiça de dinheiro e de poder. O pecado pode tomar a beleza da amizade e usá-la como sedução para as coisas más. Isto é o que Carlyle chamou "a infinita maldição do pecado". O mesmo ato pelo qual tomou a Lei e a fez uma cabeça de ponte para o pecado, mostra a suprema perversidade do pecado. Todo o terrível processo não é acidental; está tudo designado para nos mostrar que coisa tão terrível é o pecado, porque pode tomar as coisas mais encantadoras e envilecê-las com um toque corruptor.

    A SITUAÇÃO HUMANA

    Romanos 7:14-25

    Nesta passagem Paulo está despindo sua própria alma; fala de uma experiência que é da essência mesma da situação humana. Ele sabia o que era o bem; desejava fazer o bem; e entretanto não podia fazê-lo. Sabia o que era o mal; a última coisa que teria querido era fazer o mal; e entretanto, ele o fazia. Sentia-se como uma personalidade dividida. Era como se dois homens estivessem dentro da mesma pele. Sentia-se miserável em duas direções. Ele se reconhecia como uma guerra civil andante. Ele se sentia acossado por esse sentimento de frustração, essa capacidade para ver o que era bom, e essa incapacidade para fazê-lo; essa capacidade para reconhecer o que era mau, e essa incapacidade para conter-se de fazê-lo.
    Os contemporâneos de Paulo conheciam bem esse sentimento, como, certamente, nós o conhecemos. Sêneca falou de "nossa impotência nas coisas necessárias".
    A respeito de como os homens odeiam seus pecados e os amam ao mesmo tempo, Ovídio, o poeta romano, escreveu a famosa máxima: "Eu vejo as coisas melhores e as passo, mas sigo as piores."
    Ninguém conhecia este problema melhor que os judeus. Eles haviam resolvido dizendo que em cada homem há duas naturezas, duas tendências, dois impulsos. Chamaram-nos o Yester hatob e o Yester hara. Era convicção judia que Deus tinha feito os homens desta maneira, que todos os homens tinham dentro de si um impulso bom e um impulso mau. Havia rabinos que criam que o impulso mau estava no próprio embrião na matriz, quer dizer, antes que nascesse o ser. Era "uma segunda personalidade malévola". Era "o inimigo implacável do homem". Estava ali esperando, se fosse necessário toda uma vida, uma oportunidade para enfim arruiná-lo. Mas para eles era igualmente evidente, em teoria, que ninguém tinha por que sucumbir a esse impulso mau. Para os judeus todo era uma questão de escolha.

    Ben Sirac escreveu:

    O Senhor odeia toda espécie de abominação,

    E nenhuma é amável para os que o temem.

    Desde o princípio ele criou o homem,

    e o abandonou nas mãos de sua própria decisão.

    Se quiseres, observarás os mandamentos, a fidelidade está no fazer a sua vontade.

    Ele colocou diante de ti o fogo e a água,

    Para o que quiseres estenderás a tua mão.

    Diante dos homens está a vida e a morte,

    Ser-te-á dado o que preferires.

    É grande, pois, a sabedoria do Senhor, ele é todo-poderoso e vê tudo.

    Seus olhos vêem os que o temem,

    ele conhece todas as obras do homem.

    Não ordenou a ninguém ser ímpio, não deu a ninguém licença de pecar.

    Eclesiástico Rm 15:13-20 (B.J.)

    Havia certas coisas que guardavam ao homem do ceder ao mau impulso. Uma era a Lei. Imaginavam a Deus dizendo:

    "Eu criei para ti o impulso mau; eu criei para ti a Lei como um anti-séptico.”

    "Se você se ocupar com a Lei não cairá no poder do mau impulso."

    Havia também a vontade e a mente.

    "Quando Deus criou o homem, implantou nele seus afetos e suas disposições; e então, sobretudo, entronizou a sagrada mente governante."

    Quando o mau impulso atacava, sustentavam os judeus que a sabedoria e a razão podiam rechaçá-lo; estar ocupado no estudo da palavra de Deus é segurança; a Lei é uma profilaxia; em momentos tais se pode ir em defesa do bom impulso.
    Agora, Paulo sabia tudo isto; e não duvidada de que tudo era teoricamente certo; não duvidava de que deveria ser certo; e contudo — não o duvidava — não era certo. No homem subsiste esta batalha. Há coisas na natureza humana — que é o que Paulo quer dizer com este corpo de morte — que respondem à tentação e sedução do pecado. É parte da situação humana que conheçamos o bem e façamos o mal; que nunca sejamos tão bons como sabemos que deveríamos ser. É parte da situação humana que ao mesmo tempo estejamos acossados pela bondade e acossados pelo pecado.

