Enciclopédia de I Reis 12:1-1
Índice
- Perícope
- Referências Cruzadas
- Mapas Históricos
- OS REIS DE JUDÁ
- HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA
- CIDADES DO MUNDO BÍBLICO
- PALESTINA - DISTRITOS GEOPOLÍTICOS
- Livros
- Locais
- Comentários Bíblicos
- Beacon
- Champlin
- Genebra
- Matthew Henry
- Wesley
- Wiersbe
- Russell Shedd
- NVI F. F. Bruce
- Moody
- Francis Davidson
- Dicionário
- Strongs
Perícope
1rs 12: 1
Versão | Versículo |
---|---|
ARA | Foi Roboão a Siquém, porque todo o Israel se reuniu lá, para o fazer rei. |
ARC | E FOI Roboão para Siquém; porque todo o Israel veio a Siquém, para o fazerem rei. |
TB | Foi Roboão a Siquém, pois todo o Israel lá se congregara para o fazer rei. |
HSB | וַיֵּ֥לֶךְ רְחַבְעָ֖ם שְׁכֶ֑ם כִּ֥י שְׁכֶ֛ם בָּ֥א כָל־ יִשְׂרָאֵ֖ל לְהַמְלִ֥יךְ אֹתֽוֹ׃ |
LTT | |
BJ2 | Roboão foi para Siquém, pois foi lá que todo o Israel se tinha congregado para proclamá-lo rei. ( |
VULG |
As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de I Reis 12:1
Referências Cruzadas
Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Mapas Históricos
OS REIS DE JUDÁ
SISAQUE ATACA ROBOÃO
Roboão (930-913 a.C.) estava no trono há apenas cinco anos (em 926 a.C.) quando teve de enfrentar a grande invasão de Sisaque, rei do Egito. Sisaque levou embora alguns dos tesouros do templo e do palacio real, inclusive os escudos de ouro feitos por Salomão. O rei do Egito deve ser identificado com Shosheng (945-924 a.C.), o fundador da vigésima segunda dinastia.
Sisaque I deixou no templo de Amun, Karnak, um relevo com uma cena triunfal que traz o nome de várias cidades da Palestina permite fazer uma reconstrução detalhada de sua campanha. Uma estela quebrada com as cártulas distintivas de Shosheng 1 to1 encontrada em Megido.
ZERÁ ATACA ASA
Asa (910 869 a.C.), neto de Roboão, derrotou um exército invasor numeroso liderado por Zerá, o etiope (ou cuxita), no vale de Zefatà, próximo a Maressa.? Etiópia (ou Cuxe) era uma região que ia do sul de Assuâ no Egito até Cartum no Sudão. Zerá não ceve ser identificado com o rei contemporâneo do Egito, Osorkon I (924 889 a.C.), pois os nomes não podem ser equivalentes. Convém observar que o livro de Crônicas não chama Zerá de "rei" e, portanto, talvez ele fosse um comandante de Osorkon I. Uma vez que o rei já era idoso na época da campanha, pode ter preferido enviar um general para liderar expedição à Palestina.
A LINHAGEM DE DAVI É AMEAÇADA POR ATALIA
Apesar do Senhor ter prometido a Davi que sua linhagem seria estabelecida para sempre, houve um momento em que ela quase foi extinta. Jeorão (848-841 a.C.), rei de Judá, se casou com Atalia, filha do perverso rei Acabe (873-853 a.C.). Quando Jeú, o rei de Israel, matou Acazias, o filho de Jeorão, Atalia tomou o trono de Judá e se manteve no poder por seis anos (841-835 a.C.). Atalia exterminou todos da família real, exceto um filho de Acazias chamado Joás que ainda era bebè e ficou escondido no templo, sem conhecimento da rainha, durante os seis anos de seu reinado. O sumo sacerdote loiada liderou um golpe bem-sucedido contra a rainha Atalia e o menino Joás foi coroado em seu lugar.
UZIAS
Diz-se que Uzias (também chamado de Azarias) reinou 52 anos sobre Judá. Há evidências claras de que esse período incluiu uma co-regência com seu pai, Amazias, de 792 a.C.até a morte de Amazias em 767 .C. Semelhantemente, Jotão, filho de Uzias, foi regente com ele até a morte de Uzias em 740 a.C. De acordo com o registro bíblico, Uzis reconstruiu Elate, no golfo de Ácaba, derrotou os filisteus e árabes, construiu torres no deserto, cavou cisternas, aumentou o potencial agrícola da terra e desenvolveu máquinas para atirar flechas e pedras grandes. Não se sabe ao certo se tais máquinas eram catapultas (que, de acordo com o escritor grego Diodoro Sículo," foram inventadas apenas em 399 .C.) ou se eram construções especiais sobre os muros e torres que permitiam aos defensores atirar pedras na cabeça dos soldados atacantes. O retrato positivo de Uzias apresentado pelos livros de Reis e Crônicas é contrabalançado com a revelação de que, depois de oferecer incenso sem autorização no templo do Senhor, Uzias foi acometido de uma doença de pele grave, traduzida de forma tradicional, porém anacrônica, como "lepra". Uzias se mudou para uma casa afastada e permaneceu excluído do templo até o final de sua vida. Entrementes, seu filho Jotão governou como regente.
ACAZ
Acaz (735-715 .C.), rei de Judá, é lembrado especificamente por sua perversidade. "Andou no caminho dos reis de Israel e até queimou a seu filho como sacrifício, segundo as abominações dos gentios, que o Senhor lançara de diante dos filhos de Israel" (2Rs
A AMEAÇA ASSÍRIA SOB SARGÃO Il
Vimos que Samaria, a capital do reino do norte, foi tomada pelos assírios em 722 .C. Depois de organizar a deportação dos israelitas de Samaria, o novo rei assírio, Sargão II (722-705 a.C.), avançou para o sul pela planície costeira em 720 a.C., conquistando Gaza e, talvez, Ecrom e Gibetom. Em 712 a.C., Sargão enviou seu turtanu, ou comandante supremo, para reprimir uma rebelião na cidade costeira de Asdode. Um estela fragmentária erigida pelo comandante supremo de Sargão Il foi encontrada em Asdode. O profeta Isaías valeu-se da captura de Asdode para advertir o povo contra a confiança no Egito como um aliado contra a ameaça crescente da Assíria. E os assírios viriam a ameaçar a própria existência do reino de Judá nos acontecimentos marcantes do ano de 701 a.C., tema dos próximos dois capítulos.
![invasões contra Judá entre 926-712 a.C. O reino de Judá foi -invadido várias vezes pelo sul por Sisaque, rei do Egito, e por Zera, o cuxita. Pelo norte, foi invadido por Sargão, rei da Assíria, e seu tartà ou comandante supremo invasões contra Judá entre 926-712 a.C. O reino de Judá foi -invadido várias vezes pelo sul por Sisaque, rei do Egito, e por Zera, o cuxita. Pelo norte, foi invadido por Sargão, rei da Assíria, e seu tartà ou comandante supremo](/uploads/appendix/1666408641-1a.png)
![expansão do Império Assírio em c. 850-650 a.C. A Assíria tornou-se a principal potência no Oriente Próximo. Estabeleceu um império por todo o crescente fértil e conquistou até o Egito por um breve período. expansão do Império Assírio em c. 850-650 a.C. A Assíria tornou-se a principal potência no Oriente Próximo. Estabeleceu um império por todo o crescente fértil e conquistou até o Egito por um breve período.](/uploads/appendix/1666408641-2a.png)
HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA
HIDROLOGIANão é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm
- pastores (1Sm
17: Rs 22.17; SI 23.1; IS40-1 13: .11: Ir 31.10: Ez20-40 34: : Am2 3: : Zc12 10: : Jo2 10: : Hb11 13: Pe 5.4):20-1 - ovelhas/cordeiros/bodes (Ex
12: ; Is3-5 7: Sm 8.17; 16.19; 2Sm24-1 7: ; Ne8 3: ; SI 44. 11: Is1 13: : Ir 506: 7c 137. M+ 12.11; 25.32,33; Jo14 1: ; 21.15,16; At29-36 8: ; Ap32 5: .22):12-21 - lobos (Is
11: .25; Mt6-65 7: ): e15 - rebanhos (Jz
5: Sm 17.34; Jó 24.2; Ct16-1 4: ; Is1 40: ; Jr11 6: .23; Ez3-51 34: ; Sf2.14; 1Pe12 5: ).2
Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:
- poços (Gn
21: :18-22; Jr19-26 6: :6-26);• cisternas (2Cr7-4 26: ; Is10 36: );16 - nascentes (Jr
9: ; Zc1 13: ):1 - fontes (Gn
16: ; Jz7 7: ; Pv1 5: ); água como instrumento de comunicação de uma verdade espiritual (Is15-16 12: ; Ap3-4 22: ); e17 - água como símbolo de bênção (Nm
24: ; Is6-7 41: ; 44.3,5), alegria (Is 35), deleite (SI 1:1-3) e até mesmo perfeição escatológica (Is17-20 43: ; Jr19-21 31: ; Ez10-14 47: ; Zc1-12 8: .8; Ap12-14 22: ). Em contrapartida, a ausência de água logo resultava numa terra árida e ressequida (SI 63.1; 143.6). As imagens geradas eram especialmente eloquentes: rios que ficaram secos (Ez1-2 30: ; Na 1.4);12 - água envenenada (Jr
23: );15 - nuvens sem água (Pv
25: ; Jd 12);14 - fontes que se tornaram pó (SI 107.33);
- fontes ressecadas (Os
13: );15 - nascentes secas (Jr
51: );36 - nascentes poluídas (Pv
25: );26 - cisternas vazias (Gn
37: ; cp. 1Sm24 13: ; Jr6 41: );9 - cisternas rompidas (Ir 2.13).
Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).
CIDADES DO MUNDO BÍBLICO
FATORES QUE INFLUENCIARAM A LOCALIZAÇÃOVárias condições geográficas influenciaram a localização de assentamentos urbanos no mundo bíblico. Em termos gerais, nesse aspecto, eram cinco os principais fatores que podiam ser determinantes:
(1) acesso à água;
(2) disponibilidade de recursos naturais;
(3) topografia da região;
(4) topografia do lugar;
(5) linhas naturais de comunicação. Esses fatores não eram mutuamente excludentes, de sorte que às vezes era possível que mais de um influenciasse na escolha do lugar exato de uma cidade específica.
O mais importante desses fatores era a ponderação sobre o acesso à água, em especial antes da introdução de aquedutos, sifões e reservatórios. Embora seja correto afirmar que a água era um aspecto central de todos os assentamentos num ambiente normalmente árido, parece que a localização de algumas cidades dependeu exclusivamente disso. Dois exemplos são: Damasco (situada no sopé oriental dos montes Antilíbano, num vasto oásis alimentado pelos caudalosos rios Abana e Farfar (2Rs
Sabe-se de moedas feitas com uma liga de ouro e prata que foram cunhadas em Sardes já no sétimo século a.C.
A localização de algumas cidades se deveu à topografia da região. Já vimos como a posição de Megido foi determinada para controlar um cruzamento de estradas num desfiladeiro na serra do monte Carmelo. Da mesma maneira, a cidade de Bete-Horom foi posicionada para controlar a principal via de acesso para quem vai do oeste para o interior das montanhas de Judá e Jerusalém. A topografia regional também explica a posição de Corinto, cidade portuária de localizacão estratégica que se estendeu desordenadamente no estreito istmo de 5,5 quilômetros de terra que separa o mar Egeu do mar Adriático e forma a única ligação entre a Grécia continental e a península do Peloponeso.
Outras cidades estavam situadas de acordo com o princípio de topografia local. Com exceção do lado norte, em todos os lados Jerusalém estava rodeada por vales profundos com escarpas superiores a 60 metros. Massada era uma mesa elevada e isolada, cercada por penhascos rochosos e escarpados de mais de 180 metros de altura em alguns lugares.
A cidade de Samaria estava em cima de uma colina isolada de 90 metros de altura e cercada por dois vales com encostas íngremes. Como consequência da topografia local, essas cidades comumente resistiam melhor a ataques ou então eram conquistadas só depois de um longo período de cerco. Por fim, linhas naturais de comunicação podem ter determinado a localização de alguns assentamentos urbanos. Uma ilustracão clássica desse critério é Hazor - uma plataforma bastante fortificada, uma capital de província (Is
Também é muito improvável que várias cidades menores iunto à via Inácia, a oeste de Pela (Heracleia, Lychnidos e Clodiana), tivessem se desenvolvido não fosse a existência e a localização dessa artéria de grande importância. E existem localidades ao longo da Estrada Real da Pérsia (tais como Ciyarbekir e Ptéria) cuja proeminência, se não a própria existência, deve-se à localizacão daquela antiga estrada. Como os fatores que determinavam sua localização permaneciam bem constantes. no mundo bíblico cidades tanto pequenas quanto grandes experimentavam, em geral, um grau surpreendente de continuidade de povoação. Mesmo quando um local era destruído ou abandonado por um longo período, ocupantes posteriores eram quase sempre atraídos pelo(s) mesmo(s) fator(es) que havia(m) sido determinante(s) na escolha inicial do lugar. Os colonos subsequentes tinham a satisfação de poder usar baluartes de tijolos cozidos, segmentos de muros ainda de pé, pisos de terra batida, fortificações, silos de armazenagem e poços. À medida que assentamentos sucessivos surgiam e caíam, e com frequência as cidades eram muitas vezes construídas literalmente umas em cima das outras, a colina plataforma (tell) em cima da qual se assentavam (Js
2) ia ficando cada vez mais alta, com encostas mais íngremes em seu perímetro, o que tornava o local gradativamente mais defensável. Quando esse padrão se repetia com frequência, como é o caso de Laquis, Megido, Hazor e Bete-Sea, o entulho de ocupação podia alcançar 20 a 30 metros de altura.
A CORRETA IDENTIFICAÇÃO DE CIDADES ANTIGAS
Isso leva à questão da identificação de locais, o que é crucial para os objetivos de um atlas bíblico. A continuidade de ocupação é útil, mas a identificação segura de lugares bíblicos não é possível em todos os casos devido a dados documentais insuficientes e/ou a um conhecimento limitado da geografia. Muitos nomes não foram preservados e, mesmo quando um topônimo sobreviveu ou, em tempos modernos, foi ressuscitado e aplicado a determinado local, tentativas de identificação podem estar repletas de problemas. Existem casos em que um nome específico experimentou mudança de local. A Jericó do Antigo Testamento não ficava no mesmo lugar da Jericó do Novo Testamento, e nenhum dos dois. lugares corresponde à moderna Jericó. Sabe-se que mudanças semelhantes ocorreram com Siquém, Arade, Berseba, Bete-Sea, Bete-Semes, Tiberíades etc. Mudanças de nomes também acontecem de uma cultura para outra ou de um período para outro. A Rabá do Antigo Testamento se tornou a Filadélfia do Novo Testamento, que, por sua vez, transformou-se na moderna Amã. A Aco do Antigo Testamento se tornou a Ptolemaida do Novo Testamento, que, por sua vez, tornou-se a Acre dos cruzados.
A Siquém do Antigo Testamento se tornou a Neápolis do Novo Testamento, a qual passou a ser a moderna Nablus. E em alguns casos uma mudança de nome aconteceu dentro de um Testamento (e.g., Luz/Betel, Quiriate-Arba/Hebrom, Quiriate-Sefer/Debir e Laís/Dá). Frequentemente a análise desses casos exige uma familiaridade bastante grande com a sucessão cultural e as inter-relações linguísticas entre várias épocas da história da Palestina. Mesmo assim, muitas vezes a identificação do lugar continua difícil. Existe também o problema de homonímia: mais de um lugar pode ter o mesmo nome. As Escrituras falam de Afeque ("fortaleza") 143 no Líbano (Js
A despeito dessas dificuldades, em geral três considerações pautam a identificação científica de lugares bíblicos: atestação arqueológica, tradição ininterrupta e análise literária/ topográfica."7 A primeira delas, que é a mais direta e conclusiva, identifica determinada cidade por meio de uma inscrição desenterrada no lugar. Embora vários exemplos desse tipo ocorram na Síria-Mesopotâmia, são relativamente escassos na Palestina. Documentação assim foi encontrada nas cidades de Gezer, Arade, Bete-Sea, Hazor, Ecrom, Laquis, Taanaque, Gibeão, Dá e Mefaate.
Lamentavelmente a maioria dos topônimos não pode ser identificada mediante provas epigráficas, de modo que é necessário recorrer a uma das outras duas considerações. E possivel utilizar a primeira delas, a saber, a sobrevivência do nome, quando, do ponto de vista léxico, o nome permaneceu o mesmo e nunca se perdeu a identidade do local. Esse critério é suficientemente conclusivo, embora se aplique a bem poucos casos: Jerusalém, Hebrom, Belém e Nazaré. Muitos lugares modernos com nomes bíblicos são incapazes de oferecer esse tipo de apoio de tradição ininterrupta. Como consequência, tendo em vista as mudanças de nome e de lugar, isso suscita a questão óbvia - que continua sendo debatida em vários contextos - de até que ponto essas associações são de fato válidas. Aparentemente essas transferências não aconteceram de forma aleatória e impensada. Mudanças de localização parecem estar confinadas a um raio pequeno. Por exemplo, a Jericó do Antigo Testamento, a Jericó do Novo Testamento e a moderna Jericó estão todas dentro de uma área de apenas 8 quilômetros, e em geral o mesmo se aplica a outras mudanças de localização.
