Enciclopédia de Deuteronômio 1:46-46

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

dt 1: 46

Versão Versículo
ARA Assim, permanecestes muitos dias em Cades.
ARC Assim em Cades estivestes muitos dias, segundo os dias que ali estivestes.
TB Assim ficastes muitos dias em Cades, segundo os dias que ali ficastes.
HSB וַתֵּשְׁב֥וּ בְקָדֵ֖שׁ יָמִ֣ים רַבִּ֑ים כַּיָּמִ֖ים אֲשֶׁ֥ר יְשַׁבְתֶּֽם׃
BKJ Assim, permanecestes em Cades por muitos dias, segundo os dias que estivestes ali.
LTT Assim permanecestes muitos dias em Cades, segundo os dias em que ali habitastes.
BJ2 E por isso tivestes que morar em Cades por todos aqueles muitos dias que lá permanecestes.
VULG Sedistis ergo in Cadesbarne multo tempore.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Deuteronômio 1:46

Números 14:25 Ora, os amalequitas e os cananeus habitam no vale; tornai-vos, amanhã, e caminhai para o deserto pelo caminho do mar Vermelho.
Números 14:34 Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniquidades quarenta anos e conhecereis o meu afastamento.
Números 20:1 Chegando os filhos de Israel, toda a congregação, ao deserto de Zim, no mês primeiro, o povo ficou em Cades; e Miriã morreu ali e ali foi sepultada.
Números 20:22 Então, partiram de Cades; e os filhos de Israel, toda a congregação, vieram ao monte Hor.
Juízes 11:16 porque, subindo Israel do Egito, andou pelo deserto até ao mar Vermelho e chegou até Cades.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A ROTA DO ÊXODO

Não há dúvida de que um êxodo israelita partindo do Egito realmente aconteceu. Contudo, continuam existindo várias e importantes dúvidas históricas e geográficas sobre acontecimentos antes e durante o Êxodo. As dúvidas geográficas receberão mais atenção aqui, mas talvez seja oportuno, primeiro, acrescentar algumas rápidas informações históricas.

OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS
Já na época do "Reino Médio" do Egito, no final da XII dinastia (aprox. 1800 a.C.) ou mesmo antes, um número cada vez maior de asiáticos veio para o Egito e se estabeleceu basicamente no leste do delta do Nilo e na região ao redor.
Os egípcios vieram a chamar essas pessoas de hegaw Whasut, uma expressão que significava "governantes de terras estrangeiras", mas que se referia, mais especificamente, aos governantes procedentes de Canaã que falavam um dialeto semítico ocidental. 13 Empregamos a forma aportuguesada do termo grego usado para descrever essas pessoas: hicsos. Ao longo do século 18 a.C., o poder egípcio foi diminuindo, ao mesmo tempo que o número de hicsos foi crescendo. As estruturas peculiares das construções dos hicsos, a forma de seus objetos cerâmicos e várias práticas sociais e religiosas cananeias refletem uma força relativa e uma independência crescente. Atribui-se aos hicsos introduzirem no Egito várias formas de inovação tecnológica militar, inclusive carros de guerra puxados por cavalos, arcos compostos e aríetes,104 o que os teria tornado uma forca militar ainda mais notável e uma entidade política com autodeterminação. No final, por volta de 1640 a.C., os hicsos se tornaram suficientemente fortes para tomar o controle de quase todo o Egito, constituindo aquilo que, na história egípcia, é hoje conhecido como XV e XVI dinastias Os hicsos se estabeleceram basicamente em Aváris/T. el-Dab'a, no braço mais oriental (Pelúsio) do delta, e ali cresceram e prosperam por cerca de 100 anos.
A independência da cidade durante esse período também se refletiu no amplo alcance de seu comércio, que se estendia pelo Mediterrâneo oriental, o Levante e a Mesopotâmia e, no sul, chegava até a Núbia. Por volta de 1560 a.C. os egípcios saquearam Aváris, a capital hicsa. Não muito depois, os hicsos foram expulsos do Egito por príncipes naturais dali e começou, na história egípcia, o período denominado "Reino Novo". Os faraós do Reino Novo realizaram um esforco concentrado - até mesmo impetuoso - para fazer com que o Egito reunificado ficasse livre de qualquer vestígio de influência hicsa. Até mesmo numerosas campanhas militares foram lancadas contra os hicsos em Canaã e na Síria e, no devido tempo, contra seus aliados asiáticos, em especial os arameus e os mitânios.
A história bíblica e os dados arqueológicos parecem indicar que foi diante de um monarca hicso que José compareceu como intérprete de sonhos (Gn 41:14-37), o qual, mais tarde, concedeu à sua família excelente gleba (Gósen) (Gn 47:5-6).
Essa teoria pode explicar como José - um não egípcio - pôde experimentar uma ascensão política tão meteórica, chegando à posição de vice-regente num país que normalmente exibia uma mentalidade xenófoba e, às vezes, arrogante diante de estrangeiros. De forma semelhante, o faraó acolheu calorosamente a família semítica de José, que vinha de Canaã (Gn 47:1-11), e lhes entregou terras valiosas para morarem - um gesto que é mais sugestivo de um monarca que era, ele próprio, um semita originário de Canaã, do que de um egípcio nativo. Essa teoria é coerente com o fato de que aqueles que desceram com Jacó conseguiram prosperar e se multiplicar no Egito, e, por algum tempo, foram fortes o suficiente para representar uma ameaça em potencial a um faraó.
Dando sequência a essa teoria, o "novo rei, que não havia conhecido José [e] levantou-se sobre o Egito" (Ex 1:8), teria sido então um dos faraós do Reino Novo, isto é, um faraó natural do Egito. Assim, como parte do expurgo dos hicsos. o faraó estaria decidido a retomar o controle político total do leste do delta, recusando-se firmemente a reconhecer que a concessão de terras de Gósen continuava sendo legítima. Além disso, percebendo que os israelitas eram uma multidão que poderia muito bem estar inclinada a formar uma aliança militar com os inimigos hicsos (sendo que ambos os povos tinham vindo de Cana para o Egito), por precaução esse novo rei escravizou o povo de Deus (Ex 1:9-11). A bem da verdade, essas são generalizações vagas, ainda que sustentáveis, mas, além desse ponto, parece arriscado especular sobre a identidade do faraó específico que favoreceu José, do rei em particular que escravizou os israelitas ou do monarca do Egito à época do Êxodo. Nesse aspecto, não existe nenhum dado transparente que sirva de base para uma afirmação definitiva.

O CONTEXTO GEOGRÁFICO
As narrativas bíblicas situam na cidade de Ramessés o ponto de partida do êxodo israelita do Egito (Nm 33:3; cp. Êx 1.11; 12.37); dali, viajaram primeiro para Sucote (Êx 12.37; cp. Nm 33:5), então para Etá (Êx 13.20; cp. Nm 33:6) e, finalmente, para Pi-Hairote, junto à massa de água (Êx 14.2; cp. Nm 33:7-8) Iv. mapa 33]. Desses lugares, apenas a localização de Ramessés está acima de dúvida. Hoje sabemos que a Ramessés bíblica ficava em I. el-Dab'a/Qantir, Por volta de 1290 a.C. o faraó Seti I comecou a construir Ramessés perto das ruínas da cidade hicsa de Aváris, mas foi o faraó Ramsés II que a ampliou grande e esplendidamente.
A Ramessés bíblica tornou-se uma enorme metrópole em expansão, cobrindo uma área de pelo menos 15 quilômetros quadrados no espaço de uns mil hectares.
Na cidade havia um enorme conjunto de prédios régios e religiosos. A maioria foi construída com tijolos de barro (Ex 1:14-5.7,8,16-19), uma forma de construção anteriormente desconhecida no delta, muito embora, naquela região, pedras fossem praticamente inexistentes. Ramessés também incluía uma grande fortaleza militar,107 um espaçoso complexo de templos em que arqueólogos encontraram no solo até mesmo restos de pó de ouro, resultante do trabalho de douração de objetos da realeza,108 um amplo complexo de carros e cavalos capaz de acomodar 450 cavalos, dezenas de peças de carros, uma imensa área industrial para produção de bronze e muitas oficinas e instalações para armazenamento de tijolos de barro (Ex 1:11). Descobriu-se uma fábrica de lajotas azuis vitrificadas para uso nas propriedades palacianas dos faraós. Logo ao redor dessa instalação, foram encontrados alguns óstracos que até trazem o nome "Ra'amses" (Ramsés) E bem recentemente se encontrou um tablete cuneiforme que parece confirmar que o lugar era a residência régia do faraó Ramsés.!! Então, não há dúvida de que foi desse lugar que os israelitas começaram sua viagem.
Partindo de Ramessés, os israelitas chegaram a Sucote (Ex 12:37; Nm 33:5).
Já faz muito tempo que estudiosos reconheceram que Sucote é o equivalente Um texto egípcio do século 13 indica que Pitom ficava a oeste de Tieku/Sucote.! Alguns estudiosos têm procurado Tjeku/Sucote em T. el-Maskhuta ' e acreditam que o nome original Sucote se reflita no nome moderno Maskhuta. Se for esse o caso, então T. er-Retaba se torna um excelente candidato para a localização da Pitom bíblica (Ex 1:11), embora não haja tanta certeza quanto a isso.
A Bíblia diz que os israelitas, que estavam indo embora, foram de Sucote para Eta, às margens do ermo/deserto (Ex 13:20; Nm 33:6). Ao contrário de Sucote e Pitom, que têm uma etimologia claramente egípcia, é incerta a origem da palavra Eta. Mas, tendo em vista o trajeto implícito numa viagem de T. el-Dab'a/Ramessés até T. el-Maskhuta/Sucote a caminho da massa de água, junto com a explicitação adicional de que Etá ficava à entrada do deserto", a localização de Eta deve ter sido a leste de T. el-Maskhuta/Sucote, provavelmente na estrada principal que ia para o leste, rumo ao deserto de Sur. É possível que a origem da palavra Età seja um topônimo egípcio HwI-Itm (uma variante da palavra para Atum, o deus-sol de Heliópolis), I14 localidade situada no uádi Tumilat.
Vindos de Etã, os israelitas chegaram a Pi-Hairote, que, conforme descrição no livro de Êxodo, ficava "entre Migdol e o mar, em frente de Baal-Zefom" (Ex 14:2), e, conforme descrição no livro de Números, estava "defronte de Baal-Zefom, londe\ acamparam diante de Migdol" (Nm 33:7).
Onde quer que tenha sido esse lugar, devia ficar bem ao lado da massa de água que Israel atravessou "em terra seca", visto que, de acordo com Exodo, os israelitas ficaram acampados "junto ao mar" (14,26) e, de acordo com Números, logo após partirem de Pi-Hairote, passaram "pelo meio do mar até o deserto" (Nm 33:8).
É obieto de debate se o nome Pi-Hairote é de origem egípcia (pi(r)-hahiroth significa "casa de Hator" uma deusa celeste egípcia]) ou semítica (com o sentido de "escavar/cortar", o que deixa implícita a localização junto a um canal). Quanto a esta última possibilidade, o mapa apresenta os vestígios de um canal, só recentemente descoberto, que, saindo do lago Timsah, estendia-se até o litoral do Mediterrâneo. Trechos desse canal têm cerca de 70 metros de largura na superfície, cerca de 20 metros de largura no fundo e quase 3 metros de profundidade. Sem dúvida, o canal estava operante na época em que os israelitas saíram do Egito, qualquer que seja a data que se aceite para o Êxodo. Estudiosos concluíram que, embora também possa ter sido construído para navegação ou irrigação, na Antiguidade seu propósito principal era servir de barreira defensiva militar.
Outra indicação de que Pi-Hairote pode ter tido relação com algum tipo de obstáculo defensivo militar é que nos dois relatos do Êxodo ele aparece junto com Migdol (Ex 14:2; Nm 33:7). A palavra egípcia maktar reflete a palavra semítica migdol, que significa "fortaleza". Textos egípcios trazem inúmeras referências a Maktar/Migdol e foram identificados vários lugares com o nome Matar/Migdol.
Um desses lugares fica na área do uádi Tumilat mais a leste, 16 provavelmente bem próximo da moderna 1smaília. Se, depois de T. el-Maskhuta, os israelitas estavam indo na direção leste pelo uádi Tumilat, é de se prever que teriam chegado a Maktar/Migdol.
A Bíblia registra que, logo no início da viagem do Êxodo, Israel foi proibido de ir pelo "caminho da terra dos filisteus" (Ex 13:17). Hoje sabemos que essa destacada rota militar egípcia - "a(s) estrada(s) de Hórus" - era protegida por uma série de instalações militares egípcias entre Sile e Gaza.
Caso não fosse uma rota consagrada, parece que a proibição divina teria sido desnecessária. Além disso, um texto egípcio do século 13 a.C. I8 conta sobre um oficial egípcio que saiu em perseguição de fugitivos que haviam passado por Ramessés, Tjeku/Sucote e Maktar/Migdol - nessa ordem - e então haviam se dirigido para o norte, presumivelmente na direção de Canaã. A probabilidade de que tanto Israel quanto o oficial egípcio tenham passado por três lugares com os mesmos nomes e exatamente na mesma sequência, num intervalo de apenas poucos dias, é grande demais para ser coincidência.
Os dados são um forte indício de que os fugitivos, o oficial egípcio e os israelitas estavam todos seguindo pelo mesmo bem conhecido e bastante usado corredor de trânsito, e - no caso dos israelitas - não era uma alternativa fora de mão, na tentativa de não serem detectados pelo faraó e suas forças. O mapa mostra três dessas vias de trânsito que, saindo do delta, irradiavam para o leste. Do norte para o sul, são:

Conforme dito acima, Deus excluiu a opção mais ao norte (Ex 13:17). Das duas escolhas restantes, parece significativo que, depois de passarem por Maktar/Migdol de Seti e entrarem no deserto, os fugitivos mencionados no papiro egípcio se dirigiram para o norte. Isso torna muitíssimo provável que estavam pegando a saída mais rápida e mais direta ("o caminho de Sur") e que não tinham escolhido um caminho tão ao sul quanto o Darb el-Hajj. Assim, parece que " caminho de Sur" deve ter sido, entre as rotas existentes, a que mais provavelmente os israelitas seguiram.

