Enciclopédia de I Samuel 17:21-21

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

1sm 17: 21

Versão Versículo
ARA Os israelitas e filisteus se puseram em ordem, fileira contra fileira.
ARC E os israelitas e filisteus se puseram em ordem, fileira contra fileira.
TB Israel e os filisteus puseram-se em ordem de batalha, exército contra exército.
HSB וַתַּעֲרֹ֤ךְ יִשְׂרָאֵל֙ וּפְלִשְׁתִּ֔ים מַעֲרָכָ֖ה לִקְרַ֥את מַעֲרָכָֽה׃
BKJ Pois 1srael e os filisteus haviam ordenado a batalha, exército contra exército.
LTT E os israelitas e filisteus se puseram em ordem de batalha, fileira contra fileira.
BJ2 Israel e os filisteus se aproximaram, linha contra linha.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de I Samuel 17:21

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A AMEAÇA FILISTÉIA

séculos XII a XI a.C.
QUEM ERAM OS FILISTEUS
Sem dúvida, os filisteus representavam a ameaça mais séria à nação de Israel. Em seu quinto ano de reinado - 1180 a.C. Ramsés Ill, rei do Egito, derrotou os "povos do mar" numa batalha naval corrida, provavelmente, na foz do Nilo. Seus atos foram registrados em relevos entalhados nas paredes do templo consagrado a Amon em Medinet Habu, na margem ocidental do Nilo, próximo a Tebas. Esses relevos mostram os povos do mar chegando no Egito em carroções e embarcações .com suas famílias e pertences (parte do povo se deslocou por terra, acompanhando a costa do Levante). Um dos grupos dos povos do mar, chamado de pereset, é retratado usando adornos para a cabeça feitos com penas ou pedaços de junco alinhados perpendicularmente a uma faixa horizontal. Esse grupo corresponde as filisteus do Antign Testamento.
Um dos símbolos pictográficos encontrados num disco de argila em Festo, Creta, datado do século XVII a.C., mostra um adorno para a cabeça bastante parecido com os de Medinet Habu. Esta semelhança e a referência de Amós a Caftor' como local de procedência dos filisteus indicam que eram um grupo de origem cretense. A designação Caftor é equiparada com o nome egípcio Keftyw ("Creta"). E provável que os filisteus tenham sido expulsos de Creta por outros povos do mar, cuja identidade não vem ao caso aqui. Porém, estudos de anéis anuais de árvores europeias e mudanças de nível em turfeiras e lagos sugerem a ocorrência de uma crise no clima da Europa c. 1200 a.C., fato que pode ter desencadeado as migrações.
Os egípcios afirmavam ter conquistado uma grande vitória em sua batalha contra os povos do mar. O Papiro de Harris de Ramsés IV (1153-1147 a.C.) - um papiro com 40 m de comprimento no qual se encontram registrados os acontecimentos do reinado de Ramsés III - declara: "Derrotei todos aqueles que ultrapassaram os fronteiras do Egito, vindos de suas terras. Aniquilei o povo danuna vindo de suas ilhas, os tiekker e os pereset (filisteus)... os sherden e os weshwesh do mar foram exterminados". Os filisteus derrotados se assentaram na planície costeira do sul da Palestina, daí o nome dessa região.

A CULTURA FILISTÉIA
À chegada dos filisteus na Palestina é marcada em termos arqueológicos por suas cerâmicas peculiares (Período Micênico HIC1b), bastante semelhantes a exemplares egeus. Os filisteus foram o primeiro povo a usar o ferro na Palestina e, portanto, arqueologicamente, sua chegada também é marcada pela transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro. Devido ao monopólio desse metal pelos filisteus, os israelitas se tornarem dependentes de seus ferreiros para afar ferramentas. Cinco cidades filistéias importantes foram fundadas na costa do Mediterrâneo ou próximo a esta: Gaza, Asquelom, Asdode, Ecrom e Gate. O governante da cidade era chamado, em hebraico, de seren, um termo usado apenas para governantes filisteus e associado, por meio da língua grega, à palavra "tirano".

SANSÃO
O juiz Sangar libertou Israel dos filisteus, mas quem recebe destaque é Sansão, o juiz com forças sobre-humanas demonstradas quando ele matou mil homens com a queixada de um jumento e carregou a porta da cidade de Gaza até o alto de um monte? que julgou sobre Israel durante doze anos.* Seu ponto fraco, a atração por mulheres estrangeiras, o levou a perder os cabelos, a força e a visão. Apesar de seus atos de heroísmo dramáticos, Sansão não livrou Israel da opressão filistéia.

SAMUEL
Os filisteus representavam uma ameaça inigualável.' Eram soldados disciplinados possuíam armas superiores às dos israelitas. Cansados de invadir e saquear periodicamente o território de Israel, procuraram conquistá-lo em caráter definitivo. Deslocando-se do litoral para o interior, ocuparam grande parte dos montes da região central. Foi nesse contexto que Samuel cresceu na cidade de Siló, na região montanhosa de Efraim. Ali ficava o tabernáculo, ao qual haviam sido acrescentadas algumas construções permanentes," formando um complexo chamado de "templo do Senhor"." Durante sua juventude, Samuel foi instruído pelo sacerdote idoso Eli. Ao atingir a idade adulta, Samuel foi reconhecido como profeta do Senhor em todo o Israel, desde Da até Berseba. Também atuou como juiz, percorrendo um circuito que incluía Betel, Gilgal, Mispa e Ramá, a cidade onde morava.

OS FILISTEUS TOMAM A ARCA
De acordo com o livro de Samuel, depois que os filisteus mataram quatro mil israelitas no campo de batalha em Afeca, o povo pediu que a arca da Aliança fosse trazida de Siló para o acampamento israelita em Ebenézer (possivelmente Izbet Sarteh). Quando os filisteus ouviram os gritos de júbilo dos israelitas, pensaram que um deus havia chegado ao acampamento de Israel. Na batalha subsequente, os israelitas foram massacrados: trinta mil soldados, inclusive os dois filhos rebeldes de Eli, morreram e a arca da aliança foi tomada. Ao receber essa notícia, Eli caiu da cadeira onde estava assentado, quebrou o pescoço e morreu. Sua nora também morreu durante o parto, exclamando: "Foi-se a glória de Israel" (1Sm 4:22).
jarro de cerveja filisteu, com coador embutido para remover as cascas da cevada. Asdode, século XIl a.C
jarro de cerveja filisteu, com coador embutido para remover as cascas da cevada. Asdode, século XIl a.C
O mapa mostra o circuito percorrido por Samuel nos montes ao norte de Jerusalém ao exercer a função de juiz.
O mapa mostra o circuito percorrido por Samuel nos montes ao norte de Jerusalém ao exercer a função de juiz.
A chegada dos filisteus A chegada dos filisteus na costa da Palestina foi parte de uma migração mais ampla de um grupo chamado de Povos do Mar, os quais o rei egipcio Ramsés Ill derrotou numa batalha naval na foz do rio Nilo, em 1180 a.C.
A chegada dos filisteus A chegada dos filisteus na costa da Palestina foi parte de uma migração mais ampla de um grupo chamado de Povos do Mar, os quais o rei egipcio Ramsés Ill derrotou numa batalha naval na foz do rio Nilo, em 1180 a.C.
esquife antropóide feito de argila, encontrado em Bete-Seá; século XIl a XI a.C.
esquife antropóide feito de argila, encontrado em Bete-Seá; século XIl a XI a.C.
batalha naval entre Ramsés Ill e os Povos do Mar (1180 a.C.). Relevo do templo de Amon em Medinet Habu, Egito. Os guerreiros filisteus são representados usando seus ornamentos característicos a cabeça.
batalha naval entre Ramsés Ill e os Povos do Mar (1180 a.C.). Relevo do templo de Amon em Medinet Habu, Egito. Os guerreiros filisteus são representados usando seus ornamentos característicos a cabeça.

