Enciclopédia de Ezequiel 4:2-2

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ez 4: 2

Versão Versículo
ARA Põe cerco contra ela, edifica contra ela fortificações, levanta contra ela tranqueiras e põe contra ela arraiais e aríetes em redor.
ARC E põe contra ela um cerco, e edifica contra ela uma fortificação, e levanta contra ela uma tranqueira, e põe contra ela arraiais, e põe-lhe vaivéns em redor.
TB põe-lhe a ele sítio, e edifica contra ele fortificações, e levanta contra ele uma trincheira; põe também arraiais contra ele e coloca contra ele aríetes ao redor.
HSB וְנָתַתָּ֨ה עָלֶ֜יהָ מָצ֗וֹר וּבָנִ֤יתָ עָלֶ֙יהָ֙ דָּיֵ֔ק וְשָׁפַכְתָּ֥ עָלֶ֖יהָ סֹֽלְלָ֑ה וְנָתַתָּ֨ה עָלֶ֧יהָ מַחֲנ֛וֹת וְשִׂים־ עָלֶ֥יהָ כָּרִ֖ים סָבִֽיב׃
BKJ E põe um cerco contra ela, e edifica um forte contra ela, e molda um monte contra ela, também coloca um acampamento contra ela, e põe aríetes contra ela ao redor.
LTT E põe contra ela um cerco, e edifica contra ela uma fortificação, e levanta contra ela uma baluartes, e põe contra ela arraiais, e põe-lhe aríetes ① em redor.
BJ2 Põe cerco[b] a ela, constrói contra ela trincheiras, levanta um aterro, forma um acampamento e rodeia-a de aríetes.
VULG Et ordinabis adversus eam obsidionem, et ædificabis munitiones, et comportabis aggerem, et dabis contra eam castra, et pones arietes in gyro.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Ezequiel 4:2

Jeremias 6:6 Porque assim diz o Senhor dos Exércitos: Cortai árvores e levantai tranqueiras contra Jerusalém; esta é a cidade que há de ser visitada; só opressão há no meio dela.
Jeremias 39:1 No ano nono de Zedequias, rei de Judá, no mês décimo, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, e todo o seu exército contra Jerusalém e a cercaram.
Jeremias 52:4 E aconteceu, no ano nono do seu reinado, no mês décimo, no décimo dia do mês, que veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, contra Jerusalém, ele e todo o seu exército, e se acamparam contra ela e levantaram contra ela tranqueiras ao redor.
Ezequiel 21:22 À sua direita estará a adivinhação sobre Jerusalém, para ordenar os aríetes, para abrir a boca à matança, para levantar a voz com júbilo, para pôr os aríetes contra as portas, para levantar tranqueiras, para edificar baluartes.
Lucas 19:42 dizendo: Ah! Se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas, agora, isso está encoberto aos teus olhos.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

literalmente, "carneiros" (que dão fortes chifradas), ou "príncipes generais", ou "mais valorosos líderes".


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

GUERRAS: ESTRATEGIAS, ARMAS E FORTALEZAS

AS GUERRAS NO ANTIGO TESTAMENTO
Logo em seus primeiros capítulos, a Bíblia registra um ato de violência: "Sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou" (Gn 4:8). A violência dos habitantes da terra antes do dilúvio é citada como uma dos principais motivos pelos quais o Senhor resolve destruir sua criação.' Devido à sua localização geográfica entre o Egito e o Oriente Próximo, a Palestina foi palco de inúmeras guerras. Para os autores bíblicos, porém, a guerra era, com frequência, um sinal da ira de Deus, um castigo pela desobediência dos israelitas: "O Senhor te fará cair diante dos teus inimigos; por um caminho, sairás contra eles, e, por sete caminhos, fugirás diante deles (….] O teu cadáver servirá de pasto a todas as aves dos céus e aos animais da terra; e ninguém haverá que os espante" (Dt 28:250-26).
Certas limitações foram impostos os israelitas com respeito à sua conduta na guerra. Ao cercar uma cidade, por exemplo, um exército não devia derrubar as árvores frutíferas. Porém, as guerras também são vistas sob outra ótica no Antigo Testamento. O Senhor ordenou que os israelitas destruíssem os cananeus, citando como motivo a perversidade desses povos.' Quem não cumpriu à risca as instruções de Deus para travar essa "guerra santa" sofreu consequências terríveis.

O EXÉRCITO ISRAELITA
O serviço militar era obrigação religiosa dos adultos do sexo masculino com mais de vinte anos de idade, mas os recém-casados, os medrosos e os de coração tímido, entre outros, eram dispensados. Saul reuniu homens de grande coragem para formar sua guarda pessoal. Davi tinha os seus "trinta" valentes (na verdade, eram trinta e sete) e um exército com duas partes distintas: uma força permanente constituída de soldados de carreira e uma milicia popular composta de reservistas. O rei também usava os serviços de mercenários estrangeiros: os queretitas (talvez cretenses), os peletitas e os geteus (filisteus).

O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
As guerras da antiguidade promoveram o desenvolvimento de novas armas e, conseqüentemente, de novas medidas defensivas para neutralizá-las, como mostram os três exemplos a seguir.

1. O ARCO COMPOSTO E A ARMADURA DE ESCAMAS
Figuras de arcos aparecem em vários monumentos do Egito e da Mesopotâmia do final do quarto milênio a.C.Mas o arco composto ou reforçado, constituído de quatro materiais diferentes - madeira, chifres e tendões ou nervos de animais e cola - possuía alcance muito mais longo (cerca de 300 a 400 m) e maior poder de penetração. A primeira imagem de um arco composto pode ser vista na estela do rei acádio Naram- Sin (2291-2255 a.C.), encontrada em Susã, no sudoeste do Irã, mas esse tipo de arma só se tornou comum na metade do segundo milênio .C. Seu uso mais amplo levou à criação da armadura de escamas, cujo exemplo mais antigo é proveniente de Nuzi, na Mesopotâmia e datado de 1500 a.C. Outro exemplo de uma armadura de escamas pode ser visto em uma pintura na parede do túmulo de Kenamun em Tebas, no Egito, datado do reinado de Amenófis 2 (1427-1401 a.CJ. E as próprias escamas foram encontradas em Tebas no palácio de Amenófis 3 (1391-1353 a.C.).

