Enciclopédia de Jeremias 48:3-3

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jr 48: 3

Versão Versículo
ARA Há gritos de Horonaim: Ruína e grande destruição!
ARC Voz de grito de Horonaim: ruína e grande destruição.
TB Um grito soa de Horonaim, estrago e grande destruição!
HSB ק֥וֹל צְעָקָ֖ה מֵחֹֽרוֹנָ֑יִם שֹׁ֖ד וָשֶׁ֥בֶר גָּדֽוֹל׃
BKJ A voz de clamor será de Horonaim, saque e grande destruição.
LTT Voz de clamor de Horonaim; ruína e grande destruição!
BJ2 Um ruído de gritos de Oronaim: "Devastação! Um imenso desastre!"
VULG Vox clamoris de Oronaim, vastitas et contritio magna.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Jeremias 48:3

Isaías 15:2 Vai subindo a Bajite, e a Dibom, e aos lugares altos, a chorar; por Nebo e por Medeba, Moabe uivará; todas as cabeças ficarão calvas, e toda barba será rapada.
Isaías 15:5 O meu coração clama por causa de Moabe; fugiram os seus nobres para Zoar, como a novilha de três anos, porque vão chorando pela subida de Luíte, porque, no caminho de Horonaim, levantam um lastimoso pranto.
Isaías 15:8 Porque o pranto rodeará os limites de Moabe; até Eglaim chegará o seu clamor, e ainda até Beer-Elim chegará o seu rugido.
Isaías 16:7 Portanto, Moabe uivará por Moabe; todos uivarão; gemereis pelos fundamentos de Quir-Haresete, pois já estão abalados.
Isaías 22:4 Portanto, digo: desviai de mim a vista, e chorarei amargamente; não vos canseis mais em consolar-me pela destruição da filha do meu povo.
Jeremias 4:20 Quebranto sobre quebranto se apregoa, porque já toda a terra está destruída; de repente, foram destruídas as minhas tendas, e as minhas cortinas num momento.
Jeremias 47:2 Assim diz o Senhor: Eis que se levantam as águas do Norte, e tornar-se-ão em torrente transbordante, e alagarão a terra e sua plenitude, a cidade e os que moram nela; e os homens clamarão, e todos os moradores da terra se lamentarão,
Jeremias 48:5 Porque, pela subida de Luíte, eles irão com choro contínuo; porque, na descida de Horonaim, os adversários de Moabe ouviram um lastimoso clamor.
Jeremias 48:34 Ouviu-se o grito de Hesbom até Eleale e até Jaza; e, desde Zoar até Horonaim, se ouviu a sua voz, como de bezerra de três anos; porque até as águas do Ninrim se tornarão em assolação.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

PALESTINA - DISTRITOS GEOPOLÍTICOS

Antes de nos envolvermos numa análise mais aprofundada dos aspectos topográficos naturais da Palestina, é necessário definir e, em poucas palavras, delinear certos termos que as Escrituras usam para designar as várias subdivisões geográficas e/ou geopolíticas da terra. Mas, para isso, será proveitoso introduzir, primeiro, dois vocábulos geográficos modernos que, às vezes, são empregados para designar essa terra: Cisjordânia ("deste lado o lado ocidental do rio Jordão") e Transjordânia ("do outro lado [o lado oriental] do rio Jordão"). Já vimos como, em várias épocas, o rio Jordão serviu de fronteira tanto geográfica quanto política. E, antes de prosseguir, é fundamental entender a natureza temporária dessas subdivisões. As fronteiras de um distrito específico podem ter variado ao longo dos séculos, e não é possível estabelecê-las com precisão em cada período. Esse problema é especialmente agravado quando se tenta determinar as fronteiras de um distrito que existiu durante um longo período da história bíblica, talvez durante mais de um milênio. Além do mais, é necessário levar em conta que uma mesma área geográfica frequentemente tinha nomes diferentes em períodos diferentes.

CISJORDÂNIA
De uma perspectiva geopolítica, pode-se dizer que a Cisiordânia esteve dividida em quatro distritos durante a maior parte da história bíblica. Indo do norte para o sul, essas quatro secções foram: Fenícia, Galileia, Samaria e Judá/Judeia.

FENÍCIA
No Antigo Testamento, a Fenícia é em geral definida como uma área litorânea estreita, que se estendia por cerca de 200 quilômetros, desde o rio el-Kabir até o monte Carmelo, e, no lado oriental, era flanqueada pelas montanhas do Líbano e da Galileia. Na época do Novo Testamento, o monte Carmelo já havia caído nas mãos de monarcas de Tiro,62 de sorte que, para o lado sul, a Fenícia chegava até a planície de Dor. A Fenícia foi o cenário de dois milagres da Bíblia: em Sarepta, Eliseu ressuscitou o filho de uma viúva, o qual havia parado de respirar (1Rs 17:8-24), e, na região de Tiro e Sidom, Jesus curou a filha de uma mulher siro-fenícia (Mc 7:24-30). A Fenícia também recebeu várias das primeiras viagens apostólicas.

GALILEIA
Imediatamente a leste da região sul da Fenícia, ficava o distrito da Galileia, o território mais setentrional que o Israel antigo chegou a ocupar. A área central da Galileia se estendia do rio Litani e da região de Dá, no norte, até o vale de Jezreel, no sul, medindo cerca de 80 quilômetros de norte a sul e uns 40 quilômetros de leste a oeste. Em todas as épocas, o distrito esteve dividido por um estreito vale lateral que acompanhava uma falha geológica que saía de Aco/Ptolemaida, rumava para o leste e chegava até a moderna Rosh Pinna (apenas cerca de 16 quilômetros ao norte do mar da Galileia). Esse vale de Beth Kerem divide a Galileia em duas subdivisões: Alta Galileia e Baixa Galileia.3 A distinção é geográfica e não administrativa. O terreno acidentado e praticamente intransponível da Alta Galileia chega a mais de 1.000 metros de altitude, e parte de sua região central é a mais elevada de toda a Cisiordânia (o iebel Jarmuk fica mais de 1.200 metros acima do nível do mar). Na Baixa Galileia, os cumes ficam abaixo de 600 metros de altura. A maioria das referências à Galileia, inclusive todas as do Novo Testamento, é à Baixa Galileia. Por causa de sua localização no norte, a Galileia talvez fosse mais vulnerável à assimilação cultural e ao domínio militar (Is 9:1; Mt 4:15-16; 2Rs 15:29). Embora a Galileia tenha sido habitada pelas tribos de Naftali, Issacar, Zebulom e talvez parte de Aser durante o período da ocupação, a partir do cativeiro babilônico (1Rs 9:10-14) a sua população gentílica passou a ser majoritária. Por isso, o distrito era suspeito tanto do ponto de vista ideológico (Jo 1:46; cp. 7.41,52) quanto do linguístico (Mt 26:73b). Apesar disso, a Galileia se tornou muito importante, igualmente, para judeus e cristãos. Para os judeus, após a destruição de Jerusalém em 70 d.C., a cidade de Tiberíades se converteu, pouco a pouco, no centro da erudição talmúdica; ali o Sinédrio se reuniu pela última vez e a Mishná foi editada; ali se concentraram as famílias de Ben Asher e Ben Naphtali, da tradição massorética; ali também o venerado Códice Aleppo (a mais antiga e mais completa Bíblia hebraica existente) foi criado e é onde se encontram os túmulos dos sábios judeus Maimônides, rabino Akiva e Johanan ben Zekkai. Para os cristãos, a Galileia foi um centro das atividades de Jesus. Ele passou a infância no pacato vilarejo de Nazaré, baseou seu ministério no importante centro de Cafarnaum e, o que talvez seja o mais interessante, ali realizou a maioria de seus milagres públicos.

