Enciclopédia de Juízes 4:2-2

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jz 4: 2

Versão Versículo
ARA Entregou-os o Senhor nas mãos de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor. Sísera era o comandante do seu exército, o qual, então, habitava em Harosete-Hagoim.
ARC E vendeu-os o Senhor em mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor: e Sísera era o capitão do seu exército, o qual então habitava em Harosete dos gentios.
TB Entregou-os Jeová nas mãos de Jabim, rei de Canaã, que reinou em Hazor; o general do seu exército era Sísera, que habitava em Harosete dos Gentios.
HSB וַיִּמְכְּרֵ֣ם יְהוָ֗ה בְּיַד֙ יָבִ֣ין מֶֽלֶךְ־ כְּנַ֔עַן אֲשֶׁ֥ר מָלַ֖ךְ בְּחָצ֑וֹר וְשַׂר־ צְבָאוֹ֙ סִֽיסְרָ֔א וְה֥וּא יוֹשֵׁ֖ב בַּחֲרֹ֥שֶׁת הַגּוֹיִֽם׃
BKJ E o SENHOR os vendeu à mão de Jabim, rei de Canaã, que reinou em Hazor; o capitão de seu exército era Sísera, que habitava em Harosete dos gentios.
LTT E vendeu-os o SENHOR na mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; e Sísera era o capitão do seu exército, o qual então habitava em Harosete dos gentios.
BJ2 e Iahweh os entregou a Jabin, rei de Canaã, que reinava em Hasor. O chefe de seu exército era Sisara, que habitava em Haroset-Goim.
VULG et tradidit illos Dominus in manus Jabin regis Chanaan, qui regnavit in Asor : habuitque ducem exercitus sui nomine Sisaram, ipse autem habitabat in Haroseth gentium.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Juízes 4:2

Josué 11:1 Sucedeu, depois disso, que, ouvindo-o Jabim, rei de Hazor, enviou mensageiros a Jobabe, rei de Madom, e ao rei de Sinrom, e ao rei de Acsafe;
Josué 11:10 E, naquele mesmo tempo, tornou Josué, e tomou a Hazor, e feriu à espada ao seu rei; porquanto Hazor, dantes, era a cabeça de todos esses reinos.
Josué 19:36 e Adamá, e Ramá, e Hazor,
Juízes 2:14 Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e os deu na mão dos roubadores, e os roubaram; e os entregou na mão dos seus inimigos ao redor; e não puderam mais estar em pé diante dos seus inimigos.
Juízes 4:13 E Sísera convocou todos os seus carros, novecentos carros de ferro, e todo o povo que estava com ele, desde Harosete-Hagoim até ao ribeiro de Quisom.
Juízes 4:16 E Baraque os seguiu após os carros e após o exército, até Harosete-Hagoim, e todo o exército de Sísera caiu a fio de espada, até não ficar um só.
Juízes 10:7 E a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e vendeu-o em mão dos filisteus e em mão dos filhos de Amom.
I Samuel 12:9 Porém esqueceram-se do Senhor, seu Deus; então, os entregou na mão de Sísera, cabeça do exército de Hazor, e na mão dos filisteus, e na mão do rei dos moabitas, que pelejaram contra eles.
Salmos 83:9 Faze-lhes como fizeste a Midiã, como a Sísera, como a Jabim na ribeira de Quisom,
Isaías 50:1 Assim diz o Senhor: Onde está a carta de divórcio de vossa mãe, pela qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha vendido? Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas prevaricações vossa mãe foi repudiada.
Mateus 18:25 E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher, e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

PALESTINA - TERMINOLOGIA HISTÓRICA

Infelizmente, na Antiguidade o sul do Levante não era conhecido por um único nome abrangente, mas por vários, dependendo de onde e de quando se fazia referência ao lugar.
O contrário acontecia: uma gama de termos bíblicos e/ou seculares designava a terra do Israel bíblico, não sendo possível supor que algum deles correspondesse completamente às fronteiras teológicas de Israel (ou um ao outro) nem se podendo aplicar qualquer deles a todo o período da história bíblica sem criar algum anacronismo.
Na Antiguidade, em muitos casos, nomes que antes haviam sido usados para denotar uma divindade ou um grupo populacional importante foram simplesmente emprestados e reaplicados para designar a entidade geopolítica em que aquele grupo estava. Por exemplo, o nome "Canaa" derivou dos cananeus; o nome "Palestina" deve sua existência aos filisteus; e "(a terra de) Hatti" originalmente designava uma série de cidades-estados neo-hititas situadas aproximadamente entre Carquêmis e Damasco, cujos habitantes parecem ser descendentes de Hete (e.g., Gn 10:15-1Cr 1,13) e/ou devotos do deus Hatti.37 O texto bíblico diz que tanto os cananeus quanto os hititas estavam entre os "ocupantes da terra" na época da colonização por Israel (Dt 7:1; Dt 3:10-12.8; cp. Gn 15:18-21; Ex 3:8-17), e sabe-se que os filisteus imigraram para aquela terra por volta de 1200 a.C.


CANAÃ
O termo Canaa/cananeu(s) é bem atestado em boa parte dos textos do segundo milênio a.C.38 A julgar por esse uso, parece que Canaã era o termo convencional para designar o sul da área que o Egito controlava na Ásia, em contraste com Amurru (a terra dos amorreus, ao norte do rio el-Kabir). Canaã se estendia das cidades de Gaza e Ráfia, no sul, até tão ao norte quanto o vale do rio el-Kabir e a localidade de Sumra/Simyra.3 De modo que o quadro geral que surge é que as citações, tanto em textos do Oriente Próximo quanto na Bíblia, revelam uma notável semelhança quando delineiam os limites de Cana (v. acima a análise sobre as fronteiras teológicas de Israel). Essa afirmação pode ter consequências quanto à antiguidade e à essencial historicidade daquelas narrativas que mencionam as fronteiras de Israel.
Antes das descobertas arqueológicas em Nuzi, em geral se acreditava que a palavra "Canaa" derivava de um verbo semítico com o sentido de "curvar/curvar-se/ser baixo", porque os cananeus ocupavam a região baixa perto do mar, em contraste com a região montanhosa dos amorreus (Nm 13:29; Js 5:1; cp. Is 23:11). Uma teoria relacionada é que Canaã era o lugar onde o sol "se curva" (se põe), de maneira que, por definição, um cananeu era alguém do oeste. Mas se descobriu que, em Nuzi, a palavra kinahhu" se refere a uma substância de cor púrpura avermelhada, extraída de conchas de múrex e usada no tingimento de tecidos, especialmente lã.
Os textos antigos estão repletos de referências à grande consideração dada a quem se vestia de púrpura. Por ser natural, ao invés de produzida pelo homem, a tintura de múrex tinha valor elevado, pois nunca desbotava. A lucrativa indústria do múrex se concentrava ao norte de Cesareia, no Mediterrâneo, onde as águas do mar regularmente lançavam na praia uma grande quantidade dessas conchas. No local de uma antiga fábrica de tintura, em Tiro, foi encontrado um grande número de conchas*2 e, em Dor, também se encontraram claros indícios do processo de tingimento.43 Os nomes de certos lugares cananeus nos arredores oferecem ainda outros indícios de que o tingimento de múrex era uma atividade econômica essencial. Por exemplo, o nome "Sarepta" vem de um verbo que tem o sentido de "tingir" e o nome "Zobá" é derivado de um verbo que denota o tingimento de tecido. Às vezes a própria palavra "cananeu" é traduzida por "comerciante/mercador"* Como consequência, parece preferível entender Canaã como "a terra da púrpura" e "cananeus" como "o povo da terra da púrpura" (ideia a partir da qual o conceito de comércio poderia facilmente derivar). Textos gregos nos mostram que, no primeiro milênio a.C., os herdeiros culturais dessa indústria de tintura foram denominados fenícios, nome que deriva da palavra grega phoinix ("púrpura"). Mesmo no Novo Testamento aparentemente "cananeu" e "fenício" ainda eram designativos um tanto quanto equivalentes (Mt 15:22 refere-se a uma mulher cananeia; o relato de Marcos sobre o mesmo acontecimento chama-a de siro-fenícia [Mc 7:26]). Parece, então, que as palavras "Canaa" e "Fenícia" têm apenas duas diferenças básicas: (1) a primeira é vocábulo semítico, ao passo que a segunda é de origem grega; (2) a primeira é empregada no segundo milênio a.C., enquanto a segunda passa a ser normativa no primeiro milênio a.C. Se levarmos esses dados à sua conclusão lógica, parece que a mesma palavra teve, no início, a conotação do processo de tingimento, com o passar do tempo foi estendida às pessoas envolvidas no processo e, por fim, englobou o território/província onde essas pessoas formavam um grupo bastante importante da população.

PALESTINA
Por motivos que ainda não estão claros para nós, por volta de 1200 a.C. boa parte do mundo bíblico experimentou uma séria turbulência política, provocada em grande parte por hordas de invasores a que fontes egípcias se referem como "povos do mar" Há muito os estudiosos vêm cogitando sobre o que provocou esse movimento de cerca de 14 povos na direção sudeste: denyen, lukka, shardanu, masha, arinna, karkisha, pitassa, kashka, akawasha, tursha, sheklesh, peleset (filisteus), tjekker e weshesh (essas grafias são aproximadas). Embora dois ou três desses povos também apareçam em textos mais antigos do Levante ou do Egito, parece que por essa época houve uma migração bem vasta. Esses povos foram desalojados devido a uma mudança climática que causou escassez de alimento, à turbulência política que cercou a batalha de Troia ou à invasão da Grécia pelos dórios, ou a algum outro fator? Qualquer que tenha sido o motivo, é provável que, antes de chegar ao coração do Egito, vários contingentes de povos do mar tenham sido responsáveis pela queda do Império Hitita, cujo centro de poder ficava na Ásia Menor, pela captura da ilha de Chipre e pela devastação e/ou reocupação de muitas cidades em todo o Levante: Ugarit, Alalakh, Carquêmis, T. Sukas, Tiro, Sidom, Hazor, Aco, Dor e um grande número de lugares na planície da Filístia. Mas os egípcios resistiram aos povos do mar, e seus textos indicam que os filisteus foram repelidos do território egípcio na direção nordeste,15 onde mais tarde habitaram o sudoeste de Canaã, que se tornou conhecido como planície da Filístia. O local de onde os filisteus emigraram também continua sendo objeto de debate.1 A tradição bíblica de que procederam de Caftor (Creta) não é decisiva, porque aquele texto declara que os filisteus foram trazidos de Caftor da mesma maneira que os israelitas foram trazidos do Egito (Am 9:7; cp. Gn 10:14-1Cr 1.12; Jr 47:4; Ez. 25.16; SF2.5). Ou seja, é possível que a Biblia não esteja indicando o lugar de origem de nenhum dos dois povos. Levando em conta certos aspectos da cultura material filisteia (caixões de defunto estilizados, cerâmica característica etc.) ou palavras bíblicas encontradas em narrativas sobre os filisteus (guerreiro, senhor, capacete, arca), alguns estudiosos defendem que os filisteus emigraram da Grécia. Outros, com base em épicos gregos e na tradução que a LXX faz de Caftor ("Capadócia") em Deuteronômio 2.23 e Amós 9.7, afirmam que os filisteus tiveram origem ao longo do litoral sudoeste da atual Turquia. Mas tudo isso continua sendo bastante especulativo, em parte devido à escassez de textos indubitavelmente filisteus e em parte porque os filisteus começaram a passar pelo processo de assimilação cultural logo depois de chegarem a Canaã. A única conclusão segura a que se pode chegar é que, como designação de uma entidade geográfica distinta, a palavra Palestina deriva dos filisteus.
Hoje em dia às vezes se diz que, como designação da terra de Israel, o termo "Palestina" surgiu só em meados do segundo século d.C., quando, como castigo político pela revolta de Bar-Kochba, o imperador Adriano deliberadamente adotou o nome dos antigos inimigos de Israel - os filisteus - e apenas o latinizou para criar conotações pejorativas óbvias.
De acordo com esse ponto de vista, o uso mais antigo de "Palestina" foi propaganda feita pelos romanos com fortíssimas implicações políticas antijudaicas. Nesse caso, então, qualquer uso que se faça atualmente da palavra Palestina para se referir à história antes da época de Adriano é, na melhor das hipóteses, perigosamente anacrônico e historicamente errôneo e, na pior, antibíblico e até mesmo antijudaico. Existem, contudo, dados que apontam em outra direção.
Para começar, o nome Palestina aparece 13 vezes em textos neoassírios ainda do reinado de Adade-Nirari III (810-782 a.C.), Tiglate-Pileser III (744-727 a.C.) e Sargão II (721- 705 a.C.)." É improvável que qualquer uma dessas citações vislumbrasse a terra de Israel como um todo (em contraste com a região da Filístia). Na realidade, em um dos textos, Palestina aparece em contraste tanto com Israel (literalmente " terra de Onri") quanto com Edom.5 No entanto, em 11 casos a palavra Palestina é imediatamente precedida pelo indicador semântico para "terra/país", o que é uma indicação inconfundível de que a referência é a uma entidade geográfica distinta. De modo semelhante, uma estatueta egípcia com data presumível da 27. dinastia (945-715 a.C.) traz inscrição que faz referência a um "encarregado de Cana e Palestina" (escrita PIst). Nesse caso, o termo Palestina está sendo usado em contraste com o território de Canaã. Pode-se observar mais uma vez que o termo aparece definitivamente num contexto geográfico/provincial (e não político).
Mais relevantes para essa controvérsia são, porém, os resultados de uma pesquisa por computador que pode ser feita no Thesaurus linguae graecae (TLG; University of California, campus de Irvine). Uma pesquisa de "Palestina" como nome próprio em textos escritos antes do fim do primeiro século da era crista revelou 196 citações completas em textos gregos ou latinos (excluindo-se possíveis atestações parciais da palavra Parte das extensas ruínas arqueológicas do período Palácio Novo (aprox. 1700-1400 a.C.) em Zakros, no litoral sudeste de Creta. Alguns especialistas creem que o lugar de origem dos filisteus pode ter sido Creta.


ISRAEL
O nome Israel deriva, em última instância, do patriarca Jacó, cujo nome foi mudado para Israel (Gn 32:28). Quando os descendentes do patriarca se tornaram escravos no Egito, a expressão "filhos de Israel" passou a ser frequentemente aplicada a eles (Êx 1:9-12; 2.23,25; 3:9-11; etc.). Mais tarde, o nome Israel veio a ser aplicado ao reino nortista de Efraim, em contraste com o reino sulista de Judá (1Rs 12:18-20; 1Cr 5:17; etc.). Posteriormente, após o desaparecimento do Reino do Norte, ocasionalmente "Israel" foi usado para se referir ao reino sulista de Judá (Jr 10:1). Assim mesmo, é difícil identificar uma passagem bíblica que use explicitamente a palavra Israel para denotar uma área geográfica específica. É claro que ocorre a expressão "terra de Israel" (1Sm 13:19-1Cr 22.2; 2Cr 2:17; Ez 40:2-47.18), mas ela sempre está ligada ao terreno ocupado ou a ser ocupado por alguns ou por todos os israelitas e, em consequência, a extensão dessa área sofre variação. Fora da Bíblia, "Israel" (i.e., o Israel da Bíblia) ocorre em três textos antigos. O mais antigo é uma estela de granito do quinto ano de Merneptah (1209 a.C.). Nessa tábua de granito há uma inscrição que menciona 1srael, mas ela está registrada de tal maneira que parece apontar para uma entidade étnica e, por esse motivo, a citação não oferece quase nenhuma ajuda na definição das fronteiras geográficas de Israel. Contudo, a Estela de Merneptah é a única testemunha extrabíblica de Israel antes do nono século a.C., quando o nome aparece em duas inscrições distintas. O Obelisco Negro está escrito em cuneiforme e data do sexto ano do rei assírio Salmaneser III (853 a.C.), quando Acabe forneceu 2 mil carros e 10 mil soldados para uma coalizão que lutou contra as forças de Salmaneser. A inscrição faz referência a Acabe como " rei de Israel" Poucos anos depois (c. 835 a.C.), o rei Messa de Moabe mandou inscrever, em uma estela de basalto, uma dedicatória à sua divindade, Camos; nessa inscrição ele se vangloriou de ter retomado o território que anteriormente havia sido conquistado por Onri, "rei de Israel" De acordo com a Bíblia, Messa de Moabe foi vassalo de Israel durante os dias de Onri e Acabe, mas se rebelou por ocasião da morte deste último (2Rs 3:4-5). Contudo, uma batalha ocorrida em seguida e registrada na Bíblia terminou com uma derrota moabita (2Rs 3:9-27). Numa tentativa de harmonizar a afirmação bíblica com a declaração de vitória registrada na estela de Messa, alguns estudiosos sustentam que a vitória de Messa sobre Israel ocorreu um pouco depois, durante o reinado de Jeoacaz. Nenhuma dessas duas inscrições do nono século a.C. fornece informações geográficas que permitam traçar fronteiras específicas para Israel. No entanto, ambas são bastante úteis, pois cada uma identifica explicitamente pelo nome pessoas que, na Bíblia, também são conhecidas como "rei de Israel. A Inscrição de Messa é ainda muito útil por ser rica em terminologia bíblica.

