Enciclopédia de Apocalipse 4:2-2

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ap 4: 2

Versão Versículo
ARA Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado;
ARC E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono.
TB Imediatamente, fui arrebatado pelo Espírito. Eis havia um trono posto no céu, e, sobre o trono, um sentado;
BGB ⸀εὐθέως ἐγενόμην ἐν πνεύματι· καὶ ἰδοὺ θρόνος ἔκειτο ἐν τῷ οὐρανῷ, καὶ ἐπὶ τὸν θρόνον καθήμενος,
BKJ E imediatamente eu estava no espírito; e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado no trono.
LTT E imediatamente fui- tornado arrebatado no espírito ①, e eis que um trono estava posto dentro do céu, e, sobre o trono, Alguém ② (estava) mantendo- Se- assentado.
BJ2 Fui imediatamente movido pelo Espírito: eis que havia um trono no céu, e no trono, Alguém sentado[i]...
VULG Et statim fui in spiritu : et ecce sedes posita erat in cælo, et supra sedem sedens.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Apocalipse 4:2

I Reis 22:19 Então, disse ele: Ouve, pois, a palavra do Senhor: Vi o Senhor assentado sobre o seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua mão direita e à sua esquerda.
Isaías 6:1 No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo.
Jeremias 17:12 Um trono de glória, posto bem alto desde o princípio, é o lugar do nosso santuário.
Ezequiel 1:26 E, por cima do firmamento, que estava por cima da sua cabeça, havia uma semelhança de trono como de uma safira; e, sobre a semelhança do trono, havia como que a semelhança de um homem, no alto, sobre ele.
Ezequiel 1:28 Como o aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo isso, caí sobre o meu rosto e ouvi a voz de quem falava.
Ezequiel 3:12 E levantou-me o Espírito, e ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo, que dizia: Bendita seja a glória do Senhor, desde o seu lugar.
Ezequiel 10:1 Depois, olhei, e eis que no firmamento, que estava por cima da cabeça dos querubins, apareceu sobre eles como uma pedra de safira, como o aspecto da semelhança de um trono.
Daniel 7:9 Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça, como a limpa lã; o seu trono, chamas de fogo, e as rodas dele, fogo ardente.
Hebreus 8:1 Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da Majestade,
Apocalipse 1:10 Eu fui arrebatado em espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,
Apocalipse 3:21 Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.
Apocalipse 4:5 E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete Espíritos de Deus.
Apocalipse 4:9 E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre,
Apocalipse 5:1 E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.
Apocalipse 5:6 E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra.
Apocalipse 5:13 E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.
Apocalipse 6:16 e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro,
Apocalipse 7:9 Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;
Apocalipse 12:5 E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
Apocalipse 17:3 E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia e tinha sete cabeças e dez chifres.
Apocalipse 19:4 E os vinte e quatro anciãos e os quatro animais prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia!
Apocalipse 20:11 E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles.
Apocalipse 21:5 E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.
Apocalipse 21:10 E levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu.
Apocalipse 22:1 E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

uma visão profética.


 ②

Deus, o Pai.


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

ap 4:2
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 11
SEÇÃO III

O FUTURO

Apocalipse 4:1-22.21

Nesse ponto ocorre no livro de Apocalipse uma mudança drástica de cena e assunto. R. H. Charles escreve: "O contraste dramático não podia ser maior. Até aqui a cena das visões do Vidente tinha sido a terra; agora é o céu [...] Nos capítulos 2:3 tivemos uma descrição vívida das igrejas cristãs da Asia Menor [...] Mas no momento que deixamos a inquietação, as aflições, as imperfeições e apreensões que permeiam os capítulos 2:3, passamos no capítulo 4 para uma atmosfera de segurança e paz perfeita [...] Prevalece uma harmonia infinita de justiça e poder".'

A cena muda da terra para o céu. O assunto muda do cuidado de Cristo como Cabeça pelas condições predominantes na igreja para a autoridade soberana sobre seu universo.
Já observamos que 1.19 sugere uma divisão tríplice do livro de Apocalipse:

1) O Passado — "as coisas que tens visto", cap. 1;

2) O Presente — "as coisas que são", caps. 2-3;

3) O Futuro — "as coisas que hão de vir", caps. 4-22.
Quanto à interpretação das duas primeiras divisões há uma pequena diferença de opinião. João teve uma visão de Jesus glorificado parado no meio da sua Igreja (cap. 1). Isto está claro. Nos capítulos 2:3, encontramos as cartas às sete igrejas da Ásia. A maioria dos comentaristas concorda que essas cartas descrevem condições reais em igre-jas reais no primeiro século — embora elas também possam dar uma visão geral das condições gerais a serem encontradas na cristandade até os nossos dias.
Mas quando chegamos à terceira seção de Apocalipse, a situação é bastante diferen-te. Desconsiderando os "aspectos lunáticos" de incontáveis aberrações, descobrimos três principais escolas de interpretação. A primeira, chamada a preterista, encontra o cum-primento dos capítulos 4:22 nos eventos do período imperial. O grande inimigo da Igre-ja, a besta, é o Império Romano. A segunda, chamada historicista, busca o cumprimento nos acontecimentos sucessivos de toda a era da Igreja e nos eventos culminantes que se seguem. Aqui geralmente se afirma que a besta é a igreja católica romana ou, mais especificamente, o papado. A terceira, chamada futurista, entende que o livro de Apocalipse, a partir de 4.1, ainda precisa ser cumprido no fim dessa era. Ela continua sendo futura do ponto de vista do leitor de hoje. A besta é identificada como o Anticristo. Veremos todas as três interpretações em conexão com passagens-chave.

Essa terceira seção do Apocalipse parece compor-se de sete visões:

1) O Trono e o Cordeiro (4:1-5,14) ;

2) Os Sete Selos (6:1-8,1) ;

3) As Sete Trombetas (8:2-11,19) ;

4) A Sétupla Visão (12:1-14,20) ;

5) As Sete Taças (15:1-16,21) ;
6) As Sete Últimas Cenas (17:1-20,15) ;
7) A Nova Jerusalém (21:1-22.21).

A. O TRONO E O CORDEIRO, 4:1-5.14

1. A Adoração a Deus como Criador (4:1-11)

A primeira visão é dupla. Ela mostra a adoração a Deus como Criador (cap.

4) e a adoração a Cristo como Redentor (cap. 5). Essa adoração, João vê acontecer no céu.

a) O trono de Deus (4:1-6a). João viu uma porta aberta no céu (1). O grego clara-mente afirma que João viu uma porta que tinha sido aberta e permanecia aberta (parti-cípio passivo perfeito). Como Simcox diz: "Ele viu a porta aberta; ele não a viu sendo aberta".2 Era uma porta da revelação que permitiu uma visão do céu.

Barclay observa que nesses primeiros capítulos do livro encontramos "Três Portas Importantes na 5ida":

1) A porta da oportunidade (3,8) ;

2) A porta do coração humano (3,20) ;

3) A porta da revelação (4.1).

A primeira voz, que [...] ouvira falar comigo é evidentemente a voz de Cristo, mencionada em 1.10. Lá, como aqui, ela é descrita como o som de trombeta, poderosa e penetrante. Essa voz disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer. João teria uma prévia do futuro.

Logo o vidente foi arrebatado em espírito (2). Para o significado dessa frase veja os comentários em 1.10. Aqui evidentemente significa que João foi levado espiritualmen-te (não fisicamente) para o céu.

Lá ele viu um trono e Alguém sentado nele. Aquele sentado no trono era na apa-rência, semelhante à pedra de jaspe e de sardônica, com um arco semelhante à esmeralda (3). Swete faz essa observação útil: "A descrição rigorosamente evita deta-lhes antropomórficos, O olho do vidente fica detido pelo luzir das cores como de pedras preciosas, mas ele não vê nenhuma forma"?

A identificação dessas três pedras é debatida. Não se sabe ao certo se a pedra de jaspe era vermelha ou verde. A pedra sardônica era vermelha. O arco (gr., iriso) era semelhante à esmeralda, que é verde. Phillips traduz essa passagem da seguinte maneira: "Sua aparência resplandecia como diamante e topázio, e ao redor do trono brilhava um arco semelhante a um arco-íris de esmeraldas".

Nos vinte e quatro assentos ao redor do trono havia vinte e quatro anciãos assen-tados (4). Por que vinte e quatro? Alguns sugerem que eles representavam os vinte e quatro turnos dos sacerdotes (1 Cr 24). Vitorinus, o comentarista latino mais antigo de Apocalipse, diz que os anciãos representavam os doze patriarcas e os doze apóstolos. Com base nisso, Swete encontra "na representação dupla a sugestão dos dois elementos que coexistiam no novo Israel, os crentes judeus e os crentes gentios que eram um em Cristo. Assim, os 24 anciãos formavam a Igreja em sua totalidade".5 Melhor ainda, eles podem ser considerados os representantes de todo o povo de Deus, tanto dos santos do Antigo Testamento quanto dos cristãos.

Esses anciãos estavam vestidos de vestes brancas; e tinham sobre a cabeça coroas de ouro. Eles estavam limpos e coroados. A palavra para coroas significa as coroas dos vencedores (cf. 2.10).

Do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes (5). Esses três elementos são mencionados em conexão com a concessão da lei (Êx 19:16). Barclay comenta: "Aqui João está usando a imagem que é regularmente conectada com a presença de Deus".6

Diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo que eram identificadas como os sete Espíritos de Deus. A referência é evidentemente ao Espírito Santo (veja comentá-rios de 1.4).

Havia diante do trono um como mar de vidro (6). Isto é, ele parecia como um mar de vidro. Para ressaltar sua transparência, é acrescentado: semelhante ao cris-tal. Quanto ao significado do mar semelhante ao vidro, Swete diz: "Ele sugere a vasta distância que, mesmo no caso de alguém que estava parado na porta do céu, existia entre ele mesmo e o Trono de Deus":

b) As quatro criaturas viventes (4.6b-8). Elas estão no meio do trono e ao redor do trono (6). Essa estranha combinação é explicada da seguinte maneira por Moffatt: "e no meio (de cada lado) do trono e (conseqüentemente) ao redor do trono".8

Animais (zoa) deveria ser traduzido por "criaturas viventes". A tradução aqui é particularmente infeliz visto que "animais" ou "bestas" é a tradução correta de theria nos capítulos 11:13. Trench escreve o seguinte acerca dessas duas palavras gregas: "Ambas desempenham um importante papel nesse livro; ambas têm um simbolismo muito eleva-do; mas ambas se movem em esferas tão distantes uma da outra quanto dista o céu do inferno. As zoa ou 'criaturas viventes', que estão diante do trono e em quem habitam a plenitude de toda criatura [...] constitui uma parte do simbolismo celestial; as theria, a primeira besta e a segunda [...] essas formam parte do simbolismo diabólico".9

Os quatro animais ("criaturas viventes") são descritos como cheios de olhos por diante e por detrás. Isso sugere que eles sabiam tudo que estava acontecendo; isto é, eles mantinham uma vigilância ininterrupta.

Tem havido muita discussão em relação ao significado dessas quatro criaturas vi-ventes. Lenski escreve: "As zoa têm sido chamadas de esfinge do Apocalipse. Um autor oferece vinte e uma interpretações".10 Mas isso é tornar a situação desnecessariamente difícil. Swete sugere esta simples explicação: "As zoa representam criação e a imanência divina na natureza".11Um pouco mais adequada é a interpretação de Donald Richardson: "Quatro é o número cósmico: e as quatro criaturas viventes dos versículos 6:8 são o símbolo de toda a criação redimida, transformada, aperfeiçoada e trazida para debaixo da obediência à vontade de Deus e manifestando a sua glória".' Alguns entendem que os vinte e quatro anciãos representam os santos redimidos de todos os tempos e as quatro criaturas viventes representam os seres angelicais.

As quatro criaturas viventes são descritas como: semelhante a um leão [...] seme-lhante a um bezerro [...] o rosto como de homem [...] semelhante a uma águia voando (7). Essas são as mesmas faces das "quatro criaturas viventes" [animais] de Ezequiel 1:5-10 e similares às faces dos "querubins" de Ezequiel 10:14. Ao entender que as criaturas viventes representam toda criação, Swete escreve: "As quatro formas suge-rem [respectivamente] o que é mais nobre, mais forte, mais sábio e mais veloz na nature-za animada"." Alguns dizem que Mateus tipifica Cristo como um leão (Rei), Marcos como um bezerro, ou boi (Servo), Lucas como um homem (Filho do Homem) e João como uma águia voando (Filho de Deus). Os paralelos, embora interessantes, não de-vem ser exagerados.

Cada uma das quatro criaturas viventes tem respectivamente, seis asas e, ao redor e por dentro, estavam cheios de olhos (8). Uma tradução melhor seria: "E as quatro criaturas viventes, cada uma delas tendo seis asas, estão cheias de olhos ao redor e por dentro" (NASB). Donald Richardson sugere que as asas "simbolizam a perfeição do seu equipamento para o serviço de Deus".' Quanto ao significado dos olhos veja os co-mentários do versículo 6.

Acerca das quatro criaturas viventes lemos: e não descansam nem de dia nem de noite. Swete escreve: "Essa atividade ininterrupta, da natureza debaixo da mão de Deus é um tributo ininterrupto de louvor"." Elas clamam: Santo, Santo, Santo. Esse é um eco do clamor dos serafins em Isaías 6:3. Senhor Deus, o Todo-poderoso substitui

  • "Senhor dos Exércitos" em Isaías. Acerca do significado de que era, e que é, e que há de vir, veja os comentários em 1.8.
  • No versículo 8, encontramos "Um Cântico de Louvor a Deus":

    1) Pela sua santidade;

    2) Pela sua onipotência;

    3) Pela sua eternidade (Barclay).

    c) O louvor universal (4:9-11). As quatro criaturas viventes dão glória, e honra, e ações de graças a Deus (9). Swete diz: "Enquanto time (honra) e doxa (glória) dizem respeito às perfeições divinas, eucharistia (ações de graça) se refere aos dons na criação e redenção"." Que vive para todo o sempre é encontrado novamente em 4.10; 10.6; 15.7. Deus é supremamente o "Deus vivo".

    Na sua adoração ininterrupta, as quatro criaturas viventes recebem a companhia dos vinte e quatro anciãos, que se prostram diante do que estava assentado sobre

  • trono (10). Eles estavam assentados na sua presença (v. 4). Mas agora são impelidos a prostrar-se em adoração diante do Eterno, lançando suas coroas de vitória aos seus pés. Isso era "equivalente a um reconhecimento de que sua vitória e sua glória eram de Deus, e isso somente por meio da graça dele"."
  • Ao adorá-lo, eles o aclamavam como Digno [...] de receber glória, e honra, e poder (11). Eles o reconheciam como o grande Criador de todas as coisas. Para a sua vontade (thelema) são e foram criadas. O grego diz: "elas eram, e foram cria-das". Novamente Swete apresenta a melhor explicação: "A Vontade divina tinha feito do universo um fato no projeto das coisas antes que o Poder divino desse expressão material ao fato"."


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 versículo 2
    Me achei em espírito:
    Ver Ap 1:10,

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 11
    *

    4.1-5.14 Deus aparece numa bela cena de adoração como o Rei do céu e da terra. Está rodeado por côrtes angelicais (1Rs 22:19; 1:6; 2:1; Sl 89:6,7; Ez 1; Dn 7:9,10). Seu governo foi estabelecido na criação (4.11), é exercido no panorama da história (6.1-22.5), é cumprido através do Cordeiro (cap. 5; 22,1) e é celebrado com cânticos de louvor (1.6 nota). Apocalipse é basicamente um livro sobre Deus e sua grandeza. Os segredos da história e da batalha espiritual centram-se no próprio Deus. Todo o Universo destina-se a ser preenchido com a glória (21.22,23), a bondade de Deus (22.1-5) e com seu louvor (5.13). Portanto, o modelo do desfecho da história é revelado aqui em resumo (Mt 6:10).

    Quando o povo de Deus é cercado por tentação ou perseguição, uma revelação do caráter e da glória de Deus é o melhor remédio. Seu poder garante a vitória final, sua justiça garante a defesa do direito, sua bondade e magnificência garantem bênção e conforto. O sangue do Cordeiro demonstra que a redenção já foi efetivamente realizada.

    * 4.1 Sobe para aqui. Moisés subiu ao monte Sinai (Êx 19:3,20) e Paulo foi elevado ao céu (2Co 12:2) para receberem revelações especiais.

    que deve acontecer depois destas coisas. Ver nota em 1.19.

    * 4.2 em espírito. Ver nota em 1.10.

    no céu um trono. O governo real de Deus é um tema fundamental do livro. No Antigo Testamento, o tabernáculo (Êx 25:40) e o templo (1Rs 5:7-2Cr 2-4) eram como um pálido reflexo (sombras) do lugar do trono de Deus no céu (Êx 25:40; Hb 8:5,6; 9.1-14). João vê o original celeste e não uma cópia terrena. Apocalipse contém apropriadamente muitas alusões ao templo (3.12; 7.15; 11.19; 14.15,17; 15.5—16.1; 16.17; 21,22) e aos componentes dentro dele. Por exemplo, há lâmpadas (1.12; 4.5), seres viventes como querubins (4.6-9), incenso e oração (5.8), cânticos de louvor como aqueles oferecidos pelos cantores levitas no Antigo Testamento (4.8,11; 5:9-13; 13 16:0'>1Cr 16), um sacrifício (5.6,9), a arca da Aliança (11.19), o altar (11,1) e a côrte externa (11.2).

    no trono, alguém sentado. Os detalhes da aparição de Deus não são descritos, lembrando-nos que sua grandeza e glória sempre excedem a compreensão humana. Ver nota em 1:12-20.

    * 4.4 vinte e quatro anciãos. Estes ministros angelicais (7,13) são chamados aqui “anciãos” (grego “presbyteros”) por causa de sua sabedoria. Como oficiais do gabinete de Deus, eles devem refletir a sabedoria divina que é simbolizada pela idade (Dn 7:9). O termo “ancião” ou “presbítero” também sugere uma analogia com os anciãos da igreja que servem na terra; por isso, alguns sugeriram que os anciãos aqui são simplesmente uma representação da igreja.

