Enciclopédia de Lamentações de Jeremias 3:1-1

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

lm 3: 1

Versão Versículo
ARA Eu sou o homem que viu a aflição pela vara do furor de Deus.
ARC EU sou o homem que viu a aflição pela vara do seu furor.
TB Eu sou o homem que viu a aflição causada pela vara do seu furor.
HSB אֲנִ֤י הַגֶּ֙בֶר֙ רָאָ֣ה עֳנִ֔י בְּשֵׁ֖בֶט עֶבְרָתֽוֹ׃
BKJ Eu sou o homem que viu a aflição por meio da vara da sua ira.
LTT Eu sou aquele homem que viu a aflição pela vara do Seu furor.
BJ2 Eu sou o homem que conheceu a miséria sob a vara de seu furor.
VULG Ego vir videns paupertatem meam in virga indignationis ejus.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Lamentações de Jeremias 3:1

Jó 19:21 Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me tocou.
Salmos 71:20 Tu, que me tens feito ver muitos males e angústias, me darás ainda a vida e me tirarás dos abismos da terra.
Salmos 88:7 Sobre mim pesa a tua cólera; tu me abateste com todas as tuas ondas. (Selá)
Salmos 88:15 Estou aflito e prestes a morrer, desde a minha mocidade; quando sofro os teus terrores, fico perturbado.
Isaías 53:3 Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Jeremias 15:17 Nunca me assentei no congresso dos zombadores, nem me regozijei; por causa da tua mão, me assentei solitário, pois me encheste de indignação.
Jeremias 20:14 Maldito o dia em que nasci; o dia em que minha mãe me deu à luz não seja bendito.
Jeremias 38:6 Então, tomaram Jeremias e o lançaram no calabouço de Malquias, filho do rei, que estava no átrio da guarda; e desceram Jeremias com cordas; mas, no calabouço, não havia água, senão lama; e atolou-se Jeremias na lama.
Lamentações de Jeremias 1:12 Não vos comove isso, a todos vós que passais pelo caminho? Atendei e vede se há dor como a minha dor, que veio sobre mim, com que me entristeceu o Senhor, no dia do furor da sua ira. Mem.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 3 do versículo 1 até o 66
SEÇÃO III

CANÇÃO DE UM PROFETA SOFREDOR

Lamentações 3:1-66

Esse poema se encaixaria perfeitamente em Jr 20 da profecia de Jeremias, ou, melhor ainda, se seguisse o episódio da cisterna do capítulo 38. Esse capítulo tem, na verdade, a mesma extensão dos capítulos 1:2, mas a construção é diferente. Nesse capítulo, os versículos têm somente um terço do tamanho dos versículos dos outros dois capítulos, mas há três vezes mais versículos. Em vez de somente a primeira linha de cada estrofe começar com uma letra subseqüente do alfabeto hebraico, como nos capítu-los 1:2, todas as três linhas de cada estrofe começam com a mesma letra. Assim, as linhas 1, 2 e 3 começam com Álefe, e as linhas 4, 5 e 6 começam com a letra Bete, etc. Diferentemente dos dois primeiros capítulos, cada linha é considerada um versículo, dessa forma, totalizando 66 versículos em vez dos habituais 22.

O poema é escrito do ponto de vista de um indivíduo, e todos os versículos estão na primeira pessoa do singular ("eu", "a mim", "meu"), exceto os versículos 40:47. Esse uso da primeira pessoa não impede o poema de ser usado como um lamento público, visto que o autor se identifica com a comunidade em sua aflição. A dificuldade deles é a dificul-dade do profeta, e a tristeza deles é a sua tristeza. "Ele está organicamente associado com eles e procura levá-los a uma mesma apreensão religiosa da aflição deles, para que possam compartilhar a sua fé".1

A. UM GRITO DE DESESPERO, 3:1-18

O poeta identifica-se como um indivíduo que experimentou em sua própria vida todo o sofrimento que a nação tinha experimentado: Eu sou o homem que viu a aflição (1). Evidentemente ele se julga um exemplo simbólico da nação. Como seu representante diante de Deus, ele tem levado as tristezas e o sofrimento deles. Ele tem sentido a vara do furor divino repetidas vezes. Em sua dor, lamenta que Deus transformou sua luz em trevas (2), semelhantemente às trevas dos que estavam mortos (6; no Sheol). Deus se voltou contra ele e o castiga de contínuo (3). A doença tem enfraquecido o seu corpo a ponto de estar prematuramente velho (4). Fel e trabalho (5; amargura e pesar) fazem parte da sua vida. Não há deleite na vida, e ele precisa lutar para sobreviver.

Circunvalou-me (7), i.e., Deus o colocou dentro de uma cerca e ele perdeu sua liberdade. Ele reclama por precisar carregar os pesados grilhões de um prisioneiro. Embora clame na sua angústia, não há resposta para o seu grito: ele exclui a minha oração (8). Pedras lavradas (firmemente fixadas) bloqueiam o seu caminho e o fazem andar por veredas tortuosas (9). Em qualquer direção que procura ir, encontra dificul-dades. Suas frustrações são quase insuportáveis. Como se isso já não fosse o suficiente, Deus assiduamente se volta contra ele. Como o urso ou o leão (10), Deus o espera em uma emboscada. Ele o persegue implacavelmente com seu arco e flecha (12), a ponto dos seus rins ("coração", NVI) estarem cheios de flechas da vingança de Deus (13).

Fui feito um objeto de escárnio (14), i.e., seu próprio povo zombava dele nas suas canções todo o dia. Ele não encontra descanso para mente ou corpo; seu coração fartou-se de amargura, e ele está embriagado pelo absinto (15; cf. Jr 23:25).2 Deus quebrou seus dentes com pedrinhas (16), i.e., deu a ele pedras em vez de pão. Co-briu-me de cinza significa que ele não passou por alguma dificuldade momentânea, mas, sim, pelas profundezas da desgraça e humilhação. A paz (17) foi tirada do profeta há muito tempo, e ele "esqueceu-se do que é ser feliz" (RSV).

Jeremias está nas profundezas do desespero. Ele clama: Já pereceu a minha for-ça, como também a minha esperança (18). Bloqueado em cada movimento, quebran-tado física e emocionalmente, dilacerado com inúmeras aflições, e sofrendo as dores dos condenados, a força se foi e a esperança o abandonou. Mas o limite do homem é a oportu-nidade de Deus. É precisamente nesse ponto que sua fé encontra uma base sólida.

B. UMA CONFISSÃO DE FÉ, 3:19-39

O profeta externou sua queixa diante do Senhor. Sua força se foi, seu coração está quebrado. Ele está exausto e desamparado. Toda tensão e conflito saíram dele. Ele con-segue desligar-se dos problemas. Humilde e quieto, ele espera diante de Deus. Na quie-tude vem a mudança. Ele começa a orar suavemente: "Lembra-te da minha aflição [...] Minha alma [...] se abate (se curva) dentro de mim (19-20). Discernimento e compreensão começam a tomar conta dele: Disso me recordarei (21) — ele começa a lembrar muitas coisas que havia esquecido durante sua aflição. Deus não despreza al-guém com um coração quebrantado e contrito (51 51,17) !

Certamente aqui está "Uma Mensagem de Fé e Esperança".


1) As misericórdias de Deus nunca cessarão; suas misericórdias não têm fim (22). Mesmo quando falhamos, Ele permanece fiel! Além do mais, suas misericórdias se renovam a cada manhã (23). A continuidade da misericórdia de Deus é uma prova da sua fidelidade,' por isso o profeta clama: Grande é a tua fidelidade' . Esses pensamen-tos provocam uma resposta sincera, e o profeta continua: A minha porção é o SENHOR (i.e., a soma total dos meus desejos) ; portanto, esperarei nele (24). Enquanto o profeta confessa sua fé em Deus, outras coisas tomam conta da sua mente.

  1. 0 caminho de Deus é o melhor caminho.
    a) Ele é favorável para a alma (25) que busca a sua orientação. b) Paciência e esperança (26) abrem os canais da salvação. c) Disciplina na mocidade (27) tornam a idade adulta segura e bem-sucedida.
  2. Bem-aventurado é o homem que suporta a tentação. a) Esse homem entregou-se completamente a Deus. b) Ele "pôs a boca no pó", em humilhação (29). c) Ele entregou os seus direitos e, semelhantemente a Jesus, ofereceu a sua face (30) aos que o queri-am ferir (Is 50:6; Mt 5:39) ; e quando foi afrontado e injuriado, ele não injuriou 1Co 4:12-1 Pe 2.23).
  3. O sofrimento tem um propósito moral.
    a) Deus testa seu povo, mas sua rejei-ção não é permanente. Ele não o rejeitará para sempre (31). b) Embora permita que venha o sofrimento, Ele ama demais a humanidade para abandoná-la ou permi-tir que seja provada além das suas forças (32). c) Ele não tem prazer nas aflições dos homens (33), mas permite que essas aflições ocorram para que algo melhor possa acontecer ao sofredor.
  4. Podemos estar plenamente certos de que Deus vê e desaprova todo mal. a) Ele é contra todo abuso e injustiça feita contra os desamparados (34). b) Qualquer perversão da justiça, quer por motivos religiosos ou políticos, contará com seu desagrado e casti-go (35-36).
  5. Lamentar sem razão das aflições é errado. Nada é feito sem a permissão de Deus. Ele permite que exista tanto o bem como o mal (38) nesse mundo. Como agente livre, o homem não precisa escolher o mal com sua punição resultante (39). Portanto, ele não deveria queixar-se acerca dos sofrimentos resultantes do seu pecado, mas deveria quei-xar-se dos seus pecados, que causam seu sofrimento.

