Enciclopédia de Jeremias 50:14-14

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jr 50: 14

Versão Versículo
ARA Ponde-vos em ordem de batalha em redor contra Babilônia, todos vós que manejais o arco; atirai-lhe, não poupeis as flechas; porque ela pecou contra o Senhor.
ARC Preparai-vos para cercar Babilônia, todos os que armais arcos: atirai-lhe, não poupeis as frechas, porque pecou contra o Senhor.
TB Ponde-vos em ordem contra Babilônia ao redor, todos vós os que armais o arco; atirai-lhe, não poupeis as flechas; porque ela tem pecado contra Jeová.
HSB עִרְכ֨וּ עַל־ בָּבֶ֤ל ׀ סָבִיב֙ כָּל־ דֹּ֣רְכֵי קֶ֔שֶׁת יְד֣וּ אֵלֶ֔יהָ אַֽל־ תַּחְמְל֖וּ אֶל־ חֵ֑ץ כִּ֥י לַֽיהוָ֖ה חָטָֽאָה׃
BKJ Ponde-vos em ordem contra Babilônia ao redor, todos vós os que entesais o arco; atirai-lhe, não poupeis flechas, porque ela pecou contra o SENHOR.
LTT Ponde-vos em ordem de batalha contra Babilônia ao redor dela, todos os que encurvais- armais o arco; atirai nela, não poupeis as flechas, porque ela pecou contra o SENHOR.
BJ2 Ponde-vos em ordem de combate em redor contra a Babilônia, vós todos que manejais o arco! Atirai contra ela, não poupeis as flechas, porque ela pecou contra Iahweh!
VULG Præparamini contra Babylonem per circuitum, omnes qui tenditis arcum : debellate eam, non parcatis jaculis, quia Domino peccavit.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Jeremias 50:14

I Samuel 17:20 Davi, então, se levantou pela manhã, bem cedo, e deixou as ovelhas a um guarda, e carregou-se, e partiu, como Jessé lhe ordenara; e chegou ao lugar dos carros, quando já o arraial saía em ordem de batalha, e, a gritos, chamavam à peleja.
II Samuel 10:9 Vendo, pois, Joabe que estava preparada contra ele a frente da batalha, por diante e por detrás, escolheu dentre todos os escolhidos de Israel e formou-os em linha contra os siros.
Salmos 51:4 Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares.
Isaías 5:28 As suas flechas serão agudas, e todos os seus arcos, retesados; as unhas dos seus cavalos dir-se-iam de pederneira, e as rodas dos seus carros, um redemoinho.
Isaías 13:4 Já se ouve a gritaria da multidão sobre os montes, semelhante à de um grande povo, a voz do rebuliço de reinos e de nações já congregadas. O Senhor dos Exércitos passa em revista o exército de guerra.
Isaías 13:17 Eis que eu despertarei contra eles os medos, que não farão caso da prata, nem tampouco desejarão ouro.
Jeremias 46:9 Avançai, ó cavalos, e estrondeai, ó carros, e saiam os valentes: os etíopes, e os de Pute, que tomam o escudo, e os lídios, que tomam e entesam o arco.
Jeremias 49:35 Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que eu quebrarei o arco de Elão, o principal do seu poder.
Jeremias 50:7 Todos os que as achavam as devoraram; e os seus adversários diziam: Culpa nenhuma teremos; porque pecaram contra o Senhor e a morada da justiça, sim, o Senhor, a Esperança de seus pais.
Jeremias 50:9 Porque eis que eu suscitarei e farei subir contra a Babilônia uma congregação de grandes nações da terra do Norte, e se prepararão contra ela; dali, será tomada; as suas flechas serão como de valente herói; nenhuma tornará sem efeito.
Jeremias 50:11 porquanto vos alegrastes, e saltastes de prazer, ó saqueadores da minha herança, e vos inchastes como bezerra gorda, e rinchastes como cavalos vigorosos.
Jeremias 50:29 Convocai contra Babilônia os flecheiros, todos os que armam arcos; acampai-vos contra ela em redor, que ninguém escape dela; pagai-lhe conforme a sua obra; conforme tudo o que fez, fazei-lhe; porque se houve arrogantemente contra o Senhor, contra o Santo de Israel.
Jeremias 50:42 Arco e lança tomarão; eles são cruéis e não conhecem a compaixão; a sua voz bramará como o mar, e eles cavalgarão cavalos, como um homem, apercebido para a batalha, contra ti, ó filha da Babilônia.
Jeremias 51:2 E enviarei padejadores contra a Babilônia, que a padejarão e despojarão a sua terra, porque virão contra ela em redor no dia da calamidade.
Jeremias 51:11 Alimpai as flechas, preparai perfeitamente os escudos; o Senhor despertou o espírito dos reis da Média, porque o seu intento contra a Babilônia é para a destruir; pois esta é a vingança do Senhor, a vingança do seu templo.
Jeremias 51:27 Arvorai um estandarte na terra, tocai a buzina entre as nações, santificai as nações contra ela e convocai contra ela os reinos de Ararate, Mini e Asquenaz; ordenai contra ela um capitão, fazei subir cavalos, como pulgão agitado.
Habacuque 2:8 Visto como despojaste muitas nações, todos os mais povos te despojarão a ti, por causa do sangue dos homens e da violência para com a terra, a cidade e todos os que habitam nela.
Habacuque 2:17 Porque a violência cometida contra o Líbano te cobrirá, e a destruição dos animais ferozes os assombrará, por causa do sangue dos homens, e da violência para com a terra, a cidade e todos os seus moradores.
Apocalipse 17:5 E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O EXÍLIO DE JUDÁ

604-582 a.C.
JEOAQUIM
A morte do rei Josias em 609 a.C. pôs fim à reforma religiosa em Judá e, durante o reinado de Jeoaquim, filho de Josias, as práticas pagas voltaram a se infiltrar no reino do sul. O profeta Jeremias repreendeu Jeoaquim por explorar o povo e construir um palácio luxuoso com os frutos dessa exploração.' É possível que o palácio em questão seja a construção encontrada em Ramat Rahel, apenas alguns quilômetros ao sul de Jerusalém. Além de ordenar o assassinato do profeta Urias por profetizar contra a cidade e a terra, Jeoaquim se opôs pessoalmente ao profeta Jeremias e queimou um rolo com palavras de Jeremias que leudi havia lido diante do rei.
Jeoaquim se tornou vassalo de Nabucodonosor em 604 a.C. (um ano depois da vitória deste último em Carquemis), mas, incentivado pelo Egito, se rebelou três anos depois. Nabucodonosor só tratou dessa rebelião em 598 a.C., quando ordenou que Jeoaquim fosse preso com cadeias de bronze e levado à Babilônia. Foi nessa ocasião que Jeoaquim morreu, aos 36 anos de idade, não se tendo certeza se ele morreu de causas naturais ou como resultado de uma conspiração. Jeremias profetizou que Jeoaquim não seria sepultado de forma honrosa; seria sepultado como se sepulta um jumento: arrastado e jogado para fora das portas de Jerusalém.

A SEGUNDA DEPORTACÃO
Jeoaquim foi sucedido por Joaquim, seu filho de dezoito anos de idade que reinou por apenas três meses e dez dias.4 Em 597 a.C, Nabucodonosor cercou Jerusalém e Joaquim se rendeu. "Nabucodonosor sitiou a cidade de Judá e, no segundo dia do mês de Adar (15/16 março), tomou a cidade e prendeu seu rei. Nomeou um rei do seu agrado para a cidade e trouxe consigo para a Babilônia um grande tributo" (Crônica Babilônica, Rev. 12-13). Na "segunda deportação", Nabucodonosor levou para a Babilônia o rei Joaquim e sua mãe, esposas, oficiais e governantes da terra, bem como toda a guarda constituída de setecentos homens valentes e mil artífices e ferreiros, num total de dez mil pessoas," entre as quais estava um jovem aprendiz de sacerdote chamado Ezequiel." Também levou consigo os tesouros do palácio real e objetos de ouro que Salomão havia feito para o templo do Senhor. Na Babilônia, Joaquim recebeu uma pensão da corte real. Seu nome (Ya'u-kinu) ocorre em tabletes babilânios datados de c. 595-570 a.C.nos quais se encontram registradas as rações fornecidas a ele e seus filhos: "Meio panu (c. 14 I) para Ya'u- kinu, rei da terra de Judá. Dois sila e meio (c. 2 I) para os cinco filhos do rei da terra de Judá. Vários anos mais tarde, depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., seu filho e sucessor Amel-Marduque (Evil-Merodaque) libertou Joaquim da prisão e permitiu que comesse à mesa do rei para o resto da vida.

O CERCO A JERUSALÉM
O profeta Jeremias amaldiçoou Joaquim e declarou que nenhum de seus descendentes se assentaria no trono de Davi.& Nabucodonosor escolheu Matanias, tio de Joaquim, para ocupar o trono de Judá e mudou seu nome para Zedequias, convocando-o a apresentar-se diante dele na Babilônia em 593 a.C. para jurar lealdade. Porém, alguns anos depois, Zedequias deu ouvidos aos egípcios e se rebelou. A Babilônia reagiu com violência. Nabucodonosor e seu exército acamparam em torno de Jerusalém e levantaram tranqueiras ao seu redor: De acordo com II Reis 25:1, o cerco se iniciou aos dez dias do décimo mês (15 de janeiro) de 588 a.C. Uma invasão dos egípcios sob o comando do faraó Hofra (589-570a.C.) obrigou Nabucodonosor a levantar temporariamente o cerco a Jerusalém. Porém, conforme Jeremias havia predito, os babilônios voltaram. Jeremias defendeu a rendição e foi lançado numa cisterna, de onde foi transferido posteriormente para o pátio da guarda. A situação tensa é descrita em 22 cartas em óstracos encontrados na cidade de Laquis que fazia parte do reino de Judá. A linguagem usada nessas cartas é semelhante à de Jeremias. Em uma delas, o coman- dante de um posto avançado relata não poder mais ver os sinais (provavelmente feitos com fogo) que Azeca devia enviar: "Esteja o meu senhor informado de que continuamos aguardando os sinais de Laquis, conforme todos os sinais que o meu senhor me deu não conseguimos ver Azeca" (Carta de Laquis 4:10-12). Talvez Azeca já houvesse sido capturada pelos babilônios ou, mais provavelmente, as condições do tempo não permitiram a visualização dos sinais. Outra carta menciona um profeta anônimo como portador de uma mensagem. Até hoje, não foi possível determinar a identidade desse portador. No nono dia do quarto mês (18 de julho de 586 a.C.), a fome em Judá se tornou tão severa que o povo não tinha mais o que comer. O inimigo penetrou o muro da cidade e Zedequias e seu exército fugiram durante a noite, mas foram capturados nas campinas de Jericó. Zedequias foi levado a Ribla, na Síria, onde, depois de testemunhar a morte de seus filhos, foi cegado e deportado para a Babilônia preso em cadeias de bronze.

A TERCEIRA DEPORTAÇÃO
Um mês depois que os babilônios penetraram o muro de Jerusalém, no sétimo dia do quinto mês (14 de agosto de 586 a.C.), Nebuzaradà, comandante da guarda imperial, queimou o templo do Senhor, o palácio real e todas as casas de Jerusalém e derrubou seus muros. Nebuzaradà levou para o exílio o povo da cidade, os que passaram para o lado da Babilônia e o restante da população, deixando apenas o povo mais pobre da terra para cuidar das vinhas e campos. Nessa "terceira deportação" maior parte dos habitantes de Judá foi levada para a Babilônia. Outras calamidades, porém, ainda sobreviriam ao reino do sul.