    *

    4.5 relâmpagos. Deus exibe seu poder de maneira semelhante à sua auto-revelação no monte Sinai (Êx 19:16-19) e outras aparições divinas (8.5; 11.19; 16.18; Sl 18:11-15; Ez 1:4). Ele lembra a igreja do poder de sua voz (1.10,15 e notas) e do abalo final da criação ainda por acontecer (11.19; 21.1; Hb 12:25-27).

    sete tochas de fogo. Ver nota em 1.12; conforme Zc 4:2,6. A luz sétupla do Espírito Santo é a luz original da qual o sétuplo candeeiro de Êx 25:31-40 era uma figura. As semelhanças com 1.12 sugerem que as sete igrejas, como um verdadeiro templo de Deus, devem emitir luz, refletindo a própria presença de Deus através do seu Espírito.

    sete espíritos de Deus. O Espírito Santo (1.4 nota).

    * 4.6 mar de vidro. Ver 15.2; Êx 24:10. Este quadro pode sugerir uma variedade de associações. O versículo paralelo de 15.2 lembra as águas do mar Vermelho. A derrota de Faraó e o retorno das águas ao seu lugar prefiguraram a vitória final de Deus sobre o mal (Is 51:9-11). Sendo assim, o mar de vidro figura águas sujeitas ao poder de Deus. Além disso, a extensão e beleza do mar semelhante a cristal, quando unido às pedras preciosas do v. 3 e 21:18-21, sugerem a magnificência e preciosidade do trono de Deus. Os números paralelos com o templo noutro lugar (4,2) podem sugerir que este mar é o correlativo celeste ao mar do templo de Salomão (1Rs 7:23-25). Por último, o quadro da água celeste pode sugerir que Deus fornece fielmente água do céu (Dt 11:11). É coerente com o estilo de Apocalipse interligar uma série de imagens do Antigo Testamento.

    quatro seres viventes. Estes ministros angelicais de Deus lembram os seres viventes ou querubim de Ez 1 e 10 e o serafim de Is 6. Eles são guardiões e carregadores do trono de Deus, como em Gn 3:24; Êx 25:17-22; Sl 18:10; 13 28:18'>1Cr 28:18.

    *

    4.11 Os servos de Deus apresentam, como resposta apropriada, cânticos de louvor à glória e aos feitos divinos (1.6 nota; Êx 15:11; Is 6:3).

    tu criaste. O louvor e as imagens do cap. 4 centram-se na criação, afirmando a soberania de Deus sobre o Universo (1.8 nota).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 11
    4:1 Os capítulos 4:5 apresentam vislumbres da glória de Cristo. Aqui vemos dentro do trono do céu. Deus está no trono coordenando todos os sucessos que João registrará. O mundo não está girando fora de controle; o Deus da criação levará a cabo seus planos à medida que Cristo inicie a batalha final contra as forças do mal. João nos mostra o céu antes de nos mostrar a terra para que não nos assustemos com os acontecimentos futuros.

    4:1 A voz que João escutou primeiro, que soava como trompetista, era a voz de Cristo (veja-se 1.10, 11).

    4:2 João diz quatro vezes no livro de Apocalipse: "no Espírito" (1.10; 4.2; 17.3; 21.10). Esta expressão significa que o Espírito Santo lhe dava uma visão, lhe mostrando situações e acontecimentos que ele não poderia ter visto com seus olhos humanos. Toda profecia verdadeira vem de Deus por meio do Espírito Santo (2Pe 1:20-21).

    4:4 Os quais são estes vinte e quatro anciões? Como foram doze as tribos do Israel no Antigo Testamento e doze os apóstolos no Novo Testamento, os vinte e quatro anciões nesta visão provavelmente representam a todos os redimidos de Deus em todos os tempos (tão antes como depois da morte e ressurreição de Cristo). Simbolizam a todos aqueles, tanto judeus como gentis, que agora formam parte da família de Deus. Os vinte e quatro anciões nos mostram que todos os redimidos do Senhor o estão adorando.

    4:5 Em Apocalipse, trovões e relâmpagos estão relacionados com acontecimentos importantes no céu. Recordam-nos os trovões e relâmpagos no monte Sinaí quando Deus deu a seu povo suas leis (Ex 19:16). Freqüentemente o Antigo Testamento emprega tais metáforas para evocar o poder e a majestade de Deus (Sl 77:18).

    4:5 Os "sete espíritos de Deus" é outro nome do Espírito Santo. Veja-se também Zc 4:2-6, onde se comparam os sete abajures com o Espírito.

    4:6 O vidro era uma raridade na época do Novo Testamento, e vidro claro como o cristal era virtualmente impossível de ser encontrado (veja-se 1Co 13:12). "O mar de vidro" assinala tanto a magnificência como a santidade de Deus.

    4:6, 7 Assim como se vê o Espírito Santo simbolicamente nos sete abajures acesos, de igual modo os "quatro seres viventes" representam os atributos (as qualidades e o caráter) de Deus. Estes seres não são animais reais. Ao igual aos querubins (a mais alta fila dos anjos), fazem guarda no trono de Deus, guiam a outros em adoração e proclamam a santidade de Deus. Os atributos de Deus simbolizados na semelhança de animais destes quatro seres são majestade e poder (o leão), fidelidade (o bezerro), inteligência (o homem) e soberania (a águia). O Antigo Testamento informa que o profeta Ezequiel viu quatro seres similares em uma de suas visões (Ez 1:5-10).

    4:11 O tema deste capítulo se resume neste versículo: todos os seres no céu e a terra elogiarão e honrarão a Deus porque é o Criador e o Sustentador de tudo.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 11
    IV. A VISÃO NO CÉU (Ap 4:1 ; 8: 1-4 ).

    A segunda visão era de uma duração mais longa do que a primeira, e não a cada cena foi colocada no céu. Do seu ponto de vista perto do trono de Deus, João viu o grande drama do mundo desdobramento tanto no céu como na terra. A história não é totalmente feita pelo homem, nem inteiramente pelo homem experiente. Deus está na história; Ele ajuda a moldar suas extremidades; Ele compartilha experiências do homem, e homem precisa aprender a compartilhar todas as suas experiências com Deus. A presença de João no céu (na visão) é atestada em 5: 4-5 ; Jo 6:9 ; Jo 8:1 ; Jo 12:1 ; Jo 13:1 ; Jo 14:1 ; Jo 17:1 ; Jo 18:1 ; 19: 11-22 .

    B. Ao redor do trono (Ap 4:2 ). Sem descrição de Deus em pessoa é dada como Ele se senta no trono . "Na grande apocalipse cristão não há necessidade de descrições antropomórficas da Divindade; um como o Filho do homem está sempre à mão a quem são naturalmente transferido "João só podia dizer que olhar para Deus era como olhar para as pedras preciosas.: a translucidez leve de jaspe , ea translucidez ardente do sardius . Não se pode descrever Deus, ele só pode registrar suas impressões. De facto, grande parte da revelação pode ser considerado como arte impressionista em contraste com a arte realista. A rodada do arco-íris sobre o trono -arching acima it-é indicativo do governo de Deus em toda a extensão do universo, mas ainda mais significativa de sua aliança para conter sua ira dos pecadores.

    Esta cena tem um fundo Velho Testamento. Ela retrata uma reunião entre o homem e Deus, com um número de seres criados presentes semelhantes aos em visões de Isaías e Ezequiel, enquanto a natureza responde com relâmpagos, vozes e trovões como na promulgação da lei no Sinai. Deus governa o mundo natural, o mundo da humanidade, e sobre todo reino da criação abrangidas pelo âmbito da visão de João.

    Os vinte e quatro anciãos são os representantes da humanidade com a qual Deus havia trabalhado especialmente em Sua auto-revelação de homens-os doze patriarcas, chefes do antigo Israel e os doze apóstolos, chefes do novo Israel, a Igreja. João viu unidos diante do trono de Deus o que ele nunca tinha visto unidos na Terra-judaísmo e do cristianismo. Em grande plano de redenção de Deus tanto tinha sido escolhido para ser Seus instrumentos de revelação divina, e assim os dois grupos de doze foram vistos por João sentados em tronos como governantes com Deus no Seu Reino. Suas vestes brancas representam a pureza, também a sua função sacerdotal (ver Ap 1:6 ). As coroas de ouro enfatizar que eles são reis (de um reino) e sacerdotes (de um templo) para Deus.

    As sete lâmpadas de fogo diante do trono amplificar a cena em Ap 1:4 ). Supunha-se lá que os castiçais continha lâmpadas; Aqui aprendemos que as lâmpadas estavam presentes e que eles estavam iluminados por uma luz não o seu próprio; a luz da Igreja é o Espírito de Deus. Os sete Espíritos são o Espírito Santo manifestou para e através das sete igrejas, a completa revelação de Deus para o mundo. Podemos supor que, se por algum motivo doze igrejas tinha sido escolhido, doze Spirits teria sido nomeado. No capítulo 5 os sete Espíritos, em relação ao Cordeiro, são chamados de sete chifres e sete como olhos.

    A imagem da majestade de Deus é reforçada por um "mar de vidro" (margem) , semelhante ao cristal ... diante do trono . O protótipo é o "mar de fundição" antes de o templo de Salomão (1Rs 7:23 ). O templo na visão de João não está longe (Jo 11:19 ). O mar parece estar parada, e enquanto João procura dar forma objetiva para isso, ele está em uma perda para descrever isso, exceto em sua aparência transparente. "Isso sugere que a grande distância que, mesmo no caso de uma pessoa que estava na porta do céu, interveio entre ele e o Trono de Deus." Todas essas visões só pode ser explicada como muito real para quem vê, no entanto, são Nunca real ou lógica, no sentido de objetividade material. Os termos antes, no meio de , e ao redor , no que diz respeito ao trono, são igualmente difíceis de compreender espacialmente. Eles parecem ser tentativas por parte de João para exprimir a relação de vários objetos e seres para a soberania de Deus, alguns talvez ter uma relação mais estreita do que outros, embora este não é facilmente perceptível. Os quatro seres viventes estão ambos no meio de e ao redor do trono . Isto é difícil, e talvez não seja necessário, a visualizar. As criaturas eram parte integrante do arranjo thronal de Deus.

    A identidade dessas criaturas é menos importante do que o que eles representam. Foi um provérbio dos rabinos que há quatro ordens supremas no mundo: entre todos os seres criados, o homem; entre as aves, a águia; entre os animais domésticos, o boi; e entre os animais selvagens, o leão. Algo como isso poderia ter sido no pensamento subconsciente de João. Juntas, as criaturas representam a OmniVision e onisciência de Deus, sendo cheio de olhos por diante e por trás e cheio de olhos ao redor e dentro . Existe uma ligação clara entre esta cena e visão de Ezequiel das rodas, que acompanharam os quatro seres, tendo "as suas cambotas cheias de olhos em redor" (Ez. 01:18 ). Solidariamente eles representam o poder e autoridade que Deus exerce sobre sua criação e expressses através dele. O leão representa a força, o bezerro para o sacrifício, o rosto de um homem para a inteligência, ea águia para ubiquidade e onipresença. Eles não conseguem demonstrar a identidade individual e são vistos apenas como semelhanças, representações do que está sentado no trono.

    C. Santo, Santo, Santo (4: 8-11)

    8 E os quatro seres viventes, tendo cada um, seis asas, estão cheios de olhos ao redor e dentro; e não têm repouso nem de dia e de noite, dizendo:

    Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.

    9 E quando os seres viventes davam glória e honra, e graças a ele o que está assentado sobre o trono, ao que vive pelos séculos dos séculos, 10 os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante dele, que se assenta no trono, e adorará aquele que vive pelos séculos dos séculos, e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo:

    11 Digno és, nosso Senhor e nosso Deus, de receber a glória, a honra eo poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas.

    A representação de Deus como Criador e Governador em formas simbólicas também é retratado nos dois hinos deste capítulo. Os quatro criaturas são ditas não têm descanso nem de noite , porque cada um deles tem seis asas ; eles voam continuamente, dando louvor a Deus. "Dia e noite, eles nunca deixam de cantar,

    "Santo, santo, santo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, que era e é e está por vir!" "( Ap 4:8 ). E o salmista escreveu:

    Os céus declaram a glória de Deus; Eo firmamento anuncia a sua obra (Sl. 19: 1 ).

    Os seres vivos representam a criação de Deus, e quando eles cantam seus louvores, os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante ... o que se assenta no trono , e adoração . Esta observação é importante pelo homem segue o exemplo do universo criado na oferta de louvor a Deus. No entanto, apenas o homem tem a capacidade de reter que o elogio. Na visão de João, o coro é aumentada pelo povo escolhido de Deus, o grupo de anciãos; não apenas a humanidade em geral representado pela criatura que tem o rosto de um homem, mas aqueles que estavam sob a lei e o evangelho que reconheceram como Senhor. Os cosmos e da Ecclesia -natureza ea igreja-se juntam. "Quando a pessoa começa seu hino, é o sinal para o outro a cair sobre seus joelhos diante do trono."

    Digno és, nosso Senhor e nosso Deus, de receber a glória, a honra eo poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas (v. 11 ) .

    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 11
    Nesse capítulo, a palavra-chave é "trono", usada sete vezes. Na ver-dade, o relato todo usa-a 38 vezes. Apocalipse deixa claro que o trono de Deus, não o dos homens, gover-na o universo. Veja Sl 103:19.

    I. O chamado do trono (4:1)

    Esse é um retrato vivido do arreba tamento da igreja. O versículo 1:19 apresenta um resumo divino do re-lato de Apocalipse, da mesma forma que agora estamos para ver "o que deve acontecer depois destas coi-sas". A partir Dt 4:1, todo o relato é profético. Outra evidência de que a igreja não passará pelo período da tribulação é o fato de, nesse ponto, João ser arrebatado. Observe como a experiência dele assemelha-se ao arrebatamento da igreja: (1) o céu abre-se para receber os filhos de Deus; (2) há uma voz como de uma trombeta (1Co 4:16; 1Co 15:52); (3) é um acontecimento repentino; (4) acontece no fim da "era da igreja" (Ap 2:0); (5) introduz João na sala do trono do céu; (6) sinaliza o início do julgamento de Deus so-bre o mundo. Vejamos as diferen-tes portas de Apocalipse: (1) a porta do serviço (Ap 3:8); (2) a porta fechada diante de Cristo (Ap 3:20); (3) a porta para o céu (Ap 4:1); e (4) a porta fora do céu (Ap 19:11).

    II. A glória do trono (4:2-3)

    A pessoa sentada no trono é Deus Pai, já que as tochas de fogo (Ap 4:5) representam o Espírito, e, em Ap 5:6, o Filho vem para o trono. ]oão_usa pedras preciosas como símbolos da glória do Pai. O jaspe é uma pedra límpida que fala da pureza de Deus; o sardônio é vermelho e refere-se à ira e ao julgamento do Senhor; e a esmeralda é verde, cor associada à graça e à misericórdia. Encontramos todas essas pedras no peitoral do sumo sacerdote (Êx 28:17-21).

    Há um arco-íris cor de esmeral-da, o que nos leva a Gênesis 9:11-17, em que Deus fez sua aliança com a humanidade e a natureza de que não destruiría de novo o mundo com água. O arco-íris refere-se à promessa do Senhor e a sua aliança de misericórdia. O trono de Deus ainda é misericordioso (veja Hc 3:2) em sua ira, apesar de estar para en-viar um julgamento terrível sobre a humanidade. Ap 10:1 apresenta Cristo com o arco-íris sobre a cabeça, pois a graça e a misericórdia vieram ao mundo intermédio dEle.

    Noé viu apenas um arco ires no céu; mas João viu o arco-íris completo em volta do trono. Hoje, não vemos a misericórdia total de Deus, pois "vemos como em es-pelho, obscuramente" (1Co 13:12); todavia, quando chegarmos ao céu, veremos o todo.

    1. Os anciãos em volta do trono (4:4)

    Há diversas razões para que esses anciãos não sejam anjos: (1) nunca vimos anjos sentados em tronos; (2) nem com coroas; (3) em 7:11, há distinção entre anciãos e anjos; (4) em 5:8-10, os anciãos entoam um hino de louvor e não há registro de anjos cantando; (5) no cântico, eles dizem que foram redimidos, algo que os anjos não podem dizer; (6) em 5:12, os anjos falam, e, em 5:9, o anciãos cantam; (7) os anjos nun-ca foram contados (He 12:22); (8) o nome "ancião" significa maturida-de, e os anjos são seres eternos.

    Vinte e quatro sacerdotes servi-ram no templo do Antigo Testamen-to (1Cr 24:3-13,1Cr 24:18 e Lc 1:5-42). É pro-vável que esses anciãos representem os santos arrebatados que reinam, em glória, com Cristo. Os tronos es-tavam vazios quando Daniel os viu postos (Ez 7:9; e não subjugados), porém João os vê ocupados porque, agora, o povo de Deus foi chamado para casa. Somos reis e sacerdotes com ele (1:6).

    1. O trono lança o julgamento (4:5a)

    O versículo 5 não descreve um tro-no de graça, mas de julgamento. Trovões e relâmpagos são avisos de que a tempestade está para che-gar! No Sinai, Deus lançou trovões e relâmpagos quando deu a Lei (Êx 19:16) e o fará de novo quando for julgar os que violaram a Lei (veja Sl 29:0.

    1. O objetos diante do trono (4:5b-11)
    2. As tochas de fogo

    Representam o Espírito Santo (1:
    4) que é o Espírito purificador (Is 4:4). Cristo tem a plenitude do Espírito, pois sete é o número da plenitude (3:1). Durante essa era de graça, representa-se o Espírito como uma pomba da paz (Jo 1:29-43); mas o Espírito ministrará um julgamento de fogo após o arrebatamento da igreja.

    1. O mar de vidro

    Aqui, temos um templo celestial semelhante ao do Antigo Testamen-to (veja 11:19 e He 9:23). As sete tochas de fogo correspondem aos sete candelabros; o mar de vidro, ao mar de fundição; e o trono, à arca da aliança de onde Deus rei-nou em glória. Ap 6:9-66 indica que no céu há um altar de sacrifício, e 8:3-5, que também há um para incenso. Os 24 anciãos referem-se aos sacerdotes do tem-plo, e os seres viventes, aos que-rubins bordados nas cortinas. Veja 1Rs 7:23-11 em relação ao "mar" (ou bacia) do templo. O mar celes-tial retrata a santidade de Deus; o fogo, seu julgamento do pecado por causa de sua santidade.

    1. Os seres viventes

    Quatro é o número da terra; portan-to, aqui, temos a aliança de Deus com a criação.

