Enciclopédia de Isaías 33:14-14

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

is 33: 14

Versão Versículo
ARA Os pecadores em Sião se assombram, o tremor se apodera dos ímpios; e eles perguntam: Quem dentre nós habitará com o fogo devorador? Quem dentre nós habitará com chamas eternas?
ARC Os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? quem dentre nós habitará com as labaredas eternas?
TB Os pecadores em Sião estão assombrados; o tremor apodera-se dos ímpios. Quem, dentre nós, habitará com o fogo devorante? Quem, dentre nós, habitará com os ardores sempiternos?
HSB פָּחֲד֤וּ בְצִיּוֹן֙ חַטָּאִ֔ים אָחֲזָ֥ה רְעָדָ֖ה חֲנֵפִ֑ים מִ֣י ׀ יָג֣וּר לָ֗נוּ אֵ֚שׁ אוֹכֵלָ֔ה מִי־ יָג֥וּר לָ֖נוּ מוֹקְדֵ֥י עוֹלָֽם׃
BKJ Os pecadores em Sião estão com medo. Pavor tem surpreendido os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo devorador? Quem dentre nós habitará com as chamas eternas?
LTT Os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas?
BJ2 Em Sião, os pecadores ficaram apavorados: o tremor se apoderou dos ímpios. Quem dentre nós poderá permanecer junto ao fogo devorador? Quem dentre nós poderá manter-se junto aos braseiros eternos?
VULG Conterriti sunt in Sion peccatores ; possedit tremor hypocritas. Quis poterit habitare de vobis cum igne devorante ? quis habitabit ex vobis cum ardoribus sempiternis ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Isaías 33:14

Números 17:12 Então, falaram os filhos de Israel a Moisés, dizendo: Eis aqui, nós expiramos, perecemos, nós perecemos todos.
Deuteronômio 5:24 e dissestes: Eis aqui o Senhor, nosso Deus, nos fez ver a sua glória e a sua grandeza, e ouvimos a sua voz do meio do fogo; hoje, vimos que Deus fala com o homem e que o homem fica vivo.
Deuteronômio 32:21 A zelos me provocaram com aquilo que não é Deus; com as suas vaidades me provocaram à ira; portanto, eu os provocarei a zelos com os que não são povo; com nação louca os despertarei à ira.
Jó 15:21 O sonido dos horrores está nos seus ouvidos; até na paz lhe sobrevém o assolador.
Jó 18:11 Os assombros o espantarão em redor e o farão correr de uma parte para a outra, por onde quer que apresse os passos.
Salmos 11:6 Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; eis a porção do seu copo.
Salmos 21:9 Tu os farás como um forno aceso quando te manifestares; o Senhor os devorará na sua indignação, e o fogo os consumirá.
Salmos 50:3 Virá o nosso Deus e não se calará; adiante dele um fogo irá consumindo, e haverá grande tormenta ao redor dele.
Salmos 53:5 Eis que se acharam em grande temor, onde temor não havia, porque Deus espalhou os ossos daquele que te cercava; tu os confundiste, porque Deus os rejeitou.
Provérbios 28:1 Fogem os ímpios, sem que ninguém os persiga; mas qualquer justo está confiado como o filho do leão.
Isaías 5:24 Pelo que, como a língua de fogo consome a estopa, e a palha se desfaz pela chama, assim será a sua raiz, como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do Senhor dos Exércitos e desprezaram a palavra do Santo de Israel.
Isaías 7:2 E deram aviso à casa de Davi, dizendo: A Síria fez aliança com Efraim. Então, se moveu o seu coração, e o coração do seu povo, como se movem as árvores do bosque com o vento.
Isaías 9:17 Pelo que o Senhor não se regozijará com os seus jovens e não se compadecerá dos seus órfãos e das suas viúvas, porque todos eles são hipócritas e malfazejos, e toda boca profere doidices. Com tudo isto não se apartou a sua ira, mas ainda está estendida a sua mão.
Isaías 10:6 Enviá-la-ei contra uma nação hipócrita e contra o povo do meu furor lhe darei ordem, para que lhe roube a presa, e lhe tome o despojo, e o ponha para ser pisado aos pés, como a lama das ruas,
Isaías 28:14 Ouvi, pois, a palavra do Senhor, homens escarnecedores que dominais este povo que está em Jerusalém.
Isaías 28:17 E regrarei o juízo pela linha e a justiça, pelo prumo, e a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo.
Isaías 29:6 Do Senhor dos Exércitos serás visitada com trovões, e com terremotos, e grande ruído, e com tufão de vento, e tempestade, e labareda de fogo consumidor.
Isaías 29:13 Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído;
Isaías 30:8 Vai, pois, agora, escreve isto em uma tábua perante eles e aponta-o em um livro; para que fique escrito para o tempo vindouro, para sempre e perpetuamente.
Isaías 30:27 Eis que o nome do Senhor vem de longe ardendo na sua ira e lançando espessa fumaça; os seus lábios estão cheios de indignação, e a sua língua é como um fogo consumidor;
Isaías 32:11 Tremei, mulheres que estais em repouso, e turbai-vos, vós que estais tão seguras; despi-vos, e ponde-vos nuas, e cingi com panos de saco os vossos lombos.
Isaías 34:9 E os seus ribeiros se transformarão em pez, e o seu pó, em enxofre, e a sua terra, em pez ardente.
Isaías 66:24 E sairão e verão os corpos mortos dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror para toda a carne.
Naum 1:6 Quem parará diante do seu furor? E quem subsistirá diante do ardor da sua ira? A sua cólera se derramou como um fogo, e as rochas foram por ele derribadas.
Mateus 18:8 Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida coxo ou aleijado do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno.
Mateus 22:12 E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.
Mateus 24:51 e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Mateus 25:41 Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
Mateus 25:46 E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna.
Marcos 9:43 E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga,
Lucas 16:23 E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio.
II Tessalonicenses 1:8 como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo;
Hebreus 12:29 porque o nosso Deus é um fogo consumidor.
Apocalipse 6:15 E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo servo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas
Apocalipse 14:10 também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.
Apocalipse 20:10 E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

VISÃO PANORÂMICA DA GEOGRAFIA DO TERRITÓRIO HERDADO PELO ISRAEL BÍBLICO

TOPOGRAFIA FÍSICA
UMA TERRA PEQUENA
No estudo da terra de Israel, uma das primeiras descobertas que se faz é o reconhecimento de seu pequeno tamanho.
De acordo com a definição dada acima, a área central da herança do Israel bíblico na Cisjordânia cobre cerca de 17.600 quilômetros quadrados e sua herança na Transjordânia incorpora mais 10:100 quilômetros quadrados, o que perfaz uma área total de aproximadamente 27.700 quilômetros quadrados. Desse modo, a área total do território é quase a mesma do estado de Alagoas, da Bélgica ou de Ruanda, ou ainda do lago Erie, nos Estados Unidos.
Os leitores atuais da Bíblia tendem a pensar em termos de territórios imensos e com frequência ficam bastante surpresos quando percebem, por exemplo, que a distância entre o mar da Galileia e a costa mediterrânea, em linha reta, é de 55 quilômetros. Há uma distância de apenas 148 a 185 quilômetros entre a margem ocidental do deserto Oriental (no leste da Jordânia) e o Mediterrâneo. E a distância entre o mar da Galileia e Jerusalém é só cerca de 120 quilômetros. Conforme dito anteriormente, as extremidades tradicionais norte e sul da região central de Israel são, com frequência, descritas na Bíblia como "desde Da até Berseba" Na verdade, esses dois pontos extremos estão separados por uma distância da ordem de apenas 280 quilômetros. Em termos de Brasil, o equivalente aproximado seria de São Paulo a Poços de Caldas" ou "de Natal a Recife" Nos Estados Unidos, a distância aproximada seria "de Los Angeles a San Diego" e, na Europa, "de Milão a Veneza". O tamanho do território envolvido é surpreendentemente pequeno.

UMA TERRA DE LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA
Apesar do tamanho diminuto, essa terra está estrategicamente situada em um contexto tanto intercontinental quanto interoceânico. Como ponte terrestre intercontinental, na Antiguidade era a única opção para qualquer viagem por terra entre a África, de um lado, e a Ásia ou a Europa, de outro. Como ponte terrestre interoceânica, fica ao lado da única massa de terra que separa o mundo do oceano Índico e o mundo do oceano Atlântico. Neste último aspecto, desde a Antiguidade remota uma vasta rede de comércio e comunicação tem levado para o Crescente Fértil bens provenientes de mundos bem longínquos (cravo vindo da Tailândia; canela, da Malásia; cássia, seda, cálamo, espicanardo, índigo, painço e gergelim, da Índia; lápis-lazúli e estanho, do Afeganistão; prata, da Espanha).
Por ser, na Antiguidade, ponto de contato tanto terrestre quanto marítimo, essa terra também se tornou uma ponte cultural internacional. Sua localização estratégica faz com que seja o lugar em que o Oriente se encontra com o Ocidente e o Norte com o Sul. Desde a Antiguidade remota, grandes potências com aspirações políticas e econômicas internacionais estiveram junto a suas fronteiras. Em termos históricos, o que acontecia nessa terra era quase sempre resultado do que estava ocorrendo ou havia recentemente ocorrido nos domínios de um de seus vizinhos. Foram, de fato, raros os momentos em que cidadãos dessa terra foram donos do próprio destino.
Durante o período bíblico a sorte dessa terra minúscula, mas estratégica, foi em grande parte determinada por gente de fora, fossem egípcios, assírios, babilônios, persas, partos, gregos, selêucidas, ptolomaicos ou romanos. Nesse aspecto, os filisteus e até mesmo os próprios israelitas têm de ser considerados estrangeiros que migraram para ali. A mesma tendência continuou existindo na história pós-bíblica, com os califas muçulmanos, os cruzados cristãos, os mamelucos egípcios, os turcos otomanos e os mandatários britânicos.
Por essa "ponte" marcharam os exércitos de Tutmés III, Amenhotep II, Seti I, Ramsés II, Merneptah, Sisaque I, Neco II, Salmaneser III, Tiglate-Pileser III, Salmaneser V, Sargão II, Senaqueribe, Esar-Hadom, Assurbanipal, Nabucodonosor II, Cambises II, Xerxes 1, Artaxerxes III, Alexandre III (o Grande), Ptolomeu I, Antíoco III, Antíoco IV, Herodes, o Grande, Pompeu, Vespasiano, Tito, Saladino, Ricardo Coração de Leão, Napoleão e Edmund Allenby, além de um número enorme de generais menos conhecidos.
Essa terra continua sendo uma das áreas mais instáveis e estratégicas do mundo.

UMA TERRA VARIADA
Apesar da pequena extensão, essa terra reflete uma variedade surpreendente, quase como a de um mosaico. Do ponto de vista sociológico, a variedade é evidente na menção aos vários "eus" na terra: girgaseus, cananeus, heveus, heteus, amorreus, perizeus, jebuseus, quenezeus, cadmoneus, queneus, refains etc. (Gn 10:16-18; 15:19-21; Ex 3:8-13.5; Nm 13:29; Dt 7:1-20.17; Js 3:10-12.8; 24.11; Jz 3:5-1Rs 9.20; cp. At 13:19). Na perspectiva da história colonialista, a terra foi conhecida por diversos nomes: Canaã, Palestina, Hatti, Djahy, Hurru, Retenu etc. Mas a ideia de variedade apresentada a seguir tem a ver com a topografia multiforme e diversificada da terra. Em seu eixo lateral, ela está dividida em pelo menos quatro zonas fisiográficas distintas.

PLANÍCIE COSTEIRA
A designação "planície Costeira" se refere à faixa marítima longitudinal que começa na extremidade sul da planície filisteia (no uádi el-Arish) e vai para o norte, chegando até a extremidade norte da planície de Aser (perto da atual Rosh HaNigra, que corresponde ao final da "Linha Verde", a fronteira atual entre Israel e Líbano). Essa planície é internamente segmentada por três obstáculos naturais - o monte Carmelo, o rio Crocodilo e o rio larcom - criando quatro planícies distintas. Além do mais, por motivos geográficos que serão explicados adiante, é conveniente subdividir a planície mais ao norte. Assim, a planície Costeira é constituída de cinco partes, que, do norte para o sul, são conhecidas como: (1) a planície de Aser (de Rosh HaNigra até as proximidades de Aco; cp. Is 17:10-11; 19:24-26); (2) a planície de Aco (a baía que tem forma de crescente e se estende ao redor do monte Carmelo; cp. Jz 4:13-16; 5.21); (3) a planície de Dor (uma faixa de terra bem estreita e situada entre o monte Carmelo e o rio Crocodilo; cp. Js 17:15-18); (4) a planície de Sarom (a área de terras baixas que vai do pântano do rio Crocodilo para o sul, até o Jarcom; cp. 1Rs 4:10-1Cr 5.16; 27.29; Is 33:9-35.2; 65.10; Ct 2:1); (5) a planície Filisteia (a região ao sul do larcom).
A planície costeira pode ser caracterizada com três palavras: "baixa" (uma referência à sua altitude relativa), "aberta" (uma referência à topografia plana) e "fértil (uma referência à produtividade agrícola da planície em tempos modernos).
Com exceção de umas poucas elevações situadas mais para dentro do continente, na extremidade oriental da Filístia, que chegam a quase 200 metros acima do nível do mar, a altitude da maior parte da planície Costeira é inferior a 100 metros, e boa parte dela tem uma altitude inferior a 45 metros acima do nível do mar.75 Uma análise do mapa revela que, nessa planície, as cidades bíblicas tendiam a se localizar não no seu centro, mas sim ao longo da costa (Aco, Cesareia, Jope, Asquelom e Gaza) ou em direção à sua margem oriental (Socó, Afeque, Gezer, Ecrom, Gate e Ziclague). De igual maneira, o mapa mostra que a artéria de transporte internacional (a chamada Grande Estrada Principal) corria ao longo da margem oriental dessa planície e não pelo centro. O mais provável é que a baixa altitude e a natureza relativamente nivelada da planície, combinadas com as serras de arenito calcário ao longo de grande parte da costa mediterrânea, que impediam uma drenagem natural, criavam uma área pantanosa bastante grande na planície durante toda a Antiguidade.
Esse obstáculo geográfico é a provável razão para o fato de a planície Costeira ter desempenhado um papel insignificante, quase nulo, na história bíblica. Exceto dois breves relatos sobre Gerar (Gn 20:26), nas narrativas patriarcais não há nenhuma referência a essa planície . Nenhuma das batalhas da ocupação israelita aconteceu ali, nenhuma área da planície foi habitada por Israel no início de sua ocupação , ali não havia cidades de refúgio e quase nenhuma das cidades levíticas, dali nenhum juiz nem profeta de Israel fez convocação ao povo, e nada aconteceu ali referente ao ministério registrado de Jesus.
Além de ser baixa, a planície também é aberta. Ao contrário da Cadeia Montanhosa Central da Galileia-Samaria-Judá, que, do ponto de vista geográfico, tendia a permanecer mais fechada e isolada devido à sua topografia elevada e sinuosa, a planície Costeira oferecia um terreno favorável à circulação, sem nenhum obstáculo Embora a terra, no geral, tenha sido descrita pouco antes neste texto como ponte terrestre internacional, era especialmente a planície Costeira, ao sul do monte Carmelo, que constituía essa ponte. Essa abertura também implicava mobilidade.
Durante o início do período bíblico, conflitos militares envolveram uso de carros de guerra (e.g., Ex 14:6; Dt 20:1; Js 11:4; Jz 1:19-4.3; 2Sm 1:6; observe-se também a proibição em Dt 17:16). Em contraste com as montanhas vizinhas, essa planície oferecia um terreno favorável ao uso de carros, inclusive a ataques-relâmpago, que não seriam barrados por grandes rochas ou terreno montanhoso. Aliás, há uma notável correspondência entre a área em que os cananeus conseguiam rodar seus carros e a área que Israel não conquistou durante o período de ocupação (Js 17:16-18). Ao mesmo tempo, essa abertura pode ajudar a explicar por que, depois do período bíblico, os filisteus não conseguiram sobreviver como entidade política nativa, ao passo que os israelitas, mais isolados, foram capazes de manter um sentimento duradouro de identidade nacional.
Por fim, essa planície é fértil; ou pelo menos se tornou fértil em tempos recentes. Uma olhada num mapa do Israel moderno mostra que a maior parte da região ocidental que o Plano da ONU para partição da Palestina, de 1947, designou para Israel está situada na planície Costeira, que, naquela época, era extremamente pantanosa e até mesmo infestada de malária. Entretanto, depois que a área foi devidamente drenada na década de 1950, houve grande prosperidade agrícola, pois se descobriram camadas profundas de riquíssimo solo arável resultante da erosão das montanhas ao lado e, como consequência, houve um grande e bem-sucedido esforço agrícola.