2. OS CARROS DE GUERRA E AS PORTAS DAS CIDADES
Existem evidências de carros de duas e quatro rodas puxados por onagros (burros selvagens) na Mesopotâmia desde 2800 a.C.e veículos desse tipo aparecem no Estandarte de Ur (c. 2500 a.C.). Construídos com rodas sólidas, eram lentos e difíceis de manobrar. Carros puxados por cavalos são mencionados em textos de Mari na Síria, datados do século XVIII aC. Consistiam, basicamente, em plataformas móveis para armas que podiam ser direcionadas rapidamente para áreas críticas da batalha. Eram veículos complexos, produzidos apenas por nações ricas com técnicas avançadas e seu uso era limitado a terrenos planos e regulares. Os egípcios e os hititas, as principais potências da metade do segundo milênio a.C., não tardaram em incorporá-los aos seus exércitos. Sua aparência é exemplificada claramente pelo famoso carro da tumba de Tutankamon (1336-1327 a.C.). Até a metade do segundo milênio a.C,, os atacantes se deslocavam na transversal pelas encostas dos montes onde ficavam as torres e se aproximavam da porta da cidade seguindo um percurso paralelo aos muros. A posição de o desenvolvimento dos carros, as portas da cidade podiam ser atacadas de frente, o que tornou obsoletas as portas em forma de "L". As portas foram estendidas de modo a conter várias câmaras, nas quais outras portas podiam ser acrescentadas. As portas duplas centrais tinham de ser largas o suficiente para permitir a passagem de carros, mas eram reforçadas por dentro com ferrolhos enormes. Torres foram acrescentadas aos muros, para que os defensores pudessem atingir os atacantes e fazer frente às rampas de terra que eram encostadas nas muralhas.
Apesar dos cananeus terem adotado os carros de guerra e os introduzido no Egito, os israelitas demoraram a incorporá-los ao seu exército. Sem dúvida, isto se deveu, em parte, ao fato de ocuparem uma região montanhosa. Quando derrotou Hadadezer, rei do estado arameu de Zobá, Davi tomou mil carros dele. Ao que parece, o rei de Israel não percebeu seu potencial militar ou, talvez, não quis ter gastos com forragem e estábulo, pois mandou jarretar ou aleijar quase todos os cavalos, deixando apenas cem intactos." Coube a Salomão desenvolver o uso de carros de guerra em seu reino. Acabe, rei de Israel (873 853 a.C.), forneceu dois mil carros para a coalizão da Síria e Palestina contra a Assíria na batalha de Qargar junto ao rio Orontes, na Síria, em 853 a.C.

3. OS ARÍETES E OS MUROS DAS CIDADES
A representação mais antiga de um ariete provavelmente se encontra nas pinturas de Beni Hasan, no Egito, datadas de c. 1900 a.C., mas apenas no século IX a.C.os assírios começaram a usar os aríetes com eficácia significativa. A extremidade de ferro do aríete podia ser impelida com força contra o muro e, uma vez alojada entre as pedras, podia ser movimentada de um lado para o outro para deslocá-las. O aríete era protegido dos defensores por uma estrutura comprida em forma de caixa e feita de madeira. Posteriormente, o ariete passou a ser suspenso da parte superior dessa estrutura, permitindo que fosse balançado para frente e para trás. No início da monarquia em Israel, as cidades eram protegidas por muros de "casamata". Dois muros paralelos com cerca de um metro e meio de espessura, afastados por um vão de aproximadamente dois metros, eram unidos por muros transversais em intervals regulars. Quando os assírios começaram a usar os aríetes, algumas cidades se cercaram com muros sólidos de 3 a 4 m de espessura. O muro da cidade de Mispa (Tell en-Nasbeh) possuía 600 m de extensão e dez torres com uma altura provável de 12m. Foi construído sobre uma rampa íngreme, o que sem dúvida era uma proteção adicional contra um ataque com aríetes.

A GUERRA NO NOVO TESTAMENTO
Ao contrário do Antigo Testamento, a guerra no Novo Testamento não é vista em termos políticos. A luta do cristão não é contra carne e sangue. E uma luta espiritual contra as forças do mal, travada nas regiões celestes. Os cristãos devem se revestir de toda a armadura de Deus a fim de permanecerem inabaláveis quando vier o dia mau." O exército romano chegou a controlar um império que se estendia desde o muro de Adriano no norte da Inglaterra até o Eufrates, chegando a ter de 25 a 35 legiões, cada uma com um máximo de seis mil soldados de infantaria. Uma legião era dividida em dez coortes, cada uma com cerca de seiscentos homens. A coorte era dividida em seis centúrias, comandadas por um centurião. As legiões eram apoiadas por unidades de cavalaria integradas por quinhentos homens. Alguns soldados desempenhavam funções especiais: escreventes, porta- estandartes, mensageiros, médicos, carrascos e cavalariços. Na primeira metade do século I a.C., havia três mil soldados em Cesaréia, na costa palestina do Mediterrâneo, e uma coorte (seiscentos homens) em Jerusalém, no forte de Antônia e no palácio do governador. Reforços eram enviados de Cesaréia durante as festas ou quando ocorriam agitações populares.
Guerra e fortalezas no Antigo Testamento O mapa mostra lugares de origem de alguns dos principais mercenários: os queretitas, peletitas e geteus (filisteus de Gate).
Guerra e fortalezas no Antigo Testamento O mapa mostra lugares de origem de alguns dos principais mercenários: os queretitas, peletitas e geteus (filisteus de Gate).
O rei egípcio Tutankamon (1336-1327) em seu carro de guerra. Pintura de um baú encontrado na tumba de Tutankamon.
O rei egípcio Tutankamon (1336-1327) em seu carro de guerra. Pintura de um baú encontrado na tumba de Tutankamon.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Ezequiel Capítulo 4 do versículo 1 até o 17
SEÇÃO II

PROFECIAS CONTRA JERUSALÉM

Ezequiel 4:1-24.27

Os capítulos 4:24 contêm profecias dirigidas ao povo de Jerusalém que foram anun-ciadas antes da destruição da cidade pelas mãos de Nabucodonosor em 586 a.C. Nessas profecias, há atos simbólicos, como também oráculos falados que são proferidos em nome do Senhor. Enigmas, alegorias e símbolos são usados como meios à mensagem que o Senhor deu a Ezequiel para transmitir a Israel. Há épocas de esperança quando se diz ao povo de Israel que ele pode receber o perdão e um novo coração. Mas o teor geral desses capítulos é de denúncia.