    De um ponto de vista esta passagem pode ser chamada uma demonstração do inadequado.

    1. Demonstra o inadequado do conhecimento humano. Se conhecer o bem fosse fazê-lo, a vida seria fácil. Mas o conhecimento por si mesmo não faz do homem um homem bom. O mesmo é em todos os aspectos da vida. Podemos saber exatamente como jogar golfe — mas isto está muito longe de sermos capazes de jogá-lo. Podemos saber como se deve escrever uma poesia — mas isto está muito longe de sermos capazes de escrevê-la. Podemos saber como devemos nos conduzir em uma dada situação — mas isto está muito longe de sermos capazes de nos conduzir assim. Esta é a diferença entre religião e moralidade. Moralidade é o conhecimento do que se deve fazer; religião é o conhecimento de Jesus Cristo. Moralidade é o conhecimento de um código; religião é o conhecimento de uma pessoa; e somente quando conhecemos Cristo é que somos capazes de fazer o que sabemos que devemos fazer.
    2. Demonstra o inadequado da decisão humana. Decidir fazer algo está muito longe de fazê-lo. Há na natureza humana uma fraqueza essencial da vontade. A vontade se defronta com os atos, os problemas, as dificuldades, a oposição — e fracassa. Uma vez Pedro fez uma grande resolução: “Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te negarei” (Mt 26:35). A vontade humana sem a fortaleza de Cristo está destinada a fracassar.
    3. Demonstra as limitações da diagnose. Paulo sabia com toda clareza o que era mau; mas era totalmente incapaz de corrigi-lo. Era como o médico que pode diagnosticar com exatidão uma enfermidade, mas que é totalmente impotente para prescrever uma cura. Jesus é a única pessoa que não só sabe o que é o mal, mas também pode corrigir o mal. Ele não oferece uma crítica, mas uma ajuda.

    Dicionário

    Batalha

    substantivo feminino Combate geral entre dois exércitos ou duas armadas.
    Qualquer combate; peleja, luta.
    Figurado Luta, esforços para vencer dificuldades.
    Figurado Controvérsia, contenda.
    Jogo de cartas com dois parceiros.
    Figurado Cavalo de batalha, assunto predileto, argumento principal; grande dificuldade.

    Debaixo

    advérbio Que se encontra numa posição inferior (menos elevada) a (algo ou alguém): numa mesa, prefiro colocar as cadeiras debaixo.
    Por Extensão Num estado inferior; em condição decadente: a depressão deixou-se um pouco debaixo.
    Debaixo de. Em situações inferiores; sob: coloquei meus livros debaixo da mesa.
    Gramática Não confundir o advérbio "debaixo" com a locução adverbial "de baixo": o escritório fica no andar de baixo.
    Etimologia (origem da palavra debaixo). De + baixo.

    Entendimento

    Do latim intendere, que significa “entender”, “reforçar” ou mesmo “estender”.

    O entendimento fraternal [...] é clarão da alma penetrando vida e sentimento em suas mais ignotas profundezas.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 58


    Entendimento A capacidade de compreender as coisas (Pv 16:22; 1Jo 5:20).

    entendimento s. .M 1. Ato de entender. 2. Faculdade de conceber e entender as coisas; intelecto, inteligência. 3. Capacidade de julgar (de entender).

    Lei

    [...] a lei é o amor, que há de continuamente crescer, até que vos tenha levado ao trono eterno do Pai. [...]
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    [...] A lei é uma força viva que se identifica conosco e vai acompanhando o surto de evolução que ela mesma imprime em nosso espírito. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Pecado sem perdão

    A lei é a consciência do delito. [...]A lei [...] é um freio para coibir o mal.[...] A lei personifica a justiça [...].
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Três grandes símbolos

    A lei é conjunto eterno / De deveres fraternais: / Os anjos cuidam dos homens, / Os homens dos animais.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartilha da Natureza• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Os animais


    Lei Ver Torá.

    Lei
    1) Vontade de Deus revelada aos seres humanos em palavras, julgamentos, preceitos, atos, etc. (Ex 16:28); (Sl 119:2)

    2) PENTATEUCO (Lc 24:44). 3 O AT (Jo 10:34); 12.34).

