Enciclopédia de Gálatas 5:20-20

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

gl 5: 20

Versão Versículo
ARA idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções,
ARC Idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
TB a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos,
BGB εἰδωλολατρία, φαρμακεία, ἔχθραι, ⸂ἔρις, ζῆλος⸃, θυμοί, ἐριθεῖαι, διχοστασίαι, αἱρέσεις,
BKJ idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, rivalidade, ira, porfia, rebeliões, heresias,
LTT Idolatria, feitiçaria ①, inimizades, porfias, emulações ②, iras, pelejas, facções, heresias ③,
BJ2 idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúmes,[b] ira, discussões, discórdia, divisões,
VULG idolorum servitus, veneficia, inimicitiæ, contentiones, æmulationes, iræ, rixæ, dissensiones, sectæ,

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Gálatas 5:20

Deuteronômio 18:10 Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro,
I Samuel 15:23 Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.
I Crônicas 10:13 Assim, morreu Saul por causa da sua transgressão com que transgrediu contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar
II Crônicas 33:6 Fez ele também passar os seus filhos pelo fogo no vale do Filho de Hinom, e usou de adivinhações, e de agouros, e de feitiçarias, e consultou adivinhos e encantadores, e fez muitíssimo mal aos olhos do Senhor, para o provocar à ira.
Ezequiel 22:18 Filho do homem, a casa de Israel se tornou para mim em escória; todos eles são bronze, e estanho, e ferro, e chumbo no meio do forno; em escória de prata se tornaram.
Atos 8:9 E estava ali um certo homem chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem;
Atos 16:16 E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.
I Coríntios 11:19 E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.
II Coríntios 11:19 Porque, sendo vós sensatos, de boa mente tolerais os insensatos.
Tito 3:10 Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o,
II Pedro 2:1 E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
Apocalipse 21:8 Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

"farmakeia" tanto é o uso de drogas como é feitiçaria, frequentemente associada à idolatria.


 ②

"emulação", aqui, é mau ciúme e/ou imitação.


 ③

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

gl 5:20
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 1 até o 26
d) A liberdade da fé (5.1). Há diferença de opinião em relação ao relevante contexto de 5.1. O versículo resume o que vem antes, quer a alegoria imediata, quer todo o argu-mento dos capítulos 3:4, ou serve de transição essencial às exortações finais da epísto-la? Trataremos como resumo final do argumento que Paulo provou, ou seja, que a lei traz escravidão e a fé traz liberdade. Não há que duvidar que é "um epítome da argumenta-ção de toda a carta".'

Paulo adverte os gálatas: Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou (1). Usando o modo imperativo (ver Introdução), o apóstolo ordena: "Permanecei firmes" (BJ; cf. NVI). Esta ordem podia ser dada como uma continuação natural do seu argumento. Eles deveriam permanecer firmes na liberdade') com que Cristo os li-bertou." Não há dúvida de que se refere à liberdade da escravidão da lei (cf. 4.5,26,31). Esta liberdade era uma liberação do poder e domínio do pecado que os escravizara pela lei (cf. 3:19-4.11; Rm 7:7-25). A frase seguinte torna isso inconfundivelmente claro: E não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão (1). Se os gálatas voltassem para a lei, como os judaizantes os exortavam a fazer, eles estariam a meter-se (lit., "car-regar-se" ou "oprimir-se"), de novo," debaixo do jugo da servidão. Este jugo da ser-vidão significaria o fim da liberdade que desfrutavam em Cristo.

E. A CIRCUNCISÃO APARTA DE CRISTO, 5:2-12

Paulo conclui seus argumentos da epístola descrevendo as conseqüências inevitá-veis, caso os gálatas se submetessem à lei. Ele cita a circuncisão pela primeira vez como ponto crucial do problema na Galácia. A aceitação desta exigência retira todos os bene-fícios de Cristo e coloca sobre os gálatas o fardo de toda a lei. Os que pecassem separar-se-iam de Cristo e cairiam da graça. Em contrapartida, os que vivessem pela fé teriam, pelo Espírito, a esperança da justiça. Na verdade, a circuncisão ou a incircuncisão não é o assunto da controvérsia com Paulo. O fator decisivo é a fé que opera pelo amor. Paulo pergunta quem destruíra a pista de corridas na qual eles estavam correndo tão bem. Esta ação não poderia ter sido obra de Cristo, que os chamara. Era um exemplo do modo como o mal se espalha: "Um pouco de fermento leveda toda a massa" (5.9). O apóstolo expressa confiança de que os gálatas darão ouvidos a suas conclusões e preocupação e com o desejo de que seus perturbadores os deixassem e se unissem ao grupo dos vizinhos pagãos mutilados.

1. O Aviso contra a Circuncisão (5:2-4)

Paulo coloca neste resumo final de seus argumentos todo o poder de sua influência pessoal: Eis que eu, Paulo, vos digo (2). A conseqüência inevitável desta falsa doutri-na é: Se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará (2; lit., "vos será inútil a vós"; cf. BJ, CH, NTLH, NVI). Se vos deixardes (subjuntivo presente) define claramente possibilidade futura. É indicação do estado dos gálatas convertidos. É óbvio que tinham adotado pelo menos algumas festas judaicas (cf. 4.9,10) e, no momento, estavam pretendendo submeter-se seriamente à circuncisão. Não há evidências de que os judaizantes, até esse momento, tivessem tentado impor outra parte da lei (e.g., as leis relativas aos alimentos).

Paulo adverte que se eles permitirem a circuncisão, perderão os benefícios da rela-ção com Cristo. Lógico que os judaizantes haviam garantido aos gálatas que a fé cristã não seria afetada pela aceitação da lei representada pela circuncisão. Este ponto Paulo contestara repetidamente no argumento precedente.
E a conseqüência de tal ação não é só futilidade: E, de novo, protesto a todo ho-mem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei (3). Paulo lhes dissera isso claramente antes (3.10), mas repete para ser enfático. O homem que aceita qualquer parte da lei — neste caso a circuncisão — é obrigado a guardar toda ela. É lógico que os oponentes de Paulo também não deixaram este ponto claro para os gálatas.

O que dissera repetidamente, Paulo declara outra vez em termos inconfundíveis: Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído (4). Em forma capsular, esta é sua opinião sustentada ao longo de toda a sua argumentação. Todos os outros argumentos culminam neste ponto. Para os gálatas,' que procuram ser ou pensam que são justificados' pela lei, Paulo tem uma dura adver tência. Com isso, Cristo não tem nada mais a fazer!' Além disso, eles perderam a graça de Deus.' Nos termos mais fortes possíveis, Paulo declarou as conseqüências de procu-rar ser justificados pela lei. Eles perderiam a graça de Deus, porque Cristo não teria mais nada a ver com eles. É importante perceber que esta perda ocorrera em virtude do fato de que eles abandonaram a graça de Deus e não porque Deus a tirara. Os dois métodos são absolutamente incompatíveis. A apostasia de voltar à lei é fatal (cf. Hb 10:26-31).

Havia na Galácia a possibilidade de apostasia. Os gálatas haviam experimentado a graça e, agora, afastavam-se de Deus. Desde os tempos do Novo Testamento não dá para compreender como "os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro" (Hb 6:4-5), podem voltar à antiga vida de pecado. Esta questão é tão crítica que certos estudiosos desenvolveram uma teologia que nega essa possibilidade. Dizem que todo aquele que volta permanentemente à vida de pecado é porque nunca encontrou a nova vida em Cristo, e todo aquele que encontra essa nova vida inevitavel-mente voltará ao Pai e para casa. Outros, mais corajosos, insistem que, uma vez o ho-mem se torna filho de Deus, suas escolhas e decisões não podem alterar esta nova rela-ção. Mas nem a Bíblia nem a experiência humana fundamentam tal ensino.

Esta falsa teologia é formada na minimização do poder do adversário satânico do homem, e num equívoco grosseiro do poder de Deus. Uma das verdades mais sublimes da revelação do Novo Testamento é a autolimitação de Deus. Ele não transgredirá ou abusará da liberdade humana. Deus não salvará o homem contra a vontade deste, e não o manterá salvo contra sua vontade. Esta é a chave da graça sustentadora. Contanto que o homem deseje, queira e sirva Deus, ele está seguro. Mas quando o homem escolhe voltar à escravidão do pecado e a Satanás, o Deus Todo-poderoso respeita essa decisão.

2. A Justiça é pela Fé (5.5,6)

No versículo 5, Paulo apresenta o maior contraste possível da salvação pelas obras: Porque nós, pelo espírito da fé, aguardamos a esperança da justiça. O pronome nós, referindo-se a quem com ele não se afasta de Cristo, está em contraposição ao pro-nome "vós" do versículo anterior. Paulo enfatiza que ele, e os que o seguem, estão viven-do pelo (por meio do) " Espírito. Embora não esteja declarado, os que estão sob a lei vivem por meio da "carne"' — sua confiança está na carne e não no Espírito. Os homens de fé aguardam (lit., "esperam avidamente") a esperança da justiça que lhes perten-ce por fé ("pela fé", AEC, CH, NVI). Em outra carta, Paulo deixa claro que esta esperan-ça é a ressurreição aguardada impacientemente junto com todas as coisas pertinentes à sua promessa.'

O apóstolo usa a palavra justiça (dikaiosyne) aqui nitidamente no conceito abrangente; inclui a justiça da justificação de Deus e a ética da vida transformada. O próximo versículo e a exortação ética intensiva que se segue indicam, sem dúvida, a ênfase no caráter moral bem como na posição forense.

Os oponentes de Paulo insistiam que a circuncisão era essencial aos convertidos gaiatas, porque só isso tornava o indivíduo herdeiro de Abraão. No argumento preceden-te, isto fora terminantemente contestado. Agora o apóstolo poderia declarar que para o homem, em Jesus Cristo, nem a circuncisão nem a incircuncisão têm virtude alguma (6). Isto não significa que não fazia diferença se o crente fosse circuncidado, pois seria acrescentar obras à fé. Tal procedimento repudiaria a fé do indivíduo. Antes, signi-ficava que este rito judaico não tinha valor para levar o homem a Cristo. Para a salvação, a incircuncisão não tinha valor algum. Semelhantes distinções deixavam de existir em Cristo. Os verdadeiros valores na opinião de Deus não eram materiais, raciais ou sociais, mas espirituais (cf. 1 Co 13 13:2 Co 4.18). Isto era revolucionário. Muitos, mesmo na igreja cristã primitiva, não estavam convencidos e tinham medo desta posição (ver co-mentários em 2:7-10).

Mas Paulo não parou por aí. O que tinha valor — valor eterno — era a fé que opera por caridade (6; "pelo amor", AEC, ACF, BAB, NVI, RA). Este versículo é, provavelmente, a declaração simples mais abrangente e extensiva sobre a natureza da salvação do Novo Testamento que Paulo jamais fez. A salvação não é só fé. Tal afirma-ção é uma imitação burlesca sobre o pensamento do apóstolo (cf. Introdução). A verda-deira fé se expressa' pelo amor. Esta é a primeira menção de Paulo nesta carta do termo importantíssimo "amor" (agape, caridade). Consta aqui provavelmente porque ele fora acusado de retirar da vida a dinâmica da conduta ética. Em vez de eliminar o centro nervoso moral, ele estava, na verdade, fornecendo-o. A fé se expressa em amor pelo poder do Espírito. Verificamos a concretização desta realidade em sua advertência final (5:13 6:10).

  1. Os Perigos da Heresia Gálata (5:7-9)

Voltando para a situação na Galácia, Paulo escreve: Corríeis bem; quem vos im-pediu, para que não obedeçais à verdade? (7). Usando uma de suas bem conhecidas metáforas da vida cristã, as competições atléticas (cf. 2.2; Rm 9:16-1 Co 9:24-26), ele quer saber quem acabou com a corrida,' quando eles estavam indo tão bem. O obstáculo específico foi ser inflexível' ou não obedecer à verdade. Paulo sabia muito bem qual era a resposta à sua pergunta retórica, mas quis deixar bem claro. Esta persuasão não vem daquele que vos chamou (8). O Deus que os chamara (cf. 1,6) não tinha parte nessa rejeição da fé e aceitação da lei. Em vez de ser Deus que os persuadira a dar o passo que deram, foram os judaizantes na Galácia que ameaçavam corromper toda a comunidade cristã.

No versículo 9, Paulo cita um provérbio que, incontestavelmente, era de conheci-mento geral naqueles dias: Um pouco de fermento leveda toda a massa. No Novo Testamento, a levedura quase sempre representa o mal. O provérbio é equivalente a: "Uma laranja podre contamina todas as outras". Onde quer que as pessoas se agrupem, uma minoria mal orientada e turbulenta pode influenciar o grupo todo. A liberdade de expressão é um direito precioso e inviolável, mas a cada momento as pessoas precisam distinguir entre intenção e comprovação. Nosso grande perigo é o mencionado por Jesus: "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" (Mt 22:29). E por que não aplicarmos o provérbio de modo positivo? Um pouco de fermento espiritual leveda toda a igreja, a comunidade, o país e o mundo. Ousaremos ter semelhante fé?

  1. A Confiança e Preocupação de Paulo (5.10-
    2)

A próxima expressão do apóstolo se reporta aos versículos 7:8, onde ele já havia falado sobre a persuasão dos gálatas. Agora, acrescenta: Confio de vós, no Senhor (10). Ele também tinha uma persuasão." Sua confiança era que estes convertidos não sentiriam nenhuma outra coisa. Paulo tinha certeza de que, quando recebessem a carta, eles não pensariam diferente dele. Esta é a expressão mais importante de toda a carta (ver comentários 4:11) sobre sua confiança no resultado satisfatório da controvérsia.

Em seguida, Paulo volta a falar dos que estavam perturbando os gálatas: Aquele que vos inquieta, seja ele quem for, sofrerá a condenação (10). Os oponentes de Paulo sofreriam as conseqüências trágicas que ele mostrara haver para quem assu-misse o método da lei e não o método da fé. A frase seja ele quem for indica que:
a) Paulo não conhecia seus adversários; ou
b) Seus oponentes seriam julgados fossem eles quem fossem.

O versículo 11 dá a entender que os oponentes de Paulo tinham garantido aos gálatas que, sob certas circunstâncias, o próprio Paulo ainda aprovaria a circuncisão que eles defendiam. Em réplica, o apóstolo pergunta: Irmãos, se prego ainda a circuncisão, por que sou, pois, perseguido? (11). Claro que Paulo tinha pregado a circuncisão nos dias em que não era cristão. Havia observações que ele fez e episódios que aconteceram (cf. At 16:3-1 Co 7,18) que dariam essa interpretação. O argumento que convenceria que ele já não estava pregando esta doutrina era o fato de que estava sendo perseguido por rejeitar a circuncisão.

O escândalo da cruz, entre os judeus, era a negação da circuncisão. Se Paulo estivesse promovendo ou permitindo a circuncisão sob ameaça de perseguição, ele esta-ria acabando com o escândalo — logo, o escândalo da cruz está aniquilado (11). Tal idéia era inconcebível para o apóstolo.

Paulo estava tão profundamente perturbado pela intenção dos seus inimigos da Galácia que ele declara: Eu quereria que fossem cortados aqueles que vos andam inquietando (12). O apóstolo chegara ao ponto (incrível em se tratando de judeu) de considerar a circuncisão proposta para seus convertidos nada mais que mutilação física. Desesperado em sua grande preocupação, ele expressou o desejo que aqueles que insisti-am na circuncisão fossem em frente e se submetessem à emasculação."

Este desejo encerra o argumento de Paulo de que a salvação é pela fé e não pela lei (obras). Junto com seu ensino semelhante em Romanos, isso se tornou o alicerce da importante doutrina da justificação pela fé. Esta verdade é central no protestantismo evangélico desde os dias de Lutero e da Reforma.

O restante da carta tem um tom inteiramente diferente, visto que Paulo passa a fazer advertências e não a apresentar argumentos.

SEÇÃO IV

EXORTAÇÃO - PELO ESPÍRITO E NÃO PELA CARNE

Gálatas 5:13-6.10

A. UMA NOVA ESCRAVIDÃO DE AMOR, 5:13-15

Neste trecho, Paulo declara concisamente a base para a conduta ética que ele está prestes a apresentar aos gaiatas. A liberdade para a qual eles foram chamados não devia ser abusada como base de operações para a carne. Pelo contrário, eles tinham de servir uns aos outros como escravos do amor. A lei tem seu cumprimento em uma palavra, qual seja: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 19:18). Mas se continuarem lutando entre si, como animais selvagens, eles se destruirão.

1. A Natureza da Liberdade Cristã (5,13)

Agora Paulo se dedica a uma nova tarefa.' Ele mostra as implicações morais da fé cristã. Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade (13). Este fato diz respeito à liberdade da lei e à conseqüente liberdade do pecado. Foi para essa liberdade que eles foram chamados por Deus. Paulo apresentara com esmero argumentos para mos-trar que esta era parte indispensável da crença que encontraram em Cristo. É mais que natural que a insistência paulina nesta liberdade tenha levado seus oponentes a temer que ele destruísse o único bastião contra a maré da imoralidade pagã (cf. Introdução). Eles temiam que os gentios não tivessem uma restrição essencial, mas que entendessem erroneamente esta liberdade. O termo "somente" (KW) não é usado para limitar o que fora declarado ("somente" não useis, então, da liberdade para dar ocasião à car-ne), mas para chamar atenção a algo importante.'

Para acalmar os temores desnecessários de seus inimigos e orientar seus con-vertidos adequadamente, Paulo os exorta a não usar da liberdade para dar oca-sião à carne (13). Este comportamento, obviamente, seria um abuso da liberdade que têm na fé — mas o que significa exatamente? Como comentado acima (ver co-mentários em 5.1), a liberdade dos crentes resultou na libertação do domínio e po-der compulsivo do pecado. Eles não são mais controlados pela carne pecadora -forçados a viver por ela! Contudo, o abuso dessa liberdade forneceria ocasião ("oportunidade", CH) 3 para o pecado recuperar o controle sobre eles (ver comentá-rios em 5:16-25).

De modo típico, Paulo via a proteção contra tal abuso da liberdade, não negando a escravidão compulsiva do legalismo, mas aceitando uma nova escravidão voluntária de amor: Servi-vos uns aos outros pela caridade (13; "pelo amor", ACF, AEC, BAB, RA). O verbo está no modo imperativo (cf. Introdução) e declarado em termos claros e positivos. Eles foram admoestados a escravizarem-se' uns aos outros voluntariamente. Este é um paradoxo vital e esclarecedor! Eles eram livres, contudo, para permanecer livres, tinham de se escravizar novamente (cf. Rm 6:15-22; 1 Co 9.19). Esta é a preocu-pação constante de Paulo. Como você usa sua liberdade? Como você vive sua nova vida? (ver comentários em 2.20).

Esta nova escravidão era possível através dos amor (agape). O contexto revela que a significação de agape é "claramente benevolência, desejo da felicidade dos outros, levan-do a esforços para o bem deles".' O homem .em Cristo é "libertado para o amor": Este conceito se harmoniza com o ensinamento' consistente de Paulo. Quando acoplado com o versículo 15, fica claro que o abuso ameaçador da liberdade dos gálatas estava na área das relações pessoais.

Paulo negou veementemente que a rejeição das obras eliminasse a dinâmica para a conduta moral e ética; pelo contrário, promovia tal dinâmica. A verdadeira fé se expressa em amor. Vemos também esta verdade no fato importante de que agape não é mero sentimento humano; é o amor de Deus que foi derramado no coração do crente (cf. Rm 5:5). O agape é o fruto do Espírito. A verdadeira alternativa para a arregimentação do legalismo é a disciplina do espírito humano pela submissão à ori-entação do Espírito Santo.

Esta escravidão de amor quando relacionada aos seres humanos é o aspecto perma-nente da nova vida sob a direção do Espírito, que começou na "capitulação [do crente] a Cristo".9 Em I Tessalonicenses 3:12-13, Paulo identifica claramente esse andar de amor com a santidade. À medida que o Senhor "faz" os crentes aumentar e abundar neste amor uns pelos outros e para com todas as pessoas, o resultado é o que o coração dos crentes se estabelece inocente em santidade (hagiosune).18

A preocupação de Paulo pelo uso certo da liberdade reflete uma das necessidades mais críticas da igreja de hoje. Como é freqüente as pessoas terem a nova vida em Cristo e a liberdade que dá, mas não viverem sob a direção do Espírito (ver comentários em 5:16-26) ! Pelo contrário, permanecem na terra de ninguém, vivendo sob a direção do eu. Elas estão em constante perigo de abusar da liberdade e perder a nova vida. Como Paulo bem sabia, só há uma solução para este problema do pecado: Entrar voluntariamente em nova escravidão de amor pela crise da capitulação. Esta ação é o verdadeiro início da vida sob a direção do Espírito.

2. O Amor cumpre a Lei (5.14,15)

Como apoio ao imperativo surpreendente de "servir uns aos outros" como escravos em amor, Paulo declara que toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (14). À primeira vista, esta declaração contradiz tudo que ele laboriosamente argumentara com referência às obras da justiça. Se a lei tinha somente uma função temporária que foi ab-rogada pela vinda de Cristo, então por que o crente deveria se preocupar em cumprir a lei?

Não há dúvida de que Paulo usa a palavra "lei" (nomos) de dois modos diferentes, mas não devemos interpretar esta constatação com o sentido de que o termo tenha signi-ficados intrinsecamente contraditórios. Em Romanos e Gaiatas, onde Paulo está comba-tendo os judaizantes, ele usa o termo no sentido em que seus oponentes o usavam, qual seja, "um sistema legalista". Quando Paulo usa a palavra desta maneira, que podemos dizer que é polêmica, precisamos entendê-la como esforço de obter salvação pelas boas obras — obras da justiça. O crente está morto para tais obras da lei (cf. Rm 7:4-6). Por outro lado, o que Paulo entendia da lei, em seu sentido básico como padrão divino, tem exigências obrigatórias para todos os homens. Estas exigências só podem ser satisfeitas ou cumpridas por Cristo (cf. Rm 8:4). O amor (agape) que Paulo exorta que os gálatas expressem não é humano; é o amor de Deus e o fruto do Espírito.

Assim, toda a lei com todas as suas exigências cumprem-se através do amor de Deus (Cristo), conforme é expresso na vida do crente. Em muitas traduções, a palavra se cumpre é substituída por "se resume"." A razão para isto é a passagem paralela em Romanos 13:9: "Se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume [anakephalaioo]: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo". Devemos observar que na passagem de Romanos o resumo diz respeito aos mandamentos, alguns dos quais Paulo acabara de relacionar, que estão "resumidos" no "grande mandamento". Mesmo neste contexto (Rm 13:8-10), ele deixa claro que o amor é o cumprimento (pleroo e pleroma) da lei. Ainda que os mandamentos estejam resumidos no grande mandamento, a lei inteira se cumpre no amor. Isto significa que todas as exigências da lei de Deus são totalmente obedecidas através do amor. Está claro que o cristão não está isento das exigências da lei. Deus não pode favorecer os que fazem o que ele proíbe. Esta obediência não é o meio de obter salvação, mas o resultado do dom da graça de Deus — o Espírito Santo.

A expressão numa... palavra é reconhecida facilmente como citação de Levítico 19:18 (LXX), que Paulo usou em Romanos 13:9 e que Jesus aludiu como o segundo gran-de mandamento.' Tiago a denomina de "lei real" (Tg 2:8). Não há melhor comentário sobre isso que Lucas 10:27-37, Romanos 12:15 e I Coríntios 13.

O Paulo invariavelmente prático aplica o princípio do amor ao que obviamente era o problema urgente na Galácia: Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros (15). É lógico que os judaizantes não tinham convencido todos os convertidos de Paulo. O resultado foi discussão acalorada e dolorosa. Paulo descreve a cena como animais selvagens em combate mortal. A ordem e os tempos verbais dos termos usados caminham para um clímax: mordeis, devorais e consumais dão indicação da devastação completa e absoluta.' Não há que duvidar que a cena feriu Paulo mais do que tudo: Ver seus convertidos amados destruindo-se mutuamen-te. Não há quadro mais triste em qualquer igreja em qualquer época. O único remédio adequado é o amor que faz a pessoa servir em vez de consumir seus semelhantes.

B. CONTRASTE ENTRE A VIDA NO ESPÍRITO E A VIDA NA CARNE 5:16-26

1. A Oposição entre Espírito e Carne (5:16-18)

Nesta subdivisão, Paulo admoesta os crentes gálatas a andar no Espírito, para que os desejos da carne não venham a ser satisfeitos. Ele mostra que os desejos do Espírito e os desejos da carne se opõem diretamente um ao outro. Aquele que é conduzido pelo Espírito não está mais sob a lei que leva à escravidão da carne.

Como indicado no versículo 13, o serviço de amor ao qual os crentes gálatas foram admoestados a fazer não era mero afeto ou sentimento humano. Era amor divino. Para alcançar este tipo de amor era necessário viver numa relação vital com Deus, descrito neste contexto como viver pelo Espírito. Paulo dá um imperativo novo, mas relacionado: Digo, porém:Andai em Espírito (16). O verbo grego traduzido por andai (peripateo) é termo comum no Novo Testamento. Nos Evangelhos Sinóticos é usado exclusivamente em sentido literal; no Evangelho de João, Apocalipse e Atos tem geralmente o significado literal. Nos escritos de Paulo sempre é usado em sentido figurado, significando "viver" ou "portar-se", "conduzir-se". Para viver essa vida de amor, os gálatas têm de viver pelo' Espírito. Neste contexto, Espírito (pneuma) não se refere ao espírito humano nem ao Espírito divino do ponto de vista independente um do outro, mas ao Espírito divino quando Ele habita o espírito humano. O homem interior do crente tem de estar sob a força motivadora e capacitadora do Espírito Santo. Isto está em contraste diametral com a vida anterior, que era motivada pelos desejos da carne.

Esta vida nova vivida permanentemente debaixo do Espírito é possibilitada pela apresentação da crise pessoal a Deus (ver comentários em 2.20). Antes de viver em tal relação, a pessoa tem de primeiro entrar nela. Esta é a dupla preocupação de Paulo.

O apóstolo preferiu declarar a conseqüência negativa do andar pelo Espírito: E não cumprireis a concupiscência da carne (16). Quando o homem de fé vive e anda pelo

Espírito, duas coisas acontecem:
a) A concupiscência (luxúria, "desejos", BAB, BJ, CH, NTLH, NVI) " da carne (pecaminosa, cf. BV) não se cumpre, ou seja, não é satisfeita.' É porque o homem de fé não vive de acordo com a carne. Paulo descreve vividamente os desejos satisfeitos da carne como "as obras da carne" (19-21).
b) A segunda coisa que acontece quando o crente anda pelo Espírito é o resultado positivo: A vida do crente produzo fruto do Espírito (começando com o amor). O contexto (15) indica que o proble-ma imediato era a falta desta frutificação de amor entre os irmãos gálatas.

Como comprovação de sua declaração, Paulo enfatiza a oposição completa e total entre a carne e o Espírito. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro (17). Esta forma verbal que Paulo usa foi traduzida com precisão: A carne cobiça ("deseja"; AEC, NVI; "anseia", BAB) contra Espírito. É comum este verbo ser compreendido e traduzido como substantivo, por exemplo: "Os desejos da carne são contra o Espírito"." Se, como ocorre freqüentemente, verbo tem a força de substantivo, então é a mera descrição de dois modos de vida contraditórios. Este entendimento está em harmonia com a outra passagem importante, onde o Espírito é contrastado com a carne.'

Paulo usa o versículo 17 para fundamentar a declaração feita no versículo prece-dente." Os desejos da carne não serão satisfeitos se o crente andar pelo Espírito, por-que a vida pelo Espírito é totalmente oposta ao modo de vida pela carne. Os desejos da carne não serão mais satisfeitos se o crente andar pelo Espírito, porque tais desejos representam dois modos de vida contrastantes: São totalmente antitéticos.

Este versículo, retirado do contexto, é usado para ensinar a "teoria das duas nature-zas", que afirma que o crente sempre está dividido entre duas forças igualmente podero-sas. O resultado desta teoria é o crente viver duas vidas: servindo a Deus com sua natu-reza superior (ou nova natureza) e servindo ao pecado com a natureza inferior (ou velha natureza, i.e., a carne). Esta bifurcação faz violência séria ao pensamento de Paulo. De maior importância, ignora o contexto; em vez de confirmar a declaração de Paulo, esta interpretação a contesta. Ignora o claro ensino paulino que diz que o poder da carne pecaminosa foi destruído pela cruz. A carne, como instrumento do pecado, foi erradicada (ver comentários em 5.24).21

Antes de Paulo fazer o contraste entre as "obras da carne" e o "fruto do Espírito", ele adiciona uma observação importante: Para que não façais o que quereis (17). O texto grego não diz: "Por isso vocês não podem fazer o que vocês querem" (NTLH; cf. CH), mas para que não façais o que quereis.' A oposição do Espírito à carne é tamanha que resulta' em proteção vital para o crente que anda pelo Espírito. Ele não precisa fazer o que ele por si mesmo faz.' Não é que ele seja incapaz de seguir os próprios desejos, mas que ele não tem o poder de segui-los quando são contrários à vontade de Deus. Isto significa que, quando o crente anda pelo Espírito, os desejos do Espírito substituem os desejos da carne.

Tendo definido o contraste, Paulo retorna ao tema, mas usa termos ligeiramente diferentes, antes de descrever o contraste. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei (18). A expressão guiados pelo Espírito é paralela à expressão andai em Espírito (16).25 Porém, o termo guiados enfatiza a submissão do crente ao Espírito. A frase não estais debaixo da lei é rememorativa de Romanos 6:14, onde, no meio de uma descrição vívida da libertação do pecado pela morte com Cristo, Paulo faz a mesma observação, acrescentando: "Mas [vós estais] debaixo da graça". As alternativas rígidas estão constantemente na mente de Paulo. A vida debaixo do Espírito, com a vitó-ria sobre a carne, está em antítese direta com a vida debaixo da lei, a qual estes conver-tidos estavam pensando em voltar.

Hoje, o crente em Cristo não enfrenta a mesma ameaça da escravidão à lei, mas é muito real a rígida alternativa entre viver debaixo do Espírito e viver debaixo do pecado. Viver debaixo do Espírito é a única proteção contra viver debaixo do pecado.

2. As Obras da Carne (5:19-21)

Vemos também o contraste entre o Espírito e a carne na manifestação das obras da carne. Depois de enumerá-las, Paulo exorta os crentes gaiatas dizendo que quem faz tais coisas é excluído do Reino de Deus.
Quando o homem vive de acordo com as paixões e desejos da carne (cf. 5.16,17,24), certos resultados são inevitáveis. Paulo denomina estes resultados de as obras da car-ne (19),26 expressão importante quando comparado ao "fruto" do Espírito. Essas obras são manifestas publicamente; são laramente reconhecíveis para que todos vejam o que realmente são.

a) Imoralidade sexual (5.19). As primeiras três obras dizem respeito à satisfação sexual, e sugerem um clímax de depravação. Paulo começa com esta área, por causa do clima moral do mundo de seus dias. Toda forma imaginável de imoralidade era comum e abertamente praticada por governantes, nobres, filósofos, poetas, sacerdotes e adoradores, sem o sentimento de vergonha ou remorso. Era um modo de vida aceito.' Não admira que este fosse um problema com que Paulo tanto se preocupasse quando lidava com os convertidos que vinham do paganismo. Segundo ele, não há acordo nesta área; a imora-lidade não pode ter lugar na vida cristã.