A QUARTA DEPORTAÇÃO
Os babilônios nomearam Gedalias, um judeu de família nobre, para governar sobre Judá. Um selo com a inscrição pertencente a Gedalias, aquele que governa a casa", foi encontrado em Laquis. Mas, pouco tempo depois de sua nomeação, Gedalias foi assassinado por Ismael, um membro da família real. Vários dos judeus restates, incluindo Jeremias que havia sido liberto da prisão quando Jerusalém foi tomada, fugiram para o Egito, apesar da advertência profética de Jeremias para que permanecessem em Judá. Outro grupo de judeus foi exilado na Babilônia em 582 a.C. O Esta pode ser descrita como a "quarta deportação"

O TRAUMA DO EXÍLIO
Os judeus que sobreviveram à longa jornada para a Babilônia provavelmente foram colocados em assentamentos separados dos babilônios e receberam permissão de se dedicar à agricultura e trabalhar para sobreviver," mas o trauma do exílio é expressado claramente pelo salmista:

"As margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos algum dos cânticos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do SENHOR em terra estranha?"
Salmo 137:1-4
A deportação de Judá O mapa mostra os locais ligados às deportações do povo de Judá pelos babilônios em 597, 586 e 582 a.C.
A deportação de Judá O mapa mostra os locais ligados às deportações do povo de Judá pelos babilônios em 597, 586 e 582 a.C.
Carta de Laquis n° 2, um óstraco ou carta escrita num fragmento de cerâmica, para Yaosh, governador militar da cidade de Laquis, em Judá, 588 a.C
Carta de Laquis n° 2, um óstraco ou carta escrita num fragmento de cerâmica, para Yaosh, governador militar da cidade de Laquis, em Judá, 588 a.C
Balaustrada de uma janela do palácio de Ramat Rachel, próximo de Jerusalém; possivelmente, uma obra de Jeoaquim, rei de Judá (609-598 a.C.).
Balaustrada de uma janela do palácio de Ramat Rachel, próximo de Jerusalém; possivelmente, uma obra de Jeoaquim, rei de Judá (609-598 a.C.).

DANIEL E NABUCODONOSOR

605-562 a.C.
DANIEL E SEUS AMIGOS
Daniel e seus três amigos, Hanaias, Misael e Azarias, haviam sido deportados para a Babilônia em 605 .C. Assim que chegaram, tiveram de tomar a decisão de não se contaminar com a comida e o vinho do rei, provavelmente pelo fato desses alimentos e bebidas serem oferecidos a ídolos.' Nabucodonosor ficou impressionado com esses quatro novos membros de sua corte. Ao interrogá-los, descobriu que eram dez vezes melhores do que todos os magos e encantadores de seu reino em todas as questões de cultura e sabedoria. No segundo ano de seu reinado (604 a.C.), Nabucodonosor teve um sonho.- Talvez com o intuito de obter uma interpretação divinamente inspirada, o rei perturbado declarou que seus conselheiros teriam de lhe dizer, em primeiro lugar, qual havia sido o sonho e, em seguida, a interpretação. Com a ajuda de Deus, Daniel relatou a Nabucodonosor o sonho no qual o rei viu uma grande estátua dividida em quatro partes e deu uma interpretação referente a cinco reinos, dos quais o primeiro era a Babilônia.
De acordo com Daniel 3:1, Nabucodonosor ordenou a construção de uma estátua revestida de ouro no campo de Dura, talvez Duru-sha-karrabi, nos arredores da cidade da Babilônia. E possível que essa estátua com 27 m de altura incluísse um pedestal ou coluna. Nabucodonosor ordenou que todos se curvassem e adorassem a estátua, mas os três amigos de Daniel, conhecidos por seus nomes babilônicos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, recusaram obedecer e foram lançados numa fornalha usada para assar tijolos. O Senhor os preservou miraculosamente: um quarto homem, "semelhante a um filho dos deuses como exclamou Nabucodonosor, permaneceu com eles na fornalha.

OUTRO SONHO
Daniel serviu na corte de Nabucodonosor com grande dedicação. O rei teve outro sonho, no qual viu uma grande árvore ser cortada, restando apenas seu toco e raízes.' Daniel interpretou o sonho como uma referência ao rei e o instou a deixar seus caminhos perversos, de modo que, das suas raízes, uma nova vida pudesse crescer. Nabucodonosor recusou dar ouvidos ao seu conselheiro e, doze meses depois, enquanto andava pelo terraço do seu palácio, o rei se gabou: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para a glória da minha majestade" (Dn 4:30).

A BABILÔNIA DE NABUCODONOSOR
Com seus 1.012 hectares de extensão a Babilônia de Nabucodonosor era, sem dúvida, grande; era maior do que as cidades antigas de Alexandria, Antioquia e Constantinopla, porém menor do que Roma. O muro externo que cercava num perímetro de 27 km era largo suficiente para permitir o trânsito de carros em parte superior. Uma ponte foi construída sobre o Eufrates e a cidade se expandiu para a margem ocidental do rio. A ponte possuía plataformas de madeira que podiam ser recolhidas caso um inimigo atacasse. Das cerca de cem portas, a maior era a do norte, dedicada à deusashtar construída originalmente com tijolos esmaltados simples, com relevos de leões dragões e touros. Posteriormente, Nabucodonosor revestiu a porta toda com tijolos esmaltados de azul com esses mesmos despenhos. Dessa porta, estendia-se uma passagem de 920 m de comprimento que o rel percorria todos os anos na comemoração do akitu. o Festival do Ano Novo. A cidade também possuía templos grandiosos: O enorme zigurate de ttemenanku Esagila (templo de Marduque, deus oficial da babllona. sobre o qual ticavam tres estatuas gigantescas de outo. pesando quase 150 toneladas; e pelo menos outros 53 templos muitos deles com pinaculos revestidos de ouro ou prata, tulgurantes como o sol. O palácio de Nabucodonosor era uma construcao ampla na parte norte da cidade. Seu maior cômodo, a sala do trono, media 52 m por 17 m. Um imenso painel de tijolos esmaltados desse local se encontra hoje no Museu do Estado em Berlim. Acredita-se que os "jardins suspensos", uma das sete maravilhas do mundo antigo, ficavam ao norte do palácio, onde havia espaço de sobra para vanos terracos com arcos, arvores, arbustos e plantas floridas de todo tipo para lembrar Amytis, esposa de Nabucodonosor, das montanhas da Média (atual Irã), sua terra natal.

O ORGULHO DE NABUCODONOSOR
Acredita-se que toram necessários 164 milhões de tijolos só para construir o muro de proteção do lado norte da Babilônia. Em vários dos tijolos de sua grande cidade, Nabucodonosor mandou inscrever as seguintes palavras: "Eu sou Nabucodonosor, rei da Babilônia, que provê para Esagila e Ezida (dois templos), filho mais velho de Nabopolassar, rei da Babilônia". Porém, de acordo com o livro de Daniel, Senhor se cansou da arrogância do rei. Nabucodonosor foi expulso do meio do povo e condenado a pastar como um boi. Seu cabelo cresceu como as penas da água e suas unhas.como as garras de uma ave. A sanidade do rei foi restaurada somente depois de ele reconhecer que o domínio do Senhor era eterno e seu reino de geração em geração. Um tato significativo é a existência de pouquíssimas inscrições dos anos finais do reina-do de Nabucodonosor, sobre os quais não remos praticamente nenhuma informação. A loucura, portanto, poderia ser datada desses últimos anos. Daniel 4:32 específica sua duração como "sete tempos", talvez sete anos mas um período menos especifico também e possível e talvez preferível
Planta urbana da Babilônia
Planta urbana da Babilônia
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor. Pode-se ver claramente a Via Processional que levava à porta de Ishtar, o grande zigurate (Etemenanki); o palácio do norte
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor. Pode-se ver claramente a Via Processional que levava à porta de Ishtar, o grande zigurate (Etemenanki); o palácio do norte
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor.
Uma reconstituição da parte norte da cidade da Babilônia depois de ter sido reconstruida por Nabucodonosor.

A QUEDA DA BABILÔNIA E O DECRETO DE CIRO

562-537 a.C.
DEPOIS DE NABUCODONOSOR
Nabucodonosor faleceu em 562 a.C.e foi sucedido por seu filho, Evil-Merodaque (Amel- Marduque), que libertou Joaquim, o rei cativo de Judá. Evil-Merodaque ocupou o trono por apenas dois anos (562-560 a.C.) antes de ser assassinado por seu antigo general e cunhado Neriglissar (560-556 a.C.). Depois de um reinado de quatro anos, Neriglissar morreu e foi sucedido por seu filho, Labashi-Marduque (556 a.C.). Este foi assassinado pouco tempo depois e Nabonido (556-539 a.C.), que talvez tenha se casado com uma filha de Nabucodonosor, tomou o trono.

NABONIDO NA ARÁBIA
Nabonido nomeou seu filho, Bel-shar-usur (o rei Belsazar de Dn 5:1), regente e partiu para Tema, um oásis na região oeste do deserto árabe. Capturou Tema, exterminou a maioria dos habitantes e estabeleceu sua autoridade nesse local onde permaneceu dez anos, de 553 a 543 a.C.O motivo alegado para sua estadia foi a restauração do templo de Sin, o deus-lua, em Tema. Mas o que o levou, de fato, a passar tanto tempo longe da Babilônia? Talvez estivesse protegendo a rota de incenso que saía do lêmen e passava pelo oeste da Arábia, para evitar que caísse nas mãos do rei egípcio Amásis 1l (570-526 a.C.). Talvez sua devoção a Sin, o deus-lua, o tivesse distanciado dos sacerdotes de Marduque na Babilônia e lhe pareceu melhor não voltar para lá. Ou, ainda, talvez o rei babilônio estivesse enfermo. De acordo com a "Oração de Nabonido", dos "Manuscritos do Mar Morto" em Qumran, Nabonido foi afligido por úlceras malignas durante sete anos na cidade de Tema.

A QUEDA DA BABILÔNIA
Os judeus que creram na palavra protética de Jeremias se deram conta de que os setenta anos de exílio (calculados desde a primeira deportação em 605 .C.) preditos por ele estavam chegando ao fim.
Enquanto Nabonido estava na Arábia, uma nova potência mundial começou a surgir. Os medos e persas, sob o governo de Ciro II, se deslocaram para o norte e flanquearam os babilônios. Em 547 a.C., Ciro derrotou Creso de Lídia, no oeste da Turquia, e tomou sua capital, Sardes. Reconhecendo a ameaça crescente da Pérsia, Nabonido voltou para a Babilônia e, no final do verão de 539 a.C., os persas atacaram. Ciro derrotou os exércitos babilônios em Opis, junto ao rio Tigre. No décimo quarto dia de tisri (10 de outubro), Sipar foi capturada sem reagir e Nabonido fugiu. Na Babilônia, Belsazar não se senti ameaçado, pois os muros inexpugnáveis da cidade podiam resistir-a vários anos de cerco. Num gesto desafiador, Belsazar pediu que lhe trouxessem as taças de ouro e prata do templo do Senhor em Jerusalém e, pouco depois, uma inscrição misteriosa apareceu na parede do palácio real: "MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM'". Daniel, então com cerca de oitenta anos de idade e aposentado de suas funções na corte, foi chamado para interpretar a mensagem. As palavras eram relacionadas a três pesos: mina, siclos e meia mina e incluía trocadilhos como PARSIM (singular PERES), uma referência aos persas.
A interpretação de Daniel - "MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele. TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas" (Dn 5:26-28) - se cumpriu de imediato. "Naquela mesma note, foi morto Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, com cerca de sessenta e dois anos, se apoderou do reino" (D 5:30-31). De acordo com a Crônica de Nabonido, no décimo sexto dia de tisri (12 de outubro), Ugbaru, o governador rebelde de Gútio (Assíria), e os exércitos de Ciro entraram na Babilônia sem travar uma única batalha.

DARIO, O MEDO
O livro de Daniel atribui a captura da Babilônia a "Dario, o medo". Alguns estudiosos O equiparam a Ugbaru, mas a Crônica de Nabonido registra a morte de Ugbaru em 6 de novembro daquele ano. Há quem identifique Dario com outro oficial, chamado Gubaru, que poderia ou não ser Ugbaru. No entanto, não há evidências específicas de que Ugbaru ou Gubaru fosse medo, chamado rei, que seu nome fosse Dario, filho de Xerxes e tivesse 62 anos de idade. Sabe-se, porém, que Ciro, o rei da Pérsia, tinha cerca de 62 anos quando se tornou rei da Babilônia e usava o título "rei dos medos". Assim, Dario, o medo, pode ser apenas outro nome para Ciro da Pérsia, sendo possível, nesse caso, traduzir Daniel 6:28 como: "Daniel, pois, prosperou no reinado de Dario, isto é, no reinado de Ciro, o persa". Apesar de Ciro também não ser filho de Xerxes, mas sim de Cambises, sua mãe, Mandane, era meda.

