Enciclopédia de Jeremias 31:5-5

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jr 31: 5

Versão Versículo
ARA Ainda plantarás vinhas nos montes de Samaria; plantarão os plantadores e gozarão dos frutos.
ARC Ainda plantarás vinhas nos montes de Samaria: os plantadores plantarão e gozarão dos frutos.
TB Ainda plantarás vinhas nos montes da Samaria; plantarão os plantadores, e lograrão os frutos delas.
HSB ע֚וֹד תִּטְּעִ֣י כְרָמִ֔ים בְּהָרֵ֖י שֹֽׁמְר֑וֹן נָטְע֥וּ נֹטְעִ֖ים וְחִלֵּֽלוּ׃
BKJ Tu ainda plantarás vinhas sobre os montes de Samaria. Os plantadores plantarão, e as comerão como coisas comuns.
LTT Ainda plantarás vinhas nos montes de Samaria; os plantadores as plantarão e as comerão como se fossem coisas comuns ①.
BJ2 De novo plantarás vinhas sobre as montanhas da Samaria (os plantadores plantarão e colherão).
VULG Adhuc plantabis vineas in montibus Samariæ : plantabunt plantantes, et donec tempus veniat, non vindemiabunt.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Jeremias 31:5

Levítico 19:23 E, quando tiverdes entrado na terra e plantardes toda árvore de comer, ser-vos-á incircunciso o seu fruto; três anos vos será incircunciso; dele não se comerá.
Deuteronômio 20:6 E qual é o homem que plantou uma vinha e ainda não logrou fruto dela? Vá e torne-se à sua casa, para que, porventura, não morra na peleja, e algum outro o logre.
Deuteronômio 28:30 Desposar-te-ás com uma mulher, porém outro homem dormirá com ela; edificarás uma casa, porém não morarás nela; plantarás uma vinha, porém não lograrás o seu fruto.
I Samuel 21:5 E respondeu Davi ao sacerdote e lhe disse: Sim, em boa fé, as mulheres se nos vedaram desde ontem; e, anteontem, quando eu saí, o corpo dos jovens também era santo; e em alguma maneira é pão comum, quanto mais que hoje se santificará outro no corpo!
Isaías 62:8 Jurou o Senhor pela sua mão direita e pelo braço da sua força: Nunca mais darei o teu trigo por comida aos teus inimigos, nem os estranhos beberão o teu mosto, em que trabalhaste.
Isaías 65:21 E edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto.
Ezequiel 36:8 Mas vós, ó montes de Israel, vós produzireis os vossos ramos e dareis o vosso fruto para o meu povo de Israel; porque estão prestes a vir.
Amós 9:14 E removerei o cativeiro do meu povo Israel, e reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto.
Obadias 1:19 E os do Sul possuirão a montanha de Esaú; e os das planícies, os filisteus; possuirão também os campos de Efraim e os campos de Samaria; e Benjamim, Gileade.
Miquéias 4:4 Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse.
Zacarias 3:10 Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, cada um de vós convidará o seu companheiro para debaixo da videira e para debaixo da figueira.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

"as comerão ...comuns", literalmente, é "as profanarão".


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

PALESTINA - DISTRITOS GEOPOLÍTICOS

Antes de nos envolvermos numa análise mais aprofundada dos aspectos topográficos naturais da Palestina, é necessário definir e, em poucas palavras, delinear certos termos que as Escrituras usam para designar as várias subdivisões geográficas e/ou geopolíticas da terra. Mas, para isso, será proveitoso introduzir, primeiro, dois vocábulos geográficos modernos que, às vezes, são empregados para designar essa terra: Cisjordânia ("deste lado o lado ocidental do rio Jordão") e Transjordânia ("do outro lado [o lado oriental] do rio Jordão"). Já vimos como, em várias épocas, o rio Jordão serviu de fronteira tanto geográfica quanto política. E, antes de prosseguir, é fundamental entender a natureza temporária dessas subdivisões. As fronteiras de um distrito específico podem ter variado ao longo dos séculos, e não é possível estabelecê-las com precisão em cada período. Esse problema é especialmente agravado quando se tenta determinar as fronteiras de um distrito que existiu durante um longo período da história bíblica, talvez durante mais de um milênio. Além do mais, é necessário levar em conta que uma mesma área geográfica frequentemente tinha nomes diferentes em períodos diferentes.

CISJORDÂNIA
De uma perspectiva geopolítica, pode-se dizer que a Cisiordânia esteve dividida em quatro distritos durante a maior parte da história bíblica. Indo do norte para o sul, essas quatro secções foram: Fenícia, Galileia, Samaria e Judá/Judeia.

FENÍCIA
No Antigo Testamento, a Fenícia é em geral definida como uma área litorânea estreita, que se estendia por cerca de 200 quilômetros, desde o rio el-Kabir até o monte Carmelo, e, no lado oriental, era flanqueada pelas montanhas do Líbano e da Galileia. Na época do Novo Testamento, o monte Carmelo já havia caído nas mãos de monarcas de Tiro,62 de sorte que, para o lado sul, a Fenícia chegava até a planície de Dor. A Fenícia foi o cenário de dois milagres da Bíblia: em Sarepta, Eliseu ressuscitou o filho de uma viúva, o qual havia parado de respirar (1Rs 17:8-24), e, na região de Tiro e Sidom, Jesus curou a filha de uma mulher siro-fenícia (Mc 7:24-30). A Fenícia também recebeu várias das primeiras viagens apostólicas.

GALILEIA
Imediatamente a leste da região sul da Fenícia, ficava o distrito da Galileia, o território mais setentrional que o Israel antigo chegou a ocupar. A área central da Galileia se estendia do rio Litani e da região de Dá, no norte, até o vale de Jezreel, no sul, medindo cerca de 80 quilômetros de norte a sul e uns 40 quilômetros de leste a oeste. Em todas as épocas, o distrito esteve dividido por um estreito vale lateral que acompanhava uma falha geológica que saía de Aco/Ptolemaida, rumava para o leste e chegava até a moderna Rosh Pinna (apenas cerca de 16 quilômetros ao norte do mar da Galileia). Esse vale de Beth Kerem divide a Galileia em duas subdivisões: Alta Galileia e Baixa Galileia.3 A distinção é geográfica e não administrativa. O terreno acidentado e praticamente intransponível da Alta Galileia chega a mais de 1.000 metros de altitude, e parte de sua região central é a mais elevada de toda a Cisiordânia (o iebel Jarmuk fica mais de 1.200 metros acima do nível do mar). Na Baixa Galileia, os cumes ficam abaixo de 600 metros de altura. A maioria das referências à Galileia, inclusive todas as do Novo Testamento, é à Baixa Galileia. Por causa de sua localização no norte, a Galileia talvez fosse mais vulnerável à assimilação cultural e ao domínio militar (Is 9:1; Mt 4:15-16; 2Rs 15:29). Embora a Galileia tenha sido habitada pelas tribos de Naftali, Issacar, Zebulom e talvez parte de Aser durante o período da ocupação, a partir do cativeiro babilônico (1Rs 9:10-14) a sua população gentílica passou a ser majoritária. Por isso, o distrito era suspeito tanto do ponto de vista ideológico (Jo 1:46; cp. 7.41,52) quanto do linguístico (Mt 26:73b). Apesar disso, a Galileia se tornou muito importante, igualmente, para judeus e cristãos. Para os judeus, após a destruição de Jerusalém em 70 d.C., a cidade de Tiberíades se converteu, pouco a pouco, no centro da erudição talmúdica; ali o Sinédrio se reuniu pela última vez e a Mishná foi editada; ali se concentraram as famílias de Ben Asher e Ben Naphtali, da tradição massorética; ali também o venerado Códice Aleppo (a mais antiga e mais completa Bíblia hebraica existente) foi criado e é onde se encontram os túmulos dos sábios judeus Maimônides, rabino Akiva e Johanan ben Zekkai. Para os cristãos, a Galileia foi um centro das atividades de Jesus. Ele passou a infância no pacato vilarejo de Nazaré, baseou seu ministério no importante centro de Cafarnaum e, o que talvez seja o mais interessante, ali realizou a maioria de seus milagres públicos.

SAMARIA
Ao sul da Galileia, fica a terceira subdivisão: Samaria. Anteriormente era conhecida como região montanhosa de Efraim (Is 17:15-19.50; Jz 3:27-4.5; 1Sm 1:1-9.4; 1Rs 4:8-2Rs 5,22) e não deve ser confundida com a região montanhosa de Judá (v. a seguir). Por fim, o distrito de Samaria ganhou esse nome devido à terceira e última capital do Reino do Norte (1Rs 16:24). A região central de Samaria se estendia da borda do vale de Jezreel, rumo ao sul, chegando até as proximidades de uma linha topográfica natural que, saindo de Jericó para o oeste, passava pelo uádi Makkuk e ia até Ofra. A partir dali, a fronteira avancava além de Betel e Bete-Horom Superior, onde começava sua descida até Aijalom (cp. ]s 10.11,12) para, então, terminar na planície Costeira, em frente de Gezer. Assim, a Samaria abrangia uma área aproximada de 65 quilômetros de norte a sul e uns 50 quilômetros de leste a oeste (com base na descrição feita por Josefo, infere-se que a Samaria do Novo Testamento foi ligeiramente reduzida em sua área ao sul) 64 O centro geográfico natural de Samaria era a cidade de Siquém, situada no vale entre o monte Ebal e o monte Gerizim, e adjacente à atual cidade de Nablus. Ali a principal estrada rumo ao norte procedente de Jerusalém (estrada da Serra Central) se conectava com uma estrada secundária (estrada lateral de Efraim), que ligava Samaria tanto ao Mediterrâneo quanto ao rio Jordão. Por isso, não é de surpreender que Siquém tenha testemunhado períodos de ocupação prolongada que remontam a 4000 a.C. Durante boa parte do segundo milênio a.C., Siquém competiu com Jerusalém pela supremacia sobre a Palestina central. Esse local foi o primeiro lugar onde Abraão erigiu um altar e adorou ao Senhor em Canaã (Gn 12:6); onde os ossos de José finalmente encontraram descanso (Is 24:32; cp. Gn 50:25-26: Êx 13.19): onde, pela primeira vez 1srael tentou instituir a monarquia (Iz 9); onde aconteceu a divisão da monarquia unida de Israel (1Rs 12:1-16): onde esteve localizada a primeira capital do reino setentrional de Israel (1Rs 12:25) e onde lesus confrontou uma mulher iunto ao poco (Jo 4:5). Embora ofuscada pela cidade de Samaria durante a maior parte do período da monarquia dividida, a ascendência de Siquém foi reafirmada depois que os assírios deram fim ao Reino do Norte, em 722 a.C. Cativos estrangeiros foram estabelecidos em cidades samaritanas (2Rs 17:24-34). Alguns dos refugiados adotaram vários elementos da fé judaica e, com o tempo, passaram a se considerar judeus (e.g., Ed 4:2). Mas sua tentativa de se tornarem membros da comunidade judaica foi em grande medida repudiada pelos judeus pós-exílicos, o que gerou uma hostilidade religiosa que durou todo o restante do período bíblico (Lc 9:52-53; Jo 4:9-8.48). Assim mesmo, o samaritanismo sobreviveu aos séculos. Um relato medieval localizou em Damasco cerca de 400 samaritanos. Estimativas atuais sobre a população samaritana em Israel vão de 550 a 800 pessoas que, todos os anos, continuam a celebrar a Páscoa no alto do monte Gerizim, o monte sagrado deles (Jo 4:20).

JUDÁ
A quarta principal subdivisão geopolítica da Cisiordânia era Judá, que relatos históricos mais antigos chamavam de região montanhosa de Judá (Js 11:21-15.48; 20.7; 21.11; cp. 2C 21.11; 27.4; Lc 1:65). De acordo com II Reis 23:8, Judá ia de Geba, uma cidade estratégica localizada cerca de 8 quilômetros ao norte de Jerusalém, até tão ao sul quanto Berseba (Zc 14:10). Assim, quando compreendido também no contexto do limite norte de Israel na cidade de Da, isso está de acordo com a fórmula recorrente no Antigo Testamento ("de Da até Berseba"), que denota as fronteiras efetivas da região central de Israel (Jz 20:1-1Sm 3.20 2Sm 3:10-17.11; 24.2,15; 1Rs 4:25). Ainda é possível delinear especificamente a região central de Judá a partir de seu eixo lateral, indo para o leste até a descida abrupta para o deserto de Judá (Jesimom [Nm 21:20; cp. 1Sm 26:1 - Haquila, em frente de Jesimom]) e para o oeste até a descida íngreme e rochosa que termina num valado estreito que a separa da Sefelá (v. a seguir). A região central de ludá media não mais de 80 quilômetros de norte a sul e apenas uns 30 quilômetros de leste a oeste. Só raramente Judá atraiu o interesse dos construtores de impérios, pois era um território bem pequeno, em grande parte constituído de amplas áreas de terra incultivável, que ficava bastante isolado das rotas internacionais e nunca experimentou prosperidade material independente. Um estudioso descreveu Judá como uma terra isolada que promovia um estilo de vida pastoril e era o ambiente para fortalezas, altares e vilarejos.