OS VIZINHOS DE ISRAEL E JUDÁ

O LEGADO DE DAVI E SALOMÃO
Durante o reinado de Davi, Israel conquistou vários povos vizinhos, mas não todos. Ao norte, Hirão de Tiro e outros reis fenícios governavam uma faixa ao longo da costa do Mediterrâneo correspondente de forma aproximada a atual Líbano. Mais ao sul, também junto ao Mediterrâneo, os filisteus mantiveram sua independência. Do lado leste do rio Jordão e a leste e sul do mar Morto, Davi conquistou Amom, Moabe e Edom. Depois de derrotar Hadadezer de Zobá, Davi parece ter conseguido controlar parte da Síria até o rio Eufrates. Nos anos depois da morte de Salomão, essas regiões readquiriram sua independência.

AMOM
O centro do reino de Amom era a grande cidadela de Rabá- Amom (atual Amã, capital da Jordânia). Os amonitas eram descendentes de Ben-Ami, filho de Ló (sobrinho de Abraão) (com sua filha mais nova) A região a oeste que se estendia até o vale do Jordão entre os ribeiros Jaboque e Arnom era ocupada pelos amorreus.

MOABE
O reino de Moabe se concentrava no planalto entre o ribeiro de Arnom, que corria por um vale de até 500 m de profundidade, e o ribeiro de Zerede, a leste do mar Morto. Sua cidade mais importante era Quir-Haresete, a magnífica fortaleza de Kerak. A região ao norte do rio Arnom era chamada de Misor, ou campinas de Moabe. Os moabitas eram descendentes de Ló com sua filha mais vela. Rute, a bisavó de Davi, era moabita. Moabe era uma região conhecida pela criação de ovinos e, por algum tempo, teve de pagar a Israel um tributo anual de cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros.

EDOM
Os edomitas eram descendentes de Esaú, o irmão mais velho de Jacó. Ocupavam o território ao sul do mar Morto e a sudeste do ribeiro de Zerede. Essa região montanhosa também era chamada de monte Seir, que significa "peludo", pois era coberta de uma vegetação densa constituída, em sua maior parte, de arbustos. Abrangia a Arabá, ou deserto de Edom, a grande depressão que liga o mar Morto ao mar Vermelho. Sua capital, Sela, pode ser identificada com Petra, a cidade que viria a ser conhecida como a espetacular capital rosada dos árabes nabateus.

A REGIÃO AO SUL DO MAR MORTO
Ao sul de uma linha imaginária entre Gaza e Berseba, estendendo-se para o leste até o sul do mar Morto, fica o deserto de Zim. Essa área extensa que constitui a parte norte do deserto do Sinai apresenta um índice pluviométrico anual inferior a 200 mm e, portanto, não pode ser usada para a agricultura. Judá procurou exercer controle sobre Edom e essa região. Os portos de Eziom-Geber (possivelmente Tell el-Kheleifeh) e Elate no norte do golfo de Ácaba permitiam que Judá tivesse acesso ao mar Vermelho e seu comércio valioso.

OS FILISTEUS
Quatro cidades filistéias, Ecrom, Asdode, Asquelom e Gaza, permaneceram independentes do controle de Israel e Judá. Apenas Gate foi controlada pelo reino de Judá.

O LÍBANO
Os montes da região norte da Galileia são separados das cadeias de montanhas do Líbano ao norte pelo vale profundo do rio Litani que desemboca no Mediterrâneo alguns quilômetros ao norte de Tiro. As montanhas de até 3.088 m de altura que passam cerca da metade do ano cobertas de neve explicam o nome "Líbano", que significa "branco". As coníferas e cedros do Líbano forneciam a madeira de melhor qualidade do Antigo Oriente Próximo, cobiçadas por reis da Mesopotâmia e do Egito, e também por Salomão, que adquiriu dessa região a madeira para o templo do Senhor em Jerusalém. A leste da cadeia de montanhas do Líbano encontra-se o vale de Becá. As montanhas formam uma barreira natural, impedindo que as chuvas cheguem ao vale onde o índice pluviométrico anual não passa de 250 mm. Os rios Orontes e Litani correm, respectivamente, ao longo do norte e do sul do vale para o mar Mediterrâneo. A leste de Becá fica a cadeia de montanhas do Antilíbano, cujo pico mais alto é o do monte Hermom (também chamado de Sirion ou Senir) com 2.814 m de altura. A costa mediterrânea do Libano possui

DO OUTRO LADO DO MAR
Os fenícios da costa do Líbano eram exímios marinheiros. Salomão contratou marujos de Hirão, rei de Tiro, para seus empreendimentos comerciais no mar Vermelho. Os israelitas, por sua vez, eram um povo ligado à terra que mostrava pouco entusiasmo pelo mar, como o salmista deixa claro: "Subiram até aos céus, desceram até aos abismos; no meio destas angústias, desfalecia-lhes a alma. Andaram, e cambalearam como ébrios, e perderam todo tino. Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações" (SI 107:26-28).

A SÍRIA
A leste da cadeia do Antilíbano fica o país chamado hoje de Síria. Este foi o nome que os romanos deram à região, que incluía a Palestina, quando Pompeu a conquistou em 63 .C. e a transformou numa província romana. No tempo do Antigo Testamento, a região ao redor de Damasco e mais ao norte era chamada de Hara. Davi firmou alianças com os reis arameus de Gesur (a leste do mar da Galileia) e Hamate. Conquistou Zoba (ao norte de Damasco), estendendo seu domínio até o rio Eufrates. Damasco recobrou sua independência durante o reinado de Salomão quando um certo Rezom passou a controlar a região. Ben-Hadade II, Hazael e Ben-Hadade IlI, reis posteriores de Damasco, entraram em conflito repetidamente com Israel, o reino do norte.

A LESTE DO JORDÃO
Basã e Gileade, a leste do rio Jordão, faziam parte da terra prometida, e, portanto, não eram vizinhos de Israel. Entretanto, a fim de fornecer uma descrição mais abrangente, devemos tratar dessas terras do outro lado do rio. Nessa região, os ventos frios do deserto que, no inverno, sopram sobre os montes orientais impedem o cultivo de oliveiras e, em alguns lugares, também de vinhas.

Vizinhos de Israel e Judá
Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam. em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.

Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Vizinhos de Israel e Judá Muitas nações vizinhas de Israel e Judá haviam em algum momento, feito parte do reino de Davi.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cidade de Petra, na Jordânia, escavada na rocha; talvez identificável com a cidade de Sela no Antigo Testamento. Aqui, uma vista do templo ou tumba nabatéia de el-Khazne.
Cedros nas montanhas do Líbano.
Cedros nas montanhas do Líbano.

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ISRAEL

Atualmente: ISRAEL
País com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
Mapa Bíblico de ISRAEL



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de I Samuel Capítulo 17 do versículo 1 até o 58
3. Davi e Golias (1Sm 17:1-58)

É evidente que alguns anos se passaram entre o primeiro encontro entre Saul e Davi e os eventos descritos no capítulo 17. Pelo menos houve um intervalo suficientemente longo para que o rei não reconhecesse o jovem que derrotou Golias (17:55-58). Outro ataque trouxe os filisteus ao vale de Elá (ou vale do Carvalho), acerca de 26 quilômetros a sudeste de Jerusalém, e talvez a 16 quilômetros de Belém, nas fronteiras ao sul de Judá. Socó (Js 15:35) e Azeca (1; cf. Js 10:11-15.
35) eram cidades vizinhas na Sefelá, ou a planície sul de Judá, e entre essas cidades os filisteus acamparam-se em Efes-Damim (termo de Damim) (1). Os israelitas, liderados por Saul, estavam em uma colina do outro lado de um vale (3), em hebraico gay, um desfiladeiro ou vale estreito com laterais íngremes; em comparação com o vale de Elá (2; em hebraico, emeq, "um vale ou depres-são larga", "um vale largo").