OS PERSAS TOMAM A BABILÔNIA
De acordo com os historiadores gregos Heródoto e Xenofonte, os persas desviaram o curso do rio Eufrates para Aqarquf, uma depressão próxima da Babilônia, atravessaram o rio com água pela altura das coxas e chegaram à dançando e se divertindo numa festa e Xenofonte afirma que os persas atacaram durante uma festa, quando toda Babilônia costumava beber e se divertir a noite toda". Assim, o banquete de Belsazar foi seu último ato antes de cair nas mãos do exército persa. O fato de Belsazar ser regente de Nabonido explica a oferta feita a Daniel para ser o terceiro no reino.
Ao que parece, Nabonido foi capturado e levado de volta à Babilônia. No terceiro dia de marquesvã (29 de outubro), Ciro entrou na Babilônia.

CIRO PUBLICA SEU DECRETO
Muitos habitantes da Babilônia ficaram satisfeitos com o fim do reinado de Nabonido e podemos acreditar nas palavras de Ciro registradas no "Cilindro de Ciro": "Todos os habitantes da Babilônia, bem como toda a terra da Suméria e Acádia, príncipes e governadores, se curvaram diante dele e beijaram seus pés, exultantes por serem seus súditos. Com o rosto resplandecente e grande alegria, o receberam como senhor, pois, graças ao seu socorro, haviam saído da morte para a vida e sido poupados de danos e calamidades" Ciro tratou bem os babilônios. Na verdade, ele procurou tratar com respeito todos os seus súditos leais, inclusive os judeus. Ciente da profecia de Jeremias, segundo a qual a desolação de Jerusalém duraria setenta anos, Daniel pediu a Deus para intervir? As orações de Daniel foram respondidas prontamente. Em 538 a.C., Ciro fez uma grande proclamação, registrada no final de 2Crônicas, o último livro da Bíblia hebraica: "Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem entre vós é de todo o seu povo, que suba, e o SENHOR, seu Deus, seja com ele. 2Crônicas 36.23; Esdras 1:2-3a Cumpriu-se, desse modo, a predição feita pelo profeta Isaías aproximadamente 160 anos antes acerca de Ciro, o ungido do Senhor: "Que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado." Isaías 44.28

DANIEL NA COVA DOS LEÕES
No terceiro ano de Ciro como rei da Babilônia (537 a.C.), quando o primeiro grupo de exilados regressou a Jerusalém, Daniel estava com pelo menos oitenta anos de idade e não voltou com eles. Talvez tenha se contentado em descansar nas palavras de Deus no final de sua profecia: "Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança" (Dn 12:13). Dario, o medo, se deixou levar por uma trama urdida por seus conselheiros e foi obrigado a condenar Daniel a ser lançado numa cova de leões. Porém, depois de passar a noite na cova, Daniel disse ao rei angustiado: "O meu Deus enviou seu anjo e fechou a boca aos leões". Do ponto de vista dos escritores bíblicos, da mesma forma como havia desencadeado os acontecimentos que permitiriam ao seu povo exilado deixar a Babilônia, Deus livrou seu servo justo, Daniel.
O relevo em pedra mostra o rei da Assíria caçando leões. Proveniente do palácio do rei Assurbanipal (669. 627 a.C). Nínive.
O relevo em pedra mostra o rei da Assíria caçando leões. Proveniente do palácio do rei Assurbanipal (669. 627 a.C). Nínive.
A estela encontrada na Babilônia mostra o rei babilônio Nabonido (556-539 a.C.) em pé, diante dos emblema das divindades Sin, Shamash e Ishtar.
A estela encontrada na Babilônia mostra o rei babilônio Nabonido (556-539 a.C.) em pé, diante dos emblema das divindades Sin, Shamash e Ishtar.
O Cilindro de Ciro, um relato babilônio da ascensão do rei persa Ciro ao trono da Babilônia em 539 a.C, descreve como Ciro foi bem recebido pelos babilônios.
O Cilindro de Ciro, um relato babilônio da ascensão do rei persa Ciro ao trono da Babilônia em 539 a.C, descreve como Ciro foi bem recebido pelos babilônios.
O Império Babilônio depois de Nabucodonosor Depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., o Império Babilônio entrou em declínio e, por fim, foi capturado pelos persas sob o comando de Ciro em 539 a.C.
O Império Babilônio depois de Nabucodonosor Depois da morte de Nabucodonosor em 562 a.C., o Império Babilônio entrou em declínio e, por fim, foi capturado pelos persas sob o comando de Ciro em 539 a.C.

ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
As estradas da Palestina
As estradas da Palestina

JARDIM DO ÉDEN

Deus criou, para o primeiro casal, um lugar para morar, um lugar em que havia árvores, rios e animais, um lugar que veio a ser conhecido como "Éden" (Gn 2:4b-15). A dramaticidade desse relato arrebatador tem fascinado leitores de todas as idades, tem levado filósofos e teólogos a reflexões sérias e profundas e tem sido a inspiração para a pena de muitos poetas e para o pincel de muitos pintores. Mas, quando tentamos reconstruir o contexto geográfico desse texto bíblico e localizar o Éden, descobrimos que, em vários níveis, muito permanece envolto na obscuridade.

O verbo do qual deriva a palavra "Éden" sempre aparece com sentido ambíguo no Antigo Testamento. Outros substantivos homônimos de Éden chegam a ocorrer no Antigo Testamento, estando relacionados com: (1) o nome de alguém (2Cr 29:12-31.15); (2) coisas deleitosas/preciosas (2Sm 1:24; SI 36.8; Jr 51:34); (3) uma região ou território na Mesopotâmia (2Rs 19:12; Is 37:12; Ez 27:23; Am 1:5). Apesar disso, continua sendo difícil confirmar a exata nuança de determinado substantivo, a menos que seja possível encontrar um cognato fora da Bíblia, em textos do antigo Oriente Próximo, em contextos bem nítidos e esclarecedores.

No caso de "Éden", um cognato (edinu) aparece em acádico/ sumério, designando uma planície ou estepe presumivelmente situada em algum lugar da Mesopotâmia. Em ugarítico e, mais recentemente, em aramaico, uma palavra semelhante ('dn) parece denotar um lugar fértil e bem irrigado. Felizmente a citação em acádico aparece em um texto léxico ao lado de seu equivalente sumério e a atestação em aramaico se encontra num texto bilíngue aramaico e acádico, em que a palavra correspondente no lado em acádico também denota um sentido de abundância ou profusão. Com isso, a interpretação mais comum desses dados é que eles sugerem que o Éden deveria estar situado numa área relativamente fértil da estepe da Mesopotâmia ou perto dela.

A interpretação costumeira é que o relato bíblico está escrito da perspectiva de Canaã. Desse modo, a localização do Éden para o lado do oriente (Gn 2:8) também aponta na direção da Mesopotâmia. Além disso, o Éden é descrito como um "jardim" (Gn 2:15), onde era possível encontrar um rio (2,10) e ribeiros/fontes para regar o solo (2.6). Tendo em mente o escasso suprimento de água em Canaã, é talvez previsível que o escritor bíblico tivesse tomado um termo acádico emprestado para descrever uma situação inexistente em seu próprio ambiente: a abundância de água. A observação inicial, que situa o Éden numa área fértil em algum lugar da planície mesopotâmica, é reforçada por outros dois fatores: (1) sabe-se que dois dos rios mencionados na narrativa - o Tigre e o Eufrates - atravessavam a Mesopotâmia; (2) o nome bíblico associado a cada um desses dois rios corresponde exatamente ao nome encontrado em textos mesopotâmicos.

Tentativas fantasiosas de situar o Éden na Etiópia, Austrália, Índia, Paquistão, Egito, Alemanha, Suécia, Mongólia, Américas, África, ilhas Seicheles, Extremo Oriente, oceano Índico, linha do equador, Polo Norte ou qualquer outro lugar não merecem atenção. Nem são mais plausíveis aqueles esforços de interpretação segundo a qual a narrativa apresenta quatro rios que, na Antiguidade, acreditava-se que circundavam o globo. Tal hipótese pressupõe que a passagem tem natureza lendária e/ou que o escritor bíblico não conhecia seu mundo. Nossa observação inicial também não concorda com uma interpretação alegórica existente na igreja antiga (e.g., Orígenes) de que o Éden era um paraíso da alma. Essa interpretação associa os quatro rios às virtudes da prudência, coragem, justiça e domínio próprio, criando um paraíso de perfeição divina - mas um paraíso que está além das esferas geográfica e histórica.

Contudo, mesmo depois de aceitar um contexto mesopotâmico para o jardim, a identificação dos dois primeiros rios - Pisom e Giom - continua sendo problemática. Com exceção de umas poucas referências incidentais em escritos judaicos posteriores, esses dois rios não são atestados em nenhum outro texto antigo. Seus nomes não têm nenhuma semelhança com quaisquer nomes pelos quais os rios daquela região são conhecidos hoje em dia, e as próprias palavras sugerem que poderiam ser descrição do movimento do rio e não o seu nome (pisom significa "descer em cascata/jorrar'", e giom significa "borbulhar/permear").

Apesar disso, já desde o primeiro século d.C. tem sido costumeiro identificar o Pisom com o rio Ganges e o Giom com o Nilo, embora correspondências alternativas para o Pisom incluam os rios 1ndo e Danúbio e uma alternativa para o Giom seria a fonte de Giom, em Jerusalém. Jerônimo deve receber o crédito de ter introduzido na tradição cristã a identificação dos quatro rios como o Tigre, o Eufrates, o Ganges e o Nilo. Também são inúteis as tentativas de identificar o Pisom e o Giom com base em suas supostas relações com os descendentes de Havilá e Cuxe (Gn 2:11-13). No caso de Havila, o Antigo Testamento menciona pelo menos dois clãs com esse nome (Gn 10:7-29), não sendo possível demonstrar que qualquer um deles estivesse localizado na Mesopotâmia. De modo análogo, na Bíblia, Cuxe normalmente designa uma área do Sudão, embora em pelo menos um texto (Gn 10:8) o termo possa estar se referindo aos cassitas, uma dinastia de um povo que ocupou uma área da Babilônia durante boa parte do segundo milênio a.C.

A menção a ouro e bdélio em Havilá (Gn 2:12) também não ajuda numa busca geográfica. Na Antiguidade, o ouro era encontrado em lugares longínquos como Índia e Egito, mas também era bem comum em boa parte da Mesopotâmia e não estava limitado a qualquer região específica. Quanto ao bdélio, até mesmo a tradução da palavra continua sendo duvidosa: pode se referir a uma pedra preciosa, como rubi ou cristal de rocha, ou a uma substância medicinal aromática, como algum tipo de goma resinosa.

O mapa mostra uma área setentrional (urartiana) e uma meridional (suméria), nas quais é possível que o jardim estivesse localizado. Pode-se apresentar um argumento bem convincente em favor de cada um desses pontos de vista. O ponto de vista urartiano busca apoio em Gênesis 2:10, que afirma que um rio saía para regar o jardim e então se dividia em quatro braços. Os proponentes desse ponto de vista sustentam que esse texto exige situar o Éden num lugar de onde rios irradiam. Uma parte das nascentes do Tigre, de um lado, e uma das principais fontes do alto Eufrates (Murad Su), de outro, surgem no planalto urartiano, a oeste do lago Van, próximo da moderna cidade de Batman, na Turquia, estando separadas uma da outra por pouco mais de 800 metros.

Aproximadamente na mesma região ficam as nascentes dos rios Araxes e Choruk. Com frequência, defensores de uma hipótese setentrional identificam esses rios com o Pisom e o Giom.

Proponentes do ponto de vista sumério buscam apoio em Gênesis 2:12b (NVI), que associa o rio Pisom ao lugar da "pedra de ônix. Na Bíblia, a palavra "Onix" é regularmente explicitada mediante a anteposição da palavra "pedra" (Ex 25:7-28.9; 35.9,27; 39.6; 1Cr 29:2, NVI), o que, no caso dos demais minerais, é raro no Antigo Testamento. No mundo mesopotâmico, o único mineral que vinha acompanhado da palavra "pedra" é conhecido hoie em dia como lápis-lazúli, uma pedra azul-escura de valor elevado que, em toda a Mesopotâmia e em outras regiões, era geralmente usada em ornamentos régios ou oficiais (observe-se a inclusão do ônix como parte da ornamentação das vestes do sumo sacerdote [Êx 28.20; 39.13]).