Prostituição é o significado básico do termo grego porneia, mas na verdade diz respeito a toda relação sexual ilícita." Também inclui tendências antinaturais como in-cesto ou homossexualidade. Impureza (akatharsia) é a impureza moral, do corpo ou da mente, que é repulsiva a homens responsáveis e os separa de um Deus santo." O termo lascívia (aselgeia) é de etimologia mais duvidosa, mas o uso de Paulo é claro ao relacioná-lo com a imoralidade." Trata-se de conduta temerária, escárnio desavergonhado dos pa-drões de decência pública ou até respeito próprio sem levar em conta o direito dos ou-tros.' Barclay relaciona significativamente estes três termos: "Porneia indica pecado em área específica da vida: a área das relações sexuais; akatharsia indica profanação geral da personalidade inteira, manchando toda esfera da vida; aselgeia indica amor ao peca-do tão despreocupado e tão audacioso que a pessoa deixa de se preocupar com o que Deus ou os homens pensam de suas ações"."

Para pessoas sensatas, a falta de firmeza moral que avassala nosso mundo é para nos deixar preocupados. A história revela que esta situação é o precursor certo de uma civilização em colapso. O sinal mais sério é quando educadores defendem o amor livre e a retirada de limites e inibições morais. O passo final é a aceitação disso pelos líderes religiosos e já há indícios dessa atitude!" A resposta cristã para nossos dias não é dife-rente da resposta nos tempos de Paulo; não é um legalismo morto, mas uma disciplina dinâmica pelo Espírito.

b) Falsas doutrinas (5.20ab). O segundo grupo de "obras" más se relaciona com práti-cas religiosas pagãs, que também se constituíam problema entre os convertidos de Paulo que vinham do paganismo. Idolatria (20, eidololatria) " é a adoração da imagem e do deus que ela representa. Nisto se acha o perigo sutil. Originalmente, nenhum ídolo foi feito para ser adorado. A imagem tinha o propósito de localização e visualização para tornar mais fácil adorar o deus do qual era representação." O mal básico na idolatria é que a criação é adorada no lugar do Criador (cf. Rm 1:19-23). Neste sentido, "idolatria" é igual-mente um problema em nossos dias, embora esteja revestido com requinte." "Sempre que qualquer coisa no mundo passa a assumir o principal lugar em nosso coração, mente e propósito, então essa coisa tornou-se ídolo, pois usurpou o lugar que pertence a Deus."'

Não é coincidência que a idolatria esteja associada com imoralidade na mente de Paulo. A prostituição era elemento básico de muitas religiões pagãs. No Antigo Testa-mento, há um precedente claro para a condenação dos dois em associação entre si."

A prática de feitiçarias (pharmakeia) é o uso de bruxaria ou magia na religião. Originalmente, a palavra significava o uso de remédios, mas depois se voltou para fins maus (cf. veneno)." Este tipo de feitiçaria tornou-se meio de prática de magia mais am-pla, que por superstição foi relacionada estreitamente com religião. Há muito que este problema infesta a igreja cristã. Em vez de ser eliminada, em alguns lugares quantidade escandalosa dessa prática de feitiçaria foi "cristianizada".

c) Relações humanas não-cristãs (5.20c,21). As próximas oito "obras da carne" estão no centro da lista de maus hábitos. Todas estas oito obras têm a ver com relações interpessoais, condição que destaca o fato de ser de grande preocupação para Paulo.

Inimizades (20, excelente tradução de echthrai) era atitude de vida aceita e apro-vada nos dias do apóstolo. Com inimizade franca entre grupos raciais e culturais (e.g., gregos versus bárbaros, judeus versus gentios), não é de admirar que estas atitudes ca-racterizassem as relações entre as pessoas. Tudo isto é contrário à moral cristã, e Paulo determina sua verdadeira origem. "A mente da carne é inimizade contra Deus" (Rm 8:7, lit.), e naturalmente resulta em inimizade contra os homens. Essas inimizades produ-zem porfias ou desinteligências (eris; "brigas", CH, NTLH). Inimizade (echthra) é a atitude mental para com as pessoas; e briga (eris) é o resultado na vida real desse estado mental.' Inimizades e brigas têm uma inter-relação crucial que trabalha em ambas as direções. Inimizades resultam em "brigas", e "brigas" causam inimizades. Paulo deixa claro que "brigas", atitude tão característica no mundo pagão (cf. Rm 1:29), estavam diametralmente opostas à unidade que Deus planejou para a comunhão cristã. Por isso, condenou com veemência seu aparecimento na igreja.' Este tópico foi tão importante que mais três termos são usados para tratar da mesma questão fundamental de elemen-tos divisores no corpo de Cristo.

No Novo Testamento e na Septuaginta, o termo emulações (20, zelos) tem dois significados diferentes. Paulo o usa com o sentido de zelo, entusiasmo ou ardor na busca de uma causa ou tarefa.' No grego secular, zelos descrevia uma virtude nobre (cf. 2 Co 11.2), fornecendo ímpeto para emular aquilo que era admirado nas realizações ou posses dos outros. Porém, tal concentração na felicidade dos outros pode se degenerar em res-sentimento invejoso, tornando zelos semelhante à inveja (phthanos, 21). Assim, emula-ção (zelos) não é intrinsecamente mal. Quando a pessoa depara o sucesso e realizações dos outros, ela pode se inspirar e escalar novas alturas, ou se ressentir dessa felicidade com ciúme amargo. Este é o segundo significado da palavra grega zelos encontrada no Novo Testamento.' Significa "ciúme" com conotação má. O significado nesta passagem é, obviamente, "ciúme."

Uma das "obras da carne" mais complexa é ira (20, thymoi). Na Septuaginta, tem "extensa gama de significados: ira humana e ira divina, ira diabólica e ira bestial, ira nobre e ira destrutiva".' Paulo e outros escritores do Novo Testamento usam o termo primariamente com referência a homens.' Refletindo uma distinção encontrada no gre-go secular, thymos enfatiza os aspectos violentos e breves da ira, ou seja, "temperamento explosivo, ou raiva instantânea"; é diferente da ira mais crônica (orge). Na realidade, thymos é "raiva" que é verdadeira "loucura temporária", refletindo hostilidade pecami-nosa que é nitidamente um mecanismo de defesa da carne. Já se disse que uma persona-lidade sensata necessita de moderação, equilíbrio, mas não há dúvida de que raiva tem conotações boas e más.' Mas no Novo Testamento, o temperamento útil sempre é orge e nunca thymos. "O termo grego thymos é algo que deve ser banido da vida cristã. [...] O Novo Testamento é bastante claro em afirmar que semelhante exibição de temperamen-to é manifestação pecaminosa que o indivíduo ainda está no domínio de sua natureza inferior (carne)."47

As próximas três "obras da carne" descrevem com mais detalhes as porfias (20, eris) analisadas acima, e são mais bem compreendidas em relação umas com as outras. A palavra pelejas (20, eritheiai) é traduzida de muitas maneiras," fato que espelha a in-certeza sobre seu significado. Barclay conclui: "Nos escritos de Paulo, a palavra denota claramente espírito de ambição pessoal [cf. NTLH3 e a rivalidade que resulta em partidarismo, o qual coloca o partido acima da igreja".49 A ambição pessoal egoísta é deplorável em posições de confiança e responsabilidade pública, mas não é menos que trágico na igreja."

De estreita relação estão as dissensões (20, dichostasiai), cuja tradução melhor é "divisões". A rivalidade, motivada por egoísmo, só pode resultar em divisões que destro-em a unidade da igreja. Aqui, Paulo não está falando de diferenças fundamentadas em crenças sinceras; ele está preocupado com divisões ocasionadas por motivos errados, cuja procedência é determinada à carne pecaminosa. Diferenças honestas não são in-compatíveis com comunhão harmoniosa, porque parte vital da liberdade e do amor é o respeito pelas opiniões dos outros, mesmo quando estas conflitam com a nossa. Entre-tanto, convém que todo crente examine constantemente o coração para que preconceito não seja confundido com princípio e teimosia com dedicação.

O que é verdadeiro acerca de indivíduos também se aplica à igreja. Diferenças teológicas e eclesiásticas, fundamentadas em crenças, devem ser distinguidas de divi-sões motivadas por interesse congregacional. Quando a igreja ministra a uma socieda-de separada por classe, partido e raça, ela é devidamente confrontada por: "Médico, cura-te a ti mesmo"!

Outro passo no caminho destrutivo da divisão é a heresia (haireseis). A transliteração heresia transmite mais da idéia de algo não ortodoxo do que o termo grego. A palavra original descreve basicamente um grupo que está unido pelas mesmas crenças ou conduta. Não tem intrinsecamente uma conotação ruim 5' Contudo, Paulo usa o termo com referên-cia aos elementos divisores na igreja que se formaram em grupos ou seitas." Tais grupos exclusivos (ou panelinhas) fragmentaram a igreja e "uma igreja fragmentada não é igre-ja!' É mais que natural que estes grupos exclusivos se considerassem certos e todos os outros errados. Paulo condenou semelhante sectarismo, tachando-o de "obras da carne".

Inveja (phthonos ,
21) é conceito totalmente ruim Diferente de emulações (20, ze-los), não há possibilidade de ser bom. A inveja produz ressentimento amargo e, na maio-ria das vezes, o esforço de privar os outros de sua felicidade e sucesso (cf. Rm 1:29; Fp 1:15).

Claramente refletida nestas "obras da carne", que têm a ver com relações interpessoais, está a preocupação de Paulo com a unidade e harmonia da comunidade cristã. Ninguém vive, ou morre, em honra de si próprio. Pecado é uma espada de dois gumes, com os fios aguçados da responsabilidade pessoal e das conseqüências sociais. O maior mal proveniente da raiva, inimizade, ciúme, inveja e rivalidade é o que eles fazem à igreja. Estas atitudes carnais pessoais produzem pelejas, divisões e grupos exclusivos.

Estes fatos falam da dificuldade da unidade superficial. Estes males não podem ser varridos para debaixo do tapete da transigência ou do fingimento. As pessoas que "vivem na carne" não podem "viver em unidade". Há "um caminho ainda mais excelente", para o qual Paulo volta a atenção momentaneamente.

Paulo encerra a lista das "obras da carne" com dois termos' cujos significados são totalmente óbvios: bebedices (methai) e glutonarias (komai). As Escrituras, e surpre-endentemente o mundo dos dias de Paulo, reconheciam que a "embriaguez" (NVI) era vergonhosa e degradante. É lógico que não tem lugar na vida do cristão. Embora o termo glutonarias fosse usado no grego secular com o significado simples de comemoração, no Novo Testamento descreve excessos que são mais bem descritos por devassidão e liberti-nagem. Tais ações contradiziam o testemunho cristão.

Esta lista, de modo algum, é conclusiva. E não era intenção de Paulo que fosse base de um exaustivo código cristão de regras. A frase e coisas semelhantes (21) mostra que o escritor visava uma lista que fosse, em princípio, representativa dos males resultantes da vida segundo a carne. É trágico, e amedrontador, perceber que estas "obras da carne" são, sem exceção, perversões do que é em si mesmo potencialmente bom. Originam-se de dese-jos legítimos satisfeitos ilegitimamente. Portanto, sempre são possíveis armadilhas até para o homem de fé. Satanás é inimigo esperto e o pecado é enganoso. O cristão precisa examinar o coração e a vida sob a luz dos ensinos bíblicos e sob a orientação do Espírito.

É óbvio que Paulo exortara os gálatas em ocasião anterior (cf. 1.9; 4,13) sobre as conseqüências de tal vida. Ele os lembra desse fato e declara que esta carta é repetição da exortação — antes que o mal aconteça." Acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem' tais coisas não herdarão o Reino de Deus (21). O Reino de Deus, do qual o homem que vive pela carne será excluído, é a esperança cristã da vida eterna com Cristo aqui e no outro mundo. Esta é a "herança"' do crente, é a salvação em seu mais pleno sentido.

Paulo também enunciara repetidamente esta exortação solene para outras igrejas." Os crentes não estão isentos da responsabilidade ética mais do que os judeus (cf. Rm 2). Havia obviamente um sério ponto de engano aqui que infelizmente permanece até hoje. Em vez de indiferença ética, o homem em Cristo tem pela primeira vez os recursos para viver como Deus quer que ele viva.

A razão para a objeção veemente de Paulo da volta dos gálatas à lei era que, na realidade, seria uma volta à carne. Fazer isso equivalia excluir-se de Cristo. Deus não tem padrão duplo, nem vê o crente por ângulo parcial, ignorando-lhe a conduta, mas aceita no lugar do crente a obra perfeita de Cristo. Todo homem que vive pela carne e, assim, produz suas obras é excluído do Reino de Deus (ver comentários em 5.4).

3. O Fruto do Espírito (5.22,23)

O contraste entre a carne e o Espírito atinge um clímax adequado quando Paulo faz a lista do fruto do Espírito (22). No âmago de sua exortação há o apelo para que o crente seja atraído pelo fruto ao mesmo tempo em que é repelido pelas "obras". Embora Paulo aceitasse a opinião prevalecente na igreja primitiva, que dizia que a presença e atividade do Espírito eram evidenciadas pelos dons sobrenaturais," ele reconhecia que estas não eram necessariamente prova de caráter moral. Por conseguinte, deu o mais sublime valor e destaque ao fruto do Espírito, que se relaciona diretamente às quali-dades éticas e morais."

Dos versículos 22:23, Alexander Maclaren analisa "O Fruto do Espírito". Ele mos-tra:

1) Os três elementos do caráter;

2) A unidade do fruto;
3) A cultura da árvore;

4) Este é o único fruto digno.

A escolha de Paulo do termo fruto é importante quando comparado com "obras". "Uma obra é algo que o homem produz para si mesmo; um fruto é algo que é produzido por um poder que não é dele mesmo. O homem não pode fazer o fruto."' É freqüente a observação de que o fruto está no singular. Embora indique a unidade das virtudes cristãs, não devemos dar muito foco a esse quesito, porque Paulo usa constantemente a forma singular quando o termo tem um significado figurativo."

  1. Amor (5.22). Paulo está dizendo que estes produtos são resultado do Espírito divino operando no espírito humano. A lista do apóstolo começa necessariamente com agape (caridade; "amor", ACF, AEC, BAB, BJ, BV, CH, NTLH, NVI, RA),' porque este é a maior de todas as virtudes (cf. 1 Co 13.13), é o manto que une tudo com perfeição (cf. Cl 3:14). O amor cristão é uma categoria abrangente e fonte exclusiva dos outros frutos, no mesmo sentido em que o tronco sustenta os galhos, ou o prisma quando reflete as cores da luz." Considerados desta perspectiva, os frutos que se seguem são amor em ação e expressões descritivas do agape (ágape, amor, amor-caridade).

A palavra grega agape é um termo distintamente cristão, criado da necessidade de descrever adequadamente o evangelho da nova criatura." Mais adiante, o termo agape é usado primariamente para se referir ao amor que os indivíduos têm, ou deveriam ter, uns pelos outros," que é reflexo do amor de Deus por eles. Eles devem fixar seu padrão de acordo com o padrão do Senhor. A definição de Barclay é concisa e abrangente: "Agape é benevolência inconquistável, boa vontade imbatível".67 Como tal, é uma preocupação compartilhada e uma identificação generosa com as necessidades dos outros. Esta preo-cupação abrange tudo, embora as pessoas que a recebem sejam indignas; resulta na transformação de quem é amado e de quem ama. Agape por vezes é mal-entendido e confundido com o conceito de amor aceito hoje em dia. Mas há uma diferença. Em vez de ser um sentimento impulsivo pelo qual a pessoa é levada, agape é a resposta da pessoa inteira envolvendo a vontade, o sentimento e o intelecto. Não é fraco e nocivamente permissivo, mas forte e disciplinado.

Talvez a melhor definição de agape seja o que ele faz e o que ele é.' Este tipo de amor tem de agir com generosidade e perdão expansivos. O amor cumpre a lei (14), proporcio-nando atmosfera que caracteriza e motiva a totalidade da vida cristã (cf. Ef 5:2). Ele habilita a verdade — que freqüentemente dói — para que seja falada como pedido e não como ofensa (cf. Ef 4:15). É o laço que une o corpo de Cristo (cf. Cl 2:2) ; evitando que a liberdade se transforme em licenciosidade (13) e edificando os membros do povo de Deus (cf. 1 Co 8.1; Ef 4:16), enquanto vivem juntos em paciência (cf. Ef 4:2; Rm 14:15).

Não surpreende a conclusão de Paulo de que agape deva ser a "busca' do crente. Ele não deve se satisfazer com recompensa menor. Contudo, isto não é algo que parte dele próprio. Compreensivelmente, o "caminho ainda mais excelente" (cf. 1 Co 12,31) não é opção fácil. Talvez alguém pergunte: "Quem poderá, pois, salvar-se?" (Mc 10:27). A respos-ta não poderia ser mais apropriada: "Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis"! Pelo visto, este é o fato mais importante sobre agape. No uso cristão, veio a representar uma qualidade divina. Deus não só nos ama, Ele ama através de nós (13), "porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5:5). O amor é o fruto do Espírito.

  1. Alegria e paz (5.22). Os próximos dois frutos do Espírito têm relação vital um com o outro. Gozo (chara) é a "alegria" (BJ, BV, CH, NTLH, NVI, RA) ou felicidade que irradia da vida do crente — uma expressão externa de paz interior. Em si, a alegria é vista e conhecida pelos outros. Esta é a atmosfera do Novo Testamento." O cristão basicamente infeliz é uma contradição.' O Reino de Deus é caracterizado por alegria (gozo), junto com justiça e paz (cf. Rm 14:17).

A forma comum de saudação no grego secular era "regozijai" (chairein). Ainda que isto não tenha significado mais específico que o moderno "Como vai?", deve ter havido nova significação para os alegres homens de fé. Embora não seja saudação distintamen-te cristã, era usada de vez em quando no Novo Testamento.' Barclay captura o espírito de tal saudação com: "Que a alegria esteja com você"."

A alegria acrescenta brilho a todas as virtudes cristãs, e ilumina toda experiência de vida, mas em nenhum momento brilha mais intensamente do que nas adversidades. Uma das primeiras lições que o novo crente deve aprender é que a alegria não depende das circunstâncias; pelo contrário, as provações são transformadas pela alegria. Não basta suportar ou até vencer as tribulações, pois sem alegria o triunfo está incompleto (cf. Cl 1:11). Não é surpresa que alegria e aflição estejam quase sempre juntas quando o homem de fé sofre alegremente por amor a Jesus.'

Esta alegria cristã não é efervescência superficial, mas jorra de fontes profundas e interiores da vida cheia do Espírito. É um fruto do Espírito! A alegria é a manifestação externa da paz (eirene) interna. Esta paz não é mera ausência de dificuldade, ansiedade e preocupação. Trata-se de serenidade que é o resultado de viver numa relação certa com Deus, com os homens e consigo mesmo. Pela fé em Cristo, o homem encontra paz com Deus (cf. Rm 5:1), e esta nova relação se torna o fundamento para uma vida de paz nas outras duas dimensões.

Na saudação tipicamente cristã, havia paz: "Graça a vós e paz"." Embora a paz seja dom do "Deus de paz"," esta não deve ser mal-entendida. Não é questão de pouca monta viver em paz, sobretudo com certas pessoas! Paulo precisou exortar: "Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens" (Rm 12:18).77 O crente tem de procurar o prêmio da paz (cf. 1 Pe 3.11; Hb 12:14), a qual só será encontrada quando ele andar pelo Espírito, porque a paz é fruto de uma vida cheia do Espírito.

c) Longanimidade (5.22). A "paciência" (makrothumia, BV, CH, NTLH, NVI) é segu-ramente o fruto que torna o homem semelhante a Deus. Como ocorre com outros termos, esta é característica de Deus; e do homem, segundo Deus quer que ele seja. Como Deus é paciente com os homens, então eles são pacientes nele, tanto quanto em relação a seus semelhantes; pois as circunstâncias e os acontecimentos estão nas mãos de Deus.'

Esta virtude bíblica vital não deve ser confundida com mera disposição tranqüila, que permanece impassível diante de toda e qualquer perturbação. Tal modo de vida é mais uma característica nativa da personalidade do que uma qualidade do espírito. Longanimidade é exatamente o que a palavra sugere: ânimo longo, firmeza de ânimo, constância de ânimo, alguém que permanece animado por muito tempo sem se deixar abater. Sua essência primária é a perseverança (Desistir? Nunca!), suportando as pesso-as e as circunstâncias. Como Deus é longânimo para conosco (cf. 1 Tm 1:12-16), assim devemos ser longânimos para com nossos semelhantes (Ef 4:2), nunca admitindo a der-rota por mais que os homens sejam irracionais e difíceis (cf. 1 Ts 5.4). É este tipo de paciência que reflete verdadeiramente o amor cristão (agape; cf. 1 Co 13.4). Tal amor paciente não é nossa realização. É o trabalho de Deus no coração dos homens, pois é o fruto do Espírito.

  1. Benignidade (5.22). Os crentes não devem ser longânimos em um ambiente de isolamento moral. O homem de fé deve expressar benignidade (chrestotes), talvez mais bem traduzida por "amabilidade" (NVI). No Novo Testamento, a bondade de Deus não é uma qualidade moral apavorante que repele o homem; trata-se de amabilidade acompa-nhada de paciência (Rm 2:4). Mas quando é imposta, com esta benignidade há a seve-ridade (Rm 11:22). A amabilidade de Deus tem o propósito de levar ao arrependimento, de forma a poder expressar-se em perdão (cf. Rm 2:4). Vemos melhor esta amabilidade nos homens quando perdoamos os outros assim como Cristo nos perdoou (cf. Ef 4:32). Esta é a maior bondade que o homem pode ter, contudo, poucos são perdoadores por natureza. É o fruto do Espírito.
  2. Bondade (5.22). O próximo fruto é bondade (agathosyne). Está estritamente liga-da a benignidade; mas, da lista de Paulo, bondade é a que fornece a definição menos precisa. A conclusão de Barclay é que significa uma generosidade sincera que é imereci-da, mais que uma justiça relutante ou até mesquinhamente conferida ainda que mereci-da e digna.' É certo que tal generosidade amplia o significado de "amabilidade que per-doa", e é realmente fruto do Espírito.
  3. (5.22). A (pistis) é o fruto mais mal-entendido de todos. Esta é uma das raras ocasiões em que o termo grego é mais ambíguo que o equivalente em nosso idioma. Ao longo do Novo Testamento, pistis refere-se principalmente à ação do crente depender totalmente da obra de Cristo. O fruto do Espírito são virtudes éticas que lidam primari-amente com as relações interpessoais." Em poucos exemplos, o termo grego pistis tem o significado ético de "fidelidade", que é obviamente como devemos entendê-lo aqui.' Em si, descreve lealdade, probidade e confiança. Como se dá com bondade, o padrão huma-no da fidelidade é não menos que o próprio Deus (cf. Rm 3:3). Como Deus é fiel,' assim seus mordomos devem ser (cf. 1 Co 4.2).

Fidelidade não diz respeito somente a manter-se fiel a Deus diante das provas e coações, mas também a ser leal ao próximo. O elogio de Paulo aos seus colaboradores fiéis 1Co 4:17; Ef 6:21) e aos santos fiéis (Ef 1:1; Cl 1:2) certamente engloba tal confian-ça nas relações humanas. Muito corretamente, a fidelidade representa o nível mais alto de responsabilidade entre o marido e a mulher (cf. 1 Tm 3.11). "Não há igreja ou casa-mento que permaneça, a menos que esteja fundamentado na lealdade.' É mais que virtude humana, é fruto do Espírito!

  1. Mansidão (5.22). Este fruto é um dos mais difíceis de definir, principalmente porque é impossível traduzir prautes (mansidão) por um único termo em nosso idioma. Ser manso não tem a conotação de ser "desalentado, desanimado, mole, fraco ou destitu-ído de energia ou força moral". Mansidão é a combinação de força e suavidade.' "Quan-do temos prautes, tratamos todas as pessoas com cortesia perfeita, reprovamos sem ran-cor, argumentamos sem intolerância, enfrentamos a verdade sem ressentimento, iramos, mas não pecamos, somos gentis, mas não fracos.'

A mansidão tem de estar associada com a verdadeira humildade (cf. Mt 11:29; Cl 3:12), o contrário de orgulho e arrogância. Este é o melhor tipo de força, e inspira o enlevo de Deus. Mansidão é uma qualidade de Moisés (Nm 12:3), que de modo magnífico harmonizou força e suavidade em seu difícil papel. O maior exemplo é aquele que era maior que Moisés, Jesus Cristo. Mansidão é a própria essência do caráter daquele que é capaz de limpar o Templo e perdoar uma infeliz adúltera. É este "jugo" que o discípulo é convidado a tomar sobre si (cf. Mt 11:19), pois é supremamente característico da semelhança com Cristo. O crente possui mansidão apenas como fruto do Espírito.

h) Temperança (5.22). O último fruto é temperança (egkrateia), mais bem traduzida por "autocontrole". Embora este fruto descreva a coibição de todas as paixões e desejos do homem 1Co 9:25), também tem a aplicação específica de ser sexualmente moderado 1Co 7:9). Isto é compreensível no mundo daquela época, como também no nosso. A pureza moral era virtude distintamente cristã, e tende a sê-lo hoje. O propósito de Deus é que seus filhos vivam no mundo, mas permaneçam puros da depravação moral que há no mundo. Isto é possível quando o crente anda pelo Espírito, porque autocontrole é fruto do Espírito. Este autocontrole, ou melhor, controle do Espírito, atinge todas as áreas da vida cotidiana.

Com aparente toque de ironia, Paulo encerra sua lista com a observação de que contra essas coisas não há lei (23). Na melhor das hipóteses, esta é uma clássica indicação que serve para confirmar enfaticamente sua alegação de que toda a lei se cumpre no amor e em suas virtudes relacionadas. Sua análise do amor em ação retrata dramaticamente que este é o modo no qual a vontade de Deus para o homem se cumpre em sua total essência e espírito. Isto é igualmente verdadeiro neste nosso século. A vida de amor sob a disciplina do Espírito é a única alternativa adequada ao legalismo e à vida de autodestruição sem restrições.

A preocupação primária de Paulo pela unidade e harmonia da igreja tem seu cum-primento positivo aqui. Não há briga, divisão, seita, raiva, inimizade, ciúme ou inveja quando os homens vivem em paz uns com os outros, em amabilidade, generosidade, fidelidade e mansidão. A virtude exclusivamente cristã do autocontrole é a resposta não só à tríade da depravação moral (19), mas também à embriaguez e orgias.
É óbvio que semelhante vida está fora do poder e força dos homens; encontra-se apenas como fruto do Espírito. Mas essa vida ainda está disponível a todo aquele que verdadeiramente está em Cristo. Os males do mundo não exercem poder contra o crente cujo coração está totalmente capturado pelo Mestre. Ele vive num mundo diferente, no mundo do Espírito Santo!
Nos versículos 16:25, vemos "A Vida no Espírito", centralizada na exortação: Andai em Espírito, 16.

1) Esta vida requer uma grande decisão religiosa; temos de fazer uma escolha entre uma vida guiada e capacitada pelo Espírito Santo ou uma vida guiada por nossos desejos carnais 16:17-24,25;

2) A vida no Espírito nos protege dos males da imo-ralidade, heresia e ódio, 18-21;

3) O Espírito Santo em nossa vida alimenta o crescimento de todas as atitudes semelhantes a Cristo, 22,23 (A. F. Harper).

4. Andar pelo Espírito (5:24-26)

Nesta passagem, Paulo lembra aos gálatas que eles crucificaram a carne com suas tendências e desejos. Já que possuíam vida nova, deveriam viver sob a disciplina do Espírito. Essa situação impediria que surgissem entre eles vaidade e inveja.

Tendo feito nítida comparação entre o resultado de viver na carne e no Espírito, Paulo agora concentra sua atenção em os que são de Cristo (24)." O genitivo possessi-vo não deixa dúvida quanto ao pensamento de Paulo — aqueles que pertencem a Cristo. São os homens de fé, que estão em Cristo Jesus.

a) A crucificação da carne (5.24). Paulo deixa claro que aqueles que estão verdadei-ramente em Cristo crucificaram a carne. Esta metáfora da crucificação tem significa-ção vital para Paulo, e não é mera figura de linguagem. Descreve a identificação do crente, pela fé, com a morte de Cristo." Como resultado direto disso, a carne deixa de ser instrumento do pecado, contra o qual o homem é indefeso e impotente. A cruz destrói o pecado na carne (cf. Rm 8:3). A carne já não é uma força irresistível ou compulsiva para o mal no homem. Paulo declara que o crente "não está na carne", no sentido de ter de viver de acordo com a carne.

É de particular significação que a crucificação da carne tenha acontecido ao homem em Cristo — é experiência do passado; é fato. Esta observação de Paulo contesta a teologia que ensina que a carne permanece inalterada no crente. Que arremedo de evangelho, quando fazem da cruz nada mais que competidora do pecado, cujo destino é perder a com-petição! Tal idéia equivocada resulta em não dar a devida consideração à crucificação da carne. Jesus morreu, não para reconciliar os homens com o pecado, mas para libertá-los.

A maneira específica na qual o poder da carne é aniquilado pode ser vista nesta observação de Paulo em que ela foi crucificada com suas paixões e concupiscências (24). De fato, as paixões (tendências) 88 originais do homem e concupiscências (dese-jos) são moralmente neutras." Seu caráter é determinado pela influência delas.' O mal dos desejos e tendências humanos surge quando estes impulsos neutros são satisfeitos de modo canal, ou seja, contrário à vontade de Deus.

Pela cruz, o homem foi liberto do poder da carne; ele já não vive pela carne. Isto não significa que suas tendências e desejos acabaram. Significa que ele já não tem satisfação e contentamento em viver contra a vontade de Deus. É neste sentido que a carne com suas tendências e desejos foram crucificados.

b) A vida no Espírito (5.25,26). Nós, crentes transformados, somos homens novos, livres e espirituais se vivemos no Espírito (25). Paulo toma por certo a premissa prin-cipal: O Espírito de Deus que habita no crente é essencial para a nova vida do homem de fé (cf. Rm 6:4-8.9). Paulo descreve que o crente vive pelo" Espírito. Paulo usa pneuma de maneira exclusiva, quase fundindo o divino e o humano em um conceito, que descreve

  1. Espírito divino trabalhando pelo espírito humano (o novo homem interior).

O apóstolo declara a vida no Espírito no modo indicativo (ver Introdução), sendo também descrição da experiência presente. Ele usa o modo imperativo como base para um imperativo vigoroso:" Andemos também no Espírito. Considerando que o homem de fé possui nova qualidade de existência, ele tem de viver ativamente pelo Espírito. Para dramatizar essa idéia, Paulo apresentou uma metáfora vívida, usando o verbo gre-go stoicheo, termo militar que significa "marchar"." Esta figura descreve de modo pito-resco a nova dimensão da vida disciplinada vivida debaixo do Espírito.

A tese central de Paulo é que o modo de obter vitória não é negar ou rejeitar a tentação, pois esta ação só ocasiona um vazio moral. O apóstolo foi o único que originalmente ressaltava a ação positiva. O crente que vive pelo Espírito anda sob disciplina. Ele está tão envolvido em seu novo afeto que as tentações da carne são fracas. O crente foge da velha escravidão ao pecado entrando em outra escravidão.

Mas Paulo não estava interessado primariamente em solucionar o problema do pe-cado — vencer a carne. Esta era apenas uma porta que se abria para um novo mundo maravilhoso: A vida nova e gloriosa no Espírito, que produz o fruto suculento descrito no versículo 22.