SAMARIA
Ao sul da Galileia, fica a terceira subdivisão: Samaria. Anteriormente era conhecida como região montanhosa de Efraim (Is 17:15-19.50; Jz 3:27-4.5; 1Sm 1:1-9.4; 1Rs 4:8-2Rs 5,22) e não deve ser confundida com a região montanhosa de Judá (v. a seguir). Por fim, o distrito de Samaria ganhou esse nome devido à terceira e última capital do Reino do Norte (1Rs 16:24). A região central de Samaria se estendia da borda do vale de Jezreel, rumo ao sul, chegando até as proximidades de uma linha topográfica natural que, saindo de Jericó para o oeste, passava pelo uádi Makkuk e ia até Ofra. A partir dali, a fronteira avancava além de Betel e Bete-Horom Superior, onde começava sua descida até Aijalom (cp. ]s 10.11,12) para, então, terminar na planície Costeira, em frente de Gezer. Assim, a Samaria abrangia uma área aproximada de 65 quilômetros de norte a sul e uns 50 quilômetros de leste a oeste (com base na descrição feita por Josefo, infere-se que a Samaria do Novo Testamento foi ligeiramente reduzida em sua área ao sul) 64 O centro geográfico natural de Samaria era a cidade de Siquém, situada no vale entre o monte Ebal e o monte Gerizim, e adjacente à atual cidade de Nablus. Ali a principal estrada rumo ao norte procedente de Jerusalém (estrada da Serra Central) se conectava com uma estrada secundária (estrada lateral de Efraim), que ligava Samaria tanto ao Mediterrâneo quanto ao rio Jordão. Por isso, não é de surpreender que Siquém tenha testemunhado períodos de ocupação prolongada que remontam a 4000 a.C. Durante boa parte do segundo milênio a.C., Siquém competiu com Jerusalém pela supremacia sobre a Palestina central. Esse local foi o primeiro lugar onde Abraão erigiu um altar e adorou ao Senhor em Canaã (Gn 12:6); onde os ossos de José finalmente encontraram descanso (Is 24:32; cp. Gn 50:25-26: Êx 13.19): onde, pela primeira vez 1srael tentou instituir a monarquia (Iz 9); onde aconteceu a divisão da monarquia unida de Israel (1Rs 12:1-16): onde esteve localizada a primeira capital do reino setentrional de Israel (1Rs 12:25) e onde lesus confrontou uma mulher iunto ao poco (Jo 4:5). Embora ofuscada pela cidade de Samaria durante a maior parte do período da monarquia dividida, a ascendência de Siquém foi reafirmada depois que os assírios deram fim ao Reino do Norte, em 722 a.C. Cativos estrangeiros foram estabelecidos em cidades samaritanas (2Rs 17:24-34). Alguns dos refugiados adotaram vários elementos da fé judaica e, com o tempo, passaram a se considerar judeus (e.g., Ed 4:2). Mas sua tentativa de se tornarem membros da comunidade judaica foi em grande medida repudiada pelos judeus pós-exílicos, o que gerou uma hostilidade religiosa que durou todo o restante do período bíblico (Lc 9:52-53; Jo 4:9-8.48). Assim mesmo, o samaritanismo sobreviveu aos séculos. Um relato medieval localizou em Damasco cerca de 400 samaritanos. Estimativas atuais sobre a população samaritana em Israel vão de 550 a 800 pessoas que, todos os anos, continuam a celebrar a Páscoa no alto do monte Gerizim, o monte sagrado deles (Jo 4:20).

JUDÁ
A quarta principal subdivisão geopolítica da Cisiordânia era Judá, que relatos históricos mais antigos chamavam de região montanhosa de Judá (Js 11:21-15.48; 20.7; 21.11; cp. 2C 21.11; 27.4; Lc 1:65). De acordo com II Reis 23:8, Judá ia de Geba, uma cidade estratégica localizada cerca de 8 quilômetros ao norte de Jerusalém, até tão ao sul quanto Berseba (Zc 14:10). Assim, quando compreendido também no contexto do limite norte de Israel na cidade de Da, isso está de acordo com a fórmula recorrente no Antigo Testamento ("de Da até Berseba"), que denota as fronteiras efetivas da região central de Israel (Jz 20:1-1Sm 3.20 2Sm 3:10-17.11; 24.2,15; 1Rs 4:25). Ainda é possível delinear especificamente a região central de Judá a partir de seu eixo lateral, indo para o leste até a descida abrupta para o deserto de Judá (Jesimom [Nm 21:20; cp. 1Sm 26:1 - Haquila, em frente de Jesimom]) e para o oeste até a descida íngreme e rochosa que termina num valado estreito que a separa da Sefelá (v. a seguir). A região central de ludá media não mais de 80 quilômetros de norte a sul e apenas uns 30 quilômetros de leste a oeste. Só raramente Judá atraiu o interesse dos construtores de impérios, pois era um território bem pequeno, em grande parte constituído de amplas áreas de terra incultivável, que ficava bastante isolado das rotas internacionais e nunca experimentou prosperidade material independente. Um estudioso descreveu Judá como uma terra isolada que promovia um estilo de vida pastoril e era o ambiente para fortalezas, altares e vilarejos.

IDUMEIA
Além das quatro principais entidades geopolíticas da Cisjordânia, a província da Idumeia desempenhou um papel secundário na política do período pós-exílico e do Novo Testamento. Idumeia é o nome grego aplicado especificamente a refugiados edomitas que fugiram para o noroeste para evitar a crescente pressão feita por seus vizinhos nabateus. Embora oscilasse bastante, ora separado da Judeia, ora a ela reanexado, o território idumeu chegou a cobrir a região que vai de Bete-Zur, perto de Hebrom, até Berseba, sua extremidade sul, e do mar Morto até os limites da planície da Filístia. Por fim, governantes macabeus subjugaram a Idumeia. Um deles (Alexandre laneu) nomeou Antipatro, um chefe local, para governar a região. É irônico que Herodes, o Grande, no devido tempo descendesse de Antípatro. Na condição de "rei dos judeus" (Mt 2:1), Herodes não se dispôs muito a descentralizar sua autoridade.

TRANSJORDÂNIA
A Transjordânia do Antigo Testamento é constituída de cinco entidades geopolíticas. Do norte para o sul, elas são. Basa, Gileade, Mishor, Moabe e Edom. O termo "Transjordânia" define especificamente a área que vai do monte Hermom até o golfo de Ácaba (cerca de 400 quilômetros de distância) e do vale do Jordão até as margens do deserto Oriental (entre 50 e 130 quilômetros). A natureza geopolítica dessa região é, na realidade, muito mais complicada do que a da vizinha Cisjordánia. Tentar, numa única análise, tratar da Transiordânia tanto do Antigo quanto do Novo Testamento é possível apenas em parte e, com certeza, trata-se de uma tarefa suscetível a imprecisão. Mas também aqui o propósito básico é fornecer a localização aproximada de entidades geopolíticas mencionadas nas Escrituras.

BASÃ
Basà significa "terra frutífera/plana" (Js 9:10-1Rs 4.13; 2Rs 10:33) e é o nome do território que as forças de Israel tomaram do controle de Ogue (Nm 21:33-35). Incluía 60 cidades muradas (Dt 3:4-5) e foi designado para Manassés Oriental (Dt 3:13). Do norte para o sul, Basa se estendia por aproximadamente 55 quilômetros, do monte Hermom (Js 12:45) até o rio Yarmuk,67 e, para o leste, chegava até Quente (Nm 32:42) e Salca (Dt 3:10), cidades situadas no monte Haura. Na época do Novo Testamento, a região ao norte do Yarmuk consistia basicamente nas províncias que formavam a tetrarquia de Herodes Filipe, filho de Herodes, o Grande.

GILEADE
A segunda entidade básica da Transjordânia é Gileade. Embora pareça que a Bíblia às vezes empregue essa palavra num sentido genérico, referindo-se a toda a Transiordânia ocupada (Dt 34:1-4; Js 22:9), a entidade geopolítica Gileade designa especificamente o domo elevado, montanhoso e ovalado que, do ponto de vista topográfico, é uma extensão oriental da elevação de Samaria (Jz 10:4-1Sm 13 7:25m 2.9; 2Rs 10:33). Esse domo começa a se elevar a apenas uns poucos quilômetros ao sul do Yarmuk e se estende na direção sul, chegando aproximadamente até o uádi Husban. que deságua no Jordão em frente a Jericó.
Longitudinalmente, o domo de Gileade era dividido por um desfiladeiro profundo, escavado pelo rio Jaboque, que separou Gileade em duas metades (cp. Js 12:5-13.31, a metade norte; Dt 3:12; Is 12:2, a metade sul). Na fronteira oriental, é possível delimitar Gileade apenas negativamente: não incluía a terra de Amom (Nm 21:23-24; Jz 11:13; cp. 1Sm 11:1-4), de modo que, em seu quadrante sudeste, não alcançava o deserto Oriental.
Em contraste com o significado do nome de seus vizinhos ao norte (Basa significa "terra plana") e ao sul (Mishor significa "planalto/chapada*), o provável significado do nome Gileade (terra acidentada") pode ajudar a esclarecer suas fronteiras.
Assim delineada, a região montanhosa de Gileade (Gn 31:21-23,25; Dt 3:12) cobria uma área de aproximadamente 55 quilômetros de norte a sul e não mais de uns 50 quilômetros de leste a oeste. Quase todo o norte de Gileade se tornou parte da herança de Manassés Oriental, ao passo que o sul foi entregue à tribo de Gade . A totalidade do domo foi de fato colonizada por Israel, provavelmente porque a altitude elevada permitia chover o suficiente para criar condições para um pouco de florestamento, agricultura e criação de animais (2Sm 18:6; Nm 32:1-4, 16,26; Js 22:8). Embora não saibamos sua exata natureza, o "bálsamo de Gileade", que tinha propriedades medicinais, era muito valorizado na Antiguidade (Jr 8:22-46.11; cp. Gn 37:25). Muitas cidades gregas que haviam sido estabelecidas durante o período alexandrino formaram um núcleo transjordaniano de oposição (em grande parte malsucedida) à independência judaica obtida pelos asmoneus. Mas, quando as legiões de Pompeu deram fim ao domínio asmoneu, muitas daquelas cidades foram devolvidas a seus compatriotas helênicos. Em alguns casos, certas cidades consideraram necessário constituir ligas para proteção mútua contra os vizinhos não gregos, assim como também estavam unidas em termos econômicos e sociais. Uma dessas confederações, conhecida como Decápolis ("dez cidades"), era constituída de localidades situadas principalmente ao longo das estradas comerciais do centro e do norte da Transiordânia.
Esse grupo é mencionado tanto na Bíblia (Mt 4:25: Mc 5:20-7.
31) quanto em fontes clássicas. No período do Novo Testamento, as cidades provavelmente incluíam, do norte para o sul, Damasco, Rafana, Canata, Hipos, Gadara, Citópolis, Pela, Diom, Gerasa e Filadélfia? Embora o propósito de uma confederação helenística assim tão pouco estruturada se choque com qualquer tentativa de definir fronteiras geográficas claras, é possível concluir que a região central da Decápolis se estendia transversalmente à região montanhosa de Gileade.