Caso a palavra traduzida por "ônix" de fato se referisse ao lápis-lazúli, o ponto de vista sumério ganharia grande reforço, visto que, na Antiguidade, só existia uma fonte conhecida desse mineral - o Afeganistão. O lápis-lazúli era levado para a Mesopotâmia por vias de transporte que começavam no sul, mas aparentemente não pelas que partiam do norte. Textos acádicos mencionam o "rio de lápis-lazúli, que é identificado com o rio Kerkha ou o rio Karun, ou um trecho do baixo Tigre, logo acima de sua confluência com o Eufrates. No entanto, a expressão nunca é empregada para um rio do centro ou do norte da Mesopotâmia. Por esse motivo, alguns estudiosos propõem uma localizacão suméria para o rio Pisom e, nesse cenário, o candidato mais provável ao Giom é ou o rio Karun, ou o rio Kerkha, ou o uádi al-Batin (que, conforme se sabe, foi um rio verdadeiro que atravessava o deserto da Arábia e desaguava no curso de água Shatt el-Arab, logo ao norte do golfo Pérsico). No século 16. João Calvino introduziu, na teologia cristã, uma modificação do ponto de vista sumério, embora em grande parte sua exegese tenha sido emprestada de Agostinho Steuco, estudioso do Antigo Testamento que, à época, também era o bibliotecário do papa.7 Steuco afirmava que "quatro fontes/bracos" (Gn 2:10b) era uma referência tanto ao lugar onde os rios surgiam quanto ao lugar onde desembocavam no mar. Com essa ideia, Calvino sustentou que eles eram, de fato, quatro bracos distintos de um único rio dentro de Éden, com os dois cursos d'água de cima descendo de suas fontes até dentro do jardim e os dois de baixo fluindo do jardim e descendo até o golfo Pérsico. Calvino descreveu o que equivale a um alto Eufrates e um baixo Eufrates, e um alto Tigre e um baixo Tigre, havendo, no meio do mapa, um ponto de confluência onde suas águas se misturavam durante uma curta distância. De acordo com o reformador nesse ponto havia uma ilha onde o Eden estava localizado. Apesar da análise geográfica imprecisa de Calvino e até mesmo de sua exegese forçada, por mais de 200 anos sua localização do Éden teve destaque na história de comentários e de Bíblias protestantes.

Uma advertência extra é necessária. Ao descrever acontecimentos mais antigos da Bíblia, alguns atlas bíblicos20 e outras fontes cartográficas? fazem referência a uma "antiga costa litorânea" que se estendia por cerca de 200 quilômetros para o norte do golfo Pérsico e chegava até Ur, desse modo inundando (e na prática eliminando) a denominada localização suméria do Éden. Com base em investigações científicas publicadas por volta de 1900, mas com ideias talvez já existentes no primeiro século d.C., essa teoria se baseia na hipótese geológica de que o delta avançou pouco a pouco (e sempre nesse sentido) da região de Ur (e Samarra junto ao Tigre) até a atual costa litorânea. o que aconteceu, ao longo do tempo, exclusivamente como resultado da sedimentação depositada pelos rios Tigre e Eufrates. Com essa pressuposição, a teoria fez ainda outras pressuposições uniformitaristas quanto à datação e à distância e afirmou que esta "antiga costa litorânea" devia ser datada de aproximadamente 5000-4000 a.C. Pesquisas mais recentes, tanto geológicas quanto paleoclimatológicas, demonstraram, de forma definitiva, que essas suposições anteriores eram bem prematuras e não são mais defensáveis. Hoje sabemos que, por volta de 5000 a 4000 a.C., os níveis do mar eram mais baixos do que os níveis atuais, em geral em cerca de três metros. Atualmente submersas a pouca distância do litoral, ruínas de habitações daquele período são conhecidas no lado norte do golfo Pérsico, o que indica que, naquela época, a antiga costa litorânea do golfo Pérsico se estendia mais para o sul, e não mais para o norte. Na realidade, a sedimentação provocada pelos rios Tigre e Eufrates, embora seja bem ampla e acentuada a partir das vizinhanças de Samarra (Tigre) e Ramadi (Eufrates) até quase o ponto onde os rios se unem para formar o canal Shatt el-Arab, é praticamente inexistente dali para o sul, nos 160 quilômetros seguintes até chegar à atual costa litorânea do golfo Pérsico. Em função disso, não se pode desconsiderar o ponto de vista sul/sumério sobre o Éden apenas com base nesse tipo de análise geográfica ultrapassada.

O Jardim do Éden
O Jardim do Éden

JOSIAS E A ASCENSÃO DA BABILÔNIA

639-605 a.C.
JOSIAS
Josias (639. 609 .C.) foi coroado rei de Judá aos oito anos de idade. O escritor de Crônicas observa que, no oitavo ano de seu reinado (632 a.C.), Josias "começou a buscar o Deus de Davi, seu pai" (2Cr 34:3). Entre o décimo segundo e décimo oitavo ano (628-622 a.C.), Josias se dedicou a um programa de reforma radical. Despedaçou ou queimou objetos, altares e ídolos pagãos, erradicou os sacerdotes pagãos e'prostitutos cultuais, profanou os altos e remove elementos pagãos que haviam sido colocados no templo do Senhor. Seu programa abrangeu não apenas Jerusalém, mas também as cidades dos territórios de Manassés, Efraim e Simeão. A reforma chegou até ao território de Naftali que, em outros tempos, havia pertencido ao reino do norte, Israel, mas sobre o qual o rei de Judá pôde exercer influência devido ao enfraquecimento do poder da Assíria. Josias profanou o alto em Betel instituído por Jeroboão, filho de Nabate, ao queimar os ossos dos sacerdotes de deuses estrangeiros em seus altares pagãos.' No décimo oitavo ano do reinado de Josias, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei no templo do Senhor? Não se sabe ao certo a natureza desse livro, mas ao ouvir a leitura de suas palavras, Josias rasgou as vestes e exclamou:
"Grande é o furor do Senhor que se acendeu contra nós, porquanto nossos pais não deram ouvidos às palavras deste livro" (2Rs 22:13). A fim de cumprir as prescrições do Livro da Lei, Josias aboliu os médiuns e feiticeiros, os ídolos do lar e todas as outras abominações vistas na terra de Judá e em Jerusalém.
O escritor de Reis afirma que nem mesmo a reforma ampla de Josias foi suficiente para evitar o julgamento iminente do Senhor e cita as palavras da profetisa Hulda: "Eis que trarei males sobre este lugar e sobre os seus moradores, a saber, todas as palavras do livro que leu o rei de Judá. Visto que me deixaram e queimaram incenso a outros deuses, para me provocarem à ira com todas as obras das suas mãos, o meu furor se acendeu contra este lugar e não se apagará" (2Rs 22:16-17). Para seu consolo, Josias recebeu a garantia de que não testemunharia a calamidade vindoura.


A MORTE DE JOSIAS
A queda da Assíria em 612 a.C.havia provocado um desequilíbrio no poder no Oriente Próximo, Preocupado com a força crescente da Babilônia, o faraó Neco (610-595 a.C.) enviou um exército à Síria para ajudar o que restava das forças assírias e conter os babilônios, afirmando ter recebido essa ordem de Deus. Josias não acreditou no discurso do rei egípcio e o confrontou em Megido, no norte de Israel, em 609 .C., onde morreu em combate. Sua morte prematura aturdiu a nação. Jeremias compôs lamentos' e, cento e trinta anos depois, o profeta Zacarias faria referência à morte de Josias como uma ocasião de grande pranto.

HABACUQUE
A morte de Josias interrompeu de forma brusca o programa de reformas em Judá. Deus parecia ter abandonado seu povo e reis subseqüentes não manifestaram nenhum desejo de seguir ao Senhor. Neco não ficou satisfeito com o governo de Jeoacaz, filho de Josias. Por isso, em Ribla, na Síria, ordenou que fosse substituído por seu irmão Jeoaquim (Eliaquim). Consternado com a destruição e violência ao seu redor, o profeta Habacuque clamou ao Senhor e recebeu uma resposta inesperada: "Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada. Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcham pela largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Eles são pavorosos e terríveis, e criam eles mesmos o seu direito e a sua dignidade. Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, mais ferozes do que os lobos no anoitecer são os seus cavaleiros que se espalham por toda parte; sim, os seus cavaleiros chegam de longe, voam como águia que se precipita a devorar-lhes todos vêm para fazer violência. Habacuque 1:5-90

NABUCODONOSOR ASSUME O PODER
Avançado em anos, Nabopolassar, rei da Babilônia, colocou o exército sob o comando de seu filho e sucessor ao trono, Nabucodonosor. Em 605 a.C, Nabucodonosor derrotou o exército egípcio em Carquemis, junto ao rio Eufrates (próximo à atual fronteira entre a Turquia e a Síria).? Marchando para para o sul, Nabucodonosor invadiu Judá na tentativa de garantir a lealdade de Jeoaquim de Judá, o antigo vassalo e aliado de Neco.
Quando Jeoaquim estava prestes a se render, Nabucodonosor foi informado da morte de seu pai e voltou à Babilônia pelo caminho do deserto, levando consigo alguns objetos do templo do Senhor e vários jovens da família real e da nobreza de Judá. Quatro desses jovens se mostraram conselheiros valiosos para o novo rei: Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Essa foi a primeira e menor de quatro deportações que acabariam resultando no exílio dos habitantes de Judá na Babilônia.

Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Vista da planicie de Jezreel (Esdraelom) do alto do monte de Megido
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Neco luta contra Josias e Nabucodonasor Entre 609 e 605 a.C., Judá enfrentou ameaças de duas frentes: Neco, rei do Egito, matou Josias, rei de Judá, na batalha de Megido em 609 a.C; Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, derrotou o Egito em Carquemis
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).
Uma reconstituição da porta de Ishtar, da Babilônia, representada em sua forma final, depois de ter sido revestida com tijolos vitrificados mostrando touros e dragões (sirrush).

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Potências mundiais preditas por Daniel

A imagem, ou estátua, de Daniel capítulo 2
O leão com asas representando Babilônia

Babilônia

Daniel 2:32-36-38; 7:4

607 a.C. Rei Nabucodonosor destrói Jerusalém

O urso representando a Medo-Pérsia

Medo-Pérsia

Daniel 2:32-39; 7:5

539 a.C. Conquista Babilônia

537 a.C. Ciro decreta a volta dos judeus para Jerusalém

O leopardo com asas representando a Grécia

Grécia

Daniel 2:32-39; 7:6

331 a.C. Alexandre, o Grande, conquista a Pérsia

A fera de dez chifres representando Roma e a potência anglo-americana

Roma

Daniel 2:33-40; 7:7

63 a.C. Início do domínio sobre Israel

70 d.C. Destrói Jerusalém

Grã-Bretanha e Estados Unidos

Daniel 2:33-41-43

1914-1918 d.C. Durante a Primeira Guerra Mundial, passa a existir a Potência Mundial Anglo-Americana


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

BABILÔNIA

Atualmente: IRAQUE
Cidade junto ao Rio Eufrates, foi capital do império babilônico da Mesopotâmia meridional. O povoamento da Babilônia na baixa Mesopotâmia, foi formado pelos sumérios e acádios, por volta de 3000 a.C. Foi desta região que emigrou o patriarca Abraão que deu origem ao povo hebreu. Hamurabi foi o fundador do primeiro Império Babilônico. Conseguiu unificar os semitas e sumérios. Durante seu governo (1728 a.C.-1686 a.C.), cercou a capital com muralhas, restaurou templos importantes e outras obras públicas. Implantou um código de leis morais, o mais antigo da história e que ficou conhecido como o Código de Hamurabi no qual estabeleceu regras de vida e determinou penas para as infrações, baseadas na lei do olho por olho, dente por dente. A Babilônia foi um centro religioso e comercial de grande importância na Antigüidade. Suas muralhas tinham cerca de 100 metros de altura, equivalente a um edifício de 34 andares. A largura destas muralhas correspondia a largura de uma rua, com capacidade para que dois carros pudessem andar lado a lado. Os assírios foram gradualmente conquistados pelos babilônicos, que tinham o auxílio dos medas, entre 626 e 612 a.C., ano em que Nínive finalmente foi tomada. A Babilônia tornou-se a nova ameaça e os egípcios, pressentindo o perigo, partiram em socorro à Assíria, mas foram derrotados pelos babilônicos na batalha de Carquemis, em 604. O rei Jeoaquim de Judá, passou a pagar tributo a Nabucodonosor da Babilônia como relata II Reis 24. O império babilônico não teve vida longa. Em menos de um século, já sofria grandes pressões. Em 538 a.C., Quando Belsasar participava, juntamente com sua corte de uma grande festa, os exércitos medo-persas invadiram a Babilônia colocando fim ao domínio babilônico.
Mapa Bíblico de BABILÔNIA



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Jeremias Capítulo 50 do versículo 1 até o 46
J. ORÁCULO CONTRA A BABILÔNIA, Jeremias 50:1-51.64

À luz de 25.12, 26, seria apropriado que as profecias de Jeremias contra nações estrangeiras concluíssem com um oráculo contra a Babilônia. Também não é nenhuma surpresa observar que é o oráculo mais longo e repleto de emoções. Visto que a Babilônia exercia uma influência tão grande na vida e destino de Judá, esse oráculo naturalmente exige mais do que uma atenção habitual.

