Enciclopédia de Juízes 1:29-29

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jz 1: 29

Versão Versículo
ARA Efraim não expulsou os cananeus, habitantes de Gezer; antes, continuaram com ele em Gezer.
ARC Tão pouco expeliu Efraim aos cananeus que habitavam em Gezer: antes os cananeus habitavam no meio dele, em Gezer.
TB Efraim não expulsou os cananeus que habitavam em Gezer, mas estes ficaram habitando ali com ele.
HSB וְאֶפְרַ֙יִם֙ לֹ֣א הוֹרִ֔ישׁ אֶת־ הַֽכְּנַעֲנִ֖י הַיּוֹשֵׁ֣ב בְּגָ֑זֶר וַיֵּ֧שֶׁב הַֽכְּנַעֲנִ֛י בְּקִרְבּ֖וֹ בְּגָֽזֶר׃ פ
BKJ Tampouco Efraim expulsou os cananeus que habitavam em Gezer, mas os cananeus habitaram em Gezer entre eles.
LTT Tampouco expulsou Efraim os cananeus que habitavam em Gezer; antes os cananeus ficaram habitando no meio deles, em Gezer.
BJ2 Efraim também não expulsou os cananeus que habitavam Gazer,[m] de modo que eles continuaram a viver ali com ele.
VULG Ephraim etiam non interfecit Chananæum, qui habitabat in Gazer, sed habitavit cum eo.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Juízes 1:29

Josué 16:10 E não expeliram os cananeus que habitavam em Gezer; e os cananeus habitaram no meio dos efraimitas até ao dia de hoje; porém serviam-nos, sendo-lhes tributários.
I Reis 9:16 Porque Faraó, rei do Egito, subiu, e tomou a Gezer, e a queimou, e matou os cananeus que moravam na cidade, e a deu em dote a sua filha, mulher de Salomão.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

EFRAIM

Atualmente: ISRAEL
Região da Tribo de Israel. João 11:5
Mapa Bíblico de EFRAIM



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
SEÇÃO I

PREFÁCIO

Juízes 1:1 — 2.5

A. PLANTANDO E COLHENDO, 1:1-7

Josué foi um gênio militar excepcional. O fato é que nenhuma das nações pagãs ao redor ousou atacar Israel depois da divisão da terra. Mas, agora que ele estava morto (e, especialmente, depois de ele não ter apontado nenhum sucessor), as várias tribos corri-am o grande perigo de serem invadidas por todos os lados. Conseqüentemente, parecia sábio tomar a iniciativa e dar cabo do problema antes que ele começasse. A preocupação era quem assumiria a liderança.

Desse modo, o povo perguntou ao Senhor (1), 1 provavelmente por meio de Finéias, o sumo sacerdote (Nm 27:21; Js 24:33; Jz 20:28). A resposta foi clara e inequívoca: Judá

  1. o quarto filho de Jacó (Gn 29:35) e, conseqüentemente, a tribo que descendia dele -subirá; eis que lhe dei esta terra na sua mão (2).

Aparentemente os homens de Judá sentiam-se despreparados para a tarefa, porque apelaram a Simeão – a tribo que descendia do segundo filho de Jacó ou Israel (Gn 29:33)

  1. "se vocês nos ajudarem a expulsar o inimigo de nosso território, então nós faremos o mesmo por vocês". Os simeonitas consentiram e, juntas, as duas tribos atacaram os cananeus e os ferezeus (4). Os cananeus eram habitantes da terra na Palestina cen-tral. Os ferezeus, cujo nome significa "rústicos" ou "homens do campo", também estavam entre as tribos que haviam se estabelecido na Palestina. Talvez eles fossem um povo aborígine que estava na Palestina antes dos cananeus. Cf. a nota de rodapé de Josué 3:10.

Deus honrou este esforço e concedeu-lhes vitória; quando a terrível batalha termi-nou, havia 10.000 homens inimigos mortos. Perto da vila cananéia de Bezeque (4, veja o mapa), talvez a moderna Khirbet Bezqa, próxima a Gezer, os israelitas encontraram o mesquinho rei chamado Adoni-Bezeque e derrotaram suas forças combinadas. Adoni-Bezeque significa "senhor de Bezeque", e, é mais provável que expresse um título em vez de um nome. Não deve ser confundido com Adoni-Zedeque (Js 10:1).

Adoni-Bezeque escapou durante um tempo, mas os furiosos guerreiros israelitas o capturaram vivo e amputaram-lhe os dedos polegares das mãos e dos pés (6). Isto o incapacitava plenamente para a guerra nos moldes antigos. Ele não poderia nem segu-rar armas nem fugir. 2 Tratamento tão duro pode parecer injustificado mas, como o pró-prio Adoni-Bezeque confessou, a atitude foi verdadeiramente justa, porque o próprio rei aplicara a mesma punição sobre 70 cativos reais que apanhavam migalhas como cães debaixo de sua mesa (cf. Lc 16:21). Aparentemente, Adoni-Bezeque tinha algum conheci-mento do Deus verdadeiro porque (por mais incrível que possa parecer) ele reconheceu seu tratamento como um ato de retribuição de justiça. O rei cativo foi levado prisioneiro a Jerusalém, e morreu ali (7).

A inescapável lei de plantar e colher é vividamente ilustrada nos versículos 4:7. Assim como eu fiz, assim Deus me pagou (7) foi o reconhecimento de Adoni-Bezeque de que "tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (GI 6.7). (1) Adoni-Bezeque plantou brutalidade (v. 7) ; (2) ele colheu aquilo que plantou (v. 6) ; (3) ele colheu mais do que plantou, porque sua colheita lhe trouxe morte prematura, en-quanto suas vítimas permaneceram vivas (v. 7) ; (4) sua consciência e um senso inato de imparcialidade testificaram a justiça de seu destino (v. 7). A lei da retribuição é inescapável.

B. O GLORIOSO PASSADO DE JUDÁ, 1:8-10

A queda de Jerusalém (8) mencionada aqui é provavelmente uma recapitulação daquilo que ocorrera nos dias de Josué (Js 10:42), quando os israelitas derrotaram um exército de Jerusalém (Js 10:5-20) e enforcaram seu rei (Js 10:26). O escritor sacro dá-nos, agora, informação adicional em relação a este conflito. Os vigorosos defensores dessa fortaleza na montanha foram subjugados pela espada e a própria cidade foi queimada com fogo. Os homens da tribo de Judá foram os responsáveis pela captura.

Mais tarde, os soldados desta mesma tribo desceram como uma avalanche sobre os cananeus que habitavam as montanhas e a planície ao sul, chamada de Neguebe (9). Este relato também se parece com o relato de vitórias passadas (cf. Js 10:36-11.21; 15.13). Então, eles atacaram os cananeus que viviam em Hebrom, uma cidade que an-tigamente era conhecida como Quiriate-Arba (10). Hebrom era uma cidade nas mon-tanhas de Judá, situada a cerca de 30 quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Ela é a moderna el-Khalil. Quiriate-Arba quer dizer "cidade de quatro lados", ou Tetrópolis. Aqui eles feriram a Sesai, e a Aimã, e a Talmai, três anaquins (Nm 13:22; Js 15:14) ou seja, um povo grande e alto (Dt 9:2).

Os eventos descritos por toda esta seção, indo até 2.10, são um breve relato das conquistas alcançadas durante os dias de Josué, e um número de paralelos são encontra-dos em Josué 10 — 24.

  1. UM BRAVO HERÓI É RECOMPENSADO, 1:11-15

A seguir, os homens de Judá atacaram Debir, também conhecida como Quiriate-Sefer (11). Debir era uma cidade real cananéia localizada nas montanhas de Judá, perto de Hebrom. O nome "Debir" também foi dado a um "rei" de Eglom (Js 10:3), a uma cidade na fronteira de Judá, perto do vale de Acor (Js 15:7) e a um lugar a leste do Jordão, próximo de Maanaim (Js 13:26). Debir foi confiada aos levitas como uma cidade de refúgio (Js 21:15). Seu nome anterior, Quiriate-Sefer, significa "cidade dos livros".

Antes de dar início ao cerco, Calebe prometeu: "A quem ferir Quiriate-Sefer e a tomar, lhe darei a minha filha Acsa por mulher". Tais promessas eram comuns (cf. Gn 29:18-19,27;1 Sm 17.25). O guerreiro vitorioso foi o sobrinho de Calebe, Otniel, filho de Quenaz (13), porque entendemos que Quenaz é designado como o irmão de Calebe, mais novo do que ele.

Antes de mudar-se para a casa de seu marido, Acsa o persuadiu a que pedisse um campo a seu pai (14). Aparentemente Otniel hesitou ou se recusou, porque ela desceu de sua montaria, talvez repentinamente. A mesma palavra hebraica é usada mais tarde (4,21) para descrever a maneira pela qual Jael cravou uma estaca na cabeça de Sísera. Quando Calebe perguntou o que ela queria, Acsa respondeu: "Dá-me uma bênção, pois me deste uma terra seca; dá-me também fontes de águas". O Neguebe, ou a terra seca (15), era basicamente um deserto, com pouca água. Calebe lhe dera as fontes superiores e as inferiores — talvez uma região nas montanhas e outra área bem regada nas planícies — o que era mais do que ela havia lhe pedido. Todo este parágrafo é uma recapitulação de eventos anteriores (veja Js 15:15-19).

  1. A VITÓRIA PARCIAL DE JUDÁ, 1:16-20

São mencionadas agora outras conquistas da tribo de Judá. Hobabe, o queneu, é descrito aqui como sogro de Moisés (16). O fato é que o termo hebraico também pode ser traduzido como "cunhado", tanto aqui quanto em 4.11. O sogro de Moisés era Jetro (Êx 3:1-4.
18) ou Reuel (Êx 2:18) e Hobabe era filho de Reuel (Nm 10:29), o que o tornaria cunhado de Moisés. O termo queneu significa "ferreiro". Os queneus eram uma tribo do deserto, um ramo daqueles que habitavam Canaã desde os tempos de Abraão (Gn 15:19). À época de Moisés outro segmento vivia em Midiã. Hobabe fazia parte deste segundo grupo (Nm 10:29).