IDUMEIA
Além das quatro principais entidades geopolíticas da Cisjordânia, a província da Idumeia desempenhou um papel secundário na política do período pós-exílico e do Novo Testamento. Idumeia é o nome grego aplicado especificamente a refugiados edomitas que fugiram para o noroeste para evitar a crescente pressão feita por seus vizinhos nabateus. Embora oscilasse bastante, ora separado da Judeia, ora a ela reanexado, o território idumeu chegou a cobrir a região que vai de Bete-Zur, perto de Hebrom, até Berseba, sua extremidade sul, e do mar Morto até os limites da planície da Filístia. Por fim, governantes macabeus subjugaram a Idumeia. Um deles (Alexandre laneu) nomeou Antipatro, um chefe local, para governar a região. É irônico que Herodes, o Grande, no devido tempo descendesse de Antípatro. Na condição de "rei dos judeus" (Mt 2:1), Herodes não se dispôs muito a descentralizar sua autoridade.

TRANSJORDÂNIA
A Transjordânia do Antigo Testamento é constituída de cinco entidades geopolíticas. Do norte para o sul, elas são. Basa, Gileade, Mishor, Moabe e Edom. O termo "Transjordânia" define especificamente a área que vai do monte Hermom até o golfo de Ácaba (cerca de 400 quilômetros de distância) e do vale do Jordão até as margens do deserto Oriental (entre 50 e 130 quilômetros). A natureza geopolítica dessa região é, na realidade, muito mais complicada do que a da vizinha Cisjordánia. Tentar, numa única análise, tratar da Transiordânia tanto do Antigo quanto do Novo Testamento é possível apenas em parte e, com certeza, trata-se de uma tarefa suscetível a imprecisão. Mas também aqui o propósito básico é fornecer a localização aproximada de entidades geopolíticas mencionadas nas Escrituras.

BASÃ
Basà significa "terra frutífera/plana" (Js 9:10-1Rs 4.13; 2Rs 10:33) e é o nome do território que as forças de Israel tomaram do controle de Ogue (Nm 21:33-35). Incluía 60 cidades muradas (Dt 3:4-5) e foi designado para Manassés Oriental (Dt 3:13). Do norte para o sul, Basa se estendia por aproximadamente 55 quilômetros, do monte Hermom (Js 12:45) até o rio Yarmuk,67 e, para o leste, chegava até Quente (Nm 32:42) e Salca (Dt 3:10), cidades situadas no monte Haura. Na época do Novo Testamento, a região ao norte do Yarmuk consistia basicamente nas províncias que formavam a tetrarquia de Herodes Filipe, filho de Herodes, o Grande.

GILEADE
A segunda entidade básica da Transjordânia é Gileade. Embora pareça que a Bíblia às vezes empregue essa palavra num sentido genérico, referindo-se a toda a Transiordânia ocupada (Dt 34:1-4; Js 22:9), a entidade geopolítica Gileade designa especificamente o domo elevado, montanhoso e ovalado que, do ponto de vista topográfico, é uma extensão oriental da elevação de Samaria (Jz 10:4-1Sm 13 7:25m 2.9; 2Rs 10:33). Esse domo começa a se elevar a apenas uns poucos quilômetros ao sul do Yarmuk e se estende na direção sul, chegando aproximadamente até o uádi Husban. que deságua no Jordão em frente a Jericó.
Longitudinalmente, o domo de Gileade era dividido por um desfiladeiro profundo, escavado pelo rio Jaboque, que separou Gileade em duas metades (cp. Js 12:5-13.31, a metade norte; Dt 3:12; Is 12:2, a metade sul). Na fronteira oriental, é possível delimitar Gileade apenas negativamente: não incluía a terra de Amom (Nm 21:23-24; Jz 11:13; cp. 1Sm 11:1-4), de modo que, em seu quadrante sudeste, não alcançava o deserto Oriental.
Em contraste com o significado do nome de seus vizinhos ao norte (Basa significa "terra plana") e ao sul (Mishor significa "planalto/chapada*), o provável significado do nome Gileade (terra acidentada") pode ajudar a esclarecer suas fronteiras.
Assim delineada, a região montanhosa de Gileade (Gn 31:21-23,25; Dt 3:12) cobria uma área de aproximadamente 55 quilômetros de norte a sul e não mais de uns 50 quilômetros de leste a oeste. Quase todo o norte de Gileade se tornou parte da herança de Manassés Oriental, ao passo que o sul foi entregue à tribo de Gade . A totalidade do domo foi de fato colonizada por Israel, provavelmente porque a altitude elevada permitia chover o suficiente para criar condições para um pouco de florestamento, agricultura e criação de animais (2Sm 18:6; Nm 32:1-4, 16,26; Js 22:8). Embora não saibamos sua exata natureza, o "bálsamo de Gileade", que tinha propriedades medicinais, era muito valorizado na Antiguidade (Jr 8:22-46.11; cp. Gn 37:25). Muitas cidades gregas que haviam sido estabelecidas durante o período alexandrino formaram um núcleo transjordaniano de oposição (em grande parte malsucedida) à independência judaica obtida pelos asmoneus. Mas, quando as legiões de Pompeu deram fim ao domínio asmoneu, muitas daquelas cidades foram devolvidas a seus compatriotas helênicos. Em alguns casos, certas cidades consideraram necessário constituir ligas para proteção mútua contra os vizinhos não gregos, assim como também estavam unidas em termos econômicos e sociais. Uma dessas confederações, conhecida como Decápolis ("dez cidades"), era constituída de localidades situadas principalmente ao longo das estradas comerciais do centro e do norte da Transiordânia.
Esse grupo é mencionado tanto na Bíblia (Mt 4:25: Mc 5:20-7.
31) quanto em fontes clássicas. No período do Novo Testamento, as cidades provavelmente incluíam, do norte para o sul, Damasco, Rafana, Canata, Hipos, Gadara, Citópolis, Pela, Diom, Gerasa e Filadélfia? Embora o propósito de uma confederação helenística assim tão pouco estruturada se choque com qualquer tentativa de definir fronteiras geográficas claras, é possível concluir que a região central da Decápolis se estendia transversalmente à região montanhosa de Gileade.

MISHOR
Ao sul da Gileade do Antigo Testamento, ficava o Mishor ("planalto", p. ex., Dt 3:10-4.43; Js 20:8), que se estendia por cerca de 40 quilômetros, desde Hesbom (Is 13:10) e Medeba (Is 13:16), no norte, até as cidades de Aroer (Is 13:9) e Dibom (Jr 48:22), situadas no sul, logo ao norte do cânion do Arnom e perto da Estrada Real. Outras cidades localizadas no Mishor eram Nebo (Ir 48.22). Sitim (onde os israelitas tiveram relações sexuais ilícitas com mulheres moabitas INm 25:1s.|).
Bete-Peor (perto de onde Moisés foi sepultado [Is 13:20; Dt 34:6] e onde Balaão pronunciou suas bêncãos desfavoráveis [Nm 22:41-23.13,141) e Bezer, uma das cidades israelitas de refúgio (Dt 4:43). O Mishor se tornou a heranca da tribo de Rúben. No entanto, como do ponto de vista geográfico o Mishor ficava a meio caminho entre a região central de Israel e a região central de Moabe, a luta para controlá-lo teve início ainda no período dos juízes (Jz 3:12-30, implícito). prosseguindo na época da monarquia unida (1Sm 14:47;25m 8.2,12) e chegando até os dias de Acabe e do rei moabita Messa. Mas, no pensamento dos profetas, o controle israelita da região do Mishor havia sido cedido aos mobitas (Is 15:1-9; 16.8,9; Jr 48:1-5,21-25,34-36,45-47; Ez 25:8-11). E provável que esse vaivém político ajude a explicar por que, apesar de descenderem do primogênito de Jacó (Gn 29:32-49.3,4), os rubenitas aparentemente foram incapazes de desempenhar um papel importante na história posterior de Israel.

MOABE/PEREIA
O planalto mais elevado que, partindo do Arnom, estendia-se para o sul, chegando até o ribeiro de Zerede, era a região mais importante e central do território moabita, tendo como capital a cidade de Quir-Haresete (2Rs 3:25; Is 16:7; cp. Nm 22:36; Is 15:1 ['Quir de Moabe", que é a forma encontrada na ARA, significa "cidade de Moabe"|). Durante o período do Novo Testamento, o distrito da Pereia? ocupava a região ocidental daquilo que havia sido o Mishor e Moabe. O historiador Josefo escreveu que, no norte, o distrito de Pereia chegava até a cidade de Pela e, no sul, até Maqueronte (uma cidade-fortaleza de onde se avistava o mar Morto e onde Herodes Antipas decapitou João Batista). Além disso, Josefo relata que Pereia começava no rio Jordão e ia para o leste, chegando até Filadélfia, e informa que a capital da Pereia era Gadara (T. Gadur, que não se deve confundir com a Gadara da Decápolis [Umm Qeis]) 73 Causam perplexidade as fronteiras norte e leste informadas por Josefo, pois tanto Pela quanto Filadélfia faziam parte da região da Decápolis. Talvez sua descrição signifique que as fronteiras das cidades-estados de Pela e Filadélfia encostavam na Pereia. De qualquer maneira, os geógrafos bíblicos justificadamente seguem critérios arqueológicos e topográficos, estabelecendo a fronteira oriental basicamente numa linha norte-sul que começa no norte, nas vizinhanças do jebel Munif, no alto Arnom. Parece que, dali, a fronteira norte acompanhou os contornos a jusante do uádi Yabis até sua foz no rio Jordão, em frente a Enom.

EDOM
O último distrito transiordaniano a ser listado é Edom, às vezes conhecido como Seir (Gn 32:3; Nm 24:18: Jz. 5.4; Is 21:11) ou monte Seir (Gn 14:6; Dt 1:2-2.5). Edom designa a terra e o reino situados no alto da estreita e longa cadeia de montanhas imponentes que, partindo do ribeiro de Zerede, dirige-se para o sul, quase até o golfo de Ácaba. No entanto, as terras centrais de Edom, saindo do ribeiro de Zerede, estendiam-se para o sul por cerca de 110 quilômetros até um planalto de onde se avista o uádi Hasma, parte de uma enorme dissecação no solo recoberta de areia, a qual se estendia na direção sudeste e era a porta de entrada para o sul da Arábia. A maioria dos cumes de Edom ultrapassa os 1:200 metros acima do nível do mar e, em mais da metade de sua extensão longitudinal, o terreno elevado fica acima dos 1:500 metros. E esse cenário assustador ficava claramente limitado, a oeste, pela Arabá e, a leste, pelas planícies do deserto Oriental. O resultado é que Edom propriamente dito media apenas 16 a 24 quilômetros num eixo leste-oeste, tendo, ao longo da serra altaneira, uma série de fortalezas e cidades que basicamente acompanhavam a Estrada Real. A combinação de fortificações tanto naturais quanto feitas pelo homem tornava Edom uma barreira intransponível para tráfego lateral. Cerca de 40 quilômetros ao sul de Zerede, uma falha geológica criou um cánion que, partindo da A rabá, abre-se em leque para o leste por mais ou menos 14 quilômetros. No fim desse uádi notável, ficava a antiga Punom, um centro importante de mineração de cobre e onde, de acordo com a Biblia (Nm 33:42), os israelitas acamparam durante a viagem de Cades-Barneia para as planícies de Moabe. Moisés solicitou ao rei de Edom permissão para que Israel atravessasse o território edomita para chegar à Estrada Real (Nm 20:14-21). Mas o rei rejeitou o pedido, o que exigiu que o grupo israelita vigiasse cerca de 160 quilômetros a mais por terreno árido e num calor escaldante, apenas para desviar de Edom (Dt2.1-8).
Sem dúvida, essa derrota psicológica foi relacionada com o incidente das "serpentes ardentes" (Nm 21:4-9; 33:42-49), em que Moisés foi forçado a erguer uma serpente de cobre nesse deserto. Com base no contexto geográfico, é possível entender por que a recusa do rei edomita não foi desafiada, apesar de ser improvável que os edomitas fossem numericamente superiores aos israelitas. Os penhascos imensos e as gargantas íngremes de Edom, mesmo nas encostas menos escarpadas do desfiladeiro de Punom, eram um alvo inacessível que, por capricho edomita, continuaria em esplêndido isolamento (Ob3). Situado junto às montanhas edomitas ocidentais e cerca de 32 quilômetros ao sul de Punom, há um cânion que se parece com uma cratera e contém as impressionantes ruínas de Petra, a fabulosa capital do Reino Nabateu, mais tarde ocupada pelos romanos.? Embora não se saiba quais foram seus ancestrais, os nabateus vieram a ocupar Edom no terceiro século a.C. e, já no primeiro século a.C., sua influência era sentida desde Damasco até Gaza e também até o interior da Arábia. Boa parte de seu poder era resultado do controle que exerciam sobre parte de uma lucrativa rede comercial que, àquela época, estendia-se do interior da atual Arábia Saudita até o Mediterrâneo Ocidental Chegava-se a Petra através de um estreito corredor de cerca de 1.600 metros, flanqueado em ambos os lados por elevados penhascos perpendiculares que, em alguns lugares, quase se tocavam. A bacia onde se situava a cidade propriamente dita era cercada de desfiladeiros de arenito, nos quais foram escavados estruturas e túmulos daquilo que, na Antiguidade, foi uma cidade de grande riqueza.
Por cerca de 65 quilômetros para o sul a partir da região central de Edom, descendo do uádi Hasma para o uádi Yutm, próximo ao golfo de Ácaba, fica uma cadeia bem estreita de intransitáveis montanhas de granito. Essas montanhas de Midia elevam-se a alturas que chegam perto de 1.750 metros acima do nível do mar. Nessa região, vestígios arqueológicos revelam uma cultura totalmente distinta de sua contraparte palestina e que é, às vezes, descrita como midianita. É nesta "cultura midianita que alguns estudiosos acreditam que Moisés talvez tenha se refugiado quando fugiu do faraó e ali serviu a seu sogro, um sacerdote de Midia (Ex 2:15-17:3.1).

Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Novo Testamento
Distritos do Novo Testamento

VISÃO PANORÂMICA DA GEOGRAFIA DO TERRITÓRIO HERDADO PELO ISRAEL BÍBLICO

TOPOGRAFIA FÍSICA
UMA TERRA PEQUENA
No estudo da terra de Israel, uma das primeiras descobertas que se faz é o reconhecimento de seu pequeno tamanho.
De acordo com a definição dada acima, a área central da herança do Israel bíblico na Cisjordânia cobre cerca de 17.600 quilômetros quadrados e sua herança na Transjordânia incorpora mais 10:100 quilômetros quadrados, o que perfaz uma área total de aproximadamente 27.700 quilômetros quadrados. Desse modo, a área total do território é quase a mesma do estado de Alagoas, da Bélgica ou de Ruanda, ou ainda do lago Erie, nos Estados Unidos.
Os leitores atuais da Bíblia tendem a pensar em termos de territórios imensos e com frequência ficam bastante surpresos quando percebem, por exemplo, que a distância entre o mar da Galileia e a costa mediterrânea, em linha reta, é de 55 quilômetros. Há uma distância de apenas 148 a 185 quilômetros entre a margem ocidental do deserto Oriental (no leste da Jordânia) e o Mediterrâneo. E a distância entre o mar da Galileia e Jerusalém é só cerca de 120 quilômetros. Conforme dito anteriormente, as extremidades tradicionais norte e sul da região central de Israel são, com frequência, descritas na Bíblia como "desde Da até Berseba" Na verdade, esses dois pontos extremos estão separados por uma distância da ordem de apenas 280 quilômetros. Em termos de Brasil, o equivalente aproximado seria de São Paulo a Poços de Caldas" ou "de Natal a Recife" Nos Estados Unidos, a distância aproximada seria "de Los Angeles a San Diego" e, na Europa, "de Milão a Veneza". O tamanho do território envolvido é surpreendentemente pequeno.

UMA TERRA DE LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA
Apesar do tamanho diminuto, essa terra está estrategicamente situada em um contexto tanto intercontinental quanto interoceânico. Como ponte terrestre intercontinental, na Antiguidade era a única opção para qualquer viagem por terra entre a África, de um lado, e a Ásia ou a Europa, de outro. Como ponte terrestre interoceânica, fica ao lado da única massa de terra que separa o mundo do oceano Índico e o mundo do oceano Atlântico. Neste último aspecto, desde a Antiguidade remota uma vasta rede de comércio e comunicação tem levado para o Crescente Fértil bens provenientes de mundos bem longínquos (cravo vindo da Tailândia; canela, da Malásia; cássia, seda, cálamo, espicanardo, índigo, painço e gergelim, da Índia; lápis-lazúli e estanho, do Afeganistão; prata, da Espanha).
Por ser, na Antiguidade, ponto de contato tanto terrestre quanto marítimo, essa terra também se tornou uma ponte cultural internacional. Sua localização estratégica faz com que seja o lugar em que o Oriente se encontra com o Ocidente e o Norte com o Sul. Desde a Antiguidade remota, grandes potências com aspirações políticas e econômicas internacionais estiveram junto a suas fronteiras. Em termos históricos, o que acontecia nessa terra era quase sempre resultado do que estava ocorrendo ou havia recentemente ocorrido nos domínios de um de seus vizinhos. Foram, de fato, raros os momentos em que cidadãos dessa terra foram donos do próprio destino.
Durante o período bíblico a sorte dessa terra minúscula, mas estratégica, foi em grande parte determinada por gente de fora, fossem egípcios, assírios, babilônios, persas, partos, gregos, selêucidas, ptolomaicos ou romanos. Nesse aspecto, os filisteus e até mesmo os próprios israelitas têm de ser considerados estrangeiros que migraram para ali. A mesma tendência continuou existindo na história pós-bíblica, com os califas muçulmanos, os cruzados cristãos, os mamelucos egípcios, os turcos otomanos e os mandatários britânicos.
Por essa "ponte" marcharam os exércitos de Tutmés III, Amenhotep II, Seti I, Ramsés II, Merneptah, Sisaque I, Neco II, Salmaneser III, Tiglate-Pileser III, Salmaneser V, Sargão II, Senaqueribe, Esar-Hadom, Assurbanipal, Nabucodonosor II, Cambises II, Xerxes 1, Artaxerxes III, Alexandre III (o Grande), Ptolomeu I, Antíoco III, Antíoco IV, Herodes, o Grande, Pompeu, Vespasiano, Tito, Saladino, Ricardo Coração de Leão, Napoleão e Edmund Allenby, além de um número enorme de generais menos conhecidos.
Essa terra continua sendo uma das áreas mais instáveis e estratégicas do mundo.

UMA TERRA VARIADA
Apesar da pequena extensão, essa terra reflete uma variedade surpreendente, quase como a de um mosaico. Do ponto de vista sociológico, a variedade é evidente na menção aos vários "eus" na terra: girgaseus, cananeus, heveus, heteus, amorreus, perizeus, jebuseus, quenezeus, cadmoneus, queneus, refains etc. (Gn 10:16-18; 15:19-21; Ex 3:8-13.5; Nm 13:29; Dt 7:1-20.17; Js 3:10-12.8; 24.11; Jz 3:5-1Rs 9.20; cp. At 13:19). Na perspectiva da história colonialista, a terra foi conhecida por diversos nomes: Canaã, Palestina, Hatti, Djahy, Hurru, Retenu etc. Mas a ideia de variedade apresentada a seguir tem a ver com a topografia multiforme e diversificada da terra. Em seu eixo lateral, ela está dividida em pelo menos quatro zonas fisiográficas distintas.

PLANÍCIE COSTEIRA
A designação "planície Costeira" se refere à faixa marítima longitudinal que começa na extremidade sul da planície filisteia (no uádi el-Arish) e vai para o norte, chegando até a extremidade norte da planície de Aser (perto da atual Rosh HaNigra, que corresponde ao final da "Linha Verde", a fronteira atual entre Israel e Líbano). Essa planície é internamente segmentada por três obstáculos naturais - o monte Carmelo, o rio Crocodilo e o rio larcom - criando quatro planícies distintas. Além do mais, por motivos geográficos que serão explicados adiante, é conveniente subdividir a planície mais ao norte. Assim, a planície Costeira é constituída de cinco partes, que, do norte para o sul, são conhecidas como: (1) a planície de Aser (de Rosh HaNigra até as proximidades de Aco; cp. Is 17:10-11; 19:24-26); (2) a planície de Aco (a baía que tem forma de crescente e se estende ao redor do monte Carmelo; cp. Jz 4:13-16; 5.21); (3) a planície de Dor (uma faixa de terra bem estreita e situada entre o monte Carmelo e o rio Crocodilo; cp. Js 17:15-18); (4) a planície de Sarom (a área de terras baixas que vai do pântano do rio Crocodilo para o sul, até o Jarcom; cp. 1Rs 4:10-1Cr 5.16; 27.29; Is 33:9-35.2; 65.10; Ct 2:1); (5) a planície Filisteia (a região ao sul do larcom).
A planície costeira pode ser caracterizada com três palavras: "baixa" (uma referência à sua altitude relativa), "aberta" (uma referência à topografia plana) e "fértil (uma referência à produtividade agrícola da planície em tempos modernos).
Com exceção de umas poucas elevações situadas mais para dentro do continente, na extremidade oriental da Filístia, que chegam a quase 200 metros acima do nível do mar, a altitude da maior parte da planície Costeira é inferior a 100 metros, e boa parte dela tem uma altitude inferior a 45 metros acima do nível do mar.75 Uma análise do mapa revela que, nessa planície, as cidades bíblicas tendiam a se localizar não no seu centro, mas sim ao longo da costa (Aco, Cesareia, Jope, Asquelom e Gaza) ou em direção à sua margem oriental (Socó, Afeque, Gezer, Ecrom, Gate e Ziclague). De igual maneira, o mapa mostra que a artéria de transporte internacional (a chamada Grande Estrada Principal) corria ao longo da margem oriental dessa planície e não pelo centro. O mais provável é que a baixa altitude e a natureza relativamente nivelada da planície, combinadas com as serras de arenito calcário ao longo de grande parte da costa mediterrânea, que impediam uma drenagem natural, criavam uma área pantanosa bastante grande na planície durante toda a Antiguidade.
Esse obstáculo geográfico é a provável razão para o fato de a planície Costeira ter desempenhado um papel insignificante, quase nulo, na história bíblica. Exceto dois breves relatos sobre Gerar (Gn 20:26), nas narrativas patriarcais não há nenhuma referência a essa planície . Nenhuma das batalhas da ocupação israelita aconteceu ali, nenhuma área da planície foi habitada por Israel no início de sua ocupação , ali não havia cidades de refúgio e quase nenhuma das cidades levíticas, dali nenhum juiz nem profeta de Israel fez convocação ao povo, e nada aconteceu ali referente ao ministério registrado de Jesus.
Além de ser baixa, a planície também é aberta. Ao contrário da Cadeia Montanhosa Central da Galileia-Samaria-Judá, que, do ponto de vista geográfico, tendia a permanecer mais fechada e isolada devido à sua topografia elevada e sinuosa, a planície Costeira oferecia um terreno favorável à circulação, sem nenhum obstáculo Embora a terra, no geral, tenha sido descrita pouco antes neste texto como ponte terrestre internacional, era especialmente a planície Costeira, ao sul do monte Carmelo, que constituía essa ponte. Essa abertura também implicava mobilidade.
Durante o início do período bíblico, conflitos militares envolveram uso de carros de guerra (e.g., Ex 14:6; Dt 20:1; Js 11:4; Jz 1:19-4.3; 2Sm 1:6; observe-se também a proibição em Dt 17:16). Em contraste com as montanhas vizinhas, essa planície oferecia um terreno favorável ao uso de carros, inclusive a ataques-relâmpago, que não seriam barrados por grandes rochas ou terreno montanhoso. Aliás, há uma notável correspondência entre a área em que os cananeus conseguiam rodar seus carros e a área que Israel não conquistou durante o período de ocupação (Js 17:16-18). Ao mesmo tempo, essa abertura pode ajudar a explicar por que, depois do período bíblico, os filisteus não conseguiram sobreviver como entidade política nativa, ao passo que os israelitas, mais isolados, foram capazes de manter um sentimento duradouro de identidade nacional.
Por fim, essa planície é fértil; ou pelo menos se tornou fértil em tempos recentes. Uma olhada num mapa do Israel moderno mostra que a maior parte da região ocidental que o Plano da ONU para partição da Palestina, de 1947, designou para Israel está situada na planície Costeira, que, naquela época, era extremamente pantanosa e até mesmo infestada de malária. Entretanto, depois que a área foi devidamente drenada na década de 1950, houve grande prosperidade agrícola, pois se descobriram camadas profundas de riquíssimo solo arável resultante da erosão das montanhas ao lado e, como consequência, houve um grande e bem-sucedido esforço agrícola.