Os dados nestes capítulos são reunidos de um modo singular. O oráculo é composto de uma série de poemas. Entre alguns dos poemas há algumas seções de prosa. Isso torna mais difícil arranjar o material em uma ordem lógica» O tema predominante é a destruição iminente da Babilônia e a restauração de Israel. Não há progressão no tema, mas uma recorrência da mesma situação repetidas vezes.

A autoria de Jeremias desse oráculo tem sido contestada. Não se pode negar que há uma diferença evidente entre oráculo e as seções anteriores de Jeremias quanto ao tem-po, ponto de vista e atitude. Mas, não há nenhum motivo convincente de essas palavras não poderem ter vindo da pena do profeta. Edward J. Young propõe uma solução ao problema ao sugerir que Jeremias escreveu um primeiro esboço (ou o núcleo original) do oráculo no quarto ano de Zedequias. Ele então enviou uma cópia à Babilônia por Seraías, conforme está registrado em 51:59-61. Mais tarde, no entanto, no Egito, após a destrui-ção do Templo e a nação ter ido para o exílio, Jeremias expandiu esse núcleo original da forma como o conhecemos hoje.'

1. A Destruição da Babilônia e a Restauração de Israel (Jeremias 50:1-51,58)

Como foi observado acima, o material destes dois capítulos não está organizado em uma maneira lógica. O aspecto mais perceptível é uma alteração entre a Babilônia e Israel, indicada abaixo pelas letras B e I. Após a maioria das mensagens de destruição para a Babilônia há uma palavra de encorajamento para os exilados de Israel.

O versículo 1 serve como título para os dois capítulos. Ele declara que o que segue é a palavra que falou o SENHOR contra a Babilônia, dada por meio de Jeremias, o profeta.

B — (Jeremias 50:2-3). Tomada é a Babilônia (2). Estas notícias devem ser anunciadas às nações. Erguer um estandarte seria o mesmo que colocar um anúncio ou hastear um emblema de vitória. Na visão do profeta, a ação é vista como se já tivesse sido realizada. Um inimigo do Norte (3) se apossou da cidade. Os deuses da Caldéia (Bel [senhor] chegou a ser identificado com Merodaque [Marduque], o principal deus da Babilônia) são destruídos. A religião babilônica está em completa confusão.

I — (Jeremias 50:4-10). Naqueles dias [...] Israel [...] e [...] Judá [...] virão e buscarão ao SENHOR (4). O povo de Deus se arrependerá e receberá uma chance de escapar do exílio. Eles devem voltar seu rosto para Sião, e em humildade de coração desejar uma restau-ração do concerto (5). Ovelhas perdidas foram o meu povo (6). Seus pastores (líderes) as fizeram errar. As nações as devoraram de maneira gananciosa, dizendo: "Não somos culpados, pois elas pecaram contra o Senhor" (7, NVI). Israel deve fugir do meio da Babilônia (8), porque o Senhor está trazendo uma congregação de nações (9) contra a Babilônia, e ela será espoliada, e toda a Caldéia (10) será saqueada. Ser como os carneiros diante do rebanho (8) significa mostrar o caminho ou sair primei-ro. A NVI esclarece o versículo 9: "Suas flechas serão como guerreiros bem treinados, que não voltam de mãos vazias".

B — (50:11-16). Caíram seus fundamentos, estão derribados os seus muros (15). Embora a Babilônia tenha sido a primeira entre as nações, ela agora será a última (12). Ela se alegrava (11) com a queda de Judá, mas as pessoas se espantarão (13) com a sua destruição. Deus convoca as nações para se posicionarem contra ela, porque pecou contra o SENHOR (14). Quando a Babilônia estiver devastada, os exilados de todas as nações fugirão cada um para a sua terra (16).

I — (50:17-20). "Trarei Israel de volta a sua própria pastagem" (19, NVI). Embora tenham sido dispersos como ovelhas (17), devorados pelo rei da Assíria, e roídos como um osso pelo rei da Babilônia, apesar disso, a maldade de Israel e Judá (20) será perdoada e eles serão trazidos de volta ao seu país nativo. Os reis serão castigados, mas o povo de Deus fartar-se-á (19) na abundância de pastagem.

B — (50:21-27). Laços te armei [...] ó Babilônia (24). Merataim (21, rebelião dupla) e Pecode (castigo) são sinônimos' da Babilônia. As palavras sugerem o crime do qual ela é culpada e o julgamento que está vindo sobre ela. O martelo de toda a terra está quebrado (23), porque a grande Babilônia foi apanhada (24) na armadi-lha do Senhor. O tesouro (25; "arsenal", NVI) de Deus está aberto e os instrumentos ("as armas", NVI) da sua indignação foram dispostos, porque o tempo do castigo da Babilônia chegou!

I — (50.28). Há uma voz em Sião. Aqueles que escaparam da Babilônia anunciam em Jerusalém que a profanação do templo foi vingada. Deus não esqueceu seu povo.

B — (50:29-32). Pagai-lhe conforme a sua obra (29). Porque a Babilônia se houve arrogantemente contra o SENHOR, os guerreiros das nações são chamados para acampar ao redor da cidade para que ninguém escape dela. Tropeçará o soberbo e cairá (32), e ninguém haverá que o levante. O dia da retribuição da Babilônia chegou (31).

I — (50:33-34). O seu Redentor é forte (34). Embora os inimigos de Israel e Judá os tenham oprimido (33) grandemente e não os quiseram soltar, o SENHOR dos Exércitos os livrará com braço forte. Ele lhes dará descanso, mas inquietará os seus inimigos.

B — (50:35-38). A espada virá sobre os caldeus (35). A espada do Senhor está sobre o povo da Babilônia: sobre os seus príncipes [...] seus sábios [...] os mentiro-sos (36; adivinhos) ; e ficarão insensatos (tolos). A espada virá sobre os seus cava-los, e [...] carros (37). Povo misto provavelmente se refere às tropas estrangeiras. Seus guerreiros valentes serão como mulheres. Os tesouros da Babilônia serão to-mados, e uma seca (38) assolará o país, porque as pessoas "enlouquecem por causa de seus ídolos" (NVI). A Babilônia se tornará a moradia de feras do deserto (39). Nin-guém habitará ali (40). A Babilônia se tornará devastada como Sodoma e Gomorra. Do Norte (41) virá um povo e muitos reis poderosos virão "dos cantos mais remotos da terra" (Berkeley). O som da sua vinda é como o bramir do mar (42), e a angústia se apoderou do rei da Babilônia (43). Seu conquistador virá sobre a terra como um leão que salta no meio do rebanho — um [...] leão que vem da enchente (da mata) do Jordão (44). A terra estremecerá com o estrondo da tomada da Babilônia (46). O pastor (44) provavelmente se refira a um líder de uma nação. Acerca da última parte do versículo 45 veja os comentários em 49.20.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Jeremias Capítulo 50 do versículo 1 até o 46
*

50.1—51.64 A profecia contra a Babilônia (conforme 13 1:23-14.23'>Is 13:1—14.23; 21.1-9) é o clímax do livro. As profecias anteriores serviram ao propósito de Jeremias de mostrar que a Babilônia prevaleceria sobre "todas as nações" (27.7), durante um certo período. A Babilônia, até este ponto, aparece como o instrumento da ira de Deus. Finalmente, porém (como em 25:17-26), "a palavra do Senhor" foi proferida contra a própria Babilônia, para mostrar que seu tempo de julgamento também chegaria (25.11,12). O texto hebraico de Jeremias registra a profecia (realmente entregue em 593 a.C.; ver 51.59, nota) neste ponto do livro, de tal modo que o julgamento de Babilônia ocupe a posição climática. A dimensão dessa predição também mostra quão importante é a Babilônia na teologia do livro.

* 50:2

Bel... Merodaque. Merodaque ou "Marduque" era o criador e a principal divindade dos mitos babilônicos. Ele também era conhecido como Bel, uma forma mais antiga do nome "Baal" ("senhor"). Ver também Is 46:1.

* 50:3

do Norte subiu contra ela uma nação. Ver 1.14; 6.1. Agora a atenção do Senhor voltara-se contra a Babilônia. A nação em questão não foi especificada, mas ver 51.27,28.

* 50:5

em aliança eterna. Ver 31:31-34; 32.40; 33.20,21.

* 50:9

eis que eu suscitarei e farei subir contra a Babilônia... do Norte. Ciro é mencionado em Is 41:25; 45:1. Membros da aliança são nomeados em 51.27,28.

* 50:12

vossa mãe. A cidade de Babilônia é personificada.

a última das nações. Ela parecia invencível (Is 14:12-17).

* 50:19

Carmelo... Basã... Efraim e em Gileade. Essas eram as regiões mais férteis de Israel.

* 50:21

terra duplamente rebelde... terra de castigo. Algumas versões dizem aqui Merataim e Pecode. Essas palavras são trocadilhos formados com nomes locativos babilônicos (Marratu, Puqudu). Mas no hebraico essas palavras, Merataim e Pecode, significam "dupla rebeldia" e "castigo".

* 50:24

Lancei-te o laço... e não o soubeste. A derrota da Babilônia, por parte dos persas, não era esperada.

* 50:27

seus touros. Isto é, o exército babilônico (46.15, nota).

* 50:28

a voz dos que fugiram. Os que escaparam da Babilônia, retornaram a Jerusalém.

a vingança do seu templo. O incêndio do templo (52,13) foi a destruição definitiva de Jerusalém. O Senhor vinculou a sua vingança contra a Babilônia especificamente a essa destruição.

* 50:29

contra o Santo de Israel. Esse nome para Deus aparece com freqüência em Isaías.

*

50:34

seu Redentor. Ver nota em 31.11.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Jeremias Capítulo 50 do versículo 1 até o 46
50.1ss Na plenitude de seu poder, o Império Babilônico parecia inconmovible. Mas quando deixou de ser útil aos propósitos de Deus para castigar ao Judá por seus pecados, Deus a castigaria e a esmagaria por sua conta. Os medos e os persas destruíram Babilônia em 539 a.C. (Dn 5:30-31). Nas Escrituras se usa a Babilônia como um símbolo de toda maldade. Esta mensagem pode aplicar-se portanto ao final dos tempos quando Deus apague o mal de uma vez e para sempre.

50:3 A nação do norte eram os medos e os persas, uma aliança que se converteria na próxima potência mundial. Ciro tomou a cidade de Babilônia por surpresa e subjugou à nação em 539 a.C. (Dn 5:30-31). Mais tarde, outros reis persas destruíram por completo à cidade.

50.17-20 Deus castigaria à malvada Babilônia como castigou a Assíria pelo que fez ao Israel. Babilônia esmagou a Assíria, a que alguma vez governou à primeira. Babilônia a sua vez a esmagariam os medos e os persas, aos que então governava. Estes versículos também se adiantam ao tempo quando o Messías governe e Israel seja totalmente restaurada. Não se encontrará pecado algum no Israel devido a todos os que procurem deus serão perdoados.

50:21 Merataim estava localizada ao sul de Babilônia e Pecod ao este.

50:32 O orgulho (soberba) era um pecado característico de Babilônia. Surge quando nos sentimos auto-suficientes, ou quando pensamos que não necessitamos a Deus. Nações ou pessoas soberbas, entretanto, fracassarão à larga devido a que se negam a reconhecer a Deus como o poder supremo. Desfazer do orgulho não é fácil, mas podemos admiti-lo e pedir a Deus que nos perdoe e ajude a lutar contra ele. Para o orgulho, o melhor antídoto é centrar a atenção na grandeza e bondade de Deus.

50:39 Babilônia permanece até a data como um ermo. Veja-se Is 13:19-22.

