Enciclopédia de Gênesis 19:26-26

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

gn 19: 26

Versão Versículo
ARA E a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal.
ARC E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal.
TB Mas a mulher de Ló olhou de detrás dele e ficou convertida em uma estátua de sal.
HSB וַתַּבֵּ֥ט אִשְׁתּ֖וֹ מֵאַחֲרָ֑יו וַתְּהִ֖י נְצִ֥יב מֶֽלַח׃
BKJ Mas a sua esposa olhou para trás por detrás dele, e ela se tornou um pilar de sal.
LTT E a esposa dele (de Ló) olhou para trás por detrás dele e ficou transformada em uma estátua de sal.
BJ2 Ora, a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal.[m]
VULG Respiciensque uxor ejus post se, versa est in statuam salis.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Gênesis 19:26

Gênesis 19:17 E aconteceu que, tirando-os fora, disse: Escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti e não pares em toda esta campina; escapa lá para o monte, para que não pereças.
Números 16:38 quanto aos incensários daqueles que pecaram contra a sua alma, deles se façam folhas estendidas para cobertura do altar; porquanto os trouxeram perante o Senhor; pelo que santos são e serão por sinal aos filhos de Israel.
Provérbios 14:14 Dos seus caminhos se fartará o infiel de coração, mas o homem bom se fartará de si mesmo.
Lucas 17:31 Naquele dia, quem estiver no telhado, tendo os seus utensílios em casa, não desça a tomá-los; e, da mesma sorte, o que estiver no campo não volte para trás.
Hebreus 10:38 Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


André Luiz

gn 19:26
Libertação

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 4
Francisco Cândido Xavier
André Luiz

No dia imediato, pusemo-nos em marcha.

Respondendo-nos às arguições afetuosas, o Instrutor informou-nos de que teríamos apenas alguns dias de ausência.

Além dos serviços referentes ao encargo particular que nos mobilizava, entraríamos em algumas atividades secundárias de auxílio. Técnico em missões dessa natureza, afirmou que nos admitira, num trabalho que ele poderia desenvolver sozinho, não só pela confiança que em nós depositava, mas também pela necessidade da formação de novos cooperadores, especializados no ministério de socorro às trevas.

Após a travessia de várias regiões, “em descida”, com escalas por diversos postos e instituições socorristas, penetramos vasto domínio de sombras.

A claridade solar jazia diferençada.

Fumo cinzento cobria o céu em toda a sua extensão.

A volitação fácil se fizera impossível.

A vegetação exibia aspecto sinistro e angustiado. As árvores não se vestiam de folhagem farta e os galhos, quase secos, davam a ideia de braços erguidos em súplicas dolorosas.

Aves agoureiras, de grande tamanho, de uma espécie que poderá ser situada entre os corvídeos, crocitavam em surdina, semelhando-se a pequenos monstros alados espiando presas ocultas.

O que mais contristava, porém, não era o quadro desolador, mais ou menos semelhante a outros de meu conhecimento, e, sim, os apelos cortantes que provinham dos charcos. Gemidos tipicamente humanos eram pronunciados em todos os tons.

Acredito, teríamos examinado individualmente os sofredores que aí se localizavam, se nos entregássemos a detida apreciação; todavia, Gúbio, à maneira de outros instrutores, não se detinha para atender a curiosidade improfícua.

Lembrando a “selva escura” a que Alighieri se reporta no imortal poema, eu trazia o coração premido de interrogativas inquietantes.

Aquelas árvores estranhas, de frondes ressecadas, mas vivas, seriam almas convertidas em silenciosas sentinelas de dor, qual a mulher de Lot, (Gn 19:26) transformada simbolicamente em estátua de sal? E aquelas grandes corujas diferentes, cujos olhos brilhavam desagradavelmente nas sombras, seriam homens desencarnados sob tremendo castigo da forma? Quem chorava nos vales extensos de lama? Criaturas que houvessem vivido na Terra que recordávamos, ou duendes desconhecidos para nós?

De quando em quando, grupos hostis de entidades espirituais em desequilíbrio nos defrontavam, seguindo adiante, indiferentes, incapazes de registrar-nos a presença. Falavam em alta voz, em português degradado, mas inteligível, evidenciando, pelas gargalhadas, deploráveis condições de ignorância. Apresentavam-se em trajes bisonhos e conduziam apetrechos de lutar e ferir.

Avançamos mais profundamente, mas o ambiente passou a sufocar-nos. Repousamos, de algum modo, vencidos de fadiga singular, e Gúbio, depois de alguns momentos, nos esclareceu:

— Nossas organizações perispiríticas, à maneira de escafandro estruturado em material absorvente, por ato deliberado de nossa vontade, não devem reagir contra as baixas vibrações deste Plano. Estamos na posição de homens que, por amor, descessem a operar num imenso lago de lodo; para socorrer eficientemente os que se adaptaram a ele, são compelidos a cobrir-se com as substâncias do charco, sofrendo-lhes, com paciência e coragem, a influenciação deprimente. Atravessamos importantes limites vibratórios e cabe-nos entregar a forma exterior ao meio que nos recebe, a fim de sermos realmente úteis aos que nos propomos auxiliar. Finda a nossa transformação transitória, seremos vistos por qualquer dos habitantes desta região menos feliz. A oração, de agora em diante, deve ser nosso único fio de comunicação com o Alto, até que eu possa verificar, quando na Crosta, qual o minuto mais adequado de nosso retorno aos dons luminescentes. Não estamos em cavernas infernais, mas atingimos grande império de inteligências perversas e atrasadas, anexo aos Círculos da Crosta, onde os homens terrestres lhes sofrem permanente influenciação. Chegou para nós o momento de pequeno testemunho. Muita capacidade de renúncia é indispensável, a fim de alcançarmos nossos fins. Podemos perder por falta de paciência ou por escassez de vocação para o sacrifício. Para a malta de irmãos retardados que nos envolverá, seremos simples desencarnados, ignorantes do próprio destino.

Passamos a inalar as substâncias espessas que pairavam em derredor, como se o ar fosse constituído de fluidos viscosos.

Elói estirou-se, ofegante, e não obstante experimentar, por minha vez, asfixiante opressão, busquei padronizar atitudes pela conduta do Instrutor, que tolerava a metamorfose, silencioso e palidíssimo.

Reparei, confundido, que a voluntária integração com os elementos inferiores do Plano nos desfigurava enormemente. Pouco a pouco, sentimo-nos pesados e tive a ideia de que fora, de improviso, religado, de novo, ao corpo de carne, porque, embora me sentisse dono da própria individualidade, me via revestido de matéria densa, como se fosse obrigado a envergar inesperada armadura.


Decorridos longos minutos, o orientador apelou, diligente:

— Prossigamos! Doravante, seremos auxiliares anônimos. Não nos convém, por enquanto, a identificação pessoal.

— Mas, não será isto mentir? Clamou Elói, quase refeito.

Gúbio dividiu conosco um olhar de benevolência e explicou, bondoso:

— Não te recordas do texto evangélico que recomenda não saiba a mão esquerda o que dá a direita? (Mt 6:3) Este é o momento de ajudarmos sem alarde. O Senhor não é mentiroso quando nos estende invisíveis recursos de salvação, sem que lhe vejamos a presença. Nesta cidade sombria, trabalham inúmeros companheiros do bem nas condições em que nos achamos. Se erguermos bandeira provocante, nestes campos, nos quais noventa e cinco por cento das inteligências se encontram devotadas ao mal e à desarmonia, nosso programa será estraçalhado em alguns instantes. Centenas de milhares de criaturas aqui padecem amargos choques de retorno à realidade, sob a vigilância de tribos cruéis, formadas de Espíritos egoístas, invejosos e brutalizados. Para a sensibilidade medianamente desenvolvida, o sofrimento aqui é inapreciável.

— E há governo estabelecido num reino estranho e sinistro quanto este? — Indaguei.

— Como não? — Respondeu Gúbio, atenciosamente. — Qual ocorre na Esfera carnal, a direção, neste domínio, é concedida pelos Poderes Superiores, a título precário. Na atualidade, este grande empório de padecimentos regenerativos permanece dirigido por um sátrapa de inqualificável impiedade, que aliciou para si próprio o pomposo título de Grande Juiz, assistido por assessores políticos e religiosos, tão frios e perversos quanto ele mesmo. Grande aristocracia de gênios implacáveis aqui se alinha, senhoreando milhares de mentes preguiçosas, delinquentes e enfermiças…

— E porque permite Deus semelhante absurdo?

Dessa vez, era o meu colega que perguntava, , semi-apavorado, agora, ante os compromissos que assumíramos.

Longe de perturbar-se, Gúbio replicou:

— Pelas mesmas razões educativas através das quais não aniquila uma nação humana quando, desvairada pela sede de dominação, desencadeia guerras cruentas e destruidoras, mas a entrega à expiação dos próprios crimes e ao infortúnio de si mesma, para que aprenda a integrar-se na ordem eterna que preside à vida universal. De período a período, contado cada um por vários séculos, a matéria utilizada por semelhantes inteligências é revolvida e reestruturada,  qual acontece nos Círculos terrenos; mas se o Senhor visita os homens pelos homens que se santificam, corrige igualmente as criaturas por intermédio das criaturas que se endurecem ou bestializam.

— Significa então que os gênios malditos, os demônios de todos os tempos… — exclamei, reticencioso.

— Somos nós mesmos, — completou o Instrutor, paciente, — quando nos desviamos, impenitentes, da Lei. Já perambulamos por estes sítios sombrios e inquietantes, mas os choques biológicos do renascimento e da desencarnação, mais ou menos recentes, não te permitem, nem a Elói, o desabrocho de reminiscências completas do passado. Comigo, porém, a situação é diversa. A extensão de meu tempo, na vida livre, já me confere recordações mais dilatadas e, de antemão, conheço as lições que constituam novidade. Muitos de nossos companheiros, guindados à Altura, não mais identificam nestas paragens senão motivos de cansaço, repugnância e pavor; todavia, é forçoso observar que o pântano, invariavelmente, é uma zona da natureza pedindo o socorro dos servos mais fortes e generosos.

Música exótica fazia-se ouvir não distante e Gúbio rogou-nos prudência e humildade em favor do êxito no trabalho a desdobrar-se.

Reerguemo-nos e avançamos.

Fizera-se-nos tardio o passo e nossa movimentação difícil.

Em voz baixa, o orientador reiterou a recomendação:

— Em qualquer constrangimento íntimo, não nos esqueçamos da prece. É, de ora em diante, o único recurso de que dispomos a fim de mobilizar nossas reservas mentais superiores, em nossas necessidades de reabastecimento psíquico. Qualquer precipitação pode arrojar-nos a estados primitivistas, lançando-nos em nível inferior, análogo ao dos Espíritos infelizes que desejamos auxiliar. Tenhamos calma e energia, doçura e resistência, de ânimo voltado para o Cristo. Lembremo-nos de que aceitamos o encargo desta hora, não para justiçar e sim para educar e servir.


Adiantamo-nos, caminho a fora, como se fazia possível.

Em minutos breves, penetramos vastíssima aglomeração de vielas, reunindo casario decadente e sórdido.

Rostos horrendos contemplavam-nos furtivamente, a princípio, mas, à medida que varávamos o terreno, éramos observados, com atitude agressiva, por transeuntes de miserável aspecto.

Alguns quilômetros de via pública, repletos de quadros deploráveis, desfilaram a nossos olhos.

Mutilados às centenas, aleijados de todos os matizes, entidades visceralmente desequilibradas, ofereciam-nos paisagens de arrepiar.

Impressionado com a multidão de criaturas deformadas que se enfileiravam sob nosso raio visual, perfeitamente arrebanhadas ali em experiência coletiva, enderecei algumas interrogações ao Instrutor, em tom discreto.

Porque tão extensa comunidade de sofredores? Que causas impunham tão flagrante decadência da forma?

Paciente, o orientador não se fez demorado na resposta.

— Milhões de pessoas, — informou, calmo, — depois da morte, encontram perigosos inimigos no medo e na vergonha de si mesmas. Nada se perde, André, no círculo de nossas ações, palavras e pensamentos. O registro de nossa vida opera-se em duas fases distintas; perseverando no exterior, através dos efeitos de nossa atuação em criaturas, situações e coisas, e persistindo em nós mesmos, nos arquivos da própria consciência, que recolhe matematicamente todos os resultados de nosso esforço, no bem ou no mal, ao interior dela própria. O Espírito, em qualquer parte, move-se no centro das criações que desenvolveu. Defeitos escuros e qualidades louváveis envolvem-no, onde se encontre. A criatura na Terra, por onde peregrinamos, ouve argumentos alusivos ao Céu e ao Inferno e acredita vagamente na vida espiritual que a espera, além-túmulo. Mais cedo que possa imaginar, perde o veículo de carne e compreende que não se pode ocultar por mais tempo, desfeita a máscara do corpo sob a qual se escondia à maneira da tartaruga dentro da carapaça. Sente-se tal qual é e receia a presença dos filhos da luz, cujos dons de penetração lhe identificariam, de pronto, as mazelas indesejáveis.  O perispírito, para a mente, é uma cápsula mais delicada, mais suscetível de refletir-lhe a glória ou a viciação, em virtude dos tecidos rarefeitos de que se constitui. Em razão disso, as almas decaídas, num impulso de revolta contra os deveres que nos competem a cada um, nos serviços de sublimação, aliam-se umas às outras através de organizações em que exteriorizam, tanto quanto possível, os lamentáveis pendores que lhes são peculiares, não obstante ferretoadas pelo aguilhão das inteligências vigorosas e cruéis.

— Mas, — interferi, — não há recursos de soerguer semelhantes comunidades?

— A mesma lei de esforço próprio funciona igualmente aqui. Não faltam apelos santificantes de Cima; contudo, com a ausência da íntima adesão dos interessados ao ideal da melhoria própria, é impraticável qualquer iniciativa legítima, em matéria de reajustamento geral. Sem que o Espírito, senhor da razão e dos valores eternos que lhe são consequentes, delibere mobilizar o patrimônio que lhe é próprio, no sentido de elevar o seu campo vibratório, não é justo seja arrebatado, por imposição, a regiões superiores que ele mesmo, por enquanto, não sabe desejar. E até que resolva atirar-se ao empreendimento da própria ascensão, vai sendo aproveitado pelas leis universais no que possa ser útil à Obra Divina. A minhoca, enquanto é minhoca, é compelida a trabalhar o solo; o peixe, enquanto é peixe, não viverá fora d’água…

Sorrindo, ante a própria argumentação, concluiu bem humorado:

— É natural, pois, que o homem, dono de vastas teorias de virtude salvadora, enquanto se demora no comboio da inferioridade seja empregado em atividades inferiores. A Lei estima infinitamente a Lógica.

Calou-se Gúbio, evidentemente constrangido pela necessidade de não acordarmos demasiada atenção em torno de nós.

Tocado, no entanto, pela miséria que ali emoldurava tanta dor, perdi-me num mar de indagações íntimas.

Que empório extravagante era aquele? Algum país onde vicejassem tipos subumanos? Eu sabia que semelhantes criaturas não envergavam corpos carnais e que se congregavam num reino purgatorial, em benefício próprio; entretanto, vestiam-se de roupagens de matéria francamente imunda. Lombroso e Freud encontrariam aí extenso material de observação. Incontáveis tipos que interessariam, de perto, à criminologia e à psicanálise vagueavam absortos, sem rumo. Exemplares inúmeros de pigmeus, cuja natureza em si ainda não posso precisar, passavam por nós, aos magotes. Plantas exóticas, desagradáveis ao nosso olhar, ali proliferam, e animais em cópia abundante, embora monstruosos, se movimentavam a esmo, dando-me a ideia de seres acabrunhados que pesada mão transformara em duendes. Becos e despenhadeiros escuros se multiplicavam em derredor, acentuando-nos o angustioso assombro.

Após a travessia de vastíssima área, não sopitei as interrogações que me escapavam do cérebro.