A ênfase de Paulo em Gálatas está em viver continuamente pelo Espírito — viver ou andar. Mas essa vida deve ter um início, o que requer uma capitulação vital da pessoa para Deus deflagrada por uma crise (cf. 2.20).
Paulo usa o subjuntivo exortativo para apresentar outro versículo fundamental: Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejan-do-nos uns aos outros (26). O texto aponta para trás, fornecendo aplicação final à exortação de andar pelo Espírito. Isso impediria os crentes de tornaram-se' "vangloriosos" (BAB) — literalmente, gloriando-se em coisas que são de pouco valor. Burton sugere que os gálatas tinham o mesmo problema com a liberdade e a lei do amor que tinham os coríntios." Paulo exortara os gálatas sobre o uso que faziam da liberdade como ocasião para a carne (13). A tônica do apóstolo no Espírito e seu fruto, sobretudo no amor, apóiam a tese de Burton,

Quando o indivíduo é vanglorioso (obviamente ambicioso em ficar à frente dos outros), sua tendência é provocar os outros à inveja. A harmonia da comunhão é interrompida.
Este versículo não só aponta para trás, para a exortação do apóstolo (25), mas tam-bém aponta para frente, servindo de introdução às aplicações práticas do amor com as quais Paulo encerra a carta.
No trecho entre 5.25 e 6.5, vemos "Modos de Andar" nas relações cristãs.

1) Não compare sua sorte com a dos outros, ou tente se promover à custa dos outros 5:26;

2) Sempre procure ser compreensivo e perdoador, 6.1,3;

3) Ajude o próximo que está em necessidade, 6.2;

4) Seja autoconfiante sob a autoridade de Deus; evite a autopiedade; esquive-se da atitude que sugere que os outros lhe devem algo, 6.4,5 (A. F. Harper).


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 1 até o 24
5.1 jugo. A literatura judaica da época compara a lei a um jugo ao qual o obediente se submete. Paulo não quer que os seus leitores de origem gentílica permitam que a lei tome o lugar de Cristo em suas vidas (Mt 11:29; At 15:10). Ver nota teológica “Liberdade Cristã”, índice.

5:2 Considerar Cristo e circuncisão como necessários para a salvação é o mesmo que negar a suficiência da morte de Cristo para a salvação. Para aqueles que foram libertos em Cristo, submeterem-se à circuncisão para a salvação é comprometerem-se a fazer o que está completamente fora de seu alcance (2,21) e rejeitar o que Cristo tem feito por eles. Isto seria como voltar ao domínio do pecado e à maldição da lei.

5.4 da graça decaístes. Isto é, estariam renunciando à graça de Deus por não mais depositar sua confiança nela. Os que foram escolhidos em Cristo serão guardados de semelhante renúncia do evangelho, em vista do que Paulo mantém-se confiante de que atenderão à sua advertência (v. 10). Entretanto, pode haver, dentre os que para nós parecem ser verdadeiros membros de Cristo, aqueles que abandonarão o evangelho (Rm 11:22; 1Jo 2:19). A Escritura nos admoesta, em vista disso, a procurarmos “com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição" (2Pe 1:10), vivendo de um modo que demonstre a realidade da presença do Espírito dentro de nós (5.16-6.10; Hb 10:26, 27; 2Pe 1:5-11).

5.5 esperança da justiça que provém da fé. A firme esperança de justiça mediante a fé contrasta com a vã esperança de justiça por meio de obras da lei. O Espírito Santo dá ardente expectativa de justificação no último dia porque nós já fomos justificados em Cristo (Rm 5:1-5,9,10). Esse mesmo Espírito, ao conferir-nos os benefícios salvíficos de nosso Senhor ressurreto, é para nós uma antecipação da completa herança na glória (2Co 5:5; Ef 1:13).

5:6 Paulo não está contestando a circuncisão como tal (6.15; 1Co 7:19; conforme At 16:3) mas a tentativa de fazer desse rito uma condição para a salvação. Quem crê em Jesus Cristo e demonstra a autenticidade de sua fé por meio de uma vida santificada, está salvo. Ver “Fé e Obras” em Tg 2:24.

5.11 se ainda prego a circuncisão. Pode ser que Paulo esteja referindo-se à sua vida antes da conversão ou, talvez, refutando uma falsa acusação dos seus adversários de que ele pregue a necessidade de circuncisão para a salvação quando os apóstolos de Jerusalém estão presentes, mas esquece essa exigência quando está na companhia dos gentios (1.10).

escândalo da cruz. Ver 1Co 1:18-2.5.

5.12 até se mutilassem. Ver referência lateral. A ira de Paulo vem de ver novos crentes serem desviados. Jesus disse algumas palavras igualmente fortes para advertir aqueles que ousavam conduzir outros ao erro (Lc 17:1,2).

5.13 liberdade. Liberdade cristã é liberdade do pecado, não liberdade para o pecado (Rm 6:1-7.6). Ver “Liberdade e Escravidão da Vontade” em Jr 17:9.

5.14 toda a lei. A carta de Paulo aos Gálatas não anula a lei. Cristo cumpriu a lei; não a aboliu (Mt 5:17). Certas partes da lei, tais como as regras sobre os alimentos, não se aplicam mais na nova aliança, mas os mandamentos morais da lei permanecem como declarações da vontade de Deus para a conduta cristã (Rm 8:2-8; 13 8:45-13.10'>13 8:10).

Amarás. Ver Rm 13:10; 1Co 13; conforme Mt 19:19.

5.16 andai no Espírito. A habitação do Espírito Santo naquele que crê é um sinal de que o mesmo faz parte do povo de Deus e é herdeiro das promessas da aliança dadas a Abraão (3.14; 4.6; 5.5). A presença do Espírito é também um sinal de que no dia derradeiro Deus declarará justo aquele que crê (5.5; 2Co 1:22; 5:5).

5.17 a carne. Ver “Santificação: o Espírito e a Carne” em 1Co 6:11. Paulo diz em 6.13 que os agitadores da Galácia queriam circuncidar os gálatas a fim de gloriarem-se em sua “carne” e, em 2.16, Paulo diz que pela obsevação da lei “nenhuma carne” (isto é, ninguém) será justificada. Paulo usa o termo "carne" em, pelo menos, três sentidos. Em um sentido mais geral, refere-se ao que é humano. Em um outro sentido, refere-se ao corpo físico. Em um sentido mais específico, principalmente quando aparece em oposição a “espírito”, refere-se à natureza humana pecaminosa, que envolve também mente e alma. Se os gálatas abandonam a Cristo e põem sua confiança na lei, estarão voltando à confiança na carne e, dessa forma, para a existência debaixo da maldição da lei. Há esperança e advertência nas palavras de Paulo. Embora os desejos da carne se oponham ao Espírito, os desejos dados pelo Espírito Santo livram-nos da carne e da lei.

5.20 porfias... facções. Paulo relaciona os pecados infames que os legalistas condenariam, mas relaciona em seguida exatamente os pecados dos quais eles eram culpados (v. 15).

5.21 não herdarão o reino de Deus. Uma das quatro vezes que essa frase aparece nas cartas paulinas (1Co 6:9,10; 15:50; conforme Ef 5:5). O que Paulo afirma é que aqueles que não demonstram as virtudes do Espírito (v. 22) em suas vidas não participarão do reino eterno de Deus.

5.22 fruto do Espírito. Paulo usa a metáfora do fruto para descrever a conduta do crente em Rm 6:22, Ef 5:9 e Fp 1:11. João Batista, da mesma forma, proclamou que verdadeiro arrependimento produz ações morais concretas como "fruto" (Mt 3:8; Lc 3:8). O amor produzido pelo Espírito é como o amor de Cristo. Esse vai muito além do que os feitos de uma justiça própria legalista (Lc 10:25-37).

5.24 crucificaram a carne. Ver 2.20; 6.14; Rm 6:6. Para o povo de Cristo, a cruz quebrou o domínio da lei (2,19) e também o domínio da carne. Pela fé, reconhecem a realidade da sua união com Cristo em sua morte. Assim, também, ressuscitaram para uma nova vida no Espírito de Cristo e andam, pois, no Espírito (Cl 3:1, 3, 5).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 1 até o 21
5:1 Agora temos paz com Deus, que não necessariamente equivale a sentimento de paz como a calma e a tranqüilidade. Paz com Deus significa que nos reconciliamos com O. Não há mais hostilidade entre nós, nenhum pecado bloqueia a relação com O. A paz com Deus é possível solo porque Jesus com sua morte na cruz pagou o preço de nossos pecados.

5.1-5 Esta passagem é a introdução de uma seção que contém alguns conceitos difíceis. Para compreender os próximos quatro capítulos, é bom ter presente a realidade dos dois lados da vida cristã. Por um lado, estamos completos em Cristo (que somos aceptos no, é seguro); por outro lado, crescemos em Cristo (chegamos a ser cada vez mais semelhantes ao). De uma vez temos categoria de reis e responsabilidades de escravos. Sentimos a presença de Cristo e também a opressão do pecado. Desfrutamos da paz que vem como resultado de estar em boas relações com Deus, mas ainda enfrentamos problemas cotidianos que nos ajudam a crescer. Se recordarmos estes dois lados da vida cristã, não nos desalentaremos ao enfrentar as tentações e os problemas. Em seu lugar, aprenderemos a depender do poder de Cristo que está a nosso alcance, porque O vive em nós na pessoa do Espírito Santo.

5:2 Paulo estabelece que, como crentes, agora estamos em um lugar muito privilegiado ("esta graça na qual estamos firmes"). Não só Deus nos declara sem culpa, mas sim nos leva perto do. Em lugar de inimigos, agora somos amigos; e mais ainda, somos seus filhos (Jo 15:15; Gl 4:5).

5.2-5 Como Paulo afirma com claridade em 1Co 13:13, a fé, a esperança e o amor são a essência mesma da vida cristã. Nossa relação com Deus começa com a que nos ajuda a aceitar que a morte de Cristo nos salva de nosso passado. A esperança cresce à medida que nos inteiramos isso de tudo o que Deus tem em memore para nós, de suas promessas quanto ao futuro. E o amor de Deus enche nossas vidas e nos capacita para alcançar a outros.

5:3, 4 Para os cristãos do primeiro século, o sofrimento era a regra mais que a exceção. Paulo nos diz que no futuro vamos triunfar, mas por agora temos que i lutar. Isto significa que experimentaremos dificuldades que nos ajudarão a crescer. Regozijamo-nos nas tribulações, não porque nós gostemos da dor que nos causam, mas sim porque sabemos que Deus usa as dificuldades da vida e os ataques de Satanás para edificar nosso caráter. Os problemas que encontramos acrescentam nossa paciência, a que a sua vez fortalece nosso caráter, aprofunda nossa confiança em Deus e nos dá grande segurança sobre o futuro. Graças a Deus por estas oportunidades de crescer e por nos permitir as enfrentar com sua fortaleza (vejam-se também Jc 1:2-4; 1Pe 1:6-7).

5:5, 6 Os três membros da Trindade participam da salvação. O Pai nos amou de tal maneira que enviou a seu Filho para que se convertesse em ponte (Jo 3:16). O Pai e o Filho enviaram ao Espírito Santo para encher nossas vidas com amor e permitir que vivamos por seu poder (At 1:8). Com tudo este cuidado amoroso, como podemos fazer menos que lhe servir completamente!

5:6 Eramos fracos e incapazes de nos salvar. Alguém teve que vir a nos resgatar. Cristo não só vinho em um bom momento da história, a não ser ao seu devido tempo, de acordo ao plano do Pai. Deus controla a história, e controlou a ocasião, os métodos e os resultados da morte do Jesus.

5:8 Sendo ainda pecadores são palavras maravilhosas. Deus enviou ao Jesucristo para que morrera por nós, não porque sejamos bons, mas sim porque nos ama. Quando não se sentir seguro do amor de Deus, recorde: se O amou quando você ainda era rebelde, pode sem dúvida fortalecê-lo agora que lhe corresponde.

5.9, 10 O amor que motivou a Cristo a morrer é o mesmo que enviou ao Espírito Santo a viver em nós e a nos guiar cada dia. O poder que levantou cristo da morte é o mesmo que nos salva e está a nosso alcance na vida diária. Assegure-se de que, tendo começado uma vida com Cristo, tem uma reserva de poder e amor que pode usar todos os dias ao enfrentar cada desafio ou problema. Pode orar pedindo o poder de Deus e seu amor cada vez que o necessite.

5:11 Deus é santo e não se associa com o pecado. Todos os seres humanos são pecadores e portanto estão separados de Deus. Além disso, cada pecado merece castigo. Em lugar de nos castigar com a morte merecida, entretanto, Cristo carregou nossos pecados e pagou o castigo morrendo na cruz. Agora nos "glorificamos em Deus". Mediante a fé na obra de Cristo, podemo-nos aproximar de Deus em vez de ser inimigos e emparelha.

5:12 Como podem nos declarar culpados por algo que Adão fez milhares de anos atrás? Muitos pensam que não é justo que Deus nos julgue pelo pecado do Adão. Entretanto confirmamos nossa solidariedade com o Adão cada vez que pecamos. Parecemos do mesmo material, com tendência a nos rebelar, e os pecados que nos cometemos condenam. devido a que somos pecadores, não necessitamos imparcialidade a não ser misericórdia.

5:13, 14 Paulo nos mostra que guardar a Lei não salva. Aqui acrescenta que quebrantá-la não é o que traz a morte. A morte é o resultado do pecado do Adão e de quão pecados agora cometemos embora não se pareçam com os do Adão. Recorda a seus leitores que durante milhares de anos a gente morria embora a Lei ainda não se deu explicitamente. A Lei se introduziu, explica em 5.20, como uma ajuda para que a gente visse seu pecaminosidad, para que notassem a seriedade de suas ofensas e para as guiar a Deus em busca de misericórdia e perdão. Isto foi assim nos dias do Moisés e o é ainda hoje. O pecado constitui uma grande discrepância entre o que somos e o que fomos ao ser criados. A Lei põe de manifesto nosso pecado e coloca a responsabilidade exatamente sobre nossos ombros, sem que a lei ofereça algum remédio. Quando estivermos convencidos de que pecamos, devemos procurar o Jesucristo para receber sanidade.

5:14 Adão é uma figura, a contrapartida de Cristo. Assim como Adão representa à humanidade criada, Cristo representa à nova humanidade espiritual.

5.15-19 Todos nascemos como parte da família física do Adão, da linhagem que conduz a morte segura. Todos colhemos os resultados do pecado do Adão. Herdamos sua culpa, uma natureza pecaminosa (a tendência a pecar) e o castigo de Deus. Entretanto, pela obra de Cristo, podemos trocar julgamento por perdão. Podemos trocar nosso pecado pela justiça do Jesus. Cristo nos oferece a oportunidade de nascer em sua família espiritual: da linhagem que começa com perdão e conduz à vida eterna. Se não fazermos algo, espera-nos a morte mediante Adão, mas se formos a Deus pela fé, temos vida através de Cristo. A que linhagem pertence você?

5:17 Que grande promessa para os que amam a Cristo! Podemos reinar sobre o poder do pecado, sobre a ameaça da morte e os ataques de Satanás. A vida eterna é nossa agora e por sempre. Podemos vencer a tentação no poder e o amparo do Jesucristo. se desejar mais informação sobre nossa privilegiada posição em Cristo, veja-se 8.17.

5:20 Como pecador, separado de Deus, você vê a Lei de abaixo, similar a uma escada que deve subir para chegar a Deus. Possivelmente tentou subi-la em mais de uma oportunidade, solo para cair ao piso cada vez que alcançava um ou dois degraus. Ou ao melhor parecia tão entristecedora a escarpada escada que nunca se decidiu sequer a iniciar sua ascensão. Em qualquer caso, que alívio deve lhe ser ver o Jesus com os braços abertos lhe oferecendo lhe acontecer por cima da escada da Lei e levá-lo diretamente a Deus! Uma vez que Jesus o eleva até a presença de Deus, você é livre para obedecer: por amor, não por necessidade, e mediante o poder de Deus, não o seu. Você sabe que se se cambalear, não cairá ao chão. Os braços amorosos de Cristo não o deixarão cair e o sustentarão.

O QUE TEMOS COMO FILHOS

O que temos como filhos do Adão

Sob a ira 5.9

Pecado 5.12, 15, 21

Morte 5.12, 16, 21

Separação de Deus 5.18

Desobediência 5.12, 19

Julgamento 5.18

Lei 5.20

O que temos como filhos de Deus

Resgate 5.8

Justiça 5.18

Vida eterna 5:17-21

Relação com Deus 5.11, 19

Obediência 5.19

Absolvição 5.10, 11

Graça 5.20


Matthew Henry - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 1 até o 26
5:1 Cristo morreu para nos libertar do pecado e de uma lista interminável de leis e regulações. Cristo veio para nos liberar, não para fazer o que quisermos, o que nos levaria novamente à escravidão de nossos desejos egoístas. Se não que, graças a Cristo, somos livres e agora estamos em condições de fazer o que antes era impossível: viver livre do egoísmo. Aqueles que apelam a sua liberdade para fazer o que gostarem ou ser indulgentes com seus desejos, estão caindo nas garras do pecado. Usa sua liberdade para si mesmo ou em favor de outros?

5.2-4 Procurar ser salvos por guardar a lei e ser salvos por graça são duas formas diferentes de acesso. "De nada lhes aproveitará Cristo" significa que a provisão de Cristo para nossa salvação não servirá de nada se procuramos nos salvar a nós mesmos. Obedecer a lei não lhe faz as coisas mais fáceis a Deus para nos salvar. Tudo o que podemos fazer é aceitar seu presente de graça por meio da fé. Nossas obras de serviço nunca podem ser utilizadas para tratar de ganhar o amor de Deus ou seu favor.

5.3, 4 A circuncisão era um símbolo que indicava a origem adequada e que se fazia tudo o que a religião requer. Nenhuma quantidade de trabalho, disciplina ou conduta moral pode nos salvar. Se uma pessoa contava encontrando o favor de Deus por meio da circuncisão, deveria também obedecer o resto de todas as leis de Deus. Se tratarmos de nos salvar a nós mesmos guardando todas as leis de Deus só nos separaremos mais Do.

5:6 Somos salvos pela fé, não pelas obras. portanto, o amor por outros e Por Deus são a resposta daqueles que foram perdoados. O perdão de Deus é completo e Jesus diz que aqueles que foram perdoados muito amarão muito mais (Lc 7:47). Já que a fé se expressa através do amor, você pode examinar seu amor por outros que atua como reflexo de sua fé.

5:9 Uma pequena porção de levedura faz que toda a massa se levede. Só faz falta uma pessoa má para infectar a outros.

5:11 A perseguição provou que Paulo estava pregando o evangelho. Se ele tivesse pregado o que os falsos professores pregavam, ninguém se houvesse sentido ofendido; mas como ele ensinou a verdade, foi açoitado tanto por judeus como pelos judaizantes. Tem amigos ou seres queridos que o rechaçam porque está a favor de Cristo? Jesus disse que não devêssemos nos surpreender se o mundo nos aborrecia, porque também o aborreceram ao (Jo 15:18-19). Assim como Paulo fielmente seguiu proclamando a mensagem do Jesucristo, siga cumprindo com o que Deus lhe encarregou fazer, até apesar dos obstáculos que outros pudessem pôr em seu caminho.

5:13 Paulo fez uma distinção entre a liberdade para pecar e liberdade para servir. A liberdade para pecar não é liberdade, porque escraviza a Satanás, a outros ou a nossa própria natureza pecaminosa. Os cristãos, pelo contrário, não devessem ser escravos do pecado porque têm a liberdade para fazer o correto e glorificar a Deus por meio do serviço amoroso a outros.

5:14, 15 Quando não estamos motivados pelo amor, convertemo-nos em críticos de outros. Deixamos de procurar o bom nos outros e vemos só faltas. Muito em breve a unidade dos crentes se rompe. falou você a costas de alguém? enfatizou em outros as debilidades antes que seus lados fortes? Tenha presente o mandato do Jesus de amar a outros da maneira que se ama você (Mt 22:39). Quando notar que se converteu em crítico de alguém, faça uma lista das qualidades positivas dessa pessoa. E não diga nada a suas costas, se não estivesse disposto a dizer-lhe em amor frente a frente.

5.16-18 Se seus desejos o guiarem às qualidades mencionadas em 5.22, 23 então você pode deduzir que o Espírito Santo o está guiando. Ao mesmo tempo, deve tomar cuidado em não confundir seus sentimentos com a direção do Espírito Santo. O ser guiados pelo Espírito Santo envolve o desejo de ouvir, predisposição para obedecer e a sensibilidade para discernir entre seus sentimentos e sua diligência para atuar. Que o Espírito Santo guie e controle sua vida cada dia. Logo as palavras de Cristo estarão em sua mente, o amor de Cristo estará em suas ações e o poder de Cristo o ajudará a controlar seus desejos egoístas.

5:17 Paulo descreve as duas forças conflitivas em nós: o Espírito Santo e a natureza pecaminosa (nossos maus desejos ou inclinações ao mal, veja-se também 5.16, 19, 24). Paulo não diz que estas forças sejam iguais. O Espírito Santo é muito mais forte, mas se nós dependermos de nossa própria sabedoria tomaremos decisões equivocadas. Se tratarmos de seguir ao Espírito Santo em nosso próprio esforço humano, falharemos. Nossa única via à liberdade de nossos desejos naturais para o mal é por meio do poder do Espírito Santo (vejam-se Rm 8:39, Ef 4:23-24; Cl 3:3-8).

5.19-21 Todos temos desejos naturais para o mal e não os podemos ignorar. A fim de seguir a guia do Espírito Santo devemos enfrentá-los com decisão (crucificá-los 5:24). Estes desejos incluem pecados óbvios tais como imoralidade sexual e feitiçaria. Também incluem pecados menos óbvios como a ambição, o ódio e o ciúmes. O ignorar nossos pecados ou recusar enfrentá-los revela que não recebemos o dom do Espírito que guia e transforma nossa vida.

5:22, 23 O fruto do Espírito é a obra espontânea do Espírito Santo em nós. O Espírito produz estes rasgos do caráter que se encontram na natureza de Cristo. Eles são o produto do controle de Cristo, não podemos obtê-lo por tratar de levá-los sem sua ajuda. Se quisermos que o fruto do Espírito se desenvolva em nossas vidas, devemos unir nossa vida a do (veja-se Jo 15:4-5); devemos conhecê-lo, amá-lo, recordá-lo, imitá-lo. O resultado será que cumpriremos com o propósito projetado da lei: amar a Deus e ao próximo. Qual destas qualidades desejas que o Espírito produza em sua vida?

5:23 devido a que o mesmo Deus que enviou a lei também enviou ao Espírito, o resultado de uma vida cheia do Espírito estará em harmonia perfeita com a intenção da lei de Deus. Uma pessoa que abunda com o fruto do Espírito cumpre a lei muito melhor que uma pessoa que observa os rituais e que tem muito pouco amor em seu coração.

5:24 Se queremos aceitar a Cristo como Salvador, devemos nos apartar de nosso pecado e cravar voluntariamente nossos maus desejos naturais à cruz. Isto não significa, entretanto, que nunca mais voltaremos a ver rasgos destes desejos novamente. Como cristãos ainda temos a capacidade para pecar mas fomos liberados do poder do pecado e não devemos nos deixar dominar por ele. Cada dia devemos lhe entregar nossas tendências pecaminosas a Deus e a seu controle, as cravando na cruz de Cristo, e momento a momento aspirar o poder do Espírito para nos sobrepor a elas (vejam-se 2.20; 6.14).

5:25 Deus está interessado em cada parte de nossas vidas, não só espiritual. Ao viver pelo poder do Espírito Santo, devemos render cada aspecto de nossa vida a Deus: emocional, física, social, intelectual, vocacional. Paulo diz: É salvo, portanto, vive de acordo a esta realidade! O Espírito Santo é a fonte de sua nova vida, de modo que caminhe com O. Não permita que nada ou ninguém mais determine seus valores e normas em qualquer área de sua vida.

5:26 Todos necessitamos certa medida de aprovação de outros, mas aqueles que se separam do caminho de Deus, em busca de honras ou para ganhar popularidade, mostram que não são guiados pelo Espírito Santo. Aqueles que esperam a aprovação de Deus não precisarão invejar a outros. Por ser filhos e filhas de Deus, temos seu Espírito Santo como a garantia amorosa de sua aprovação.

VÍCIOS E VIRTUDES

A Bíblia menciona muitas ações e atitudes específicas que podem ser corretas ou incorretas. Veja-a lista que se dá. Há muitas características da coluna erro que estão influenciando em você?

VÍCIOS (Passando por cima a Deus e a outros)

Imoralidade sexual (Gálatas 5.19)

Lascívia (Gálatas 5.19)

Impureza (Colosenses 3.5)

Inimizade (Gálatas 5.20)

Pleito (Gálatas 5.20)

Zelo (Gálatas 5.20)

Ira (Gálatas 5.20)

Luta (Gálatas 5.20)

Dissensão (Gálatas 5.20)

Heresia (Gálatas 5.20)

Soberba (2 Corintios 12:20)

Inveja (Gálatas 5.21)

Homicídio (Gálatas 5.21; Apocalipse 22:12-16)

Idolatria (Gálatas 5.20; Efesios 5:5)

Feitiçaria (Gálatas 5.20)

Bebedeira (Gálatas 5.21)

Orgias (Gálatas 5.21)

Ofensa (1 Corintios 6:8)

Adultério (1 Corintios 6:9-10)

Homossexualidade (1 Corintios 6:9-10)

Avareza (1 Corintios 6:9-10; Efesios 5:5)

Roubo (1 Corintios 6:9-10)

Mentira (Apocalipse 22:12-16)

VIRTUDES (O resultado de viver para Deus)

Amor (Gl 5:22)

Gozo (Gl 5:22)

Paz (Gl 5:22)

Paciência (Gl 5:22)

Benignidade (Gl 5:22)

Bondade (Gl 5:22)

Fé (Gl 5:22)

Mansidão (Gl 5:23)

Moderação (Gl 5:23)


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 1 até o 26
III. O CAMINHO DA LIBERDADE (Gl 5:1 ). Em seguida, ele é mostrado para ter suas próprias garantias eficazes contra a licença mundana (5: 13-26 ). Finalmente, ele é visto como o poder por trás do serviço eficaz a Deus e ao próximo (6: 1-10 ). Não é à toa que esse tratado se tornou o battlecry da Reforma.

A. LIBERDADE DEFENDEU contra o legalismo (5: 1-12)

1 Para a liberdade Cristo nos fez livres: Estai, pois, e não ser enredado novamente em um jugo de escravidão.

2 Eis que eu, Paulo, vos digo que, se não receberdes a circuncisão, Cristo de nada vos aproveitará. 3 Sim, eu testemunhar novamente a todo aquele que recebe a circuncisão, que ele é obrigado a guardar toda a Lv 4:1 Ye são cortados a partir de Cristo, vós que seriam justificados pela lei; sois caído em desgraça. 5 Porque nós pelo Espírito da fé aguardamos a esperança da justiça. 6 Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão vale coisa alguma, nem a incircuncisão; mas a fé que atua pelo amor. 7 Ye estavam funcionando bem; quem vos impediu que vós não deve obedecer à verdade? 8 Esta persuasão veio não daquele que vos chamou. 9 Um pouco de fermento leveda toda a massa. 10 Eu tenho confiança para youward no Senhor, que vos será nenhuma outra coisa: mas aquele que vos inquieta levará o seu julgamento, seja ele quem for. 11 Mas eu, irmãos, se eu ainda prego a circuncisão, por que ainda sou perseguido? em seguida, acabar? 12 E eu quero que eles que você iria abalar até mesmo ir além circuncisão.

"Tudo ou nada!" É o subtítulo dado a esta seção Ridderbos. Qualquer que seja a contribuição de direito para o anterior e menos especificamente cristão, experiência, é estritamente uma questão de ou / ou entre Cristo e legalismo. Para confiar em tudo em obras da lei ou em ritual é perder Cristo e da salvação. Isso é explicado nos versículos 1:12 .

1. Importância da Liberdade através de Cristo (Gl 5:1 ). Mais uma vez, após o resgate foi concluído, o objetivo do Apóstolo foi apresentar todo homem perfeito em Cristo (Cl 1:28 ). O poder eo processo de aperfeiçoamento estão em liberdade. Livre da escravidão do pecado e habilitado a aplicar as motivações mais elevadas, se experimenta o verdadeiro propósito da redenção, a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Isto, mais uma vez, é visto em sua plenitude na nona fruto do Espírito, auto-controle (Gl 5:23 ), um domínio maior do que a captura de uma cidade murada (Pv 16:32 ). Nada é de maior valor moral do que a capacidade de resistir aos impulsos inferiores de vida e para a realização dos fins superiores e ideais. Foi por causa da liberdade que Cristo nos libertou . Isso muito nos amou!

Se a liberdade é tão importante para o homem, o teste moral supremo é o uso que fazemos dela. O apóstolo exorta, Estai, pois, e não enredado novamente em um jugo de escravidão . Ter filhos e herdeiros se tornam com a toga da masculinidade, nunca olhar para trás para o cercadinho de infância. E, certamente, nunca se perder em becos escuros de pecado e corrupção sob uma lei quebrada. Nada satisfaz o indivíduo, glorifica a Deus, ou cumpre o propósito para o qual o homem foi feito como guarda e exercer a liberdade para a qual fomos criados e redimidos. Mais uma vez, nada é mais trágico para o homem do que se tornar um escravo sob uma lei que ele não pode manter-se em seu próprio poder e ainda ser cortado a partir de qualquer poder superior.

2. Impossibilidade de Liberdade através do Direito (5: 2-4 ) . A circuncisão, segundo Paulo, não só não salva; pode dificultar a salvação, como pode qualquer esperança falsa que mantém um de Cristo. Para um gentio se submeter ao rito religioso da circuncisão é trair a apostasia do coração de Cristo. Se alguém está confiando em Cristo, ele não precisa de circuncisão. Se, por outro lado, ele está confiando na circuncisão, ele não está confiando em Cristo. Portanto, se você escolher a circuncisão, Cristo de nada vos aproveitará . A razão é que a circuncisão é apenas uma parte do todo. Pelo contrário, é apenas um símbolo do todo. Ele não tem poder de poupança. Na melhor das hipóteses, ele testemunha uma fé que faz salvar. Para um gentio para se vangloriar na circuncisão é como carregar a bandeira do inimigo na batalha. Isso pode significar muito para o inimigo. Mas isso não significa nada para o transportar. O significado na circuncisão não é na marca no corpo, mas de uma forma de vida. Não tome o sinal, a menos que você leva com ele a obrigação de fazer toda a lei . Caso contrário, você ganhou, mas uma nova hipocrisia. Mas lembre-se de que, se você tomar este caminho Judaistic, Ye estão separados de Cristo, vós que seriam justificados pela lei; sois caído em desgraça. A resposta é terrivelmente simples. Os judaizantes não têm nada para os gentios, mas apostasia, nem qualquer maneira humana de salvação têm mais a oferecer um crente em Cristo.

3. base espiritual da Liberdade (Gl 5:5 ) . Tudo isso sendo verdade, o movimento judaizar, com sua confiança legalista nas obras da lei e ritual, é uma ameaça para e inimigo do evangelho de Jesus Cristo. Os gálatas estavam funcionando bem . Mas foram os judaizantes que os levaram a um impasse e dissuadiu de obedecer à verdade. Até agora uma coisa deve ser perfeitamente evident- Esta persuasão não veio daquele que vos chama . Cristo não chamaria a essa frustração, desobediência e eventual apostasia. Toda a tendência do movimento é errado. Tomar um pouco do que é como colocar um pouco de fermento em uma cuba de massa de pão. Um pouco de fermento leveda toda a massa . Aquele que começa a descer a estrada da circuncisão e legalismo pode antecipar completa ruína e apostasia. Tais são as conseqüências inevitáveis.