CADEIA MONTANHOSA CENTRAL
Constituída das regiões montanhosas da Galileia, Samaria, Judá e Neguebe, em sua natureza e topografia a Cadeia Montanhosa Central é exatamente o oposto da planície Costeira. A planície é "baixa, aberta e fértil"; a cadeia montanhosa é "alta, fechada e estéril". Enquanto, em seu ponto mais elevado, a planície chega a apenas uns 200 metros acima do nível do mar, em seu ponto mais baixo a Cadeia Montanhosa Central fica cerca de 450 metros acima do nível do mar, com muitos trechos superando os 900 metros. Onde as duas zonas se encontram, esse contraste de altitude pode ser bem pronunciado. É possível subir cerca de 800 metros viajando apenas de cinco a sete quilômetros do Mediterrâneo para o interior. Além do mais, a cadeia central é fechada. Essa cadeia, que na realidade é uma série de serras sinuosas e conectadas, funciona como barreira natural à circulação lateral.com exceção do ponto onde é interrompida pelo vale de lezreel/ Esdraelom. Em alguns lugares, para ir de um lado para o outro, além de ter de superar a ondulação difícil, era necessário atravessar até quatro ou cinco serras diferentes, separadas umas das outras por leitos profundos de uádis. Devido a seu terreno elevado e revolvido, a cadeia central é mais isolada e menos suscetível a aventureirismo internacional ou a ataques estrangeiros. Só raramente essa zona se revelou atraente para aqueles que construíam impérios. Por fim, a cadeia central é estéril e improdutiva. Constituída de calcário duro, sem minerais preciosos ou outros recursos naturais, e com grandes áreas que sofreram erosão e ficaram apenas com a pedra nua, parece improvável que alguma vez essa área montanhosa estéril, com somente 15 a 50 quilômetros de largura, tenha sido considerada capital político. No entanto, é justamente nessa região montanhosa que se desenrola boa parte da história bíblica. E aí que os patriarcas viveram, construíram altares e se comunicaram com seu Deus. É onde aconteceram as batalhas da conquista , onde Israel ocupou sua terra e foram fundadas muitas de suas instituições nacionais . É também onde, em seu devido momento, estiveram localizadas as capitais do Reino do Norte (Siquém, mais tarde Tirza e finalmente Samaria) e do Reino do Sul (Jerusalém). É aí que o judaísmo pós-exílico se estabeleceu e onde aconteceu boa parte do ministério registrado de Cristo . Galileia. Embora seja uma extensão das montanhas mais altas do Líbano, ainda assim a região elevada da Alta Galileia apresenta uma topografia bem complexa. O jebel Jarmuk (monte Merom) é o ponto mais alto de toda a Cisjordânia, mas é cercado por outros cumes que chegam a alturas superiores a 900 metros. Apesar de a Alta Galileia ter uma precipitação pluviométrica maior, seu terreno elevado e sua topografia fragmentada a tornam menos adequada para ocupação intensa. Na região nunca se estabeleceu aquilo que se pode chamar de cidade grande. No lado leste, a Baixa Galileia mantém o contorno irregular de sua vizinha no norte. Vê-se ali um enorme e alto afloramento de calcário, que, no flanco oriental, despenca no mar da Galileia. Nessa região se incluem o monte Tabor, os penhascos de Arbela e os vulcânicos Cornos de Hattin. Em contraste, as áreas central e oeste da Baixa Galileia apresentam o terreno mais plano de todo a cadeia central. A região é composta de várias serras paralelas que estão num eixo mais ou menos leste-oeste, entre as quais existem bacias relativamente abertas que são quase contíguas no lado ocidental. Vale de Jezreel/Esdraelom. Entre a região montanhosa da Baixa Galileia e a da Samaria, estende-se um vale que, em última instância, liga o vale do Jordão à planície Costeira, em Aco. Esse vale, que tem a forma de uma flecha apontada para o Mediterrâneo, é conhecido no Antigo Testamento hebraico como o vale de lezreel ("Deus semeou" ou "que Deus semeie"; e.g., Js 17:16; Jz 6:33; Os 1:5-2.
22) e, na época do Novo Testamento, por seu equivalente grego, Esdraelom.7 A estreita haste da flecha, em alguns pontos com não mais de três quilômetros de largura, estende-se de Bete-Sea até a cidade de Jezreel, margeada, no norte, pelo monte Moré e, no sul, pelo monte Gilboa, e drenada pelo rio Harode. Perto desse território ocorreu a triunfante vitória de Gideão sobre os midianitas (Jz
7) e a humilhante derrota de Saul nas mãos dos filisteus (1Sm 29:31). A base da ponta da flecha se estende por cerca de 28 quilômetros, a partir dos arredores, ao norte de Jenin, até o monte Tabor e, desses dois pontos, estende-se por cerca de 32 quilômetros até seu vértice, logo a oeste de Jocneão e perto do rio Quisom, em cujo pântano o carro de Sísera ficou atolado (Jz 5:21; cf. SI 83.9). A ponta dessa flecha, às vezes chamada de planície de Megido (2Cr 35:22; Zc 12:11), é baixa e plana. A planície é coberta por uma camada extremamente grossa de terra preta, em alguns lugares com mais de 90 metros de profundidade, e que se formou com a decomposição e erosão de basaltos da Galileia. Enquanto a planície de Jezreel tinha muitos acessos, o acesso para a principal artéria de transporte, conhecida como Grande Estrada Principal era em Megido. Os vinte estratos arqueológicos dessa cidade refletem uma ocupação quase contínua até o início do período romano. Na verdade, a cidade de Megido, uma base militar permanente, teve enorme importância durante cada período de sua história, sem exceção; não é exagero afirmar que, do ponto de vista militar, foi um dos pontos mais estratégicos de todo o sudoeste do Crescente Fértil. A partir do final do quarto milênio a.C. até o próprio século 20, Megido tem sido palco de repetidos confrontos militares. Samaria. Ao sul de Jezreel fica o distrito montanhoso de Samaria - que, em termos de altitude, vegetação e clima, é uma área intermediária e de transição entre a Galileia e Judá. No extremo noroeste, devido à sua beleza (Ct 7:5) e fertilidade (Is 35:2; Jr 50:19), o monte Carmelo ("vinha/jardim de Deus") era proverbial na Bíblia. Nos textos antigos está amplamente atestado que o monte era lugar de um santuário? Foi talvez nesse contexto que o monte Carmelo serviu de cenário para a disputa religiosa de Elias com os profetas de Baal (1Rs 18:17-40) e, em outra ocasião, como lugar de retiro espiritual para Eliseu (2Rs 2:25-4.25). No extremo nordeste, a região montanhosa de Samaria também é conhecida como as montanhas de calcário de Gilboa. Outros montes de Samaria, o monte Ebal e o monte Gerizim, cercam o vale em que Siquém, a principal cidade, está localizada. Samaria é toda montanhosa, e os cumes de j. el-Qurein, j. 'Ayrukabba, j. 'en-'Ena e j. el-'Asur (Baal-Hazor, cp. 2Sm 13:23) dominam o horizonte.
Embora montanhosa, Samaria também é entremeada por várias planícies pequenas e vales abertos, uma das quais está situada perto do ponto em que as encostas do Carmelo e do Gilboa se encontram, nas proximidades da cidade de Dotã . Entre as bacias de Samaria, essa planície de Dota é a maior e a mais intensamente cultivada, e é onde José foi vendido como escravo (Gn 37:12-28). Outra depressão, a planície comprida e estreita de Mikhmetat, vai de Siquém para o sul, até ser interrompida pelo j. Rahwat.
Ela é cortada pelo divisor de águas ao longo do qual a estrada da Serra Central ruma na direção de Jerusalém. Indo de Socó até Siquém e dividindo lateralmente o oeste de Samaria, fica o vale baixo conhecido como u. Shekhem. De modo parecido, indo de Tirza até o vale do Jordão e dividindo o leste de Samaria, encontra-se a fratura acentuada, conhecida como u. Far'ah. Juntos, esses dois vales são o ponto mais baixo de toda Samaria. Constituíam os caminhos mais fáceis e mais utilizados para atravessar a serra central de Samaria, o que ajuda a explicar por que determinados locais foram escolhidos para capitais de Israel durante o período do reino dividido (Siquém, Tirza, Samaria). Judá. Conquanto não haja uma fronteira geológica definida separando Samaria e Judá, existe uma acentuada diferença na topografia das duas regiões. A precipitação maior de chuva em Samaria contribuiu para a ocorrência de muito mais erosão e para a formação de uádis com leitos mais profundos. Judá é mais um planalto, menos seccionado devido a seu clima mais seco. À medida que se caminha para o sul de Judá, o terreno se torna mais adverso, mais irregular e mais estéril. A principal característica da superfície de Judá são rochas nuas e amplas áreas de pedras quebradas e soltas, sem nenhuma terra por causa da ação da chuva. Só ao longo da bacia hidrográfica, nas vizinhanças de Ramá e entre Belém e Hebrom, é que o solo de Judá permite o cultivo. Nas demais áreas, o solo superficial, que sofre erosão nas chuvas torrenciais de inverno, tem impedido em grande parte o cultivo da terra.
A apenas cerca de oito quilômetros a sudeste de Jerusalém, começa o deserto de Judá (Nm 21:20-1Sm 26.1,2; cp. Mc 1:4). Espetáculo assustador de desolação, o deserto de Judá, também conhecido como lesimom, é um deserto verdadeiro E uma terra despovoada, deprimente, selvagem, rochosa e improdutiva, e praticamente sem nenhuma ocorrência de chuva (SI 63.1). Até mesmo os nômades beduínos dos dias de hoje tendem a evitar a aridez e o terreno irregular desse deserto. Em sua margem oriental, o deserto de Judá mergulha quase verticalmente até o vale do Jordão abaixo e em alguns lugares a descida chega a 1.350 metros. Entre Jericó e a ponta sul do mar Morto, existem mais de 20 desfiladeiros profundos que foram cavados por uádis. Contudo, no período bíblico, esses uádis eram estreitos e sinuosos demais para permitirem estradas importantes e, por esse motivo, Judá estava naturalmente isolada no lado oriental. O profeta Isaías anunciou, porém, um tempo em que até a topografia contorcida e acidentada do deserto de Judá será endireitada e nivelada e todos os lugares escarpados serão aplanados (Is 40:3-4; ср. 41:18-20; 51.3).
No lado oeste, o final da cadeia central de Judá é apenas um pouco menos abrupto. Uma vala estreita e rasa (uádi Ghurab, uádi Sar) faz divisão entre a região montanhosa e uma região com topografia distinta, conhecida como Sefelá ("contraforte". cp. Dt 1:7; Js 9:1-10.40; 12.8; Iz 1.9; 1Rs 10:27-1C 27.28; 2Cr 9:27-26.10; 28.18; Jr 17:26-32.44; 33.13; Ob 19).
A Sefelá começa no vale de Aijalom e se estende para o sul por cerca de 55 quilômetros até a área de T. Beit Mirsim. Esses contrafortes cobrem uma área de aproximadamente 13 a 16 quilometros de largura e, o que e importante, estendem-se para o oeste até a vizinhança do que foram as cidades filisteias de Gezer, Ecrom e Gate . Composta principalmente de calcário macio, com uma superfície ondulante inclinando suavemente para o lado oeste, entrecortada por alguns uádis importantes e férteis, a Sefelá era uma zona intermediária entre a cadeia central de Judá (ocupada pelos israelitas) e o sul da planície Costeira (ocupada pelos filisteus).
Não é surpresa que, na Bíblia, a área tenha sido cenário de vários episódios de guerra motivada por razões econômicas entre os israelitas e os filisteus (Jz 15:4-5; 2Sm 23:11-12). Aliás, é possível que as disputas entre filisteus e israelitas fossem provocadas justamente pelo desejo de ambos os povos de dominar e explorar os ricos vales agrícolas da Sefelá.
Inicialmente, o Neguebe ("terra seca"; e.g., Gn 24:62; Nm 13:29; Js 15:19; Jz 1:15) designava o deserto estéril ao sul de Judá (e.g. Is 15:2-4; 18.19; 1Sm 27:10-2Sm 24.7; cp. os leques aluvianos que se estendem de Berseba até Arade). Ao longo do tempo, o sentido da palavra evoluiu e, pelo fato de essa região estéril ficar no sul, passou a ter o sentido de um ponto cardeal e, assim, designar o sul de quase qualquer lugar (Is 11:2; Zc 14:10-1Sm 30.14).
Hoje o Neguebe inclui aquilo que a Bíblia chama de deserto de Zim (Nm 20:1-34.3; Js 15:1) e o deserto de Para (Nm 10:12; Dt 1:1). A região do moderno Neguebe apresenta um ambiente adverso à atividade humana ou à sua povoação por um grande número de pessoas. A área depende totalmente de chuva, sempre escassa e incerta, embora o território tenha alguns poços nas vizinhanças de Berseba (Gn 26:18-22) e Cades-Barneia.
A localização estratégica da Palestina
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As regiões geográficas da Palestina
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Altitude da Palestina
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Samaria
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O vale de Jezreel
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Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

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Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

is 33:14
Sabedoria do Evangelho - Volume 7

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 33
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 26:26-29


26. Estando eles a comer, tomando Jesus um pão e tendo abençoado, partiu e deu aos discípulos, dizendo: "Tomai, comei, isto é o meu corpo".