O Instrutor, todavia, esclareceu, discreto:

— Guarda as perguntas intempestivas no momento. Estamos numa colônia purgatorial de vasta expressão. Quem não cumpre aqui dolorosa penitência regenerativa, pode ser considerado inteligência subumana. Milhares de criaturas, utilizadas nos serviços mais rudes da natureza, movimentam-se nestes sítios em posição infraterrestre. A ignorância, por ora, não lhes confere a glória da responsabilidade. Em desenvolvimento de tendências dignas, candidatam-se à humanidade que conhecemos na Crosta. Situam-se entre o raciocínio fragmentário do macacóide e a ideia simples do homem primitivo na floresta. Afeiçoam-se a personalidades encarnadas ou obedecem, cegamente, aos Espíritos prepotentes que dominam em paisagens como esta. Guardam, enfim, a ingenuidade do selvagem e a fidelidade do cão. O contato com certos indivíduos inclina-os ao bem ou ao mal e somos responsabilizados pelas Forças Superiores que nos governam, quanto ao tipo de influência que exercermos sobre a mente infantil de semelhantes criaturas. Com respeito aos Espíritos que se mostram nestas ruas sinistras, exibindo formas quase animalescas, neles reparamos várias demonstrações da anormalidade a que somos conduzidos pela desarmonia interna. Nossa atividade mental nos marca o perispírito. Podemos reconhecer a propriedade do asserto, quando ainda no mundo. O glutão começa a adquirir aspecto deprimente no corpo em que habita. Os viciados no abuso do álcool passam a viver de borco, arrojados ao solo, à maneira de grandes vermes. A mulher que se habituou a mercadejar com o vaso físico, olvidando as sagradas finalidades da vida, apresenta máscara triste, sem sair da carne. Aqui, porém, André, o fogo devorador das paixões aviltantes revela suas vítimas com mais hedionda crueldade.

Certo, porque eu refletisse no problema de assistência, o orientador aduziu:

— É impraticável a enfermagem individual e sistemática numa cidade em que se amontoam milhares de alienados e doentes. Um médico do mundo surpreenderia aqui, às centenas, casos de amnésia, de psicastenia, de loucura, através de neuroses complexas, alcançando a conclusão de que toda a patogenia permanece radicada aos ascendentes de ordem mental. Quem cura nestes lugares há de ser o tempo com a piedade celeste ou a piedade celeste por intermédio de embaixadores da renúncia, em serviços de intercessão para os Espíritos arrependidos que se refugiem na obediência aos imperativos da Lei, inspirados pela boa vontade.

Alguns transeuntes repulsivos ombrearam conosco e Gúbio considerou prudente silenciar.

Notei a existência de algumas organizações de serviços que nos pareceriam, na Esfera carnal, ingênuas e infantis, reconhecendo que a ociosidade era, ali, a nota dominante. E porque não visse crianças, exceção feita das raças de anões, cuja existência percebia sem distinguir os pais dos filhos, arrisquei, de novo, uma indagação, em voz baixa.

Respondeu o Instrutor, atencioso:

— Para os homens da Terra, propriamente considerados, este Plano é quase infernal. Se a compaixão humana separa as crianças dos criminosos definidos, que dizer do carinho com que a compaixão celestial vela pelos infantes?

— E porque em geral tanta ociosidade neste Plano? — Indaguei ainda.

— Quase todas as almas humanas, situadas nestas furnas, sugam as energias dos encarnados e lhes vampirizam a vida, qual se fossem lampreias insaciáveis no oceano do oxigênio terrestre. Suspiram pelo retorno ao corpo físico, de vez que não aperfeiçoaram a mente para a ascensão, e perseguem as emoções do campo carnal com o desvario dos sedentos no deserto. Quais fetos adiantados absorvendo as energias do seio materno, consomem altas reservas de força dos seres encarnados que as acalentam, desprevenidos de conhecimento superior. Daí, esse desespero com que defendem no mundo os poderes da inércia e essa aversão com que interpretam qualquer progresso espiritual ou qualquer avanço do homem na montanha de santificação. No fundo, as bases econômicas de toda essa gente residem, ainda, na Esfera dos homens comuns e, por isto, preservam, apaixonadamente, o sistema de furto psíquico, dentro do qual se sustentam, junto às comunidades da Terra.


A essa altura, defrontamos acidentes no solo, que o Instrutor nos levou a atravessar.

Subimos, dificilmente, a rua íngreme e, em pequeno planalto, que se nos descortinou aos olhos espantadiços, a paisagem alterou-se.

Palácios estranhos surgiam imponentes, revestidos de claridade abraseada, semelhante à auréola do aço incandescente.

Praças bem cuidadas, cheias de povo, ostentavam carros soberbos, puxados por escravos e animais.

O aspecto devia, a nosso ver, identificar-se com o das grandes cidades do Oriente, de duzentos anos atrás.

Liteiras e carruagens transportavam personalidades humanas, trajadas de modo surpreendente, em que o escarlate exercia domínio, acentuando a dureza dos rostos que emergiam dos singulares indumentos.

Respeitável edifício destacava-se diante de uma fortaleza, com todos os característicos de um templo, e o orientador confirmou-me as impressões, asseverando que a casa se destinava a espetaculoso culto externo.

Enquanto nos movimentávamos, admirando o suntuoso casario em contraste chocante com o vasto reino de miséria que atravessáramos, alguém nos interpelou, descortês:

— Que fazem?

Era um homem alto, de nariz adunco e olhos felinos, com todas as maneiras do policial desrespeitoso, a identificar-nos.

— Procuramos o sacerdote Gregório, a quem estamos recomendados, — esclareceu Gúbio, humilde.

O estranho pôs-se à frente, determinou lhe acompanhássemos as passadas, em silêncio, e guiou-nos a um casarão de feio aspecto.

— É aqui! — Disse em tom seco e, após apresentar-nos a um homem maduro, envolvido em longa e complicada túnica, retirou-se.

Gregório não nos recebeu hospitaleiramente. Fitou em Gúbio os olhos desconfiados de fera surpreendida e interrogou:

— Vieram da Crosta, há muito tempo?

— Sim, — respondeu nosso Instrutor, — e temos necessidade de auxílio.

— Já foram examinados?

— Não.

— E quem mos enviou? — Inquiriu o sacerdote, sob visível perturbação.

— Certa mensageira de nome Matilde.

O anfitrião estremeceu, mas observou, implacável:

— Não sei quem seja. Todavia, podem entrar. Tenho serviços nos mistérios e não posso ouvi-los agora. Amanhã, porém, ao anoitecer, serão levados aos setores de seleção, antes de admitidos ao meu serviço.

Nem mais uma palavra.

Entregues a um servidor de fisionomia desagradável, demandamos porão escuro, e confesso que acompanhei Gúbio e Elói, de alma conturbada por receio absorvente e indefinível.




[Vide no outra referência ao mesmo assunto.]


gn 19:26
Obreiros da Vida Eterna

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 19
Francisco Cândido Xavier
André Luiz

Liberto, Cavalcante oferecia-me amplo ensejo a infatigáveis pesquisas. A injeção sedativa, veiculando anestésicos em dose alta, afetara-lhe o corpo perispirítico, como se fora choque elétrico. Devido a isso, ele permanecia quase inerte, ignorando-se a si mesmo. Inquirido por mim, vezes diversas, não sabia concatenar raciocínios para responder às questões mais rudimentares, alusivas à própria identidade pessoal.

Notando o meu interesse a respeito do assunto, Jerônimo, após ministrar-lhe os primeiros socorros magnéticos, na Casa Transitória, prestou-me os seguintes esclarecimentos:

— Qualquer droga, no campo infinitesimal dos núcleos celulares, se faz sentir pelas propriedades elétricas específicas. Combinar aplicações químicas com as verdadeiras necessidades fisiológicas, constituirá, efetivamente, o escopo da Medicina no porvir. O médico do futuro aprenderá que todo remédio está saturado de energias electromagnéticas em seu raio de ação. É por isso que o veneno destrói as vísceras e o entorpecente modifica a natureza das células em si, impondo-lhes incapacidade temporária. A gota medicamentosa tem princípios elétricos, como também acontece às associações atômicas que vão recebê-la. Segundo sabemos, em plano algum a Natureza age aos saltos. O perispírito, formado à base de matéria rarefeita, mobiliza igualmente trilhões de unidades unicelulares da nossa Esfera de ação, que abandonam o campo físico saturadas da vitalidade que lhe é peculiar. Daí os sofrimentos e angústias de determinadas criaturas, além do decesso. Os suicidas costumam sentir, durante longo tempo, a aflição das células violentamente aniquiladas, enquanto os viciados experimentam tremenda inquietação pelo desejo insatisfeito.

A elucidação era lógica e humana. Fui compreendendo, por minha vez, pouco a pouco, a importância do desapego às emoções inferiores para os homens e mulheres encarnados na Crosta. Matéria e espírito, vaso e conteúdo, forma e essência, confundiam-se aos meus olhos como a chama da vela e o material incandescente. Integrados um no outro, produziam a luz necessária aos objetivos da vida.

O exame dos casos de morte trouxera-me singular enriquecimento no setor da ciência mental. O Espírito, eterno nos fundamentos, vale-se da matéria, transitória nas associações, como material didático, sempre mais elevado, no curso incessante da experiência para a integração com a Divindade Suprema. Prejudicando a matéria, complicaremos o quadro de serviços que nos é indispensável e estacionaremos, em qualquer situação, a fim de restaurar o patrimônio sublime posto à nossa disposição pela Bondade Imperecível. Tanto seremos compelidos ao trabalho regenerador, na encarnação, quanto na desencarnação, na existência da carne quanto na morte do corpo, tanto no presente quanto no futuro. Ninguém se colocará vitorioso no cume da vida eterna, sem aprender o equilíbrio com que deve elevar-se. Daí as atividades complexas do caminho evolutivo, as diferenciações inumeráveis, a multiplicidade das posições, as escalas da possibilidade e os graus da inteligência, nos variados Planos da vida.

Para solucionar instantes problemas de Cavalcante, o nosso dirigente designou o padre Hipólito para segui-lo de mais perto, orientando-o quanto à renovação. O “convalescente” fixava-nos, receoso, crendo-se vítima de pesadelo, em hospital diferente. Declarava-se interessado em continuar no corpo terrestre, chamava a esposa insistentemente, repetia descrições do passado com admirável expressão emotiva. Por mais de uma vez, repeliu Jerônimo, com severa argumentação. Ao lado de Hipólito, porém, aquietava-se, humilde. Influíam nele o respeito e a confiança que se habituara a consagrar aos sacerdotes. Nosso companheiro possuía sobre o recém-liberto importante ascendente espiritual. Poderia beneficiá-lo com mais facilidade e em menos tempo. Apesar disso, contudo, nosso Assistente ministrava-lhe com regularidade recursos magnéticos, erguendo-lhe o padrão de saúde espiritual.

O desencarnado ia despertando com extremo vagar, demorando-se longo tempo a reapossar-se de si. Eram, todavia, impressionantes seus colóquios com o irmão Hipólito, nos quais crivava o ex-sacerdote de intempestivas interrogações. À medida que as suas condições mentais melhoravam, apertava o cerco. Queria saber onde se localizavam o Céu e o inferno; pedia notícias dos santos, pretendendo visitar aqueles a quem consagrava mais entranhada devoção; rogava explicações referentes ao limbo; reclamava o encontro com parentes que o haviam precedido no túmulo; solicitava elucidações sobre o valor dos sacramentos da Igreja Católica; comentava a natureza dos diversos dogmas, até que, certo dia, chegou ao despautério de perguntar se não lhe seria possível obter uma audiência com Deus, na Corte Celeste. Hipólito precisava mobilizar infinita boa vontade para tratar com respeito e proveito tamanha boa-fé.

A Irmã Zenóbia vinha frequentemente assistir ao curso dos surpreendentes diálogos e, de uma feita, quando nos achávamos juntos, a pequena distância do enfermo, comentou, risonha:

— Nossa antiga Igreja Romana, tão venerável pelas tradições de cultura e serviço ao progresso humano, é, de fato, na atualidade, grande especialista em “crianças espirituais”…

Examinando as dificuldades naturais do serviço de esclarecimento, Jerônimo recomendou a Hipólito e a Luciana dispensarem ao recém-liberto os recursos possíveis, em virtude da escassez de tempo.

Vinte e cinco dias já haviam transcorrido sobre o início da tarefa.

— Precisamos regressar, — informou o Assistente, — precisamos regressar logo se verifique a vinda de Adelaide, () que não se demorará nesta fundação mais de um dia. Cumpre-nos, pois, acelerar a preparação de Cavalcante, com todas as possibilidades ao nosso alcance.

E os companheiros desvelavam-se, carinhosos. No fundo, todos sentíamos saudades do lar distante, que nos congregava em bênçãos de paz e luz. O próprio Fábio, equilibrado e bem disposto, colaborava para a solução do assunto, suspirando pela penetração nos santuários de Mais Alto.


Atendendo à divisão dos serviços, Jerônimo e eu continuamos em ação no instituto evangélico, onde a serva leal de Jesus receberia a carta liberatória. Adelaide, porém, parecia não depender de algemas físicas. Não consegui, por minha vez, auscultar-lhe o espesso organismo, porque a nobre missionária, em virtude de avançado enfraquecimento do corpo, abandonava-o ao primeiro sinal de nossa presença, colocando-se, junto de nós, em sadia palestra.

Geralmente, companheiros distintos de nosso Plano participavam-nos dos ágapes fraternos.

Na antevéspera do desenlace, tive ocasião de observar a extrema simplicidade do abnegado Bezerra de Menezes, que se encontrava em visita de reconforto junto à servidora fiel.

— Não desejo dificultar o serviço de meus benfeitores, — dizia ela, algo triste, — e, por isso, estimaria conservar boa forma espiritual no supremo instante do corpo.

— Ora, Adelaide, — considerou o apóstolo da caridade, — morrer é muito mais fácil que nascer. Para organizar, na maioria das circunstâncias, são precisos, geralmente, infinitos cuidados; para desorganizar, contudo, basta por vezes leve empurrão. Em ocasiões como esta, a resolução é quase tudo. Ajude a você mesma, libertando a mente dos elos que a imantam a pessoas, acontecimentos, coisas e situações da vida terrena. Não se detenha. Quando for chamada, não olhe para trás.

E sorrindo:

— Lembre-se de que a mulher de Lot, convertida em estátua de sal, (Gn 19:26) não é símbolo inexpressivo. Há criaturas que, no instante justo de abandonarem a carne, às vezes doente e imprestável, voltam o pensamento para o caminho palmilhado, revivendo recordações menos construtivas… Tropeçam nas próprias apreensões, como se estas fossem pedras soltas ao léu, na senda percorrida, e ficam longos dias fisgadas no anzol do incoerente e insatisfeito desejo, sem suficiente energia para uma renúncia nobilitante.

— Espero, — asseverou a interlocutora, em tom grave, — que os amigos me auxiliem. Sinto-me socorrida, amparada, mas… tenho medo de mim mesma.

— Preocupada assim, minha amiga? — Tornou o antigo médico, satisfeito. — Não vale a pena. Compreendo-lhe, todavia, a ansiedade. Também passei por aí. Creia, entretanto, que a lembrança de Jesus, ao pé de Lázaro, foi ajuda certa ao meu coração, em transe igual. Busquei insular-me, cerrar ouvidos aos chamamentos do sangue, fechar os olhos à visão dos interesses terrenos, e a libertação, afinal, deu-se em poucos segundos. Pensei nos ensinamentos do Mestre, ao chamar Lázaro, de novo, à existência, e recordei-lhe as palavras: — “Lázaro, sai para fora!” (Jo 11:43) Centralizando a atenção na passagem evangélica, afastei-me do corpo grosseiro sem obstáculo algum.

A simplicidade do narrador encantava.

Adelaide sorriu, sem no entanto disfarçar a preocupação íntima.

Valendo-se da pausa, Jerônimo aduziu:

— Aliás, cumpre-nos destacar as condições excepcionais em que partirá nossa amiga. Em tais circunstâncias, apenas lastimo aqueles que se agarram em demasia aos caprichos carnais. Para esses, sim, a situação não é agradável, porquanto o semeador de espinhos não pode aguardar colheita de flores. Os que se consagram à preparação do futuro com a vida eterna, através de manifestações de espiritualidade superior, instintivamente aprendem todos os dias a morrer para a existência inferior.

Reparei que a abnegada irmã se mostrava mais calma e confortada, a essa altura.

Interrompeu-se a conversação, porque Adelaide foi obrigada a reanimar repentinamente o corpo, a fim de receber a última dose de medicação noturna. Ao regressar ao nosso Plano, Jerônimo ofereceu-lhe o braço amigo para rápida excursão ao estabelecimento de Fabiano.

A Irmã Zenóbia desejava vê-la, antes do desenlace. A grande orientadora do asilo errático admirava-lhe os serviços terrestres e, por mais de uma vez, valeu-se de seu fraternal concurso em atividades de regeneração e esclarecimento.

Adelaide acompanhou-nos, contente.

Em breves minutos, recebidos pela administradora, como que se repetia a mesma palestra de minutos antes, apenas com a diferença de que Zenóbia tomara a posição reanimadora do devotado Bezerra.

A bondosa discípula de Jesus, em vias de retirar-se da Crosta, era alvo do carinho geral.

Depois de considerações convincentes por parte de Zenóbia, que se esmerava em ministrar-lhe bom ânimo, Adelaide, humilde, expôs-lhe as derradeiras dificuldades.