Devido ao conhecimento profundo e preciso que tinha do deserto (Nm 10:31), Hobabe foi convidado a acompanhar os israelitas em sua perigosa trilha desde o monte Sinai até a Terra Prometida. Depois da invasão da Palestina debaixo do comando de Josué, a família de Hobabe estabeleceu-se na cidade das Palmeiras — que, neste caso, não era Jericó, como em Deuteronômio 34:3, mas uma cidade próxima, no lado sul do mar Morto (3.13). Mais tarde eles se estabeleceram entre o povo de Judá, no deserto que ficava ao sul de Arade, uma cidade ao sul de Judá. A região pode ser identificada hoje como Tell `Arad, localizada 26,5 quilômetros ao sul de Hebrom.

A seguir, Judá juntou forças com Simeão e atacou a cidade real de Zefate (17). Este nome significa "torre de vigilância". Era uma cidade cananéia próxima da fronteira sul de Edom, a moderna Sebaita, cerca de 38 quilômetros ao norte de Cades. Quando lemos o relato de Números 21:1-3 aprendemos que alguns dos hebreus foram capturados neste encontro e seus irmãos fizeram um voto que, se eles tomassem a cidade, a destruíram totalmente — ou seja, demoliriam as construções até seus fundamentos e massacrariam todo ser vivente que habitasse nelas (cf.comentário de Josué 6:18). Deus lhes deu a vitória e eles cumpriram o voto. A cidade passou a se chamar Horma.

Foram incluídas nas conquistas de Judá três cidades filistéias: Gaza, Asquelom e Ecrom (18). Com o seu termo — melhor na ARA, "com os seus respectivos territórios". Cada uma dessas áreas filistéias era uma parte importante da Filístia e, mais tarde, cada uma delas se tornou independente e voltou-se contra os israelitas (cf. 1 Sm 4.2). Gaza era a cidade mais ao sul das cinco cidades mais importantes da Filístia (Asdode, Asquelom, Ecrom, Gate e Gaza). É a moderna cidade de Ghazze ou Razze, localizada a cerca de 4 quilômetros do Mediterrâneo e a cerca de 72 quilômetros ao sul de Jaffa. Asquelom estava localizada num vale perto do mar (Jr 47:5-7), cerca de 19 quilômetros ao norte de Gaza. Ecrom era a cidade mais ao norte entre as cinco e a mais exposta aos ataques dos israelitas. Teve vários governantes (cf. 1 Sm 5.10; 7.14; 17.52).

Deus capacitou os homens de Judá a expulsarem seus inimigos das montanhas. Enquanto obedeceram ao Senhor, os israelitas foram invencíveis (Lv 26:8). Mais tarde, porém, lhes foi impossível expulsar os habitantes das planícies. Os inimigos resistiram com carruagens de ferro (19).5 Mas isto é apenas parte da história. A verdadeira razão para a derrota foi a desobediência a Deus (4.3; cf. 1 Sm 15.22). Calebe recebeu Hebrom, como Moisés prometera (cf Js 14:9-14) e dali expeliu os três filhos do gigante Anaque (20; cf.comentário do v.10).

  1. OS PERSISTENTES JEBUSEUS, 1.21

Josué concedera o território dos jebuseus a Benjamim (21; Js 18:28), mas os benjamitas nunca derrotaram totalmente seus vizinhos hostis. O fato é que, mais tarde, quando Davi começou a reinar, os jebuseus ainda habitavam a fortaleza de Sião (2 Sm 5.6,7; 1 Cr 11:4-8). O termo jebuseus é uma transliteração e não uma tradução. O termo deriva da palavra hebraica que significa "pisar, maltratar alguém". Os jebuseus eram uma tribo de montanheses que os israelitas encontraram em Canaã quando lá chega-ram. Sua principal cidade era Jebus (cf.comentário de Josué 3:10). A discrepância entre este versículo e Josué 15:63 é apenas aparente, porque a cidade de Jerusalém fica dentro dos territórios tanto de Judá como de Benjamim A porção sul pertencia a Judá e a norte a Benjamim. A expressão até ao dia de hoje indica uma data anterior ao reinado de Davi, quando os jebuseus foram finalmente vencidos e expulsos (veja Introdução).

  1. Os FILHOS DE JosÉ TOMAM BETEL, 1:22-26

Quando destruiu Ai, Josué passou perto da cidade de Betel (22). Mais tarde, a casa de José (23) — ou seja, as tribos de Manasses e Efraim, filhos do décimo primeiro filho de Jacó (Gn 30:24) — subiu até esta fortaleza nas montanhas e foi o Senhor com eles (22). Betel era conhecida dos cananeus como Luz (Gn 28:19), palavra que não guarda semelhança com o termo em português (N do T). Suas ruínas podem ser vistas em Beitan, cerca de 18 quilômetros ao norte de Jerusalém. Elas estão no topo da colina e cobrem uma área de 12 mil a 16 mil metros quadrados. Uma segunda cidade chamada Betel estava situada em Simeão (1 Sm 30.27).

Felizmente, os espias israelitas capturaram um betelita que, com o propósito de se salvar, tornou-se traidor e revelou onde ficava a entrada da cidade (24). Quando Betel caiu, os habitantes foram colocados à espada, mas este informante anônimo foi poupado juntamente com toda sua família (25; cf. Js 6:25). Aquele homem foi-se à terra dos heteus (26) e fundou outra cidade que também foi chamada de Luz. Não são conhecidos os detalhes desta localidade.

A citação da terra dos heteus talvez seja uma referência do escritor sagrado a uma porção da Ásia Menor. Escavações arqueológicas calaram para sempre as vozes daqueles que consideravam os heteus uma invenção mitológica. Já existem hoje provas cabais da existência histórica desse povo. Eles foram os fundadores do grande império oriental que floresceu entre 1900 e 1200 a.C. e que unificou o norte da Palestina. Sabemos até mesmo que os heteus eram uma raça forte e de baixa estatura, com lábios grossos, nariz grande e testa recuada. Os monumentos dos heteus os representam usando roupas grossas e sapatos com os dedos voltados para cima. Os cristãos evangélicos regozijam-se diante do aparecimento de cada nova evidência que apóia a integridade das Sagradas Escrituras. Contudo, por mais impressionantes que possam ser, o crente considera todas essas infor-mações desnecessárias para embasar sua fé. "Bem-aventurados os que não viram e cre-ram" (Jo 20:29).

G. Os OBSTINADOS CANANEUS, 1:27-33

Os versículos 27:28 são quase paralelos exatos de Josué 17:11-13. A seção inteira lista as conquistas parciais de algumas das outras tribos. Manassés — filho mais velho de José (Gn 41:51) e a tribo que descende dele — não expulsou os habitantes de Bete-Seã, Taanaque, Dor, Ibleão e Megido (27). Todas essas cidades eram centrais e possuíam cidades vizinhas associadas a elas. Os cananeus foram bem-sucedidos em manter a re-gião sob seu controle. As cidades citadas eram uma cadeia de fortalezas cananéias que se espalhavam do vale do Jordão até a costa mediterrânea, quase em linha reta.

Bete-Seã foi fundada antes do ano 3000 a.C. e, de acordo com Josefo, era a maior das cidades que, mais tarde, ficaram conhecidas como Decápolis (Mt 4:25). É a moderna Beisan, cerca de 19 quilômetros ao sul do lago da Galiléia e 6 quilômetros a oeste do Jordão. Taanaque tornou-se uma cidade levítica em Issacar (Js 17:11). A localização moderna é Tell Ta'annak, 8 quilômetros a sudeste da antigo Megido. Dor era uma cidade real cananéia a cerca de 12 quilômetros ao norte de Cesáreia. Ela ficava no território de Issacar, mas pertencia à tribo de Manassés. As ruínas podem ser vistas em el-Burj. Ibleão era uma cidade em Issacar que também foi dada a Manassés. Sua localização é desco-nhecida. O termo hebraico para Megido significa "lugar de tropas". Era uma cidade a oeste do Jordão, na planície de Jezreel, fundada em cerca do ano 3500 a.C. Muitos de seus primeiros habitantes viveram em cavernas. Ela é a moderna Tell el-Mutesellim.

Mais tarde, quando os israelitas se fortaleceram, os cananeus foram colocados debai-xo de trabalhos forçados, mas não foram completamente expulsos (28; cf. Js 17:11-13). 6

Tampouco expeliu Efraim — a tribo que descendia do filho mais novo de José (Gn 41:52) — os cananeus que habitavam em Gezer (29). O termo hebraico significa "pe-daço" ou "parte". Era uma antiga cidade cananéia cuja história se estende até o ano 3000 a.C. É conhecida hoje como Tell Jazer, localizada a cerca de 29 quilômetros a noroeste de Jerusalém.

Zebulom — a tribo que descende do décimo filho de Jacó ou Israel (Gn 30:20) -também fracassou na expulsão dos cananeus de Quitrom e Naalol (30). A localiza-ção de ambas as cidades é desconhecida. Naalol, também grafada com Naalal (Js 19:15-21.35), significa "pastagem". No caso de Zebulom, lemos que os ímpios habi-tavam no meio dele e foram tributários, ou seja, estavam sujeitos a trabalhos forçados (Js 19:10-16).

Aser — a tribo que descende do oitavo filho de Jacó (Gn 30:13) — também não conseguiu expulsar os moradores de Aco, Sidom, Alabe, Aczibe, Helba, Meca e Reobe (31; Js 19:24-31). Aco — do hebraico "areia quente" — é mencionada apenas aqui. Era uma cidade do litoral da Palestina, construída numa pequena faixa de terra que se projeta sobre o Mediterrâneo, cerca de 40 quilômetros ao sul de Tiro. Foi visita-da por Paulo (At 21:7 — Ptolemaida), atacada por Napoleão, capturada por Allenby em 1918 e é hoje chamada de Akka. Sidom — do hebraico "lugar de pesca" — era uma antiga cidade cananéia (Gn 10:15-19) na costa da Palestina, situada 35 quilômetros ao norte de Tiro. Jesus visitou certa vez esta região e talvez a própria cidade (Mt 15:21; Mc 7:24-31). Paulo passou por este porto em sua viagem a Roma (At 27:3). É a moderna Saida. Alabe — do hebraico, "abundância, fertilidade" — era provavelmente a moderna Khirbet el Mahalib, a cerca de 6,5 quilômetros a nordeste de Tiro. Aczibe era uma cidade costeira (Js 19:29). Era chamada de Ekdippa pelos gregos e romanos e talvez seja a moderna ez-Zib, 13,5 quilômetros ao norte de Aco. Havia uma outra cidade cha-mada Aczibe no sul da Palestina (Js 15:44; Mq 1:14), que pode ser a mesma Quezibe de Gênesis 38:5 ou Cozeba de I Crônicas 4:22. A localização de Helba, que significa "re-gião fértil", é desconhecida. Meca pode ser a moderna Tell Kurdaneh, cerca de 13 quilômetros ao sul de Akka, próxima da costa, embora esta localização não seja preci-sa. Meca também é o nome da cidade real cananéia na planície de Sarom (Js 12:18) ; uma cidade a leste de Quinerete (1 Rs 15,20) ; um lugar a noroeste de Jerusalém onde os filisteus acamparam (1 Sm 4,1) e um lugar na planície de Jezreel onde os filisteus mais tarde se reuniram (1 Sm 29.1). Reobe era uma cidade levítica na fronteira com Aser, a moderna Hunin. Havia uma cidade no vale superior do Jordão chamada Bete-Reobe (Jz 18:28), mas em Números 13:21 ela é chamada de Reobe.