OS 1SRAELITAS JUNTO AO MAR
Os israelitas chegaram a uma massa de água onde seriam resgatados e o exército egípcio seria afogado. O Antigo Testamento grego (LXX) identifica essa massa de água como o ervthrá thálassa ("mar Vermelho"), o que tem levado muitos a imaginar que Israel deve ter ficado junto à massa de água que hoje conhecemos pelo nome de mar Vermelho. Contudo, no mundo clássico, quando a LXX foi traduzida, a expressão ervthrá thálassa podia designar não apenas aquilo que, num mapa moderno, seria chamado de mar Vermelho, mas também o golfo Pérsico, o oceano Índico e/ou águas a eles associadas... ou até mesmo todas essas massas de água juntas.!° Parece, então, que os tradutores da LXX empregaram a expressão erythrá thálassa de uma maneira consistente com seu uso em outros textos do mundo clássico (At 7:36; Hb 11:29). Houve um "mar Vermelho" clássico, assim como existe um "mar Vermelho" moderno, mas essas duas massas de água não têm a mesma extensão nem devem ser confundidas. Por outro lado, o Antigo Testamento hebraico chamou de yam sûf ("mar de juncos/papiro") a massa de água onde os israelitas pararam. Essa mesma palavra, sûf, é empregada para se referir a juncos/papiro que cresciam ao longo do Nilo.
A mãe de Moisés pôs o filho num cesto e colocou o cesto no meio dos sûf (Ex 2:3-5). Da mesma maneira, a literatura profética se refere a um tipo de planta aquática. Depois de ser atirado do navio, Jonas afirma que sûf ("algas marinhas"?) se enrolaram em sua cabeça (In 2.5). Isaías escreve que os rios e canais do Egito secarão; seus juncos e sûf ("caniços"?) apodrecerão (Is 19:6). É quase certo que sûf foi tomado de empréstimo de uma palavra egípcia, tf(y), atestada no período do Reino Novo e que significava "juncos/papiro",20 e, em função disso, aqui em Êxodo a expressão vam sûf deve ser traduzida "mar de juncos" É oportuno assinalar por alto que, pelo fato de que Lutero, nessa passagem, dependeu bastante do texto hebraico, ele usou a palavra Schilfmeer ("mar de juncos") na tradução em alemão.
Em egípcio, a palavra tw/fy) frequentemente designava uma região onde havia tanto brejos com papiros quanto pastagens. Com a rota criada devido à localização de Ramessés, Sucote/ Tieku e Migdol/Maktar, parece mais plausível que a travessia milagrosa do "mar" (SI 77.19,20) aconteceu no lago Timsah ou ali perto, onde a artéria de transporte existente (°o caminho de Sur') cruzava uma série de lagos. Mesmo se esforçando para ser ardentemente bíblico nesse ponto, é impossível que se chegue a certas conclusões geográficas indisputáveis nessa parte da investigação.
Contudo, embora a Bíblia forneça bem poucos detalhes relevantes - tanto geográficos quanto logísticos - da travessia milagrosa, o que é claro, mas com frequência ignorado, é o fato de que, ao que parece, a travessia levou bem pouco tempo. Pensa-se que a cronologia dos acontecimentos foi a seguinte:


Parece que os israelitas iniciaram sua travessia depois do pôr do sol e, contudo, quando começava a raiar o dia, na perseguição, os egípcios já estavam tentando atravessar o mar. Isso dá a entender convincentemente que toda a travessia israelita se estendeu no máximo por oito horas.
Os israelitas tinham acabado de ser emancipados da escravidão e haviam deixado o Egito às pressas, com seus rebanhos e manadas (Ex 12:38). Simplesmente passar de um lado para o outro de uma massa de água num período tão curto, com uma eficiência de movimento pouco maior do que a de uma multidão levemente organizada, teria exigido um milagre de uma magnitude bem maior do que a representada por Cecil B. DeMille no filme Os Dez Mandamentos, pela arte medieval ou pela literatura cristã de nossos dias. Não é inconcebível que tenha sido necessário um corredor de terra com a largura de alguns quilômetros para, dentro do tempo disponível, permitir que os israelitas atravessassem com tudo o que levavam consigo. De modo que não é de admirar que, mais tarde, escritores bíblicos citem repetidas vezes o acontecimento do Exodo quando procuram estabelecer um paradigma do poder absoluto e soberano de Deus (SI 66.5,6; 78.13 106:11; Is 51:9-10; 63:12-14) ou apresentar uma justificação da crença de que lahweh é o único e verdadeiro Deus da história (Nm 23:22-24.8; Js 2:10-11; 9.9,10).
Tendo experimentado livramento ali na água, em seguida Israel foi orientado a iniciar viagem para o monte Sinai. Bem poucas questões geográficas do Antigo Testamento têm sido objeto de debate mais intenso do que a localização do monte Sinai. Hoje em dia, o monte sagrado é procurado em qualquer uma de três regiões principais:

PROCURANDO O MONTE SINAI NA ARÁBIA SAUDITA/SUL DA JORDÂNIA
Defensores da hipótese saudita/jordaniana destacam três detalhes apresentados na Bíblia. Primeiro, depois de fugir de um faraó que procurava tirar-lhe a vida, Moisés passou a residir na terra de Midia e se tornou genro de um sacerdote que vivia ali (Ex 2:15-16; 18.1). Segundo, a Bíblia está repleta de referências ao que parece ter sido atividade vulcânica ou sísmica associada ao estabelecimento da aliança sinaítica (Ex 19:18-24.17; Dt 4:11-12; 5:22-26; 9.10,15; 10.4; Jz 5:5; SI 68.8; Ag 2:6). E, terceiro, o apóstolo Paulo explicitamente situou o monte Sinai na Arábia (GI 4.25).
De acordo com esse ponto de vista, a terra de Midia estava situada exclusivamente a leste do golfo de Ácaba. Afirma-se ainda que a estrutura geológica de montanhas Aninhado abaixo das encostas do jebel Musa ("o monte de Moisés"), fica o mosteiro ortodoxo grego de Santa Catarina.
dentro da própria península do Sinai não favorece atividade vulcânica nem sísmica, ou, pelo menos, não favoreceu atividade recente. E, por fim, esse ponto de vista sustenta que representa a única opção importante para situar o monte santo dentro da Arábia. É muito provável que estudiosos com essa opinião situem o monte Sinai em um dos seguintes lugares: Petra, j. Bagir, i. al-Lawz, j. Manifa ou Hala el-Bedr.
Objeções levantadas a cada um dos três argumentos a favor de uma localização saudita/jordaniana têm diminuído sua força. A tradição bíblica associa Moisés aos queneus (Jz 1:16-4.
11) e também aos midianitas. Não se pode afirmar que, antes do período greco-romano, os midianitas nômades ou sua subtribo, os queneus, estivessem confinados em uma só região.
Midianitas residiram dentro do território de Moabe (Gn 36:35-1Cr 1.46), na chapada Mishor da Transjordânia (Js 13:21), nas áreas desérticas a leste de Moabe e Amom (Jz 7:25), no norte do Sinai (1Rs 11:18) e até mesmo (talvez sazonalmente) na própria Canaã (Jz 6:1-6; 7.1). O argumento de atividade vulcânica/sísmica já não é mais decisivo. Primeiro, embora se reconheça que não há registro de atividade vulcânica recente no próprio Sinai, indícios sísmicos mostram que há bastante atividade sísmica na área do golfo de Ácaba.Bem recentemente, em 1982, a península do Sinai experimentou um terremoto de grandes proporções (medindo mais de seis graus na escala Richter). Mas, em segundo lugar, o linguajar fenomenológico dos textos bíblicos relevantes pode estar refletindo condições climáticas ao redor do monte Sinai na ocasião (SI 68:8-10). Uma possível interpretação alternativa é entender o linguajar desses textos em um sentido dinâmico, que destaca vividamente uma aparição de Deus - uma teofania.123 Outras passagens teofânicas do Antigo Testamento empregam terminologia semelhante, sem pressupor atividade vulcânica/sísmica (25m 22:8-16; SI 18:7-15; 89:5-18; 97:1-5; 104.31,32).
A questão da "Arábia" exige esclarecimento adicional.
Quem utiliza o termo atualmente pode se referir ou à Arábia Saudita ou a toda a península Arábica. De modo análogo, referências antigas à "Arábia" podiam denotar áreas diferentes.12 Aliás, em geral o mundo clássico atesta pelo menos cinco regiões distintas conhecidas como "Arábia"125 Em função disso, é essencial que o intérprete moderno entenda que o apóstolo Paulo (Gl 4:25) estava retratando com precisão a verdade geográfica de seu mundo - não do nosso! De maneira que, conquanto nenhum dos três principais pontos de vista sobre a localização do monte Sinai possa afirmar que, na questão geográfica, o apóstolo Paulo lhe dá apoio exclusivo, a declaração do apóstolo também não elimina nenhum deles.

PROCURANDO O MONTE SINAI NO NORTE DA PENÍNSULA DO SINAI
Quando situam o monte Sinai no j. Sin Bisher, j. Magharah, j. Helal, j. Yeleg, j. Kharif, j. Karkom ou na própria Cades-Barneia, defensores da hipótese do norte do Sinai também procuram ancorar seus argumentos na Bíblia. Para começar, o pedido de Moisés ao faraó foi para ir deserto adentro numa distância que levava três dias de viagem (Ex 5:3; cp. 3.18; 8.27). Proponentes da ideia de que o monte Sinai ficava no norte da península do mesmo nome deduzem, portanto, que o monte não podia estar distante de Gósen muito mais do que três dias de caminhada. Segundo, eles citam duas referências bíblicas à chegada de codornizes (Êx 16.13; Nm 11:31-32) e, ainda hoje, moradores do norte do Sinai conseguem capturar com facilidade codornizes exaustas, que acabaram de completar uma longa etapa em sua migração anual entre o sul da Europa e a Arábia. Terceiro, também dizem que a vitória israelita sobre os amalequitas em Refidim favorece decisivamente uma localização no norte (Ex 17:8-13), visto que essa é a região onde outras passagens da Bíblia os situam. E, quarto, afirmam que determinadas passagens poéticas do Antigo Testamento apoiam uma localização no norte (Dt 33:2; Jz 5:4; Hc 3:3-7).
Vistos no conjunto, esses argumentos parecem bastante fortes, mas, vistos isoladamente, pode-se considerar que não são conclusivos. A proposta dos três dias pressupõe uma interpretação literal da expressão "três dias", o que poderia ser tão provável quanto interpretá-la como um período aproximado ou um exemplo de barganha oriental.
Ela também exige que o destino envolvido no pedido de Moisés fosse o monte Sinai, embora o texto nunca afirme isso. Os destinos propostos no Sinai ficam a pelo menos 120 quilômetros da região de Gósen - uma distância grande demais para cobrir em três dias. Anais desse período em geral indicam que o exército egípcio conseguia cobrir cerca de 24 quilômetros por dia. Os israelitas, com a dificuldade natural representada pelas mulheres, filhos, rebanhos e manadas (Êx 12.37.38: 34.3), não conseguiriam viajar tanto. Hoje a distância média diária que um grupo de beduínos consegue percorrer naquele terreno é de cerca de 9,5 quilômetros. 127 E há, listados, um total de oito acampamentos intermediários entre o livramento de Israel junto ao mar e sua chegada no monte Sinai (Nm 33:8-15).
A viagem de Gósen ao monte Sinai aconteceu na primavera (Ex 13:3-6: o mês de abibe corresponde a março/abril),128 e a jornada do monte Sinai até Cades-Barneia ocorreu cerca de um ano depois, também durante a primavera (Nm 9:1-10.11). Por isso, qualquer um que procure interpretar as duas narrativas de codornizes (Ex 16:13; Nm 11:31-35) em termos de fenômeno da natureza tem de relacionar tais narrativas com a migração de aves durante a primavera. Na realidade, pode chegar a um bilhão o número de aves migrantes, pertencentes a até 350 espécies diferentes, que voam anualmente sobre a península do Sinai em suas migrações de primavera rumo ao nortel. No entanto, conforme pode-se imaginar, a imensa maioria dessas aves pousa perto do litoral da península (i.e., no sul) em vez de em lugares mais ao norte. Pontos de pouso no norte são mais sugestivos de migração no outono,130 Assim sendo, levando em conta a informação explícita sobre a estação do ano das duas narrativas de "codornizes", é mais convincente situar esses eventos em algum lugar no sul da península do Sinai e não uns 240 quilômetros para o norte.
O lugar do encontro entre os israelitas e os amalequitas em Refidim (Êx 17:8-16) continua envolto num certo mistério, em especial à luz da narrativa de I Samuel 15. Em outras passagens do Antigo Testamento, parece que os amalequitas são encontrados basicamente em regiões no norte. São situados na terra de Edom (Gn 36:16), na área ao redor de Cades-Barneia (Gn 14:7), no Neguebe (Nm 13:29), na região logo ao sul de Judá (1Sm 27:8), na região montanhosa de Efraim (Jz 12:15), perto de Ziclague (1Sm 30:1-2) e até mesmo tão a oeste quanto o território de Sur (1Sm 15:7). Também existem relatos de amalequitas fazendo parte de uma liga com moabitas (Jz 3:12-14) e midianitas (Jz 6:33-7.12). Levando em conta essa distribuição territorial ampla, o estilo de vida bem móvel e o fato de que os textos, às vezes, dizem que empregavam camelos para transporte (Jz6.5; 7.12).comumente os amalequitas são considerados um povo nômade. Seus deslocamentos, embora por uma ampla área, tendiam a estar ligados a desertos e a terras improdutivas e despovoadas. Por isso, esse argumento não parece decisivo em favor de localizar o monte Sinai no norte. Quanto aos textos de Deuteronômio, Juízes e Habacuque que parecem identificar o monte Sinai com Seir, Para, Hama e Edom, é preciso ter em mente que sua estrutura claramente poética inclui elementos de paralelismo hebraico. Então, empregando o mesmo raciocínio, pode-se tentar defender que Para deva ser identificada com Seir, Temá ou Edom, o que é claramente um absurdo. Além do mais, as passagens descrevem exemplos de teofania:132 cada uma reflete a realidade de que o Deus de Israel, um guerreiro divino, é capaz de livrar seu povo da opressão. Nesses textos, o denominador comum de Sinai, Seir, Pará, Temã e Edom é apenas que, para quem está em Canaã, todos estão localizados no sul, em geral.
Além disso, vários textos bíblicos dão a entender que o monte Sinai estava separado da região de Cades-Barneia por uma grande distância. No itinerário israelita entre o monte Sinai e Cades (Nm 33:16-36), são registradas cerca de 20 paradas, e aquele itinerário pode ser de natureza seletiva (Dt 1:1). Deuteronômio 1.2 especifica que havia uma caminhada de 11 dias entre Horebe/Sinai e Cades-Barneia. De modo análogo, o texto de I Reis 19:8 indica que Elias levou 40 dias para viajar de Berseba até o monte Sinai. Embora o tempo de viagem varie de um texto para outro, essas narrativas bíblicas concordam que havia uma distância considerável entre o monte Sinai e Cades-Barneia - uma conclusão que é fatal para o ponto de vista que defende que o monte Sinai deve ser situado em algum lugar no norte da península do mesmo nome.