Paulo faz uma pausa, como tantas vezes faz em seu aviso, por uma nota positiva. Apelando novamente para todo o bem que ele sabe deles, ele se atreve a expressar a confiança em ambos eles e o Senhor que eles não são e não serão realmente se afastou da verdade e da justiça, que eles tiveram em Cristo. Ele assegura-lhes que como estão firmes na verdade, aquele que causou todo o problema, certamente, sofrerá a condenação, seja ele quem for . Se não fosse por algum grau de esperança de que os Gálatas poderia sobreviver ao ataque, Paulo nunca teria escrito a carta.

O Apóstolo apura mais um item antes de seu impulso final. O inimigo tinha, aparentemente, respondeu a posição de Paulo pela acusação de que ele também pregava a circuncisão. Lembre-se que ele tomou Timóteo e circuncidou (At 16:3)

13 Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; só usar . Não é a sua liberdade para dar ocasião à carne, antes pelo amor servos uns dos outros 14 Por toda a lei se cumpre numa só palavra, mesmo nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. 15 Mas, se vós e mordida devoram uns aos outros, vede que não sejais consumidos uns dos outros.

16 Digo, porém: Andai em Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne.

17 Porque a carne luta contra o Espírito, eo Espírito contra a carne; para estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis. 18 Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a Lv 19:1 Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são estas: fornicação, impureza, lascívia, 20 idolatria , bruxaria, inimizades, porfias, ciúmes, iras, facções, divisisions, festas, 21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas; das quais vos previno, mesmo como eu fiz preveni-lo, para que os que praticam tais coisas não herdarão o reino de Dt 22:1 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.

25 Se vivemos pelo Espírito, pelo Espírito andemos também. 26 Não nos tornemos vainglorious, provocando uns aos outros, invejando o outro.

A carga habitual interposto contra a salvação pela graça é que é irresponsável e pede muito pouco do devoto. Ele é acusado de antinomianism. E é verdade que a doutrina pode ser consumido de forma abusiva. Mas, para isso é não compreender o princípio fundamental de sua operação. Graça é recebido pela fé. E a fé é a resposta de toda a pessoa a Cristo. Ele inclui a vontade em obediência. A fé opera pelo amor. Assim, não é uma escolha entre obras e não há obras. É uma escolha entre sem ajuda, as obras humanas fúteis e obras divinamente habilitados pela graça mediante a fé. Obras aceitáveis ​​não são a causa, mas o resultado da salvação. O padrão de liberdade sem licença é discutido aqui nos termos da obra do Espírito Santo.

1. uso da liberdade (5: 13-15 ) . Aqui está a razão para tal indignação extrema contra os judaizantes. Deus está chamando para a liberdade e os judaizantes estão se esforçando para trazer os Gálatas volta à escravidão. Mas há uma palavra de cautela. Não balance para o extremo oposto de bondage- licença . A liberdade é uma qualidade de uma posição estável e de meia-of-the-road equilibrada. Licença não é liberdade em todos, mas um outro tipo de escravidão própria. É uma escravidão aos próprios caprichos, impulsos e desejos. Para saltar da escravidão para a lei a escravidão da carne é a escravidão ainda. A liberdade só é real quando se tem o controle de si mesmo e é capaz de servir. Liberdade cristã é pela graça mediante a fé. Por isso, se expressa no amor que serve os outros.

A surpresa é que o fruto da liberdade, amor, realiza o que a escravidão à lei nunca poderia. Ela cumpre a lei. E este não é um sucesso parcial. A lei inteira se cumpre numa só palavra, mesmo nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo . É o velho paradoxo. Aqueles que deram as suas vidas à busca da lei não satisfaz a lei porque buscavam apenas pelas obras. Mas aqueles que buscavam pela fé encontrou o poder para cumprir toda a lei. Esta é a liberdade. Mas, para morder e devorar um ao outro não é de amor. Portanto, não é de liberdade. É licença. Isso leva, inevitavelmente, à escravidão e à ruína.

2. Alimentação Adequada no Espírito (5: 16-18 ) . Aqui está a fórmula para o sucesso e segurança. Caminhe pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Caminhe , o prazo para a atividade diária de ir falar, é no tempo presente exigente aplicação, contínua. Não deve cumprir é enfático. Poderia muito bem ser traduzida como "de modo algum cumprir." Lust é o termo amplo para o desejo que pode ser bom ou ruim, de acordo com o uso que dela foi feito, como pode a palavra carne. Flesh , um da humanidade total e desejo , uma área de interesse e preocupação, são capazes de grande bem quando devidamente disciplinado. Mas eles tão facilmente entrar em conflito com propósitos elevados. Se alguém estava tentando apenas em sua força humana para fazer as obras da lei, ele iria encontrar a sua natureza humana traí-lo e derrotá-lo. Pois o que é humano e natural (carne) deseja contra Aquele que divinamente ilumina e dá poder para as atividades mais elevadas (o espírito ). Da mesma forma o Espírito deseja contra a carne. Os dois são opostos um ao outro. Isso não é necessariamente uma questão de pecado deliberado ou mesmo da mente carnal. Este é um conflito de que até mesmo os santificados estão cientes. É somente com firmeza real e ajuda divina que Paulo buffets seu corpo e leva-lo à escravidão (1Co 9:27 ), ou que o próprio Cristo diz: "Não a minha vontade, mas a tua" (Lc 22:42 ). E, certamente, não se poderia acusar Paulo ou Cristo de conduta pecaminosa ou um estado mental sobre a carne (conforme Rm 8:6 ) . Isto é o que a carne vai fazer se for deixada à própria sorte. Na verdade, este é também o resultado líquido de um sistema que busca a salvação por esforços humanos sob as obras da lei. Por um tempo, sob o impulso dado direta ou indiretamente, por um princípio maior, a tragédia pode ser evitada. Mas a religião à parte da graça, mais cedo ou mais tarde falha em seu idealismo ético. Alguém ou pecados, assim, com a consciência francamente culpado ou encontra maneiras de exaltar e encobrindo seus pecados.

Estas são as obras da carne, a partir do qual será salvo se ele caminha pelo Espírito e é conduzido pelo Espírito. A lista não pretende ser completa. É único representante. Como diz Lightfoot, a lista cai em quatro classes: (1) sensual paixões-fornicação, impureza, lascívia; (2) as relações ilícitas nas coisas espirituais-idolatria, feitiçarias; (3) as violações do Amor Fraterno-inimizades, contendas, ciúmes, iras, facções, divisões, partidos, invejas; (4) os excessos-embriaguez destemperadas, divertimentos. A lista pode ser concluída no lazer de tais como pecados, os quais marcam uma pessoa como impróprias para o reino dos céus .

Estas palavras são chocantes, de fato. Mas a experiência leva-los para fora. E não há consolo de estudar a língua original. Na primeira classe há uma progressão triste. Fornication refere-se ilegítimo intercurso sexual no sentido mais amplo da palavra.impureza , usado no sentido ético e sexual, abrange uma vasta gama de mal. lascívia implica falta de moderação ou abandonar em sua sensualidade, de modo a chocar a decência pública. Na segunda classe de pecados, idolatria tem a ver com o reconhecimento aberto de falsos deuses, enquanto que a feitiçaria é o segredo adulteração com os poderes do mal. Na terceira classe, as violações do amor fraterno, Lightfoot vê uma escala ascendente. inimizades são violações de amor em sentimento ou em ato. Strife é um quarrelsomeness que não implica, necessariamente, o auto-interesse. Ressentimentos ou rivalidade é fortemente auto-afirmação. iras indica uma forma mais apaixonada da contenda. Facções são um desenvolvimento mais forte de ciúmes. A hostilidade em seguida, chega o ponto em que os contendores separar em transitórias divisões ou permanentes partes . Estes são seguidos por uma violação grosseira do amor que os outros, invejas , o desejo de privar outro do que ele tem. Muitos textos carregam a violação um passo além e incluir a palavra assassinato , onde meios violentos são utilizados para levar a cabo o propósito mal. Na quarta classe a contribuição de bebidas alcoólicas é adicionado para remover contenção e intensificar as maldades feitas deliberadamente ou sob a ilusão de álcool.

Em outras palavras, a humanidade indisciplinado e não resgatados, carne, funciona mal e tende a cultivar uma atitude de espírito que é bastante impermeável à influência do evangelho. No entanto, é a este nível que o legalismo está condenada. Observe a condenação de ambos o moralista eo homem religioso em Rm 2:1 , Mc 12:31) não é uma conquista de longo trabalho e luta. Ela brota quase despercebida como fruto do trabalho interior do Espírito de Deus no coração do homem. Associado a este atributo da saúde espiritual é alegria .Não é a diversão ou liberação temporária que vem de uma experiência prazerosa. É uma atitude básica ou hábito mental que brota do fundo da alma, onde tudo é certo, porque Cristo é Rei e a vida é cheia do Espírito. É a sensação de bem-estar espiritual, que não pode nem ser dada nem destruída por nenhum poder menos do que o próprio Espírito. Nesta superestrutura de alegria é construído a paz , a coroa de tudo. É a qualidade da mente para o qual os homens lutam, sangram e morrem e ainda que escapa milhões. É mais do que perdoar a si mesmo e viver consigo mesmo. É um sentimento de relação harmoniosa com a de mais significativo ambiente de Deus, o céu, a justiça, a verdade, e os homens de boa vontade. Não é tanto o ajuste de circunstâncias externas como a realidades internas e finais. Ele respira a calma durante a tempestade e dá uma âncora para a alma. É uma fonte de força e coragem, esperança e confiança. Mas, também, não é uma conquista. É um resultado de uma relação que produz um hábito da mente.

Os três seguintes são qualidades especiais que afetam o relacionamento de um homem com seus vizinhos. Longsuffering é uma virtude passiva de resistência paciente sob ferimentos causados ​​por outros. Este é o amor sob pressão, com poder para continuar a exibir-se como amor. Obras da carne não têm esse poder de permanência de boa vontade. Esta é uma marca da presença do Espírito. A bondade não é necessariamente o único ativo ou unicamente passiva. Lightfoot chama-neutro. É uma disposição gentilmente para os vizinhos da uma quaisquer que sejam as circunstâncias. Ele pode expressar-se em qualquer um a paciência de longanimidade ou em uma cruzada de utilidade. Não é difícil de se conviver. A integridade e força lhe pertencem. O terceiro desta segunda tríade é bondade . Este é um princípio mais ativo e enérgico. A palavra grega é encontrada somente em escritores bíblicos e eclesiásticos. A qualidade em toda a sua força foi aparentemente tão carente de pagãos observação como nem mesmo a chamar por cunhar uma palavra. Pagãos sabia boas ações, mas uma qualidade consistente de bondade foi além das obras da humanidade. Tinha que ser um fruto do Espírito. É retidão de coração e vida, bondade ativado, beneficência.

Os três últimos são novamente princípios que norteiam a conduta de um cristão. Fidelidade (pistis) é a palavra usual para a fé, mas aqui ele é usado não no sentido teológico, mas na ética. Ou seja, ele não está aqui considerada como o princípio fundamental da fé em Deus, que é a raiz de toda a verdadeira religião, mas como boa fé em lidar com homens e uma em devida conta as suas justas reivindicações. Por isso, é lealdade, fidelidade, honestidade, confiabilidade. A mansidão é acompanhado com fidelidade. Por si só ou, neste contexto, que carrega uma imagem completamente oposta à impressão popular. Não é fraqueza, mas de força. O homem manso tem força de caráter suficiente para ser leve, suave e gentil sob pressão. Homens fracos não têm a força para ser gentil.Mansidão, também, vem de um mais elevado do que o poder humano. É um fruto do Espírito. O último é bem traduzido na ASV como auto-controle . Este é o coroamento da vida no Espírito. Para a imagem renovada de Deus na remidos é adicionado a prerrogativa renovada de domínio. Uma vez que, no nível humano, todo o controle legítimo começa com auto-controle, aqui é a base sólida para o serviço confiável. Deve-se notar que a graça não tira os controles de nós e nos fazer fantoches controlados mesmo do bendito Espírito Santo. Em vez disso, ele restaura por isso mesmo Espírito para redimiu o homem a auto-controle que ele perdeu na queda. Rendall diz o termo compreende todas as formas de temperança, e inclui o domínio de todos os apetites, temperamento e paixões. "Neste momento de maior fracasso nas obras da carne sob a lei, os triunfos Spirit e enriquece os filhos da promessa. Quem não gostaria de permanecer firmes na liberdade para a qual Cristo nos libertou uma vez que envolve tudo isso?Aqui está o modo de vida que satisfaz e não é assediado pela ameaça de uma lei quebrada. É a vida em alto demais um avião para ser oprimido por lei.

5. Andar no Espírito (5: 24-26 ) . Mesmo com o fruto do Espírito, a vida seria perigosa e decepcionante se algo drástico não foram feitos para o rival. Se as "duas naturezas" deviam ser mantidos em equilíbrio, sempre em guerra uns com os outros, a vida seria precária, de fato. Victory seria intermitente na melhor das hipóteses. E a culpa e condenação teria se apegar à vida diária e conduta. Mas algo decisivo é feito sobre a carne. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências .Isto, obviamente, não significa que os cristãos que vivem e andam pelo Espírito já não vivem em corpos nem sentem impulsos e desejos. Deus não destrói na redenção que Ele fez na criação. Mas há na prestação de graça para resolver a questão de prioridades e maestria. Para ter a mente em direção a carne é a morte, mas para ter a mente em direção ao Espírito é vida e paz (Rom. 8: 6 ). Na medida em que a vontade de atender ao que impede vitória espiritual está em causa, há uma crucificação que destrói o carnal, entrega o humano, e entroniza o espiritual.

Desde que a fonte da nossa vida e da nossa fruta é o Espírito, pelo Espírito andemos também . E se esta é a nossa experiência, não vamos mesmo ser arrastado para uma atitude errada em debate. Não nos tornemos propenso a glória vazia (vanglória), por isso provoca e desafia os outros, e desperta o espírito de inveja. Sejamos coerentes em nossa caminhada pelo Espírito e evitar essas coisas.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 1 até o 26
Agora, chegamos à seção final da carta em que Paulo, em uma série de quatro contrastes, apresenta a aplicação prática da liberdade cristã na vida do crente.

  • A liberdade, não a escravidão (5:1-15)
  • Os inimigos de Paulo argumentam que a doutrina da graça e da liber-dade é perigosa, porque os cristãos vivem de forma pecaminosa à par-te da Lei. Assim, a Lei é necessária para controlá-los. Ao longo dos sé-culos, as pessoas têm argumentado dessa forma sem perceber que a graça, não a Lei, é a maior mestra e força "reguladora" do mundo (Tt 2:11-56). A doutrina fal-sa foi plantada na igreja como uma pitada de fermento, mas cresceu e contaminou todo o corpo. Até esse ponto, os gálatas iam bem; no en-tanto, agora estavam sendo obstruí-dos em seu caminhar cristão.

    A seguir, Paulo aponta para si mesmo e lembra-os de como sofreu para pregar o evangelho. Provavel-mente, seus inimigos mentiam a res-peito dele e diziam que, na verda-de, ele pregava a circuncisão (isto é, a obediência à Lei do Antigo Testa-mento). Todavia, ele argumenta que os judeus jamais o perseguiríam se pregasse o legalismo! "O escânda-lo da cruz" (v. 11) refere-se ao fato de a cruz ser uma pedra de tropeço para os judeus, pois não aceitavam um Salvador crucificado. Paulo usa a circuncisão como exemplo e diz: "Tomara até se mutilassem os que vos incitam à rebeldia!".

    Paulo encerra essa seção com um lembrete de que liberdade não é a mesma coisa que licenciosida- de. Ele afirma: "Sede [...] servos uns dos outros, pelo amor". Cumprimos a Lei quando vivemos em amor (Rm 13:8-45). O cristão que diz: "Tenho liberdade para pecar!" não entende nada a respeito da cruz ou da graça de Deus.

  • O Espírito, não a carne (5:16-26)
  • A primeira admoestação de Pau-lo foi: "Permanecei [...] firmes!". Agora ele diz: "Andai no Espírito". A permanência em Cristo determi-na o modo de viver em Cristo. Nos capítulos 5—6, encontramos oito vezes a palavra "carne", e nove, o termo "Espírito". As pessoas que vivem de acordo com a Lei depen-dem da energia da carne, e as que vivem pela carne, do poder do Espí-rito. "Andar no Espírito" quer dizer que ele controla nossa vida diária, ou seja, vivemos sob a orientação da Palavra de Deus. Somos liberta-dos de uma vida de escravidão ao legalismo quando o Espírito nos guia. Na parábola do filho pródigo (Lc 1:5), o irmão mais velho vivia em sujeição e não sentia alegria em seu caminhar nem em seu serviço. Há muitos cristãos como ele!

    "A carne" refere-se à velha natureza que ainda vive no cren-te. O corpo não é pecador em si mesmo, os apetites não são neces-sariamente pecaminosos, porém a velha natureza tende ao declínio. EmRm 6:0). O fruto gracioso descrito nes-sa passagem jamais seria produzido pela Lei. Para apreender a importân-cia integral do sentido das "obras da carne", leia essa lista em uma versão moderna da Bíblia. Que lista terrível de pecados! Encontramos muitos deles mesmo entre os cristãos!

    O caráter cristão forma-se no âmago de nosso ser pelo poder do Espírito. O Espírito tenta nos tor-nar iguais a Cristo (2Co 3:18; Rm 8:29 e 12:1-2). Podemos meditar sobre esses nove frutos do Espíri-to durante horas. Veja que o amor encabeça a lista. Paulo afirma com clareza que nenhuma lei pode produzir esse tipo de caráter. Al-gum dia, as pessoas têm de apren-der que o fato de tomar decisões não as torna santas.

    "Se vivemos no Espírito [isso quer dizer: a salvação fazendo-se viva por intermédio do Espírito], andemos também no Espírito [isso quer dizer: a santificação permitin-do que o Espírito oriente e controle nossa vida]." Compare Ef 5:18-49 e veja que ser enchido com o Espírito é ser controlado pela Palavra de Deus, pois o resultado é o mesmo. "Andar no Espírito" não é uma ex-periência emocional separada da vida diária. É a experiência diária do crente que se alimenta da Pala-vra e obedece à Bíblia.

    Por fim, observe que Paulo usa três argumentos em seu pedido para que esses cristãos vivam de forma santa por meio da graça do Senhor: Deus Pai chamou-os (v. 13); Deus Filho morreu por eles; e Deus Espí-rito Santo habita neles (vv. 16-23). A Trindade ajuda-nos em nossa bata-lha contra a carne.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 1 até o 26
    5.1 Para a liberdade. "Para" é a melhor das possibilidades do sentido no original entre "em", "por", "pela razão de". Esta é a conclusão do argumento iniciado em 3.1. A liberdade se baseia na redenção:
    1) Da culpa e penalidade dos nossos pecados (1.4);
    2) Das forças do maligno (1.4);
    3) Da lei com sua maldição (3,13) e seu jugo (5.1). Conclusão: Cristo é o único Mestre e Salvador. Se colocarmos outro a Seu lado, Ele deixa de ser mestre (5.2, 4). Conforme Mt 6:24.

    5.5 Aguardamos... justiça. O problema dos gálatas era a busca da certeza da salvação através da circuncisão e da lei. Paulo afirma que a nossa garantia é o Espírito que nos apresentará perante Deus perfeitos na justiça de Cristo (conforme 3.3; Ef 1:13).

    5.6 Valor algum. É claro em At 21:20ss que Paulo apoiava a continuação pelos judeus da cerimônia da circuncisão e do cumprimento da lei. Porém, para os gentios que tinham aceitado o evangelho, a obrigação de passar pela circuncisão, para garantir a salvação, era anular a graça de Deus e tornar vã a morte de Cristo (2.21). O rito em si, tanto da circuncisão como do batismo, não tem valor (conforme 1Co 10:1-46). Fé que atua pelo amor. Outra possibilidade: "Fé que é atuada pelo amor" à luz Dt 2:20. Paulo declara que aquilo que o levou a pôr toda sua confiança na fé para a salvação foi a revelação do Salvador que tão profundamente a amou (conforme Rm 5:8; Rm 8:32). Observe a relação inquebrável entre fé, amor e esperança.

    5.9 Fermento. Refere-se a um grupo, pequeno no início, de judaizantes, que pelo exemplo e influência contagiosas levaria a igreja ao erro (conforme 1Co 5:7).

    5.13 Liberdade mas não licença para pecar. O pecado, tal como a lei, escraviza (Rm 6:16, Rm 8:14). Antes da conversão, o homem é carne que naturalmente, satisfaz os desejos do coração dominado pelo pecado. Mas quando o Espírito entra e habita no coração, Ele luta contra esses apetites, produzindo em seu lugar o novo fruto que é, nada mais, nada menos, que as qualidades e atributos de Cristo (22, 23). Conforme as Bem-aventuranças em Mt 5:3-40.

    5.19 Obras da carne. São produzidas pela força própria do homem em contraste com o fruto do Espírito (22) que só existe pelo poder criador de Deus (conforme 1Co 3:6; Jo 15:4, Jo 15:5).

    5.21 Não herdarão o reino. Continuar a praticar as obras da carne sem remorso ou arrependimento é uma prova evidente que o Espírito ainda não renovou a criatura (conforme 6.15; 1Jo 3:6).

    • N. Hom. 5.22 "Nascer do Espírito” (Jo 3:5, Jo 3:6) significa:
    1) Vida real agora (25) e eterna (6.8);
    2) Vitória sobre a carne (17);
    3) Ser guiado por Deus (18);
    4) Produção do fruto do Espírito (22, 23). O cristão está livre da lei, mas guiado e controlado pelo Espírito, faz aquilo que a lei exige (23).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 1 até o 26
    V. OS RESULTADOS DO EVANGELHO (SEÇÃO PRINCIPALMENTE PRÁTICA) (5.1—6.10)

    5.1. Esse versículo aparece tanto como conclusão do trecho anterior (alguns comentaristas de fato afixam parte dele à frase anterior) quanto como início da aplicação prática que segue. Ele toca a nota principal da carta. “A controvérsia está relacionada à liberdade da consciência quando colocada diante do tribunal de Deus” (Calvino).

    Ao se voltar para os resultados práticos da doutrina que expôs, Paulo enfrenta o maior mal-entendido de todos: o do antinomismo, a idéia de que a liberdade da lei era a liberdade de desconsiderar os seus preceitos e, portanto, de pecar à vontade.
    A resposta de Paulo está intimamente ligada a duas características importantes do seu ensino anterior.
    Em primeiro lugar, a nova vida do crente não é de forma alguma a sua própria vida, mas é a vida de Cristo nele. Assim Paulo tinha respondido anteriormente àqueles que o acusaram de Cristo ser “ministro do pecado” (2.17); longe de reduzir os judeus à posição de “pecadores gentios”, Cristo tinha elevado tanto judeus quanto gentios a um plano total mente novo. Ambos tinham igualmente morrido com ele e agora viviam na sua nova vida (v. 2.20 e 4.19). Ao desenvolver esse pensamento, ele agora mostra que a liberdade em Cristo não é liberdade para pensamentos e desejos obstinados e perversos; paradoxalmente, esse é o pior tipo de escravidão, a escravidão submissa à carne (a “natureza pecaminosa”). Antes, ela é a santa liberdade do próprio Cristo tornando-se a minha própria liberdade. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. (E importante observar que o versículo não contém artigo definido antes de escravidão; é um jugo de escravidão, e, portanto, tão aplicável à escravidão à carne quanto à escravidão ao monte Sinai.)

    Em segundo lugar, o resultado da fé é a dádiva do Espírito, e o Espírito é a antítese da carne (3.2,3). O resultado da fé não é uma mudança teórica ou forense do seu objeto, mas a ministração prática e contínua do Espírito de toda a fonte de vida (3.5). Onde reina o Espírito, a carne não pode ter a primazia. Isso é desenvolvido nos v. 16-25 adiante.
    v. 2-12. Em primeiro lugar, é necessário que se faça uma advertência. Nesse ponto da história, não poderia haver concessão alguma àqueles que queriam matar o evangelho no seu berço; tampouco a lei, por sua parte, poderia exigir menos do que obediência total. Ao avaliarmos os v. 2-5, precisamos lembrar disso e também de que o próprio Paulo circuncidou Timóteo (At 16:3). Não é a circuncisão como um ato que está em discussão aqui (como mostra o v. 6), mas, antes, a circuncisão realizada como um compromisso com o ritual judaico, ou a confiança nela como ato eficaz para a salvação.

    O v. 6 contém uma equação que é de grande importância. E a realidade que importa, e não a forma; e a fé, quando expressa na realidade tangível e prática, é igual ao amor. O trecho paralelo em lGo 7.18,19 substitui a expressão a fé que atua pelo amor por “obedecer aos mandamentos de Deus”. Isso contradiz o ensino de Gálatas e recoloca a lei no seu trono? Longe disso, pois Paulo vai afirmar no v. 14 desse capítulo também que toda a lei é resumida no amor (v.comentário adiante). Antes, é o primeiro sinal de uma mudança extraordinária na argumentação, que vamos encontrar explícita na próxima seção desse capítulo, e que vai mostrar que a lei e a fé estão alinhadas do mesmo lado nessa nova batalha contra a carne e a heresia do antinomismo, que é o seu fruto. Ambas as passagens devem ser lidas à luz de Rm 13:810 e de lGo 13 (em que a tríade de fé, esperança e amor que está contida nos v. 5,6 desse capítulo é desenvolvida de forma clássica).

    A conclusão confusa e em staccato desse parágrafo no v. 7 revela a intensa emoção sob a qual o apóstolo estava escrevendo; não é de admirar que as suas próprias palavras tenham sido distorcidas e usadas contra ele (v. 11)1 Mas a sua confiança comovente nos seus convertidos (v. 10) e a sua percepção da tragédia do desvio deles (v. 7) revelam a afeição no seu coração e explicam a dureza da denúncia contra os falsos mestres. O trecho termina com uma referência zombeteira à circuncisão (conforme Fp 3:2) (mas aí pode estar embutida uma referência à excomunhão — conforme F. F. Bruce e W. M. Ramsay in loco), e a NIV (em inglês) faz um jogo de palavras entre o grego enkoptõ (“Who cut in on you”, talvez equivalente a “Quem cortou a sua frente [para interromper a corrida]”) e que se castrassem (apokoptõ, v. 12). Flogg e Vine ligam o versículo a 4.17 (“querem isolá-los”), mas aqui é usada uma palavra grega diferente (ekkleiõ).

    v. 13-15. Paulo se volta agora para a primeira parte da sua resposta ao antinomismo (v.comentário Dt 5:1). Por paradoxal que fosse aquela primeira resposta, ela encontra a sua expressão em mais dois paradoxos, ambos resultados da alquimia do amor. A verdadeira liberdade se realiza na escravidão — a escravidão do amor (v. 13). A expressão sirvam uns aos outros está em contraste acentuado com o jugo da escravidão do v. 1; conforme Mt 20:26-40).

    Uma disposição um tanto mais calma se afirma na mente do apóstolo, evidenciada pela indicação de estranho humor no v. 15.
    [Observação: v. 13. dar ocasião à...\ aphormê, uma base de operação na guerra.]

    v. 16-25. A segunda parte da resposta à perversão antinomiana do ensino de Paulo é desenvolvida agora. A resposta está no lugar do Espírito na justificação pela fé. A recepção do Espírito tinha sido vista em 3:1-5 como a prova da verdade do ensino de Paulo. Agora é vista como a sua justificação definitiva na experiência.
    Assim, há um salto no seu pensamento. A carne (“natureza pecaminosa”, nr. na NVI) aparece em um sentido muito mais grosseiro do que antes, enquanto o conflito entre fé e a lei que foi resolvido na seção anterior pode ser posto de lado com um olhar de esguelha (v. 18). As “obras” são agora vistas como uma parte essencial do evangelho da fé, mas elas são obras que se expressam como o fruto inevitável da salvação e da recepção do Espírito, e não obras que formam um caminho doloroso para a salvação que está fora do alcance do homem. Assim, o apóstolo acrescenta à palavra obras o qualificativo da carne (v. 19), e as virtudes são o fruto do Espírito (v. 22). Sempre que existirem tais obras, a lei é irrelevante: Contra essas coisas não há lei.

    Assim, temos aqui em fase embrionária um tema que mais tarde seria desenvolvido na carta aos Romanos: o conflito entre a carne e o Espírito (Rm 7:0.)

    E digno de observação que os frutos e sinais essenciais do Espírito registrados nos v. 22,23 não incluem nenhum dos charismata extáticos com que são tantas vezes identificados (v.comentário Dt 3:5). Não é preciso dizer mais acerca desses versículos; isso seria supérfluo. Eles estão em pé de igualdade com os seus pares no estabelecimento do ideal cristão: Fp 4:8; Jc 3:17; 2Pe 1:5-61; Rm

    5:3-5. (A lista negativa dos v. 19-21 também tem suas listas paralelas: Rm 1:29-45; 3.1018; lGo 6:9-10; 2Co 12:20.)

    Os v. 24,25 indicam respectivamente profissão de fé e prática.
    [Observações:
    1) v. 17. de modo que vocês não fazem o que desejam: isso pode ser interpretado de duas maneiras: (a) “para prevenir que vocês façam as coisas más que de outra forma vocês teriam desejo de fazer” ou (b) “para prevenir que vocês façam as coisas boas que a sua consciência os incentiva a fazer”. Hogg e Vine preferem a primeira opção, colocando as palavras Eles estão em conflito um com o outro em parênteses. A maioria dos comentaristas, no entanto, está contra eles, como certamente também o contexto.


    2)    v. 18. não estão debaixo da Ler. Calvino distingue entre a “capacidade diretiva” da lei e o “castigo” da lei. A sua capacidade diretiva permanece, mas a graça nos livra do seu castigo.


    3)    v. 24. crucificaram a carne-, compare e contraste as metáforas semelhantes em 2.20 (“Fui crucificado com Cristo”) e 6.14 (“o mundo foi crucificado para mim”)]

    5.26—6.10. Esses versículos são o seu próprio comentário, em sua simplicidade e praticidade essenciais. Talvez estejamos em um mundo diferente da atmosfera tempestuosa de conflito que havia causado a carta.
    Como em todas as cartas, Paulo, o pastor, se afirma acima de todas as outras habilidades.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 16 até o 26

    C. O Evangelho Praticado em Espírito. Gl 5:16-26.

    Embora não conste, a liberdade (Gl 5:1, Gl 5:13) não ficou esquecida aqui. "O amor é o guarda da liberdade cristã. O Espírito Santo é o seu guia" (G. G. Findlay, The Epistle to the Galatians in The Expositor's Bible, pág. 347). Esta seção, com seu contraste entre a carne e o Espírito, foi um tanto antecipada pela declaração de Gl 3:3. A vida no Espírito está sendo agora apresentada como o antídoto para as inclinações da carne, o princípio do pecado que persiste nos santos. Portanto, há uma guerra necessária e legítima, em contraste com aquilo que foi insinuado em Gl 5:15.


    Moody - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 19 até o 21

    19-21. As obras da carne podem ser esperadas prolificando livremente na atmosfera do legalismo. Um raio de ironia se percebe aqui ao fazer referência às obras – "Atentem para as realizações da carne!"

    Em primeiro lugar vêm os pecados sensuais. Prostituição é um termo geral para imoralidade sexual. Impureza inclui toda sorte de corrupção sexual. Lascívia indica audácia descarada nesse tipo de vida.

    Depois vêm os pecados religiosos. Idolatria é a devoção aos ídolos. A palavra grega que foi traduzida para feitiçarias encaixa-se no termo "farmácia" e significa basicamente a administração de drogas e poções mágicas, mas passou a representar todo o tipo de prática de feitiçaria (cons. Ap 9:21; Ap 18:23).

    Um terceiro grupo abrange os pecados de temperamento. Esses passam por toda a escala desde inimizades, que é algo latente, passando pelas porfias, que é algo operante (indicando neste caso disputas devidas ao egoísmo), pelas dissensões (antes, divisões) e facções, ou exibições de espíritos partidários (invejas podem se relacionar às anteriores pois ajudam a criar divisões, como também podem ser associadas com o próximo item), até chegar aos homicídios (E.R.C.), o clímax dos antagonismos impropriamente acalentados.