27. E, tomando uma taça e tendo dado graças, deu-lhes, dizendo: "Dela bebei todos,

28. pois isto é meu sangue do testamento, derramado em relação a muitos para abandono dos erros.

29. Digo-vos, porém, que não beberei desde agora deste produto da videira, até aquele dia quando o beberei convosco no reino de meu Pai".

MC 14:22-25


22. Estando eles a comer, tomando um pão e tendo abençoado, partiu e deu a eles, dizendo: "Tomai, isto é o meu corpo".

23. E tomando uma taça, tendo dado graças, deu a eles e todos beberam dela.

24. E disse-lhes: "Isto é o meu sangue do testamento derramado sobre muitos.

25. Em verdade digo-vos que não mais beberei do produto da videira até aquele dia quando o beberei convosco no reino de Deus".

LC 22:15-20


15. E disse a eles: "Desejei ardentemente comer esta páscoa convosco, antes de eu sofrer,

16. pois vos digo que de modo algum a comerei até que se plenifique no reino de Deus".

17. E tendo apanhado uma taça e tendo dado graças, disse: "Tomai isto e distribui a vós mesmos,

18. pois vos digo que, desde agora, não beberei do produto da videira até que venha o reino de Deus".

19. E tomando um pão, tendo dado graças, partiu e deu a eles, dizendo: "Isto é o meu corpo que é dado para vós: fazei isto para lembrar-vos de mim"

20. E do mesmo modo a taça, depois do jantar, dizendo: "Esta taça é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós".



Vejamos o texto literal, estudando-o quanto aos termos.


A expressão "desejei ardentemente" corresponde ao grego: epíthymía epethymêsa, literalmente: "desejei com grande desejo", tal como se lê em GN 31:30, versão dos LXX. " Até que se plenifique " (héôs hótou plêrôthêí) ou seja, até que atinja sua plenitude, sua amplitude total. " Tomando um pão" (labôn ártan) sem artigo, do mesmo modo que mais adiante "tomando uma taça" (labôn potêrion), onde Lucas (vs. 17) usa "tendo apanhado" (dexámenas, de déchomai). " Tendo abençoado " (em Mateus e Marcos, eulogêsas) ou "tendo dado graças" (eucharistêsas) nos três narradores. Na realidade são quase sinônimos, pois a bênção consistia num agradecimento a Deus pelo alimento que ia ser ingerido, suplicando-se que fosse purificado pela Bênção divina (cfr. EX 23:25). " Partiu o pão" (éklase tòn árton): era o hábito generalizado entre os judeus, quando à mesa o anfitrião tirava pedaços de pão e os distribuía aos convivas em sinal de amizade e deferência.


"Tomai, comei" (lábete, phágete) sem copulativa "e" (kaì). " Isto é o meu corpo" e "isto é o meu sangue" (toúto estin tò sômá mou e toúto estin tò haímá mou). O pronome toúto é neutro e significa "isto". No entanto, surge a dúvida: não será neutro apenas para concordar com os substantivo sôma e haíma que também são neutros? Pela construção, mais adiante (JO 22:38) onde se lê: "este é o grande mandamento" (autê estin ho megálê entolê), pode interpretarse que o pronome venha em concordância com os substantivos. Deveria então preferir-se a tradução: " este é meu corpo " e "este é meu sangue". Teologicamente, tanto "este" quanto "isto" exprimem a mesma ideia, embora "isto" seja mais explícito para exprimir a transubstanciação. " Sangue do testamento " (em Lucas: "do novo testamento") lembra Moisés (EX 24:8) quando esparziu o sangue dos bois sobre o povo, em que fala do "sangue do testamento" que muitos traduzem como" sangue da aliança " (cfr. Jean Rouffiac, "Recherches sur les Caracteres du Grec dans le Nouveau Testament d"après les Inscriptions de Priène", Paris, 1911, pág. 42). Lucas exprimiu a ideia de outra forma: " esta taça é o novo testamento em meu sangue" (toúto tò potêrion hê kainê diathêkê en tôi haímati mou). A palavra grega diathêkê exprime literalmente as "disposições testamentárias", tanto no linguajar clássico quanto no popular (koinê), como vemos nas inscrições funerárias e nos "grafitti" da época.


De qualquer forma, vemos, nessa frase, a abolição total dos sacrifícios sangrentos, pois as "disposições testamentárias" são feitas através do simbolismo do vinho transubstanciado no sangue.


O sangue "que é derramado" (tò ekchynnómenon), no particípio presente; portanto, simbolismo do vinho na taça, representando o que seria mais tarde derramado quando o sacrifício se realizasse no Cal vário. O sangue que é derramado "em relação a muitos" (perì pollôn, Mat.) ou "sobre muitos" (hypèr pollôn, Marc.) ou "sobre vós" (hypèr hymõn, Luc). Também o pão, em Lucas, é dito "que é dado sobre vós" (tò hypèr hymõn didómenon).


A taça (potêrion) utilizada era a comum destinada ao vinho, e o uso de agradecer a Deus e fazê-la passar por todos os convivas, já é assinalado quanto à "taça do Qiddoush" na Michna (Pesachim, 10).


A expressão "não mais beberei do produto da videira até o dia em que o beberei convosco no reino de Deus", se compreendêssemos como alguns fazem, o "reino de Deus" como sendo "o céu", nós teríamos irrespondivelmente um "céu" semelhante ao dos maometanos, com bons vinhos (lógico, os vinhos do céu não poderiam jamais ser ruins!) e talvez até com as célebres "huris".


No entanto, Loisy ("Les Evangiles Synoptiques, 1907/8, vol. 29, pág. 522) reconhece que o sentido literal das palavras desse trecho justificam plenamente o comportamento das igrejas cristãs desde os primeiros séculos.


Os teólogos muito se preocupam se Jesus também comeu e bebeu o pão e o vinho, que deu e fez passar entre os discípulos: querem saber se Ele comeu o próprio corpo e bebeu o próprio sangue... Vejamos.


Jerônimo (Patr. Lat. vol. 22 col 386) diz que sim: ipse conviva et convivium, ipse cómedens et qui coméditur, ou seja: "ele-mesmo conviva e alimento, ele mesmo que come e é comido". Agostinho (Patr. Lat. vol. 34 col. 37) é da mesma opinião: sacramento córporis et sánguinis sui praegustato, significavit quod voluit, isto é: "tendo saboreado o sacramento de seu corpo e de seu sangue, exprimiu o que quis". João Crisóstomo (Patr. Gr. vol. 58, cal. 739) diz que para evitar a repulsa dos discípulos em comer carne humana e beber sangue, ele mesmo comeu e bebeu primeiro.


Mas os imperativos são por demais categóricos e estão todos na segunda pessoa do plural, o que exclui a participação da primeira.


Mateus e Marcos colocam a transubstanciação depois da saída de Judas.


Lucas, que confessa (1:3) ter tido todo o cuidado com a cronologia histórica dos fatos, coloca a transubstanciação antes da saída de Judas, versão que é aceita por João Crisóstomo (Patr. Gr. vol. 58, col. 737).


Ainda estavam comendo (esthióntôn autôn) quando Jesus lhes anuncia que "desejou ardentemente" comer com Seu colégio iniciático aquela refeição pascal, antes de sofrer (páthein), ou seta, antes de submeter-se experimentalmente aos transes dolorosos daquele grau iniciático (cfr. vol. 4, nota).


Nesse "jantar pascal" Ele lhes deixará Suas "disposições testamentárias" (diathêkê), que consistem no ensino da transmutação da matéria ou transubstanciação; na ordem de realizar sempre as refeições em memória Dele; e nas últimas revelações e ensinos, promessas e profecias para o futuro da humanidade.


A razão é que, depois desse jantar, o Filho do Homem não terá outra oportunidade até que se plenifique o "reino de Deus", atingindo seu sentido pleno e total. Já vimos que essa expressão "reino de Deus" ou "reino divino" ou "reino dos céus" ou "reino celeste" é equivalente às outras que tanto empregamos: reino mineral (matéria inorgânica), reino vegetal (matéria orgânica), reino animal (psiquismo), reino hominal (racionalismo), reino divino (Espírito). Então, o sentido exato das palavras pode ser: até que o Espírito esteta plenamente vigorando nas criaturas, estando superadas definitivamente todos os outros reinos inferiores. Enquanto não tenha sido atingido esse objetivo na Terra, não mais provará o Filho do Homem nem o jantar pascal, nem o produto (genémata) da videira.


Após essas palavras, mais uma vez o Cristo passa a agir e a falar através de Jesus, utilizando Seu instrumento humano visível, mas diretamente proferindo as palavras. Não são as frases ditas pelo homem Jesus, mas são ditas pelo Cristo de Deus pela boca de Jesus.


Pega então um pão, um dos que estavam sobre a mesa, e abençoa-o, como se deve fazer a qualquer alimento antes de ingeri-lo: agradecer ao Pai a graça de tê-lo obtido, e sobre ele suplicar as bênçãos divinas.


De acordo com o uso judaico, o chefe da casa parte pedaços do pão e dá a cada conviva um pedaço.


O essencial da lição, a novidade, portanto, é a frase: "ISTO É O MEU CORPO". Há um ensino magistral nesse gesto e nessas palavras: o pão é o corpo crístico que serve de alimento à parte espiritual do homem, pois lhe sustenta os veículos inferiores durante a romagem terrena. Representação perfeita, sem que se precise chegar ao exagero de dizer que o "pão eucarístico" é, de fato, "o corpo, o sangue, a alma e a divindade, e os ossos de Jesus".


Deu-se a confusão porque não houve suficiente compreensão da distinção entre Jesus, o ser humano excepcionalmente evoluído, e o Cristo divino que Lhe era a essência última, como o é de todas as coisas criadas, visíveis e invisíveis. Assim como podemos dizer que Jesus é "o corpo do Cristo", porque o Cristo está nele, assim também pode dizer-se do pão (como de qualquer outra substância) que se trata, em verdade do "corpo do Cristo". Não foi o fato de ser abençoado que assim o tornou (não é a" consagração" na missa que transubstancia o pão em alimento divino), mas qualquer pedaço de pão, qualquer alimento, tem como essência última a Essência Divina, já que a Divindade É, enquanto tudo o mais EXISTE, ou seja, é a manifestação dessa mesma essência divina: tudo é a expressão exteriorizada dessa Divindade que está em tudo, porque está em toda a parte sem exceção.


Por que terá o Cristo de Deus escolhido o pão? Mesmo não considerando que era (e é) o alimento mais difundido na humanidade, temos que procurar alcançar algo mais profundo.


Nas Escolas iniciáticas egípcias e gregas, o simbolismo é ensinado sob a forma da ESPIGA DE TRIGO; nas Escolas palestinenses dá-se um passo à frente, apresentando-se o PÃO, que constitui a transubstanciação do trigo, após ter sido moído e cozido, símbolo já definido quando Melquisedec oferece pão ao Deus Altíssimo (GN 14:18). Assim como o trigo, produto da natureza, criação do Verbo, é transmudado em pão pelo sofrimento de ser moído e cozido, assim o pão se transmuda em nosso corpo após o sofrimento de ser mastigado e digerido. Então o pão se torna, pelo metabolismo, corpo humano, da mesma maneira que o corpo humano, após ser açoitado e crucificado, se transmudará em Espírito.


Daí, pois, a expressão toúto estin tò sômá mou ter sido traduzida por nós em "ISTO é o meu corpo, no sentido de ser aquilo que estava em Suas mãos não ser mais "pão": não era mais" este pão", mas" ISTO", pois sua substância fora transmudada simbolicamente.


Logo a seguir temos que considerar o vinho. Apanhando de sobre a mesa uma taça de vinho (no original sem artigo) novamente agradece ao Pai a preciosa dádiva, e afirma igualmente: "ISTO é meu sangue do Novo testamento". Tal como Moisés utilizou o sangue de bois como símbolo das disposições testamentárias de YHWH com o povo israelita, assim o Cristo apresenta, por meio de Jesus; o vinho como símbolo das disposições testamentárias novas que são feitas pelo Pai à humanidade.


Assim como o pão, também o vinho está mais avançado que a uva, símbolo utilizado nas Escolas iniciáticas egípcias e gregas. Ao invés do produto da videira (tal como a espiga produto do trigo) representava a transubstanciação da terra-mãe, que se transmudava em alimento. Mas na Palestina, um passo à frente, empregava-se o vinho, símbolo da sabedoria (vol. 1 e vol. 4) obtido também, como o pão, através da dor: a uva é pisada no lagar e depois o líquido é decantado por meio da fermentação.


Quanto à oferenda do pão e do vinho, como substitutos dos holocaustos sangrentos de vítimas animais, já a vemos executada como sublime ensinamento por Melquisedec, conforme lemos na Torah (GN 14:18): vemalki-tsadec meleq salem hotsia lehem vaiiam vehu kohen leel hheleion; e nos LXX: Melchisedek, basileús salêm, exênegke ártous kaì oínon, hên dè hiereús toú theoú hypsístou, ou seja: Melquisedec, rei de Salém, ofereceu pão e vinho, pois era sacerdote do Deus altíssimo".