PROCURANDO O MONTE SINAI NO SUL DA PENÍNSULA DO SINAI
Defensores do ponto de vista do monte Sinai no sul tendem a procurar o monte Sinai no j. Serbal, Ras Safsaf, j. Katarina ou j. Musa. Esse ponto de vista também tem uma tradição antiga e com muitos argumentos em seu Evor: mais de 2.500 inscrições nabateias foram encontradas perto de Serbal, com datas já dos séculos 2:3 d.C. Em geral essas inscrições são invocações por uma viagem segura e talvez indiquem uma rota de peregrinação » Além disso, moedas do século 4 foram encontradas nas vizinhanças.
•Uma tradição crista que remonta ao início da era bizantina reverencia o local do j. Musa ("monte de Moisés"), o que surpreende em vários aspectos. No sul do Sinai, há dez outros cumes mais altos do que o j. Musa, o que os torna escolhas mais prováveis, caso a escolha se desse apenas por acaso ou com base na altitude ou aparência. Na realidade, o contorno da topografia ao redor deixa o pico do j. Musa quase invisível para as planícies próximas e fica claro que o monte não atrai nenhuma atenção. Apesar disso, à época de perseguições romanas no século 3,136 um pequeno grupo de ascetas cristãos estava vivendo no j. Musa e, já no início do século 4, existia um mosteiro no sopé do monte.
A tradição que associa o j. Musa ao monte Sinai merece crédito também porque vai contra a tendência bizantina de estabelecer santuários em locais de fácil acesso a peregrinos cristãos. E, ao contrário de muitos antigos lugares cristãos no Levante, o monte Sinai não está associado ao Novo Testamento, mas ao Deus do Antigo Testamento e aos profetas Moisés e Elias. Ele está bem na periferia da tradição cristã. Como dado adicional que favorece uma localização no sul, alguns lugares ao longo do itinerário israelita até o monte Sinai (Êx 15:22-19,1) e entre o monte Sinai e Cades-Barneia (Nm 21:33; Dt
1) lembram os nomes de alguns lugares modernos, e a localização de três pontos intermediários de parada necessariamente pressupõe uma rota do sul. Mas é preciso fazer uma advertência. Visto que a maior parte do sul do Sinai nunca foi habitada de forma permanente, não se deve afirmar que todos, a maior parte ou mesmo muitos postos intermediários de parada no itinerário podem ser hoje localizados com precisão geográfica. Os textos bíblicos informam que os israelitas deram nome a alguns dos lugares enquanto passavam por eles (e.g., Mara Êx 15.23]; Massá e Meribá [Êx 17.7]). É óbvio que nomes dados em tais circunstâncias jamais se tornariam permanentes. Entretanto, não há dúvida de que Eziom-Geber (Nm 33:35) estava situada nas proximidades da moderna Eilat (cp. 1Rs 9:26), mais provavelmente no sítio-ilha adiacente chamado Jezirat Fara'un. 138 Da mesma forma, parece que o nome Di-Zaabe (Dt 1:1) se reflete no da moderna cidade de Dahab, pois os nomes são foneticamente equivalentes e ambos têm a ver com locais de ouro. 139 Ademais, parece que o nome do maior e mais exuberante oásis do sudoeste do Sinai (Feiran) foi mantido em fontes clássicas e bizantinas.140 Além dessas correlações bastante seguras, alguns estudiosos propõem que o ponto de parada em Jotbatá (Nm 33:33) - que, na lista, é a segunda parada rumo ao norte, antes de Eziom-Geber, indo para Cades-Barneia - deve ser identificado com o moderno Oasis de Taba, situado no litoral do mar Vermelho, cerca de 11 quilômetros ao sul de Eziom-Geber.
Parece que a localização da própria Eziom-Geber faria com que a rota norte do Sinai desse uma volta impossível. Pois como alguém explica uma viagem do j. Kharif, j. Karkom, j. Helal, j. Yeleg ou até mesmo do j. Sin Bisher até Eziom-Geber, se o destino do itinerário é Cades-Barneia? Da mesma maneira, se fosse possível comprovar indubitavelmente a identificação de qualquer um dos outros dois lugares (Feiran, Di-Zaabe), a tese saudita/jordaniana também seria considerada geograficamente incoerente. Por isso, a impressão é que a tradicional hipótese sul do Sinai é a mais provável. Parece que é a que tem o máximo em seu favor e nada decisivo contra ela.

SEGUINDO A ROTA DOS 1SRAELITAS
Com base nessa conclusão, é possível reconstruir uma rota israelita plausível até o monte Sinai, então até Cades-Barneia e, por fim, até Sitim. Do lugar em que foram livrados do Egito, é provável que os israelitas tenham seguido para o sul, pela estrada costeira a leste do golfo de Suez, indo por toda ela até a foz do uádi Feiran, ao longo do qual havia uma série de oásis e poços para fornecer água.
Uma rota alternativa pelo uádi Matalla os teria levado para o interior do continente, em um ponto logo ao sul da moderna Abu Zeneimeh, passando por Serabit el-Khadim e, em seguida, indo numa diagonal rumo ao sudeste, até encontrar o uádi Feiran, perto de Refidim. Essa é, porém, uma alternativa extremamente problemática, tanto do ponto de vista histórico quanto do geográfico.!# Por sua vez, o uádi Feiran (também conhecido em seus trechos superiores como uádi Sheikh) é uma passagem bem larga, contínua e com subida suave, que atravessa a região de granito, a qual, pelo contrário, é irregular e um pouco íngreme; o uádi Feiran é todo assim até o passo de Watiya. Seguindo pelo passo de Watiya, os israelitas então teriam dobrado para o sul e saído diretamente na planície de er-Raha, localizada logo ao norte do j. Musa.
Mais tarde, quando partiram do monte Sinai rumo a Eziom-Geber e além, o uádi Nasb teria sido uma escolha excelente. Seguindo o curso desse uádi isolado, que era contínuo e com descida suave, até o ponto de sua desembocadura, perto da moderna Dahab, os israelitas teriam passado por uma rede de oásis,45 dos quais o mais proeminente era Bir Nasb. Com relativa facilidade, teriam conseguido atravessar a barreira montanhosa que corre longitudinalmente ao longo do leste da península e flanqueia o golfo de Ácaba. E, então, chegando ao golfo, teriam caminhado para o norte, entre a serra e o golfo, de novo passando por vários oásis, inclusive o Nuweiba - o maior e mais fértil oásis de todo o Sinai oriental - até que, por fim, chegassem a Eziom-Geber.
A partir dali, o mais provável é que os israelitas teriam seguido na direção noroeste, indo por uma estrada hoje conhecida como Darb al-Ghazza, rumo a Cades-Barneia (Ain Qadeis). Foi de Cades-Barneia que doze homens foram enviados para entrar em Canaã e espionar ali (Nm 13). Quando a maioria daqueles homens apresentou um relatório sem fé e negativo, aceito pela comunidade de Israel (Nm 14:1-10), aquela geração foi desqualificada para entrar na terra e possuí-la, e Israel permaneceu mais ou menos parado em Cades por talvez 35 anos ou mais (cp. Dt 1:46)
Quando, finalmente, os israelitas partiram de Cades e estavam a caminho de Sitim, o rei de Edom não permitiu que fossem por Punom, um passo que atravessa as montanhas de Edom até chegar à "Estrada Real" (Nm 20:14-17). Isso exigiu um desvio de mais de 280 quilômetros de cenário bem imponente, o que possivelmente desencadeou o incidente denominado de "serpente de bronze" (Nm 21:4-9). Dar a volta em torno do território edomita fez com que Israel de novo tomasse o caminho do "mar Vermelho" (Nm 21:4) e de Eziom-Geber (Dt 2:8) e, então, ao longo da margem do deserto que flanqueava uma série de fortalezas edomitas e moabitas, provavelmente usando uma estrada que mais tarde veio a ser conhecida como "estrada dos Peregrinos"17 Por fim, pela segunda vez chegaram perto da Estrada Real (Nm 21:22). De novo foram proibidos de passar, dessa vez por Siom, um monarca amorreu. Seguiu-se uma batalha em que Siom foi derrotado (Nm 21:23-30). Isso permitiu que os israelitas finalmente completassem a terceira etapa indireta de sua jornada, passando por Dibom e Hesbom e chegando a Abel-Sitim ("a campina/pastagem de Sitim" [Nm 33:45-49]), ou Sitim, que é como o lugar é normalmente conhecido no Antigo Testamento (Nm 25:1; Is 2:1).

Os israelitas deixam o Egito
Os israelitas deixam o Egito
A rota do Êxodo
A rota do Êxodo
A viagem dos espias
A viagem dos espias

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Gênesis e as viagens dos patriarcas

Informações no mapa

Carquemis

Alepo

Ebla

Hamate

Tadmor (Palmira)

Hobá

Sídon

Damasco

GRANDE MAR

Tiro

Asterote-Carnaim

Megido

Dotã

Siquém

Sucote

Penuel

Betel

Gileade

Belém

CANAÃ

Gaza

Hebrom

MOABE

Torrente do Egito

Gerar

Berseba

Poço de Reobote

Bozra

Sur

Poço de Beer-Laai-Roi

Gósen

Ramessés

Om

Mênfis

EGITO

Rio Nilo

Cades, En-Mispate

Deserto de Parã

EDOM, SEIR

Temã

Avite

El-Parã (Elate)

Harã

PADÃ-ARÃ

Rio Eufrates

Mari

ASSÍRIA

Nínive

Calá

Assur

Rio Hídequel (Tigre)

MESOPOTÂMIA

ELÃO

Babel (Babilônia)

SINEAR (BABILÔNIA)

CALDEIA

Ereque

Ur

Siquém

Sucote

Maanaim

Penuel, Peniel

Vale do Jaboque

Rio Jordão

Betel, Luz

Ai

Mte. Moriá

Salém (Jerusalém)

Belém, Efrate

Timná

Aczibe

Manre

Hebrom, Quiriate-Arba

Caverna de Macpela

Mar Salgado

Planície de Savé-Quiriataim

Berseba

Vale de Sidim

Neguebe

Zoar, Bela

?Sodoma

?Gomorra

?Admá

?Zeboim


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

CADES

Atualmente: LIBANO
Mapa Bíblico de CADES



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Deuteronômio Capítulo 1 do versículo 1 até o 46
SEÇÃO I

DISCURSO INTRODUTÓRIO: REVISÃO

Deuteronômio 1:1-4.43

A. TEMPO E LUGAR, 1:1-5

Estas são as palavras, ou "discursos" (NTLH), que Moisés falou a todo o Israel (1). Deuteronômio era essencialmente um livro para o laicato, da mesma forma que Levítico era um manual para os sacerdotes e levitas. É improvável que todas as pessoas pudessem ouvir Moisés de uma vez só, mas os representantes da nação estavam presentes.

Além do Jordão é, literalmente, eber, "a travessia" ou "vale" do Jordão. É termo usado para se referir ao lado leste (4.41,49) e ao lado oeste (3.20,25; 11.30). Ainda que não haja expressão qualificativa para indicar de que lado se quer dizer, é surpreenden-te que possa ser entendido como alusão ao lado oposto do qual o autor escreveu. Neste caso, o palavreado mostraria que os versículos iniciais foram escritos na terra de Canaã como explicação editorial do lugar onde os discursos foram feitos. Adam Clarke sugere que as palavras poderiam ter sido adicionadas por Josué ou Esdras.1 Mas certos estu-diosos consideram que a expressão hebraica eber Yorden é descrição técnica do lado leste do rio Jordão.