    4) Os DEZ MANDAMENTOS (Ex 20:2-17); (Dt 5:6-21), que são o resumo da vontade de Deus para o ser humano. Cumprindo a lei, os israelitas mostravam sua fé em Deus. Jesus respeitou e cumpriu a lei e mostrou seu significado profundo (Mt 5:17-48). Ele resumiu toda a lei no amor a Deus e ao próximo (Mt 22:37-39). A lei mostra a maldade do ser humano, mas não lhe pode dar a vitória sobre o pecado (Rom 3—7). Assim, o propósito da lei é preparar o caminho para o evangelho (Gal

    A palavra Torah, traduzida por lei, significa propriamente uma direção, que era primitivamente ritual. Usa-se o termo, nas Escrituras, em diversas acepções, segundo o fim e conexão da passagem em que ele ocorre. Por exemplo, algumas vezes designa a revelada vontade de Deus (Sl 1:2 – 19.7 – 119 – is 8:20 – 42.12 Jr 31:33). Também significa a instituição mosaica, como distinta do Evangelho (Mt 11:13 – 12.5 – Jo 1:17At 25:8), e por isso freqüentes vezes se considera a lei de Moisés como sendo a religião dos judeus (Mt 5:17Hb 9:19 – 10.28). outras vezes, num sentido mais restrito, significa as observâncias rituais ou cerimoniais da religião judaica (Ef 2:15Hb 10:1). É neste ponto de vista que o apóstolo S. Paulo afirma que ‘ninguém será justificado diante dele por obras da lei’ (Rm 3:20). A ‘lei gravada nos seus corações’, que Paulo menciona em Rm 2:15, é o juízo do que é mau e do que é justo, e que na consciência de cada homem Deus implantou. (*veja Justificação.) o princípio predominante da lei era a teocracia. o próprio Senhor era considerado como Rei – as leis foram por Ele dadas – o tabernáculo (e depois o templo) era considerado como Sua habitação – ali houve visíveis manifestações da Sua glória – ali revelou a Sua vontade – era ali oferecido o pão todos os sábados – ali recebeu os Seus ministros, e exerceu funções de Soberano. Com Deus tinham relação a paz e a guerra, questões estas determinadas sob todos os governos pela suprema autoridade (Dt 1:41-42Js 10:40Jz 1:1-2 – 1 Rs 12.24). A idolatria era uma traição. Por conseqüência, em relação aos judeus, era Jeová ao mesmo tempo Deus e Rei. (*veja Rei.) A teocracia tinha as suas externas manifestações. Deste modo, o tabernáculo, onde se realizou o culto público desde o Êxodo até ao reinado de Salomão, era não só o templo de Deus, mas também o palácio do Rei invisível. Era a ‘Sua santa habitação’ – era o lugar em que encontrava o Seu povo e com ele tinha comunhão, sendo portanto ‘o tabernáculo da congregação’. (*veja Tabernáculo.) Depois do tabernáculo veio o templo, harmonizando-se a suntuosidade do edifício e os seus serviços com as determinações divinas, e com o aumentado poder da nação.(*veja Templo.) Mas o Senhor, como Rei, não só tinha o Seu palácio, mas também tinha os Seus ministros e funcionários do Estado. Sacerdotes e levitas eram apartados para o Seu serviço. (*veja Sacerdote, Levitas.) Este governo de Deus era reconhecido por meio dos sacrifícios de várias espécies, realizados sob condições cuidadosamente definidas, exprimindo a propiciação, consagração e comunhão. (*veja Sacrifício.) os direitos divinos eram ainda reconhecidos por meio de certas festividades, que na sua variedade eram o sábado de todas as semanas, as três grandes festas anuais, o ano sabático, e além disso o jubileu, tudo isto levado a efeito com os seus fins espirituais e morais (*veja Festa (Dias de) Sabático (ano), Jubileu.) As especificadas determinações promulgadas em nome de Deus alcançavam plenamente a vida individual e nacional, mas não foi tudo decretado de uma só vez e num só lugar. Houve ordenações feitas no Egito (Êx 12:13) – no Sinai (Êx 19:20) – em Parã (Nm 15:1) – e nas planícies de Moabe (Dt 1:5). As enunciações vinham por vezes do tabernáculo (Lv 1:1). Que as prescrições da Lei tinham caído em desuso, pode provar-se não só pela decadência da religião e da moral no tempo dos reis, porém mais particularmente pela descoberta, no 18? ano do rei Josias, do ‘livro da Lei na casa do Senhor’ (2 Rs 22.8), e pelas reformas que se seguiram. (*veja Deuteronômio.) o sumário das ordenações desta Lei formava para toda a nação um código que, embora rigoroso, era salutar (Ne 9:13Ez 20:11Rm 7:12), e além disso agradável a uma mentalidade reta (Sl 119:97-100). As instituições cerimoniais, por exemplo, estavam maravilhosamente adaptadas às necessidades, tanto espirituais como materiais, de um povo nas condições do israelita. Porquanto
    (1). eram, até certo ponto, regulamentos sanitários. E era isto um dos fins daquelas disposições, referentes às várias purificações, à separação dos leprosos, e à distinção de alimentos, etc.
    (2). Serviam para perpetuar entre os israelitas o conhecimento do verdadeiro Deus, para manter a reverência pelas coisas santas, para a manifestação de sentimentos religiosos na vida de todos os dias, e em todas as relações sociais. Dum modo particular eram as festas sagradas fatores de valor para a consecução destes fins.
    (3). Tinham, além disso, o efeito de evitar que os israelitas se tornassem estreitamente relacionados com as nações circunvizinhas (Ef 2:14-17). E assim deviam tantas vezes ter guardado o povo israelita da idolatria e corrupção, que campeavam em todo o mundo: deste modo conservou-se a nação inteiramente distinta dos outros povos, até que veio o tempo em que esta barreira já não era necessária.
    (4). Estas observâncias tinham outros usos na sua simbólica significação. Em conformidade com o estado moral e intelectual do povo que não tinha ainda capacidade para prontamente alcançar as verdades divinas, eram as coisas espirituais representadas por objetos exteriores e visíveis. E assim, as idéias de pureza moral e de santidade divina eram comunicadas e alimentadas pelas repetidas abluções das pessoas e moradas – pela escolha de animais limpos para o sacrifício – pela perfeição sem mácula, que se requeria nas vítimas oferecidas – e pela limitação das funções sacerdotais a uma classe de homens que eram especialmente consagrados a estes deveres, e que se preparavam com repetidas purificações. Além disso, pela morte da vítima expiatória, para a qual o pecador tinha simbolicamente transferido os seus pecados pondo as mãos sobre a cabeça do animal e oferecendo a Deus o sangue que representava a vida, ensinava-se a importante verdade de que o pecado merecia um castigo extremo, que somente podia ser desviado sacrificando-se outro ser em substituição. E desta maneira, por meio de símbolos impressivos, lembravam-se constantemente os piedosos israelitas da justiça e santidade da violada Lei, da sua própria culpa, e de quanto necessitavam da misericórdia divina – e quando eram efe