Aí, pois, encontramos a origem dos símbolos escolhidos pelo Cristo, por meio de Jesus, que era precisament "sacerdote da Ordem de Melquisedec" (HB 6:20) e que, com o passo iniciático que deu no Drama sacro do Calvário, se tornou "sumo sacerdote da mesma ordem" (HB 5:7-10; cfr. vol. 6). A indicação de uma Escola sacerdotal, portanto, é mais que evidenciada: o sacerdócio do Deus Altíssimo (não de YHWH) é exercido por Melquisedec, Hierofante máximo da ordem que tem seu nome, da qual fazem parte Jesus e outros grandes avatares. Essa Ordem de Melquisedec é conhecida atualmente como a Fraternidade Branca, continuando com o mesmo Hierofante, o "Ancião dos Dias", o Deus da Terra, o Pai místico de Jesus, o único que, na realidade, neste planeta, tem o direito de ser chamado "pai" (MT 23:9).


Então entendemos em grande parte qual a meta a que somos destinados: onde está o Pai, de onde Jesus proveio e para onde estava regressando (JO 13:1 e JO 13:3), pois o desejo maior de Jesus é que vamos para onde foi: "que onde eu estou, vós estejais também" (JO 17:24). Mas tudo isso será estudado com Suas próprias palavras nos próximos capítulos.


Essa interpretação explica a expressão: "não mais beberei o produto da videira" ou "comerei a páscoa", até quando convosco o faça no reino (na casa) do Pai: compreende-se, porque se trata da Terra, e não do "céu".


O sangue, foi dito em Mateus, é derramado em relação a muitos para "abandono dos erros" (eis áphesin tôn hamartiôn). Inaceitável a tradução "remissão dos pecados", pois até hoje, quase dois mil anos depois, continuam os "pecados" cada vez mais abundantes na humanidade. Que redenção é essa que nada redimiu?


Lucas tem uma frase de suma importância, que é repetição de Paulo (1CO 11:24 e 1CO 11:25), tanto em relação ao pão, quanto em relação ao vinho: "fazei isto em recordação de mim, todas as vezes que o beberdes" (toúto poieíte eis tên esmên anámnêsin hosákis ean pínete). Quem fala é O CRISTO. Daí podermos traduzir com pleno acerto: "fazei isto para lembrar-vos do EU" que, em última análise, é o CRISTO INTERNO.


Nem o grego nem o latim podiam admitir a construção permitida nas línguas novilatinas, que podem considerar o pronome pessoal como substantivo, antepondo-lhe o artigo: o eu, do eu, para o eu; em virtude das flexões da declinação, eram forçados a colocar o pronome nos casos gramaticais requeridos pela regência. Daí as traduções possíveis nas línguas mais flexíveis: "em minha memória", ou "em memória de mim" ou mesmo, em vista do conjunto do ensino crístico, "em memória DO EU". Confessamos preferir a última: "para lembrar-vos DO EU" que se refere ao Cristo Interno que individua o ser. Sendo porém o Cristo que falava, nada impede que se traduza: em minha memória, ou "para lembrarvos de mim".


Portanto, pão e vinho representam, simbolicamente, o corpo e o sangue do Eu profundo, do Cristo; a matéria de que Se reveste para a jornada evolutiva no planeta.


Pedimos encarecidamente que o leitor releia, antes de prosseguir, o que está escrito no vol. 39, páginas 143 a 155.


* * *

Há mais um ponto importante a focalizar: é quando diz: "fazei isto em memória de mim, TODAS AS VEZES QUE O BEBERDES".


Então não se trata apenas de uma cerimônia religiosa com dia e hora marcados: mas todas as vezes que nos sentarmos a uma mesa, para tomar qualquer alimento, todas as vezes que comermos pão ou que bebermos vinho, devemos fazê-lo com a certeza de que a essência divina (que constitui a essência desse alimento sob as formas visíveis e tangíveis transitórias) penetra em nós para sustentar-nos, transubstanciando-nos em Sua própria essência, transformando nosso pequeno "eu" personativo em Seu Eu profundo, no Cristo interno que nos sustenta a vida.


Por isso devemos tornar instintivo em nós o hábito de orar todas as vezes que nos sentarmos" à mesa: uma prece de agradecimento (eucharistía), de tal forma que qualquer bocado deglutido se torne uma comunhão nossa com a Essência Divina contida em todos os alimentos e em todas as bebidas, quaisquer que sejam, inclusive no ar que respiramos, pois "em Deus vivemos, nos movemos e existimos" (AT 17:28).

Temos que considerar (e já foi objeto de estudos desde a mais alta antiguidade) que havia duas partes totalmente destacadas e distintas na prática dessa "ação de graças" em relação à comida e à bebida: uma era ensinada aos fiéis comuns, para neles despertar o sentimento de fraternidade real; a outra era reservada aos componentes da Escola iniciática Assembleia do Caminho.


Tratemos inicialmente da primeira. Vejamos apenas alguns textos que confirmem o que afirmamos, para que o leitor forme um juízo. Quem desejar aprofundar-se, consulte a obra de Joseph Turmel Histoire des Dogmes", Paris, 1936, páginas 203 a 525 (são 322 páginas tratando deste assunto).


A cerimônia destinada aos fiéis em geral consistia num jantar (o termo grego deípnon designava a refeição principal do dia, realizada geralmente à noite, tanto que muitos traduzem como "banquete" e outros como "ceia"). Em diversos autores encontramos referências a esse jantar, que Paulo denomina deípnon kyríakon ("jantar do Senhor").


Esse tipo de refeição em comum, de periodicidade semanal, já se tornara habitual entre os judeus devotos.


Iniciava-se com a passagem por todos os presentes da "Taça do Qiddoush", que continha o vinho da amizade pura. Era uma cerimônia de sociedades reservadas, mantenedoras das tradições orais (parádôsis) dos ensinos ocultos, de origem secular, que com suas transformações e modificações resultou naquilo que hoje tem o nome de Maçonaria. Nessa refeição comia-se e bebia-se à vontade, só sendo rituais a taça de vinho inicial com sua fórmula secreta de bênção, o pão também abençoado e depois partido e distribuído pelo que presidia, e a taça final de vinho; cada um desses rituais era precedido e seguido de uma prece, de cujos termos exotéricos a Didachê conservou-nos um resquíci "cristianizado" posteriormente. Mas a base é totalmente judaica. A ordem desse cerimonial foi-nos conservada inclusive pelo evangelho de Lucas (ver acima vers. 17, 19 e 20).


PAULO DE TARSO (1CO 11:20-27) afirma que recebeu o ritual diretamente do Senhor. E neste ponto repete as palavras com a seguinte redação: "O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou um pão e, tendo dado graças (eucharistêsas) partiu e disse: Isto é o meu corpo em vosso favor (toúto moú estin tò sôma tò hypèr hymôn); fazei isto em memória de mim. Igualmente também a taça depois do jantar, dizendo: Esta taça é o novo testamento no meu sangue; fazei isto todas as vezes que beberdes, em memória de mim. "

Ora, esse texto da carta aos coríntios é anterior, de dez a vinte anos, à redação escrita de qualquer dos Evangelhos. E isso é de suma importância, pois foi Lucas quem escreveu essa epístola sob ditado de Paulo, que só grafou a saudação final (cfr. 1CO 16:21). Logo, aí se baseou ele na redação de seu Evangelho.


Nessa mesma carta Paulo avisa que, no jantar, devem esperar uns pelos outros, pois se trata de uma comemoração: quem tem fome, coma em casa (ib. 11:34) e não coma nem beba demais, como estava ocorrendo entre os destinatários da missiva, pois enquanto uns ficavam com fome, outros já estavam embriagados.


PEDRO (2PE 2:13) ataca fortemente o desregramento e a devassidão dos sensuais ao banquetear-se com os fiéis.


JUDAS, o irmão do Senhor (epist. 12), queixa-se dos que abusam dos jantares cristãos.


A DIDAQUÊ ("Doutrina dos Doze Apóstolos"), escrita no século I, fala no "jantar de ação de graças"; diz como deve ser realizado, quais as preces que precedem e quais as que devem ser recitada "depois de fartos" (metà de tò emplêsthênai oútôs eucharistêsete, 10,1). No final desse capítulo, em que se registra o texto da prece, há um acréscimo interessante: "aos profetas (médiuns) é permitido darem as graças como quiserem (toís de prophêtais epitrépete eucharístein hósa thélousin).


PLÍNIO O JOVEM, no ano 112, fala que os cristãos se reuniam ad capiendum cibum promiscuum tamen et innoxium, "para tomar alimento coletivo, mas frugal" (Carta a Trajano, 10,97).


TERTULIANO, no ano 197, escreve que os jantares cristãos têm o nome de agápê, que signific "amor" e jamais ferem a modéstia e a boa educação; e prossegue (Patr. Lat. vol. 1, col. 477): non prius discúmbitur quam oratio ad Deum praegustetur; éditur quantum esurientes capiunt, bíbitur quantum pudícis útilis est. Ita saturantur, ut qui memínerint etiam per noctem adorandum Deum sibi esse; ita fabulantur, ut qui sciant Dominum audire. Post aquam manualem et lúmina, ut quisque de Scripturis sanctis vel de proprio ingenio potest, provocatur in medium Deo cánere; hinc probatur quómodo bíberit. Aeque oratio convívium dírimit ("De Ágapis", 39,21); eis a tradução: "Ninguém se põe à mesa antes de saborear-se uma oração a Deus. Come-se quanto tomam os que têm fome; bebe-se quanto é útil a homens sóbrios. De tal forma se fartam, como quem se lembra de que deve adorar a Deus durante a noite; conversam como quem sabe que o Senhor ouve. Depois da água para as mãos e das lanternas, cada um é convidado a cantar a Deus no meio, ou tirando das Santas Escrituras ou de seu próprio engenho; por aí se julga como tenha bebido. Igualmente uma oração encerra a refeição".


Aí temos, pois, claramente exposto o ágape cristão dos primeiros tempos, destinado aos fiéis que amigável e amorosamente se reuniam uma vez por semana, no die solis, que passou a denominar-se dies domínica.


* * *

Outro sentido, entretanto, era dado à modesta ceia de pão e vinho, realizada pelos iniciados, que emprestavam significado todo especial ao rito que lhes era reservado. Vejamos alguns testemunhos.


JUSTINO MÁRTIR, no ano 160 (quarenta anos depois de Plínio e quarenta anos antes de Tertuliano) já escrevia ("De Conventu Eucharístico", 65, 2-5): allêlous philêmati, etc., ou seja: "Saudamo-nos mutuamente com um beijo, quando terminamos de orar. Depois é trazido pão e vasilhas com vinho e com água ao que preside aos irmãos. Recebendo-os dá louvor e glória ao Pai de todas as coisas em nome do Filho e do Espírito Santo, e ação de graças (eucharistía) pelas dádivas Dele recebidas em abundância... Depois que quem preside fez preces e todo o povo aclamou (com o Amén), aqueles que são chamados servidores (diáconoi) distribuem o pão e o vinho e a água sobre os quais foram dadas graças, a todos os presentes, e os levam aos ausentes".


E na 1. ª Apologia (66,1-4) escreve mais: kaì hê trophê hautê kaleítai par"hemín, etc. isto é: "E esse alimento é chamado entre nós ação de graças... Mas não tomamos essas coisas como um pão comum nem como bebida comum. Mas do mesmo modo que Jesus Cristo, nosso libertador, se fez carne (encarnou) pelo Lógos de Deus, e teve carne e sangue para nossa libertação, assim também, pela oração do ensino dele, aprendemos que o alimento sobre o qual foram dadas graças, do qual se alimentam nosso sangue e nossa carne pelo metabolismo (katà metabolên), são a carne e o sangue daquele Jesus que se fez carne (encarnou). Pois os apóstolos, nas Memórias que escreveram, chamadas Evangelhos, transmitiram que assim lhes foi ordenado, quando Jesus, tomando o pão e tendo dado graças, disse: Fazei isto em memória de mim, isto é o meu corpo. E tomando a taça, igualmente dando graças, disse: Isto é o meu sangue. E só a eles distribuiu. Certamente sabeis ou podeis informar-vos de que, tornando-se imitadores, os maus espíritos ensinaram (isso) nos mistérios de Mitra; pois são dados um pão e um copo de água aos iniciados do Forte (Mitra) com certas explicações complementares". (Não percamos de vista que os mistérios de Mitra antecederam de seis séculos a instituição dos mistérios cristãos.) No "Diálogo com Trifon o Judeu" (70,4) Justino escreveu: hóti mèn oún kaì légei, etc ., ou seja: "Ora, é evidente que também fala o profeta (IS 33:13-19) nessa profecia sobre o pão que nosso Cristo nos mandou comemorar, para lembrar sua encarnação por amor dos que lhe são fiéis, pelos quais também sofreu, e sobre a taça, que aparece em recordação de seu sangue, nos mandou render ação de graças".

Vemos, pois, a interpretação de algo mais profundo que o simples "jantar"; e isso é mais explicitamente comentado por IRINEU, no ano 180 ("De Sacrificio Eucharistiae", 4, 17, 5), onde escreve: Sed et suis discípulis dans consilium primitias Deo offerre ex suis creaturis, non quasi indigenti sed ut ipsi nec infructuosi nec ingrati sint, eum qui ex creatura panis est, accepit et gratias egit, dicens: Hoc est meum corpus. Et cálicem simíliter, qui est ex ea creatura, quae est secundum nos suum sánguinem confessus est, et novi testamenti novam docuit oblationem, quam ecclesia ab apóstolis accípiens, in universo mundo offert Deo, ei qui alimenta nobis praestat, primitias suorum múnerum in novo testamento, isto é: "Mas, danSABEDORIA DO EVANGELHO do também a seus discípulos o conselho de oferecer a Deus as primícias de suas criaturas, não como a um indigente, mas para que eles mesmos não fossem infrutíferos nem ingratos, tomou da criação aquele que é o pão, dizendo: Isto é o meu corpo. E igualmente a taça que é daquela criatura que, segundo nós, confessou ser seu sangue, e ensinou a nova oblação do novo testamento; recebendo-a dos apóstolos, a igreja oferece, no mundo inteiro, a Deus, àquele que nos fornece os alimentos, primícias de suas dádicas no novo testamento".


Aí, portanto, temos uma interpretação bastante ampla: o alimento ingerido com ação de graças é um atestado vivo de gratidão a Deus, pelo sustento que Dele recebemos; os quais alimentos, sendo criações Suas, representam Seu corpo, isto é, são a manifestação externa de Sua essência que subestá em tudo.