Naftali — a tribo que descende do sexto filho de Jacó (Gn 30:8) — não conseguiu expulsar os cananeus de Bete-Semes e de Bete-Anate (33). Eles compartilharam sua terra com os nativos, mas as duas cidades foram subjugadas e tiveram que realizar trabalhos forçados (Js 19:32-39) e lhes foram tributários. O texto paralelo de Josué lista 19 cidades dentro do território de Naftali. É desconhecida a localização de Bete-Semes, que quer dizer "casa do sol". Bete-Anate, a moderna el-Ba'neh, estava a cerca de 19 quilômetros de Aco. Bete-Anate deve ser distinguida de Bete-Anote (Js 15:59), uma cidade nas montanhas de Judá.

  1. ALGUNS POVOS HOSTIS NAS MONTANHAS, 1:34-36

A tribo de Dã – descendentes do quinto filho de Jacó (Gn 30:6) – não conseguiu tomar posse do território que lhes foi concedido (Js 19:40-46). A terra ficava ao norte e a oeste de Jerusalém e estendia-se até a costa do Mediterrâneo. Os danitas foram empur-rados de volta às montanhas pelos amorreus, um povo guerreiro que habitava as mon-tanhas de Heres, em Aijalom e em Saalabim (35). As tribos descendentes de José – Efraim e a meia tribo de Manassés – por fim os reduziram ao estado de servidão: eles lhes ficaram tributários. O termo amorreus vem de "habitantes dos montes". A histó-ria antiga deste povo é obscura (Gn 10:16-14.7,13 15:16-21). Eles são mencionados como descendentes de Canaã e aparecem na história bíblica em tempos remotos como o de Abraão (cf.comentário de Josué 3:10). A localização das montanhas de Heres e sua relação com Aijalom não são conhecidas. É possível que Aijalom seja a moderna Jalo, situada 22 quilômetros a noroeste de Jerusalém. Também existe uma cidade em Zebulom chamadà Aijalom (Jz 12:12). A localização de Saalabim é desconhecida.

A geografia do versículo 36 é de difícil determinação, uma vez que apenas Acrabim tem localização conhecida (Js 14:3). Era um declive na ponta sul do mar Morto, entre o deserto e as colinas de Judá. Alguns comentaristas aceitam uma leitura alternativa da LXX que nomeia os edomitas em lugar dos amorreus como uma solução, embora seja difícil entender porque os edomitas seriam mencionados neste contexto.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Juízes Capítulo 1 versículo 29
Js 16:10, conforme Js 10:33; 1Rs 9:16.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
*

1.1–2.5

Essa introdução a Juízes, em que o cumprimento da aliança é expressado na expropriação e destruição dos cananeus, levanta a questão da liderança para a luta contra eles (v. 1). São narrados os sucessos e fracassos das várias tribos, quanto a guardarem a aliança, e o juízo divino contra Israel pelo seu fracasso pactual de permitir que os cananeus habitassem na terra (conforme Dt 7:1-2; 20.16-20). O espaço e os pormenores dedicados aos sucessos de Judá (vs. 3-20) formam um nítido contraste com os relatos breves dos fracassos das demais tribos (vs. 21-36), embora a casa de José seja tratada de modo positivo (vs. 22-26).

* 1:1

Depois. O livro de Josué começa de modo semelhante: “Depois da morte de Moisés” (Js 1:1).

Quem. Os israelitas fazem uma pergunta quase idêntica no fim do livro – “Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar contra Benjamim?” (20.18). Deus escolheu Judá. Davi e seus herdeiros nasceriam dessa tribo.

cananeus. Os cananeus formavam um dos vários grupos que habitavam na terra de Canaã. Os israelitas foram ordenados a aniquilá-los (Dt 7:1-2; 20.16-20), e a questão de se conseguiriam obedecer aos termos da aliança ocupará a totalidade dessa seção introdutória.

* 1:8

espada. Judá obedeceu à aliança, destruindo sem misericórdia os habitantes (Dt 7:1-2; 20.16-20). Judá não ocupou Jerusalém nessa ocasião (v. 21).

* 1.10-15 Esses versículos, que descrevem as vitórias de Calebe e de Otniel, são citados de 13 6:15-19'>Js 15:13-19.

* 1:12

Calebe. Calebe, embora fosse, de descendência, quenezeu (Gn 15:19; Nm 32:12), era contado como membro da tribo de Judá. Representou Judá quando os espias foram enviados a Canaã (Nm 13:6).

* 1:13

Otniel... o irmão de Calebe, mais novo do que ele. Ver Js 15:17-19. Jz 1:12-15 fornece o único retrato que temos desse primeiro juiz.

* 1:19

Esteve o SENHOR com Judá. Deus cumpriu sua promessa segundo a aliança (v. 2). Com a exceção da casa de José, o escritor trata resumidamente acerca das demais tribos, e descreve como tendo sido fracassadas as suas tentativas de colonizar a terra (1.27-36, nota).

carros de ferro. Esses carros, com suas rodas de madeira revestidas de ferro, eram armas poderosas, especialmente nas planícies. Com efeito, Judá é desculpada por não ter conseguido desalojar os cananeus.

* 1:20

Calebe. Calebe, da tribo de Judá, é um exemplo de fidelidade à aliança. Em Dt 1:35-36, Calebe é recompensado pela sua obediência à aliança, obediência esta que provém da fé na promessa de Deus.

* 1:21

filhos de Benjamim. O escritor especifica que Benjamim, a tribo de Saul, não fez uma conquista final de Jerusalém. De acordo com Josué 15:63, a tribo de Judá também falhou em expulsar os jebuseus de Jerusalém. A cidade ficava na fronteira entre as duas tribos. A conquista completa de Jerusalém ficou para Davi realizar (2Sm 5:7).

* 1:22

o SENHOR era com eles. Além de Judá (v. 19), é somente a respeito da casa de José que está escrito que “o SENHOR era com eles.”

* 1.27-36

Judá, Benjamim, e José já foram mencionados. As falhas das demais tribos são apresentadas resumidamente, em forma de esboço.

* 1:34

filhos de Dã. Ver caps. 17 – 18.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
1:1 Finalmente, o povo do Israel tinha entrado e tomado controle da terra prometida a seus antepassados (Gn 12:7; Ex 3:16-17). O livro de Juizes contínua a história desta conquista que começou no livro do Josué. Pelo poder de Deus, os israelitas tinham conquistado a muitos inimigos e superado muitas dificuldades, mas seu trabalho ainda não tinha terminado. Tinham enfrentado com êxito provocações políticas e militares, mas enfrentar as provocações espirituais era ainda mais difícil. O estilo de vida dos cananeos, iníquo mas atrativo, mostrou ser mais perigoso que sua força militar. Os israelitas cederam ante a pressão e comprometeram sua fé. Se tentamos enfrentar as provocações da vida só com esforço humano, encontraremos que as tentações e as pressões que nos rodeiam são muito fortes para resistir.

1:1 Logo depois da morte do Josué 1srael começou a perder seu firme controle da terra. Ainda quando Josué foi um grande líder, o povo esqueceu sua liderança espiritual mais que sua habilidade militar, já que ele tinha mantido ao povo enfocado em Deus e em seus propósitos. Josué tinha sido o sucessor óbvio do Moisés, mas não havia um sucessor óbvio para o Josué. Durante esta crise de liderança, Israel teve que aprender que sem importar quão poderoso e sábio fora o líder atual, sua líder real era Deus. Freqüentemente pomos nossa esperança e confiança em algum líder influente, esquecendo que em realidade é Deus o que está ao mando. Reconheça a Deus como sua comandante em chefe, e evite cair na tentação de descansar muito nos líderes humanos, sem importar quão sábio sejam espiritualmente.

1:1 Cananeos eram todos os povos que viviam no Canaán, a terra prometida. Viviam em cidades-estados onde cada cidade tinha seu próprio governo, exército e leis. Uma razão pela que Canaán foi tão difícil de conquistar era porque cada cidade tinha que ser derrotada individualmente. Não havia um único rei que pudesse render ao país inteiro em mãos dos israelitas.

A maior ameaça do Canaán para o Israel não era seu exército, a não ser sua religião. A religião cananea idealizava qualidades iníquas: crueldade na guerra, imoralidade sexual, avareza egoísta e materialismo. Era uma sociedade que pensava "eu primeiro, depois o que seja". Obviamente, as religiões do Israel e do Canaán não podiam coexistir.

1:2 O livro do Josué nos relata uma conquista rápida e total dos exércitos e cidades inimizades, enquanto que o livro de Juizes parece sugerir uma conquista mais gradual e prolongada. Quando os israelitas entraram pela primeira vez à terra prometida (Josué 1:12), uniram-se como um só exército para esmagar aos habitantes até que foram muito fracos para vingar-se; então, depois que a terra foi dividida entre as 12 tribos (Josué 13:24), cada tribo foi responsável por expulsar ao inimigo de seu próprio território. O livro de Juizes nos fala do fracasso em fazê-lo.