Um homem de estatura gigantesca, Golias, de Gate (4), apresentou-se como o cam-peão dos filisteus, e desafiou um oponente do exército de Israel — uma prática comum nas antigas táticas de guerra. Ele tinha mais de dois metros e oitenta centímetros de altura, usava uma armadura que pesava cerca de sessenta e oito quilos, e a haste de sua lança era como um eixo de tecelão, cuja ponta pesava cerca de nove quilos. O côvado era a distância desde a ponta do cotovelo até a extremidade do dedo médio, cerca de quaren-ta e cinco centímetros. O palmo era a distância entre a ponta do mindinho até a ponta do polegar, quando os dedos estão esticados, e mede em torno de quinze a vinte centímetros. Grevas (6), perneiras. Escudo, ou seja, dardo. Ouvindo, então, Saul e todo o Isra-el... espantaram-se e temeram muito (11). Os israelitas sabiam que Saul, o homem mais alto e mais forte do exército, deveria ser o campeão de Israel'.

E Davi era filho de um homem, efrateu, de Belém de Judá (12) — como os livros históricos do Antigo Testamento registram, em alguns casos, compilados a partir de documentos mais antigos (por exemplo, 10.25; I Reis 11:41-14.19; 15.7; etc.), existe a ocasional repetição de informações dadas anteriormente. Jessé era um homem idoso nessa época. Os seus três filhos mais velhos estavam no exército com Saul. Davi, po-rém, ia e voltava de Saul, para apascentar as ovelhas de seu pai (15) — uma referência à aparição anterior de Davi na corte de Saul em Gibeá (cf. 1Sm 16:19-23).

Davi foi enviado por seu pai ao acampamento de Israel com provisões para os seus irmãos mais velhos. Um efa (17), aproximadamente um alqueire (cerca de 35 litros). To-marás o seu penhor (18), isto é, alguma lembrança ou recordação deles — Moffatt: "tra-ga-me notícias deles". Ao lugar dos carros (20), ao acampamento. Em ordem de bata-lha, à linha de batalha ou à formação militar. Aparentemente, durante quarenta dias (16) os israelitas procuraram um campeão sem sucesso. A gritos, chamavam à peleja (20), "soltando o seu grito de guerra". Se puseram em ordem (21) "posicionaram suas linhas de batalha" (Berk.). Deixou a carga que trouxera (22), pacote ou pacotes. Guarda da bagagem — ou do armazém de suprimentos. Fará isenta de impostos a casa de seu pai em Israel (25), ou seja, livre do trabalho forçado e dos impostos (1Sm 8:11-18).

Quando Golias lançou o seu desafio costumeiro, Davi perguntou aos homens que estavam ao seu redor o que seria feito ao que matasse o filisteu e, portanto, tirasse a afronta de sobre Israel (26) — em hebraico, cherpah, "desgraça, vergonha", por causa do seu fracasso em enfrentar aquele que desafiava os exércitos do Deus vivo. O Deus vivo está em contraste com as futilidades sem vida adoradas pelos pagãos. A maneira de falar de Davi ofendeu o seu irmão mais velho, Eliabe, que o repreendeu. Não há razão para isso? (29), ou "Não é um problema?"

As palavras corajosas de Davi chamaram a atenção de Saul, que o convocou à sua presença. Quando ele se ofereceu para lutar contra o gigante filisteu, o rei objetou, com base na pouca idade de Davi. Como resposta, o jovem relatou a sua experiência com o leão e o urso que atacavam os rebanhos que estavam sob os seus cuidados. Os leões da Ásia são muito semelhantes aos da África, e com base na freqüência com que são mencionados no Antigo Testamento (130 vezes), eles eram muito comuns na Palestina nos tempos bíblicos. Os ursos eram os da espécie de cor marrom, e até mais temíveis que os leões, por causa da sua força superior e das suas ações imprevisíveis. No inverno, quando não era possível obter frutas silvestres, eles atacavam os rebanhos e levavam as ovelhas e os cordeiros.
Mas a confiança de Davi fundamentava-se em algo mais seguro do que a sua experi-ência como um pastor. A base era uma forte fé religiosa. Golias tinha desafiado o exérci-to do Deus vivo (36) — veja 26, comentário. Era o Senhor quem tinha realmente livrado o seu servo do leão e do urso — e Ele me livrará da mão deste filisteu (37). Foi feita uma tentativa de vestir Davi com as armas de Saul. Ele começou a andar (39), ou seja, tentou andar.

Ao perceber a futilidade de tentar lutar com armas que jamais tinha experimentado nem testado, Davi deixou-as de lado, e, ao invés delas, levou o seu cajado (40), a sua funda de pastor e cinco seixos do ribeiro. O Dr. J. B. Chapman usou isto para ilustrar o significado de ser "mais do que vencedor". Se Davi tivesse usado todas as cinco pedras em sua luta com Golias, ele ainda teria vencido. Mas da maneira como os fatos ocorre-ram, ele matou o gigante com uma, e estaria pronto caso quatro outros tivessem apare-cido no horizonte. O alforje era uma pequena bolsa de dinheiro. A funda — em hebraico, gela' — era uma arma usada principalmente pelos pastores, mas também reconhecida como uma arma de guerra. Normalmente era feita de uma tira de couro, com um bolso no centro onde continha as pedras. As duas extremidades eram seguras na mão, e era gira-da sobre a cabeça até que o soltar de uma das pontas lançava a pedra com tremenda força. Era possível ter uma boa precisão de pontaria; porém, isto requeria grande habili-dade e treinamento (cf. 1 Cron 12.2).

A ira e o desprezo fizeram com que Golias se irasse; então amaldiçoou a Davi pelos seus deuses (43) e ameaçou dá-lo como alimento às aves e aos animais do campo. A nobre resposta do filho de Jessé inspirou a muitos frente a grandes desafios: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu vou a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado (45). O Se-nhor dos exércitos é uma designação do Deus de Israel usada pela primeira vez em Samuel, mas encontrada normalmente ao longo dos salmos e dos livros proféticos, especi-almente em Isaías. Esta expressão se refere a Deus como o Senhor de todos os poderes celestiais e terrenos, o invisível líder de Israel que luta pelo seu povo. O conceito apareceu até mesmo antes que a palavra fosse usada — por exemplo, Êx 15:1-3; Js 5:14; Nm 21:14.

Confiante em Deus, Davi previu a vitória: toda a terra saberá que há Deus em Israel (46). O Senhor não se limita à espada e à lança para salvar o seu povo, porque do Senhor é a guerra (47). A pedra de Davi atingiu a testa do gigante, atordoou-o (cf.
51) e quando ele caiu por terra, o jovem pegou a própria espada do filisteu e matou-o, ao cortar-lhe a cabeça. Com a morte de seu campeão, o resto dos filisteus fugiu com terror, perseguido pelos exércitos de Israel com grandes mortes até lugares tão distantes como Gate e Ecrom, duas das principais cidades da Filístia, e passaram por Saaraim (52) nas planícies de Judá, a oeste de Socó e Azeca. Mais tarde, Davi trouxe a cabeça de Golias a Jerusalém, mas manteve as armas do gigante em sua tenda (54). O fato de Saul e Abner não reconhecerem a identidade do jovem indica um lapso de tempo entre a apa-rição de Davi como um músico na corte (16,23) e a expulsão dos filisteus. Jovem (56) -em hebraico, 'dem – pode simplesmente significar "homem moço". A referência de Saul, jovem (58) também enfatiza a aparente juventude de Davi'.

"O nome vitorioso" é corajosamente pronunciado por Davi diante dos eventos im-possíveis: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu vou a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado, 45. No contexto e nos resultados deste episódio, podemos ver: (1) o contraste entre o mundano e o homem de Deus, 32-37; (2) a batalha entre as armas de guerra e a funda de pastor, 38-51; (3) a supremacia do exército do Senhor sobre os poderes do mal, 52.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de I Samuel Capítulo 17 do versículo 1 até o 58
*

17.1 entre Socó e Azeca, em Efes-Damim. Socó ficava 24 km ao oeste de Belém, perto da fronteira da Filistéia, e Azeca ficava quase 4 km ao noroeste de Socó.

* 17:2

vale de Elá. O vale desce do leste para o oeste, e passa imediatamente ao norte de Socó e Azeca.

* 17.4 guerreiro. É raro no Antigo Testamento, o resultado de uma luta mortal entre dois campeões ser considerado como a vontade dos deuses (compare 2Sm 2:14-16). É bem atestado, porém, entre alguns dos vizinhos de Israel.

seis côvados e um palmo. São quase 3 metros. A Septuaginta (tradução grega primitiva do Antigo Testamento), os Rolos do Mar Morto, e Josefo (Antigüidades 6.9,1) registram quatro côvados ao invés de seis. Assim, Golias teria cerca de dois metros, o que não deixava de ser uma altura notável segundo os padrões da antigüidade.

* 17.5-7

É surpreendente a descrição pormenorizada da armadura e das armas de Golias. Davi, porém, não precisa confiar em equipamentos (vs. 39, 50).

* 17.11

Saul.

O desafio dos filisteus aos "servos de Saul" tinha sido o de "escolher um homem" (v. 8). A escolha lógica teria sido Saul (9.2; 10.23, 24), mas este se encontrava tão aterrorizado quanto os demais.

* 17.12 efrateu. Ver Gn 35:19; 48:7; Rt 1:2; 4:11; 13 4:4'>1Cr 4:4; Mq 5:2.

* 17.15 Davi... ia a Saul e voltava. O tempo de Davi era dividido entre os deveres ao seu rei (16.21-23) e ao seu pai. A família inteira de Davi é apresentada juntamente com ele (vs. 12-14).

*

17:25

lhe dará... a filha. Ver notas em 18:17-19,20-27.

* 17.26 incircunciso filisteu. Ver nota em 14.6.

* 17.28 Ouvindo-lhe Eliabe... acendeu-se-lhe a ira. A ira repentina de Eliabe é a reação de um homem que não tinha a capacidade de enfrentar um desafio e que ressentiu-se ao ser sobrepujado por seu irmão menor. O fato de Davi ter sido ungido só serviria para aumentar o ciúme de Eliabe. Em Gênesis 37, os irmãos mais velhos de José reagem da mesma maneira ao saberem que um dia ele viria a ser superior a eles (Gn 37:2-19).

a quem deixaste aquelas poucas ovelhas. Por mais inquieto que Davi tivesse ficado no tocante à batalha, agiu com responsabilidade para com seus deveres mais corriqueiros (vs. 20, 22).

tua presunção. Ou “teu orgulho”, “tua insolência”.

a tua maldade. Lit.: "a insolência do teu coração." Contrastar o modo de Eliabe julgar Davi com o de Deus, conforme indicam declarações tais como: "um homem que lhe agrada" (13,14) lit.: "um homem segundo seu coração", e "o SENHOR vê o coração" (16.7).

* 17.33-37 A conversa entre Saul e Davi ilustra vividamente a diferença radical entre suas perspectivas. Saul continua pensando naquilo que é humanamente possível ("não poderás," v. 33), ao passo que Davi confia que "O SENHOR... me livrará" (v. 37).

*

17.36 incircunciso filisteu. Ver 14.6, nota.

* 17.37 o SENHOR seja contigo. A ascensão de Davi ao poder continua sendo promovida por Saul, sem ter este a mínima consciência disso. Tendo introduzido Davi na corte real (16.19, nota), Saul passa a enviá-lo para lutar em seu lugar. Mais irônico de tudo, Saul invoca sobre Davi a bênção que faz a distinção mais nítida entre os dois e que explica o sucesso que Davi teve em sua vida – "o SENHOR seja contigo" (16.18 e nota).

* 17.38, 39 A rejeição por Davi da armadura de Saul apóia a lição da narrativa, de que "o SENHOR salva, não com espada, nem com lança; porque do SENHOR é a guerra" (v. 47).

* 17:45

em nome do SENHOR dos Exércitos. Ver nota em 1.3. Davi vem "em nome" de Deus, ou seja: pela autoridade e poder de Deus. Quanto ao significado do nome de Deus como expressão do seu caráter, ver, por exemplo, Êx 34:5-7.

* 17:46

os cadáveres... dos filisteus. Davi sobrepuja as ameaças de Golias (v. 44), pois a sua contra-ameaça abrange a totalidade do exército filisteu.

* 17:47

do SENHOR é a guerra. Ver notas em vs. 38, 39; 14.6.

* 17:50

matou. Ou seja: deu-lhe a ferida mortal (v.51, nota).

não havia espada. Esse versículo assinala o auge da luta entre Golias, que tinha todas as vantagens (do ponto de vista físico), e Davi, que tinha Deus do seu lado, e que conseguiu triunfar até mesmo sem uma espada (conforme vs. 45-47).

* 17:51

matou. Aqui é usada uma forma diferente do verbo hebraico usado no v. 50; o sentido seria "liquidou," assim como também em 14.13.

* 17:52

Gate e... Ecrom. Ver notas em 4.1; 5.8, 10.

* 17:54

e a trouxe a Jerusalém. Posto que Jerusalém ainda estava nas mãos dos jebuseus (2Sm 5:6-9 e notas), essa observação deve ser entendida como uma referência a uma ocasião posterior.

* 17:55

De quem é filho este jovem? A pergunta de Saul e a resposta de Abner parecem estar em conflito com os eventos descritos em 16:18-22. Ao mesmo tempo, parece haver um relacionamento cronológico entre os caps. 16 e 17 (v. 15 e 18.2). A pergunta de Saul pode ter sido inspirada pela preocupação em saber mais a respeito da posição social de quem receberia a promoção prometida em 17.25, inclusive o casamento com sua filha. A intensidade do interesse de Saul talvez reflita, também, seu conhecimento de que seu reino acabaria sendo dado "ao teu próximo, que é melhor do que tu" (15.28). Ver 18.18 e nota.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de I Samuel Capítulo 17 do versículo 1 até o 58
17.4-7 Nos dias do êxodo, a maioria dos israelitas tinham temido entrar na terra prometida por quão gigantes viviam ali (Nu 13 32:33). O rei Og de Apóiam necessitava uma cama de 4 m de comprimento (Dt 3:11). Agora Goliat, de 2.70 m de alto, ridicularizava aos soldados israelitas, e parecia invencível ante eles. Saul, o mais alto dos israelitas, pôde ter estado preocupado porque ele era obviamente o rival mais adequado para o Goliat. Aos olhos de Deus, entretanto, Goliat não era diferente de outros.

17:9 Às vezes um exército fugia de uma batalha muito custosa ao enfrentar a seu guerreiro mais forte, contra o guerreiro mais forte de seu inimigo. Isto evitava um grande derramamento de sangue, porque o ganhador da briga era considerado o ganhador da batalha. Goliat tinha uma vantagem definitiva sobre o Davi desde do ponto de vista humano. Mas Goliat não se dava conta de que ao brigar com o Davi, também tinha que brigar com Deus.

17:16 por que aconteceria isto de maneira continuada por quarenta dias, sem que um bando atacasse ao outro? Estavam acampados aos lados opostos de um vale de levantadas paredes. Quem quer se apressasse a descender ao vale e subir aos escarpados penhascos estaria em desvantagem ao princípio da batalha e provavelmente sofreria grandes perdas. Cada lado estava esperando que o outro atacasse primeiro.

17:26 O que uma perspectiva diferente pode fazer. Muitos dos que observavam viam um gigante. Entretanto, Davi viu um mortal que desafiava ao Deus todo-poderoso. Sabia que não estaria sozinho quando enfrentasse ao Goliat: Deus brigaria com ele. Viu sua situação do ponto de vista de Deus. Olhar as circunstâncias impossíveis do ponto de vista de Deus nos ajuda a pôr em sua correta perspectiva os problemas gigantes. Uma vez que os identificamos poderemos brigar melhor.

17.28-32 A crítica não pôde deter o Davi. Enquanto que o resto do exército permanecia paralisado, Davi reconheceu a importância de atuar. Com Deus brigando por ele não havia razão para esperar. Pode ser que a gente trate de desalentá-lo com comentários negativos ou brincadeiras, mas você deve continuar fazendo o que sabe que é correto. Ao fazê-lo, estará agradando a Deus, cuja opinião é a que mais importa.

17.55-58 Apesar de que Davi havia meio doido muitas vezes o harpa frente a Saul, pergunta-a que fez Saul ao Abner parece mostrar que não conhecia o Davi muito bem. Talvez, como se tinha pensado que Davi se casasse com a filha do Saul se tinha êxito (17.25), Saul queria conhecer mais a respeito de sua família. Ou possivelmente a instável condição mental do Saul (16,14) pôde ter impedido que reconhecesse ao Davi.

Davi

Quando pensamos no Davi, pensamos: pastor, poeta, matador de gigantes, rei, antepassado do Jesus. Em resumo, um dos homens maiores do Antigo Testamento. Mas junto com esta lista está outra: traidor, mentiroso, adúltero, assassino. A primeira lista dá as qualidades que possivelmente todos queremos ter; a segunda, a que possivelmente todos podemos chegar a ter. A Bíblia não se esforça em esconder os fracassos do Davi. Sem engreno, lhe recorda e respeita por seus sentimentos para Deus. Ao saber que nos parecemos mais ao Davi em seus enganos que em sua grandeza, devemos ter a curiosidade de descobrir o que foi o que fez que Deus se referisse ao Davi como um homem "conforme a meu coração" (At 13:22).

Davi, mais que nada, tinha uma fé inalterável na natureza fiel e misericordiosa de Deus. Foi um homem que viveu com grande prazer. Pecou muitas vezes, mas era rápido para confessar seus pecados. Suas confissões provinham do coração e seu arrependimento era genuíno. Davi nunca tomou à ligeira o perdão de Deus nem deu por feitas suas bênções. Por isso, Deus nunca deixou de lhe dar nem seu perdão nem as conseqüências de seus atos. Davi experimentou o gozo do perdão mesmo que teve que sofrer as conseqüências de seus pecados.

Temos a tendência a investir estas duas coisas. Muito freqüentemente, preferiríamos evitar as conseqüências a experimentar o perdão. A grande diferencia que há entre o Davi e nós é que ele pecou em grande maneira, mas não pecou repetidamente. Aprendeu de seus enganos porque aceitou o sofrimento que traziam consigo. Pelo general parece que não aprendemos de nossos enganos ou das conseqüências que resultam dos mesmos. Que mudanças precisa fazer para que Deus encontre essa classe de obediência em você?

Pontos fortes e lucros:

-- O maior rei do Israel

-- Antepassado do Jesus

-- Renomado na Galeria da Fé de Hebreus 11

-- Deus mesmo o descreveu como um homem conforme a seu coração (1Sm 13:14).

Debilidades e enganos:

-- Cometeu adultério com o Betsabé

-- Urdiu o assassinato do Urías, marido do Betsabé

-- Desobedeceu diretamente a Deus ao tomar um censo do povo

-- Não lutou bem com o pecado de seus filhos

Lições de sua vida:

-- A disposição de reconhecer nossos enganos com sinceridade é o primeiro passo para enfrentá-los

-- O perdão não elimina as conseqüências do pecado

-- Deus deseja em grande maneira nossa confiança e nossa adoração completas

Dados gerais:

-- Onde: Presépio, Jerusalém

-- Ocupações: Pastor, músico, poeta, soldado, rei

-- Familiares: Pai: Isaí. Algemas mencionadas: Mical, Ahinoam, Betsabé, Abigail. Filhos mencionados: Absalón, Amnón, Salomão, Adonías. Filha mencionada: Tamar. Sete irmãos

-- Contemporâneos: Saul, Jonatán, Samuel, Natán

Versículos chave:

"Agora pois, Jeová Deus, você é Deus, e suas palavras são verdade, e você prometeste este bem a seu servo. Tenha agora a bem benzer a casa de seu servo, para que permaneça perpetuamente diante de ti, porque você, Jeová Deus, há-o dito, e com sua bênção será bendita a casa de seu servo para sempre" (2Sm 7:28-29).

Sua história se relata em 1 Smamuel 16-2 Rsseis 2. Além disso lhe menciona em Am 6:5; Mt 1:1, Mt 1:6; Mt 22:43-45; Lc 1:32; At 13:22; Rm 1:3; Hb 11:32.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de I Samuel Capítulo 17 do versículo 1 até o 58

C. DAVI Recorreu contra Golias (


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de I Samuel Capítulo 17 do versículo 1 até o 58
  • O soldado vitorioso (17)
  • A história de Davi e Golias é bem conhecida e traz em si muitas lições práticas para a vida cristã. Todos nós enfrentamos gigantes de um tipo ou de outro, mas devemos dominá-los por meio do poder de Deus. Prova-velmente, Golias tinha 3 metros de altura, e sua armadura pesava mais de 68 quilos. Ele era o "filisteu" (17:8), o grande campeão deles, e era tão aterrador que trouxe temor ao exército judeu (v. 11). Se Saul fosse um líder piedoso, ele clama-ria Dt 20:0; Ef 3:20-49.) Saul tentou dar uma armadura para Davi, mas Davi, como nunca usara uma armadura, recusou-a. Imagine Saul dizendo a outra pessoa como deveria fa-zer para vencer! Davi vivenciara o poder de Deus, em particular, nos campos enquanto cuidava das ove-lhas; agora, ele demonstraria esse poder em público para a glória do Senhor. Veja como em todo esse episódio Davi glorifica o Senhor.

    Aqui, a lição prática é que Deus dá-nos vitória em resposta a nossa fé. Deus testara Davi, em particu-lar, com um leão e um urso; agora o testava publicamente com um gi-gante. Se formos fiéis nas batalhas individuais, Deus nos auxilia nas provas públicas. Com freqüência, o povo de Deus desanima nos me-nores testes que cruzam seu cami-nho, não percebe que os "pequenos testes" são uma preparação para as batalhas maiores que, com certeza, surgirão (Jr 12:5). Davi usava armas simples, humildes: uma funda e cin-co pedras (veja 1Co 1:27-46 e 2Co 10:3-47). Davi sabia que Gideão vencera com armas inadequadas e que o Deus de Gideão não morrera. Nem a crítica do irmão nem a des-crença de Saul impediram Davi de crer em Deus para conseguir vitória. A pedra atinge o alvo, o gigante cai, e Davi usa a espada do gigante para cortar sua cabeça! Essa vitória abriu o caminho para Israel atacar os filis- teus e despojar seus acampamentos. "Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (1Jo 5:4). "Somos mais que vencedores"!

    Aqui também há uma lição tí-pica: Davi é uma imagem de Jesus Cristo. O nome de Davi significa "amado", e Cristo é o Filho amado de Deus. Os dois nasceram em Be-lém. Os dois foram rejeitados pelos irmãos. (É claro que quando Davi se tornou rei, seus irmãos o recebe-ram, da mesma forma que os judeus receberão Cristo quando ele voltar a reinar.) Davi foi ungido rei anos antes de ser-lhe permitido reinar, exatamente como Cristo é Rei ago-ra, mas não reinará na terra até que Satanás seja desterrado. O rei Saul tipifica Satanás nesta era presente, pois Saul foi rejeitado e derrotado, contudo pôde reinar até que Davi subisse ao trono. Permite-se que Sa-tanás persiga o povo de Deus até o dia em que será derrotado.

    Da mesma forma como o pai de Davi enviou-o ao campo de batalha, o Pai enviou Cristo a estemundo. Golias retrata o orgulho e o poder de Satanás. Leia com atençãoLc 11:14-42. Satanás é o homem bem armado que guarda seus bens (as pessoas sob seu controle), e Cris-to é o Homem "mais valente" que domina Satanás. Cristo invadiu o reino de Satanás, dominou seu po-der, pegou sua armadura e agora di-vide os despojos ao salvar as almas perdidas e torná-las filhas de Deus. Naquele dia, Davi fez isso: ele do-minou o homem forte e permitiu que Israel dividisse os despojos (vv. 52-54). Nós, cristãos, lutamos por vitória, lutamos de posse da vitó-ria, a vitória conseguida na cruz (Cl 2:15). Jesus disse: "Tende bom âni-mo; eu venci o mundo" (Jo 16:33).

    Não fica claro por que Saul não reconhece Davi, seu escudei-ro. É provável que ele tenha visto Davi quando estava sob influência do espírito maligno. Contudo, outro fator é que Davi era um dos muitos servos da corte e, talvez, não fosse incomum que Saul os confundisse. Com certeza, Saul perguntaria a res-peito da família de Davi, já que pro-metera sua filha ao vencedor.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de I Samuel Capítulo 17 do versículo 1 até o 58
    17.1 A batalha anterior com os filisteus deu-se em Efraim (14:22-23), onde foram derrotados. Agora, os mesmos atacam pelo lado de Judá. Efes-Damim, "divisa de sangue" (1Cr 11:13). Nome dado por causa da cor vermelha da terra recém-arada.

    17.2 Vale de Elá. Vale dos terebintos ou carvalhos.

    17.4 Golias de Gate. Alguns gigantes ou enaquins, ainda permaneciam em Gate, Gaza e Asdode (Js 11:22). É provável que Golias estivesse como mercenário a serviço dos filisteus, pois o seu nome é de origem edomita. Seis côvados e um palmo, correspondem à altura Dt 2:92m. A LXX dá, "quatro côvados e um palmo", o que representa 2,02 metros.

    17.5 Couraça. A arqueologia descobriu em Nuzi, Mesopotâmia, uma couraça de bronze da época de 1500 a.C. A luta com Golias deu-se em cerca de 1022 a.C. cinco mil siclos são setenta quilos.

    17.10 Dai... um homem. Era costuma resolver-se guerras mediante duelos individuais em que se defrontavam dois guerreiros de fama. Homero menciona, em "Ilíada", um duelo entre Ajax e Heitor que decidiu a sorte de uma guerra; idem, Tito Lívio cita luta semelhante entre Horácios e Curiácios. Nos anais da Suméria encontra-se uma referência de um combate singular entre dois campeões para decidir a questão entre Enmerkar de Uruk e o Senhor de Aratta; isto, antes de 3.200 a.C.

    17.11 Temeram muito. A esperança de todos era que surgisse uma guerra aberta e comum, quando muitos se lançariam sobre Golias e o matariam.

    17.16 Quarenta dias. Espaço de tempo mais do que suficiente para arrasar a moral do exército.

    17.1 Efa, 39 litros. Trigo tostado. Grãos de trigo, tostado, que era a comida do soldado, do pastor, do viajante enfim de quem estivesse fora de casa por um tempo mais prolongado.

    • N. Hom. 17.25 Promessa de político. Para solucionar o problema desse duelo ingrato, e para não acabar por completo com a moral do exército, prometeu:
    1) dar por mulher a filha;
    2) isentar de impostos;
    3) distribuir riquezas. Saul prontificou-se a pagar qualquer preço. Já ia longe o tempo em que Saul dependia do Senhor (11.7, 13); agora colocava a sua esperança no poder do dinheiro e das promessas - que não cumpria.

    17.26 Quem é esse incircunciso... paro afrontar os exércitos do Deus vivo? A pergunta de Davi revela sua coragem e confiança no Deus vivo, como também a sua convicção de que o Senhor Deus estava consigo (14.6).

    17.28 Eliabe... desceste apenas para ver a peleja. Pelas palavras de Eliabe, percebe-se por que Deus não o escolheu para ser rei. Era homem medroso, mesquinho e ciumento. Não podia perdoar a Davi, por ter sido ele o escolhido de Deus (16.7, 12).

    17.29 Fiz somente uma pergunta. Davi corresponde aqui à definição dada em 16.18, "sisudo em palavras”.

    17.30 Desviou-se dele. Demonstra Davi a extraordinária capacidade de dominar-se, que é, realmente, maior vitória do que aquela sobre Golias.

    17.31 Saul mandou chamá-lo. O gesto revela o grande desespero de Saul, pois aproveitava a única oportunidade que se oferecia: um moço inexperiente em guerra (33).

    17.32 No texto grego (LXX) este versículo vem logo após o versículo 11.
    17:34-36 O teu servo matou tanto o leão como o urso. Davi repetiu a façanha de Sansão (Jz 14:5-7), e, além do leão, esquartejou um urso, outro animal forte e perigoso (2Rs 2:24). Somente mais tarde Davi conquistaria a cidadela de Jebus (2Sm 5:6-10). A espada de Golias, posteriormente ficou guardada no Santuário de Nobe (21.9).

    17:55-58 De quem é filho?... Não sei. Tanto Saul como Abner desconheciam a Davi. O texto do evento histórico pela ordem cronológica, passa do v. 58 para o 16:13-24, para depois voltar ao cap. 18 (ver cronologia, 16.1n).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de I Samuel Capítulo 17 do versículo 1 até o 58
    c) Davi e Golias (17.1—18.5)
    “Os capítulos 17:18 parecem ter existido originariamente em duas formas diferentes: uma mais longa, representada pelo texto hebraico presente e por alguns MSS (especialmente o Códice Alexandrino), e uma mais breve, representada pelo MS Vaticano da LXX. Este último omite 17:12-31,41,50; 17.55—18.5. Cada versão apresenta um relato que é completo em Sl mesmo, embora a mais breve minimize as diferenças entre as duas tradições acerca de Davi” (L. H. Brockington, Peake, 2. ed., p. 326).

    v. 1-11. Esse capítulo, como o cap. 4, começa com os israelitas e filisteus posicionados para a batalha no vale de Elá. A história não precisa ser recapitulada, mas alguns pontos requerem um comentário. Os detalhes acerca de Golias, a sua altura — “seis côvados e um palmo”, dois metros e noventa centímetros — e as especificações de sua armadura parecem

    circunstanciais e podem muito bem ter sido baseadas em testemunhas oculares. Mesmo assim, 2Sm 21:19 diz que “Elanã [...] matou Golias”; a VA diz que Elanã matou o irmão de Golias, harmonizando esse relato com lCr

    20.5 (v. Comentário, ad loc.). Hertzberg (p. 
    - 139n) sugere que talvez o próprio nome Davi seja um nome relacionado ao trono ou título, visto que dawidum nos textos de Mari significa “comandante”, e que o seu nome original tenha se perdido. Mas ele duvida de que tenha sido Elanã.

    v. 12-31. Seção que falta por inteiro na maioria dos MSS da LXX; as versões em português seguem o hebraico. A visita de Davi com provisões para os seus irmãos, como a de José gerações antes disso, é registrada, com a sua primeira vista de Golias, o terror dos israelitas diante desse desafio e a saudação mal-humorada de Eliabe a Davi. Alguns eruditos pensam que é improvável que a observação de Eliabe (v. 28) tenha sido sarcástica, visto que esteve presente no momento em que Davi foi ungido (16.13), mas Hertzberg, (p. 
    139) em vez de traduzir por “ungiu-o no meio dos seus irmãos” (ARC), traduz por “ungiu-o ‘do’ meio dos seus irmãos”, sugerindo um ato um tanto secreto.
    v. 32-49. A armadura de Davi e o seu único combate com o gigante são descritos em detalhes dramáticos. O jovem apresentou-se como voluntário quando homens calejados da guerra estavam se esquivando, assegurando a Saul que a luta não lhe era estranha, pois tinha vencido leões e ursos, e esse filisteu incircunciso será como um deles, pois desafiou os exércitos do Deus vivo (v. 36). Após se recusar a usar a armadura com que não estava habituado, ele escolheu [...] cinco pedras lisas e tinha a sua atiradeira na sua mão (v. 40); o rapaz seguro de Sl lançou-se ao desafio, com sua leveza e rapidez de movimento, contra o escárnio e o orgulho do filisteu, com a seguinte convicção: pois a batalha é do Senhor, e ele entregará todos vocês em nossas mãos (v. 47). O resultado é história.

    v. 50-54. O herói vitorioso desarmou e decapitou o inimigo, os israelitas derrotaram os filisteus, perseguindo-os até Gate e Ecrom, e saquearam o seu acampamento. Davi guardou as armas do filisteu em sua própria tenda (v. 54); mais tarde, a espada de Golias foi colocada na tenda do santuário (conforme 21.9). A cabeça de Golias deve ter sido trazida para Jerusalém depois da captura dessa cidade por parte de Davi (2Sm 5:6-10).

    v. 55-58. A forma em que Saul recebeu Davi nesse texto tem sido criticada com fre-qüência com base no fato de que ele não precisaria ter perguntado quem era o seu próprio escudeiro. Mas a investigação aqui não é acerca da identidade de Davi, mas da do seu pai. Saul havia prometido (v. 25) a sua filha a quem derrotasse Golias; a investigação acerca dos antecedentes do genro em potencial parece totalmente apropriada.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de I Samuel Capítulo 17 do versículo 1 até o 58
    1Sm 17:1

    4. A INVASÃO DOS FILISTEUS E O DESAFIO DE GOLIAS (1Sm 17:1-9). Isso deve ter sucedido diversos anos depois de terem sido derrotados em Micmás (capítulo 14). Defrontaram-se com o exército israelita entre Socó e Azeca, cerca de vinte e seis quilômetros a sudoeste de Jerusalém, no caminho de Gate, no vale do carvalho (1-2). Os exércitos estavam separados por uma profunda ravina (em heb., gave’) que havia ali (3). No versículo 2 o vale é chamado de ’ emeq, isto é, uma larga extensão entre as colinas. No termo de Damim (o campo de sangue), onde os exércitos se defrontaram, parece que havia uma garganta mais profunda dentro do vale mais largo, isto é, um gaye’ dentro do ’ emeq.

    >1Sm 17:4

    O campeão dos filisteus, Golias, tinha entre 2,75m a 3,05m de altura (4); sua couraça de escamas (lit., "corpete de escamas") para proteção do corpo, pesava cerca de 80 kg. (5); seu escudo (azagaia) era carregado entre os ombros (6); e a haste de sua lança era como o órgão do tecelão, e a ponta de ferro pesava um pouco mais de 8,5kg (7). Ele afirmava ser o filisteu (8), isto é, o bem conhecido campeão dos filisteus; e o Targum de Jônatas o apresenta como aquele que matou Ofni e Finéias. Lutas entre uns poucos representantes selecionados dos exércitos, para decidir as questões, eram comuns nos tempos antigos. O desafio de Golias provocou surpreendente terror entre os israelitas (11,24).

    >1Sm 17:12

    5. DAVI ACEITA O DESAFIO (1Sm 17:12-9). Ver anotação introdutória, acima, sobre os capítulos 17:18, referente às omissões verificadas na Septuaginta.

    >1Sm 17:41

    6. O TRIUNFO DA FÉ (1Sm 17:41-9). Davi fez se envergonharem os mais valentes guerreiros de Israel. Ele estava certo que Deus haveria de defendê-lo dos incircuncisos, por mais fortes e poderosos que pudessem parecer. Sua funda, com a bênção de Deus, era muito mais poderosa que o orgulhoso Golias com sua espada, sua lança e seu escudo (45; em heb., bekhidhon, azagaia). Isso mostra o que a fé real e viva pode fazer.


    Dicionário

    Fileira

    fileira s. f. Série de coisas, animais ou pessoas em linha reta; fila.

    Filisteus

    É desconhecida a significação, talvez querendo dizer imigrantes – os filisteus habitavam as terras baixas de Judá ao longo da costa, desde Jope até ao deserto de Gaza. o território tinha cinco divisões, cada uma das quais com a sua capital – Asdode ou Azoto, Gaza, Ascalom, Gate e Ecrom, sendo as duas últimas cidades situadas no interior. Estes cinco distritos formavam uma confederação de que Asdode era a capital federal (1 Sm 6,17) – e por isso foi para ali levada a arca (1 Sm 5.1). É muito incerta a DATA do estabelecimento deste povo em Canaã, mas eles venceram o Avim, tendo vindo de Caftor (Dt 2:23Jr 47:4Am 9:7). Quando os israelitas entraram no país, bem depressa estiveram em conflito com os filisteus, que obstinadamente resistiram aos invasores, obrigando uma parte da tribo de Dã a emigrar para as proximidades do monte Hermom (Jz 18). o poder dos filisteus aumentou durante o governo dos juizes e de Saul – foi Davi, que depois da morte do seu antecessor, de um modo notável uniu as tribos e os derrotou. (*veja Sansão.) A parte superior do território dos filisteus foi reclamada pelos descendentes de Efraim (1 Rs 15.27 – 16.15), que, contudo, não puderam expulsar os habitantes. A Filístia em nenhum tempo fez parte do Reino de israel (2 Rs 1.3 – 8,2) – jamais o seu povo deixou de atacar os israelitas, praticando terrivelmente a pilhagem, e prendendo os habitantes para vendê-los como escravos (1 Sm 10.5 – 13 3:17 – 14.21 – 23.1 – 28.1 – 29.11 – 31.1 a 12). Esta situação durou até que Tiglate-Pileser (734 a.C.) invadiu todo o país, subjugando os filisteus até Gaza. Alguns anos depois revoltaram-se contra Sargom (is
    20) e Senaqueribe. Ezequias foi envolvido na luta, por ter recebido o rei de Ecrom, que antes tinha estado em boas relações com a Assíria. o rei Ezequias havia restabelecido sobre a Filístia, o poder que Salomão tinha adquirido (2 Rs 18.8). Nesta ação foi o rei de Judá auxiliado pelos egípcios que se apoderaram dos lugares baixos do país (is 19:18). Mas Senaqueribe, na guerra com os egípcios, tomou Ascalom. outras cidades se submeteram aos assírios, perdendo Ezequias, também, certas porções do seu território. Por muito tempo os assírios tiveram a cidade de Asdode em seu poder, até que os egípcios, sob Psamético i, a subjugou (Jr 25:20). Neco, o seguinte egípcio, quando voltava da batalha de Megido, conquistou Gaza. Ainda outra vez os filisteus ficaram esmagados entre as duas potências em luta, o Egito e a Caldéia, pois Nabucodonosor, percorrendo o país levou cativa, depois de grande mortandade, quase toda a população (Jr 47). o velho ódio dos filisteus para com os judeus se patenteou durante o cativeiro (Ez 25:15-17). Todavia, desde a volta do cativeiro, a história dos filisteus é absorvida nas lutas dos reinos vizinhos.

    Filisteus Povo que habitava a planície da costa do mar Mediterrâneo em Canaã, desde Jope até o Sul de Gaza. Tinham cinco grandes cidades: Asdode, Gaza, Asquelom, Gate e Ecrom (Js 13:3). Os israelitas viviam sempre em luta contra eles.

    =====================

    MAR DOS FILISTEUS

    V. MEDITERRÂNEO, MAR (Ex 23:31).


    Israelitas

    São os descendentes de Jacóou israel. No N.T. o nome nacional, vulgar, é o de judeu. israelita é já um termo de especial dignidade, ‘um membro da teocracia e herdeiro das promessas’ (Jo 1:47Rm 9:4 – 11.1 – 2 Co 11.22).(*veja Hebreus, Judeus.)

    Ordem

    substantivo feminino Disposição organizada e ordenada das coisas, seguindo uma categoria: ordem alfabética.
    Regras, leis, estruturas que constituem uma sociedade.
    Regra oral ou escrita proferida por uma autoridade: ordem de despejo.
    Ação de comandar; comando: não cumpriu minhas ordens.
    Posição ocupada numa hierarquia; categoria, mérito: ordem militar.
    Disposto em fileira, renque: respeite a ordem da fila.
    Lei geral proveniente do costume, da autoridade; lei relativa a assunto particular: é preciso manter a lei e a ordem.
    Órgão que congrega certas classes de profissionais liberais, defendendo seus direitos e assegurando a disciplina da profissão: ordem dos advogados.
    Condição de tranquilidade, paz: o protesto aconteceu em ordem.
    Boa administração das finanças de um Estado ou de um particular.
    [Biologia] Divisão da classificação de plantas e animais, intermediária entre a classe e a família.
    Religião Sacramento da Igreja católica, conferido pelo bispo e que dá ao ordinando poderes para exercer as funções eclesiásticas.
    Religião Sociedade religiosa cujos membros fazem voto de viver sob certas regras: ordem religiosa.
    [Arquitetura] Forma e disposição das partes salientes de uma construção, particularmente das colunas e do entablamento, que distinguem diferentes maneiras de construir; coluna.
    Etimologia (origem da palavra ordem). Do latim ordo.ordinis.

    Se se detivessem a auscultar a Natureza, diminuindo o tresvario que se permitem, constatariam que o caos e o nada jamais fizeram parte do Cosmo, e que a ordem é a geratriz de todos os fenômenos, causa de todas as ocorrências.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Suicídio sem dor

    A ordem é atestado de elevação. [...]
    Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 22

    Todos nós precisamos da ordem, porque a ordem é a disciplina, em torno de situações, pessoas e coisas; fora dela, o capricho é capaz de estabelecer a revolta destruidora, sob a capa dos bons intentos. Entretanto, é necessário que a caridade lhe oriente as manifestações para que o método não se transforme em orgulho, aniquilando as obras do bem.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    I Samuel 17: 21 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E os israelitas e filisteus se puseram em ordem de batalha, fileira contra fileira.
    I Samuel 17: 21 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    1024 a.C.
    H3478
    Yisrâʼêl
    יִשְׂרָאֵל
    Israel
    (Israel)
    Substantivo
    H4634
    maʻărâkâh
    מַעֲרָכָה
    fileira, carreira, ordem de batalha
    (to be arrange)
    Substantivo
    H6186
    ʻârak
    עָרַךְ
    organizar, pôr ou colocar em ordem, ordenar, preparar, dispor, manejar, guarnecer,
    (and they joined)
    Verbo
    H6430
    Pᵉlishtîy
    פְּלִשְׁתִּי
    habitante da Filístia; descendentes de Mizraim que imigraram de Caftor (Creta?) para a
    (Philistim)
    Adjetivo
    H7122
    qârâʼ
    קָרָא
    deparar, sobrevir, encontrar
    (befall him)
    Verbo


    יִשְׂרָאֵל


    (H3478)
    Yisrâʼêl (yis-raw-ale')

    03478 ישראל Yisra’el

    procedente de 8280 e 410, grego 2474 Ισραηλ; n pr m

    Israel = “Deus prevalece”

    1. o segundo nome dado a Jacó por Deus depois de sua luta com o anjo em Peniel
    2. o nome dos descendentes e a nação dos descendentes de Jacó
      1. o nome da nação até a morte de Salomão e a divisão
      2. o nome usado e dado ao reino do norte que consistia das 10 tribos sob Jeroboão; o reino do sul era conhecido como Judá
      3. o nome da nação depois do retorno do exílio

    מַעֲרָכָה


    (H4634)
    maʻărâkâh (mah-ar-aw-kaw')

    04634 מערכה ma arakah̀

    procedente de 4633; DITAT - 1694d; n f

    1. fileira, carreira, ordem de batalha
      1. ordem de batalha
      2. carreira
      3. fileira

    עָרַךְ


    (H6186)
    ʻârak (aw-rak')

    06186 ערך ̀arak

    uma raiz primitiva; DITAT - 1694; v.

    1. organizar, pôr ou colocar em ordem, ordenar, preparar, dispor, manejar, guarnecer, avaliar, igualar, dirigir, comparar
      1. (Qal)
        1. organizar ou pôr ou colocar em ordem, organizar, expor em ordem, apresentar (uma causa legal), por no lugar
        2. comparar, ser comparável
    2. (Hifil) avaliar, tributar

    פְּלִשְׁתִּי


    (H6430)
    Pᵉlishtîy (pel-ish-tee')

    06430 פלשתי P elishtiŷ

    gentílico procedente de 6429; adj.

    filisteu = “imigrantes”

    1. habitante da Filístia; descendentes de Mizraim que imigraram de Caftor (Creta?) para a costa marítima de Canaã

    קָרָא


    (H7122)
    qârâʼ (kaw-raw')

    07122 קרא qara’

    uma raiz primitiva, encontrar, seja por acidente ou num gesto hostil; DITAT - 2064; v.

    1. deparar, sobrevir, encontrar
      1. (Qal)
        1. encontrar com, deparar com
        2. sobrevir (fig.)
      2. (Nifal) encontrar, encontrar inesperadamente
      3. (Hifil) levar a encontrar