Mas outro autor vai mais longe: CLEMENTE DE ALEXANDRIA, no ano 200, escreve (Strommateis, 5,10; Patr. Gr. vol. 9, col. 100/101): "Segundo os apóstolos, o leite é a nutrição das crianças, e o alimento sólido é a nutrição dos perfeitos (teleisthai, "iniciados"). Entendamos que o leite é a catequese, a primeira nutrição da alma, que a nutrição sólida é a contemplação (epoptía) que vê os mistérios. A carne e o sangue do Verbo (sárkes autaì kaì haíma toú Lógou) é a compreensão do poder e da essência divina... Comer e beber (brôsis gàr kaì posis) o Verbo divino, é ter a gnose da essência divina (hê gnôsis estí tês theías ousías)".


Clemente de Alexandria compreendia bem os mistérios cristãos porque fora iniciado em Elêusis antes de ingressar na Igreja. Por isso explica melhor, com os termos típicos da Escola Eleusina.


Dele ainda temos (Pedagogia, 1, 6; Patr. Gr. vol. 8, col. 308): "O Cristo, que nos regenerou, nutrenos com Seu próprio leite, que é o Verbo... A um renascimento espiritual corresponde, para o homem, uma nutrição espiritual. Estamos unidos, em tudo, ao Cristo o Somos de sua família pelo sangue, por meio do qual nos libertou. Temos sua amizade pelo alimento derivado do Verbo (dià tên anatrôphên tên ek toù Lógou) ... O sangue e o leite do Senhor é o símbolo de sua paixão (páthein) e de seu ensino".


E mais adiante (Pedag. 2, 2; Patr. Gr. vol. 8 col. 409): "O sangue do Senhor é dúplice: há o sangue carnal com o qual nos libertou da corrupção; e há o sangue espiritual (tò dè pneumatikós) do qual recebemos a cristificação. Beber o sangue de Jesus significa participar da imortalidade do Senhor".


Aí temos o pensamento e a interpretação desse episódio, cujo símbolo já fora dado também no protótipo de Noé, citado pelo próprio Jesus (cfr. vol. 6), quando o patriarca se inebriou com o vinho da sabedoria. Na ingestão do vinho oferecido em ação de graças, nosso Espírito se inebria na união crística, participando da "imortalidade do Senhor".


Trata-se, pois, da instituição de um símbolo profundo e altíssimo, que aqueles que dizem REVIVER O CRISTIANISMO PRIMITIVO não podem omitir em suas reuniões, sob pena de falharem num dos pontos básicos do ensino prático do Mestre: não é possível "reviver o cristianismo primitivo" sem realizar essa comemoração. Evidentemente não se trata de descambar para os rituais de Mitra, como ocorreu outrora pela invigilância dos homens que "paganizaram" o cristianismo. Mas é fundamental que se realize aquilo que o Mestre Jesus ordenou fizéssemos: TODAS AS VEZES que comêssemos pão ou bebêssemos vinho, devemos fazê-lo em oração de ação de graças, para lembrar-nos Dele e do Eu, do Cristo Interno que está em nós, que está em todos, que está em todas as coisas visíveis e invisíveis; do Qual Cristo, o pão simboliza o corpo, e o vinho simboliza o sangue, por serem os alimentos básicos do homem: o pão plasmando seu corpo, o vinho plasmando seu sangue (1).


(1) Esdrúxulo deduzir daí que o corpo de Jesus não era de carne. Contra isso já se erguera a voz autorizada de João o evangelista em seu Evangelho (1:14) e em suas epístolas (l. ª JO 4:2 e JO 4:2. ª João,

7) e todas as autoridades cristãs desde os primeiros séculos (cfr. Tertuliano, De Pudicicia, 9 e Adversus Marcionem, 4:40, onde escreve: "Tendo (o Cristo) tomado o pão e distribuído a seus discípulos, Ele fez seu corpo (corpus suum illum fecit) dizendo: Isto é o meu corpo, isto é a figura de meu corpo (hoc est corpus meum dicendo, id est figura córporis mei). Ora, não haveria figura, se Cristo não tivesse um corpo verdadeiro. Um objeto vazio de realidade, como é um fantasma, não comportaria uma figura. Ou então, se Ele imaginasse fazer passar o pão como sendo seu corpo, porque não tinha corpo verdadeiro, teria devido entregar o pão para nos salvar: teria sido bom negócio, para a tese de Marcion, se tivessem crucificado um pão"!



Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

SIÃO

Atualmente: ISRAEL
Monte Sião

Coordenadas: 31° 46' 18" N 35° 13' 43" E

Monte Sião (em hebraico: הַר צִיוֹן; romaniz.: Har Tsiyyon; em árabe: جبل صهيون; romaniz.: Jabel Sahyoun) é um monte em Jerusalém localizado bem ao lado da muralha da Cidade Antiga e historicamente associado ao Monte do Templo. O termo é frequentemente utilizado para designar a Terra de Israel.

A etimologia da palavra "Sião" ("ṣiyyôn") é incerta.

Mencionado na Bíblia em II Samuel (II Samuel 5:7) como sendo o nome do local onde estava uma fortaleza jebusita conquistada pelo rei Davi, sua origem provavelmente é anterior à chegada dos antigos israelitas. Se for semítico, pode ser derivado da raiz hebraica "ṣiyyôn" ("castelo"), da árabe "ṣiyya" ("terra seca") ou ainda da árabe "šanā" ("proteger" ou "cidadela"). É possível que o termo também esteja relacionado à raiz árabe "ṣahî" ("subir até o topo") ou "ṣuhhay" ("torre" ou "o cume da montanha"). Uma relação não-semítica com a palavra hurriana "šeya" ("rio" ou "riacho") também já foi sugerida.

Sahyun (em árabe: صهيون, Ṣahyūn ou Ṣihyūn) é a palavra para "Sião" em árabe e em siríaco. Um vale chamado "Wâdi Sahyûn" (uádi significa "vale") aparentemente preserva o nome original e está localizado a aproximadamente três quilômetros do Portão de Jaffa da Cidade Velha.

A frase "Har Tzion" aparece nove vezes na Bíblia judaica, mas escrita com um tsade e não um zayin.

De acordo com o relato em II Samuel (II Samuel 5:7), depois de conquistar a "fortaleza de Sião", David construiu ali seu palácio e a Cidade de David. O local foi mencionado também em Isaías 60:14, nos Salmos e em I Macabeus (ca. século II a.C.).

Depois da conquista da cidade jebusita, o monte da Cidade Baixa foi dividido em diversas partes. A mais alta, ao norte, tornou-se o local onde estava o Templo de Salomão. Com base em escavações arqueológicas que revelaram seções da muralha deste primeiro templo, acredita-se que ali era de fato o antigo Monte Sião.

No final do período do Primeiro Templo, Jerusalém se expandiu para o oeste. Pouco antes da conquista romana de Jerusalém e da destruição do Segundo Templo, Josefo descreveu o Monte Sião como uma colina do outro lado do vale para o oeste. Assim, a colina ocidental que se estendia pelo sul da Cidade Velha acabou sendo conhecida como "Monte Sião" e assim permanece desde então. No final do período romano, uma sinagoga foi construída na entrada da estrutura conhecida como "Túmulo de Davi", provavelmente por causa da crença de que Davi teria trazido a Arca da Aliança até ali vinda de Bete-Semes e Quiriate-Jearim antes da construção do Templo.

Em 1948, o Monte Sião foi ligado ao bairro de Yemin Moshe, em Jerusalém Ocidental, através de um túnel estreito. Durante a guerra da independência, uma forma alternativa para evacuar feridos e transportar suprimentos aos soldados que estavam no alto do monte se fez necessária. Um teleférico capaz de carregar 250 kg foi instalado e era operado apenas à noite para evitar ser detectado. O aparelho ainda existe e está no Hotel Monte Sião.

Entre 1948 e 1967, quando a Cidade Velha esteve sob ocupação jordaniana, aos israelenses foi negada a permissão de irem até seus lugares santos. O Monte Sião foi designado uma terra de ninguém entre Israel e Jordânia. O monte era o local mais próximo do local do antigo Templo de Jerusalém ainda acessível aos israelenses. Até a reconquista de Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, os israelenses subiam no teto do Túmulo de Davi para orar.

A sinuosa estrada que leva ao topo do Monte Sião é conhecida como "Caminho do Papa" ("Derekh Ha'apifyor") e foi pavimentada em homenagem às históricas visitas a Jerusalém pelo papa Paulo VI em 1964.

Entre os mais importantes estão a Abadia da Dormição, o Túmulo de Davi e a Sala da Última Ceia. A maior parte dos historiadores e arqueologistas não acreditam que o "Túmulo de Davi" seja de fato o local onde estaria enterrado o rei Davi. A Câmara do Holocausto ("Martef HaShoah"), a precursora do Yad Vashem, também está no Monte Sião, assim como o cemitério protestante onde Oscar Schindler, um "justo entre as nações" que salvou mais de 1 200 judeus durante o Holocausto, está enterrado.

Em 1874, o britânico Henry Maudsley descobriu uma grande seção de rochas e diversos grandes tijolos de pedra no Monte Sião que, acredita-se, formavam a base da "Primeira Muralha" citada por Josefo. Muitas delas haviam sido utilizadas para construir uma murada de contenção à volta do portão principal da escola do bispo Gobat (local que depois ficou conhecido como "Instituto Americano para Estudos da Terra Santa" e a "Universidade de Jerusalém").

Mapa Bíblico de SIÃO



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Isaías Capítulo 33 do versículo 1 até o 24
G. AI AO DESTRUIDOR ASSÍRIO, 33:1-24

Este discurso pressupõe um avanço considerável nos eventos históricos de Is 31. Sua data é sugerida no versículo 7. Os nobres judeus foram enviados a Laquis com tributos para o conquistador assírio, na esperança de que, por meio desses pre-sentes, ele não sitiaria Jerusalém. Eles receberam uma resposta que os encheu de desânimo. Senaqueribe aceitou os tesouros, mas recusou-se a poupar a cidade, a não ser com base na sua rendição incondicional. Ele, portanto, mostrou-se infiel (8) e enganoso (1), desconsiderando condições de paz que ele mesmo havia estabelecido (II Reis 18:14). Deste modo, esse discurso ocorreu num tempo entre II Reis 18:16-17. A delegação a que se refere o versículo 7 não foi a primeira a ser enviada (II Reis 18:14) para fazer uma oferta de submissão, mas a última que trouxe tributos a Senaqueribe em decorrência desse acordo.

O capítulo mostra como essa súbita mudança de eventos foi revelada ao pro-feta de forma antecipada e com certeza divina. Este capítulo também sustenta a pregação de Isaías ao argumentar que somente em Deus há livramento, e que uma neutralidade quieta e devota era a melhor diplomacia política para a peque-na Judá.

  1. O Destruidor e o Libertador Divino (33:1-9)

a) Ai ao traiçoeiro (33.1). Ai de ti despojador que age perfidamente. [...] Acaban-do tu de despojar, serás despojado. Com isso, Isaías está dizendo: Vocês ainda não colheram o que semearam; mas quando terminarem, então a sua traição cairá sobre sua própria cabeça.

b) A súplica de Judá e a condição da Palestina (33:2-9). Isaías aqui compartilha dos sentimentos de Jerusalém e se une ao povo em intercessão. O profeta verbaliza a oração de Judá: SENHOR, tem misericórdia de nós, fortalece-nos, salva-nos (2). Quando Deus se move, as nações são dispersas (3) e o seu despojo abandonado será ajuntado (4). Assim, aquele que veio para saquear acabará sendo saqueado. Todo despojo que os assírios ajuntaram dentro de suas fronteiras para o sul se tornará um bom saque para os habi-tantes de Jerusalém. Moffatt esclarece o versículo 4 desta forma: "Vamos saqueá-los como pulgões, e nos aglomerar como gafanhotos sobre o seu despojo". O Eterno exaltado é a fonte da retidão (5), da estabilidade, da sabedoria e da salvação de Sião; a reverência é o seu tesouro.

Os embaixadores de paz de Judá (7) clamam de tristeza e desapontamento por causa da vergonhosa quebra da aliança pelos assírios (8). Ninguém se atreve a aventu-rar-se pelas estradas. Os assírios desprezam as cidades e não tem consideração pelo homem mortal, pisoteando os direitos e rejeitando qualquer acordo amigável. Líbano, Basã, Carmelo e Sarom (veja mapa 1), todos famosos pela fertilidade e beleza, sofre-ram a devastação pela invasão assíria (9). Ezequias tinha concordado com as condições de Senaqueribe de sujeição e mesmo assim não houve nenhuma suspensão das hostilidades.

  1. Deus Agirá (33:10- - 14a)

Agora, me levantarei, diz o SENHOR (10). O limite do homem é a oportunidade de Deus. Observe a repetição enfática da palavra agora. Isaías deixa claro que o juízo que há muito tempo ameaçava a Assíria está agora prestes a acontecer. Sua violência se transforma nos gravetos para o fogo do Senhor. A fúria ofegante dos assírios acenderá a própria pira fúnebre do Senhor (11-12). Em estufas de cal e como num fogo de espinhos a chama é intensa e se consome rapidamente.

Que o destino da Assíria venha como uma advertência a vós os que estais longe (13; outras nações) e vós que estais vizinhos (o próprio Israel). Para os pecadores de Sião (
- 14a) também há uma fornalha de fogo aquecida com a ira do Eterno. O livramento sinalizado por Jerusalém tem demonstrado a eles, e a todo mundo, a onipotência do Santo de Israel.

  1. Que Tipo de Caráter Vence a Prova? (33.14b-16)

Isaías pergunta: Quem dentre nós pode permanecer como um visitante protegido no meio do fogo da santidade de Deus? A ira divina contra o pecado é inexaurível (cf. Sl 24:3-4). O profeta está certo que existe apenas uma coisa que pode sobreviver à chama universal: é um caráter santo.

"A Vida da Verdadeira Retidão" pode ser vista nos versículos 15:16-1) Ele caminha retamente, ele fala honestamente, ele despreza a extorsão, ele rejeita o presente, ele não dará ouvidos ao sangue (violência) nem olhará para o mal, v. 15.
2) A segurança dos justos é anunciada pelo profeta como uma habitação segura, um alto refúgio (a fortale-za das rochas), um sustento garantido (pão e água estão seguros), v. 16.