Em hebraico, a palavra traduzida por deserto representa qualquer área de terra desabitada, não necessariamente um deserto. A planície é "Arabá" (ARA), o vale pro-fundo que vai de norte a sul do mar Morto. Há muito que a identificação dos outros lugares — Parã, Tofel, Labã, Hazerote e Di-Zaabe — é tema de discussão entre os estudiosos. Alguns os consideram indicações da rota desde Horebe (2, outro nome do monte Sinai) até à fronteira da terra de Canaã. Sendo assim, a menção desses locais é histórica e dramática, bem como geográfica. A depressão da Arabá, onde os discursos foram feitos, se estendia até ao golfo de Áqaba (mar Vermelho; ver Mapa 3), e ao longo do seu lado oeste acha-se a rota para Sinai, onde a lei foi proclamada. Outros críticos espo-sam que a menção é a um lugar chamado Sufe (1) e não ao mar Vermelho (yam suph). Completam dizendo que os outros nomes são de lugares que não podem mais ser identi-ficados no vale do Jordão, defronte de Bete-Peor, na terra de Moabe (cf. 4.46).

O escritor acrescenta um comentário significativo: Onze jornadas há desde Horebe, caminho da montanha de Seir (a rota leste que margeia as fronteiras de Edom) até Cades-Barnéia (2). Só 11 dias de viagem, mas que levou quase 40 anos! Quantos se condenam a anos de peregrinação no deserto, vivendo uma vida abaixo do melhor, quando poderiam estar desfrutando a plenitude da bênção da santificação total de Deus (cf. Hb 4:1-11) !

Como Jacó (Gn 49), Josué (Js 24), Samuel (1 Sm 12), Davi (1 Rs
2) e nosso Senhor (Jo 14:16), Moisés fez um discurso exortativo ao final da vida. Sua liderança terminou com uma marca de vitória obtida nas batalhas contra Seom (4; cf. 2:24-37) e Ogue (cf. 3:1-22).

Depois da indicação cuidadosa do tempo e lugar, o registro nos informa que Moisés falou aos filhos de Israel, conforme tudo o que o SENHOR lhe mandara acerca deles (3). A base do discurso final foi a revelação que Deus já lhe tinha dado, embora algumas leis sejam mencionadas aqui pela primeira vez e outras, já anteriormente en-tregues, tenham sido modificadas. Tratava-se essencialmente de sua exposição final da lei, pois este é o significado do verbo declarar (5).

No hebraico, o termo "lei" é torah. "A palavra torah se refere à orientação moral ou a um único ensino específico, como em Provérbios 1:8: Não deixes a doutrina [torah] de tua mãe'. É aplicada a um conjunto de preceitos ou ensinos religiosos — como a porção central do livro (Dt xii—xxvi). Denota a totalidade da doutrina e vida religiosa de Israel — a Torah de Moisés."' A lei (Torah) veio a ser o nome hebraico para aludir ao Pentateuco (Ed 7:6) e, às vezes, a todo o Antigo Testamento (Rm 3:19).

B. DE HOREBE A CADES-BARNÉIA, 1:6-46

O primeiro discurso é primariamente uma revisão histórica dos procedimentos do Senhor com Israel. As investigações estabelecem que a estrutura de Deuteronômio corresponde estreitamente aos tratados redigidos pelas nações daqueles dias entre um estado suserano e seu vassalo. Estes começavam com uma narração histórica, e depois havia uma lista de cláusulas que delimitavam os termos do concerto. Concluíam com um pronunciamento de bênção, na observância fiel das cláusulas, e anátemas, no caso de infidelidade (ver "Introdução", subdivisão "Autor e Data"). A forma de Deuteronômio é um testemunho de sua unidade e antigüidade.

1. A Conclamação para Possuir a Terra (1:6-8)

Revelação requer ação. Não era para Israel ficar acampado indefinidamente em Horebe. O Senhor chamou a nação para possuir a terra de Canaã, sobre a qual faz descri-ção minuciosa (7). A planície é a região norte da Arabá, o vale do Jordão, terminando no mar Morto. A montanha é a cadeia de montanhas central. O vale é o Sefelá, os contrafor-tes entre a cadeia de montanhas central e a planície marítima. A ribeira do mar é a planície que se estende para dentro da costa do Mediterrâneo a uma distância de seis a 24 quilômetros. O Sul é o Neguebe, região de estepe seca ao sul de Judá. A cadeia de montanhas do Líbano, ao norte, e o rio Eufrates, a leste, são fronteiras naturais ideais.

Duas nações importantes são identificadas com a terra. Os amorreus constituíam nação poderosa que entraram na Palestina pelo norte e se instalaram na região monta-nhosa. Os cananeus, que ocupavam a planície, eram provavelmente de origem fenícia.

O versículo 8 introduz um tema que ocorre periodicamente ao longo do livro. Eis aqui esta terra, eu a dei diante de vós; entrai e possuí a terra que o SENHOR jurou a vossos pais, Abraão... que a daria a eles e à sua semente depois deles. A terra é um presente divino a ser possuído pela fé na promessa divina; esta é condição válida para todas as gerações de crentes.

  1. A Nomeação de Príncipes Assistentes (1:9-18)

O crescimento traz seus problemas. Quem dera que todos os nossos problemas fos-sem deste tipo! Deus prometera a Abraão que tornaria sua semente tão numerosa como as estrelas dos céus (10), promessa que tem seu cumprimento aqui (cf. Gn 15:5). No versículo 12, Moisés menciona as dificuldades de governar um número tão grande de pessoas. As moléstias ("peso", ARA) e cargas se referem às responsabilidades gerais de liderança, e as diferenças ("contenda", ARA), às disputas entre grupos e indivíduos. Logo Moisés percebeu que precisava de assistentes. A sugestão foi feita primeiramente por Jetro, seu sogro (cf. Êx 18:13-27), mas é possível que certa solução semelhante já lhe tivesse ocorrido. Adotou-a e a propôs às tribos. Primeiro, estipulou as qualificações para a liderança — homens sábios, inteligentes e experimentados (13; cf. NTLH). De-pois, Moisés deu aos israelitas a oportunidade de apresentar candidatos que lhes fossem aceitáveis, e ele os nomeou para o ofício. O Novo Testamento descreve arranjo semelhan-te na escolha dos primeiros diáconos (At 6:1-6).

Estes homens são chamados cabeças (15; rashim), capitães (sarim; "chefes", ARA) e governadores (shoterim; "oficiais", ARA). Os governadores eram aqueles que fazi-am cumprir as ordens de um superior ou eram magistrados. A palavra juízes (16) diz respeito aos cabeças (13) em sua função judicial. A imparcialidade e a compaixão, que são características de Deuteronômio, seriam mostradas quando julgassem justamente. Não atentareis para pessoa alguma em juízo, ou seja, os juízes tinham de ser impar-ciais ao lidar com o pequeno e com o grande (17), com o irmão israelita e com o estran-geiro (16). Os líderes não deviam temer os homens, porque eles eram os representantes de Deus (17). Moisés deu orientações gerais (18) e era a autoridade última (17).

Há orientações para "A Liderança da Igreja":

1) A responsabilidade da liderança, 12;

2) O compartilhamento e qualificação para a liderança, 13,15;

3) A execução da liderança, 16,17.

  1. A Exploração da Terra (1:19-25)

Recordações pungentes estão resumidas no versículo 19. O atual conflito entre Isra-el e as nações árabes exibiu ao mundo o calor e a desolação cruéis daquele grande e tremendo deserto — a península do Sinai. Mas nos dias acerca dos quais Moisés fala, a nação estava em marcha a uma terra que mana leite e mel. É impossível identificar com certeza Cades-Barnéia, mas sabemos que se situava próximo da fronteira sul de Canaã (ver Mapa 3).

Moisés falou com realismo e fé — ótima combinação. Levou em conta a montanha e os amorreus (20), mas viu a terra como presente e possessão. Exortou o povo israelita: Sobe e possui-a... não temas e não te assustes (21). O verbo possuir (yarash) signifi-ca "entrar na posse de uma terra ou propriedade expulsando ou tomando o lugar de seus ocupantes anteriores, quer pela conquista ou pelo processo de herança. Este verbo ocorre não menos que 52 vezes em Deuteronômio."3

O versículo 22 fornece mais esclarecimentos sobre a exploração que os espiões fize-ram na terra. Em Números 13:1-2, Deus manda Moisés enviar homens para espiar a terra. Os rabinos judeus enfatizam que o termo hebraico é leka, que quer dizer "envia para ti mesmo", frase que interpretam como: "Se tu queres enviar os espiões, envia". Em outras palavras, Deus permite sem aprovar. Esta pode ser indicação de que a iniciativa partiu do povo, como está expressamente declarado aqui. Moisés aprovou (23), confiante de que a inspeção não mostraria nada de errado com a terra. Repare no cuidado em verificar que cada tribo fosse representada na investigação (23). Foram os espiões que deram este nome ao vale de Escol ("cacho", 24). Ficava perto de Hebrom (ver Mapa 3). Quando v.oltaram, os espiões fizeram um excelente relatório inicial. Mostraram o fruto da terra e atestaram sua boa qualidade (25). Mas desastrosamente fracassaram ao resvalar na linguagem da incredulidade.

  1. A Recusa em Entrar (1:26-33)

A recusa dos israelitas em possuir a terra é declarada de modo enfático e condenada nos termos mais categóricos. Primeiramente, não quiseram subir (26). Em segundo lu-gar, murmuraram nas tendas (27). Ficaram em casa e se recusaram a tomar parte na marcha à frente. E, finalmente, acusaram Deus de ter raiva deles. E tudo aconteceu porque as pessoas que fizeram o relatório aumentaram as dificuldades e ignoraram as possibilidades (28). Quanto aos gigantes (28), ver comentários em 2.21. Era verdade que as cidades eram grandes e fortificadas, mas Deus podia derrubar as muralhas — como de fato fez mais tarde em Jericó (Js 6:20). Os cananeus eram mais fortes e maiores que Israel; mas, como Moisés corretamente lembrou os israelitas, o SENHOR já os livrara dos egípcios, nação muito mais poderosa que qualquer uma de Canaã, e Ele ia adiante (30) deles para lutar por eles.

Em resposta à acusação absurda de que o Senhor os odiava, Moisés fala ternamente do cuidado paternal do Senhor no deserto (31). Ele imagina Deus indo à frente deles como um pastor a fim de achar o lugar para eles armarem as tendas, revelando sua presença de noite e de dia (33).

  1. O Julgamento do Senhor (1:34-40)

O Senhor ficou descontente por terem os israelitas se recusado a entrar na Terra Prometida, do mesmo modo que ficou quando fizeram o bezerro de ouro (cf. Nm 14:11-12). A recusa deliberada em receber as bênçãos de Deus pode ser tão desastrosa quanto a transgressão positiva.

A sentença irrevogável foi pronunciada: Nenhum dos homens desta maligna geração verá esta boa terra que jurei dar a vossos pais (35). Podemos arriscar nossa utilidade e felicidade futura em um momento de incredulidade e rebelião. As pes-soas se deserdaram e atrasaram o propósito de Deus em abençoar uma geração inteira.

Mas houve exceções. Calebe e Josué, sob risco de vida, não cederam diante do movi-mento de rebelião (Nm 14:10). Por esta causa, Deus os excluiu da sentença dos rebeldes e lhes prometeu um lugar na terra. Calebe é mencionado em primeiro lugar. Que men-ção mais honrosa podemos receber do que o Senhor nos dizer que insistimos em segui-lo (36) ? "Só homens que acreditam cegamente no que Deus diz, como Josué e Calebe, e sabem que contra seu poder não há quem possa, perseveram em seguir a Deus e recebem a altura, o comprimento, a largura e a profundidade da salvação de Deus."'

Calebe obteve, para sua descendência, a porção da terra que ele inspecionara (36; cf. Js 14:9-12). Josué (38) recebeu o privilégio de conduzir toda a segunda geração à Terra Prome-tida. O que fazemos e somos não afeta somente a nós mesmos; afeta os outros também.

Há uma nota de tragédia pessoal neste discurso de Moisés: Também o SENHOR se indignou contra mim por causa de vós (37). Por causa de vós: "A palavra hebraica (galai) é derivada de um radical que significa 'rolar', e tem o sentido primário de revira-volta nos acontecimentos, numa circunstância, numa ocasião ou razão".5

A sentença que Deus determinou ao povo rebelde lembrou Moisés da sentença de exclusão que há muitos anos ele mesmo incorrera em Cades. Provocado pelas reclama-ções dos israelitas, ele se comportara de modo a desagradar ao Senhor. O texto bíblico descreve que o deslize de Moisés foi:

1) Incredulidade que resultou em falha em santifi-car ao Senhor (Nm 20:10-12) ;

2) ruptura de fé no Senhor e falta de respeito a sua santi-dade (Dt 32:51, NTLH) ; e

3) espírito amargo e palavras irrefletidas (Si 106.33). Em sen-tido muito real, este sofrimento foi vicário; pois se Moisés não tivesse se identificado tão inteiramente com os queixosos, ele teria consentido com a destruição deles e se tornado o progenitor de outra nação (Êx 32:10; Nm 14:12). "Indignaram-no também junto às águas da contenda, de sorte que sucedeu mal a Moisés, por causa deles; porque irritaram o seu espírito, de modo que falou imprudentemente com seus lábios" (Sl 106:32-33).