Ocasionalmente, quando acontece uma mudança de nome, o nome original do lugar é preservado num aspecto geográfico das proximidades. O nome Bete-Semes (T. er-Rumeilah) se reflete numa fonte contígua (Ain Shems); da mesma forma, Yabis, o nome moderno do uádi, é provavelmente uma forma que reflete o nome do local bíblico de Jabes(-Gileade], ao lado do qual ficava, na Antiguidade. Quando os dados arqueológicos proporcionam provas irrefutáveis do nome bíblico de um local, é bem comum que aquele nome se reflita em seu nome moderno. Por exemplo, a Gibeão da Bíblia é hoje em dia conhecida pelo nome de el-Jib; o nome Taanaque, que aparece na Bíblia, reflete-se em seu nome moderno de T. Tilinnik; a Gezer bíblica tem o nome refletido no nome moderno T. Jezer. Conquanto a associação de nomes implique alguns riscos, com frequência pode propiciar uma identificação altamente provável.
Um terceiro critério usado na identificação de lugares consiste em análise literária e topográfica. Textos bíblicos frequentemente oferecem uma pista razoavelmente confiável quanto à localização aproximada de determinado lugar. Um exemplo é a localização da Ecrom bíblica, uma das principais cidades da planície filisteia. As Escrituras situam Ecrom junto à fronteira norte da herança de Judá, entre Timna e Siquerom (Is
Ali, a descoberta de uma inscrição que menciona o nome do lugar bíblico confirmou a identificação.150 Contudo, existem ocasiões em que a Bíblia não fornece dados suficientes para identificar um lugar. Nesses casos, o geógrafo histórico tem de recorrer a uma análise de fontes literárias extrabíblicas, do antigo Egito, Mesopotâmia, Síria ou Ásia Menor. Alternativamente, a identificação de lugares é com frequência reforçada por comentários encontrados em várias fontes:
- escritores clássicos (e.g., Heródoto, Eusébio, Ptolomeu, Estrabão, Josefo, Plínio);
- itinerários percorridos por cristãos da Antiguidade (e.g., Etéria, o Peregrino de Bordéus, Teodósio, Antônio Mártir, Beda, o Venerável, Willibald):
- geógrafos árabes (e.g., Istakhri, Idrisi, Abulfeda, Ibn Battuta);
- escritos de autoria de cruzados e pós-cruzados (e.g., Saewulf, Daniel, o Abade, Frettelus, Pedro Diácono, Burchard de Monte Sião, Marino Sanuto, Rabi Benjamin
de Tudela, Rabi Eshtori Haparhi, Ludolph von Suchem, Felix Fabri); - pioneiros ou geógrafos desde o início da Idade Moderna (e.g., Quaresmio, van Kootwijck, Seetzen, Burchardt, Robinson, Reland, Niebuhr, Thomsen, Ritter, Conder, Abel, Musil, Dalman, Albright, Glueck, Aharoni, Rainey) Contudo, a análise literária deve ser acompanhada da análise topográfica. Qualquer dado documental disponível tem de ser correlacionado a lugares já conhecidos de uma determinada área e avaliado numa comparação com a gama de outros tells do terreno ao redor - tells que podem ser igualmente candidatos a uma identificação com o lugar bíblico. Quando a identificação de um lugar é proposta, o tamanho e a natureza do local têm de cumprir as exigências de identificação: qual é seu tamanho? Que vestígios arqueológicos são encontrados ali (e.g., muralhas, construções monumentais, detalhes arqueológicos próprios)? Quais e quantos outros sítios são encontrados em sua vizinhança? Além disso, as ruínas desse lugar têm de datar do(s) período (s) exigido(s) pela identificação.
De qualquer maneira, mesmo quando todas essas exigências são atendidas, não se deve apresentar como definitiva a identificação de lugares feita apenas com base em análise topográfica. Tais identificações só devem ser aceitas tendo-se em mente que são resultado de uma avaliação probabilística.
PALESTINA - DISTRITOS GEOPOLÍTICOS
Antes de nos envolvermos numa análise mais aprofundada dos aspectos topográficos naturais da Palestina, é necessário definir e, em poucas palavras, delinear certos termos que as Escrituras usam para designar as várias subdivisões geográficas e/ou geopolíticas da terra. Mas, para isso, será proveitoso introduzir, primeiro, dois vocábulos geográficos modernos que, às vezes, são empregados para designar essa terra: Cisjordânia ("deste lado o lado ocidental do rio Jordão") e Transjordânia ("do outro lado [o lado oriental] do rio Jordão"). Já vimos como, em várias épocas, o rio Jordão serviu de fronteira tanto geográfica quanto política. E, antes de prosseguir, é fundamental entender a natureza temporária dessas subdivisões. As fronteiras de um distrito específico podem ter variado ao longo dos séculos, e não é possível estabelecê-las com precisão em cada período. Esse problema é especialmente agravado quando se tenta determinar as fronteiras de um distrito que existiu durante um longo período da história bíblica, talvez durante mais de um milênio. Além do mais, é necessário levar em conta que uma mesma área geográfica frequentemente tinha nomes diferentes em períodos diferentes.CISJORDÂNIA
De uma perspectiva geopolítica, pode-se dizer que a Cisiordânia esteve dividida em quatro distritos durante a maior parte da história bíblica. Indo do norte para o sul, essas quatro secções foram: Fenícia, Galileia, Samaria e Judá/Judeia.
FENÍCIA
No Antigo Testamento, a Fenícia é em geral definida como uma área litorânea estreita, que se estendia por cerca de 200 quilômetros, desde o rio el-Kabir até o monte Carmelo, e, no lado oriental, era flanqueada pelas montanhas do Líbano e da Galileia. Na época do Novo Testamento, o monte Carmelo já havia caído nas mãos de monarcas de Tiro,62 de sorte que, para o lado sul, a Fenícia chegava até a planície de Dor. A Fenícia foi o cenário de dois milagres da Bíblia: em Sarepta, Eliseu ressuscitou o filho de uma viúva, o qual havia parado de respirar (1Rs
GALILEIA
Imediatamente a leste da região sul da Fenícia, ficava o distrito da Galileia, o território mais setentrional que o Israel antigo chegou a ocupar. A área central da Galileia se estendia do rio Litani e da região de Dá, no norte, até o vale de Jezreel, no sul, medindo cerca de 80 quilômetros de norte a sul e uns 40 quilômetros de leste a oeste. Em todas as épocas, o distrito esteve dividido por um estreito vale lateral que acompanhava uma falha geológica que saía de Aco/Ptolemaida, rumava para o leste e chegava até a moderna Rosh Pinna (apenas cerca de 16 quilômetros ao norte do mar da Galileia). Esse vale de Beth Kerem divide a Galileia em duas subdivisões: Alta Galileia e Baixa Galileia.3 A distinção é geográfica e não administrativa. O terreno acidentado e praticamente intransponível da Alta Galileia chega a mais de 1.000 metros de altitude, e parte de sua região central é a mais elevada de toda a Cisiordânia (o iebel Jarmuk fica mais de 1.200 metros acima do nível do mar). Na Baixa Galileia, os cumes ficam abaixo de 600 metros de altura. A maioria das referências à Galileia, inclusive todas as do Novo Testamento, é à Baixa Galileia. Por causa de sua localização no norte, a Galileia talvez fosse mais vulnerável à assimilação cultural e ao domínio militar (Is
SAMARIA
Ao sul da Galileia, fica a terceira subdivisão: Samaria. Anteriormente era conhecida como região montanhosa de Efraim (Is
JUDÁ
A quarta principal subdivisão geopolítica da Cisiordânia era Judá, que relatos históricos mais antigos chamavam de região montanhosa de Judá (Js
IDUMEIA
Além das quatro principais entidades geopolíticas da Cisjordânia, a província da Idumeia desempenhou um papel secundário na política do período pós-exílico e do Novo Testamento. Idumeia é o nome grego aplicado especificamente a refugiados edomitas que fugiram para o noroeste para evitar a crescente pressão feita por seus vizinhos nabateus. Embora oscilasse bastante, ora separado da Judeia, ora a ela reanexado, o território idumeu chegou a cobrir a região que vai de Bete-Zur, perto de Hebrom, até Berseba, sua extremidade sul, e do mar Morto até os limites da planície da Filístia. Por fim, governantes macabeus subjugaram a Idumeia. Um deles (Alexandre laneu) nomeou Antipatro, um chefe local, para governar a região. É irônico que Herodes, o Grande, no devido tempo descendesse de Antípatro. Na condição de "rei dos judeus" (Mt
TRANSJORDÂNIA
A Transjordânia do Antigo Testamento é constituída de cinco entidades geopolíticas. Do norte para o sul, elas são. Basa, Gileade, Mishor, Moabe e Edom. O termo "Transjordânia" define especificamente a área que vai do monte Hermom até o golfo de Ácaba (cerca de 400 quilômetros de distância) e do vale do Jordão até as margens do deserto Oriental (entre 50 e 130 quilômetros). A natureza geopolítica dessa região é, na realidade, muito mais complicada do que a da vizinha Cisjordánia. Tentar, numa única análise, tratar da Transiordânia tanto do Antigo quanto do Novo Testamento é possível apenas em parte e, com certeza, trata-se de uma tarefa suscetível a imprecisão. Mas também aqui o propósito básico é fornecer a localização aproximada de entidades geopolíticas mencionadas nas Escrituras.