    substantivo feminino Regra necessária ou obrigatória: submeter-se a uma lei.
    [Jurídico] Ato da autoridade soberana que regula, ordena, autoriza ou veda: promulgar uma lei.
    [Jurídico] Conjunto desses atos: a ninguém é lícito ignorar a lei.
    [Física] Enunciado de uma propriedade física verificada de modo preciso: a lei da gravidade dos corpos.
    Obrigação da vida social: as leis da honra, da polidez.
    Autoridade imposta a alguém: a lei do vencedor.
    expressão Lei divina. Conjunto dos preceitos que Deus ordenou aos homens pela revelação.
    Leis de guerra. Conjunto das regras (tratamento dispensado a feridos, prisioneiros etc.) admitidas por numerosos Estados que se comprometeram a respeitá-las em caso de guerra.
    Lei marcial. Lei que autoriza a intervenção armada em caso de perturbações internas.
    Lei moral. Lei que nos ordena praticar o bem e evitar o mal.
    Lei natural. Conjunto de normas de conduta baseadas na própria natureza do homem e da sociedade.
    Lei orgânica. Lei relativa à organização dos poderes públicos, sem caráter constitucional.
    Etimologia (origem da palavra lei). Do latim lex.legis, "consolidação".

    substantivo feminino Regra necessária ou obrigatória: submeter-se a uma lei.
    [Jurídico] Ato da autoridade soberana que regula, ordena, autoriza ou veda: promulgar uma lei.
    [Jurídico] Conjunto desses atos: a ninguém é lícito ignorar a lei.
    [Física] Enunciado de uma propriedade física verificada de modo preciso: a lei da gravidade dos corpos.
    Obrigação da vida social: as leis da honra, da polidez.
    Autoridade imposta a alguém: a lei do vencedor.
    expressão Lei divina. Conjunto dos preceitos que Deus ordenou aos homens pela revelação.
    Leis de guerra. Conjunto das regras (tratamento dispensado a feridos, prisioneiros etc.) admitidas por numerosos Estados que se comprometeram a respeitá-las em caso de guerra.
    Lei marcial. Lei que autoriza a intervenção armada em caso de perturbações internas.
    Lei moral. Lei que nos ordena praticar o bem e evitar o mal.
    Lei natural. Conjunto de normas de conduta baseadas na própria natureza do homem e da sociedade.
    Lei orgânica. Lei relativa à organização dos poderes públicos, sem caráter constitucional.
    Etimologia (origem da palavra lei). Do latim lex.legis, "consolidação".

    Membros

    masc. pl. de membro

    mem·bro
    (latim membrum, -i)
    nome masculino

    1. [Anatomia] Parte apendicular e móvel dos seres vivos.

    2. [Heráldica] Perna ou pata de ave separada do corpo.