C. UM APELO AO ARREPENDIMENTO, 3:40-47

Visto que a transgressão e rebelião da parte do povo redundaram em sofrimento e castigo, o profeta faz um apelo para que esquadrinhem (examinem) e provem seus caminhos (40; conduta). Ele insiste em que o mínimo que poderiam fazer seria ana-lisar a situação deles de maneira honesta. Em vez de culpar a Deus pelo sofrimento, deveriam averiguar o significado e propósito da dificuldade que veio sobre eles. O objetivo de tudo isso deveria servir para ajustar as contas entre eles e Deus, i.e., para voltarem-se novamente para o SENHOR. No hebraico, voltar ou "retornar" (shub) sig-nifica "arrepender-se".

Visto que a oração é a maneira mais apropriada de aproximar-se de Deus, Jeremias os admoesta a iniciar seu exame com um pedido sincero. Eles deveriam levantar o cora-ção juntamente com as mãos para Deus (41). A ênfase no coração indica que a verda-deira submissão deve ser acompanhada de atos exteriores de súplica, para que a oração seja genuína. No passado, eles haviam orado, mas seus corações não acompanharam suas mãos nesse exercício.

Nos versículos 42:47, o profeta fala as palavras que o povo precisa dizer. Aqui encon-tramos uma lamentação acerca do que a rebelião contra Deus acarretou para o povo.

Deve haver confissão de pecado: Nós prevaricamos e fomos rebeldes (42), e sua confissão deve ser acompanhada pela lamentação (pranto, pesar genuíno). Nesses versículos vemos "Os Resultados de Rejeitar a Deus".

  1. A rebelião corta as misericórdias de Deus; tu não perdoaste (42). De acordo com a sua natureza, Deus não podia perdoar até que ocorresse um arrependimento genuíno.
  2. A rebelião produz um castigo imediato e implacável: Mataste, não perdoaste (43). O pecado é um terrível bumerangue.
  3. A rebelião separa de Deus; uma nuvem fica entre o homem e Deus por causa da transgressão, de tal forma que a nossa oração não chega a Deus (44). Somente quando o povo se afasta da rebelião é que Deus poderá ouvir a oração (Sl 66:18).
  4. A rebelião traz humilhação e pesar: "Tu nos tornaste escória e refugo entre as nações" (45, NVI).
  5. A rebelião traz terror e confusão: Temor e cova vieram sobre nós (46-47). "O caminho dos transgressores é difícil" e o profeta roga para o povo produzir "frutos dignos de arrependimento" (Mt 3:8).

Os versículos 40:47 tratam do seguinte tema: "O que Fazer quando Vem a Condena-ção".

1) Admitir que estamos debaixo da condenação de Deus (42-47) ;

2) Examinar nossa vida de maneira honesta (
- 40a) ;

3) Voltar-nos ao Senhor (
- 40b) ;

4) Ser completamente sinceros em nossa oração (41) — A. F. Harper.

D. A DOR DA INTERCESSÃO, 3:48-54

Quando o profeta considera o que o pecado e a rebelião fizeram com seu povo, ele irrompe em uma oração de intercessão: Torrentes de água derramaram os meus olhos, por causa (em favor) [...] do meu povo (48). O tempo passa, mas ele não para de orar. Ele está determinado a continuar sua intercessão até que o SENHOR atente e veja desde os céus (50). Embora sua intercessão drene suas forças físicas, ele continua oran-do: "O meu olho (seu choro é o labutar da alma) lida severamente com a minha vida" (51, lit.). Em agonia de alma Jeremias enfrenta a morte física. Nesse momento, sua mente parece voltar-se à sua experiência na cisterna antes da queda de Jerusalém (Jr 38:6-13). O versículo 52 parece dizer que ele enfrentou a morte de uma forma semelhan-te naquela oportunidade. Sem motivo, seus inimigos o haviam caçado. Eles planejavam arrancar (53) a sua vida, ao lançá-lo na cova, e a cobriram com uma pedra. Ele afun-dou-se na lama, e as águas da morte (falando figurativamente) correram sobre sua cabeça. Em desespero ele gritou: Estou cortado (54), i.e., "a morte chegou". Essas palavras certamente foram escritas no estilo de Jeremias, cuja vida foi um martírio pro-longado. Elas foram colocadas aqui para que a oração do profeta possa se tornar uma oração de intercessão nos lábios do povo.

A passagem mostra "A Verdadeira Oração de Intercessão".

1) Quando intercedemos por uma pessoa é como se o pecado e a culpa dela fossem nossos.

2) A intercessão envolve um sentido de desespero (48-51) semelhante à da rainha Ester: "Perecendo, pereço" (Et 4:16).

3) Não pode haver intercessão sem sofrimento e humilhação.
4) A intercessão pode, na verdade, significar a morte do intercessor — pelo menos ele deve estar disposto a dar sua vida (Êx 32:32).

E. UMA CANÇÃO DE CONFIANÇA, 3:55-66

Quando o profeta olha para trás e lembra da sua experiência da cisterna e a compa-ra com o momento presente, sua fé começa a crescer. Ele logo irrompe em uma canção de confiança e esperança: Invoquei o teu nome, SENHOR [...] Ouviste a minha voz (55-56). Ele continua a cantar: Tu te aproximaste e disseste: Não temas (57). Ele agora traz todos os seus problemas, passados e presentes, diante do Senhor e clama: Pleiteas-te [...] remiste a minha vida (58). Viste (59-60). Ouviste (61). Tu [...] darás a recom-pensa (64). O hebraico da última parte do versículo 56 não é claro. Pode significar o seguinte: "Não feches os teus ouvidos aos meus suspiros e gritos" (Berkeley). Eu sou a sua canção (63) significa: "Eu sou o tema das suas canções de escárnio" (Berkeley).

Essa passagem expressa a confiança do poeta de que Deus vindicará seu povo, e, no tempo oportuno, sua justiça prevalecerá. Por isso, ele se regozija pela presença do Governante moral no universo que julgará a causa do pobre e necessitado. Ele olha adi-ante para o dia em que o povo de Deus será vingado dos seus inimigos: Perseguirás, e eles serão desfeitos debaixo dos céus do SENHOR (66). Naquele dia, o direito preva-lecerá sobre todo o mundo, e "a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar" (Is 11:9).

O tom refletido nos versículos 64:66 tem sido chamado de elemento "imprecatório" no Antigo Testamento. Esse aspecto é, às vezes, difícil de entender. As maldições que são invocadas sobre os inimigos parecem anticristãs e muito abaixo do padrão apregoado por Jesus em Mateus 5:43-48. No entanto, não podemos nos esquecer que é difícil distinguir entre as formas hebraicas: "Que isso aconteça" e "Isso acontecerá". Podemos estar certos de que pelo menos algumas das maldições são simples predições do que acontecerá como resultado da rebelião contra Deus (cf. CBB, Vol. III, "O Livro de Salmos", Int.).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Introdução ao Capítulo 3 do Livro de Lamentações de Jeremias

Terceira Lamentação: Resposta de Jerusalém. Reconhecimento da Justiça de Deus (Lm 3:1-66)

Os temas principais deste capitulo são; aflição, resignação, arrependimento e oração. Este capítulo toma a forma de uma lamentação pessoal, presumivelmente do profeta Jeremias. “No capítulo 3, a tristeza do povo desolado e o reflexo sobre o significado do desastre foram expressos por um indivíduo. Os primeiros quatro capítulos foram compostos no estilo de um acróstico alfabético. Nos capítulos Lm 1:1 e Lm 2:1, cada estrofe começa por uma letra hebraica, na ordem em que essas letras aparecem no alfabeto. Mas este longo terceiro capítulo tem três estrofes para cada letra hebraica. Existem vários estilos de poemas acrósticos. Discuto sobre isso na introdução ao Salmo 34. Vários dos salmos também foram compostos nesse estilo.

Este capítulo fala da confiança pessoal em Deus, a despeito das circunstâncias, e dessa maneira é similar ao Salmo 56. Relembra a terminologia de algumas das passagens de Jó.


Champlin - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 3 do versículo 1 até o 18

Lamentações 3:1-18

Lamentações 3


Vs. 1

9:34; 30:30

Vs. 5

19:6,19:12,23:17,16:13; 30:19,Lm 2:4; Lm 4:11). Ele se sentiu confuso ao observar que Deus aparentemente reverteu suas atitudes e atos passados” (Charles H. Dyer, in loc.). Cf, Is 10:5, onde a Assíria é chamada de vara da ira de Yahweh.

Lm 3:2

Ele me levou e me fez andar. O homem pobre foi levado para um lugar totalmente destituído de luz. Ali, em meio às densas trevas, foi brutalmente espancado pela vara da ira de Deus, e não compreendeu o porquê. Conforme este versículo com 9:34 ; 19:8. Há muitos paralelos com aquele livro, conforme demonstro no gráfico na introdução a este capítulo. “Trevas” aqui significam os sofrimentos e a falta de compreensão ou esperança. Ajax (Homero, ilíada xvii.
647) disse: “Mata-me, se é teu dever, mas mata-me à luz”. O vs. Lm 3:6 deste mesmo capítulo traz de volta a metáfora das trevas. “Nos escritos sagrados, as trevas com freqüência representam a calamidade, ao passo que a luz representa a prosperidade” (Adam Clarke, in loc.). Conforme este versículo com Sl 97:11; Sl 112:4.