4. Sião e o Eterno (33:17-24)

  1. Uma nova perspectiva (33:17-19). Mais uma vez os habitantes de Jerusalém pode-rão ver o Rei na sua formosura (17), e a terra em toda sua extensão. O povo estava triste de coração (18) por ver o seu rei em panos de saco, pranteando a perda de cidade após cidade, e incapaz de olhar pelas colinas da Judéia sem ver os soldados assírios. Rabsaqué, com sua alta voz, proferia insultos; o escrivão a quem o dinheiro era entre-gue, contava-o vagarosamente diante de todos; estrategistas militares contavam as tor-res das defesas muradas de Jerusalém. Mas o povo agora pode relaxar. O assombro se foi. "O teu coração meditará nos terrores" (18, Berkeley), que agora fazem parte do pas-sado. Então a lembrança desse tempo triste apenas deixa uma percepção de gratidão pela misericórdia divina. A antiga língua familiar substitui a "fala obscura" (19, NVI) -a grosseira e incompreensível língua assíria.
  2. A cidade teocrática (33:20-24). Agora o alegre habitante de Jerusalém pode falar:
    a) a cidade das nossas solenidades, i.e., nossa adoração e nossa tenda irremovível (20).
    b) Nosso Deus é um Rio de graça (21) aonde nenhum navio grande do inimigo poderá chegar.
    c) O SENHOR é o nosso Legislador, nosso Libertador e nosso Rei (22).
    d) A antiga "Sião" (o "navio do estado" de Judá da época), cujas cordas e velas estavam frouxas, verá dias melhores (23a). Os despojos serão repartidos abundantemente entre todos, incluindo os coxos. Todos se regozijarão pelo fato de ninguém estar enfermo do pecado, porque todos agora estão absolvidos da sua iniqüidade ("perdoados", NVI; v. 24; Mq 7:18). George L. Robinson escreve: "Isaías nunca pronunciou um ai sem acrescentar uma promessa correspondente"."

Na promessa a Jerusalém, versículos 17:22, o dr. Bresee descreveu "A Defesa dos Santificados":

1) A justiça de Deus envolve a vida de cada um que está completamente rendido a Ele;

2) 0 grandioso Senhor dá ao seu povo lugares agradáveis e ampla proteção, versículo 21;

3) O SENHOR nos salvará, e sua obra de salvação é completa, versículo 22 (Sermões em Isaías).


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Isaías Capítulo 33 do versículo 1 até o 24
*

33.1-24

Este sexto e final oráculo de condenação, nos capítulos 28—33, é contra a Assíria. Ao enfocar a derrota da Assíria e a exaltação de Judá, o Senhor, o Rei de Judá, é exaltado.

* 33:1

destruidor... não foste tratado com perfídia. Embora a Assíria seja a referência dentro do contexto histórico (conforme 10.5,12,24; 14.25; 30.31; 31.8; 13 12:18-16'>2Rs 18:13-16; 19.32-37), ela representa qualquer poder que se oponha a Deus.

* 33:2 Este versículo dá início a uma oração pedindo misericórdia durante a hora do julgamento.

* 33:3

são dispersas. Ver Nm 10:35.

* 33:4

o vosso despojo. Os despojos pertencem ao Senhor, vitorioso sobre as nações (23.18).

* 33:5

habita nas alturas. Ver nota em 32.15.

* 33:6

salvação. Ver nota em 12.2.

o teu tesouro. Provavelmente, o significado é que o melhor presente que uma pessoa pode receber da parte de Deus é a pura fé que é formada em resposta à revelação da graça de Deus (Sl 130:4; Pv 9:10; Lc 5:10).

* 33.7-12

Tendo desaparecido todas as falsas esperanças de Judá (vs. 7-9), o Senhor agiria para destruir a Assíria.

* 33:7

heróis. Talvez essa ironia seja dirigida aos três oficiais que conversaram com os assírios (36.3,22).

pranteiam... chorando amargamente. Os planos humanos tinham falhado. O comércio internacional, a diplomacia e as expedições militares chegaram todos ao fim. Os assírios aceitaram presentes e tributos da parte de Judá, mas traiçoeiramente continuaram em seu cerco a Jerusalém.

* 33:9

A terra geme... Carmelo. Áreas famosas por sua fertilidade tinham-se tornado como desertos (2.13 29:17-32.13 e notas). Quanto à transformação, ver 35.1,2.

* 33:10

Agora. O tempo da intervenção divina e do glorioso estabelecimento do reino de Deus tinha chegado.

* 33:12

a cal...como espinhos. Essas símiles explicam quão completamente a Assíria seria destruída (conforme 27.4; Am 2:1).

* 33:13

Ouvi... reconhecei. Os povos confessarão que os julgamentos de Deus na história são sábios e se submeterão à sua soberania.

os que estais longe... que estais perto. Ver 57.19; essas declarações incluem cada pessoa, sem importar a sua nação ou tribo.

* 33:14

Quem dentre nós habitará. Essa percepção, por parte dos pecadores, haverá de desafiá-los a se arrependerem e viverem em harmonia com a santa presença de Deus (Sl 15:1; 24:3).

* 33:15

O que anda... e fecha os olhos. Essas frases descrevem a conduta dos piedosos (Sl 1:1,2; 15.2-5; 24:4; Gl 5:22-25; Ef 5:1; 13 59:3-18'>Tg 3:13-18).

suborno. Ver nota em 1.23.

* 33:16

este habitará nas alturas. Com Deus.

as fortalezas... as suas águas. Essa pessoa desfrutará da proteção divina (conforme Sl 18:1-3) e da provisão divina (49.10; 55.1,2; 62.9; 65.13; contrastar com 30.20).

* 33:17

o Rei. A chegada do reino de Deus e do Messias revestir-se-á de maior esplendor do que qualquer manifestação prévia (32.1, nota).

* 33:18-19

terrores... língua bárbara. Isaías descreve a miséria do exílio longe de casa e a opressão aplicada pelos estrangeiros.

* 33:20

habitação... cordas. O exílio terá terminado. Jerusalém agora desfruta de estabilidade e prosperidade (54.2; conforme Ap 21:1-3).

* 33:21

rios e correntezas largas. Deus proverá para todas as necessidades dos cidadãos de seu reino (41.18; 48.18).

barco nenhum de remo... navio grande. Os reinos deste mundo não mais poderão intimidar e atacar o povo de Deus.

* 33:22

Ver notas em 2.4; 12.2; conforme 44.6; 51.4; Sl 46; 48; 96-99; Sf 3:15,17.

* 33:23

tuas enxárcias... a vela. O povo do Senhor é comparado a um navio que é levado à deriva.

* 33:24

Nenhum morador... ao povo que habita. Ver nota no v. 14.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Isaías Capítulo 33 do versículo 1 até o 24
33:1 "Ai de ti, que saqueia!" refere-se a Assíria. Os assírios quebrantavam sempre suas promessas, mas demandavam que os outros cumprissem as suas. É muito fácil nos colocar nessa mesma posição egoísta, demandando nossos direitos enquanto esquecemos os direitos de outros. As promessas incumplidas destroçam a confiança e destroem as relações. Proponha-se cumprir suas promessas, de uma vez que peça perdão pelas promessas passadas que há incumplido. Exercite a mesma justiça que demanda para si de outros.

33:2 Estas são palavras do remanescente justo que esperava em Deus para ser livres da opressão.

33.4 Veja-se 2Rs 19:20-37 e Is 37:21-38 para uma descrição da vitória sobre Assíria.

33:5 Quando se estabelecer o reino de Cristo, Sion (Jerusalém) será a casa de julgamento e justiça já que o Messías reinará ali. Como uma luz para o mundo, a nova Jerusalém será a Santa cidade (Ap 21:2).

33:8 Os assírios quebrantaram o tratado de paz (2Rs 18:14-17).

33:9 Estes lugares frutíferos e produtivos se voltariam desertos. O Líbano se conhecia por seus enormes cedros. Sarón era muito fértil. Apóiam era muito produtiva em grão e gado. O Carmelo era um monte espesso.

33.14-16 Estes pecadores se deram conta de que não poderiam viver na presença do Deus Santo, já que é um fogo que consome o mal. Solo os que caminham rectamente e falam o que é bom podem viver com Deus. Isaías nos dá exemplos de como podemos demonstrar nossa justiça e retidão: rechaçar lucros recebidas por extorsão e subornos, nos negar a escutar planos de ações más e fechar nossos olhos ao mal. Se formos justos em nossas relações, moraremos com Deus e O suprirá nossas necessidades.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Isaías Capítulo 33 do versículo 1 até o 24
E. libertação do Assírios (33: 1-24)

Este capítulo conclui a seção sobre a loucura dos descrentes, dizendo do fim dos assírios, e da restauração que deve seguir. Tal como em algumas das outras profecias deste tipo, que existem algumas partes do poema que são suficientemente geral para que elas podem ser aplicadas a várias situações históricas. O capítulo está dividido em duas partes principais. O primeiro (vv. Is 33:1-12) consiste principalmente da oração a Deus por libertação, e também a resposta do Senhor (vv. Is 33:10-12 ). O segundo descreve a reação das pessoas à libertação divina de seus inimigos (vv. Is 33:14-24 ).

1. O Senhor Oferece (33: 1-12)

1 Ai de ti que destróis, e que não foste despojado; e que procedes perfidamente, e eles não se portaram aleivosamente contigo! Quando tu deixou de destruir, serás destruído; e quando tu fizeste um fim de tratar perfidamente, devem traiçoeiramente contigo. 2 Senhor, tenha piedade de nós; nós esperamos por ti; sê tu o nosso braço cada manhã, também a nossa salvação no tempo da tribulação. 3 Ao ruído do tumulto fogem os povos; na tua exaltação as nações são dispersas. 4 o vosso despojo serão reunidas como o ajunta a lagarta; como os gafanhotos saltam homens devem saltar em cima dele. 5 o Senhor é exaltado; pois habita nas alturas; encheu a Sião de retidão e justiça. 6 E haverá estabilidade nos teus tempos, abundância de salvação, sabedoria e conhecimento: o temor do Senhor é o seu tesouro.

7 Eis que os valentes estão clamando de fora; . os embaixadores da paz choram amargamente 8 As estradas estão desoladas, o homem com ambições maneira cessa: o inimigo rompeu a aliança, desprezou as cidades, ele não tem feito caso de homem. 9 A terra pranteia, desfalece; Líbano é confundida e seca-se embora; Sharon é como um deserto; e Basã e Carmelo foram sacudidos suas folhas . 10 Agora vai me levantarei, diz o Senhor; agora eu vou levantar-me; . Agora, sou exaltado 11 Ye conceberá joio, fareis luz restolho; o fôlego é um fogo que vos devorará. 12 E os povos serão como as queimas de cal, como espinhos cortados que são queimados no fogo.

O primeiro verso é dirigida ao destroyer assíria, e declara que, quando chegar a hora certa, Deus o destruirá o destruidor (conforme 10: 12-14 ). Como é descrito no capítulo 10 com mais detalhes, Deus está usando Assíria para punir Judá, mas após a punição for concluída, a Assíria será ele próprio punidos por seus próprios pecados.

Imediatamente após esta declaração introdutória sobre a destruição do inimigo, encontramos uma oração por ajuda e libertação. Nesta oração, o profeta, inclui-se em primeiro lugar na oração como se falasse para a nação (tenha misericórdia de nós ), e, em seguida, move-se para a oração de intercessão para as pessoas (tu serás o nosso [sua, a margem] do braço ), e vice-versa. A oração é para que Deus seja uma proteção braço para a nação, e para a sua salvação. Provavelmente os versículos 3:4 são afirmações gerais sobre a eficácia do poder de Deus, como tem sido demonstrado em problemas do passado. Quando Deus se move, as coisas acontecem! Esse pensamento é continuou em 5-6 . Jeová é exaltado e provou-o pelo que Ele tem feito, para que ele se encheu de Sião de retidão e justiça (v. Is 33:5 ). Isso não significa que as naturezas morais das pessoas foram alterados, como que veio mais tarde, mas, sim, que Deus deu a conhecer a sua própria justiça, e justiça pelas obras que Ele fez (Alexander, Calvin; conforme Is 28:17 ). O resultado disso é que haverá estabilidade nos teus tempos (v. Is 33:6 ). Na verdade, é o próprio Senhor (v. Is 33:5 ), que é a nossa segurança (Henderson), e nossa salvação, sabedoria e conhecimento .

Os versículos 7:9 expressar algumas das razões para o grito de libertação. Judá está em desespero. Por causa dos exércitos estrangeiros destrutivos, as estradas não são seguras para o curso, então o viajante (viajante) cessa . O inimigo não está disposto a conceder segurança a todos, mas desprezou as cidades sem piedade, por isso todo o país está em luto (v. Is 33:8 ).

O versículo 10 começa a resposta do Senhor para o grito de libertação. A ênfase é sobre a palavra agora , que é usado três vezes no verso. Deus estava esperando o momento certo para agir. Ele sempre sabe quando fazer a coisa certa. Este é um fato de que muitas vezes é difícil para nós acreditar. Achamos que sabemos quando Deus deve agir em nosso favor. Quando oramos, nós esperamos ser respondidas imediatamente; e se não formos, temos a tendência de decidir que Deus não fará nada. Muitas vezes ficamos impacientes e procurar agir por nossa própria iniciativa. Esta é uma razão algumas orações não são respondidas. Não vamos esperar pelo tempo de Deus.

O versículo 11 descreve o resultado da ação de Deus, eo versículo 12 afirma que isso é o que sempre acontece com as nações pecadoras quando Deus age em julgamento. Então, versículo 12 é outra das referências ao julgamento geral sobre os pecadores.

2. Resposta ao Deliverance (33: 13-24)

13 Ouvi, vós que estais longe, o que eu fiz; e vós, que estais vizinhos, conhecei o meu poder. 14 Os pecadores de Sião se assombraram; tremor apoderou-se dos ímpios: Quem dentre nós pode habitar com o fogo consumidor? quem dentre nós pode habitar com as labaredas eternas? Aquele que anda em justiça, e fala com retidão; aquele que rejeita o ganho da opressão, que faz tremer as mãos para não receber peitas, que tapa os ouvidos para não ouvir falar de sangue, e fecha os olhos para não ver o mal; 16 ele habitará nas alturas; seu local de defesa são as fortalezas das rochas; seu pão será dada a ele ; suas águas serão certas.