Algumas tribos tiveram mais êxito que outras. Sob o Josué todas começaram fortes, mas logo a maioria se desviou por medo, cansaço, falta de disciplina ou por ir detrás de seus próprios interesses. Como resultado, sua fé começou a desvanecer-se, e "cada um fazia o que bem lhe parecia" (Jz 17:6). Para que nossa fé sobreviva, devemos praticá-la dia a dia. Deve permear cada aspecto de nossas vidas. Cuide-se de não começar com muita força para logo desviar-se de seu propósito real: amar a Deus e viver para O.

1:6 Os israelitas cortaram os polegares e os dedos gordos dos pés do Adoni-bezec para humilhá-lo e inutilizá-lo para brigar. Mas segundo as instruções de Deus para conquistar a terra prometida, a ele o deveu ter matado.

1:8 Mesmo que os israelitas conquistaram Jerusalém, não ocuparam a cidade a não ser até os dias do Davi (2Sm 5:6-10).

1.12-15 Este mesmo sucesso está registrado em Js 15:16-19. Caleb foi um dos espiões originais que exploraram a terra prometida (Números 13:14) e, com o Josué, respiraram ao povo para conquistá-la. Por sua fidelidade, lhe deu a terra que escolheu.

JUDA BRIGA POR SUA TERRA: A tribo do Judá não perdeu tempo em começar a conquista do território que lhes tinha correspondido. Com a ajuda da tribo do Simeón, conquistaram Jerusalém, ao igual aos cananeos no Neguev e na costa. Hebrón e Debir caíram ante o Judá, e mais tarde Gaza, Ascalón e Ecrón.

1:17 por que ordenou Deus a quão israelitas expulsassem aos cananeos de sua terra? Embora a ordem parece cruel, os israelitas estavam sob a ordem de Deus para executar julgamento sobre estes povos maus que viviam nessa terra. As outras nações seriam julgadas por seu pecado, assim como o Israel foi forçada a vagar durante quarenta anos antes que lhe permitisse entrar na terra. mais de setecentos anos antes Deus havia dito ao Abraão que quando os israelitas entrassem na terra prometida, a enorme maldade dos povos nativos estaria lista para ser julgada (Gn 15:16). Mas Deus não estava exercendo favoritismo com os israelitas, já que finalmente eles também seriam severamente castigados por chegar a ser tão maus como a gente às que lhes ordenou expulsar (2 Rseis 17:25; Jr 6:18-19; Ezequiel 8). Deus não é parcial, todas as pessoas podem receber o perdão gratuito de Deus tanto como sua firme justiça.

1:19 Os carros cananeos atirados por cavalos estavam entre as armas mais sofisticadas desses dias. Os soldados israelitas que brigavam a pé eram absolutamente impotentes quando um veloz carro de ferro os investia. Por isso o Israel preferia brigar nas colinas onde não podiam subir os carros.

1.21ss Tribo detrás tribo fracassaram em expulsar aos malvados cananeos de sua terra. por que não seguiram e obedeceram completamente as ordens de Deus? (1) Tinham estado brigando durante muito tempo e estavam cansados. Embora a meta estava à vista, faltou-lhes disciplina e energia para alcançá-la. (2) Temeram que o inimigo fora muito forte, os carros de ferro pareciam invencíveis. (3) Da morte do Josué o poder e a autoridade se descentralizou aos líderes tribais, e as tribos já não estavam unidas em propósito. (4) A decadência espiritual os tinha infectado do interior. Pensaram que podiam dirigir a tentação e ser mais prósperos fazendo negócios com os cananeos.

Freqüentemente também nós fracassamos ao tratar de tirar o pecado de nossas vidas. Freqüentemente sabemos o que devemos fazer, mas não o fazemos. E isto tem como resultado uma deterioração gradual de nossa relação com Deus. Em nossas batalhas, podemos nos cansar e querer descansar, mas necessitamos mais que um descanso no trabalho. Precisamos saber que Deus nos ama e nos deu um propósito na vida. A vitória vem quando vivemos de acordo com seu propósito.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
I. CONQUISTA TRIBAL (Jz 1:1)

1 E sucedeu que, depois da morte de Josué, que os filhos de Israel perguntaram ao Senhor, dizendo: Quem passará por nós em primeiro lugar contra os cananeus, para pelejar contra eles? 2 E disse o Senhor: Judá subirá; eis que entreguei a terra na sua Mc 3:1 Então disse Judá a Simeão, seu irmão: Sobe comigo à minha herança, para que possamos lutar contra os cananeus; e eu também subirei contigo à tua sorte. E Simeão foi com Ec 4:1 E subiu Judá; e Jeová entregou os cananeus e os perizeus em sua mão; e feriram deles em Bezeque dez mil homens. 5 E acharam Adoni-Bezeque em Bezeque; e lutaram contra ele, e feriram aos cananeus e os perizeus. 6 Mas Adoni-Bezeque fugiu; e eles o perseguiram e prenderam-no e cortaram-lhe os polegares das mãos e dos Pv 7:1 E Adoni-Bezeque disse, setenta reis, com os dedos polegares das mãos e dos pés cortados, apanhavam sua comida debaixo da minha mesa: como eu fiz, assim Deus me pagou. E eles trouxeram a Jerusalém, e ali morreu.

8 E os filhos de Judá pelejaram contra Jerusalém, e tomou-a, e feriu-a a fio de espada, e definir a cidade em chamas. 9 E depois os filhos de Judá desceram a pelejar contra os cananeus que moravam na colina -País, e no Sul, e na baixada. 10 E partiu Judá contra os cananeus que habitavam em Hebron (agora o nome de Hebrom era outrora Quiriate-Arba); e feriram a Sesai, Aimã e Talmai.

11 E, a partir daí, ele foi ao encontro dos habitantes de Debir. (Agora, o nome de Debir era outrora Quiriate-Sefer.) 12 E disse Calebe: Quem ferir a Quiriate-Sefer, ea tomar, lhe darei Acsa minha filha por mulher. 13 e Otniel, filho de Quenaz, Caleb de mais jovem irmão, que ele; e deu-lhe a sua filha Acsa por mulher. 14 E sucedeu que, quando ela veio a ele , que o levou a pedir a seu pai um campo: e ela desceu do do seu jumento; e Caleb disse-lhe: Que queres? 15 E ela disse-lhe: Dá-me uma bênção; para que me tenhas definido na terra do Sul, dá-me também fontes de água. E Caleb deu as fontes superiores e as fontes inferiores.

16 E os filhos do queneu, Moisés brother-in-law, subiram da cidade de palmeiras com os filhos de Judá ao deserto de Judá, que está ao sul de Arade; e foram, e habitaram com o Pv 17:1 E foi Judá com Simeão, seu irmão, e feriram aos cananeus que habitavam Zefate, e destruíram totalmente. E o nome da cidade foi chamado Horma. 18 Judá tomou também a Gaza com a borda do mesmo, e Ashkelon com a borda do mesmo, e Ekron com a borda da mesma. 19 E o Senhor estava com Judá; e ele expulsouos habitantes da região montanhosa; pois ele não expulsou os habitantes do vale, porquanto tinham carros de ferro. 20 E deram Hebrom a Calebe, como Moisés tinha falado, e ele expulsou dali os três filhos de Enac. 21 E os filhos de Benjamim o fizeram não expulsaram os jebuseus que habitavam em Jerusalém; mas estes ficaram habitando com os filhos de Benjamim em Jerusalém até o dia de hoje.

A palavra do Senhor encomendou a tribo de Judá para liderar esta nova fase da ocupação. Mais cedo, Judá tinha sido o primeiro tribo para uma herança localizado no lado oeste do rio Jordão (Js 15:1. ; Js 19:1 ; . Jz 1:3 Chron . 4: 28-33 .) E o Senhor entregou os cananeus e os perizeus na mão deles (v. Jz 1:4 ). A conta de ocupação começa na nota alta de invencibilidade, com Judá e Simeão conquistando através do poder do Senhor.

A atrocidade aparente tratado Adoni-Bezeque é melhor compreendido à luz dos lei de talião (lei de retaliação). Sua admissão de culpa, como eu fiz, assim Deus me pagou (v. Jz 1:7 ), levou com ele a admissão de retribuição por sua própria crueldade. Este antigo rei guerreando reconheceu que o julgamento havia caído sobre ele por causa dos males que cometeu. Guerras têm o elemento de julgamento em si. Não só foi este o caso entre os povos antigos, mas é verdade para as nações modernas também. Há sempre a tendência a simplificar um fato tão complexo da realidade como a guerra; No entanto, a Bíblia retrata o elemento de juízo em muitas das guerras que descreve.

O relato da captura de Jerusalém deve ser estudado à luz da Escritura relacionados (conforme Js 15:63. ; Jz 1:8 ; Jz 2:1 Sam. 5:. 6FF ). Myers diz:

Não há nenhuma razão válida, no entanto, por que não deveria ter sido duas destruições de Jerusalém, como foi o caso de Debir, Eglon, Bete-Semes, Betel e em outros lugares.

A história da ocupação do Debir dada em Jz 1:11 é quase palavra por palavra um paralelo de Js 15:15 . O elemento excepcionalmente importante dessa história é o dom que Caleb deu à sua filha, Acsa, a esposa de Otoniel, que havia recebido a como uma recompensa pela captura de Debir. Isto exigiu a filha de Caleb habitação com o marido na terra do Sul (v. Jz 1:15 ), o território árido do Neguev.

Necessidade de água era constante. Acsa pediu que Caleb dar suas fontes de água (v. Jz 1:15 ). Para isso foi necessário dar terra adjacente que tinha molas. Caleb o seu pedido concedido.

Tal como acontece com a filha de Caleb, há pessoas que foram dadas áreas secas e áridas da vida. Sua vida é difícil por causa de uma grave falta de recursos necessários. Eles precisam de muito superiores e as fontes inferiores (v. Jz 1:15 ). A menos refresco necessário e recursos vitais são disponibilizados, a vida pode tornar-se intolerável. Como Caleb concedeu o pedido de sua filha, assim que Deus está pronto a conceder o nosso pedido de recursos adequados para a vida.

Os filhos do queneu, Moisés brother-in-law, subiu ... e habitar com o povo. E Judá ... derrotaram os cananeus ... (vv. Jz 1:16 , Jz 1:17 ). O significado aceito não é irmão-de-lei , mas "pai-de-lei."