Lm 3:3

Deveras ele volveu contra mim a sua mão. A mão divina voltou-se contra o homem, aplicando-lhe repetidos golpes, dia após dia. Entrementes, o homem espancado não sabia por que Deus estava tão irado com ele. A mão divina oferece bênçãos e maldições, dependendo do que cada indivíduo merece. Ver sobre mão, em Sl 81:14; e sobre mão direita, em Sl 20:6. Ver sobre braço, como o poder divino em ação, em Sl 77:15; Sl 89:10; Sl 98:1. “A mão de Deus, antes favorávei, tornou-se um punho de adversidade" (Charles H. Dyer, in loc.). Diz o hebraico original aqui, literalmente: “ele volveu, ele volveu", que forma uma expressão ímpar, usada somente aqui em todo o Antigo Testamento, mas a idéia da mão golpeadora de Deus é bastante comum. Conforme este versículo com 7:18.

Por muitas vezes palmilhamos a vereda diante de nós Com um coração cansado, ardente.
Com freqüência labutamos em meio a sombras,
Todo o nosso labor renderá dividendos,
Quando as sombras se tiverem dissipado E as névoas tiverem desaparecido.

(Annie Herbert)

Lm 3:4
Fez envelhecer a minha carne e a minha pele.
Punições divinameníe aplicadas tinham piorado muito a saúde do profeta. Conforme Sl 38:2,Sl 38:3. Conforme este versículo com 7:5 ; 30:30. Ver o gráfico na introdução ao capítulo 3 quanto aos muitos paralelos entre Jó e este capítulo. A pele e a carne do homem tinham envelhecido, e seus ossos estavam quebrados, figuradamente. Ver sobre ossos, em Sal, Sl 102:3. Talvez os termos pele, carne e ossos representem o ser inteiro, e não apenas o corpo. É fácil observar como crises profundas podem envelhecer rapidamente uma pessoa.

Lm 3:5

Edificou contra mim. O pobre homem foi cercado e assediado tal e qual acontecera a Jerusalém. Mas seus assediadores e o exército que franzia a testa contra ele eram a amargura e a tribulação, ambos acontecimentos funestos.

Veneno. Algumas traduções dizem aqui “fel”, outras falam em “amargor". Está em foco alguma erva amargosa, citada figuradamente para indicar situações e acontecimentos que azedam a vida das pessoas. Conforme este versículo com 19:6,19:12. “O sentido é que ele estava cercado por tristezas e aflições tão desagradáveis quanto as ervas mais amargas e venenosas” (John Gill, in loc.). Conforme Jr 8:14. “O ataque da tristeza é apresentado sob a figura de um assédio militar” (Ellicott, in loc.). Da mesma maneira que Jerusalém não pôde escapar de seu assédio, o profeta pôde escapar do seu. Ver os vss. Lm 3:7 e 9.

Lm 3:6
Fez-me habitar em lugares tenebrosos.
Conforme o vs. 2, onde o homem é conduzido a lugares tenebrosos. Isso é aqui definido como um presságio de morte, visto que aqueles que morrem há muito tempo estão em um lugar escuro. A referência pode ser ao sheol. Nas Escrituras, esse lugar usualmente é apenas a morte ou o sepulcro, ou seja, onde os homens são sepultados. Mas, de outras vezes, está em vista alguma espécie de vida pós-túmulo. Essa doutrina passou por uma transição, tal como sucedeu à doutrina do hades, no Novo Testamento. Quanto a versículos que parecem levar-nos além da mera idéia de sepulcro, ver Sl 88:10; Sl 139:8; Pv 5:5; Is 14:9; Is 29:4. Noas livros pseudepígrafos e apócrifos, temos novos avanços da idéia. Parte do sheol destinava-se aos ímpios, e outra parte era devotada aos justos. Em I Enoque, foram acesas as chamas do inferno pela primeira vez, e essa idéia passou para algumas passagens do Novo Testamento. Ver o detalhado artigo sobre o Hades, no Novo Testamento Interpretado. O vs. Lm 3:6 é uma citação direta de Sl 143:3, com leve mudança na ordem das palavras, adaptando o trecho ao estilo acróstico do profeta. Quanto aos poemas acrósticos, ver a introdução a Sal, 34. Provavelmente nada diz respeito ao sheol. Está em vista o sepulcro ou, talvez, esquecimento seja a idéia aqui apresentada.

Se o profeta estava pensando no sheol, interpretava isso como outro nome para o sepulcro. O Targum fala sobre o sepulcro, por meio do qual os homens vão para o outro mundo, e alguns intérpretes modernos concordam com essa avaliação. Mas é difícil reconciliar isso com a idéia de trevas, O profeta dificilmente podería pensar em ir para um lugar escuro por meio da morte, a menos que a doutrina de sheol ainda estivesse nos primeiros estágios do desenvolvimento. Cf. 23:16,23:17.

Lm 3:7

Cercou-me de um muro, não posso sair. Encontramos aqui um quadro sobre o cerco e a captura da vitima de um exército, Mas o sujeito oculto (ele) é Yahweh como Sabaote, o Capitão dos Exércitos que liderou o exército babilônico à vitória sobre Jerusalém. As muralhas servem de proteção, mas algumas tèm por objetivo conservar as pessoas encerradas, como as paredes de uma prisão. O homem foi aprisionado em sua miséria e não tinha como escapar. Ele foi capturado e preso com pesadas correntes — sua liberdade acabou-se, e sofrimentos lhe foram adicionados — uma das condições mais deploráveis que podem ocorrer a um homem. Conforme este versículo com 19:8.

Ele me encerrou, pelo que não pude sair.
Ele me prendeu com pesadas correntes.

(NCV)

Vss. 7-9. 3:23; Os 2:6. Não foi visando a eterna ruína que Israel foi encerrada, mas visando o seu bem, em última análise. A aprisionada nação de Israel não podia continuar em suas veredas tortuosas e tinha de voitar-se para Yahweh, finalmente. Foi assim que ela retornou a seu “primeiro marido”, abandonando seus amantes (as práticas pagãs, os Ídolos etc.).

Lm 3:8

Ainda quando clamo e grito. As orações do profeta deixaram oe ser ouvidas e respondidas, uma das piores coisas que pode acontecer a um homem espiritual. Essa é uma provação realmente difícil, quando a oração não mais modifica as coisas. Portanto, o homem nessa situação fica sujeito aos ataques do caos. Jó enfrentou a mesma calamidade, conforme lemos em 30:20, Ver no Dicionário o artigo chamado Oração, quanto às vantagens que os homens esperam alcançar da súplica a Deus. A oração é onde se encontra a ação. Quando a oração pára de funcionar, o homem bom fica sujeito ao temor e à incerteza. Conforme este versículo com Sl 22:2. Quanto à aparente indiferença de Yahweh em relação aos homens, ver Sl 10:1; Sl 28:1; Sl 59:4; Sl 82:1 e Sl 143:7. Esse é um dos temas principais dos salmos de lamentação, que é a classe mais numerosa dos 18 tipos de salmos. Quanto a essas classificações, ver o frontispício ao livro de Salmos, onde apresento um gráfico que mostra os tipos de salmos e quais pertencem a cada classificação.

Ensina-me a suportar as lutas da alma,
A enfrentar a dúvida que se ergue, o suspiro rebelde.
Ensina-me a paciência da oração sem resposta.
(George Croly)
Lm 3:9

Fechou os meus caminhos com pedras lavradas. A idéia do iugar fechado se repete (ver o vs. Lm 3:7), mas agora o agente encerrador são pedras lavradas, um material mais forte do que aquele geralmente usado nas paredes (tijolos), E, então, no lugar dos grilhões de bronze, temos aqui a nota de que as veredas do pobre homem se tornaram tortuosas e levavam a lugares para onde ele não queria ir, não lhe dando a liberdade de “escolher o seu caminho”. É conforme diz o antigo hino: “Eu gostava de escolher e ver meu caminho, mas agora lidera-me Tu” (John H. Newman). O homem afligido foi forçado a seguir veredas tortuosas para a destruição, o que ele jamais escolhería. Ele tinha perdido o poder da vontade e estava seguindo um destino tristonho. A maciça parede de pedras não permitiría que o homem avançasse, pelo que ele foi desviado para um labirinto cheio de confusão e abismos. Conforme este versículo com 19:8. Quanto aos muitos paralelos entre este capítulo e o livro de Jó, ver o gráfico no começo do capítulo.

Lm 3:10,Lm 3:11

Fez-se-me como urso à espreita. A aflição do homem é agora comparada a alguém que foi emboscado e atacado por animais ferozes, como o urso ou o leão. Os perigos que ele enfrenta podem ser temiveis, trazer tristeza, dor e, finalmente, morte. Portanto, ele pode ser despedaçado e devorado por esses animais. Na Palestina alguns animais bem grandes eram tão numerosos que corriam selvagens e constantemente ameaçavam a vida humana, bem como os animais domésticos. Conforme os vss. Lm 3:10 e 11 com 10:16; 16:9. O pobre homem que caiu na vereda seguida pelo leão foi despedaçado (vs. Lm 3:11). No entanto, foi Yahweh quem levou a vítima à emboscada, fazendo-o ser apanhado pelo leão ou peío urso, porquanto é Deus quem intervém na história da humanidade e controla os eventos, pessoais e nacionais, O leão é enviado para atacar o pecador. Conforme estes dois versículos com Os 6:1 ; Os 13:8; Am 5:19; Jr 4:7; Jr 5:6; Jr 49:19 ; Jr 50:44. O resultado dos ataques é a desolação, havendo pesadas perdas.