A. QUATRO ATOS SIMBÓLICOS, Ezequiel 4:1-5.17

Imediatamente após o chamado de Ezequiel para ser o porta-voz de Deus, o Senhor o trancou em sua própria casa (Ezequiel 3.24), proibindo-o de abrir sua boca para falar (Ezequiel 3.26). Em vez de lhe dar um ministério oral, Deus dirigiu-o a expressar em ações quatro mensa-gens especiais para a casa rebelde de Israel. Os ouvintes do profeta também incluíam aqueles que ainda viviam em Judá, porque havia uma comunicação considerável entre os exilados e a terra natal.

Para os ocidentais, as ações simbólicas de Ezequiel parecem estranhas. Mas naque-la região do mundo, expressar uma mensagem através de ações não era incomum. A teologia em nossa época, depois de ter passado por muitos séculos de domínio platônico, em que se ressalta idéias abstratas, está retornando à ênfase bíblica acerca da importân-cia da ação concreta tal como a lemos em Ezequiel. Chamamos essa ênfase de "existenci-al", e, para muitos, parece algo novo. Mas, na verdade, essa é a ênfase do hebraico e das Escrituras do Novo Testamento. Deus aparece de forma concreta entre nós em Cristo, morre em uma cruz romana de verdade, ressuscita corporalmente, ascende literalmente aos céus e anuncia que vai voltar de forma visível.

  1. Um Modelo do Cerco em Argila (Ezequiel 4:1-3)

Ezequiel deveria tomar um tijolo (1), desenhar nele a cidade de Jerusalém e repre-sentar o cerco da cidade que havia profetizado no capítulo 1. O cerco começou cerca de quatro anos depois da profecia. O tijolo usado deve ter sido fabricado de argila ou barro com cerca de 40 centímetros de largura por 12 de espessura. Esse é o tipo de tijolo encon-trado nos muros da Babilônia, e muitos deles podem ser vistos no Museu Britânico hoje. Era costume da época escrever nesses tijolos.

Com argila mole, Ezequiel deveria moldar uma fortificação, um acampamento e aríetes ("tranqueira") ao redor dela. Ele usou uma panela de ferro ou uma assadeira, para representar o muro fortificado entre os sitiadores e a cidade.
Os aríetes (2) eram colocados em torres móveis. Dessas torres podia-se observar uma cidade sitiada e atirar setas contra seus defensores. O princípio do aríete era o mesmo que ainda é usado para derrubar paredes de prédios que estão sendo demolidos. Uma grande viga era lançada da torre. Os homens erguiam essa viga e a deixavam pender contra os muros da cidade.

  1. Levando suas Iniqüidades (4:4-8)

Ezequiel deveria deitar-se sobre o seu lado esquerdo (4) por 390 dias para levar a maldade da casa de Judá (6). O teu braço descoberto (7), ou "com braço desnudo" (NVI). Ele será amarrado com cordas (8) e não mudará de posição até que o cerco che-gue ao fim. Provavelmente, durante a maior parte do dia, todos os dias, o profeta ficava nessa posição, e, dessa forma, instruía por meio de um ato simbólico a todos que entra-vam na casa desse homem estranho e silencioso. O cerco de Jerusalém terminou em 586 a.C. e durou bem mais do que 430 dias, de acordo com Jeremias 39:1 ; 52:4-7 (veja também II Reis 25:1-2).' No entanto, durante esse período Nabucodonosor teve de abando-nar o cerco de Jerusalém por um período e lutar contra os egípcios; dessa forma, é possí-vel que o cerco não tenha demorado mais do que 430 dias.

Também há a sugestão nessa passagem de que cada um dos 390 dias represente um ano do pecado de Israel, e que os 40 dias representem o número de anos em que Judá tinha sido infiel a Deus. Lemos aqui que o número de dias será "equivalente ao número de anos da iniqüidade dela" (5, NVI). Os 390 dias, que se acredita representarem os anos de maldade pelos quais 1srael merece o castigo do cerco de Nabucodonosor, podem refe-rir-se aos anos que começam com o seu primeiro rei, Saul (10.8), e se estendem até a queda de Israel em 721 a.C.; mas se considerarmos essas datas, os anos seriam 350 em vez de 390. Com respeito aos 40 anos do castigo de Judá, não há um período definido na história do reino ao qual isso possa ser associado.

A Septuaginta traz 190 dias nos versículos 5:9 em vez de 390, e esses 190 dias incluem os 40. Nesse caso, os primeiros 150 dias podem referir-se aproximadamente aos 148 anos da deportação de Tiglate-Pileser em 734 a.C. até a queda de Jerusalém em 586 a.C. Nesse caso, os 40 dias referem-se aproximadamente ao período de 586 até o retorno de Judá à sua terra natal em 536 a.C.

A verdade significativa aqui, no entanto, é que, por meio do cerco e da queda de Jerusalém, tanto Israel quanto Judá serão punidos pelos anos da sua maldade. Ezequiel, deitado de lado, deve levar a maldade simbolicamente, prefigurando o tempo quando o Filho do Homem divino levará a iniqüidade de muitos sobre a cruz romana. Temos aqui um vislumbre do sofrimento vicário de Cristo.

  1. Racionamento da sua Comida e Água (4:9-17)

Ezequiel deveria fazer pão (9) e comer somente uma pequena porção dele cada dia. Ele podia comer vinte siclos cada dia. Calcula-se que isso daria em torno de 240 gra-mas. Mas não está claro se o autor está se referindo a vinte siclos hebraicos ou babilônicos. A água que Ezequiel tinha permissão de tomar cada dia era a sexta parte de um him (11), ou pouco mais de meio litro. Nos versículos 16:17, Deus deixa claro a Ezequiel o significado desses símbolos na vida de Judá. Sabemos com base em Jeremias 37:21 que o pão foi racionado durante o cerco.