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

Evidências da conquista de Canaã

final do século XV ou XIII a.C.
DUAS DATAS
Ao consideramos o êxodo, vimos que este pode se datado de 1446 a.C.ou de c. 1270 a.C. Isto resulta em duas datas diferentes para a conquista israelita sob o comando de Josué que, levando em conta o período de aproximadamente quarenta anos de jornada pelo deserto, se deu por volta de 1407 a.C.ou c. 1230 a.C. No tocante à arqueologia da Palestina, a primeira data corresponde à Idade Recente do Bronze I (c. 1450-1400 a.C.) e a segunda ao período conhecido como Idade Recente do Bronze II (c. 1300-1200 a.C.). Por certo, os israelitas já se encontravam na terra em 1209 .C., quando o faraó Merenptah encontrou um povo chamado Israel em Canaá,

JERICÓ: UM LOCAL IMPORTANTE
Quando o arqueólogo inglès John Garstang realizou escavações em Jericó (Tell es-Sultan) entre 1930 e 1936, encontrando evidências de que uma cidade inteira havia sido destruída pelo fogo' e parte de suas muralhas havia ruído durante um terremoto, parecia haver indicações conclusivas em favor da data mais antiga, ou seja, c. 1400 a.C.No entanto, ao retomar as escavações em Jerico entre 1952 e 1958, a arqueóloga inglesa Kathleen Kenyon mostrou que a datação feita por Garstang das muralhas da Cidade IV de Jerico (a cidade da Média Idade do Bronze) de c. 1400 a.C. devia ser corrigida para c. 1550 .C. Em termos históricos, essa destruição deve ser associada à guerra de retaliação dos egípcios contra os hicsos que haviam sido expulsos do local, e não ao exército de Josué. As tentativas de baixar essa data de 1550 a.C. para c. 1400 a.C. não foram amplamente aceitas. Não há como negar que são escassas as evidências arqueológicas da conquista de Jericó pelos israelitas, quer em c. 1400 a.C (Idade Recente do Bronze I), quer em c. 1230 (Idade Recente do Bronze II). De acordo com alguns estudiosos, caso tenha restado algo da cidade depois do ataque de Josué, OS vestígios foram apagados pela erosão subseqüente. Sem dúvida, grande parte da Jericó da Média Idade do Bronze destruída pelo fogo em c. 1550 .C. foi removida pela erosão. Quanto às muralhas, sabemos que a casa de Raabe fazia parte das mesmas. Assim, é possível que as fortificações formassem um círculo contínuo de edifícios ao redor da cidade, e não uma muralha típica. Uma analogia fornecida pelo rei egípcio Tutmósis 3 (1479-1425 a.C.) pode vir ao caso. Tutmósis realizou dezoito campanhas militares na Síria-Palestina e, no entanto, poucas cidades atacadas por ele apresentam níveis de destruição correspondentes. O rei do Egito descreve Megido como uma cidade fortificada a qual ele sitiou durante sete meses. No entanto, nenhum vestígio de uma muralha pôde ser encontrado no nível da Idade Recente do Bronze IA dessa cidade.

A IDENTIFICAÇÃO CORRETA DOS LOCAIS
Josué 12:9-24 apresenta uma lista de 3I reis derrotados. Isto não significa, necessariamente, que o exército de Josué triunfou sobre todos esses reis em suas próprias cidades. O rei de Gezer foi derrotado em Laquis, para onde subiu a fim de ajudar o monarca dessa cidade." Também não devemos pressupor que todas as 31 cidades foram destruídas, apesar do extermínio dos habitantes das cidades tomadas ser uma prática comum. De todos os locais mencionados, o exército de Josué pôs fogo apenas em Jericó, Ai e Hazor.f A localização de cerca de dez destas cidades não pode ser definida com precisão. Talvez o caso mais expressivo seja o de Ai. A identificação tradicional com et-Tell se baseia no fato dos nomes "Ai" e et-Tell significarem "ruína". Dos locais identificáveis restates, quatro (Geder, Adulão, Tapua e Hefer) não foram escavados.

AS CIDADES DE CANAÃ CONSIDERADAS COMO UM TODO
A fim de resolver o problema, é preciso considerar evidências de todas as cidades de Canaã, e não apenas de Jericó. É possível relacionar os locais que ram habitados e foram destruídos em uma ou ambas as datas sugeridas. No entanto, convém observar que nenhum local foi inteiramente escavado. Em vários casos, foram realizadas escavações em apenas cerca de 5% do nível relevante, como no caso de Gibeão. Nos casos em que existem sinais claros de destruição, não há provas conclusivas de que foi provocada pelos israelitas. Em relação à data de c. 1400 (Idade Recente do Bronze I), há evidências de assentamentos em oito dos locais identificados com certeza, a saber, Jerusalém, Gezer, Afeca, Hazor, Sinrom, Taanaque, Megido e Jocneão. No entanto, pode-se comprovar a destruição de apenas dois desses locais: Hazor (Tell el- Qadeh) e Megido (Tell el-Mutesellim). Para a data de c. 1230 a.C. (Idade Recente do Bronze II, há evidências de assentamentos em quatorze dos - locais identificados com certeza, a saber, Jerusalém, Jarmute, Laquis, Eglom. Gezer, Debir, Libna, Betel, Afeca, Hazor, Sinrom, Acsafe, Megido e Jocneão. Pode-se comprovar a destruição em seis cidades: Laquis, Gezer, Betel, Afeca, Hazor e Jocneão. Assim, apesar da data de c. 1230 a.C. (Idade Recente do Bronze II) apresentar mais evidências, a correspondência não é abrangente.

A TRANSJORDÂNIA
Anida não foi encontrada na Transjordânia nenhuma cidade fortificada datada desses dois períodos. No caso de Hesbom, a identificação tradicional com Tell Hesban pode ser equivocada Duas cidades vizinhas, Tell el-Jalul e Tell el-Umeiri podem ser candidatas mais adequadas, pois apresentam vestígios de ocupação na 1dade Recente do Bronze.

EM RETROSPECTO
Uma vez que os israelitas reocuparam as cidades depois de sua conquista rápida, esses locais não foram destruídos. Apesar de ser recém-chegado em Canaã, o povo de Israel não trouxe consigo, necessariamente, uma bagagem cultural distinta e, portanto, as cidades ocupadas pelos israelitas podem não apresentar descontinuidade em relação aos habitantes anteriores. Um panorama arqueológico da conquista de Josué como um todo evolve a interpretação de evidências de um grande número de sítios arqueológicos apenas parcialmente escavados e, por vezes, não identificados de forma conclusiva. Assim, é compressível que as conclusões sejam extremamente variadas e talvez não haja como chegar a um consenso.
ESQUERDA: as conquistas de c. 1400 e c. 1230 a.C. A conquista de Canaã por Josué costuma ser datada de c. 1400 a.C.ou c. 1230 a.C.Os mapas indicam evidências arqueológicas das duas datas. Nenhuma delas coincide perfeitamente com os dados fornecidos.
ESQUERDA: as conquistas de c. 1400 e c. 1230 a.C. A conquista de Canaã por Josué costuma ser datada de c. 1400 a.C.ou c. 1230 a.C.Os mapas indicam evidências arqueológicas das duas datas. Nenhuma delas coincide perfeitamente com os dados fornecidos.
ESQUERDA: Planta urbana de Jericó Jericó é considerada por muitos a conquista mais important dos israelitas sob o comando de Josué.
ESQUERDA: Planta urbana de Jericó Jericó é considerada por muitos a conquista mais important dos israelitas sob o comando de Josué.
Tell es-Sultan, localização da Jericó mencionada no Antigo Testamento. Ao fundo aparece o Monte da Tentação.
Tell es-Sultan, localização da Jericó mencionada no Antigo Testamento. Ao fundo aparece o Monte da Tentação.
Relevo do sétimo portal do templo de Amon, em Karnak, Egito. Representa o rei Tutmósis III (1479-1425 a.C.) golpeando prisioneiros asiáticos com os braços levantados, suplicando por misericórdia.
Relevo do sétimo portal do templo de Amon, em Karnak, Egito. Representa o rei Tutmósis III (1479-1425 a.C.) golpeando prisioneiros asiáticos com os braços levantados, suplicando por misericórdia.

A geografia de Canaã

NOMES DA REGIÃO
A terra prometida a veste do lordão era chamada de Canaã, o nome do filho de Cam, filho de Noé! Antes da conquista israelita, os habitantes dessa terra eram chamados de cananeus. O primeiro registro desse nome aparece numa inscrição de Idrimi, rei de Alalakh (Atçana), no sudeste da Turquia, datada da metade do século XV a.C. "Terra de Israel'", uma expressão usada no Antigo Testamento e pela qual o profeta Ezequiel demonstra grande preferencia, se tornou uma designação politizada demais para ser aceita universalmente no dia de hoje como referência geral à terra em si. A exemplo de Canaã, o termo '"Palestina", que ironicamente é derivado dos inimigos tradicionais de Israel, os filisteus, e era o nome da província romana, é usado com frequência para designar o território entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo. Neste Atlas, usamos o nome Palestina com esta última conotação que não deve, portanto, ser interpretada com um sentido político moderno. Termos como "Israel" e "Judá" são usados para denotar os Estados que surgiram na região. A expressão "terra santa" ocorre apenas duas vezes no Antigo Testamento.

As PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Duas cadeias de montanhas se estendem em paralelo à costa do Mediterrâneo, separadas pelo vale do Jordão. Assim, a terra pode ser dividida, de oeste a leste, em cinco partes:

1. A planície costeira.

2. Os montes da região oeste.

3. O vale do Jordão.

4. Os montes da região leste, na Transjordânia.

5. O deserto da região leste.

Na verdade, essa divisão esquemática é um pouco mais complexa. No sul de Gaza, junto ao mar Mediterrâneo e Berseba, estendendo-se até o mar Morto, há uma região de estepe incultivável chamada Neguebe. Da planície costeira se eleva a cadeia rochosa do Carmelo, uma ramificação dos montes da região oeste. Do lado leste do Carmelo, a planície costeira continua em direção ao interior. Essa região é chamada, por vezes, de vale de Esdraclom ou planície de Megido. Além da linha divisora de águas, o vale de Jezreel se une ao vale do Jordão, separando os montes do oeste em duas partes. Outra região discernível é o Sefelá, um conjunto de colinas entre a planície costeira e os montes de Judá.

1. A planície costeira da Palestina que em vários períodos não ficou sob o controle de Israel, carece de portos naturais, tornado compreensível a inexperiência de Israel em empreendimentos marítimos.

2. Os montes da região oeste se elevam até 1.200 m no norte da Galiléia e 1.115 m perto de Betel. Os montes Tabor (587 m), Gilboa (496 m), Ebal (939 m), Gerizim (881 m) e das Oliveiras (816 m) fazem parte dessa cadera.

3. O vale do Jordão é a depressão mais profunda da superfície da terra, constituindo parte do vale do Rift (também chamado de "Grande Fossa Africana") que se estende para o sul junto ao mar Vermelho e chega até o leste da África. O vale do Jordão possui três lagos.

a) O lago Hulé (atualmente drenado) fica 70 m acima do nível do mar.

b) O lago da Galiléia, também chamado de mar de Quincrete (harpa), lago de Genesaré e mar de Tiberíades, fica 210 m abaixo do nível do mar. Tem 20 km_ de comprimento e 13 km de largura máxima. cobrindo uma área total de 170 km?. Sua profundidade máxima é de 48 m. Ao sul do lago da Galileia, o rio Jordão serpenteia pelo vale em meio a uma vegetação densa, constituída principalmente de tamargueiras e espinheiros, na qual, em outros tempos, era possível encontrar leões.

c) O mar Morto também chamado de mar Salgado, mar do Oriente e mar da Arabá, fica 403 abaixo du nivel do mar Éupontomais baixo da terra e chega a 433 m de profundidade. Tem 75 km de comprimento e 16 km de largura máxima.. A concentração de sal do mar Morto é de 25%, enquanto a do oceano Atlântico é de 6%. Ao sul do mar Morto estende-se o vale de Arabá que atinge uma altura de 230 m acima do nível do mar antes de voltar a descer para o golfo de Ácaba. O monte mais alto da cadeia da região leste é o Hermom (2.814 m), cujo pico coberto de neve pode ser visto a mais de 100 km de distância. Deus permitiu que Moisés avistasse a terra prometida do monte Nebo (835 m).
Não há nenhum limite natural claro entre os montes da região leste da Transjordânia e o deserto a oeste, de onde vinham as tribos saqueadoras como os amalequitas e midianitas.

RECURSOS NATURAIS
O planalto central e a Galiléia são constituídos, em sua maior parte, de calcário, fornecendo aos israelitas um tipo de pedra adequado para a construção. O cobre era extraído de minas em Timna, na Arabá, e depois fundido para produzir bronze no vale do Jordão, entre Sucote e Zaretá. As margens do mar Morto forneciam um suprimento inesgotável de sal. A "Cidade do Sal" mencionada em Josué 15.62 talvez corresponda a Qumran, local no extremo norte do mar Morto que, posteriormente, abrigou a seita dos essênios.

TERREMOTOS E ATIVIDADE GEOTÉRMICA
De tempos em tempos, ocorrem movimentos na crosta terrestre da região da Palestina. Os terremotos podem ter ajudado o exército de Josué a atravessar o Jordão e tomar Jerico. O grande terremoto do tempo do rei Uzias de Judá ainda era lembrado quase dois séculos e meio depois de sua ocorrência.* No momento em que Jesus morreu, a terra tremeu e as rochas se fenderam,5 A mesquita de Al-Aqsa, construída sobre o monte do Templo em Jerusalém, foi danificada por vários terremotos ao longo da história. O último abalo sísmico mais sério ocorreu em 1927. Além disso, vulcões do sudeste do golfo de Ácaba ainda se encontravam ativos nos séculos 8 e XIII. Evidências de atividade geotérmica podem ser observadas nas fontes termais próximas a En- Gedi, do lado oeste e em Zara (Callirhoe) do lado Jeste do mar Morto. Aná, o edomita, parece ter descoberto algumas fontes termais no deserto a leste do lordão.

UMA TERRA BOA
A terra de Canaã é apresentada, com freqüência, como uma terra boa e desejável: 'porque o Senhor, teu Deus, te faz entrar numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, de mananciais profundos, que saem dos vales e das montanhas: terra de trigo e cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel; terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro e de cujos montes cavarás o cobre" (Dt 8:7-9).