Lm 3:12,Lm 3:13

Entesou o seu arco. Yahweh é o arqueiro especialista cujas flechas nunca erram o alvo. As flechas infligem danos e dor, e também matam. Os vss, 12 e 13 são similares a 16:12,16:13. Ver também 6:4 ; 7:20. O leão (vs. Lm 3:10) sugere o caçador, mas quando ele aparece em cena, como que para salvar a vítima, o caçador torna-se outro atacante e completa a obra da destruição. Sua aljava vive cheia de flechas mortíferas, e assim ele as atira rapidamente, atravessando o coração do homem (vs, 13). A ponta das flechas de Yahweh tinham sido mergulhada em veneno mortífero, pelo que elas eram dupiamente eficazes (6:4). “Os julgamentos de Deus são representados por várias metáforas, como a espada, a fome, a pestilência, os animais ferozes (Dt 32:23,Dt 32:42; Ez 5:16; Ez 14:21) e as flechas (Sl 38:2)” (John Gill, in loc.).

Lm 3:14

Fui feito objeto de escárnio para todo o meu povo. Além de ser um alvo para as flechas divinas, o pobre homem era objeto das zombarias do povo, ou seja, dos inimigos, dos amantes e dos ex-aliados de Judá. Ver as zombarias dos escarnecedores em Jr 20:7. Conforme o versículo com 30:9. Alguns estudiosos pensam que este versículo tem um reflexo messiânico, por ser Ele o tema do cântico dos beberrões (ver Sai. 69.12), mas essa interpretação por certo representa um exagero. O terceiro capitulo do livro de Lamentações dificilmente e messiânico. O texto massorético aqui diz: “lodo o meu povo". Se esse é o texto correto, então os judaitas são retratados como quem zombava das vítimas das punições divinas. Alguns manuscritos massorétícos, além da versão siríaca, dizem "de todos os povos", mudando assim a direção das zombarias dos pagãos. Isso está mais próximo da verdade do que aconteceu, mas a mudança pode ter sido feita de propósito, para dar ao versículo essa idéia, visto que "meu povo" parecia estar fora de lugar, Ver no Dicionário o artigo chamado Manuscritos do Antigo Testamento, onde incluo material sobre como os textos corretos são escolhidos quando aparecem variantes. Ver também, no Dicionário, o verbete chamado Massora (Massorah): Texto Massorético. Alguns destacam Jr 20:7,Jr 20:8, que narra a perseguição de Jeremias por seus conterrâneos de Anatote, e talvez seja isso o que esteja em vista aqui. Como é claro, ele caiu presa de seu próprio rei, foi aprisionado e sofreu terrores. Ver Jer. 37. Mas esses acontecimentos ocorreram antes do cerco de Jerusalém por parte dos babilônios. Talvez o terceiro capítulo de Lamentações ir mais longe que aqueles relacionados aos acontecimentos finais.

Lm 3:15

Fartou-me de amarguras. O profeta ficou amargurado por seus sofrimentos. O absinto era uma erva amarga como o fel. Ver sobre ambas as coisas no Dicionário. Conforme Jer, Jr 9:15 e 9:18. Ver também Lm 1:4 e o vs. Lm 3:5 deste capitulo. O profeta ficou amargurado por punições extremamente severas, o que também aconteceu à dama, Jerusalém. O povo comia e bebia das ervas amargas e venenosas de suas refeições, e ia sendo encaminhado para a destruição. Conforme Ex 12:8 e Nu 9:11. Ver Lm 5:19."... amargas aflições e calamidades, que o profeta e o povo experimentavam” (John Gill, in loc.). E eles se embriagaram com a bebida amarga (ver Is 51:17,Is 51:21; Jr 25:27).

Lm 3:16

Fez-me quebrar com pedrinhas de areia os meus dentes. Mais e mais figuras são empregadas para expressar os severos sofrimentos do profeta sofredor. Agora, mediante o poder de Yahweh, ele foi forçado a mascar pedrinhas, como se só tivesse areia como alimento. Ademais, foi “esmagado no pó”, pelo pé divino, que o pisava (NCV). Mas a Revised Standard Version diz “cobrir de cinzas". “Pisado aos pés, privado de paz e prosperidade e, assim, levado ao desespero” (Charles H. Dyer, in loc.). Ver 19:10 e 30:19, que tem paralelo nos vss. Lm 3:16-18.

“Que figura para expressar desgosto e dor, com a consequente incapacidade de receber alimentos para sustentar a vida. Um homem, em vez de pão, é forçado a comer pedrinhas, que ele se esforça por partir com os dentes. Dificilmente alguém pode ler essa descrição sem sentir dor de dentes... Então o homem vê-se coberto de cinzas — a idéia de morrer sufocado... Dificilmente alguém pode ler isso sem sentir a respiração embargada e os pulmões apertados! Por acaso alguém já conseguiu pintar a tristeza como esse homem?” (Adam Clarke, in loc.). “Coberto de cinzas, conforme costumava acontecer aos lamentadores... O Targum diz: ‘Ele me humilhou’. A Vulgata e a versão árabe dizem: ‘ele me alimentou com cinzas', que leva avante a metáfora da alimentação” (John Gill, in loc.).

Lm 3:17

Afastou a paz de minha alma. Coisas altamente valorizadas, como a paz e a prosperidade, foram aniquiladas por todo aquele sofrimento. A alegria desapareceu. A felicidade se acabou. A vida do homem não mais valia a pena ser vivida. A expressão “minha alma" é simples substituto do pronome “eu”, O profeta não estava falando sobre o bem-estar e o destino da alma imortal. Antes, falava sobre o bem-estar físico que tinha sido roubado dele pelas suas calamidades. O roubo duraria pelo resto de sua vida mortal. Os dias bons tinham desaparecido. “Ele se tinha afastado tanto da paz e da prosperidade que perdera toda a noção sobre essas coisas... Ele nunca esperava vê-las de novo” (John Gill, in loc.).

Lm 3:18

Então disse eu: Já pereceu a minha glória. A vida gloriosa tinha-se afastado do profeta. A alegria dada pela prosperidade transformou-se em amargura. Sua força foi completamente debilitada. Ele perdeu a esperança. Yahweh não era mais seu ajudador. De fato, tinha-se tornado seu inimigo. A fonte de toda essa miséria era divina. O profeta estava sendo punido por causa do pecado. A esperança é o apoio dos miseráveis, mas quando ela se perde a morte é a atração para a qual os homens correm, “a fim de dominá-la”. Conforme Sl 31:22.

Vivo na esperança, e penso que assim fazem todos aqueles que vêm a este mundo.

(Robert Bridges)
Ver no Dicionário o artigo chamado Esperança. Ver Is 26:4; Is 45:24 e Jr 14:8.


Champlin - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 3 versículo 1
É difícil saber se aquele que se lamenta é um indivíduo ou o povo personificado na figura de um homem (e não de uma mulher, como nas lamentações anteriores). De qualquer forma, esse indivíduo encarna e expressa os sofrimentos da sua nação (conforme vs. 40-47, onde já não se emprega a primeira pessoa do singular, mas do plural, isto é, uma expressão típica das lamentações coletivas). Ver a Introdução aos Salmos.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 3 do versículo 1 até o 66
*

3.1-66 Quando um indivíduo expressava a tristeza da comunidade, a esperança e o consolo eram sustentados pelo conhecimento do amor compassivo de Deus.

* 3:1

Eu sou o homem. Este capítulo é um acróstico com três versículos para cada letra do alfabeto hebraico. Quanto à possível identidade do autor com Jeremias, e à forma de poesia acróstica como um aspecto da poesia dos hebreus, ver a Introdução e mais abaixo. Quanto a retratos do próprio Senhor como aquele que tinha afligido o escritor, ver 19:21; Sl 88:7,15; Jr 15:17,18. Neste poema, um indivíduo exprime a tristeza de sua comunidade (vs. 22,40-47).

* 3:2

em trevas e não na luz. Contrastar com Is 9:2. As trevas são uma metáfora para a aflição experimentada como a ausência de Deus; a luz representa o contrário: salvação e bênção. O dia do Senhor é descrito nesses termos em Am 5:18.

* 3:4

a minha pele... os meus ossos. Essas são características de aflição física, talvez devidas à idade avançada ou à enfermidade (13:28; Is 38:13).

* 3:5

de veneno e de dor. Os efeitos emocionais e físicos da aflição andam de mãos dadas.

* 3:6

como os que estão mortos para sempre. As aflições e as enfermidades da vida diminuem a sua plenitude, culminando na morte. Em sua condição debilitada, o profeta considerava-se ter pouco mais de participação na vida do que se estivesse, realmente, morto. Na perspectiva dos vivos, os mortos nem ao menos existem, ou existiriam como sombras (Pv 2:18; 9:18 e notas). Quanto a outros quadros sobre a morte, no Antigo Testamento, ver 3:11-19; Sl 6:5; 115:17; Is 14:18,19. Contra esse pano-de-fundo, o Antigo Testamento mostra-se eloqüente em seu testemunho em prol da ressurreição além do sepulcro (19:25-27; Sl 16:9-11; 49:15; 73:24).

* 3:8

ele não admite a minha oração. Quanto a orações que não são ouvidas, ver Sl 10:1; 13:1 e 22.1,2.