17 Os teus olhos verão o rei na sua formosura. deverão contemplar uma terra que se estende longe 18 teu coração meditará no terror: Onde está aquele que contou onde está aquele que pesou o tributo ? Onde está o que contava as torres? 19 Tu não ver o povo feroz, povo de fala obscura, que não podes compreender, e de língua tão estranha que não se pode entender. 20 Olha para Sião, a cidade das nossas solenidades: os teus olhos verão a Jerusalém, habitação quieta, tenda que não será removida, cujas estacas nunca serão arrancadas, nem qualquer das suas cordas ser quebrado. 21 Mas o Senhor ali estará conosco em majestade, um lugar de . largos rios e correntes, no qual não entrará barco de remo, nem por ele passará navio, assim, 22 Porque o Senhor é o nosso juiz, o Senhor é nosso legislador, o Senhor é o nosso rei; ele nos salvará. 23 Teus cordas se afrouxaram; eles não puderam ter firme o seu mastro, e não podia estender a vela; então a presa de abundantes despojos se repartirá; os coxos participarão da presa. 24 E morador nenhum dirá: Enfermo estou; o povo que nela habitar será perdoado da sua iniqüidade.

Embora o versículo 13 continua as palavras do Senhor por intermédio do profeta, é uma introdução a esta segunda seção do capítulo. Deus pede ao povo para tomar nota de que Ele está fazendo e para reconhecer o poder, com que ele o faz. A resposta das pessoas é que elas estão em terror por causa do seu juízo de fogo: Quem dentre nós pode habitar com o fogo consumidor ? Observe o lugar de fogo nessas passagens como um símbolo do julgamento de Deus (33:. 11ss ; Is 34:9 ; conforme Sl 1:3. ). Mas se ele não abandonar o pecado, não o espera o tormento ardente de uma consciência culpada e da separação de Deus.

No tempo em que Deus vai abençoar as pessoas de novo, eles vão ver o rei na sua formosura (v. Is 33:17 ), o que significa em vestes reais de esplendor e não em sacos de luto (conforme Is 37:1 ). Eles não verá mais as pessoas ferozes que governaram uma vez eles (v. Is 33:19 ). Os versículos 20:21 falam de Jerusalém em termos anacrônicos como uma cidade de tendas, criado pelas margens dos córregos que nunca falha para que ele nunca terá que ser movido em busca de água e vegetação. E mesmo que os rios são navegáveis ​​perto dele (na figura do profeta do discurso), nenhum barco de remo , nem qualquer outro navio de guerra são sempre vá lá. É nesses termos que Isaías imagens de paz sob o domínio do Senhor. O Senhor é o nosso rei; ele nos salvará(v. Is 33:22 ). Versículo Is 33:23 endereços do inimigo, Assíria, sob a figura de um navio (como no v. Is 33:21) e declara que Deus, o Rei, destruiu-lo. E o verso final dá a promessa de casal para o povo de Deus do perdão dos pecados ea cura de doenças (como no Salmo 103:3. ;Mt 9:1ff ; Mt 5:15 Jas. , etc.).

Mais uma vez, temos uma seção que começa com uma promessa de libertação de um inimigo contemporâneo, mas avança para mesclar essa promessa com a de completa libertação do verdadeiro inimigo do homem-sin-under a vinda do Messias. Tais promessas jamais poderia ser mais do que parcialmente cumprida antes da vinda de Jesus Cristo, que encheu toda deles cheio de significado novo e mais rico do que havia sido imaginado antes. Que isso é verdade é mostrado mais finalmente por aplicativos do Novo Testamento sobre a Cristo.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Isaías Capítulo 33 do versículo 1 até o 24
33.1 Destruidor. Senaqueribe, rei da Assíria, assolador das nações vizinhas, foi traiçoeiramente assassinado pelos seus próprios filhos, que desejavam usurpar seu trono 2Rs 19:37).

33.4 Vosso despojo. Aquilo que os assírios roubaram de Judá.

33.6: Sião. Aqui há uma visão da Jerusalém celestial e espiritual.

33.8 Rompem-se as alianças. Ezequias pagou a Senaqueribe com ouro roubado do templo, para que não invadisse seu território (2Rs 18:14-12); porém o rei da Assíria rompeu a aliança, e poucos meses mais tarde estava cercando a cidade de Jerusalém com os seus exércitos (2Rs 18:17-12). Cidades. O rolo do mar Morto tem "testemunhas", heb 'edhim, quase igual a 'ãrim (cidades) - sendo que no heb a diferença é apenas o til (conforme Mt 5:18), que ajuda a distinguir o "D" do "R". Não se faz caso. Os invasores assírios não respeitavam os direitos do homem.

33.9 Saram. Um belo trecho de terra entre Jope até o monte Carmelo. Basã. Ricas terras de Manassés afamadas por seu gado (Nu 21:33; Nu 32:33). Formavam o coração do Israel além Jordão.

33.10 Agora, me levantarei. A extrema aflição dos habitantes de Jerusalém era a oportunidade de Deus revelar seu amor, oferecer sua intervenção, e fazer-se conhecer uma vez mais ao seu povo como o Todo-Poderoso.

33.11 Esta metáfora de causa e efeito, de ato e conseqüência, é comum em Isaías (conforme 26.18 e 59.4).
33.12 Espinhos cortados. Estes espinhos secos da terra árida queimam com rapidez e com grande calor, mas duram só alguns segundos, não servindo, pois, para refogar ou fazer comida alguma.

33.14 A revelação do poder de Deus logo produz um tipo de arrependimento, pelo qual se reconhece que, perante ele, nada pode ficar de pé em seu próprio poder. Se este arrependimento se desenvolve na forma da conversão e da fé em Deus, o ardume do furor de Deus se transforma numa luz inspiradora e consoladora, que guia o crente fiel.
33.15 Gesto de mãos. Expressão espontânea de sincera aversão pela desonestidade, mostrada sem, premeditação.

33.17 O rei. O Messias rei é o centro desta profecia, e identifica-se com a própria personalidade divina, haja visto que ele também é Deus (v. 22).

33.18 Pesou o tributo. Os cobradores dos impostos do império assírio.

33.19 Ininteligível. O heb e o assírio, ainda que pertencessem ao grupo - o das línguas semíticas - não eram mutuamente compreensivas (conforme Jr 5:15).

33.21 Fará as vezes de rios. A proteção divina valeria mais do que as proteções geográficas que faziam parte de muitas cidades.

33.23 Mastro... vela. As condições da nau do estado (conforme Ez 27:1-11 e notas) não inspiraram confiança (conforme 28.20n).

33.24 Estou doente. O pecado é a doença espiritual que, se não curada, leva à morte eterna. Além disto, fica sempre de pé a promessa que Deus é médico daqueles que nele confiam (Êx 15:26; Sl 103:0.3n). O povo que habita nela. São os fiéis (conforme 33.6n).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Isaías Capítulo 33 do versículo 1 até o 24
j) Um hino de ação de graças (33:1-24)
Há muitos ecos dos salmos nesse capítulo (alistados por Kaiser), e muitos comentaristas concordam que ele foi escrito como um hino, i.e., para ser usado na adoração no templo. A data e a autoria têm sido mais debatidas, mas a libertação miraculosa das mãos de Senaqueribe em 701 a.G. pode bem ter ocasionado esse salmo de gratidão. O destruidor do v. 1, então, é ou o próprio Senaqueribe, ou mais provavelmente os assírios em geral.

O salmo começa com um Ai pronunciado contra o inimigo (v. 1) e prossegue com a oferta de oração e louvor ao Senhor exaltado (v. 2-6); esses temas eram as fontes gêmeas do consolo e da gratidão de Judá. Nesse contexto, o temor do Senhor (v. 6) denota a adoração a Javé em Jerusalém, considerado a chave do tesouro que ele dá ao seu povo.

Os v. 7ss lembram, no estilo de um lamento, a situação desesperadora que o inimigo havia causado, e o v. 9 é uma referência às várias regiões afetadas pelo exército invasor. Os v. lOss nos apresentam a resposta que Deus tinha dado ao seu povo atordoado; os v. 11,12 são dirigidos ao inimigo. Então, no v. 13, Deus desafia o restante da humanidade a reconhecer o que ele fez por Judá.

Nos v. 14ss o tema central de Isaías aparece novamente, a justiça. Todo o povo de Judá deve a Deus gratidão pelo livramento, mas nem todos — de forma alguma — são dignos de entrar no pátio do templo (conforme Sl 15:0).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Isaías Capítulo 28 do versículo 1 até o 24

VOLUME V. MALDIÇÕES SOBRE OS 1NCRÉDULOS DE

ISRAEL. 28:1 - 33:24.


Moody - Comentários de Isaías Capítulo 33 do versículo 13 até o 16

13-16. O Senhor faz todos os observadores notarem a moral do Seu juízo para com Senaqueribe. Os pecadores não convertidos de Judá ficariam consternados diante desta prova do poder de Deus, pois implica em uma ameaça que suas próprias iniqüidades também seriam visitadas. Eles veriam que apenas um crente sincero e honesto pode se sentir seguro diante da chama perpétua da justa vingança de Deus – chamas eternas (v. Is 33:14). A única segurança verdadeira é a vida piedosa que segue as leis divinas do modo prático. Nenhum lugar é tão seguro como o centro da vontade de Deus. Ali o crente está rodeado pelo cuidado protetor do Senhor e fica defendido contra todos os possíveis assaltos (v. Is 33:16).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Isaías Capítulo 33 do versículo 1 até o 24
g) Sexta mensagem de desolação (Is 33:1-24)

Este capítulo, que contém a sexta e última mensagem de desolação, diz respeito ao aniquilamento do poder da Assíria. Não há dúvida de que a profecia se refere ao desaparecimento dos assírios de ante as muralhas de Jerusalém. É um capítulo que atinge grandes culminâncias. Isaías arremessa a desolação do Senhor contra os assírios, e com suprema segurança profetiza a sua destruição imediata. G. A. Smith sugere que parte deste capítulo foi escrita em vésperas do livramento e parte imediatamente depois de a manhã ter raiado sobre o exército desaparecido. Segundo esta hipótese, as palavras de abertura adaptam-se perfeitamente ao próprio momento da crise: "Ai de ti, despojador, que não foste despojado" (1). Segue-se uma prece do profeta para que lhe sejam concedidas forças na hora da necessidade (2), vindo então um quadro vívido da soberania de Deus e da eterna providência que, com justiça e retidão, enche Sião (3-5). Na presença de tais forças do inimigo às portas da cidade, a nação é impotente.

Nos versículos 7:12, vemos os enviados do inimigo exigirem a rendição da cidade, e constatamos o desgosto dos defensores por terem de negociar com eles; a tristeza do país nesta hora de crise é pintada com grande colorido. Logo depois, porém, se ouve a voz de Jeová (10), e com ela tudo se transforma. O poder do inimigo nada vale quando Jeová Se ergue.

A segunda seção do capítulo (versículos 13:24) constitui um quadro do povo assombrado quando começa a tomar consciência da libertação. Acima de tudo quanto sucedeu encontra-se o fato de Deus Se ter tornado real para ele (14), e o povo sente a sua pecaminosidade. Tinham assistido à realidade do fogo divino de julgamento, e, ao verem as chamas devorar a hoste assíria, a sua consciência despertou e aquela gente sentiu-se impelida a exclamar: "Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor?" A resposta é clara e incisiva: "O que anda em justiça e o que fala com retidão... este habitará nas alturas" (15-16). Trata-se de uma ilustração única da mensagem contida num capítulo anterior (Is 26:9; compare-se com Is 32:1, Is 32:16-23). Seguem-se (17-24) alguns fragmentos dramáticos que descrevem o louco sentimento de libertação despertado pela partida do inimigo para longe da cidade. Desaparecem da cena os sitiadores de Jerusalém com a sua estranha linguagem e equipamento (19), o rei pode tornar a aparecer (17), e os extremos do país, lá longe, ficam uma vez mais abertos a quem os pretenda percorrer (17). Jerusalém está salva (20). O templo está em segurança (20); Jeová é a sua defesa (21-22); a doença desaparece (24), o povo regozija-se no perdão divino (24).

Ai de ti, despojador (1), isto é, o assírio. Senhor, tem misericórdia de nós (2). A oração do profeta no meio do povo tem por tema a libertação e salvamento desse mesmo povo. Continua ela no versículo 3, onde o profeta relembra o poder de Jeová, que dispersa as nações. O vosso despojo (4). O profeta dirige-se aqui aos assírios e afirma que os judeus levarão em breve o seu despojo, assim como as locustas limpam os campos. Os seus embaixadores (7), isto é, os enviados assírios. Os mensageiros de paz (7), os negociadores judeus com o tributo. As estradas estão desoladas (8), um quadro da devastação causada pelo avanço do inimigo. Ele rompeu a aliança (8). Esta frase refere-se ao desprezo do rei assírio pela sua promessa, pois tornou a assolar Judá com os seus exércitos. Líbano... Sarom (9), as zonas mais férteis são desoladas e tornadas estéreis. Concebestes palha (11), um quadro da futilidade humana. O vosso espírito vos devorará como fogo (11), isto é, o orgulho e arrogância dos assírios seriam a causa da sua destruição. Como os incêndios de cal: como espinhos cortados (12), quadros gêmeos de destruição completa e instantâneo. O teu coração considerará em assombro (18), isto é, o espetáculo do inimigo odiado imperando às portas da cidade, contando e pesando o tributo. O pagador (18), isto é, aquele que pesava o tributo. Enfermo estou (24); o sofrimento terminará com a abolição do pecado.


Dicionário

Assombrar

verbo transitivo Causar assombro, deixar atônito; espantar, aterrorizar, consternar: eram casos que assombravam o doente.
Maravilhar, causar admiração: a inteligência do aluno assombrava os colegas.
verbo pronominal Sobressaltar-se, maravilhar-se: ele se assombra facilmente.
Cobrir-se de sombra.

Assombrar Assustar (7:14).

Consumidor

consumidor (ô), s. .M Aquele que compra para o gasto próprio.

Dentre

contração No interior de; no meio de; indica inclusão, seleção, relação, ligação etc.: dentre os candidatos, um conseguiu a vaga; um dentre os demais receberá o pagamento.
Gramática Contração da preposição "de" com a preposição "entre".
Etimologia (origem da palavra dentre). De + entre.

Eternar

O mesmo que eternizar.
Etimologia (origem da palavra eternar). Do latim aeternare.