CADEIA MONTANHOSA CENTRAL
Constituída das regiões montanhosas da Galileia, Samaria, Judá e Neguebe, em sua natureza e topografia a Cadeia Montanhosa Central é exatamente o oposto da planície Costeira. A planície é "baixa, aberta e fértil"; a cadeia montanhosa é "alta, fechada e estéril". Enquanto, em seu ponto mais elevado, a planície chega a apenas uns 200 metros acima do nível do mar, em seu ponto mais baixo a Cadeia Montanhosa Central fica cerca de 450 metros acima do nível do mar, com muitos trechos superando os 900 metros. Onde as duas zonas se encontram, esse contraste de altitude pode ser bem pronunciado. É possível subir cerca de 800 metros viajando apenas de cinco a sete quilômetros do Mediterrâneo para o interior. Além do mais, a cadeia central é fechada. Essa cadeia, que na realidade é uma série de serras sinuosas e conectadas, funciona como barreira natural à circulação lateral.com exceção do ponto onde é interrompida pelo vale de lezreel/ Esdraelom. Em alguns lugares, para ir de um lado para o outro, além de ter de superar a ondulação difícil, era necessário atravessar até quatro ou cinco serras diferentes, separadas umas das outras por leitos profundos de uádis. Devido a seu terreno elevado e revolvido, a cadeia central é mais isolada e menos suscetível a aventureirismo internacional ou a ataques estrangeiros. Só raramente essa zona se revelou atraente para aqueles que construíam impérios. Por fim, a cadeia central é estéril e improdutiva. Constituída de calcário duro, sem minerais preciosos ou outros recursos naturais, e com grandes áreas que sofreram erosão e ficaram apenas com a pedra nua, parece improvável que alguma vez essa área montanhosa estéril, com somente 15 a 50 quilômetros de largura, tenha sido considerada capital político. No entanto, é justamente nessa região montanhosa que se desenrola boa parte da história bíblica. E aí que os patriarcas viveram, construíram altares e se comunicaram com seu Deus. É onde aconteceram as batalhas da conquista , onde Israel ocupou sua terra e foram fundadas muitas de suas instituições nacionais . É também onde, em seu devido momento, estiveram localizadas as capitais do Reino do Norte (Siquém, mais tarde Tirza e finalmente Samaria) e do Reino do Sul (Jerusalém). É aí que o judaísmo pós-exílico se estabeleceu e onde aconteceu boa parte do ministério registrado de Cristo . Galileia. Embora seja uma extensão das montanhas mais altas do Líbano, ainda assim a região elevada da Alta Galileia apresenta uma topografia bem complexa. O jebel Jarmuk (monte Merom) é o ponto mais alto de toda a Cisjordânia, mas é cercado por outros cumes que chegam a alturas superiores a 900 metros. Apesar de a Alta Galileia ter uma precipitação pluviométrica maior, seu terreno elevado e sua topografia fragmentada a tornam menos adequada para ocupação intensa. Na região nunca se estabeleceu aquilo que se pode chamar de cidade grande. No lado leste, a Baixa Galileia mantém o contorno irregular de sua vizinha no norte. Vê-se ali um enorme e alto afloramento de calcário, que, no flanco oriental, despenca no mar da Galileia. Nessa região se incluem o monte Tabor, os penhascos de Arbela e os vulcânicos Cornos de Hattin. Em contraste, as áreas central e oeste da Baixa Galileia apresentam o terreno mais plano de todo a cadeia central. A região é composta de várias serras paralelas que estão num eixo mais ou menos leste-oeste, entre as quais existem bacias relativamente abertas que são quase contíguas no lado ocidental. Vale de Jezreel/Esdraelom. Entre a região montanhosa da Baixa Galileia e a da Samaria, estende-se um vale que, em última instância, liga o vale do Jordão à planície Costeira, em Aco. Esse vale, que tem a forma de uma flecha apontada para o Mediterrâneo, é conhecido no Antigo Testamento hebraico como o vale de lezreel ("Deus semeou" ou "que Deus semeie"; e.g., Js 17:16; Jz 6:33; Os 1:5-2.
22) e, na época do Novo Testamento, por seu equivalente grego, Esdraelom.7 A estreita haste da flecha, em alguns pontos com não mais de três quilômetros de largura, estende-se de Bete-Sea até a cidade de Jezreel, margeada, no norte, pelo monte Moré e, no sul, pelo monte Gilboa, e drenada pelo rio Harode. Perto desse território ocorreu a triunfante vitória de Gideão sobre os midianitas (Jz
7) e a humilhante derrota de Saul nas mãos dos filisteus (1Sm 29:31). A base da ponta da flecha se estende por cerca de 28 quilômetros, a partir dos arredores, ao norte de Jenin, até o monte Tabor e, desses dois pontos, estende-se por cerca de 32 quilômetros até seu vértice, logo a oeste de Jocneão e perto do rio Quisom, em cujo pântano o carro de Sísera ficou atolado (Jz 5:21; cf. SI 83.9). A ponta dessa flecha, às vezes chamada de planície de Megido (2Cr 35:22; Zc 12:11), é baixa e plana. A planície é coberta por uma camada extremamente grossa de terra preta, em alguns lugares com mais de 90 metros de profundidade, e que se formou com a decomposição e erosão de basaltos da Galileia. Enquanto a planície de Jezreel tinha muitos acessos, o acesso para a principal artéria de transporte, conhecida como Grande Estrada Principal era em Megido. Os vinte estratos arqueológicos dessa cidade refletem uma ocupação quase contínua até o início do período romano. Na verdade, a cidade de Megido, uma base militar permanente, teve enorme importância durante cada período de sua história, sem exceção; não é exagero afirmar que, do ponto de vista militar, foi um dos pontos mais estratégicos de todo o sudoeste do Crescente Fértil. A partir do final do quarto milênio a.C. até o próprio século 20, Megido tem sido palco de repetidos confrontos militares. Samaria. Ao sul de Jezreel fica o distrito montanhoso de Samaria - que, em termos de altitude, vegetação e clima, é uma área intermediária e de transição entre a Galileia e Judá. No extremo noroeste, devido à sua beleza (Ct 7:5) e fertilidade (Is 35:2; Jr 50:19), o monte Carmelo ("vinha/jardim de Deus") era proverbial na Bíblia. Nos textos antigos está amplamente atestado que o monte era lugar de um santuário? Foi talvez nesse contexto que o monte Carmelo serviu de cenário para a disputa religiosa de Elias com os profetas de Baal (1Rs 18:17-40) e, em outra ocasião, como lugar de retiro espiritual para Eliseu (2Rs 2:25-4.25). No extremo nordeste, a região montanhosa de Samaria também é conhecida como as montanhas de calcário de Gilboa. Outros montes de Samaria, o monte Ebal e o monte Gerizim, cercam o vale em que Siquém, a principal cidade, está localizada. Samaria é toda montanhosa, e os cumes de j. el-Qurein, j. 'Ayrukabba, j. 'en-'Ena e j. el-'Asur (Baal-Hazor, cp. 2Sm 13:23) dominam o horizonte.
Embora montanhosa, Samaria também é entremeada por várias planícies pequenas e vales abertos, uma das quais está situada perto do ponto em que as encostas do Carmelo e do Gilboa se encontram, nas proximidades da cidade de Dotã . Entre as bacias de Samaria, essa planície de Dota é a maior e a mais intensamente cultivada, e é onde José foi vendido como escravo (Gn 37:12-28). Outra depressão, a planície comprida e estreita de Mikhmetat, vai de Siquém para o sul, até ser interrompida pelo j. Rahwat.
Ela é cortada pelo divisor de águas ao longo do qual a estrada da Serra Central ruma na direção de Jerusalém. Indo de Socó até Siquém e dividindo lateralmente o oeste de Samaria, fica o vale baixo conhecido como u. Shekhem. De modo parecido, indo de Tirza até o vale do Jordão e dividindo o leste de Samaria, encontra-se a fratura acentuada, conhecida como u. Far'ah. Juntos, esses dois vales são o ponto mais baixo de toda Samaria. Constituíam os caminhos mais fáceis e mais utilizados para atravessar a serra central de Samaria, o que ajuda a explicar por que determinados locais foram escolhidos para capitais de Israel durante o período do reino dividido (Siquém, Tirza, Samaria). Judá. Conquanto não haja uma fronteira geológica definida separando Samaria e Judá, existe uma acentuada diferença na topografia das duas regiões. A precipitação maior de chuva em Samaria contribuiu para a ocorrência de muito mais erosão e para a formação de uádis com leitos mais profundos. Judá é mais um planalto, menos seccionado devido a seu clima mais seco. À medida que se caminha para o sul de Judá, o terreno se torna mais adverso, mais irregular e mais estéril. A principal característica da superfície de Judá são rochas nuas e amplas áreas de pedras quebradas e soltas, sem nenhuma terra por causa da ação da chuva. Só ao longo da bacia hidrográfica, nas vizinhanças de Ramá e entre Belém e Hebrom, é que o solo de Judá permite o cultivo. Nas demais áreas, o solo superficial, que sofre erosão nas chuvas torrenciais de inverno, tem impedido em grande parte o cultivo da terra.
A apenas cerca de oito quilômetros a sudeste de Jerusalém, começa o deserto de Judá (Nm 21:20-1Sm 26.1,2; cp. Mc 1:4). Espetáculo assustador de desolação, o deserto de Judá, também conhecido como lesimom, é um deserto verdadeiro E uma terra despovoada, deprimente, selvagem, rochosa e improdutiva, e praticamente sem nenhuma ocorrência de chuva (SI 63.1). Até mesmo os nômades beduínos dos dias de hoje tendem a evitar a aridez e o terreno irregular desse deserto. Em sua margem oriental, o deserto de Judá mergulha quase verticalmente até o vale do Jordão abaixo e em alguns lugares a descida chega a 1.350 metros. Entre Jericó e a ponta sul do mar Morto, existem mais de 20 desfiladeiros profundos que foram cavados por uádis. Contudo, no período bíblico, esses uádis eram estreitos e sinuosos demais para permitirem estradas importantes e, por esse motivo, Judá estava naturalmente isolada no lado oriental. O profeta Isaías anunciou, porém, um tempo em que até a topografia contorcida e acidentada do deserto de Judá será endireitada e nivelada e todos os lugares escarpados serão aplanados (Is 40:3-4; ср. 41:18-20; 51.3).
No lado oeste, o final da cadeia central de Judá é apenas um pouco menos abrupto. Uma vala estreita e rasa (uádi Ghurab, uádi Sar) faz divisão entre a região montanhosa e uma região com topografia distinta, conhecida como Sefelá ("contraforte". cp. Dt 1:7; Js 9:1-10.40; 12.8; Iz 1.9; 1Rs 10:27-1C 27.28; 2Cr 9:27-26.10; 28.18; Jr 17:26-32.44; 33.13; Ob 19).
A Sefelá começa no vale de Aijalom e se estende para o sul por cerca de 55 quilômetros até a área de T. Beit Mirsim. Esses contrafortes cobrem uma área de aproximadamente 13 a 16 quilometros de largura e, o que e importante, estendem-se para o oeste até a vizinhança do que foram as cidades filisteias de Gezer, Ecrom e Gate . Composta principalmente de calcário macio, com uma superfície ondulante inclinando suavemente para o lado oeste, entrecortada por alguns uádis importantes e férteis, a Sefelá era uma zona intermediária entre a cadeia central de Judá (ocupada pelos israelitas) e o sul da planície Costeira (ocupada pelos filisteus).
Não é surpresa que, na Bíblia, a área tenha sido cenário de vários episódios de guerra motivada por razões econômicas entre os israelitas e os filisteus (Jz 15:4-5; 2Sm 23:11-12). Aliás, é possível que as disputas entre filisteus e israelitas fossem provocadas justamente pelo desejo de ambos os povos de dominar e explorar os ricos vales agrícolas da Sefelá.
Inicialmente, o Neguebe ("terra seca"; e.g., Gn 24:62; Nm 13:29; Js 15:19; Jz 1:15) designava o deserto estéril ao sul de Judá (e.g. Is 15:2-4; 18.19; 1Sm 27:10-2Sm 24.7; cp. os leques aluvianos que se estendem de Berseba até Arade). Ao longo do tempo, o sentido da palavra evoluiu e, pelo fato de essa região estéril ficar no sul, passou a ter o sentido de um ponto cardeal e, assim, designar o sul de quase qualquer lugar (Is 11:2; Zc 14:10-1Sm 30.14).
Hoje o Neguebe inclui aquilo que a Bíblia chama de deserto de Zim (Nm 20:1-34.3; Js 15:1) e o deserto de Para (Nm 10:12; Dt 1:1). A região do moderno Neguebe apresenta um ambiente adverso à atividade humana ou à sua povoação por um grande número de pessoas. A área depende totalmente de chuva, sempre escassa e incerta, embora o território tenha alguns poços nas vizinhanças de Berseba (Gn 26:18-22) e Cades-Barneia.
A localização estratégica da Palestina
A localização estratégica da Palestina
As regiões geográficas da Palestina
As regiões geográficas da Palestina
Altitude da Palestina
Altitude da Palestina
Samaria
Samaria
O vale de Jezreel
O vale de Jezreel

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

SAMARIA

Clique aqui e abra o mapa no Google (Latitude:32.283, Longitude:35.2)
Nome Grego: Σαμάρεια
Atualmente: Palestina
Capital do reino de Israel, no reino dividido. Região em que localizava-se a Galiléia e Nazaré, no início da Era Cristã. Cerca de 48 km distante de Jerusalém. A nova cidade encontra-se próximo às ruinas.

Samaria é o nome histórico e bíblico de uma região montanhosa do Oriente Médio, constituída pelo antigo reino de Israel, situado em torno de sua antiga capital, Samaria, e rival do vizinho reino do sul, o reino de Judá. Atualmente situa-se entre os territórios da Cisjordânia e de Israel.

Samaria é um termo construído pelo hebraico shomron, nome da tribo shemer, que era proprietária do local e o vendeu ao Omri, que teria sido o sexto rei de Israel.

Mapa Bíblico de SAMARIA



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Jeremias Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
  1. Os Propósitos de Deus Implacavelmente Executados (Jr 30:23-31.
    1)

Nesta passagem, o poder (energia, talvez Espírito) de Deus é semelhante à tormen-ta (23; tempestade implacável), que cumpre os desígnios do seu coração (24). Ele não diminuirá o seu ímpeto até que

1) o mal tenha sido completamente castigado e

2) todas as gerações de Israel (Jr 31:1) reconheçam seu senhorio. O termo no fim dos dias (30,24) soa como se o tempo estivesse distante, mas, fosse certo.

C. A RESTAURAÇÃO ASSEGURADA, Jr 31:2-40

Neste capítulo, o cântico triunfal de Israel sobe a lugares ainda mais elevados. Os versículos 2:22 tratam, em grande parte, do Reino do Norte; os versículos 23:26 tratam principalmente do Reino do Sul; e os versículos 27:40 dos dois reinos. O Senhor procura assegurar ao seu povo que a restauração dele é certa. Essa restauração é assegurada pelo

1) amor eterno de Deus,

2) pelo voltar para casa — cheio de alegria,

3) pelo conforto a Raquel,

4) pela restauração de Judá,

5) pelo restabelecimento de um reino unido e
6) pela instituição de uma nova aliança.