Descrição do processo de mineração na antiguidade
"Na verdade, a prata tem suas minas, e o ouro, que se refina, o seu lugar. O ferro tira-se da terra, e da pedra se funde o cobre. Os homens põem termo à escuridão e até aos últimos confins procuram as pedras ocultas nas trevas e na densa escuridade. Abrem entrada para minas longe da habitação dos homens, esquecidos dos transeuntes; e, assim, longe deles, dependurados, oscilam de um lado para outro." Jo 28:1-4
Regiões naturais da Palestina e Transjordânia
Regiões naturais da Palestina e Transjordânia
Penhascos de arenito corroídos pela erosão, localizados em Timna, próximo a Elate, onde se extraía cobre durante o reinado de Salomão.
Penhascos de arenito corroídos pela erosão, localizados em Timna, próximo a Elate, onde se extraía cobre durante o reinado de Salomão.

As condições climáticas de Canaã

CHUVA
No tempo de Moisés e Josué, como nos dias de hoje, a chuva era de suma importância para o clima de Canaã "Porque a terra que passais a possuir não é como a terra do Egito, donde saístes, em que semeáveis a vossa semente e, com o pé, a regáveis como a uma horta; mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas" (Dt 11:10-11).
Os ventos prevalecentes vindos do mar Mediterrâneo que trazem consigo umidade são forçados a subir quando se deparam com os montes da região oeste e perdem essa umidade na forma de chuva. Passada essa barreira natural, os índices pluviométricos caem drasticamente e, alguns quilômetros depois, a terra se transforma em deserto. Esse fenômeno é exemplificado de forma clara pela comparação entre os índices pluviométricos anuais da cidade moderna de Jerusalém (cerca de 600 mm) com os de Jericó, apenas 20 km de distância (cerca de 160 mm).
O índice pluviométrico anual de Jerusalém é quase o mesmo de Londres, mas em Jerusalém concentra-se em cerca de cinquenta dias de chuva por ano, enquanto em Londres se distribui ao longo de mais ou menos trezentos dias. Em geral, esse índice aumenta em direção ao norte; assim, nos montes ao norte da Galileia a chuva pode chegar a 1.000 mm por ano. Por outro lado, nas regiões sul e leste da Palestina fica abaixo de 300 mm, condições nas quais a agricultura geralmente se torna impraticável.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A terra de Canaã descrita no Antigo Testamento parece mais fértil do que hoje. A pastagem excessiva, especialmente por rebanhos caprinos, provocou a erosão e perda de fertilidade do solo. Sem dúvida, a terra está mais desmatada devido ao uso de madeira para a construção e combustível e à devastação provocada por inúmeras guerras e cercos.' No entanto, não há nenhuma evidência de que os índices pluviométricos atuais apresentem diferenças consideráveis em relação as dos tempos bíblicos. A erosão das encostas dos montes simplesmente aumentou o escoamento de água e, portanto, as tornou menos férteis.

O CALENDÁRIO DE CANAÃ
Normalmente, não ocorrem chuvas entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de outubro. Da segunda quinzena de junho à primeira quinzena de setembro, a vegetação seca sob o calor abafado do verão. A temperatura mais alta registrada na região foi de 51° C no extremo sul do mar Morto. As primeiras chuvas que normalmente começam a metade de outubro, mas podem atrasar até janeiro, amolecem o solo, permitindo o início da aragem. As principais culturas - o trigo e a cevada - eram semeadas nessa época. A chuva continua a cair periodicamente ao longo de todo o inverno, culminando com as chuvas serôdias em abril ou início de maio, que fazem os grãos dos cereais incharem pouco antes da colheita. A cevada era menos valorizada do que o trigo, mas tinha a vantagem de crescer em solos mais pobres e ser colhida mais cedo. A colheita da cevada Coincidia com a festa da Páscoa, no final de março ou em abril e a do trigo com a festa de Pentecoste, sete semanas depois. Uvas, azeitonas, figos e outras frutas eram colhidos no outono. O inverno pode ser frio e úmido, chegando a nevar. Uma quantidade considerável de neve cai sobre Jerusalém mais ou menos a cada quinze anos. A neve é mencionada várias vezes no Antigo Testamento. Por exemplo, um homem chamado Benaia entrou numa cova e matou um leão "no tempo da neve". Numa ocorrência extraordinária, uma chuva de granizo matou mais cananeus do que os israelitas com suas espadas. A chuva no nono mês (dezembro) causou grande aflição ao povo assentado na praça em Jerusalém.° No mesmo mês, o rei Jeoaquim estava assentado em sua casa de inverno diante de um braseiro aceso.• Era necessário usar o fogo para se aquecer até o início de abril, como se pode ver claramente no relato da negação de Pedro. Um problema associado à estação das chuvas, especialmente na região costeira e junto ao lago da Galileia, era o míldio, que na tradução portuguesa por vezes é chamado de "ferrugem". O termo se refere ao mofo em roupas e casas, um mal que devia ser erradicado, e também a uma doença que afetava as plantações.

SECAS
Em algumas ocasiões, o ciclo de chuvas era interrompido e a terra sofria grandes secas. A mais conhecida ocorreu no tempo de Elias e, sem dúvida, teve efeitos devastadores, como a grave escassez de alimentos.° Esse tipo de ocorrência havia sido predito pelo autor de Deuteronômio. A desobediência ao Senhor traria sua maldição sobre a terra: "Os teus céus sobre a tua cabeça serão de bronze; e a terra debaixo de ti será de ferro. Por chuva da tua terra, o Senhor te dará pó e cinza; dos céus, descerá sobre ti, até que sejas destruído" (Dt 28:23-24).

terra cultivável no vale de Dota
terra cultivável no vale de Dota
chuvas
chuvas
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina

A Agricultura de Canaã

A VEGETAÇÃO NATURAL
A. Palestina apresenta diversos tipos de clima desde o alpino até o tropical e o desértico. Em decorrência disso, possui uma vegetação extremamente variada, sendo que foram registradas 2.780 espécies de plantas. Mais de vinte espécies de árvores são mencionadas na Bíblia, desde as palmeiras da região tropical de Jericó até os cedros e florestas de coníferas do Líbano. Nem todas as árvores podem ser identificadas com precisão botânica; alguns termos talvez abrangessem várias espécies diferentes. Por exemplo, o termo hebraico usado para maçá também pode incluir o damasco.' As alfarrobeiras, de cujos frutos o filho pródigo comeu, são conhecidas apenas na bacia do Mediterrâneo. Nem todas as árvores mencionadas na Bíblia eram encontradas em Canaã. O olíbano (o termo hebraico é traduzido na Bíblia como "incenso") e a mirra do sul da Arábia e o cedro do Líbano são exemplos típicos, mas o sândalo, talvez uma espécie de junípero, também era importado do Líbano." Outras árvores provenientes de terras distantes foram introduzidas em Canaã, como no caso da amoreira - a amoreira-branca é originária da China e a amoreira-preta, do Irá. Nos meses de primavera, os campos ficam cobertos de flores, os "lírios do campo" "aos quais Jesus se referiu no sermão do monte (Mt 6:28).

O REINO ANIMAL
A Palestina abriga 113 espécies de mamíferos, 348 espécies de aves e 68 espécies de peixes. Possui 4.700 espécies de insetos, dos quais cerca de dois mil são besouros e mil são borboletas No Antigo Testamento, chama a atenção a grande variedade de animais, aves e insetos com a qual os habitantes de Canaã tinham contato. Davi matou um leão e um urso, dois animais que, para alívio da população atual, não são mais encontrados na região. Outros animais, como os bugios, eram importados de terras distantes." Um grande número de aves "mundas" não podia ser consumido como alimento. Mas quem, em sã consciência, comeria um abutre? Algumas dessas aves "imundas" talvez fossem migratórias, não tendo Canaã como seu hábitat. Os padres de migração dessas aves talvez não fossem compreendidos, mas certamente eram conhecidos. Alguns insetos voadores eram "limpos" e, portanto, podiam ser consumidos. João Batista parece ter aprendido a apreciar o sabor de "gafanhotos e mel silvestre" (Mic 1.6).

CULTURAS
O trigo e a cevada eram usados para fazer pão. Também se cultivavam lentilhas e feijões. Ervas como a hortelã, o endro e o cominho, das quais os fariseus separavam os dízimos zelosamente, eram usados para temperar alimentos de sabor mais suave. Os espias enviados por Moisés a Canaã voltaram trazendo um cacho de uvas enorme, e também romãs e figos. As uvas eram transformadas em vinho "que alegra o coração do homem" (SI 104,15) e em "bolos de passas" (Os 3:1). Do fruto das oliveiras extraía-se o azeite que, além de ser queimado em lamparinas para iluminar as casas, também era usado para fins alimentícios e medicinais e na unção de reis e sacerdotes. O linho era cultivado para a confecção de roupas. Também havia árvores de amêndoa, pistácia e outras nozes.

A CRIAÇÃO DE ANIMAIS
Canaã era considerada uma "terra que mana leite e mel" (Ex 3:8) e descrita desse modo cerca de quinze vezes no Antigo Testamento antes dos israelitas entrarem na terra. O leite era proveniente de ovelhas, cabras e também de vacas. Estes animais também forneciam lã, pelos e couro, respectivamente. Sua carne era consumida, mas, no caso da maioria do povo, somente em festas especiais, como a Páscoa, na qual cada família israelita devia sacrificar um cordeiro.! Caso fossem seguidas à risca, as prescrições do sistema sacrifical para toda a comunidade israelita exigiam a oferta anual de mais de duas toneladas de farina, mais de 1.300 l de azeite e vinho, 113 bois, 32 carneiros 1:086 cordeiros e 97 cabritos. O tamanho dos rebanhos e sua necessidade de pastagem adequada limitavam as regiões onde podiam ser criados. O território montanhoso no norte da Galileia era particularmente apropriado. Os touros de Basá, uma região fértil a leste do lago da Galileia, eram conhecidos por sua força. Além de bois e carneiros, o suprimento diário de alimentos para o palácio de Salomão incluía veados, gazelas, corços e aves cevadas.'* Não se sabe ao certo a natureza exata destas últimas; talvez fossem galinhas, conhecidas no Egito desde o século XV a.C.Os camelos, coelhos e porcos eram considerados "imundos" e, portanto, não deviam ser consumidos.

Uma descrição de Canaã
"Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas áquas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. SALMO 104:10-18

ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Conquista da Terra Prometida

Informações no mapa

GRANDE MAR, MAR OCIDENTAL

Lebo-Hamate

Gebal

SIDÔNIOS

Sídon

Cadeia do Líbano

HITITAS

Baal-Gade

Mte. Hermom

Damasco

HEVEUS

ARAMEUS

Mispá

Dã, Laís, Lesém

Tiro

Misrefote-Maim

Águas de Merom

MAACÁ

Basã

Argobe

Hazor

GESUR

Aco

Acsafe

GIRGASEUS

Mte. Carmelo

Madom

Mar de Quinerete

Astarote

Lassarom

Sinrom

Jocneão

Dor

Megido

Quedes

Taanaque

Rio Jordão

Arabá

Edrei

Caminho de Basã

AMORREUS (OGUE)

Héfer

HEVEUS

Tirza

Mte. Ebal

Mte. Gerizim

Siquém

Vale do Jaboque

AMOM

Adão

Afeque

PERIZEUS

Tapua

Gileade

Jázer

Rabá

Betel

Ai

Gilgal

Gibeão

Jericó

Sitim

Aijalom

Hesbom

Medeba

Maquedá

Jarmute

Jerusalém

JEBUSEUS

Mar Salgado,

Mar do Arabá

AMORREUS (SIOM)

Quedemote

Aroer

Vale do Arnom

MOABE

Estrada Real

Gaza

FILÍSTIA

Eglom

Libna

Laquis

Hebrom

Debir

Anabe

AMORREUS

Berseba

Gósen

Arade

Vale de Zerede

AMALEQUITAS

QUENEUS

Subida de Acrabim

Neguebe

Mte. Halaque

Torrente do Egito

Hazar-Adar, Adar

Cades, Cades-Barneia

EDOM, SEIR

Arabá

Deserto da Arábia

Informações no mapa

Campanhas militares

Canaã


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

CANAÃ

Atualmente: ISRAEL
Desde os tempos remotos a Palestina foi chamada de terra de Canaã e seus habitantes de cananeus. Quando Abrão chegou em Canaã por volta do ano 2000 a.C., era mais um semita que vinha somar-se à população camita da terra de Canaã. A região era ocupada por diversas tribos conhecidas sob o nome geral de cananeus (Gênesis 12:6-24:3,37), por ter origens na descendência do filho mais novo de Cão (neto de Noé), chamado Canaã. Gênesis 10:15-16, lista os seguintes povos cananeus: heteus, amorreus, periseus, heveus, jebuseus, girgaseus, arqueus, sineus, arvadeus, zamareus, hamateus. Os únicos relatos conhecidos até hoje, sobre os cananeus estão na Bíblia, por isto ainda não é possível determinar com precisão os limites das tribos primitivas de Canaã, por falta de dados sobre suas origens, idiomas e costumes. Provavelmente, cada povo constituia-se num reino e foram subordinados ao Egito. Geralmente, denomina-se esta região de Palestina. A área de Canaã é de 26.390 km2 , e inclui o território filisteu, que alcançava 4.589 km2 na época de sua maior extensão territorial. Sua largura de Acre ao mar da Galiléia é de 42 km e de Gaza ao mar Morto – 88 km, conforme Números 32:26-32

Local prometido por Deus a Abraão, também conhecido como Terra Santa.
Mapa Bíblico de CANAÃ


HAZOR

Atualmente: ISRAEL
Cidade cananéia edificada no período do Bronze Médio, período dos patriarcas. Esta cidade tinha 82 hectares. As muralhas eram precedidas de uma superfície inclinada, geralmente rebocada, que impedia qualquer aproximação por parte do inimigo. Tornou-se uma das cidades fortificadas de Salomão e foi conquistada pelos assírios, em 732 a.C.
Mapa Bíblico de HAZOR



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Juízes Capítulo 4 do versículo 1 até o 24
E. DÉBORA, 4:1-5.31

  1. Israel é Oprimido pelos Cananeus, (4:1-3)

O próximo ciclo de opressão e libertação começa depois de falecer Elide (1), o que indica que ou o juizado de Sangar (3,31) não aparece numa seqüência cronológica ou que aconteceu em outra parte do país. A fonte da nova opressão foi Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor. Seu general ou capitão, Sísera, tinha seu quartel general em Harosete-Hagoim (2). Hazor estava localizada no território concedido a Naftali (veja o mapa). Ela fora atacada e queimada anteriormente por Josué (Js 11:13) e, mais tarde, fortificada por Salomão (1 Rs 9.15). Foi identificada como a atual El-Qedah, cerca de 6,5 quilômetros a sudoeste do lago Hulé. Existem outras quatro localidades que são chama-das de Hazor no AT: uma cidade no extremo sul de Judá, próxima de Cades (Js 15:23) ; Quiriote-Hezrom, cerca de 7 quilômetros ao sul de Tell Ma'in (Js 15:25) ; uma vila em Benjamim (Ne 11:33) e uma região a leste da Palestina, no deserto da Arábia (Jr 49:28). Não é possível definir com precisão a localização de Harosete-Hagoim ou Harosete dos gentios (conforme algumas versões), mas pode ser Tell 'Amar, a 25 quilômetros a noroeste de Megido. A designação "dos gentios" pode ter sido usada para indicar a máxi-ma penetração dos israelitas até este ponto (cf. 13, 16).

Um fato particularmente perturbador para os israelitas eram os novecentos car-ros de ferro, talvez armados com foices de ferro que se projetavam dos eixos das rodas em ambos os lados. A opressão durou vinte anos e, então, os filhos de Israel clama-ram ao Senhor (3).