Vemos indicação da estatura moral de Moisés quando Deus o comissionou com a tare-fa de encorajar seu jovem assistente, Josué, a fazer o trabalho que lhe fora proibido de fazer. O amor de Moisés pelo rebanho ferido era tão grande que de boa vontade empreen-deu a missão de preparar o homem que levaria os israelitas à terra à qual ele foi proibido de entrar. Não é de admirar que ele seja um tipo do Messias (cf. 18.18,19; Atos 3:22-23) !

Vossos meninos, de que dissestes: Por presa serão... eles a possuirão (39). Deus sempre está interessado no bem-estar de nossos filhos mais do que nós. Fazer as coisas do jeito de Deus talvez signifique impor sobre nossos filhos certas restrições, mas sempre é o melhor para eles e para nós. Note a incumbência que Deus coloca sobre quem não é moralmente responsável. Em hebraico, o termo traduzido por meninos (tappim) significa aqueles que caminham a passos curtos. Estas "crianças" (NTLH; NVI) não ti-nham a capacidade de chegar a uma decisão certa em tal questão. Mesmo os jovens de até 20 anos de idade teriam dificuldade em discernir as questões morais envolvidas, quando todas as pessoas mais velhas — exceto Moisés, Arão, Josué e Calebe — eram unânimes em recusar entrar na terra.

A solidariedade da nação é proeminente nesta passagem. Moisés estava discursan-do essencialmente para os filhos dos atores principais na peça dramática que ele estava ensaiando. Mas estas crianças foram tratadas como parte da nação que passava por estas experiências. As crianças maiores de 12 anos e até as mais novas teriam certas lembranças pessoais dos eventos.

6. O Preço da Arrogância (1:41-46)

É característico da natureza humana, sobretudo da natureza humana caída, não apreciar algo bom até que seja perdido. Esta é uma das principais dores angustiantes do inferno. Quando os israelitas ficaram sabendo que não deveriam fazer o que tinham recusado fazer, resolveram imediatamente fazer. Provavelmente se deram conta de que não havia alternativa à terrível experiência de 40 anos em "todo aquele grande e tre-mendo deserto" (19). Qualquer coisa era melhor que isso.
Há um elemento de desatenção moral na atitude das pessoas. "É freqüente tentar-mos compensar o fracasso moral de não fazer a coisa certa, no momento certo, procuran-do afoitamente fazer agora, no momento errado, o que deveríamos ter feito antes."'
Teimar em fazer a coisa certa, no momento errado, é tanta rebelião quanto fazer a coisa errada, no momento certo (43). Apesar do aviso de que o Senhor não estava no meio de vós (42) eles insistiram em subir. O termo vos ensoberbecestes (43) é palavra muito forte no original hebraico. Significa "agir com insolência, impetuosi-dade, perniciosidade". Só poderia haver um resultado. Os amorreus os perseguiram como fazem as abelhas (44). O texto de Números 14:45 menciona os amalequitas e os cananeus. Este é exemplo de como os termos "amorreu" e "cananeu" eram, às ve-zes, usados intercambiavelmente. Os amalequitas não pensaram duas vezes em apro-veitar a oportunidade de vitória (cf. 25.17,18). Horma ("destruição") se situava no extremo sul, provavelmente pouco ao norte de Cades-Barnéia (ver Mapa 3). Os israelitas foram perseguidos até quase ao acampamento. Não é de admirar que cho-rassem! Mas, pelo que deduzimos, era mais remorso que arrependimento, pois o SENHOR não os ouviu (45).

O versículo 46 é exemplo de expressão idiomática semítica empregada por um escri-tor que ou não sabe ou não tem motivo para falar explicitamente:7 Assim, em Cades estivestes muitos dias, segundo os dias que ali estivestes.

Na história de Israel em Cades-Barnéia, vemos que "Obediência Significa Progres-so". A idéia fundamental está em 2.3.
1)
A desobediência ocasionou atraso: 38 anos de frustração e futilidade. A obediência os teria levado à Terra Prometida em apenas 11 dias, 1.2,26-28;

2) A desobediência sempre resulta em atividade impaciente e cansativa, sem progresso, 2.1ss.; 1.34,35;

3) A obediência é resultado de um senso de direção certa no cumprimento, 2.3,4 (G. B. Williamson).


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Deuteronômio Capítulo 1 do versículo 1 até o 46
*

1.1-5

Estes versículos introdutórios nos fornecem o nome do autor, Moisés, bem como as circunstâncias de seu discurso ao povo, pouco antes de sua morte, e do povo ter atravessado o rio Jordão.

* 1:1

dalém do Jordão. Ver Introdução: Autor.

defronte do mar de Sufe. A localização exata é incerta, mas tomada como um todo, a descrição indica a região de Moabe. Esse "deserto" ou arabah (ver a referência lateral) estende-se ao longo da beirada oriental da Palestina, do mar da Galiléia ao sul até o golfo de Acaba. Sufe, que significa "juncos", pode referir-se à uma localização em Moabe perto do rio Arnom. Os nomes Parã e Hazarote são mencionados durante as jornadas de Israel, pela península do Sinai (Nm 10:12; 11:35; 12:16 e 33.17), mas não fica claro se são os mesmos lugares que são aqui mencionados. Tofel, Labã e Di-Zaabe são mencionados somente aqui.

* 1:2

Jornada de onze dias há. A distância entre Horebe e Cades-Barnéia é de cerca de 240 km. Os israelitas passaram pela estrada do monte Seir, o que provavelmente significa que eles viajaram parte do tempo ao longo do vale ao norte de Eziom Géber, numa viagem de 280 km ou mais. Eles andaram depressa se a nação toda conseguiu chegar em onze dias. Mas a "jornada de onze dias" pode ter sido uma expressão convencional para a distância envolvida, e não o tempo tomado nessa viagem em particular.

* 1:3

no ano quadragésimo. Essa data (quarenta anos desde o êxodo do Egito) serve para fixar o tempo para o livro como um todo. Os anos de julgamento divino tinham terminado (Nm 14:33,34), e Israel preparava-se para entrar na Terra Prometida. Esse período de quarenta anos incluía trinta e oito anos no deserto seguido pelos dois anos da conquista da Transjordânia (2.14).

* 1:4

Seom... Ogue. A conquista da Transjordânia é detalhada em 2.24 - 3.11.

Hesbom. Esse nome tem sido preservado na moderna Tell Hesban, localizada na Transjordânia, a cerca de 56 km a leste de Jerusalém. Escavações extensas não descobriram quaisquer vestígios dos tempos de Moisés em Hesban (isto é, do século XIV a.C.). É possível que o monte próximo que contém vestígios do século XIV a.C. seja a Hesbom dos dias de Moisés.

Edrei. Esse nome provavelmente foi preservado no nome da cidade moderna de Der'a na fronteira entre a Síria e a Jordânia, que de fato tem ruínas desse período.

* 1:5

na terra de Moabe. Os israelitas teriam acampado nas planícies de Moabe (p.ex., Nm 22:1; 26:3,63) ou na terra de Moabe (p.ex., Dt 29:1; 32:49), mas Israel estava acampado ao norte do rio Arnom, a fronteira norte de Moabe. A solução é que Moabe tinha antes dominado o território mais ao norte mas foi expulsa para o sul do rio Arnom, por Seom, o rei dos amorreus (Nm 21:26). Jefté contou essa história em Juízes 11:14-27.

* 1.6 - 4.40

Seguindo a apresentação de si mesmo como o mediador da aliança (vs. 1-5), Moisés revisa a história de Israel, antes dessa ocasião de ratificação da aliança. Ele apresentou um relato das jornadas da nação de Israel desde a região do Sinai até Hormá, e daí até o rio Arnom, até ter entrado na área da Transjordânia. Esse segmento do livro termina com uma visão geral da aliança, agora renovada com a geração nascida no deserto.

* 1:6

Horebe. Outro nome para o Sinai, aparentemente a área ao redor do monte Sinai. O nome Sinai quase sempre tem a designação "monte" ou "deserto". Mas Horebe somente por uma vez recebe a designação de "monte" (Êx 33:6).

* 1:7

terra dos cananeus. Essas fronteiras da Terra Prometida foram prometidas a Abraão, em Gn 15:18,19. A promessa incluía a expulsão dos cananeus e de outras nações.

* 1:8

o SENHOR, com juramento. O solene juramento de Deus de que daria a Terra Prometida a Abraão é mencionado pelo menos por seis vezes no livro de Gênesis, e é encontrado no mínimo por vinte vezes no livro de Deuteronômio (e também é mencionado nos livros de Êxodo, Levítico e Números).

* 1:13

Tomai-vos homens sábios. Uma referência a Êx 18:24-26, onde Moisés aceitou o bom conselho de Jetro, seu sogro. Durante o ano no monte Sinai, Moisés, sob a orientação de Deus, organizou o sistema judicial, o poder militar e a adoração da nação de Israel. Acerca dos juízes, ver 16.18. 17.8 e 19.17.

* 1:19

Cades-Barnéia. Esse lugar foi chamado simplesmente de Cades, em Nm 13:26. Cades significa "lugar santo", e esse nome sem dúvida foi dado pelos habitantes originais a muitos lugares supostamente sagrados. Esse lugar era chamado de Cades-Barnéia para distingui-la de outros lugares de nome parecido (p.ex., em Naftali (Jz 4:6), e em Judá (Js 15:23).

* 1:26

mas fostes rebeldes. Esta narrativa do fracasso do povo de Israel em Cades forma um paralelo extenso com Nm 13.

* 1:28

enaquins. O nome Anaque aparece em textos egípcios do começo do segundo milênio a.C.como o nome de um governante na Palestina. Provavelmente está relacionado ao Anaque bíblico cujos descendentes viviam em Hebrom (Nm 13:22). Eles eram mais altos do que os israelitas e eram temidos por suas proezas militares. Josué os conquistou, e seus remanescentes se misturaram com os filisteus (ver Js 12:21,22).

* 1:33

de noite, no fogo. A menção à coluna de fogo e à nuvem refere-se a Êx 13:21, onde a coluna os guiou para fora do Egito, e, especialmente a Nm 9:15-23, que fala sobre a orientação do Senhor por toda a jornada dos filhos de Israel pelo deserto.

* 1:37

Também contra mim se indignou o SENHOR. A menção à condenação da geração perdida relembra que Deus também ficou desagradado com Moisés, recusando-se a permitir que ele entrasse na terra de Canaã (Dt 32:51; Nm 20:9-11 e nota; 27.14). Josué, um espia fiel, tomaria o lugar de Moisés como líder (Nm 27:12-23).

* 1:46

muitos dias em Cades. Pouquíssima coisa é dita, nos livros de Números e Deuteronômio, a respeito dos quarenta anos de tempo perdido. Números relata exemplos da rebelião do povo de Israel contra Moisés (Nm 16 e 17). É possível que a lista das andanças, em Nm 33:18-49, depois que eles partiram de Hazerote e do deserto de Parã, indique onde o tabernáculo fora montado e onde o núcleo do povo permaneceu. Quanto à maioria rebelde, eles podem ter se espalhado pela península do Sinai, com seus rebanhos, a fim de encontrar pastagem para seus animais.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Deuteronômio Capítulo 1 do versículo 1 até o 46
1:1, 2 Os israelitas passaram quarenta anos em uma viagem que deveu ter durado onze dias. Não foi a distância o que se interpôs entre eles e a terra prometida. Foi a condição de seus corações. O propósito de Deus era mais profundo que simplesmente transladar a um grande grupo de pessoas a uma nova terra. O os estava preparando para que vivessem em obediência ao uma vez que chegassem. O que bom teria a terra prometida se os israelitas eram tão maus como as nações que já viviam aí? A viagem foi uma parte dolorosa mas necessária em sua preparação. Por meio dele Deus ensinou aos israelitas quem era O: o Deus vivente, o Líder da nação. Também lhes ensinou quem eram eles: uma raça queda, pecadora, pronta para a rebelião e a dúvida. Deu a seu povo rebelde a Lei para ajudá-los a compreender como relacionar-se com Deus e com outros povos. Possivelmente sua peregrinação espiritual seja comprido e possivelmente tenha que enfrentar dor, desalento e dificuldades. Mas recorde que Deus não está simplesmente tratando de mantê-lo vivo. Quer prepará-lo para que viva uma vida de serviço e devoção ao.

1.1-5 A peregrinação de quarenta anos no deserto chega a seu fim neste livro. Os sucessos no Deuteronomio cobrem só uma semana ou dois do decimoprimer mês do quadragésimo ano (1.3). O decimosegundo e último mês foi dedicado ao luto pela morte do Moisés (34.8). Os israelitas então entraram na terra prometida o primeiro mês do ano cuadragesimoprimero depois do êxodo (Js 4:19).

1:6, 7 Note-se que o resumo do Moisés da peregrinação de quarenta anos do Israel começa no monte Horeb (Sinaí), não no Egito. por que omitiu Moisés a primeira parte do êxodo? Moisés não estava dando um itinerário da viagem, a não ser resumindo o desenvolvimento da nação. Na mente do Moisés a nação do Israel começou ao pé do monte Sinaí, não no Egito, já que foi no monte Sinaí onde Deus fez seu pacto com o povo (Exodo 19, 20). junto com este pacto veio o conhecimento e a responsabilidade. Depois que o povo decidiu seguir a Deus (e foi sua decisão), tinham que saber como segui-lo. portanto, Deus lhes deu um amplo conjunto de leis e princípios que lhes indicava como queria O que vivessem (estas leis se encontram nos livros do Exodo, Levítico e Números). O povo já não podia dizer que não conhecia a diferença entre o bom e o mau. Agora que tinham prometido seguir a Deus e sabiam como fazê-lo, tinha a responsabilidade de fazê-lo. Quando Deus lhe diga que levante acampamento e que saia para enfrentar um desafio que O lhe apresenta, estará você preparado para obedecer?