    Na quarta categoria podemos colocar as bebedices e glutonarias. A lista poderia ser ampliada – e coisas semelhantes. Aqueles que praticam tais coisas não herdarão o reino de Deus (cons. 1Co 6:9, 1Co 6:10). Um crente pode cair em semelhantes práticas do mal se andar de acordo com a carne. Por isso é que se faz a inclusão desta lista na sua presente posição dentro desta carta, onde a vida do cristão está sendo revista.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 13 até o 26
    b) As obras da carne e o fruto do Espírito (Gl 5:13-48, todas estas variedades estão ligadas como que para sugerir que a ausência de qualquer delas significa a anulação de todas" (artigo "Fruit", em H. A. C.). A tríplice classificação feita por Lightfoot, em hábitos mentais, qualidades sociais e princípios gerais de conduta, uma vez mais é de grande ajuda.

    (i) Hábitos mentais (22). Amor. O Espírito Santo inspira na alma aquele amor a Deus e aos homens que é o cumprimento da lei (cfr. vers. 14). Examinar o admirável elogio de Paulo ao amor, em 1Co 13:0), e não por causa das circunstâncias. Paz. O senso de harmonia no coração no que tange a Deus e ao homem, aquela paz de Deus que guarda o coração contra todas as preocupações e temores que pretendem invadi-lo (Fp 4:7).

    (ii) Qualidades sociais (22). Longanimidade. Paciência passiva debaixo das injúrias ou danos sofridos. Benignidade. A bondosa disposição para com o próximo. Bondade. Beneficência ativa, sendo assim um passo além da benignidade. Nenhum tributo mais excelente poderia ser pago a Barnabé do que ter sido dito dele que era "homem bom", e isso por estar "cheio do Espírito Santo e de fé" (At 11:24).

    (iii) Princípios gerais de conduta (22-23). Fidelidade; cfr. Tt 2:10, onde a palavra é também assim traduzida. Algumas versões dizem "fé"; mas certamente esta versão é mais correta. Mansidão. O temperamento especialmente Cristão de não defender de unhas e dentes os próprios direitos. Nosso Senhor associa bênção a essa virtude (Mt 5:5), sendo um de Seus próprios atributos (Mt 11:29 e 2Co 10:1). Domínio próprio. Geralmente traduzido por "temperança" noutras versões; "auto-controle". A idéia sugerida é a do indivíduo que sabe controlar firmemente seus desejos e paixões; a palavra ocorre em At 24:25 e 2Pe 1:6.

    >Gl 5:23

    Contra essas coisas... (23). A lei existe para propósitos de restrição, mas, quanto a estas virtudes, nada existe para limitá-las (cfr. 1Tm 1:9-54). Crucificaram (24). Aqueles que pertencem a Cristo consentiram que a velha e corrompida natureza, "o homem velho" (Rm 6:6), fosse pregada à cruz de Cristo; precisam sustentar essa atitude de mente. No Espírito (25); ou "pelo Espírito", como também no vers. 16. Andemos (25). Uma palavra diferente da que é empregada no vers. 16, pois se trata de vocábulo que dá a idéia de andar em fila: no grego clássico era usado para indicar a marcha em ordem de batalha. Paulo também a usa em Rm 4:12, referindo-se ao fato de andarmos na mesma linha da fé de Abraão. A idéia sugerida é que a orientação do Espírito Santo deve ser seguida bem de perto. Possuir de vanglória (26). O substantivo só aparece novamente em Fp 2:3, no Novo Testamento, onde a "humildade de mente" é colocada em notável contraste com o mesmo. Essa busca insensata pela honra inútil se revela de duas maneiras: provocação e inveja. A primeira dessas palavras ocorre somente aqui, no Novo Testamento, e traz em si a idéia de "desafio para combate", o que pode facilmente ser seguido pela "inveja", isto é, preocupação por causa da superioridade alheia. Paulo prossegue a fim de falar de uma atitude inteiramente diferente que o crente deve assumir para com os irmãos, mesmo no caso daqueles que tiverem errado grosseiramente.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 1 até o 26

    13. Tropeçando na graça (Gálatas 5:2-12)

    Eis que eu, Paulo, vos digo que, se você recebe a circuncisão, Cristo não será de nenhum benefício para você. E eu depor novamente a todo homem que recebe a circuncisão, que ele é obrigado a guardar toda a lei. Você foi separado de Cristo, você que está procurando ser justificados pela lei; de ter caído em desgraça. Porque nós pelo Espírito, pela fé, estão esperando a esperança da justiça. Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão significa alguma coisa, mas a fé que atua pelo amor. Você estava funcionando bem;quem vos impediu de obedecer à verdade? Esta persuasão não vem daquele que vos chama. Um pouco de fermento leveda toda a massa de massa. Tenho confiança em vós no Senhor, que você vai adotar nenhum outro ponto de vista; mas o que está perturbando você levará o seu julgamento, seja ele quem for. Mas eu, irmãos, se eu ainda prego a circuncisão, por que ainda sou perseguido? Em seguida, o tropeço da cruz foi abolida. Gostaria que aqueles que estão incomodando você iria mesmo se mutilam. (5: 2-12)

    Esta passagem começa a terceira seção da carta. Depois de defender o seu apostolado (caps. 1-2) e sua mensagem da justificação pela fé (caps. 3-4), Paulo aplica-se agora que a doutrina cristã prática para viver (caps. 5-6), enfatizando que a doutrina direito deve resultar em bem viver. Seu tema é a santificação que deve resultar de justificação. A vida de fé genuína é mais do que a crença na verdade divina; é também o rolamento de frutas divina.
    Especialmente no capítulo 5 (vv. 5, 16-18, 25), o apóstolo enfatiza o ministério pessoal do Espírito Santo na vida de um crente, sem a qual uma verdadeira vida cristã seria impossível. É o Espírito Santo que faz com que a vida de trabalho fé. Se não fosse pelo poder habitação do Espírito Santo, a vida de fé não seria mais espiritualmente produtivo ou aceitável a Deus do que a vida de direito.
    A liberdade para a qual Cristo nos liberta (v. 1) é a liberdade de viver uma vida de retidão no poder do Espírito Santo. Padrão de santidade de Deus não mudou. Como Jesus deixa claro no Sermão da Montanha, que exige não apenas o desempenho exterior, mas perfeição interior. Por meio de Seu Espírito Santo, os crentes têm a capacidade de viver a vida interna da justiça.
    Os dois últimos capítulos de Gálatas é um retrato de uma vida cheia do Espírito, do crente da implementação da vida de fé sob o controle e na energia do Espírito Santo. A vida cheia do Espírito torna-se, assim, em si mesma, um poderoso testemunho do poder da justificação pela fé.
    Em fazendo o seu apelo para viver uma vida cheia do Espírito de liberdade, em vez de reverter para o fútil trabalhos ligados a vida do legalista auto-esforço, Paulo começa com a negativa, a primeira advertência contra a falsa doutrina (vv. 2-6) e, em seguida, contra os falsos mestres (vv. 7-12). Ele mostra os perigos espirituais do primeiro e do caráter corrupto do segundo.

    Os perigos da doutrina falsa

    Eis que eu, Paulo, vos digo que, se você recebe a circuncisão, Cristo não será de nenhum benefício para você. E eu depor novamente a todo homem que recebe a circuncisão, que ele é obrigado a guardar toda a lei. Você foi separado de Cristo, você que está procurando ser justificados pela lei; de ter caído em desgraça. Porque nós pelo Espírito, pela fé, estão esperando a esperança da justiça. Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão significa alguma coisa, mas a fé que atua pelo amor. (5: 2-6)

    O erro doutrinário básico dos judaizantes era retidão de obras, o mesmo erro que é o coração de qualquer outro sistema religioso feito pelo homem. Judeus foram muitas vezes referida apenas como a circuncisão (At 10:45; At 11:2), majoritariamente judeus olhavam-no como tendo valor espiritual em si. Para eles, isso não foi um lembrete de bênção graciosa e soberana de Deus, mas um meio de garantir humanamente seu favor.

    Note-se que o simbolismo de cortar o prepúcio masculino era para ser uma lembrança constante para todas as gerações de judeus, para quem Deus desejou cortar o mal de seu coração (conforme Dt 30:1; Jr 4:4). Toda criança circuncidado era um símbolo dramático do desejo de Deus para purificar o coração pela fé nEle e imputar Sua graça para o crente.

    Objeção de Paulo aqui não é a circuncisão em si. Como todos os meninos judeus, ele próprio havia sido circuncidado como uma criança (Fp 3:5), o ato abriria portas para o ministério. Porque Timóteo era meio judeu, Paulo fez a circuncisão nele, a fim de que eles possam em conjunto têm maior oportunidade de testemunhar aos judeus. E se soubesse das possíveis vantagens para a saúde da circuncisão, ele não teria se opuseram a ele para esse fim também.

    A advertência de Paulo sobre a circuncisão pertencia apenas à falsa idéia de que, em si, ele carregava benefício ou mérito espiritual. Os judaizantes estavam dizendo, com efeito, que a fé em Jesus Cristo, embora importante, não foi suficiente para a salvação completa. Eles ensinaram que o que Moisés começou na Antiga Aliança e Cristo adicionado ao na Nova Aliança teve que ser terminado e aperfeiçoado pelo próprio esforços-a peça central do que foi a circuncisão .

    O Concílio de Jerusalém foi convocada para lidar com esse falso ensino, que declarou: "Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos ... É necessário circuncidá-los [os gentios], e encaminhá-los para observar a Lei de Moisés "(At 15:1).

    Como ele combata essa noção herética, Paulo aponta quatro de suas trágicas consequências. A pessoa que confia em circuncisão perde beneficiar da obra de Cristo em seu nome, coloca-se sob a obrigação de guardar toda a lei cai da graça de Deus, e exclui-se da justiça de Deus.

    Cristo é de nenhum benefício

    Eis que eu, Paulo, vos digo que, se você recebe a circuncisão, Cristo não será de nenhum benefício para você. (5: 2)

    Eis que eu, Paulo, vos digo suporte à autoridade apostólica (ver 1: 1), através da qual Paulo faz esta afirmação grave. Ele também pode ter sido enfatizando seu próprio judaísmo, indicando que ele, Paulo,um ex-fariseu e "hebreu de hebreus" (Fp 3:5.). Os gentios, que não buscavam a justiça, no entanto, verificou-se, quando creram em Jesus Cristo, ao passo que os judeus que foram zelosamente que buscam a justiça não alcançá-lo, porque eles foram procurá-lo em si mesmos. Os gentios crentes ganhou a justiça de Cristo, que é perfeito, enquanto que os judeus incrédulos tinha apenas sua justiça própria, que era inútil.

    Obrigado a guardar toda a lei

    E eu depor novamente a todo homem que recebe a circuncisão, que ele é obrigado a guardar toda a lei (5: 3)

    Uma segunda consequência de confiar em circuncisão é que a pessoa que faz isso obriga-se a guardar toda a lei. Para viver por parte da lei como um meio de atingir requer justiça que vivem por tudo isso.

    Marturomai ( testemunhar ) realiza frequentemente a ideia de forte protesto, e que parece ser o significado de Paulo aqui. Mais uma vez pode se referir ao verso anterior, para uma ocasião anterior, ou a ambos. Em qualquer caso, esta declaração é dada com urgência acrescentou.

    "Quem quer que guardar toda a lei, mas tropeça em um só ponto", diz Tiago ", ele tornou-se culpado de todos" (Jc 2:10). Porque o padrão de Deus é perfeita justiça, cumprimento de apenas uma parte dalei fica aquém do seu padrão. Mesmo se uma pessoa fosse de alguma forma capaz de manter toda a lei por toda a sua vida, se ele quebrou um mandamento durante seu último minuto na Terra, ele perderia a salvação. Ou se ele conseguiu manter todas as leis perfeitamente com exceção de um, ele iria sofrer o mesmo destino. É fácil entender por que Paulo declarou que "todos quantos são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não cumprir todas as coisas escritas no livro da lei, para realizar eles '"(Gl 3:10). Porque o padrão de Deus era tão obviamente impossível de alcançar, que a verdade citou Dt 27:26 deveria ter conduzido todo judeu para buscar a Sua misericórdia.

    Caído em desgraça

    Você foi separado de Cristo, você que está procurando ser justificados pela lei; de ter caído em desgraça. (5: 4)

    A terceira conseqüência da procurando ser justificados pela circuncisão ou qualquer outra forma de a lei é que ela leva uma pessoa a tornar-se separados de Cristo e, assim, tornar-se caído em desgraça.Severed é de katarg , que, quando seguido pela preposição, significa ser separado ou solto da (conforme Rm 7:2). Caídos é de ekpiptō , o que significa perder a compreensão sobre algo. Em termos simples, uma pessoa não pode viver de acordo com a lei ea graça. Para tentar justificar-se por lei é de rejeitar o caminho da graça.

    Paulo não está lidando com a segurança do crente, mas com as formas contrastantes de graça e lei , obras e fé, como meio de salvação. Ele não está ensinando que uma pessoa que tenha sido uma vezjustificada pode perder sua posição justa diante de Deus e tornar-se perdido novamente por ser circuncidado ou não legalista. A Bíblia não sabe nada de se tornar injustificada. Aqueles "que [Deus] predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou" (08:30 Rom.).

    Principal ponto de Paulo nesta passagem, como toda a carta, é que a lei e graça não podem ser misturados. Como um meio de salvação que eles são totalmente incompatíveis e mutuamente exclusivos. Para misturar lei com a graça é para obliterar graça. Para um crente para começar a viver novamente sob a lei para merecer a salvação é, de fato, para rejeitar a salvação pela graça. Contrário ao ensino dos judaizantes, para adicionar a circuncisão e outras obras da direito ao que Cristo realizou por graça não é elevar o seu nível espiritual, mas para abaixá-lo severamente. O legalismo não agradar a Deus, mas ofende. Ele não trazer uma pessoa mais perto de Deus, mas sim o leva embora.

    Aplicado a um que era realmente um incrédulo, o princípio de cair em desgraça tem a ver com ser exposto à verdade graciosa do evangelho e, em seguida, virar as costas a Cristo. Tal pessoa é um apóstata.Durante o tempo da igreja primitiva muitas pessoas, tanto judeus como gregos, não só ouviu a mensagem do evangelho, mas testemunhou os sinais que confirmam milagrosas realizadas pelos apóstolos.Tornaram-se atraído por Cristo, muitas vezes feitas profissões de fé nEle. Alguns tornaram-se envolvido em uma igreja local e vicariamente experimentado as bênçãos do amor cristão e companheirismo.Eles foram expostos em primeira mão para toda a verdade e bênção do evangelho da graça, mas, em seguida, virou-se. Eles haviam sido "iluminados", "provaram o dom celestial", e tinha mesmo "se fizeram participantes do Espírito Santo", testemunhando o seu ministério divino na vida dos crentes. Mas eles se recusaram a ficar plenamente com Cristo, colocando sua confiança nele, e eles caíram, perdendo toda a possibilidade de arrependimento e, portanto, da salvação (Hb 6:4-6.). Eles vieram para a própria porta da graça e, em seguida, caiu, de volta para as suas obras religião.

    Aplicado a um crente, o princípio de cair em desgraça tem a ver com uma pessoa que realmente confia em Cristo para a salvação, mas, em seguida, para o exterior reverte para uma vida de legalismo, de viver sob os rituais, cerimônias e tradições externos que ele realiza em sua própria força, em vez de viver com um espírito de obediência a Cristo. Ele troca a vida pela graça para a vida de volta sob a lei , a vida pela fé para a vida novamente por obras, a vida em liberdade para a vida em cativeiro, a vida no Espírito para a vida de volta na carne. É um grande motivo de preocupação para Deus, se vivemos em obediência exterior e submissão às exterioridades da religião ou em obediência coração e submissão aos componentes internos de justiça. Na primeira forma, uma pessoa é solicitado e sustentada pela carne para tentar ganhar a justiça. Na última forma, uma pessoa é solicitado e sustentada pelo Espírito de demonstrar justiça.

    Obviamente os verdadeiros cristãos não rejeitará o verdadeiro caminho da salvação, mas eles confundem-se e outros quando eles tentam viver pelas obras, porque a marca do verdadeiro discipulado continua obediência a Cristo (Jo 8:31). A segurança da salvação do lado divino é garantida por Deus à Sua própria (conforme v 10; Rm 8:1), mas a partir do lado humano manifesta-se pela perseverança na graça (ver Jo 8:31; 15: 4-9; At 11:23; At 13:43; 14: 21-22; Rm 2:7). Paulo está aqui pedindo tal perseverança na graça pelo crente genuíno.

    Ao contrário do que justifica a graça, a graça santificante é passível de interrupção. Vivendo pela carne interfere com a vida pelo Espírito, e viver pela carne pode envolver até mesmo fazer as coisas certas pelas razões erradas ou de forma errada. Por exemplo, para adorar a Deus com o coração e para o Seu próprio bem é viver pelo Espírito. Mas, para adorá-Lo só exteriormente ou para impressionar os outros com nossa suposta espiritualidade é viver pela carne. Para testemunhar a uma pessoa enquanto confiando em Deus para condenar e convertê-lo é viver pelo Espírito. Para testemunhar com a intenção de conversão de uma pessoa através de nosso próprio conhecimento das Escrituras e poder de persuasão é viver pela carne. Não importa o quão digno e Deus ordenou-actividades exteriores de uma pessoa pode ser, para realizá-las pela carne é viver pelo caminho da lei e abandonar o caminho da graça.

    Excluído da Justiça

    Porque nós pelo Espírito, pela fé, estão esperando a esperança da justiça. Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão significa alguma coisa, mas a fé que atua pelo amor. (5: 5-6)

    A quarta conseqüência de confiar em obras é para ser excluído da justiça para que o crente tem a esperança , a abandonar a verdadeira vida de bênção que Deus deseja para Seus filhos.

    Os "judaizantes esperança da justiça foi baseada na adição obras imperfeitas e sem valor de lei, em uma vã tentativa de completar o trabalho perfeito e inestimável de Cristo, que eles assumiram estar incompleto e imperfeito. Nós , isto é, os verdadeiros crentes, Paulo diz: por meio do Espírito, pela fé, estão esperando a esperança da justiça que é baseada na graça de Deus.

    Os crentes já possuem a imputada justiça de justificação, mas o ainda incompleto justiça de santificação total e glorificação ainda os aguarda. "Porque considero que as aflições deste tempo presente não são dignos de ser comparados com a glória que há de ser revelada a nós ... A própria criação também será liberta da escravidão da corrupção, para a liberdade da glória de os filhos de Deus (Rm 8:18., Rm 8:21) ".Nesta vida, os crentes ainda estão esperando o completado e aperfeiçoado justiça que ainda está por vir.

    Paulo aqui menciona três características da vida piedosa, a vida que continua a viver pela graça através da qual a salvação foi recebido. Primeiro de tudo, é uma vida vivida pelo Espírito , em vez de carne.Em segundo lugar, é uma vida vivida pela  , em vez de obras. E em terceiro lugar, é uma vida vivida em paciente espera e espero que , em vez de na incerteza ansiosa da servidão à lei.

    Nada que seja feito ou não na carne, nem mesmo cerimônia religiosa, faz toda a diferença em sua relação com Deus. Em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão significa nada . O exterior é totalmente sem importância e sem valor, exceto como responder verdadeiramente a justiça interior.

    A vida no Espírito não é estática e inativos, mas é a fé que atua pelo amor , não a carne de trabalho através do auto-esforço. Os crentes são "criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2:10). Mas o seu trabalho é o produto de sua  , e não um substituto para ele. Eles não trabalham para a justiça, mas de justiça, através do poder motivador do amor. Ao fazer isso, "andar de modo digno do Senhor, para agradá-Lo em todos os aspectos, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus; fortalecidos com todo o poder, de acordo com a sua glória" (Col. 1 : 10-11).

    Amor necessidades nem as receitas nem as proibições da lei porque a sua própria natureza, é para cumprir as exigências da lei. Como Paulo declara alguns versos mais tarde, "toda a lei se cumpre numa só palavra, na declaração 'Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Gl 5:14; conforme Rm 13:8; 8: 3-11). E antes mesmo de o odiado e larcenous Zaqueu se arrependeu e veio a fé salvadora, Jesus não tinha vergonha de comer com ele (Lucas 19:1-10). Mas, para os escribas e fariseus-cujo exterior vidas estavam cerimonialmente impecável, mas que se recusou a reconhecer sua necessidade espiritual e que continuamente corrompido as mentes das pessoas com sua perversão legalista de verdadeiro judaísmo-Jesus tinha apenas condenação hipócritas.

    Os escribas e fariseus eram os professores e intérpretes da Escritura primários. Quando um homem foi iniciado no escritório de escriba, ele foi dada uma chave que simbolizava a sua qualificação para ensinar. No entanto, Jesus os chamou de hipócritas, enganadores, roubadores, proselytizers equivocadas, guias cegos, tolos, interiormente corruptos e sujos, parceiros com aqueles que mataram os profetas e assassinos si, serpentes e víboras, e futuras perseguidores de Sua Igreja (13 40:23-36'>Mat. 23:13 —36). Sua pior mal, no entanto, foi um dos que Isaías havia profetizado deles mais de 600 anos antes: "Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens" (Mt 15:9).

    Paulo também foi longa sofrendo com os que foram pegos em pecado, como suas cartas para o imaturo, facciosa, e os crentes de Corinto imorais atestar. Mas também gosto do Senhor, as denúncias mais contundentes do apóstolo foram reservados para os que pervertem a verdade de Deus e conduzir os outros em falsidade. Em Gálatas 5:7-12, ele apresenta seis características dos judaizantes que são gerais o suficiente para caber todos os outros professores de impiedade, antiga ou moderna.

    Eles detêm a verdade

    Você estava funcionando bem; quem vos impediu de obedecer à verdade? (5: 7)

    A primeira e mais óbvia característica dos falsos mestres era que eles distorceram e prejudicado ... a verdade .

    Você estava correndo bem reflete a figura de uma corrida, o que Paulo freqüentemente utilizados (veja Rm 9:16; 1Co 9:24; Gl 2:1). Enquanto Paulo havia ministrado entre eles, os crentes da Galácia não teve problemas para viver a sua vida cristã pela fé. Eles estavam correndo bem até que, aparentemente, logo após Paulo esquerda, os judaizantes começou levando-os para longe do caminho da graça e da fé de volta para o caminho da lei e obras (veja 1: 6-7), que era incapacitante em sua inconsistência.

    Porque Paulo já havia deixado claro que seu inimigo espiritual era, a pergunta quem vos impediu ...? era retórica. A questão não era sobre a identidade dos falsos mestres, mas sobre eles terem sido capazes tão facilmente e rapidamente para enganar e enganar os crentes gálatas. "Como você pode ter permitido que esses homens para derrubar o que eu cuidadosamente ensinado e você aceitas como a Palavra de Deus?" ele estava pedindo. " Quem eles pensam que são e quem você acha que eles são, que eles podem arrogantemente minar minha própria autoridade apostólica (veja 1: 1; 5:
    2) e o claro ensino do Antigo Testamento (3: 6-29; 4 : 21-31), que alegam a reverenciar "?

    Obedecendo a verdade pode se referir ao verdadeiro evangelho, isto é, a maneira pela qual os homens são salvos (conforme At 6:7;. 1Pe 1:221Pe 1:22.). Paulo parece estar usando a frase em ambos os sentidos, porque o legalismo dos judaizantes estava impedindo os incrédulos de vir a Cristo na fé e os salvos por segui-Lo na fé.

    A igreja sempre enfrentou o perigo do legalismo, porque a inclinação da carne é sempre a viver para os seus próprios fins e em seu próprio poder. Mas ", embora andando na carne, não militamos segundo a carne", Paulo adverte: "Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruição das fortalezas" (2Co 10:4) e "para fazer uma boa exibição na carne" (6:12). Eles foram precursores de todos os falsos mestres de auto-promoção da que têm assolado a Igreja ao longo de sua história e vai continuar a fazê-lo até a volta do Senhor. "Também haverá entre vós falsos mestres," Pedro avisa: "que introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição" (2Pe 2:1). Eles estão "sempre aprendendo e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade ... Esses homens também se opõem à verdade, homens de mente depravada, rejeitou que diz respeito à fé" (2 Tim. 3: 7-8).

    Eles não são de Deus

    Esta persuasão não vem daquele que vos chama. (5: 8)

    A segunda característica dos falsos mestres era a sua impiedade. Sua legalista persuasão não vem de Deus, do aquele que chama os verdadeiros crentes. Deus está aqui exclusivamente identificados como os soberano que tem efetivamente chamados todos os que crêem e são salvos. A obra da salvação é totalmente a fazer e nenhum homem de Deus (Rom. 8: 28-30), e qualquer ensinamento que diz que a obra da graça de Deus em salvar os homens é insuficiente é falsa.

    O legalismo nunca vem de Deus, porque Ele escolheu os crentes "desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade. E foi por isso vos chamou pelo nosso evangelho, que você pode ganhar a glória de nosso Senhor Jesus Cristo "(13 53:2-14'>2 Ts 2: 13-14.). Evangelho dos judaizantes, o que não era o evangelho em todos (Gal. 1: 6-7), não era de Deus.

    Contaminam a Igreja

    Um pouco de fermento leveda toda a massa de massa. (5: 9)

    Uma terceira característica dos falsos mestres era que eles contaminado a igreja, espalhando sua heresia entre ambos os verdadeiros crentes e pretensos crentes. Assim como um pouco de fermento leveda toda a massa de massa , de modo que uma pequena quantidade de falsidade pode corromper a pensar e de viver de um grande grupo de pessoas.

    Nas Escrituras, o fermento representa muitas vezes o pecado diretamente, como no aviso de Jesus sobre "o fermento dos fariseus e saduceus", que se refere ao seu falso ensino (Mt 16:6). Mas a figura do fermento é geralmente usado simplesmente para indicar a potência permeando, se de algo bom ou mau. Nesta passagem, como na sua referência à imoralidade do Corinthians, Paulo usou a figura de fermento em ambos os sentidos, como a representação da realidade do pecado, bem como o seu poder de infectar e permeiam o que é bom (ver 1Co 5:6.).

    O destino dos crentes é segura. "Eles nunca perecerá", disse Jesus; "E ninguém as arrebatará da minha mão Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai." (João 10:28-29). Eles não vão rejeitar a sua verdadeira salvação para um falso (João 10:4-5,Jo 10:14). Ambos irão perseverar e ser preservada.

    Mas isso não é o destino de professores ímpios, que levam o povo do Senhor desviado. "Quem quer que escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim a tropeçar", disse Jesus, "é melhor para ele que uma pedra de moinho heavy ser pendurado no pescoço, e que ele se submergisse na profundeza do mar" (Mt 18:6, 2Pe 2:9 ).

    Perseguem Professores Verdadeiros

    Mas eu, irmãos, se eu ainda prego a circuncisão, por que ainda sou perseguido? Em seguida, o tropeço da cruz foi abolida. (05:11)

    A quinta característica dos falsos mestres é que eles perseguirão os verdadeiros professores, neste caso, Paulo. A religião falsa sempre foi e continuará a ser o perseguidor mais agressivo e dominante da Igreja (conforme João 16:1-3; Apocalipse 17:5-6). Satanás luta Deus e religião satânica luta a verdadeira fé.

    Entre os seus outros enganos e mentiras, os judaizantes, aparentemente, afirmou que Paulo pregava a circuncisão assim como eles fizeram. Porque Timóteo era meio judeu, Paulo fez a circuncisão nele, a fim de minimizar as críticas de judeus, entre os quais fariam ministro juntos (Atos 16:1-3). Mas Paulo nunca defendeu a circuncisão como ter qualquer parte em tornar-se ou viver como cristão. " Se eu ainda prego a circuncisão como eu fiz quando eu era um fariseu ", ele pergunta:" por que ainda sou perseguido pelos judaizantes? Se eu pregasse a circuncisão, gostaria de ser um deles. "

    Como Paulo já tinha explicado, ele nunca poderia defender a circuncisão como parte do evangelho, porque fazê-lo seria "nula a graça de Deus, pois, se a justiça vem mediante a lei", que a circuncisão representava para os judaizantes ", então Cristo morreu desnecessariamente "(Gl 2:21). Em seguida, o tropeço da cruz teria sido abolida.

    cruz foi uma pedra de tropeço para os judeus, em parte porque eles não podiam aceitar a idéia de um sofrimento, muito menos crucificado, o Messias. Mas foi ainda mais uma ofensa para eles, porque roubaram-lhes de suas mais distintas sinais exteriores de judaísmo, a lei mosaica e circuncisão. Se a cruz obliterado mesmo o verdadeiro judaísmo da Antiga Aliança, quanto mais se ele destruir a falsa, feita pelo homem judaísmo representado pelos escribas, fariseus e judaizantes?

    A igreja primitiva Pai Crisóstomo comentou que a cruz era um escândalo para os judeus, principalmente porque ele não conseguiu exigir obediência às suas leis ancestrais. Quando eles atacaram Estevão, observou ele, que não fez ele com adoração a Cristo, mas com a fala "contra o lugar santo, e da lei" (At 6:13).

    Paulo confessou que quando ele ", utilizado para perseguir a igreja de Deus, além da medida, e tentou destruí-lo", ele fez isso porque ele era "extremamente zeloso [seus] tradições ancestrais" (13 48:1-14'>Gal. 1: 13-14).Os judeus ficaram escandalizados pela cruz , pois não só anulou a lei mosaica, mas também as suas tradições rabínicas altamente reverenciado.

    cruz ainda ofende os homens caídos, pela mesma razão básica. Seja judeu ou gentio, todos os homens são propensos a confiar no que eles podem fazer por si mesmos e se ofendem quando disse que não pode fazer nada em tudo para tornar-se reto diante de Deus. Para pregar a cruz convida perseguição porque é a ofensa suprema de retidão de obras. Mas, como Pedro corajosamente proclamou perante os líderes judeus em Jerusalém: "Não há salvação em nenhum outro, pois não há outro nome debaixo do céu que foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4:12).

    Eles devem ser cortados

    Gostaria que aqueles que estão incomodando você iria mesmo se mutilam. (5:12)

    Paulo encerra sua polêmica contra os falsos mestres com uma das declarações mais duras para vir de sua pena ou lábios. Ele estava tão apaixonAdãoente oposição à heresia dos judaizantes que ele desejava que eles sequer se mutilam.

    Apokopto literalmente significa "cortar", especialmente um membro do corpo, e, portanto, para mutilar . A palavra foi usada frequentemente da castração, e isso é claramente o significado de Paulo aqui.Provavelmente ele está se referindo ao culto de Cybele, um popular deusa pagã da natureza na Ásia Menor durante o dia de Paulo. Muitos fiéis devotos do sexo masculino no culto castrou a si mesmos, e todos os seus sacerdotes eram eunucos self-made.

    Paulo não estava expressando um desejo cru e cruel para os judaizantes "punição. Deus tomaria conta de que (v. 10). Ele falou um pouco de sua mutilando -se. Seu ponto era: "Se os judaizantes são tão insistente sobre a circuncisão como um meios de agradar a Deus, por que não ir até o fim e castrar-se como o supremo ato de devoção religiosa? Se, como os pagãos, eles acreditam que a realização humana pode ganhar o favor divino, por que não ir para os extremos pagãs de auto-mutilação, como os sacerdotes Cybelene? "

    Para adicionar qualquer esforço humano ou ato a graciosa provisão de Deus através da morte de Seu Filho é trocar o evangelho salvador de Jesus Cristo para a falsidade condenatório do paganismo.