Enquanto os queneus, um povo nômade que associados com as tribos de Israel e Judá, que acompanhou e Simeon a sua actividade profissional, foram conteúdo para resolver entre os habitantes da terra, Judá e Simeão não eram tão inclinado. A diferença reside no fato de que o Senhor estava com Judá; e ele expulsou os habitantes da região montanhosa (v. Jz 1:19 ).

Tratava-se o risco inerente a mistura de povos de diferentes religiões. Na medida em que Judá se misturaram com os cananeus, nessa medida ela arriscou a adulteração de seu Jeová-adoração. Se ela fosse capaz de manter a sua fé religiosa e ainda amalgamar com os cananeus, não haveria problema. No entanto, a história da religião em geral e da religião de Israel, em particular, indica que é uma questão em aberto saber se é possível para chegar ao lugar onde isso não é um problema. Separação remove a possibilidade de influência devido a uma barreira é erguida. Entrelaçamento põe em risco a possibilidade de manter o carácter distintivo. Demasiada pode ser perdido no processo. A tribo de Benjamin enfrentou este problema, pois não puderam expulsar os jebuseus de Jerusalém. Os ficaram habitando com os filhos de Benjamim em Jerusalém, até o dia de hoje (v. Jz 1:21 ).

B. JOSÉ (1: 22-29)

22 E a casa de José, eles também subiu contra Betel; e Jeová estava com eles. 23 E a casa de José mandou espiar a Betel. (Agora, o nome da cidade era dantes Luz.) 24 E os observadores viram um homem que saía da cidade, e disseram-lhe: Mostra-nos, pedimos-te, a entrada da cidade, e vamos fazer benevolência . contigo 25 E ele mostrou-lhes a entrada na cidade; e feriram a cidade com o fio da espada; mas deixe o homem e toda a sua família. 26 E o homem foi para a terra dos hititas, e edificou uma cidade, e chamou o nome de Luz, que é o seu nome até o seu dia.

27 Manassés não expulsou os habitantes de Bete-Seã e suas vilas, nem de Taanaque e suas vilas, nem os moradores de Dor e suas vilas, nem os moradores de Ibleão e suas vilas, nem os de Megido e suas vilas ; mas os cananeus persistiram em habitar naquela terra. 28 E sucedeu que, quando Israel foi se fortalecia, que eles colocam os cananeus a trabalhos forçados, porém não os expulsou de todo.

29 E Efraim não expulsou os cananeus que habitavam em Gezer; mas os cananeus habitavam em Gezer.

Enquanto a tribo de Judá exercido liderança entre as tribos em razão de sua posição privilegiada, a casa de José era um challenger perene. Assim como quando Josué atribuído a terra prometida por sorteio, dando Judá o primeiro lote e José, o segundo lote, por isso mais tarde, quando Judá deixou de reivindicar sua herança, José seguido.

Manassés não expulsou ... Bete-Seã ... Tanac ... Dor ... Ibleã ... Megiddo (v. Jz 1:27 ). Manassés era o filho mais velho de José e fundou a tribo que leva seu nome. Esta tribo encontrada uma forte cadeia de fortalezas cananeus ao longo de sua fronteira norte.Estas fortificações eram uma ameaça séria para qualquer tentativa de unir Israel, para eles se separaram as tribos José de Efraim e Manassés das tribos do norte. Alguns não foram conquistados até o tempo de Davi, 200 anos mais tarde.

Efraim não levou out ... Gezer (v. Jz 1:29 ). Gezer foi na esquina sudoeste da herança de Efraim e algumas 18 milhas a oeste de Jerusalém. Jerusalém foi conquistada por Davi, mas Gezer permaneceu invicto até o tempo de Salomão.

C. Zabulon, Aser, Naftali, DAN (1: 30-36)

30 Zebulom não expulsou os habitantes de Quitrom, nem os de Naalol; mas os cananeus ficaram habitando no meio deles, e tornaram-se sujeitos a trabalhos forçados.

31 Asher não expulsou os habitantes de Aco, nem os moradores de Sidom, nem de Alabe, nem de Aczibe, nem de Helba, nem de Afeque, nem de Reobe; 32 mas o aseritas habitaram no meio dos cananeus, os habitantes da terra ; para eles não os expulsaram.

33 Naftali não expulsou os habitantes de Bete-Semes, nem os habitantes de Bete-Anate; mas habitou no meio dos cananeus, os habitantes da terra; todavia os habitantes de Bete-Semes e os de Bete-Anate foram sujeitos a trabalhos forçados.

34 E os amorreus impeliram os filhos de Dã até a região montanhosa; pois não lhes permitiram descer ao vale; 35 mas os amorreus quiseram habitar nas montanhas de Heres, em Aijalom e em Saalbim:. ainda a mão da casa de José prevaleceu, de modo que eles ficaram sujeitos a trabalhos forçados 36 E a fronteira dos amorreus era da subida de Akrabbim, desde o rock, e para cima.

Essas tribos, com a exceção de Dan, foram inicialmente localizado na parte norte da terra. A tribo de Dã, em parte, logo migrou para o norte por causa da pressão exercida pelos amorreus. Portanto, antes do período dos juízes chegou ao fim todas as tribos foram, pelo menos em parte, no setor norte.

Significativamente, essas tribos não tiveram sucesso em seus esforços de ocupação. Em vez disso, a co-existência tensas resultou, com os cananeus, ocasionalmente, arregimentada em empresas de trabalho forçado. Na medida em que a influência dos cananeus afetado a religião de Israel aumentou os seus infortúnios. Esta evolução perigosa deu origem a um evento singular para que a atenção deve agora ser dedicado.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
  1. O fracasso dos israelitas (1—2)
  2. Eles não conquistam a terra (1:1-36)

Os versículos 1:8 registram as vi-tórias anteriores de Judá e Simeão, enquanto o resto do capítulo é o registro de inúmeras derrotas. Essas duas tribos conseguiram tomar Beze- que (v. 4), Jerusalém (v. 8), Hebrom (v. 10), Debir (v. 11), Zefate (v. 17), Gaza, Asquelom e Ecrom (v. 18). A casa de José toma Betei (v. 22), mas o resto das tribos não conseguiu ex-pulsar o inimigo. O que se iniciou como uma série de vitórias, lide-radas pelo Senhor, terminou como uma série de concessões. Judá não conseguiu expulsar os moradores do vale (v. 19; e veja 4:13ss); Benjamim não expulsou os jebuseus (v. 21), e, da mesma forma, as outras tribos "estabeleceram-se" com as nações pagãs (vv. 27-36). Eles conseguiram racionalizar o fracasso ao tornar os povos pagãos servos, mas isso trouxe apenas problemas adicionais. Em Jo-sué 23—24, Josué advertira-os de não fazerem concessões ao inimigo, mas agora eles caíam na própria rede.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
1.1 Morte de Josué. A morte de Josué é relatada com mais pormenores em 2:6-9. A primeira linha do livro é uma espécie de título. 1.1 b-2.5 proporciona um pano de fundo para o resto do livro. Os acontecimentos narrados cobrem o período do fim da vida de Josué até o início da época dos juízes. Consultaram o Senhor. Provavelmente pelo Urim e Tumim (conforme Êx 28:15n). Cananeus. Nome genérico dos povos que ocupavam à terra da Palestina, aos quais 1srael foi mandado por Deus despojar (conforme 4.2). Indica mais uma cultura do que unidade étnica.

1.2 Judá. A maior tribo de Israel, da qual veio o rei Davi e o Senhor Jesus Cristo, segundo a carne.

1.3 Simeão, seu irmão. Os patriarcas destas tribos eram irmãos por parte de pai e mãe (Gn 29:33-35). A tribo mais fraca, a de Simeão, foi absorvida pela mais forte, a de Judá.

1.4 Bezeque. Presumivelmente identificada com Quirbet Bezqa a oeste de Jerusalém, a uns cinco quilômetros de Gezer.

1.5 Adoni-Bezeque. Adoni significa "Senhor" e, portanto, a rei de Bezeque.

1.8 Jerusalém. Não foi tomada definitivamente pelos israelitas até os tempos de Davi (2Sm 5:6, 2Sm 5:7). É uma das mais antigas cidades do mundo, habitada, quase, continuamente durante 5.000 anos.

1.10 Hebrom. A cidade de maior importância no sul da Palestina. Sua conquista se relata em Js 10:36-6.

1.11 Quiriate-Sefer. "Cidade dos livros". Pode ser que houve, nesses tempos remotos, uma biblioteca ou depósito de livros, a exemplo dos que foram descobertos nas grandes cidades da Mesopotâmia. Debir é conhecida hoje pela moderna Tel Beit Mirsim A evidência arqueológica indica uma área de três hectares, destruída por fogo c. 1220 a.C.

1.16 Queneu. Era uma tribo nômade que habitava as regiões áridas ao sudeste da Palestina. Tinha afinidade com os hebreus. Cidade das Palmeiras. O contexto indica que não se refere a Jericó, como se poderia (conforme 3.13; Dt 34:3).

1.18 Gaza, a Ascalom e a Ecrom. Três cidades que naquela época pertenceram aos cananeus, mas que logo depois foram tiradas dos israelitas pelos filisteus ("os povos do mar") que atacaram a costa do Egito e invadiram as planícies do sudoeste da Palestina, c. 1200 a.C.

1.19 Carros de ferro. Os cananeus, com meios de preparar e utilizar eficientemente o

ferro para armas de guerra, tiraram a vantagem (humanamente falando) dos israelitas. Ainda que há muito tempo o carro de ferro já tenha sido superado como arma de guerra, ainda hoje as nações, bem como os indivíduos, confiam mais nas armas, do que no Senhor.
1.22 Casa de José. A tribo de Efraim está em vista. Betel. Significa, "Casa de Deus”. Tinha grande importância na vida de Jacó (Gn 28:19) e tornou-se um dos principais santuários de Israel nos tempos de juízes. O livro de Josué deixa de mencionar a conquista de Betel, ainda que fora aliada de Ai (Js 8:17). A arqueologia sustenta a posição de que Ai não fora habitada desde 2200 a.C. (1000 anos antes). Uma solução seria entender que Betel utilizara as ruínas de Ai (em heb, "ruína") como fortaleza, contra o avanço dos israelitas (conforme Js 8:17n).

1.26 Heteus. Melhor conhecidos como hititas, eram raça de origem indo-européia. Fundaram um grande império na Ásia Menor, que durou de 1800-1200 a.C. O território da Síria foi então conhecido como "a terra dos heteus" (Js 1:4). Luz é desconhecida.