BASÃ
Basà significa "terra frutífera/plana" (Js
GILEADE
A segunda entidade básica da Transjordânia é Gileade. Embora pareça que a Bíblia às vezes empregue essa palavra num sentido genérico, referindo-se a toda a Transiordânia ocupada (Dt
Longitudinalmente, o domo de Gileade era dividido por um desfiladeiro profundo, escavado pelo rio Jaboque, que separou Gileade em duas metades (cp. Js
Em contraste com o significado do nome de seus vizinhos ao norte (Basa significa "terra plana") e ao sul (Mishor significa "planalto/chapada*), o provável significado do nome Gileade (terra acidentada") pode ajudar a esclarecer suas fronteiras.
Assim delineada, a região montanhosa de Gileade (Gn
Esse grupo é mencionado tanto na Bíblia (Mt
31) quanto em fontes clássicas. No período do Novo Testamento, as cidades provavelmente incluíam, do norte para o sul, Damasco, Rafana, Canata, Hipos, Gadara, Citópolis, Pela, Diom, Gerasa e Filadélfia? Embora o propósito de uma confederação helenística assim tão pouco estruturada se choque com qualquer tentativa de definir fronteiras geográficas claras, é possível concluir que a região central da Decápolis se estendia transversalmente à região montanhosa de Gileade.
MISHOR
Ao sul da Gileade do Antigo Testamento, ficava o Mishor ("planalto", p. ex., Dt
Bete-Peor (perto de onde Moisés foi sepultado [Is
MOABE/PEREIA
O planalto mais elevado que, partindo do Arnom, estendia-se para o sul, chegando até o ribeiro de Zerede, era a região mais importante e central do território moabita, tendo como capital a cidade de Quir-Haresete (2Rs
EDOM
O último distrito transiordaniano a ser listado é Edom, às vezes conhecido como Seir (Gn
Sem dúvida, essa derrota psicológica foi relacionada com o incidente das "serpentes ardentes" (Nm
Por cerca de 65 quilômetros para o sul a partir da região central de Edom, descendo do uádi Hasma para o uádi Yutm, próximo ao golfo de Ácaba, fica uma cadeia bem estreita de intransitáveis montanhas de granito. Essas montanhas de Midia elevam-se a alturas que chegam perto de 1.750 metros acima do nível do mar. Nessa região, vestígios arqueológicos revelam uma cultura totalmente distinta de sua contraparte palestina e que é, às vezes, descrita como midianita. É nesta "cultura midianita que alguns estudiosos acreditam que Moisés talvez tenha se refugiado quando fugiu do faraó e ali serviu a seu sogro, um sacerdote de Midia (Ex
Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.
Livros
Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.
Locais
ISRAEL
Atualmente: ISRAELPaís com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
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SIQUÉM
Clique aqui e abra o mapa no Google (Latitude:32.2, Longitude:35.3)Atualmente: ISRAEL
Primeiro acampamento israelita dentro dos limites de ISRAEL. José foi a Siquém para ver seus irmãos e os rebanhos. Capital do reino de Israel no reinado de Jeroboão I. Centro da comunidade samaritana no tempo de Alexandre Magno. Cidade citada em Atos
Deus ordenou que Abraão saísse de Harã e fosse a um lugar onde se tornaria pai de uma grande nação (Gênesis
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Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.
Comentários Bíblicos
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OS DOIS REINOS: SUAS HISTÓRIAS SINCRONIZADAS
Os livros de 1 e II Reis como a história da salvação –A posição de 1 e II Reis em nossa Bíblia indica a importância que judeus e cristãos lhes dedicaram na história escrita da Heilsgeschichte ("história da salvação") '. Esses livros não foram incluídos em nosso cânon das Escrituras meramente por causa de seus detalhes históricos, mas como fonte de importantes conhecimentos relativos ao povo que Deus escolheu para ser o seu instru-mento de salvação no mundo.
O povo de Israel, como uma nação de Canaã (Palestina), tinha um destino especial a cumprir e, ao cumprir essa determinação, realizava o propósito que Deus reservara para ele e os demais povos. É esse ponto de vista essencial que faz dos livros dos Reis uma parte integrante do registro bíblico da Heilsgeschichte. Foi dessa convicção que surgiu uma profunda preocupação com a obediência e a santidade da vida. A obediência, revela-da através de uma vida santa, era a única forma de que Israel dispunha para ser o instrumento pretendido por Deus. Também existia o reconhecimento de que tanto fato-res externos como internos relativos a Israel interpunham formidáveis obstáculos para o cumprimento do destino que Deus traçara para essa nação.
O historiador abordou a história de seu povo a partir do ponto de vista dessas considerações básicas. Dirigido pelo Espírito de Deus, ele transcreveu a interpretação estabelecida para 1 e II Reis e, embora preocupado com Israel como povo de Deus, ele se manifestou claramente na pessoa do rei e também dos profetas que freqüentemente aparecem com suas importantes pregações. Ele viu o reino unido de Davi, e a maior parte do reino de Salomão, como uma época em que seu povo cumpria um destino especial. Eles eram internamente fortes, o coração de Davi havia sido "perfeito" para com Deus (11,4) e Salomão amara ao Senhor (3.3), mas externamente havia uma inér-cia. O Templo fora construído e atraía as atenções além das fronteiras da nação, como podemos ver na visita da rainha de Sabá (10.1ss) e daqueles que vieram e trouxeram presentes para Salomão (10:23-25).
Entretanto, o pecado que mora no coração dos homens, e manifesta-se através de atos e relacionamentos, começou a modificar essa efetiva e pacífica influência do povo de
Deus. Embora o historiador não tenha afirmado com tantas palavras, o que ele realmen-te descreve é um significativo capítulo sobre o conflito espiritual que se iniciou na época do primeiro pecado cometido (Gn
Parecia que havia alguma esperança para o reino de Deus', além do tempo do casti-go pela idolatria de Salomão, pois essa correção não deveria ser interminável (11:39). Entretanto, à medida que o autor acompanhava essa história, ele pode ter chegado a um momento de desilusão.
A idolatria tornara-se o fator preponderante da derrota, e ele se defrontou com o colapso total de sua nação. Milhares de seus conterrâneos, e, com toda probabilidade, também o historiador, foram para o exílio. A partir da época de Salomão, o relato sobre o período dos reis se transformou na interpretação óbvia da história de sua nação e, neces-sariamente, um desdobramento daquilo que se sabia a respeito do relacionamento pactual de seu povo com Deus. Entretanto, qualquer desilusão que possa ter sentido foi substitu-ída por uma esperança para o reino de Deus quando Joaquim foi libertado, e também havia a promessa do retorno do exílio (8.33,34). Além disso, ele deve certamente ter tido conhecimento das declarações dos escritos proféticos.
A sincronização das duas histórias — Os dois livros, de I Reis
Essa sincronização, que vemos com bastante perplexidade, representa um documento quase sem paralelos nos escritos da história da antiguidade (veja a Introdução). Entretanto, ainda permanece a intrigante pergunta: Por que alguém resolveu executar tão difícil tarefa? A resposta é que essa pessoa foi guiada pelo Espírito de Deus. Humanamente fa-lando, ela considerava a história dos dois reinos essencial para o relato da conduta de Deus para com o seu povo, pois se assim não fosse, teria se limitado apenas à história de Judá.
Da forma como foram sincronizadas, essas duas histórias mostram a continuidade do trono em Jerusalém, isto é, da "casa de Davi" ou dos seus descendentes, que reinaram ininterruptamente até a derrota de Judá. O reino do Norte, ao contrário, não alcançou essa estabilidade dinástica e apenas a "casa de Onri" e a "casa de Jeú" são as que mais se aproximaram dela em relação a quaisquer outras.
É interessante notar que o oposto também era uma realidade do ponto de vista cultural. O período de 900 até 600 a.C. representou uma época de estabilidade dos costu-mes do povo, e isso se refletia nas mudanças graduais que aparecem nas formas das cerâmicas e em outros objetos remanescentes desse período'.
Sobre a divisão — Existem inúmeras explicações sobre a divisão, mas nenhuma pode esconder o fato de ela ter ocorrido como um castigo divino que caiu sobre a "casa de Davi" como conseqüência da apostasia de Salomão. O fator do ciúme tribal tinha suas raízes na conquista (cf. Josué 22), e desde essa época ele se manifestava de forma intermitente (cf. Jz
Ainda existe o problema de como entender o papel de Jeroboão na divisão, e depois dela. Ele havia sido determinado pela mensagem profética de Aías como aquele que Deus usaria para efetivar a divisão (11.35). Mas, logo depois da divisão, ele foi condena-do pelo Senhor e seus pecados permaneceram como a principal ofensa cometida pelo reino do Norte em toda a sua existência. O historiador não fornece uma resposta direta, mas esta pode ser concluída a partir dos detalhes que ele fornece a respeito de Jeroboão.