    3. Uma das partes de um todo quando se destaca pela sua forma ou situação.

    4. Gramática Parte de um período ou de uma frase, com sentido parcial.

    5. [Matemática] Cada uma das partes da equação separadas pelo sinal de igualdade.

    6. Órgão sexual masculino. = PÉNIS

    7. Pessoa que faz parte de um grupo, de uma colectividade. [Feminino pouco usado: membra.]

    8. Instituição, entidade, grupo, região ou país que faz parte de uma organização ou de um conjunto organizado.


    membro abdominal
    [Anatomia] O mesmo que membro inferior.

    membro anterior
    [Anatomia] Cada um dos braços.

    membro genital
    [Anatomia] Pénis.

    membro inferior
    [Anatomia] Cada uma das pernas.

    membro posterior
    [Anatomia] O mesmo que membro inferior.

    membro torácico
    [Anatomia] O mesmo que membro anterior.

    membro viril
    [Anatomia] O mesmo que membro genital.


    Ver também dúvida linguística: membra / membro.

    masc. pl. de membro

    mem·bro
    (latim membrum, -i)
    nome masculino

    1. [Anatomia] Parte apendicular e móvel dos seres vivos.

    2. [Heráldica] Perna ou pata de ave separada do corpo.

    3. Uma das partes de um todo quando se destaca pela sua forma ou situação.

    4. Gramática Parte de um período ou de uma frase, com sentido parcial.

    5. [Matemática] Cada uma das partes da equação separadas pelo sinal de igualdade.

    6. Órgão sexual masculino. = PÉNIS

    7. Pessoa que faz parte de um grupo, de uma colectividade. [Feminino pouco usado: membra.]

    8. Instituição, entidade, grupo, região ou país que faz parte de uma organização ou de um conjunto organizado.


    membro abdominal
    [Anatomia] O mesmo que membro inferior.

    membro anterior
    [Anatomia] Cada um dos braços.

    membro genital
    [Anatomia] Pénis.

    membro inferior
    [Anatomia] Cada uma das pernas.

    membro posterior
    [Anatomia] O mesmo que membro inferior.

    membro torácico
    [Anatomia] O mesmo que membro anterior.

    membro viril
    [Anatomia] O mesmo que membro genital.


    Ver também dúvida linguística: membra / membro.