  1. Baraque Reúne as Tropas (4:4-10)

Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo (4). 4Ela fixou residência em Efraim, debaixo de uma palmeira, entre Ramá e Betel. Ramá — do hebraico "lugar elevado" — era um nome bastante conhecido na Pales-tina montanhosa. Ramá e Betel, mencionadas aqui, distavam entre si cerca de 6 quilômetros, alinhadas ao norte de Jerusalém, ficando Ramá a cerca de 10 quilômetros desta. Outros cincos locais são chamados de Ramá no AT: o lugar de nascimento de Samuel (1 Sm 1,19) ; uma cidade na fronteira do território de Aser (Js 19:29) ; uma cidade murada de Naftali (Js 19:36) ; uma cidade a leste do Jordão em Gileade, também conhecida como Ramote-Gileade (2 Rs 8.28,29) e uma vila em Simeão (Js 19:8). Os israelitas vieram a Débora a juízo (5).

No auge da opressão, Débora enviou a Baraque, filho de Abinoão, que morava em Quedes de Naftali (6). O nome Baraque significa "relâmpago". Quedes de Naftali ou "Quedes em Naftali" é diferente da Quedes no extremo sul de Judá (Js 15:23) e da cidade levítica de Issacar (1 Cr 6.72). Também é conhecida como Quedes, na Galiléia (Js 21:32). Este nome significa "santuário".

Débora entregou a Baraque uma mensagem do Senhor Deus de Israel, a fim de orientá-lo a ir ao monte de Tabor e levasse consigo dez mil homens das tribos de Naftali e de Zebulom. Tabor é uma montanha de pedra calcária na fronteira de Issacar, que se eleva a 562 metros acima do nível do mar. É a moderna Jebel el-Tur, a cerca de 19 quilômetros a nordeste de Megido. Tabor também era o nome de uma cidade levítica de Zebulom (1 Cr 6.77). O Senhor atrairia para o ribeiro de Quisom a Sísera, capitão do exército de Jabim (7). Para poder abater os homens de Baraque, Sísera teria que cruzar a planície na qual o ribeiro de Quisom, o segundo rio mais importante da Pa-lestina, corria para o mar. É neste lugar que o Senhor disse o darei na tua mão.

Baraque aprovou o plano sob a condição de que Débora fosse com ele (8). A profetisa concordou, assegurando, porém, ao guerreiro que esta expedição não traria glória a ele, uma vez que o Senhor entregaria Sísera na mão de uma mulher (9). O certo é que Débora era a mais forte dos dois. Sua presença no meio do exército daria tanto ao líder como aos homens a certeza da bênção de Deus. A partir de Quedes, Baraque fez a convo-cação dos homens de Zebulom e Naftali e subiu com dez mil homens após si (10).

  1. Um Queneu Independente (4,11)

Héber, queneu, é mencionado incidentalmente aqui para justificar a presença de suas tendas e de sua mulher, Jael, na área. Os queneus eram nômades que vagueavam pela região desértica ao sul de Judá. Contudo, Héber e sua família penetraram na re-gião ao norte e estavam acampados perto de Quedes até ao carvalho de Zaananim (11). Hobabe, sogro de Moisés – veja comentário de 1.16. O AT menciona três homens com o nome de Héber: um neto de Aser (Gn 46:17) ; um descendente de Esdras (1 Cr 4,18) e um benjamita da família de Saaraim (1 Cr 8.17). Este nome também é grafado como Éber em I Crônicas 5:13 (algumas versões) ; 8.22 e Lucas 3:35.

  1. O Exército de Sísera é Aniquilado (4:12-16)

Quando Sísera soube que Baraque havia subido ao monte Tabor e havia reunido ali o exército israelita, convocou todos os seus carros, novecentos carros de ferro, e todas as suas tropas desde Harosete-Hagoim e os levou até ao ribeiro de Quisom (13). Então Débora disse a Baraque: "Levanta-te, porque este é o dia em que o Senhor tem dado a Sísera na tua mão; porventura, o Senhor não saiu diante de ti?". Baraque, pois, desceu do monte Tabor (14).

E o Senhor derrotou a Sísera (15) — em hebraico " aniquilou, confundiu, desba-ratou, ou exterminou rapidamente". O versículo 5.21 sinaliza que havia algo mais envol-vido nesta vitória do que o valor de Baraque e seus homens. A batalha foi do Senhor do início ao fim. Uma enchente repentina e violenta do rio Quisom transformou a planície num charco no qual as gloriosas carruagens dos cananeus se tornaram um obstáculo em vez de uma vantagem. O resultado foi a derrota total das forças de Sísera e sua destrui-ção. O próprio general abandonou sua carruagem atolada e fugiu a pé.

  1. A Morte de Sísera (4:17-22)

A fuga de Sísera o levou de volta ao campo de Héber e, dali, para a tenda de Jael, mulher de Héber (17). Os nômades viviam em paz tanto com os israelitas como com os cananeus. Quando Jael viu Sísera passar por ali, disse: "Retira-te, senhor meu, retira-te para mim, não temas". Assim ele parou e entrou na tenda, onde ela cobriu-o com uma coberta (18) ou uma "colcha" ou "manta". Quando o capitão pediu água, Jael abriu um odre de leite (19) e deixou que ele bebesse. Os nômades usavam odres, feitos de pele de cabra ou de ovelha, como recipientes para água, vinho ou leite.

Encorajado pela hospitalidade aparentemente amigável e pelo fato de que os nômades viviam em paz com os habitantes de Canaã, Sísera orientou sua anfitriã para que se colocasse à porta da tenda (20) e respondesse não caso alguém perguntasse se havia um homem ali. Então, confiante e seguro, ele adormeceu. Foi, porém, o sono da morte (Sl 13:3 ARA), pois, ao perceber que seu convidado estava num sono profundo, Jael to-mou uma estaca da tenda e um martelo, cravou-a em sua têmpora, atravessou-a e fin-cou-a no chão. Foi desse modo que um guerreiro cansado morreu nas mãos de uma mu-lher astuta (21).

Quando Baraque chegou à tenda de Jael em sua busca pelo inimigo, a mulher lhe disse: "Vem, e mostrar-te-ei o homem que buscas". Baraque a seguiu, entrou em sua tenda e ficou surpreso, ao ver Sísera morto, preso ao chão por uma longa estaca que atravessava sua fonte (22).

Várias tentativas têm sido feitas no sentido de justificar a atitude de Jael, basean-do-se no comportamento da época, o qual punia com a morte o estrangeiro que entrasse na tenda de uma mulher beduína. Por outro lado, Jael agiu com hospitalidade e transmi-tiu confiança. Provavelmente é melhor reconhecer que aqueles eram tempos de violência e traição e que os eventos são escritos sem julgamento moral. Os queneus, embora em paz com Jabim e Sísera, foram aliados próximos dos israelitas por toda sua história.

  1. Jabim é Subjugado (4.23,24)

A derrota de Sísera e seu exército levaram à destruição de Jabim e seu reino cananeu. Assim, Deus, naquele dia, sujeitou (ou subjugou) a Jabim, rei de Canaã, diante dos filhos de Israel (23). Os israelitas fortaleceram-se cada vez mais até que foram capazes de destruir seu inimigo (24).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Juízes Capítulo 4 versículo 2
Hazor:
Ver Js 11:1, e o Índice de Mapas.Jz 4:2 Harosete-Hagoim:
Lugar de localização incerta; alguns o situam na margem direita do ribeiro Quisom, localizado ao pé do monte Carmelo. Conforme Jz 4:7.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Juízes Capítulo 4 do versículo 1 até o 24
*

4:2

Jabim. Esse Jabim é descendente do Jabim mencionado em Js 11:1-9.

* 4:4

Débora, profetisa, mulher de Lapidote. Lit. “uma mulher, uma profetisa, a mulher de Lapidote.” A ênfase está no fato de uma mulher ser líder em Israel. Débora, uma profetisa, é mencionada na altura da narrativa em que é geralmente o libertador que é mencionado (6.8, nota).

* 4:5

atendia... a juízo. Ou seja: era magistrado, promulgando decisões jurídicas.

* 4:6

monte Tabor. Era uma colina redonda que ocupava uma posição isolada no lado norte da planície no vale de Jezreel.

* 4:7

ribeiro Quisom. O ribeiro Quisom ficava ao sopé do monte Tabor, e estava virtualmente seco durante boa parte do ano (v. 15, nota).

* 4:8

Se fores comigo. Baraque estava pedindo que Débora arriscasse sua vida para verificar a veracidade das palavras dela, e também estava pedindo a uma mulher que fizesse aquilo que ele mesmo fora designado para fazer. Do ponto de vista dele, a missão era suicida, já que o monte Tabor era tão exposto que facilmente poderia ser cercado pelos carros de Sísera, sendo impedida qualquer via de escape. A fé de Baraque não era suficiente para enfrentar esse perigo.

* 4:9

não será tua a honra. Baraque foi castigado por ter duvidado (v.8).

pois às mãos de uma mulher o SENHOR entregará a Sísera. O inimigo não será entregue a Baraque, mas a uma mulher. De conformidade com o plano de Deus, Jael (v. 17) terá sucesso onde Baraque, devido à falta de fé, fracassará (vs. 18-22).

* 4:10

a Zebulom e a Naftali. Ver 5:13-18.

* 4:13

o ribeiro Quisom. Ver vs. 7, 15.

* 4:14

o SENHOR entregou a Sísera. Débora confirma a sua palavra da parte do Senhor (v. 7).

* 4:15

o SENHOR derrotou. O cântico de Débora nos dá a entender que o Senhor enviou chuvas que provocaram inundações repentinas imobilizando os carros de guerra inimigos.

* 4.18-21

Ver o relato poético em 5:24-27.

* 4:21

cravou a estaca. Nenhum motivo é citado para a ação de Jael. Uma mulher matou Sísera, e assim a palavra do Senhor a Baraque foi cumprida (v. 9). As mulheres não eram normalmente guerreiras, e era considerado vergonhoso morrer às mãos de uma mulher (9.53-54).



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Juízes Capítulo 4 do versículo 1 até o 24
4:1 o Israel pecou "ante os olhos do Jeová". Nossos pecados nos danificam tanto a nós como a outros, mas tudo pecado vai finalmente contra Deus porque fazemos caso omisso de seus mandamentos e sua autoridade sobre nossas vidas. Quando Davi confessou seu pecado orou: "Contra ti, contra ti solo pequei, e tenho feito o mau diante de seus olhos" (Sl 51:4). O reconhecer a seriedade do pecado pode ser o primeiro passo para tirar o de nossas vidas.

4:2, 3 Nada mais se sabe sobre o rei Jabín. Anos antes Josué tinha derrotado a um rei com esse nome e queimado até a terra a cidade do Hazor (Js 11:1-11). Ou a cidade tinha sido reconstruída já nesta época, ou Jabín esperava reconstrui-la.

Esta é a única vez durante o período dos juizes quando os inimigos dos israelitas saíram de sua própria terra. Os israelitas não tinham expulso a todos os cananeos e estes se reagruparam e tentavam recuperar o poder que tinham perdido. Se os israelitas tivessem obedecido a Deus em primeiro lugar e tivessem expulso aos cananeos da terra, este incidente não teria ocorrido.

4:2, 3 Os carros eram os tanques do mundo antigo. Feitos de ferro ou madeira, eram atirados por um ou dois cavalos e eram as armas mais temidas e capitalistas da época. Alguns destes carros até contavam com cuchillas afiadas que saíam das rodas para mutilar aos soldados indefesos. O exército cananeo contava com novecentos carros de ferro. Israel não era tão capitalista para derrotar um exército tão invencível. portanto, Jabín e Sísara não tiveram problema para oprimir ao povo, até que uma mulher fiel chamada Débora clamou a Deus.

4:3 depois de vinte anos de circunstâncias insuportáveis, os israelitas finalmente clamaram a Deus por ajuda. Mas Deus deveria ser o primeiro que procuramos quando enfrentamos a problemas ou dilemas. Os israelitas decidiram fazer as coisas a sua maneira e se meteram em problemas. Freqüentemente nós fazemos o mesmo. Tratar de controlar nossas próprias vidas sem a ajuda de Deus freqüentemente nos leva a dificuldades e confusão. Ao reverso, quando estamos em contato diário com Deus estamos menos propensos a nos criar situações dolorosas. Esta é uma lição que os israelitas nunca aprenderam completamente. Quando chegam os problemas, Deus quer que recorramos ao em primeiro lugar, procurando sua fortaleza e guia.

4.4ss A Bíblia registra a várias mulheres que exerceram posições de liderança nacional, e Débora foi uma mulher excepcional. Obviamente ela era a pessoa melhor para o posto, e Deus a escolheu a ela para guiar ao Israel. Deus pode escolher a qualquer para guiar a seu povo, jovem ou ancião, homem ou mulher. Não permita que seus prejuízos sejam um obstáculo para os que Deus tenha eleito para guiá-lo.

4.6-8 Era Barac um covarde ou necessitava ajuda? Não conhecemos o caráter do Barac, mas na Débora vemos o caráter de uma grande líder, a que se fez cargo como Deus o ordenou. Débora disse ao Barac que Deus estaria com ele na batalha, mas isso não foi suficiente para o Barac. O queria que Débora fora com ele. O requerimento do Barac mostra que seu coração confiava mais na força humana que nas promessas de Deus. Uma pessoa com uma fé real parte às ordens de Deus, mesmo que tenha que fazê-lo sozinha.

AOD

A primeira vista, a carreira de juiz do Aod no Israel pode não nos parecer relevante. É claro que viveu em outro tempo. Tomou ações radicais e violentas para liberar a seu povo. O assassinato do rei Eglón cometido por ele nos deixa pasmados. Sua guerra no Moab foi rápida e mortal. É-nos difícil nos identificar com ele. Mas nosso compromisso com a Palavra de Deus nos apresenta a provocação para que não ignoremos a este líder. Conforme lemos a respeito de sua vida, surgem algumas pergunta: (1) Quando foi a última vez que Deus me mostrou que havia algo mau em minha vida e tomei medidas imediatas, embora dolorosas, para corrigir o engano?

(2) Quando foi a última vez que pedi a Deus que me mostrasse como podia utilizar O algo único que há em mim (como usou o fato de que Aod fora canhoto)? (3) Quando foi a última vez que fiz um plano para obedecer a Deus em alguma parte específica de minha vida e logo o levei a cabo? (4) Quando foi a última vez que minha vida foi um exemplo de obediência a Deus para outros?

Os inimigos aos que nos enfrentamos são tão reais como os do Aod, mas pelo general se encontram dentro de nós. As batalhas que brigamos não são contra outras pessoas a não ser contra o poder do pecado. Necessitamos a ajuda de Deus para combater o pecado. Também precisamos recordar que O já ganhou a batalha. O venceu ao pecado na cruz de seu Filho Jesus. Sua ajuda é a causa de cada êxito e seu perdão é suficiente para cada fracasso.

Pontos fortes e lucros:

-- Segundo juiz do Israel

-- Um homem de ações diretas, um líder de primeira linha

-- Utilizou uma debilidade evidente (ser canhoto) para realizar uma grande obra para Deus

-- Dirigiu a revolta contra o domínio moabita e deu ao Israel oitenta anos de paz

Lições de sua vida:

-- Algumas condicione demandam ações radicais

-- Deus responde ao clamor do arrependimento

-- Deus está preparado para utilizar nossas qualidades únicas para levar a cabo sua obra

Dados gerais:

-- Onde: Nasceu durante os últimos anos de peregrinação no deserto ou durante os primeiros anos do Israel na terra prometida

-- Ocupações: Mensageiro, juiz

-- Familiares: Pai: Gera

-- Contemporâneos: Eglón do Moab

Versículo chave:

"E clamaram os filhos do Israel ao Jeová, e Jeová lhes levantou um libertador, ao Aod filho da Gera, benjamita, o qual era canhoto" (Jz 3:15).

Sua história se relata em Jz 3:12-30.