Entretanto, Jeroboão poderia ter servido melhor aos propósitos de Deus se tivesse se contentado em ser apenas um líder político durante o período que o Senhor considerasse necessário para a punição da "casa de Davi". Sua principal preocupação em assegurar a dinastia, conforme a promessa de Aías (11.38), além do fato de não esperar que Deus o guiasse, isso o levou a adotar uma medida malograda e religiosamente pervertida. Dessa forma, ele foi além dos desígnios de Deus, da mesma farina que a Assíria foi além dos desígnios estabelecidos para essa nação para ser o instrumento de sua ira (Is
A. DIVISÃO: REVOLTA EM SIQUÉM, 12:1-24
Geralmente, se acredita que os acontecimentos registrados nesse capítulo acontece-ram bem no início do reinado de Jeroboão, e o primeiro versículo parece deixar isso bem claro. A cidade de Siquém, o lugar para onde ele aparentemente se dirigiu para acomo-dar o povo das tribos do Norte, está localizada na passagem que fica entre os montes Gerizim e Ebal. Esse lugar pode ser identificado com Tell Balatah, aproximadamente dois quilômetros e meio a leste da moderna Nablus. Ele foi escavado antes da primeira Guerra Mundial por arqueólogos alemães. Desde 1956 este tem sido o local de várias temporadas de escavações conduzidas pela expedição Drew-McCormick tendo G. Ernest Wright como seu diretor de campo. Essas escavações revelaram que a cidade de Siquém era habitada desde a Era do Cobre (antes de 4000 a.C.). Depois de certo tempo, os cananeus vieram a habitá-la por volta de 1800 a.C. e desde essa época ela continuou a ser ocupada até o período da monarquia'.
1. Roboão Perante Israel (12:1-15)
Foi Roboão para Siquém (1) para dar ao povo lá reunido a oportunidade de parti-cipar de sua escolha como rei. O povo insistia para que ele fosse o resultado de sua escolha, sujeito à sua nomeação, e não desejava aceitá-lo meramente por causa de um ritual de Jerusalém. O fato de ir a Siquém manifestava sua disposição de acomodá-los. Entretanto, a insistência do povo para que ele fosse a essa cidade, e não a Jerusalém, indicava que tinham outros propósitos em vista.
a.Jeroboão perante a assembléia de Israel (12:2-4). A palavra Israel (1) refere-se, aqui, aos representantes das tribos do Norte (cf. 20), e acredita-se que Judá já tivesse suposta-mente aceitado Jeroboão como rei. Porém ele, que havia permanecido no Egito durante o reinado de Salomão (11.40), retornou ao lar depois da morte do rei (2; cf. 2 Cron 10.2,3) e seria discutível afirmar sobre todos os planos e esquemas dos quais já teria participado. Ele estava entre os membros da assembléia de Israel, pois havia sido especialmente convidado (3). Os líderes apresentaram a Roboão uma queixa relativa aos pesados tributos a que haviam sido submetidos na época de Salomão, e expressaram seu desejo: "Agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai e o seu pesado jugo que nos impôs" (4). Na verdade, essa queixa era mais um ponto a ser debatido, e a decisão de Roboão serviria como indicação de lealdade para consigo mesmo ou uma rebelião contra ele próprio.
b. A decisão de Roboão (12:5-11). Primeiramente, Roboão consultou aqueles que ha-viam servido sob seu pai Salomão, provavelmente os que haviam sido relacionados como oficiais em 4.lss. O conselho que recebeu foi para aliviar a carga dos impostos, pois aparentemente reconheciam que a queixa era justificada.
Essa é a primeira afirmação direta em relação aos impostos que Salomão havia instituído; porém, essa taxação está implícita em sua organização fiscal e administrati-va (4:7-19) e em suas disseminadas atividades de construção, industrial e comercial. Entretanto, pode parecer que muitas das despesas dessas atividades eram cobertas por impostos e taxas coletados dos estados vassalos (10.14,15). Embora essa queixa tivesse fundamento, ela também pode ter se originado do ciúme e da inveja, pois a maior parte do dinheiro era gasta na cidade de Jerusalém e nas de Judá, ao Sul.
Os jovens da própria geração de Roboão insistiam em medidas mais rigorosas, e sua linguagem figurada indicava uma atitude tirânica; eles o aconselharam a exagerar (10), a colocar um certo abuso em sua autoridade, a exceder o rigor de seu pai na medida em que seu "dedo mínimo" fosse mais grosso que os "lombos" (coxas) de seu pai. Escorpi-ões (11) é uma referência às bordas em farpas na extremidade de um açoite. Embora tenha procurado o conselho de outros, ele se baseou em sua própria decisão, isto é, au-mentar a carga de impostos e não aliviá-la (12-14). Ele escolheu, de forma egoísta, seguir o curso de um tirano ao invés de caminhar na trilha de um servo, exatamente o que o rei de Israel deveria ser. Escolher entre ser um egoísta ou um servo é uma decisão que muitos, além de Roboão, já tiveram que tomar.
2. A Rebelião, e Jeroboão Foi Feito Rei (12:16-20)
Os líderes de Israel já haviam apresentado sua queixa (12.4), mas não está claro se Jeroboão estava disposto a atender a alguma outra demanda caso fosse apresentada. Depois de receber a resposta dele, eles tiveram a certeza de que não seriam contempla-dos com nenhuma consideração por parte do descendente de Davi; portanto se pergunta-ram: "Que parte temos nós com Davi?" (16; cf. 2 Sm 20.1).
Esses são os fatos conhecidos sobre os eventos que aconteceram na época da divisão entre Judá e as tribos do Norte. O que está escrito nos versículos
3. Nova Tentativa de Roboão para Restaurar o Reino (12:21-24)
Seguindo a política que havia adotado anteriormente, Roboão deu início ao recruta-mento de um exército a fim de obrigar as tribos do Norte a voltarem ao seu domínio (21). A menção do nome de Benjamim indica o território de uma tribo que permaneceu sob o governo dos reis de Jerusalém. Entende-se, também, que Simeão havia sido ofuscado por Judá, e tinha parcialmente perdido sua identidade, mesmo antes da divisão'. Portanto, essa e outras referências feitas a Judá incluem Benjamim e Simeão. Judá, entretanto, é a designação comum do reino do Sul, por ser a tribo dominante.
As palavras proféticas proferidas por Semaías foram: "Assim diz o Senhor" (24). Como Deus estava presente nesses acontecimentos, Roboão deveria esquecer seus pla-nos de usar o exército contra as tribos do Norte. "Semaías, o homem de Deus" (22) é mencionado em relação à invasão de Sisaque cinco anos mais tarde (2 Cron 12:5-8), e como historiador do reino de Roboão (2 Cron 12.15). Devemos dar crédito a Roboão por ter ouvido a Semaías, embora pouco mais exista que lhe faça merecedor de mais algum crédito. "O resto do povo" (23) significa os israelitas que viviam no Norte e não os outros membros de Judá e Benjamim. A frase pouco comum "volte cada um para a sua casa" (24) significa literalmente que eles "retornaram novamente para casa".
Roboão estava sem dúvida preocupado com algo mais do que trazer as tribos do Norte de volta para o seu reino. Durante o seu reinado, os extensos limites conquista-dos por Davi e mantidos por Salomão foram rapidamente dissociados. A Síria a nordes-te, incentivada pelo exemplo de Damasco, tornou-se completamente livre e, dentro de pouco tempo, constituiu uma séria ameaça. As cidades filistéias a sudoeste – exceto Gate – lançaram fora a sua vassalagem. Os estados ao leste do Jordão, Amom, Moabe e Edom, já não podiam ser dominados por Judá. Assim, a divisão teve sérias repercus-sões tanto interna como externamente. Parece que Judá conseguiu manter o controle sobre Eziom-Geber8.
B. O REINADO DE JEROBOÃO EM SIQUÉM E TIRZA, 12:25-14.20
O lugar para estabelecer a capital do reino do Norte só foi decidido depois que Onri escolheu Samaria (16.24). Siquém (25) era, claramente, a capital de Jeroboão no início de seu reinado e fatores políticos e militares podem ter sido a razão da sua posterior mudança para Tirza (14.17). Essa cidade pode ser identificada com Tell el Far`ah, aproximadamente a 12 quilômetros a nordeste de Nablus, na estrada que vai de Nablus (Siquém) até Bete-Seã. Escavações feitas nesse local parecem confirmar o registro bíblico, particularmente no que concerne ao reinado de Onri que aconteceu nesse local (1 Rs 16.17,23) 9.