MISHOR
Ao sul da Gileade do Antigo Testamento, ficava o Mishor ("planalto", p. ex., Dt 3:10-4.43; Js 20:8), que se estendia por cerca de 40 quilômetros, desde Hesbom (Is 13:10) e Medeba (Is 13:16), no norte, até as cidades de Aroer (Is 13:9) e Dibom (Jr 48:22), situadas no sul, logo ao norte do cânion do Arnom e perto da Estrada Real. Outras cidades localizadas no Mishor eram Nebo (Ir 48.22). Sitim (onde os israelitas tiveram relações sexuais ilícitas com mulheres moabitas INm 25:1s.|).
Bete-Peor (perto de onde Moisés foi sepultado [Is 13:20; Dt 34:6] e onde Balaão pronunciou suas bêncãos desfavoráveis [Nm 22:41-23.13,141) e Bezer, uma das cidades israelitas de refúgio (Dt 4:43). O Mishor se tornou a heranca da tribo de Rúben. No entanto, como do ponto de vista geográfico o Mishor ficava a meio caminho entre a região central de Israel e a região central de Moabe, a luta para controlá-lo teve início ainda no período dos juízes (Jz 3:12-30, implícito). prosseguindo na época da monarquia unida (1Sm 14:47;25m 8.2,12) e chegando até os dias de Acabe e do rei moabita Messa. Mas, no pensamento dos profetas, o controle israelita da região do Mishor havia sido cedido aos mobitas (Is 15:1-9; 16.8,9; Jr 48:1-5,21-25,34-36,45-47; Ez 25:8-11). E provável que esse vaivém político ajude a explicar por que, apesar de descenderem do primogênito de Jacó (Gn 29:32-49.3,4), os rubenitas aparentemente foram incapazes de desempenhar um papel importante na história posterior de Israel.

MOABE/PEREIA
O planalto mais elevado que, partindo do Arnom, estendia-se para o sul, chegando até o ribeiro de Zerede, era a região mais importante e central do território moabita, tendo como capital a cidade de Quir-Haresete (2Rs 3:25; Is 16:7; cp. Nm 22:36; Is 15:1 ['Quir de Moabe", que é a forma encontrada na ARA, significa "cidade de Moabe"|). Durante o período do Novo Testamento, o distrito da Pereia? ocupava a região ocidental daquilo que havia sido o Mishor e Moabe. O historiador Josefo escreveu que, no norte, o distrito de Pereia chegava até a cidade de Pela e, no sul, até Maqueronte (uma cidade-fortaleza de onde se avistava o mar Morto e onde Herodes Antipas decapitou João Batista). Além disso, Josefo relata que Pereia começava no rio Jordão e ia para o leste, chegando até Filadélfia, e informa que a capital da Pereia era Gadara (T. Gadur, que não se deve confundir com a Gadara da Decápolis [Umm Qeis]) 73 Causam perplexidade as fronteiras norte e leste informadas por Josefo, pois tanto Pela quanto Filadélfia faziam parte da região da Decápolis. Talvez sua descrição signifique que as fronteiras das cidades-estados de Pela e Filadélfia encostavam na Pereia. De qualquer maneira, os geógrafos bíblicos justificadamente seguem critérios arqueológicos e topográficos, estabelecendo a fronteira oriental basicamente numa linha norte-sul que começa no norte, nas vizinhanças do jebel Munif, no alto Arnom. Parece que, dali, a fronteira norte acompanhou os contornos a jusante do uádi Yabis até sua foz no rio Jordão, em frente a Enom.

EDOM
O último distrito transiordaniano a ser listado é Edom, às vezes conhecido como Seir (Gn 32:3; Nm 24:18: Jz. 5.4; Is 21:11) ou monte Seir (Gn 14:6; Dt 1:2-2.5). Edom designa a terra e o reino situados no alto da estreita e longa cadeia de montanhas imponentes que, partindo do ribeiro de Zerede, dirige-se para o sul, quase até o golfo de Ácaba. No entanto, as terras centrais de Edom, saindo do ribeiro de Zerede, estendiam-se para o sul por cerca de 110 quilômetros até um planalto de onde se avista o uádi Hasma, parte de uma enorme dissecação no solo recoberta de areia, a qual se estendia na direção sudeste e era a porta de entrada para o sul da Arábia. A maioria dos cumes de Edom ultrapassa os 1:200 metros acima do nível do mar e, em mais da metade de sua extensão longitudinal, o terreno elevado fica acima dos 1:500 metros. E esse cenário assustador ficava claramente limitado, a oeste, pela Arabá e, a leste, pelas planícies do deserto Oriental. O resultado é que Edom propriamente dito media apenas 16 a 24 quilômetros num eixo leste-oeste, tendo, ao longo da serra altaneira, uma série de fortalezas e cidades que basicamente acompanhavam a Estrada Real. A combinação de fortificações tanto naturais quanto feitas pelo homem tornava Edom uma barreira intransponível para tráfego lateral. Cerca de 40 quilômetros ao sul de Zerede, uma falha geológica criou um cánion que, partindo da A rabá, abre-se em leque para o leste por mais ou menos 14 quilômetros. No fim desse uádi notável, ficava a antiga Punom, um centro importante de mineração de cobre e onde, de acordo com a Biblia (Nm 33:42), os israelitas acamparam durante a viagem de Cades-Barneia para as planícies de Moabe. Moisés solicitou ao rei de Edom permissão para que Israel atravessasse o território edomita para chegar à Estrada Real (Nm 20:14-21). Mas o rei rejeitou o pedido, o que exigiu que o grupo israelita vigiasse cerca de 160 quilômetros a mais por terreno árido e num calor escaldante, apenas para desviar de Edom (Dt2.1-8).
Sem dúvida, essa derrota psicológica foi relacionada com o incidente das "serpentes ardentes" (Nm 21:4-9; 33:42-49), em que Moisés foi forçado a erguer uma serpente de cobre nesse deserto. Com base no contexto geográfico, é possível entender por que a recusa do rei edomita não foi desafiada, apesar de ser improvável que os edomitas fossem numericamente superiores aos israelitas. Os penhascos imensos e as gargantas íngremes de Edom, mesmo nas encostas menos escarpadas do desfiladeiro de Punom, eram um alvo inacessível que, por capricho edomita, continuaria em esplêndido isolamento (Ob3). Situado junto às montanhas edomitas ocidentais e cerca de 32 quilômetros ao sul de Punom, há um cânion que se parece com uma cratera e contém as impressionantes ruínas de Petra, a fabulosa capital do Reino Nabateu, mais tarde ocupada pelos romanos.? Embora não se saiba quais foram seus ancestrais, os nabateus vieram a ocupar Edom no terceiro século a.C. e, já no primeiro século a.C., sua influência era sentida desde Damasco até Gaza e também até o interior da Arábia. Boa parte de seu poder era resultado do controle que exerciam sobre parte de uma lucrativa rede comercial que, àquela época, estendia-se do interior da atual Arábia Saudita até o Mediterrâneo Ocidental Chegava-se a Petra através de um estreito corredor de cerca de 1.600 metros, flanqueado em ambos os lados por elevados penhascos perpendiculares que, em alguns lugares, quase se tocavam. A bacia onde se situava a cidade propriamente dita era cercada de desfiladeiros de arenito, nos quais foram escavados estruturas e túmulos daquilo que, na Antiguidade, foi uma cidade de grande riqueza.
Por cerca de 65 quilômetros para o sul a partir da região central de Edom, descendo do uádi Hasma para o uádi Yutm, próximo ao golfo de Ácaba, fica uma cadeia bem estreita de intransitáveis montanhas de granito. Essas montanhas de Midia elevam-se a alturas que chegam perto de 1.750 metros acima do nível do mar. Nessa região, vestígios arqueológicos revelam uma cultura totalmente distinta de sua contraparte palestina e que é, às vezes, descrita como midianita. É nesta "cultura midianita que alguns estudiosos acreditam que Moisés talvez tenha se refugiado quando fugiu do faraó e ali serviu a seu sogro, um sacerdote de Midia (Ex 2:15-17:3.1).

Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Novo Testamento
Distritos do Novo Testamento

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Jeremias Capítulo 48 do versículo 1 até o 47
D. ORÁCULO CONTRA MOABE, Jeremias 48:1-47

Entre os oráculos encontrados nos capítulos 46:49, essa profecia é singular em relação à sua extensão, seu grande número de nomes de lugares e suas semelhanças com outras passagens das Escrituras.' Por causa das suas semelhanças com os textos de Isaías,' alguns estudiosos têm insistido em que essa profecia não pertence a Jeremias.1° Não podemos negar que ela encontra paralelos em outros textos bíblicos. No entanto, parece que nesse caso, Jeremias reuniu em um compêndio novo todas as afirmações referentes a Moabe feitas por profetas anteriores desde os tempos de Balaão. Ele reafir-ma essas predições à sua maneira, acrescentando suas próprias idéias. Isso não deveria soar estranho, visto que ele estava bem familiarizado com a história hebraica e conhecia bem as afirmações dos seus predecessores no ofício profético. É provável que as profecias de Isaías em relação a Moabe tenham estado bem vivas na sua mente naquele momento e que tenham influenciado o seu pensamento. Ele as usou porque refletiam sua própria compreensão do que iria acontecer à nação moabita.

  1. As Conseqüências da Confiança Inapropriada (48:1-10)

A profecia começa com uma descrição da destruição que o Deus de Israel causará a Moabe (veja mapa 2). A terra será invadida por um inimigo não mencionado que o Se-nhor irá enviar. As cidades serão destruídas. Nebo (não a montanha), Quiriataim, Misgabe (1) e seus habitantes fugirão apavorados, com choro contínuo (5) enquanto caminham. A subida de Luíte e a descida de Horonaim podem representar estradas ascendentes e descendentes dessas cidades. O versículo 6 tem sido traduzido como uma advertência: "Fujam! Corram para salvar suas vidas! Tornem-se como um asno selva-gem no deserto!" (RSV). Até mesmo o deus Quemos (7) será levado ao cativeiro junto com os sacerdotes que o serviram. Nenhuma [cidade] escapará, e perecerá o vale, e destruir-se-á a campina (8). A destruição será tão completa que se Moabe procuras-se escapar, necessitaria das asas de uma ave (9). Tudo isso acontecerá por causa da tua confiança nas tuas obras e nos teus tesouros (7), em vez de confiar no Senhor. Além disso, a maldade de Moabe é tão grande que uma maldição é anunciada sobre qualquer invasor que não realizar com afinco a obra de destruição do Senhor, ou que preserva a sua espada do sangue (10).

  1. A Desgraça da Vida Indisciplinada (48:11-17)

Moabe era famosa pelas suas vinhas, e o profeta parece ter um odre de vinho em mente enquanto profetiza. A sina do povo de Moabe tinha sido menos severa do que de outros povos: não foi mudado de vasilha para vasilha (11). A terra, às vezes, tinha sido invadida e obrigada a pagar tributos, mas suas cidades não foram destruídas e seu povo não foi para o cativeiro. Assim, Moabe havia se acomodado e vivia uma vida indisciplinada. O profeta o comparou com alguém que "tem repousado nas fezes (resídu-os) do seu vinho" (ARA). Um vinho inferior, quando fica parado tempo demais, tende a apresentar o sabor e o cheiro de resíduos e adquire um sabor amargo. Esse era o caso de Moabe. Indolência e falta de privação trouxeram uma grande deterioração para a estrutura moral da nação.

O profeta percebe que essa vida fácil será interrompida. O dia de julgamento de Moabe está chegando: "Portanto, certamente vêm os dias", declara o Senhor, "quando enviarei decantadores que a decantarão; esvaziarão as suas jarras e as despedaça-rão" (12, NVI). Moabe vai ruir quando uma verdadeira situação crítica surgir. Quan-do essa hora chegar, Moabe terá vergonha de Quemos, seu deus, da mesma forma como se envergonhou a casa de Israel de Betel (13; i.e., o bezerro de ouro em Betel). Ambos eram meros ídolos feitos por mãos humanas, e não podiam ajudar seu povo. Israel já havia ido para o cativeiro e Moabe logo experimentaria o mesmo des-tino. Os moabitas tinham falado acerca de si mesmos: Somos valentes e homens fortes para guerra (14), mas, a vida indisciplinada trouxe suas conseqüências, e Moabe está destruída (15) ; seus jovens escolhidos desceram à matança. Seus amigos são encorajados a lamentar por ela, porque o cetro — o cajado da sua sobera-nia — se quebrou (17).

  1. O Desastre Chega (Jeremias 48:18-28)

O destruidor de Moabe (18) fez sua obra implacável. Os habitantes da nação são derrubados do seu lugar de glória e estão assentados na ignomínia e vergonha. As mai-ores fortalezas de Moabe são destruídas, e quando os habitantes fugitivos são pergunta-dos pelo povo de Aroer (19) o que está acontecendo, eles gritam: Moabe está envergo-nhado, porque foi quebrantado (20). O povo é chamado para lamentar, uivar e gritar, porque cidade após cidade foi tomada até que não sobrou nenhuma.' Conseqüentemen-te, o poder ("chifre" no hb. — simbolizava poder) está cortado e seu braço (símbolo de autoridade) está quebrantado (25)." Tudo isso aconteceu porque Moabe se engrande-ceu contra O SENHOR (26). A atitude arrogante de Moabe em relação a Israel voltou-se contra ele. Aquele que ria da situação de Israel tornou-se objeto de escárnio (27). Seus habitantes são persuadidos a fugir como uma pomba enlutada que se aninha nas rochas e cavernas nas montanhas (28), porque uma enorme catástrofe tomou conta da nação!

  1. Um Lamento pela Orgulhosa Nação de Moabe que Caiu (Jeremias 48:29-39)

O orgulho de Moabe foi sua característica mais detestável. Usando a profecia de Isaías (Is 16:6-14) como base das suas observações, Jeremias junta palavra a palavra para descrever a arrogância e o orgulho (29) dessa nação. O espírito hipersensível, com acessos de indignação (30) e as mentiras, são sempre características de um coração arrogante. A NVI interpreta o versículo 30 da seguinte forma:

"Conheço bem a sua arrogância", declara o Senhor "A sua tagarelice sem fundamento e as suas ações que nada alcançam".

No versículo 31, o profeta expressa o que aparenta um lamento pessoal por essa nação. Parece um tanto estranho Jeremias lamentar a queda de um inimigo de Israel, mas é como Raschi diz: "Os profetas de Israel diferem dos profetas pagãos como Balaão, porque encarnam a aflição que anunciam às nações".' Portanto, não é ilógico supor que os versículos 31:32 se refiram a Jeremias. De alguma forma, o coração afável do homem de Anatote chora pelos homens de Moabe. Ele continua descrevendo as condições lamen-táveis que ocorrerão naquele país: as vinhas que eram famosas pela sua qualidade estão completamente destruídas; os pomares estão inteiramente estragados; pode-se ouvir choro e clamor por todo o país; o júbilo cessou (33). A desolação é tão grande que não serão mais oferecidos sacrifícios nos santuários, nem se queimará incenso aos deuses (35). Aliás, os deuses foram levados cativos e não há sacerdotes para oferecer sacrifícios (7). Toda a terra está em estado de luto; percebe-se a calvície por toda parte; as barbas foram diminuídas (37), e as pessoas se cortaram, para mostrar a intensidade do seu luto. Ou-vem-se lamentos dos telhados (38), bem como das ruas. As pessoas lamentam por Moabe clamando: "Como ela foi destruída! Como lamentam! Como Moabe dá as costas, envergo-nhada!" (39, NVI).