50.44-46 O invasor foi Ciro, quem atacou Babilônia por surpresa e a derrotou. O mundo se estremeceu porque seu maior império caiu de repente. Nenhuma quantidade de poder terrestre pode permanecer para sempre.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Jeremias Capítulo 50 do versículo 1 até o 46

I. BABYLON RELATIVA (


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Jeremias Capítulo 50 do versículo 1 até o 46
50.2 Bel, "senhor". Uma divindade babilônica, originalmente o deus principal de Nipur. Merodaque; "Marduque". Deus supremo da Babilônia. Imagens, lit. "blocos-ídolos" que algumas vezes assumem forma de longos cones. Um termo de desprezo, empregado 39 vezes por Ezequiel.

50.3 Norte. A Média ficava a nordeste da. Babilônia (51.11,28, Is 13:17). A Babilônia caiu sob o poder da Média em outubro de 539 a.C.

50.4 A queda da Babilônia seria sinal do livramento e da volta do penitente povo de Deus, então novamente unido (3.12, 18, 21-25).
50.5 Sião. Procurariam ser um povo, cujas leis e justiça, e cuja prática religiosa seriam ao redor do Templo de Deus e da Sua Palavra revelada.

50.6 Desviar para os montes. Uma referência definida aos lugares altos, onde o povo apreciava a prática da idolatria, prática essa encorajada pelos seus líderes. Redil, "pasto de justiça".

50.8 Bodes... rebanho. A semelhança das cabras que persistentemente se põem à testa do rebanho, assim Israel seria a primeira das nações exiladas a abandonar a Babilônia.

50.9 Suscitarei, despertarei a Jeová; o Senhor soberano move as próprias nações para que o reconheçam, para que disciplinem outras nações incluindo Seu povo escolhido Israel. Vd Habacuque, pois esse é o tema das perguntas de Habacuque.

50.12 Vossa mãe. Babilônia, segundo o pensamento dos caldeus, era reputada mãe dos seus cidadãos, e os cidadãos eram seus filhos Entre os israelitas, uma idéia semelhante se vê em Dn 2:4; Dn 4:5.

50.13 Babilônia não foi destruída pelas persas, nem caiu arruinada senão em 482 a.C.; nos dias de Alexandre, o Grande; houve uma tentativa de restaurar a cidade, mas a obra foi abandonada em 312 a.C.
50.14 Arco. Os medos são mencionados como excelentes arqueiros (Is 13:18).

50.15 Rendeu, lit., "deu sua mão”. Geralmente usada, como sinal de fidelidade, amizade, ratificando assim uma promessa (2Rs 10:15; Ez 17:18; Ed 10:19).

50.16 O trabalho agrícola cessaria. Fugirá... terra. Os residentes estrangeiros fugirão para suas terras.

50.17 Israel. Os hebreus ficaram enfraquecidos quando a Assíria conquistou o reino do norte, e a Babilônia complementou a obra, esmagando os ossos de Judá (significa lit. "tirou os ossos").

50.18 A Assíria havia pago a penalidade por causa da crueldade contra o povo escolhido de Jeová, como se vê na descrição da queda de Nínive, a capital, em Na 2:0). Surpreendida. Ciro desviou as águas do rio Eufrates e entrou sob os muros da Babilônia, pelo leito seco do rio, apanhando os babilônios de surpresa. Sob Dario Histaspes, o traidor dos caldeus, Zopiro, abriu os portões da cidade da Babilônia ao inimigo.

50.25 Arsenal. Figura das nações que inconscientemente fizeram sua vontade contra a Babilônia (Is 13:5).

50.27 Touros. jovens soldados babilônicos, os melhores do exército (Is 34:7).

50.28 Os judeus libertados afirmam que o Senhor vingara-se dos babilônios por haverem incendiado o templo de Jerusalém.
50.31 Orgulhosa. Adjetivo usado como um nome próprio referente à Babilônia, assim como o Egito foi chamado de "Raabe", arrogante.

50.34 Redentor. No heb goel. Título do parente próximo cujo dever era buscar vingança, ou servir de advogado como protetor geral. Trata-se de um título freqüentemente atribuído a Jeová em Is 43:14, 44.6; Is 47:4; Is 48:17; Is 49:7; Is 54:5. Vd. Nu 35:12n

50.36 Gabarolas. Eram os adivinhos e sábios babilônios que prometiam a permanência da Babilônia.

50.37 Misto de gente. Tropas mercenárias estrangeiras, e de aliados.

50.39 Feras. Palavra árabe para "gato selvagem". Chacais, lit. "criaturas uivantes". A previsão humana não podia prever que a Babilônia seria varrida da face da terra, transformando-se em ruínas infestadas por feras, temida por causa das superstições dos árabes, com apenas uma, pequena vila, próxima da sua área, para assinalar o local. Uma cidade com três mil anos de história contínua, desde os dias de Ninrode, com poderosos reis, se exaltará contra Deus (Is 13:22); A passagem de vv. 41-43 é repetida Dt 6:22-5 com as alterações necessárias, adaptando-a de Judá à Babilônia, os citas sendo os invasores na ocasião anterior, e agora os persas.

50.41 Um povo. Os persas, aliados com os medos, no império medo-persa.

50:44-46 Passagem repetida em 49:19-21, com alterações necessárias, adaptando-a de Edom para a Babilônia.
50.44 Leãozinho, não mais Nabucodonosor, mas Ciro, o persa. • N. Hom. O cap. 50 mostra a derrota da idolatria (2-3), a conversão verdadeira do povo de Deus (4-5), com a conseqüente remoção do seu opróbrio (7). Isto envolve a derrota dos perseguidores dos fiéis (9-13 21:32) enquanto estes receberam a restauração física (19) e espiritual (20). Tudo isto depende da atividade do próprio Redentor (34) que rege os destinos do mundo (39, 41).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Jeremias Capítulo 50 do versículo 1 até o 46

9)    Babilônia (50.1—51.64)
A longa profecia final é relativa ao principal oponente do povo de Deus, a Babilônia — que representa o sistema mundial que, por um lado, atrai e, por outro, persegue o povo de Deus. Os caps. 17 e 18 de Apocalipse (paralelos aos caps. 50 e
51) mostram que o espírito da Babilônia continua vivo. Alguns estudiosos têm feito objeções à autoria de Jeremias dessas profecias com base em alguns aspectos: (a) na época em que foram escritas (593 a.G., conforme 51.59,60), não expressam o ponto de vista conhecido do profeta. Na época, ele estava encorajando a submissão à Babilônia (caps. 27—29), enquanto aqui há esperança de um final iminente da cidade e de um livramento repentino; (b) a situação histórica considera o templo profanado (50.28;
51,11) e descreve os judeus como estando no exílio (59.4,17; 51.34). Com base nesses e outros aspectos, a maioria dos estudiosos data a profecia de c. 538 a.C. Contra esses argumentos, precisamos reconhecer que
(1)    esses fatos são previstos e previsíveis;
(2)    embora repetidos (talvez, por questão de ênfase, a queda do império da Babilônia é mencionada 11 vezes, a da cidade da Babilônia, 9 vezes, e o retorno de Israel, 9 vezes), o estilo e as citações são de Jeremias. Os ditados também se assemelham bastante com as profecias mais antigas de Isaías (caps. 13 e
14) e com partes de Ezequiel; (3) o propósito da profecia é descrito expressamente como sendo de conforto para aqueles que já estão no exílio em 593 a.C. ou que logo vão segui-los (51.62); (4) o texto afirma que Jeremias é o autor (51.60).
a) A Babilônia vai cair (50:1-20). A Babilônia é caracterizada por sua principal deidade (v. 2) Bei, “Senhor”, agora um título do deus Marduque, que, junto com os seus meros “blocos de ídolos”, vai ser envergonhado. v. 1. Os caldeus eram a tribo nativa que em 627 a.C., sob o comando de Nabo-polassar, conquistaram a independência do jugo assírio e iniciaram a famosa dinastia neo-babilônica (dos caldeus), que, sob o comando de seu filho Nabucodonosor II (605—562 a.C.), dominou o Antigo Oriente até que a Babilônia caísse diante da federação dos medos sob Ciro em outubro de 539 a.C. Esses são os inimigos do norte (v. 3,9) que são convocados a atacar a Babilônia (v. 14-16) agora condenada (v. 11-13). A Babilônia vai sofrer como sofreu Judá (1.13). Em meio a esses eventos, os exilados vão mostrar os primeiros estágios de um coração penitente ao retornarem à aliança do Senhor (conforme 32.40), e assim o Senhor vai conseguir trazê-los de volta para Jerusalém, v. 6,7. Acerca do símile das ovelhas perdidas, desviadas da verdade e da esperança pelos seus líderes (pastores), conforme 23.1; Mc 6:34; Jo 10:12. v. 8-13. Os habitantes e estrangeiros recebem a ordem de fugir. Isso pode ser um conselho aos judeus, visto que o símile de bodes conduzindo o rebanho é comparado com Israel indo primeiro para o exílio (v. 17). Essa seção é também a primeira con-clamação às poderosas nações do norte (v. 9), citadas em 51:27-29, e que incluíam poderosos arqueiros (conforme 49,35) para agirem em favor do Senhor contra o próprio povo que havia escravizado os seus. O terrível castigo que a Babilônia tinha imposto aos outros — Judá e Jerusalém (18.16; 19,8) e Edom (49,17) — vai cair sobre ela. Observe como o seu status internacional é revertido (v. 12) e a perspectiva que isso apresenta da liberdade iminente.

Os v. 17-20 descrevem a reação do povo de Deus diante da queda da Babilônia. Assim como a Assíria caiu diante da Babilônia (e a sua confederação dos medos) em 612 a.C.como castigo por terem deportado as tribos do norte de Israel de Samaria em 722 a.C., agora a Babilônia vai cair diante de Ciro, o rei dos medos e persas. Os efeitos do exílio vão ser a purificação e a restauração do remanescente. Tudo isso é retratado como bênção futura na época do Messias (v. 20, Naqueles dias, naquela época).

b) Chamado para derrotar a Babilônia (50:21-32).
Exércitos nacionais devem agir consciente ou inconscientemente como armas da vingança divina (conforme v. 28) contra a Babilônia (v. 25), e a razão, como sempre, é dada (v. 24,
29). A inversão de papéis é destacada. A Babilônia, o martelo (v. 23), que uma vez foi ferramenta de Deus (25.9), deve ser ela mesma malhada (v. 21-27). Merataim (v. 21), “duas rebeliões”, pode ser uma alusão à deportação dos judeus sob Joaquim e Zedequias, como também ao sul da Babilônia (babil. mãt mãrratu — “a terra do mar de sal”), e Pecode, “castigo” (conforme v. 27), uma alusão à principal tribo a leste da Babilônia (Ez 23:23; babil. pukudu). O desenvolvimento do trilho de destruição é traçado com precisão (v. 26-32). Os orgulhosos e os auto-suficientes vão cair (v. 29-32). Os jovens guerreiros (“touros”, ARA, símbolo também do deus babilónico Mardu-que) serão mortos (v. 27,30), mas os povos, antes oprimidos, mantidos ali serão libertos para a adoração (v. 28). v. 21 .persigam-nos [a eles] [...] -nos [...] -nos: alguns comentaristas entendem “o remanescente deles”, lendo ’aharítãm no lugar de ' ah“rêhem (TM), lit. “após eles” (conforme RSV). O v. 30 é repetido de 49.20.

c) A Babilônia é devastada (50:33-46).

Por contraste, os que dependem de Deus vão ser libertos por ação dos novos conquistadores. O Senhor dos Exércitos é sempre mais forte do que aqueles que prendem nas suas garras o seu povo (v. 33). E responsabilidade do parente mais próximo vingar o que foi prejudicado (v. 34). O Senhor faz isso pelo seu povo (Is 47:4; Is 48:20). A Babilônia vai cair pela espada (v. 35-37) e em virtude da seca (v. 38). Esta pode ser uma referência ao desvio do rio Eufrates, secando então suprimentos de água essenciais para a cidade e as suas defesas contra enchentes, que permitiram que os persas entrassem na cidade sem oposição em 539 a.C. Os invasores são famosos por causa de sua cavalaria (v. 42) e dos arqueiros elamitas (v. 29; conforme 49.35). Assim, tudo de que a Babilônia dependia (v. 35-38) é removido, e não fica nada (conforme Ap 18:16-66). Todos descem para a destruição final (v. 3943). v. 41-43. Conforme 6:22-24. v. 44-46. Embora isso possa parecer uma nação prevalecendo contra outra, é obra do Senhor. Esses versículos foram adaptados de 49:19-21, em que “Edom” é substituído por Babilônia-, “Temã”, por babilônios; e o “mar Vermelho”, por nações. O leão que antes representava Nabuco-donosor agora tipifica Ciro (Is 44:24—45.6).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Jeremias Capítulo 46 do versículo 1 até o 64

III. Os Oráculos de Jeremias Contra as Nações Estrangeiras. 46:1 - 51:64.

O profeta hebreu tinha uma palavra especial para as nações vizinhas dos hebreus, além das que tinha para o Povo Escolhido propriamente dito. Jeremias foi comissionado um "profeta às nações" (Jr 1:5) e foi estabelecido "sobre as nações, e sobre os reinos" (Jr 1:10). Na última parte deste livro estão reunidas as acusações proféticas dos gentios feitas em diversas ocasiões. A Bíblia Grega coloca estes oráculos imediatamente depois de Jr 25:13.