- Atividades de Construção Desenvolvidas por Jeroboão (12,25)
A frase: Jeroboão edificou a Siquém deve ser entendida em termos da cidade ter sido aumentada ou modificada de acordo com suas necessidades particulares. Evidênci-as bíblicas e arqueológicas mostram que Siquém já era uma cidade que havia sido estabelecida muito tempo antes da época de Jeroboão (cf. 12.1; Js
17) é identificada com Tulul edh-Dhahab (Os montes de Deus), localizada na Transjordânia ao longo das margens do Jaboque, aproximadamente a 8 quilômetros a leste do lugar onde esse rio desemboca no Jordão". Nestes dois lugares, as edificações feitas por Jeroboão foram provavelmente motivadas por sua preocupação com fortificações mais adequadas.
- Provisões Religiosas de Jeroboão para Israel (12:26-33)
Jeroboão adotou medidas para atender às necessidades religiosas de seu povo que, segundo ele, eram importantes para garantir a continuidade de seu reinado. Por isso, ele foi além dos desígnios que Deus havia lhe preparado para ser um instrumento do castigo divino sobre a casa de Davi (cf.comentários sobre 11:29-32). Embora geralmente se afir-me que Jeroboão não tinha uma alternativa, a promessa feita a Aias (11.38), além de outras considerações, deixa bem claro que esse não era o caso. A ênfase sobre a importân-cia do Templo como santuário central continuava válida, mesmo nesse período tão preco-ce de seu reinado. Os israelitas do reino do Norte poderiam, e deveriam, ter exercido sua adoração em Jerusalém e o governo continuaria sob a "casa de Jeroboão" pelo tempo que Deus determinasse. Algumas objeções podem ser apresentadas à sugestão de que havia uma alternativa para Jeroboãoll. Porém é necessário lembrar que as situações humanas apresentam muitas possibilidades. Portanto, parece pouco apropriado dizer que não ha-via outra saída.
a. Os bezerros de Betel e Dã (12:28-31). Depois de consultas feitas a outras pessoas, Jeroboão fez dois bezerros de ouro (28) e os apresentou a Israel como a imagem de seus deuses (a expressão hebraica é traduzida como, "Vês aqui teus deuses"). Ele colocou um deles em Betel (29), perto da fronteira sul de seu reino, e o outro em Dã, perto da fronteira ao norte, além do lago Huleh. Cada uma dessas cidades tinha um passado religioso. Betel, antigamente chamada Luz, era o lugar onde Deus aparecera de forma significativa a Jacó em duas ocasiões (Gn
Os bezerros de Jeroboão (ou, como alguns entendem, os seus touros), assim como as outras facetas dessa adoração, levaram muito sutilmente o povo de volta às características de seu passado pelo qual sentiam um apelo muito real. Portanto, este rei aparece como reformador religioso e não como um inovador. Entretanto, ao examinar mais detalhadamente as suas mudanças, fica evidente que ele havia regredido às característi-cas que foram rejeitadas por aqueles que adoravam ao Senhor. E foi isso, assim como a sua verdadeira ou quase idolatria, que deu uma origem bastante justificada à sua rigorosa condenação através da expressão vindicativa: "Os pecados de Jeroboão, filho de Nebate".
Muitas explicações foram oferecidas a respeito do cenário e do significado dos bezer-ros de Jeroboão. A mais comum é que ele imitou o culto prestado aos touros no Egito13. Suas razões são óbvias: em primeiro lugar, ele havia passado um tempo considerável no Egito como refugiado político e, em segundo lugar, sua declaração a respeito de seus touros representava uma clara lembrança do bezerro de ouro de Arão (Êx
Esta origem egípcia, entretanto, não era necessariamente verdadeira com respeito aos bezerros de Jeroboão. Embora os elementos egípcios não possam ser totalmente ex-cluídos, existem abundantes provas para mostrar que a religião dos cananeus era a fon-te imediata desses ídolos. Eles, assim como os arameus (ou siros) e os hititas, represen-tavam seus deuses sobre um trono ou sobre as costas de um animal, ou em pé sobre algum animal. Sendo assim, podemos entender que Jeroboão simplesmente adotou em seus santuários a idéia do touro como pedestal para o entronizado e invisível Senhor. Ele provavelmente reconheceu que não podia quebrar tão drasticamente o reconhecido e acatado culto a Deus. Dessa forma, ao apresentar os bezerros ele disse: "Vês aqui teus deuses". É provável que ele tenha apresentado o Deus invisível entronizado no pedestal de um touro em seus santuários'. Embora seus bois não tivessem a intenção de repre-sentar uma completa idolatria, tinham uma associação tão íntima com o paganismo que estavam a poucos passos dele.
- Sacerdotes escolhidos ao acaso (12.31,32). Os santuários que Jeroboão construiu seguiam, aparentemente, o padrão dos templos ou lugares de oração dos cananeus. Ele edificou casas (templos) em lugares altos (31), aparentemente tanto em Betel como em Dã, embora Betel (32) seja o único lugar mencionado especificamente. Os sacerdotes que ele nomeou para seus santuários vinham do povo em geral, e não eram dos filhos de Levi (31).
- Mudança da festa (12.32,33). Jeroboão transferiu a Festa dos Tabernáculos, que deveria ser comemorada no sétimo mês, para o décimo quinto dia do oitavo mês (33). Pode ser que isso tenha sido provocado por uma colheita tardia das tribos do Norte, embora a mudança se pareça mais com uma provável reversão a uma comemoração anterior a Moisés. Esse era o plano que ele tinha imaginado no seu coração. Por isso, através dessa mudança específica, ele havia planejado promover a causa de "Jeroboão, filho de Nebate" e não a causa de Deus.
Em I Reis
Champlin
Antigo centro político e religioso que no tempo de Josué havia sido cenário de uma assembléia memorável (ver Js
Roboão, na sua condição de descendente de Davi, havia sido aclamado rei de Judá por direito hereditário; do contrário, para reinar sobre as tribos do Norte, devia renovar a aliança que o seu avô Davi tinha feito com os idosos de Israel (conforme 2Sm
Genebra
12.1-24
A recusa do rei Roboão em atender a petição do povo para aliviar a carga que pesava sobre eles, acendeu a vontade de secessão por parte das tribos do norte. Desse momento em diante, o reino do norte usualmente é referido como Israel, enquanto que o reino do sul normalmente como Judá.
* 12:1
Siquém. Esse importante centro israelita, associado com a renovação da aliança com o Senhor (Js
para o fazer rei. Roboão viajou para Siquém para se tornar rei por aclamação (ver 1Sm
* 12:2
Tendo Jeroboão... ouvido isso. Ou seja, sobre a morte de Salomão (11.43).
* 12:4
Teu pai fez pesado o nosso jugo. A palavra "jugo" é caracteristicamente usada para indicar a opressão dos israelitas por governantes estrangeiros (Lv
* 12:6
os homens idosos. Esses conselheiros idosos e experientes estavam inteirados acerca das tradições de Israel e compreendiam como a monarquia havia afetado as vidas dos israelitas comuns.
* 12:7
Se, hoje, te tornares servo. Embora lhe tivessem confiado o poder, o rei israelita devia estabelecer a justiça e servir tanto a Deus quanto ao seu povo (Dt
* 12:8
os jovens. Esses jovens conselheiros, assim como o próprio Roboão, tinham crescido na corte real. Aparentemente eles pensavam que os privilégios de Roboão eram inalienáveis como aqueles de um monarca oriental.
* 12:10
Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai. Essas palavras constituem-se numa jactância arrogante e imprudente sobre quão mais opressivo seria o jugo de Roboão do que tinha sido o jugo de Salomão, seu pai (v. 11).
* 12:15
do SENHOR. O autor sagrado não menciona a atuação de Deus, visando desculpar a insensatez de Roboão. Deus estava usando as ações mal orientadas de Roboão como um instrumento para cumprir a profecia de Aías (11.31-39).
* 12:16
Cuida, agora, da tua casa, ó Davi. As tribos do norte separaram-se de Judá e da autoridade dos descendentes de Davi. Quanto a uma expressão de escárnio idêntica contra o próprio Davi, ver 2Sm
* 12:17
filhos de Israel. Ou seja, membros das tribos do norte que se tinham estabelecido no sul.
* 12:18
Adorão. Sem nenhuma sabedoria, Roboão enviou o chefe dos trabalhos forçados para abafar o levante (4.6 e 5.14, onde Adorão é tido por "Adonirão").
todo o Israel. Ou seja, representantes das tribos do norte (12.1).
* 12:19
até ao dia de hoje. Ver 8.8 e nota.
* 12:20
para a congregação. Jeroboão não parece haver desempenhado um papel ativo na assembléia de Siquém. Mas uma vez que ele se tornou rei, passou a governar as questões israelitas (vs. 25-33).
* 12:22
homem de Deus. A expressão comum "homem de Deus" designa um profeta (1Sm
* 12:23
ao resto do povo. Provavelmente uma referência aos membros das tribos do norte que se tinham estabelecido em Judá (v. 17).