  1. O Amor Eterno de Deus (31:2-6)

O amor de Deus, manifestando-se em graça (favor divino), tinha auxiliado os israelitas quando chegaram do Egito, e tinha dado a eles descanso em Canaã. Essa mes-ma graça continua operando agora em favor daqueles que vivem no deserto (2) do exílio. Assim, o amor de Deus permaneceu imutável em relação ao seu povo ao longo dos séculos. Com amor eterno te amei (3).

A benignidade ("fidelidade", RSV) de Deus tem operado a favor de Israel de milha-res de maneiras diferentes. Ele os tem atraído por meio de angústia e bondade, disper-sando e reunindo-os. Isso ensina que o amor eterno de Deus "envolve tanto tragédias quanto triunfo, e [...] toda dor e sofrimento estão, de alguma forma, dentro do campo de ação desse amor".9

O fato de que Deus ainda ama Israel pode ser visto como sinal de que há esperança para a restauração além do julgamento: Ainda te edificarei (4). Essa restauração in-clui plantio e colheita, descanso e segurança, riso e festa (4-5). A adoração pura (6) tam-bém será um ingrediente dessa cena idílica. Levantai-vos, e subamos a Sião, ao SE-NHOR, nosso Deus.

Esses versículos revelam que Jeremias não era um indivíduo deprimido ou mal-humorado, mas alguém que poderia ter desfrutado o lado mais ensolarado da vida se as circunstâncias tivessem sido diferentes.

  1. Um Retorno alegre para Casa (Jr 31:7-14)

Jeremias pede para o povo exultar (gritar) de alegria e proclamar (7) as notícias da volta gloriosa para casa dos cativos de Israel: Eis que os trarei da terra no Norte e [...] das extremidades (8), i.e.: "dos confins da terra" (NVI). O tempo pode interferir, mas a palavra do Senhor é como se já tivesse acontecido. Quais são os ingredientes dessa proclamação alegre?
a) A ternura de Deus é revelada pela forma de Ele os conduzir para casa. Ele reúne os cegos, os aleijados, as mulheres grávidas e as de parto (8). Ele gentilmente os conduz por ribeiros de água (9) e por um caminho plano em que não tropeçarão. b) Vemos que esse Deus tem o coração de um pai pela sua atitude em rela-ção a Efraim, seu primogênito.' c) O cuidado de Deus é descortinado pela proclama-ção às nações e ilhas (inimigos de Israel) de que, embora Deus tenha espalhado a Isra-el (10), Ele não se esqueceu de congregá-los novamente. d) A força restauradora de Deus é revelada pelo fato de redimir Jacó (11) de mãos poderosas demais para ele. e) A bonda-de de Deus é vista em todas as coisas maravilhosas que Ele faz por eles; eles exultarão novamente na altura de Sião (12) ; as duas nações se unirão (Is 60:5) e florescerão como um jardim regado. f) Os recursos de Deus se manifestam ao supri-los abundantemen-te com trigo, mosto e azeite. g) O conforto de Deus é revelado na felicidade que eles possuirão. Seu pranto se tornará em alegria (13). Eles nunca mais andarão tristes (12). O regozijo será a regra do novo dia.

  1. Conforto para Raquel (Jr 31:15-22)

Estas palavras são dirigidas a Raquel (15), a avó de Efraim e Manassés. Efraim era a principal tribo do Reino do Norte; por conseguinte, Israel é, às vezes, chamado de Efraim, e Raquel é às vezes denominada como ancestral materna das tribos do norte. Ela é descrita aqui como alguém que está muito aflita com a partida dos filhos para o exílio. Ramá (altura) era um ponto alto na fronteira entre os reinos do Norte e do Sul. Essa voz que chorava podia ser ouvida a uma grande distância. Também se dizia que Ramá foi o lugar de encontro dos exilados na deportação para a Babilônia nos dias de Jeremias (veja comentário em 40:1-6). A tradição diz que Raquel morreu perto de Ramá (1 Sm 10.2), embora o local do túmulo de Raquel fique próximo de Belém.

Deus fala a Raquel e ordena que reprima a voz de choro (16). Seus filhos certa-mente voltarão ao seu próprio país, e há esperanças, no derradeiro fim (17; futuro). Os versículos 18:19 contêm um relato do arrependimento de Efraim, que parece honesto e sincero. Embora Efraim (20) tenha sido um filho errante e necessitasse ser castigado, o coração amoroso de Deus espera ansiosamente pelo seu retorno. Agora, visto que se arrependeu, Deus certamente terá misericórdia dele. Golpear a coxa (19) era um gesto de luto. Por isso, se comove [...] o meu coração (entranhas; v. 20) significa: "Minhas emoções estão afetadas".

Os versículos 21:22 são de difícil interpretação. Jeremias está falando de Efraim [...] um filho precioso (20) e subitamente se dirige à virgem de Israel (21). Embora os termos tenham sido usados anteriormente, essa é uma mudança abrupta. No versículo 21, ressalta-se a certeza do retorno do cativeiro. A virgem de Israel é estimulada a anunciar uma festa antecipada para erguer marcos e sinais na estrada a fim de orien-tar os exilados que estão voltando para casa. Na última parte do versículo 22 lemos que Deus criou uma coisa nova na terra: uma mulher cercará um varão, talvez no sentido de apegar-se ao seu amado, como Israel se apegará ao Senhor naquele dia (Berkeley, nota de rodapé). A maioria dos estudiosos conclui que estamos diante de um provérbio aqui, cujo significado se perdeu.

  1. A Restauração de Judá (Jr 31:23-26)

O povo de Deus recebe a promessa de livramento e salvação na restauração. A terra de Judá (23) e suas cidades serão novamente habitadas. O peso da declaração, no entanto, está no sentido de a religião pura ser mais uma vez praticada na terra: O SE-NHOR te abençoe, ó morada de justiça, ó monte de santidade! Isto é compreensível pelo fato de a religião corrupta ter sido a causa principal do seu cativeiro. Condições idílicas prevalecerão quando Judá (24) retornar para a sua terra natal. Lemos acerca de paz e harmonia, em que "tanto os lavradores como os que conduzem os rebanhos" (NVI) viverão alegremente juntos. A alma cansada (25) encontrará descanso, e corações en-tristecidos encontrarão conforto abundante. Prevalecerão condições completamente no-vas, lembrando-nos da época dourada de Isaías.

O versículo 26 constitui uma quebra súbita no pensamento que estava sendo elaborado. O texto não deixa bem claro quem, na verdade, está falando. Ele não pode estar se referindo a Deus nem aos exilados, assim, a pessoa mais provável é o próprio profeta. O versículo sugere que as profecias que acabaram de ser pronunciadas che-garam a ele por meio de um sonho. Visto serem cheias de esperança e agradáveis (ao contrário das proclamações costumeiras de Jeremias), é compreensível que pareçam doces para ele.

  1. O Restabelecimento do Reino Unificado (Jr 31:27-30)

Três coisas parecem se destacar nesses versículos.

1) Deus abençoará Israel e Judá na sua volta com prosperidade (tanto com homens quanto com animais, 27), e eles novamente serão um povo. O reino dividido foi uma grande tristeza para os profetas; agora essa ruptura será curada.

2) Haverá uma reversão na política de Deus em relação ao bem-estar da terra. Por causa do pecado de Israel, Deus precisava castigar seu povo — para arrancar, e para derribar (28) ; mas, visto que o castigo cumpriu seu trabalho de cura dos corações (cura da idolatria), a obra de Deus agora é edificar e plantar.
3) Haverá um novo tipo de moralidade. A responsabilidade individual será a marca do novo período. Antes a unidade básica de responsabilidade fora a nação. O povo de Jerusalém e os exilados que já estavam na Babilônia estavam se queixando de que era injusto sofrer pelos pecados dos seus pais. Conseqüentemente, o provérbio: Os pais comeram uvas verdes, mas foram os dentes dos filhos que se embotaram (29) não terá mais sua validade. Cada um morrerá pela sua iniqüidade (30). Essa nova ênfase na moralidade constituirá um avanço marcante na fé do povo de Israel, pavimentando o caminho para a idéia de Jeremias de uma nova aliança (novo concerto), e servindo também como pre-paração para a era do evangelho.

  1. A Instituição de uma Nova Aliança (Jr 31:31-34)

A concepção de Jeremias de uma nova aliança nasceu da sua experiência de muitos anos no ofício profético. Nas reformas de Josias ele tinha visto seu povo derramar toda sua esperança em formas exteriores de religião, mas sem a melhora correspondente no aspecto ético da vida. A religião nacionalizada não proveu motivos adequados para o indivíduo sentir sua responsabilidade pessoal. Assim, a antiga religião falhou no aspecto da responsabilidade individual".'
Evidentemente foi durante as reformas de Josias que Jeremias tornou-se convicto de que a única esperança para a nação era uma revolução interna e individual: "Lavrai para vós o campo de lavoura [...] tirai os prepúcios do vosso coração" (4:3-4). Com o passar dos anos, o profeta parece ter ficado cada vez mais convicto de que a religião devia ser individualizada.' Sua própria experiência nasceu do fato de que a religião individual era possível. Ele conhecia a Deus e tinha comunhão com Ele; esse relaciona-mento era imediato e interior. O que era possível para ele deveria ser possível para cada indivíduo da nação.'
Seria insensato dizer que Jeremias via qualquer coisa com perfeita clareza. No en-tanto, ele era capaz de ver o esboço das coisas futuras, e foi isso que ele passou para o povo hebreu. Quais então são os traços distintos de uma nova aliança de acordo com a descrição de Jeremias?

I.) A nova aliança será escatológica em caráter, porque está no coração do propósito redentor de Deus. Ela não é uma inferência íntima divina. Da maneira que a religião mosaica fazia parte do plano redentor, assim a nova aliança surgirá na plenitude dos tempos.

  1. O aspecto seguinte será a introdução de uma nova metodologia. Antes Deus tinha trabalhado através da nação como uma unidade, mas a nação estava prestes a desapare-cer. Para poder cumprir os propósitos de Deus, um novo método precisa ser encontrado. A partir de agora, ele trabalhará por intermédio do indivíduo. A nova metodologia envol-verá três coisas: a) Um tipo diferente de motivação: porei a minha lei [...] no seu coração (33). b) Um conhecimento imediato de Deus: todos me conhecerão (34). c) O perdão individual pelo pecado: perdoarei a sua maldade. Deus agora podia lidar com a mola principal da ação humana. Então, ao trabalhar através do indivíduo, a religião podia tornar-se universal.
  2. Haverá uma nova dimensão espiritual. A religião não será mais meramente exte-rior; a intimidade será o aspecto predominante no futuro. Antigamente as leis de Deus haviam sido escritas em tábuas de pedra; agora elas serão escritas no coração. Em vez de tratar sintomas exteriores, Deus estará lidando com os princípios interiores. Sob a nova aliança, as pessoas responderão de acordo com a motivação interior, em vez de agirem sob formas exteriores de compulsão.
  3. Haverá um novo relacionamento. Sob a nova aliança, o relacionamento do homem com Deus será íntimo e pessoal: todos me conhecerão (34). Sob a antiga aliança, o relacionamento do homem com Deus era formal; debaixo da nova aliança, ele será espi-ritual. Quando a lei é escrita no coração, a religião tem uma qualidade dinâmica que proporciona infinitas possibilidades.
  4. Haverá um novo nível de moralidade. Judá tinha sofrido por causa de um coração "enganoso" e "desesperadamente corrupto" (Jr 17:9, ARA). Essa era a grande necessidade para uma transformação moral — um coração transformado. Sob a nova aliança, isso será uma possibilidade gloriosa. A verdadeira religião terá, doravante, aspirações fundamentadas no conhecimento pessoal de Deus, e operará a partir de leis espirituais escritas no coração. O resultado disso será que novos princípios mo-rais governarão a sociedade.

A restauração de Israel alcança seu clímax com a instituição da nova aliança. Esses talvez sejam os quatro versículos mais importantes do livro de Jeremias, visto que dizem muito sobre o que aconteceu no campo da religião desde os seus dias. Paulo usou a idéia de Jeremias, fazendo uma clara distinção entre a antiga e a nova aliança (2 Co 3.6,14-16). O autor da epístola aos Hebreus inicia e termina sua exposição do ministério de Jesus ao citar Jeremias 31:31-34.'4 Jesus instituiu a Ceia do Senhor ao dizer: "Isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento [aliança], que é derramado por muitos" (Mt 26:28; Mac 14.24). A religião individual encontra uma de suas origens em Jeremias. Ele foi o principal elo entre a antiga ordem em Israel e a nova.'