* 3.10-12 urso... flecha. Alguns dos perigos que poderiam atingir realmente o viajante, são maneiras vívidas de exprimir terror e aflição.

* 3:14

objeto de escárnio. Ver Jr 20:7.

* 3:17

paz... bem. Essas condições, a súmula da bênção, estavam totalmente ausentes.

* 3:18

minha glória... no SENHOR. A expressão de desesperança atinge aqui o seu ponto culminante.

* 3:20

os recorda. A experiência do poeta é um símbolo das experiências do povo; ver a linguagem em 1.7.

* 3:21

Quero trazer à memória. As lembranças que antes desencorajavam, agora encorajam (Sl 77:3-9,10-15). A memória da dedicação de Deus a seu povo faz manar a esperança do desespero.

* 3.22-24 O ponto culminante do poema e do Livro é atingido aqui. A forma de lamentação tem pontos cruciais onde a experiência de rejeição por parte de Deus transforma-se, inesperadamente, em confiança, com base no conhecimento do caráter de Deus e em suas misericórdias passadas. Ver as confissões de confiança e esperança, em Sl 22.

* 3:22-23 Ver "Deus É Amor: A bondade e a Fidelidade Divinas", em Sl 136:1.

* 3:22

As misericórdias. Quanto à palavra hebraica (hesed), ver Sl 36:5, nota. A forma plural, usada aqui, relembra muitos atos, ou, talvez, as riquezas da misericórdia divina.

A dedicação de Deus à aliança está sempre ligada à sua compaixão, um termo que envolve uma profunda emoção. Não somos consumidos porque a compaixão de Deus não se esgota. A ira de Deus contra o seu povo termina porque a sua compaixão não pode terminar (4.22; Os 11:8).

* 3:23

cada manhã. O amor de Deus fará raiar a manhã da salvação (Sl 90:14; Ml 4:2; Lc 1:78).

fidelidade. A confiabilidade ilimitada de Deus, torna-o digno de fé (Hc 2:4).

* 3:24

A minha porção. Esta frase nos relembra as alocações territoriais às tribos de Israel. Os sacerdotes e os levitas, que não receberam porções sob a forma de terras, tinham o Senhor como sua porção (Nm 18:20; conforme Sl 73:26).

* 3:25

Bom é o Senhor... para a alma que o busca. Deus é sempre bom para com aqueles que o buscam, põem nele a sua esperança, e nele aguardam (conforme 13 28:9'>1Cr 28:9). O tríplice "bom" que aparece neste contexto (conforme vs. 26 e
27) enfoca a bondade de Deus.

* 3:27

na sua mocidade. Ao que tudo indica a referência é aos sofrimentos de Jeremias no começo e no meio de sua vida, talvez significando que ele seria aliviado em sua idade avançada. Talvez a comunidade, como se fosse um único indivíduo, deveria ter a esperança que o jugo seria retirado com o decorrer do tempo.

* 3.28-30

porquanto... farte-se da afronta. O profeta exortou os aflitos a suportarem o presente sofrimento, à luz das afirmações existentes nos próximos versículos.

Assente-se solitário. Conforme 1.1.

* 3:30

Dê a face ao que o fere. A humilhação sofrida por Israel serviu de prefiguração da humilhação de Cristo (Is 50:6; Mt 26:67).

* 3.31-33 Visto que Deus é cheio de compaixão, a presente experiência de sua ira tem que ser de breve duração (Sl 30:5; Is 54:7; Os 6:1). Uma vez mais, a compaixão é vinculada ao amor (no hebraico, hesed, 3,22) infalível de Deus. Deus não aflige os homens "de bom grado", isto é, "com alegria" e "de todo o seu coração", nem mesmo por ocasião do Juízo Final.

* 3.34-36 O que fica implícito nestes versículos é que Deus não pode aprovar tais coisas (8:3). Naturalmente, Deus tem aprovado essas mesmas coisas, visto que ele as tem feito acontecer. Esse era o problema de castigo e de aflição que o poeta enfrentava.

* 3:37-38 Tudo quanto acontece é pela palavra de Deus (Gn 1:3), tanto a calamidade quanto o bem (Am 3:6).

*

3:39 Visto que tudo acontece pela palavra do Senhor, nenhum homem vivo pode queixar-se quando Deus manda a calamidade como castigo contra o pecado.

Queixe-se cada um dos seus próprios pecados. O pecado dos indivíduos é uma parte importante da resposta do profeta ao problema da condenação e da aflição (por mais temível que seja o juízo divino, 2:20-22). A frase, no seu original hebraico, implica que o pecado e o conseqüente castigo pertencem, inescapavelmente, um ao outro.

* 3.40-47 Note o leitor que os que falam estão no plural, por toda esta seção.

* 3.40-42

Esquadrinhemos... Nós prevaricamos. Temos aqui uma chamada ao arrependimento, ao reconhecimento do pecado. O impulso para confessar os pecados parece ceder caminho imediato a uma lamentação renovada, após a declaração que diz: "Tu não nos perdoaste" (v.42). A confissão pode ter sido superficial ou hipócrita. Em ambos os casos as penalidades não foram suspensas.

* 3.43-45

Cobriste-nos de ira... no meio dos povos. Aqui o profeta faz uma paródia com as ações de Deus no êxodo. Naquela ocasião a ira de Deus ajudou a Israel; foram os inimigos dos israelitas que foram mortos sem piedade; e a nuvem era um sinal de favor divino. Israel era preciosa entre as nações, e não "cisco e refugo".

* 3.48-66 Aqui o discurso reverte novamente para o singular.

torrentes de águas. Há fortes ecos do livro de Jeremias, nesta íntima associação entre a tristeza do povo e a tristeza do poeta. É sugerida uma ligação entre os sofrimentos do povo e os sofrimentos do poeta.

* 3:49

Os meus olhos choram. Essas palavras refletem uma linguagem familiar de lamentação (Sl 6:6; 42:3; Jr 9:1; 18).

* 3:52

sem motivo são meus inimigos. Sl 35:19; Jo 15:25.

* 3:53

lançaram-me na cova. Sl 28:1; 88:6. A vida de Jeremias pode estar novamente em vista, nestes versículos (Jr 38:6).

* 3:55

cova... invoquei o teu nome. Ver Sl 16:10,11; 30:1; e a experiência de Jonas (Jn 2:2-7). O sofrimento de Cristo como o justo Servo do Senhor leva ao mais alto cumprimento esse tema recorrente dos profetas sofredores e seu livramento pelo Senhor.

* 3:56

Ouviste a minha voz. O ponto crucial da lamentação é atingido quando ao poeta se garante que o Senhor tinha ouvido a sua oração (Sl 6:8-10).

* 3:57

Não temas. Essa é uma exortação comum no Livro de Isaías (p.ex., Is 41:10; conforme Mc 6:50).

* 3.58-66

Esta seção adota o tema bíblico dos sofrimentos inocentes e vicários que atingiram o seu ponto culminante na morte de Cristo em favor daqueles que ele veio salvar.

* 3.58-60

a causa... remiste a minha vida... a minha causa. Em Jeremias 50:34, o Senhor é o Redentor de Judá e pleiteia pela causa dos seus habitantes. Aqui o Senhor pleiteia contra eles, porquanto se tinham voltado contra o seu profeta.

* 3.64-66

Tu lhes darás a paga. A nota de vingança se faz presente em Jr 12:1, tal como em Sl 77:6,7.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 3 do versículo 1 até o 66
3.1ss No momento mais sombrio do Jeremías, sua esperança se fortaleceu com esta segurança: Deus foi fiel e seguiria sendo-o. Jeremías viu o julgamento de Deus assim como seu amor inquebrável. No tempo do julgamento, a misericórdia de Deus seguiu sustentando ao Jeremías, assim como nos tempos de prosperidade profetizou sobre o julgamento de Deus.

3.1ss No hebreu original, os primeiros quatro capítulos do livro de Lamentações são poemas acrósticos. Cada versículo em todos os capítulos começa com cada uma das letras do alfabeto hebreu. O capítulo 3 tem 66 versículos em vez de 22 devido a que é um acróstico triplo: os primeiros três versículos começam com o equivalente da letra A, os três seguintes com a letra B e assim sucessivamente. Esta era uma forma típica da poesia hebréia. Outros exemplos de acrósticos são os Salmos 37:119-145, e Pv 31:10-31.

3.21, 22 Jeremías viu um raio de esperança em todo o pecado e a tristeza que o rodeava: "Pela misericórdia do Jeová não fomos consumidos, porque nunca decaíram suas misericórdias". Deus responde com agrado nos brindando ajuda quando a pedimos. Possivelmente haja algum pecado em sua vida que pensa que Deus não perdoará. O amor inquebrável de Deus e sua misericórdia são maiores que qualquer pecado e O promete nos perdoar.

3:23 Por experiência pessoal, Jeremías conhecia a fidelidade de Deus. Deus prometeu que o castigo seguiria à desobediência e aconteceu assim. Entretanto, O também prometeu restauração e bênções futuras e Jeremías sabia que Deus também cumpriria essa promessa. Acreditar na fidelidade de Deus dia detrás dia nos faz confiar em suas grandes promessas para o futuro.

3.27-33 "Levar o jugo" significa ficar sob a disciplina de Deus voluntariamente e aprender o que O nos quer ensinar. Isto envolve diversos fatores importantes: (1) meditação em silencio sobre o que Deus quer, (2) arrependimento humilde, (3) domínio próprio frente às adversidades, e (4) paciência confiada dependendo do Professor divino para que nos dê lições de amor para a vida. Deus tem diferentes lições tanto a curto como a longo prazo para você agora. Cumpre você sua tarefa?