    Leia Gênesis 9:8-13 e veja a aliança que o Senhor fez com a hu-manidade, com as aves, com os ani-mais domésticos e selvagens; eles estão representados na face de cada ser vivente. Deus deu ao homem o domínio sobre a criação, porém o homem perdeu-o por causa do peca-do (Gn 1:28-31; SI 8). Todavia, esse domínio será reconquistado quando o reino for estabelecido; veja Isaí- as 11:6-8 e 65:25. Os quatro seres viventes (símbolos da criação) diante do trono de Deus mostram que ele controla a criação e que, um dia, cumprirá sua promessa de libertá-la do pecado (Rm 8:19-45).

    Esses quatro seres viventes são uma combinação dos serafins de Is 6:0, cada ser vivente tem quatro faces que correspondem às quatro da visão de Ezequiel. Esses seres diante do trono louvam, glorificam e honram a Deus. O Sl 148:0 mostra como todas as criaturas louvam ao Senhor.

    É uma tragédia que o mundo peca-dor se recuse a louvá-lo.

    Os anciãos juntam-se ao louvor e colocam a coroa diante do trono. A coroa deles representa o prêmio pelos serviços prestados enquanto estiveram na terra. Perceberemos, de uma maneira nova, que todo louvor pertence a Deus e somente a ele. O versículo 11 apresenta a primeira das diversas doxologias de Apocalipse. Aqui, as criaturas celestiais louvam a Deus porque ele é o Criador de todas as coisas. Em 5:9-10, os seres viventes e os anciãos louvam-no por causa da redenção por intermédio do sangue de Cristo, pois até a cria-ção é redimida pela cruz. Em Apoca-lipse 11:1 6-19, o céu louva-o por ser o Juiz que punirá o mundo por seus pecados com justiça.
    Agora, o cenário está montado: a igreja foi arrebatada para o céu, o Senhor está assentado no trono, to-das as criaturas do céu louvam-no e esperam o derramamento de sua ira. E interessante notar que essa passa-gem usa o nqme.de "Senhor Deus, o Todo-Poderoso" (4:8). A história re-gistra que esse era o título oficial do imperador Domiciano, responsável pela perseguição que levou João para Patmos. Os homens e as mu-lheres podem honrar a si mesmos, mas chegará o dia em que todos — pequenos e grandes — reconhece-rão que Jesus Cristo é o Senhor de todos e de tudo.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 11
    4.4 Vinte e quatro tronos. O número é uma cifra completa, que sugere os doze patriarcas das tribos de Israel e os doze apóstolos, simbolizando dessa maneira a unidade dos salvos de todos tempos (conforme Ef 2:11-49). Podem ser anjos que participam no governo do universo (conforme Sl 89:7; Is 24:23; Êx 24:11).

    4.5 Sete tochas. Lâmpadas portáteis da antigüidade, que simbolizam aqui a participação na criação e revelação do Espírito de Deus (conforme Sl 104:29, Sl 104:30), Sete espíritos. Conforme 1.4n.

    4.6 :Mar. O simbolismo de um mar perante o trono de Deus se vê em Gn 1:7; 1Rs 7:23; 2Rs 16:17; Êx 24:10; Ez 1:22; 37:18. Simboliza a separação entre Deus e o homem. Cristal. Possivelmente simboliza a glória divina, que só os fiéis, purificados pelo sangue de Cristo, poderão pisar. Quatro seres viventes. Deve ser uma figura da grandeza da Criação que incessantemente (v. 8) glorifica ao Criador (cf.Is 6:1-23; Ez 10:14).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 11
    III. A VISÃO DO CÉU (4.1—-5.14)

    Na profecia do AT, somente podem saber do propósito divino aqueles que são admitidos no “conselho do Senhor” para “ouvir a sua palavra”; aí estão numa posição segura para proclamar com convicção o que ele vai fazer (Jr 23:18,Jr 23:22). Assim, João fica sabendo do desenrolar dos fatos por estar elevado em êxtase no céu. Sua descrição do céu se divide em duas partes, caracterizadas respectivamente pelo hino de louvor a Deus como Criador (4,11) que é por meio dele dirigido a Cristo, o Redentor (5.9,10,12,13b).


    1) A sala do trono de Deus (4:1-11)
    v. 1. uma porta aberta no céu: Conforme Ez 1:1: “Abriram-se os céus, e eu tive visões de Deus”. A voz que eu tinha ouvido no princípio [...] como trombeta-, A voz Dt 1:10. Suba para cá: A subida ao céu é uma característica bem marcante do êxtase profético; conforme 2Co 12:0; Ez 1:26ss. As palavras não conseguem descrever a glória divina; os que a viram em êxtase, como Ezequiel e João, só conseguem dar uma impressão geral de como ela os impressionou. Um arco-íris, parecendo uma esmeralda: Conforme Ez 1:28; a menção do arco-íris pode lembrar a aliança de Gn 9:12ss. v. 4. vinte e quatro tronos: Conforme os “tronos” de Ez 7:9, ocupados por assessores do juízo divino (mas v. um paralelo mais próximo disso em 20.4). e assentados neles havia vinte e quatro anciãos: Essa pode ser a ordem dos príncipes-anjos chamados de “tronos” em Cl 1:16; talvez sejam a contraparte celestial das 24 ordens de sacerdotes em lCr 24.4ss, visto que desempenham funções sacerdotais diante do trono de Deus (5.8). v. 5. Do trono saíram relâmpagos: Conforme 8.5; 11.19; 16.18. O relâmpago é uma característica comum das teofanias no AT (conforme Êx 19:16; Sl 18:8-12ss; 77.18; 97.4; Ez 1:4,13; Hc 3:4). vozes e trovões-. Conforme os “sete trovões” em 10.3,4. Diante dele estavam acesas sete lâmpadas de fogo, que são os sete espíritos de Deus: Conforme 1.4; tb. Ez 1:13. v. 6. um mar de vidro, claro como cristal: Esse mar celestial (conforme Gn 1:7; Sl 104:3-148.
    4) é o arquétipo do “tanque de metal fundido” no templo de Salomão (lRs 7.23ss), que é em geral compreendido como a representação do oceano (ou dilúvio) cósmico, sobre o qual o Senhor está assentado e “reina soberano” (Sl 29:10). quatro seres viventes: Esses são semelhantes aos “seres viventes” (querubins) de Ez 1.5ss; lO.lss (símbolos dos ventos que carregam o trono móvel de Deus no seu avanço pelos céus); mas eles também têm algumas características e funções dos serafins de Is 6:2,Is 6:3. Eles representam os poderes da criação a serviço do Criador, cobertos de olhos: Como as rodas vivas do trono móvel em Ez 1:18, um sinal da onisciência divina (conforme tb. Zc 4:10b). v. 7. O primeiro ser parecia um leão: Cada um dos seres viventes de Ezequiel tinha as quatro cabeças (mais estritamente “faces”) de um homem, de um leão, de um boi e de uma águia (Ez 1:10); aqui cada ser vivente tem somente uma cabeça, mas entre eles os quatro simbolizam as divisões principais da criação animal, v. 8. Cada um deles tinha seis asas: Como os serafins de Is 6:2. Dia e noite repetem sem cessar. O hino dos seres viventes é a primeira parte do hino dos serafins (Is 6:3), sendo o nome de Deus engrandecido pelo título Dt 1:4. Os hinos de Apocalipse são dignos de estudo cuidadoso (conforme 4.11; 5.9,10; 7:15-17; 11.17,18; 15.3,4; 19.6); o contexto em que aparecem sugere que o louvor da Igreja na terra é um eco da liturgia do céu. O louvor incessante dos seres viventes é a voz da criação glorificando o seu Criador, e é acompanhada pela homenagem reverente dos 24 príncipes-anjos, pois eles também proclamam o louvor do seu grande Criador, e lançam as suas coroas diante do trono (v. 10) em reconhecimento de que toda a soberania é dele. O hino de louvor a Deus pelas maravilhas da criação faz eco da linguagem de muitos salmos (e.g., SI 19:1-6; 104). Mas toda a adoração do AT aponta para Cristo, em quem encontra o seu cumprimento; daí que a visão do céu no cap. 4 é incompleta sem a cena desenvolvida no cap. 5.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 3

    Ap 4:1, Ex 28:20). Sugeriu-se que estas pedras representam santidade, ira e misericórdia. À volta do trono havia um arco-íris, o qual fala de graça, ou, como diz Hengstenberg, "da graça que retoma depois da ira".


    Moody - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 17

    II. O Livro dos Sete Selos e os Acontecimentos Terrestres que Anuncia. 4:1 - 6:17.

    Embora hajam alguns elementos escatológicos no retrato de Cristo no primeiro capítulo, e alguns elementos preditivos nas cartas às sete igrejas, mas não se estendendo ao fim dos tempos, a porção verdadeiramente profética do Apocalipse começa com a seção que vamos agora examinar. Conforme observamos na 1ntrodução, a pane maior desta seção é de natureza introdutória, pois a cena registrada nos capítulos Ap 4:1 e 5 é celeste. Na verdade, predições sobre acontecimentos futuros distantes não começam até o capítulo 6. João vê agora uma porta abrindo-se no céu, e ouve uma voz dizendo: "Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer". (Para outras ocasiões em que o céu se abriu, veja Ez 1:1; Mc 1:10; Jo 1:51). Muitos comentadores colocam o "arrebatamento" da Igreja entre os capítulos Ap 3:1 e 4 deste livro, mas visto que o texto propriamente dito silencia sobre o assunto, pergunta-se se seria sábio discutir o assunto a esta altura.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 11
    IV. A VISÃO DO CÉU Ap 4:1-66; Ap 19:4. Os anciãos reconhecem que um só é digno de ter a preeminência na criação, e Ele é o criador (11). Ele quis a existência de todas as coisas. Ele tem o direito de lidar com elas em soberana liberdade. Toda a criação deverá reconhecer a sua sujeição a Ele e atribuir ao seu nome a glória e a honra e o poder.

    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 11

    11. A Viagem para o Céu ( Apocalipse 4:1-11 )

    Depois destas coisas olhei, e eis que uma porta aberta no céu, ea primeira voz que eu tinha ouvido falar, como o som de uma trombeta, falando comigo, disse: "Venha até aqui, e eu vou mostrar-lhe o que deve ter coloque depois destas coisas. " Imediatamente eu estava no Espírito; e eis que um trono estava de pé no céu, e um assentado sobre o trono. E aquele que estava sentado era como uma pedra de jaspe e sardônica na aparência; e havia um arco-íris ao redor do trono, como uma esmeralda na aparência. Ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e sobre os tronos vi vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, e coroas de ouro em suas cabeças. Fora do trono vir relâmpagos e sons e trovões. E havia sete lâmpadas de fogo diante do trono, que são os sete espíritos de Deus; e diante do trono havia, algo como, um mar de vidro, semelhante ao cristal; e no centro e ao redor do trono, quatro seres viventes cheios de olhos na frente e atrás. O primeiro ser era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro ser o rosto como o de um homem, eo quarto animal era semelhante a uma águia voando. E os quatro seres viventes, cada um deles com seis asas, estão cheios de olhos ao redor e no interior; e dia e noite, eles não deixam de dizer: "Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir." E quando os seres viventes derem glória, honra e graças a Ele que está sentado no trono, a Ele que vive para sempre e sempre, os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante daquele que se assenta no trono, e adorarão o que vive para sempre e sempre, e vai lançar suas coroas diante do trono, dizendo: "Digno és Tu, nosso Senhor e nosso Deus, de receber glória, honra e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas . " ( 4: 1-11 )

    Há um fascínio sem precedentes nos dias de hoje entre os cristãos e não-cristãos com a vida após a morte. Livros sobre supostas experiências e anjos ou pós-quase-morte no topo das listas de mais vendidos. Programas de TV explorar o misterioso reino do sobrenatural, muitas vezes com foco em anjos e sua suposta interação com os seres humanos. Muitas pessoas, tanto os que professam ser cristãos e aqueles que não o fazem, a alegação de ter visitado o céu e voltou para contar suas experiências.
    Em contraste com as fantasiosas, estranho fabricações, muitas vezes tolas daqueles que falsamente afirmam ter visitado o céu (o que eu critique em meus livros Charismatic Caos [Grand Rapids: Zondervan, 1992] e a glória do céu [Wheaton, Ill .: Crossway, 1996]), a Bíblia registra as contas de duas pessoas que, na verdade, foram tiradas lá em visões. Em II Coríntios 12 , o apóstolo Paulo escreveu de ser transportado para o terceiro céu (a morada de Deus). Mas ele foi proibido de falar sobre o que ele viu lá ( 2Co 12:4 ). Essa porta já aberta admitiu João para o terceiro céu (cf. 2Co 12:2 ; Atos 1:9-11 ; 3: 20-21 ; 7: 55-56 ; Rm 10:6. ). O céu tornou-se ponto de vista de João para a maior parte do restante do livro de Apocalipse.

    Depois de perceber a porta aberta, a primeira voz João ouviu foi a voz familiar como o som de um trompete que tinha falado com ele em sua primeira visão ( 01:10 ). Como observado na discussão de que a passagem no capítulo 3 deste volume, esta foi a voz do ressuscitado, exaltado Senhor Jesus Cristo. Sua voz é comparada com o som de um trompete por causa de seu comandante, a qualidade de autoridade. O Senhor especificamente ordenado João para vir até aqui, ou seja, para o céu. João não foi varrida em alguma ilha da fantasia mística, mas espiritualmente transportado para a realidade do céu. Alguns vêem neste comando uma referência para o arrebatamento da igreja. No entanto, o verso não descrever a crescente igreja para o céu na glorificação ressuscitado, mas João vai para o céu para receber revelação.

    O tema central da visão de João é o trono de Deus, mencionado onze vezes neste capítulo. Todos os recursos do capítulo pode ser delineada com base em como eles se relacionam com o trono da glória divina. Depois de descrever o trono, João nos diz que está no trono, o que está acontecendo ao redor do trono, o que vem do trono, o que está diante do trono, que está no centro e ao redor do trono, e que está voltada para o trono.

    O Throne

    Imediatamente eu estava no Espírito; e eis que um trono estava de pé no céu, ( 4: 2 a)

    A maioria das pessoas modernas que afirmam ter tido visões do céu tendem a enfatizar o trivial eo bizarro. Mas a visão de João focada no trono da glória de Deus ea majestade inefável d'Aquele que se senta sobre ele. Como ele foi levado para fora da dimensão familiar de espaço e tempo e no céu da presença de Deus no Espírito poder "s (cf. 01:10 ), João foi surpreendido e espantado com o que viu, causando-lhe a exclamar contemplar.

    A causa do espanto de João era o trono de Deus, que ele viu . pé no céu Isso não era uma peça de mobiliário, mas um símbolo do governo soberano de Deus e autoridade (cf. Sl 11:4 templo celestial não é um edifício real: "o Senhor Deus Todo-Poderoso eo Cordeiro" é o templo. O uso do termo templo simboliza a presença de Deus. O trono foi dito ser em pé , porque o governo soberano de Deus é fixo, permanente e inabalável. A visão do trono bens de Deus revela Ele está no controle permanente, imutável e completa do universo. Esta é uma realização reconfortante à luz do horror e trauma dos eventos do fim dos tempos prestes a ser revelado ( caps. 6-19 ). Da mesma forma, Isaías foi consolado durante um momento traumático da história de Israel por sua visão da glória de Deus ( Isa. 6 ).

    No trono

    e Aquele que está sentado no trono. E aquele que estava sentado era como uma pedra de jaspe e sardônica na aparência; ( 4: 2 b-3-A)

    As forças irracionais lunático, sem propósito, de acaso não, como muitos acreditam tolamente, regem o universo. Em vez disso, o soberano Criador, onipotente do universo está sentado em seu trono como seu regente. Ao contrário de seu uso em Hebreus (cf. He 1:3 ; He 12:2 ). "Deus reina sobre as nações", declarou o salmista: "Deus está sentado sobre o seu santo trono" ( Sl 47:8 )

    Mas talvez o olhar mais detalhado em Deus em seu trono celeste fora do Apocalipse é que, dada por Ezequiel:

    Agora sobre o firmamento que estava sobre suas cabeças, havia algo semelhante a um trono, como o lápis-lazúli na aparência; e sobre o que se assemelhava a um trono, no alto, era uma figura com a aparência de um homem. Então eu notei desde o aparecimento dos seus lombos, e algo para cima como o metal que parecia fogo ao redor dentro dela brilhando, e da aparência dos seus lombos e para baixo, vi algo como fogo; e havia um brilho em torno dele. Como a aparência do arco-íris nas nuvens em um dia de chuva, assim era a aparência do brilho envolvente.Tal era a aparência da semelhança da glória do Senhor. ( Ez 1:26-28. )

    Em nítido contraste com o casual, orgulhosos contas irreverentes, quase blasfemas de aqueles que hoje reivindicam visões de Deus, Isaías ( Is 6:5 ) e Daniel ( Dn 7:15 ) ficaram aterrorizados e humilhado por suas visões.

    João descrito Ele que estava sentado no trono como sendo semelhante a uma pedra de jaspe e sardônica na aparência. Essa descrição é uma reminiscência da luz intermitente, fogo ardente, e cores vivas na visão de Ezequiel. Ap 21:11 descreve jasper como "cristalização claro "; portanto, é melhor para identificar esta pedra como um diamante. Todas as brilhantes, piscando facetas da glória de Deus é comparado a um diamante, brilhantemente refratar todas as cores do espectro. A cornalina, a partir do qual a cidade de Sardes tem o seu nome, é um ardente, rubi vermelho-sangue. Ele também expressa a beleza brilhando da glória de Deus, e também pode simbolizar a ira ardente de Deus, a ponto de ser derramado sobre os pecadores, mundo rebelde ( caps. 6-19 ).

    Há ainda mais um possível simbolismo na escolha destas duas pedras. O sardius eo jasper foram os primeiros e últimos pedras no peitoral do sumo sacerdote ( Ex. 28: 17-20 ; "ruby", "jasper"), representando o primogênito (Reuben) 'e caçulas (Benjamin) dos doze filhos de Jacó.Pode ser que essas pedras mostram relação de aliança de Deus com Israel; Sua ira e julgamento não vai revogar essa relação. Na verdade, é durante a Tribulação que, em grande parte graças aos esforços evangelísticos zelosos dos 144:000Ap 7:3. ). Também é possível que os nomes de Rúben ("eis que um filho") e Benjamin ("filho da minha mão direita") imagem Deus, o Filho, o Senhor Jesus Cristo, sentado à direita do Pai na glória.