  1. Não há Escape do Juízo (48:40-47)

Na visão do profeta, o conquistador de Moabe assemelha-se a uma águia (40) quanto à sua rapidez e envergadura das asas. A figura da águia é uma descrição favorita de um líder vitorioso. Ela quase certamente se refere a Nabucodonosor, que, de acordo com Josefo, destruiu Moabe, Amom e os povos vizinhos em 582-581." Sua força é implacável. Queriote é tomada (ou: São tomadas as cidades) e ocupadas as fortalezas (41). Os corações dos guerreiros mais valentes de Moabe ficarão aterrorizados como o coração da mulher em suas dores de parto. Todo o país será destruído (42) e chegará o tempo em que Moabe deixará de existir. Isso ocorrerá porque Moabe foi arrogante e orgulhoso demais para servir o Deus de Israel, e se engrandeceu contra o SENHOR.

Não haverá escape do temível conquistador. Aquele que foge por causa do terror cairá na cova (44), e aquele que sair da cova ficará preso no laço. Não haverá lugar para se esconder. A primeira parte do versículo 45 pode ser traduzida da seguinte forma:

Na sombra de Hesbom os fugitivos se encontram sem forças (RSV).

Hesbom, embora uma cidade forte, não pode oferecer proteção para os esgotados fugitivos, porque um fogo sairá de Hesbom (45) como nos dias de Seom, rei dos amorreus (Nm 21:28-30), e devorará aqueles que buscarem refúgio ali. O canto de Moabe é me-lhor traduzido como "a testa de Moabe" (Smith-Goodspeed). O profeta parece estar di-zendo que todas as predições antigas em relação a Moabe, mesmo a profecia de Balaão, se cumprirão na destruição vindoura." Os filhos e as filhas do povo que adoravam o ídolo Quemos (46), em vez de ao Deus vivo, irão para o exílio. No entanto, depois que as labaredas da disciplina fizerem a sua obra, há uma certa esperança de um dia de restau-ração para Moabe (47).


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Jeremias Capítulo 48 do versículo 1 até o 47
*

47:4

de Tiro e de Sidom. Essas cidades fenícias serviam de proteção natural para os filisteus, que viviam mais para o interior das costas do mar Mediterrâneo, embora não se saiba se houve aliança entre eles.

Caftor. Lugar de origem dos filisteus, usualmente identificado como Creta.

* 48.1-47 Este capítulo registra o oráculo contra Moabe; conforme Is 15 e 16; Ez 25:8-11; Am 2:1-3. Moabe era inimigo de Israel (Jz 3:12-14; 2Rs 3:4-27). Aliou-se com Judá para defender-se da Babilônia (27.3), mas supriu tropas para Nabucodonosor contra Jeoaquim (2Rs 24:2). Sua derrota para Nabucodonosor deve ter ocorrido em 582 a.C., depois de uma rebelião.

* 48:1

Nebo... Quiriataim. Originalmente, essas cidades foram destinadas à tribo de Rúben (Nm 32:3,37,38; Js 13:15,19).

* 48:2

Hesbom. Essa aldeia também foi destinada a Rúben (Num. 32.37; Js 13:17).

* 48:7

Camos. Um dos deuses moabitas que foi adorado por Salomão (1Rs 11:7,33; 2Rs 23:13). As imagens dos deuses "derrotados" eram, com freqüência, levadas para o exílio.

* 48:8

o destruidor. Provavelmente, Nabucodonosor.

* 48:11-12

O vinho deixado para envelhecer representa a complacência dos moabitas. O lazer e a segurança deles se desvaneceria tão rapidamente como uma garrafa se esvazia quando é virada.

* 48:13

Betel. Possivelmente uma referência ao nome El Betel, usado para indicar o Senhor, na adoração apóstata de Jeroboão, em Betel (1Rs 12:28-30). Esse culto não havia impedido os assírios de saquearem a terra em 722 a.C. (2Rs 18:9-12).

* 48:19

Aroer. A sudeste de Dibom, essa fortaleza de fronteira, às margens do rio Arnom (v. 20) é aqui pintada a vigiar ansiosamente a fuga dos refugiados.

* 48:20

Arnom. Ou seja, a região ao longo do rio Arnom. Esse era o rio mais importante de Moabe.

* 48:28

habitai no rochedo. Ver Is 2:10.

* 48:32

Sibma... ao mar de Jazer. Ver Is 16:8.

* 48:38

os eirados de Moabe. Era costume oferecer incenso sobre os eirados como um ato de adoração (2Rs 23:12).

* 48:40

como a águia. Esta seria Nabucodonosor (Ez 17:3).

*

48:45-46 Derivados de Nm 21:28,29; mas Jeremias redireciona a profecia de Balaão contra os amorreus, aplicando-a a Moabe.

Seom. Ele foi o governante dos amorreus nos tempos de Moisés, cuja capital era Hesbom (Nm 21:21-30).



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Jeremias Capítulo 48 do versículo 1 até o 47
48:1 Os moabitas descendiam do Lot devido ao incesto que este cometeu com uma de suas filhas (Gn 19:30-37). Levaram aos israelitas à idolatria (Nu 25:1-3) e se uniram às bandas armadas que Nabucodonosor enviou ao Judá em 602 a.C. Mais tarde, Babilônia os conquistou e desapareceram como nação.

48:7 Quemos era o deus principal da nação do Moab (Nu 21:29) e o sacrifício de meninos era parte importante em sua adoração (2Rs 3:26-27).

48.11, 12 Para fabricar vinho se esmagavam as uvas. Logo depois de quarenta dias, o vinho se trocava de vasilha e ficava o sedimento. Se não se fazia esta operação, o vinho resultante era inferior. Com esta ilustração o profeta quer dizer que por causa da complacência do Moab e sua negativa a fazer a obra de Deus, seria totalmente destruída.

48:13 Depois que o Israel se dividiu nos reino do norte e do sul, o reino do norte estabeleceu bezerros como ídolos em Presépio e Dão para evitar que o povo fora a adorar a Jerusalém, a capital do reino do sul (1Rs 12:25-29).

48:29 Moab foi condenada por sua soberba. Deus não tolera a soberba porque esta é nos apropriar do mérito que corresponde ao ou olhar com desdém a outros. Deus não condena a satisfação pelo que realizamos (Ec 3:22), mas sim fica firme contra superestimar nossa importância. Rm 12:3 nos ensina a que pensemos de nós mesmos com prudência.

48:31 Kir-hares era uma cidade fortificada no Moab. A compaixão de Deus alcança a toda a criação, inclusive a seus inimigos.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Jeremias Capítulo 48 do versículo 1 até o 47

C. MOAB RELATIVA (


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Jeremias Capítulo 48 do versículo 1 até o 47
48.1 Moabe. O rico planalto a leste do mar Morto. Nebo. Aqui se refere à cidade, e não a montanha (Nu 33:47, Dt 34:1).

48.1 Quiriataim. Provavelmente "Kureyat", 16 quilômetros ao norte do mar Morto. Fortaleza. Um "alto refúgio", um "forte alto".

48.2 Hesbom. Uma antiga e famosa cidade moabita, certa Dt 21:0; Is 15:4). Madmém. Moabe.

48.5 Luíte. Ficava numa colina. Horonaim. Ficava em um vale.

48.6 Arbusto. Heb Aroer, quer dizer "toco morto ", que é também a nome de uma cidade de Moabe (v. 19).

48.7 Camos. Era o objeto da adoração nacional de Moabe (Nu 21:29; 1Rs 11:71Rs 11:7). Na qualidade de deus desta, era impotente para impedir seu próprio cativeiro e o cativeiro de seus adoradores.

48.8 Vale. Como em Js 13:11, Js 13:27; provavelmente a larga depressão em que se transforma o vale do Jordão ao aproximar-se do mar Morto. Campina. O planalto com cerca de 800 metros acima do mar Mediterrâneo, onde se assediava a maioria das cidades moabitas (Dt 3:10; Js 13:9).

48.11 Mocidade de Moabe. Datava do tempo da conquista dos emins aborígenes pelos moabitas (Dt 2:10). Freqüentemente estavam em guerra, mas nunca haviam sido expulsos de sua pátria original, que ficava ao sul do rio Arnom.

48.12 Trasfegarão. Um processo efetuado lenta e cuidadosamente para se proteger as jarras de barro e remover-se o vinho claro que deixava o sedimento no vaso original. No caso de Moabe, nenhum cuidado semelhante seria tomado, mas Moabe seria tratada violentamente.