Ligara-se, fortemente, à obra iniciada nos Círculos carnais e sentia-se estreitamente ligada, não somente à obra, mas também aos amigos e auxiliares. Por força de circunstâncias imperiosas, acumulava funções diversas no quadro geral dos serviços. Possuía toda uma equipe de irmãs dedicadíssimas, que colaboravam com sincero desprendimento e alto valor moral, no amparo à infância desvalida. Se estimava profundamente as cooperadoras, era, igualmente, muito querida de todas elas. Como se haveria ante as dificuldades que se agravavam? No íntimo, estava preparada; no entanto, reconhecia a extensão e a complexidade dos óbices mentais. Seu quarto de dormir, na casa terrena, semelhava a redoma de pensamentos retentivos a interceptarem-lhe a saída. Quanto menos se via presa ao corpo, mais se ampliava a exigência dos parentes, dos amigos… Como portar-se ante essa situação? Como fazer-lhes sentir a realidade? Enlaçara-se em vastos compromissos, tornara-se, involuntariamente, a escora espiritual de muitos. Entretanto, ela mesma reconhecia a imprestabilidade do aparelho físico. A máquina fisiológica atingira o fim. Não conseguiria manter-se, ainda mesmo que os valores intercessórios lhe conseguissem prorrogação de tempo.

A orientadora escutou-a, atenta, qual médico experimentado em face de doente aflito, e observou, por fim:

— Reconheço os obstáculos, mas não se amofine. A morte é o melhor antídoto da idolatria. Com a sua vinda operar-se-á a necessária descentralização do trabalho, porque se dará a imposição natural de novo esforço a cada um. Alegre-se, minha amiga, pela transformação que ocorrerá dentro em pouco. Reanime-se, sobretudo, para que a sua situação se reajuste naturalmente sem qualquer ponto de interrogação ao término da experiência atual.

Silenciou durante alguns momentos e notificou, em seguida:

— Temos ainda a noite de amanhã. Aproveitá-la-ei para dirigir-me aos seus colaboradores, em apelo à compreensão geral. Amigos nossos contribuirão para que se reúnam em assembleia, como se faz indispensável.

A visitante agradeceu, penhorada.

Prosseguimos na mesma vibração de cordialidade, mas Zenóbia modificou o rumo da palestra.

Abandonando os assuntos de morte e sofrimento, comentou os serviços edificantes que levava a efeito, junto de certa expedição socorrista, cujos membros realizavam admiráveis experiências no instituto, nos dias em que se desobrigavam dos trabalhos imediatos na Crosta. E discorreu tão brilhantemente sobre a tarefa, que Adelaide olvidou, por minutos, a situação que lhe era peculiar, interessando-se vivamente pelos lances descritivos. A providência coroava-se de animadores resultados, porque a conversação diferente fizera-lhe enorme bem, propiciando-lhe provisório apaziguamento mental.

A desencarnante tornou ao corpo, bem disposta, reanimada.


No decurso do dia, Jerônimo e a diretora da Casa Transitória combinaram medidas relativas à reunião da noite. O Assistente empregaria todo o esforço para que a organização fisiológica da enferma estivesse nas melhores condições, enquanto dois ativos auxiliares de Zenóbia se incumbiriam de cooperar para a condução do pessoal de Adelaide à assembleia.

O dia, desse modo, esteve cheio de tarefas referentes à articulação prevista.

Através de reiterados passes magnéticos sobre os órgãos da circulação, — nos quais o meu concurso foi dispensado por desnecessário, em vista da extrema passividade da enferma, — Adelaide entrou em fase de inesperada calma, tranquilizando o campo das afeições terrenas.

Renovaram-se, de súbito, as esperanças. A reação orgânica surgira, dentro de novo impulso, melhorando o quadro dos prognósticos em geral. Multiplicaram-se as vibrações de paz e as preces de reconhecimento.

Em vista disso, iniciou-se, com grande facilidade, após a meia-noite, o trabalho preparatório da grande reunião.

Auxiliadores de nosso Plano trouxeram companheiros da instituição, localizados em regiões diversas, provisoriamente desenfaixados do corpo físico pela atuação do sono.

Integrando a turma de trabalhadores que organizavam o ambiente, reparei, curioso, que a maior percentagem de recém-chegados se constituía de mulheres e cumpre-nos anotar que dava satisfação observar-lhes a reverência e o carinho. Todos traziam a mente polarizada na prece, em favor da benfeitora doente, para elas objeto de admiração e ternura. Fitavam-nos, respeitosas e tímidas, endereçando-nos pensamentos de súplica, sem lembranças inúteis ou nocivas. Os poucos homens que compareceram estavam contagiados pela veneração coletiva e mantinham-se na mesma posição sentimental.

A elevação ambiente espalhava fluidos harmoniosos, possibilitando agradáveis sensações de confiança e tranquilidade.

Por sugestão de Jerônimo, a reunião seria realizada no extenso salão de estudos e preces públicas, devidamente preparado. Para esse fim, não poupáramos esforço. Acionando peças de eficaz cooperação, submetemos a enorme dependência a rigoroso serviço de limpeza. Os componentes da assembleia podiam descansar tranquilos, sem o assédio de correntes mentais inferiores. Luzes e flores de nossa Esfera espargiam notas de singular encantamento. Por isso mesmo, era belo apreciar o contínuo ingresso das senhoras que, em oração, a distância do organismo grosseiro, irradiavam de si próprias admiráveis expressões de luz nitidamente diferençadas entre si.

Conservávamo-nos junto de todos, em atitude vigilante, para manter o imprescindível padrão vibratório, quando, em seguida à primeira hora, a Irmã Zenóbia, acompanhada de beneméritos amigos da casa, deu entrada no recinto, conduzindo Adelaide, extremamente abatida.

A diretora da organização transitória de Fabiano tomou o lugar de orientação e, antes de interferir no assunto principal que a trazia até ali, ergueu a destra, rogando a bênção divina para a comunidade que se reunia, atenciosa e reverente.

Tive, então, oportunidade de verificar, mais uma vez, o prodigioso poder daquela mulher santificada. Sua mão despedia raios de claridade safirina, com tanta prodigalidade, que nos proporcionava a ideia de estar em comunicação com extenso e oculto reservatório de luz.

Finda a saudação, pronunciada com formosa inflexão de ternura, mudou o tom de voz e dirigiu-se aos ouvintes, com visível energia:

— Minhas irmãs, meus amigos, serei breve. Venho até aqui somente fazer-vos pequeno apelo. Não ignorais que nossa Adelaide necessita passagem livre a caminho da espiritualidade superior. Enferma desde muito, cooperou conosco, anos consecutivos, dando-nos o melhor de suas forças. Dócil às influências do bem, foi valioso instrumento na organização desta casa de amor evangélico. Administrou a obra com cuidado e, muita vez, em nosso instituto de socorro, fora dos Círculos carnais, recebemos preciosa colaboração de seu esforço, de sua boa vontade.

Endereçou o olhar firme à assistência e obtemperou:

— Porque a detendes? Há dias, o quarto de repouso físico da doente que nos é tão amada permanece enlaçado com pensamentos angustiosos. São forças que partem de vós, sem dúvida, companheiros ciosos do trabalho em ação, mas esquecidos do “faça-se a vossa vontade” (Mt 6:10) que devemos dirigir ao Supremo Senhor, em todos os dias da vida. Lastimo as circunstâncias que me compelem a falar-vos com tamanha franqueza. Entretanto, não nos resta alternativa diferente. Acreditais na vitória da morte, em oposição à gloriosa eternidade da vida? Adelaide apenas restituirá maquinaria gasta ao laboratório da Natureza. Continuará, porém, contribuindo nos serviços da verdade e do amor, com ânimo inextinguível. Quanto a vós, não olvideis a necessidade de ação individual, no campo do bem. Que dizer do viticultor que estima o valor da vinha somente através dos serviços de alheias mãos? como apreciar o amante das flores que nunca desceu a cultivar o próprio jardim? Não façais a consagração da ociosidade, mantendo-vos a distância do desenvolvimento de vossas possibilidades infinitas. Indubitavelmente, cooperação e carinho são estimulantes sublimes na execução do bem, mas, há que evitar a intromissão do fantasma do egoísmo a expressar-se em tirania sentimental. Não podemos asseverar que impedis propositadamente a liberação da companheira de cárcere. A existência carnal constitui aprendizado demasiadamente sublime para que possamos reduzi-la à classe de mera enxovia comum. Não, meus amigos, não nos abalançaríamos a semelhante declaração. Referimo-nos tão só ao violento impulso de idolatria a que vos entregais impensadamente, pelos desvarios da ternura mal compreendida. A aflição com que intentais reter a missionária do bem, é filha do egoísmo e do medo. Alegais, em favor do vosso indesejável estado dalma, a confiança de que Adelaide se tornou depositária fiel, como se não devêsseis desenvolver as faculdades espirituais que vos são próprias, criando a confiança positiva em Deus e em vós mesmos, no trabalho improrrogável de auto-realização, e pretextais orfandade espiritual simplesmente pelo receio de enfrentar, por vós mesmos, as dores e os riscos, as adversidades e os testemunhos inerentes à iluminação do caminho para a vida eterna. Valei-vos da bendita oportunidade para repetir velha experiência de incompreensível idolatria. Converteis companheiros de boa vontade, mas tão necessitados de renovação e luz quanto vós mesmos, em oráculos erguidos em pedestais de barro frágil. Criais semideuses e gastais o incenso de infindáveis referências pessoais, estabelecendo problemas complexos que lhes reduzem a capacidade de serviço, olvidando as sementes divinas de que sois portadores. Corporificais o ídolo no altar da mente, infundindo-lhe vida fugaz e, indiferentes à gloriosa destinação que o Universo vos assinala, estimais o menor esforço que vos encarcera em automatismos e recapitulações. Se o ídolo não vos corresponde à expectativa, alimentais a discórdia, a irritação, a exigência; se falha, após o início da excursão para o conhecimento superior, senti-vos desarvorados; se rola do pedestal de cera, experimentais o frio pavor do desconhecido pelo auto-relaxamento na renovação própria. Porque erigir semelhantes estátuas para a contemplação, se as quebrareis, inelutavelmente, na jornada de ascensão? Não vos fartastes, ainda, das peregrinações sobre relíquias estraçalhadas? Compreendendo-nos as deficiências mentais na conquista da vida eterna, a vontade do Supremo Senhor colocou nos pórticos da legislação antiga o “não terás outros deuses diante de mim”. (Ex 20:3) O Pai conhece-nos a viciação milenária em matéria de inclinações afetivas e prevenia-nos o espírito contra as falsas divindades. Recorremos a semelhantes figuras, na reduzida esfera de nossas cogitações do momento, com o propósito de levar a vossa compreensão a círculos mais altos, para assim vos desprenderdes da irmã devotada e digna servidora, que vos precederá na grande jornada liberativa.

A palavra de Zenóbia causava extraordinária impressão nos ouvintes. As muitas senhoras e os poucos cavalheiros presentes, tocados pela intensa luz da orientação e desarmados pela sua palavra sábia e sublime, revelavam indisfarçável emoção no aspecto fisionômico. A oradora fez delicado gesto de benevolência e prosseguiu:

— Não somos infensos às manifestações de carinho. A saudade e o reconhecimento caminham juntos. Todavia, no âmbito das relações amistosas, toda imprudência resulta em desastre. Que seria de nós, se Jesus permanecesse em continuado convívio com as nossas organizações e necessidades? Não passaríamos, talvez, de maravilhosas flores da estufa, sem vida essencial. Por excesso de consulta e abuso de confiança, não desenvolveríamos a capacidade de administrar ou de obedecer. Baldos de valor próprio, erraríamos de região em região, em compactos rebanhos de incapazes, à procura do Oráculo Divino. Talvez, em vista disso, o Mestre Sábio tenha limitado ao mínimo de tempo o apostolado pessoal e direto, traçando-nos serviços dignificantes para muitos séculos, em poucos dias. Deu-nos a entender, desse modo, que o homem é coluna sagrada do Reino de Deus, que o coração de cada criatura deve iluminar-se, como Santuário da Divindade, para refletir-lhe a grandeza augusta e compassiva. Não vos esqueçais, meus amigos, de que todos nós, individualmente considerados, somos herdeiros ditosos da sabedoria e da luz.

Zenóbia interrompeu-se e, nesse instante, como se lhe atendessem, de Muito Alto, os apelos silenciosos, começaram a cair sobre nós raios de luz balsamizante, acentuando-nos a sensação de felicidade e contentamento.

Decorrido longo silêncio, durante o qual a diretora do instituto de Fabiano pareceu consultar as disposições mais íntimas da assembleia, voltou a dizer, em tom significativo:

— Afirmais mentalmente que Adelaide é a viga mestra deste pouso de amor, que surgirão dificuldades talvez invencíveis para que seja substituída no leme da orientação geral; entretanto, sabeis que vossa irmã, não obstante os valores incontestáveis que lhe exornam a personalidade, foi apenas instrumento digno e fiel desta criação de benemerência, sem ter sido, porém, sua fundadora. Afeiçoou-se ao espírito cristão, ao qual nos adaptaremos por nossa vez, e foi utilizada pelo Doador das Bênçãos nos trabalhos de extensão do Evangelho Purificador. Não lhe deponhais na fronte amiga a coroa da responsabilidade total, cujo “peso de glórias” deve repartir-se com todos os servos sinceros das boas obras, como se dividem, inevitavelmente, os valores da cooperação. Adelaide conhece a sua condição de colaboradora leal e não deseja lauréis que de modo algum lhe pertencem. Aguarda, apenas, que os companheiros de luta transfiram ao Cristo o patrimônio do reconhecimento, rogando simplesmente as afeições, a simpatia e a compreensão para as suas necessidades na vida nova. Libertemo-la, pois, oferecendo-lhe pensamentos de paz e júbilo, partilhando-lhe a esperança na esfera mais elevada.

Logo após, a orientadora terminou, orando sentidamente e suplicando para todos nós a bênção divina do Pai Poderoso e Bom.

Diversos ouvintes não se demoraram no recinto, regressando ao ambiente comum sob a custódia de amigos vigilantes. Algumas senhoras, contudo, aproximaram-se da oradora, endereçando-lhe palavras de alegria e gratidão.

Mais alguns minutos e a assembleia dispersava-se, tranquila. Por fim, despediram-se igualmente a Irmã Zenóbia e os outros companheiros.


Adelaide, ao retornar à matéria, respira, radiante. Entretanto, pelo soberano júbilo daquela hora, ganhou tamanha energia no corpo perispiritual que o regresso às células de carne foi complicado e doloroso. Súbito mal-estar invadiu-a, ao entrar em contato com os depauperados centros físicos.

Tomava-os e abandonava-os, sucessivamente, como pássaro a sentir a exiguidade do ninho.

Indagando de Jerônimo quanto à surpresa, dele recebeu a explicação necessária.

— Depois da palavra esclarecida de Zenóbia, — disse afavelmente o mentor, — extinguiram-se as correntes mentais de retenção que se mantinham pelo entendimento fraterno da comunidade reconhecida. Privou-se o corpo carnal do permanente socorro magnético, ao qual o afluxo dessas correntes alimentava, atenuando-lhe a resistência e precipitando a queda do tono vital. Além disso, o contentamento desta hora robusteceu-lhe, sobremaneira, os centros perispirituais. Impossível, dessa forma, evitar a sensação angustiosa no contato com os órgãos doentios.

E, com benévola expressão, afagou carinhosamente a enferma, falando-lhe, em seguida a breve intervalo:

— Não se incomode, minha amiga! O casulo reduziu-se, mas suas asas cresceram… Pense, agora, no voo que virá.


Adelaide esforçou-se para mostrar satisfação no semblante novamente abatido e rogou, tímida, lhe fosse concedido o obséquio de tentar, ela própria, a sós, a desencarnação dos laços mais fortes, em esforço pessoal, espontâneo.

Jerônimo aquiesceu, satisfeito.

E, mantendo-nos de vigilância em câmara próxima, deixamo-la entregue a si mesma, durante as longas horas que consumiu no trabalho complexo e persistente.

Não sabia que alguém pudesse efetuar semelhante tarefa, sem concurso alheio, mas o orientador veio em socorro de minha perplexidade, esclarecendo:

— A cooperação de nosso Plano é indispensável no ato conclusivo da liberação; todavia, o serviço preliminar do desenlace, no plexo solar e mesmo no coração, pode, em vários casos, ser levado a efeito pelo próprio interessado, quando este haja adquirido, durante a experiência terrestre, o preciso treinamento com a vida espiritual mais elevada. Não há, portanto, motivo para surpresa. Tudo depende de preparo adequado no campo da realização.

Meu dirigente explicara-se com muita razão. Efetivamente, só no derradeiro minuto interveio Jerônimo para desatar o apêndice prateado.