    A visão de João do trono de Deus não é de paz e conforto. Sua piscando, glorioso, magnificência esplendorosa revela os terrores do julgamento de Deus. Verdadeiramente, "o nosso Deus é um fogo consumidor" ( Hb 0:29. ; cf. Dt 4:24. ).

    Ao Redo do trono

    e havia um arco-íris ao redor do trono, como uma esmeralda na aparência. Ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e sobre os tronos vi vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, e coroas de ouro em suas cabeças. ( 4: 3 b-4)

    Afastando-se da sua descrição do trono para descrever o que estava ao seu redor, João observado pela primeira vez que havia um arco-íris em torno dele. Isso João descreveu como sendo semelhante à esmeralda na aparência revela que o verde era a cor dominante. Este novo é introduzido para mostrar a glória de Deus esplendorosa (cf. Ez 1:28 ). O arco-íris proporciona um equilíbrio reconfortante para os lampejos de fogo de decisão anteriormente visto que emana do trono de Deus. De acordo com 13 1:9-17'>Gênesis 9:13-17 , um arco-íris simboliza a fidelidade à aliança, misericórdia e graça de Deus. Os atributos de Deus sempre operam em perfeita harmonia. Sua ira nunca funciona à custa de Sua fidelidade; Seus julgamentos nunca revogar suas promessas. Poder e santidade de Deus iria nos levar a viver em terror abjeto se não fosse por sua fidelidade e misericórdia. Deus disse sobre o remanescente fiel de Israel, que temia ser varrido em Seu julgamento da nação, "Eles serão meus ... no dia em que eu preparo minha própria possessão, e eu vou poupá-los como um homem poupa a seu filho que lhe serve "( Ml 3:17).

    João também viu ao redor do trono vinte e quatro tronos; e sobre os tronos ele viu vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, e coroas de ouro em suas cabeças. A identidade dos vinte e quatro anciãos tem sido muito debatida. Enquanto alguns vêem como uma ordem de seres Angelicalais, parece melhor para vê-los como representantes humanos da igreja. Diversas linhas de evidência apontam para essa conclusão.

    Em primeiro lugar, a referência aos vinte e quatro tronos em que os vinte e quatro anciãos sentou indica que eles reinam com Cristo. Em nenhum lugar nas Escrituras os anjos sentam em tronos, nem são retratado no poder ou reinante. O seu papel é servir como "espíritos ministradores, enviados para prestar serviço para o bem daqueles que hão de herdar a salvação" ( He 1:14. ; cf. . Mt 18:10 ). A Igreja, por outro lado, é repetidamente prometeu uma co-regência com Cristo ( 2: 26-27 ; 3:21 ; 05:10 ; 20: 4 ; . Mt 19:28 ; Lc 22:30 ; 1 Cor. 6: 2-3 ;2Tm 2:122Tm 2:12. ).

    Presbuteroi ( anciãos ) nunca é usada nas Escrituras para se referir a anjos, mas sempre com os homens. Ele é usado para falar de homens mais velhos em geral, e os governantes de Israel e da igreja. Não há nenhum uso indiscutível presbuteroi fora do Apocalipse para se referir a anjos. (Alguns acreditam que "anciãos" em Is 24:23 refere-se a anjos, mas poderia muito bem se referir a seres humanos.) Além disso, "ancião" seria um termo inadequado para descrever anjos, que não envelhecem.

    Enquanto os anjos que aparecem em branco (por exemplo, Jo 20:12 ; At 1:10 ), vestes brancas mais comumente são o vestido de crentes. Isso é particularmente verdadeiro no contexto imediato do Apocalipse. Cristo prometeu aos crentes de Sardes que eles iriam "ser vestido de vestes brancas" ( 3: 5 ). Ele aconselhou o apóstata Laodiceans para "comprar de mim ... vestes brancas, para que você pode vestir-se" ( 03:18 ). Na ceia das bodas do Cordeiro, a Sua noiva vai "vestir-se de linho fino, brilhante e limpo" ( 19: 8 ). vestes brancas simbolizam a justiça de Cristo imputada aos crentes na salvação.

    Que os mais velhos usavam coroas de ouro em suas cabeças é mais uma prova de que eles eram seres humanos. Coroas nunca são prometidas nas Escrituras para os anjos, nem os anjos são sempre vistas usando-os. Stephanos ( coroa ) é a coroa da vitória, usado por aqueles que suportou com sucesso o julgamento, aqueles que competiu e conquistou a vitória. Cristo prometeu tal uma coroa para os crentes fiéis em Esmirna: "Sê fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida" ( 2:10 ). "Todos os que competem nos jogos exerce domínio próprio em todas as coisas", escreveu Paulo. "Eles, então, fazê-lo para alcançar uma coroa corruptível [ stephanos ], mas nós uma incorruptível "( 1Co 9:25 ). Ele escreveu sobre essa coroa imperecível de novo em 2Tm 4:8 ), e Pedro de "a imarcescível coroa da glória" ( 1Pe 5:4) vem durante a Tribulação ( caps. 6-19 ), em grande parte como resultado dos esforços evangelísticos dos 144:000 (introduzido no cap. 7 ). Quando os vinte e quatro anciãos são introduzidos pela primeira vez, esses eventos ainda estão para acontecer.

    Da mesma forma, os anciãos não podem ser santos da tribulação, uma vez que também ainda não tinha sido convertido. Os mais velhos já estão no céu, quando os santos da tribulação chegar. Apocalipse 7:11-14 descreve a cena:

    E todos os anjos estavam em pé ao redor do trono e ao redor dos anciãos e os quatro seres viventes; e prostraram-se diante do trono e adoraram a Deus, dizendo: "Amém, bênção, glória, sabedoria e ação de graças, e honra, e poder e força, ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém." Em seguida, um dos anciãos respondeu, dizendo-me: "Estes que estão vestidos de vestes brancas, os que são eles, e para onde eles vêm?" Eu disse-lhe: "Meu senhor, você sabe." E ele me disse: "Estes são os que vêm da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro".
    Os mais velhos também são vistos no céu quando outros acontecimentos importantes da Tribulação ocorrer, por exemplo, quando os reinos do mundo tornar-se o reino de Cristo ( 11: 15-18 ), quando os 144:000 reunir no Monte Sião ( 14: 1— 3 ), e quando Deus destrói o sistema econômico e religioso babilônico ( 19: 1-4 ).

    Alguns poderiam dividir os vinte e quatro anciãos em dois grupos de doze, um representando a igreja e os outros 1srael. Não há nenhuma razão exegética convincente, no entanto, por tanto dividindo-os. Em todas as suas aparições em Apocalipse eles aparecem como um grupo unificado de vinte e quatro anos, nunca como dois grupos de doze.
    É pouco provável, então, que os vinte e quatro anciãos são os anjos, ou que eles representam 1srael, os santos da tribulação, ou uma combinação de Israel e da igreja. Isso deixa uma possibilidade mais aceitável, que representam a arrebatados, glorificado, coroado igreja, que canta a canção da redenção ( 5: 8-10 ). Eles têm as suas coroas e viver no lugar preparado para eles, onde eles têm ido para estar com Jesus (cf. João 14:1-4 ).

    A partir do Trono

    Fora do trono vir relâmpagos e sons e trovões. ( 4: 5 a)

    Que flui para fora da presença de Deus, simbolizado pelo trono, João viu um precursor para a tempestade de fúria divina prestes a estourar no mundo pecaminoso. Relâmpagos e sons e trovões são associados com a presença de Deus em Ex 19:16 e Ez 1:13 . Eles também estão associados com o julgamento de Deus durante a Tribulação. Em Ap 8:5 "o templo de Deus que está no céu se abriu; ea arca da sua aliança apareceu em seu templo, e havia relâmpagos e sons e trovões." Quando o sétimo anjo derramou a sua taça haverá "relâmpagos e sons e trovões" ( 16:18 ). João viu uma prévia da ira divina que será derramado sobre a terra, descrita em capítulos 6:19 .

    Diante do Trono

    E havia sete lâmpadas de fogo diante do trono, que são os sete espíritos de Deus; e diante do trono havia, algo como, um mar de vidro, semelhante ao cristal; ( 4: 5 b-6-A)

    Quando ele olhou para a cena no céu, João, vi duas coisas . diante do trono Primeiro foram sete lâmpadas de fogo. Ao contrário dos candeeiros mencionados em 1: 12-13 , estes eram tochas ao ar livre, dando-off não é a luz suave e gentil de um interior lâmpada, mas a feroz luz ardente de uma tocha de fogo,. João identifica-os como . os sete espíritos de Deus Como observado na discussão Dt 1:4 , Jz 7:20 e Naum 2:3-4 . A visão de João retrata Deus como pronto para fazer guerra contra o pecado, a humanidade rebelde e do Espírito Santo como Seu tocha guerra. O Consolador daqueles que amam a Cristo será o consumidor daqueles que O rejeitam.

    Também na frente do trono de Deus era algo como um mar de vidro, semelhante ao cristal. Esse mar é metafórico, já que não há mar no céu ( 21: 1 ). O que João viu na base do trono havia um vasto pavimento de vidro, brilhando intensamente como espumantes cristal. Ex 24:10 registra uma cena semelhante, quando Moisés, Arão, e os anciãos de Israel "viram o Deus de Israel, e debaixo da Sua pés parecia haver um pavimento de safira, tão claro como o próprio céu "(cf. Ez 1:22. , Ez 1:26 ). O céu não é um mundo sombrio das névoas e aparições indistintas. É um mundo de deslumbrantemente brilhante luz, refracção e brilhando como através de jóias e de cristal de uma forma além da nossa capacidade de descrever ou imaginar (cf. Ap 21:10-11 , Ap 21:18 ).

    Em e ao redor do trono

    e no centro e ao redor do trono, quatro seres viventes cheios de olhos na frente e atrás. O primeiro ser era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro ser o rosto como o de um homem, eo quarto animal era semelhante a uma águia voando. E os quatro seres viventes, cada um deles com seis asas, estão cheios de olhos ao redor e no interior; ( 4: 6 b-8-A)

    Esta passagem introduz os quatro seres viventes que irão desempenhar um papel significativo nos eventos que se desdobram em Apocalipse. Que eles estão a ser dito tanto no centro e ao redor do trono significa que a sua estação é no círculo mais próximo do trono. A passagem similar em Ez 1:12 , Ez 1:17 sugere que eles estão em constante movimento sobre o assunto. A tradução criaturas vivas é um pouco enganador, uma vez que estes não são animais. A frase deriva de uma única palavra no texto grego, a forma substantiva do verbo Zao , o que significa "viver".

    Ezequiel dá uma descrição detalhada desses seres incríveis e da magnificência gloriosa do céu e do trono de Deus:
    Enquanto eu olhava, eis que um vento tempestuoso vinha do norte, uma grande nuvem, com fogo piscar diante continuamente e uma luz brilhante ao seu redor, e no meio dela algo como brilhante de metal no meio do fogo. Dentro dele havia figuras que se assemelham a quatro seres viventes. E esta era a sua aparência: tinham forma humana, cada um deles tinha quatro rostos e quatro asas. Suas pernas eram retas e os pés eram como casco de um bezerro, e eles brilhavam como bronze polido. Debaixo das suas asas, aos quatro lados eram mãos humanas. Quanto aos rostos e asas dos quatro deles, suas asas tocou uns aos outros; seus rostos não se virou quando eles se mudaram, cada um foi para a frente. Quanto à forma de seus rostos era como o rosto de um homem; todos os quatro tinham o rosto de um leão no lado direito e no rosto de um touro na esquerda, e todos os quatro tinham o rosto de uma águia. Tais eram os seus rostos. Suas asas foram espalhados acima; cada um tinha dois tocar outro ser, e duas cobriam os corpos deles. E cada um foi para a frente; onde quer que o espírito estava prestes a ir, eles iriam, sem se virar como eles foram. No meio dos seres viventes havia uma coisa que parecia brasas de fogo, como tochas que arremessam frente e para trás entre os seres vivos. O fogo foi brilhante, e relâmpagos estava piscando do fogo. E os seres viventes corriam para lá e para cá como relâmpagos.
    Agora, como eu olhei para os seres vivos, eis que havia uma roda sobre a terra junto aos seres vivos, para cada um dos quatro deles. O aspecto das rodas e sua obra era como berilo espumante, e todos os quatro deles tinha a mesma forma, sua aparência e mão de obra ser como se fosse uma roda dentro de outra. Sempre que eles se mudaram, mudaram-se em qualquer uma das quatro direções sem se virar como eles se moviam. E os seus aros eram elevado e impressionante, e as jantes de todos os quatro deles estavam cheias de olhos ao redor. Sempre que os seres vivos se mudou, as rodas se mudou com eles. E sempre que os seres vivos se levantou da terra, as rodas também se levantou. Onde quer que o espírito estava prestes a ir, eles iriam ir nessa direção. E as rodas subiu ao lado deles; porque o espírito do ser vivente estava nas rodas. Sempre que aqueles andavam, andavam estas; e quando aqueles paravam, paravam estas ainda. E sempre que aqueles se levantou da terra, as rodas subiu ao lado deles; porque o espírito do ser vivente estava nas rodas.

    Agora sobre as cabeças dos seres viventes havia algo como um firmamento, como o brilho de cristal incrível, espalhar-se sobre suas cabeças. De acordo com a extensão das suas asas estavam estendidas em linha reta, uma em direção à outra; cada um também tinha duas asas que cobrem seu corpo de um lado e do outro. E ouvi o ruído das suas asas, como o som de muitas águas, quando iam, como a voz do Onipotente, um som de tumulto como o som de um acampamento do exército; sempre que parou, eles deixaram cair suas asas. E veio uma voz de cima do firmamento, que estava sobre as suas cabeças; sempre que parou, eles deixaram cair suas asas. ( Ez. 1: 4-25 )

    A descrição de Ezequiel parece incompreensível, quase incoerente, enquanto ele lutava para fazer sentido fora do espetacular, cena sobrenatural que ele testemunhou. Ambos descrição e que de Ezequiel em Apocalipse 4 descrever o que poderia ser chamado de a máquina de guerra divina pronto para desencadear julgamento.

    Ez 10:15 identifica especificamente estes quatro seres vivos: "Então os querubins se levantou Eles são os seres viventes que vi junto ao rio Quebar.". Os quatro seres viventes são, portanto, querubins, uma elevada ordem de anjos frequentemente associadas na Escritura com santo poder de Deus (por exemplo, 1Sm 4:4 ). Depois que Adão e Eva pecaram, Deus os expulsou do Éden e querubins estacionados na entrada para mantê-los de volta ( Gn 3:24 ). Dois querubins esculpidos foram colocados no Santo dos Santos (também chamado Santo dos Santos), simbolicamente guardando a santidade de Deus ( I Reis 6:23-28 ). Satanás, antes de sua queda, foi o "o querubim ungido"; seu dever era participar do trono de Deus ( Ez 28:14. ; cf. v. 16 ).

    João, como Ezequiel, esforçou-se para captar a realidade em termos compreensíveis para descrever a cena indescritível antes dele. Primeiro, ele disse que os seres vivos eram cheias de olhos na frente e atrás (cf. v 8. ; Ez 1:18. ; Ez 10:12 ), simbolizando a sua consciência, estado de alerta, e um conhecimento abrangente. Embora eles não são oniscientes, nada exerce as suas funções escapa do seu escrutínio.

    A descrição de Ezequiel desses anjos observa que cada um possuía todas as quatro características faciais ( Ez 1:6. , Mt 13:49 ; Mt 25:31 Davi orou: "Ó Senhor, não há ninguém como você, nem há outro Deus além de Ti" (cf. Sl 86:8-10. ; 89: 6-8 ).

    Este poderoso oratório de louvor e adoração pode ser dividida em dois movimentos: o hino da criação ( 4 cap. ), e o hino da redenção ( cap. 5 ). O hino da criação, o primeiro movimento, pode ser dividida em vários elementos.

    Os quatro seres viventes começar o oratório de adoração, incidindo sobre a santidade de Deus; dia e noite, eles não deixam de dizer: "Santo, santo, santo é o Senhor Deus." A repetição tripla da santa também é encontrada em Is 6:3. ). O profeta Habacuque louvou a Deus porque "[Suas] olhos são tão puros para aprovar o mal, e [Ele] não pode olhar na maldade com favor" ( Hc 1:13 ). "Deus se senta em seu trono sagrado", declarou o salmista ( Sl 47:8 , o próprio Deus declarou: "Sede santos, porque eu sou santo."

    Mas nesta ocasião, o elogio é para a santidade de Deus especificamente exibido através do julgamento. Ser santo, Deus odeia o pecado, e derrama Sua ira sobre ele. "Will not Sua majestade o assusta?" Job pediu seu candidato a conselheiros ( 13:11 ). Depois de Deus executado alguns dos homens de Bete-Semes para irreverently perscrutando a Arca, os sobreviventes, exclamou: "Quem é capaz de estar diante do Senhor, este Deus santo?" ( 1Sm 6:20 ). Após Uzzah foi executado por tocar a Arca ", Davi estava com medo do Senhor naquele dia, e disse:" Como pode a arca do Senhor venha me visitar? '"( 2Sm 6:9 ). No meio de sua ensaios Job afirmou, "Se é uma questão de poder, eis que Ele é o mais forte!" ( 9:19 ). O salmista declarou: "O nosso Deus está nos céus; tudo faz como lhe agrada" ( Sl 115:3 Deus disse: "Meu objetivo será estabelecido, e farei toda a minha vontade." Depois de experimentar o julgamento devastador e humilhante de Deus, o rei Nabucodonosor reconheceu, "Ele segundo a Sua vontade no exército do céu e os moradores da terra; e ninguém pode deter a mão, nem lhe dizer:" O que você tem feito? '"( Dn 4:35 ). Jesus ensinou que "com Deus todas as coisas são possíveis" ( Mt 19:26 ).

    O poder de Deus é visto na criação. Sl 33:9 Davi declarou:

    Teu, ó Senhor, é a grandeza, o poder, a glória, a vitória ea majestade, na verdade tudo o que está nos céus e na terra; Teu é o reino, ó Senhor, e Você exaltar a si mesmo como cabeça sobre tudo. E riquezas e glória vêm de ti, e tu governar sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e encontra-se em sua mão para fazer um grande e fortalecer todos.