* 12:24
volte para a sua casa, porque eu é que fiz isto. O profeta Semaías reafirmou o que o profeta Aías tinha declarado antes (11.29-39); a divisão do reino ocorre pela vontade de Deus. A existência de dois reinos é ordenada por Deus, e cada um agora tem a oportunidade de comprovar sua lealdade à aliança.
* 12.25-33
No esforço por segurar a lealdade dos seus súditos, Jeroboão fez os bezerros de ouro de Betel e Dã e instituiu um sistema alternativo de adoração para Israel.
* 12:25
Penuel. Jeroboão consolidou seu governo fortificando as cidades de Siquém e Penuel, duas cidades críticas ao longo do rio Jaboque.
* 12:27
Se este povo subir para fazer sacrifícios. Jeroboão teme que a unidade religiosa entre o norte e o sul pudesse levar também ao retorno da unidade política.
* 12:28
dois bezerros de ouro. Os cananeus, caracteristicamente, retratavam seus deuses de pé sobre touros, novilhas ou outros animais. Provavelmente, Jeroboão provavelmente preparou seus bezerros de ouro como uma espécie de plataforma de trono para Deus, e não como imagens do Senhor. Não obstante, sua inovação foi um convite para que as práticas religiosas cananéias entrassem no reino do norte (conforme Êx
* 12:29
Betel... Dã. Esses locais eram os extremos sul e norte do reino de Jeroboão. Betel (lit., "casa de Deus") era um centro histórico de adoração dos israelitas (Gn
* 12:30
isso se tornou em pecado. O estabelecimento de centros religiosos nacionais em competição com aquele existente em Jerusalém é repetidamente referido nos livros dos Reis como o pecado de Jeroboão (13
* 12:31
santuários nos altos. Ver nota em 3.2. Ao promover a adoração nos lugares altos, Jeroboão introduziu outras inovações no culto por ele criado.
dentre o povo, constituiu sacerdotes. Jeroboão criou seu próprio sacerdócio, sem importar-se com as qualificações sacerdotais ou com o fato de não serem da linhagem levítica (Dt
* 12:32
Fez uma festa. Talvez ele tenha imitado a Festa dos Tabernáculos (Lv
* 12:33
escolhido a seu bel-prazer. Ou seja, uma festa não sancionada por Deus. Ao instituir seus próprios centros religiosos, suas festividades e seu sacerdócio, Jeroboão desejou, deliberadamente, dissociar a si mesmo e aos seus súditos do templo de Jerusalém e da adoração efetuada ali. Como é claro, isso foi claramente contra o propósito da comissão divina de Jeroboão, conforme se vê descrito em 11:36-39 e 12.15, que exigia uma separação política, mas não uma separação religiosa entre Israel e Judá. A lealdade à aliança (11,38) requer lealdade ao templo estabelecido em honra a Deus, bem como aos seus sacerdotes, festividades e sacrifícios.
Matthew Henry
Wesley
Wiersbe
Esses capítulos relatam "o início do fim". A glória da nação começa a esvair-se com a morte de Salomão. Primeiro Reis cobre cerca de 125 anos de história: 40 anos do reinado de Salomão e cerca de 85 anos dos reinos divididos de Israel e de Judá. Durante esse período, apenas cin-co reis reinaram em Judá, enquanto oito reis reinaram em Israel, e todos eles eram maus. Segundo Reis dedi-ca-se ao relato do cativeiro de Israel (as tribos do norte) pelos assírios e o cativeiro de Judá (as tribos do sul) por Babilônia.
- A divisão do reino (12:1—14:20)
- A insensatez de Roboão (12:1-15)
O vasto programa de construção e de expansão de Salomão trouxe fama e glória para a nação, mas os impostos pesavam sobre o povo, que esperava uma diminuição nos encargos. Salomão, em seus últimos anos, mudou seus valores e estava mais interessado em riqueza ma-terial que em bênçãos espirituais (veja Ec
Russell Shedd
12.4 Dura servidão. O peso dos impostos dos mantimentos (4:1-28) e dos serviços forçados (5:13-14) fora suportado durante a campanha de Salomão para estabelecer a prosperidade nacional, e, bem logo, degenerou em prol da luxúria da casa real.
12.10 Os jovens. A arrogância e a impaciência da juventude prefere umas horas de soberba desenfreada, a longos anos de um reinado poderoso, em troca de alguns momentos de conversação cortês e compreensiva (12.7). Meu dedo mínimo. O ato menos brutal de Roboão seria mais pesado do que o mais despótico que seu pai Salomão chegara a cometer.
12.11 Escorpiões. A palavra aqui se refere a um tipo de chicote revestido de pedacinhos de metal cortante; para aumentar a dor.
12.14 Agravarei. E já havia passado dos limites (1Sm
12.16 As vossas tendas. Um estudo 2Sm
NVI F. F. Bruce
12.1. Roboão foi a Siquém: como rotina, mas Jeroboão e os seus parceiros foram muito mais espertos que ele e todo o Israel. E de se duvidar que alguma vez tenha existido uma “monarquia unida” depois de Saul. Os eventos de 2Sm
A atenção que o povo dá a Semaías, homem de Deus (v. 22) mostra a disposição em aceitar o que está na declaração: fui eu que fiz isso (v. 24); ele possivelmente tinha conhecimento da mensagem dada a Salomão (11.11). Nada sabemos de Semaías, exceto esse incidente e 2Cr
O reinado de Jeroboão (12.25—14.20)
v. 25. Jeroboão fortificou (i.e., “fortificou novamente”) Siquém no extremo leste da passagem entre o monte Ebal e o monte Gerizim.
Cidade histórica que controlava uma importante rota, era defendida com mais dificuldade do que um local elevado; por isso a capital foi posteriormente transferida para Tirza (14.17), a alguns quilômetros ao norte, e mais tarde para Samaria (16.24). Peniel, a leste do Jordão e às margens do rio Jaboque, servia tanto para defender os viajantes como para prover uma presença militar em Gileade (que permaneceu leal a Davi na revolta de Absa-lão). Ironicamente, é provável que Jeroboão tenha usado trabalho forçado nessa construção. Percebendo a natureza precária do seu reinado (e não confiando na promessa de Aías, 11.38), Jeroboão propositadamente iniciou o processo de quebra da aliança centralizada no templo do Senhor em Jerusalém. O templo não somente tornava Jerusalém esplêndida em comparação com Siquém, mas era também um lembrete da aliança de Davi que Jeroboão imaginava faria o povo novamente dedicar a sua lealdade ao senhor deles (v. 27). A instituição desses santuários alternativos soa muito parecida com Ex
14:7-16). A partir desse momento, os profetas só pronunciaram juízo e castigo contra o Reino do Norte até o seu final, 200 anos depois.
Moody
II. O Reino Dividido, desde Roboão até a Queda de Israel. 1Rs
A. Começo do Antagonismo entre Israel e Judá desde Jeroboão até Onri. 12:1 - 16:28.
1) A Ruptura do Reino. 1Rs
a) A Petição dos 1nsatisfeitos. 1Rs
para a iminente ruptura do reino foi os impostos pesados cobrados por causa das grandes despesas feitas por Salomão (cons. II Cr. 10). A causa invisível foi a disciplina divina.
Francis Davidson
Dicionário
Israel
substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.
Luta com Deus. Foi este o novo nome dado a Jacó, quando ele pedia uma bênção depois de ter lutado com o Anjo do Senhor em Maanaim (Gn
Nome dado a Jacó depois que “lutou com Deus” em Peniel (Gn
Israel [O Que Luta com Deus] -
1) Nome dado por Deus a Jacó (Gn
2) Nome do povo composto das 12 tribos descendentes de Jacó (Ex
3) Nome das dez tribos que compuseram o Reino do Norte, em contraposição ao Reino do Sul, chamado de Judá (1Rs
v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ).
4) Designação de todo o povo de Deus, a Igreja (Gl
Israel Nome que Jacó recebeu após lutar com Deus — como hipóstase — em Jaboc (Gn
Após a derrota de Bar Kojba em 135 d.C., os romanos passaram a chamar esse território de Palestina, com a intenção de ridicularizar os judeus, recordando-lhes os filisteus, desaparecidos há muito tempo. Pelos evangelhos, compreende-se que a Igreja, formada por judeus e gentios que creram em Jesus, é o Novo Israel.
Y. Kaufmann, o. c.; m. Noth, Historia...; J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y las naciones, Madri 1979; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...
substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.
Rei
l. o título de rei, na significação de suprema autoridade e poder, usa-se a respeito de Deus (SlRei
1) Governador de um IMPÉRIO 1, (At
2) Título de Deus (Ml
3) Rei do Egito,
v. FARAÓ.
substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
Gramática Feminino: rainha.
Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.
substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
Gramática Feminino: rainha.
Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.