    Pecado


    i. Um dos grandes objetivos da Bíblia é tratar dos fatos da vida humana, estabelecer a sua significação e efeito, e algumas vezes derramar luz sobre a sua causa. No caso do pecado há dois fatos principais: primeiro, que o homem é pecador – segundo, que todos cometem pecado. Pode, portanto, esperar-se que a Bíblia derramará luz sobre o sentido da palavra pecado e sobre os seus efeitos – e nos fará conhecer a causa da sua influência universal nos homens e o remédio para esse grande mal.
    ii. Segundo a Bíblia, a causa dos pecados encontra-se de uma maneira definitiva (tanto quanto se considera a vida terrestre) no pecado dos nossos primeiros pais, com as suas conseqüências, transmitidas à posteridade. A este fato se chama a Queda. Basta dizer-se aqui, que, por mais baixo que estivesse o primeiro homem na escala da Humanidade, se ele era homem devia ter tido, na verdade, algum conhecimento rudimentar do bem ou do mal – e depois da sua primeira voluntária desobediência ao que lhe dizia a consciência, devia ter ficado numa situação moral inferior à dos tempos passados. A primeira transgressão feita com conhecimento do mal não pôde deixar de ser uma queda moral, por maior que fosse a sua sabedoria adquirida no caminho da vida. Além disso, há razão para acreditar que as crianças, nascidas após a queda, haviam certamente de participar da natureza dos seus pais, a ponto de ficarem mais fracas com respeito à moralidade do que não tendo os seus pais transgredido. Esta crença muito razoável apresenta-se como sendo o pensamento central da narrativa de Gn 3. o escritor bíblico está, evidentemente, revelando mais do que a simples enunciação do pecado de Adão e Eva como tal. Ele deseja fazer ver que a pena alcançou toda a Humanidade. Todos entram no mundo com a tendência original de uma modificada natureza para o mal. Não é, por conseqüência, para admirar que cada pessoa realmente caia no pecado. Nos capítulos seguintes são plenamente expostos os terríveis e profundos efeitos daquele primeiro pecado.
    iii. os diferentes aspectos do pecado, que se apresentam aos escritores bíblicos, podem ver-se do modo mais próprio nos vários nomes que lhe dão. Porquanto a Bíblia é muito rica em termos que significam o pecado, o mal, a iniqüidade, a maldade, podendo ser mencionados neste lugar os mais importantes: 1. Palavras que têm o sentido de ‘falta, omissão, erro no fim em vista’, etc. Em hebraico há chêt e termos cognatos (Sl 51:9) – em grego, hamartia (Rm 3:9), hamartêma 1Co 6:18). 2. A perversão, a deturpação, implicando culpa, são faltas designadas pelo termo hebraico avon (1 Rs 17.18). 3. Há várias palavras que indicam a transgressão de uma lei, ou a revolta contra o legislador. Em hebreu peshã (Pv 28:13 – is õ3,5) – em grego parabasis (‘transgressão’, Rm 4:15), paraptoma (‘delito’, Ef 2:5), anômia (‘iniqiiidade’, 1 Jo 3:4, onde se lê: ‘hamartia é anômia’), asebeia (‘impiedade’, 2 Tm 2.16). 4. imoralidade, o hábito do pecado, e muitas vezes violência, se indicam com o hebraico rêshã (1 Sm 24.13), e o grego adikia (Lc 13:27). 5. A infidelidade, e a deslealdade para com Deus e o homem, são significadas pelo hebraico má”al (Js 22:22). 6. A culpa, que pede sacrifício expiatório, acha-se indicada pela palavra ãshãm (Pv 14:9). 7. o pecado é considerado como uma dívida na oração dominical, õpheilèma (Mt 6:12). iV Entre os grandes efeitos do pecado podem mencionar-se: l. o medo de Deus em contraste com o temor reverencioso e filial (Gn 3:10). 2. o endurecimento gradual da vontade contra o bem e as boas influências (Êx 7:13). A consunção da força e vida da alma, assemelhando-se à lepra que vai consumindo o corpo. 4. E tudo isto atinge o seu maior grau na separação de Deus (Gn 3:24Lv 13:46 – 2 Ts 1.9). *veja Na Bíblia, porém, o remédio para o pecado é, pelo menos, tão proeminente como a sua causa, a sua natureza, e o seu efeito. Freqüentes vezes, na realidade, se apela para os pecadores, a fim de que deixem os seus pecados, fazendo-lhes ver os grandes males que caem sobre eles – e ao mesmo tempo há as promessas de serem amavelmente recebidos por Deus todos os que se arrependem (notavelmente em 2 Sm 12.13), sendo os meios humanos o arrependimento e a fé. Mas tanto o A.T.como o N.T. claramente nos ensinam que é preciso mais alguma coisa. No cap. 53 de isaias, o sacrifício do Servo ideal nos patenteia os meios pelos quais se curam os pecados, pois que esse Servo é a pessoa que carregou com as nossas iniqüidades. outros sacrifícios eram apenas tipos deste particular sacrifício. *veja também Jo 1:29Cl 1:21-22. Este remédio torna efetiva a restauração de um direito divinamente estabelecido (Rm 5:1 – 1 Jo 1:9), para a remoção da mancha que caiu, inclusive, sobre os mais altos lugares por motivo do pecado, tocando a honra de Deus, e o seu templo (Hb 9:23-26) – e não só para a remoção dessa mancha, mas também para a gradual eliminação do pecado no crente (1 Jo 1:7-9), embora, enquanto exista neste mundo, nunca ele estará inteiramente livre da sua influência (Rm 7:23Gl 5:17 – 1 Jo 1:10). Não admira que o Filho de Deus tenha recebido o nome de Jesus, ‘porque ele salvará o seu povo dos pecados deles’ (Mt 1:21).

    Pecar contra o Espírito Santo significa [...] empregarmos conscientemente qualquer forma de manifestação em discordância com as normas éticas que já tenhamos conseguido assimilar.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 45

    [...] Entendamos a palavra pecado de forma ampla e mais completa, como sendo todo e qualquer desrespeito à ordem, atentado à vida e desequilíbrio moral íntimo. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 10

    [...] Pecado é toda a infração à Lei de Deus. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Pecado sem perdão

    [...] O pecado é moléstia do espírito. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 2, cap• 3


    Pecado Falta de conformidade com a lei de Deus, em estado, disposição ou conduta. Para indicar isso, a Bíblia usa vários termos, tais como pecado (Sl 51:2); (Rm 6:2), desobediência (He 2:2), transgressão (Sl 51:1); (He 2:2), iniqüidade (Sl 51:2); (Mt 7:23), mal, maldade, malignidade (Pv 17:11); (Rm 1:29), perversidade (Pv 6:14); (At 3:26), RA), rebelião, rebeldia (1Sm 15:23); (Jr 14:7), engano (Sf 1:9); (2Ts 2:10), injustiça (Jr 22:13); (Rm 1:18), erro, falta (Sl 19:12); (Rm 1:27), impiedade (Pv 8:7); (Rm 1:18), concupiscência (Is 57:5), RA; 1(Jo 2:16), depravidade, depravação (Eze 16:27,43), 58, RA). O pecado atinge toda a raça humana, a partir de Adão e Eva (Gn 3; (Rm 5:12). O castigo do pecado é a morte física, espiritual e eterna (Rm 6:23). Da morte espiritual e eterna

    pecado s. .M 1. Transgressão de qualquer preceito ou regra. 2. Culpa, defeito, falta, vício.