    A frase "Ele é capaz" expressa o poder de Deus para com Seus filhos eleitos, resgatadas. Em Ef 3:20 Paulo louva a Deus por ser "capaz de fazer [mais] abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera", acrescentando em 2Co 9:8. ) . He 2:18 revela que o Senhor Jesus Cristo "é capaz de vir em auxílio daqueles que são tentados", enquanto He 7:25 tranquiliza os crentes que "ele também é capaz de salvar sempre os que se aproximam de Deus por meio dele , porquanto vive sempre para interceder por eles. " Judas fecha sua breve epístola com uma doxologia de louvor: "Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e para fazê-lo ficar na presença de Sua glória irrepreensível com grande alegria, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e autoridade, antes de todos os tempos e agora e para sempre. Amém "( Judas 24:25 ).

    Mas, como foi o caso com a Sua santidade, o aspecto do poder de Deus mais claramente em vista aqui é o Seu poder exibido em julgamento. Por exemplo, Ele julgou Satanás e dos anjos pecadores, expulsando-os do céu; afogou o mundo no Dilúvio; destruiu Sodoma, Gomorra, e as cidades da planície; afogou o exército de Faraó; e quebrou o rei mais poderoso do mundo, Nabucodonosor, reduzindo-o a comer erva como um animal durante sete anos. Muitas vezes o poder de Deus destruiu o ímpio. E vai ser o poder de Deus que liberta os terríveis, julgamentos irresistíveis sobre a humanidade pecadora durante a Tribulação antes do retorno do Senhor.

    Falando do poder de julgamento de Deus, o profeta Naum declarou: "Quem poderá resistir a sua indignação Quem pode suportar a queima de sua ira a sua cólera se derramou como um fogo e as pedras são quebradas por Ele?" ( Na 1:6. ). "Quem conhece o poder da tua ira," pediu a Moisés ", e sua fúria, de acordo com o temor de que é devido você?" ( Sl 90:11 ). "Wail, para o dia do Senhor está próximo!" gritou Isaías. "Ele virá como destruição do Todo-Poderoso" ( Is 13:6 Joel também alertou sobre o julgamento de Deus: "Ai do dia Para o dia do Senhor está perto, e virá como destruição do Todo-Poderoso!".

    Os quatro seres viventes também louvar a Deus por Sua eternidade, exaltando-Lo como Ele que era, e que é, e que há de vir (conforme a discussão desta frase em caps. 1 e 2 deste volume), que vive para todo o sempre ( cf. 10: 6 ; 15: 7 ; Dn 4:34. ). As Escrituras afirmam repetidamente eternidade de Deus, que Ele transcende o tempo, não tendo princípio nem fim (por exemplo, Sl 90:2 ; Is 57:15. ; Mq 5:2. ; 6: 15-16 ). Que o distingue dos animais, que têm tanto um princípio e um fim, e os anjos e os seres humanos, que teve um começo, mas não terá fim.

    Saber que Deus é eterno proporciona conforto para seus filhos, uma vez que, ao contrário de um pai humano, Ele sempre estará lá para cuidar deles. Garantias eternidade de Deus que a nossa vida eterna no céu nunca deixará, que vamos receber "um peso eterno de glória muito além de toda comparação" ( 2Co 4:17 ). Mas isso também significa que o castigo dos ímpios no inferno vai durar para sempre, que o seu choro, pranto e ranger de dentes nunca deixará, que "a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre" ( Ap 14:11 ) . Essa destruição dos pecadores é uma reivindicação da justiça de Deus.

    O elogio dos quatro seres viventes, como eles dão glória, honra e graças a Ele que está sentado no trono, desencadeia uma resposta dos vinte e quatro anciãos. Eles vão cair diante daquele que se assenta no trono, e vai adorá-Lo . que vive para sempre e sempre Este é o primeiro de seis vezes em que os anciãos se prostram diante de Deus ( 5: 8 , 14 ; 07:11 ; 11:16 ; 19: 4 ). Tal postura é uma das culto reverencial, uma resposta natural ao majestoso, santo e imponente glória de Deus (cf. Gn 17:3 ; . Ez 1:28 ; Ez 3:23 ; Ez 43:3. ; Is 40:26. , Is 40:28 ; Jer. 10: 10-12 ; Jr 32:17 ; Cl 1:16 )


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Apocalipse Capítulo 4 do versículo 1 até o 11

    Apocalipse 4

    As portas abertas do céu — Ap 4:1 O trono de Deus — Ap 4:2-3

    Os vinte e quatro anciãos — Ap 4:4 Ao redor do trono — 4:5-6a

    Os quatro seres viventes — Ap 4:6

    Nos capítulos Ap 2:1 e 3 vimos o Cristo ressuscitado que caminhava por no meio de suas Igrejas na Terra. Agora mudamos de cenário e passamos

    à corte celestial.

    Abre-se uma porta no céu para que passe o visionário e profeta. Há duas possibilidades.

    1. Pode ser que se conceba que o visionário já chegou ao céu. Neste caso a porta seria a que permite o acesso à partes mais secreta? e mais sagradas da morada divina.
      1. É muito mais provável que se trate de uma porta entre a Terra e o céu. O pensamento judeu primitivo concebia o céu como uma enorme cúpula sólida que estava colocada sobre uma terra chata e quadrangular. A idéia, então, é que se abre uma porta nessa cúpula para que o vidente

    possa penetrar para além do céu (físico) ao que se concebia como morada de Deus.

    Nos primeiros capítulos do Apocalipse aparecem três portas que são

    as três portas mais importantes da vida:

    1. A porta da oportunidade. O Cristo ressuscitado diz à Igreja em Filadélfia: “Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual

    ninguém pode fechar” (Ap 3:8). É a porta da oportunidade gloriosa de levar o evangelho a outras terras. Deus coloca diante de cada homem esta porta da oportunidade para anunciar seu evangelho.

    1. A porta do coração humano. Diz o Cristo ressuscitado: “Eis que estou à porta e bato” (Ap 3:20). Esta é a porta que podemos abrir ou deixar fechada. É a porta de cada coração humano, sobre a qual,

    entretanto, se ouve a chamada da mão atravessada pelos pregos do suplício.

    1. A porta da revelação. “Olhei, e eis uma porta aberta no céu” (Ap 4:1, TB). Deus oferece a cada homem a porta que há de conduzi-lo a

    seu próprio conhecimento e ao conhecimento da vida eterna.

    Mais de uma vez o Novo Testamento fala das portas do céu que são abertas; e é de tremenda importância nos dar conta da razão pela qual as portas do céu se abrem, em cada caso.

    1. A abertura para que se possa ver. Isto é, precisamente, o que conta Ezequiel: "Os céus se abriram, e eu vi visões de Deus" (Ezequiel

    Ap 1:1). Deus envia a visão de sua pessoa e de sua verdade aos que estão buscando-o e esperando-o,

    1. A abertura para que desça o Espírito. Quando Jesus foi batizado

    por João viu que o céu estava aberto e que o Espírito descendia sobre ele (Mc 1:10). Quando a mente e o coração de um homem estão fixos no alto, o Espírito de Deus desce sobre ele, saindo a seu encontro. Deus sempre sai ao encontro da mente que o busca, muito antes de que esta tenha feito a metade do caminho.

    1. A abertura para a revelação da glória de Cristo. Jesus prometeu o Natanael que veria abertas as portas do céu, e aos anjos de Deus que

    desciam e subiam sobre o Filho do Homem (Jo 1:51). Algum dia os céus hão de abrir-se para manifestar a glória de Cristo; e

    inevitavelmente esse dia trará alegria aos que o amaram, e surpresa e temor aos que o desprezaram.

    O TRONO DE DEUS

    Apocalipse 4:2-3

    Quando o vidente transpôs a porta que se abria no céu, caiu em

    estado de êxtase; sentiu-se elevado mais além de si mesmo, acima de si mesmo.

    No céu viu um trono, e a Deus sentado sobre esse trono. O trono de

    Deus é uma imagem comum no Antigo Testamento. O profeta disse: “Eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono” (Is 6:1); e o salmista, por seu lado: “Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono” (Sl 47:8). No Apocalipse o trono de Deus menciona-se em todos os capítulos, exceto o 2, o 8 e o 9. O trono de

    Deus representa a majestade divina; estamos frente à esmagadora imagem de Deus, o Soberano do Universo; Deus em todo o desdobramento manifesto de seu poder e glória. Quando se perguntou a Haendel como tinha chegado a escrever a magnífica música de O Messias, sua resposta foi: "Vi os céus abertos e a Deus sobre seu grande trono branco."

    João viu alguém que estava sentado no trono. Aqui há algo muito interessante. João não procura descrever a Deus em termos ou figura

    humana.

    Segundo

    H.

    B.

    Swete:

    "Evita

    rigorosamente

    os

    detalhes antropomórficos." Descreve a Deus "no brilho de cores como de pedras

    preciosas", mas nunca menciona aparências ou formas exteriores. A Bíblia vê muitas vezes a Deus como luz. As Epístolas Pastorais dizem que Deus mora na luz inacessível (1Tm 1:161Tm 1:16). Muito antes, o

    salmista já tinha falado de Deus, aquele que se cobre de luz como de uma roupagem (Sl 104:2).

    João vê sua visão em termos da luz que se desprende das pedras

    preciosas. Não sabemos que pedras eram exatamente, porque os antigos tinham nomes para as distintas gemas que não correspondem totalmente aos nomes modernos. Os três nomes que aparecem aqui são jaspe, cornalina e esmeralda. De uma coisa, pelo menos, podemos estar seguros: Estas pedras representam simbolicamente as mais preciosas de todas as pedras valorizadas por sua beleza radiante.

    Platão menciona estas mesmas pedras como representativas das pedras preciosas em geral (Platão, Pedro, III E). Estas pedras formavam

    parte das ricas jóias que ostentavam os reis de Tiro (Ez 28:13); e figuram entre as pedras que usavam os sumos sacerdotes em seu peitoral

    (Ex 28:17). Independentemente de qualquer outro significado, estas pedras representam simbolicamente o mais

    precioso e custoso que o homem pode conceber ao pensar em riquezas.

    O jaspe hoje é uma pedra opaca de muito escassa beleza, mas na antigüidade parece ter sido uma pedra translúcida, cristalina, que desprendia brilhos deslumbrantes ao refletir a luz. Há alguns que crêem ser possível identificá-lo com o que hoje denominamos diamante, e não é totalmente impossível que seja assim. A cornalina era uma pedra vermelho sangre, na qual podiam gravar-se inscrições. A esmeralda é a mesma pedra que hoje conhecemos por esse nome.

    Esta imagem da presença de Deus que João pôde perceber foi para ele como o reflexo combinado do deslumbrante diamante, a vermelha

    cornalina e o verde (uma cor muito mais descansada) da esmeralda. Somente graças à sedativa cor desta última pedra pôde seu olho suportar

    a visão de tal glória. É bem possível que nesta combinação de pedras haja um simbolismo.

    É possível que o jaspe represente a insuportável brancura da pureza

    de Deus; que a cornalina represente a sanguinolenta ira divina e que a esmeralda represente sua misericórdia, a única coisa que nos torna possível defrontar com a pureza e a justiça de Deus.

    OS VINTE E QUATRO ANCIÃOS

    Ap 4:4

    Entramos, agora, ao estudo de um dessas passagens difíceis que deram tanta fama ao Apocalipse. Trata-se do relato no qual nos saem ao encontro os vinte e quatro anciãos e, depois, as quatro criaturas viventes.

    Nossa tarefa será tentar identificar estes personagens. Nesta passagem, e em outras similares, exporemos a explicação que nos parece mais provável. Em vários casos as explicações prováveis serão mais de uma,

    pois do Apocalipse muito poucas vezes pode falar-se com certeza dogmática.

    Os vinte e quatro anciãos aparecem freqüentemente no Apocalipse. Resumamos o que sabemos a respeito deles. Estão sentados ao redor do

    trono, vestidos com túnicas brancas e levam coroas (Ap 4:4; Ap 14:3); rendem

    homenagem com suas coroas, colocando-as diante do trono (Ap 4:10); adoram e louvam continuamente (Ap 5:11,Ap 5:14; Ap 7:11; Ap 11:16; Ap 14:3; Ap 19:4); trazem a Deus as orações dos santos (Ap 5:6); um deles consola o vidente quando este se sente triste (Ap 5:5); um deles age como intérprete de uma das visões (Ap 7:13).

    Podem destacar-se cinco linhas de interpretação.

    1. No Antigo Testamento há indicações de uma espécie de conselho ou senado que rodeia a Deus. O profeta vê a Deus que está

    sentado em seu trono e a todas as hostes celestiais de pé, ao redor dEle, à sua direita e à sua esquerda (1Rs 19:22). Em Jó os filhos de Deus vêm reunir-se com Ele (1:6; 2:1). Isaías fala de Deus como

    Aquele que reina em meio de seus anciãos (Is 24:23). Na velha história do Jardim do Éden, a acusação é que, tendo comido do fruto da árvore proibida (em uma curiosa expressão posta na boca de Deus) “o

    homem se tornou como um de nós” (Gn 3:22). Era a concepção primitiva que Deus estava rodeado de um conselho ou senado. É possível que a idéia dos anciãos tenha algo a ver com isto.

    1. Quando os judeus estiveram em Babilônia não puderam evitar entrar em contato com o pensamento babilônico. E é possível que tenham incorporado algumas das concepções babilônicas em seu próprio

    pensamento especialmente quando havia alguma similitude com o que eles já pensavam. Os babilônios tinham vinte e quatro deuses-estrelas, porque a adoração das estrelas e a crença em seu poder fazia parte da religião que praticavam. Sugeriu-se que os vinte e quatro deuses-estrelas

    dos babilônios se converteram nos vinte e quatro anjos que rodeiam o trono de Deus, e que os anciãos representam estes anjos.

    1. Passamos agora a explicações que nos parecem muito mais

    prováveis. Em Israel havia tantos sacerdotes que não teriam podido servir no templo todos simultaneamente, de maneira que estavam divididos em 24 turnos conforme o explica o Antigo Testamento (13 24:18'>113 24:18'> 13 24:18'>Crônicas13 24:18'> 13 24:18'>24:7-18). Cada um destes turnos tinha seu "presidente", aos quais os denominava "os anciãos" dos sacerdotes. Às vezes também

    eram chamados governadores ou príncipes da casa de Deus (1Cr 24:51Cr 24:5). Sugeriu-se que os vinte e quatro anciãos representam simbolicamente os vinte e quatro turnos de sacerdotes. Apresentam as orações dos fiéis a Deus (Ap 5:6), uma das funções sacerdotais. Os levitas, do mesmo modo, estavam divididos em vinte e quatro turnos e eram eles os que adoravam a Deus com harpa, saltério e címbalos (13 25:31'>113 25:31'> 13 25:31'>Crônicas13 25:31'> 13 25:31'>25:9-31). Os anciãos do Apocalipse também têm harpas (Ap 5:8). De maneira que os vinte e quatro anciãos podem representar o ideal celestial da adoração que os sacerdotes ofereciam a Deus no templo de Jerusalém. Oferecem a Deus a adoração perfeita, da qual a adoração terrestre no Templo não era mais que uma opaca semelhança.

    1. Sugeriu-se que os vinte e quatro anciãos representam os doze patriarcas e os doze apóstolos reunidos. Na cidade santa, a Nova

    Jerusalém, os nomes dos doze patriarcas estão escritos nas doze portas e os nomes dos apóstolos nas doze pedras fundamentais dos muros. Os patriarcas e os apóstolos são os fundamentos da Igreja, e é possível que

    os vinte e quatro anciãos os representem.

    1. Pensamos que a explicação mais provável é que os vinte e quatro anciãos representam ao povo fiel de Deus. As túnicas brancas são

    as vestimentas que se prometem aos fiéis (Ap 3:4) e suas coroas são as que hão de receber os que forem fiéis até a morte (Ap 2:10). Os tronos são os que Jesus promete àqueles que, deixando tudo, o sigam (Mateus 19:27-29). A descrição dos vinte e quatro anciãos se

    enquadram perfeitamente dentro das promessas atas aos fiéis.

    A pergunta, neste caso, seria por que vinte e quatro? Aqui devemos tomar o que dizíamos antes sobre os doze patriarcas e os doze apóstolos.

    São vinte e quatro porque a Igreja, agora, está composta de judeus e gentios. Originariamente havia doze tribos, e agora é como se essas doze tribos se tivessem multiplicado por dois. O Reino de Deus contém,

    então, uma dupla medida, e os judeus e os gentios são um.

    H. B. Swete afirma que o número vinte e quatro representa a Igreja em sua totalidade. Lembremos que esta é uma visão não do que é mas sim do que será; e os vinte e quatro anciãos representam a Igreja inteira, tal como será algum dia na glória, adorando e louvando a Deus em su própria e viva presença, nos céus.

    AO REDOR DO TRONO

    Ap 4:5). O salmista diz como a voz de trovão de Deus se ouve no céu, e como os relâmpagos iluminam o

    mundo (Sl 77:18). Deus envia seus relâmpagos até os limites da Terra (37:4). Mas o que possivelmente anime mais que outra coisa a imaginação de João é a lembrança da cena ao redor do monte Sinai,

    quando Deus entregou a Lei a Moisés: “Ao amanhecer do terceiro dia, houve trovões, e relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte, e mui forte clangor de trombeta, de maneira que todo o povo que estava no

    arraial se estremeceu” (Ex 19:16). João está usando um imaginário que se relaciona automaticamente com a presença de Deus.

    As sete tochas são os sete espíritos de Deus. Já nos encontramos

    com estes sete espíritos que estão diante do trono de Deus (Ap 1:4; Ap 3:1) e vimos que representam o sétuplo dom do Espírito Santo e a atividade do Espírito em cada uma das sete Igrejas. Devemos assinalar que há eruditos que também vêem uma influência babilônica nesta imagem. Porque para os babilônios os sete planetas também eram divinos e estavam na presença de Deus; seria muito natural equiparar os planetas com sete tochas. A imagem, neste caso, seria de origem babilônica.

    O "mar de vidro" exerceu uma estranha fascinação sobre a mente de muitas pessoas. Deve destacar-se que o original grego não diz que diante do trono houvesse um mar de vidro mas sim "algo semelhante a um mar de vidro". O que João viu estava mais além de toda possibilidade humana de descrição, mas que se podia comparar com um mar de vidro.