Fogo

substantivo masculino Desenvolvimento simultâneo de calor, de luz e de chama produzido pela combustão viva de certos corpos, como a madeira, o carvão etc.
Fogueira, incêndio, labareda, lume.
Fogão ou lugar onde se cozinha ou se faz fogo para qualquer fim; lareira: conversávamos junto ao fogo.
Calor intenso e molesto: o dia de hoje foi um fogo.
Figurado Veemência, ardor, paixão: o fogo da cólera.
Fuzilaria, guerra, combate.
Figurado Fogo de palha, entusiasmo passageiro ou aparente.
Figurado Excitação, ardência sexual: mulher de muito fogo.
Negar fogo, falhar, iludir, desanimar.
Pegar fogo, incendiar-se, inflamar-se.
Fazer fogo, acender.
Comer fogo, fazer alguma coisa com grande sacrifício ou passar dificuldades.
Figurado Atiçar fogo, açular, incitar.
Brincar com o fogo, expor-se ao perigo, arriscar-se.
Figurado Ser fogo, ser difícil, irredutível, indomável, intransigente.
A fogo lento, pouco a pouco.
Tocar fogo na canjica, animar.
Figurado Pôr as mãos no fogo (por alguém), responsabilizar-se, confiar em.
interjeição Voz de disparo em combate ou aviso de incêndio.
substantivo masculino plural Fogos de artifício, peças pirotécnicas fáceis de inflamar para festejos juninos e outras comemorações.

Fogo (que em latim se dizia "ignis" = ignição do carro) tem origem noutra palavra latina, "focu", cujo primeiro sentido é lar doméstico, lareira, e só posteriormente passou a significar fogo. Por via culta, "focu" nos deu foco, já com sentidos novos.

Deus revelou a Sua presença na sarça ardente por meio do fogo (Êx 3:2), e desceu ao monte Sinai entre chamas e relâmpagos (Êx 19:18). Aquele fogo que desceu do céu, primeiramente sobre o altar do tabernáculo, e mais tarde sobre o altar do templo de Salomão, quando da sua dedicação, ali se conservou constantemente alimentado, e cuidadosamente sustentado de dia e de noite pelos sacerdotes. o fogo para fins sagrados, que não fosse obtido do altar, era chamado ‘fogo estranho’ – e por ser este usado por Nadabe e Abiú, foram estes sacerdotes mortos com fogo que veio de Deus (Lv 10:1-2Nm 3:4 – 26.61). o emprego do fogo para fundir metais já era conhecido dos hebreus no tempo do Êxodo (32.24). Em dia de sábado nenhum lume se acendia para qualquer fim doméstico (Êx 35:3Nm 15:32-36). os adoradores do deus Moloque, ou queimavam os seus filhos no fogo, ou os faziam passar por ele (2 Rs 16.3 – 21.6 – 2 Cr 33.6). o Espirito Santo é comparado ao fogo (Mt 3:11At 2:3), sendo a sua obra converter e purificar as almas, inflamando-as de amor a Deus e de zelo pela Sua Glória. A Palavra de Deus é, também, apresentada como semelhante ao fogo (Jr 23:29). Empregam-se, além disso, os termos ‘fogo’ e ‘chama’, para exprimir vivos sentimentos e a inspiração divina, e descrever calamidades temporais e futuros castigos (Sl 66:12Jr 20:9Jl 2:30Ml 3:2Mt 25:41Mc 9:43).

[...] No pensamento de Jesus, o fogo eterno não podia passar, portanto, de simples figura, pouco lhe importando fosse essa figura interpretada à letra, desde que ela servisse de freio às paixões humanas. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 6, it• 7

Imagem, semelhante a tantas outras, tomada como realidade. [...] O homem não encontrou comparação mais enérgica do que a do fogo, pois, para ele, o fogo é o tipo do mais cruel suplício e o símbolo da ação mais violenta. Por isso é que a crença no fogo eterno data da mais remota antiguidade, tendo-a os povos modernos herdado dos mais antigos. Por isso também é que o homem diz, em sua linguagem figurada: o fogo das paixões; abrasar de amor, de ciúme, etc.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 974 e 974a

[...] A Teologia reconhece hoje que a palavra fogo é usada figuradamente e que se deve entender como significando fogo moral. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 1009

O fogo exprime emblematicamente a expiação como meio de purificação e, portanto, de progresso para o Espírito culpado.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 3


Fogo Um dos símbolos com o qual se descreve o castigo eterno: o inferno (Mt 5:22). Passagens como as de Lc 3:16 ou 12:49ss. referem-se, evidentemente, à dupla opção de vida diante da qual se coloca todo ser humano: ou aceitar o Evangelho de Jesus, o messias, e ser mergulhado (batizado) no Espírito Santo ou rejeitá-lo e ser lançado ao fogo eterno, destinado ao diabo e a seus anjos (Mt 25:41-46).

C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, Las sectas frente a la Biblia, Madri 1992.


Habitar

Habitar Morar (Sl 23:6; At 7:48).

verbo transitivo direto e transitivo indireto Morar; ter como residência fixa: habitava um apartamento novo; habitam em uma cidade pequena.
Figurado Permanecer; faz-ser presente: um pensamento que habitava sua mente; Deus habita na alma de quem crê.
verbo transitivo direto Povoar; providenciar moradores ou habitantes: decidiram habitar o deserto com presidiários.
Etimologia (origem da palavra habitar). Do latim habitare.

Hipócritas

Hipócritas No ensinamento de Jesus, o termo serve para qualificar vários tipos de pessoas (sempre religiosas):

1. aqueles que cumprem as normas externas da religião somente para se destacarem (Mt 6:2ss.; 6,16ss.);

2. os que sobrepõem à Revelação divina uma tradição que invalida seu espírito

(Mt 15:1-20 e par.);

3. os que se consideram espiritualmente superiores aos demais (Mt 7:5ss.);

4. os que fingem, ocultando um propósito perverso em seus corações (Mt 22:18ss.);

5. os que desenvolvem um código de severas leis religiosas, às quais eles mesmos não obedecem (Lc 13:10ss.). O discurso encontrado em Mt 23 (especialmente
v. 13-27) é um conjunto de ditos de Jesus que contém exemplos bem reveladores sobre o que pensava da hipocrisia.

P. Bonnard, o. c.; D. Flusser, o. c.; J. Driver, o. c.; C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...


Sião

substantivo masculino [Música] Antigo instrumento musical chinês, espécie de flauta de pã, composta de uma série de tubos de bambu de diversos comprimentos.
Etimologia (origem da palavra sião). Do topônimo Sião.

antigo nome, que o antigo povo thai dava aos seus vizinhos birmaneses, e provavelmente deriva do topônimo do idioma pali "suvarnabhuma", "terra do ouro", com a parte final, a raiz pali "sama", que de diversas maneiras denota diferentes nuances de cor, freqüentemente marrom ou amarelo, mas às vezes verde ou preto.

(2 Sm 5.7, etc.). A fortaleza de Jerusalém.

Sião
1) Fortaleza dos JEBUSEUS (2Sm 5:7);
v. CIDADE DE DAVI 1).

2) O monte, antes chamado de Moriá, onde foi construído o TEMPLO (2Cr 3:1). 3 A cidade de Jerusalém (2Rs 19:21) ou a terra de Israel (Is 34:8).

4) O céu (He 12:22).

Sião Colina de Jerusalém, ao sul do Templo e ao norte de Siloé. Às vezes, identifica-se com Jerusalém (Mt 21:5; Jo 12:15).

Surpreender

verbo transitivo direto , intransitivo e pronominal Causar surpresa; espantar, desconcertar: surpreender o filho com uma surpresa; cantava e surpreendia; tal fato não me surpreende.
verbo transitivo direto Apanhar no ato; prender em flagrante: surpreender o ladrão.
Apanhar ou tomar de surpresa: a chuva nos surpreendeu no caminho.
Aparecer inopinadamente: aquela demissão inesperada o surpreendeu.
Conseguir ardilosamente; obter por fraude: surpreender uma carta sigilosa.
Fazer com que alguém se engane; enganar.
Etimologia (origem da palavra surpreender). Do francês surprendre.

Surpreender
1) Apanhar de surpresa (Sl 18:5); (Gl 6:1)

2) Deixar admirado (Lc 24:22), RA).

Tremor

substantivo masculino Ato ou efeito de tremer; tremura.
Tremor de terra, abalo que sacode o solo, atingindo uma extensão mais ou menos grande; terremoto, abalo.

tremor (ô), s. .M 1. Ato ou efeito de tremer; tremura, tremedeira. 2. Med. Agitação involuntária do corpo. 3. Temor.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Isaías 33: 14 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Os pecadores de Sião se assombraram, o tremor surpreendeu os hipócritas. Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas?
Isaías 33: 14 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

H1481
gûwr
גּוּר
residir temporariamente, permanecer, habitar, residir com, ficar, habitar, ser um
(to sojourn)
Verbo
H2400
chaṭṭâʼ
חַטָּא
pecadores adj
(and sinners)
Adjetivo
H2611
chânêph
חָנֵף
()
H270
ʼâchaz
אָחַז
agarrar, segurar com firmeza, pegar, tomar posse
(caught)
Verbo
H398
ʼâkal
אָכַל
comer, devorar, queimar, alimentar
(freely)
Verbo
H4168
môwqêd
מֹוקֵד
rebanho (esp.) de ovelha
(flock)
Substantivo - neutro vocativo singular
H4310
mîy
מִי
Quem
(Who)
Pronome
H5769
ʻôwlâm
עֹולָם
para sempre
(forever)
Substantivo
H6342
pâchad
פָּחַד
temer, tremer, reverenciar, tremer de medo, estar assustado ou aterrorizado
(and you shall fear)
Verbo
H6726
Tsîyôwn
צִיֹּון
de Sião
(of Zion)
Substantivo
H7461
raʻad
רַעַד
()
H784
ʼêsh
אֵשׁ
fogo
(burning)
Substantivo


גּוּר


(H1481)
gûwr (goor)

01481 גור guwr

uma raiz primitiva; DITAT - 330,332; v

  1. residir temporariamente, permanecer, habitar, residir com, ficar, habitar, ser um forasteiro, estar continuamente, certamente
    1. (Qal)
      1. residir temporariamente, habitar por um tempo
      2. permanecer, ficar, habitar temporariamente
    2. (Hitpolel)
      1. buscar hospitalidade com
      2. agrupar-se
  2. incitar problema, lutar, discutir, reunir-se
    1. (Qal)
      1. incitar conflito
      2. discutir
    2. (Hitpolel) excitar-se
  3. ter muito medo, temer, ficar pasmado, estar com medo
    1. (Qal)
      1. temer, estar com medo
      2. estar atônito, ficar pasmado

חַטָּא


(H2400)
chaṭṭâʼ (khat-taw')

02400 חטא chatta’

forma intensiva procedente de 2398; DITAT - 638b n m

  1. pecadores adj
  2. pecaminoso
  3. exposto à condenação, considerados como ofensores

חָנֵף


(H2611)
chânêph (khaw-nafe')

02611 חנף chaneph

procedente de 2610; DITAT - 696b; adj

  1. hipócrita, ímpio, profano, sem religião

אָחַז


(H270)
ʼâchaz (aw-khaz')

0270 אחז ’achaz

uma raiz primitiva; DITAT - 64; v

  1. agarrar, segurar com firmeza, pegar, tomar posse
    1. (Qal) agarrar, apoderar-se de
    2. (Nifal) ser apanhado, agarrado, ser estabelecido
    3. (Piel) cercar, revestir
    4. (Hofal) firmado

אָכַל


(H398)
ʼâkal (aw-kal')

0398 אכל ’akal

uma raiz primitiva; DITAT - 85; v

  1. comer, devorar, queimar, alimentar
    1. (Qal)
      1. comer (tendo o ser humano como sujeito)
      2. comer, devorar (referindo-se aos animais e pássaros)
      3. devorar, consumir (referindo-se ao fogo)
      4. devorar, matar (referindo-se à espada)
      5. devorar, consumir, destruir (tendo coisas inanimadas como sujeito - ex., peste, seca)
      6. devorar (referindo-se à opressão)
    2. (Nifal)
      1. ser comido (por homens)
      2. ser devorado, consumido (referindo-se ao fogo)
      3. ser desperdiçado, destruído (referindo-se à carne)
    3. (Pual)
      1. fazer comer, alimentar
      2. levar a devorar
    4. (Hifil)
      1. alimentar
      2. dar de comer
    5. (Piel)
      1. consumir

מֹוקֵד


(H4168)
môwqêd (mo-kade')

04168 מוקד mowqed

procedente de 3344; DITAT - 901b; n m

  1. uma massa abrasadora, queima, lareira

מִי


(H4310)
mîy (me)

04310 מי miy

um pronome interrogativo de pessoas, assim como 4100 é de coisas, quem? (ocasionalmente, numa expressão peculiar, também usado para coisas; DITAT - 1189; pron interr

1) quem?, de quem?, seria este, qualquer um, quem quer que


עֹולָם


(H5769)
ʻôwlâm (o-lawm')

05769 עולם ̀owlam ou עלם ̀olam

procedente de 5956; DITAT - 1631a; n m

  1. longa duração, antigüidade, futuro, para sempre, sempre, eternamente, para todos os tempos, perpétuo, velho, antigo, mundo
    1. tempo antigo, longo tempo (referindo-se ao passado)
    2. (referindo-se ao futuro)
      1. para sempre, sempre
      2. existência contínua, perpétuo
      3. contínuo, futuro indefinido ou sem fim, eternidade

פָּחַד


(H6342)
pâchad (paw-kkad')

06342 פחד pachad

uma raiz primitiva; DITAT - 1756; v.

  1. temer, tremer, reverenciar, tremer de medo, estar assustado ou aterrorizado
    1. (Qal)
      1. estar tremendo de medo
      2. estar assustado
    2. (Piel) estar tremendo muito de medo
    3. (Hifil) fazer tremer de medo

צִיֹּון


(H6726)
Tsîyôwn (tsee-yone')

06726 ציון Tsiyown

o mesmo (geralmente) que 6725, grego 4622 σιων; DITAT - 1910; n. pr. l. Sião = “lugar escalvado”

  1. outro nome para Jerusalém, especialmente nos livros proféticos

רַעַד


(H7461)
raʻad (rah'-ad)

07461 רעד ra ad̀ ou (fem.) רעדה r eadaĥ

procedente de 7460; DITAT - 2184a,2184b; n. m./f.

  1. tremor, medo

אֵשׁ


(H784)
ʼêsh (aysh)

0784 אש ’esh

uma palavra primitiva; DITAT - 172; n f

  1. fogo
    1. fogo, chamas
    2. fogo sobrenatural (junto com teofania)
    3. fogo (para cozinhar, assar, crestar)
    4. fogo do altar
    5. a ira de Deus (fig.)