Moody - Comentários de Jeremias Capítulo 50 do versículo 1 até o 64

I. Oráculo Contra a Babilônia. 50:1 - 51:64.

Este longo oráculo tem dois temas – a queda da Babilônia e o retorno dos judeus do exílio babilônico. Argumentar que poderia não ter sido escrito por Jeremias por causa da severidade da linguagem contra a Babilônia é interpretar mal o profeta. Ele não era "pró-babilônico". Como porta-voz de Deus ele realmente insistia na submissão dos judeus a Nabucodonosor, o servo punidor (Jr 27:6). Aqui, ele prediz que a nação pagã da Babilônia será por sua vez punida por causa do seu orgulho e rapacidade. A Babilônia caiu em 539 A.C, diante dos exércitos de Ciro, o persa, sem que houvesse luta. Ciro revogou a velha política assíriobabilônica de deportação, emitindo uma série de decretos, permitindo aos povos cativos o retorno às suas terras. Os judeus receberam permissão de pôr um fim ao seu exílio e reconstruir Jerusalém.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Jeremias Capítulo 50 do versículo 1 até o 46
i) Contra Babilônia (Jr 50:1-24). Os judeus estão já no exílio (Jr 50:4, Jr 50:17; Jr 51:34), o templo sofreu violência (Jr 50:28; Jr 51:11), e, além disso, o fim de Babilônia está à vista (Jr 50:8; Jr 51:6, Jr 51:45). Em segundo lugar, o ponto de vista não é o de Jeremias em 593 a.C. Os capítulos 27:29 informam-nos de que, mais ou menos naquela altura, Jeremias andava em luta com os falsos profetas (que anunciavam que o jugo de Nabucodonosor seria quebrado dentro de pouco tempo) e exortava os exilados da primeira deportação a fixarem-se para considerável estada. Estes capítulos, porém, presumem que a queda de Babilônia está próxima. Em terceiro lugar, alega-se que o temperamento aqui revelado não é o de Jeremias, que estava convencido de que os babilônios eram os agentes de Deus para castigar Judá-ação que não estava ainda concluída no quarto ano de Zedequias. Estes capítulos, pelo contrário, revelam um espírito anti-babilônio e profunda satisfação ante a perspectiva da tragédia que se aproximava para eles.

Tem-se sugerido, pois, que esta profecia pode ter sido escrita por um profeta desconhecido, familiarizado com os escritos de Jeremias, e que se serviu de muitas das suas expressões. A data teria sido em finais do império babilônio, digamos 538 a.C. Um editor mais recente do livro de Jeremias colocou esta profecia antes de Jr 51:59-24, que era a profecia original de Jeremias contra Babilônia, consistindo num prognóstico muito geral da queda desse império. Os comentadores que abraçam este ponto de vista salientam que na Septuaginta não há epígrafe em Jr 50:1.

Young (Introduction to the Old Testamtent) acha que "não há motivos suficientes para negar que Jeremias foi o autor destas profecias". Se se aceitar 593 como data destes capítulos, Jeremias "é simplesmente colocado no futuro, retratando-nos um templo já destruído". Como alternativa, e mais provavelmente, constituem, conforme sugere o Prof. Young, uma forma ampliada da sua mensagem original contra Babilônia "preparada no Egito sob inspiração divina depois de o santuário de Jerusalém te sido realmente destruído", o que explicaria também as alusões ao exílio.

>Jr 50:2

Tomada é Babilônia (Jr 50:2) constitui o futuro profético: o profeta vê em visão a condenação já consumada. Bel (2) é um dos títulos de Merodaque (isto é, Marduque, Deus supremo de Babilônia), que significa "senhor". Do norte, (3), frase misteriosa que sugere a qualidade sinistra que se oculta no norte, ou que se refere ao conquistador persa, visto a Média ficar ao norte de Babilônia. Na confusão ocasionada por aquele desastre, Israel, impelido agora à penitência e à fidelidade ao concerto, recebe uma oportunidade de escapar (4-8). Culpa nenhuma teremos (7); compare-se com Jr 2:3. A Esperança de seus pais (7); é esta a lição da Septuaginta; o texto hebraico acrescenta "Iavé". Como os carneiros diante do rebanho (8), isto é, indicando o caminho.

>Jr 50:9

Iavé chama os destruidores e incita-os contra Babilônia (9-13). Estes versículos falam dos destruidores de Babilônia, do pecado de Babilônia, e das conseqüências que ele teve para Babilônia. "Os moinhos de Deus moem devagar mas moem muito fino". Vossa mãe (12) Babilônia é considerada mãe de cada cidadão (ver Dn 2:5 onde a mãe é Israel). Não será habitada (13), ou, como diz o hebraico, não se sentará. Os atacantes de Babilônia recebem ordem para soltarem o grito de batalha ao derrubá-la e torná-la impotente (14-16). Fugirá cada um para a sua terra (16), o que parece ser uma referência aos muitos estrangeiros que se haviam fixado em Babilônia. Israel e Judá serão restaurados quando Babilônia, como a Assíria anteriormente, sofrer o seu castigo (17-20). A restauração inaugurará uma nova era, o remanescente será perdoado, e o pecado será esquecido. Visitarei o rei da Babilônia...como visitei o rei da Assíria (18). A Babilônia derrubou a Assíria e foi ela própria derrubada pelos medo-persas. Fartar-se-á a sua alma (19); na psicologia hebraica, a alma era considerada a sede ou órgão dos apetites.

>Jr 50:21

O inimigo é outra vez convidado a atacar Babilônia (21-27). Merataim ("duplamente rebelde", SBB,
21) designa obviamente Babilônia. A Babilônia meridional era conhecida pelo nome de "Na-Marratim" (terra do rio amargo), e é possível que o vocábulo "Marataim" derive deste outro. Pecod ("Terra de castigo", SBB, 21), um povo de Babilônia fronteiriço ao Elã. Pacad significa em hebraico castigar ou visitar, e o profeta pode ter mencionado este lugar por ter em mente o castigo. Grande destruição (22), em hebraico, grande quebra. Contra o Senhor te entremeteste (24), à letra, "excitaste-te contra o Senhor". Os instrumentos da Sua indignação (25) simboliza as nações que inconscientemente realizam a vontade e propósitos de Deus. Abri os seus celeiros (26), isto é, os lugares onde guardavam as suas provisões e forragens. Novilhos (27) significa os jovens guerreiros, conduzidos à derrota absoluta (ver Is 34:7). A fuga do povo de Iavé (28) implica duas coisas: a Sua providência sobre esse povo, o Seu castigo sobre Babilônia por haver conspurcado o Seu templo. Os orgulhosos tropeçam e caem sem oportunidade de fuga, e as chamas completam o que o arco e a espada haviam começado (29-32). Veio o teu dia (31); Israel e Judá podem estar escravizados, mas têm um redentor forte. O Senhor dos Exércitos é paz para esse povo, mas inquietação para os que o oprimem (33-34).

>Jr 50:35

Os vers. 35-40 descrevem a condenação e desolação absoluta de Babilônia. Tudo e todos sentirão a amargura da espada do vingador. A espada virá sobre os mentirosos (36), talvez uma alusão aos falsos profetas e adivinhos que prometiam segurança a Babilônia. Cairá a seca sobre as suas águas (38), ou, segundo a Septuaginta e a Siríaca, uma espada. A palavra hebraica que designa espada é hereb, e a que designa seca é horeb. A seca seria uma espada bem aguçada. Os vers. 41-43 são uma repetição de Jr 6:22-24, mas o sentido modifica-se. Os vers. 44-46 são uma repetição de Jr 49:19 e seguintes, onde se aplicam a Edom. Em Jr 49:19, o leão simboliza Nabucodonosor, mas aqui designa Ciro.


Dicionário

Arcos

masc. pl. de arco

ar·co
(latim arcus, -us)
nome masculino

1. [Geometria] Porção da circunferência.

2. Curva.

3. Aro de ferro que segura as aduelas das vasilhas de madeira.

4. [Jogos] Jogo tradicional em que se procura fazer rodar um aro metálico com ajuda de uma haste.

5. Aro, geralmente de plástico ou de metal, que se usa como brinquedo, girando-o à volta da cintura, do pescoço, dos braços ou das pernas. [Equivalente no português do Brasil: bambolê.]

6. [Arquitectura] [Arquitetura] Obra de arquitectura com abóbada curva sobre pilares verticais.

7. [Armamento] Arma para disparar setas. = BESTA

8. [Música] Vara, guarnecida de crina da cauda de cavalo, com que se tocam instrumentos de corda e alma, como o violino ou violoncelo.

9. [Anatomia] Estrutura anatómica em forma de uma curva (ex.: arco da aorta).

10. [Construção] Parte superior de porta ou janela.

11. [Ortografia] Cada uma das duas partes, (ou ), dos parênteses curvos.


arco abatido
[Arquitectura] [Arquitetura] Aquele cuja flecha de curvatura é menor que metade do vão. = SARAPANEL

arco aviajado
[Arquitectura] [Arquitetura] Aquele que tem pilares de diferente altura.

arco de cupido
[Anatomia] Curva do lábio superior.

arco de descarga
[Arquitectura] [Arquitetura] Arco sobre a verga de uma porta ou janela, para que esta não suporte o peso da construção superior. = ENXALÇO, ESCARÇÃO, SOBREARCO

arco de governação
[Política] Conjunto de partidos políticos que fazem ou estão em condições de fazer parte do governo de um país.

arco de pua
Ferramenta constituída por uma haste metálica, com uma extremidade rotativa e uma manivela, usada para fazer furos.

arco eléctrico
[Electricidade] [Eletricidade] O mesmo que arco voltaico.

arco governativo
[Política] O mesmo que arco de governação.

arco voltaico
[Electricidade] [Eletricidade] Fonte de luz intensamente brilhante que se produz entre dois pólos de um gerador eléctrico.

embandeirar em arco
Celebrar com muita alegria.


Armar

verbo transitivo Prover de armas: armar um regimento.
Equipar um navio de tudo que lhe é necessário para navegar.
Guarnecer para maior segurança: um baú armado de cintas de ferro.
Armar a espingarda, a pistola, municiá-la ou erguer-lhe o cão para poder disparar.
Guarnecer de qualquer coisa que dê resistência: armar de ferro uma viga.
Fortificar, premunir: armar alguém contra o frio.
Figurado Fortalecer-se, prevenir-se: armar-se de paciência, de coragem.

Atirar

Arremessar, Lançar, Disparar, Jogar, Proferir, de súbito e com violência.

atirar
v. 1. tr. dir. e pron. Arremessar(-se), lançar(-se). 2. tr. dir. Lançar de súbito. 3. tr. ind. e Intr. Disparar arma de fogo. 4. pron. Arremeter contra; atacar. 5. pron. Abalançar-se, arrojar-se.

Babilônia

substantivo feminino Metrópole construída sem planificação: o antigo bairro virou uma babilônia.
Figurado Babel; ausência de ordem, de regras; grande confusão e desordem.
História Antiga cidade da região da Mesopotâmia, situada entre os rios Eufrates e Tigre, atualmente constitui o território do Iraque.
Etimologia (origem da palavra babilônia). Do latim babylonius.a.um.

Babilônia, Bavêl, em hebraico, está relacionada com a palavra Bilbul, que significa mistura, confusão. Bavêl corresponde ao mundo e suas nações, onde o sagrado, o mundano e o proibido estão todos misturados e é difícil diferenciá-los.