A agonizante estava livre, enfim!…

Abriu-se a casa à visitação geral.

Evangelizados pelo verbo construtivo de Zenóbia, os cooperadores encarnados, embora não guardassem minudentes recordações, sustentaram discreta atitude de respeito, serenidade e conformação.

A denodada batalhadora, agora liberta, esquivou-se gentilmente ao convite para a partida imediata. Esperou a inumação dos despojos, consolando amigos e recebendo consolações.

Depois de orar, fervorosamente no último pouso das células exaustas, agradecendo-lhes o precioso concurso nos abençoados anos de permanência na Crosta, Adelaide, serena e confiante, cercada de numerosos amigos, partiu, em nossa companhia, a caminho da Casa Transitória, ponto de referência sentimental da grande caravana afetiva…




Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

gn 19:26
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 29
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 8:19-22


19. E chegando um escriba, disse-lhe; "Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores".


20. E disse-lhe Jesus: "As raposas têm covis e as aves do céu, pousos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça".


21. Outro dos discípulos disse-lhe: "Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai".


22. Porém Jesus disse-lhe: "Segue-me, e deixa os mortos enterrarem os seus próprios mortos".


LC 9:57-62


57. Enquanto estavam indo pela estrada, disselhe alguém: "Seguir-te-ei para onde quer que fores".


58. Jesus disse-lhe: "As raposas têm covis e as aves do céu, pousos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça".


59. A outro disse: "Segue-me". Ele, todavia, respondeu: "Deixa-me ir primeiro enterrar meu pai".


60. Retrucou-lhe Jesus e disse: "Deixa os mortos enterrarem os seus próprios mortos; tu porém vai, anuncia o reino de Deus".


61. Disse-lhe ainda outro: "Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos que estão em minha casa".


62. Respondeu-lhe Jesus: "Ninguém que olhe para trás depois de ter posto a mão no arado, é apto para o reino de Deus".


Nesta lição, privativa de Mateus e Lucas, podemos aprender o modo como devemos encarar a relação entre Mestre e discípulos.


O primeiro caso é de alguém (Mateus esclarece tratar-se de um escriba, profissão recrutada entre os fariseus), que espontaneamente se propõe a seguir Jesus, para onde quer que ele vá.


Qual seria sua intenção profunda? Jerônimo o acusa de "aproveitador": ut lucra ex operum miraculis quaereret (Patrol. Lat. v. 26 c. 53), isto é, "procurava lucros dos milagres operados". Mas isso é julgamento leviano e acusação graciosa. Duas hipóteses apresentam-se plausíveis; ou ele pretendia realmente ser discípulo para progredir (e neste caso a resposta de Jesus não o desanimaria); ou seu desejo era seguí-lo para escrever as lições que ele dava, quer para seu uso, quer para cedê-las a quem as desejasse, quer para levá-las aos fariseus, quer para "empregar-se", mediante pagamento, para exercer sua profissão.


Jesus limita-se a uma resposta que, no fundo, constitui uma recusa: ele não tem pousada fixa, não disp õe de um leito. Como empenhar-se em despesas com alguém? Não tendo conforto para si, não podia dispensá-lo a outrem. E o caso encerrou-se aí.


Mas o final é-nos desconhecido. Teria ele aceito as condições e acompanhado Jesus? Teria desanimado e se retirado? Tratar-se-ia de um dos doze por exemplo, Judas Iscariotes, cujo chamamento não aparece nos Evangelhos, e cujo ingresso no Colégio Apostólico talvez tenha sido por espontânea vontade?


O fato de só mais tarde aparecer o caso, depois de ter sido ele citado como discípulo nada imSABEDORIA DO EVANGELHO porta. Pode o evangelista só havê-lo recordado mais tarde e, desejando que não fosse esquecida a resposta do Mestre, tê-la registrado mesmo fora da ordem cronológica.


O segundo caso é diferente: trata-se de um chamado positivo de Jesus: "segue-me"! O discípulo convocado ao serviço solicita um adiamento: "deixa me primeiro enterrar meu pai". Que significado pode ter essa frase? Podia tratar-se de um pai idoso, e o discípulo, querendo obedecer ao mandamento "honrar pai e mãe", pede para atender ao pai, aguardando que ele passe para o outro lado da vida: sentir-seia então livre para seguir o Mestre. Podia tratar-se, ainda, de um caso real, de morte realmente ocorrida, e á espera para o sepultamento seria coisa de um a dois dias. Entretanto, pela resposta de Jesus, parece mais viável a primeira hipótese; "deixa que os mortos (encarnados) enterrem (cuidem) de seus mortos (encarnados); tu, porém, entrega-te à pregação do reino de Deus". Teria ele ido? Ou teria preferido ficar com o pai? Também aqui os evangelistas não esclarecem, deixando livre campo às especulações. Cirilo de Alexandria (Patrol. Graecav- 8. c. 1129) diz tratar-se do diácono Filipe (AT 6:5). Mas nenhuma prova aduz dessa opinião, que talvez fosse resultante de uma tradição corrente no Egito. Ora, Filipe foi o mistagogo do ministro da rainha Candace, da Etiópia (A-l8:27), país limítrofe do Egito.


O terceiro caso, apresentado apenas por Lucas, também parece ter sido a resposta a um chamado do Mestre. Ele aceita a tarefa, mas quer despedir-se dos seus. A resposta é dura: "se queres vir já, estás apto ao discipulato; mas se voltares os olhos para trás, não serves" (cfr. GN 19:26). A comparação com o lavrador procede: se quem guia o arado olha para trás, o sulco sai torto (cfr. Filp. 3:13-14).


Através de Jesus, o Cristo já manifestara as condições por Ele exigidas, para a aceitação de Seus discípulos amados. Esse ensino é agora exemplificado com três casos específicos, a fim de demonstrar a superioridade da união crística sobre três situações distintas e que, de modo geral, são as mais aduzidas para recusar-se o passo decisivo: e isso porque são três situações em que o homem tem a impressão de que se trata de três deveres fundamentais: o dever para consigo mesmo, o dever para com os genitores e o dever para com os familiares.


Cristo anula os três: o dever máximo diz respeito ao Espírito eterno, não à matéria transitória.


Por conseguinte, o ensino é dirigido para esclarecer que nem as obrigações para com o próprio corpo, nem para com os pais, nem para com esposa e filhos devem afastar o candidato do caminho espiritual.


O exemplo dado é o vivido pela personagem humana Jesus, que não tinha "uma pedra sequer para repousar a cabeça". E a lição prossegue com duas regras básicas: os vivos no Espírito não devem preocupar-se com os mortos na carne, isto é, os que vivem na individualidade, não podem prenderse a laços puramente carnais e sanguíneos (corpo físico e duplo etérico), mas à família espiritual divina (cfr. EF 2:19). Dirá ainda que é mister amá-lo mais que ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos (cfr. LC 14:26 ou MT 10:37, vol. 3. º) para ser digno de dizer-se Seu discípulo.


Claro, portanto, o ensinamento, no plano místico.


No campo das iniciações, encontramos nesta lição três condições indispensáveis para a dedicação ao Caminho. São três das provas essenciais a superar quando se tem que passar do quarto para o quinto grau. A modificação da mente com transmentação requer desapego. Não é bem o caso do abandono ou de fuga, mas de não prender-se, de não inverter a ordem dos valores, de não julgar mais importante o que é menos importante.


Além disso, o pretendente ao quinto grau deve saber que não pode dar importância ao física próprio, nem ao alheio; que os profanos com seus hábitos, crenças, convencionalismos e preconceitos devem ser deixados a homenagear-se entre si; e que, finalmente, uma vez passado o quarto grau não pode mais voltar atrás! Esse é um passo decisivo: dado à frente, não há recuo possível. Mister, pois, meditar bem, examinar-se, medir as próprias forças, antes de arriscar-se. Uma queda depois, uma desistência, um "olhar para trás" saudoso, podem trazer consequências graves que talvez durem séculos.


Daí o provérbio latino corruptio optimi; pessima: " a queda do melhor, é a pior".


Cuidado portanto: não alimentar pretensões que não correspondam às possibilidades; não buscar provas acima das forças reais, não dar passos maiores que as pernas; "não por o chapéu onde a mão não alcança" ...


Deixe-se de lado a vaidade, o desejo de "parecer" aos outros mais do que se é realmente, de enganarse a si mesmo, julgando-se gigante quem ainda é pigmeu. Comedimento justo é melhor que desabalada corrida, arriscando-se a quedas fragorosas. A estrada do Espírito é árdua, íngreme, estreita, pavimentada de pedras pontiagudas e ladeadas de espinheiros: é preciso coragem e decisão inabalável, com prévio conhecimento das próprias capacidades.






FIM




Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Gênesis Capítulo 19 do versículo 1 até o 38
3. Não Havia nem Dez (19:1-29)

A história deste capítulo tem várias partes distinguíveis. O cenário está nos versículos 1:3. Depois, segue-se a situação da crise (4-11), a hora da decisão (12-16), o ato de libertação (17-22) e a ação de julgamento (23-29).

Dois dos homens, agora chamados anjos (1), chegaram a Sodoma logo depois de deixar Abraão em Hebrom, embora a distância entre os dois lugares fosse de dois dias habituais de viagem. estava à porta da cidade, lugar onde os homens tinham o hábi-to de se reunir no fim de um dia de trabalho. Era na porta que as pessoas resolviam suas questões legais (Rt 4:1-12). Ló cumprimentou os estranhos e lhes ofereceu hospedagem. Rendendo-se à persistência de Ló, os anjos foram tratados com hospitalidade generosa.

Pouco antes de irem dormir, Ló e seus novos amigos ouviram um tumulto fora da casa. Era uma multidão dos varões de Sodoma (4), de todas as idades, inflamados por luxúria bestial. O famoso pecado da cidade estava se mostrando em toda sua feiúra. Os homens queriam que os estranhos lhes fossem entregues para manter atos homossexu-ais com eles, pecado que veio a ser conhecido por sodomia.

Ló ficou chocado e confuso pela exigência. Em sua perplexidade, Ló, sem perceber, revelou outro grande pecado dos seus dias: a desvalorização trágica da condição feminina.

Valorizando mais a honra dos visitantes masculinos do que o bem-estar de suas duas filhas (8) jovens, Ló as ofereceu aos homens para que abusassem delas como quisessem. Mas os homens consideraram a oferta um insulto e acusaram Ló de ser estrangeiro arrogante. "Este camarada veio aqui como imigrante e fica agindo como juiz" (9cd, VBB).

Vendo o perigo que Ló corria, os visitantes o salvaram da turba e afligiram os ho-mens com cegueira (11). O hebraico indica que a cegueira foi causada por um deslum-brante flash de luz.

Os anjos não precisavam aprofundar mais a investigação. A condição moral de Sodoma estava nitidamente clara. Exortaram (12) que avisasse todos os membros da casa, incluindo genros, para que se preparassem para fugir da cidade. Não havia dúvida da iminência do julgamento. Ló obedeceu à ordem, mas recebeu má acolhida de seus gen-ros (14). Só ficaram quatro na família, longe do mínimo que Abraão fixara para salvar a cidade da destruição (18.32).

À medida que chegava a hora da partida, Ló parecia por demais inerte para a ação. Os varões (16) tiveram de pegar pela mão a ele, sua esposa e filhas para fazer com que saíssem da cidade. Sob as condições firmadas pelo pedido de Abraão, os homens não tinham a obrigação de fazer isso. Preocuparam-se com Ló e sua família só por que o SENHOR lhe foi misericordioso.

No perímetro da cidade, a família recebeu mais orientações: Escapa-te por tua vida; não olhes para trás de ti e não pares em toda esta campina; escapa lá para

  • monte (17). Mas (18) ainda não estava inteiramente ciente da magnitude do desas-tre que viria. Os vagos perigos das montanhas lhe metiam mais medo, por isso rogou pelo privilégio de se esconder em uma aldeia vizinha chamada Zoar, que quer dizer pequena (20). Um dos anjos lhe concedeu o pedido, mas o exortou que chegasse à aldeia
  • mais rápido possível. Ló chegou a Zoar (22) no momento exato, pois a hora da destrui-ção foi ao amanhecer.
  • O destino de Sodoma e Gomorra (24) foi apavorante. O texto não menciona um terremoto, mas poderia ter acontecido, liberando da terra gases explosivos que, mistura-do com os depósitos de enxofre da região, criaram uma cena espantosa. Nem todos da família fugitiva conseguiram escapar. A mulher de Ló olhou para trás (26), desobede-cendo à ordem do anjo, e morreu, tornando-se uma estátua de sal.

    Na história da fuga de Ló (19:15-26), Alexander Maclaren vê "O Destruidor Veloz".

    1) A demora e o salvamento de Ló, 15,16;

    2) Escapa-te por tua vida, 17-22;

    3) A horrível destruição, 23-25;

    4) O destino dos morosos, 26.

    De lugares altos e seguros, a leste de Manre, outra figura triste inspecionava a fumaça que subia da terra (28). Ele sabia qual era a causa da fumaça, mas ainda não sabia que seu sobrinho Ló fora misericordiosamente guardado do holocausto pelos anjos. Ainda lhe era desconhecido o fato de que esta libertação ocorreu porque Deus se lem-brou de Abraão (29).

    4. A Embriaguez de Ló (19:30-38)

    A história final da vida de Ló não é aprazível. Como Noé (Gn 9:20-23), Ló se enredou com vinho (32) depois da espetacular fuga da morte. Mas, neste exemplo, suas filhas também se envolveram. acabou se recolhendo nos montes, apesar dos seus temores anteriores (19), e estabeleceu casa em uma caverna remota.

    Temos de julgar o incidente com compaixão, pois a série de calamidades que se aba-teu sobre os três de maneira nenhuma era comum. Eles não sabiam se alguém no vale também conseguiu escapar como eles. As moças estavam em renhido dilema. Onde have-ria um homem para casar com elas, e como haveria um filho para continuar o nome do seu pai? Estas não eram questões de pequena monta na sociedade em que viviam.

    A solução que delinearam foi escandalosa, embora conseguissem racionalizá-la para contentamento próprio. Mas elas sabiam melhor que discutir o assunto com o pai. O plano era insensibilizar o pai com vinho e depois manter relações sexuais com ele. Sendo bem-sucedidas no esquema, deram, no devido tempo, à luz filhos.
    A história não parece estar anexada ao relato da destruição de Sodoma e Gomorra para condenar Ló ou suas filhas. Ao contrário disso, o propósito parece ser meramente contar como surgiram os moabitas e os amonitas e por que eles foram considerados pa-rentes próximos do povo hebraico. Por outro lado, não há senso de aprovação moral.


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Gênesis Capítulo 19 versículo 26
    Conforme Lc 17:32. Perto da costa sul do mar Morto se encontram grandes depósitos de sal, que, às vezes, formam figuras grotescas. Seria inútil tentar identificar a figura da mulher de Ló com algum desses blocos de sal, como se pretende fazer algumas vezes.

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Gênesis Capítulo 19 do versículo 1 até o 38
    *

    19.1-29 Assim como Deus salvou o justo Noé do mundo pecador ante-diluviano (caps. 6-8), da mesma forma ele também salva a Ló de Sodoma. Em última análise, Ló foi salvo por causa da misericórdia de Deus para com ele (v. 16) e por causa do compromisso pactual para com Abraão (v .29). A destruição de Sodoma passa a ser um paradigma do julgamento de Deus sobre o pecado (Is 1:9, 10; Ez 16:46-49; Am 4:11; Rm 9:29; 2Pe 2:5, 6).

    * 19.1-11 Ver o episódio registrado em Jz 19:15-25.

    * 19.1 dois anjos. Ver nota em 18.2 e “Anjos”, índice. Os dois anjos continuam até Sodoma, mas o Senhor mesmo não aparece depois de 18.33; ele fará chover o castigo dos céus (v. 24).

    a cuja entrada estava Ló. Ver 14.12 e nota. O fato de Ló estar assentado ao portão da cidade indica a sua posição como um respeitado membro da comunidade. Assuntos jurídicos eram decididos nos portões da cidade por anciãos da comunidade, tais como Ló (Dt 21:18-21; Am 5:15).

    prostrou-se. Em toda a história Ló demonstrou sua justiça pela hospitalidade a estranhos (18.2 e notas; conforme 2Pe 2:6, 7).

    * 19.4 moços... velhos… de todos os lados. Estes detalhes são importantes para demonstrar que todos os que foram destruídos eram ímpios (18,23) Ver também 6.5; 8.21; Rm 1:26-32.

    *

    19.7 não façais mal. O caráter do apelo de Ló demonstra sua justiça (2Pe 2:6,7).