1.9-13 Para o Moisés representava uma carga tremenda o guiar sozinho a uma nação como o Israel. Não poderia levar a cabo sua tarefa sem ajuda. Como as nações, as famílias e as Iglesias se voltam mais complexas à medida que crescem. Surgem necessidades e disputas. Já não pode um só líder tomar todas as decisões. Como Moisés, possivelmente você tenha também a tendência natural de tratar de fazer sozinho todo o trabalho. Possivelmente tenha medo ou pena de pedir ajuda. Moisés tomou uma decisão muito sábia: compartilhar a liderança com outros. Em lugar de tratar de dirigir sozinho as grandes responsabilidades, procurou a maneira de distribuir a carga para que outros pudessem exercitar os dons e habilidades que Deus lhes tinha dado.

1.13-18 Moisés identificou algumas das qualidades interiores dos bons líderes: (1) sabedoria, (2) compaixão, e (3) respeito. Estas características diferem notavelmente daquelas pelas que se escolhem aos líderes atuais: boa aparência, riqueza, popularidade, disposição para fazer algo com tal de chegar ao topo. As qualidades que Moisés identificou devem ser evidentes em nossa vida quando chegar o momento de ser líderes e devemos as buscar nas vida daqueles que escolhemos para exercer a liderança.

1:22 Os espiões foram enviados à terra prometida não para determinar se deviam entrar, mas sim por onde deviam entrar. Entretanto, ao retornar a maioria dos espiões disse que a terra não valia a pena o sacrifício. Deus ia dar aos israelitas o poder de conquistar a terra, mas eles tiveram medo dos riscos e decidiram não entrar. Deus nos dá o poder de vencer nossos obstáculos, mas assim como os israelitas se encheram de temor e cepticismo, freqüentemente deixamos que os obstáculos controlem nossa vida. Seguir a Deus apesar das dificuldades é a forma de obter valor e triunfar em fé.

1.23-40 Moisés voltou a contar a história da missão dos espiões à terra prometida (Números 13:14). Quando os espiões retornaram com informe de gigantes e cidades muradas, o povo se acovardou e começou a queixar-se de sua situação. Mas o relatório da minoria formada pelo Josué e Caleb assinalava que a terra era fértil, o inimigo era vulnerável e Deus estava de seu lado. Atemorizamo-nos e não fazemos nada quando nos concentramos nos aspectos negativos de uma situação. Quanto melhor é concentrar-se no positivo: a direção e as promessas de Deus. Quando tiver que enfrentar uma decisão importante e saiba o que tem que fazer, avance por fé. Concentre-se no positivo e confie em Deus para derrotar o negativo. Os problemas não têm que privar o da vitória.

1:28 Canaán era uma terra de gigantes e fortaleça imponentes. Os "anaceos" poderiam ter medido entre 2.10 e 2.70 m de altura. Muitas das cidades fortificadas da terra tinham muralhas de quase 9 m de altura. O medo dos israelitas era compreensível, mas não justificável, pois o todo-poderoso Deus lhes tinha prometido a vitória.

SUCESSOS NO DEUTERONOMIO: O livro do Deuteronomio começa com o Israel acampado ao leste do Rio Jordão no vale do Arará na terra do Moab. Antes que o povo cruzasse o rio para a terra prometida, Moisés pronunciou um inspirado discurso indicando como teriam que viver.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Deuteronômio Capítulo 1 do versículo 1 até o 46
I. MOISES AVALIAÇÕES DA ALIANÇA Senhor (Dt 1:1)

1 Estas são as palavras que Moisés falou a todo Israel além do Jordão, no deserto, na Arabá defronte de Suf, entre Paran, e Tofel, e Laban, Hazerote e Di-za- Hc 2:1 É onze dias viagem desde Horebe, pelo caminho da montanha de Seir, até Cades-Barnéia. 3 E aconteceu que no quadragésimo ano, no décimo primeiro mês, no primeiro dia do mês, Moisés falou aos filhos de Israel, conforme a tudo que o Senhor lhe tinha dado no mandamento para eles; 4 depois que derrotou a Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, e Og, rei de Basã, que habitava em Astarote, em Edrei. 5 Além do Jordão, na terra de Moabe, começou Moisés a declarar esta lei, dizendo: 6 Senhor nosso Deus nos falou em Horebe, dizendo: Vós haveis demorado neste monte: 7 vez que você, e parti, e vá para a região montanhosa de os amorreus, e à todos os lugares para isso nigh, na Arabá, na região montanhosa, e na planície, e no Sul, e pela beira-mar, a terra dos cananeus, e no Líbano, na medida do . do grande rio, o rio Eufrates 8 Eis que tenho posto esta terra diante de vós; entrai e possuí a terra que o Senhor jurou a vossos pais, a Abraão, Isaque e Jacó, que daria a eles e à sua descendência depois deles.

A vida de Moisés tem sido longa e movimentada. Ele levou o povo para fora do Egito até as planícies de Moab, ou a área adjacente à mesma, onde os israelitas estão a fazer a preparação para entrar e possuir a terra de Canaã. Pouco antes de sua morte, nas imediações do Mt. Nebo, Moisés chama as tribos para uma assembléia geral em que ele analisa a viagem do Egito para Moab. Isto é feito, provavelmente, para o benefício dos membros da geração jovem de vinte anos para cima, que já atingiram a idade adulta, e estão a tornar-se os líderes em Israel. Muitos são feitas referências a Moisés como o porta-voz. Um escritor disse:

O nome de Moisés ocorre noventa e nove vezes no Novo Testamento e toda referência lança luz sobre este livro. Este é o primeiro de vários avisos de que as palavras foram originalmente faladas; depois vieram a ser escrito. Os dez mandamentos fornecer um paralelo. Moisés falou a todo o Israel . Esta é uma das frases características de Deuteronômio. Chamado para levar as pessoas no momento em que eles estão sendo soldadas em uma nação, Moisés prevê a nação como um todo.

O local exato onde esse discurso teve lugar não é fácil de identificar. A KJV faz referência a uma área "contra o Red Sea ", mas é de notar que a Sea está em itálico e não aparece no texto hebraico. O ASV é a tradução mais precisa e lê, na Arabá . A Arabá é o vale em forma de calha que se estende do Mar Morto ao Golfo de Akaba.

Foram necessários apenas 11 dias para os israelitas a jornada de Horebe a Cades-Barnéia. Mesmo que eles estavam a apenas alguns quilômetros da terra prometida, eles não foram autorizados a entrar até que a geração adulta rebelde foi morto. Para os próximos anos trinta e oito e meio eles vagaram pelo deserto dentro da visão de Canaã. Foi no quadragésimo ano depois que saíram do Egito que Moisés falou sua mensagem de despedida para o povo (v. Dt 1:3 ). Este foi um ano triste para os israelitas. No primeiro mês Miriam morreu (N1. 20 ), durante o quinto mês morreu Arão (N1. 33:38 ), e no final do ano Moisés morreu.

Eles tinham sido acampar perto Mt. Sinai por cerca de um ano. Este é o lugar onde eles receberam a lei, o sacerdócio e do tabernáculo. Com estas três instituições que estavam em condições de exercer a serviços religiosos formais. O tempo havia chegado para eles para avançar em direção a sua terra da promessa (v. Dt 1:7 ).

A área, que foi designado para os israelitas era muito grande. Aparentemente, o Mar Mediterrâneo eo rio Eufrates eram para ser deles para ocupar. Clarke diz:

Assim, Moisés fixou os limites da terra, para que em todos os trimestres dos territórios dos israelitas pode ser prorrogado, se a terra de Canaã, propriamente dita, ser encontrado insuficiente para eles. A sua fronteira Sul pode se estender para o monte dos amorreus; sua Ocidente para as fronteiras do mar Mediterrâneo; sua Norte para o Líbano; e sua fronteira leste, ao rio Eufrates; e, nessa medida, reinou Salomão; (Veja 1Rs 4:21 ). De modo que, em seu tempo, pelo menos, a promessa feita a Abraão foi literalmente cumprida.

B. a nomeação de juízes (1: 9-18 ; ver também Ex 18:13 e Jo 7:24 .

C. Os espiões enviou de Cades-Barnéia (1: 19-33 ; ver também Nu 13:1 ), e da tribo sacerdotal de Levi não foi contado entre as tribos (Nu 1:17F ), havia doze espiões (ver Nu 13:4. ). Os espiões foram todos de acordo em que a terra prometida era uma terra boa e a desejar. Eles até mesmo reconhecido, é uma boa terra que o Senhor nosso Deus nos dá (v. Dt 1:25 ).

Mesmo que a terra era fértil, havia um elemento de dúvida quanto a saber se eles eram fortes o suficiente, militarmente, para tomar a terra. Os dez espiões malignos tinham medo do Anakim e suas cidades fortes, fortificados (veja N1. 13 28:29 ). As tribos foram induzidos a adotar essa interpretação derrotista da situação. Eles se rebelaram contra a ordem do Senhor .

Após as agruras do deserto começou a tornar-se mais pronunciado o povo começou a culpar o Senhor para todos os seus problemas. Eles acusaram o Senhor de trazê-los para fora do Egito com o objetivo de entregá-los nas mãos dos amorreus. Eles espectáculo de autopiedade e acusou o Senhor de odiá-los. O povo estava certo de que o Senhor iria lutar as batalhas por eles, assim como o Senhor tinha empreendido para eles em sua fuga do Egito e na sua sobrevivência no deserto, até agora (vv. Dt 1:30-31 ).Mesmo que o Senhor lhes tinha dado supervisão providencial e tinha tomado conta de suas necessidades as pessoas se recusaram a marchar para a terra prometida.

D. julgamento pronunciado sobre Israel (1: 34-40 ; ver também Nu 14:20)

41 Então respondestes, e me dissestes: Pecamos contra o Senhor, vamos levantar e lutar, de acordo com tudo o que o Senhor nosso Deus nos ordenou. E vós cada um cingiu a suas armas de guerra, e foram para a frente para subir à região montanhosa. 42 E o Senhor me disse: Dize-lhes: não subir, nem lutar; pois não estou no meio de vós; para que não sejais feridos diante de vossos inimigos. 43 Então eu vos falei, mas não ouvistes; mas vós se rebelou contra a ordem do Senhor, e foram presunçoso, e subiu para a região montanhosa. 44 E os amorreus, que habitavam na região montanhosa, saíram ao encontro e, perseguindo-vos como fazem as abelhas, e vencê- -lo para baixo em Seir até Horma. 45 E vós, e chorando perante o SENHOR; mas o Senhor não ouviu a vossa voz, nem deu ouvidos a vós. 46 Assim também vós ficou em Cades muitos dias, de acordo aos dias que vos morada .

É possível persistir em rebelião contra Deus, desde que a pena não pode ser evitada. Os israelitas tinham "empurrou sua sorte" longe demais e tinha chegado ao "ponto de não retorno" na medida em que a punição estava em causa. De certa forma superficial as pessoas admitiram que tinham pecado contra o Senhor, mas o verdadeiro arrependimento não era evidente. Não havia nenhuma indicação de verdadeira tristeza segundo Deus, como resulta em salvação. Dizem-nos que "a tristeza do mundo opera a morte" (2Co 7:10 ). Sua condição verdadeiro coração se reflete em seu esforço determinado para combater o inimigo, mesmo que o Senhor tinha dito, não subir, nem lutar; pois não estou no meio de vós; para que não sejais feridos diante de vossos inimigos (v. Dt 1:42 ). Em sua auto-suficiência presunçoso o povo fez um ataque frontal contra os amorreus, apenas para sofrer uma derrota humilhante. Henry faz a seguinte observação:

Deus lembrou-lhes de sua tentativa tola e infrutífera para conseguir esta frase invertida quando já era tarde demais. Eles tentaram convencê-lo a reverter sua sentença por sua reforma em um particular; Considerando que se recusou a ir contra os cananeus, agora eles iriam subir em toda a pressa, e eles cingiu a suas armas de guerra para o efeito. Assim, quando a porta está fechada, e no dia da graça sobre, não será encontrado aqueles que estão sem e bato. Mas este, que parecia ser uma reforma, mas mostrou uma rebelião mais longe; Deus, por intermédio de Moisés, proibida a tentativa. "No entanto, eles foram presunçosamente até a colina." Agir agora desprezo do ameaçador, como antes no desprezo da promessa, como se fossem governados por um espírito de contradição; e acelerou em conformidade. Eles foram perseguidos e destruídos, e por esta derrota que eles sofreram, quando eles tinham provocado a Deus para deixá-los, eles foram ensinados que o sucesso que poderia ter tido se tivessem se mantido em Seu amor.

Eles também tentaram convencê-lo a reverter sua pena por suas orações e lágrimas. ". Eles voltaram e choraram perante o Senhor" Enquanto eles estavam se preocupando e brigas, diz-se "eles chorou naquela noite," aqueles eram lágrimas de rebelião contraDeus ... Observe, lágrimas de descontentamento deve ser chorou mais uma vez.; a tristeza do mundo opera a morte, e que há de se arrepender; não é assim com a tristeza segundo Deus, que vai terminar em alegria. Mas o seu choro foi tudo em vão. "O Senhor não ouviu a sua voz, porque vós não quis ouvir a sua," o decreto tinha saído, e como Esaú, que não achou lugar de arrependimento, ainda que o buscou com lágrimas.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Deuteronômio Capítulo 1 do versículo 1 até o 46
Moisés revê a história passada da nação quando inicia essa série de discursos para a nova geração de is-raelitas. É pecado viver no passado, mas, se ignorarmos o passado, não poderemos entender o presente nem preparar-nos para o futuro.