    Pecado No judaísmo da época de Jesus — e no pensamento deste — é qualquer ofensa contra Deus, ação contrária à sua vontade ou violação a algum de seus mandamentos. Transgredir um preceito da Torá é pecado e tem também conseqüências negativas sobre a pessoa, afastando-a de Deus (Mt 9:13; 19,17-19).

    Jesus enfatiza, principalmente, a necessidade de se eliminar as raízes profundas do pecado (Mt 5:27ss.; 6,22ss.; 15,1-20) e chama o pecador à conversão (Lc 11:4; 15,1-32; 13,1ss.; 18,13), porque Deus perdoa todo pecado, exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo, isto é, a atitude de resistência ao perdão de Deus, a única atitude que impede a pessoa de recebê-lo. Por amor ao pecador, Jesus acolhe-o (Mt 11:19; Lc 15:1ss.; 19,7) e se entrega à morte expiatória (Mt 26:28; Lc 24:47). Quem recebe esse perdão deve também saber perdoar os pecados dos outros (Mt 18:15.21; Lc 17:3ss.).

    R. Donin, o. c.; Y. Newman, o. c.; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo...


    Prender

    verbo transitivo Privar alguém da liberdade.
    Atar, ligar.
    Impedir, embaraçar.
    Figurado Atrair.
    Unir moralmente.
    Seduzir.
    verbo intransitivo Criar raízes.
    Encontrar obstáculo: a porta prende um pouco.
    verbo pronominal Ficar preso, seguro.
    Deixar-se cativar.
    Embaraçar-se.
    Fam. Comprometer-se a se casar.

    prender
    v. 1. tr. dir. Atar, ligar, amarrar. 2. tr. dir. Firmar, fixar. 3. tr. dir. Segurar. 4. tr. dir. Apanhar, capturar. 5. pron. Ficar preso ou seguro. 6. pron. Enlear-se, firmar-se, fixar-se, unir-se. 7. tr. dir. Tirar a liberdade a. 8. tr. ind. Emperrar, pegar. 9. tr. ind. Criar raízes; arraigar-se. 10. tr. dir. Embaraçar, impedir, tolher. 11. tr. dir. Atrair.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Romanos 7: 23 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Vejo ①, porém, uma lei de- diferente- natureza, nos meus membros, batalhando contra a lei do meu entendimento e me levando cativo ① para a lei do pecado, aquela estando nos meus membros.
    Romanos 7: 23 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    57 d.C.
    G1161
    δέ
    e / mas / alem do mais / além disso
    (moreover)
    Conjunção
    G1473
    egṓ
    ἐγώ
    exilados, exílio, cativeiro
    (captive)
    Substantivo
    G1510
    eimí
    εἰμί
    ser
    (being)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G163
    aichmalōtízō
    αἰχμαλωτίζω
    levar cativo
    (will be led captive)
    Verbo - futuro do indicativo Passivo - 3ª pessoa do plural
    G1722
    en
    ἐν
    ouro
    (gold)
    Substantivo
    G2087
    héteros
    ἕτερος
    o outro, próximo, diferente
    (other)
    Adjetivo - Masculino no Singular acusativo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G266
    hamartía
    ἁμαρτία
    pecados
    (sins)
    Substantivo - Feminino no Plural genitivo
    G3196
    mélos
    μέλος
    vinho
    (wine)
    Substantivo
    G3551
    nómos
    νόμος
    lei
    (law)
    Substantivo - acusativo masculino singular
    G3563
    noûs
    νοῦς
    cálice n m
    (And the cup)
    Substantivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G497
    antistrateúomai
    ἀντιστρατεύομαι
    ()
    G991
    blépō
    βλέπω
    ver, discernir, através do olho como orgão da visão
    (looking upon)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo


    δέ


    (G1161)
    (deh)

    1161 δε de

    partícula primária (adversativa ou aditiva); conj

    1. mas, além do mais, e, etc.