    * 19:8 Ver notas em 18.2 e 19.1. Por estar obrigado pelo código de hospitalidade do antigo Oriente Próximo, que requeria a proteção dos hóspedes, Ló estava arriscando a sua própria família para não permitir que se fizesse mal algum a eles.

    * 19.10 fecharam a porta. Ver nota em 7.16.

    * 19.15 mulher… filhas. A família é salva da destruição da cidade como uma unidade; esta família, porém, assim como a de Noé, mostra que é uma mistura daqueles que perseveram (Ló) e daqueles que não perseveram (a mulher de Ló e suas filhas, vs. 26, 30-38).

    *

    19.16 se demorasse. A posição social de Ló na cidade era provavelmente em razão de sua grande riqueza (13,6) e porque seu tio Abraão havia salvo a cidade (cap. 14). Agora, tendo que fugir deixando todos os confortos da cidade (vs. 18-21), Ló hesita.

    * 19:24 fez o SENHOR chover enxofre. É difícil dar uma explicação detalhada do inferno que envolveu aquelas cidades. A Bíblia se preocupa com a causa divina do fato e não com fatos secundários. O termo enxofre refere-se ao sulfato combustível, cujos depósitos podem ser encontrados nas proximidades do mar Morto. Alguns sugerem que um terremoto tenha causado a mistura de enxofre, asfalto (também abundante nesta área, 14,10) e gases do interior da terra que causaram a combustão (conforme Is 34:9, 10).

    * 19.26 a mulher de Ló olhou para trás. O exemplo da mulher de Ló é uma lição contra a vacilação quando o julgamento divino está próximo (Lc 17:28-37).

    * 19.29 lembrou-se. Ver nota em 8.1. Por duas vezes Ló foi salvo em razão da fidelidade de Abraão (14.1-16; 19:1-29).

    *

    19.30-38 O ato desesperado das filhas de Ló no intento de preservar uma descendência de seu pai embriagado nos leva à conclusão trágica da narrativa de Ló que começou com sua separação de Abraão em 13.11. A despeito da afiliação de Ló com Sodoma e da incredulidade de sua família, o Senhor protegeu a sua linhagem e terra por causa de sua fé e seu relacionamento com Abraão (Dt 2:16-19).

    * 19.30 receavam permanecer em Zoar. Ver nota no v. 16. Ironicamente, enquanto Ló procurou viver em Zoar por causa de seu temor em viver nos montes (v. 19), ele agora vive nos montes por temer Zoar. Note o contraste da prosperidade e perspectiva de Ló em 13 1:13.

    * 19.31 velho. Ele estava muito velho para se casar novamente e provavelmente não teria outros descendentes.

    * 19.32 beber vinho, deitemo-nos. Ver nota em 9.21. A iniciativa das filhas se contrasta com a de Ló, que aparentemente não se esforçou para encontrar marido para elas. A sua imoralidade sexual prenuncia a sedução de suas descendentes sobre os homens de Israel (Nm 25).

    *

    19.37, 38 Esta conclusão genealógica (vs. 37,
    38) inicia a história amarga de animosidade de Moabe e Amom contra Israel (Nm 23—25; 2Rs 3). Os moabitas e amonitas foram rejeitados por Deus não por causa de sua linhagem questionável, mas porque destrataram a Israel (Dt 23:3-6; Ne 13:1, 2). Rute, uma ancestral de Jesus Cristo, era moabita (Rt 4:18-22; Mt 1:5), mas por causa de sua fé acabou sendo contada entre os da tribo de Judá.



    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Gênesis Capítulo 19 do versículo 1 até o 38
    19:1 A porta da cidade era o lugar onde se reuniam os funcionários e outras pessoas para discutir os tema de atualidade e para realizar transações comerciais. Era um lugar onde se demonstrava autoridade e posição, onde a gente podia ver e ser visto. Evidentemente Lot tinha uma posição importante no governo ou estava relacionado com alguém que a tinha, já que quando chegaram os anjos o encontraram na porta da cidade. Possivelmente por isso Lot não queria sair da Sodoma (19.16, 18-22).

    SARA

    Possivelmente não haja nada mais difícil que esperar já seja que estejamos esperando algo bom, mau ou desconhecido.

    Uma das formas nas que às vezes enfrentamos a uma espera larga (ou inclusive curta) é quando começamos a ajudar a Deus a pôr seu plano em ação. Sara tratou de fazer isto. Ela era muito velha para acreditar que podia ter um filho próprio, assim pensou que Deus deveria ter algo mais em mente. Do ponto de vista limitado da Sara, isto só podia passar lhe dando ao Abraão um filho por meio de outra mulher, um costume comum nesses dias. O plano parecia completamente inofensivo. Abraão dormiria com a pulseira da Sara para conceber um filho. Sara tomaria ao menino como dele. O plano se desenvolveu maravilhosamente, ao princípio. Mas conforme lemos sobre o que ocorreu logo, surpreendemo-nos da quantidade de vezes nas que Sara se arrependeu do dia no que decidiu apressar o programa de Deus.

    Outra forma em que enfrentamos uma larga espera é quando gradualmente concluímos que o que aguardamos que acontezca nunca ocorrerá. Sara esperou noventa anos por um bebê! Quando Deus lhe disse finalmente que ia ter um filho próprio, riu, nem tanto por falta de fé no que Deus podia fazer, mas sim pela dúvida do que O podia fazer através dela. Quando lhe repreendeu por sua risada, mentiu como o tinha visto fazer a seu marido em algumas ocasione. Provavelmente não queria dar a conhecer seus verdadeiros sentimentos.

    Que situações de sua vida parecem estar "em espera" neste momento? Compreende que isto pode ser parte do plano de Deus para você? A Bíblia contém muitas instruções claras para nos manter ocupados enquanto esperamos que se leve a cabo algo em particular de nossa vida.

    Pontos fortes e lucros:

    -- Foi intensamente fiel a seu filho

    -- Chegou a ser a mãe de uma nação e antepassada do Jesus

    -- Foi uma mulher de fé, a primeira que se menciona no Salão da Fé de Hebreus 11.

    Debilidades e enganos:

    -- Foi difícil acreditar na promessa de Deus

    -- Tentou resolver os problemas por sua conta, sem consultar a Deus

    -- Tratou de cobrir suas próprias faltas culpando a outros

    Lições de sua vida:

    -- Deus responde à fé até em meio dos fracassos

    -- Deus não se encontra limitado ao que ocorre sempre. O pode ampliar os limites e fazer que aconteçam coisas incríveis

    Dados gerais:

    -- Onde: casou-se com o Abrão no Ur dos caldeos, logo se transladou com ele ao Canaán

    -- Ocupações: Esposa, mãe, dona-de-casa

    -- Familiares: Pai: Taré. Marido: Abraão. Meio irmãos: Nacor e Farão. Sobrinho: Lot. Filho: Isaque.

    Versículo chave:

    "Por fé também a mesma Sara, sendo estéril, recebeu forças para conceber; e deu a luz fora da idade, porque acreditou que era fiel quem o tinha prometido" (Hb_11:11).

    A história da Sara se relata em Gênese 11-25. Também se menciona em Is 51:2; Rm 4:19, Rm 9:9; Hb 11:11; 1Pe 3:6.

    19:8 Como pode um pai dar suas filhas para que as ultraje grosseiramente uma multidão de pervertidos só por proteger a dois estranhos? Possivelmente Lot pensava que poderia salvar a suas filhas e aos visitantes. Talvez esperava que os noivos das moças pudessem as resgatar ou que aqueles homossexuais não estivessem interessados nas moças e simplesmente se fossem. Mesmo que era o costume dessa época proteger a suas hóspedes a qualquer preço, esta terrível sugestão revelava que tão profundamente tinha absorvido Lot o pecado. endureceu-se ante os atos perversos de uma cidade malvada. Qualquer que tenha sido o motivo do Lot, vemos aqui uma ilustração da terrível maldade da Sodoma, uma maldade tão grande que Deus teve que destruir a cidade inteira.

    19:13 Deus prometeu perdoar a Sodoma se se encontrassem ali dez justos (18.32). Obviamente, não se puderam encontrar nem sequer dez, já que os anjos chegaram para destruir a cidade. A evidência arqueológica nos assinala uma civilização avançada nesta região durante os dias do Abraão. Também, a maioria dos investigadores confirmam algum tipo de destruição repentina e devastadora. São muitos os que pensam que as cidades sepultadas jazem debaixo das águas do extremo sul do Mar Morto. Os pecados da Sodoma revelam que a gente dos dias do Lot tinham que enfrentar-se com a mesma classe de pecados repulsivos aos que se enfrenta o mundo na atualidade. Deveríamos seguir o exemplo do Abraão e confiar em Deus. Sua fé desinteressada contrasta com a gente da Sodoma que só se gratificava a si mesmo.

    19:14 Lot tinha vivido tanto tempo e com tanto gosto entre gente ímpia que tinha deixado de ser uma testemunha acreditável de Deus. Tinha permitido que o ambiente o moldasse, em lugar de moldar ele o ambiente. Os que o rodeiam o vêem você como uma testemunha de Deus ou como um mais entre a multidão? Lot se tinha comprometido de tal maneira que tinha deixado de ser útil para Deus. Quando finalmente se decidiu a falar, ninguém o escutou. deixou também de ser útil para Deus porque se tem voltado semelhante a seu entorno? Para fazer a diferença, deverá primeiro ser diferente em fé e conduta.

    19:16 Lot duvidou e o anjo o tirou da mão e o tirou rapidamente. Não queria abandonar a riqueza e a comodidade que tinha desfrutado na Sodoma. É muito fácil criticar ao Lot por ter sido hipnotizado pelos atrativos da Sodoma quando a decisão nos parece tão clara. Para ser mais sábios que Lot, devemos ver que nossa dúvida para obedecer provém do atrativo falso dos prazeres de nossa cultura.

    19.16-29 Observe como a misericórdia de Deus para o Abraão se estendeu para o Lot e sua família. devido a que Abraão implorou pelo Lot, Deus foi misericordioso e o salvou da destruição ardente que recebeu Sodoma. Uma pessoa justa sempre pode influir em outros para bem. Santiago diz que a oração de um justo é poderosa (Jc 5:16). Todos os cristãos devem seguir o exemplo do Abraão e orar pela salvação de outros.

    19:24 Na história da Sodoma e Gomorra vemos duas facetas do caráter de Deus: sua grande paciência (considerar a possibilidade de perdoar a uma cidade malvada só por dez pessoas boas) e sua grande ira (destruiu ambas as cidades). Conforme crescemos espiritualmente, deve desenvolver-se em nós um profundo respeito para Deus, porque O aborrece o pecado; e também um profundo amor Por Deus, por sua paciência quando pecamos.

    19:26 A esposa do Lot olhou para trás para ver a fumegante cidade da Sodoma. Obstinada às comodidades do passado, não estava disposta a voltar-se completamente do pecado. Está você olhando com nostalgia para seu pecado enquanto trata de avançar com Deus? Você não pode progredir com Deus enquanto siga obstinado aos pedaços de sua vida passada. Jesus o disse assim em Mt 6:24: "Não se pode servir a dois senhores".

    19.30-38 Nesta triste seqüencia da história da destruição da Sodoma, vemos duas mulheres obrigadas a preservar sua linha genealógica. Não foram motivadas pela luxúria, mas sim pelo desespero, já que temiam que nunca se casariam. A tendência do Lot a transigir chegou ao extremo. Deveu ter encontrado casais adequados para suas filhas antes de atrever-se a tanto; a família do Abraão não estava muito longe. Mas as duas filhas se rebaixaram ao incesto, demonstrando sua aceitação dos valores morais da Sodoma. Quando estamos se desesperados por conseguir o que acreditam que devemos receber, temos maior possibilidade de pecar.

    19.30-38 por que a Bíblia não condena abertamente a estas irmãs pelo que fizeram? Em muitos casos, a Bíblia não julga às pessoas por suas ações. Simplesmente dá a conhecer os fatos. Entretanto, o incesto se condena com claridade em outras partes das Escrituras (Lv 18:6-18; Lv 20:11-12, Lv 20:17, Lv 20:19-21; Dt 22:30; Dt 27:20-23; Ez 22:11; 1Co 5:1). Possivelmente a conseqüência de suas ações (Moab e Amón chegaram a ser inimigos do Israel) foi a forma em que Deus julgou seu pecado.

    19:37, 38 Moab e Ben-ammi foram produtos do incesto. Chegaram a ser pais de dois grandes inimigos do Israel, os moabitas e os amonitas. Estas nações se estabeleceram ao leste do rio Jordão, e Israel nunca as conquistou. devido à conexão familiar proibiu ao Moisés as atacar (Dt 2:9). Rut, a bisavó do rei Davi e antepassado do Jesus, era do Moab.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Gênesis Capítulo 19 do versículo 1 até o 38
    d. A pecaminosidade de Sodoma (19: 1-11)

    1 E os dois anjos vieram a Sodoma; e Ló estava sentado à porta de Sodoma e, vendo-os, e levantou-se para os receber; e prostrou-se com o rosto em terra; 2 e disse: Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos, em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e lavar os seus pés, e vos levantar de madrugada e ir em seu caminho. E eles disseram: Não; mas vamos permanecer na rua a noite toda. 3 E ele exortou-os muito; e eles vieram com ele, e entraram em sua casa; e ele lhes deu um banquete, e cozeu bolos sem levedura, e comeram. 4 Mas antes que se deitassem, os homens daquela cidade, até mesmo os homens de Sodoma, cercaram a casa, jovens e velhos, todos os povos de todos os lados; 5 e, chamando a Ló, e disseram-lhe: Onde estão os homens que a ti vieram nesta noite? trazê-los cá fora a nós, para que possamos conhecê-los. 6 Então Ló saiu-lhes à porta, e fechou a porta atrás dele. 7 E ele disse, peço-vos, meus irmãos, que não façais mal. 8 Eis que agora , tenho duas filhas que ainda não conheceram varão; deixe-me, peço-vos, trazê-los para vós, e fazei vós a eles como é bom em seus olhos.: só a estes homens não fazer nada, pois, como eles vieram à sombra do meu telhado 9 E eles disseram: Levantai de volta. E eles disseram: Este indivíduo veio para peregrinar, e ele vai ser juiz; Agora te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-dura sobre o homem, mesmo Ló, e aproximavam-se para arrombar a porta. 10 Mas os homens, estendendo as mãos, fizeram Ló entrar para dentro da casa para eles, e fecharam a porta. 11 E feriram os homens que estavam na porta da casa com cegueira, tanto pequenos como grandes, de maneira que se cansaram para achar a porta.

    Os dois anjos que acompanharam o Senhor, ainda com a aparência dos homens, aparentemente entrou em Sodoma na mesma noite. Ló estava sentado à porta, o centro da vida da cidade e da sede do seu conselho e tribunal. É possível que Ló se tornou um dos anciãos da cidade ou juízes. Se assim for, ele teria sido em uma posição excelente para ter "contrariado sua alma justa de dia para dia com suas iniqüidades" (2Pe 2:8 ). Ele havia caído em perversão massa, tinha dado por isso se a homossexualidade que seu próprio nome é usado em Inglês hoje para descrever essa relação antinatural-sodomia. Ló saiu e fechou a porta atrás de si. Ele tinha uma responsabilidade solene de proteger seus convidados-tais estava envolvido em hospitalidade oriental. A fim de protegê-los, ele ofereceu suas duas filhas virgens para a máfia. Mas eles não tinham nenhum desejo de sua alternativa, denunciou a sua atitude "mais santo do que tu", e ameaçou-o pessoalmente. Como eles pressionado sobre ele, os anjos interveio, puxando Lot para dentro, fechando a porta, e matando o mob com a cegueira, de modo que eles não poderiam encontrar a porta. Todos os rumores sobre Sodoma havia sido confirmada. Sua deboche exigiu julgamento.

    e. O Escape from Sodoma (19: 12-22)

    12 E disseram os homens a Ló: Tens alguém mais aqui? filho-de-lei, e teus filhos, e tuas filhas, e quem tu na cidade, trazê-los para fora do lugar: 13 porque nós vamos destruir este lugar, porquanto o seu clamor se é encerado grande diante do Senhor; eo Senhor nos enviou a destruí- Lv 14:1 E Ló saiu, falou com seus filhos-de-lei, que casou com suas filhas, e disse: Levantai-vos, saí deste lugar; porque o Senhor vai destruir a cidade. Mas ele pareceu aos seus filhos-de-lei como quem estava zombando. 15 E ao amanhecer, os anjos apertavam com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças no castigo da cidade. 16 Mas ele demorou; e os homens lhe pegaram pela mão, e pela mão de sua esposa, e pela mão de suas duas filhas, Jeová ser misericordioso para com ele, e tiraram-no, e puseram-no fora da cidade. 17 E aconteceu que, passar, quando os tinham tirado para fora, que disse: Escapa por tua vida; não olhes para trás de ti, nem te detenhas em toda esta campina; escapar no monte, para que não pereças. 18 E Ló disse-lhes: Ah, assim não, meu senhor: 19 Eis que teu servo tem encontrado favor aos teus olhos, e tu tens a tua ampliada bondade amorosa, o que tu tens mostrou-me em salvar a minha vida; e eu não posso escapar no monte, para que não me apanhe este mal, e eu morra: 20 Eis que esta cidade está perto, para fugir para, e é um pouco 1. Oh, deixe-me escape para lá (porventura não é pequena?), E viverá a minha alma. 21 E disse-lhe: Olha, tenho-te aceitado também neste negócio, que eu não subverter a cidade de que tens . falado 22 Apressa-te, escape para lá; porque eu não posso fazer nada até que sejas cheguemos lá. Por isso o nome da cidade foi chamada Zoar.

    Os anjos havia revelado sua verdadeira identidade com o milagre. Agora, eles revelaram a natureza da sua missão de Lot. Elas pediam para ele reunir todos os que pertenciam a ele e a fugir da cidade. Mas os esforços de Ló foram inúteis. Seus filhos-de-lei (do hebraico pode significar tanto os já casados ​​com filhas mais velhas não mencionados no texto, ou aqueles que já se comprometeram a se casar com as duas filhas ainda em casa) considerou-o como um fora de si. E como estava amanhecendo, os anjos praticamente arrastado Lot, sua mulher e suas duas filhas para fora e empurrou-los da cidade. Eles avisaram-los a fugir para salvar suas vidas, não tardará até que chegaram nas montanhas, e não olhar para trás. Fraqueza crônica de Ló manifestou-se novamente enquanto ele implorava para Zoar, aparentemente, o menor e mais a mais meridional das cinco cidades, para ser poupado. O pedido foi concedido e pressa foi instado novamente. A eficácia da oração de Abraão e a constante preocupação de Deus para os justos são revelados na confissão do anjo, eu não posso fazer nada até que não tiveres ali chegado . O erro de escolha de Ló da riqueza das planícies foi agora claramente revelada. Tudo o que ele tinha investido em Sodoma, tudo o que ele já possuía, foi deixado para trás. Ele é realmente um exemplo de alguém que está se salvado, mas cujas obras são queimadas (1Co 3:11 ).

    f. A destruição de Sodoma (19: 23-29)

    23 Tinha saído o sol sobre a terra, quando Ló entrou até Zoar. 24 Então o Senhor fez chover sobre Sodoma e Gomorra enxofre e fogo, da parte do Senhor do céu; 25 e destruiu essas cidades e toda a planície, e todos os habitantes da cidades, e que cresceu em cima da terra. 26 Mas sua esposa olhou para trás dele, e ela tornou-se uma estátua de Sl 27:1 E Abraão levantou-se de manhã cedo para o lugar onde estivera em pé diante do Senhor: 28 e ele contemplando Sodoma e Gomorra, e para toda a terra da planície, e viu, e eis que a fumaça da terra subia, como a fumaça de uma fornalha.

    29 E sucedeu que, quando Deus destruiu as cidades da planície, lembrou-se Deus de Abraão e tirou Ló do meio da destruição, derrubando aquelas cidades em que Ló habitara.

    Quando Ló chegou a Zoar, dia do julgamento ocorreu para as outras cidades da planície. A tremenda catástrofe tão atraído a curiosidade de sua esposa que ela desobedeceu à ordem angelical, olhou para trás e foi transformada em uma estátua de sal. Ao longe, perto de Hebron, Abraão levantou-se de manhã cedo e saiu para onde ele tinha intercedido com Jeová para Sodoma. Mesmo a partir de uma distância de 40 milhas ou mais, ele podia ver a fumaça da terra subindo como a fumaça de uma fornalha .

    A evidência arqueológica confirma o fato de que a civilização florescente da planície veio a um fim abrupto no tempo aproximado de Abraão. A região estava cheia de betume ou asfalto poços e depósitos de petróleo estão ainda a ser encontrado lá. Toda a região está na chamada "linha de falha", que formou o vale do Jordão, o Mar Morto, e Arabá ao sul. Ele tem sido palco de inúmeros terremotos. É possível que Deus estabeleceu simplesmente fora do barril de pólvora natural, usando um terremoto de se misturar o sal e enxofre livre da área, resultando em uma tremenda explosão, regando fogo e enxofre por toda a planície, incendiando o asfalto e petróleo, e consumir as cidades, seus habitantes, e as terras ricas sobre eles. O acesso às ruínas das cidades foi negado arqueólogos da subida das águas do Mar Morto, que cobriram lentamente seu site em sua bacia sul raso. Há alguma evidência de que as ruínas ainda eram visíveis nos tempos clássicos e do Novo Testamento, e que a Zoar bíblica ainda sobreviveu naquele período posterior, embora, também, passou agora sob as águas.

    O julgamento severo sobre as cidades da planície para a sua perversão, ea aversão extrema para este pecado mostrado pelo Senhor em todo o Antigo Testamento leis (Lv 18:22. ; Lv 20:13 ; . Dt 23:17) é digno de nota . Em nossa cultura contemporânea, esforços estão sendo feitos para aceitar a pessoa homossexual como naturalmente diferente dos outros, a reconhecer a sua para relações mutuamente voluntários com outros adultos "direito", e para aliviar as leis e penalidades anteriormente decretadas pela sociedade contra ele. Quando lemos o que a Bíblia tem a dizer sobre a atitude de Deus para com esta prática, não podemos deixar de se perguntar se este movimento para neutralizar a pecaminosidade tradicional de sodomia não é em si parte do colapso moral que é tão geral agora, e que deve ter precedido mergulhar em perversão massa de Sodoma. Certamente nenhum cristão sincero poderia defender a execução de todo homossexual com base da lei do Antigo Testamento. E onde há necessidade de ajuda médica para lidar com um problema fisiológico, que certamente devem estar disponíveis com o mínimo de constrangimento possível. Mas para anular a pecaminosidade do pecado é a promovê-la. E para promover esse pecado é convidar o destino da própria Sodoma.

    g. The Aftermath de Sodoma (19: 30-38)

    30 E subiu Ló de Zoar, e habitou no monte, e as suas duas filhas com ele; porque temia habitar em Zoar;. e habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas 31 E o primogênito disse à menor: Nosso pai é velho, e não há um homem na terra que entre vos nós, segundo o costume de toda a terra: 32 vem, demos a nosso pai vinho a beber, e nós vamos estar com ele, para que conservemos a descendência de nosso pai. 33 E eles fizeram o seu pai vinho a beber naquela noite; e o primeiro -born entrou, e se deitou com seu pai; e ele não sabia quando ela se deitou, nem quando se levantou. 34 E aconteceu que, no dia seguinte, que o primeiro-nascido ontem à noite disse à menor: Eis que eu assentei com meu pai; demos-lhe vinho a beber este noite também; e vai, tu, deita-te com ele, para que conservemos a descendência de nosso pai. 35 E eles fizeram o seu pai vinho a beber também naquela noite; e surgiu o mais novo, e se deitou com ele; e ele não sabia quando ela se deitou, nem quando se levantou. 36 Assim as duas filhas de Ló conceberam de seu pai. 37 E o primeiro-nascido um filho nu, e chamou-lhe Moabe: o mesmo é o pai de . os moabitas, até o dia 38 E a menor também deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Ben-Ami: o mesmo é o pai dos filhos de Amom até o dia de hoje.

    A história de Lot é uma das grandes tragédias da Bíblia. É possível que, apesar de todas as falhas, todos os compromissos, todos os envolvimentos sórdidos deste homem, ele estava de alguma forma salvos (conforme 2Pe 2:6 ). Mas ele falhou em todos os pontos para realizar a promessa que seu relacionamento com Deus e homem de Deus realizada por ele. E o capítulo final no registro bíblico de sua vida é uma das mais tristes de todos.

    Enquanto Lot o procurou Jeová para poupar Zoar, ele não se contentou em ficar lá. A terrível desolação da planície era muito vívida a lembrança do passado e ele mudou-se para as montanhas. Ele estava com medo Zoar ainda poderia ser destruído. Nas montanhas ele viveu em uma caverna com suas duas filhas. E há a infecção moral de Sodoma trouxe seu fruto final mal. Para as filhas, excluídos da associação com outras pessoas e da esperança do casamento natural, traçada em conjunto para trazer a embriaguez de seu pai, o enganou em relações incestuosas com eles, e lhe deu dois filhos, um do pai dos moabitas , o outro o pai dos amonitas. As filhas tinham aprendido nada com o Holocausto, mas continuou a decidir questões de conduta, com base em seus próprios desejos pessoais e à conveniência do momento. Degradação final de Ló custar o povo escolhido de muito sofrimento, para os moabitas e amonitas eram seus vizinhos amargamente hostis séculos mais tarde.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Gênesis Capítulo 19 do versículo 1 até o 38
  • A visita do anjo a Ló (Gn 19)
  • Cristo não acompanhou os anjos, ele não se sentiría "em casa" na mo-radia do apóstata mundano. 2Pe 2:7-61 indica que Ló era um homem salvo. Ele tinha união com o Senhor, mas não comunhão; filia-ção, mas não amizade. Contudo, ele foi salvo "todavia, como que através do fogo" (1Co 3:14-46). Note que Ló perdera sua tenda. Pois, nessa época, ele vivia em uma casa (v. 3), e não se menciona um altar. Era noite quando os anjos chegaram, e a maior parte dos eventos acontece à noite. Ló não caminhava na luz. O Ló mundano não perdera apenas sua tenda, seu altar e sua amizade com Deus, mas perdera também seu padrão espiritual: ele ousou sugerir que sua filha solteira fosse à rua a fim de satisfazer a luxúria da multi-dão! Ele também perdera seu teste-munho diante de toda a sua família (vv. 12-14). Quando tudo isso se ini-ciou? Quando ele "levantou [...] os olhos" (13:
    10) e escolheu sua terra. Ele começou a caminhar pela visão, não pela fé, vivendo para as coisas do mundo. Ele deve ter se casado com uma mulher mundana, pois o coração dela estava em Sodoma, e ela não conseguia deixar a cidade para trás.

    Aquele dia amanheceu lumi-noso e bonito. As pessoas iniciaram suas tarefas diárias — e veio o jul-gamento! As cidades pecaminosas foram total mente destruídas. Ape-nas Ló e suas duas filhas solteiras escaparam com vida. O destino de Sodoma retrata a ira por vir. A des-truição virá quando os homens pen-sarem que há paz e segurança (1Co 5:0), e ele libertará a igreja da ira por vir por causa de Jesus (1Co 1:10; 1Co 5:9).

    Os dias finais de Ló foram cheios de escuridão e de pecado quando ele cometeu incesto na caverna. Ele trocou a tenda por uma casa na ci-dade e acabou em uma caverna, e suas filhas o embebedaram! Os mo- abitas e os amonitas, filhos dessa cena horrível, foram inimigos dos judeus durante séculos, o que ilus-tra que a carne luta contra o Espírito. Certifiquemo-nos de seguir o desejo de Deus quando nos estabelecemos com nossa família. Ló escolheu o lo-cal errado e arruinou a si mesmo e a seus entes queridos.

    É interessante contrastar as duas visitas dos capítulos 18:19. O pró-prio Cristo visitou Abraão, mas apenas os anjos foram a Sodoma visitar Ló. Cristo tinha uma mensagem de júbilo para Abraão e Sara, mas os anjos le-varam uma mensagem de julgamento para Ló. A visita para Abraão ocorreu durante o dia, mas a de Ló aconteceu à noite. Abraão estava à porta da ten-da; Ló, no portão da cidade. Abraão ti-nha força diante de Deus, mas Ló não tinha influência nem mesmo na pró-pria família. Abraão viu a destruição de Sodoma e não perdeu nada, mas Ló perdeu tudo. Apenas sua vida foi poupada. Abraão trouxe bênção para o mundo, mas Ló, problemas (os amo-nitas e os moabitas).


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Gênesis Capítulo 19 do versículo 1 até o 38
    19.1 Ló arrola-se entre os homens cujas vidas estão relatadas na Bíblia para prevenir-nos de que um bom começo necessariamente não é nenhuma garantia quanto a um bom fim. Observem-se os casos de Balaão, Saul e Salomão. Ló contava com as mesmas vantagens de Abraão, mas, parece que as riquezas deste mundo lhe eram de maior valor do que o "país celestial", aquele cujo artífice e construtor é Deus (He 11:16).

    19.8 As leis da hospitalidade exigiam que os hóspedes estivessem a salvo enquanto permanecessem sob o teto de Ló. Os mesmos costumes vigoram ainda no Oriente Médio. Embora o estar assentado à porta da cidade (conforme v. 1) denote a importância em que era tido, pois que a porta era como o "Paço da Cidade" onde os negócios oficiais eram levados a efeito, onde se preparavam os documentos, celebravam-se casamentos e a justiça se pronunciava (conforme Rt 4:1, Rt 4:2), o fato, é que tudo indica que Ló não impunha suficiente respeito, no sentido de dissuadir os sodomitas a propósito da pecaminosidade que revelavam.

    19.10 Tais homens eram, na verdade, anjos que, pela aparência, não se distinguiam, prontamente, dos homens.
    19.14 Um dos resultados da negligência de Ló verifica-se nos noivados inconvenientes de suas filhas. A dureza de coração dos genros de Ló está bem clara no fato de não terem feito nenhum caso das exortações que lhes fizera. Transparece aqui a probabilidade de que Ló tivesse vivido por muito tempo como qualquer deles, de modo que sua mensagem lhes era inútil.

    19.16 Digna de nota é a asseveração de que Ló e família foram salvos por efeito exclusivo da misericórdia do Senhor. A salvação eterna tem sua base no mesmo princípio (Ef 2:8-49). Ló reconhece ter encontrado graça diante do Senhor (19).

    19.22 A significação da palavra Zoar é "pequeno".
    19.24 Alguns admitem, em face de estudos feitos em áreas circunjacentes ao Mar Morto, que teria ocorrido uma erupção vulcânica, a qual lançara enxofre, sais minerais e gazes incandescentes, erupção essa acompanhada por terremoto, de modo a destruir completamente aquelas corruptas cidades de Sodoma e Gomorra. Em alguns milagres, Deus usa de. meios naturais para mostrar seu controle sobre toda a natureza, a todo o instante.

    19.26 A situação da mulher de Ló indica a dureza de coração, conseqüente da incredulidade (17). A frase "Olhou para trás", em hebraico significa literalmente "demorou-se", denotando serem os desejos relativos à luxúria perdida bem mais fortes do que a interesse que a salvação gratuitamente oferecida pelo Senhor lhe podia despertar. A mulher de Ló é tomada pelo Senhor Jesus como exemplo para advertir-nos quanto à época da sua volta (ver Lc 17:28-42).

    • N. Hom. 19.28 Lições de extrema gravidade podemos derivar de Sodoma:
    1) Observe-se o extremo a que a depravação humana chegara - Sodoma revela-nos o que significa, na prática, Rm 1:18-45; Rm 2:0) Tenha-se em mente a certeza do juízo divino (Rm 2:4-45); leve-se na devida conta a maravilha da misericórdia pela qual Deus exercia sua graça, sendo longânimo, esperando, insistindo, exortando, ameaçando e adiando a destruição determinada, de modo que Ló pudesse chegar a salvar-se.