7. A Perpetuidade da Nação (31:35-37)

Neste texto, Deus faz uma promessa ao povo referente ao futuro da nação. Garante-se a Israel uma existência tão longa quanto a duração do sol e da lua (35). As ordenan-ças significam "decretos permanentes" da natureza (RSV). Até então Deus manteve a sua palavra ao seu povo. A sobrevivência de Israel como uma entidade distinta é um dos milagres da história.'6 "Isso só pode ser explicado através de razões sobrenaturais"»

8. A Reconstrução de Jerusalém (31:38-40)

Deus então confirma sua palavra à nação ao dizer que Jerusalém será reconstruída. A declaração: "Estão chegando os dias" (38, NVI), coloca a passagem em uma perspectiva escatológica, e podemos encontrar aqui uma combinação do que é próximo e do que é distante. Amenção de uma linha de medir [...] Garebe [...] Goa [...] ribeiro de Cedrom (39-40) poderia referir-se ao tempo do retorno sob a liderança de Esdras e Neemias. Por outro lado, o desaparecimento de todos os lugares impuros e a santificação dos lugares que haviam sido usados para o sepultamento dos mortos e o monturo de lixo pode estar se referindo à Jerusalém espiritual da era messiânica.'8 Embora a cidade terrena tenha sido capturada e recapturada muitas vezes desde o dia de Jeremias, ela nunca foi derri-bada, eternamente. Ela continua existindo. Esse, por exemplo, não é o caso de Nínive e Babilônia.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Jeremias Capítulo 31 versículo 5
A vinha demora vários anos para dar frutos. Portanto, a promessa de voltar a plantar vinhas sugere a idéia de um longo período de paz e segurança. Conforme Is 65:21; Am 9:14.Jr 31:5 Samaria, capital do Reino do Norte (ver 1Rs 16:16,), destruída pelos assírios no ano de 721 a.C. (conforme 2Rs 17:3-6). As promessas contidas neste “Livro da Consolação” (ver Jr 30:1-9,) se referem não somente ao reino de Judá, mas também ao de Israel (conforme Jr 30:4).

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Jeremias Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
*

31:2

O povo que se livrou da espada. O remanescente, por meio de quem os propósitos de Deus teriam continuidade (v. 7; 6.9, nota; 23.3, nota). Contrastar com 15.2.

no deserto. O exílio de Judá na Babilônia e a subseqüente restauração são, algumas vezes, comparadas com as caminhadas de Israel no deserto, antes de entrar na Terra Prometida (ver Is 40:3,4; 43:19,20). Tal como no primeiro êxodo, essa restauração é uma demonstração do poder do Senhor para salvar.

* 31:3

De longe. Esta frase, provavelmente, alude ao Sinai, já aludido no versículo anterior (Êx 19—24).

Com amor eterno eu te amei. O amor do Senhor por Israel foi a base para sua eleição deste povo (Dt 7:6,7). O caráter eterno da aliança é afirmado em Gn 17:7.

com benignidade te atraí. Ver nota em 9.24 e contrastar com 16.5. Este versículo provê outro sinal do restabelecimento do pacto quebrado.

* 31:4

ó virgem de Israel. Contrastar com 18:13-15, onde a "virgindade" de Israel fora desperdiçada. Ver também 2.20,22. No novo pacto, a mácula da contaminação é, finalmente, lavada.

dos que dançam. Essas danças são atos de celebração religiosa (Jz 21:19,20).

* 31:5

plantarás vinhas... gozarão dos frutos. Essa promessa significa a bênção da fertilidade da aliança (Dt 7:13; 28:4; contrastar Dt 28:30).

Samaria. Capital do reino do norte, Israel, ou então o reino do norte como um todo. Seus habitantes foram deportados pela Assíria em 722 a.C.

* 31:6

os atalaias. Talvez eles fossem os responsáveis por conhecer os tempos das festas anuais, observando a lua.

região montanhosa de Efraim... subamos a Sião. Não como já havia acontecido anteriormente, aos santuários do norte apostatados de Jeroboão, em Betel e Dã (1Rs 12:26-33), mas em um relacionamento renovado com o Senhor.

* 31:9

os levarei... ribeiros de águas. Ver Sl 23:2; Is 48:21; 49:10.

por caminho reto. Ver Is 40:4.

sou pai... meu primogênito. Ver 3.4; 31.20; Êx 4:22; Os 11:1-4.

* 31:11

redimiu... livrou. Esses verbos são sinônimos bem próximos no hebraico. A palavra "redimir" significa "libertar mediante o pagamento de um resgate", e é usada para indicar o ato do Senhor que libertou Israel do Egito (Dt 7:8; 9:26). O segundo verbo ("livrou") é um termo técnico relacionado à responsabilidade de um "parente próximo" para comprar ou "remir" uma propriedade, a qual, de outro modo, seria perdida pela família (32.8; Rt 2:20, nota). Também é usado para indicar o livramento divino de Israel do Egito (Êx 6:6,7). A maneira como Deus tem nos redimido para si mesmo, através do resgate de Cristo (conforme 1Tm 2:5,6), é explicada no Novo Testamento (ver "A Expiação", índice).

* 31:15

um clamor em Ramá... Raquel chorando. Ramá ficava na região designada à tribo de Benjamim. Raquel chora devido à destruição do norte, em 722 a.C. Essas palavras são citadas, em Mt 2:18, acerca da matança dos inocentes, por parte de Herodes.

* 31:21

Põe-te marcos. Israel precisa relembrar-se de retornar não somente à sua terra, porém, mais importante ainda era retornar a Deus.

* 31:22

coisa nova. Ver Is 42:9.

a mulher infiel... um homem. Essa declaração é obscura, mas talvez tenhamos aqui um quadro de uma mãe protegendo o seu filho, ou seja, o quadro de segurança.

* 31:27

semearei... semente. Ambas as palavras são da mesma raiz hebraica. Essa palavra alude à promessa em Gn 15:18, onde a palavra para "semente" é traduzida por "descendentes".

* 31:29

Os pais... é que se embotaram. Este provérbio foi usado pelos exilados para lançar a culpa nas gerações anteriores quanto ao desastre do exílio (Ez 18:2), possivelmente com base na compreensão errada de Êx 20:5; Nm 14:18.

* 31:30

Cada um... será morto pela sua iniqüidade. O princípio que diz que cada pessoa é julgada individualmente é longamente elaborado em Ez 18:4-32 (conforme Dt 24:16). O argumento é que a geração que então vivia merecia plenamente o castigo, embora a culpa da nação tivesse sido contínua (7.13 11:7-8).

* 31.31-34

Selecionando temas expostos pela primeira vez por Moisés, em Dt 30:1-10, Jeremias profetiza que Deus fará um novo pacto com o seu povo. Tal como o estabelecimento da antiga aliança (Êx 19—
24) tinha seguido a redenção do Egito (Êx 12—15), assim também o estabelecimento da nova aliança seguirá a redenção dos pecados (v. 34).

* 31:31-32 O novo pacto contrastará com o antigo pacto, visto que o novo não pode ser quebrado, como foi o antigo (v. 32; Hb 8:7,8). A garantia de que não será quebrado é a graça mediada por meio de Cristo, através de sua morte e ressurreição (Hb 9:12-15; 10.1-4,10-18).

* 31:31

nova aliança. Ver "A Aliança da Graça de Deus", índice. Ver também 1Co 11:25; 2Co 3:6; Hb 9:15; 12:24.

com a casa de Israel e com a casa de Judá. O uso de ambos os nomes salienta a unidade do povo em aliança com Deus.

* 31:32

Não... porquanto eles anularam a minha aliança. O Novo Pacto não terá as deficiências do antigo, que dependiam da incapacidade do povo de cumpri-lo (11.10; 2Co 3:14; Hb 8:7).

eu os haver desposado. Ver 2.2; 3.14, nota. Conforme o relacionamento de Cristo com a Igreja (Ef 5:25-27; Ap 19:7; 21:2,9).

* 31:33 Durante a antiga aliança, a lei de Deus foi gravada sobre tábuas de pedra e posta no Santo dos Santos; sob a nova aliança, Deus escreve suas leis nos corações de seu povo. Os crentes, pois, são semelhantes ao templo, estando a lei de Deus dentro deles, com a diferença que eles são um templo vivo, feito de pedras vivas (2Co 3:3; 1Pe 2:5). Ver "A Aliança da Graça de Deus", índice.

depois daqueles dias. O profeta fala de algum tempo após o exílio, sem ser específico. O Novo Testamento mostra-nos que o tempo chegou com Cristo, o Messias.

eu serei. Deus tomará a iniciativa para renovar o seu povo.

as minhas leis. A lei de Moisés requeria obediência do coração (Dt 6:6), mas não provia forças para essa obediência (Dt 5:29; 29:4). Ela mediava perdão e esperança, especialmente através dos sacrifícios. A lei era um sistema de "tipos e sombras", isto é, de elementos significativos que prefiguravam Cristo e convidavam o povo a confiar em Deus através de Cristo.

eu serei o seu Deus... o meu povo. Essa declaração é a síntese das bênçãos de Deus em sua aliança (Lv 26:12; conforme 7:23).

* 31:34

Conhece ao SENHOR. Ver "O Verdadeiro Conhecimento de Deus", índice.

Pois perdoarei. A base das promessas nos vs. 32 e 33 será uma nova obra de redenção que garantirá o perdão dos pecados (ver Hb 10:1-17).

jamais me lembrarei. Os ciclos contínuos de sacrifícios, sob o antigo pacto, proviam uma lembrança constante dos pecados (Hb 10:3,4,11). A palavra "jamais" sublinha o fato que a satisfação feita pelos pecados, na redenção vindoura, é perfeita, tornando desnecessários quaisquer outros sacrifícios.

* 31:35-36

dá o sol... à lua e às estrelas. A ordem permanente dos corpos celestiais aparece como a medida da dedicação de Deus ao seu povo (33.20,21,25,26).

* 31:38

esta cidade. Jerusalém.

Torre de Hananeel... Porta da Esquina. Extremos opostos de Jerusalém, dando a entender a sua inteireza (ver 2Cr 26:9; Zc 14:10,11). A restauração de Jerusalém seria o primeiro sinal do cumprimento da promessa de nova aliança.

* 31:39

Garebe... Goa. Localizações não identificadas em Jerusalém.

* 31:40

o vale. Ou seja, o vale do filho de Hinom (7.31, nota).



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Jeremias Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
31:1 Esta promessa é para todas as famílias (tribos) do Israel, não só para a tribo do Judá. A restauração incluirá a todas as pessoas que confiam em Deus.

31:3 Deus alcança a seu povo com amor misericordioso motivado por um amor profundo e eterno. Está disposto a fazer o melhor para ele se tão solo o permitem. depois de muitas advertências sobre o pecado, este aviso do grandioso amor de Deus é uma pausa de ar fresco. Em lugar de pensar em Deus com pavor, se observarmos com cuidado, veremos a forma tão tenra em que nos aproxima do.

31:14 Isto significa que se fariam muitos sacrifícios no templo para que os sacerdotes tivessem um banquete com sua porção. Também é um símbolo de vida e prosperidade (Sl 36:8; Sl 36:635; Is 55:2).

31:15 Raquel, a esposa favorita do Jacó, era a mãe simbólica das tribos do norte, que os assírios levaram a cativeiro. descreve-se ao Raquel chorando pelos cativos no Ramá, um lugar de escala no caminho à deportação. Este versículo se cita em Mt 2:18 para descrever a tristeza das mães de Presépio quando assassinaram a seus filhos varões. Houve grande pranto em ambos os casos.

31.18-20 "Feri minha coxa" era uma expressão de dor e luto. Efraín era uma das tribos maiores do reino do norte. Embora caiu nos pecados mais degradantes, Deus ainda amava ao povo. Um remanescente se voltaria para Deus, arrependendo-se de seus pecados e O perdoaria. Deus o segue amando, apesar do que tenha feito. Perdoará-o se voltar para O.

31:29, 30 O povo tratou de lhe jogar a culpa ao julgamento de Deus por quão pecados seus pais cometeram. Sem dúvida, o pecado de uma pessoa afeta a outros, mas a todas as pessoas lhes responsabiliza pelo pecado de suas vidas (Dt 24:16; Ez 18:2). Que desculpas utiliza por seus pecados?

31:33 Deus escreveria suas leis nos corações em vez das escrever em pranchas de pedra, como fez com os Dez Mandamentos. Em 17.1 Smeus pecados se gravaram em seus corações, portanto, desejavam mais que tudo a desobediência. Esta mudança parece descrever uma experiência muito similar ao novo nascimento, no que Deus toma a iniciativa. Quando entregamos a vida a Deus, O, por seu Espírito Santo, põe em nós o desejo de obedecer.

31.35-37 Deus tem o poder de abolir as leis da natureza e até de eliminar a seu povo. Mas não fará nenhuma destas coisas. Esta não é uma predição, a não ser uma promessa. Desta maneira Deus expressa que, assim como não abolirá as leis da natureza, tampouco rechaçará ao Israel. Nada disto acontecerá!

31.38-40 Estes pontos destacam os limites da Jerusalém restaurada nos dias do Nehemías. Gareb e Goa são desconhecidos. O vale dos corpos mortos e da cinza é talvez o vale do filho do Hinom, onde se sacrificavam meninos em cultos pagãos.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Jeremias Capítulo 31 do versículo 1 até o 40

2. As Bênçãos da Restauração (


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Jeremias Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
31.1 Naquele tempo. Esta expressão é semelhante a "Dia do Senhor", no sentido de ser época futura bem definida na mente de Deus, mas sem data humana marcada. A promessa para o futuro está misturada nestes versículos com alusões à libertação que Deus operou na época do Êxodo.

31.6 O cisma entre o reino do norte (Israel) e as tribos do sul terminará.
31.7 Cabeça das nações. Israel, por ter sido especialmente escolhido (Dt 7:6, 2Sm 7:232Sm 7:23), se encontra entre as mais exaltadas das nações (Dt 26:19).

31.8 Cegos... aleijados... grávidas. Até mesmo aqueles que teriam maior dificuldades em viajar, retomarão à Palestina. Congregação, no heb, qãlãl. Palavra técnica que, no Pentateuco, indica a nação de Israel.