4:9 Como impôs Débora esse respeito? Ela tinha a responsabilidade de guiar ao povo na batalha, mas mais que isso, influiu no povo para que vivesse para Deus depois que terminou a batalha. Sua personalidade unia ao povo e impunha respeito até do Barac, um general de exército. Também era uma profetisa, cujo papel principal era animar ao povo a obedecer a Deus. Aqueles que dirigem não devem esquecer a condição espiritual daqueles a quem dirige. Um verdadeiro líder se preocupa com as pessoas, não só pelo êxito.

4:11 Heber era o marido do Jael (4.17). Era ceneo, uma tribo aliada do Israel por muito tempo. Mas por alguma razão, Heber decidiu aliar-se com o Jabín, possivelmente porque o exército do Jabín parecia levar a vantagem. É provável que tenha sido Heber o que disse a Sísara que os israelitas estavam acampados perto do monte Tabor (4.12; veja-se mapa). A pesar que Heber se uniu ao Jabín e a suas forças, sua esposa Jael não (4.21).

4.18-21 Sísara não pôde estar mais agradado quando Jael lhe ofereceu sua loja como esconderijo. Primeiro, porque Jael era a esposa do Heber, um homem leal às forças da Sísara (veja-a nota a 4.11), ele pensou que certamente ela era confiável. Segundo, porque nunca permitia aos homens entrar na loja de uma mulher, ninguém pensaria em procurar a Sísara aí.

Mesmo que Heber era leal às forças da Sísara, Jael certamente não o era. devido a que as mulheres desses dias se encarregavam de armar as lojas, não foi difícil cravar uma estaca na cabeça da Sísara enquanto dormia. Assim se cumpriu a predição da Débora de que a honra de vencer a Sísara seria de uma mulher (4.9).

DERROTA DO REI JABIN : Débora viajou de seu lar entre o Ramá e Betel para partir junto com o Barac e o exército israelita contra Hazor. Sísara, comandante do exército do Hazor, reuniu a seus homens no Haroset Goim. Apesar dos novecentos carros da Sísara e de um exército bem treinado, Israel obteve a vitória.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Juízes Capítulo 4 do versículo 1 até o 24
IV. Débora e Baraque (Jz 4:1) e um na poesia (cap. Jz 5:1 ).

A. A prosa STORY (4: 1-24)

A conta de prosa fala de uma mulher, Debora, que em meio a uma crise cada vez mais grave desafiou um guerreiro, Barak, para liderar o exército de Israel contra uma tirania crescente dos cananeus e uma vitória surpreendente e irresistível.

1. A Opressão pelos cananeus (4: 1-3)

1 E os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor, quando Ehud estava morto. 2 E o Senhor os vendeu na mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; . o capitão do seu exército era Sísera, o qual habitava em Harosete dos Gentios 3 E os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porque ele tinha novecentos carros de ferro; e vinte anos oprimia cruelmente os filhos de Israel.

Contas anteriores em juízes de opressões dos israelitas indicam que as partes do sul e centro de Canaã foram afetados. Agora, a opressão ocorreu na parte norte. Tribos como Issacar, Zebulom e Naftali foram diretamente afetados a mais. Num sentido mais amplo, a unidade nacional de Israel estava envolvido.

Garstang dá uma excelente conta da ocasião histórica para essa opressão. Seu ponto de vista é que Sísera tinha ganhado território na planície de Acco em Harosheth e tinha feito uma aliança com Jabim de Hazor, sob a forma de serviço mercenário. Sísera embarcou em um período de tirania desenfreada que ameaçava a própria existência de várias tribos do norte e em perigo todas as tribos. Garstang diz:

Este estado de coisas mergulhou Israel em perigo. ... Foi neste momento de crise, a mais grave que tinha ameaçado a nação em crescimento, que Debora, a profetisa surgiu e reuniu as tribos em conjunto, "uma mãe em Israel."

O autor de Juízes afirma que a desobediência de Israel foi a causa da opressão. Como o povo reconheceu isso e clamou ao Senhor (v. Jz 4:3 ), veio a promessa de ajuda divina. Aqui está um exemplo cristalino da compreensão deuteronômico da história de Israel.Enquanto Israel perseverei em seguir ao Senhor houve progressos no sentido de ocupação completa do terreno e posse da herança. No entanto, quando Israel pecou ela estava em perigo, e foi submetido ao perigo da tirania.

2. O Comando do Senhor (4: 4-11)

4 Ora, Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. 5 Ela se assentava debaixo da palmeira de Débora, entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim, e os filhos de Israel veio -se a ela a juízo. 6 Mandou ela chamar a Baraque, filho de Abinoão, de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura não o Senhor, o Deus de Israel, ordenou, dizendo: Vai, e atrai ao monte Tabor, e toma ? contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zabulon 7 e atrairei a ti, para o ribeiro de Quisom, Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros e sua multidão; e eu vou dar na tua Mc 8:1 E Barak disse-lhe: Se fores comigo, irei; mas se não fores comigo, eu não vou. 9 E ela disse: Certamente irei contigo; não obstante, a viagem que tomares não será tua a honra; porque o Senhor venderá a Sísera na mão de uma mulher. E Débora se levantou, e foi com Baraque para Quedes. 10 E Baraque convocou a Zebulom e Naftali em Quedes; e subiram dez mil homens a seus pés: e Debora subiu com ele.

11 Ora, Heber, o queneu havia se separado do queneus, dos filhos de Hobab o irmão-de-lei de Moisés, e tinha estendido as suas tendas até o carvalho de Zaananim, que está junto a Quedes.

Durante uma parte dos 20 anos que Sísera tinha empenhada em expandir seu regime tirânico sobre a parte norte de Canaã, Debora estava ativo no centro de Canaã como um líder carismático. Seu espírito de profecia e sua sabedoria na resolução de litígios tinha causado seu nome e trabalho a ser conhecido por muitos. O Espírito do Senhor estava em cima dela.

Para esta mulher, que viu a condição de opressão das tribos e que sabia de seu arrependimento, veio o mandamento do Senhor: Ide ... e eu vou desenhar ... Sísera ... e ... entregá-lo em sua mão (vv. Jz 4:6 , Jz 4:7 ). A crise era grave e libertação era imperativo.Debora enviado para Barak, que viveu no território, que foi a mais afetada pelas atividades de Sísera e que pode ter sido prisioneiro de Sísera por um tempo.

A convocação para Barak veio do Senhor por meio da profetisa. Ela disse Barak para montar dez mil homens de combate no Monte Tabor, que está localizado a cerca Dt 15:1)

12 E eles Sísera que Baraque, filho de Abinoão, tinha subido ao monte Tabor. 13 E Sísera reuniu todos os seus carros, novecentos carros de ferro, e todo o povo que estava com ele, desde Harosete dos gentios, a . do rio Kishon 14 Então disse Débora a Baraque, Up; pois este é o dia em que o Senhor entregou Sísera na tua mão; não é Senhor não saiu adiante de ti? Baraque, pois, desceu do monte Tabor, e dez mil homens após ele. 15 E o Senhor desbaratou a Sísera, e todos os seus carros, e todo o seu exército, com o fio da espada, diante de Baraque; e Sísera desceu do seu carro, e fugiu a Pv 16:1 Mas Barak perseguiu os carros, e depois de o anfitrião, até Harosete dos Gentios: e todo o exército de Sísera caiu ao fio da espada; não havia um só homem.

Barak não fez nenhuma tentativa de esconder seus movimentos como ele reuniu seus homens no Monte Tabor. Sísera foi informado dos movimentos dos israelitas. Ele reuniu todos os seus carros, novecentos carros de ferro, e todo o povo que estava com ele (v. Jz 4:13 ). Esta era uma força mais formidável dispostas contra Barak. Israel não tinha nada equivalente a carros de Sísera de ferro. Além disso, Israel não estava preparado para a guerra. Os homens não foram treinados; armas eram totalmente inadequadas.

No entanto, não foi a Sísera que tomou a ofensiva. Como ele estava manobrando o seu exército na posição contra Barak, foi a profetisa que viu o momento de oportunidade. Assim como manobras atingiu a fase crítica, a chuva começou a cair e virou-se para tal aguaceiro que o campo de batalha tornou-se um atoleiro eo pequeno Kishon se tornou uma torrente.

Debora ordenou, Up; pois este é o dia em que o Senhor entregou Sísera na tua mão; não é Senhor não saiu adiante de ti? (v. Jz 4:14 ). Ao receber esta mensagem da profetisa, Barak reuniu seus homens e saiu para a batalha contra Sísera. Naquele dia, o Senhor da história derrotou Sísera através da combinação de homem e natureza. A vitória removeu a opressão sobre as tribos do norte, melhorou o progresso em direção a um aumento união das tribos de Israel, e levou Israel a saber que o Senhor recompensa a obediência fiel.

4. A morte de Sísera (4: 17-24)

17 Entretanto Sísera fugiu a pé para a tenda de Jael, mulher de Heber, o queneu; . porquanto havia paz entre Jabim, rei de Hazor, ea casa de Heber, o queneu 18 E Jael saiu ao encontro de Sísera, e disse-lhe, Turn in, meu senhor, por sua vez, para mim; não temer. E virou-se a ela para dentro da tenda, e ela o cobriu com uma coberta. 19 E ele lhe disse: Dá-me, peço-te, um pouco de água para beber; porque tenho sede. E ela abriu uma garrafa de leite, e deu-lhe de beber, eo cobriu. 20 E disse-lhe: Põe-te à porta da tenda, e será que, quando alguém vier e perguntar por ti, e dizer: Existe algum homem aqui? que dirás: Não. 21 Então a mulher de Jael Heber, tomou uma tenda-pin, e pegou um martelo na mão, e foi de mansinho a ele, e feriu o pino em seus templos, e penetrou na terra; pois ele estava em um sono profundo; então ele desmaiou e morreu. 22 E eis que, seguindo Baraque a Sísera, Jael lhe saiu ao encontro, e disse-lhe: Vem, e eu te mostrarei o homem a quem procuras. E ele veio a ela; e eis que Sísera jazia morto, ea tenda pinos estava em seus templos.

23 Então Deus subjugou naquele dia Jabim, rei de Canaã, diante dos filhos de Israel. 24 E a mão dos filhos de Israel prevalecia cada vez mais contra Jabim, rei de Canaã, até que o destruíram Jabim, rei de Canaã.

Sísera, percebendo catástrofe havia caído sobre ele, deixou o seu carro e fugiu do campo de batalha a pé. Ele não tinha ido longe até que ele veio para a tenda de Jael, mulher de Heber, o queneu. Sísera aparentemente não viu razão para desconfiar dessas Kenites que haviam migrado para o norte e estavam em condições pacíficas com Jabim, rei de Hazor. Jael recebeu-o e deu-lhe comida e um lugar para dormir.

Enquanto Sísera dormia Jael matou. Quando Barak veio por ela ia ter com ele e disse-lhe que ela iria mostrar a ele o homem que ele estava procurando. Quando Barak viu que o homem era Sísera, lembrou-se, sem dúvida, a profecia de Debora. Os israelitas proclamou esta mulher Kenite uma heroína nacional.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Juízes Capítulo 4 do versículo 1 até o 24
  • Débora e Baraque (caps. 4—5)
  • A nação caíra tão baixo que agora uma mulher a julgava, o que era humilhante para os homens naque-la sociedade predominantemente masculina (veja Is 3:12). Durante 20 anos 1srael oprimiu os cananeus, e Deus suscitou essa profetisa a fim de liderá-lo no caminho para a vi-tória. Primeiro, ela chamou Bara-que para libertar a nação (4:1-7) e até deu-lhe o plano de batalha que recebeu do Senhor. Em geral, o rio Quisom ficava seco, mas Deus esta-va mandando uma grande tempes-tade que inundaria o leito do rio, e os carros de ferro ficariam presos (veja 4:3 e 5:20-22). Embora He- breus 11:32 cite Baraque como um homem de fé, aqui o vemos como um homem que depende de Débo-ra para vencer. Na verdade, Deus usou duas mulheres para libertar os judeus — Débora, a profetisa, e Jael (vv. 18-24). É interessante comparar Baraque e Sansão. Ambos estavam associados a mulheres, mas em um caso esse fato leva à vitória, e no outro, à derrota. Baraque liderou 10 mil homens no monteTabor, crendo na promessa de Deus transmitida por sua serva, Débora. O Senhor, quaisquer que tenham sido as fra-quezas de Baraque, ainda honrou-o por sua fé. Débora, em seu cântico de vitória (cap. 5), bendiz ao Senhor pela disposição do povo em lutar na batalha (vv. 2,9). Entretanto, ela também cita o nome de algumas tri-bos que foram muito covardes para lutar (5:16-17). A batalha aconteceu "junto às águas de Megido", onde o rio Quisom desliza do monte Tabor. Sísera e seu exército pensaram que os carros de ferro os fariam vencer, mas foram os carros que os levaram à derrota! Deus mandou uma gran-de tempestade (5:4-5 e 20-22) que transformou a planície em um char-co, e o inimigo não pôde atacar.

    Nesse dia, Israel obteve uma grande vitória, liderada por Baraque e pla-nejada por Débora.

    Contudo, não é Baraque que mata o general Sísera. Essa tarefa cabe a outra mulher, Jael. Os que- neus eram amigáveis com Israel (Jz 1:16Jz 1:16) por causa da ligação deles com a família de Moisés (Jz 4:11), mas eles também eram amigáveis com Jabim, o rei cananeu. Em ge-ral, na cultura oriental, um homem não entra na tenda de uma mu-lher, mas Jael persuadiu Jabim, o fez sentir-se confortável e, depois, matou-o. A "estaca" provavelmen-te era uma estaca de madeira usa-da nas tendas. Sua obra é bendita no cântico de Débora (5:24-27), embora algumas pessoas achem difícil entender essa obra. Com certeza, quando as tropas de Ba-raque pegassem Sísera, elas o ma-tariam, pois ele era inimigo do Senhor (5:31), não inimigo pesso-al de Jael. Ela estava ajudando Is-rael a lutar as batalhas do Senhor. Duas mulheres regozijam-se em vitória (Débora e Jael), porém uma (a mãe de Sísera) clama em sofri-mento (5:28-30).

    Em 5:6-8, observe a descrição do estado lamentável da sociedade de Is-rael nessa época. O povo estava tão temeroso que se mudava das aldeias para as cidades fortificadas, e era pe-rigoso viajar pelas estradas principais. O declínio na vida social e moral da nação era uma conseqüência inevitá-vel do declínio espiritual dela.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Juízes Capítulo 4 do versículo 1 até o 24
    4.1 Eúde é mencionado aqui, e não Sangar, porque este, provavelmente, agiu em região limitada ou então não foi juiz, no pleno sentido da palavra.

    4.2 Deve-se notar aqui que essa narrativa passa do tratar da situação do sul para o norte da Palestina. Hazor. Conforme Js 11:13n. Destruída por Josué um século antes, mas não ocupada pelos hebreus, foi reconstruída pelos cananeus e restaurada à sua grandeza anterior.

    4.3 Jabim. Provavelmente um título hereditário (conforme Js 11:13n). Carros de ferro. Conforme 1.19n. Os israelitas não tiveram acesso ao ferro, nem meios para produzir artigos desse metal (conforme Js 17:16; 1Sm 13:19-9).

    4.5 Débora. A única mulher juíza entre os juízes de Israel. As mulheres normalmente eram relegadas a plano inferior ao dos homens na estrutura tribal de Israel. A qualidade carismática de Débora já era conhecida, razão essa que levou o povo e Baraque a procurá-la.

    4.6,10 Tabor. Um monte de 400 metros que se destaca no nordeste do vale de Esdraelom. Naftali... Zebulom. As tribos mormente afetadas pela invasão dos cananeus. No cântico de Débora (cap.
    5) se compreende que outras tribos nortistas tomaram parte em outra fase da luta.

    4.7 Ribeiro Quisom. Riacho que corre para o oeste, pelo vale de Esdraelom.

    4.8 A hesitação de Baraque - como a de Moisés (Êx 4:13), Gideão (Js 6:15) e Jeremias (1,16) - é compreensível, em face das forças bem superiores do inimigo (conforme 2 Co 33-6). Tendo Débora junto de si, Baraque sentiria a presença de Deus e traria inspiração ao reduzido exército.