    De onde tira João esta idéia de um "mar de vidro"?

    1. É possível que tenha tido em mente uma concepção que pertence às capas mais antigas de pensamento bíblico. Já vimos que o

    céu era concebido pelos antigos como uma grande cúpula que se estendia sobre a Terra. Por baixo desta cúpula estava a Terra, acima dela o céu. A história da criação fala das águas que estão debaixo do firmamento e das

    águas que estão em cima do firmamento (Gn 1:7). O salmista clama às águas que estão acima do firmamento para que louvem a Deus (Sl 148:4). A idéia é que acima do céu, à maneira de piso onde se apoiava

    a presença de Deus e sua corte celestial, haveria um enorme mar. Sobre este mar estava o trono de Deus. O salmista diz que Deus apóia as vigas de sua morada sobre o mar (Sl 104:3). É possível que João

    extraia sua imagem desta velha concepção do céu como um imenso mar sobre o qual Deus estabeleceu o seu trono.

    1. É possível que o tempo passado por João em Patmos seja a

    origem desta imagem. H. B. Swete sugere que João teria lembrado o reflexo da luz sobre a vasta superfície das águas, "no mar Egeu, tal como se vê nos dias tranqüilos do verão" das alturas da ilha de Patmos, como uma vasta massa de vidro derretido.

    1. Mas há outra possibilidade mais. Segundo o Corão (Sul
      27) Salomão tinha em seu palácio um piso de vidro que era como um mar. Até tal ponto dava a impressão de ser uma superfície aquosa que quando

    a rainha de Sabá veio visitá-lo levantou as saias para não as molhar ao aproximar-se do trono. É possível que João pensasse que o trono de Deus estava colocado numa sala com o piso de vidro. Esse era o tipo de luxo

    de que desfrutavam os mais ricos potentados da Terra.

    1. Há outra possibilidade, mas muito mais remota. João diz que o mar de vidro era como de cristal (krustallon); mas krustallon em grego também pode significar gelo. A idéia, então, poderia ser a de uma expansão que reverberava e brilhava como um campo de gelo. A idéia é magnífica, mas dificilmente seja autêntica, porque nem João nem seu povo, vivendo na Ásia Menor, podem ter contemplado jamais tal cena

    Há três coisas que este belo mar de vidro pode simbolizar.

    1. Sem dúvida se alude ao caráter precioso do material. Na antigüidade o vidro em geral era opaco. Um vidro claro como o cristal

    era tão precioso como o ouro. Em 28:17 o ouro e o vidro mencionam— se juntos como exemplo de materiais preciosos.

    1. Evidentemente simboliza também a pureza deslumbrante. A luz que refletia este mar de vidro era muito brilhante para que os olhos humanos pudessem contemplá-la. Neste sentido se assemelhava à pureza

    de Deus.

    1. Também sem dúvida reflete uma distância grande, imensa. O trono de Deus estava se localizado a uma imensa distância, tão longe

    como o extremo oposto de um mar. Swete fala sobre "a vasta distância que, mesmo no caso de alguém de pé na porta do céu, separava-o do trono de Deus".

    Uma das maiores características dos escritos de João é a reverência com que, em que pese ter tido acesso aos lugares celestiais, rechaça toda idéia de familiaridade com Deus. Suas descrições sempre estão concebidas em termos de luminosidade e distância.

    OS QUATRO SERES VIVENTES

    Apocalipse 4:6b-8

    Aqui, ao tratar-se dos quatro seres viventes, encontramo-nos com outro dos problemas de simbolismo no Apocalipse. Os quatro seres viventes aparecem repetidamente no cenário celestial; comecemos,

    então, reunindo toda a informação que o próprio livro do Apocalipse nos

    proporciona sobre eles. Sempre estão perto ou ao redor do trono ou do Cordeiro (Ap 4:6; Ap 5:6; Ap 14:3). Têm seis asas e estão cheios de olhos (Ap 4:6, Ap 4:8). Estão constantemente ocupados na adoração e louvor a Deus (Ap 4:8; Ap 5:8; Ap 5:14; Ap 7:11; Ap 19:4). Corresponde-lhes executar certos deveres e funções. Promovem a aparição das mais tremendas manifestações da ira divina (Ap 6:1; Ap 6:7). Um delas é o que entrega as taças da ira divina (Ap 15:7).

    Mesmo quando há diferenças substanciais, podemos estar seguros que os antepassados destes quatro seres encontram-se nas visões de

    Ezequiel. No livro de Ezequiel os quatro seres têm cada um quatro rostos

    1. os rostos de um homem, de um leão, de um boi e de um bezerro. São os que sustentam o firmamento (Ez 1:6,Ez 1:10,Ez 1:22,Ez 1:26). Em Ezequiel a

    multidão de olhos aparece na visão da roda (Ez 1:18). Em Ezequiel encontramos todos os detalhes da visão do Apocalipse, somente que estão ordenados e localizados de diversas maneiras. Mas, em que pese as

    diferenças, a semelhança e similitude é evidente.

    Em Ezequiel os quatro seres viventes são identificadas com os querubins. (Note-se que em hebraico a terminação in denota plural:

    querubim é o plural de querub e serafin o plural de seraf). Examinemos, então, o Antigo Testamente, e vejamos no que consiste sua imagem dos querubins.

    Os querubins eram parte da decoração do Templo de Salomão; eram encontrados no lugar de oração e nas paredes (1Rs 6:231Rs 6:23). Havia dois querubins em

    sobre o propiciatório; estavam de tal maneira esculpidos que um estava de frente para o outro e suas asas formavam uma espécie de dossel. (Êxodo 25:18-21). Uma das representações mais freqüentes de Deus é a

    que o descreve sentado no meio dos querubins. Há orações que se dirigem a Deus descrevendo-o deste modo (2Rs 19:152Rs 19:15; Sl 80:1; Sl 99:1; Is 37:16). Também Deus é representado voando sobre os

    querubins ou sobre as asas do vento (Sl 18:12). São querubins os que vigiam o caminho ao Jardim do Éden quando Adão e Eva são expulsos

    (Gn 3:24). Em livros posteriores, os que se escreveram entre o Antigo e o Novo Testamento, os querubins são os guardiães do trono de Deus (Enoch).

    OS QUATRO SERES VIVENTES

    Apocalipse 4:6b-8 (continuação)

    O que simbolizam, então, estes quatro seres viventes?

    1. São parte da cena e do imaginário celestiais. Não são representações que o autor do Apocalipse tenha inventado. É possível que provenham de fontes babilônicas e que representem os quatro principais signos do zodíaco, ou os quatro ventos, que se originam nos quatro extremos do céu. Mas, de toda maneira, o João que escreveu o Apocalipse, não era consciente destes significados, e usou as figuras simplesmente como parte da descrição do céu a que estava acostumado.
    2. O que pensava João, então, sobre o simbolismo destas quatro figuras? Cremos que Swete é quem nos oferece a explicação correta. Os quatro seres viventes representam tudo o que é nobre, forte, sábio e rápido da natureza. Cada um deles tem a preeminência em sua própria esfera e mundo. O leão é supremo entre os animais selvagens; o boi entre os animais domésticos; a águia é a rainha das aves; o homem é supremo entre todos os seres viventes. O leão é o rei das feras, o mais nobre entre todos os animais selvagens. O boi é a mais resistente e forte dos animais que ajudam o homem. A águia é a mais veloz de todas as aves. O homem é o mais sábio de toda a criação. Quer dizer, as quatro seres viventes representam toda a grandeza, poder e beleza da natureza. Aqui vemos o mundo natural que eleva seu louvor a Deus.

    Nos versículos que seguem veremos os vinte e quatro anciãos que louvam a Deus; e quando reunimos as duas imagens, o conjunto significa que Deus está todo o tempo rodeado pelo louvor tanto da natureza como do homem. "A incessante atividade da natureza sob a mão de Deus é um incessante tributo de louvor." A concepção de uma natureza que louva a

    Deus aparece repetidas vezes no Antigo Testamento. "Os céus contam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos. Um dia emite palavra a outro dia, e uma noite a outra noite declara sabedoria" (Salmo 19:1-2). “Bendizei ao SENHOR, vós, todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio” (Sl 103:22). O salmo 148 é uma magnífica convocatória a toda a criação para que se una em louvor a Deus.

    Aqui há uma grande e tremenda verdade. A idéia fundamental é que tudo o que neste mundo existe cumprindo a função para a qual foi criado

    está louvando a Deus. Uma das concepções básicas do estoicismo era que em tudo há uma faísca de Deus; o que dá vida às coisas é

    precisamente essa faísca divina. "Deus", dizia Sêneca, "está perto de você, está com você, está dentro de você; há um espírito santo que reside dentro de nós."

    Conforme assinala Gilbert Murray, os céticos riam disto e pretendiam zombar da idéia: "Deus nos vermes?" — dizia o cético — "Deus nas moscas?" Ao que respondia o estóico: "Por que não? Não

    pode acaso um verme servir a Deus? Imagina que somente o general é bom soldado? Não pode o mais vil dos soldados rasos pelejar bem e dar sua vida pela vitória? Feliz de você se está servindo a Deus e executando

    seus propósitos com a mesma fidelidade que um verme. Tudo o que realiza a função para a qual foi criado está, por essa mesma ação, adorando e louvando e rendendo culto a Deus."

    Este é um pensamento que abre perante nós um panorama

    maravilhoso. A atividade mais humilde, menos reconhecida ou manifesta desta idéia pode ser um ato de autêntico culto a Deus. A adoração não é somente a preservação do culto litúrgico, ou as atividades tecnicamente religiosas, ou as empresas de alta intelectualidade. O trabalho e a adoração se convertem numa mesma coisa. O principal fim do homem é glorificar a Deus e desfrutar pelos séculos dos séculos; e o homem cumpre esse propósito quando está no mundo fazendo aquilo para o qual

    foi posto nele. E a mesma grande verdade aplica-se a qualquer outro ser vivente. O trabalho bem feito se eleva como um hino de louvor a Deus.

    Isto significa que o médico ao fazer sua ronda de visitas, o cientista em seu laboratório, o mestre em sua sala de aula, o músico com seu

    instrumento, a secretária com seu computador, a dona-de-casa em sua cozinha, todos os que estão fazendo as tarefas que são necessárias para que o mundo siga funcionando, unem-se num grande ato harmônico de louvor. Não somente o culto na 1greja, mas sim cada dia, e em cada dia

    cada uma das tarefas que se executam deveria ir precedida pelo convite: "Adoremos, louvemos a Deus."

    O SIMBOLISMO DOS SERES VIVENTES

    Apocalipse 4:6b-8 (continuação)

    Não transcorreu muito tempo antes da Igreja Primitiva encontrar

    um simbolismo bem definido para os quatro seres viventes. Em particular, os quatro seres foram, para ela, símbolo dos quatro evangelhos. Esta concepção encontra-se representada, muito freqüentemente, nos vitrais das Igrejas mais antigas.

    A mais anterior das identificações foi a que fez 1rineu no ano 170. Disse que as quatro criaturas representavam quatro aspectos da obra de

    Cristo, os quais, por sua vez, estão representados nos quatro evangelhos.

    O leão simboliza a poderosa e efetiva obra do Filho de Deus, sua liderança e seu poder soberano. O bezerro significa o aspecto sacrificial

    e sacerdotal de sua obra, porque é um animal que se usava para oferecer sacrifícios. O homem simboliza a encarnação, sua vinda como humano. A águia representa o dom do Espírito Santo, que sobrevoa a Igreja com

    suas asas. Por outro lado, João representa "a original, efetiva e gloriosa geração do Filho a partir do Pai", e diz como todas as coisas foram feitas por Ele. João, portanto, está representado pelo leão. Lucas começa com a imagem de Zacarias, o sacerdote, e conta como se matou o bezerro

    engordado para festejar o retorno do filho mais novo (na parábola do

    filho pródigo). Lucas representa o aspecto sacerdotal da obra de Cristo e, portanto, está representado pelo cordeiro. Mateus começa dando-nos a genealogia, a ascendência humana de Jesus. "Ao longo de todo o evangelho se mantém a imagem de um homem manso e humilde." Mateus é o evangelho da humanidade de Cristo, e portanto está simbolizado pelo homem. Marcos começa com uma referência ao Espírito da profecia que desce do alto sobre os homens, quando cita o profeta Isaías. "Isto assinala o aspecto alado do Evangelho.'' Mostra a Cristo feito homem, que envia seu Espírito divino à Terra, para nos proteger com suas asas; portanto, Marcos está simbolizado pela águia.

    Irineu segue dizendo que a forma quádrupla dos seres viventes representa também as quatro principais alianças que Deus tem feito com a raça humana. A primeira aliança foi feita com Adão, antes da Terra ser inundada pelo Dilúvio. A segunda aliança foi feita com Noé, depois do Dilúvio. A terceiro consistiu na entrega da Lei a Moisés. A quarta é aquela que renova no nome em Cristo, "elevando e sustentando o homem em suas asas, para que alcance o Reino Celestial".

    De maneira que as identificações em Irineu são: Mateus:

    o

    homem

    Lucas: o boi Marcos: a águia

    João: o leão

    Mas,

    conforme

    o

    dissemos,

    uma

    grande

    variedade

    de identificações, algumas das quais copiamos a seguir:

    O esquema do Atanásio era:

    Mateus: o homem

    Marcos: o bezerro

    Lucas: o leão

    João: a águia

    O esquema do Atanásio era:

    Mateus: o homem

    Marcos: o leão

    Lucas: o boi

    João: a águia

    O esquema de Agostinho era:

    Mateus: o leão

    Marcos: o bezerro

    Lucas: o boi

    João: a águia

    Deve destacar-se que em geral a identificação de Agostinho é a mais freqüentemente usada, pois é a que mais se ajusta aos fatos. Mateus está muito bem representado pelo leão, porque nele Jesus é o Leão de Judá, aquele em quem se tornam realidade todas as esperanças e sonhos dos profetas. Marcos corresponde à fome, porque é o Evangelho que mais se aproxima de uma descrição puramente humana da vida de Jesus. Lucas se identifica com o boi, porque representa a Jesus como a oferta sacrificial por toda classe e condição de homem e mulher, em qualquer lugar e época. João está representado na águia, porque entre todas as aves é a que voa mais alto e a única coisa que pode fixar seu olhar no Sol; e João, entre os quatro evangelhos, é aquele que se eleva às zonas mais altas do pensamento humano.

    O HINO DE LOUVOR

    Apocalipse 4:6b-8 (continuação)

    Dia e noite, os seres viventes entoavam sua doxologia de louvor:

    Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.

    Aqui nos representa o contínuo cântico de louvor que a natureza eleva a Deus. Segundo tem-se dito: "O homem descansa no Sabbath, e quando dorme, e no final de sua vida, na morte, mas o curso da natureza é um fluxo constante, ininterrupto de adoração." Não há um só momento em que o mundo que Deus fez não esteja louvando a seu Criador.

    Deve destacar-se que a doxologia marca três aspectos de Deus.

    1. Louva a Deus por sua santidade (comparar com Is 6:3). Vimos em repetidas ocasiões que a idéia fundamental do conceito de santidade é a diferença, o estar separado e ser diferente com relação às coisas comuns; ser santo significa pertencer a uma categoria distinta da vida e do ser. Isto vale de maneira suprema com relação a Deus. Deus é diferente. Esta é, precisamente, a razão pela qual nos sentimos movidos à oração, à adoração e ao louvor de Deus. Se Deus fosse como nós, se fosse tão-somente uma pessoa humana desmesuradamente grande e gloriosa, não poderíamos adorá-lo. Conforme disse o poeta: "Como poderia te louvar se pudesse te compreender?" O mistério de Deus, sua diferença com relação a nós, é o que nos move à admiração em sua presença, e ao surpreso amor quando sabemos, além disso, que essa grandeza desce até nós para nos salvar.
    2. Louva sua onipotência. Deus é o Onipotente ou Todo-poderoso. As pessoas para quem se escreveu o Apocalipse estavam vivendo sob a ameaça do império Romano; estavam sob a ameaça de um poder que nenhuma nação nem indivíduo tinha podido jamais resistir. Pensem o que pode ter significado para eles saber que atrás de si estava, disposto a defendê-los, nada menos que o Todo-poderoso. O simples fato de nomear a Deus deste modo implica a confiança no triunfo final e a segurança presente do cristão.
    3. Louva a Deus por sua eternidade. Os impérios podem levantar— se e cair; Deus dura para sempre. Os homens poderão querer apagar da

    Terra a fé em Deus; mas ninguém pode apagar a um Deus eterno. Aqui temos a afirmação triunfante de que Deus permanece imutável no meio da oposição e a inimizade dos homens, perante qualquer rebeldia. Os

    homens e as coisas mortais podem surgir e mais tarde perecer, mas Deus permanece para sempre sem mudar de maneira nenhuma.

    DEUS, SENHOR E CRIADOR

    Apocalipse 4:9-11

    Aqui temos a outra parte do coro de ação de graças. Vimos que os seres viventes representam a natureza em sua magnificência e grandeza;

    e vimos, também, que os vinte e quatro anciãos representam a Igreja de Cristo na magnitude de seu número e em sua unidade. De maneira que quando as quatro criaturas e os vinte e quatro anciãos se unem no cântico

    de louvor, o simbolismo indica que toda a natureza e a Igreja cantam juntas a glória de Deus. Há alguns comentadores que encontram dificuldades nesta passagem.

    No versículo 8 lemos que o louvor dos seres viventes se eleva sem cessar, dia e noite; nesta passagem, entretanto, a imagem nos descreve momentos separados de adoração, nos quais os anciãos caem sobre seus rostos, vez após vez, para adorar a Deus. Afirmar, conforme o fazem

    alguns, que nisto há uma contradição, é sem dúvida carecer de imaginação crítica.

    João usa aqui uma imagem que era bem conhecida no mundo

    antigo. Diz que os anciãos oferecem suas coroas frente ao trono de Deus. Nos tempos antigos este era um sinal de submissão total. Quando um rei se rendia a outro rei, lançava sua coroa aos pés do vencedor. Às vezes os romanos levavam junto com seus exércitos uma imagem do Imperador, e quando conseguiam submeter a algum monarca, havia uma cerimônia na qual este devia pôr sua coroa aos pés da imagem do imperador. A descrição de João representa a Deus como o conquistador das almas dos homens; e a Igreja como o grupo dos que se renderam a Deus, os que abdicaram totalmente seu poder em favor dEle, tendo-o aceito, portanto, como Proprietário e Senhor. Não pode haver cristianismo sem submissão.