31.9 Efraim. Jacó tratou Efraim como a um neto favorito, com a bênção do primogênito (Gn 48:13-20). Como tribo maior das dez tribos do norte, passou a ser um dos nomes coletivos destas, que também se chamavam: "Israel" e "Samaria".

31.10 Senhor. Quem espalhará o Seu povo será Aquele que o restaurará à sua terra.

31.12 Vd. 35.1, 2. Um quadro sobre a condição de Israel quando regressar para ficar.
31.14 Alma. Aqui se emprega como sede dos desejos, particularmente do apetite (Nu 11:6). Vd. 11.20n.

31.15 Ramá. A oito quilômetros ao norte de Jerusalém; local onde Raquel, mãe de José, e, portanto, das tribos de Efraim e de Manassés lamenta poeticamente a morte e a separação no exílio.

31.18 Novilho... não domado. Não disciplinado, nem treinado para usar a canga ou para produzir trabalho útil. Converte... convertido, voltar, retomar; lit. "impele-me a retornar (voltar-me) a fim de que eu possa retornar".(Rm 8:30).

31.19 Bati no peito. Coxa, gesto de tristeza, terror ou horror, contrição (Ez 21:4). Opróbrio. A vergonha que atrai contra mim mesmo por meio dos pecados cometidos nos primeiros anos como uma nação, a mocidade.

31.20 Filho dos minhas delícias. Uma criança que alguém afaga e ama.

31.21 Prestai atenção à maneira como fostes para o exílio para que possais traçar vossos passos.

31.22 Sião, em lugar de manter-se afastada e de esperar ser buscada por seu marido (Jeová) apegar-se-á afetuosamente a Ele como nunca o fizera antes (Dn 2:19).

31.23 Santo monte O lugar central de Judá era o monte do templo, mais especificamente, onde estava a rocha, no átrio que Salomão consagrou como altar (1Rs 8:64), o ponto mais alto de Judá.

31.26 Revela-se aqui a maneira pela qual a vontade de, Deus se revelou ao profeta em sonhos e visões.
31.28 Velei. A mesma palavra que em 1. 12. Visto que Jeová mantém zelosamente Sua palavra. Ele amará e cuidará ainda da Israel restaurada para abençoá-la, multiplicá-la e edificá-la.

31.30 Nova ênfase sobre ás responsabilidades do indivíduo para com Jeová e sobre a necessidade de prestar-lhe contas em tempo de transgressão. • N. Hom. O cap. 31 descreve uma restauração que depende da obra do próprio Deus, e portanto real (v. 4), na qual não haverá mais a angústia de trabalhar em vão, v. 5. Esta restauração se estenderá especialmente aos que sofrem (v. 8), e será um segundo paraíso, v. 12. A nova aliança selará estas bênçãos 31:37.
31.31 Nova aliança. Vd. nota em 11.2, os dois reinos compartilharão juntos dessa aliança (eterna aliança, 32.40). Vd. 31.31, 34, 32,37-41; He 8:7-58; He 10:15-58). A ceia do Senhor baseia-se sobre a nova aliança (Lc 22:20). Isso não significa que a nova aliança deve ser entendida como declaração de que as promessas milenares a Israel não tenham de ser observadas. Essas promessas serão cumpridas (conforme Rm 11:26).

31:35-37 Jeová reafirma a continuação de Israel como um povo que não será completamente rejeitado.
31.36 Leis fixas. Refere-se àquilo que chamamos de "Lei da Natureza", sendo que a ciência nada mais é senão a tentativa do homem de observar acuradamente as leis fixas que Deus imprimiu no universo.

31:38-40 Jerusalém será reedificada e expandida a ponto de incluir até mesmo lugares considerados imundos. Depois do cumprimento dessa promessa de reedificação, ela nunca mais será destruída.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Jeremias Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
d)    A restauração por meio da nova aliança (31:1-40). Todo esse capítulo pulsa fortemente com a grande esperança da restauração de todo o povo de Deus. v. 1-6. A aliança, resumida em 30.22 e esboçada em
31:31-34, é exposta de tal forma que inclua todas as famílias de Israel (v. 1). Essa é a resposta à proclamação real Dt 3:12; Israel será proeminente entre os que voltarem. O cativeiro de Israel e as deportações de Samaria serão considerados passado (exílio) e serão lembrados como mais uma experiência de deserto (conforme Dn 2:14-28; Dn 11:4). A maldição será removida, e a terra será frutífera como no início (contraste com Dt 28:30,Dt 28:39), e os indivíduos vão desfrutar dos resultados do seu trabalho. O cisma entre Israel {Efraim) e Judá (possivelmente também uma referência aos samaritanos e judeus, v. 5,6) será curado. Aqueles virão a Jerusalém para se unir a Judá em adoração no templo de Jerusalém. Alguns descendentes do Reino do Norte podem bem ter retornado com o grupo da Babilônia; outros haviam permanecido na terra (Ed 6:21). Não há fundamento para interpretarmos essa restauração como somente dos descendentes da diáspora de Israel. Um cumprimento final e mais amplo na nova Jerusalém (e portanto na igreja) é prefigurado.

A nova aliança, como a antiga, está fundamentada no favor divino (v. 2) e no amor (v. 3), como é detalhado nos v. 31-34. Ela vai capacitar os que são incapazes de fazer progresso pelos seus próprios esforços a fazer isso por meio da capacitação divina (v. 8). O caminho para casa é descrito como arrependimento constante (v. 9). A nação restaurada será cuidada pelo bom Pastor (v. 10; conforme Is

40.11), e provisão farta estará disponível para os sacrifícios (v. 14). Esse amor leal de Deus será testemunhado pelas nações mais distantes (v. 10-14) ao verem como o mesmo Deus que espalhou agora está ajuntando, redimindo e resgatando o seu povo (v. 11). v. 2,

3. O heb. é obscuro; conforme a RV, que se queixa de que o amor de Deus estava confinado ao passado distante. A resposta é que ele é eterno (v. 3).

Raquel, a mãe de Benjamim e José (e assim Efraim), é retratada como a que chora pelos seus filhos e pela tentativa de destruição da linhagem prometida (v. 15). Mas agora ela é confortada pela promessa do seu retorno (v. 16-22). Ramá (v. 15) é ou o lugar a 8 quilômetros ao norte de Jerusalém perto de Anatote (Jo 18:25), ou o lugar de nome semelhante perto de Belém associado com o assassinato das crianças ordenado por He-rodes na tentativa de matar o Messias prometido (Mt 2:17,Mt 2:18). Foi em Ramá que os exilados foram reunidos antes da deportação

(40.1). Deus vai enxugar todas as lágrimas (Ap 7:17). A menção de Raquel introduz a idéia da virgem Israel (v. 21) como ainda a noiva amada de Deus (v. 3) que suplica para ser levada de volta (v. 18). O v. 22 tem sido muito debatido: uma mulher abraça um guerreiro (heb. “vai rodear”) talvez signifique “cortejar”, em vez de uma situação paradisíaca em que uma fêmea (ríqêbãli) pode proteger um homem vigoroso (geber). Uma interpretação tradicional cristã é que o útero de uma mulher vai gerar (miraculosamente) um filho: isso seria uma predição da encarnação de Cristo (conforme Gn 3:15; Is 7:14; Mt 1:23).

v. 23-30. A profecia dos v. 21-25 foi revelada num sonho (v. 26; conforme Zc 4:1). A bênção do Senhor estará sobre aqueles que ele restaurar, pois eles serão justos, santos, diligentes e ficarão satisfeitos (v. 23-25). Após a sua volta, a perda será compensada por um crescimento rápido (v. 27,28). v. 27,28. Esses versículos lembram o chamado de Jeremias, pois o Senhor ainda está vigiando (sõqêd) a sua palavra para cumpri-la (1.11,12). v. 2830. O destaque no novo estado será dado à responsabilidade individual, v. 29. Esse era provavelmente um provérbio bem conhecido expressando um ceticismo fatalista (cf. Ez 18:2).

31:31-37. A idéia de uma nova aliança é formulada como tal pela primeira vez aqui. Vai unir povos divididos (v. 31) — assim como faz com o AT e o NT. A lei vai ser vista como graça. A compulsão da lei vai ser substituída pelo consentimento voluntário do coração (mente, v. 33), pois a nova aliança é uma aliança do Espírito, e não da letra (2Co 3:6). O efeito vai ser a realização do ideal e do plano imutáveis de um relacionamento íntimo entre o Senhor e o seu povo (v. 33). “Conhecer ao Senhor” (yãdac) significa a união e ligação por meio da aliança (Ex 6:7; 7:5,17; Dt 7:9). Um indivíduo, sem mediação humana, vai conhecer a Deus pessoalmente por meio da remoção, por iniciativa de Deus, da barreira do pecado que separou os seres humanos dele (v. 34): este é o Novo Testamento (Nova Aliança) que entrou em vigor com a expiação de Jesus Cristo. Esse texto é citado em Hb 8:613; He 10:14-58 e é aplicado à igreja. A garantia da aliança é a fidelidade do Criador, cujas misericórdias nunca falham (v. 35-37; conforme 33.1922). Esse é um trecho clássico para a compreensão da natureza imutável do Senhor como o Deus da ordem (exércitos) no céu e na terra. Isso faz parte da essência do seu Ser como o Deus da lei e do amor. A sua aliança e o seu amor são compatíveis.

31:38-40. Os pontos mencionados identificam a extensão da cidade futura restaurada por Neemias e da cidade eterna de Deus, a nova Jerusalém (Ap 21.9ss). A medição é feita em relação ao norte (nordeste — Hananeel, noroeste — porta da Esquina), possivelmente em relação ao leste e oeste (Garebe e Goa são lugares desconhecidos) e ao sul. O vale de Hinom (v. 40; conforme 7,31) ficava ao sul, onde lixo e cinzas de sacrifícios pagãos eram depositados.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Jeremias Capítulo 26 do versículo 1 até o 5

II. Acontecimentos da Vida de Jeremias. 26:1 - 45:5.

Esta seção consiste principalmente de material autobiográfico e histórico. O relacionamento de Jeremias com os governantes e o povo tornou-se mais tenso, até que finalmente Jerusalém caiu conforme ele tinha predito. Contudo, um tema de esperança brota com a mensagem da Nova Aliança. A seção termina com uma rápida narrativa dos últimos dias de Jeremias.


Moody - Comentários de Jeremias Capítulo 30 do versículo 1 até o 26

C. O Livro da Consolação. 30:1 - 33:26.

Grande parte da obra de Jeremias foi proclamar o juízo. Nesta seção ele olha além do juízo iminente para o Dia do Senhor, a restauração e salvação de Israel e a Nova Aliança.


Moody - Comentários de Jeremias Capítulo 31 do versículo 1 até o 40

Jeremias 31


2) A Restauração da Nação e a Nova Aliança. Jr 31:1-40.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Jeremias Capítulo 31 do versículo 1 até o 40
b) Restauração e o novo concerto (Jr 31:1-24). O norte de Israel (Efraim) será restaurado, reconstruído e recultivado. Muito a propósito há um apelo para terminar o cisma entre o norte e o sul na presença de Iavé, Deus de toda a nação (6). Os vers. 1-22 dizem principalmente respeito ao reino do norte; os vers. 23-26 principalmente ao reino do sul; e os vers. 27-40 a ambos os reinos. Foram propostas muitas explicações para o vers. 2. Todavia, talvez seja melhor aceitá-lo num sentido profético, isto é, descreve algo que vai ainda ter lugar como se já houvesse sucedido. Deserto significaria o cativeiro. Quando Eu o fizer descansar (2) será provavelmente o mesmo que "quando vier o tempo em que Deus atue para lhes dar repouso", isto é, paz no seu próprio país.

>Jr 31:7

2. ALEGRIA DEPOIS DO EXÍLIO (Jr 31:7-24). Em vez do texto massorético salva o Teu povo (7) é preferível a lição da Septuaginta, "salvou o Seu povo". Trata-se de uma realização e não de uma prece. Ao seu regresso com lágrimas de arrependimento corresponde a salvação (8-10). Isso, em si, transforma-se numa mensagem para a nação, no brado retumbante da alegria de um coração satisfeito ante a fartura do país de Iavé.

>Jr 31:15

3. RAQUEL CONFORTADA (Jr 31:15-24). Temos aqui um imaginativo quadro profético de Raquel, a amada, na sua sepultura, chorando uma vez mais por causa do exílio de seus filhos José e Benjamim. Mas Iavé enxuga-lhe as lágrimas, comprometendo-Se à restauração. Ramá (15) fica a cerca de 8 quilômetros a norte de Jerusalém.

>Jr 31:18

4. CONSCIÊNCIA E ORAÇÃO (Jr 31:18-24). A mesma intuição profética ouve Efraim despertar ante a chamada da consciência, sendo Iavé a um tempo mãe e pai, que zela ansiosamente sobre ele. Há algumas dúvidas acerca do texto original, com um sentido duplo para a palavra "converti" no vers. 19. Vários especialistas prefeririam traduzir: "Depois de me ter afastado de Ti, arrependi-me". Quando a consciência se faz ouvir, o homem não está longe de Deus. Ergue para ti marcos (21), isto é, postes indicativos para os exilados de regresso. Uma mulher cercará um varão (22), talvez originalmente um provérbio cujo sentido se perdeu.