    4.11 Queneu. Conforme 1.16n. A família de Héber era composta de pastores nômades, que se deslocaram para o norte do país, em busca de pastagens.

    4.15 O Senhor derrotou o Sísera. Podemos tirar uma idéia do que aconteceu, Dt 5:21,Dt 5:22. Deus mandou um aguaceiro (possivelmente fora da estação da chuva), que causou o transbordamento do ribeiro Quisom. Os carros atolados na lama e levados pela correnteza perderam bem mais do que uma simples vantagem. O Senhor é maior do que Baal, deus da tempestade, visto que este nada pôde fazer para evitar a manifestação do poder de Jeová sobre a natureza.

    4.17 Havia paz... Sísera pensava que Jael lhe outorgava absoluta segurança. Havia paz entre Jabim e Héber. As boas maneiras e a generosidade de Jael, conforme a tradição do oriente, em que ao hóspede é garantida plena proteção, tudo inculcara no ânimo do comandante um sentimento de bem-estar. Desconhecia as relações de amizade entre os queneus e os hebreus (conforme v 11).

    4.21 Tomou uma estaca... A habilidade manifestada por Jael no manuseio dos elementos necessários para armar uma tenda é compreendida pelo costume reinante de entregar essa tarefa às mulheres. A morte de um valente nas mãos de uma mulher era, para o homem, mui deprimente, naqueles tempos (conforme 9.54).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Juízes Capítulo 4 do versículo 1 até o 24
    d)    Débora/Baraque e Ganaã (4.1—5.31)
    Aqui temos a primeira operação em grande escala de um forte inimigo comum a todo o Israel. Além disso, na aliança entre uma juíza efraimita (Débora) e as tribos do norte de Naftali e Zebulom (Issacar e as tribos da Transjordânia são também mencionadas no cap. 5), observamos a primeira vez em que “Israel” inclui especificamente mais do que um grupo regional. Que essa batalha foi também crucial na história da salvação das tribos é evidente; nunca mais as forças cananéias se unem em uma batalha em grande escala contra o povo crescente de Israel. A batalha é celebrada em dois relatos: um relato sóbrio em forma de prosa e um vívido poema épico. Os dois relatos apresentam algumas dificuldades internas, porém tantos detalhes concordam que sugestões de que se trata de duas batalhas diferentes precisam ser descartadas. O relato todo está repleto de dificuldades históricas e geográficas, das quais a maioria provavelmente se desvaneceria rapidamente se conhecêssemos os detalhes do período.
    O relato em prosa (4:1-24)
    v. 1. mais uma vez os israelitas fizeram o que o Senhor reprova: a fórmula introdutória padrão. Depois da morte de Eúde\ liga a história diretamente com Eúde, fortalecendo a conclusão de que Sangar “libertou” mas não “julgou” Israel, v. 2. Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor. de acordo com Js 11:1-6, Jabim (aí chamado rei de Hazor) liderava uma coalizão de cidades-Estado da Galiléia em uma tentativa inútil de evitar que Josué conquistasse a região. Js 11:10,Js 11:11 registra a destruição de Hazor pelo fogo após o ataque bem-sucedido empreendido pelos israelitas nas “águas de Merom”. Hazor atualmente é identificada claramente com Tell el-Qedah, um local estrategicamente situado na principal rota comercial no norte da Galiléia, a sudoeste do lago Hula. As escavações registraram duas ocorrências de destruição pelo fogo na idade do bronze, a primeira c. 1500 a.C. (cedo demais para a conquista) e a outra

    c. 1250—1200 a.C. De 1200 até que Salomão criasse uma unidade militar e administrativa de peso em Hazor (lRs 9.15), não houve cidade importante na colina (Y. Yadin, Hazor, Schweich Lectures, Londres, 1972, p. 132, 134). Na segunda de duas camadas do período dos juízes, há um templo ou construção religiosa singular (ibid. p. 132ss), mas ainda não há uma cidade que Yadin pudesse identificar com a capital de Jabim. Deveríamos então ver em Jabim um representante contínuo da antiga e poderosa coalizão, mas destacar o papel de Sísera como o verdadeiro líder, um fato que se coaduna bem com o retrato em Jz 4:0 acerca de mais um profeta no período), Débora seria digna de menção especial até mesmo sem as suas proezas militares. A questão que ela estava enfrentando era se Israel poderia existir como um povo partido ao meio por uma poderosa força ca-nanéia. Ao desafiar o povo à mobilização em nome de Javé, ela estava representando todas as profecias que Deus havia anunciado na sua aliança original. Lapidote-, significa “tocha”. Que Baraque, cujo nome significa “raio”, seja a mesma pessoa é corretamente classificado como “precário” por Burney. v. 5. entre Ramá e Beteh centros bem conhecidos do antigo Israel, entre 10 e 18 quilômetros ao norte de Jerusalém. Conforme o circuito de Samuel (1Sm 7:16,1Sm 7:17). v. 6. mandou chamar Baraque [...] de Quedes, em Naftalí. nada se sabe dos antecedentes desse general. A sua terra natal é em geral identificada com a atual Tell Qades, no norte da Galiléia, a cerca de 8 quilômetros a noroeste do lago Hula. Aharoni sugere uma localização em Kirbeth Qedish, nas encostas altas a sudoeste do mar da Galiléia, a leste do vale de Jabneel (LOB, p. 204). Esse local certamente é mais adequado para a revista das tropas (v. 9,10), visto que é próximo do monte Tabor (v. 12), em vez de um local a 80 quilômetros ao norte, no centro das fortalezas cananéias, em que a oferta de Jael seria vista com maior suspeita, v. 11 .junto ao carvalho de Zaanim: identificado somente como perto de Quedes. A localização é importante para a narrativa, visto que é a única pista para a rota de fuga de Sísera. Aharoni a situa em algum lugar do vale de Jabneel (LOB, p. 204), um sistema baixo de uádis entre Tabor e as colinas em que se situava a sua Cades.

    A fuga de Sísera então ocorre no sentido contrário ao do exército. Uma alternativa é localizar Zaanim nas proximidades da Cades do Norte e pensar em duas cidades diferentes para os v. 10,11.
    v. 12. disseram a Sísera: o seu sistema de inteligência certamente trouxe essa informação. Era o sinal de que ele poderia exterminar a oposição israelita numa localização central, de forma bem semelhante ao que fez mais tarde o grande Saladino quando emboscou os cruzados em Hattin. v. 14-16. O grito de guerra é dado por meio de anunciação profética (no Antigo Oriente Médio em geral, era necessário um oráculo), após o qual o conflito rapidamente chega ao final. v. 15. o Senhor derrotou Sísera: tanto o v. 14 quanto o 15 destacam o papel de Javé na vitória, embora aqui não se faça menção alguma dos meios. Javé simplesmente “derrotou” (lit. “confundiu”) o exército. Do lado de Baraque e Débora, a descida do Tabor os protegeu de uma emboscada tipo Hattin, porém, mais importante que isso foi o fato de que direcionou a batalha para os pântanos próximos do Quisom. Em 5.20ss, temos os detalhes da história. Aparentemente caiu um aguaceiro que tornou o uádi uma torrente tempestuosa, varrendo tudo o que tinha pela frente. O outro efeito, num vale que só recentemente foi drenado para evitar esse problema, era criar rapidamente um charco em que os carros iriam atolar de maneira desesperadora. Os israelitas levemente armados de forma nenhuma foram afetados por isso. v. 16. Baraque perseguiu os carros de guerra e o exército até Harosete-Hagoim: a retaguarda do exército provavelmente tentou voltar em sentido oeste por meio da passagem cada vez mais estreita, possivelmente até tentando atravessar por uma passagem da cadeia do Carmelo.

    v. 17. Sísera, porém, fugiu [...] para a tenda de Jaeh provavelmente em sentido nordeste, para longe do seu exército. Muitos têm sugerido que o seu alvo era Hazor; não há razão para se pensar que ia para a tenda de Jael. v. 18. Jael saiu: a sua iniciativa é proeminente na narrativa. Não fosse por sua intenção final, revelada no momento adequado, o seu gesto seria altamente inadequado, ela o cobriu com um pano\ heb. s’mikah, uma palavra usada somente aqui. Tem-se sugerido “rede” (estilo mosquiteiro), mas a necessidade de encobrimento era maior. v. 19. vasilha de leite-, cf.

    5.25, em que a segunda parte do paralelo fala de hem’ah, possivelmente o “leben”, a coalhada de que gostam os árabes e que, segundo alguns, tem efeito sonífero, v. 21. Jael [...] apanhou uma estaca da tenda', em geral, eram as mulheres que armavam as tendas, na têmpora-, uma palavra rara. A NEB (“crânio”, seguido de “seu cérebro escorreu”, em vez do mais comum “até penetrar o chão”) é baseada em reconstrução que não tem muito apoio. v. 22. Jael saiu ao seu encontro: assim como havia feito com Sísera. A profecia de Débora tinha sido cumprida; a glória era agora dividida por duas mulheres: Débora, cujo chamado corajoso à guerra santa tinha iniciado a batalha, e Jael, cujo ato selvagem e cruel a tinha concluído.

    v. 23. Deus subjugou-, o comentário final é um lembrete (como se fosse necessário) de que esse tipo de batalha é do Senhor. O v. 24 resume o declínio cananeu na Galiléia. Não há mais referências a Hazor.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Juízes Capítulo 4 do versículo 1 até o 3
    VI. JABIM, REI DE CANAÃ, E DÉBORA E BARAQUE. Jz 4:1-24; Jz 5:31), é possível que este nome tenha sido um título hereditário. O Jabim do livro de Josué chefiou uma coligação que foi derrotada por Josué nas águas de Merom, rio que deságua no Mar da Galiléia, vindo de noroeste; o exército cananeu de que fala o livro dos Juízes sofreu a sua derrota no vale de Quisom, mais para ocidente. Talvez que o livro dos Juízes combine a vitória sobre Jabim de Hazor, por Zebulom e Naftali, com a vitória sobre Sísera de Harosete, por meio duma larga fusão de tribos, conforme se verifica no cap. 5. Os cananeus aqui mencionados são os mesmos a que se refere Jz 1:27, Jz 1:33, como vivendo entre as tribos de Manassés e Naftali. Sísera era o capitão do seu exército (2). Sísera é possivelmente um nome hitita, embora haja quem o julgue um oficial egípcio em serviço no distrito de Megido, que talvez estivesse sob a influência egípcia até cerca de 1150 a.C. Mas parece que essa região foi abandonada no tempo da batalha de Quisom (cfr. Jz 5:19). Harosete dos gentios (2). Talvez a cidade de El-Haritiyeh, a sudeste de Haifa. Porquanto ele tinha novecentos carros ferrados (3). Este número de veículos armados, se por um lado tornavam Sísera invencível, por outro, contribuíram para a sua derrota, pelo obstáculo que vieram a constituir. De fato, o levantamento das forças de Israel, que se uniram contra ele sob o comando de Baraque, coincidiu com uma violenta tempestade, em que o ribeiro de Quisom, normalmente seco, engrossou as suas águas, que não tardaram a engolir os carros e os seus ocupantes.

    Dicionário

    Canaã

    -

    Canaã [Baixo; Plano]


    1) Filho de CÃO 1, (Gn 9:18). Seus descendentes ocuparam a região de Canaã (Gn 9:18).


    2) Nome antigo da Palestina, terra dos cananeus (Sl 105:11).


    Baixo, plano. 1. Quarto filho deCão (Gn 10:6 – 1 Cr. 1.8), progenitor dos vários povos que antes da conquista dos israelitas, se tinham estabelecido no litoral da Palestina, ocupando, de um modo geral, todo o país ao ocidente do rio Jordão (Gn 10:15). Uma maldição foi lançada sobre a terra de Canaã, em virtude do procedimento pouco respeitoso de Cão para com seu pai Noé (Gn 9:20-27). 2. o nome de Canaã é, algumas vezes, empregado por ‘terra de Canaã’.

    Filho de Cão e neto de Noé (Gn 9:18-22; 10:6). Após a prática de um tipo de pecado sexual particularmente triste e pernicioso, que envolveu o pai embriagado e seu filho Cão, Noé amaldiçoou Canaã, seu neto, e, em contraste, abençoou Sem (Gn 9:25-27). No transcorrer do tempo, foi desta linhagem que vieram Abraão e, finalmente, os israelitas, enquanto os descendentes de Canaã tornaram-se as tribos que causaram muitos problemas a Israel e freqüentemente eram derrotadas em batalha: heteus, jebuseus, amorreus, etc. (Gn 10:15-18). A terra que mais tarde foi chamada de “Canaã” era ocupada por tribos como a dos amorreus, que provavelmente é uma derivação do seu nome.


    Capitão

    substantivo masculino [Militar] Oficial do Exército e da Aeronáutica cujo posto se situa entre o de major e o de primeiro-tenente, correspondendo ao de capitão-tenente, na Marinha de Guerra brasileira.
    [Esporte] Indivíduo que guia uma equipe desportiva: capitão do time.
    Aquele que comanda, que chefia um grupo de pessoas; chefe.
    [Marinha] Oficial que comanda um navio mercante.
    [Militar] Chefe de uma tropa.
    [Militar] Comandante de uma companhia, de um esquadrão, de uma bateria.
    Entomologia Nome comum a vários besouros ester-queiros, de cor negra ou escura; escaravelho, besouro.
    Entomologia Borboleta da família dos ninfalídeos, do gênero Morpho achilles, caracterizada por suas asas azuis com bordas negras no dorso e marrons manchadas de castanho no ventre; capitão-do-mato.
    Etimologia (origem da palavra capitão). Do latim capitanus.

    Deriva do latim, passando ao baixo latim de caput a capitanis, ou o chefe ou o que comanda. Sempre existiu entre nós. Nele se imortalizaram Pedro Teixeira: o conquistador da Amazônia; frei Orlando: patrono do Serviço Religioso do Exército; Ricardo Kirk: o pioneiro e mártir brasileiro da aviação militar em operações de combate e, Tertuliano Potiguara: heróis do contestado e último após ,em San Quentim na 1a Guerra Mundial.

    Então

    advérbio Agora ou naquela circunstância: acabei então de perceber que havia sido enganada!
    Em determinada situação; nessa circunstância: o chefe está bem-humorado, então não há discussão.
    Numa situação futura; num momento afastado do presente: você precisa se casar, então irá entender do que estou falando.
    interjeição Que demonstra espanto; em que há admiração: então, você se casou?
    Que se utiliza para animar (alguém): então, força!
    substantivo masculino Período de tempo que passou: numa lembrança de então, recordou-se da juventude.
    Etimologia (origem da palavra então). Do latim in + tunc/ naquele momento.

    Era

    substantivo feminino Época fixa a partir da qual se começam a contar os anos.
    Figurado Época notável em que se estabelece uma nova ordem de coisas: a era romântica; a era espacial.
    Período histórico que se sobressai por suas características próprias, por situações e acontecimentos importantes.
    Qualquer intervalo ou período de tempo; século, ano, época.
    expressão Era Cristã. Tempo que se inicia a partir do nascimento de Jesus Cristo.
    Era Geológica. Cada uma das cinco grandes divisões da história da Terra.
    Etimologia (origem da palavra era). Do latim aera.

    outro

    Era Período longo de tempo que começa com uma nova ordem de coisas (Lc 20:35, RA).

    Erã

    Um dos netos de Efraim e filho de Sutela. Tornou-se líder do clã dos eranitas.


    Exército

    Exército
    1) Tropa organizada para combater (Dt 23:9)

    2) Os astros (Jr 33:22). 3 Os anjos (Sl 103:21); (Lc 2:13), RC).