3:30 "Dê a bochecha ao que lhe fere" significa submeter-se a abuso físico sem defender-se, sem devolver o mal. Jesus ensinou a seus seguidores a pôr a outra bochecha (Mt 5:39) e O foi exemplo disto ao mais alto nível antes de sua crucificação (Mt 27:27-31; Lc 22:64; Jo 18:22; Jo 19:3).

3.39-42 Os pais disciplinam a seus filhos para formar uma boa conduta. Deus disciplinou ao Israel para formar uma vida e uma adoração corretas. Não devemos nos queixar da disciplina a não ser aprender dela, confiando em Deus e estando dispostos a trocar. Devemos permitir que a correção de Deus faça surgir em nossa vida a classe de conduta que ao agrada.

3.52-57 Em um momento de seu ministério, ao Jeremías o lançaram a uma cisterna vazia e o deixaram ali para que morrera no lodo que havia no fundo (Jr_38:6-13). Mas Deus o resgatou. Jeremías utilizou esta experiência para ilustrar como a nação se afundava no pecado. Se se voltavam para Deus, O os resgataria.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 3 do versículo 1 até o 66

III. O indivíduo afetado (Lm 3:1 , e configuração do poema em um livro enfatizando o sofrimento da nação, são argumentos fortes que o formulário de pessoal é parte de um estilo que realmente fala da tristeza da nação. Keil argumenta: "Daí o sofrimento do indivíduo, que é descrito nos versículos


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 3 do versículo 1 até o 66
3:1-66 Este capítulo, com seu acróstica de três em três versículos, encontra-se em torno dos sofrimentos pessoais do escritor, que também fala como representante do povo.
3.1 Vara do furor. Aqui se tratam: da Babilônia. Numa época anterior, a Assíria era "o cetro da ira de Deus" (Is 10:5).

3.13 Coração. Lit.. "Rins", veja 1.20n. Flechas. Os filhos.

3.14 Canção. Zombaria, veja 3.63.

3.16 Pedrinhas. O único outro versículo com esta palavra é o Pv 20:17. Exprime a idéia de tudo quanto é indigerível e desagradável.

3.18 Glória. Esta palavra em heb quer dizer também "seiva", sem a qual a árvore não vive. O escritor sente desespero, aflição, pranto e abatimento.

3.21 Trazer à memória. Lit. "fará voltar ao coração".

3.22 Características de Deus:
1) Misericórdia (heb hesed);
2) Compaixão (aqui traduzido por "Misericórdia" pela segunda vez, mas é outra palavra, racham, que dá a idéia de carinho);
3) Fidelidade, v. 23;
4) Bondade, v. 35;
5) Salvação e o resultado, v. 26.

3:25-27 O que é bom?
1) Deus é bom para os que desejam conhecê-lo (25);
2) Uma fé singela que aguarda a salvação e o bem do homem (26);
3) Bom para o homem é a paciência desde a infância, 27.
3.29 Boca no pó. O modo oriental de se prostrar em submissão total (Mq 7:17; Sl 72:9). O reconhecimento da sua indignidade.

3.30 Dê a face. Os servos de Deus que assim sofreram foram Jeremias (16:10), e o Servo descrito em Is 50:6 que é uma profecia acerca do Senhor Jesus Cristo (Mt 5:39; Mt 27:30; Mc 15:19).

3:31-36 Consolação para o servo sofredor de Deus:
1) Deus

não o rejeitará para sempre (Is 54:8);
2) Deus usará de compaixão;
3) Deus não aflige de bom grado (Jr 32:41), mas é-lhe necessário repreender e castigar seus, filhos. (At 14:22). As injustiças praticadas por vários opressores:
1) Mau tratamento aos prisioneiros, v. 4;
2) Perversão dos direitos humanos, favorecendo os réus, v. 35; perante o Altíssimo quer dizer na presença de juízes com autoridade concedida pelo próprio Deus, Êx 21:6; Sl 82:1,Sl 82:6; Sl 3:0) Subversão no pleito, v. 36.

3.39 O homem não deve queixar-se, se ao menos ficar com vida de simples vivente, já que é pecador, o castigo é para o bem (He 12:6-58).

3:40-42 O verdadeiro arrependimento, se demonstra em voltar para o Senhor, v. 40, orar v. 41, e se confessar pecador, v. 42.
3:46-48 Aqui há uma interrupção da ardem acróstica do hebraico, já que a letra pê, aqui aparece antes da letra ayin, a qual, no alfabeto hebraico, deveria aparecer antes do pê.

3.48 Torrentes. O chora aqui é muito mais intenso do que em 1.16n. Comp. Jr 13:17 e Sl 119:136 e 59.15.

3.54 Águas. Símbolo de um perigo que cerca a pessoa de todas as direções, do qual esta não poderá fugir, pois que invade a tudo.

3.55 Orar a Deus do meio da angústia é o assunto do Si 1,50 e do segundo capítulo de Jonas.

3.58 O Senhor Deus torna-se advogado, para defender n pobre e aflito de injustiça. Também é advogado que defende o crente das conseqüências do seu pecado, quando este se converte e confessa sua malícia. Isto se faz pela obra de Jesus Cristo (1Jo 2:1). 3.63 Assentam... levantam. Durante suas atividades e durante sua hora de descanso; portanto, a toda hora (Sl 139:2; Is 37:28). Objeto da sua canção. Os adversários o ridicularizavam nas suas canções de escárnio (Jo 30:9; Sl 69:12).

3.65 Cegueira de coração. Cegueira espiritual total (conforme 2Co 3:15). O capítulo que acabamos de estudar é uma descrição do sofrimento do profeta que o escreveu; ele sofreu como representante do povo em geral. O que se segue descreve o sofrimento do povo em geral, incluindo-se todas as classes. O último capítulo é uma queixa feita a Deus pela cidade de Jerusalém. O capítulo 1 descreve a situação da cidade de Jerusalém; o segundo capítulo descreve a situação do santuário e da cidadela.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 3 do versículo 1 até o 66
III. TERCEIRO LAMENTO (3:1-66)

A identidade do sofredor (o Eu) nos v. 139 tem sido o foco de muitas discussões e conjecturas, e diversos indivíduos foram sugeridos, principalmente Jeremias, enquanto a idéia de um “Eu” coletivo em que Sião fala sob o disfarce de um indivíduo tem encontrado aceitação. Não está em discussão somente a identidade do sofredor, mas também a relação desse capítulo com o restante do livro. Ao ocupar o ponto central do livro, o terceiro cântico de lamento contém um cerne essencial de esperança de restauração na hora oportuna de Deus. Há uma simetria no livro que destaca esse capítulo, imprensado como está entre dois blocos de material com uma descrição predominante e vívida do desespero. Ao longo de todo o livro, o autor escolheu se expressar em formas tradicionais (v. Introdução), e o elemento mais adequado para continuar o gênero do lamento e ainda assim introduzir um aspecto essencial de esperança é o lamento pessoal com o seu tema freqüente da “certeza de ser ouvido”. Essa é uma característica de salmos de lamento pessoal em que o sujeito inevitavelmente chega à certeza de que o seu grito vai ser ouvido. A forma é muito comum, e.g., nos salmos, mas o autor a modificou, como, aliás, já modificou outras formas tradicionais, para se adaptarem ao seu propósito particular. Não se tem em mente nenhum indivíduo específico, nem é necessário um “Eu” coletivo, mas o tema da “certeza de ser ouvido” é introduzido pela forma literária e então aplicado ao “nós” dos v. 40ss.


1) O homem que viu a aflição (3:1-21)

Grande parte da linguagem usada para descrever o indivíduo aflito é semelhante aos “salmos de lamento”, aliás, o v. 6 é uma citação direta de Sl 143:3, com as duas primeiras palavras transpostas para o acróstico. Ao contrário dos salmos, no entanto, o sofredor desse capítulo está sob castigo executado pelo próprio Javé, daí a sua capacidade de transferir o quadro com a sua lição para a nação, v. 21. Todavia, lembro-me também do que pode me dar esperança representa uma síncope introduzida pelo autor. A estrutura rígida do acróstico tríplice dessa seção impôs uma tensão ao autor e ao leitor. Ela é atenuada pelo autor quando mostra que as divisões de pensamento e a forma literária com freqüência não coincidem. Hillers ressalta a freqüência com que ocorre essa “sincopalidade” no livro, e.g., em 3.3,6,12,18,42,48,60 e 2.8 etc. No presente versículo, o último pensamento da seção dos v. 19-21 (heb. zayiri) é sincopado e forma uma ponte com o que segue para introduzir o elemento da esperança.


2)    O tempo de esperar em Deus (3.22
39)

A emenda do TM para produzir a formulação da NTLH (“O amor do Senhor Deus não se acaba”) é suave e é sugerida pelo Tar-gum e a Peshita. A tensão de desespero em que essa seção é propositadamente colocada faz os sentimentos acerca da fidelidade de Deus se tornarem ainda mais fortes (esse é um artifício comum na poesia hebraica). Aliás, ela destaca-se como uma declaração comovente da certeza dos bons propósitos finais que Deus tem para com os homens (cf. Rm 8:28). A ira de Deus é a fase passageira, a sua misericórdia está sempre disponível. Mas ele é o Soberano Senhor que concede suas bênçãos no tempo determinado por ele. O castigo pode ter a intenção de educar, e isso funciona melhor para um homem enquanto é jovem (v. 27). De qualquer modo, não é do seu agrado (melhor: “não é seu propósito”) trazer aflição e tristeza aos filhos dos homens (v. 33). Javé não age de forma injusta com os homens para lhes negar os seus direitos, mas entre as suas preocupações está tratar dos justos e dos injustos, e por isso dele vêm tanto as desgraças como as bênçãos (v. 38). v. 29. A menção de um homem que é punido por seus pecados conduz à seqüência lógica seguinte.