    A doxologia dos anciãos louva a Deus por duas razões:

    1. Deus é Senhor e Deus. Este é outro detalhe que deve ter significado muito para os leitores na época de João, enquanto que para

    nós não é tão claro. A frase que diz Senhor e Deus é Kurios kai theos, frase que era o título oficial do imperador Domiciano, soberano de Roma. O imperador romano pretendia que todos o reconhecessem como Senhor e Deus. Era porque os cristãos não estavam dispostos a aceitar sua atribuição destes títulos que eram perseguidos e mortos. Chamar a Deus "Senhor e Deus"' era uma triunfante confissão de fé, a afirmação desafiante de que, para o cristão, Deus ocupa o primeiro lugar em todo o universo, e que ninguém pode tirar-lhe.

    1. Deus é o Criador. É mediante o propósito e a vontade de Deus que todas as coisas que são vieram a existir. É bom lembrar que, embora o homem foi adquirindo muitos poderes, não possui o poder para criar. Pode alterar, reordenar, mudar as coisas; pode fazer coisas com materiais já existentes; mas somente Deus pode criar algo a partir do nada. E esta grande verdade significa que tudo o que existe pertence a Deus.

    Dicionário

    Arrebatado

    arrebatado adj. 1. Dominado pela paixão; impetuoso. 2. Inconsiderado. 3. Arrancado com violência; raptado, roubado.

    Assentado

    adjetivo Que se assentou; que tomou assento; sentado.
    Disposto ou colocado de modo fixo e estável: piso assentado.
    Resolvido com convicção; decidido: prazos assentados para este ano.
    Que demonstra equilíbrio; prudente: personalidade assentada.
    Que é membro de um assentamento, local onde estão acampados trabalhadores rurais.
    Terreno sem desníveis no alto de uma montanha, morro, serra.
    substantivo masculino Aquele que faz parte de um assentamento.
    Religião Em algumas religiões afro-brasileiras, algo ou alguém que recebeu o axé de um orixá.
    Etimologia (origem da palavra assentado). Particípio de assentar.

    Céu

    substantivo masculino Espaço infinito no qual se localizam e se movem os astros.
    Parte do espaço que, vista pelo homem, limita o horizonte: o pássaro voa pelo céu.
    Reunião das condições climáticas; tempo: hoje o céu está claro.
    Local ou situação feliz; paraíso: estou vivendo num céu.
    Religião Deus ou a sabedoria ou providência divina: que os céus nos abençoem.
    Religião Local para onde vão as boas almas: o reino dos Céus.
    Religião A reunião dos anjos, dos santos que fazem parte do Reino de Deus.
    Por Extensão Atmosfera ou parte dela situada acima de uma região na superfície terrestre.
    expressão A céu aberto. Ao ar livre: o evento será a céu aberto.
    Mover céus e terras. Fazer todos os esforços para obter alguma coisa.
    Cair do céu. Chegar de imprevisto, mas numa boa hora: o dinheiro caiu do céu.
    Etimologia (origem da palavra céu). Do latim caelum; caelus.i.

    Segundo os judeus, havia pelo menos três céus: o primeiro era a região nublada do ar, onde voam os pássaros, que por isso mesmo são chamados ‘as aves dos céus’ (35:11). É a este que se referem aquelas passagens em que se fala do orvalho do céu, das nuvens do céu, e do vento do céu. o segundo céu era aquela parte do espaço, onde luzem o Sol, a Lua, e as estrelas, e que se chama o ‘firmamento’, ou a expansão do céu (Gn 1:8). o terceiro, segundo pensavam os judeus, achava-se simbolizado pelo Santo dos Santos, e era a Casa de Deus e dos santos anjos. Foi este o céu, donde veio Cristo, e para o qual subiu depois da Sua ressurreição (At 1:11), e donde há de vir outra vez (1 Ts 4.16). A este mesmo céu foi Paulo arrebatado (2 Co 12.2). Não é como os outros céus, perceptíveis à vista humana (Jo 3:12-13Hb 8:1 – e 9.24). Alguns judeus distinguiam sete céus (Testamento dos doze Patriarcas, Levi 2 e 3 – Livro dos Segredos de Enoque, 3.21). Com respeito ao céu, como eterna morada dos remidos, sabemos que é um lugar, que foi para eles preparado por Jesus Cristo (Jo 14:2) – um lugar de felicidade 1Co 2:9), e de glória (2 Tm 2,11) – e é, também, um repouso, em que se está livre de toda inquietação (Hb 4:10-11). Chama-se ‘reino’ (Mt 25:34Tg 2:5 – 2 Pe 1,11) – Paraíso (Lc 23:43Ap 2:7) – uma herança (1 Pe 1,4) – cidade (Hb 11:10). Nesta abençoada morada servem os remidos a Deus, inteiramente livres do mal da alma e do corpo (Ap 7:15-16), em completa alegria e felicidade (Sl 16:11), vida essa acima da nossa compreensão 1Co 2:9).

    Em geral, a palavra céu designa o espaço indefinido que circunda a Terra, e mais particularmente a parte que está acima do nosso horizonte. Vem do latim coelum, formada do grego coilos, côncavo, porque o céu parece uma imensa concavidade. Os antigos acreditavam na existência de muitos céus superpostos, de matéria sólida e transparente, formando esferas concêntricas e tendo a Terra por centro. [...] Segundo a opinião mais comum, havia sete céus e daí a expressão – estar no sétimo céu – para exprimir perfeita felicidade. [...] A teologia cristã reconhece três céus: o primeiro é o da região do ar e das nuvens; o segundo, o espaço em que giram os astros, e o terceiro, para além deste, é a morada do Altíssimo, a habi-tação dos que o contemplam face a face.[...]As diferentes doutrinas relativamente aoparaíso repousam todas no duplo errode considerar a Terra centro do Uni-verso, e limitada a região dos astros
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3, it• 1 e 2

    [...] é o espaço universal; são os plane-tas, as estrelas e todos os mundos supe-riores, onde os Espíritos gozamplenamente de suas faculdades, sem astribulações da vida material, nem as an-gústias peculiares à inferioridade.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 1016

    [...] O Céu é o espaço infinito, a multidão incalculável de mundos [...].
    Referencia: FLAMMARION, Camille• Deus na Natureza• Trad• de M• Quintão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - t• 4, cap• 1

    [...] o Céu que Deus prometeu aos que o amam é também um livro, livro variado, magnífico, cada uma de cujas páginas deve proporcionar-nos emoções novas e cujas folhas os séculos dos séculos mal nos consentirão voltar até a última.
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 6a efusão

    O Céu de Jesus é o reinado do Espírito, é o estado da alma livre, que, emancipando-se do cativeiro animal, ergue altaneiro vôo sem encontrar mais obstáculos ou peias que a restrinjam.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O Céu de Jesus

    O Céu representa uma conquista, sem ser uma imposição.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 2

    [...] em essência, é um estado de alma que varia conforme a visão interior de cada um.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Céu

    [...] o céu começará sempre em nós mesmos [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Céu e inferno

    Toda a região que nomeamos não é mais que uma saída gloriosa com milhões de portas abertas para a celeste ascensão.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Rumo certo• Pelo Espírito Emmanuel• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 57

    Céu – esferas espirituais santificadas onde habitam Espíritos Superiores que exteriorizam, do próprio íntimo, a atmosfera de paz e felicidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 8


    Céu
    1) Uma das grandes divisões do UNIVERSO (Gn 1:1).


    2) Lugar onde moram Deus, os seres celestiais e os salvos que morrem (Is 66:1; Mt 24:36; 2Co 5:1).


    Céu 1. No evangelho de Mateus, no plural, perífrase empregada no lugar de Deus como, por exemplo, o Reino de Deus é descrito como o Reino dos céus (Mt 5:10; 6,20; 21,25; Lc 10:20; 15,18.21; Jo 3:27).

    2. Morada de Deus, de onde envia seus anjos (Mt 24:31; Lc 22:43); faz ouvir sua voz (Mt 3:17; Jo 12:28); e realiza seus juízos (Lc 9:54; 17,29ss.).

    3. Lugar onde Jesus ascendeu após sua ressurreição (Mc 16:19; Lc 24:51).

    4. Destino dos que se salvam. Ver Vida eterna.

    m. Gourgues, El más allá en el Nuevo Testamento, Estella 41993; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


    Eis

    advérbio Aqui está; veja, perceba, olhe: eis o prêmio que tanto esperava.
    Eis que/quando. De maneira inesperada; subitamente: eis que, inesperadamente, o cantor chegou.
    Etimologia (origem da palavra eis). De origem questionável.

    Espírito

    Espírito
    1) A parte não-material, racional e inteligente do ser humano (Gn 45:27; Rm 8:16).


    2) A essência da natureza divina (Jo 4:24).


    3) Ser não-material maligno que prejudica as pessoas (Mt 12:45).


    4) Ser não-material bondoso que ajuda as pessoas (Hc 1:14;
    v. ANJO).


    5) Princípio que norteia as pessoas (2Co 4:13; Fp 1:17).


    6) ESPÍRITO SANTO (Gl 3:5).


    Espírito Ver Alma.

    substantivo masculino Princípio imaterial, alma.
    Substância incorpórea e inteligente.
    Entidade sobrenatural: os anjos e os demónios.
    Ser imaginário: duendes, gnomos, etc.
    Pessoa dotada de inteligência superior.
    Essência, ideia predominante.
    Sentido, significação.
    Inteligência.
    Humor, graça, engenho: homem de espírito.
    Etimologia (origem da palavra espírito). Do latim spiritus.

    Pela sua essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 11, it• 17

    O Espírito mais não é do que a alma sobrevivente ao corpo; é o ser principal, pois que não morre, ao passo que o corpo é simples acessório sujeito à destruição. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13, it• 4

    [...] Espíritos que povoam o espaço são seus ministros [de Deus], encarregados de atender aos pormenores, dentro de atribuições que correspondem ao grau de adiantamento que tenham alcançado.
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 18, it• 3

    [...] Os Espíritos são os que são e nós não podemos alterar a ordem das coisas. Como nem todos são perfeitos, não aceitamos suas palavras senão com reservas e jamais com a credulidade infantil. Julgamos, comparamos, tiramos conseqüências de nossas observações e os seus próprios erros constituem ensinamentos para nós, pois não renunciamos ao nosso discernimento.
    Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

    Os Espíritos podem dividir-se em duas categorias: os que, chegados ao ponto mais elevado da escala, deixaram definitivamente os mundos materiais, e os que, pela lei da reencarnação, ainda pertencem ao turbilhão da Humanidade terrena. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 19

    [...] um Espírito pode ser muito bom, sem ser um apreciador infalível de todas as coisas. Nem todo bom soldado é, necessariamente, um bom general.
    Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21

    O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. É um ser real, circunscrito que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

    O princípio inteligente do Universo.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 23

    [...] Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material. A época e o modo por que essa formação se operou é que são desconhecidos.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 79

    [...] os Espíritos são uma das potências da Natureza e os instrumentos de que Deus se serve para execução de seus desígnios providenciais. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 87

    [...] alma dos que viveram corporalmente, aos quais a morte arrebatou o grosseiro invólucro visível, deixando-lhes apenas um envoltório etéreo, invisível no seu estado normal. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 9

    [...] não é uma abstração, é um ser definido, limitado e circunscrito. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 53

    Hão dito que o Espírito é uma chama, uma centelha. Isto se deve entender com relação ao Espírito propriamente dito, como princípio intelectual e moral, a que se não poderia atribuir forma determinada. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 55

    Espírito – No sentido especial da Doutrina Espírita, os Espíritos são os seres inteligentes da criação, que povoam o Universo, fora do mundo material, e constituem o mundo invisível. Não são seres oriundos de uma criação especial, porém, as almas dos que viveram na Terra, ou nas outras esferas, e que deixaram o invólucro corporal.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32

    E E EA alma ou Espírito, princípio inteligente em que residem o pensamento, a vontade e o senso moral [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 10

    [...] a alma e o perispírito separados do corpo constituem o ser chamado Espírito.
    Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 14

    Os Espíritos não são, portanto, entes abstratos, vagos e indefinidos, mas seres concretos e circunscritos, aos quais só falta serem visíveis para se assemelharem aos humanos; donde se segue que se, em dado momento, pudesse ser levantado o véu que no-los esconde, eles formariam uma população, cercando-nos por toda parte.
    Referencia: KARDEC, Allan• O que é o Espiritismo: noções elementares do mundo invisível, pelas manifestações dos Espíritos• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 16

    Há no homem um princípio inteligente a que se chama alma ou espírito, independente da matéria, e que lhe dá o senso moral e a faculdade de pensar.
    Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, Profissão de fé espírita raciocinada

    Os Espíritos são os agentes da potência divina; constituem a força inteligente da Natureza e concorrem para a execução dos desígnios do Criador, tendo em vista a manutenção da harmonia geral do Universo e das leis imutáveis que regem a criação.
    Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, Profissão de fé espírita raciocinada

    [...] Uma mônada – um centro de força e de consciência em um grau superior de desenvolvimento, ou então, uma entidade individual dotada de inteligên cia e de vontade – eis a única definição que poderíamos arriscar-nos a dar da concepção de um Espírito. [...]
    Referencia: AKSAKOF, Alexandre• Animismo e Espiritismo• Trad• do Dr• C• S• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• 2 v• - v• 2, cap• 4

    [...] é o modelador, o artífice do corpo.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Comunicações ou ensinos dos Espíritos

    [...] ser livre, dono de vontade própria e que não se submete, como qualquer cobaia inconsciente, aos caprichos e exigências de certos pesquisadores ainda mal qualificados eticamente, embora altamente dotados do ponto de vista cultural e intelectual.
    Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 14

    O Espírito, essência divina, imortal, é o princípio intelectual, imaterial, individualizado, que sobrevive à desagregação da matéria. É dotado de razão, consciência, livre-arbítrio e responsabilidade.
    Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2, Postulados e ensinamentos

    [...] causa da consciência, da inteligência e da vontade [...].
    Referencia: BODIER, Paul• A granja do silêncio: documentos póstumos de um doutor em Medicina relativos a um caso de reencarnação• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Apêndice

    [...] um ser individualizado, revestido de uma substância quintessenciada, que, apesar de imperceptível aos nossos sentidos grosseiros, é passível de, enquanto encarnado, ser afetado pelas enfermidades ou pelos traumatismos orgânicos, mas que, por outro lado, também afeta o indumento (soma) de que se serve durante a existência humana, ocasionando-lhe, com suas emoções, distúrbios funcionais e até mesmo lesões graves, como o atesta a Psiquiatria moderna ao fazer Medicina psicossomática.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - As Leis Divinas

    [...] depositário da vida, dos sentimentos e das responsabilidades que Deus lhe outorgou [...].
    Referencia: CASTRO, Almerindo Martins de• O martírio dos suicidas: seus sofrimentos inenarráveis• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

    [...] a alma ou o espírito é alguma coisa que pensa, sente e quer [...].
    Referencia: DELANNE, Gabriel• A alma é imortal• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - pt• 1, cap• 1

    O estudo do Espírito tem de ser feito, portanto, abrangendo os seus dois aspectos: um, ativo, que é o da alma propriamente dita, ou seja, o que em nós sente, pensa, quer e, sem o qual nada existiria; outro, passivo – o do perispírito, inconsciente, almoxarifado espiritual, guardião inalterável de todos os conhecimentos intelectuais, tanto quanto conservador das leis orgânicas que regem o corpo físico.
    Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

    [...] O que caracteriza essencialmente o espírito é a consciência, isto é, o eu, mediante o qual ele se distingue do que não está nele, isto é, da matéria. [...]
    Referencia: DELANNE, Gabriel• A evolução anímica: estudo sobre psicologia fisiológica segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Quintão da 2a ed• francesa• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    [...] é o ser principal, o ser racional e inteligente [...].
    Referencia: DELANNE, Gabriel• O fenômeno espírita: testemunho dos sábios• Traduzido da 5a ed• francesa por Francisco Raymundo Ewerton Quadros• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4

    Chamamos Espírito à alma revestida do seu corpo fluídico. A alma é o centro de vida do perispírito, como este é o centro da vida do organismo físico. Ela que sente, pensa e quer; o corpo físico constitui, com o corpo fluídico, o duplo organismo por cujo intermédio ela [a alma] atua no mundo da matéria.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

    [...] O espírito não é, pois, nem um anjo glorificado, nem um duende condenado, mas sim a própria pessoa que daqui se foi, conservando a força ou a fraqueza, a sabedoria ou a loucura, que lhe eram peculiares, exatamente como conserva a aparência corpórea que tinha.
    Referencia: DOYLE, Arthur Conan• A nova revelação• Trad• da 6a ed• inglesa por Guillon Ribeiro; traços biográficos do autor por Indalício Mendes• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

    O Espírito [...] é a causa de todos os fenômenos que se manifestam na existência física, emocional e psíquica. Viajor de incontáveis etapas no carreiro da evolução, armazena informações e experiências que são transferidas para os respectivos equipamentos fisiológicos – em cada reencarnação – produzindo tecidos e mecanismos resistentes ou não a determinados processos degenerativos, por cujo meio repara as condutas que se permitiram na experiência anterior. [...] Da mesma forma que o Espírito é o gerador das doenças, torna-se o criador da saúde, especialmente quando voltado para os compromissos que regem o Cosmo.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

    O Espírito, através do cérebro e pelo coração, nos respectivos chakras coronário, cerebral e cardíaco, emite as energias – ondas mentais carregadas ou não de amor e de compaixão – que é registrada pelo corpo intermediário e transformada em partículas que são absorvidas pelo corpo, nele produzindo os resultados compatíveis com a qualidade da emissão.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

    O Espírito, em si mesmo, esse agente fecundo da vida e seu experimentador, esE E Etabelece, de forma consciente ou não, o que aspira e como consegui-lo, utilizando-se do conhecimento de si mesmo, único processo realmente válido para os resultados felizes.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O sofrimento

    O Espírito, igualmente, é também uma energia universal, que foi gerado por Deus como todas as outras existentes, sendo porém dotado de pensamento, sendo um princípio inteligente, enquanto que todos os demais são extáticos, mecânicos, repetindo-se ininterruptamente desde o primeiro movimento até o jamais derradeiro...
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Consciência