    Durante o Êxodo, todo homem, de idade superior a vinte anos era soldado (Nm 1:3), sendo isentos do serviço militar somente os sacerdotes e os levitas (Nm 2:33). Cada tribo formava um regimento, com a sua própria bandeira e o seu próprio chefe (Nm 2:2 – 10.14). Quando estava próximo o inimigo, era feito o alistamento de todos os combatentes. Alguns destes podiam ser dispensados do serviço em determinados casos (Dt 20:5-8). o exército era, então, dividido em milhares e centenas, sob o comando dos seus respectivos capitães (Nm 31:14 – 1 Sm 8.12 – 2 Rs 1.9). Depois da entrada dos israelitas na terra de Canaã e depois de disperso o povo por todo o país, podiam os combatentes ser chamados na excitação do momento por uma trombeta (Jz 3:27), ou por mensageiros (Jz 6:35), ou por algum significativo sinal (1 Sm 11.7), ou, como em tempos posteriores, pelo arvorar de um estandarte (is 18:3Jr 4:21 – 51.27), ou ainda por meio de uma fogueira sobre algum lugar eminente (Jr 6:1). Escoltava o rei um certo número de guerreiros, que formavam o núcleo do exército. A guarda de Saul era de 3.000 guerreiros escolhidos (1 Sm 13.2 – 14.52 – 24,2) – e Davi tinha 600, que ele, com o correr do tempo foi aumentando (2 Sm 15.18). Mais tarde organizou uma milícia nacional, dividida em doze regimentos, tendo cada um destes o nome dos diferentes meses do ano (1 Cr 27.1). À frente do exército, quando estava em serviço ativo, punha o rei um comandante chefe (1 Sm 14.50). Até esta ocasião o exército constava inteiramente de infantaria, mas como as relações com os povos estranhos aumentavam, muita importância foi dada aos carros de guerra. Estes não eram de grande utilidade na própria Palestina, devido a ser muito acidentado o país, mas podiam ser empregados com vantagem nas fronteiras, tanto do lado do Egito, como da banda da Síria. Davi pôs de reserva cem carros, do despojo dos sírios (2 Sm 8,4) – Salomão tornou muito maior esse armamento, e aplicou-o à proteção das povoações da raia, sendo para esse fim estabelecidas estações em diferentes localidades (1 Rs 9.19). Essa força foi aumentada até ao número de 1.400 carros 12:000 cavaleiros. Para cada carro eram destinados três cavalos, ficando o terceiro de reserva (1 Rs 10.26 – 2 Cr 1.14). os diversos postos do exército eram os soldados (homens de guerra), os tenentes (servidores), os capitães (príncipes), os oficiais do estado-maior, e os oficiais de cavalaria (1 Rs 9.22). As operações de guerra começavam geralmente na primavera, depois de solenemente se pedir a Deus a Sua proteção. (*veja Urim e Tumim.) os sacerdotes levavam a arca e acompanhavam os combatentes com o fim de infundir coragem e prestar qualquer auxílio. Eles também influiam na qualidade de arautos e de diplomatas, tanto antes como depois da guerra (Nm 10:8Dt 20:2-4 – 1 Sm 7.9). os judeus, como guerreiros, eram terríveis combatentes, gostando de aproximar-se do inimigo, e levá-lo à luta de corpo a corpo. Precipitavam-se sobre o adversário, dando altos gritos e tocando trombetas. Mostravam, também, grande astúcia na guerra, preparando emboscadas e efetuando ataques noturnos. (*veja Davi, Jonatas.) os feitos de valor eram generosamente recompensados. Antes do estabelecimento de um exército permanente, tinha o soldado de prover a sua própria armadura, e pela força ou outros meios devia obter o seu alimento. Mais tarde tornou-se o exército um encargo nacional, embora os soldados não recebessem soldo. o exército romano pode ser descrito nesta maneira esquemática: Uma centúria = 50 a 100 homens, Duas centúrias = 1 manípulo, Três manípulos = 1 coorte, Dez coortes = 1 legião. Segue-se que havia sessenta centúrias numa legião, cada uma das quais era comandada por um centurião. Primitivamente constava a centúria, como o nome dá a conhecer, de cem homens, mas depois variava o número segundo a força da legião. No Novo Testamento acha-se mencionada ‘a legião’ (Mt 26:53Mc 5:9) – e a ‘coorte’ (Mt 27:27Mc 15:16Jo 18:3-12At 10:1 – 21.31 – 27.1). o comandante de uma coorte (Lat. tribunus, gr. chiliarck, isto é, comandante de 1
    000) é mencionado em João 18:12, e várias vezes em Atos 21:24. Neste último caso a coorte era a guarnição romana de Jerusalém, com o seu quartel no Forte Antônia, contíguo ao templo. Além dessas coortes legionárias, havia também coortes de voluntários, servindo ao abrigo dos estandartes romanos. Uma destas chamava-se coorte italiana (At 10:1), porque era formada de voluntários da itália. o quartel general das forças romanas, na Judéia, era Cesaréia. A ‘coorte imperial’ (ou ‘Augusta’), a que se faz referência em At 27:1, pode ter sido alguma das espalhadas pelas províncias, talvez a de Samaria, pois que a esta cidade tinha Herodes dado o nome de Sebasta (Lat. Augusta). E pode também essa coorte ter derivado o seu nome de alguma honra especial, concedida pelo imperador a esse corpo do exército. Referências ao oficial ‘centurião’ acham-se em Mt 8:5-27. 54, e freqüentemente no livro dos Atos. Quatro soldados constituíam a ordinária guarda militar, e como esta havia quatro, correspondentes às quatro vigílias da noite, e que se rendiam de três em três horas (Jo 19:23At 12:4). Quando uma guarda tinha a seu cuidado um prisioneiro, acontecia então que dois soldados vigiavam fora das portas da prisão, enquanto os outros dois estavam na parte de dentro (At 12:6). os arqueiros mencionados em Atos 23:23, parece terem sido tropas irregulares, que eram armados à ligeira.

    substantivo masculino Conjunto das forças militares de uma nação: o exército brasileiro.
    Reunião de grande número de tropas sob as ordens de um comandante.
    Figurado Grande quantidade, multidão: um exército de empregados.
    Exército da Salvação, organização protestante fundada em 1865 com fins caritativos.

    Habitar

    verbo transitivo direto e transitivo indireto Morar; ter como residência fixa: habitava um apartamento novo; habitam em uma cidade pequena.
    Figurado Permanecer; faz-ser presente: um pensamento que habitava sua mente; Deus habita na alma de quem crê.
    verbo transitivo direto Povoar; providenciar moradores ou habitantes: decidiram habitar o deserto com presidiários.
    Etimologia (origem da palavra habitar). Do latim habitare.

    Habitar Morar (Sl 23:6; At 7:48).

    Harosete

    -

    Artífice

    Hazor

    -

    Cerca. 1. Cidade fortificada, que Josué conquistou e cedeu a Naftali, quando foi repartida a terra. Era a cidade real e principal dos cananeus e estava situada entre Ramá e Cades, numa elevação, donde se divisava o lago de Merom (Js 11:1-10,13 – 12.19 – 19.36). Hazor, a maior cidade da Palestina setentrional, oprimiu no reinado de Jabim os israelitas, mas foi dominada por Débora e Baraque (Jz 4:2-17 – 1 Sm 12.9). Esta cidade foi reedificada por Salomão (1 Rs 9.15). Mais tarde foram os seus habitantes levados cativos para a Assíria por Tiglate-Pileser (2 Rs 15.29). 2. Cidade ao sul de Judá (Js 15:23). 3. Ligado o nome de Hadatá, a palavra composta significa Nova Hazor. outra cidade ao sul de Judá (Js 15:25). As duas partes do nome acham-se impropriamente separadas em algumas versões. 4. Lugar ao norte de Jerusalém, onde alguns benjamitas residiam depois que voltaram do cativeiro. Pensa-se ser o mesmo lugar que Hazor (Ne 11:33), o qual atualmente se chama Hazzur. 5. Um certo distrito da Arábia, que foi conquistado por Nabucodonosor (Jr 49:28-30,33).

    Hazor Cidade que ficava no Norte de Canaã, governada no tempo de Josué por Jabim (Js 11:10-13). 200 anos depois, outro Jabim, também de Hazor, foi derrotado por Débora e Baraque (Jz 4). V. também (1Rs 9:15) e (2Rs 15:29:)

    Jabim

    Jabim [Inteligente]


    1) Rei de Hazor, que Josué derrotou e matou (Js 11).


    2) Outro rei de Hazor, que Baraque derrotou (Jz 4).


    -

    (Heb. “inteligente, com discernimento”). Este nome pode representar um título real (semelhante a Faraó, usado no Egito).


    1. Rei de Hazor, a maior cidade do norte da Palestina, o qual liderou uma aliança de príncipes contra Josué (Js 11:1-12). O Senhor, porém, mostrou a seu servo como atacar a coalizão e Jabim foi derrotado nas águas de Merom. Sua cidade foi capturada e queimada e ele próprio foi morto.


    2. Outro rei de Hazor (chamado de “rei de Canaã”, em Jz 4:2), que “oprimiu duramente os filhos de Israel” por vinte anos, na época dos Juízes, por causa da idolatria do povo (veja Juízes). Débora e Baraque derrotaram Sísera, general de Jabim, e libertaram 1srael da tirania dele (Jz 4:2-24). Débora então cantou louvores a Deus por essa grande vitória (Jz 5), mencionada também no Salmo 83:9.

    P.D.W.


    Ele considera. 1. Rei de Hazor. (*veja esta palavra.) Tendo receio de Josué, que já tinha subjugado o sul de Canaã, formou Jabim uma aliança tanto ofensiva como defensiva com outros reis do Norte, entre o Jordão e o Mediterrâneo (Js 11:1). Josué derrotou em Merom os aliados, e perseguiu-os até à grande Sidom ao vale de Mispa. Hazor foi tomada, e Jabim morto. 2. outro rei de Hazor. Ele oprimiu os israelitas pelo espaço de vinte anos, até que Sísera, seu general, foi derrotado por Baraque e Débora, nas faldas do monte Tabor (Jz 4:2-24).

    Mão

    As mãos eram empregadas tanto metaforicamente como cerimonialmente.
    (a): Beijar a mão de alguém era um ato de adoração (31:26-27): ‘Se olhei para o sol, quando resplandecia,…beijos Lhe atirei com a mão… ‘ *veja também 1 Rs 19.18.
    (b): Prestar juramento era acompanhado em todas as nações do ato de levantar a mão.
    (c): Dar a mão sempre significou paz, amizade e confiança (2 Rs 10.15).
    (d): Sentar-se alguém à mão direita era indicio de alta mercê (Sl 16:11 – 77.10), sendo o Filho de Deus muitas vezes representado como estando sentado à mão direita de Seu Pai (Hb 1:13 – *veja também Sl 110:1). Satanás estava à mão direita do sumo sacerdote Josué como acusador (Zc 3:1) – mas, sob outro ponto de vista, o Salmista diz: ‘o Senhor, tenho-o sempre à minha presença – estando ele à minha direita não serei abalado’ (Sl 16:8).
    (e): A imposição das mãos compreende-se de diferentes maneiras no Antigo e Novo Testamento. Muitas vezes se toma no sentido de ordenação e consagração de sacerdotes e ministros entre judeus e cristãos (Nm 8:10At 6:6 – 13.3 – 1 Tm 4.14). Deus designou Moisés para pôr as suas mãos sobre Josué, como seu sucessor (Nm 27:18). Jacó pôs as suas mãos sobre Efraim e Manassés, quando os abençoava (Gn 48:14). Quando o sumo sacerdote proferia a bênção, ele tinha a sua mão levantada sobre o povo (Lv 9:22). Semelhantemente, quando os israelitas apresentavam no tabernáculo ofertas pelos pecados, os sacerdotes punham as suas mãos sobre as vítimas, para expiação (Lv 1:4). Neste testemunho o ofertante reconhecia pelos seus pecados que era digno da morte, sendo compreendido que esses pecados apagavam-se no sacrifício, consagrando-se ele a Deus. A mão das testemunhas se levantava contra o idólatra para executar a sentença de morte (Dt 13:9 – 17.7). o nosso Salvador pôs as mãos sobre as cabeças das crianças, quando as abençoava (Mc 10:16) – e o Espirito Santo era conferido aos que eram batizados, pela imposição das mãos dos apóstolos (At 8:17 – 19.6). Pilatos lavou as mãos em sinal de inocência (Mt 27:24).

    Mão Medida de comprimento igual a 7,4 cm. É a medida da palma da mão na base dos dedos. É 1/3 do PALMO e 1/6 do CÔVADO (Ex 37:12), RC; RA, quatro dedos).

    Mão Símbolo do poder de Deus, digno de confiança (Mt 4:6). O Pai colocou tudo nas mãos de Jesus (Mt 3:12; Lc 3:17; Jo 3:45; 13,3), do qual provém a onipotência do Filho (Jo 10:28ss). Em Jesus, o uso das mãos está ligado à bênção (Mt 19:13-15; Mc 10:16; Lc 24:50) e à cura (Mc 6:5; 8,23-25; Lc 4:40; 13,13); o mesmo pode ser observado em seus discípulos (Mt 9:18; Mc 7:32; 16,18).

    Rei

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    l. o título de rei, na significação de suprema autoridade e poder, usa-se a respeito de Deus (Sl 10:16 – 47.7 – 1 Tm 1.17). 2. Este título foi aplicado a Jesus Cristo, como rei dos judeus (Mt 27:11-37, e refs.). 3. No A.T. o título de rei emprega-se em um sentido muito lato, não só falando dos grandes potentados da terra, como os Faraós do Egito (Gn 41:46) e o rei da Pérsia (Ed 1:1), mas tratando-se também de pequenos monarcas, como o rei de Jericó (Js 2:2 – cp com Jz 1:7). 4. Também se usa o título: a respeito do povo de Deus (Ap 1:6) – e da morte, como quando se diz ‘rei dos terrores’ (18:14) – e do ‘crocodilo’, como na frase ‘é rei sobre todos os animais orgulhosos’ (41:34). 5. Na história dos hebreus sucedeu o governo dos reis ao dos juizes. A monarquia, existente nos povos circunvizinhos, foi uma concessão de Deus (1 Sm 8.7 – 12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8:22-23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9:6), equivalia à rejeição da teocracia (1 Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1 Sm 8.7 – is 33:22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25:23). Todavia, não foi retirado o cuidado de Deus sobre o seu povo (1 Sm 12.22 – 1 Rs 6.13). A monarquia assim constituída era hereditária, embora a sucessão não fosse necessariamente pela linha dos primogênitos, pois Davi nomeou Salomão como seu sucessor de preferência a Adonias, que era o seu filho mais velho nessa ocasião. A pessoa do rei era inviolável (1 Sm 24.5 a 8 – 2 Sm 1.14). Quando a coroa era colocada na cabeça do monarca, ele formava então um pacto com os seus súditos no sentido de governá-los com justiça (2 Sm 5.3 – 1 Cr 11.3), comprometendo-se os nobres a prestar obediência – e confirmavam a sua palavra com o beijo de homenagem (1 Sm 10.1). os rendimentos reais provinham dos campos de trigo, das vinhas, e dos olivais (1 Sm 8.14 – 1 Cr 27.26 a 28), e do produto dos rebanhos (1 Sm 21.7 – 2 Sm 13.23 – 1 Cr 27.29 a 31 – 2 Cr 26.10), pertencendo aos reis a décima parte nominal do que produziam os campos de trigo, as vinhas, e os rebanhos (1 Sm 8.15 e 1l). A renda do rei também se constituía do tributo que pagavam os negociantes que atravessavam o território hebraico (1 Rs 10,15) – dos presentes oferecidos pelos súditos (1 Sm 10:27 – 16.20 – 1 Rs 10.25 – Sl 72:10) – e dos despojos da guerra e as contribuições das nações conquistadas (2 Sm 8.2,7,8,10 – 1 Rs 4.21 – 2 Cr 27.5). Além disso, tinha o rei o poder de exigir o trabalho forçado, o que era para ele causa de aumentarem os seus bens. Devia, também, Salomão ter auferido lucros das suas empresas comerciais pelo mar (1 Rs 1020 – Davi, rei em Hebrom (2 Sm 2.1 a 4). 22.17,18 – 2 Sm 1.15).