48.15 Pouco depois da queda de Jerusalém, Nabucodonosor invadiu a Moabe, talvez na expedição punitiva causada pela rebelião de Ismael (39.14n), e a nação nunca voltou a existir; só existiam indivíduos conhecidos como moabitas (Ed 9:1; Ne 13:1,Ne 13:23).

48.17 Cajado formoso. É figura de força e autoridade. A glória nacional e o poder sobre outros (Sl 110:2; Is 14:29; Ez 19:11, 12, 14).

48.18 Dibom. Ficava sobre colinas, cerca Dt 6:0. É a atual Kerak, 29 quilômetros ao sul do Arnom e 13 quilômetros a leste do mar Morto; uma poderosa fortaleza numa colina muito inclinada rodeada por ravinas.

48.33 Júbilo. Vd. nota sobre Eia! em 25.30. No hebraico, a palavra é a mesma. Assim sendo, o "Eia"! não era apenas dos pisadores de uvas, mas era também um grito de guerra.

48.34 Eleale. Menos Dt 2:0).

48.36 Flautas geme. Eram usadas nos funerais pelo que é um símbolo de lamentação.

48 37 Todas essas coisas são símbolos de lamentação. Vd. 16.6n.
48.40 Águia. Representa o adversário, isto é, Babilônia ou Nabucodonosor (Ez 17:1-17).

48.42 Destruído. Nabucodonosor subjugou a Moabe (605 a 562 a.C.), mas continuou existindo como raça até o primeiro século d.C., ainda que a existência como nação tanto para Moabe como para Amom, parecia haver cessado muito antes do tempo de Cristo. 48.45 Hesbom. Refugiar-se aí era inútil visto que seria um dos primeiros lugares a cair (2). Seom. Outro dos nomes de Hesbom (vd. nota em 48.2; Nu 21:26; Dt 2:26). Nesse tempo era controlado pelos amonitas (49.3).

48.47 Mudarei a sorte, vd. 29.14n. Últimos dias. Nos tempos messiânicos (23.20), Moabe será restaurada. Os sinais de sua restauração são evidentes, atualmente.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Jeremias Capítulo 48 do versículo 1 até o 47

3) Moabe (48:1-47)
A devastação que vai surpreender Moabe é anunciada em uma série de profecias. Moabe, como também Amom e Edom, foram instigados a atacar Judá como represália pela rebelião de Jeoaquim em 601—597 a.C. (2Rs 24:2), aguardando a sua própria expedição punitiva. Moabe havia sido advertido anteriormente por Jeremias do castigo inevitável nas mãos dos babilônios (9.26; 25.21; 27:1-7). Aqui ele cita livremente das profecias de Isaías com o mesmo propósito (caps. 13—16). De acordo com Josefo (Ant. X. 181,182), os babilônios invadiram Moabe c. 581 a.C. Conforme Ez 25:8-11.

As características mais marcantes do povo de Moabe são a confiança em sua própria força, em suas fortalezas e em seus tesouros (v. 7), seu orgulho de Sl mesmo (v. 29) em rebeldia ao Senhor (v. 42) que o levou a se alegrar com a desgraça de Israel e de Judá (v.

27), mas que reflete a sua relação histórica com esses Estados. Moabe teve a sua origem em Ló (Gn 14:37). Originariamente ocupava o alto e fértil platô tão ao norte quanto Hes-bom (v. 2; conforme Nu 21:15,Nu 21:16). Seduziu os israelitas à idolatria (Nu 25:1-4). Os israelitas conquistaram a região ao norte do rio Arnom, que Rúben ocupou durante um tempo, e construíram a cidade de Nebo (v. 2; Nu 32:3,

38). Depois de muitas guerras, tornou-se vassalo de Davi (2Sm 8:2) até a revolta do rei Messa contra Israel (2Rs 3:4). Conquistou a sua independência da Assíria c. 627 a.C. Mais advertências contra Moabe são dadas por Ezequiel (25:8-11), Amós (2:1-3) e Sofonias (2:8-11).

a) Juízo contra Camos, deus de Moabe
(48:1-10). Quiriataim (v. 1), a 10 quilômetros a noroeste de Dibom, e Horonaim (v. 3) são mencionadas na inscrição do rei Messa (a Pedra Moabita). A destruição é descrita como de alcance muito grande. Hesbom (v. 2, a moderna Hesbân) foi escavada, mas Madmém (v. 2) ainda não foi localizada — a não ser que, como sugerem alguns (LXX), leiamos o heb. gm-dmm tdmm como “também serás completamente silenciada”.

O costume de tomar os deuses dos povos vencidos, especialmente dos nômades, é atestado nos anais da Assíria (conforme v. 7). v. 7. Camos (também mencionado na Pedra Moabita, v. NBD p. 1241-2) era a deidade principal de Moabe (Kamus; conforme Nu 21:29). A sua completa derrota é destacada nesse belo trecho poético. Essa será uma condenação a mais das vis práticas cultuais (2Rs 23:13). As suas terras ficarão despovoadas, pois em Hesbom tramam a sua ruína (v. 2; heb. b‘hesbõn hêsebu — um jogo de palavras), v. 6. A segurança só existe na retirada para o distante deserto (‘aro‘er [TM] pode ser traduzido por “calor” [VA, RV] ou “tamargueira”; burro selvagem na BJ e galinha anã na NEB, seguindo interpretação da LXX). v. 9. sal. heb. sts, alguns deduzem do ugarítico uma referência a espalhar sal sobre o sítio de cidades destruídas (cf. Jz 9:45). Talvez seria melhor traduzir por “erguer uma lápide (semeia na LXX, implicando o heb. siyyãn\ conforme 2Rs 23:17) para Moabe, pois será completamente destruído”, v. 10. Temos aqui o chamado aos obreiros de Deus para nunca se descuidarem do trabalho, mesmo como agentes de juízo.

b) A segurança de Moabe é perturbada (48:11-20). Moabe nunca havia sido exilado, mas isso é agora predito (v. 11,12). A confiança no seu deus Camos (v. 13; conforme v. 7) se mostraria tão inútil quanto a confiança israelita na adoração do bezerro na sua própria “casa de deus” (Betei, v. 13). Eles também tinham ido para o exílio (lRs 12.29; Jl 4:4Jl 5:5; Jl 7:13). O retrato da repentina evacuação e destruição é baseado no famoso comércio vinícola de Moabe. Este seria abandonado e destruído (v. 11; conforme 32,33). Os v. 17-20 são um lamento acerca da queda de Moabe expresso na linguagem de Deuteronômio (e.g., 32.35). v. 18. sobre o chão ressequido: interpretando sãmê’ como em Is 44:3; v. em comparação com “sentar com sede” na 5A (TM: samã), o siríaco “sentar na imundícia”. Dibom é a moderna Diban, a 20 quilômetros a leste do mar Morto.

c)    A destruição está por todo lado (48:21-27). Uma seção em prosa faz a lista das cidades arruinadas e pelas quais a sua força (“chifre”, v. 25) foi quebrada. O juízo é completo e radical. Os que desprezaram Israel se tornariam desprezíveis, um conceito retomado em Ap 1:7 (conforme Mc 15:27-41). Moabe será embriagado, mas não com o seu vinho (conforme v. 11,12).

d)    Os orgulhosos serão humilhados

(48:28-39). Jeremias adapta as palavras anteriores de Is 16:6-23 e as formula em outro lamento (v. 28-33), seguido de uma descrição do cumprimento (v. 34-39). O esmagamento da nação e de suas esperanças é marcado pela queda de mais lugares. Quir-Heres (v. 31) talvez seja a atual Kerak, a 12 quilômetros a leste do mar Morto (i.e., do mar, 32), e o “Qrhh” da Pedra Moabita. v. 32. Jazar ficava a 16 quilômetros ao norte (conforme Nu 21:32); Sibma, a 5 quilômetros a noroeste; e Eleale (v. 34), a 3 quilômetros ao norte de Hesbom. Algumas versões trazem “mar de Jazar”, seguindo o TM, mas yãm (mar) é omitido por Is 16:8 e pela LXX (conforme RSV). Eglate-Selisia (v. 34, NVI) é considerado um substantivo; a VA traduz por “uma novilha de três anos”.

e)    O juízo final (48:40-47). A águia representa Nabucodonosor, da Babilônia (cf. 49.22), atuando como agente do Senhor contra quem Moabe está se vangloriando (v. 42). A profecia de Balaão contra Moabe (Nu 21:28;

24,17) vai se cumprir. Os refugiados buscam abrigo em diversos lugares, porém em vão (v. 43-45; conforme Is 24:17,Is 24:18). Contudo, a misericórdia de Deus está presente no juízo com uma promessa de restauração semelhante à dada a Israel e Judá. Embora Moabe cessasse de existir como povo (v. 42), como até o dia de hoje, a terra seria repovoada e se tornaria um lugar de refúgio (v. 47; Ez 11:41). O v. 47b é um co-lofao interessante, indicando o final do texto copiado (conforme 51.64; Sl 72:20; 31:40); portanto, não é um acréscimo editorial posterior.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Jeremias Capítulo 46 do versículo 1 até o 64

III. Os Oráculos de Jeremias Contra as Nações Estrangeiras. 46:1 - 51:64.

O profeta hebreu tinha uma palavra especial para as nações vizinhas dos hebreus, além das que tinha para o Povo Escolhido propriamente dito. Jeremias foi comissionado um "profeta às nações" (Jr 1:5) e foi estabelecido "sobre as nações, e sobre os reinos" (Jr 1:10). Na última parte deste livro estão reunidas as acusações proféticas dos gentios feitas em diversas ocasiões. A Bíblia Grega coloca estes oráculos imediatamente depois de Jr 25:13.


Moody - Comentários de Jeremias Capítulo 48 do versículo 1 até o 47

Jr 48:1. Talvez a invasão dos moabitas (entre outros) em Judá durante o reinado de Jeoaquim (2Rs 24:2) seja o antecedente segundo o qual o oráculo deveria ser entendido. Dos muitos lugares moabitas aqui citados, só os mais significativos receberão comentários.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Jeremias Capítulo 48 do versículo 1 até o 47
c) Contra Moabe (Jr 48:1-24), e o Arnom como a fronteira de Moabe. Mas, afinal, Rúben não ficou de posse da região que lhe foi atribuída e, assim, aqui, como em Is 15:16, muitas das cidades concedidas em Js 13:15-6 a Rúben vêm mencionadas como ocupadas por Moabe". Este poema é talvez o mais soberbo de todos os escritos de Jeremias. Se compararmos com Is 15:0 (ver 29).

1. IAVÉ CONTRA O DEUS DE MOABE, CAMOS (Jr 48:1-24). A arrogância do Moabe radica-se no seu deus, e por isso tanto este como os sacerdotes de Moabe deverão ser levados para o exílio (7-8). Ai de Nebo (1), isto é, a cidade desse nome, não a montanha sua homônima mais bem conhecida. Misgab (1); este local não vem mencionado em qualquer outro ponto. A palavra significa "alto refúgio", sendo provavelmente o nome de uma fortaleza. Hesbom (2) era uma antiga e famosa cidade a leste do Jordão; Josué concedeu-a a Rúben, mas no tempo de Jeremias estava nas mãos de Moabe. Madmém (2) também não vem mencionada em qualquer outro ponto. A Septuaginta, a Siríaca e a Vulgata dizem: "Sim, tu (isto é, Moabe) serás absolutamente reduzida ao silêncio". Em 4b deveria talvez preferir-se a Septuaginta: "o seu brado pode ser ouvido até Zoar", um local que ficava na extremidade sudeste do Mar Morto, dando esta versão a entender que o brado de Moabe se ouvia de um extremo do país ao outro. Porque pela subida de Luíte... (5), ou melhor, "os homens escalam a garganta até Luíte, em lágrimas". Vida (6) significa alma viva, pois o vocábulo nefesh é o sopro da alma que anima o corpo, não encarnado neste, como no pensamento grego. Por causa da tua confiança nas tuas obras (7), isto é, nas tuas iniciativas, medidas de defesa, etc. A Septuaginta diz: "nas tuas fortalezas", o que talvez corresponda ao texto primitivo. Nenhuma escapará (8) refere-se, talvez, em primeiro lugar à capital de Moabe. Destruir-se-á a campina (8), isto é, o extenso planalto a grande altitude em que ficava a maior parte das cidades moabitas.

>Jr 48:11

2. UM CONTRASTE NO CASTIGO (Jr 48:11-24). Israel (13) confiara no santuário de Betel, em que Iavé era representado pelo bezerro de ouro, mas em vão. Moabe ficara impune do castigo, como o vinho que não é mudado de odre para odre para evitar a contaminação pela borra que vai criando; mas agora, no exílio que lhe é infligido como castigo, Moabe terá vergonha de Camos (13), um deus que, em épocas de perigo, foi impotente contra o poder de Iavé, o Deus vivo. O único sentido claro do vers. 15 é a espoliação.

>Jr 48:16

3. A CALAMIDADE DE MOABE (Jr 48:16-24). Tão grande é a aflição de Moabe que até os seus inimigos a lamentarão. Vara... cajado (17), símbolos de força e autoridade; ambos desaparecerão no dia do castigo. Filha (18) simboliza a população. Dibom (18) ficava sobre dois montes (por isso lemos "desce") a uns 20 quilômetros a leste do Mar Morto. Foi aí que se encontrou em 1868 a famosa Pedra Moabita. A perda de segurança e poder vem no vers. 25, braço é um símbolo de poder.

>Jr 48:26

4. O ANTAGONISTA DE MOABE (Jr 48:26-24). Moabe deverá embriagar-se, não com o seu famoso vinho, mas com o terror do seu antagonista Iavé. A versão do vers. 26b na Septuaginta é: "Moabe bateu as palmas" (isto é, em zombaria), "mas ela própria será zombada". Os seus antigos admoestos contra Israel caíram, afinal, sobre os que se riam do povo eleito. Compare-se o vers. 29 com Is 16:6. Compare-se o vers. 30 com Is 15:5; Is 16:7, Is 16:11. Em vez de homens (31) leia-se "pasta de passas de uvas", ou seja, uvas passadas com farinha consumidas nos festivais religiosos. Comparar também os vers. 32 e 33 com Is 16:9-23. A Septuaginta corrige até ao Mar de Jaezer (32) para "até Jaezer", provavelmente uma cidade a norte de Hesbom, mas trata-se apenas de uma conjectura (ver Is 16:8). Em vez de já não pisarão uvas com júbilo (33) ler "o pisador não pisará". Compare-se Is 15:4-23 com o vers. 34. As águas do Ninrim se tornarão em assolação (34). Ao que parece, isto significa que secarão por as suas fontes serem entupidas pelo inimigo (ver 2Rs 3:25).

>Jr 48:35

5. O CHORO DE MOABE (Jr 48:35-24). A causa desse choro é Deus, que porá fim ao culto moabita (35), provocando, assim, o choro desse povo (36-38). Iavé esmagou Moabe como um vaso que já não serve (38b), pelo que Moabe se transformou em objeto de vergonha e zombaria (39). Quem sacrifique nos altos (35) leia-se com a Septuaginta, "aquele que sobe ao lugar alto". No vers. 36, a Septuaginta tem "harpa de Moabe" em vez de o meu coração, mas o texto massorético está mais de acordo com a natureza de Jeremias, que não ficara petrificada pelo ódio antes permanecia sensível até ao sofrimento de um inimigo. Compare-se Is 15:3 com o vers. 38. Leia-se no vers. 39 o imperativo uivai em vez de "como uivam".

>Jr 48:40

6. IAVÉ TEM A ÚLTIMA PALAVRA DE CASTIGO (Jr 48:40-24). A Septuaginta omite no vers. 40 as palavras eis que voará como a água... Moabe (40); mais propriamente um abutre, aqui símbolo do inimigo, Nabucodonosor. Queriote (41) era uma importante cidade de Moabe, também mencionada em Jl 2:2. Os vers. 45-47 não figuram na Septuaginta. Os vers. 45b e 46 baseiam-se, com pequenas variantes, em Nu 21:28 e Nu 24:17: vai-se cumprir o oráculo de Balaão contra Moabe. O vers. 47 talvez reflita a piedade do coração de Jeremias que, por seu turno, reflete a de Iavé. A cólera é sempre "obra estranha de Deus", cujo coração se inclina mais para a misericórdia. Moabe será colocada sob tremenda disciplina, e não condenada à destruição.


Dicionário

Destruição

substantivo feminino Demolição; ação ou resultado de demolir o que está construído: a chuva causou a destruição do prédio.
Fim; extinção absoluta: a traição causou a destruição do namoro.
Exterminação; cessação da existência de: destruição dos animais selvagens.
Ruína; estrago completo: os parasitas provocaram a destruição do terreno.
Morte; ação de assassinar, de tirar a vida de outra pessoa: destruição do país.
Desbaratamento; aniquilamento de uma unidade militar: destruição da base.
Etimologia (origem da palavra destruição). Do latim destructio.onis.

Grande

adjetivo De tamanho maior ou fora do normal: cabeça grande.
Comprido, extenso ou longo: uma corda grande.
Sem medida; excessivo: grandes vantagens.
Numeroso; que possui excesso de pessoas ou coisas: uma grande manifestação; uma grande quantia de dinheiro.
Que transcende certos parâmetros: grande profundeza.
Que obteve fortes consequências: grande briga; grandes discussões.
Forte; em que há intensidade: grande pesar.
Com muita eficiência: a água é um grande medicamento natural.
Importante; em que há importância: uma grande instituição financeira.
Adulto; que não é mais criança: o menino já está grande.
Notável; que é eficiente naquilo que realiza: um grande músico.
Cujos atributos morais e/ou intelectuais estão excesso: grande senhor.
Magnânimo; que exprime um comportamento nobre.
Fundamental; que é primordial: de grande honestidade.
Que caracteriza algo como sendo bom; positivo: uma grande qualidade.
Que é austero; rígido: um grande problema.
Território circundado por outras áreas adjacentes: a Grande Brasília.
substantivo masculino Pessoa que se encontra em idade adulta.
Quem tem muito poder ou influência: os grandes estavam do seu lado.
Etimologia (origem da palavra grande). Do latim grandis.e.

Grito

grito s. .M 1. Voz aguda e muito elevada. 2. Exclamação forte e sonora que exprime dor. 3. Voz de certos animais.

Horonaim

-

hebraico: cidade de duas cavernas

Ruína

substantivo feminino Ato ou efeito de ruir, de cair violenta e subitamente; desabamento, desmoronamento: o prédio ameaça ruína.
Restos de edifícios desmoronados ou destruídos pelo tempo.
Explosão, incêndio ou qualquer outra causa natural ou acidental; escombros, destroços, vestígios: as ruínas da Acrópole ateniense.
Figurado Estado de destruição, de degradação; modificação para pior: o casamento salvou-o da ruína moral.
Figurado Enfraquecimento que leva à destruição ou perda; abatimento, aviltamento, decadência, queda: a ruína do Império Romano.
Algo que deixou de possuir a beleza e as boas características originais: hoje é ruína de um passado glorioso.
Etimologia (origem da palavra ruína). Do latim ruina.

Ruína Destruição (Pv 10:29; 1Tm 6:9).

Voz

substantivo feminino [Anatomia] Vibração nas pregas vocais que produz sons e resulta da pressão do ar ao percorrer a laringe.
Capacidade de falar; fala: perdeu a voz durante o discurso.
[Música] Parte vocal de uma composição musical: melodia em três vozes.
[Música] Emissão vocal durante o canto: voz soprano, contralto etc.
Figurado Conselho que se dá a alguém; advertência, apelo: escutar a voz dos mais velhos.
[Jurídico] Intimação oral em tom alto: voz de prisão.
Boato generalizado; rumores: é voz corrente a sua nomeação.
Direito de falar numa assembleia, reunião etc.: tem voz, mas sem direito a voto.
Maneira de pensar; opinião própria; ponto de vista: nunca tive voz na minha casa.
Avaliação que se pauta numa previsão; prognóstico: presidente que não ouvia a voz do mercado.
Sugestão que alguém dá a si próprio: nunca escutou a voz do coração.
Gramática Categoria verbal caracterizada pela sua relação com o sujeito (com a categoria gramatical que concorda com o verbo), indicando o modo: voz ativa, voz passiva.
Gramática Expressão verbal; palavra.
[Zoologia] Som próprio de alguns animais.
Frase ou palavra que expressa uma ordem: voz de comando.
Etimologia (origem da palavra voz). Do latim vox.

substantivo feminino [Anatomia] Vibração nas pregas vocais que produz sons e resulta da pressão do ar ao percorrer a laringe.
Capacidade de falar; fala: perdeu a voz durante o discurso.
[Música] Parte vocal de uma composição musical: melodia em três vozes.
[Música] Emissão vocal durante o canto: voz soprano, contralto etc.
Figurado Conselho que se dá a alguém; advertência, apelo: escutar a voz dos mais velhos.
[Jurídico] Intimação oral em tom alto: voz de prisão.
Boato generalizado; rumores: é voz corrente a sua nomeação.
Direito de falar numa assembleia, reunião etc.: tem voz, mas sem direito a voto.
Maneira de pensar; opinião própria; ponto de vista: nunca tive voz na minha casa.
Avaliação que se pauta numa previsão; prognóstico: presidente que não ouvia a voz do mercado.
Sugestão que alguém dá a si próprio: nunca escutou a voz do coração.
Gramática Categoria verbal caracterizada pela sua relação com o sujeito (com a categoria gramatical que concorda com o verbo), indicando o modo: voz ativa, voz passiva.
Gramática Expressão verbal; palavra.
[Zoologia] Som próprio de alguns animais.
Frase ou palavra que expressa uma ordem: voz de comando.
Etimologia (origem da palavra voz). Do latim vox.

voz s. f. 1. Produção de sons na laringe dos animais, especialmente na laringe humana, com auxílio do ar emitido pelos pulmões. 2. A faculdade de emitir esses sons. 3. A faculdade de falar. 4. Linguage.M 5. Grito, clamor. 6. Ordem dada em voz alta. 7. Boato, fama. 8. Palavra, dicção, frase. 9. Fon. Som que uma vogal representa na escrita. 10. Mús. Parte vocal de uma peça de música. 11. Mús. Nas fugas para piano e para órgão, cada uma das diferentes alturas em que o tema é desenvolvido. 12. Gra.M Aspecto ou forma com que um verbo indica a ação. 13. Opinião. 14. Sugestão íntima.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Jeremias 48: 3 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Voz de clamor de Horonaim; ruína e grande destruição!
Jeremias 48: 3 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

H1419
gâdôwl
גָּדֹול
excelente / grande
(great)
Adjetivo
H2773
Chôrônayim
חֹרֹנַיִם
()
H6818
tsaʻăqâh
צַעֲקָה
choro, clamor
(according to the cry)
Substantivo
H6963
qôwl
קֹול
a voz
(the voice)
Substantivo
H7667
sheber
שֶׁבֶר
quebra, fratura, esmagamento, brecha, queda, ruína, demolição
(a broken)
Substantivo
H7701
shôd
שֹׁד
estrago, violência, destruição, devastação, ruína
(of violence)
Substantivo


גָּדֹול


(H1419)
gâdôwl (gaw-dole')

01419 גדול gadowl ou (forma contrata) גדל gadol

procedente de 1431; DITAT - 315d; adj

  1. grande
    1. grande (em magnitude e extensão)
    2. em número
    3. em intensidade
    4. alto (em som)
    5. mais velho (em idade)
    6. em importância
      1. coisas importantes
      2. grande, distinto (referindo-se aos homens)
      3. o próprio Deus (referindo-se a Deus) subst
    7. coisas grandes
    8. coisas arrogantes
    9. grandeza n pr m
    10. (CLBL) Gedolim, o grande homem?, pai de Zabdiel

חֹרֹנַיִם


(H2773)
Chôrônayim (kho-ro-nah'-yim)

02773 חרנים Choronayim

dual procedente de um derivativo de 2356; n pr m Horonaim = “duas cavernas”

  1. uma cidade em Moabe

צַעֲקָה


(H6818)
tsaʻăqâh (tsah-ak-aw')

06818 צעקה tsa aqah̀

procedente de 6817; DITAT - 1947a; n. f.

  1. choro, clamor
    1. clamor (contra)
    2. choro de aflição (especialmente quando ouvido por Deus)

קֹול


(H6963)
qôwl (kole)

06963 קול qowl ou קל qol

procedente de uma raiz não utilizada significando chamar em voz alta; DITAT - 1998a,2028b; n. m.

  1. voz, som, ruído
    1. voz
    2. som (de instrumento)
  2. leveza, frivolidade

שֶׁבֶר


(H7667)
sheber (sheh'-ber)

07667 שבר sheber ou שׂבר sheber

procedente de 7665; DITAT - 2321a; n. m.

  1. quebra, fratura, esmagamento, brecha, queda, ruína, demolição
    1. quebra, fratura, demolição, esmagamento
    2. queda
    3. decifração (de um sonho), interpretação
    4. pedreiras

שֹׁד


(H7701)
shôd (shode)

07701 שד shod

ou שׂוד showd (Jó 5:21)

procedente de 7736; DITAT - 2331a; n. m.

  1. estrago, violência, destruição, devastação, ruína
    1. violência, estrago (como pecado social)
    2. devastação, ruína