1.27,28 As cidades enumeradas nestes vv. e localizadas nos vales de Esdraelom e, Jezreel controlavam a rota comercial mais importante da Palestina. Evidentemente, Israel tivera umas vitórias nesta região sem, contudo, controlá-la por não possuir carros de ferro (conforme 19n). Não os expulsou de todo. Contrário ao mandamento explícito do Senhor (conforme Dt 7:1- 6), Israel quis manter os cananeus como escravos e fonte de renda tributária. O resultado foi tão desastroso como também o é para o crente que mantém hábitos pecaminosos na vida.

1.32 Os aseritas continuaram no meio dos cananeus. Enquanto a maioria das tribos expulsaram aos cananeus, pelo menos em parte. Aser, aparentemente, foi incapaz de dominar o território de sua herança, e misturou-se com os habitantes da terra. Dã e Naftali, semelhantemente, demonstraram pouca força no domínio de sua herança (33-35).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36
I. PRÓLOGO (1.1—3.6)

1) Questões da continuação da conquista (1:1-36)

a) Judá penetra no sul de Canaã (1:1-20). O cap. 1 estabelece o padrão da mistura do sucesso com o fracasso, dando pistas do porquê de algumas tribos fracassarem e outras terem sucesso. O retrato geral está em harmonia com o de Josué, mas em Juízes o fracasso é destacado como o pano de fundo para a ação libertadora de Deus. A presença de enclaves cananeus é mostrada como tendo função própria (2.22—3.6), tudo isso dentro da estrutura da aliança deixada como legado de Moisés e Josué.

1.1. Depois da morte de Josué: a linha inicial (ou título) liga Juízes com Josué (conforme Js 24:2931) como uma obra histórica intimamente associada. Um relato detalhado da morte de Josué segue mais tarde (2:6-10). Juízes é basicamente um relato da reação de Israel à perda do seu grande líder, os israelitas perguntaram ao Senhor: “Quem de nós será o primeiro a...”: Juízes apresenta um retrato da conquista que às vezes é considerado discordante do de Js 1:10. No entanto, o editor do material de Juízes obviamente tinha a intenção de colocar esses incidentes como subseqüentes ao término do período anterior; primeiro se refere não à batalha inicial da tomada da terra, mas ao primeiro ataque após a operação da conquista. Conforme Js 13:0); 18:1-3 etc. Em virtude da falta de Josué, as tribos em colapso (20:1-48)

1-25)

pediram um oráculo para determinar a ordem da batalha (conforme 20.18). Talvez tenham buscado o oráculo num santuário, por meio da arca, ou por meio de objetos de revelação de oráculos, como lançar sortes (conforme Js 7:14; Pv 16:33). v. 2. Judá: junto com Efraim e Manassés (a casa de José, v. 22), considerado o líder das tribos, v. 3. seus irmãos de Simeão: Simeão era irmão de sangue de Judá e mais tarde foi absorvido por esta tribo, território que nos foi designado: heb. gõrãl. Na base dessa narrativa está Js 15:0 e Js 3:10). Cananeus (com amorreus) é o termo mais amplo e geral (Js 13:4; Nu 13:29). Pouco se sabe dos ferezeus. O termo talvez seja um título denotando “habitantes de cidades não-mu-radas” (heb. ptrãzôt)-, conforme termo da AB equivalente a “matuto do campo”, mataram: a palavra no hebraico é um termo geral para denotar a derrota do inimigo. “Mataram” (NVI e NTLH) pode dar uma idéia errada. Bezeque-, tradicionalmente Khirbet 1bziq, entre Nablus e Bete-Seã (v. MBA, mapas 57 e 87). Judá então entrou pelo leste e tomou uma cidade cananéia em Manassés antes de se voltar ao sul para Jerusalém. Conforme 1Sm 11:8, que dá apoio para a localização no norte. v. 5. Adoni-Bezeque: ou “o príncipe de Bezeque” (AB). Conforme “Adoni-Zedeque” (Js 10:1,Js 10:3). ALXX lê “Adoni-Bezeque” nos dois relatos. As duas histórias têm diferenças significativas, v. 6. e lhe cortaram...-, a mutilação é atestada também em Mari no Eufrates e no grego clássico. Ela tornava a vítima incapaz para a batalha. A intenção pode ter sido também profanação ritual, o inverso de Êx 29:20. (NCentB, Js, Jz, Rt, p. 247). O próprio Adoni-Bezeque reconhece a justiça desse castigo.

v. 8. Uma aparente contradição de Js 15:63 e Jz 1:21. Duas soluções têm sido propostas desde Josefo ou até antes dele: (a) Somente a cidade baixa foi tomada, permanecendo a cidadela nas mãos dos jebuseus, e (b) a cidade foi capturada mas não ocupada. (Conforme G. F. Moore, Judges, ICC, p. 21 e LOB, p. 197). incendiaram: os textos do AT especificam quais cidades foram queimadas, conforme Js 6:24 (Jericó);

8.28 (Ai); 11.11,13 (Hazor). Nenhum registro arqueológico preserva esse incidente.
[R. Pearce Hubbard, “The Topography of Ancient Jerusalem”, PEQ (1966), p. 137, sugere que a Jerusalém de Jz 1:8 era um povoado numa colina localizada a sudoeste da cidade.]

v. 9-20. A campanha de Judá no sul: a serra, no Neguebe e a Sefelá são regiões distintas. O que se quer dizer aqui são as montanhas entre Jerusalém e Hebrom, o semideserto no noroeste do Sinai, e as colinas baixas que dividem a planície costeira e as montanhas. Nem em Js 10:40 nem aqui o vale (heb. hã‘êmeq), ou “planície costeira”, é confundido com a Sefelá, como ocorre em alguns comentários. Os v. 18,19 tratam da planície, uma região possivelmente incluída na grande Judá, mas fora dos limites das partes destinadas às tribos. A impressão é de uma penetração bem-sucedida por parte de Judá (mais os do clã de Calebe, os quenezeus e os queneus) em resposta à orientação divina. Até aqui, o povo está obedecendo completamente à ordem do Senhor, v. 10. Hebrom-, Judá (conforme v. 20 e Js 15:13,Js 15:14) tomou Hebrom, a cidade central da região montanhosa do sul. Algumas versões acrescentam “que eram filhos de Ana-que” ao fim do versículo. V. Js 15:13,Js 15:14. v. 11. avançaram-, heb. “ele foi”. Conforme Js 15:15-6.

Algumas versões harmonizam o verbo com o v. 10 (BJ: “marchou”) fazendo Judá ser o ocupante de Debir. Mas, na realidade, era Calebe, pertencente à tribo de Judá. Debir. uma cidade importante da região montanhosa do sul, originariamente chamada de “Cidade do Livro”. Foi identificada com Tell Bete Mirsim, a 18 quilômetros a sudoeste de Hebrom, mas não na região montanhosa, como Js 15:49 sugere. Pesquisas recentes tendem a favorecer Khirbet Rabud, a 13 quilômetros a sudoeste de Hebrom, que permite uma identificação melhor com as fontes superiores e as inferiores do v. 15. v. 13. irmão mais novo de Calebe-, a NVI deve ser preferida à NTLH, pois a expressão pode ser uma referência tanto a Otoniel quanto a Quenaz. v. 14. ela o persuadiu a pedir, a BJ segue a LXX e faz dele o instigador do pedido, v. 15. fontes-, heb. gullôt, possivelmente poças d’àgua ou lençóis subterrâneos. Os escavadores de Khirbet Rabud descobriram duas fontes num desfiladeiro próximo, que os árabes chamam de “fontes superiores e inferiores”. A referência às fontes aumenta a impressão de bênção e fertilidade.

v. 16. queneu-, Êx 18:1,12 e Nu 10:29ss associam esse clã aos midianitas. O seu nome pode significar uma relação com o trabalho em metais. Nu 10:0, em que um benjamita, Simei, está falando com Davi) ou as tribos do Norte em geral, o Senhor estava com eles\ assim como com Judá. A AB segue a LXX: “Judá estava com eles”, mas isso parece ignorar o paralelo óbvio com o v. 19. v. 23. Betei, uma cidade importante (provavelmente a atual Beitin, a 18 quilômetros ao norte de Jerusalém), na região central de Canaã. Conforme Gn 28:19 e Js 18:13, mas também Js 16:2. Não se registra nenhuma conquista de Betei em Josué. v. 24. como entrar na cidade: heb. nfbõ\ não o portão, mas provavelmente uma entrada subterrânea. Conforme 2Sm 5:8. lhe pouparemos a vida\ em hebraico, “faremos hesed' com você”. O termo tem conotação de aliança. V. Js 2:12. v. 26. hititas-. provavelmente um nome geral para os sírios do Norte, e não o império antigo na Turquia. Nada se sabe da “nova Luz”.

d)    Enclaves não conquistados no norte de Canaã (1:27-36)

O restante de Jz 1 retoma o fio primeiramente citado no v. 21. O tempo verbal (heb. lõ’hôrts, “ele não expulsou”) sugere que a tribo em questão aqui poderia e deveria ter capturado essas cidades. A sua presença era o testemunho claro da desobediência e suas conseqüências. As cidades formam três grupos distintos, v. 27. Bete-Seã, Taanaque, Dor, Ibleã, Megido: Dor, como porto, e Bete-Seã na confluência dos vales do Jordão e de Jezreel, são citadas junto com Ibleã, Taanaque e Megido, que protegiam três grandes passagens pela cadeia de montanhas do Carmelo e de fato cortavam a herança de Israel em duas partes, v. 29. Gezer... [v. 35] monte Heres [provavelmente Bete-Semes] [...] Aijalom e [...] Saalbim, junto com Jerusalém (v. 21): essas cidades formavam uma cunha entre Efraim e Judá no sul, provavelmente explicando o motivo desta tribo não ter sido chamada para lutar no exército de Baraque (Jz 4 e 5). As cidades restantes estão no norte da Galiléia ou na costa acima de Haifa. v. 34. Os amorreus confinaram a tribo de Dã: a ausência de referência a filisteus indica uma data antiga. Conforme o cap. 18. v. 36. A fronteira dos amorreus ia da subida de Acrabim até Selá, e mais adiante: a BJ segue a LXX e muda amorreus para “edo-mitas”, assim explicando por que uma linha que aparentemente ia de Berseba para o mar Morto e adiante é mencionada. De qualquer forma, o versículo todo é complicado.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 1 até o 36

INTRODUÇÃO

Título. O livro de Juízes recebeu o seu nome dos líderes (shopetim) que libertaram 1srael de uma série de opressores estrangeiros durante o período compreendido entre a morte de Josué e o começo da monarquia.