O pão devia ser assado com o esterco que sai do homem (12). Esse pão imundo era para mostrar como a religião de Israel se tornaria imunda entre as nações (13), onde eles seriam dispersos pela mão de Deus. Depois disso, Ezequiel se queixou, semelhantemente a Pedro (Atos 10:14), de que nunca havia comido qualquer coisa impura. Então o Senhor permitiu que fosse usado esterco de vacas (14-15) em vez de humano.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Ezequiel Capítulo 4 do versículo 1 até o 17
*

4.1-3 Os profetas de Israel usavam de auxílios visuais, como tábuas de argila, como ilustrações das lições que queriam salientar; essas lições objetivas são usualmente chamadas de "atos simbólicos" (1Rs 11:30; 22:11; 2Rs 13:17; Is 20:2-4; 13 1:24-13.14'>Jr 13:1-14; 19.1-10). Em vários lugares da Mesopotâmia têm sido encontrados tijolos ou tábuas de argila com mapas ou desenhos arquitetônicos. O profeta desenhou o cerco que foi lançado contra Jerusalém, em 586 a.C., e que terminou com a destruição da cidade.

* 4:3

uma assadeira de ferro. Essa era a chapa redonda de ferro sobre a qual o pão era cozido no forno. Visto que o profeta representava a Deus nesse drama em miniatura, a assadeira de ferro, posta de pé, representava a muralha que havia entre Deus e Jerusalém. As orações dos habitantes da cidade não chegariam até ele, e Deus não interviria em favor deles.

* 4:4

põe a iniqüidade. A natureza dupla do ofício profético — representar Deus diante do povo, e o povo diante de Deus — é vista na segunda metade do ato simbólico. Agora o profeta representava o povo e trazia sobre si a iniquidade deles (conforme Êx 32:30-32; Rm 9:3).

* 4:5-6

trezentos e noventa dias. O período de tempo a que os números 390:40 se referem é difícil de interpretar. Cada dia representa um ano (v.6; conforme Nm 14:34; Dn 9:24-27). É possível que os quarenta dias não sigam os trezentos e noventa dias (formando um total de quatrocentos e trinta), mas antes, concorrem juntamente com eles. Alguns consideram o total de quatrocentos e trinta anos como uma referência simbólica à duração da estada de Israel no Egito (Êx 12:40,41).

* 4:8

Eis que te prenderei. Ficar deitado de lado enquanto estava amarrado (ver referência lateral) provavelmente significa que Ezequiel ficava imóvel somente uma parte de cada dia. Por exemplo, ele ainda tinha que preparar as suas refeições (vs. 8-13).

* 4.9-11 Ezequiel teria que viver como se fosse a vítima de um cerco, enquanto fizesse o papel de Jerusalém sitiada. Essas reações refletem as privações durante um cerco (Dt 28:52-57; 2Rs 6:25; 7:12; Jr 15:2; 19:9).

* 4:10

vinte siclos. Cerca de 230 gramas.

* 4:11

a sexta parte de um him. Esse racionamento de água era de 0,6 litros por dia. Ver nota em 45.24.

* 4.12-15

A pureza cerimonial era impossível de observar durante um cerco, mesmo para um sacerdote como Ezequiel. Os excrementos humanos eram considerados impuros (Dt 23:13), e o profeta ficou enojado diante da ordem que Deus lhe dera, protestando que nunca havia violado as leis dietéticas, restringindo-se aos tipos de alimentos que Israel podia comer (44.31; Êx 22:31; Lv 7:19-24; 11:8,39,40; 22:8; Dt 14:3,8). Deus então permitiu que ele usasse esterco de gado, o que continua sendo largamente usado como combustível em certas partes do Oriente Próximo e Médio.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Ezequiel Capítulo 4 do versículo 1 até o 17
4.1ss Ezequiel dramatizou o sítio e a queda de Jerusalém que teriam que vir antes de que realmente acontecessem. Deus deu ao Ezequiel instruções específicas a respeito do que tinha que dizer e a forma em que o devia dizer. Cada detalhe tinha um significado especial. Freqüentemente ignoramos ou passamos por cima os detalhes mais pequenos da Palavra de Deus, pensando que provavelmente não têm importância para Deus. Ao igual a Ezequiel, devemos querer obedecer a Deus por completo, inclusive nos detalhes.

4.4-17 As ações pouco usuais do Ezequiel descreviam simbolicamente o destino de Jerusalém. recostou-se sobre seu flanco esquerdo por 390 dias para demonstrar que o Israel seria castigado por volta de 390 anos. Logo se deitou sobre seu flanco direito por 40 dias para mostrar que Judá seria castigado por 40 anos. Ao Ezequiel não lhe permitiu mover-se, simbolizando o fato de que o povo de Jerusalém seria encerrado dentro das muralhas da cidade. Sabemos que Ezequiel não teve que permanecer sobre seu flanco todo o dia, devido a estes versículos nos falam de outras tarefas que Deus lhe pediu que realizasse durante este tempo. A pequena quantidade de comida que lhe permitia ingerir representava a ração normal provida a aqueles que viviam em uma cidade sitiada por exércitos inimigos. A comida cozinhada sobre excremento humano era um símbolo da impureza espiritual do Judá.

Com certeza muita gente foi observar estes espetáculos e, no processo, escutou os discursos ocasionais do Ezequiel (3.27). Quantos de nós estaríamos dispostos a ilustrar tão dramaticamente os pecados de nossa nação? Devemos orar pedindo maior denodo em nosso testemunho.

4.12-14 Ezequiel pediu a Deus que não o obrigasse a usar excremento humano como combustível porque isso violava as leis da pureza (Levítico 21:22; Dt 23:12-14). Como sacerdote, Ezequiel deveu ter sido cuidadoso em guardar todas estas leis. Utilizar excremento humano como combustível seria uma descrição dramática de ruína. Se não ficava nada na cidade que pudesse ser queimado, seria impossível continuar com as leis de Deus em relação aos sacrifícios.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Ezequiel Capítulo 4 do versículo 1 até o 17

II. Mensagens de DOOM de Jerusalém (Ez. 4: 1-24: 27)

Quase a primeira metade do livro de Ezequiel é dedicado à vinda destruição de Jerusalém. O objectivo destas mensagens, oráculos e símbolos era fazer os cativos conhecimento do plano de Deus na história. As mensagens foram não entregue a Jerusalém , mas de Jerusalém aos cativos na Babilônia. Ellison diz:

Assim, durante os últimos dias sombrios de Jerusalém, antes de Nabucodonosor executado o castigo de Deus para a plena para a cidade, Ezequiel teve de explicar aos exilados o significado interno da agonia que estava acontecendo em sua pátria.

De acordo com as datas mencionadas em


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Ezequiel Capítulo 4 do versículo 1 até o 17
4.5 Trezentos e noventa dias. Muitos textos bíblicos têm "cento é noventa dias". Cada dia é símbolo profético de um ano. Se é 390 anos pode-se contar desde a separação de Israel e de Judá em 931 a.C., até a ação libertadora decretada pelo, rei Ciro no ano 539 a.C.

4.7 Quarenta dias. Representam, aqui, quarenta anos, número arredondado usado pelos judeus para se referir a uma geração. Pelas datas arqueológicas, contaram-se cinqüenta anos entre a queda de Jerusalém e o princípio da reconstrução. Ezequiel, reconhecendo a responsabilidade do indivíduo,

e o valor de cada alma, calcula o cativeiro pelo número dos anos nos quais o povo viria a estar exilado; Jeremias, como o profeta da alta estirpe, conta o cativeiro desde o ano 605

а. C., quando a nobreza foi levada cativa e por isso sempre fala em setenta anos (Jr 25:11-24). Deus, na sua misericórdia altera esta exigência (15). Só depois de Seu povo ter aprendido a obedecer inteiramente à Lei, Deus o leva um passo mais à frente, mostrando que o sentimento completo da Lei é comunhão perfeita com o próprio Deus (At 10:14-44, Jo 4:23-43, Jo б. 40; Gl 4:6-48).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Ezequiel Capítulo 4 do versículo 1 até o 17
II. OS EXILADOS SÃO ADVERTIDOS DA CONDENAÇÃO DE JERUSALÉM (4.1—7.27)

1) Quatro atos simbólicos (4.1—5.4)

Os atos simbólicos Dt 4:1-5 anunciam o cerco e a queda iminentes de Jerusalém. Esses atos, representados pelos profetas de Israel (conforme Is 20:2-23; Jr 13:1-24; Dn 1:0,Is 53:12. v. 4. trezentos e noventa dias: algumas versões (NEB) adotam o texto da LXX, “cento e noventa dias”. E difícil decidir entre as duas versões por causa da incerteza do cálculo dos 390 ou 190 anos do castigo de Israel. Os 390 anos podem ser contados a partir do início da apostasia sob o reinado de Salomão (1Rs 11:0,Jr 1:3) até a queda de Jerusalém. Se os 40 anos são acrescentados aos 390, os 430 anos resultantes poderiam alcançar aproximadamente o tempo em que pela primeira vez Jerusalém se tomou a capital de Israel. Tentativas de fazer do chamado de Ezequiel ou do cerco de Jerusalém o ponto de início dos períodos indicados são ainda mais insatisfatórios. Mas os dias da vigília de Ezequiel podem ter correspondido à duração real do cerco. Ele começou em 15 de janeiro de 588 a.C. (24.1,2; conforme Jr 52:4) e terminou em 29 de julho de 587 a.C. (Jr 39:2;

52.6), mas não durou continuamente durante 560 dias; foi levantado temporariamente em virtude da aproximação do exército egípcio (Jr 37:0.

c)    Rações do cerco contaminadas (4:9-17). A severidade do cerco e as condições do exílio tornam impraticável a observância das leis que proibiam a comida cerimonialmente impura. A parábola encenada de Ezequiel é reforçada pela ordem divina para se restringir às rações do cerco e prepará-las de tal maneira que incluísse contaminação cerimonial, especialmente para o sacerdote.

v. 9. trigo e cevada, feijão e lentilha, painço e espelta: quaisquer grãos que estivessem à disposição, de qualidade inferior ou superior, deveriam ser raspados e juntados para assar uma porção diária de 240 gramas de pão medíocre. Assar pão com uma mistura de cereais talvez fosse cerimonialmente proibido, assim como semear com uma mistura de sementes (Lv 19:19). v. 11. meio litro (“1/6 de um him”, nota de rodapé da NVI): a provisão de água de Jerusalém era limitada; assim, em condições de cerco seria racionada a menos Dt 1:0. jamais comi qualquer coisa achada morta', isso foi proibido em Dt 14:2. ou que tivesse sido despedaçada por animais selvagens: isso foi proibido em Ex 22.31. carne impura-, como a carne das ofertas pacíficas a partir do terceiro dia (Lv 19:5-8). v. 16. cortarei o suprimento de comida', acerca da escassez de pão durante o cerco, conforme Jr 37:21; Lm 2:12; Lm 4:4,Lm 4:9; Lm 5:10. com ansiedade [...] com desespero-, a crescente falta de comida seria acompanhada do terror quanto a que aconteceria quando os sitiadores entrassem na cidade (conforme 12.18,19).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Ezequiel Capítulo 1 do versículo 1 até o 27

INTRODUÇÃO

A Época. Os fatos contidos no livro de Ezequiel situam o ministério do profeta no começo do exílio babilônico, entre 593/592 e 571/570 A. C. (Ez 1:1; Ez 29:17). O profeta Ezequiel, fazendo da Babilônia o seu palco de acontecimentos, analisou a queda e a restauração da casa de Israel; enquanto que seu contemporâneo mais velho, Jeremias, em Jerusalém, observou de perto os últimos suspiros do reino de Judá (Jr 1:1-3).