>Jr 31:23

5. JUDÁ, O BENDITO (Jr 31:23-24). Quando vierem estes melhores dias, Judá, o rebelde, será o bendito de Iavé. O profeta lembra-se de como fora suave este sonho para o seu coração (26).

>Jr 31:27

6. IAVÉ RECRIADOR (Jr 31:27-24). Uma vez terminada a disciplina e o seu sofrimento, Iavé estará novamente desejoso de reerguer o Seu povo. Só quando inevitável é que Ele é destruidor, pois fundamentalmente é criador. Naquele novo dia, a justiça velará para que só o pecador rebelde sofra o castigo devido ao seu ato. O vers. 29 refere-se a uma doutrina então muito em destaque e que se baseava na idéia da solidariedade da tribo ou nação, doutrina essa conhecida pelo nome de "personalidade coletiva".

>Jr 31:31

7. O NOVO CONCERTO (Jr 31:31-24). O profeta fora forçado a ver que o concerto mosaico, mesmo sob os seus melhores aspectos, fora apenas externo. Na nova era (33), Iavé faria um concerto duradouro, escrito no coração e exequível de dentro para fora, em vez de ser uma imposição de fora para dentro. A experiência pessoal da misericórdia de Iavé teria como resultado uma melhor correspondência a essa misericórdia, uma lei criada através da comunhão impregnada de conhecimento e reverência. O perdão geraria a gratidão, e desta surgiria uma melhor obediência que cumpre, não pelo receio do castigo, mas impelida pelo amor, um novo concerto numa natureza recriada. Era esta a base da visão, e oração, e esperança, de Jeremias. Moisés era o meio de um concerto externo; Jeremias o proclamador de um concerto interno; Jesus, o Messias, seria o criador do concerto eterno, do qual Jeremias foi digno precursor. Aqui se vê, pois, a continuidade da graça soberana de Deus transmitindo através do concerto um profundo perdão do pecado, uma mais rica experiência do próprio Deus nessa comunhão, conduzindo a uma mais nobre fraternidade entre os homens. Uma visão, uma esperança, uma dedicação.

>Jr 31:35

8. PERMANÊNCIA (Jr 31:35-24). Temos aqui dois compromissos: que Israel subsistirá, fato de que o próprio mundo constitui uma ilustração. A perseverança de Israel apóia-se na persistência de Iavé.

>Jr 31:38

9. OS CONVERTIDOS POLUÍDOS (Jr 31:38-24). Uma profecia a cuja realização Neemias iria assistir e na qual participaria, até. Jerusalém seria reconstruída, o vale de Hinom, poluído pelo culto de Baal e pelos dejetos, seria purificado; e a cidade e os seus arredores seriam tornados sagrados para a vida e adoração-numa palavra, Jerusalém seria reconstruída (38), ampliada (39), e santificada (40).


Dicionário

Ainda

advérbio Até este exato momento; até agora: o professor ainda não chegou.
Naquele momento passado; até então: eu fui embora da festa, mas minha mãe ainda ficou por lá.
Num instante recente; agora mesmo: ainda há pouco ouvi seus gritos.
Que tende a chegar num tempo futuro; até lá: quando ele voltar, ela ainda estará esperando.
Num certo dia; algum dia indeterminado: você ainda vai ser famoso.
Em adição a; mais: há ainda outras concorrentes.
No mínimo; ao menos: ainda se fosse rico, mas não sou.
De modo inclusivo; inclusive: gostava de todos os alunos, inclusive os mais bagunceiros.
Etimologia (origem da palavra ainda). Etm a + inda.

Frutos

masc. pl. de fruto

fru·to
(latim fructus, -us, direito de receber e usar os produtos de bens próprios ou de outrem, gozos, delícias, colheita)
nome masculino

1. Botânica Órgão que, no vegetal, sucede à flor e corresponde ao desenvolvimento de um ou mais ovários. = CARPO

2. Qualquer produto da terra.

3. Figurado Filhos, prole.

4. Efeito.

5. Resultado.

6. Vantagem.

7. Produto, lucro.


colher os frutos
Figurado Ser recompensado pelo esforço e empenho dispensados (ex.: o governo começa a colher os frutos da nova política educativa).

dar fruto
Figurado O mesmo que dar frutos.

dar frutos
Figurado Ter resultados positivos, favoráveis (ex.: o investimento deu frutos a curto prazo).

frutos do bosque
O mesmo que frutos silvestres.

frutos do mar
Designação dada a um conjunto de crustáceos e moluscos usados na alimentação humana.

frutos silvestres
Designação dada a um conjunto de frutos, em geral bagas, de cor vermelha, azulada ou negra, originalmente sem necessidade de cultura, mas hoje já cultivados para comercialização (ex.: o cesto de frutos silvestres tinha amoras, mirtilos, framboesas e groselhas).


Montes

Montes Os evangelhos mencionam explicitamente os conhecidos como Garizim (Jo 4:20ss.), Nazaré (Lc 4:29) e o das Oliveiras. Embora seja difícil identificar os montes com os acontecimentos, podemos relacionar episódios como as tentações de Jesus (Mt 4:8), sua Transfiguração (Mt 17:1.9 comp.com 2Pe 1:18), o Sermão da Montanha (Mt 5:1; 8,1), a escolha dos discípulos (Mc 3:13; Lc 6:12) ou a ascensão (Mt 28:16). Jesus também empregou o símbolo da cidade sobre o monte para referir-se a seus discípulos (Mt 5:14) e mover um monte para simbolizar o resultado do exercício da fé (Mt 17:20; 21,21; Mc 11:23).

Montês

adjetivo Dos montes, que vive nos montes; montanhês.
Figurado Rústico, bravio, selvagem.

adjetivo Dos montes, que vive nos montes; montanhês.
Figurado Rústico, bravio, selvagem.

adjetivo Dos montes, que vive nos montes; montanhês.
Figurado Rústico, bravio, selvagem.

Montês Que vive nos montes (Dt 14:5).

Plantar

verbo transitivo Introduzir um vegetal na terra para aí criar raízes.
Cultivar, amanhar, semear.
Figurado Fundar, estabelecer.
Implantar, fazer cultivar.
Incutir no ânimo, insinuar.
Fazer fixar, deixar parado.
verbo pronominal Conservar-se, manter-se estacionado.

Samaria

-

-

Samaria [Torre de Guarda] -

1) Monte situado 12 km a nordeste de Siquém (Am 6:1)

2) Capital do reino do Norte, construída nesse monte por Onri (1Rs 16:24); (Jr 23:13); Ez 23; (Os 7:1-7); 8:5-6; (Am 4:1). Seu nome atual é Sebastieh.
3) Região central da Terra Santa, abrangendo as tribos de Efraim e Manassés do Oeste. Ao norte ficava a Galiléia; a leste, o Jordão; ao sul, a Judéia; e, a oeste, o Mediterrâneo (2Rs 17:24-26;)

Samaria Capital do Reino do Norte de Israel fundada pelo rei Amri em 880 a.C. Com o tempo, o nome estendeu-se à região dos arredores (Lc 17:11; Jo 4:4ss.).

Vinhas

2ª pess. sing. pret. imperf. ind. de vir
fem. pl. de vinha

vir -
(latim venio, -ire, vir, chegar, cair sobre, avançar, atacar, aparecer, nascer, mostrar-se)
verbo transitivo , intransitivo e pronominal

1. Transportar-se de um lugar para aquele onde estamos ou para aquele onde está a pessoa a quem falamos; deslocar-se de lá para cá (ex.: os turistas vêm a Lisboa; o gato veio para perto dele; o pai chamou e o filho veio).IR

verbo transitivo

2. Chegar e permanecer num lugar (ex.: ele veio para o Rio de Janeiro quando ainda era criança).

3. Derivar (ex.: o tofu vem da soja).

4. Ser transmitido (ex.: a doença dela vem da parte da mãe).

5. Ser proveniente; ter origem em (ex.: o tango vem da Argentina). = PROVIR

6. Ocorrer (ex.: vieram-lhe à mente algumas memórias).

7. Emanar (ex.: o barulho vem lá de fora).

8. Deslocar-se com um objectivo (ex.: ele veio à festa pela comida).

9. Descender, provir (ex.: ela vem de uma família aristocrata).

10. Bater, chocar, esbarrar (ex.: a bicicleta veio contra o muro).

11. Expor, apresentar, aduzir (ex.: todos vieram com propostas muito interessantes).

12. Chegar a, atingir (ex.: o fogo veio até perto da aldeia).

verbo transitivo e intransitivo

13. Apresentar-se em determinado local (ex.: os amigos disseram que viriam à festa; a reunião foi breve, mas nem todos vieram). = COMPARECER

verbo intransitivo

14. Chegar (ex.: o táxi ainda não veio).

15. Regressar, voltar (ex.: foram a casa e ainda não vieram).

16. Seguir, acompanhar (ex.: o cão vem sempre com ela).

17. Nascer (ex.: os gatinhos vieram mais cedo do que os donos esperavam).

18. Surgir (ex.: a chuva veio em força).

19. Começar a sair ou a jorrar (ex.: abriram as comportas e a água veio). = IRROMPER

20. Acontecer, ocorrer, dar-se (ex.: a fama e o sucesso vieram de repente).

verbo copulativo

21. Aparecer, surgir (ex.: a caixa veio aberta).

verbo pronominal

22. [Portugal, Informal] Atingir o orgasmo (ex.: estava muito excitado e veio-se depressa). = GOZAR


vir abaixo
Desmoronar-se (ex.: o prédio veio abaixo com a explosão). = IR ABAIXO


Ver também dúvida linguística: vir-se.

vi·nha
(latim vinea, -ae)
nome feminino

1. Terreno plantado de videiras. = VINHAL, VINHEDO

2. O mesmo que videira.

3. [Informal, Figurado] Grande lucro.


a vinha do Senhor
A Igreja; a vida religiosa.

vinha de enforcado
Uvas que pendem das árvores. = UVAS DE ENFORCADO


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Jeremias 31: 5 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Ainda plantarás vinhas nos montes de Samaria; os plantadores as plantarão e as comerão como se fossem coisas comuns ①.
Jeremias 31: 5 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

588 a.C.
H2022
har
הַר
as montanhas
(the mountains)
Substantivo
H2490
châlal
חָלַל
profanar, contaminar, poluir, começar
([people] began)
Verbo
H3754
kerem
כֶּרֶם
para que
(that)
Conjunção
H5193
nâṭaʻ
נָטַע
plantar, firmar, fixar, estabelecer
(And planted)
Verbo
H5750
ʻôwd
עֹוד
novamente
(again)
Substantivo
H8111
Shômᵉrôwn
שֹׁמְרֹון
()


הַר


(H2022)
har (har)

02022 הר har

uma forma contrata de 2042, grego 717 Αρμαγεδων; DITAT - 517a; n m

  1. outeiro, montanha, território montanhoso, monte

חָלַל


(H2490)
châlal (khaw-lal')

02490 חלל chalal

uma raiz primitiva [veja 2470]; DITAT - 660,661; v

  1. profanar, contaminar, poluir, começar
    1. (Nifal)
      1. profanar-se, corromper-se, poluir-se
        1. ritualmente
        2. sexualmente
      2. ser poluído, ser contaminado
    2. (Piel)
      1. profanar, tornar comum, contaminar, poluir
      2. violar a honra de, desonrar
      3. violar (um acordo)
      4. tratar como comum
    3. (Pual) profanar (o nome de Deus)
    4. (Hifil)
      1. deixar ser profanado
      2. começar
    5. (Hofal) ser começado
  2. ferir (fatalmente), perfurar, furar
    1. (Qal) furar
    2. (Pual) ser morto
    3. (Poel) ferir, furar
    4. (Poal) ser ferido
  3. (Piel) tocar a flauta ou o pífaro

כֶּרֶם


(H3754)
kerem (keh'-rem)

03754 כרם kerem

procedente de uma raiz não utilizada de significado incerto; DITAT - 1040a; n m

  1. vinha

נָטַע


(H5193)
nâṭaʻ (naw-tah')

05193 נטע nata ̀

uma raiz primitiva; DITAT - 1354; v

  1. plantar, firmar, fixar, estabelecer
    1. (Qal)
      1. plantar
      2. plantar, estabelecer (fig.)
    2. (Nifal)
      1. ser plantado
      2. ser estabelecido (fig.)

עֹוד


(H5750)
ʻôwd (ode)

05750 עוד ̀owd ou עד ̀od

procedente de 5749; DITAT - 1576a subst

  1. repetição, continuação adv
  2. ainda, novamente, além disso
    1. ainda, ainda assim (referindo-se a continuidade ou persistência)
    2. ainda, ainda assim, além disso (referindo-se a adição ou repetição)
    3. novamente
    4. ainda, ainda mais, além disso

שֹׁמְרֹון


(H8111)
Shômᵉrôwn (sho-mer-one')

08111 שמרון Shom erown̂

procedente do part. ativo de 8104, grego 4540 σαμαρεια; DITAT - 2414d; n. pr. l. Samaria = “montanha para vigilância”

  1. a região na parte norte da Palestina pertencente ao reino do Norte, que era formado pelas 10 tribos de Israel que se separaram do reino do Sul depois da morte de Salomão durante o reinado de seu filho Roboão, sendo inicialmente governadas por Jeroboão
  2. a capital do reino do Norte ou Israel localizada 50 km (30 milhas) ao norte de Jerusalém e 10 km (6 milhas) a noroeste de Siquém