Babilônia
1) Nome de uma região e de sua capital (Gn 10:10), NTLH; (2Rs 20:12). A cidade foi construída na margem esquerda do rio Eufrates, onde agora existe o Iraque. (Gn 11:1-9) conta como a construção de uma torre ali não foi terminada porque Deus confundiu a língua falada pelos seus construtores.
2) Provavelmente Roma (1Pe 5:13); (Ap 14:8); 16.19;

Cercar

verbo transitivo Pôr cerca, fazer cerca a.
Rodear, circundar, estar em volta ou em torno de: a cidade é cercada de montanhas.
Figurado Estar em volta de: perigos que o cercam.
Fazer cerco a, sitiar: os inimigos cercam a fortaleza.

Flechas

fem. pl. de flecha

fle·cha |é| |é|
(francês flèche)
nome feminino

1. Haste com ponta farpada que se dispara por meio de arco ou besta. = SETA

2. Objecto em forma de seta.

3. Sinal indicativo da direcção das correntes, nos mapas.

4. Peça principal sobre que gira uma máquina.

5. [Arquitectura] [Arquitetura] Haste ou peça piramidal no alto de alguns edifícios.

6. [Geometria] Parte do raio compreendida no segmento.

7. [Brasil] Cavalo pequeno ligeiro.


Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Pecar

verbo transitivo indireto e intransitivo Não cumprir uma regra religiosa; cometer um pecado: receberam a penitência porque pecaram contra as leis da Igreja; os fiéis pecaram.
Por Extensão Cometer um erro; falhar em alguma forma: pecava contra a ética; em matéria de literatura, peca em excesso.
verbo transitivo indireto Incidir; estar sujeito a; ser reincidente em: peca sempre da mesma forma.
Condenar; ser passível de críticas; ser alvo de condenação: peca pelos excessos.
Etimologia (origem da palavra pecar). Do latim pecare.
verbo intransitivo Tornar-se estúpido; não se desenvolver ou definhar.
Etimologia (origem da palavra pecar). De origem questionável.

Poupar

verbo transitivo direto Gastar com cautela, evitando desperdício: poupar o salário.
Não aplicar qualquer castigo: seus pais não o pouparam da punição.
verbo transitivo direto e intransitivo Guardar dinheiro por economia, geralmente para um investimento futuro: estava poupando dinheiro para comprar um carro; ele se esforça, mas não consegue poupar.
verbo bitransitivo e pronominal Não se esforçar em excesso ou evitar qualquer esforço físico ou emocional: poupar forças para o último jogo; poupou-se do passeio para evitar o cansaço.
verbo bitransitivo Figurado Empregar com cautela: a atriz não poupou elogios à colega.
verbo transitivo direto e bitransitivo Tratar com consideração: poupar a velhice; o chefe não poupou os funcionários de críticas.
Deixar subsistir; não ser alvo de algo que atinge os demais: o bombardeio poupou esse edifício.
verbo pronominal Evitar uma situação; esquivar-se: minha irmã poupou-se de ajudar no casamento.
Etimologia (origem da palavra poupar). Do latim palpare.

Preparar

verbo transitivo Aprontar, arranjar, dispor com antecedência.
Predispor favoravelmente.
Estudar, organizar previamente.
Dar preparo a, ensinar.
Química Obter (um corpo qualquer) por meio de composição ou decomposição: preparar o oxigênio.
verbo pronominal Aparelhar-se, apetrechar-se.
Vestir-se convenientemente; enfeitar-se, ataviar-se.

preparar
v. 1. tr. dir. e pron. Aparelhar(-se), aprontar(-se), dispor(-se) antecipadamente. 2. pron. Arranjar-se, ataviar-se. 3. tr. dir. Educar, habilitar. 4. tr. dir. Predispor. 5. tr. dir. Armar, dispor, maquinar. 6. tr. dir. Estudar, meditar, memorizar. 7. tr. dir. Dosar e combinar os ingredientes para um medicamento. 8. tr. dir. Tratar (plantas, animais ou partes do corpo humano) a fim de conservar ao natural para fins de estudo.

Senhor

substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
Pessoa nobre, de alta consideração.
Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
Pessoa distinta: senhor da sociedade.
Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
Antigo O marido em relação à esposa.
adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

[...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


Senhor
1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Jeremias 50: 14 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Ponde-vos em ordem de batalha contra Babilônia ao redor dela, todos os que encurvais- armais o arco; atirai nela, não poupeis as flechas, porque ela pecou contra o SENHOR.
Jeremias 50: 14 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

H1869
dârak
דָּרַךְ
pisar, dobrar, liderar, marchar
(there shall come)
Verbo
H2398
châṭâʼ
חָטָא
pecar, falhar, perder o rumo, errar, incorrer em culpa, perder o direito, purificar da
(from sinning)
Verbo
H2550
châmal
חָמַל
()
H2671
chêts
חֵץ
uma maldição
(a curse)
Substantivo - feminino acusativo singular
H3034
yâdâh
יָדָה
jogar, atirar, lançar
(will I praise)
Verbo
H3068
Yᵉhôvâh
יְהֹוָה
o Senhor
(the LORD)
Substantivo
H3588
kîy
כִּי
para que
(that)
Conjunção
H3605
kôl
כֹּל
cada / todo
(every)
Substantivo
H408
ʼal
אַל
não
(not)
Advérbio
H413
ʼêl
אֵל
até
(unto)
Prepostos
H5439
çâbîyb
סָבִיב
por aí / em torno
(around)
Substantivo
H5921
ʻal
עַל
sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de,
([was] on)
Prepostos
H6186
ʻârak
עָרַךְ
organizar, pôr ou colocar em ordem, ordenar, preparar, dispor, manejar, guarnecer,
(and they joined)
Verbo
H7198
qesheth
קֶשֶׁת
arco
(my rainbow)
Substantivo
H894
Bâbel
בָּבֶל
Babel ou Babilônia, o antigo lugar eóu capital da Babilônia (atual Hillah) situado junto
(Babel)
Substantivo


דָּרַךְ


(H1869)
dârak (daw-rak')

01869 דרך darak

uma raiz primitiva; DITAT - 453; v

  1. pisar, dobrar, liderar, marchar
    1. (Qal)
      1. pisar, marchar, avançar
      2. pisotear, pisar sobre
      3. pisar (uma prensa)
      4. pisar (dobrar) um arco
      5. arqueiro, flecheiros (particípio)
    2. (Hifil)
      1. pisar, pisotear
      2. pisar (curvar com o pé) um arco
      3. fazer andar, liderar, marchar, pisar

חָטָא


(H2398)
châṭâʼ (khaw-taw')

02398 חטא chata’

uma raiz primitva; DITAT - 638; v

  1. pecar, falhar, perder o rumo, errar, incorrer em culpa, perder o direito, purificar da impureza
    1. (Qal)
      1. errar
      2. pecar, errar o alvo ou o caminho do correto e do dever
      3. incorrer em culpa, sofrer penalidade pelo pecado, perder o direito
    2. (Piel)
      1. sofrer a perda
      2. fazer uma oferta pelo pecado
      3. purificar do pecado
      4. purificar da impureza
    3. (Hifil)
      1. errar a marca
      2. induzir ao pecado, fazer pecar
      3. trazer à culpa ou condenação ou punição
    4. (Hitpael)
      1. errar, perder-se, afastar do caminho
      2. purificar-se da impureza

חָמַל


(H2550)
châmal (khaw-mal')

02550 חמל chamal

uma raiz primitiva; DITAT- 676; v

  1. (Qal) poupar, ter piedade, ter compaixão de

חֵץ


(H2671)
chêts (khayts)

02671 חץ chets

procedente de 2686; DITAT - 721b; n m

  1. flecha

יָדָה


(H3034)
yâdâh (yaw-daw')

03034 ידה yadah

uma raiz primitiva [veja 1911]; usada somente como denominativo procedente de 3027; DITAT - 847; v

  1. jogar, atirar, lançar
    1. (Qal) atirar (flechas)
    2. (Piel) lançar, lançar ao chão, derrubar
    3. (Hifil)
      1. dar graças, louvar, agradecer
      2. confessar, confessar (o nome de Deus)
    4. (Hitpael)
      1. confessar (pecado)
      2. dar graças

יְהֹוָה


(H3068)
Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

03068 יהוה Y ehovaĥ

procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

  1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
    1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

כִּי


(H3588)
kîy (kee)

03588 כי kiy

uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj

  1. que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
    1. que
      1. sim, verdadeiramente
    2. quando (referindo-se ao tempo)
      1. quando, se, embora (com força concessiva)
    3. porque, desde (conexão causal)
    4. mas (depois da negação)
    5. isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
    6. mas antes, mas
    7. exceto que
    8. somente, não obstante
    9. certamente
    10. isto é
    11. mas se
    12. embora que
    13. e ainda mais que, entretanto

כֹּל


(H3605)
kôl (kole)

03605 כל kol ou (Jr 33:8) כול kowl

procedente de 3634; DITAT - 985a; n m

  1. todo, a totalidade
    1. todo, a totalidade de
    2. qualquer, cada, tudo, todo
    3. totalidade, tudo

אַל


(H408)
ʼal (al)

0408 אל ’al

uma partícula negativa [ligada a 3808]; DITAT - 90; adv neg

  1. não, nem, nem mesmo, nada (como desejo ou preferência)
    1. não!, por favor não! (com um verbo)
    2. não deixe acontecer (com um verbo subentendido)
    3. não (com substantivo)
    4. nada (como substantivo)

אֵל


(H413)
ʼêl (ale)

0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

partícula primitiva; DITAT - 91; prep

  1. para, em direção a, para a (de movimento)
  2. para dentro de (já atravessando o limite)
    1. no meio de
  3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
  4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
  5. em adição a, a
  6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
  7. de acordo com (regra ou padrão)
  8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
  9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

סָבִיב


(H5439)
çâbîyb (saw-beeb')

05439 סביב cabiyb ou (fem.) סביבה c ebiybaĥ

procedente de 5437; DITAT - 1456b subst

  1. lugares ao redor, circunvizinhanças, cercanias adv
  2. ao redor, derredor, arredor prep
  3. no circuito, de todos os lados

עַל


(H5921)
ʻal (al)

05921 על ̀al

via de regra, o mesmo que 5920 usado como uma preposição (no sing. ou pl. freqüentemente com prefixo, ou como conjunção com uma partícula que lhe segue); DITAT - 1624p; prep

  1. sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de, em adição a, junto com, além de, acima, por cima, por, em direção a, para, contra
    1. sobre, com base em, pela razão de, por causa de, de acordo com, portanto, em favor de, por isso, a respeito de, para, com, a despeito de, em oposição a, concernente a, quanto a, considerando
    2. acima, além, por cima (referindo-se a excesso)
    3. acima, por cima (referindo-se a elevação ou preeminência)
    4. sobre, para, acima de, em, em adição a, junto com, com (referindo-se a adição)
    5. sobre (referindo-se a suspensão ou extensão)
    6. por, adjacente, próximo, perto, sobre, ao redor (referindo-se a contiguidade ou proximidade)
    7. abaixo sobre, sobre, por cima, de, acima de, pronto a, em relacão a, para, contra (com verbos de movimento)
    8. para (como um dativo) conj
  2. por causa de, porque, enquanto não, embora

עָרַךְ


(H6186)
ʻârak (aw-rak')

06186 ערך ̀arak

uma raiz primitiva; DITAT - 1694; v.

  1. organizar, pôr ou colocar em ordem, ordenar, preparar, dispor, manejar, guarnecer, avaliar, igualar, dirigir, comparar
    1. (Qal)
      1. organizar ou pôr ou colocar em ordem, organizar, expor em ordem, apresentar (uma causa legal), por no lugar
      2. comparar, ser comparável
  2. (Hifil) avaliar, tributar

קֶשֶׁת


(H7198)
qesheth (keh'-sheth)

07198 קשת qesheth

procedente de 7185 no sentido original de 6983 de dobrar; DITAT - 2093; n. f.

  1. arco
    1. arco (para caça, combate)
    2. arqueiros, flecheiros
    3. arco (fig. de força)
    4. arco íris

בָּבֶל


(H894)
Bâbel (baw-bel')

0894 בבל Babel

procedente de 1101, grego 897 Βαβυλων; DITAT - 197; n pr loc

Babel ou Babilônia = “confusão (por mistura)”

  1. Babel ou Babilônia, o antigo lugar eóu capital da Babilônia (atual Hillah) situado junto ao Eufrates