O termo shopet tem uma conotação mais ampla do que o termo "juiz" pode transmitir. Na antiga Cartago e Ugarit era usado para descrever magistrados civis, ou chefes de estado. A literatura cananita da antiga Ugarit usa a expressão shptn, "nosso juiz", paralelamente relacionada com mlkn, "nosso rei". (Ba'al V, v, 32). O período bíblico dos shopetim deve ser, contudo, separada do período dos reis. Durante o período dos Juízes, existia um sentimento definidamente antimonárquico (cons. Jz 9:8-15), embora pressões externas de invasores em perspectiva levassem o povo finalmente a pedir um rei (1Sm 8:1), embora o pecado do povo freqüentemente reduzisse este ideal a um estado de anarquia (Jz 21:25,Jz 4:5).

Em Jz 11:27 o Deus de Israel foi chamado de hashshopet "O Juiz". Os "julgamentos" (mishpatim) de Deus formam uma parte dessa instrução que se conhece como a lei (tora) de Jeová (cons. Sl 19:9; Sl 119:7).

Data e Autoria. Como outros livros históricos do Velho Testamento, o livro de Juizes é anônimo. Provas internas, contudo, ajudam-nos a determinar a data aproximada de sua composição. Dá-se a entender a destruição de Silo (Jz 18:31). As palavras. "Naqueles dias irão havia rei em Israel" (Jz 17:6), sugere unta data durante a monarquia. O fato dos jebusitas ainda serem mencionados estando em Jerusalém (Jz 1:21) implica em uma data antes da tornada de Jebus, durante o reinado de Davi. Semelhantemente a menção de Gezer (Jz 1:29) implica em uma data antes de Faraó dar esta cidade como presente de casamento a Salomão (1Rs 9:16).

Evidências internas dão a entender, assim, uma data durante os primeiros dias da monarquia (cerca de 1050-1000 A.C.), ou durante os dias de Saul ou logo no começo do reinado de Davi. O Talmude (Baba Bathra,
- 14b) e a antiga tradição cristã concedem sua autoria a Samuel. Embora as evidências não autorizem uma conclusão positiva em relação ao escritor do livro dos Juízes, elas indicam que o livro foi escrito por um contemporâneo de Samuel. O autor provavelmente fez uso de material escrito e oral, mas o livro, na forma que hoje temos, exibe uma unidade que argumenta contra qualquer esquema complexo de compilação.

Antecedentes Históricos. A geração que entrou em Canaã durante a liderança de Josué tinha realizado muito por ;meio da ocupação dos sítios estratégicos e estabelecimento das tribos em suas porções específicas. A tarefa da conquista e ocupação, contudo, estava longe de se poder considerar terminada. Importantes fontes cananitas foram ignorados por Josué. e assim as tribos tiveram de lutar individualmente para ocuparem os territórios a que tinham direito (Js 13:1-7).

COMENTÁRIO

I. Introdução. 1:1 - 2 Jz 5:1,

Jz 1:1. Assim como a morte de Moisés marcou o fim da peregrinação de Israel no deserto, a morte de Josué marcou o final da primeira fase da conquista de Canaã. Quem . . . subirá? Dentro das porções distribuídas pur Josué havia ainda muito território por conquistar. As tribos deviam ocupar os territórios que lhes tinham sido concedidos. Os cananeus. O termo é às vezes usado em relação a todos os habitantes de Canaã sem considerar sua origem. A região ocupada pelos cananeus nessa ocasião está delineada em Jz 1:9.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Juízes Capítulo 1 do versículo 27 até o 36
c) Cidades que Israel não pôde tomar (Jz 1:27-7. As ditas cidades formavam como que uma muralha de fortalezas ao longo da planície de Esdralom de oriente a ocidente, separando as tribos de José que habitavam no centro de Canaã das que viviam no norte. Bete-Seã esteve ocupada pelas guarnições egípcias até ao reinado de Ramessés III (1198-1167 a.C.). Dor ainda no séc. XII se encontrava invadida por um povo marítimo chamado Thekel. Megido, durante a primeira metade daquele século, vivia sob a proteção das armas egípcias, até que foi completamente destruída. Tão-pouco expeliu Efraim aos cananeus que habitavam em Gezer (29). Passo paralelo a Js 16:10. Ficava situada essa cidade a sudoeste do território de Efraim, tendo passado para o domínio dos israelitas cerca de 950 a.C. (cfr. 1Rs 9:16). Tão-pouco Aser expeliu... Aco... nem Sidom (31). Foi somente ao longo da costa fenícia que os cananeus mantiveram a sua independência e até ao século VI a.C. Aco (N.T. Ptolemaida), embora sem condições, foi uma cidade utilizada como porto. Sidom no tempo dos juízes era mais próspera do que Tiro, sua irmã. Cfr. 19.28 e segs. Tão-pouco Naftali expeliu... Bete-Semes, nem... Bete-Anate (33). O primeiro era um santuário dedicado ao culto do deus-sol, talvez o mesmo que Cades de Naftali Dt 4:6; o segundo era dedicado ao culto de Anate, a deusa da fertilidade, que aparece nos ladrilhos de Ras-Shamra como consorte de Baal. E apertaram os amorreus aos filhos de Dã até às montanhas (34). Foi esta a causa da emigração dos danitas para o norte (cfr. cap. 18). Os amorreus ("Ocidentais" -do ponto de vista akadiano) eram invasores semitas que saíram do deserto da Arábia cerca do ano 2000 a.C. Por volta de 1750 tornaram-se senhores das cidades que iam da Síria até à Babilônia, formando aquelas a que alude o vers. 35 uma barreira entre as tribos de José e de Judá. O vers. 36 indica as fronteiras orientais desse povo, que partiam da subida de Acrabim (isto é "escorpiões") a sudeste de Judá, a sul do Mar Morto, onde se encontrava Hazazom-Tamar, cidade dos amorreus (cfr. Gn 14:7).

Dicionário

Antes

antes adv. 1. Em tempo anterior. 2. Em lugar anterior. 3. De preferência. 4. Em realidade, realmente. adj. Contado de então para trás (di-Zse de tempo): Dois anos antes.

Cananeus

Esta designação é usada em sentido restrito, e também em sentido lato. implica ou a tribo que habitava uma particular porção da terra ao ocidente do Jordão antes da conquista, ou o povo que habitava, de uma maneira geral, todo o país de Canaã. Quanto à sua significação restrita: a região baixa da parte ocidental compreendia as planícies que ficam entre a praia do Mediterrâneo e a base dos montes de Benjamim, de Judá, e de Efraim, a planície de Filístia do sul, e de Sarom entre Jafa e o Carmelo, a grande planície de Esdrelom, junto à baía de Aca, a planície da Fenícia, contendo Tiro, Sidom, e todas as outras cidades daquela nação, e finalmente, o vale do Jordão, que se estendia desde o mar de Genesaré até ao sul do mar Morto, cerca de cento e noventa quilômetros de comprimento, por treze a vinte e dois quilômetros de largura. A tribo cananéia habitava a costa desde Sidom até Gaza, e dali até à extremidade sul do mar Morto (Gn 10:18-19). os carros, que constituíam uma parte importantíssima dos seus exércitos (Js 17:16 e Jz 1:19-4.3), em nenhuma parte podiam ser conduzidos a não ser nas planícies. Eram estes terrenos planos a parte mais rica do país. Na sua significação mais ampla, o termo ‘cananeus’ incluía todos os habitantes não israelitas da terra, antes da conquista.

Efraim

-

Fértil. Segundo filho de José, nascido no Egito (Gn 41. 52). Quando foi levado à presença do patriarca Jacó com Manassés, Jacó pôs a sua mão direita sobre ele. Quis José mudar as posições dos seus dois filhos, mas Jacó recusou (Gn 48:8-20).

(Heb. “frutífero”). Embora seja o progenitor de uma das tribos de Israel, ele não era filho de Jacó, mas seu neto. José levou seus filhos Manassés e Efraim diante do patriarca, a fim de que fossem abençoados (Gn 48). Posteriormente, isso resultou na subdivisão de José em duas linhagens que compuseram as doze tribos de Israel (Gn 49:22-26; cf. Dt 33:13-17).

Na narrativa do nascimento dos filhos de José (Gn 41:50-52), o mais velho, Manassés, recebeu esse nome porque, conforme o pai disse, o Senhor fizera com que esquecesse todos os seus problemas. O filho mais novo foi chamado Efraim, porque Deus o tinha feito prosperar na terra do Egito. Mais tarde, quando apresentou seus filhos a Jacó, para a bênção, José esperava que o mais velho recebesse a bênção de filho primogênito (Gn 48:13), mas, irônica e inesperadamente, o patriarca inverteu os braços, colocou a mão direita na cabeça de Efraim e, dessa maneira, assegurou a ele os direitos da primogenitura (vv. 14,19,20).

Embora Efraim não seja mencionado especificamente na bênção de Gênesis 49, fica claro que Jacó o tinha em mente quando abençoou seu filho amado: “José é um ramo frutífero” (v. 22). “Frutífero” é um jogo de palavras com o próprio nome de Efraim, “o frutífero”. Na bênção de Deuteronômio, a ideia da frutificação é novamente destacada, embora não exista nenhuma forma da palavra, exceto o próprio nome Efraim (Dt 33:17). Essas bênçãos proféticas se cumpriram tanto no tamanho como no poderio da tribo de Efraim e também em sua localização privilegiada na região montanhosa, no centro de Canaã. Sua liderança tornou-se evidente no arranjo do acampamento de Israel na marcha do Egito para a Terra Prometida: ela liderava as três tribos que ficavam no lado oeste (Nm 2:18-24). Josué era dessa tribo (Nm 13:8) e sob seu comando ela recebeu e ocupou uma das maiores porções da terra, depois da conquista de Canaã (Js 16:5-10). O Tabernáculo foi erguido no centro religioso de Silo, cidade localizada em Efraim, onde a Arca da Aliança foi colocada no tempo de Josué (Js 18:1; Js 22:12). O próprio Josué foi sepultado no coração desse território (Js 24:30).