    Individualidades inteligentes, incorpóreas, que povoam o Universo, criadas por Deus, independentes da matéria. Prescindindo do mundo corporal, agem sobre ele e, corporificando-se através da carne, recebem estímulos, transmitindo impressões, em intercâmbio expressivo e contínuo. São de todos os tempos, desde que a Criação sendo infinita, sempre existiram e jamais cessarão. Constituem os seres que habitam tudo, no Cosmo, tornando-se uma das potências da Natureza e atuam na Obra Divina como coopera-dores, do que resulta a própria evolução e aperfeiçoamento intérmino. [...] Indestrutíveis, jamais terão fim, não obstante possuindo princípio, quando a Excelsa Vontade os criou.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - cap• 3

    O Espírito é a soma das suas vidas pregressas.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - cap• 17

    [...] Todos somos a soma das experiências adquiridas numa como noutra condição, em países diferentes e grupos sociais nos quais estagiamos ao longo dos milênios que nos pesam sobre os ombros. [...]
    Referencia: FREIRE, Antônio J• Ciência e Espiritismo: da sabedoria antiga à época contemporânea• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

    [...] O Espírito é tudo aquilo quanto anseia e produz, num somatório de experiências e realizações que lhe constituem a estrutura íntima da evolução.
    Referencia: FREIRE, Antônio J• Ciência e Espiritismo: da sabedoria antiga à época contemporânea• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

    Herdeiro do passado, o espírito é jornaleiro dos caminhos da redenção impostergável.
    Referencia: GAMA, Zilda• Do calvário ao infinito• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - L• 3, cap• 8

    O Espírito é o engenheiro da maquinaria fisiopsíquica de que se vai utilizar na jornada humana.
    Referencia: GAMA, Zilda• Redenção: novela mediúnica• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Tendências, aptidões e reminiscências

    [...] O ser real e primitivo é o Espírito [...].
    Referencia: GAMA, Zilda• Redenção: novela mediúnica• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Suicídio sem dor

    Porque os Espíritos são as almas dos homens com as suas qualidades e imperfeições [...].
    Referencia: GAMA, Zilda• Redenção: novela mediúnica• Pelo Espírito Victor Hugo• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Calvário de luz

    [...] O Espírito – consciência eterna – traz em si mesmo a recordação indelével das suas encarnações anteriores. [...]
    Referencia: GURJÃO, Areolino• Expiação• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - A doutrina do hindu

    [...] princípio inteligente que pensa, que quer, que discerne o bem do mal e que, por ser indivisível, imperecível se conserva. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 9a efusão

    [...] Só o Espírito constitui a nossa individualidade permanente. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 37a efusão

    [...] é o único detentor de todas as potencialidades e arquivos de sua individualidade espiritual [...].
    Referencia: MELO, Jacob• O passe: seu estudo, suas técnicas, sua prática• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 4

    Em verdade, cada espírito é qual complexa usina integrante de vasta rede de outras inúmeras usinas, cujo conjunto se auto-sustenta, como um sistema autônomo, a equilibrar-se no infinito mar da evolução.
    Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Universo e vida• Pelo Espírito Áureo• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

    [...] O que vale dizer, ser o Espírito o Élan Vital que se responsabiliza pela onda morfogenética da espécie a que pertence. Entendemos como espírito, ou zona inconsciente, a conjuntura energética que comandaria a arquitetura física através das telas sensíveis dos núcleos celulares. O espírito representaria o campo organizador biológico, encontrando nas estruturas da glândula pineal os seus pontos mais eficientes de manifestações. [...]
    Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Forças sexuais da alma• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Introd•

    O nosso Espírito será o resultado de um imenso desfile pelos reinos da Natureza, iniciando-se nas experiências mais simples, na escala mineral, adquirindo sensibilidade (irritabilidade celular) no mundo vegetal, desenvolvendo instintos, nas amplas variedades das espécies animais, e a razão, com o despertar da consciência, na família hominal, onde os núcleos instintivos se vão maturando e burilando, de modo a revelar novos potenciais. [...]
    Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Visão espírita nas distonias mentais• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 3

    [...] A verdadeira etimologia da palavra espírito (spiritus, sopro) representa uma coisa que ocupa espaço, apesar de, pela sua rarefação, tornar-se invisível. Há, porém, ainda uma confusão no emprego dessa palavra, pois que ela é aplicada por diferentes pensadores, não só para exprimir a forma orgânica espiritual com seus elementos constitutivos, como também a sua essência íntima que conhece e pensa, à qual chamamos alma e os franceses espírito.
    Referencia: SARGENT, Epes• Bases científicas do Espiritismo• Traduzido da 6a ed• inglesa por F• R• Ewerton Quadros• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 1

    O Espírito, em sua origem, como essência espiritual e princípio de inteligência, se forma da quintessência dos fluidos que no seu conjunto constituem o que chamamos – o todo universal e que as irradiações divinas animam, para lhes dar o ser e compor os germes de toda a criação, da criação de todos os mundos, de todos os reinos da Natureza, de todas as criaturas, assim no estado material, como também no estado fluídico. Tudo se origina desses germes fecundados pela Divindade e progride para a harmonia universal.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] a essência da vida é o espírito [...].
    Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - O Espiritismo e a mulher

    O Espírito humano é a obra-prima, a suprema criação de Deus.
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Equação da felicidade

    [...] Somos almas, usando a vestimenta da carne, em trânsito para uma vida maior. [...] somos um templo vivo em construção, através de cujos altares se E E Eexpressará no Infinito a grandeza divina. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 2

    Figuradamente, o espírito humano é um pescador dos valores evolutivos, na escola regeneradora da Terra. A posição de cada qual é o barco. Em cada novo dia, o homem se levanta com a sua “rede” de interesses. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 21

    Somos uma grande família no Lar do Evangelho e, embora separados nas linhas vibratórias do Espaço, prosseguimos juntos no tempo, buscando a suprema identificação com o Cristo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada espírito é um continente vivo no plano universal.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Reflexões

    [...] o espírito é a obra-prima do Universo, em árduo burilamento.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Evolução e livre-arbítrio

    [...] Sendo cada um de nós uma força inteligente, detendo faculdades criadoras e atuando no Universo, estaremos sempre engendrando agentes psicológicos, através da energia mental, exteriorizando o pensamento e com ele improvisando causas positivas, cujos efeitos podem ser próximos ou remotos sobre o ponto de origem. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

    [...] Cada espírito é um elo importante em extensa região da corrente humana. Quanto mais crescemos em conhecimentos e aptidões, amor e autoridade, maior é o âmbito de nossas ligações na esfera geral. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

    Somos, cada qual de nós, um ímã de elevada potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se harmonizam com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 18

    [...] Somos diamantes brutos, revestidos pelo duro cascalho de nossas milenárias imperfeições, localizados pela magnanimidade do Senhor na ourivesaria da Terra. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 19

    Cada Espírito é um mundo onde o Cristo deve nascer...
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 37

    [...] gema preciosa e eterna dos tesouros de Deus [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Nosso “eu”

    Cada Espírito é um mundo vivo com movimento próprio, atendendo às causas que criou para si mesmo, no curso do tempo, gravitando em torno da Lei Eterna que rege a vida cósmica.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    O Espírito, encarnado ou desencarnado, na essência, pode ser comparado a um dínamo complexo, em que se verifica a transubstanciação do trabalho psicofísico em forças mentoeletromagnéticas, forças essas que guardam consigo, no laboratório das células em que circulam e se harmonizam, a propriedade de agentes emissores e receptores, conservadores e regeneradores de energia. Para que nos façamos mais simplesmente compreendidos, imaginemo-lo como sendo um dínamo gerador, indutor, transformador e coletor, ao mesmo tem po, com capacidade de assimilar correntes contínuas de força e exteriorizá-las simultaneamente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Mecanismos da mediunidade• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 5

    O espírito é um monumento vivo de Deus – o Criador Amorável. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 12


    Veja Espírito Santo.


    Ao passo que o termo hebraico nephesh – traduzido como alma – denota individualidade ou personalidade, o termo hebraico ruach, encontrado no Antigo Testamento, e que aparece traduzido como espírito, refere-se à energizante centelha de vida que é essencial à existência de um indivíduo. É um termo que representa a energia divina, ou princípio vital, que anima os seres humanos. O ruach do homem abandona o corpo por ocasião da morte (Sl 146:4) e retorna a Deus (Ec 12:7; cf. 34:14).

    O equivalente neotestamentário de ruach é pneuma, ‘espírito’, proveniente de pneo, ‘soprar’ ou ‘respirar’. Tal como ocorre com ruach, pneuma é devolvida ao Senhor por ocasião da morte (Lc 23:46; At 7:59). Não há coisa alguma inerente à palavra pneuma que possa denotar uma entidade capaz de existência consciente separada do corpo.


    Posto

    substantivo masculino Lugar que uma pessoa ou coisa ocupa.
    Qualquer lugar ocupado por um corpo de tropas militares.
    Cargo que alguém ocupa ou exerce; função: posto de frentista.
    Mil. Graduação militar: posto de soldado.
    Lugar destinado a atendimento público: posto de saúde; posto telefônico.
    Que se decidiu, acordou, combinou; combinado, decidido: assunto posto.
    conjunção Posto que. Com o sentido de apesar de, ainda que, embora, ainda: o preço da gasolina não aumentou, posto que o país está em crise.
    expressão Posto de comando. Local onde se estabelece um chefe para exercer seu comando.
    Posto meteorológico. Estabelecimento onde há um conjunto de instrumentos destinados às observações meteorológicas em determinado lugar, em geral afastado da estação central.
    Etimologia (origem da palavra posto). Do latim positus, a, um “que se colocou, colocado” e positus, us “posição”.

    Trono

    A cadeira, naqueles países em que, usualmente, as pessoas se sentavam no chão ou estavam reclinadas, era considerada um símbolo de dignidade (2 Rs 4.10 – Pv 9:14). Quando se quer significar especialmente um trono real, a expressão, de que geralmente se faz uso, é: ‘o trono do reino’ (Dt 17:18 – 1 Rs 1.46 – 2 Cr 7.18). Para subir até ao trono de Salomão havia seis degraus (1 Rs 10.19 – 2 Cr 9.18): era uma cadeira de braços, marchetada de figuras de marfim, e guarnecida de ouro nos lugares em que o marfim não se via. Em Cl 1:16, os ‘tronos’ representam uma alta jerarquia de seres angelicais, segundo as representações dos escritores apocalípticos. (*veja Apócrifos (Livros).)

    Trono
    1) Cadeira de rei (Is 6:1; Lc 1:32).


    2) Espírito, seja bom ou mau (Cl 1:16).


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Apocalipse 4: 2 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    ImediatamenteG2112 εὐθέωςG2112, eu me acheiG1096 γίνομαιG1096 G5633 emG1722 ἔνG1722 espíritoG4151 πνεῦμαG4151, eG2532 καίG2532 eisG2400 ἰδούG2400 G5628 armadoG2749 κεῖμαιG2749 G5711 noG1722 ἔνG1722 céuG3772 οὐρανόςG3772 um tronoG2362 θρόνοςG2362, eG2532 καίG2532, noG1909 ἐπίG1909 tronoG2362 θρόνοςG2362 G5740, alguémG2532 καίG2532 sentadoG2521 κάθημαιG2521;
    Apocalipse 4: 2 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    95 d.C.
    G1096
    gínomai
    γίνομαι
    o quarto dos profetas maiores, tomado como refém na primeira deportação para a
    (Belteshazzar)
    Substantivo
    G1722
    en
    ἐν
    ouro
    (gold)
    Substantivo
    G1909
    epí
    ἐπί
    sobre, em cima de, em, perto de, perante
    (at [the time])
    Preposição
    G2112
    euthéōs
    εὐθέως
    imediatamente
    (immediately)
    Advérbio
    G2362
    thrónos
    θρόνος
    uma província da Palestina ao leste do mar da Galiléia; região exata incerta mas
    (of Hauran)
    Substantivo
    G2521
    káthēmai
    κάθημαι
    um lugar próximo ao tanque de Gibeão onde os homens de Isbosete foram mortos pelos
    (Helkath-hazzurim)
    Substantivo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G2749
    keîmai
    κεῖμαι
    deitar
    (is applied)
    Verbo - presente indicativo médio ou passivo - 3ª pessoa do singular
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3708
    horáō
    ὁράω
    ira, irritação, provocação, aflição
    (of the provocation)
    Substantivo
    G3772
    ouranós
    οὐρανός
    cortar, cortar fora, derrubar, cortar uma parte do corpo, arrancar, eliminar, matar, fazer
    (be cut off)
    Verbo
    G4151
    pneûma
    πνεῦμα
    terceira pessoa da trindade, o Santo Espírito, co-igual, coeterno com o Pai e o Filho
    ([the] Spirit)
    Substantivo - neutro genitivo singular


    γίνομαι


    (G1096)
    gínomai (ghin'-om-ahee)

    1096 γινομαι ginomai

    prolongação e forma da voz média de um verbo primário TDNT - 1:681,117; v

    1. tornar-se, i.e. vir à existência, começar a ser, receber a vida
    2. tornar-se, i.e. acontecer
      1. de eventos
    3. erguer-se, aparecer na história, aparecer no cenário
      1. de homens que se apresentam em público
    4. ser feito, ocorrer
      1. de milagres, acontecer, realizar-se
    5. tornar-se, ser feito

    ἐν


    (G1722)
    en (en)

    1722 εν en

    preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

    1. em, por, com etc.

    ἐπί


    (G1909)
    epí (ep-ee')

    1909 επι epi

    uma raíz; prep

    sobre, em cima de, em, perto de, perante

    de posição, sobre, em, perto de, acima, contra

    para, acima, sobre, em, através de, contra


    εὐθέως


    (G2112)
    euthéōs (yoo-theh'-oce)

    2112 ευθεως eutheos

    de 2117; adv

    1. diretamente, imediatamente, em seguida

    θρόνος


    (G2362)
    thrónos (thron'-os)

    2362 θρονος thronos

    de thrao (sentar), um assento nobre (“trono”); TDNT - 3:160,338; n m

    1. trono
      1. cadeira estatal que tem um escabelo
      2. atribuído no NT a reis, por esta razão, poder real ou realeza
        1. metáf. a Deus, o governador do mundo
        2. ao Messias, Cristo, o companheiro e assistente na administração divina
          1. por isso poder divino que pertence a Cristo
        3. a juízes, i.e., tribunal ou juizado
        4. ao anciões

    κάθημαι


    (G2521)
    káthēmai (kath'-ay-mahee)

    2521 καθημαι kathemai

    de 2596, e hemai (sentar, semelhante a raiz de 1476); TDNT - 3:440,386; v

    1. sentar-se, acomodar-se
    2. sentar, estar sentado, de um lugar ocupado
      1. ter uma habitação fixa, habitar

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    κεῖμαι


    (G2749)
    keîmai (ki'-mahee)

    2749 κειμαι keimai

    voz média de um verbo primário; TDNT - 3:654,425; v

    1. deitar
      1. de um infante
      2. de alguém sepultado
      3. de coisas que passivamente cobrem algum lugar
        1. de uma cidade situada sobre um monte
      4. de coisas colocadas em qualquer lugar, em ref. ao que freqüentemente usamos “permanecer”
        1. de vasos, de um trono, da posição de uma cidade, de grãos e outras coisas colocadas sobre uma fundação ou base
    2. metáf.
      1. ser colocado (pela vontade de Deus), i.e. destinado, apontado
      2. de leis, serem feitas, decretadas
      3. estar sob poder do mal, i.e., ser mantido em submissão pelo diabo


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὁράω


    (G3708)
    horáō (hor-ah'-o)

    3708 οραω horao

    propriamente, fitar [cf 3700]; TDNT - 5:315,706; v

    1. ver com os olhos
    2. ver com a mente, perceber, conhecer
    3. ver, i.e., tornar-se conhecido pela experiência, experimentar
    4. ver, olhar para
      1. dar atênção a, tomar cuidado
      2. cuidar de, dar atênção a

        Eu fui visto, mostrei-me, tornei-me visível

    Sinônimos ver verbete 5822


    οὐρανός


    (G3772)
    ouranós (oo-ran-os')

    3772 ουρανος ouranos

    talvez do mesmo que 3735 (da idéia de elevação); céu; TDNT - 5:497,736; n m

    1. espaço arqueado do firmamento com todas as coisas nele visíveis
      1. universo, mundo
      2. atmosfera ou firmamento, região onde estão as nuvens e se formam as tempestades, e onde o trovão e relâmpago são produzidos
      3. os céus siderais ou estrelados

        região acima dos céus siderais, a sede da ordem das coisas eternas e consumadamente perfeitas, onde Deus e outras criaturas celestes habitam


    πνεῦμα


    (G4151)
    pneûma (pnyoo'-mah)

    4151 πνευμα pneuma

    de 4154; TDNT - 6:332,876; n n

    1. terceira pessoa da trindade, o Santo Espírito, co-igual, coeterno com o Pai e o Filho
      1. algumas vezes mencionado de um modo que enfatiza sua personalidade e caráter (o Santo Espírito)
      2. algumas vezes mencionado de um modo que enfatiza seu trabalho e poder (o Espírito da Verdade)
      3. nunca mencionado como um força despersonalizada
    2. o espírito, i.e., o princípio vital pelo qual o corpo é animado
      1. espírito racional, o poder pelo qual o ser humano sente, pensa, decide
      2. alma
    3. um espírito, i.e., simples essência, destituída de tudo ou de pelo menos todo elemento material, e possuído do poder de conhecimento, desejo, decisão e ação
      1. espírito que dá vida
      2. alma humana que partiu do corpo
      3. um espírito superior ao homem, contudo inferior a Deus, i.e., um anjo
        1. usado de demônios, ou maus espíritos, que pensava-se habitavam em corpos humanos
        2. a natureza espiritual de Cristo, superior ao maior dos anjos e igual a Deus, a natureza divina de Cristo
    4. a disposição ou influência que preenche e governa a alma de alguém
      1. a fonte eficiente de todo poder, afeição, emoção, desejo, etc.
    5. um movimento de ar (um sopro suave)
      1. do vento; daí, o vento em si mesmo
      2. respiração pelo nariz ou pela boca

    Sinônimos ver verbete 5923