3)    Um tempo para avaliação (3:40-54)
v. 40-48. A menção do pecado e castigo
no v. 39 é a base para a ligação entre o que aconteceu antes e a experiência de Judá, e assim começam as frases com a primeira pessoa do plural, “nós”. Se tudo o que aconteceu antes é verdade acerca de indivíduos, por que não seria então acerca de comunidades? Isso conduz a uma exortação ao sincero arrependimento — voltemos ao Senhor. Levantemos o coração e as mãos para Deus (v. 40,41) — e abre caminho para a oração comunitária de confissão que segue. v. 48. Temos aqui mais um exemplo da sincopalidade em que desaparece a oração comunitária e reaparece a individual para completar a forma literária do lamento individual nos versículos seguintes, v. 49-54. A forma de lamento individual é retomada em linguagem típica para conduzir à “certeza de ser ouvido” em que Deus vai responder ao indivíduo e assumir a sua causa.


4) Um Deus pronto para responder (3:55-66)
Agora que as experiências paralelas foram estabelecidas entre os citados pelos lamentos individuais e por Sião, o poeta está livre para concluir a forma e esperar que a nação siga o paralelo, até o ponto em que Javé vai certamente responder ao clamor dos penitentes, v. 59. Toma a teu cargo a minha causah introduz a idéia de Deus como um juiz preparado para castigar a parte culpada. Isso põe o poema em harmonia com o pedido de Sião de uma aplicação coerente do juízo de Deus, que ela sente que vai incluir os seus inimigos, uma característica já expressa no final do cap. 1.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 3 do versículo 1 até o 3

A. As Tristezas que Deus Proporcionou ao Seu Servo. Lm 3:1-18.

1-3. Eu sou o homem. Aqui o sofredor está identificado e o seu tema declarado. Ele fala como um israelita representativo, enfrentando os caminhos negros e desconcertantes da Providência. Ele descreve nos versículos 4:18 o ataque furioso e impiedoso de Jeová.


Moody - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 3 do versículo 1 até o 66

Lamentações 3

III. O Sofredor Representante da Sião Ferida. Lm 3:1-66.

Este capítulo é o ponto alto do livro. Aqui Jeremias desnuda o seu coração ao leitor, o que faz freqüentemente na sua profecia. Sua vida foi um longo martírio, no qual serviu de juiz e intercessor do povo empenhado em sua própria destruição. Nenhum profeta jamais argumento u com um povo de maneira mais apaixonada do que ele, convocando uma conversão nacional. Estes fatos estão claramente evidentes nestes sessenta e seis versículos do capítulo 3.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Lamentações de Jeremias Capítulo 3 do versículo 1 até o 21
III. TERCEIRA ODE Lm 3:1-66

a) O clamor dos aflitos (Lm 3:1-21)

Este capítulo, com seu acróstico de três em três versículos se concentra em torno dos sofrimentos pessoais do escritor, embora ele aqui fale, sem dúvida alguma, "como o representante típico do povo" (T. H. Gaster). Através de todas as suas agonias respira um espírito de quieta resignação e confiança especialmente na segunda seção (22-39). Trata-se de um produto terminado de arte literária, embora seja possível descobrir uma falta de coesão aqui ou acolá devido às exigências da moldura alfabética. Porém, em mais de uma maneira este poema não conduz ao coração mesmo do livro. Como uma previsão sobre a paixão de Cristo, tem afinidades com Is 53 e Sl 22.

Uma vez mais, numa série de sugestivas metáforas, os sofrimentos são atribuídos diretamente a Deus: Ele me levou (2), etc. Uma das mais notáveis figuras que aqui aparecem é a de Deus na qualidade de caçador, a lançar Suas flechas (12-13) contra a presa. Também ofereceu pedras em lugar de pão; o que explica os dentes partidos, no vers. 16. Porém, nos vers. 19-21, o caminho aparece como preparado para um quadro diferente e complementar sobre o Todo-poderoso.


Dicionário

Aflição

substantivo feminino Condição de quem está aflito, angustiado, preocupado.
Sofrimento causado pelo desgosto.
Tristeza ocasionada por alguma dificuldade.
Excesso de preocupação; ansiedade, angústia.
Etimologia (origem da palavra aflição). Do latim offlictio.onis.

Adversidades, catástrofes e sofrimentos, que por vezes duram muito tempo. Às vezes a aflição nos é imposta por outrem, outras vezes por nós mesmos e ainda em outros casos pelo próprio Deus.

pesar, desgosto, mágoa, tristeza, pesadume (pesadumbre, espanhol), pesadelo, inquietação, agonia, consternação, opressão, angústia, amargura, ansiedade, transe, tormento, suplício, tortura, dor, sofrimento, padecimento, pena, tribulação, trabalhos, incômodos; aflito, pesaroso, desgostoso, magoado, triste, inquieto, agoniado, consternado, angustiado, amargurado, ansioso (ansiado), supliciado, atormentado, torturado, doloroso, dorido, dolorido, penalizado, atribulado, incomodado. – Aflição (de afligere (ad + fligere) “deitar por terra” é “grande incômodo moral, angústia que abate o espírito (diz Bruns.), que perturba a razão, e leva o aflito a obrar sem tino”... – Pesar é a “dor moral, o sentimento de tristeza (condolência) que nos causa uma notícia, um sucesso que não se esperava”. Também ficamos pesarosos (cheios de pesar) de não ter podido evitar um mal ou de não haver involuntariamente cumprido um dever. – Desgosto é o “mau grado que nos causa algum sucesso, ou, em geral, coisa que nos fere o coração”. Desgostoso é, no entanto, menos que pesaroso, pois indica apenas a falta de prazer, de boa vontade com que se faz, se recebe, se vê, etc. alguma coisa. – Mágoa é quase como desgosto; mas designa um desgosto ou pesar menos fundo, porém mais fino e talvez mais sincero. A criatura magoada, não só não sente prazer, mas está como revelando no semblante a tristeza, o desgosto, a saudade que sente. – Tristeza é o “estado de compunção em que se fica, muitas vezes por algum motivo que não é grande, ou mesmo sem motivo real e preciso”. Uma pessoa triste dá indício de que tem na alma preocupações que lhe toldam vida, ou que lhe alteram o humor normal. – Pesadume (ou pesadumbre, do espanhol) = “tristeza lamentosa, ligeira amargura”. “Nada viu que lhe aliviasse a saudade e pesadume”. (Fil. Elys., cit. Aul.). – Inquietação é menos que aflição: designa o “estado de espírito em que o medo, ou a desconfiança, ou a dúvida, etc., nos põe, tirando-nos a calma e o sossego. A pessoa inquieta sente-se preocupada com alguma coisa que lhe desagrada, e mostra-se um tanto ansiosa dessa preocupação. – Agonia (do grego agon “combate”) é propriamente a luta que o moribundo trava com a morte na hora extrema; e por extensão, é “toda ânsia que se pareça com essa aflição de morrer”. – Agoniado está quem sente ou parece sentir essa aflição de hora da morte. – Consternação é “a grande tristeza e desalento produzidos por alguma espantosa desgraça”. Quem está consternado mostra-se abatido de dor e de espanto, profundamente penalizado e inconsolável, ou pelo mal que aconteceu, ou pelo que receia venha a dar-se. – Opressão e angústia podem confundir-se; mas o segundo é mais forte. Opressão é, como definem os léxicos, a sensação desagradável que se experimenta respirando mal, ou por falta de ar, ou ar viciado, ou devido à moléstia que afete a função respiratória. Angústia é uma opressão tão forte e dolorosa, como se a pessoa angustiada tivesse impedida a respiração, numa aflição e ansiedade de quem se sentisse estrangular. – Amargura é dor mo- 130 Rocha Pombo ral acerbíssima, que aflige e angustia abalando e pungindo os mais nobres e santos afetos da pessoa amargurada. – Ansiedade, aqui, é o estado de quase opressão, de sofreguidão, de desejo inquieto e aflitivo em que fica a pessoa ansiosa, quer pelo receio de alguma desgraça, quer pela impaciência com que espera o que deseja. Entre ansioso e ansiado convém não esquecer que há esta diferença: o primeiro emprega-se no sentido moral: o segundo, no físico. “O doente está ansiado”. “A menina está ansiosa pelo noivo”. – Transe é como a crise, o momento mais duro dos trabalhos, das amarguras: momento que se deseja “passe logo” (de transeo... ire). – Tormento é a “dor e a inquietação ansiosa, causadas por sofrimento físico ou moral”. As dores do atormentado são dores que afligem e mortificam. – Suplício (do latim supplicium, no qual figura a raiz grega plek, sugestiva de “enleiar, transar”) era o tormento a que se submetia a vítima nos holocaustos, ou o incumbido de pedir aos deuses nas preces públicas. Hoje, é o sofrimento do que vai ser justiçado; e por extensão empregamos esta palavra suplício para designar padecimentos que se podem comparar aos de um condenado à morte. – Tortura (de torquere “dobrar, torcer, contrair”) significa “os tormentos a que se sujeitava o acusado quando não queria revelar alguma coisa que interessava à justiça”. Em sentido lato, torturado se sente aquele a quem se infligem duros constrangimentos, ou provações comparáveis à tortura. – Dor é “toda sensação que nos molesta, causada por alguma alteração traumática dos tecidos, ou por alguma pancada violenta; ou então devida a alguma anormalidade de funções de qualquer dos órgãos. Dor moral é a “comoção amarga, o sentimento de funda tristeza que nos vence a alma no meio dos contrastes da vida, ou causada pela consciência de algum mal que se fez, de algum bem que se perdeu, de alguma esperança que se extinguiu”. “Oh vós que passais pelo caminho – clamava o patriarca bíblico – atendei, e vede se há dor igual à minha dor!”... Os três adjetivos dolorido, dorido e doloroso confundem-se, e não seria fácil assinalar-lhes clara diferença. Quando muito, pode notar-se que doloroso quase que se emprega de preferência no sentido moral. (Não costumamos dizer, por exemplo: “tenho as mãos, a cabeça, ou os pés dolorosos, mas doloridos). – Dolorido emprega-se num e noutro sentido. (Almas doloridas, vozes doloridas; partes do corpo doloridas, juntas doloridas.) – Dorido diz mais “triste, magoado, sensibilizado”. (Doridos cantos; súplicas, preces, orações doridas). – Sofrimento é o mais genérico deste grupo, e exprime “todo gênero de provações, quer morais, quer físicas, ligeiras e vagas, ou longas e intensas”. – Padecimento é empregado na mesma acepção; deve notarse, no entanto, o seguinte: quem padece sofre os males com certa resignação, e talvez até com uma quase ufania de os padecer. Longe, pois, de significar, como querem alguns autores, apenas o sofrimento físico – o padecimento é uma forma estoica de sofrer as coisas que nos amarguram, os males, as dores, tanto morais como físicas, mas principalmente morais. É assim que na oração simbólica (o Credo) se diz que “... Jesus padeceu sob Pôncio Pilatos”... (e não – sofreu...). – Pena é “o sentimento de desgosto, de dó, que nos causa a desgraça, o sofrimento alheio”. É mais propriamente a manifestação da dor que a mesma dor; pois o penalizado mostra que avalia a dor do seu semelhante. – Tribulação é “trabalho aflitivo, tormento como castigo; flagelo, tortura”. O atribulado sente-se como que perseguido de aflições. – Trabalhos toma- -se aqui como significando “as contrariedades, as lidas e penas que se sofrem na vida, Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 131 ou que se experimentam nalguma empresa”. – Incômodo (ou incômodos) é “a sensação de fadiga, de pesar, de cuidado ou de dor, com que a pessoa incomodada se sente inquieta, ou indisposta, triste e abatida”.