  1. Ele lembra-os da orientação de Deus (Dt 1:0;Dt 3:0)

A nação reuniu-se nas planícies de Moabe "dalém do Jordão". Os israe-litas levaram 40 anos para chegar lá, contudo o versículo 2 afirma que essa jornada levava 11 dias! Esta é a tragédia da descrença: ela desperdi-ça tempo, força e energia e rouba de Deus a glória devida ao seu nome. Moisés começa a "proclamar" (NVI) a Lei de Deus, e a palavra "procla-mar" significa "gravar". Ele quer deixá-la clara, escrevê-la no cora-ção deles.

  1. Do Sinai a Cades-Barnéia (Dt 1:1-5)

Do terceiro mês do primeiro ano (Ex 19:1) ao segundo mês do segun-do ano posterior ao êxodo do Egito (Nu 10:11), a nação acampou em Horebe. Durante esse período, Moi-sés recebeu a Lei e construiu o ta- bernáculo. É interessante que Moi-sés reveja seu próprio fracasso (vv. 9-18), como também o fracasso da nação (vv. 19-46). Com certeza, a nova geração sabia por que a nação estava organizada dessa forma e por que não tomou posse de sua heran-ça antes. Moisés deixou claro que o pecado deles em Cades-Barnéia foi a rebelião (v. 26), fundamentada na descrença. Para rever esses eventos, veja as notas a respeito de Nu 9:0;Nu 11:0;Nu 12:0;Nu 13:0;Nu 14:0.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Deuteronômio Capítulo 1 do versículo 1 até o 46
Cap. 1-4 Esta seção aborda primariamente o primeiro discurso de Moisés, no qual ele apresenta um retrospecto histórico sobre a orientação dada pelo Senhor (1:6-3,29) e uma exortação para que o povo fosse obediente.
Cap. 1 Há uma introdução ao livro (1-5), seguida pelo retrospecto de Moisés acerca da orientação dada pelo Senhor desde Horebe até Cades (6.46).
1.1 Palavras que Moisés falou. Esta é a primeira de diversas observações que mostram que as palavras foram, originalmente, proferidas oralmente; depois é que foram escritas (17.18; 31.9). Dalém do Jordão. A referência aqui é à margem oriental do rio.

1.3 No ano quadragésimo. Era um período de transição. Deuteronômio é obra que assinala a transição para uma nova geração, para uma nova possessão, para uma nova experiência (novo modo de vida), e para uma nova revelação de Deus a revelação de Seu amor (7.8, etc.).

1.5 Lei. Essa palavra pode ser usada para abarcar o escopo inteiro da revelação divina. No presente caso refere-se aos discursos que se sequem e, em Deuteronômio de um modo geral, a toda ou parte da doutrina ensinada por Moisés. Neste livro, encontra-se apenas no singular, a provar que se trata de um todo único e não de uma simples coleção. Com o decorrer dos tempos foi a palavra generalizada para indicar o Pentateuco (Ed 7:6; Mt 12:5) ou mesmo todo o Antigo Testamento (Jo 10:34; Jo 15:25).

1.6 Tempo bastante. Os anos durante os quais vaguearam foram anos de disciplina. Deus sabe exatamente de que disciplina carecemos, que dificuldades devemos suportar e quanto podemos resistir. Seu propósito é conduzir-nos da aflição para o descanso e a paz.

1.7 Desde tempos remotos, a Palestina era conhecida como terra de Canaã e seus habitantes como cananeus (Gn 10:19; 12:6). Os amorreus penetraram em Canaã vindos do norte, e se estabeleceram na região montanhosa de ambos os lados do Jordão. Aqui a palavra "cananeus" refere-se aos que viviam na planície.

1.8 Com juramento, He 6:12-58.

1.16 O estrangeiro, A palavra hebraica usada é ger. Na organização política de Israel destacavam-se quatro classes: os descendentes dos patriarcas, incluindo os "anciãos" e "príncipes"; os "estrangeiros" (no heb, ger), quando, provenientes de outras nações, passavam a residir entre o povo eleito; os "peregrinos" (no heb, tosbab), geralmente provenientes dos povos conquistados; e, finalmente, os "servos", que podiam ser comprados ou nasceram na casa. Além destes, contavam-se ainda os "estrangeiros" (no heb, nokhrt, conforme 17,15) que só temporariamente habitavam entre os israelitas, para comércio ou outros negócios. Seja como for, o estrangeiro devia ser tratado como um irmão. O cuidado por todos aqueles cuja posição podia ter sido motivo de humilhação é uma das características mais acentuadas do Deuteronômio. Que contraste entre os códigos do Egito e da Babilônia.

1.21 Sobe, possui-a. As Escrituras sempre nos encorajam a "possuir". Muitos crentes vivem na pobreza espiritual e na derrota porque deixam de se apossar de tudo quanto Deus preparou para uma vida vitoriosa. Não temas. O temor ao Senhor deveria dissipar o temor ao homem (3.2, 22; 20.3, 4; 31.6, 8).

1.25 É terra boa que nos dá o Senhor. O fato de que a terra era uma dádiva de Deus permeia o livro inteiro e é parte essencial de sua mensagem. Respeitar-se-ão, todavia, as antigas fronteiras (19,14) e a santidade do lugar(21.23), mas não serão esquecidas as promessas da vitória (27.2, 3), as bênçãos (15.4), e mesmo avisos de vários gêneros (28.52).

1.28 Maior e mais oito. Os inimigos do povo de Deus eram poderosos. Conforme Ef 6:12. Mas Deus não quer que Seu povo lute contra o inimigo apenas com suas próprias forças. Fortificadas até aos céus. Escavações recentes vieram demonstrar que na Palestina muitas eram as cidades anteriores ao período mosaico, fortificadas com altas muralhas, as quais dava acesso uma única entrada construída em declive.

1.32 Nem por isso crestes. O pecado que expulsou Israel de Canaã (He 3:19) e que expulsa o pecador do céu (Jo 3:18, Jo 3:36) é a incredulidade. É um pecado contra o remédio para o pecado.

1.37 Contra mim se indignou. Os juízos de Deus são imparciais. O incidente é mencionado aqui porque suas conseqüências foram a exclusão de Moisés de Canaã, juntamente com a expulsão da geração mais antiga (conforme 5.35). Conforme 34.10n.

1.38 Josué... entrará. No anúncio do julgamento houve também a manifestação da misericórdia de Deus. Calebe (36) e Josué haveriam de ser poupados, como também toda a segunda geração de Israel (38, 39).

1.45 Não nos ouviu. O Senhor não aceita nem atende os que se aproximam dele na incredulidade.

1.46 Muitos dias. As tristes conseqüências da incredulidade: quarenta anos no deserto, quando poderiam ter chegado ao seu destino em onze dias (2)! • N. Hom. Pecados graves que devem ser evitados:
1) A desobediência e a rebeldia contra Deus (26);
2) Acusar a Deus de ter errado (27);
3) A incredulidade (32). • N. Hom. Características do servo fiel de Deus:
1) Desejo de ver o povo experimentar as bênçãos de Deus (11);
2) Cuidado para que todos sejam tratados com eqüidade (17); 3)Confiança que o Senhor suprirá as necessidades do povo (29, 30);
4) Franqueza ao apresentar ao povo, os pecados deste (32). • N. Hom. Pecados que levam à derrota certa:
1) Confissão sem arrependimento autêntico (41a);
2) Presunção sob o disfarce de zelo (41b, 43b);
3) Esforço sem auxílio divino (42, 43).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Deuteronômio Capítulo 1 do versículo 1 até o 46
I. PRÓLOGO HISTÓRICO DA ALIANÇA (1.1—3.29)


1) Comentário introdutório (1:1-5)

Como nos outros tratados de suserania antigos (v. introdução, p. 353), o orador identifica-se (v. 1). Moisés exige a lealdade de Israel em nome de Javé. São identificados o tempo (v. 3,4) e o lugar (v. 1,5), e, embora os lugares alistados no v. 1 não sejam todos conhecidos, o v. 5 identifica o cenário.

v. 2. Não está claro por que essa afirmação aparece aqui; talvez haja um contraste entre Dn 11:0; 17:6; 33:6; lRs 19.8; Sl 106:19; Ml 4:4. todo o Israel (v. 1): um termo característico de Deuteronômio. v. 4.

Conforme Nu 21:21-4. v. 5. expor, um verbo raro, que significa cavar ou esculpir e assim tornar claro. Ele mostra então a forma em que as leis de Deuteronômio são primeiramente

talvez no reinado de Davi. v. 9-18. Essa aparente interpolação (v. Ex 18:13-27 e conforme Nu 11:14) está associada na realidade ao v. 8c, visto que registra o cumprimento da promessa de Javé a Abraão segundo a qual os seus descendentes se tornariam uma grande nação. v. 15. As divisões se referem a unidades administrativas mais do que a números específicos. v. 16,17. Podemos observar aqui três importantes exigências judiciais. A justiça tem de ser imparcial, não favorecendo os ricos e influentes. Visto que é uma expressão da preocupação divina por justiça, não pode ser influenciada por ameaças. Ela vale tanto para estrangeiros residentes quanto para os israelitas, v. 19-46. Esses versículos, que encontram paralelo em Nu 13:0; Dt 32:5, também At 13:18). v. 34-36. Mesmo quando julga, Javé se lembra da misericórdia; aliás, aqui e no v. 39 podemos ver o cumprimento da promessa na renovação da aliança deuteronô-mica. v. 37. Nesse contexto, não há referência alguma ao pecado de Moisés descrito em Nu 20:10-4, mas ele está envolvido no pecado do povo da aliança; conforme 3.26,27. v. 38. o seu auxiliar, conforme lRs 10.8 e Ap 7:9,Ap 7:15. v. 4145. Oportunidades perdidas nem sempre podem ser recuperadas. V. Ef 5:15-49; Cl 4:5He 3:13-58; He 12:16,He 12:17.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Deuteronômio Capítulo 1 do versículo 6 até o 49

II. Prólogo Histórico: A História da Aliança. 1:6 - 4:49.

O preâmbulo nos tratados internacionais de suserania era seguido por um resumo histórico do relacionamento entre senhor e vassalo. Era escrito em estilo primeira e segunda pessoa e procurava estabelecer a justificação histórica para o reinado contínuo do senhor. Citavam-se os benefícios alegadamente conferidos pelo Senhor ao vassalo, tendo em vista estabelecer a fidelidade do vassalo no sentido da gratidão complementar e o medo que a identificação imponente do suserano no preâmbulo tinha a intenção de produzir. Quando os tratados eram renovados, o prólogo histórico era atualizado. Todos estes aspectos formais caracterizam Dt. 1:6 - 4:49.

O prólogo histórico da Aliança do Sinai referia-se ao livramento do Egito (Ex 20:2).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Deuteronômio Capítulo 1 do versículo 6 até o 46
II. PRIMEIRO DISCURSO DE MOISÉS. Dt 1:6-5). O primeiro discurso de Moisés (Dt 1:6-5. Moisés lembra constantemente ao seu povo que o amor de Deus não é devido a qualquer mérito pessoal (Dt 7:7; Dt 9:4), mas parte dum dom gratuito de Deus e da Sua antiga promessa. Os elementos dessa promessa, que são a semente, a terra e a bênção, encontram-se aqui de novo mencionados.

>Dt 1:9

Não poderei levar-vos (9). O Senhor tomou a Seu cargo o que excedia as possibilidades de Moisés (Dt 32:11). Cabeças (13). A palavra aqui aplica-se a todo a chefe que tem uma posição de destaque. Quem primeiro aconselhou à nomeação destes chefes ou guias foi Jetro (Êx 18:19), mas supõe-se com a aprovação de Deus. O certo é que daí em diante essa nomeação faz parte da legislação permanente (Dt 16:18). Capitães (15). Em hebraico shoterim. No Egito estes "oficiais" (Êx 5:6) eram uma espécie de escritores subalternos que vigiavam a conta dos tijolos. Daí a designação de capitães, não já para a escravidão, mas para a vitória e para a justiça (Dt 16:18; Dt 20:5, Dt 20:8-5; Dt 21:2; Dt 25:1. O estrangeiro (16). Cfr. 10.18 nota; Êx 12:19 nota; Lv 16:29 nota. Na organização política de Israel destacavam-se quatro classes: os descendentes dos patriarcas, incluindo os "anciãos" e "príncipes"; os "estrangeiros" (heb. ger), quando provenientes de outras nações passavam a residir entre o povo eleito; os "peregrinos" (heb. toshab), geralmente provenientes de povos conquistados; e, finalmente, os "servos", que podiam ser comprados ou nasceram na casa. Além destes, contavam-se ainda os "estrangeiros" (heb. nokhri, cfr. Dt 17:15) que só temporariamente habitavam entre as israelitas para comércio ou outros negócios. Seja como for, o estrangeiro devia ser tratado como um irmão. O cuidado por todos aqueles cuja posição podia ter sido motivo de humilhação é uma das características mais acentuadas do Deuteronômio. Que contraste entre os códigos do Egito e da Babilônia. Cfr. 10:18-19 notas.