Depois da divisão do reino, Jeroboão colocou um de seus santuários idólatras na cidade de Betel (1Rs 12:29), em Efraim, e estabeleceu sua capital em Siquém, que, naquela época, estava no distrito administrativo dessa tribo, conforme foi definido por Salomão (v. 25). O próprio Jeroboão, na verdade, era efraimita (1Rs 11:26), e a partir dessa época o centro da vida política e religiosa do reino do Norte foi Efraim. Isso se tornou tão forte que Israel geralmente era chamado de Efraim, até o tempo de sua queda e deportação pelos assírios em 722 a.C. (cf. Is 7:8-9,17; Jr 7:15; Jr 31:9; Os 4:17; Os 5:3-5). E.M.


Efraim [Fruta em Dobro] -

1) Filho de José (Gn 41:50-52).

2) Tribo que ocupava a parte central de Canaã (Js 16:5-10).

Efraim Local para onde Jesus se retirou (Jo 11:54). É possível que se identifique com Et-Taiyebeh, localidade próxima ao deserto e situada a noroeste de Jerusalém.

Expelir

Expelir Expulsar (Sl 44:2, RC).

verbo transitivo direto e bitransitivo Assoar; soltar do peito; lançar pela boca: ela expelia o catarro.
Expulsar; colocar para fora; estar livre de: a paciente expeliu o muco; o exército expelia os inimigos para além da fronteira.
Figurado Dizer com veemência; falar de forma agressiva: expelia ofensas!
Lançar muito longe: o tanque expelia bombas.
Etimologia (origem da palavra expelir). Do latim expellere.

Gezer

Despenhadeiro. Cidade real dos cananeus, conquistada por Josué (Js 10:33 – 12,12) – no limite meridional de Efraim (Js 16:3 – 1 Cr 7,28) – dada aos coatitas, e dela foi feita uma cidade de refúgio – os seus habitantes não foram expulsos (Js 16:10 – 21.21 – Jz 1:29 – 1 Cr 6,67) – foi o limite da perseguição movida por Davi contra os filisteus (2 Sm 5.25 – 1 Cr 14,16) – tomou-a e incendiou-a o rei Faraó, que a deu a sua filha, mulher de Salomão, sendo por este reedificada (1 Rs 9.15 a 17). Hoje é conhecida pelo nome de Tell-Jezer, distante alguns quilômetros ao sul de Ramlé. Pelas investigações feitas nas suas ruínas se vê que desde o ano 2500 (a.C.) até tempos recentes foi sempre habitada. Entre as coisas achadas se mencionam esqueletos de crianças que tinham sido sacrificadas, uma fileira de grandes pedras levantadas em relação com o culto do Sol, e uma língua de ouro, que lembra o caso de Acã (Js 7:21).

Gezer Cidade FORTIFICADA 2, que ficava 29 km a oeste de Jerusalém (Js 21:21; 1Rs 9:15-17).

Habitar

verbo transitivo direto e transitivo indireto Morar; ter como residência fixa: habitava um apartamento novo; habitam em uma cidade pequena.
Figurado Permanecer; faz-ser presente: um pensamento que habitava sua mente; Deus habita na alma de quem crê.
verbo transitivo direto Povoar; providenciar moradores ou habitantes: decidiram habitar o deserto com presidiários.
Etimologia (origem da palavra habitar). Do latim habitare.

Habitar Morar (Sl 23:6; At 7:48).

Meio

numeral A metade de uma unidade: dois meios valem um inteiro.
substantivo masculino Ponto médio no espaço ou no tempo: o meio da praça.
O ambiente onde se vive: o meio influencia as pessoas.
Modo para se chegar a um fim; recurso: usou de meios desonestos.
Figurado Local onde se vive ou se exerce uma atividade: meio acadêmico.
Mais ou menos; nem muito, nem pouco: estou meio chateada hoje.
O que tende a ser possível; possibilidade: não há meio de obter isso!
Corpo ou ambiente em que se passam fenômenos especiais ou se desenvolvem microrganismos: um meio ácido.
substantivo masculino plural Bens, haveres, recursos: os fins justificam os meios.
adjetivo Que é a exata metade de um todo: meio litro; meia hora.
advérbio Pela metade, um tanto: porta meio aberta; era meio estranho.
Por meio de. Mediante, graças a:obteve o emprego por meio de fraude.
Etimologia (origem da palavra meio). Do latim medius.ii.

numeral A metade de uma unidade: dois meios valem um inteiro.
substantivo masculino Ponto médio no espaço ou no tempo: o meio da praça.
O ambiente onde se vive: o meio influencia as pessoas.
Modo para se chegar a um fim; recurso: usou de meios desonestos.
Figurado Local onde se vive ou se exerce uma atividade: meio acadêmico.
Mais ou menos; nem muito, nem pouco: estou meio chateada hoje.
O que tende a ser possível; possibilidade: não há meio de obter isso!
Corpo ou ambiente em que se passam fenômenos especiais ou se desenvolvem microrganismos: um meio ácido.
substantivo masculino plural Bens, haveres, recursos: os fins justificam os meios.
adjetivo Que é a exata metade de um todo: meio litro; meia hora.
advérbio Pela metade, um tanto: porta meio aberta; era meio estranho.
Por meio de. Mediante, graças a:obteve o emprego por meio de fraude.
Etimologia (origem da palavra meio). Do latim medius.ii.

Tampouco

advérbio Nem; também não: não gosto de laranja, tampouco de tangerina.
Muito menos: detesto música eletrônica, tampouco vou aos festivais.
Gramática Utiliza-se com o intuito de reforçar e intensificar uma negação.
Etimologia (origem da palavra tampouco). Forma contração de tão pouco.

tampouco adv. Também não.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Juízes 1: 29 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Tampouco expulsou Efraim os cananeus que habitavam em Gezer; antes os cananeus ficaram habitando no meio deles, em Gezer.
Juízes 1: 29 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

1374 a.C.
H1507
Gezer
גֶּזֶר
()
H3423
yârash
יָרַשׁ
tomar, desapropriar, tomar posse de, herdar, deserdar, ocupar, empobrecer, ser um
(is heir)
Verbo
H3427
yâshab
יָשַׁב
e morava
(and dwelled)
Verbo
H3669
Kᵉnaʻanîy
כְּנַעַנִי
descendente ou habitante de Canaã n
(of the Canaanites)
Adjetivo
H3808
lôʼ
לֹא
não
(not)
Advérbio
H669
ʼEphrayim
אֶפְרַיִם
Efraim
(Ephraim)
Substantivo
H7130
qereb
קֶרֶב
meio, entre, entranha, centro
(in herself)
Substantivo
H853
ʼêth
אֵת
-
( - )
Acusativo


גֶּזֶר


(H1507)
Gezer (gheh'-zer)

01507 גזר Gezer

o mesmo que 1506; n pr loc

Gezer = “porção”

  1. uma cidade levítica na fronteira de Efraim

יָרַשׁ


(H3423)
yârash (yaw-rash')

03423 ירש yarash ou ירשׂ yaresh

uma raiz primitiva; DITAT - 920; v

  1. tomar, desapropriar, tomar posse de, herdar, deserdar, ocupar, empobrecer, ser um herdeiro
    1. (Qal)
      1. tomar posse de
      2. herdar
      3. empobrecer, ficar pobre, ser pobre
    2. (Nifal) ser desapossado, ser empobrecido, vir a ficar pobre
    3. (Piel) devorar
    4. (Hifil)
      1. levar a possuir ou herdar
      2. levar outros a possuir ou herdar
      3. empobrecer
      4. desapossar
      5. destruir, levar a ruína, deserdar

יָשַׁב


(H3427)
yâshab (yaw-shab')

03427 ישב yashab

uma raiz primitiva; DITAT - 922; v

  1. habitar, permanecer, assentar, morar
    1. (Qal)
      1. sentar, assentar
      2. ser estabelecido
      3. permanecer, ficar
      4. habitar, ter a residência de alguém
    2. (Nifal) ser habitado
    3. (Piel) estabelecer, pôr
    4. (Hifil)
      1. levar a sentar
      2. levar a residir, estabelecer
      3. fazer habitar
      4. fazer (cidades) serem habitadas
      5. casar (dar uma habitação para)
    5. (Hofal)
      1. ser habitado
      2. fazer habitar

כְּנַעַנִי


(H3669)
Kᵉnaʻanîy (ken-ah-an-ee')

03669 כנעני K ena ̂ aniỳ

gentílico procedente de 3667; DITAT - 1002a,1002b Cananeu ou Cananéia = veja Caná “zeloso” adj

  1. descendente ou habitante de Canaã n
  2. descendente ou habitante de Canaã
  3. mercador, comerciante

לֹא


(H3808)
lôʼ (lo)

03808 לא lo’

ou לו low’ ou לה loh (Dt 3:11)

uma partícula primitiva; DITAT - 1064; adv

  1. não
    1. não (com verbo - proibição absoluta)
    2. não (com modificador - negação)
    3. nada (substantivo)
    4. sem (com particípio)
    5. antes (de tempo)

אֶפְרַיִם


(H669)
ʼEphrayim (ef-rah'-yim)

0669 אפרים ’Ephrayim

dual de 672, grego 2187 Εφραιμ; n pr m

Efraim = “duplo monte de cinzas: Eu serei duplamente frutífero”

  1. segundo filho de José, abençoado por ele e tendo preferência sobre o primogênito Manassés
  2. a tribo, Efraim
  3. o território montanhoso de Efraim
  4. algumas vezes usado para nomear o reino do norte (Oséias ou Isaías)
  5. uma cidade próxima a Baal-Hazor
  6. uma porta principal de Jerusalém

קֶרֶב


(H7130)
qereb (keh'-reb)

07130 קרב qereb

procedente de 7126; DITAT - 2066a; n. m.

  1. meio, entre, entranha, centro
    1. parte interna
      1. sentido físico
      2. como sede do pensamento e da emoção
      3. como faculdade do pensamento e da emoção
    2. no meio, entre, dentre (um grupo de pessoas)
    3. entranhas (de animais sacrificados)

אֵת


(H853)
ʼêth (ayth)

0853 את ’eth

aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

  1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo