Jardim

Dicionário Comum

Fonte: Priberam

Jardim: substantivo masculino Espaço ordinariamente fechado, onde se cultivam árvores, flores, plantas de ornato.
Figurado Terra fértil: Barbacena é o jardim de Minas.
Jardim da infância, escola onde as crianças (em geral com menos de sete anos) se ocupam com jogos educativos.
Jardim de inverno, peça junto a uma janela ou varanda, onde se podem cultivar plantas ornamentais.
Jardim da infância:
Sem Significado
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Jardim de infância:
jardim-de-infânciajardim de infância | s. m.

jar·dim·-de·-in·fân·ci·a jar·dim de in·fân·ci·a
nome masculino

Estabelecimento de ensino destinado a crianças até aos 6 anos de idade. = INFANTÁRIO, JARDIM-ESCOLA, JARDIM-INFANTIL

Plural: jardins-de-infância.

• Grafia no Brasil: jardim de infância.

Jardim-escola:
jardim-escola | s. m.

jar·dim·-es·co·la |ó| |ó|
nome masculino

O mesmo que jardim-de-infância.

Plural: jardins-escola ou jardins-escolas.

Jardim-infantil:
jardim-infantil | s. m.

jar·dim·-in·fan·til
nome masculino

O mesmo que jardim-de-infância.

Plural: jardins-infantis.

Dicionário Bíblico

Fonte: Dicionário Adventista

Jardim: os jardins dos hebreus destinavam-se principalmente a árvores de fruto e de sombra, e a plantas e ervas aromáticas (1 Rs 21.2 – Ct 4:12-16). A Bíblia também se refere a jardim de rosas e de oliveiras. Em virtude do excessivo calor na estação de estio era indispensável um abastecimento de água, proveniente das fontes, ou de um poço, ou de corrente de águas que atravessasse o jardim (Gn 2:10 – 13.10 – Pv 21:1Ec 2:5-6is 58:11). Um jardim regado, e um jardim sem água são símbolos de bênção ou de maldição. os jardins eram utilizados para sepulturas (Jo 19:41), sendo também lugares de culto e de retiro religioso (is 1:29 – 65.3). Plantavam-se vegetais para alimentação, em algum sitio produtivo do jardim. Estacionavam ali vigias para guardar os frutos (27:18Jr 4:16-17) – mas não lhes era permitido impedir alguém de tomar do campo o que fosse bastante para a sua alimentação naquele mesmo sítio (Dt 23:24). No Jardim de Getsêmani, nas rampas do monte olivete, há oito oliveiras muito antigas, que marcam o lugar onde, segundo a tradição, se passou a agonia de Jesus.

Dicionário Etimológico

Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus

Jardim: A palavra jardim pressupõe em sua etimologia, algo fechado, pois terá origem no radical garth, proveniente das línguas nórdicas e saxônicas, que significa "cintura ou cerca". Pode ser derivado também da palavra francesa jardin, que tem o significado de "terreno cercado em que se cultivam flores, ou árvores frutíferas ou legumes, hortaliças e vegetais comestíveis".

Quem é quem na Bíblia?

Autor: Paul Gardner

Jardim do éden e a criação:

Que tipo de pessoas nós somos e em que mundo vivemos? Essas são perguntas extremamente importantes, as quais têm as respostas em Gênesis 1:3. Empreguemos uma ilustração absurda: usamos produtos anticongelantes no motor do carro, mas não o utilizamos em um bebê, embora este também precise de proteção contra o frio. Por quê? Porque são diferentes e requerem tratamentos diferenciados. Em outras palavras, cada coisa precisa ser “definida” segundo sua natureza individual. Se tratamos de um bebê como se fosse um automóvel, vamos matá-lo; se cuidamos de um carro como se fosse um ser humano, ele nunca vai andar. Assim, a pergunta “O que é o homem?” de maneira alguma é irrelevante. Precisamos chegar a uma definição correta de nós mesmos, se queremos descobrir como devemos viver e nos desenvolver adequadamente.

A mesma questão aplica-se também ao mundo. Vemos regiões arruinadas por refugos industriais, com paisagens devastadas e rios poluídos; temos notícias de florestas que são derrubadas desordenadamente, atitude esta que causará a esterilidade do solo e mudanças climáticas; ouvimos sobre buracos na camada de ozônio na atmosfera — tudo porque os precursores da revolução industrial e seus sucessores gananciosos e ávidos por lucros “definiram” o meio ambiente como uma presa que podia ser explorada à vontade. E, conforme veremos, há também uma dimensão adicional (a qual chamaremos de “vitalidade moral”) na definição plena do nosso mundo. A questão, porém, é clara: sem uma definição correta, não podemos alcançar a realização pessoal ou a prosperidade ambiental.

Não queremos dizer que outras questões de Gênesis 1:3 não sejam importantes, mas como o primeiro capítulo da Bíblia relaciona-se com a cosmogonia e a teoria da evolução? O fato de que os relatos de Gênesis 1:3 existem primariamente para responder a outras questões não quer dizer que nada tenham a falar sobre esses assuntos. Eis aqui outra ilustração: suponha que um terremoto ocorrido em 2020 d.C. tenha reduzido Londres a escombros e feito o rio Tâmisa correr para o mar 50 quilômetros ao sul, na cidade de Brighton, em vez de seguir seu curso normal para o leste. No ano de 5020 um arqueólogo descobre um documento que mostra estatísticas sobre a mortalidade infantil na antiga capital da Inglaterra e proporciona tabelas comparativas no sentido norte—sul do curso do rio. Assim, tal descoberta responde primariamente a uma questão sociológica, mas incidentalmente responde também à pergunta: “Qual era o sentido do curso do rio Tâmisa?”. É isso que acontece com Gênesis 1:3. Embora questões sobre a origem do Universo, da evolução etc. não sejam seu objetivo primário, o texto tem revelação divina para oferecer também sobre essas questões, e tomaremos nota delas.

O registro da criação

É muito comum alguém considerar Gênesis 1:1-23 e 2:4-25 como relatos separados da criação de Deus — diferentes no estilo literário e contraditórios na ordem dos eventos que registram: Gênesis 1, por exemplo, coloca a criação do homem em último lugar e Gênesis 2, em primeiro. Essa visão dos dois textos origina-se literalmente do menosprezo pela declaração que serve de elo de ligação, em Gênesis 2:4: “Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados”. Esta fórmula ocorre dez vezes em Gênesis (6:9; 11:10-27; 25:19; etc.) e sempre com o mesmo significado. O vocábulo “origem” (ou geração) é um termo que designa “nascimento”, ou seja, uma coisa que emerge de outra — os descendentes são originários de um ancestral e a história se origina de um certo início. Assim acontece aqui. Uma “situação” foi estabelecida em Gênesis 1:1-2:3 e estamos prestes a ser informados (Gn 2:4ss) sobre o que “emergiu” disso, ou seja, o que aquela situação gerou. Isso explica a diferença de estilo literário dos dois textos e também por que, à primeira vista, eles parecem diferentes também em outros aspectos. Gênesis 1:1-2:3 é uma declaração centralizada em Deus, sobre a obra divina da criação como procedente de sua vontade (Gn 1:9-11,14,20,24,26), a fim de determinar seu desígnio (vv. 7,9,11,15,24) e estabelecer seus valores (vv. 10,12,21,25,31). Por outro lado, Gênesis 2:4-25 é um relato centralizado no homem. É claro que Deus ainda está acima de tudo e a entrada do ser humano em cena não diminuiu sua soberania. Agora, porém, pela vontade do Senhor, o homem tem o domínio, trabalha sobre a Terra, concede os nomes aos animais e estabelece seu lar: um mundo para ele, ao qual Deus vem como se atendesse a um chamado (Gn 3:8). Gênesis 1Cria o teatro, prepara o palco e reúne o elenco; Gênesis 2 é o Ato I, Cena 1; Gênesis 1 é uma declaração; Gênesis 2 é uma história; Gênesis 1 conta como o homem surgiu; Gênesis 2 registra a história da vida.

Deus, o Criador


O verbo “criar” Gênesis 1:1 não diz como “os céus e a terra” vieram à existência. Somente divulga que Deus é anterior ao Universo e este existe por seu ato de criação. Diferentemente de outras literaturas que usam “criar” como a capacidade do homem, bem como de Deus, de fazer coisas, o Antigo Testamento faz do “criar” uma atividade exclusivamente divina. O verbo é usado para designar coisas que por sua grandeza ou novidade (ou ambos) só são explicadas como um ato de Deus. Em Gênesis 1:1-2:3, o princípio de todas as coisas representava tal ato e mostra que no hebraico “criar” inclui a ideia da criação ex nihilo (a partir do nada), pois o primeiro “passo” na criação foi trazer à existência o substrato físico, ou a “matéria” do Universo (Gn 1:1). Não havia nenhuma substância preexistente; ela foi chamada à existência por Deus. O verbo “criar” surge na próxima vez naquele momento significativo quando a vida animal, orgânica, apareceu pela primeira vez (Gn 1:20-22); ele então se apresenta numa ocorrência tripla no auge da criação, quando no homem a vida orgânica surge “à imagem de Deus”. Finalmente, o verbo é usado retrospectivamente em Gênesis 2:3.


Criar e fazer O estado inicial das coisas era “sem forma e vazio”. Isso quer dizer (cf. Jr 4:23-26) que não havia nenhuma evidência de estabilidade, vida, ordem nem nenhuma indicação de que essas coisas estavam potencialmente lá. Desta maneira, Gênesis 1 pinta o Criador como um escultor que, ao pegar um bloco de pedra sem forma e sem nenhum significado, começou a dar-lhe forma, beleza, significado e vitalidade, de maneira que o que começou “sem forma e vazio” (Gn 1:1) terminou iluminado (vv. 3-5), organizado e fértil (vv. 6-13), com um movimento regular (vv. 1419), com vida abundante (vv. 20-25), coroado com a presença do homem (vv. 26-30), “muito bom” (v. 31) e completo (Gn 2:1).


Somente um Deus O pequeno detalhe de que os arbustos (Gn 1:12) “eram plantas produtoras de sementes” e que os frutos “tinham sementes neles” é parte do testemunho de Gênesis 1 de que todas as coisas podem ser traçadas de volta até o único Criador. Na religião de Canaã, Baal era o deus da fertilidade. Nenhuma árvore daria fruto ou reproduziria — nem nenhum animal ou pessoa — a não ser que Baal se dignasse a conceder-lhe essa graça. De fato, em todo o mundo antigo havia uma divindade para cada aspecto da vida. A resposta bíblica é bem diferente: as árvores são frutíferas porque no princípio o único Deus verdadeiro as fez assim. As genealogias também têm esse aspecto como parte de sua função (Gn 5:10 etc.): toda a humanidade é traçada até o ato inicial do Criador: não um deus para cada tribo, que gera seus “filhos” por meio de procedimentos quase-sexuais, mas um único Deus, que criou o primeiro casal com uma capacidade inerente de se reproduzir (Gn 1:26-28). O mais notável de tudo é que Gênesis 1 registra o combate pré-criação que ocorreu entre o Criador e a oposição das “forças espirituais” do caos. Esse era o tema principal da cosmogonia babilônica, onde Marduque não teve liberdade para criar até que venceu Tiamat, o monstro das profundezas. Em Gênesis existe apenas um único Deus, o qual faz o que lhe agrada e tem prazer naquilo que faz.


Um obra perfeita A obra da criação de Deus levou seis dias de atividade e foi coroada com um sétimo dia de descanso satisfeito. Que período pode ser entendido no termo “dia”? Não precisamos dizer que, se o Criador decidiu assim, toda a criação teria sido feita em um período de 24 horas e na ordem prescrita em Gênesis. Nesse sentido, os antigos escritores estavam certos quando diziam que a Bíblia espera o final dos processos científicos de pesquisa para então alcançá-los. Esse ponto de vista serviria bem à simplicidade, mas o uso do termo “bíblico” é fluido demais. O vocábulo “dia” é usado no sentido do período da luz diária (Dt 9:18), no período de 24 horas (Nm 20:29), um período indefinido de tempo (Sl 20:1) e um período marcado por alguma atividade significativa (Sl 11:0-5) — sendo que é neste último sentido que Gênesis 2:4 (literalmente, “no dia em que o Senhor fez...”) descreve todo o processo da criação, a partir de um determinado “dia”. Se, porém, o tempo/significado de “dias” é aberto, sua seqüência e o equilíbrio delicado pelo qual a obra do Criador é completa e perfeita são plenos — uma plenitude encontrada também na narrativa básica em Gênesis 2:4-25.


Gênesis 1:1-2:3
A obra da Criação

Gênesis 2:4-25
A vida

Mundo
Físico

(1)
Luz

(2)
Águas

(3)
Terra Vegetação

Situação
Terra não cultivada

Provisão
Adão, o agricultor

Lei:
A Lei do Jardim

vv. 3-5

vv. 6-8

vv. 9-13

vv. 4-6

vv. 7-15

vv. 16,17

Mundo Animal

(4)
Luzes

(5)
Peixes

(6)
Animais Homem

Somente o homem

Mulher

A lei do casamento

vv. 14-19

vv. 20-23

vv. 24-31

v. 18

vv. 19-23

vv. 24,25

O homem como criatura

Nessa criação perfeita e bem ordenada, o homem tanto é sua coroa como a criatura por excelência. Somente o ser humano recebe a referência tripla “criou... criou... criou” (Gn 1:27). O verbo usado exclusivamente por Deus refere-se unicamente ao homem; a medida dessa exclusividade é que “Deus criou o homem à sua própria imagem”, uma ideia que não é definida em nenhum lugar no relato de Gênesis, mas que proporciona amplas pistas. Essa ideia indica principalmente que não encontraremos a “imagem de Deus” em alguma característica particular, mas na totalidade da natureza humana.

Primeiro, as palavras “imagem” (1Sm 6:5) e “semelhança” (2Rs 16:10) referem-se à forma exterior ou à aparência e apontam em primeira instância para a forma física com a qual Deus criou o homem. A Bíblia, é claro, insiste em que Deus é Espírito e invisível em sua essência. De qualquer modo, igualmente insistente é a ideia que, quando Ele assim decide, pode cobrir-se de visibilidade. Moisés viu “a semelhança do Senhor” (Nm 12:8; cf. Dt 4:12). Foi com essa “semelhança” que Deus criou o homem, a forma externa e visível apropriada para a natureza divina.

Segundo, a imagem de Deus no homem é matrimonial. A criação da mulher (Gn 2:21-23), do ponto de vista de Adão, representou a perda da plenitude. O Senhor tirou algo do homem para depois entregar-lhe de volta na figura da mulher. Assim, no casamento, o homem recupera sua plenitude e a mulher volta para seu lugar original. Gênesis 5:1-2 associa essa unidade-em-diversidade com a imagem de Deus: existe diversidade, a criação distinta do homem e da mulher, mas há também a unidade (literalmente, “chamou o nome deles homem”) — e, neste aspecto, segundo Gênesis, está a imagem de Deus.

Terceiro, homem e mulher juntos recebem o domínio. Os imperativos em Gênesis 1:28 estão no plural e referem-se ao casal recém-criado. Assim como deviam “crescer e multiplicar-se” juntos, da mesma maneira precisavam “sujeitar e dominar” a Terra também juntos. Sabemos que os antigos reis colocavam suas imagens em todos os lugares que dominavam. A realidade, entretanto, excede a ilustração, pois uma estátua pode apenas registrar a alegação da soberania em favor de alguém, enquanto o homem e a mulher são a “imagem viva” de Deus, que não somente registra sua declaração de soberania, mas exerce o domínio em seu favor.

Quarto, é somente ao homem e à mulher que o Criador se dirige pessoalmente. Em Gênesis 1:22, Ele pronuncia sua bênção sobre a criação animal: “Os abençoou, dizendo...”; no versículo 28, entretanto, “Os abençoou e lhes disse...”. Os seres humanos são ouvintes conscientes da Palavra de Deus, com uma dimensão espiritual de sua natureza, por meio da qual podem ouvir quando o Senhor fala.

Isso nos leva ao quinto aspecto da imagem de Deus em nós, ou seja, o fator moral. Em toda a criação, apenas o homem vive conscientemente sob as leis de Deus. O diagrama que apresentamos acima deixa claro: a obra da criação tratou com as esferas física e animal e com a história primitiva da vida humana sobre a Terra, a fim de estabelecer o homem dentro de cada um dos departamentos naquele que agora é o seu meio ambiente (Gn 2:4-17, 18-25); em cada departamento (o Éden e seu lar), Deus impõe ao homem sua lei de vida. Adão não compartilha da existência instintiva dos animais; o homem vive numa situação em que pode dizer sim/não, uma vida de escolhas morais conscientes, o reconhecimento ou a rejeição da Palavra de Deus.

Finalmente, Gênesis revela o homem como possuidor da racionalidade, pois tem condições de pensar a respeito do mundo ao seu redor. Em Gênesis 2:18, Deus nota a solidão de Adão e trata de prepará-lo para a providência que seria tomada. Primeiro, é permitido que ele exercite seus poderes de avaliação sobre os animais que estão diante dele; ele é capaz de formar os pares, segundo as espécies, e dar nomes apropriados ao que vê. Dessa maneira, não somente exercita seu senhorio sobre os animais; também demonstra seu poder de definir, estabelecer categorias e descrever, uma tarefa verdadeiramente científica. No final, também percebe sua própria solidão, pois “para o homem não se achava adjutora que lhe correspondesse” (Gn 2:20). Posteriormente, contudo, ele desperta do sono, para encontrar a que é “seu par perfeito” (o sentido central da expressão “adjutora que correspondesse”), e ele, que é “Ish”, a chama de “Isha”, sua igual e exata equivalente feminina. Tanto a mente como as emoções são envolvidas na glória daquele momento, em que o homem reconhece que não estava mais sozinho.

A experiência no Éden

A criação do homem à imagem do Criador, com todas as suas características distintas, de modo algum comprometeu a soberania de Deus. O Todo-poderoso, que em Gênesis 1 “falou, e tudo se fez” (Sl 33:6-9), continua sua obra em Gênesis 2, ao organizar o mundo, criar a Terra, formar Adão, planejar o Jardim do Éden, dirigir o trabalho do homem, perceber a solidão dele, providenciar-lhe uma esposa, estabelecer suas leis. Deus continua o mesmo Deus.


Onde? A pergunta sobre a localização do Jardim do Éden é razoável; mas, de acordo com as evidências apresentadas em Gênesis, é impossível de ser respondida. Fica claro, pelas informações topográficas e geológicas de Gênesis 2:10-14, que a intenção era demonstrar um lugar específico; entretanto, para poder usar tais informações, precisamos estar certos quanto à identificação dos nomes e também supor que os rios, embora possam ser identificados, ainda correm na mesma direção e no mesmo leito, como antes do Dilúvio. Devemos evitar a especulação inútil e considerar os fatos que a história confirma.


Benevolência, abundância e obediência Em Gênesis 1, Deus é soberano na obra da criação; no cap 3 (a despeito da grande rebelião), Ele continua soberano, mas mediante a manifestação do juízo; no cap 2:4-25, Ele é soberano na benevolência, pois proporciona um meio ambiente perfeito (vv. 4-9), liberdade e abundância (vv. 15-17), companheirismo, amor e casamento (vv. 18-25) para o seu querido vice-regente da Terra. Esse é o tema da história: uma abundância exuberante, que estabelece provisão para todas as necessidades da vida — e tudo pode ser experimentado mediante a única condição de um mínimo de obediência. A história proporciona um bom exemplo de como a Bíblia relaciona amor e lei em uma mão e obediência e bênção na outra. Primeiro, o amor de Deus apresenta a lei do Senhor. Do ponto de vista divino, a lei não é uma imposição desagradável, mas a chave que abre a porta da plenitude da vida. Segundo, do ponto de vista humano, a lei não é uma escada para se subir, a fim de alcançar o favor de Deus, mas a forma de vida que é dada a alguém que já alcançou o favor divino. Não é uma restrição cruel da liberdade e plenitude, mas a condição mediante a qual elas são experimentadas. Posteriormente, no relato bíblico, depois que o pecado redesenhou o mapa do relacionamento entre Deus e o homem, o papel fundamental permanece o mesmo: o Senhor dá sua lei (Ex 20), não para que as pessoas possam subir a escada do comportamento adequado até o livro da vida, mas porque Ele já as redimiu (Ex 6:6), trouxe-as para si (Ex 19:4-6), libertou-as do cativeiro (Ex 20:2) e deseja que se alegrem com a vida, liberdade e abundância (Dt 6:1-3).

As traduções mais antigas da Bíblia captaram o espírito generoso da história: “De toda árvore do jardim comerás livremente” (Gn 2:16). A bandeira que tremulava sobre aquele lugar tão agradável trazia a expressão “Liberdade e Abundância”. Depois da criação de Eva, foi acrescentada a frase “Realização e Amor”. E o custo era mínimo, pois toda a lei de Deus resumia-se em um único preceito negativo e um positivo: manter-se afastado da árvore do conhecimento do bem e do mal e “unir-se à sua esposa” (Gn 2:16-17, 24,25). O desafio diante de Adão e Eva era transformar inocência em santidade, por meio da escolha moral. Não sabemos o que aconteceria se tivessem permanecido obedientes, e seria muita ousadia fazer algo mais do que simplesmente questionar. Quando eles começaram a vida no Éden, o Senhor revelou-lhes tudo o que precisavam saber inicialmente. Se tivessem passado pela primeira prova, imposta pela árvore do conhecimento, será que encarariam mais revelações da vontade de Deus, com provas adicionais? E qual seria o objetivo final? Certamente, serem semelhantes ao Senhor, coparticipantes da natureza divina! Embora seja difícil ver nesse tempo primitivo o tratamento que Deus dispensou a essa questão mais tarde, essa é a verdade fundamental, pois escolha moral ainda é o cerne do progresso espiritual (At 5:32), a revelação divina ainda é o meio de seguir adiante (2Tm 3:16-17), e o objetivo é que sejamos “participantes da sua santidade” (Hb 12:10). Se Adão e Eva tivessem permanecido no caminho, teriam encarado a vida do ponto de vista de uma experiência crescente do bem, com o mal conhecido apenas por meio do contraste e como um agente externo. Ao tomar do fruto do conhecimento, o primeiro casal buscou a sabedoria sem revelação divina e mudou sua própria natureza no caminho inverso: a partir daquele momento, homem e mulher conheceriam progressivamente o mal por meio da experiência pessoal e o bem só seria conhecido pelo contraste, como um agente externo.

O Jardim perdido

A serpente A escolha em si mesma deveria ocasionar prontamente a resposta desdenhosa “de maneira nenhuma”, pois era uma decisão entre a vida e a morte: de um lado a alegre liberdade da árvore da vida; do outro, a mortal árvore do conhecimento do bem e do mal! E quanto à forma pela qual a tentação se apresentou? Uma cobra falante! — não apenas algo absurdo, que teria causado gargalhadas, em vez de credulidade, mas para Adão, que recentemente exercera seu senhorio sobre as feras (Gn 2:19-20), certamente uma subversão extremamente óbvia da ordem estabelecida! Uma indicação clara do cuidado divino é que todos os fatores apontavam para a recusa. O pecado ainda não residia na natureza humana; por isso, não havia meio pelo qual a tentação atingisse a humanidade internamente. Precisava ser uma voz externa e a Bíblia diz que foi isso o que aconteceu.

O tentador abordou a mulher com uma dúvida e uma negação: dúvida se realmente a palavra de Deus queria dizer o que fora dito (Gn 3:1) e a negação de que o castigo seria estabelecido (v. 4). Por adotar esse curso de ação, entretanto, a serpente encontrou uma porta já aberta. Adão e Eva já haviam corrompido a palavra de Deus — não pela subtração, mas pela adição. O Senhor disse: “dela não comerás” (Gn 2:17); eles acrescentaram: “nem nele tocareis” e deram a uma palavra humana a condição de mandamento divino (Gn 3:3). Estariam muito mais seguros se tivessem exercitado a obediência a uma simples palavra e parassem por aí!

Escolha e consequências A simples palavra proibitiva era toda a lei de Deus. Não havia outros mandamentos ou exigências; isso foi tudo o que o Senhor determinou. Quando, porém, Eva olhou para a árvore, suas emoções se voltaram para o desejo do que Deus proibira (“boa para se comer, e agradável aos olhos”, Gn 3:6a); sua mente se opôs à do Senhor, pois Ele revelara que, embora o nome da árvore apontasse para o conhecimento, seu efeito seria morte. Eva, entretanto, avaliou a situação dentro de sua própria lógica — afinal, se a árvore era do conhecimento, que mais faria além de proporcionar entendimento? (v.6b); sua vontade desobedeceu: “tomou do fruto, e comeu” (v.6c). Assim, a natureza humana — emoções, mente e vontade — quebrou a lei de Deus.

Consequências terríveis se seguiram:

Primeiro, a sociedade foi fragmentada: o casal vivia anteriormente numa agradável abertura um para com o outro (Gn 2:25), mas agora os dois descobriram que o principal produto do pecado é o individualismo patológico e cheio de segredos, que fez com que se escondessem um do outro (Gn 3:7).

Segundo, a boa consciência foi perdida e junto com ela a antiga e fácil comunhão com Deus (vv. 7-10). De fato, as coisas eram muito mais sérias do que o casal pensara; por um tempo se manteriam alegremente escondidos no Éden (v. 8); mas Deus percebe o perigo do homem pecador tornar-se imortal (v. 22). Eles não podem mais ficar no Jardim (v. 23), nem jamais podem encontrar o caminho de volta (v. 24).

Terceiro, o casamento foi corrompido. O homem, que estava feliz por unir-se à sua mulher (Gn 2:24), prontamente a abandonou (Gn 3:12) e dali em diante só a aceitaria mediante o domínio dele (Gn 3:16) — uma triste degeneração da alegre unidade de Gênesis 2:23. Essa ruína do casamento é sinalizada por uma mudança do nome da mulher (Gn 3:20). Ela não é mais “isha”, o título pessoal da parceira que representa o “par perfeito” (Gn 2:23, veja anteriormente), mas Eva, “a mãe de todos os viventes”, uma funcionária, uma “máquina de gerar filhos”!

Quarto, a base econômica da vida estava destruída: a abundância do Jardim do Éden deu lugar a uma sobrevivência alcançada a duras penas (Gn 3:17-18), com um solo hostil e relutante na provisão do sustento. Esta é a vitalidade moral do meio ambiente: o próprio mundo ao redor é inimigo do pecador e o homem no pecado jamais encontra facilidade econômica.

Surpreendidos pela misericórdia A voz da lei disse: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:17), mas, surpreendentemente, quando o Senhor chega, não somente impõe soberanamente sua maldição, mas, da mesma forma, fala ao casal digno de morte sobre a continuação da vida (Gn 3:15) e cobre sua condição pecaminosa, ao providenciar-lhes uma cobertura adequada (Gn 3:21; cf. v. 7). Não sabemos (infelizmente) o que o Senhor disse, quando sacrificou os animais e vestiu os pecadores. Teria explicado que o salário do pecado era a morte e que ela seria executada sobre uma figura inocente, em lugar do culpado? Será que entrou em detalhes sobre a semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3:15)? No contexto, isso só pode ser o que chamamos de promessa messiânica, pois os termos da história da queda exigem que entendamos isso: a ferida mortal eliminará a usurpação da serpente e trará o Éden de volta. A semente da mulher será o segundo Adão. Veja Adão e Eva.

J.A.M.


Pequeno Abc do Pensamento Judaico

Eden: Hebr. "GAN EDEN" - Jardim das delícias ou paraíso. A Bíblia chama assim o lugar onde viviam Adão e Eva. A literatura judaica supõe a existência de um "eden" celestial e um terrestre. Maimômides considera a descrição bíblica do Eden como puramente alegórica.
Paraíso: Palavra de origem persa, que significa: parque real, jardim. Nos livros posteriores, na Bíblia, encontramos três vezes com o sentido de jardim (Cant. 4,13) e de parque (Ecl. 2,5; Neh, 2,8). Na literatura apocalíptica e no Talmude se usa como jardim de Deus o sinônimo de "Eden". O paraíso não recebe grande ênfase na visão judaica.

Strongs


ἡδύοσμον
(G2238)
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hēdýosmon (hay-doo'-os-mon)

2238 ηδυοσμον heduosmon

do composto do mesmo que 2234 e 3744; n n

  1. cheiro doce, hortelã de jardim
    1. um tipo de pequena erva odorífera usada pelos judeus para espalhar sobre as eiras de suas casas e sinagogas

κῆπος
(G2779)
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kēpos (kay'-pos)

2779 κηπος kepos

de afinidade incerta; n m

  1. jardim

κηπουρός
(G2780)
Ver ocorrências
kēpourós (kay-poo-ros')

2780 κηπουρος kepouros

de 2779 e ouros (guardião); n m

  1. aquele que cuida de um jardim, jardineiro

Μάλχος
(G3124)
Ver ocorrências
Málchos (mal'-khos)

3124 Μαλχος Malchos

de origem hebraica 4429 מלכוס; n pr m

Malco = “rei ou reino”

  1. nome do servo do sumo sacerdote de quem Pedro cortou a orelha direita por ocasião da prisão de Cristo no jardim

παράδεισος
(G3857)
Ver ocorrências
parádeisos (par-ad'-i-sos)

3857 παραδεισος paradeisos

de origem oriental cf 6508; TDNT - 5:765,777; n m

  1. entre os persas, um grande cercado ou reserva, região de caça, parque, sombreado e bem irrigado, no qual os animais silvestres eram mantidos para a caça; era fechado por muros e guarnecido com torres para os caçadores
  2. jardim, parque de recreação
    1. bosque, parque
  3. parte do Hades que os judeus tardios pensavam ser a habitação das almas dos piedosos até a ressurreição: alguns entendiam ser este o paraíso celeste
  4. as regiões superiores dos céus. De acordo com os pais da igreja primitiva, o paraíso no qual nossos primeiros pais habitaram antes da queda ainda existe, não sobre a terra ou nos céus, mas acima e além do mundo
  5. céu, paraíso

πρασιά
(G4237)
Ver ocorrências
prasiá (pras-ee-ah')

4237 πρασια prasia

talvez de prason (alho-porro, e um pedaço de cebola); n f

lote de terra, canteiro de jardim

idioma hebraico, i.e., reclinavam-se em fileiras ou divisões, de modo que várias fileiras eram formadas, como se fossem grupos separados


גִּיחֹון
(H1521)
Ver ocorrências
Gîychôwn (ghee-khone')

01521 גיחון Giychown ou (forma contrata) גחון Gichown

procedente de 1518; DITAT - 345a; n pr m Giom = “irrompendo”

  1. um dos quatro rios do Jardim do Éden
  2. uma fonte próxima a Jerusalém onde se deu a unção e a proclamação de Salomão como rei

גַּן
(H1588)
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gan (gan)

01588 גן gan

procedente de 1598; DITAT - 367a n m/f

  1. jardim, área cercada
    1. jardim cercado
      1. (fig. de uma noiva)
    2. jardim (de plantas) n pr loc
    3. Jardim do Éden

גַּנָּה
(H1593)
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gannâh (gan-naw')

01593 גנה gannah

procedente de 1588; DITAT - 367b; n f

  1. jardim, pomar

גִּנָּה
(H1594)
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ginnâh (ghin-naw')

01594 גנה ginnah

outra forma para 1593; DITAT - 367b; n f

  1. jardim

יָרָק
(H3419)
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yârâq (yaw-rawk')

03419 ירק yaraq

procedente da mesma raiz que 3418; DITAT - 918b; n m

  1. ervas, verduras, vegetais, folhagens de jardim

עֻזָּא
(H5798)
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ʻUzzâʼ (ooz-zaw')

05798 עזא ̀Uzza’ ou עזה ̀Uzzah

fem de 5797;

Uzá = “força” n pr m

  1. um homem morto por Javé por tocar na arca sagrada
  2. um benjamita dos filhos de Eúde
  3. antepassado de uma família de servidores do templo que retornaram do exílio com Zorobabel
  4. um levita merarita n pr loc
  5. o jardim onde os reis Manassés e Amom, de Judá, foram enterrados

עֵין גַּנִּים
(H5873)
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ʻÊyn Gannîym (ane gan-neem')

05873 עין גנים Èyn Ganniym

procedente de 5869 e o pl de 1588; n pr loc En-Ganim = “fonte do jardim”

  1. uma cidade nas terras baixas de Judá
  2. uma cidade na fronteira de Issacar e designada aos levitas gersonitas

עֲרוּגָה
(H6170)
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ʻărûwgâh (ar-oo-gaw')

06170 ערוגה ̀aruwgah ou ערגה ̀arugah

part. pass. de 6165; DITAT - 1691a; n. f.

  1. jardim, canteiro

פִּישֹׁון
(H6376)
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Pîyshôwn (pee-shone')

06376 פישון Piyshown

procedente de 6335; n. pr. Pisom = “aumento”

  1. um dos quatro rios empregados para descrever a localização do jardim do Éden

פַּרְדֵּס
(H6508)
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pardêç (par-dace')

06508 פרדס pardec

de origem estrangeira, grego 3857 παραδεισος; DITAT - 1808; n. m.

  1. parque, reserva, jardim fechado, bosque