    14. Chamados à liberdade ( 13 48:5-15'>Gálatas 5:13-15 )

    Porque fostes chamados à liberdade, irmãos; só não vire sua liberdade em uma oportunidade para a carne, mas através do amor servir um ao outro. Para toda a lei se cumpre numa só palavra, no comunicado, "Amarás o teu próximo como a ti mesmo." Mas se você morder e devorar um ao outro, cuidar para que você não ser consumido por um outro. ( 5: 13-15 )

    O nosso é um dia que clama pela libertação. Homens, mulheres e até crianças estão exigindo mais liberdade para fazer o que quiserem. Em nome dos direitos da personalidade, a autoridade é desrespeitada e restrições são resistiu. Como os israelitas nos dias dos juízes, as pessoas pecaminosas quer fazer o que é correto aos seus próprios olhos (veja Jz 17:6 ; cf. Dt 12:8 ). O homem caído é um escravo da sua natureza pecaminosa, um viciado que não consegue controlar com sucesso os seus pensamentos e ações pecaminosas, mesmo quando ele pode querer. E, ironicamente, mais ele afirma sua liberdade auto-centrado, mais ele se torna escravo do pecado.

    Na passagem que acabamos de citar, Jesus dá a receita para a verdadeira liberdade: "Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres" ( v 36. ). Esse é o grande manifesto do cristianismo e do tema da carta aos gálatas: a liberdade em Jesus Cristo. O cristianismo é a libertação.

    Paulo já tem falado da "liberdade que temos em Cristo Jesus" ( 2: 4 ) e apresentou uma analogia que ilustra descendência espiritual do crente da esposa de Abraão, Sara, uma "mulher livre ( 4: 21-31 ). Ele declarou que "Foi para a liberdade que Cristo nos libertou" ( 5: 1 ).

    Mas porque a idéia de liberdade cristã é tão facilmente mal interpretada e mal aplicado, Paulo sabia a importância de entender o seu verdadeiro significado. Em 13 48:5-15'>Gálatas 5:13-15 , explica brevemente a natureza e Proposito básica da liberdade, e no versículo 16 explica como Deus faz provisão para os crentes a viver nele.

    O apóstolo deixa claro novamente (ver 5: 1 ) que a liberdade está no próprio coração do Evangelho e da vida piedosa. Não é um benefício colateral ou um complemento para a vida cristã. Deus temchamado a todos os crentes a liberdade . Suas chamadas para áreas específicas do ministério e serviço variam de crente para crente, mas seu chamado à liberdade é universal.

    No livro de Gálatas o primário liberdade a que Paulo se refere é a liberdade de ser obrigado a lei como um sistema de governo que regula a vida diária, incluindo cerimônias do Antigo Testamento, de volta para que, juntamente com as tradições rabínicas-os judaizantes queria arrastar crentes . Ele fala sobre a liberdade do frustrante, opressivo condenando tirania, de um sistema jurídico que era impossível manter. É a liberdade de saber que um é aceito por Deus por causa de mérito suficiente de Cristo ao invés de saber que de um mérito próprio insuficiente nunca é o suficiente para agradá-Lo. É a liberdade de uma limpeza total que mesmo os santos mais piedosos do Antigo Testamento nunca totalmente compreendido. Suas consciências nunca foram completamente claro, porque eles sabiam que não poderiam totalmente e, finalmente, satisfazer as exigências de Deus na lei e porque os rituais e cerimônias, mas eram atos externos temporários simbólicas de uma realidade que nunca experimentou permanentemente.Não até que a obra de Cristo fez os crentes têm a sensação de completa justiça imputada a eles, de uma vez para sempre tornando-os bem com Deus.

    Para os cristãos, a submeter-se rituais e regulamentos do Velho Testamento, representados para os judeus pela circuncisão, era voltar à escravidão espiritual ( 4: 9 ), para trocar a realidade interna nova e gloriosa para os antigos e opressivas sombras externas.

    Porque as tradições ea reverenciar da lei de Deus era tão profundo em suas mentes, proclamação implacável de Paulo da liberdade cristã era um empecilho até mesmo para alguns sinceros crentes judeus. E foi escândalo total a judaizantes hipócritas que meramente professavam crer em Cristo. Os judeus acreditavam que a lei era a única restrição que impedia o pecado de correr desenfreado e trazendo destruição da terra de Deus. E para além de provisão divina que era verdade. À luz da inclinação natural do homem ao pecado, a única maneira de impedi-lo de libertar totalmente seus piores paixões era estabelecer um sistema de leis que estabelecem limites sobre o comportamento e que sanções realizadas graves o suficiente para promover a conformidade com medo.
    Os judaizantes, e alguns dos crentes judeus, considerados imaturos Paulo para ser antinomian, um libertino sem lei. Eles não perceberam que se tornar um cristão implica ter própria natureza e do Espírito de Cristo na residência pessoal e que a motivação para obedecer aos comandos e restrições do Novo Testamento é, portanto, não externo. O cristão tem o glorioso privilégio de viver sob a orientação interna, restrição, e poder do Espírito Santo, que lhe dá energia para obedecer à vontade de Deus.
    Porque os extremos opostos do legalismo e antinomianism são ambos centrada no homem, eles sempre foram atraentes para os pecadores. O legalista satisfaz a si mesmo, e, presumivelmente, a Deus, ao aderir a um código externo rigoroso de fazer e não fazer, o que ele imagina demonstrar sua adequação hipócrita para o céu. O antinomian, por outro lado, satisfaz-se, rejeitando todos os códigos e viver completamente de acordo com suas paixões e desejos pessoais.
    Alguém já imaginou o legalismo e libertinagem como duas correntes paralelas que correm entre a terra eo céu. O fluxo de legalismo é límpida e cristalina, e pura; mas as suas águas correm tão profundo e furiosamente que ninguém pode entrar sem ser afogados ou esmagados sobre as rochas de suas duras exigências. O fluxo de libertinagem, pelo contrário, é relativamente calma e ainda, e cruzando parece fácil e atraente. Mas suas águas são tão contaminados com venenos e poluentes que tentar atravessá-lo também é morte certa. Ambas as correntes são intransponível e mortal, um por causa de exigências morais e espirituais impossíveis, o outro por causa da sujeira moral e espiritual.
    Mas que mede essas duas correntes mortais é a ponte do evangelho de Jesus Cristo, a única passagem da terra ao céu. As duas correntes de levar à morte, porque eles são os caminhos do homem. O evangelho leva a vida, porque é o caminho de Deus.
    A lei Testamento governamental Velha foi abolido em Cristo. O objetivo dessa forma de a lei era para definir os judeus distante como distintivos povo escolhido de Deus e imaginar o sacrifício da vinda do Messias, o Cristo. Quando Cristo veio, os símbolos do Seu sacrifício deixou de ser necessário, porque o próprio sacrifício concluído e final foi totalmente e eternamente feito.
    Como Paulo menciona em versículo 14 , e explica em detalhes em outras epístolas, a obra de Jesus Cristo é que não alterar a natureza moral de Deus ou seu desejo de santidade do homem. Em vez disso, capacita o crente a cumpri-las internamente como externamente, por causa de Sua habitação e capacitar Espírito Santo ( v. 16 ). O motivo para a obediência não é a escravidão a um sistema governamental de leis, mas se baseia unicamente no amor. Apesar de santos do Antigo Testamento também amava a Deus e obedeceram por causa desse amor, eles ainda eram obrigados a todo o sistema de direito. Em Cristo, essa obrigação é removida, e só o amor permanece. É o amor e respeito pela santidade de Deus que coloca medo reverente em nossos corações. Essa é a espiritual gloriosa liberdade em que Deus chamatodos os que confiam em Seu Filho.

    Em 13 48:5-15'>Gálatas 5:13 13 48:5-15'>b13 48:5-15'> -15, Paulo dá quatro efeitos do chamado de Deus para a liberdade de amá-lo: se opor à carne, para servir os outros, para cumprir a Sua lei moral e evitar prejudicar os outros.

    Se opor à Carne

    só não vire sua liberdade em uma oportunidade para a carne, ( 5:13 b)

    Talvez em parte como resposta às acusações dos judaizantes que ele era um libertino, e como um aviso para os crentes que foram tentados a abusar da sua liberdade cristã, Paulo deixa claro que a liberdade do evangelho não é a tolerância de auto-indulgência. Ele não é um meio para satisfazer os desejos de carne , mas por se opor a eles.

    Aphormē ( oportunidade ) foi muitas vezes utilizado para indicar uma base central a partir do qual todas as operações de uma campanha militar originou. Neste contexto, a carne não se refere ao corpo físico, mas com a inclinação pecaminosa da humanidade caída, o velho homem, cujo desejo supremo é fazer a sua própria vontade e para satisfazer os seus apetites pecaminosos. É sinônimo de pecado vontade própria. Declaração de Paulo é que Cristão liberdade não é uma base de operações a partir do qual a carne é dada oportunidade para continuar suas campanhas do pecado livremente e sem conseqüência.

    Cristo não dar liberdade aos crentes para que eles possam fazer o que eles querem, mas para que eles possam, pela primeira vez, fazer o que Deus quer, por causa do amor por Ele. Dentro dos limites de suas situações e habilidades específicas, até mesmo os incrédulos mais ímpios já estão livres para fazer o que eles mesmos querem fazer. Eles têm mais do que suficiente oportunidade para saciar os desejos dacarne, e foi mal necessário que Cristo para fornecer que tipo de liberdade.

    Mas o ponto de Paulo é infinitamente mais importante do que a verdade óbvia. A grande realidade ele declara aqui é que ele é de pecado, representado pela carne, que o evangelho salva crentes. Seja qual for Cristão liberdade é, é claramente não o direito de crentes para voltar ao que a partir do qual Cristo pagou com a própria vida para salvá-los. "Aja como homens livres", adverte Pedro, "e não usem a liberdade como uma cobertura para o mal, mas usá-lo como bondslaves de Deus" ( 1Pe 2:16 ).

    Sob o manto da liberdade cristã, alguns cristãos professos afirmam que eles são livres para ficar bêbado, desfrutar de diversões mundanas, alimentar suas mentes em livros obscenos, revistas e filmes, e vivem em quase desenfreada auto-indulgência. Mas essa pessoa dá fortes indícios de que ele não é um cristão. Embora um verdadeiro crente pode cair em pecado grave, sua renovada consciência e próprio Espírito interior de Cristo não lhe permitirá desfrutar por muito tempo. E ele certamente não vai tentar continuamente para justificar o pecado como uma legítima expressão da liberdade cristã. A nova natureza odeia o pecado e ama a justiça de Deus (cf. Rom. 7: 14-25 ).

    Ensinar Cristão liberdade como uma oportunidade para a carne é a atração de muitos falsos mestres populares. Imitando filosofia popular do mundo de ética de situação, eles afirmam um crente é liberto por Cristo para expressar-se em praticamente qualquer maneira que ele quer, desde que parece certo para ele. Apesar de que agrada aos pecadores, Pedro repreende esses professores para,

    falando palavras arrogantes de vaidade que seduzem por desejos carnais, pela sensualidade, aqueles que mal escapar os que vivem no erro, prometendo-lhes liberdade, enquanto eles mesmos são escravos da corrupção; pelo que um homem é vencido, por isso ele é escravizado. Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, ficam de novo envolvidos nelas e são superados, o último estado tornou-se pior para eles do que o primeiro. Por que seria melhor para eles não terem conhecido o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, a afastar-se do santo mandamento que lhes. ( 2 Ped. 2: 18-21 )

    Jude refere-se a falsos mestres como "certos indivíduos [que] se introduziram com dissimulação, os que por muito tempo foram previamente marcados para este mesmo juízo, homens ímpios, que transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" ( Jd 1:4 ). Para realizar legitimamente o nome de Cristo e de fazer provisão para a carne são contraditórios e mutuamente exclusivos.

    Uma das características mais surpreendentes de Jesus foi a de que, se Ele era Deus encarnado, Ele "não agradou a si mesmo" ( Rm 15:3 ).

    "Tende em vós mesmos que houve também em Cristo Jesus", disse Paulo, "quem, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não considerou a igualdade com Deus uma coisa que deve ser aproveitada, mas se esvaziou, assumindo a forma de um servo "( Fm 1:2 ). Deus sempre tinha chamado seu povo para servir e obedecer a Ele, porque eles amam.

    Paulo ecoa e se expande em que a verdade em sua carta aos Romanos:. "Quem ama seu próximo tem cumprido a lei Para isso," Não cometerás adultério, não deve assassinato, Você não deve roubar, Não cobiçarás, "e se há algum outro mandamento, tudo se resume nesta palavra:" Amarás o teu próximo como a ti mesmo. " O amor não faz mal ao próximo, o amor, portanto, é o cumprimento da lei "( 13 8:45-13:10'>Rm 13:8-10. ).

    Embora ele não está vinculado ao abrigo do sistema de direito como eram santos do Antigo Testamento, quando um cristão genuinamente ama os outros que ele preenche todos os elementos morais da lei mosaica.

    A primeira ordenança dada por meio de Moisés, depois dos Dez Mandamentos é uma imagem bonita de servir ao Senhor por amor ao invés de mero dever. O decreto-lei estipulava que se um hebraico comprei outro hebraico como um escravo, o escravo tinha de ser libertado depois de cumprir seu mestre por seis anos. "Mas se o escravo diz claramente:" Eu amo a meu senhor, ... eu não vou sair como um homem livre ", então seu senhor o levará a Deus, então ele deve trazê-lo até a porta ou a um pilar. E seu mestre deve furar a orelha com uma sovela; e ele o servirá permanentemente "( Ex 21:2-6. ).

    A Proposito da liberdade cristã é para os crentes a fazer exatamente o que o escravo hebreu fez que permanentemente se rendeu a sua liberdade para o mestre que amava. Eles voluntariamente desistir da liberdade para servir a si mesmos, que é a liberdade para servir a carne do pecado, a fim de tornar-se escravos de Deus. "Tendo sido libertados do pecado", eles voluntariamente começar o privilégio alegre de se tornar "escravos de Deus" ( Rm 6:22 ).

    Mesmo sob a Antiga Aliança de lei Deus exigia serviço de coração, e não mero serviço de bordo ( Dt 11:13. ; 24:23 Josh. ; 1Rs 8:58 ; cf. Is 29:13. ). O motivo interior de amor sempre foi a única motivação aceitável para servir a Deus ou aos outros. Como Paulo enfatiza no restante do capítulo ( Gal. 5: 16-26 ), o cristão tem o Espírito Santo habita, não só para motivar justamente seu serviço a Deus e aos outros, mas para fortalecê-lo também.

    Nos últimos três princípios Paulo trata da liberdade cristã em relação a si mesmo, os outros, e Deus. A verdadeira liberdade no amor produz auto-controle, o serviço aos outros, e obediência a Deus. Toda relação seja harmonizada a liberdade cristã.

    Para evitar prejudicar os outros

    Mas se você morder e devorar um ao outro, cuidar para que você não ser consumido por um outro. ( 05:15 )

    O quarto objectivo da liberdade cristã é o reverso do segundo. Re-enfatizando a necessidade de os cristãos a usar sua liberdade para servir uns aos outros (ver v. 13 ), Paulo aqui salienta o lado negativo do que a verdade, sob a forma de um aviso sobre o que acontece quando os crentes não amar e servir uns aos outros . Eles tornam-se destrutivas e morder e devorar um ao outro. Essas duas palavras falam de animais selvagens que se dedicam à fúria de uma luta mortal.

    Mesmo que o mundo sabe que a liberdade pessoal não pode ser ilimitada. As sociedades mais libertários da história foram forçados a reconhecer que eles não poderiam sobreviver se cada indivíduo tem o direito de passar por cima os outros, enquanto gratificante seus próprios caprichos e cumprir suas próprias ambições. Anarquia é, obviamente, destrutivo, e os direitos de uma pessoa são necessariamente limitados pelos direitos dos outros.

    Em sua carta aos Romanos, Paulo aconselha os crentes que estão espiritualmente forte para evitar esse tipo de conflito e de "aceitar aquele que é fraco na fé, mas não com a Proposito de julgar sobre suas opiniões. Um homem tem fé que ele pode comer . todas as coisas, mas aquele que é fraco, come legumes Deixe não o que come conta com desprezo aquele que não come, e não seja aquele que não come julgá-lo que come, porque Deus o acolheu "( Rm 14.: 1-3 ).

    Muitos dos primeiros cristãos, judeus e gentios, eram tão desdenhoso e com medo de idolatria que se absteve de comer qualquer carne de todo, para que, inadvertidamente, eles comem algumas que tinha sido oferecido em uma cerimônia pagã e depois vendidos no mercado dos sacerdotes pagãos. Porque porco era impuro sob a lei mosaica muitos crentes judeus não poderia trazer-se a comê-lo não importa o que sua fonte de mercado.

    Crentes mais maduros realizado com Paulo de que "no Senhor Jesus ... nada é impuro em si mesmo, mas para aquele que pensa que qualquer coisa para ser imundo, para ele, é impuro" ( Rm 14:14. ). A questão não é uma questão de mal intrínseco, mas de consciência. Um crente nunca deve ir contra a sua consciência, mesmo que seja imaturo; e outros crentes nunca devem incentivá-lo a fazê-lo ou criticá-lo por suas convicções. Da mesma forma, o crente imaturo não deve hipocritamente condenar aqueles que se sentem livres para comer qualquer alimento que eles desejam. Em qualquer caso, "se por causa da comida seu irmão está machucado, você não está mais andando de acordo com amor. Não destrua com tua comida aquele por quem Cristo morreu" ( v. 15 ).

    Como já explicou Paulo ( Gl 5:6 ), o princípio que rege a liberdade cristã é sempre o amor. O crente com uma consciência desnecessariamente rigorosa e aquele com uma consciência libertados são a aceitar com amor e servir uns aos outros em Cristo. Caso contrário, eles vão ser como os pagãos, egocêntricos mais ímpios que mordem e devoram uns aos outros e acabam sendo consumido por um outro. desamor é totalmente destrutivo.

    Por isso, são chamados para a liberdade, a liberdade do amor que anda a ponte sobre o legalismo e licença.



    15. Andando no Espírito — parte 1: O Comando eo Conflito ( Gálatas 5:16-18 )

    Mas eu digo, andar pelo Espírito, e você não vai realizar o desejo da carne. Para a carne define seu desejo contra o Espírito, eo Espírito contra a carne; para estes estão em oposição um ao outro, de modo que você não pode fazer as coisas que você queira. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. ( 5: 16-18 )

    Assim como Jesus Cristo é a primeira pessoa por trás justificação, o Espírito Santo é a primeira pessoa por trás santificação. Um crente não mais pode santificar-se que ele poderia ter se salvado, em primeiro lugar. Ele não pode viver a vida cristã por seus próprios meios, mais do que ele poderia ter se salvado por seus próprios recursos.

    Em sua mais profunda definição, mas simples, a vida de fé cristã é uma vida vivida sob a direção e pelo poder do Espírito. Esse é o tema de Gálatas 5:16-26 , em que Paulo diz aos crentes a "andar pelo Espírito" ( vv 16. , 25 ) e deve ser "levado pelo Espírito" ( v 18. ). O parágrafo de abertura ( vv. 16-18 ) desta seção introduz a passagem por estabelecendo o comando e os conflitos da vida guiada pelo Espírito.

    O Comando

    Mas eu digo, andar pelo Espírito, e você não vai realizar o desejo da carne. ( 05:16 )

    Os temas contrastantes do livro de Gálatas é a lei ea graça, que Paulo repetidamente shows são incompatíveis, quer como meio de salvação ou de santificação. Uma pessoa não pode vir a Deus por meio de lei de manutenção nem pode sustentar a vida para Deus, guardando a lei nem mesmo a lei dada por Deus a Moisés no qual a Antiga Aliança centrada. Porque nenhum homem pode perfeitamente obedecê-la, a lei nunca foi, e nunca foi destinado a ser, um meio de salvação. Ela foi dada por Deus para revelar santos padrões de Deus e para tornar os homens desespero de seus próprios esforços humanos falhando em agradá-Lo, assim, levando-os a Jesus Cristo, que somente pela graça pode torná-los aceitáveis ​​para o Pai. Através da lei "a Escritura encerrou a todos os homens sob o pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos que crêem" ( Gl 3:22 ). A lei nunca foi concebido para ser um salvador, mas apenas um tutor para levar os homens ao Salvador ( v 24. ).

    O crente não tem utilidade para a lei como meio de salvação, porque por meio de Cristo que já foi salvo e adotado no lar celestial de Deus como um filho ( Gl 3:26 ). Ele também não precisa do sistema governamental de direito para guiá-lo em sua nova vida, porque ele tem do próprio Cristo Espírito como seu permanente, habitando Guide. Na verdade, mais um crente tenta forçar-se a viver de acordo com as regras e regulamentos, não importa o quão sublime que possam ser, mais ele sufoca a obra do Espírito Santo.

    Embora o estudo da Bíblia, oração, adoração, testemunhos, e certos padrões de comportamento são comandados de crentes e são essenciais para a vida cristã fiel, a espiritualidade não pode ser medido por quantas vezes ou quão intensamente estamos envolvidos em tais coisas. Para usá-las como medidas de espiritualidade é tornar-se aprisionado em legalismo, cujo único significado está no exterior, o visível, o humanamente mensurável. Para viver apenas por um conjunto de leis é viver pela carne em farisaísmo e hipocrisia e para suprimir o Espírito, o único que é capaz para dentro para produzir obras de verdadeira justiça. Santidade vem apenas do Espírito Santo. Estar Santo não vem de nosso desempenho para Deus, mas a partir de sua performance através de nós pelo Seu próprio Espírito. Estar Santo é "a ser fortalecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior", como estamos "cheios do Espírito" ( Ef 3:16 ; Ef 5:18 ).

    Tudo o que um crente tem necessidade absoluta de viver uma vida santa de acordo com a vontade de Deus é o Espírito Santo, que é dado a ele no momento em que crê ( Rm 8:9 ).

    Apenas orgulho ou ignorância poderia levar o crente a viver por uma lista externa de regras e comandos em seu próprio poder limitado e pecador, quando ele pode viver pelo poder interior perfeito e totalmente suficiente do Espírito Santo. No entanto, isso é o que muitos crentes nas igrejas da Galácia estavam tentando fazer, eo que muitos crentes desde aquela época também têm se esforçado para fazer.
    O fato de que peripatéo ( a pé ) é usado aqui no tempo presente indica que Paulo está falando, normal acção contínua, em outras palavras, uma forma habitual de vida. E o fato de que o verbo também está no modo imperativo indica que ele não está dando os crentes uma opção, mas um comando.

    Entre outras coisas, andar implica progresso, passando de onde se está para onde ele deveria estar. Como crente submete ao controle do Espírito, ele se move para a frente em sua vida espiritual. Passo a passo, o Espírito se move-lo de onde está para onde Deus quer que ele seja. Assim, embora seja o Espírito que é a fonte de toda a vida santa, é o crente que é comandado para andar. Este é o paradoxo aparente do divino e humano que é visto na salvação ( João 6:35-40 ), na inspiração Escritura (cf. I João 1:1-3 com 2 Pe. 1: 19-21 ), em eterna segurança (cf. Rom. 8: 31-39 com Colossenses 1:21-23 ), e até mesmo no ministério ( Colossenses 1:28-29 ).

    Ao enfatizar o trabalho central do Espírito Santo na vida do crente, alguns cristãos perderam a tensão entre o humano eo divino e ter ensinado a idéia sugerida em tais expressões populares como "Deixe ir e deixar Deus" e "a vida de renúncia. " Devidamente usada, tais expressões podem ser úteis. Se eles, entende-se soltando uma de recursos próprios e de auto-vontade e render-se a verdade e poder de Deus, a idéia é bíblico. Mas se, como é frequentemente o caso, eles são usados ​​para ensinar a idéia de que a vida cristã é pouco mais do que a submissão passiva e submissão a Deus, eles são contrários a todos os termos de militantes e comandos para grande esforço e empenho que permeiam o Novo Testamento (ver, por exemplo, 1 Cor. 9: 24-27 ; Hb. 12: 1-3 ).

    Se a vontade e as ações humanas não desempenhar um papel direto e agressivo na vida cristã, o Novo Testamento conteria apenas esta uma instrução para os crentes: caminhada pelo Espírito . Cada outro comando seria supérfluo. Isso é, essencialmente, a teologia do que é freqüentemente chamado quietismo, dos quais os antigos Quakers foram os mais conhecidos defensores. A tradição Keswick, a pregação do famoso evangelista Charles Finney, e Hannah Whitall Smith do segredo de uma vida feliz do cristão também refletem uma forte orientação quietistic. Rendição passiva para Deus é ensinada à exclusão quase total da vontade e da ação humana.

    Muitos defensores de uma abordagem quietistic moderada foram santos piedosos e muito usado pelo Senhor. Mas a ênfase desequilibrada de seu ensino tende a inibir em vez de melhorar o trabalho do Espírito. Corre-se o risco de desvalorizar, se não realmente contradizendo, comanda a muitos outros do Novo Testamento aos crentes que além de submeter-se ao Espírito Santo.
    energia para a vida cristã é inteiramente do Espírito Santo, assim como o poder da salvação é inteiramente em Jesus Cristo. Mas tanto na obra justificadora de Cristo e na obra santificadora do Espírito Santo, a vontade do homem é ativo e compromisso é chamado para.

    O cristão não é para sentar-se no banco, por assim dizer, e simplesmente observar o Espírito Santo fazer a batalha para ele. Ele é chamado a considerar-se "para ser mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus", de se recusar a deixar que "o pecado reinar em [seu] corpo mortal," para resistir a apresentar "os membros do [seu] corpo ao pecado como instrumentos de injustiça ", e em vez de apresentá-los", como instrumentos de justiça para Deus "( Rom. 6: 11-13 ). "Não vamos perder o coração em fazer o bem", diz Paulo mais tarde nesta carta ", porque a seu tempo ceifaremos, se não se cansam. Então, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos os homens, e especialmente para aqueles que são da família da fé "( Gal. 6: 9-10 ).

    O crente que é liderado pelo Espírito Santo deve estar disposto a ir onde o Espírito orienta-lo e fazer o que o Espírito leva-o a fazer. Para reivindicar a entrega ao Espírito Santo, mas não se envolveu pessoalmente na obra de Deus é chamar Jesus: "Senhor, Senhor", e não fazer o que Ele diz ( Lc 6:46 ).

    Embora na maioria das vezes referindo-se a um desejo mal, a palavra epithumia pode se referir a um forte, obrigando o desejo de qualquer espécie, bem ou mal. Jesus usou a palavra para expressar sua intenção de comer a refeição da Páscoa com seus discípulos ( Lc 22:15 ), e Paulo usou para expressar seu desejo "de partir e estar com Cristo, o que é muito melhor" ( Fp 1:23 ). Para andar pelo Espírito é "honestamente, como de dia", que, para realizar o desejo da carne envolve coisas como "farra, ... embriaguez, ... promiscuidade sexual e sensualidade, ... contenda e ciúme "( v. 13 ). Os dois comportamentos são mutuamente exclusivas, para que em todos os momentos em nossas vidas cristãs que são ou andando pelo Espírito ou estão funcionando no desejo carnal, mas nunca os dois ao mesmo tempo.

    A vida caminhou pelo Espírito é a vida semelhante à de Cristo, a saturação dos pensamentos de um crente com a verdade, amor e glória do Seu Senhor e o desejo de ser como Ele em todos os sentidos. É viver na consciência contínua de Sua presença e vontade, deixando "a palavra de Cristo ricamente habitar dentro de você" ( Cl 3:16 ). A vida caminhou pelo Espírito é a vida modelado após o ensino e exemplo do Senhor Jesus Cristo. É uma vida cuja constante, o desejo primordial é o de "ser encontrado nele, não tendo justiça [seu] próprio derivado da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus, na base da fé "eo desejo de" conhecê-lo, eo poder da sua ressurreição, ea comunhão dos seus sofrimentos "( Fp 3:9-10. ). Certamente, não é diferente de ser "cheio do Espírito" ( Ef 5:18 ), uma frase referindo-se ao poder de controle exercido pelo Espírito em um Cristão dispostos. (Para um estudo mais detalhado deste conceito, ver meu comentário Efésios .. [Chicago: Moody, 1986], pp 245-69)

    O Conflito

    Para a carne define seu desejo contra o Espírito, eo Espírito contra a carne; para estes estão em oposição um ao outro, de modo que você não pode fazer as coisas que você queira.Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. ( 5: 17-18 )

    Juntamente com muitos outros no Novo Testamento, estes dois versos tornar óbvio que andar pelo Espírito não é simplesmente uma questão de rendição passiva. A vida guiada pelo Espírito é uma vida de conflito, porque ele está em constante combate com as velhas formas de carne que continuam a tentar e seduzir o crente. A carne define seu desejo contra o Espírito, eo Espírito contra a carne .

    Note-se que a carne é o termo Paulo freqüentemente usa para descrever o que resta do "homem velho" depois que uma pessoa é salva. Refere-se a humanidade não redimida, a parte de um crente que aguarda resgate futuro, no momento da sua glorificação ( Rm 8:23 ). Até então, ele tem uma auto redimiu (cf. Gl 2:20 ) vivendo em uma humanidade não redimida, e isso cria uma grande conflito.

    O próprio Paulo, como qualquer outro crente, diante dessa luta constante com a carne , como confessa em sua carta aos Romanos.

    Porque eu sei que nada de bom habita em mim, isto é, na minha carne; para o que deseja está presente em mim, mas o de fazer o bem não é. Para o bem que quero, eu não faço; mas eu pratico o muito mal que não quero ... Acho então o princípio de que o mal está em mim, aquele que deseja fazer o bem. Pois eu alegremente concordar com a lei de Deus no homem interior, mas vejo outra lei nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que está em meu membros. ( Rom. 7: 18-19 , 21-23 )

    Este uso específico de sarx ( carne ) está situado entre vários outros usos no Novo Testamento. O termo refere-se ocasionalmente para o corpo físico, em especial para o músculo, pele e outros tecidos que recobrem o esqueleto, bem como a natureza humana em geral. Foi nesse sentido que Jesus usou a palavra quando disse aos seus discípulos depois da ressurreição, "Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocar-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho "( Lc 24:39 ) e quando Ele disse: "A carne é fraca" ( Mt 26:41 ).

    Sarx também é usado para descrever exaustivamente o estado de não-salvos, aqueles que estão "na carne" e, portanto, totalmente sob o controle das paixões pecaminosas ( Rm 7:5 ). A carne dos cristãos é a sua propensão para o pecado, sua humanidade caída que espera por redenção, em que os novos e Santo habita criação (cf. Gl 2:20. ; 2Co 5:172Co 5:17 ).

    A carne é a parte de um crente que funciona para além de e contra o Espírito. Ergue-se contra a obra do Espírito no novo coração do crente. A pessoa não salva muitas vezes lamenta as coisas pecaminosas que ele faz por causa da culpa e / ou conseqüências dolorosas, mas ele não tem guerra espiritual acontecendo dentro dele, porque ele tem apenas uma natureza carnal e é desprovido do Espírito. As coisas pecaminosas que ele faz, apesar de muitas vezes decepcionante e repugnante para ele, são, contudo, de acordo com sua natureza básica como um inimigo de Deus ( Rm 5:10 ) e uma criança da sua ira ( Ef 2:3 ).

    Embora a vida cristã é uma guerra, é guerra em que a vitória é sempre possível. Em Sua oração sacerdotal, Jesus falou da autoridade Seu Pai Lhe havia dado "sobre toda a humanidade" (lit., "toda a carne", a partir de sarx ; Jo 17:2 ). "O Espírito também ajuda a nossa fraqueza" ao orar, Paulo assegura-nos; para nós não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos muito profundos para palavras "( 26 v. ).

    Como já mencionado, a forma mais eficaz para um cristão para se opor aos desejos e atos de carne é matar de fome até a morte, para "fazer nenhuma provisão para a carne no tocante às suas concupiscências" ( Rm 13:14 ). O caminho certo para cair em um pecado é deixar-se em situações em que há a tentação para ele. Por outro lado, a forma mais segura de evitar um pecado é evitar situações que possam representar tentações a ele. Um crente deve "considerar os membros do [seu] corpo terreno como morto à imoralidade, impureza, paixão lasciva, desejo maligno ea avareza, que ascendem a idolatria" ( Cl 3:5 ), Ele revelou que há uma parte à tentação pecaminosa que devemos evitar.

    Um crente que não está ativamente envolvido em resistir ao mal e, obviamente, procurando fazer o bem não está sendo conduzido pelo Espírito, não importa o quanto ele pode pensar que ele é "rendeu-se."O crente fiel não é um observador, mas "um bom soldado de Cristo Jesus", que está envolvida no "serviço ativo" do seu Senhor ( 2 Tim. 2: 3-4 ).

    O crente fiel também é comparado a um atleta. Paulo ordena que os cristãos a correr de tal forma que [eles] podem ganhar "e de exercer auto-controle. Ele fala de si mesmo como sendo executado", de tal forma, como não sem objetivo ", do boxe", de tal forma, como não bater no ar ", e de esbofeteando seu corpo para torná-lo seu escravo ( 1 Cor. 9: 24-27 ).

    Um crente pode fazer nada para o Senhor em seu próprio poder, mas, por outro lado, o Espírito pode realizar pouco através de um crente para além da apresentação do crente e compromisso. O extremo oposto do quietismo é tradicionalmente identificado como "pietismo", em que um crente se esforça legalistically em seu próprio poder para fazer tudo o que o Senhor ordena a ele. Há a ênfase é desequilibrou no lado de disciplina, auto-esforço, e diligência pessoal.

    Em sua segunda epístola, Pedro lindamente explica o verdadeiro equilíbrio da vida cristã. De acordo com o "Seu divino poder [Deus] nos tem dado tudo o que pertence à vida e à piedade, pelo verdadeiro conhecimento daquele que nos chamou por sua própria glória e virtude. Pois por estas Ele nos tem dado as suas promessas preciosas e magníficas, a fim de que por elas você pode tornar-se participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção que há no mundo pela concupiscência "( 2 Pe 1: 3-4. ). Esse é o compromisso de Deus, no poder do que o compromisso do crente deve ser a aplicação de toda a diligência e na fé para fornecer excelência moral, o conhecimento, o domínio próprio, a perseverança, e à piedade ( vv. 5-6 ).

    Não é uma questão de "tudo dele e nenhum de nós", como diz o ditado popular diz; e certamente não é uma questão de todos nós e nada dele. É o equilíbrio da nossa submissão e compromisso com a orientação e o poder do Espírito. "Trabalhar a vossa salvação com temor e tremor", diz Paulo; "Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar a sua boa vontade" ( Fp 2:12 ). O mistério deste equilíbrio perfeito e paradoxal não pode ser plenamente compreendido ou explicado, mas ele pode ser plenamente vivida.

    Como um aviso repetido aos crentes que estavam sendo influenciados pelos judaizantes, Paulo acrescentou: Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Para viver sob a Lei é viver pela carne, mesmo quando não é realmente cometer o pecado, porque esse é o único caminho disponível para o legalista. A carne é incapaz de cumprir a Lei , e da Lei é impotente para vencer a carne. Em vez disso, "o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim a cobiça de toda espécie; para além do pecado Lei está morto E eu era uma vez vivia sem a lei;. Mas quando veio o mandamento, o pecado tornou-se vivo, e eu morreu, e este mandamento, que era de resultar em vida, provou resultar em morte por mim, para o pecado, tomando ocasião, pelo mandamento me enganou, e por ele me matou "( Rm 7:8-11. ).

    Em seu O Peregrino , João Bunyan descreve a casa de Intérprete, que Pilgrim entrou durante o curso de sua viagem para a Cidade Celestial. A sala de estar da casa foi completamente coberta de poeira, e quando um homem pegou uma vassoura e começou a varrer, ele e os outros na sala começaram a sufocar a partir dos grandes nuvens de poeira que foram despertados. A forma mais vigorosa ele varreu, mais sufocante a poeira se tornou. Então Interpreter ordenou uma empregada para polvilhar a sala com água, com a qual o pó foi rapidamente lavados. Intérprete explicou a Pilgrim que a sala de estar representado no coração de um homem não salvo, que a poeira foi o pecado original, o homem com a vassoura era a lei e a empregada com a água foi o evangelho. Seu ponto era que toda a lei pode fazer com o pecado é a agitar-se. Somente o evangelho de Jesus Cristo pode lavá-lo afastado.

    "O poder do pecado é a lei" Paulo declara; "Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo" ( 1Co 15:56 ).

    Para ser conduzido pelo Espírito é o mesmo que andar por Ele ( 16 vv. , 25 ), mas carrega ênfase adicional na sua liderança. Nós não caminhar com Ele, como um igual, mas seguir a Sua liderança como o nosso, Guia soberana divina. "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus", diz Paulo ( Rm 8:14 ). O inverso também é verdadeiro: Aqueles que são filhos de Deus são guiados pelo Espírito de Deus. Os crentes não precisam Oração para a liderança do Espírito, porque Ele já está fazendo isso. Eles precisam procurar vontade e obediência para seguir Sua direção.

    Quando Cristo entra na vida de uma pessoa, o Espírito Santo entra em simultâneo (cf. Rm 8:9 ), fecundidade ( Gal. 5: 22— 23 ), o acesso a Deus em oração ( . Ef 2:18 ), garantia ( Rm 8:16 ), testemunhando ( At 1:8 ).

    Não admira que Paulo regozijou-se que "o que a lei não podia fazer, fraco como era pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado e como oferta pelo pecado, condenou o pecado na carne, a fim que a exigência da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito "( Rom. 8: 3-4 ).

    16. Andando no Espírito — parte 2: O Contraste e a Conquista (Gálatas 5:19-25)

    Ora, as obras da carne são manifestas; quais são: prostituição, impureza, sensualidade, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, inveja, embriaguez, orgias e coisas semelhantes a estas, dos quais vos previno assim como tenho prevenido que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio; Contra estas coisas não há lei. Agora, aqueles que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
    Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. (5: 19-25)

    Ao descrever caminhada do crente pelo Espírito, Paulo primeiro estabelece o comando eo conflito (vv. 16-18) do que a pé. Em seguida, ele se concentra no contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito (vv. 19-23) e, em seguida, apresenta a conquista (vv. 24-25) que foi fornecido.

    O Contraste

    Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, sensualidade, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, inveja, embriaguez, orgias e coisas semelhantes a estas, de que vos previno, assim como eu vos preveni, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio; Contra estas coisas não há lei. (5: 19-23)

    Como motivação para viver piedoso, Paulo coloca os produtos de vida vivida em lado da carne a lado com os produtos de vida vivida pelo Espírito. Os pecados da primeira lista são os resultados feias e repulsivas do desejo o mal, ao passo que as virtudes do segundo são as belas e atraentes resultados de caminhada pelo Espírito. Nem a lista é exaustiva, mas apenas sugestivo (veja v 21, "coisas como estas";.. E 23 v, "essas coisas") de coisas que antes de tudo eram pertinentes à igreja da Galácia e, por outro, são pertinentes a todos os crentes .

    As obras da carne

    Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, sensualidade, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, inveja, embriaguez, orgias e coisas semelhantes a estas, de que vos previno, assim como eu vos preveni, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. (5: 19-21)

    As obras da carne refletem os desejos pecaminosos da humanidade não resgatados, que estão em guerra espiritual contra os desejos do Espírito (vv 16-17;. conforme 24). Estes atos são tão evidentes que Paulo menciona-los em primeiro lugar através de um lembrete.

    Jesus deixou claro que problema básico do homem não é com o que está fora dele, mas com o que está dentro dele. "O que sai do homem, isso é o que contamina o homem. Porque de dentro, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, roubos, homicídios, adultérios, atos de cobiça e maldade, assim como o engano , sensualidade, inveja, calúnia, orgulho e insensatez Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem "(Marcos 7:20-23)..

    Lista de Jesus é muito parecido com o de Paulo, e em ambas as passagens é feito o ponto que esses males se originam de dentro do homem a si mesmo, não de Satanás ou do mundo exterior. Nesse breve relato Jesus menciona três vezes que os pecados vêm de dentro de si mesmo homem, e Paulo identifica sua lista de pecados como obras da carne , isto é, obras produzidas por mans própria natureza não regenerada.

    Há apenas dois possíveis pontos de vista da natureza do homem: ele é visto tanto como basicamente bom ou basicamente mal. A visão humanista é que ele nasce moralmente bom, ou pelo menos moralmente neutra. A Bíblia, no entanto, mantém o contrário, que o homem é inerentemente corrupto e depravado em todos os aspectos do seu ser. Por conseguinte, embora o ambiente do homem nunca é perfeita e muitas vezes tem um efeito negativo sobre ele, que nunca é o seu pior problema. É principalmente homem que polui o meio ambiente, e não o ambiente que ele polui.
    É por isso que melhores condições de moradia, transporte, educação, emprego, renda, assistência médica, e todas as outras coisas desejáveis ​​como eles podem ser-não pode fazer nada para resolver o problema básico do homem, que é o pecado dentro dele. Nenhum benefício para o exterior pode melhorar-lhe interiormente. Em vez disso, melhores condições exteriores oferecer oportunidades melhores e mais sofisticadas para fazer o mal e para aqueles que muito beneficia-se a ser corrompido pelas pessoas que eles são projetados para ajudar.

    Embora os pecados que Paulo lista aqui (conforme Rom 1: 29-31; 2 Cor. 12: 20-21.) São características naturais da humanidade não redimida, nem todas as pessoas se manifesta todos os pecados ou manifesta-los com a mesma intensidade. No entanto, cada pessoa possui a carne , o que é pecado e, portanto, ser manifestada em comportamento pecaminoso, quaisquer que sejam as formas particulares de que possa ser.Estes são comportamentos normais e contínuas para os descrentes em seu curso de vida na carne, mas são um comportamento anormal e interruptive na vida dos cristãos, que vivem no Espírito. Um cristão pode andar no Espírito e evitá-los todos, ou ele pode dar para a carne e ser vítima de qualquer um deles.

    A lista de Paulo das obras da carne engloba três áreas gerais: sexo, religião, e relações humanas.

    O primeiro grupo de pecados refere-se a contaminação do homem na área do sexo. A imoralidade é de porneia , a partir do qual é derivado do Inglês pornografia . O termo tem um significado amplo, referindo-se a todos ilícito sexual atividade, especialmente, mas não limitado a, o adultério, a fornicação, homossexualidade, bestialidade, e prostituição. Em 1Co 5:1.

    Todo aquele que pratica o pecado também pratica ilegalidades; o pecado é rebeldia. E você sabe que Ele se manifestou para tirar os pecados; e nele não há pecado. Ninguém que permanece em pecados dele;ninguém que tenha visto pecados Ele ou o conhece. Filhinhos, ninguém vos engane; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo; aquele que pratica o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. O Filho de Deus se manifestou: para este fim, para que pudesse destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não comete pecado, porque a sua semente permanece nele; e ele não pode pecar, porque é nascido de Deus. Por isso os filhos de Deus e os filhos do diabo são óbvias: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.

    Paulo faz uma declaração semelhante em I Coríntios 6:9-10: "Ou não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem efeminados, nem os homossexuais? , nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. " Ele, então, deixa claro que essas coisas não são mais a prática dos crentes: "Tais fostes alguns de vós; mas haveis sido lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus "(v. 11).

    Mesmo que eles não têm o hábito de fazer tais males, Paulo exorta os santos a andar no Espírito para que eles nem sequer fazê-las de vez em quando.

    O fruto do Espírito

    Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio; Contra estas coisas não há lei. (5: 22-23)

    Contrastava com as obras da carne é o fruto do Espírito . Obras da carne são feitas por esforços próprios de uma pessoa, se ele é salvo ou não salvo. O fruto do Espírito , por outro lado, é produzido pelopróprio Deus Espírito e somente nas vidas daqueles que pertencem a Ele através da fé em Jesus Cristo.

    O comportamento espiritual de andar pelo Espírito (v. 16) tem o efeito negativo de causar o crente para arrumar as habituais, más ações em curso da carne e de forma positiva faz com que ele para levar a bom fruto produzido pelo Espírito .

    O primeiro contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito é que os produtos da carne são plural, enquanto o produto de o Espírito é singular. Embora Paulo não menciona aqui a verdade, há também um contraste entre os graus para que os feitos e os frutos são produzidos. Uma determinada pessoa pode praticar habitualmente apenas um ou dois, ou talvez uma meia dúzia, dos pecados Paulo menciona aqui. Mas seria praticamente impossível para uma pessoa para ser habitualmente ativos em todos eles. O fruto do Espírito , por outro lado, é sempre produzido totalmente em cada crente, não importa o quão fraca evidenciado suas várias manifestações podem ser.

    A Bíblia tem muito a dizer sobre a fruta, que é mencionado algumas vezes 106 no Antigo Testamento e 70 vezes no Novo. Mesmo sob o pacto da lei um crente produzido bons frutos só pelo poder de Deus, não a sua própria. "From Me vem à sua fruta", o Senhor declarou a antiga Israel (Os 14:8), ganhando convertidos a Cristo (1Co 16:15), e trabalho piedosamente em geral (Cl 1:10) são falados de fruta como espiritual produzido através de crentes. Mas tal fruto ação deve vir de atitude fruto, e que é o tipo de fruta Paulo concentra-se em em Gálatas 5:22-23. Se essas atitudes são características da vida de um crente, o fruto das boas obras ativos inevitavelmente se seguirá.

    O Espírito nunca deixa de produzir alguns frutos na vida de um crente, mas o Senhor deseja "muito fruto" (Jo 15:8.).

    Nos versículos 22:23 Paulo lista nove características representativas da fruta dos deuses produzido pelo Espírito Santo na vida de um crente. Apesar de muitas tentativas foram feitas para categorizar estes nove virtudes em vários grupos, a maioria desses regimes parece artificial e irrelevante. Seja ou não satisfatórios classificações deles pode ser feito, é importante lembrar que estas são características múltiplas de apenas uma fruta e são, portanto, intrinsecamente relacionados entre si. Eles não são produzidos nem podem se manifestar isolAdãoente um do outro.
    Em vez disso, paradoxalmente, todos os nove manifestações do fruto do Espírito são também ordenou dos crentes no Novo Testamento. Além disso, em cada caso, Jesus pode ser visto como o exemplo supremo e do Espírito Santo para ser a fonte.

    Amar

    Amor . A primeira característica do fruto espiritual é o amor, a virtude suprema da vida cristã (1Co 13:13). Alguns comentaristas insistem que, neste contexto, o amor é um sinônimo de frutas e, portanto, engloba as demais características da lista. Em qualquer caso, o amor é claramente dominante. Como Paulo acaba de declarar, "toda a lei se cumpre numa só palavra, no comunicado," Amarás o teu próximo como a ti mesmo "(Gl 5:14;.. Conforme Rm 13:10).

    Ágape amor é a forma de amor que mais reflete escolha pessoal, referindo-se não apenas às emoções agradáveis ​​ou bons sentimentos, mas a vontade, serviço abnegado. "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós" (Rm 5:8). O apóstolo João expressa essas duas verdades juntos em sua primeira carta: "Nós conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos" (1Jo 3:16). Mas o amor é testado muito antes de ele é chamado a oferecer esse sacrifício supremo. Como João continua a dizer: "Aquele que tiver bens deste mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe fechar o seu coração contra ele, como é que o amor de Deus permanecer nele?" (V. 17). A pessoa que pensa que seu amor é grande o suficiente para sacrificar sua vida por outros crentes, mas que não consegue ajudá-los quando eles têm necessidades menos extremos está simplesmente enganando a si próprio.

    Verdadeiro Ágape amor é uma marca de certeza da salvação. "Nós sabemos que já passamos da morte para a vida", João diz, "porque amamos os irmãos ... Todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus" (1Jo 3:14; 1Jo 4:7). Ele não lamentar o fato de que Lázaro tinha morrido, porque Ele propositalmente atrasado chegando a Betânia até seu querido amigo estava morto, a fim de demonstrar seu poder para levantá-lo do túmulo. Jesus chorou por causa do grande mal, destruição e miséria humana causada pelo pecado, cujo salário final é sempre a morte (Rm 6:23).

    Para os crentes, o amor não é uma opção, mas um comando. "Walk in Amor", Paulo declarou: "assim como Cristo também vos amou, e se entregou por nós, como oferta e sacrifício a Deus como um aroma perfumado" (Ef 5:2). Alegria é uma parte da própria natureza e de Deus Espírito que Ele se manifesta em seus filhos.

    Falando de como nos sentimos a respeito do Senhor Jesus Cristo, Pedro escreveu: "Ainda que você não tenha visto, vocês o amam, e que você não vê-lo agora, mas acredito nele, exultais com alegria indizível e cheia de glória" (1Pe 1:8). Para ilustrar essa verdade Jesus comparou divina alegria para uma mulher em trabalho de parto. "Ela tem tristeza, porque chegada a sua hora; mas quando ela dá à luz a criança, ela se lembra da angústia não mais, para a alegria que uma criança tenha nascido para o mundo Por isso você também agora tendes tristeza;. Mas eu vou te ver novamente, e seu coração se alegrará, e ninguém leva a sua alegria longe de você "(vv. 21-22).

    De Deus alegria é completa, completa em todos os sentidos. Nada de humano ou circunstancial pode completá-lo ou afastar-se dela. Mas não é cumprida na vida de um crente, exceto através dependência e obediência ao Senhor. "Pedi e recebereis", Jesus passou a explicar, "que a vossa alegria seja completa" (Jo 16:24). Uma das motivações de João ao escrever sua primeira epístola foi que sua alegria pode "ser feita completa" (1Jo 1:4), mas, assim como Ele havia prometido para seus discípulos, Sua tristeza se transformou em alegria. "Para o gozo que lhe [Ele], suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus" (He 12:2; conforme Fp 3:1).

    Paz

    Paz . Se a alegria fala da alegria de coração que vem de estar bem com Deus, então a paz ( eirēnē ) refere-se a tranquilidade de espírito que vem de que a relação de poupança. O verbo tem a ver com a ligação em conjunto e se reflete na expressão moderna "ter tudo juntos." Tudo está no lugar e como ele deveria ser.

    Assim como a alegria, a paz não tem nenhuma relação com as circunstâncias. Os cristãos sabem que "Deus faz com que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28). Porque Deus está no controle de todos os aspectos da vida de um crente, como suas circunstâncias podem aparecer a partir de uma perspectiva humana, não faz diferença final. É por isso que Jesus poderia dizer sem qualificação para aqueles que confiam nEle: "Não se perturbe o coração" (Jo 14:1.). É a Sua própria paz que Ele lega a seus discípulos: "Deixo com vocês; a minha paz vos dou; não como o mundo dá, dou a vós" (Jo 14:27).

    "As coisas que você aprendeu e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, praticar essas coisas", disse Paulo; "E o Deus da paz estará convosco" (Fp 4:9) e espera que seus filhos para ser o mesmo. Assim como os crentes nunca devem "pensar levemente das riquezas próprias [de Deus] bondade, tolerância e paciência" (Rm 2:4), é também por causa de Sua paciência misericordioso que Ele antecipa segunda vinda de Cristo e do acórdão que o acompanha em incrédulos ", não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2Pe 3:9).

    Os crentes são ordenados a emular do seu Senhor paciência . "Como aqueles que foram escolhidos de Deus, santos e amados," eles são para "colocar em um coração de ... paciência" (Cl 3:12), especialmente com os irmãos ", mostrando paciência um com o outro no amor "(Ef 4:2.).

    Bondade de Jesus é o exemplo do crente. Quando "algumas crianças foram levadas a Ele para que Ele possa colocar as mãos sobre elas e orar, e os discípulos os repreendiam, ... Jesus disse: 'Deixe que as crianças sozinhas, e não as impeçais de vir a Mim, que o reino dos céus pertence a como estes "(13 40:19-14'>Mat. 19: 13-14). Em outra ocasião Ele disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados ​​e sobrecarregados, e eu vos aliviarei Tomai o meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração;. E vós encontrareis descanso para as vossas almas "(Mateus 11:28-29.).

    Assim como o seu Senhor é bondoso, Seus servos são ordenados a não "ser briguento, mas [a] ser gentil com todos" (2Tm 2:24). E assim como ele faz com todas as outras manifestações de Sua divinafruta , o Espírito Santo dá às crianças de Deus bondade (2Co 6:6).

    Davi tinha uma profunda compreensão da bondade de Deus, como ele revela repetidamente em seus salmos. "Certamente que a bondade ea misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor para sempre", alegrou-se (Sl 23:6).

    Tal como acontece com toda a graça do Espírito proporciona, os crentes são ordenados para exemplificar bondade . Mais tarde, na carta que Paulo exorta: "Enquanto temos tempo, façamos o bem a todos os homens, e especialmente para aqueles que são da família da fé" (Gl 6:10). "Para este fim, também oramos por você sempre", ele escreveu aos Tessalonicenses ", que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação, e cumpra todo desejo de bondade e da palavra de fé com poder" (2Ts 1:11.).

    Porque Jesus foi fiel, Ele "se esvaziou, assumindo a forma de um servo, tornando-se em semelhança de homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se, tornando-se obediente até à morte, e e morte de cruz. " E por causa da fidelidade do Filho, o Pai "o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome" (Filipenses 2:7-9.).

    E como Ele foi fiel quando Ele veio à Terra pela primeira vez, Ele será fiel para voltar "exatamente da mesma maneira como você viu ir para o céu" (At 1:11). "Fiel é o que vos chama," disse Paulo ", e Ele também vai trazê-lo para passar" (1Ts 5:24). Em sua grande visão na ilha de Patmos, João viu Cristo sentado em "um cavalo branco, eo que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro" (Ap 19:11).

    Os "servos de Cristo e administradores dos mistérios de Deus" ser como o seu Senhor em ser "encontrado confiável" (1 Cor. 4: 1-2). "Sê fiel até à morte," o Senhor garante a seus seguidores ", e eu lhe darei a coroa da vida" (Ap 2:10).

    Brandura

    Gentilza . Prautēs inclui a idéia de Gentilza, mas geralmente é melhor traduzida mansidão . Em seu útil volume de sinônimos do Novo Testamento , RC Trench escreve que prautēs não consiste apenas em "comportamento exterior de uma pessoa, nem mesmo em suas relações com os seus semelhantes;. tão pouco em sua mera disposição natural Pelo contrário, é um inwrought graça da alma; e os exercícios de que são em primeiro lugar e principalmente para com Deus É que o temperamento de espírito em que aceitamos o Seu trato com a gente tão boa, e, portanto, sem contestar ou resistir "(Grand Rapids: Eerdmans, 1953).. É essa atitude humilde e gentil que é pacientemente submissa em cada ofensa, sendo livre de qualquer desejo de vingança ou retribuição.

    Dos nove características do fruto do Espírito, um presente e um seguinte não se aplicam a Deus como Deus. O Antigo Testamento nunca se refere a Deus como sendo manso, e no Novo Testamento apenas o Filho é falado como manso, e que só em sua encarnação.
    No Novo Testamento prautēs é usado para descrever três atitudes: a submissão à vontade de Deus (Cl 3:12), docilidade (Jc 1:21), e consideração pelos outros (Ef 4:2; conforme 21:.. Mt 21:5; 2Co 10:12Co 10:1) e para usá-los como um vestido (Cl 3:12).

    Auto-Controle

    Auto-controle . enkrateia ( auto-controle ) tem referência a contenção paixões e apetites. Tal como acontece com a mansidão, no entanto, esta graça não se aplica a Deus, que, obviamente, não precisa se ​​conter. "Porque eu, o Senhor, não mudam," Ele nos informa (Ml 3:6; conforme 1Co 7:9.).

    Contra estas coisas não há lei , diz Paulo. Até mesmo os incrédulos não fazem leis contra tais coisas como as que o fruto do Espírito produz. O mundo não faz leis contra esse tipo de comportamento, mas geralmente prêmios de TI. Mesmo que alguns consideram tais coisas para ser sinais de fraqueza, eles não podem escapar de reconhecer que eles nunca são prejudiciais.

    Há, certamente, nenhuma lei de Deus contra tais coisas , porque essas são as mesmas virtudes Ele quer que todos os homens têm e que Ele dá a eles quando eles colocam sua confiança em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. "Porque, se essas qualidades são suas e estão aumentando", explica Pedro no que diz respeito a uma lista semelhante de virtudes ", eles torná-lo nem inútil, nem infrutíferos no verdadeiro conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo" (2Pe 1:8, Paulo está dizendo que a carne tenha sido executada. Mas como pode ser isso à luz do que ele acabou de dizer neste capítulo sobre os crentes tendo uma guerra constante com a sempre presente carne ? Em que sentido é a carne matou pelo conversão?

    Não pode ser na íntegra, presente sentido real, ou ele estaria em contradição com a realidade do conflito espiritual contínuo com a carne aqui e em Romanos 7 indicados 14:25. E não pode ser que Paulo tem algum sentido futuro em mente ou ele teria usado uma forma verbal futuro, dizendo: "deve crucificar a carne", referindo-se ao momento da glorificação.

    O melhor entendimento é ver crucificaram como uma alusão à cruz de Jesus Cristo, que, como um evento passado, se encaixa no aoristo usado aqui por Paulo. Parece volta para o cruzamento, a hora em que a morte de carne foi efectivamente realizado. No entanto, porque ainda estamos vivos na terra e ainda possuem nossa humanidade, não temos ainda não entraram no futuro plenitude daquele evento passado.

    Enquanto isso, a carne com as suas paixões (ou afetos) e desejos está morto no sentido de deixar de reinar sobre nós ou de manter-nos na escravidão inescapável. Como uma galinha com a cabeça cortada, a carne foi um golpe de morte embora continue para flop em torno do terreiro de terra até o último nervo é silenciada.

    Porque a carne é derrotado para sempre, e agora vivemos no reino onde Cristo reina sobre nós pelo Seu Espírito, devemos viver segundo o Espírito e não na carne.

    Porque os crentes têm uma nova vida em Jesus Cristo, eles também devem ter uma nova forma de vida. Se vivemos pelo Espírito, e nós, diz Paulo, caminhemos também pelo Espírito , como devemos. Ele orou fervorosamente para que os cristãos de Colossos que "andar de modo digno do Senhor, para agradá-Lo em todos os aspectos, frutificando em toda boa obra ... Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, tendo foi firmemente arraigados e edificados nele, e confirmados na fé "(Cl 1:10; 2: 6-7; conforme Ef 4:1; 1Ts 2:121Ts 2:12).

    17.  A restauração de um irmão em pecado ( Gálatas 5:26-6: 6 )

    Não nos tornemos prepotente, desafiando uns aos outros, invejando o outro.
    Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi o tal com espírito de mansidão; cada um que olha para si mesmo, para que você também tentado.Levai as cargas uns dos outros, e, assim, cumprir a lei de Cristo. Porque, se alguém pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se. Mas prove cada um o seu próprio trabalho, e, em seguida, terá motivo para vangloriar-se em relação a si mesmo, e não em relação a outra. Para cada um levará a sua própria carga.
    E deixe aquele que está sendo instruído na palavra, faça participante de todas as coisas boas com aquele que o instrui. ( 
    5: 26-6: 6 )

    O pecado é uma realidade na vida de cada cristão. "Se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos, ea verdade não está em nós", João avisa os crentes. Na verdade, ele continua a dizer: "Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-[Deus] um mentiroso, ea sua palavra não está em nós" ( 1Jo 1:8 ). "Todos nós tropeçamos em muitas coisas" ( Jc 3:2 , Ef 6:13 ). Nem eles precisam acatar a advertência de Tiago sobre sendo tentado e levado por seus próprios desejos ou sua admoestação para colocar "de lado toda a imundícia e tudo o que resta da maldade" ( Jc 1:14 , Jc 1:21 ).

    Como mencionado no capítulo anterior sob a discussão sobre as obras da carne ( Gl 5:19-21. ), o pecado não só afeta o próprio crente, mas também Deus e aos outros, incluindo crentes e não crentes. Em primeiro lugar, no que diz respeito a si mesmo, seus resultados do pecado é a perda de confiança e perda de alegria interior, a paz, e todos os outros frutos do Espírito. Ao expressar o lado oposto do que a verdade, Pedro diz que "enquanto você pratica essas coisas", referindo-se a lista de virtudes espirituais que ele acaba de dar, "você nunca vai tropeçar" ( 2Pe 1:10. , cf. vv. 5-7 ).

    Pecado na vida de um crente também enfraquece sua antecipação de segunda vinda de Cristo. Quanto mais um cristão peca, a menos ansioso ele estará ao encontro de seu Senhor. "E agora, filhinhos," João diz: "permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos longe Dele na vergonha, na sua vinda" ( 1Jo 2:28 ).

    Pecado também vence e às vezes destrói utilidade de um crente e inibe o ministério de seus dons espirituais. A vida de pecado não pode produzir boas obras qualquer mais do que uma árvore má pode produzir bons frutos ( Mateus 7:16-20. ; cf. Jo 15:2 ; cf. 14 vv. , 16-18 ).

    Em segundo lugar, o pecado em um crente afeta Deus. Paulo chocantemente compara um crente imoral para aquele que iria ligar uma prostituta para o Senhor. Como pode uma coisa tão impensável ser?"Você não sabe" Paulo perguntou aos cristãos de Corinto carnal ", que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela? Pois ele diz:" Os dois serão uma só carne. " Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele "( 1 Cor. 6: 16-17 ). O próprio Senhor é assim trazido para o pecado. Mais tarde, na mesma carta, o apóstolo diz: "Não é o cálice de bênção que abençoamos uma participação no sangue de Cristo? Não é o pão que partimos uma participação no corpo de Cristo? ... Você não pode beber o cálice do Senhor e do cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios Ou vamos provocar o Senhor a zelos Nós não somos mais fortes do que Ele, somos nós ".? ( 10:16 , 21-22 ). Porque muitos dos crentes de Corinto escarnecido e provocado a Deus, ao persistir em pecados grosseiros, muitos deles eram "fracos e doentes, e vários já dormiram", isto é, foram mortos ( 11:30 ). Quando os crentes pecam eles "entristecer o Espírito Santo de Deus" ( Ef 4:30 ).

    Em terceiro lugar, o pecado em um cristão afeta outras pessoas, crentes e não crentes. Seu pecado não pode ser impedido de infectar outros crentes, porque todos eles são um como próprio corpo de Cristo "Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo" ( 1Co 12:13 ).

    A maior mágoa um pastor pode ter é ver crentes sob seu cuidado deliberAdãoente continuar no pecado e, assim, perder a bênção pessoal, bem como utilidade. Pior ainda é o fato de que eles desonram e entristecer o Senhor e violar a pureza ea unidade da igreja.
    A busca mais importante para todos os cristãos, individualmente e coletivamente, é a santidade. A primeira missão da igreja é para honrar e glorificar a Deus, e Ele pode ser honrado e glorificado por Seus filhos só à medida que crescem para ser como Ele em caráter. Apesar de evangelismo é a vanguarda do ministério da igreja, santidade é a única base sobre a qual o evangelismo eficaz ou qualquer outro ministério pode ser construída. A prioridade suprema da Igreja é a santidade, pureza de vida interior. Deus pode realizar o que Ele deseja, por intermédio de um crente ou uma igreja que é santo, mas Ele pode fazer pouco por um que não é.

    Positivamente, a santidade envolve crescente na semelhança de Cristo, em conhecimento e obediência à Palavra de Deus, e em submissão ao Seu Espírito. Negativamente, ela envolve a correção que é impuro, primeiro na própria vida de um crente e depois também na vida dos outros crentes. Esse aspecto negativo da santidade é o tema de Gálatas 5:26-6: 6 .

    A admoestação de Paulo, Não nos tornemos prepotente, desafiando um ao outro [por ser combativo], invejando o outro , parece se encaixar melhor no início do capítulo 6 , que serve como um contraste com o tipo de comportamento chamado no versículos 1:6 . O apóstolo adverte os crentes a olhar para as suas próprias vidas e deixar de vanglória, provocando argumentos, e ter inveja de um outro. Essas atitudes pecaminosas são marcas de imaturo, cristãos pecadores que colocam seus próprios interesses acima dos interesses dos irmãos na fé (cf. Fil . 2: 1-4 ). Eles são características dos crentes que não estão andando pelo Espírito, mas que estão na carne e, portanto, estão perturbando a comunhão do corpo, produzindo as obras da carne, em vez de o fruto do Espírito (ver vv. 16-25 ). E tais atitudes se opõem disciplina útil da outra.

    Vale a pena ser lembrado que a busca da santidade pode ser pervertido em hipócrita, piosity orgulhoso. Nenhum pecado faz maior dano à igreja ou é mais ofensivo a Deus do que a justiça própria.Repreensões e advertências mais contundentes de Jesus eram contra os escribas e fariseus, cujos nomes são sinônimos de hipócrita auto-justiça. Nada prejudica a verdadeira justiça tanto como auto-justificação. Santidade, pois, que a verdadeira santidade que se manifesta em mansidão e é creditado completamente a graça de Deus ea obra do Espírito e da Palavra.
    Mas, ainda que a primeira preocupação de um cristão deve ser para a sua própria santidade e pureza de vida, a Palavra de Deus deixa claro que ele também tem uma responsabilidade para a santidade e pureza do resto da igreja. Falando aos crentes sobre os crentes, Paulo diz: "Não participar das obras infrutuosas das trevas, mas em vez disso, mesmo expô-los, pois é vergonhoso até mesmo para falar das coisas que são feitas por eles em oculto" ( . Ef 5:11 —12 ). Ele instruiu Tito, que estava então pastor da igreja em Creta, para "falar, exorta e repreende com toda autoridade" e "rejeitar um homem faccioso, depois de uma primeira e segunda advertência, sabendo que tal homem é pervertido e está pecando, ser auto-condenado "( Tt 2:15 ; 3: 10-11 ).

    A carne não resgatados resiste naturalmente a disciplina, e ninguém gosta de ser repreendido. Mas o cristão espiritualmente sensível sabe que, apesar de "toda a disciplina no momento não parece ser alegre, mas de tristeza; mas para aqueles que têm sido por ela exercitados, depois produz um fruto pacífico de justiça" ( Hb 0:11. ) . Ele sabe que Deus disciplinas para a mesma razão que um amor disciplinas pai: para o bem de seu filho. Ele, portanto, "não considerar levianamente a disciplina do Senhor, nem desmaiar quando [ele é] repreendido por ele," porque ele percebe que "aqueles a quem o Senhor ama Ele disciplina, e Ele açoita a todo filho a quem recebe" ( vv. 5-6 ).

    Paulo advertiu repetidamente a igreja de Corinto sobre a necessidade de purificar-se de membros persistentemente pecando. Falando especificamente sobre um homem que cometeu incesto com sua mãe ou madrasta, ele escreveu, "eu decidi entregar um tal de Satanás para a destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus" ( 1Co 5:5 ). "É hora de começar o julgamento pela casa de Deus", declarou Pedro ( 1Pe 4:17 ).

    Os líderes da igreja não estão isentos da disciplina. Eles são, na verdade, ainda mais responsáveis ​​pelo que dizem e fazem. Embora a Igreja deve "Não aceites acusação contra um ancião, senão com base em duas ou três testemunhas," se essa condição for preenchida, os anciãos ", que continuam a pecar" deverão ser repreendidos "na presença de todos, para que o descanso também podem ter medo de pecar "( 1 Tim. 5: 19-20 ).

    Jesus precisamente estabeleceu o padrão para a disciplina de um membro da igreja que erra. "Se teu irmão pecar, vai, e repreende-o em privado, se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão, mas se ele não ouvi-lo, pegue um ou dois com você, para que pela boca de duas ou. três testemunhas cada fato pode ser confirmado e se ele se recusar a ouvi-los, dize-o à igreja;. e se ele se recusar a ouvir também a igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano "( Mt . 18: 15-17 ).

    Cada tipo de pecado, de conduta desordeira à imoralidade de ensino falso, é ser disciplinado. E todos os cristãos, desde o mais novo crente para o líder mais experiente, estão sujeitos a essa disciplina. Para ser espiritualmente saudável e eficaz em seu ministério a igreja deve lidar com o pecado dentro de suas próprias fileiras. Para brincar com o pecado, a ignorá-lo, sob o pretexto de amor, ou a falhar por qualquer outro motivo para limpar a igreja dele é desastroso. Para pregar contra o pecado, mas não impõe que a pregação por confrontar o pecado na vida dos indivíduos na comunhão é desconectar pregar de vida e transformá-lo em um exercício improdutivo na oratória.
    Tal como é muitas vezes o caso, no entanto, há também um perigo oposto. Assim como a carne faz com que seja fácil de ignorar o pecado dentro da igreja também facilita a disciplinar de forma errada e com o espírito errado. Há sempre a tentação de lidar com o pecado membros em cada, uma atitude de julgamento hipócrita, em vez de partir de uma preocupação genuinamente humilde e justo para a pureza do Corpo do Senhor.
    Dirigindo-se que o perigo, Paulo admoesta a igreja da Galácia para tomar um cuidado especial com a disciplina no caminho certo. Ao invés de ser prepotente, desafiando um ao outro, e invejando o outro, os membros da igreja deve ser amorosa e graciosa, e útil para o outro , até mesmo para aqueles que pecam e ofender. Em 6: 1-6 , o apóstolo declara que quando um irmão pecador é disciplinado, os membros espirituais da igreja deve buscá-lo, abraçá-lo para cima, e edificá-lo.



    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Gálatas Capítulo 5 do versículo 1 até o 26

    Gálatas 5

    A relação pessoal — Gl 5:2-12

    Na posição de Paulo o caminho da graça e o caminho da Lei se excluem mutuamente. O engano fundamental do homem que empreendia o caminho da obediência à Lei estava em pensar que algo que ele pudesse realizar fosse capaz de ganhar méritos perante os olhos de Deus; o caminho da Lei faz com que a salvação dependa do logro humano. Por outro lado, o homem que simplesmente adota o caminho da graça se lança com seu pecado na misericórdia e no amor de Deus. Paulo agora continua sustentando que se a pessoa aceitou a circuncisão, quer dizer uma parte da Lei, logicamente deve aceitar toda a Lei. Suponhamos que alguém quer naturalizar-se cidadão de um país; suponhamos que cumpre cuidadosamente com todas as normas, leis e prescrições do país que se referem à naturalização; não pode parar ali: está obrigado a aceitar também todas as outras normas, leis e prescrições.
    Assim, pois, Paulo argumenta que se alguém se circuncidava, colocava-se sob a obrigação de cumprir toda a Lei a que a circuncisão o tinha introduzido. E se tomava esse caminho automaticamente dava as costas ao caminho da graça como se Cristo jamais tivesse morrido por ele. Para Paulo tudo o que importava era a fé que opera por meio do amor. Esta é outra maneira de dizer que a própria essência da religião não é a Lei, mas a relação pessoal com Jesus Cristo; a ação do coração que assim ama a Cristo é que acima do corpo e da alma se entrega a Ele. A fé do cristão nunca se funda num livro, mas em uma pessoa; sua dinâmica não é a obediência a alguma Lei, mas sim o amor a Jesus Cristo,
    No começo das coisas, os Gálatas tinham chegado a conhecer tudo isto mas agora estavam voltando-se outra vez à Lei. “Um pouco de fermento” , dizia Paulo, “leveda toda a massa.” Para o judeu o fermento representava quase sempre uma influência maligna. Em outras palavras, Paulo diz: "Este movimento legalista talvez não tenha chegado ainda muito longe; mas arranquem pela raiz antes que manche e destrua toda sua religião."

    Paulo termina com uma declaração rude e quase cruel. Galácia encontrava-se na cercania da Frígia. E a grande devoção desta parte do mundo era o culto a Cibele; agora, a prática dos sacerdotes e verdadeiros adoradores de Cibele consistia na mutilação, castrando-se. Os sacerdotes de Cibele eram eunucos. Por isso Paulo diz: "Se seguirem por esse caminho, do qual a circuncisão é o começo, poderiam terminar sendo castrados como esses sacerdotes pagãos." É uma ilustração grosseira que nossa sociedade refinada rechaça, mas extremamente realista para os Gálatas que conheciam todo o relacionado com os sacerdotes de Cibele, que, de fato, viviam entre eles.

    A LIBERDADE CRISTÃ

    13 48:5-15'>Gálatas 5:13-15

    Com este parágrafo muda a ênfase da Carta de Paulo. Até aqui teve um caráter teológico, e agora se torna intensamente ética. Paulo tinha uma mente predominantemente prática. Mesmo quando esteve escalando os topos mais altos do pensamento, sempre termina com uma nota prática. Para Paulo a teologia não tinha o menor valor se não podia ser vivida no mundo. Assim em Romanos, depois de escrever um dos tratados teológicos mais importantes do mundo, desce quase de repente à terra firme no capitulo 12 para dar expressão a reclamações e advertências de caráter eminentemente práticos.
    Vincent Taylor disse certa vez: "A prova para descobrir o bom teólogo é se pode escrever um folheto." Quer dizer, numa pergunta: Depois dos vôos do pensamento pode reduzir todo isso a algo que o homem comum possa entender e realizar? Paulo sempre satisfaz triunfalmente esta prova. Nesta Carta o eixo está aqui. Submete-se todo o assunto à pedra de toque do viver diário.
    A teologia de Paulo sempre corria um perigo. Se declarava que tinha chegado o fim do reino da Lei e tinha começado o reinado da graça, o intérprete deliberadamente mal-intencionado podia dizer: "Se for assim, posso fazer o que quero; todas as restrições foram suprimidas e posso seguir minhas inclinações, paixões, desejos e emoções, aonde quer que me levem. A Lei passou, a graça assegura de toda maneira o perdão." Mas até o fim do dia ficavam para Paulo duas obrigações.

    1. Uma não se menciona aqui mas está implícita em todo seu pensamento. É a obrigação para com Deus. Se Deus nos amou de tal maneira então o amor de Cristo nos constrange. Não posso manchar e sujar uma vida pela qual Deus pagou com sua própria vida.
    2. Há também a obrigação para com nossos semelhantes. Somos livres, mas esta liberdade é de tal índole que ama o próximo como a si mesmo. Os nomes das diferentes formas de governo são sugestivos. A monarquia é o governo de um; impôs-se no interesse da eficiência porque o governo de comitês teve sempre suas desvantagens. Oligarquia significa governo dos poucos; pode justificar-se sustentando que só poucos são capazes de governar. Aristocracia significa governo dos melhores. Mas não se define a palavra melhor. Plutocracia significa governo dos ricos; justifica-se aduzindo que aqueles que possuem os maiores bens no país têm o direito lógico de administrá-los. Mas democracia significa governo do povo, pelo povo e para o povo. Agora, o cristianismo é a única verdadeira democracia porque num Estado cristão cada um pensaria tanto em seus semelhantes como em si mesmo. A liberdade cristã não é libertinagem pela simples mas tremenda razão que o cristão não foi feito livre para pecar, mas sim, pela graça de Deus, é livre para não pecar. O cristão é aquele que pelo Espírito de Cristo que habita nele, está tão purificado do eu que ama a seu próximo como a si mesmo, algo que não é possível senão para o cristão. No final Paulo acrescenta uma advertência breve mas severa: "A não ser que resolvam o problema da convivência", diz-lhes, "farão a vida impossível e insuportável." O egoísmo não exalta o homem; destrói-o.

    AS COISAS MÁS

    Gálatas 5:16-21

    Ninguém era mais consciente das tensões da natureza humana que Paulo. Para ele era essencial que a fé e a liberdade cristãs não significassem liberdade para satisfazer o aspecto mais baixo da natureza humana, mas sim liberdade para viver a vida do Espírito. Aqui o apóstolo nos oferece um catálogo de coisas que são más. Atrás de cada palavra há todo um quadro, por isso que se têm que considerar separadamente.

    Fornicação: tem-se dito com verdade que a única virtude completamente nova que o cristianismo ofereceu ao mundo foi a castidade. O cristianismo veio a um mundo em que a imoralidade sexual não só se perdoava, mas também que se considerava como normal e essencial à atividade ordinária da vida.

    Impureza: a palavra que usa Paulo (akatharsia) é de muito interesse. Pode empregar-se para o pus de uma ferida não desinfetada, para uma árvore que nunca foi podada e para um material que nunca foi peneirado. Em seu forma positiva (katharos, adjetivo que significa puro) usa-se ordinariamente nos contratos de aluguel para descrever uma casa que se deixa limpa e em boas condições. Mas o uso mais sugestivo do adjetivo katharos tem que ver com a purificação cerimonial que autoriza o homem a aproximar-se dos seus deuses. A impureza é então o que torna um homem inepto para apresentar-se perante Deus. É precisamente o contrário dessa pureza que pode ver a Deus. É o manchar a vida com aquelas coisas que nos separam de Deus.

    Lascívia:

    esta palavra (aselgeia), foi bem definida como

    "disposição para todo prazer". O homem entregue a ela não conhece freio algum, ao contrário faz tudo o que o capricho e a insolência luxuriosa sugerem. Josefo a atribui a Jezabel quando construiu em Jerusalém, a cidade Santa, um templo a Baal. A idéia geral é a de alguém que chegou a tal extremo no gozo de seus prazeres e desejos que já não se preocupa do que as pessoas digam ou pensem.

    Idolatria: esta palavra refere-se à adoração de deuses feitos pela mão do homem. É o pecado no qual as coisas materiais chegam a ocupar o lugar de Deus.

    Feitiçarias: esta palavra significa literalmente o uso de drogas. Este uso pode ser benéfico, como no caso da medicina; mas pode também significar envenenamento, e veio a estar muito especialmente relacionada com o emprego de drogas nas bruxarias e sortilégios que enchiam o mundo antigo.

    Inimizades: a idéia é a do homem que se caracteriza pela hostilidade para com seus semelhantes; trata-se precisamente do oposto à virtude cristã do amor aos irmãos e a todo homem.

    Contendas:

    originariamente esta palavra tinha que ver

    principalmente com a rivalidade pela recompensa. Até com relação a isto também podia ter um bom sentido, mas de fato significava com mais freqüência a rivalidade que encontra desafogo em contendas, rixas e discussões.

    Ciúmes: esta palavra (zelos, de onde se origina a nossa), tinha originariamente um bom sentido: significava emulação, o elevado desejo de participar do nobre e de obtê-lo uma vez descoberto. Mas degenerou, e chegou a significar o desejo de possuir algo que outro tem; o mau desejo do que não é nosso.

    Iras: o termo que Paulo usa significa estalos e arrebatamentos do temperamento. Não descreve uma irritação que perdura, mas sim a cólera que se inflama e morre no momento.

    Discórdias (TB: "facções"): esta palavra tem uma história muito ilustrativa. É a palavra eritheia, que significava nas origens o trabalho de um operário contratado (erithos). Chegou a significar o trabalho remunerado. Logo passou a significar lutar por obter votos para uma acusação pública ou política, e descreve o homem que busca a acusação não por motivos de serviço, mas pelo proveito que pode lhe tirar. É a qualidade do homem essencialmente egoísta e que não tem nenhum conceito ou idéia de servir a seus semelhantes.

    Dissensões: literalmente a palavra significa manter-se separados. Nelson atribuía uma de suas grandes vitórias à felicidade de ter estado à frente de um grupo de irmãos. A dissensão descreve uma sociedade em que acontece justamente o contrário, onde seus membros se fogem mutuamente em vez de partir ao uníssono.

    Facções (RC: “heresias”; TB: “partidos”): poderiam descrever-se como dissensões cristalizadas. O termo é hairesis de onde provém heresia. Hairesis originalmente não era um termo pejorativo. Provém de uma raiz que significa escolher e se aplicava a uma escola de seguidores de um filósofo ou a algum grupo ou banda de pessoas que participavam de uma crença comum. Mas o trágico da vida está em que a pessoa que mantém diferentes pontos de vista termina com muita freqüência aborrecendo não os pontos de vista dos outros, mas sim às próprias pessoas. Deveria ser possível dissentir com alguém, sem deixar por isso de ser amigos.

    Invejas: esta palavra fthónos) é uma palavra ruim. Eurípides a chamou: "a maior das enfermidades entre os homens". Em essência não descreve o espírito que deseja — com nobreza ou sem ela — possuir algo que outro possui; descreve o espírito que não suporta absolutamente o fato de que outro possua essas coisas. Não é tanto que queira as coisas em si; simplesmente quer tirar do outro. Os estóicos a definiam como "tristeza por motivo de algum bem alheio". Basílio a chamava "tristeza pela boa sorte do próximo". Trata-se da condição nem tanto do ciumento quanto do amargurado.

    Bebedices: no mundo antigo não se tratava de um vício comum. Os gregos bebiam mais vinho que leite. Até os meninos bebiam vinho. Mas a proporção era de três partes de água com duas de vinho. Tanto gregos como cristãos condenavam a embriaguez como algo que reduzia o homem à condição de animal.

    Glutonarias (TB: “orgias”): esta palavra (komos) tem uma história interessante. O komos era um grupo de amigos que acompanhavam o vencedor nos jogos depois de sua vitória. Dançavam, riam e cantavam seus louvores. Também descreve os grupos de devotos de Baco, o deus do vinho. O termo significa rebeldia não refreada e incontrolada; diversão que degenera em libertinagem.

    Quando chegamos realmente à raiz destas palavras nos damos conta que a vida não mudou tanto.

    AS COISAS BOAS

    Gálatas 5:22-26

    Assim como nos versículos precedentes Paulo determinou as coisas más que são características da carne, agora se refere às coisas boas que são fruto do Espírito. Novamente vale a pena jogar um olhar a cada termo separadamente.

    Amor: o termo do Novo Testamento para amor é agape. Não se trata de uma palavra de uso comum no grego clássico. Em grego há quatro termos para amor.

    1. Eros é o amor de um homem a uma mulher; é o amor imbuído de paixão. O termo não se emprega no Novo Testamento.
    2. Filia é o quente amor para com nossos próximos e familiares; é algo do coração e seus sentimentos.
    3. Storge significa, antes, afeto, e se aplica particularmente ao amor de pais e filhos.
    4. Agape é o termo cristão, e realmente significa benevolência invencível. Significa que nada que alguém possa nos fazer por meio de insultos, injúrias ou humilhações nos forçará a buscar outra coisa senão o maior bem do mesmo. Portanto, é um sentimento tanto da mente como do coração; corresponde tanto à vontade como às emoções. O termo descreve o esforço deliberado — que só podemos realizar com a ajuda de Deus — de não buscar jamais outra coisa senão o melhor, até para aqueles que buscam o pior para nós.

    Alegria: o termo grego é cara e sua característica está em que a maioria das vezes descreve a alegria que tem sua base na religião e cujo fundamento real é Deus. (conforme Sl 30:11; Rm 14:17; Rm 15:13; Fp 1:4,Fp 1:25). Não é a alegria que provém de coisas terrenas ou triunfos fúteis; muito menos o que tem sua fonte no triunfo sobre alguém com quem se esteve em rivalidade ou competição. É, antes, a alegria que tem Deus como fundamento.

    Paz: no grego coloquial contemporâneo esta palavra (eirene) tem dois usos interessantes. Aplica-se à tranqüilidade e serenidade que goza um país sob o governo justo e benéfico de um bom imperador. E se usa para a boa ordem de um povoado ou uma aldeia. Nas aldeias havia um funcionário chamado superintendente da eirene da aldeia; este era o guardião da paz pública. No Novo Testamento o termo eirene ordinariamente representa o hebraico shalom, e não significa simplesmente liberdade de dificuldades, mas sim tudo aquilo que faz o bem supremo do homem. Aqui significa essa tranqüila serenidade do coração proveniente da plena consciência de que nosso tempo está nas mãos de Deus. É interessante advertir que tanto cara como eirene chegaram a ser nomes muito comuns na 1greja.

    Paciência (makrothymia), uma palavra de grande significado. O autor de 1 Macabeus (8:
    4) diz que os romanos fizeram-se donos do mundo por makrothymia; alude-se aqui à tenacidade de Roma pela que jamais fazia a paz com o inimigo, até na derrota; uma sorte de paciência que conquista. Falando em geral, a palavra não se usa para a paciência com respeito a coisas ou acontecimentos, senão para a paciência com respeito às pessoas. Crisóstomo diz que é a graça do homem que podendo-se vingar não o faz; do que é lento para a ira. O que mais ilumina seu significado é seu uso muito comum no Novo Testamento com respeito à atitude de Deus e de Jesus para com os homens (Rm 2:4; Rm 9:22; 1Pe 3:20). Se Deus tivesse sido homem, faz tempo que teria levantado sua mão para destruir este mundo; mas tem tal paciência que suporta todos os nossos pecados e não nos despreza. Em nossa vida, em nossa atitude e nossos entendimentos com nossos semelhantes devemos reproduzir esta atitude de Deus para conosco, de amor, tolerância, perdão e paciência.

    Benignidade e bondade são termos muito ligados entre si. Por benignidade é o termo crestotes. Com muita freqüência se traduz também por bondade (Tt 3:4; Rm 2:4; 2Co 6:6; Ef 2:7; Cl 3:12; Gl 5:22). É um termo positivo. Plutarco diz que é muito mais difundido que a justiça. Um vinho antigo se chama crestos, suave. O jugo de Cristo é crestos (Mt 11:30), quer dizer, não roça nem incomoda nem mortifica. A idéia geral é a de uma amável bondade. O termo que Paulo usa para bondade (agathosyne) é peculiar da Bíblia; não ocorre no grego comum (Rm 15:14; Ef 5:9; 2 Tessalonicenses Ef 1:11). É a mais ampla expressão da bondade; define— se como "a virtude equipada para cada momento". Qual é a diferença? A bondade poderia — e pode — reprovar, corrigir e disciplinar; a crestotes só pode ajudar. Trench diz que Jesus mostrou agathosyne quando purificou o templo e expulsou os que o transformavam num mercado, mas manifestou crestotes quando foi amável com a mulher pecadora que lhe ungia os pés. O cristão necessita de uma bondade que seja ao mesmo tempo amável e enérgica.

    Fidelidade (RC., "fé"). No grego popular esta palavra é comum para confiança. É a característica do homem digno de confiança.

    Mansidão: praotes é a palavra que menos se presta à tradução. No Novo Testamento tem três significados principais,

    1. Significa submisso à vontade de Deus (Mt 5:5; Mt 11:29; Mt 21:5).
    2. Significa dócil: o homem que não é muito soberbo para aprender (Jc 1:21).
    3. Com maior freqüência significa considerado (1Co 4:21; 2Co 10:1; Ef 4:2). Aristóteles definiu a praotes como o termo médio entre a ira excessiva e a mansidão excessiva; como a qualidade do homem que está sempre irado mas só no momento devido. O que lança maior luz no significado da palavra é que o adjetivo praus aplica-se a um animal domesticado e criado sob controle; o termo fala do domínio próprio que só Cristo pode dar. Praotes refere-se ao espírito submisso a Deus, dócil em todo o bom e considerado para com seu próximo.

    Domínio próprio (RC: “temperança”): o termo é egkrateia. Platão a aplica ao domínio próprio. É o espírito que dominou seus desejos e amor ao prazer. Aplica-se à disciplina que os atletas exercem sobre o próprio corpo (1Co 9:25) e do domínio cristão do sexo (1Co 7:9). No grego corrente aplica-se à virtude de um imperador que jamais permite que seus interesses privados influam no governo do povo. É a virtude que faz ao homem tão dono de si, que é capaz de ser servo de outros.

    Paulo cria e experimentava por si mesmo a morte do cristão com Cristo e sua ressurreição a uma vida nova e pura em que tinha desaparecido todo o mau, da antiga existência, enquanto todo o amável e belo do espírito tinha alcançado sua fruição.


    Dicionário

    Heresiar

    verbo intransitivo Proferir heresias.
    Etimologia (origem da palavra heresiar). Heresia + ar.

    Idolatria

    substantivo feminino Ação de cultuar ídolos; o culto que se faz aos ídolos.
    Figurado Excesso de amor; admiração demonstra de maneira exagerada.
    Religião O culto das imagens e/ou das esculturas de santos.
    Etimologia (origem da palavra idolatria). Do grego eidololatreía.as.

    Adoração a deus falsos, às vezes por meio de imagens. Qualquer coisa que nos afaste da adoração ao único Deus verdadeiro (Rm 1:18-25)

    Idolatria Adoração de ÍDOLOS. Deus proíbe a adoração de qualquer imagem, seja de um deus falso ou do Deus verdadeiro (Ex 20:3-6). As nações que existiam ao redor de Israel eram idólatras, e Israel muitas vezes caiu nesse pecado (Jr 10:3-5; Am 5:26-27). Entre outras, eram adoradas as imagens de BAAL, ASTAROTE, MOLOQUE e o POSTE-ÍDOLO.

    Irás

    2ª pess. sing. pres. ind. de irar
    fem. pl. de ira
    Será que queria dizer irás?

    i·rar -
    verbo transitivo

    1. Encolerizar, irritar.

    verbo pronominal

    2. Encher-se de ira.


    i·ra
    nome feminino

    1. Cólera; raiva, indignação; fúria, violência.

    2. Castigo, vingança (da divindade).


    Pelejar

    verbo intransitivo Batalhar; combater; lutar.
    Figurado Lutar por uma ideia, por um princípio, por uma doutrina, verbalmente ou por escrito.
    Entrar em desacordo com alguém; oferecer-lhe oposição.
    [Brasil] Insistir, teimar.
    [Popular] Trabalhar afanosamente.

    batalhar; combater

    Porfiar

    verbo intransitivo Discutir; discutir intensamente: não resolveram nada, só porfiaram.
    verbo transitivo direto , transitivo indireto e bitransitivo Disputar; lutar ou brigar por algo ou alguém: porfiou por um cargo melhor; o atleta porfia com outros nadadores; porfiou pela vitória; porfiou a empresa com a irmã.
    verbo transitivo indireto e intransitivo Insistir; não acatar um ponto de vista contrário: porfiava com o professor; o presidente porfiava, embora não tivesse popularidade.
    Etimologia (origem da palavra porfiar). Porfia + ar.
    verbo transitivo direto Encobrir ou costurar com fio(s): porfiar o tapete.
    Etimologia (origem da palavra porfiar). Pôr + fio + ar.

    Discutir

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Gálatas 5: 20 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Idolatria, feitiçaria ①, inimizades, porfias, emulações ②, iras, pelejas, facções, heresias ③,
    Gálatas 5: 20 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    54 d.C.
    G1370
    dichostasía
    διχοστασία
    ()
    G139
    haíresis
    αἵρεσις
    [a] seita
    ([the] sect)
    Substantivo - Feminino no Singular nominativo
    G1495
    eidōlolatreía
    εἰδωλολατρεία
    um filho de Calebe com a sua concubina Efá
    (Gazez)
    Substantivo
    G2052
    eritheía
    ἐριθεία
    propaganda eleitoral ou intriga por um ofício
    (self-interest)
    Substantivo - Feminino no Singular genitivo
    G2054
    éris
    ἔρις
    culpa, carregado de culpa, estranho adj
    (strange)
    Substantivo
    G2189
    échthra
    ἔχθρα
    inimizade
    (emnity)
    Substantivo - dativo feminino no singular
    G2205
    zēlos
    ζῆλος
    velho
    ([were] old)
    Adjetivo
    G2372
    thymós
    θυμός
    ver, perceber, olhar, observar, profetizar, providenciar
    (shall provide)
    Verbo
    G5331
    pharmakeía
    φαρμακεία
    eminência, perpetuidade, força, vitória, duradouro, eternidade
    (the Strength)
    Substantivo


    διχοστασία


    (G1370)
    dichostasía (dee-khos-tas-ee'-ah)

    1370 διχοστασια dichostasia

    de um derivado de 1364 e 4714; TDNT - 1:514,88; n f

    1. dissensão, divisão

    αἵρεσις


    (G139)
    haíresis (hah'-ee-res-is)

    139 αιρεσις hairesis

    de 138; TDNT - 1:180,27; n f

    1. ato de pegar, capturar: p.ex. atacando uma cidade
    2. escolha
    3. aquele que é escolhido
    4. um grupo de homens escolhendo seus próprios princípios (seita ou partido)
      1. dos saduceus
      2. dos fariseus
      3. dos cristãos
    5. dissensões originadas da diversidade de opiniões e objetivos

    Sinônimos ver verbete 5916


    εἰδωλολατρεία


    (G1495)
    eidōlolatreía (i-do-lol-at-ri'-ah)

    1495 ειδωλολατρεια eidololatreia

    de 1497 e 2999; TDNT - 2:379,202; n f

    1. adoração a deuses falsos, idolatria
      1. de festas sacrificiais formais celebradas para honrar falsos deuses
      2. da cobiça, como adoração a Mamom
    2. no plural, os vícios provenientes da idolatria e peculiares a ela

    ἐριθεία


    (G2052)
    eritheía (er-ith-i'-ah)

    2052 εριθεια eritheia

    talvez o mesmo que 2042; TDNT - 2:660,256; n f

    1. propaganda eleitoral ou intriga por um ofício
      1. aparentemente, no NT uma distinção requerida, um desejo de colocar-se acima, um espírito partidário e faccioso que não desdenha a astúcia
      2. partidarismo, sectarismo

        Antes do NT, esta palavra é encontrada somente em Aristóteles, onde denota um perseguição egoísta do ofício político através de meios injustos. (A&G) Paulo exorta ser um em Cristo, não colocando-se acima ou sendo egoísta (Fp 2:3). Tg 3:14 fala contra ter amor-próprio ou se vangloriar. (Wayne Steury)


    ἔρις


    (G2054)
    éris (er'-is)

    2054 ερις eris

    de afinidade incerta; n f

    1. contenda, disputa, discussão

    ἔχθρα


    (G2189)
    échthra (ekh'-thrah)

    2189 εχθρα echthra

    de 2190; TDNT - 2:815,285; n f

    inimizade

    causa de inimizade


    ζῆλος


    (G2205)
    zēlos (dzay'-los)

    2205 ζηλος zelos

    de 2204; TDNT - 2:877,297; n m/n

    1. excitação de mente, ardor, fervor de espírito
      1. zelo, ardor em abraçar, perseguir, defender algo
        1. zelo no interesse de, por uma pessoa ou coisa
        2. fúria de indignação, zelo punitivo
      2. rivalidade invejosa e contensiosa, ciúme

    θυμός


    (G2372)
    thymós (thoo-mos')

    2372 θυμος thumos

    de 2380; TDNT - 3:167,339; n m

    paixão, raiva, fúria, ira que ferve de forma imediata e logo se acalma outra vez

    brasa, ardor, o vinho da paixão, o vinho que excita,(que enloquece o beberrão ou o destrói pela sua força)


    φαρμακεία


    (G5331)
    pharmakeía (far-mak-i'-ah)

    5331 φαρμακεια pharmakeia

    de 5332; n f

    uso ou administração de drogas

    envenenamento

    feitiçaria, artes mágicas, freqüentemente encontrado em conexão com a idolatria e estimulada por ela

    metáf. as decepções e seduções da idolatria