>Dt 1:19

2. MISSÃO DOS ESPIAS (Dt 1:19-5). Grande e tremendo deserto (19). Cfr. 1.1 nota. Todos os viajantes concordam com esta descrição da vastidão de areia e rocha ao norte do Monte Sinai, onde as montanhas parecem queimadas com fogo e a terra coberta de pedra escura e penetrante. São raros os oásis com poços ou nascentes de água. Mas, após as chuvas, alguns dos vales cobrem-se de verdura, o que naturalmente deu para comer ao gado israelita. Várias vezes no Deuteronômio se faz referência a este "deserto". Que vistes (19). Moisés apela para a experiência pessoal dos israelitas. Sobe, possui-a (21). Cfr. 1.8 nota. É esta uma das frases características para indicar a entrada na Terra da Promissão. Os inimigos do povo de Deus não lhe resistirão (Dt 7:2), mas é sempre conveniente encorajá-lo a "possuir" aquilo que lhe fora prometido. A palavra yarash significa entrar na posse duma terra ou duma propriedade, expulsando os seus primitivos ocupantes, quer por conquista, quer por herança. É um termo que aparece no Deuteronômio nada menos que cinqüenta e duas vezes, por exemplo em Dt 19:2, Dt 19:14 e Dt 23:20. Traduz-se por "herdar" em Dt 2:31 e Dt 16:20, mas, embora o seu significado venha anexo ao de herança (cfr. 1.38 nota), é no entanto distinto dele. Não temas, e não te assustes (21). O temor do Senhor fez desaparecer o temor dos homens (Dt 3:2, Dt 3:22; Dt 20:3-5; Dt 31:6, Dt 31:8; Js 1:9). Vós vos chegastes a mim (22). Embora os novos dos seus ouvintes tivessem nascido depois dos espias terem sido enviados, Moisés identifica-os com os mais velhos que se encontravam presentes quando eram mais novos. Escol (24). Era um vale situado ao sul e famoso pela sua fertilidade (cfr. Nu 13:23). Boa é a terra que nos dá o Senhor nosso Deus (25). Muitas vezes Moisés no seu discurso se refere ao fato de ser "boa" a terra (Dt 3:25; Dt 4:21-5; Dt 6:11, Dt 6:18; Dt 8:7, Dt 8:10; Dt 9:6; Dt 11:17); o ser um dom extraordinário de Deus é idéia freqüente em todo o livro e faz parte essencial da sua mensagem. Respeitar-se-ão, todavia, as antigas fronteiras (Dt 19:14) e a santidade do lugar (Dt 21:23), mas não serão esquecidas as promessas da vitória (Dt 27:2-5), as bênçãos (Dt 15:4), e mesmo avisos de vários gêneros (Dt 28:52). A palavra hebraica nathan, traduzida aqui e em cerca de 60 textos por dar, treze vezes tem o significado de "entregar" (Dt 1:27; Dt 2:30, Dt 2:33, Dt 2:36; Dt 3:2-5; Dt 7:2, Dt 7:16, Dt 7:23-5. O Senhor... indignou-se (34). Tanto no Velho como no Novo Testamento (por exemplo Rm 1:18) as alusões à "ira de Deus" não podem facilmente ser modificadas ou suprimidas, sem alteração evidente do texto. Tal como aqui se apresenta o castigo, foi um processo de que o Senhor Se serviu para mostrar a Sua repulsa pelo espírito de revolta que grassava entre o povo e cujas conseqüências iriam sofrer as gerações futuras.

>Dt 1:36

Calebe (36). O pensamento de Moisés dirige-se agora para dois dos seus contemporâneos que foram fiéis até ao fim-Calebe e Josué. A história de Calebe (Nu 13:0; Sl 106:32-19), mas, quer na transgressão, quer no castigo, identificou-se com a geração anterior. Os vers. 36-38 ligam-se perfeitamente, não pela unidade do tempo, mas pela identidade de pensamento. Depois de aludir à pessoa de Calebe que, pela sua perseverança (36), entraria na terra prometida, Moisés ressente-se por ser excluído de tal privilégio (37), mas, por outro lado, consola-o a idéia de ter em Josué um digno sucessor e continuador (38). Esforça-o (38). Com que admirável abnegação Moisés se desempenhou dessa missão! (Dt 3:23-5; Dt 31:3-5). Herdar (38). A palavra hebraica nahal (cfr. 1.21 nota) aplica-se também à terra. O seu significado corrente encontra-se em Dt 12:12 e Dt 21:16, mas a maior parte das vezes anda ligada à concessão de terra feita por Deus. Cfr. Dt 3:28; Dt 4:21, Dt 4:38; Dt 12:9-5; Dt 15:4; Dt 19:3, Dt 19:14; Dt 20:16; Dt 21:23; Dt 24:4; Dt 25:19; Dt 26:1; Dt 29:8; Dt 31:7. Cfr. ainda 4.20 nota. E vossos meninos (39). Moisés continua a pensar naqueles que terão o privilégio de entrar na Terra da Promissão.

>Dt 1:42

Não estou no meio de vós (42). Cfr. Jo 15:5. Amorreus (44). Em Nu 14:43 são chamados cananeus (cfr. 1.7 nota). Hormá (44). É uma palavra que significa "destruição", derivada do vocábulo hebraico herem. Cfr. 2.34 nota. Como foram várias as destruições, assim conhecemos mais de uma localidade com o nome de Hormá. Cfr. Êx 17:7 nota. Muitos dias (46). Cfr. 2.1,14 nota. Difícil de saber-se o que sucedeu durante estes anos, passados parte em Cades, parte no deserto. Cfr. Nm 20


Dicionário

Ali

advérbio Naquele lugar: vou te deixar ali, perto da igreja.
Naquele tempo; então: até ali estávamos bem, foi depois que nos separamos.
Num local conhecido ou já mencionado: deixe os guarda-chuvas ali.
Nessa situação, momento, pessoa; naquilo: ninguém disse mais nada, ali tem algo errado!
Gramática Quando usado com um pronome pessoal ou demonstrativo intensifica a relação de identificação ou de proximidade: põe isso ali, por favor.
Etimologia (origem da palavra ali). Do latim ad illic.

lá, acolá, aí, além. – Ali diz propriamente – “naquele lugar”, tanto à vista como no sítio de que se acaba de tratar. – Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 161 Lá significa – “naquele outro lugar”; isto é – no lugar que não é o em que me encontro eu presentemente e que está distante de mim, na parte oposta àquela em que estou. – Aí quer dizer – “nesse lugar”; isto é – no lugar em que se encontra a pessoa a quem nos dirigimos. – Acolá diz – “ali, naquele lugar que está à vista, mas que não é o que eu ocupo, nem o que está ocupando a pessoa com quem falo”. – Além significa – “mais para diante, do outro lado de um lugar ou um acidente à vista, ou mesmo não visível”.

Assim

advérbio Deste modo, desta forma: assim caminha a humanidade.
Igual a, semelhante a; do mesmo porte ou tamanho de: não me lembro de nenhum terremoto assim.
Em que há excesso; em grande quantidade: havia gente assim!
Do mesmo tamanho; desta altura: o meu filho já está assim.
conjunção Portanto; em suma, assim sendo: você não estudou, assim não conseguiu passar no vestibular.
Gramática Utilizado para dar continuidade ao discurso ou na mudança de pensamento: vou ao cinema amanhã; assim, se você quiser, podemos ir juntos.
locução adverbial De valor concessivo-adversativo. Assim mesmo, mesmo assim ou ainda assim; apesar disso, todavia, entretanto: advertiram-no várias vezes, mesmo assim reincidiu.
locução interjeição Assim seja. Queira Deus, amém; oxalá.
expressão Assim ou assado. De uma maneira ou de outra.
Assim que. Logo que: assim que ele chegar vamos embora!
Assim como. Bem como; da mesma maneira que: os pais, assim como os filhos, também já foram crianças.
Etimologia (origem da palavra assim). Do latim ad sic.

Cades

-

(En-Mispate, a fonte do juízo.) É hoje Ain-Kadis, oitenta quilômetros ao sul de Berseba. No limiar da Terra Prometida (Gn 16:14 – 20.1). Foi aqui que Quedorlaomer derrotou os chefes dos amorreus (Gn 14:7). os filhos de israel acamparam neste lugar enquanto os espias observavam a terra (Nm 13:26 – 32.8 – Dt 1:2-19,46 – 9.23 – Js 14:6-7), sendo ali, provavelmente, o seu quartel general durante trinta e oito anos. Foi, também, o lugar onde Moisés feriu a rocha (Nm 27:14Dt 32:51) – dali partiram os israelitas para suas jornadas (Nm 14:25Dt 2:1-14) – e ao mesmo sítio voltaram, no seu caminho para Canaã pelo Monte Hor, morrendo nessa ocasião Miriã (Nm 20:1-14,22 – 33.36,37 – Jz 11:16-17). (*veja Meribá, Quedes 3.)

Cades Região coberta de vegetação no deserto de Zim, a uns 120 km ao sul de Hebrom. O povo de Israel acampou em Cades durante 37 anos (Dt 1:46).

Dias

substantivo masculino plural Tempo de vida, de existência, dias de vida, vida.
Etimologia (origem da palavra dias). Pl de dia.

Segundo

numeral Numa série, indica ou ocupa a posição correspondente ao número dois.
adjetivo De qualidade inferior ou menos importante; secundário: artigos de segunda ordem.
Que apresenta semelhanças de um modelo, tipo ou versão anterior; rival, cópia: atriz se acha a segunda Fernanda Montenegro.
Que pode se repetir posteriormente; novo: segunda chance.
Cuja importância está condicionada a algo ou alguém melhor: é a segunda melhor aluna.
[Música] Que, num canto ou ao reproduzir um instrumento musical, produz sons graves: segunda voz.
substantivo masculino Algo ou alguém que está na segunda posição: não gosto de ser o segundo em minhas competições.
Curto espaço de tempo: já chego num segundo!
[Esporte] Pessoa que presta auxílio ou ajuda o boxeador.
[Geometria] Medida do ângulo plano expressa por 1/60 do minuto, sendo simbolizada por .
[Física] Medida de tempo que, no Sistema Internacional de Unidades, tem a duração de 9.192.631.770 períodos de radiação, sendo simbolizada por s.
Etimologia (origem da palavra segundo). Do latim secundum, “que ocupa a posição dois”.
preposição Em conformidade com; de acordo com; conforme: segundo o juiz, o goleiro é realmente culpado.
conjunção Introduz uma oração que expressa subordinação, e conformidade com o que foi expresso pela oração principal: segundo vi, este ano teremos ainda mais problemas climatéricos.
Introduz uma oração que expressa subordinação, indicando proporcionalidade em relação à oração principal; à medida que: segundo o contar dos dias, ia ficando ainda mais inteligente.
Etimologia (origem da palavra segundo). Do latim secundum, do verbo segundar.
advérbio De modo a ocupar o segundo lugar.
Etimologia (origem da palavra segundo). Do latim secundo.

hebraico: o segundo

(Lat. “segundo”). Junto com Aristarco, Segundo era um cristão da igreja em Tessalônica que se uniu a Paulo em sua última jornada pela Grécia e finalmente de volta a Jerusalém. Ao que parece foi um dos representantes daquela igreja que levou os donativos coletados para os pobres em Jerusalém (At 20:4).


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Deuteronômio 1: 46 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Assim permanecestes muitos dias em Cades, segundo os dias em que ali habitastes.
Deuteronômio 1: 46 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

1407 a.C.
H3117
yôwm
יֹום
dia
(Day)
Substantivo
H3427
yâshab
יָשַׁב
e morava
(and dwelled)
Verbo
H6946
Qâdêsh
קָדֵשׁ
uma cidade no extremo sul de Judá
([is] Kadesh)
Substantivo
H7227
rab
רַב
muito, muitos, grande
([was] great)
Adjetivo
H834
ʼăsher
אֲשֶׁר
que
(which)
Partícula


יֹום


(H3117)
yôwm (yome)

03117 יום yowm

procedente de uma raiz não utilizada significando ser quente; DITAT - 852; n m

  1. dia, tempo, ano
    1. dia (em oposição a noite)
    2. dia (período de 24 horas)
      1. como determinado pela tarde e pela manhã em Gênesis 1
      2. como uma divisão de tempo
        1. um dia de trabalho, jornada de um dia
    3. dias, período de vida (pl.)
    4. tempo, período (geral)
    5. ano
    6. referências temporais
      1. hoje
      2. ontem
      3. amanhã

יָשַׁב


(H3427)
yâshab (yaw-shab')

03427 ישב yashab

uma raiz primitiva; DITAT - 922; v

  1. habitar, permanecer, assentar, morar
    1. (Qal)
      1. sentar, assentar
      2. ser estabelecido
      3. permanecer, ficar
      4. habitar, ter a residência de alguém
    2. (Nifal) ser habitado
    3. (Piel) estabelecer, pôr
    4. (Hifil)
      1. levar a sentar
      2. levar a residir, estabelecer
      3. fazer habitar
      4. fazer (cidades) serem habitadas
      5. casar (dar uma habitação para)
    5. (Hofal)
      1. ser habitado
      2. fazer habitar

קָדֵשׁ


(H6946)
Qâdêsh (kaw-dashe')

06946 קדש Qadesh

o mesmo que 6945; DITAT - 1990e; n. pr. l. Cades = “santo”

  1. uma cidade no extremo sul de Judá
    1. o mesmo que “Quedes” ou “Cades- Barnéia”

רַב


(H7227)
rab (rab)

07227 רב rab

forma contrata procedente de 7231, grego 4461 ραββι; DITAT - 2099a,2099b adj.

  1. muito, muitos, grande
    1. muito
    2. muitos
    3. abundante
    4. mais numeroso que
    5. abundante, bastante
    6. grande
    7. forte
    8. maior que adv.
    9. muito, excessivamente n. m.
  2. capitão, chefe

אֲשֶׁר


(H834)
ʼăsher (ash-er')

0834 אשר ’aher

um pronome relativo primitivo (de cada gênero e número); DITAT - 184

  1. (part. relativa)
    1. o qual, a qual, os quais, as quais, quem
    2. aquilo que
  2. (conj)
    1. que (em orações objetivas)
    2. quando
    3. desde que
    4. como
    5. se (condicional)