Reí
(Heb. “amigável”). Um dos homens que, junto com o sacerdote Zadoque e o profeta Natã, entre outros, permaneceram fiéis ao desejo de Davi de colocar seu filho Salomão no trono, como seu sucessor (1Rs
Roboão
-Foi o filho e sucessor de Salomão (1 Rs 11.43). Tinha quarenta e um anos ao subir ao trono. Quando lhe foram pedir que diminuísse os impostos, lançados por seu pai, ele recusou, respondendo altivamente aos representantes do povo. As suas arrogantes palavras produziram a revolta das dez tribos e o estabelecimento do reino de israel, sob o domínio de Jeroboão. Roboão reuniu um exército de 180.000 homens com o fim de submeter os revoltosos – mas a expedição não se realizou em virtude das palavras proferidas pelo profeta Semaías, que declarou ser a separação dos reinos em conformidade com a vontade de Deus (1 Rs 12.24). o culto ao Senhor foi mantido em Judá, e por esta razão muitos levitas e piedosos israelitas emigraram do reino do Norte para o reino do Sul, desgostosos com o culto do bezerro, introduzido por Jeroboão em Dã e Betel. (*veja Jeroboão 1.) Todavia, Roboão não removeu os elementos daquela lasciva idolatria, importada por seu pai (1 Rs 14.22 a 24). Esta imoralidade idolátrica foi castigada por uma invasão dos egípcios, sendo Roboão compelido a comprar a paz, com os tesouros de seu pai (1 Rs 14.25 a 28). Reinou Roboão dezessete anos, sucedendo-lhe Abião, seu filho e de Maaca.
(Heb. “o povo se expande”). O principal relato sobre a vida e as obras de Roboão, primeiro rei de Judá depois da divisão do reino, é encontrado em I Reis
Como filho e sucessor do rei Salomão, Roboão esperava governar sobre todo o Israel, como fizera seu pai. No entanto, ele herdara muitos problemas e, na época da morte do filho de Davi, a situação no reino estava longe de ser estável. À medida que o poder e a riqueza de Salomão acumulavam-se, ele deixava de seguir ao Senhor de todo coração (1Rs
Além de tudo isso, o governo de Salomão exigia um sustento dispendioso, que ocasionava muito trabalho ao povo e o pagamento de pesados impostos para manter as enormes despesas da corte (veja 1Rs
Depois de sua posse, Roboão foi a Siquém, onde os líderes de Israel lhe perguntaram se continuaria com a mesma política, ou seja, trabalho pesado e a cobrança de impostos altíssimos do povo. Os anciãos o aconselharam a ceder e governar mediante o favor da nação; ele, porém, ouviu seus amigos de infância e respondeu à multidão: “Assim que, se meu pai vos impôs jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso jugo. Meu pai vos castigou com açoites; eu vos castigarei com escorpiões” (1Rs
Roboão governou apenas na parte sul do reino, conhecido como Judá, embora incluísse também a tribo de Benjamim. Ele fortificou várias cidades de seu território (1Rs
Roboão reinou durante 17 anos, de 931 a 913 a.C., mas não seguiu ao Senhor como Davi fizera. Ele próprio introduziu a idolatria na terra, ou então era fraco demais para impedir que isso acontecesse. Diversos altares foram construídos para deuses estranhos, e práticas proibidas pela Lei foram permitidas (1Rs
Ao resumir o reinado de Roboão, o cronista enfatiza como ele se arrependeu. “Deveras, em Judá ainda havia boas coisas” (2Cr
Seu reino em grande parte do tempo enfrentou momentos de fraqueza. Roboão tentou ser forte no início e, assim, perdeu o controle sobre todas as tribos do Norte; parece que depois de algum tempo deixou que as coisas acontecessem ao seu redor sem intervir. Ainda assim, a verdadeira adoração foi praticada no meio da idolatria e ele “usou de prudência” nas decisões que tomou concernentes ao reino (2Cr
Roboão teve várias esposas e concubinas; a que amava, porém, era Maaca, filha de Absalão; o filho dela, Abias, foi o seu sucessor. P.D.G.
Roboão [Libertador do Povo] - Primeiro rei de JUDÁ 3. Reinou 17 anos (931-913 a.C.) em lugar de Salomão, seu pai. Roboão foi o causador da divisão de Israel, tendo lutado contra JEROBOÃO I e contra SISAQUE (1Ki 12—14).
Siquém
ombro. 1. Cidade que ficava no vale entre Ebal e Gerizim, no espinhaço da Palestina, distante 64km de Jerusalém, no caminho para Nazaré (Gn(Heb. “ombro”).
1. Filho de Hamor, um heveu. Jacó comprou um lote de terra dos filhos de Hamor, onde erigiu um altar ao Senhor (Gn
Quando Jacó, já velho, abençoou seus filhos, lembrou desse evento de extrema violência, ira e vingança. Amaldiçoou a atitude dos dois filhos e profetizou que seriam divididos e espalhados em Israel (Gn
2. Descendente de José através de Manassés; foi fundador do clã dos siquenitas (Nm
3. Um dos filhos de Semida, da tribo de Manassés, na qual foi líder (1Cr
P.D.G.
Siquém [Ombro] -
1) Cidade, hoje chamada de Nablus, situada na SAMARIA 3, entre os montes Gerizim e Ebal, 64 km ao norte de Jerusalém (Gn
2) Heveu que violentou DINÁ (Gn
Veio
substantivo masculino Ducto, canal, fresta ou ramificação das mais variadas cores, formas ou tamanhos que são encontradas em pedras, madeiras ou em mármore.Por Extensão Sinal que se assemelha a uma estria, riscas irregulares; estria.
Corrente de água que provém de rios; riacho.
Mineralogia Camada que pode ser explorada; filão: veio de ouro.
Figurado O que pode ser utilizado como fundamento para; o ponto central de; essência: o veio de uma teoria.
Canal natural de água que se localiza abaixo da terra.
Peça que move uma roda, eixo de ativação manual; manivela.
Etimologia (origem da palavra veio). Veia + o.
Veio
1) Parte da mina onde se encontra o mineral; filão (Jó
2) Riacho (Jó
Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Strongs
הָלַךְ
(H1980)
ligado a 3212, uma raiz primitiva; DITAT - 498; v
- ir, andar, vir
- (Qal)
- ir, andar, vir, partir, proceder, mover, ir embora
- morrer, viver, modo de vida (fig.)
- (Piel)
- andar
- andar (fig.)
- (Hitpael)
- percorrer
- andar ao redor
- (Nifal) liderar, trazer, levar embora, carregar, fazer andar
יִשְׂרָאֵל
(H3478)
procedente de 8280 e 410, grego 2474
Israel = “Deus prevalece”
- o segundo nome dado a Jacó por Deus depois de sua luta com o anjo em Peniel
- o nome dos descendentes e a nação dos descendentes de Jacó
- o nome da nação até a morte de Salomão e a divisão
- o nome usado e dado ao reino do norte que consistia das 10 tribos sob Jeroboão; o reino do sul era conhecido como Judá
- o nome da nação depois do retorno do exílio
כִּי
(H3588)
uma partícula primitiva; DITAT - 976; conj
- que, para, porque, quando, tanto quanto, como, por causa de, mas, então, certamente, exceto, realmente, desde
- que
- sim, verdadeiramente
- quando (referindo-se ao tempo)
- quando, se, embora (com força concessiva)
- porque, desde (conexão causal)
- mas (depois da negação)
- isso se, caso seja, de fato se, embora que, mas se
- mas antes, mas
- exceto que
- somente, não obstante
- certamente
- isto é
- mas se
- embora que
- e ainda mais que, entretanto
כֹּל
(H3605)
מָלַךְ
(H4427)
uma raiz primitiva; DITAT - 1199,1200; v
- ser ou tornar-se rei ou rainha, reinar
- (Qal) ser ou tornar-se rei ou rainha, reinar
- (Hifil) tornar alguém rei ou rainha, fazer reinar
- (Hofal) ser feito rei ou rainha
- aconselhar, tomar conselho
- (Nifal) considerar
רְחַבְעָם
(H7346)
שְׁכֶם
(H7927)
o mesmo que 7926, grego 4966
- filho de Hamor, o principal dos heveus em Siquém no época da chegada de Jacó n. pr. l.
- uma cidade em Manassés; localizada em um vale entre o monte Ebal e monte Gerizim,
54 km (34 milhas) ao norte de Jerusalém e 10,5 km (7 milhas) a sudeste de Samaria
אֵת
(H853)
aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida
- sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo
בֹּוא
(H935)
uma raiz primitiva; DITAT - 212; v
- ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
- (Qal)
- entrar, vir para dentro
- vir
- vir com
- vir sobre, cair sobre, atacar (inimigo)
- suceder
- alcançar
- ser enumerado
- ir
- (Hifil)
- guiar
- carregar
- trazer, fazer vir, juntar, causar vir, aproximar, trazer contra, trazer sobre
- fazer suceder
- (Hofal)
- ser trazido, trazido para dentro
- ser introduzido, ser colocado