    19.29 É importante observar que a salvação de Ló foi devida à intercessão de Abraão. O capítulo 14 nos fala de Abraão recuperando-o por meio de espada: o capítulo 18, mediante a intercessão.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Gênesis Capítulo 19 do versículo 1 até o 38
    h) A queda de Sodoma (19:1-38)
    A intercessão de Abraão por Sodoma foi inútil; como o v. 4 indica expressamente, não havia nem dez pessoas justas na cidade; por isso, a condenação anunciada precisava ser executada. A demonstração final de perversidade e a resultante destruição das cidades da planície são retratadas em cores sombrias, um exemplo assustador para todos os tempos. A continuação da história (v. 30-38) foi igualmente assustadora, mas de maneira diferente.
    v. 1-11. Esse parágrafo chama atenção de forma vívida para o pecado pelo qual Sodoma se tornou conhecida. A Bíblia é inequívoca na sua condenação de pecados sexuais de todos os tipos; há, no entanto, outra dimensão da história que facilmente pode ser negligenciada. O pecado final e imperdoável não foi a lascívia em si, mas a determinação implacável de prejudicar e molestar pessoas aparentemente indefesas (estranhos a quem era devida toda a hospitalidade), apesar dos apelos feitos por Ló. Está claro que ele não tinha caído nos costumes deles; mas, mesmo assim, a oferta que faz das suas duas filhas (v. 8) não fala muito a favor dele e tornou o desrespeito posterior deles por Ló menos surpreendente. A palavra traduzida por cegueira (v. 11) é incomum, e a sugestão de Speiser “luz cegante, ofuscante” parece melhor.

    v. 12-23. Os anjos deram todo tipo de atenção a Ló e sua família. O destino dos futuros maridos de suas filhas não ocorreu por falta de advertência; mas eles, assim como a esposa de Ló, estavam dominados por tudo que Sodoma oferecia. A lição é auto-explicativa (Lc 17:32). Foi a morte deles que deixou a porta aberta para o incesto descrito nos v. 3135. Até mesmo Ló hesitou (v. 16), mas a sua justiça nunca é questionada (conforme 2Pe 2:7,2Pe 2:8). O seu desejo de morar em Zoar — mesmo que temporariamente — foi suficiente para salvar essa cidade tão pequena da destruição (v. 20; o nome soa como “pequena” e, provalmente, tenha esse significado).

    v. 24-29. A localização exata de Sodoma e Gomorra e das outras cidades da planície continua incerta. A observação em 14.3 sugere fortemente que em alguma época após os eventos agora relatados a água do mar Morto cobriu o local. Se isso é verdade (e a arqueologia ainda precisa resolver esse problema), o que está sendo indicado deve ser o extremo sul do mar Morto. Conforme J. P. Harland em IDB (“Sodoma”).

    Todo o vale do Jordão faz parte de uma grande falha geológica da superfície da terra; e é razoável explicar a destruição das cidades da planície em termos de um terremoto, associado à ignição de gases sulfurosos. Poeira e fragmentos caindo poderiam ter envolvido e coberto a mulher de Ló. Para Gênesis, no entanto, os processos físicos disso tudo não estão no centro da questão; os pontos centrais são os princípios divinos de julgamento e misericórdia. Ló foi resgatado por causa de Abraão (v. 29).
    v. 30-38. e suas duas filhas se mudaram para as montanhas, provavelmente as localizadas a leste que mais tarde receberam o mesmo nome de Moabe (conforme v. 37). Podemos imaginar que o desastre nas proximidades fez muitas pessoas fugir daquela região; mesmo assim, a observação da filha mais velha no v. 31 parece um exagero, ainda que se permita ambigüidade para o termo traduzido por redondezas (talvez “nesta terra”, como acrescenta a nota de rodapé da GNB).

    As ações da moça ilustram muito bem o poder de corrupção de um ambiente ímpio como era o de Sodoma. No entanto, o texto sinaliza para uma época posterior (v. 38), o que pode sugerir que os moabitas e amonitas de um período posterior revelaram uma frouxidão sexual exemplificada assim nas suas origens.
    Mais uma vez, Gênesis mostra interesse na conveniência simbólica ou interna dos nomes. O nome Moabe (v. 37) soa parecido com o hebraico mfãb, “de um pai”; e Ben-Ami (v. 38) significa “filho de meu parente”,


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Gênesis Capítulo 12 do versículo 1 até o 26

    II. Os Patriarcas. 12:1 - 50:26. A. Abraão. 12:1 - 25:18.

    Na segunda principal divisão do livro de Gênesis, está evidente que na nova dispensação os escolhidos de Deus deverão reconhecer a comunicação direta e a liderança direta do Senhor. Nos capítulos Gn 12:1, quatro personagens Se destacam como homens que ouviram a voz de Deus, entenderam Suas diretrizes, e orientaram seus carrinhos de acordo com a vontade dEle. O propósito de Jeová ainda continua sendo o de chamar pessoas que executem a Sua vontade na terra. Com Noé Ele começou tudo de novo. Sem foi o escolhido para transmitir a verdadeira religião. Os semitas (descendentes de Sem) seriam os missionários aos outros povos da terra. No capítulo 12 Abraão começa a aparecer na linhagem de Sem como o representante escolhido de Jeová. Sobre ele Jeová colocaria toda a responsabilidade de receber e passar adiante a Sua revelação para todos. Do cenário pagão de Ur e Harã saiu o homem de Deus para a estratégica hora da primitiva revelação do V.T.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Gênesis Capítulo 19 do versículo 1 até o 38
    Gn 19:1

    3. A VILEZA DE SODOMA (Gn 19:1-11). À porta (1). Era o lugar público da cidade, onde os negócios da comunidade eram transacionados. Conf. Rt 4:1. Na rua passaremos a noite (2). Conf. Jz 19:15, Jz 19:20. A "rua" era um espaço aberto dentro da cidade, e se um viajante não tivesse sucesso em encontrar hospitalidade, era o costume que o viajante se instalasse para passar a noite dentro da proteção dos muros da cidade, ainda que ao ar livre, nessa larga praça. Conhecendo o costume, mas conhecendo também a vileza dos sodomitas, Ló exortou os viajantes para que se abrigassem em sua casa, o que fizeram (3). A imunda concupiscência dos sodomitas não podia ser nem restringida nem disfarçada, mas impeliu-os a atacar a casa de Ló logo ao cair da noite (5). O cru senso de honra de Ló o levou a um degradado gesto de covardia (8). Cegueira (11). Essa palavra ocorre somente aqui e em 2Rs 6:18. Não significa cegueira ordinária, mas uma confusão da visão de tal maneira que a vista engana o cérebro.

    >Gn 19:12

    4. O ESCAPE DE LÓ (Gn 19:12-23). O caráter abrupto da narrativa está em harmonia com a trágica realidade da história. A culpa dos habitantes da cidade era manifesta; os anjos, portanto, exortaram Ló para que não perdesse tempo e fugisse dali. Foi tido porém por zombador (14). Não pede haver pregação eficaz quando o pregador não vive uma vida digna. Pereças (15). Este verbo que aparece novamente no versículo 17, e que é traduzido como "desfeita" em Gn 7:23, significa mais exatamente "varrido". Uma dolorosa compulsão tomou conta de Ló e o tirou daquela cidade condenada (16). Não olhes para trás de ti (17). Deus requeria deles que se esquecessem da cidade no coração, bem como de maneira local: deveriam abominar aquele lugar conforme Deus o abominava. Era tanto uma exigência física como moral, e isso explica a severidade do castigo que sobreveio à mulher de Ló (26).

    >Gn 19:24

    5. DESTRUIÇÃO DE SODOMA E GOMORRA (Gn 19:24-29). O Senhor fez chover enxofre e fogo (24). O uso de agentes naturais na destruição daquelas cidades não fez com que a destruição deixasse de ser um ato de Deus. A verdadeira natureza do milagre jaz no fato que tudo quanto sucedeu estava de acordo com a intenção divina. A destruição real da cidade pode ser atribuída ao caráter vulcânico e sulfuroso do lugar. Possivelmente por meio de um terremoto (conf. "derribar", em versículo
    21) gases inflamáveis comprimidos foram libertados; a matéria gasosa se incendiou, e então choveu como chuva de fogo. A mulher de Ló olhou para trás (26). Ver Lc 17:32. A mulher de Ló tipifica aqueles que olham para trás, com desejoso lamento, para as coisas que são incoerentes com sua salvação. Estátua de sal (26). Demorando-se para trás ela foi envolvida pela onda de sal rochoso, e assim pereceu, "deixando a coluna de sal, na qual foi envolvida, como seu memorial" (R. P. Smith).

    >Gn 19:30

    6. LÓ E SUA FAMÍLIA (Gn 19:30-38). Esta secção fornece os fatos a respeito da origem dos moabitas e dos amonitas. Que miserável figura a de Ló! Anteriormente tão rico e tão abençoado, por meio de uma escolha materialista foi reduzido a viver numa caverna (30) onde sofreu a indignidade descrita no versículo 36. Essa é a última vez que ouvimos falar de Ló.


    Dicionário

    Estátua

    substantivo feminino Obra de escultura em relevo pleno, que representa um ser animado.
    Figurado Pessoa imóvel, sem ação.
    Estátua curul, a que representa uma pessoa num carro.
    Estátua jacente, a que representa uma pessoa deitada.
    Estátua sedestre, a que representa uma pessoa sentada.
    Estátua equestre, aquela em que o esculpido aparece montado a cavalo.

    Estátua Peça ESCULPIDA, modelada ou FUNDIDA, representando, de corpo inteiro, um ser humano, um deus ou um animal (Dn 2:34).

    substantivo masculino Marinha Lado do navio que se acha exposto ao vento.
    Cada uma das metades da embarcação em sentido longitudinal.

    substantivo masculino Marinha Lado do navio que se acha exposto ao vento.
    Cada uma das metades da embarcação em sentido longitudinal.

    Coberta

    Como órfão (Gn 11:27-28), primeiro fez parte da família do avô (11:
    31) e depois (12:
    5) acompanhou o tio Abraão em sua jornada para Canaã. Por esta época, ele já possuía sua própria família e propriedades (Gn 13:5) e, numa terra já demasiadamente povoada (13:7), o convívio entre os dois grandes grupos tornou-se impossível, surgindo conflitos inevitáveis. Por sugestão de Abraão, Ló fez uma escolha decisiva e fatal (v. 8). Em essência, foi a escolha da prosperidade (v. 10), com o risco da perda dos valores morais e do favor divino (v. 13). Depois disto, a história de Ló segue um gráfico descendente: “até Sodoma” (Gn 13:12)...; “habitava em Sodoma” (Gn 14:12)...; “sentado à porta de Sodoma” (Gn 19:1). Da separação do povo de Deus (Gn 12:4-5) até o estabelecimento em Sodoma foram três estágios. O apóstolo Pedro diz que Ló encontrava-se em constante conflito de consciência (2Pe 2:7-8), porque vivia sempre situações comprometedoras, que o envolviam rapidamente (Gn 19:8); sabia o que era certo diante de Deus (2Pe 2:7-8), mas, mesmo sob a ameaça de juízo, apegava-se a Sodoma (Gn 19:16); tinha-se identificado demais com a cidade escolhida, a fim de dar um testemunho efetivo ali (vv. 9,14); tinha deixado sua fé sem uso por tanto tempo que não podia exercitá-la quando precisou (vv. 18-20); sua família não o apoiava mais nas coisas concernentes a Deus (vv. 26,30-36). O coração de sua esposa estava em Sodoma e suas filhas tinham apenas o modelo do mundo para seguir (v. 31) — mas conheciam o próprio pai suficientemente para tramar contra seus valores morais com a confiança de que ele havia perdido seu caráter de tal maneira que não resistiria.

    Ló, entretanto, não foi esquecido pelo Senhor (Gn 19:29-2Pe 2:9). Na época do juízo contra Sodoma, dois anjos foram enviados à cidade condenada para tirá-lo de lá, junto com qualquer parente que o acompanhasse. A corrupção moral daquele lugar foi evidenciada (Gn 19:5) pela atitude dos moradores, determinados a sujeitar os recém-chegados a práticas sexuais; a degeneração pessoal de Ló também foi demonstrada em sua disposição de sacrificar as próprias filhas, para proteger seus hóspedes (vv. 6-8). Não é de estranhar que seus concidadãos e os futuros genros (vv. 9,14) o viam apenas como um intrometido e uma piada sem graça! O envolvimento, no qual entraram com tanta facilidade, trouxe consigo a perda do caráter pessoal e da influência. Ainda assim, mesmo para um candidato tão relutante à salvação (v. 16), a misericórdia soberana prevaleceu e o incidente permanece como um exemplo brilhante da graça de Deus. O fato de que “Deus lembrou-se de Abraão, e tirou a Ló do meio da destruição” (v. 29) demonstra o princípio de que a família permanece no centro da operação da aliança divina. J.A.M.


    Filho de Harã e sobrinho de Abraão (Gn 11:31). Ló foi morar perto de Sodoma (Gn 13:5-13), cidade que ele abandonou antes de ser destruída (Gn 19:1-29). De Ló descendem os moabitas e os amonitas (Gn 19:30-38).

    Sobrinho de Abraão (Gn 11:27-31; 13 1:13), que Deus livrou do castigo desencadeado sobre Sodoma e Gomorra (Gn 19). Jesus comparou a negligência espiritual dos habitantes dessas cidades, durante os dias de Ló, com a que sofrerão os homens antes de sua Segunda Vinda (Lc 17:28ss.).

    Mulher

    [...] A mulher sinceramente espírita só poderá ser uma boa filha, boa esposa e boa mãe de família; por sua própria posição, muitas vezes tem mais necessidade do que qualquer outra pessoa das sublimes consolações; será mais forte e mais resignada nas provas da vida [...]. Se a igualdade dos direitos da mulher deve ser reconhecida em alguma parte, seguramente deve ser entre os espíritas, e a propagação do Espiritismo apressará, infalivelmente, a abolição dos privilégios que o homem a si mesmo concedeu pelo direito do mais forte. O advento do Espiritismo marcará a era da emancipação legal da mulher.
    Referencia: KARDEC, Allan• Viagem espírita em 1862 e outras viagens de Kardec• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Instruções•••, 10

    [...] A instituição da igualdade de direitos entre o homem e a mulher figura entre as mais adiantadas conquistas sociais, sejam quais forem, à parte das desfigurações que se observam nesta ou naquele ponto. É outro ângulo em que se configura claramente a previsão social da Doutrina. Há mais de um século proclama o ensino espírita: “a emancipação da mulher segue o progresso da civilização”. [...]
    Referencia: AMORIM, Deolindo• Análises espíritas• Compilação de Celso Martins• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 36

    A mulher de hoje é o mesmo Espírito de mulher do mundo primitivo, da época dos homens das cavernas e que nestes numerosos milênios foi acumulando as qualidades da inteligência e do sentimento, tendo como base de edificação da sua individualidade as funções específicas realizadas principalmente no lar, M junto ao marido e aos filhos. O Espírito feminino também se reencarnou em corpos de homem, adquirindo caracteres masculinos, mas em proporções bem menores. [...] O Espírito feminino, muito mais do que o Espírito masculino, foi adquirindo, através de suas atividades específicas na maternidade, nos trabalhos do reino doméstico, nos serviços e no amor ao marido, aos filhos e à família e nas profissões próprias, na sucessividade dos milênios, as qualidades preciosas: o sentimento, a humildade, a delicadeza, a ternura, a intuição e o amor. Estes valores estão em maior freqüência na mulher e caracterizam profundamente o sexo feminino. As belas qualidades do Espírito feminino no exercício da maternidade, fizeram surgir a imensa falange das “grandes mães” ou “grandes corações”, que é fruto de muitos trabalhos, amor e renúncia, no cumprimento correto de seus sagrados deveres, em milênios. [...]
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

    Analisemos o que Jesus elucidou ao apóstolo Pedro, quando falou sobre a evolução do Espírito feminino. O Espírito Irmão X reporta [no livro Boa Nova]: “Precisamos considerar, todavia, que a mulher recebeu a sagrada missão da vida. Tendo avançado mais do que o seu companheiro na estrada do sentimento, está, por isso, mais perto de Deus que, muitas vezes, lhe toma o coração por instrumento de suas mensagens, cheias de sabedoria e de misericórdia”. [...] Se Jesus disse que a mulher está mais perto de Deus, é porque é do sentimento que nascem o amor e a humildade, e com maior facilidade o Espírito feminino adquiriu preciosos valores do coração para se elevar aos planos iluminados da Vida Superior. [...]
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

    Nos problemas do coração, a mulher sempre ficou com a parte mais difícil, pois sempre foi a mais acusada, a mais esquecida, a mais ferida, a mais desprotegida e a mais sofredora, mesmo nos tempos atuais. [...] Apesar de todas essas ingratidões, perseguições e crueldades, em todos os tempos, para com a mulher, o Divino Mestre Jesus confia e reconhece nelas, mesmo as mais desventuradas e infelizes nos caminhos das experiências humanas, o verdadeiro sustentáculo de regeneração da Humanidade [...].
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7

    [...] A mulher é a alma do lar, é quem representa os elementos dóceis e pacíficos na Humanidade. Libertada do jugo da superstição, se ela pudesse fazer ouvir sua voz nos conselhos dos povos, se a sua influência pudesse fazer-se sentir, veríamos, em breve, desaparecer o flagelo da guerra.
    Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 5, cap• 55

    A mulher é um espírito reencarnado, com uma considerável soma de experiências em seu arquivo perispiritual. Quantas dessas experiências já vividas terão sido em corpos masculinos? Impossível precisar, mas, seguramente, muitas, se levarmos em conta os milênios que a Humanidade já conta de experiência na Terra. Para definir a mulher moderna, precisamos acrescentar às considerações anteriores o difícil caminho da emancipação feminina. A mulher de hoje não vive um contexto cultural em que os papéis de ambos os sexos estejam definidos por contornos precisos. A sociedade atual não espera da mulher que ela apenas abrigue e alimente os novos indivíduos, exige que ela seja também capaz de dar sua quota de produção à coletividade. [...]
    Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

    [...] Na revista de janeiro de 1866 [Revista Espírita], por exemplo, Kardec afirma que “[...] com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa; não é mais uma concessão da força à franqueza, é um direito fundado nas mesmas Leis da Natureza. Dando a conhecer estas leis, o Espiritismo abre a era de emancipação legal da mulher, como abre a da igualdade e da fraternidade”. [...]
    Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

    A Doutrina não oferece também respaldo às propostas que promovem a participação da mulher em atividades que possam comprometer a educação dos filhos. A meta do Espiritismo é a renovação da Humanidade, pela reeducação do indivíduo. E, sem dúvida, o papel da mulher é relevante para a obtenção dessa meta, já que é ela que abriga os que retornam à vida terrena para uma nova encarnação na intimidade do seu organismo, numa interação que já exerce marcante influência sobre o indivíduo. É ela também o elemento de ligação do reencarnante com o mundo, e o relacionamento mãe/filho nos primeiros anos de vida marca o indivíduo de maneira bastante forte [...].
    Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

    A mulher é um Espírito reencarnado. Aporta a essa vida, trazendo em seu arquivo milhares de experiências pretéritas. São conhecimentos e vivências que se transformam em um chamamento forte para realizações neste ou naquele setor da atividade humana. Privá-la de responder a esse chamamento interior será, mais uma vez, restringir-lhe a liberdade, considerando-a um ser incapaz de tomar decisões, de gerir sua própria vida e, sobretudo, será impedi-la de conhecer-se e de crescer espiritualmente.
    Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

    [...] A mulher é a estrela de bonança nos temporais da vida.
    Referencia: WANTUIL, Zêus e THIESEN, Francisco• Allan Kardec: meticulosa pesquisa biobibliográfica e ensaios de interpretação• Rio de Janeiro: FEB, 1979-1980• 3 v• - v• 3, cap• 3, it• 3

    [...] a mulher dentro [do lar] é a força essencial, que rege a própria vida.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A mulher é a bênção de luz para as vinhas do homem.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é uma taça em que o Todo-Sábio deita a água milagrosa do amor com mais intensidade, para que a vida se engrandeça. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 39


    Mulher Jesus tratou as mulheres com uma proximidade e uma familiaridade que chamou a atenção até de seus discípulos (Jo 4:27). São diversas as ocasiões em que falou com elas em público e mesmo em situações bastante delicadas (Mt 26:7; Lc 7:35-50; 10,38ss.; Jo 8:3-11).

    Apresentou-as como exemplo (Mt 13:33; 25,1-13; Lc 15:8) e elogiou sua fé (Mt 15:28). Várias mulheres foram objeto de milagres de Jesus (Mt 8:14; 9,20; 15,22; Lc 8:2; 13,11) e se tornaram discípulas dele (Lc 8:1-3; 23,55). Nada conduziu Jesus a um idealismo feminista nem o impediu de considerar que elas podiam pecar exatamente como os homens (Mc 10:12). Também não estão ausentes dos evangelhos as narrativas referentes a mulheres de conduta perversa como Herodíades.

    Não são poucos os simbolismos que Jesus emprega partindo de circunstâncias próprias da condição feminina, como a de ser mãe. Os evangelhos reúnem ainda referências muito positivas ao papel das mulheres em episódios como a crucifixão (Mt 27:55; Mc 15:40; Lc 23:49; Jo 19:25), o sepultamento de Jesus (Mt 27:61) e a descoberta do túmulo vazio (Mt 28:1-8).

    Ver Herodíades, Isabel, Maria, Marta, Salomé.

    A. Cole, o. c.; D. Guthrie, o. c.; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


    substantivo feminino Ser humano do sexo feminino, dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Indivíduo cujas características biológicas representam certas regiões, culturas, épocas etc.: mulher mineira; mulher ruiva; as mulheres de Neandertal.
    Aquela cujas características biológicas definem o ser feminino.
    Menina que começa a apresentar fatores característicos da idade adulta; mulher-feita: sua filha já é uma mulher.
    Aquela que atingiu a puberdade; moça, mocinha.
    Aquela que deixou de ser virgem.
    Companheira do cônjuge; esposa.
    Figurado Pessoa indeterminada: quem é essa mulher?
    Etimologia (origem da palavra mulher). Do latim mulier. mulieris.

    Entre os judeus, a igualdade social do homem e da mulher fazia contraste com os costumes que de um modo geral prevaleceram no oriente, especialmente em tempos mais modernos. As mulheres hebraicas ainda assim gozavam de considerável liberdade. Não eram encerradas dentro de haréns, nem eram obrigadas a aparecer de face coberta – misturavam-se com os homens e os jovens nos trabalhos e nas amenidades da vida simples. As mulheres efetuavam todo o trabalho da casa (*veja Mulher casada). iam buscar água e preparavam o alimento (Gn 18:6 – 24.15 – 2 Sm 13,8) – fiavam e faziam a roupa (Êx 35:26 – 1 Sm 2.19). Também se metiam em negócios (Pv 31:14-24). Participavam da maior parte dos privilégios da religião, e algumas chegaram a ser profetisas. (*veja Débora, Hulda, Miriã.) o lugar que as mulheres tomam no N. T. mostra o efeito igualador de um evangelho, no qual ‘não pode haver… nem homem nem mulher’ (Gl 3:28). Serviam a Jesus e a Seus discípulos (Lc 8:1-3 – 23,55) – participaram dos dons do Espírito Santo, no dia de Pentecoste(At2.1a4 – cf. 1,14) – e foram preeminentes em algumas das igrejas paulinas (At 16:14 – 17.4 – cf. Fp 4:2-3). o ponto de vista de S. Paulo a respeito da igualdade dos sexos aparece de um modo especial em 1 Co 7, não sendo inconsistente com isso o ato de reconhecer que a mulher deve estar sujeita a seu marido (Ef 5:21-33Cl 3:18-19 – cf. 1 Pe 3.1 a 9). Pelo que se diz em 1 Co 11.5, parece depreender-se que era permitido às mulheres, nas reuniões da igreja, praticar os seus dons de oração e profecia, embora o falar com a cabeça descoberta seja por ele condenado, apelando para a ordenação divina da sujeição da mulher ao homem 1Co 11:3-16). Mas na mesma epístola parece retirar a permissão 1Co 14:34-36) – e em 1 Tm 2.8 a 15 a proibição de ensinar na igreja é feita com maior severidade. Entre as mulheres mencionadas no cap. 16 da epistola aos Romanos, uma pelo menos, Febe, parece ter tido uma posição oficial, a de diaconisa, na igreja de Cencréia. A respeito dos serviços que deviam prestar as viúvas sustentadas pela igreja, vede a palavra Viúva.

    substantivo feminino Ser humano do sexo feminino, dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Indivíduo cujas características biológicas representam certas regiões, culturas, épocas etc.: mulher mineira; mulher ruiva; as mulheres de Neandertal.
    Aquela cujas características biológicas definem o ser feminino.
    Menina que começa a apresentar fatores característicos da idade adulta; mulher-feita: sua filha já é uma mulher.
    Aquela que atingiu a puberdade; moça, mocinha.
    Aquela que deixou de ser virgem.
    Companheira do cônjuge; esposa.
    Figurado Pessoa indeterminada: quem é essa mulher?
    Etimologia (origem da palavra mulher). Do latim mulier. mulieris.

    Sal

    substantivo masculino Substância seca, dura, friável, de sabor acre, solúvel na água e que, ordinariamente, se emprega como tempero; cloreto de sódio.
    [Química] Composto que resulta da ação dos ácidos sobre as bases; composto resultante da substituição de um metal pelo hidrogênio básico dos ácidos.
    Figurado Graça, chiste: uma conversa com sal.
    Malícia espirituosa.
    Farmacologia. Sal amargo, sal inglês, sal de Epsom ou sal de Sedlitz, sulfato de magnésio.
    Figurado Sal ático, modo sutil e delicado de pensar, de se exprimir.
    Sal de azedas, bioxalato de potássio.
    Sal amoníaco, cloreto de amônio.
    Sal de cozinha ou sal marinho, o sal comum, o cloreto de sódio.
    Sal infernal, antigo nome do nitrato de potássio; O mesmo que sal de nitro.
    [Alquimia] Sal de Júpiter, cloreto de estanho.
    Sal de Saturno, acetato de chumbo.
    Sal de Glauber, sulfato de sódio.
    Sal iodado, sal de cozinha ao qual se acrescenta iodeto de sódio, usado como profilático do bócio endêmico.
    Religião Sal da terra, título dado por Jesus Cristo aos apóstolos, que significa, no entender dos teólogos, o princípio de conservação espiritual.
    Sal de Vichy, bicarbonato de sódio.
    substantivo masculino plural Substâncias voláteis que se dão a respirar a uma pessoa desfalecida, com o fim de fazê-la recuperar os sentidos. (P. ex., sais de amônio.).

    substantivo masculino Substância seca, dura, friável, de sabor acre, solúvel na água e que, ordinariamente, se emprega como tempero; cloreto de sódio.
    [Química] Composto que resulta da ação dos ácidos sobre as bases; composto resultante da substituição de um metal pelo hidrogênio básico dos ácidos.
    Figurado Graça, chiste: uma conversa com sal.
    Malícia espirituosa.
    Farmacologia. Sal amargo, sal inglês, sal de Epsom ou sal de Sedlitz, sulfato de magnésio.
    Figurado Sal ático, modo sutil e delicado de pensar, de se exprimir.
    Sal de azedas, bioxalato de potássio.
    Sal amoníaco, cloreto de amônio.
    Sal de cozinha ou sal marinho, o sal comum, o cloreto de sódio.
    Sal infernal, antigo nome do nitrato de potássio; O mesmo que sal de nitro.
    [Alquimia] Sal de Júpiter, cloreto de estanho.
    Sal de Saturno, acetato de chumbo.
    Sal de Glauber, sulfato de sódio.
    Sal iodado, sal de cozinha ao qual se acrescenta iodeto de sódio, usado como profilático do bócio endêmico.
    Religião Sal da terra, título dado por Jesus Cristo aos apóstolos, que significa, no entender dos teólogos, o princípio de conservação espiritual.
    Sal de Vichy, bicarbonato de sódio.
    substantivo masculino plural Substâncias voláteis que se dão a respirar a uma pessoa desfalecida, com o fim de fazê-la recuperar os sentidos. (P. ex., sais de amônio.).

    substantivo masculino Substância seca, dura, friável, de sabor acre, solúvel na água e que, ordinariamente, se emprega como tempero; cloreto de sódio.
    [Química] Composto que resulta da ação dos ácidos sobre as bases; composto resultante da substituição de um metal pelo hidrogênio básico dos ácidos.
    Figurado Graça, chiste: uma conversa com sal.
    Malícia espirituosa.
    Farmacologia. Sal amargo, sal inglês, sal de Epsom ou sal de Sedlitz, sulfato de magnésio.
    Figurado Sal ático, modo sutil e delicado de pensar, de se exprimir.
    Sal de azedas, bioxalato de potássio.
    Sal amoníaco, cloreto de amônio.
    Sal de cozinha ou sal marinho, o sal comum, o cloreto de sódio.
    Sal infernal, antigo nome do nitrato de potássio; O mesmo que sal de nitro.
    [Alquimia] Sal de Júpiter, cloreto de estanho.
    Sal de Saturno, acetato de chumbo.
    Sal de Glauber, sulfato de sódio.
    Sal iodado, sal de cozinha ao qual se acrescenta iodeto de sódio, usado como profilático do bócio endêmico.
    Religião Sal da terra, título dado por Jesus Cristo aos apóstolos, que significa, no entender dos teólogos, o princípio de conservação espiritual.
    Sal de Vichy, bicarbonato de sódio.
    substantivo masculino plural Substâncias voláteis que se dão a respirar a uma pessoa desfalecida, com o fim de fazê-la recuperar os sentidos. (P. ex., sais de amônio.).

    [...] representa, [no Evangelho], os ensinos que o homem traz consigo e que deve espalhar em torno de si. Sua moralidade, seu amor a Deus, sua submissão às Leis Divinas e, por conseguinte, a observância de todos os mandamentos que venham do Senhor e do seu Cristo são o sabor do homem [...].
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    O sal, entre os hebreus, era o emblema da purificação de toda vítima oferecida em oblata ao Senhor.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 3


    Sal Substância branca usada como tempero (6:6), remédio (Ez 16:4) e conservante. Os cristãos são como o sal, que contribui para conservar e salvar o mundo (Mt 5:13). “Temperada com sal” em (Cl 4:6) quer dizer “de bom gosto” (NTLH).

    Sal Substância mineral que proporciona sabor aos alimentos (Mt 5:13) e ajuda a conservá-los. Jesus considera seus discípulos sal da terra. Não devem, pois, jamais perder o seu sabor, o que implicaria o final de sua missão de ser sal e luz para o mundo (Lc 14:34-35; Mt 5:13; Mc 9:50).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    (de Ló)
    Gênesis 19: 26 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E a esposa dele (de Ló) olhou para trás por detrás dele e ficou transformada em uma estátua de sal.
    Gênesis 19: 26 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    2067 a.C.
    H1961
    hâyâh
    הָיָה
    era
    (was)
    Verbo
    H310
    ʼachar
    אַחַר
    depois de / após
    (after)
    Advérbio
    H4417
    melach
    מֶלַח
    fazer alguém tropeçar ou cair
    (Did they stumble)
    Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Indicativo Ativo - 3ª pessoa do plural
    H5027
    nâbaṭ
    נָבַט
    olhar, contemplar
    (Look)
    Verbo
    H5333
    nᵉtsîyb
    נְצִיב
    erigido, algo posicionado, coluna, guarnição, posto, pilar
    (a pillar)
    Substantivo
    H802
    ʼishshâh
    אִשָּׁה
    mulher, esposa, fêmea
    (into a woman)
    Substantivo


    הָיָה


    (H1961)
    hâyâh (haw-yaw)

    01961 היה hayah

    uma raiz primitiva [veja 1933]; DITAT - 491; v

    1. ser, tornar-se, vir a ser, existir, acontecer
      1. (Qal)
        1. ——
          1. acontecer, sair, ocorrer, tomar lugar, acontecer, vir a ser
          2. vir a acontecer, acontecer
        2. vir a existir, tornar-se
          1. erguer-se, aparecer, vir
          2. tornar-se
            1. tornar-se
            2. tornar-se como
            3. ser instituído, ser estabelecido
        3. ser, estar
          1. existir, estar em existência
          2. ficar, permanecer, continuar (com referência a lugar ou tempo)
          3. estar, ficar, estar em, estar situado (com referência a localidade)
          4. acompanhar, estar com
      2. (Nifal)
        1. ocorrer, vir a acontecer, ser feito, ser trazido
        2. estar pronto, estar concluído, ter ido

    אַחַר


    (H310)
    ʼachar (akh-ar')

    0310 אחר ’achar

    procedente de 309; DITAT - 68b, 68c; adv prep conj subst

    1. depois de, atrás (referindo-se a lugar), posterior,

      depois (referindo-se ao tempo)

      1. como um advérbio
        1. atrás (referindo-se a lugar)
        2. depois (referindo-se a tempo)
      2. como uma preposição
        1. atrás, depois (referindo-se a lugar)
        2. depois (referindo-se ao tempo)
        3. além de
      3. como uma conjunção
      4. depois disso
      5. como um substantivo
        1. parte posterior
      6. com outras preposições
        1. detrás
        2. do que segue

    מֶלַח


    (H4417)
    melach (meh'-lakh)

    04417 מלח melach

    procedente de 4414; DITAT - 1197a; n m

    1. sal

    נָבַט


    (H5027)
    nâbaṭ (naw-bat')

    05027 נבט nabat

    uma raiz primitiva; DITAT - 1282; v

    1. olhar, contemplar
      1. (Piel) olhar
      2. (Hifil)
        1. olhar
        2. contemplar, mostrar consideração a, prestar atenção a, considerar
        3. considerar, mostrar consideração a

    נְצִיב


    (H5333)
    nᵉtsîyb (nets-eeb')

    05333 נציב n etsiyb̂ ou נצב n etsib̂

    procedente de 5324; DITAT - 1398b; n m

    1. erigido, algo posicionado, coluna, guarnição, posto, pilar
      1. pilar, coluna
      2. intendente, representante

    אִשָּׁה


    (H802)
    ʼishshâh (ish-shaw')

    0802 אשה ’ishshah

    procedente de 376 ou 582; DITAT - 137a; n f

    1. mulher, esposa, fêmea
      1. mulher (contrário de homem)
      2. esposa (mulher casada com um homem)
      3. fêmea (de animais)
      4. cada, cada uma (pronome)