    ἐγώ


    (G1473)
    egṓ (eg-o')

    1473 εγω ego

    um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron

    1. Eu, me, minha, meu

    εἰμί


    (G1510)
    eimí (i-mee')

    1510 ειμι eimi

    primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

    1. ser, exitir, acontecer, estar presente

    αἰχμαλωτίζω


    (G163)
    aichmalōtízō (aheekh-mal-o-tid'-zo)

    163 αιχμαλωτιζω aichmalotizo

    de 164; TDNT - 1:195,31; v

    1. levar cativo
    2. metaf. tornar a mente cativa, cativar

    ἐν


    (G1722)
    en (en)

    1722 εν en

    preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

    1. em, por, com etc.

    ἕτερος


    (G2087)
    héteros (het'-er-os)

    2087 ετερος heteros

    de afinidade incerta TDNT - 2:702,265; adj

    1. o outro, próximo, diferente
      1. para número
        1. usado para diferenciar de alguma pessoa ou coisa anterior
        2. o outro de dois
      2. para qualidade
        1. outro: i.e. alguém que não é da mesma natureza, forma, classe, tipo, diferente

    Sinônimos ver verbete 5806


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    ἁμαρτία


    (G266)
    hamartía (ham-ar-tee'-ah)

    266 αμαρτια hamartia

    de 264; TDNT - 1:267,44; n f

    1. equivalente a 264
      1. não ter parte em
      2. errar o alvo
      3. errar, estar errado
      4. errar ou desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro
      5. desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, pecado
    2. aquilo que é errado, pecado, uma ofença, uma violação da lei divina em pensamento ou em ação
    3. coletivamente, o conjunto de pecados cometidos seja por uma única pessoa ou várias

    Sinônimos ver verbete 5879


    μέλος


    (G3196)
    mélos (mel'-os)

    3196 μελος melos

    de afinidade incerta; TDNT - 4:555,577; n n

    1. um membro, extremidade: um membro do corpo humano
      1. de corpos entregues à relação criminosa, porque são como se fossem membros que pertencem ao corpo da prostituta

    νόμος


    (G3551)
    nómos (nom'-os)

    3551 νομος nomos

    da palavra primária nemo (parcelar, especialmente comida ou pasto para animais); TDNT - 4:1022,646; n m

    1. qualquer coisa estabelecida, qualquer coisa recebida pelo uso, costume, lei, comando
      1. de qualquer lei
        1. uma lei ou regra que produz um estado aprovado por Deus
          1. pela observância do que é aprovado por Deus
        2. um preceito ou injunção
        3. a regra de ação prescrita pela razão
      2. da lei mosaica, e referindo-se, de acordo ao contexto, ao volume da lei ou ao seu conteúdo
      3. a religião cristã: a lei que exige fé, a instrução moral dada por Cristo, esp. o preceito a respeito do amor
      4. o nome da parte mais importante (o Pentateuco), é usado para a coleção completa dos livros sagrados do AT

    Sinônimos ver verbete 5918


    νοῦς


    (G3563)
    noûs (nooce)

    3563 νους nous

    provavelmente da raiz de 1097; TDNT - 4:951,636; n m

    1. mente, incluindo igualmente as faculdades de perceber e entender bem como a habilidade de sentir, julgar, determinar
      1. faculdades mentais, entendimento
      2. razão no sentido mais estreito, como a capacidade para verdade espiritual, os poderes superiores da alma, a faculdade de perceber as coisas divinas, de reconhecer a bondade e de odiar o mal
      3. o poder de ponderar e julgar sobriamente, calmamente e imparcialmente

        um modo particular de pensar e julgar, i.e, pensamentos, sentimentos, propósitos, desejos

    Sinônimos ver verbete 5917



    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ἀντιστρατεύομαι


    (G497)
    antistrateúomai (an-tee-strat-yoo'-om-ahee)

    497 αντιστρατευομαι antistrateuomai

    de 473 e 4754; v

    1. fazer uma expedição militar, ou liderar a batalha contra alguém
    2. opor-se, guerrear contra

    βλέπω


    (G991)
    blépō (blep'-o)

    991 βλεπω blepo

    um palavra primária; TDNT - 5:315,706; v

    1. ver, discernir, através do olho como orgão da visão
      1. com o olho do corpo: estar possuído de visão, ter o poder de ver
      2. perceber pelo uso dos olhos: ver, olhar, avistar
      3. voltar o olhar para algo: olhar para, considerar, fitar
      4. perceber pelos sentidos, sentir
      5. descobrir pelo uso, conhecer pela experiência
    2. metáf. ver com os olhos da mente
      1. ter (o poder de) entender
      2. discernir mentalmente, observar, perceber, descobrir, entender
      3. voltar os pensamentos ou dirigir a mente para um coisa, considerar, contemplar, olhar para, ponderar cuidadosamente, examinar
    3. sentido geográfico de lugares, montanhas, construções, etc.: habilidade de localizar o que se está buscando

    Sinônimos ver verbete 5822