    Rei
    1) Governador de um IMPÉRIO 1, (At 1:2), de um país (1Sm 8:5; Mt 2:1) ou de uma cidade-estado (Gn 14:2). Ocorrendo a morte do rei, um descendente seu o sucede no trono (1Rs 2:11-12).


    2) Título de Deus (Ml 1:14) e de Jesus (Mt 21:5; Ap 7:14; 19.16).


    3) Rei do Egito,
    v. FARAÓ.


    Reinar

    reinar
    v. 1. tr. ind. e Intr. Governar na qualidade de rei ou rainha. 2. tr. ind. e Intr. Ter grande prestígio ou influência; dominar, imperar. 3. tr. ind. e Intr. Aparecer, patentear-se; tornar-se notável; sobressair. 4. Intr. Grassar. 5. Intr. Mexer nalguma coisa, fazer travessuras: Toda criança gosta de reinar. 6. Intr. Fazer troça, reinação.

    verbo intransitivo Governar um Estado como chefe supremo, especialmente como rei: Dom Pedro II reinou até 1889.
    Governar, proceder como rei: a arte de reinar.
    Figurado Dominar, estar em voga, prevalecer: essa moda reinou por pouco tempo.
    Existir, durar certo tempo: reinava silêncio na assembléia.
    Grassar, tratando-se de moléstias, de pragas: reinava a tiririca em grande trecho do terreno.
    Estar em pleno domínio: a noite reina.
    [Popular] Brincar, folgar; fazer travessuras.

    Reí

    (Heb. “amigável”). Um dos homens que, junto com o sacerdote Zadoque e o profeta Natã, entre outros, permaneceram fiéis ao desejo de Davi de colocar seu filho Salomão no trono, como seu sucessor (1Rs 1:8). Outro filho do rei, Adonias, tentou usurpar o reino; Salomão, entretanto, seguiu cuidadosamente os conselhos de Natã e de Zadoque e garantiu seu direito à sucessão. Para mais detalhes, veja Natã.


    Senhor

    substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
    História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
    Pessoa nobre, de alta consideração.
    Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
    Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
    Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
    Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
    Pessoa distinta: senhor da sociedade.
    Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
    Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
    Antigo O marido em relação à esposa.
    adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
    Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

    o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

    [...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


    Senhor
    1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


    2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


    Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

    Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

    Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

    W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


    Sisera

    Criança (F). 1. General do exército de Jabim, rei de Canaã. Foi assassinado por Jael (Jz 4:2 e seg. – 5.20 a 30 – 1 Sm 12.9 – Sl 83:9). Sísera tinha sido derrotado por Baraque e Débora, e fugia do campo da batalha. Cansado, procurou abrigo na tenda de Jael, cravando-lhe esta mulher uma estaca numa das fontes, enquanto ele dormia. (*veja Jael.) 2. Antepassado de uma família, que voltou para Jerusalém com Zorobabel (Ed 2:53Ne 7:55).

    Sísera

    1. Comandante do exército do rei Jabim, de Canaã, o qual reinava em Hazor (Jz 4:2). Durante o período dos Juízes, houve um tempo considerável de anarquia em Israel. De vez em quando homens piedosos eram levantados por Deus, para libertar o povo das mãos dos vários grupos de opressores cananeus. A influência desses inimigos sobre os israelitas era grande, e fazia com que o povo se afastasse de Deus e adorasse os ídolos. Depois da morte de Eúde e Sangar, “os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor... Por isso, o Senhor os entregou nas mãos de Jabim, rei de Canaã” (Jz 4:1-2), o qual tinha 900 carruagens de ferro e oprimiu Israel por 20 anos, até que o povo clamou novamente ao Senhor, pedindo ajuda.

    Foi neste período que Débora, a profetisa, liderava Israel. Ela convocou Baraque e disse que Deus o chamava para comandar 10:000 homens das tribos de Naftali e Zebulom e levá-los ao monte Tabor. Quando estivessem lá, deveriam atrair Sísera a uma armadilha no vale do rio Quisom (v. 7). Baraque disse que obedeceria desde que ela estivesse junto com ele. A profetisa concordou, mas predisse que, se fosse junto, Baraque não receberia a glória pela vitória, “pois nas mãos de uma mulher o Senhor entregará a Sísera” (v. 9). A armadilha funcionou. O comandante cananeu perseguiu Baraque e “o Senhor derrotou a Sísera, a todos os seus carros, a todo o seu exército... e Sísera saltou do carro, e fugiu a pé” (v. 15). Todos os seus homens foram mortos ao longo do caminho (v. 16).

    Sísera buscou refúgio na tenda de Jael, esposa de Héber, o queneu, com quem Jabim mantinha boas relações políticas e comerciais (v. 17). Ela o convidou a entrar (v. 18) e, enquanto o comandante dormia, atravessou sua cabeça com uma estaca da tenda. Quando Baraque chegou, descobriu que de fato Deus entregara o inimigo pelas mãos de uma mulher (v. 22). Posteriormente, sob a liderança da profetisa Débora, temente a Deus, os israelitas se fortaleceram e finalmente destruíram Jabim. A façanha dela na liderança do povo está registrada numa canção de louvor a Deus, que menciona a morte de Sísera (Jz 5:20-30).

    O incidente que envolveu Sísera é um dos muitos no livro de Juízes onde vemos o Senhor ao lado de seu povo, assim que este se voltava para Ele e pedia ajuda. Entretanto, o pecado dos israelitas consistia em que, quando estavam libertos, consideravam-se independentes e desviavam-se novamente, pois esqueciam-se do Senhor e misturavam-se com os cananeus e suas religiões. Em I Samuel 12:9 os problemas enfrentados por Israel, que se esqueceu do Senhor, são lembrados como uma advertência para as futuras gerações. A vitória sobre Jabim e Sísera serviu como um memorial para o povo permanecer fiel ao Senhor. A fidelidade de Deus na vitória sobre Sísera, quando seu povo se arrependeu, é lembrada com alegria no Salmo 83:9, no qual Davi ora para que o Senhor uma vez mais mostre seu poder sobre os inimigos.

    2. Chefe de uma das famílias de servidores do Templo cujos descendentes retornaram do exílio na Babilônia nos dias de Esdras e voltaram a trabalhar no Templo (Ed 2:53; Ne 7:55). P.D.G.


    Sísera Comandante do exército de JABIM. Foi derrotado por BARAQUE (Jz 4).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Juízes 4: 2 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E vendeu-os o SENHOR na mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; e Sísera era o capitão do seu exército, o qual então habitava em Harosete dos gentios.
    Juízes 4: 2 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    1235 a.C.
    H1471
    gôwy
    גֹּוי
    nação, povo
    (of the Gentiles)
    Substantivo
    H1931
    hûwʼ
    הוּא
    ele / ela / o / a
    (it)
    Pronome
    H2674
    Châtsôwr
    חָצֹור
    uma cidade real do norte da Palestina designada a Naftali
    (of Hazor)
    Substantivo
    H2800
    Chărôsheth
    חֲרֹשֶׁת
    ()
    H2985
    Yâbîyn
    יָבִין
    um rei de Hazor que organizou uma confederação dos príncipes do norte contra Josué;
    (when Jabin)
    Substantivo
    H3027
    yâd
    יָד
    a mão dele
    (his hand)
    Substantivo
    H3068
    Yᵉhôvâh
    יְהֹוָה
    o Senhor
    (the LORD)
    Substantivo
    H3427
    yâshab
    יָשַׁב
    e morava
    (and dwelled)
    Verbo
    H3667
    Kᵉnaʻan
    כְּנַעַן
    de Canaã
    (of Canaan)
    Substantivo
    H4376
    mâkar
    מָכַר
    vender
    (Sell)
    Verbo
    H4427
    mâlak
    מָלַךְ
    ser ou tornar-se rei ou rainha, reinar
    (reigned)
    Verbo
    H4428
    melek
    מֶלֶךְ
    rei
    (king)
    Substantivo
    H5516
    Çîyçᵉrâʼ
    סִיסְרָא
    o comandante vitorioso a serviço do rei Jabim, de Hazor, que foi morto por Jael
    (Sisera)
    Substantivo
    H6635
    tsâbâʼ
    צָבָא
    o que vai adiante, exército, guerra, arte da guerra, tropa
    (their vast array)
    Substantivo
    H8269
    sar
    שַׂר
    Os princípes
    (The princes)
    Substantivo
    H834
    ʼăsher
    אֲשֶׁר
    que
    (which)
    Partícula


    גֹּוי


    (H1471)
    gôwy (go'-ee)

    01471 גוי gowy raramente (forma contrata) גי goy

    aparentemente procedente da mesma raiz que 1465; DITAT - 326e n m

    1. nação, povo
      1. nação, povo
        1. noralmente referindo-se a não judeus
        2. referindo-se aos descendentes de Abraão
        3. referindo-se a Israel
      2. referindo-se a um enxame de gafanhotos, outros animais (fig.) n pr m
      3. Goim? = “nações”

    הוּא


    (H1931)
    hûwʼ (hoo)

    01931 הוא huw’ do qual o fem. (além do Pentateuco) é היא hiy’

    uma palavra primitiva; DITAT - 480 pron 3p s

    1. ele, ela
      1. ele mesmo, ela mesma (com ênfase)
      2. retomando o suj com ênfase
      3. (com pouca ênfase seguindo o predicado)
      4. (antecipando o suj)
      5. (enfatizando o predicado)
      6. aquilo, isso (neutro) pron demons
    2. aquele, aquela (com artigo)

    חָצֹור


    (H2674)
    Châtsôwr (khaw-tsore')

    02674 חצור Chatsowr

    uma forma coletiva de 2691; n pr loc Hazor = “castelo”

    1. uma cidade real do norte da Palestina designada a Naftali
    2. uma das cidades de Judá localizada no extremo sul
    3. uma cidade ao norte de Jerusalém na qual os benjamitas residiram após o retorno do exílio
    4. um lugar na Arábia

    חֲרֹשֶׁת


    (H2800)
    Chărôsheth (khar-o'-sheth)

    02800 חרשת Charosheth

    o mesmo que 2799; n pr loc Harosete = “terra da madeira”

    1. uma cidade ao norte da terra de Canaã junto à costa oeste do lago Merom

    יָבִין


    (H2985)
    Yâbîyn (yaw-bene')

    02985 יבין Yabiyn

    procedente de 995; n pr m

    Jabim = “aquele a quem Deus serve”

    1. um rei de Hazor que organizou uma confederação dos príncipes do norte contra Josué; confederação derrotada junto as águas do Merom
    2. outro rei de Hazor cujo general, Sísera, foi derrotado por Baraque

    יָד


    (H3027)
    yâd (yawd)

    03027 יד yad

    uma palavra primitiva; DITAT - 844; n f

    1. mão
      1. mão (referindo-se ao homem)
      2. força, poder (fig.)
      3. lado (referindo-se à terra), parte, porção (metáfora) (fig.)
      4. (vários sentidos especiais e técnicos)
        1. sinal, monumento
        2. parte, fração, porção
        3. tempo, repetição
        4. eixo
        5. escora, apoio (para bacia)
        6. encaixes (no tabernáculo)
        7. um pênis, uma mão (significado incerto)
        8. pulsos

    יְהֹוָה


    (H3068)
    Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

    03068 יהוה Y ehovaĥ

    procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

    1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
      1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

    יָשַׁב


    (H3427)
    yâshab (yaw-shab')

    03427 ישב yashab

    uma raiz primitiva; DITAT - 922; v

    1. habitar, permanecer, assentar, morar
      1. (Qal)
        1. sentar, assentar
        2. ser estabelecido
        3. permanecer, ficar
        4. habitar, ter a residência de alguém
      2. (Nifal) ser habitado
      3. (Piel) estabelecer, pôr
      4. (Hifil)
        1. levar a sentar
        2. levar a residir, estabelecer
        3. fazer habitar
        4. fazer (cidades) serem habitadas
        5. casar (dar uma habitação para)
      5. (Hofal)
        1. ser habitado
        2. fazer habitar

    כְּנַעַן


    (H3667)
    Kᵉnaʻan (ken-ah'-an)

    03667 כנען K ena ̂ aǹ

    procedente de 3665, grego 5477 Ξανααν; DITAT - 1002,1002b; Canaã = “terras baixas” n pr m

    1. o quarto filho de Cam e o progenitor dos fenícios e das várias nações que povoaram a costa marítma da Palestina n pr loc
    2. a região oeste do Jordão povoada pelos descendentes de Canaã e subseqüentemente conquistada pelos israelitas sob a liderança de Josué n m
    3. mercador, comerciante

    מָכַר


    (H4376)
    mâkar (maw-kar')

    04376 מכר makar

    uma raiz primitiva; DITAT - 1194; v

    1. vender
      1. (Qal)
        1. vender
        2. vendedor (particípio)
      2. (Nifal)
        1. ser vendido
        2. vender-se
        3. ser dado à morte
      3. (Hitpael) vender-se

    מָלַךְ


    (H4427)
    mâlak (maw-lak')

    04427 מלך malak

    uma raiz primitiva; DITAT - 1199,1200; v

    1. ser ou tornar-se rei ou rainha, reinar
      1. (Qal) ser ou tornar-se rei ou rainha, reinar
      2. (Hifil) tornar alguém rei ou rainha, fazer reinar
      3. (Hofal) ser feito rei ou rainha
    2. aconselhar, tomar conselho
      1. (Nifal) considerar

    מֶלֶךְ


    (H4428)
    melek (meh'-lek)

    04428 מלך melek

    procedente de 4427, grego 3197 Μελχι; DITAT - 1199a; n m

    1. rei

    סִיסְרָא


    (H5516)
    Çîyçᵉrâʼ (see-ser-aw')

    05516 סיסרא Ciyc era’̂

    de derivação incerta; n pr m Sísera = “ordem de batalha”

    1. o comandante vitorioso a serviço do rei Jabim, de Hazor, que foi morto por Jael
    2. antepassado de uma família de servos do templo que retornou do exílio com Zorobabel

    צָבָא


    (H6635)
    tsâbâʼ (tsaw-baw')

    06635 צבא tsaba’ ou (fem.) צבאה ts eba’aĥ

    procedente de 6633, grego 4519 σαβαωθ; DITAT - 1865a,1865b; n. m.

    1. o que vai adiante, exército, guerra, arte da guerra, tropa
      1. exército, tropa
        1. tropa (de exército organizado)
        2. exército (de anjos)
        3. referindo-se ao sol, lua e estrelas
        4. referindo-se a toda a criação
      2. guerra, arte da guerra, serviço militar, sair para guerra
      3. serviço militar

    שַׂר


    (H8269)
    sar (sar)

    08269 שר sar

    procedente de 8323; DITAT - 2295a; n. m.

    1. príncipe, governante, líder, chefe, comandante, oficial, capitão
      1. comandante, chefe
      2. vassalo, nobre, oficial (sob as ordens do rei)
      3. capitão, general, comandante (militar)
      4. chefe, líder, superintendente (de outras classes de funcionários)
      5. líderes, príncipes (referindo-se a ofícios religiosos)
      6. anciãos (referindo-se aos líderes representativos do povo)
      7. príncipes-mercadores (referindo-se à hierarquia dignidade)
      8. anjo protetor
      9. Soberano dos soberanos (referindo-se a Deus)
      10. diretor

    אֲשֶׁר


    (H834)
    ʼăsher (ash-er')

    0834 אשר ’aher

    um pronome relativo primitivo (de cada gênero e número); DITAT - 184

    1. (part. relativa)
      1. o qual, a qual, os quais, as quais, quem
      2. aquilo que
    2. (conj)
      1. que (em orações objetivas)
      2. quando
      3. desde que
      4. como
      5. se (condicional)