Durante grande parte dos séculos oito e sete A. C., o cruel poder assírio perturbou os reinas de Israel e Judá. O reino do norte caíra em 721 A.C.; mas Judá, embora seriamente enfraquecido, conseguiu sobreviver ao seu opressor. Como reinado de Assurbanipal (669-633 A.C.), o império assírio começou a declinar. O Egito esquivou-se ao seu jugo em 655. Dentro de poucos anos a Assíria estava lutando pela sobrevivência contra a Babilônia e os medos. Assur, antiga capital da Assíria, sucumbiu em 614, e a muito poderosa Nínive foi completamente destruída em 612. Por volta de 607 os restos do império assírio desmoronaram.

Aproveitando-se do declínio assírio, Josias (640/639-609/608 A.C.), o último grande rei de Judá, fortaleceu o seu reino. Sua brilhante carreira foi interrompida por um encontro com Faraó-Neco II do Egito em Megido, que tentava escorar o império assírio como proteção contra a Caldéia (2Rs 23:29). Salum ou Jeoacaz (Jr 22:1 e segs.). Os caldeus se tornaram os novos senhores do mundo (2Rs 24:7), com Judá por estado vassalo. Jeoaquim (608-597 A.C.) perseguiu os profetas (Jr 7:1; Jr 36:1), degradou a vida espiritual da nação (Jr 7:1-15; Jr 13:16-20, Jr 22:17-19; Jr 22:24-30; Ez 19:5). Depois de saquear Jerusalém, o monarca caldeu deportou várias centenas de seus cidadãos aristocratas para a Babilônia. Esses, Jeremias comparou a "figos bons", a esperança do futuro de Israel, em contraste com os "filhos ruins", os mais pobres entre o povo, que foram deixados (Jr 24:29). Entre o grupo de exilados estava Ezequiel, que data suas mensagens do ano do cativeiro de Joaquim (Ez 1:1, Ez 1:2; Ez 3:16; Ez 8:1; Ez 20:1;

COMENTÁRIO

O livro de Ezequiel compreende duas porções: os capítulos 1-24, uma série de mensagens transmitidas antes da queda de Jerusalém, cuja idéia principal é "o juízo"; e os capítulos 25-48, transmitidos depois de sua queda, com o tema fundamental da "esperança". O livro é mais apropriadamente estudado sob quatro divisões: capítulos 1-24, Profecias do Juízo de Judá e Jerusalém; capítulos 25-32, Profecias Contra as Nações Vizinhas; capítulos 33-39, Profecias da Restauração de Israel; capítulos 40-48, Visões do Novo Templo e da Nova Lei para o Povo Redimido.

I. Profecias Contra Judá e Jerusalém. 1:1 - 24:27.

Os ameaçadores discursos contra Jerusalém e a casa de Israel, transmitidos antes da queda de Jerusalém, consistem de uma seção introdutória, expondo em detalhes a vocação do profeta (caps. 1-3); atos simbólicos e oráculos descrevendo a derrota da cidade e do estado (caps. 4-7); um grupo de visões descrevendo os terríveis pecados de Jerusalém, que exigiam a sua destruição (caps. 8-11); atos simbólicos, parábolas e alegorias apresentando a necessidade moral do cativeiro (caps. 12-19); e uma recordação da história passada de Israel que clama por um certo juízo (caps. Ez 20:1).


Moody - Comentários de Ezequiel Capítulo 4 do versículo 1 até o 17


1) Quatro Atos Simbólicos Relativos a Jerusalém. 4:1 - 5:17.

Em 4:1 - 5:4 foram registrados quatro atos simbólicos apresentando o futuro cerco de Jerusalém, com suas respectivas dificuldades e o cativeiro resultante. Os profetas Aías (1Rs 18:1), Jeremias (Jr 13:1; Jr 18:1; Jr 19:1; Jr 27:1; Jr 28:1; Jr 34:1; Jr 35:1; Jr 43:1; Jr 51:1), todos fizeram uso eficiente de atos simbólicos; e Ezequiel também empregou simbolismo: Ez 3:25, Ez 3:26 ; Ez 4:1-54; Ez 12:3-7, Ez 17:20; Ez 21:11, Ez 21:12; Ez 24:3-5, Ez 24:15-24; Ez 37:15-17. Os mestres discordam quanto ao desempenho desses atos simbólicos, se foi total, em pane, ou nem foi feito. Alguns são considerados tão extraordinários ou tão ridículos que se tornam impossíveis de serem executados. Mas talvez não parecessem ridículos aos orientais. Esses símbolos devem ser considerados ilustrativos, não magia sobrenatural. Talvez enquanto o propósito dos símbolos fosse realmente completado, uma linguagem metafórica fosse usada para descrever alguns dos seus detalhes (cons. Ez 4:3, Ez 4:12; compare com Ez 8:3. O profeta não foi levado para fora de Jerusalém literalmente pelos cabelos de sua cabeça, mas numa visão). Têm-se feito tentativas de reconstruir o capítulo para lhe dar uma ordem moral riais lógica – mas como visões poderiam ser lógicas? – e essas reconstruções são quando muito hipotéticas.


Moody - Comentários de Ezequiel Capítulo 4 do versículo 1 até o 27

B. A Queda da Cidade e do Estado São Preditas. 4:1 - 7:27.

Neste ciclo de ameaças o profeta prediz a queda de Jerusalém e Judá por meio de quatro atos simbólicos (4:1 - 5:17), um oráculo contra os centros idólatras do estado (Ez 6:1-14), e uma lamentação sobre a queda do reino de Judá (Ez 7:1-27).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Ezequiel Capítulo 4 do versículo 1 até o 3
II. QUATRO PROFECIAS POR AÇÕES Ez 4:1-5.17

a) O cerco de Jerusalém (Ez 4:1-3)

O tijolo (1) usado por Ezequiel seria feito de barro mole, e a gravação seria feita por meio de um estilete; terminado esse trabalho, o tijolo mole seria cozido num forno. Presumivelmente, as ações descritas no vers. 2 eram desenhos a ser feitos sobre o tijolo. A sertã de ferro (3) talvez simbolizasse as poderosas fortificações que seriam armadas contra a cidade.


Dicionário

Arraiais

masc. pl. de arraial

ar·rai·al
(origem controversa)
nome masculino

1. Acampamento.

2. Festa popular ao ar livre, geralmente com música, comida e bebida (ex.: os arraiais começam no próximo mês).

3. [Informal] Grande quantidade (ex.: levou um arraial de pancadaria).

4. [Brasil] Pequena aldeia. = ALDEOLA


assentar arraiais
Montar um acampamento.

Fixar-se em determinado local.

assentar arraial
O mesmo que assentar arraiais.


Aríetes

Antiga máquina de guerra para abater ou derrubar muralhas

Cerco

cerco (ê), s. .M 1. Ação de cercar. 2. Aquilo que cerca ou circunda. 3. Assédio militar. 4. Insistência importuna junto a alguém com perguntas, pretensões etc.

Edificar

verbo transitivo direto Erguer ou elevar uma construção de acordo com uma estrutura pré-estabelecida e com o auxílio dos materiais necessários: edificar um apartamento.
Desenvolver uma ideologia, uma teoria etc.; instituir: edificar uma nova doutrina religiosa.
verbo transitivo direto , intransitivo e pronominal Ser levado ou conduzido em direção ao aperfeiçoamento moral e/ou religioso; conduzir à virtude: o conhecimento edifica o ser humano; livros educativos edificam; edificavam-se indo ao teatro regularmente.
Etimologia (origem da palavra edificar). Do latim aedificare.

Edificar
1) Construir (2Sm 7:5); (Mt 7:24)

2) Elevar social e espiritualmente (1Co 10:23); (1Ts 5:11).

Fortificação

Dicionário Comum
substantivo feminino Ação de fortificar, de tornar forte, de fortalecer.
[Militar] Arte ou ação de organizar, por meio de construções militares, a defesa de uma região: a fortificação das fronteiras.
[Militar] Construção de defesa militar; forte, fortaleza.
Sistema geral de defesa de uma praça fortificada.
Etimologia (origem da palavra fortificação). Do latim fortificatione.
Fonte: Priberam

Levanta

3ª pess. sing. pres. ind. de levantar
2ª pess. sing. imp. de levantar

le·van·tar -
(latim tardio *levantare, do latim levans, -antis, particípio presente de levo, -are, erguer, elevar)
verbo transitivo e pronominal

1. Mover ou mover-se de baixo para cima. = ALÇAR, ELEVAR, ERGUERARRIAR, BAIXAR

2. Pôr ou ficar na posição vertical (ex.: levantou os livros tombados; caiu, mas levantou-se logo a seguir). = ERGUERDEITAR, TOMBAR

3. Incentivar ou ter reacção contra algo ou alguém. = INSURGIR, REBELAR, REVOLTAR, SUBLEVAR

verbo transitivo

4. Erguer e pôr em pé.

5. Apanhar do chão.

6. Fazer crescer.

7. Dar mais altura a (ex.: decidiram levantar a vedação). = ALTEAR, SUBIRBAIXAR

8. Engrandecer, sublimar.

9. Dar origem a algo (ex.: este caso levanta um problema ético). = CAUSAR, ORIGINAR, PRODUZIR, PROVOCAR, SUSCITAR

10. Aventar, imputar, inventar.

11. Fazer cessar algo que está em curso (ex.: levantar as sanções económicas ao país; levantar o embargo). = ANULAR, SUSPENDER

12. Entoar.

13. Cobrar, arrecadar.

14. Impor.

15. Fazer uma construção (ex.: vão levantar aqui um prédio de 6 andares). = CONSTRUIR, EDIFICAR, ERGUER

16. [Caça] Fazer sair os animais a caçar da toca, do ninho ou do local onde se abrigam (ex.: levantar a caça; levantar perdizes).

verbo intransitivo

17. Crescer.

18. Pôr-se mais alto.

19. Subir de preço.

20. Deixar de chover.

21. [Futebol] Chutar a bola de forma a elevá-la (ex.: o jogador tem indicações para levantar para o centro da área).

verbo transitivo , intransitivo e pronominal

22. Fazer subir ou subir.

verbo pronominal

23. Sair da cama.

24. Nobilitar-se.

25. Raiar, surgir, aparecer.

nome masculino

27. Acto de levantar.

28. O sair da cama.


Poer

verbo bitransitivo Antigo Forma antiga de pôr; grafia atual e preferencial: pôr.
Dispor, afixar, colocar alguma coisa em alguém ou em outra coisa; pôr: poer roupa no varal para secar.
Adicionar algo a; incluir: poer o nome da noiva no livro de casamento.
Etimologia (origem da palavra poer). Do latim ponere.

Redor

redor s. .M 1. Arrabalde. 2. Circuito, contorno (mais usado no plural). 3. Roda, volta.

Tranqueira

Cerca de madeira para fortificar; trincheira; porteira, tapume

Tranqueira TRINCHEIRA (Jr 6:6).

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Ezequiel 4: 2 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

E põe contra ela um cerco, e edifica contra ela uma fortificação, e levanta contra ela uma baluartes, e põe contra ela arraiais, e põe-lhe aríetes ① em redor.
Ezequiel 4: 2 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

593 a.C.
H1129
bânâh
בָּנָה
E feito
(and made)
Verbo
H1785
dâyêq
דָּיֵק
ordem, comando, dever, preceito, injunção
(commandments)
Substantivo - Feminino no Plural genitivo
H3733
kar
כַּר
assento coberto, assento, sela em forma de cesto
(in the saddle)
Substantivo
H4264
machăneh
מַחֲנֶה
O campo
(The camp)
Substantivo
H4692
mâtsôwr
מָצֹור
cerco, sítio, trincheira, fortificações de sítio
(in the siege)
Substantivo
H5414
nâthan
נָתַן
E definir
(And set)
Verbo
H5439
çâbîyb
סָבִיב
por aí / em torno
(around)
Substantivo
H5550
çôlᵉlâh
סֹלְלָה
tempo, longo ou curto
(time)
Substantivo - acusativo masculino singular
H5921
ʻal
עַל
sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de,
([was] on)
Prepostos
H7760
sûwm
שׂוּם
pôr, colocar, estabelecer, nomear, dispor
(and he put)
Verbo
H8210
shâphak
שָׁפַךְ
derramar, despejar, entornar
(whoever sheds)
Verbo


בָּנָה


(H1129)
bânâh (baw-naw')

01129 בנה banah

uma raiz primitiva; DITAT - 255; v

  1. construir, reconstruir, estabelecer, fazer continuar
    1. (Qal)
      1. construir, reconstruir
      2. construir uma casa (i.e., estabelecer uma família)
    2. (Nifal)
      1. ser construído
      2. ser reconstruído
      3. estabelecido (referindo-se a exilados restaurados) (fig.)
      4. estabelecido (tornado permanente)
      5. ser constituído (de esposa sem filhos tornando-se a mãe de uma família através dos filhos de uma concubina)

דָּיֵק


(H1785)
dâyêq (daw-yake')

01785 דיק dayeq

procedente de uma raiz correspondente a 1751; DITAT - 417a; n m

  1. baluarte, trincheira, muro lateral

כַּר


(H3733)
kar (kar)

03733 כר kar

procedente de 3769 no sentido de obesidade; DITAT - 1046a; n m

  1. assento coberto, assento, sela em forma de cesto
    1. um espaço para guiar montado na sela de camelos
  2. pastagem, prado
  3. cordeiro, ovelha, carneiro macho
  4. aríete

מַחֲנֶה


(H4264)
machăneh (makh-an-eh')

04264 מחנה machaneh

procedente de 2583; DITAT - 690c; n m

  1. acampamento, arraial
    1. arraial, lugar de acampamento
    2. acampamento de um exército armado, acampamento dum exército
    3. aqueles que acampam, companhia, grupo de pessoas

מָצֹור


(H4692)
mâtsôwr (maw-tsore')

04692 מצור matsowr ou מצור matsuwr

procedente de 6696; DITAT - 1898a; n m

  1. cerco, sítio, trincheira, fortificações de sítio
    1. cerco
    2. cercado, fortificações de sítio, rampa

נָתַן


(H5414)
nâthan (naw-than')

05414 נתן nathan

uma raiz primitiva; DITAT - 1443; v

  1. dar, pôr, estabelecer
    1. (Qal)
      1. dar, conceder, garantir, permitir, atribuir, empregar, devotar, consagrar, dedicar, pagar salários, vender, negociar, emprestar, comprometer, confiar, presentear, entregar, produzir, dar frutos, ocasionar, prover, retribuir a, relatar, mencionar, afirmar, esticar, estender
      2. colocar, estabelecer, fixar, impor, estabelecer, designar, indicar
      3. fazer, constituir
    2. (Nifal)
      1. ser dado, ser concedido, ser providenciado, ser confiado a, ser garantido a, ser permitido, ser emitido, ser publicado, ser afirmado, ser designado
      2. ser estabelecido, ser posto, ser feito, ser imposto
    3. (Hofal)
      1. ser dado, ser concedido, ser abandonado, ser entregue
      2. ser colocado sobre

סָבִיב


(H5439)
çâbîyb (saw-beeb')

05439 סביב cabiyb ou (fem.) סביבה c ebiybaĥ

procedente de 5437; DITAT - 1456b subst

  1. lugares ao redor, circunvizinhanças, cercanias adv
  2. ao redor, derredor, arredor prep
  3. no circuito, de todos os lados

סֹלְלָה


(H5550)
çôlᵉlâh (so-lel-aw')

05550 סללה col elaĥ ou סוללה cowl elaĥ

procedente de 5549, mas usado na forma passiva; DITAT - 1506b; n f part at

  1. aterro

עַל


(H5921)
ʻal (al)

05921 על ̀al

via de regra, o mesmo que 5920 usado como uma preposição (no sing. ou pl. freqüentemente com prefixo, ou como conjunção com uma partícula que lhe segue); DITAT - 1624p; prep

  1. sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de, em adição a, junto com, além de, acima, por cima, por, em direção a, para, contra
    1. sobre, com base em, pela razão de, por causa de, de acordo com, portanto, em favor de, por isso, a respeito de, para, com, a despeito de, em oposição a, concernente a, quanto a, considerando
    2. acima, além, por cima (referindo-se a excesso)
    3. acima, por cima (referindo-se a elevação ou preeminência)
    4. sobre, para, acima de, em, em adição a, junto com, com (referindo-se a adição)
    5. sobre (referindo-se a suspensão ou extensão)
    6. por, adjacente, próximo, perto, sobre, ao redor (referindo-se a contiguidade ou proximidade)
    7. abaixo sobre, sobre, por cima, de, acima de, pronto a, em relacão a, para, contra (com verbos de movimento)
    8. para (como um dativo) conj
  2. por causa de, porque, enquanto não, embora

שׂוּם


(H7760)
sûwm (soom)

07760 שום suwm ou שׁים siym

uma raiz primitiva; DITAT - 2243; v.

  1. pôr, colocar, estabelecer, nomear, dispor
    1. (Qal)
      1. pôr, colocar, depositar, pôr ou depositar sobre, deitar (violentamente) as mãos sobre
      2. estabelecer, direcionar, direcionar para
        1. estender (compaixão) (fig.)
      3. pôr, estabelecer, ordenar, fundar, designar, constituir, fazer, determinar, fixar
      4. colocar, estacionar, pôr, pôr no lugar, plantar, fixar
      5. pôr, pôr para, transformar em, constituir, moldar, trabalhar, fazer acontecer, designar, dar
    2. (Hifil) colocar ou fazer como sinal
    3. (Hofal) ser posto

שָׁפַךְ


(H8210)
shâphak (shaw-fak')

08210 שפך shaphak

uma raiz primitiva; DITAT - 2444; v.

  1. derramar, despejar, entornar
    1. (Qal)
      1. derramar, despejar
      2. derramar (sangue)
      3. despejar (raiva ou coracão) (fig.)
    2. (Nifal) ser despejado, ser derramado
    3. (Pual) ser despejado, sed derramado
    4. (Hitpael)
      1. ser despejado
      2. derramar-se