[...] as aflições constituem fenômenos normais da maquinaria em que se transita, projetando para a realidade as construções mentais e emocionais edificadas.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O sofrimento

A Aflição, na essência, é reflexo intangível do mal forjado pela criatura que a experimenta, e todo mal representa vírus da alma, suscetível de alastrar-se ao modo de epidemia mental devastadora.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Sê um reflexo do Cristo

[...] Às vezes, a aflição é véspera da felicidade [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 4

[...] é um incêndio que nos consome [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 37

Freqüentemente, aflição é a nossa própria ansiedade, respeitável mas inútil, projetada no futuro, mentalizando ocorrências menos felizes que, em muitos casos, não se verificam como supomos e, por vezes, nem chegam a surgir.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Rumo certo• Pelo Espírito Emmanuel• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 51

A aflição sem revolta é paz que nos redime. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 18


Furor

substantivo masculino Ira excessiva; raiva extrema; ação repleta de violência; fúria.
Agitação violenta de ânimo, manifestada por gestos e palavras; fúria.
Paixão desmedida por alguém ou por alguma coisa.
Grande agitação; loucura, frenesi.
Figurado Impulso incontrolável; inconsequência, impetuosidade.
expressão Fazer furor. Causar entusiasmo; provocar sensação: a menina fez furor com sua inteligência precoce.
Etimologia (origem da palavra furor). Do latim furor.oris.

Furor Ira violenta; CÓLERA (Lc 6:11).

Homem

substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
Pessoa do sexo masculino.
Esposo, marido, companheiro.
A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
Pessoa do sexo masculino.
Esposo, marido, companheiro.
A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

As principais palavras traduzidas por ‘homem’ no A.T. são :
(1). Adam (Gn 1:26, etc.) É, também, um termo coletivo, que se emprega ‘por humanidade’, e que se distingue de Deus.
(2). ish (Gn 2:24, etc.), um indivíduo do sexo masculino.
(3). Enosh (Gn 6:4, etc.), a raça humana, como seres mortais.
(4). Geber (Êx 10:11, etc.), homem na sua robustez. No N.T. as principais palavras são
(1). Aner (Lc 1:27, etc.), homem da idade madura –
(2). Anthropos (Mt 4:4, etc.), homem em oposição a animal.

O homem é um pequeno mundo, que tem como diretor o Espírito e como dirigido o corpo. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 27

O homem compõe-se de corpo e espírito [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3

H [...] é o filho de suas obras, durante esta vida e depois da morte, nada devendo ao favoritismo: Deus o recompensa pelos esforços e pune pela negligência, isto por tanto tempo quanto nela persistir.
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 6

O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, existia unida aos tipos primordiais, às idéias do verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando, e, recordando o seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•

Há no homem três coisas: 1º – o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º – a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º – o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

O homem é filho de suas próprias obras; e as diferenças humanas são filhas do uso que cada um faz da sua liberdade.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 18

[...] é uma obra que glorifica seu incompreensível Autor.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

[...] é, desde o princípio, o Verbo fora de Deus, a sucessão eterna, a mutabilidade sem término.
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

[...] é um ser progressivo e perfectível que sempre girará dentro da instabilidade. [...]
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 1

O homem é, essencialmente, um Espírito imortal, que não desaparece, portanto, com a morte orgânica, com o perecimento do corpo físico. [...] O homem é um Espírito, que se utiliza de vários corpos materiais, os corpos físicos, e de um semimaterial, fluídico, o corpo astral ou perispírito, para realizar, em várias etapas, chamadas encarnações, a evolução, a que está sujeito, por sua própria natureza.
Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2

Sabemos hoje que o homem é um anjo nascente e que séculos correrão sobre séculos antes de finda a empresa de seu apuro.
Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 21

[...] é o homem um ser imortal, evolvendo incessantemente através das gerações de um determinado mundo, e, em seguida, de mundo em mundo, até a perfeição, sem solução de continuidade!
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A progressividade da revelação divina 4

Urge compreendamos que, qualquer que seja a posição em que se achem situados, todos os homens são proletários da evolução e que a diversidade de funções no complexo social é tão indispensável à sua harmonia quanto às variadas finalidades dos órgãos o são ao equilíbrio de nosso organismo.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A lei de igualdade

Contrariando a Teologia tradicional, a Doutrina Espírita nos ensina (no que, aliás, é apoiada pela Ciência) que o homem surgiu neste mundo, não como H H uma criatura perfeita, que veio a decair depois por obra de Satanás, mas como um ser rude e ignorante, guardando traços fortes de sua passagem pela animalidade. Criado, entretanto, à imagem e semelhança de Deus, possui, latentes, todos os atributos da perfeição, inclusive o Amor, carecendo tão-somente que os desenvolva.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 12

[...] cada indivíduo é, espiritualmente, filho de si mesmo, ou melhor, traz, ao nascer, uma bagagem de boas ou más aquisições feitas em outras existências, que lhe constituem o caráter, o modo de ser todo pessoal [...].
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 15

Afirma Esquiros que cada um de nós é o autor e por assim dizer o obreiro de seus destinos futuros. [...]
Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 1

[...] O homem é o universo reduzido. Se cada um pudesse deixar-se narrar, teríamos a mais maravilhosa história do mundo.
Referencia: DELGADO, América• Os funerais da Santa Sé• Pelo Espírito Guerra Junqueiro• Prefácio de Manuel Quintão• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Guerra Junqueiro

O homem possui dois corpos: um de matéria grosseira, que o põe em relação com o mundo físico; outro fluídico, por meio do qual entra em relação com o mundo invisível.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

[...] O homem é [...] o seu próprio juiz, porque, segundo o uso ou o abuso de sua liberdade, torna-se feliz ou desditoso. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 39

Deus é o Espírito Universal que se exprime e se manifesta na Natureza, da qual o homem é a expressão mais alta.
Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

Todo homem é um espelho particular do Universo e do seu Criador. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O porquê da vida: solução racional do problema da existência• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

[...] é a síntese de todas as formas vivas que o precederam, o último elo da longa cadeia de vidas inferiores que se desenrola através dos tempos. [...]
Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

[...] a observação dos fatos e a experiência provam que o ser humano não é somente um corpo material dotado de várias propriedades, mas também um ser psíquico, dotado de propriedades diferentes das do organismo animal.
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 2

Preferimos a definição de Bonald: “O homem é uma inteligência servida por órgãos”. Declaremo-lo: o homem é essencialmente espírito, quer o saiba quer o ignore. [...]
Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

[...] Sois constituídos por uma verdadeira multidão de seres grupados e submetidos pela atração plástica da vossa alma pessoal, a qual, do centro do ser, formou o corpo, desde o embrião, e reuniu em torno dele, no respectivo microcosmo, todo um mundo de seres destituídos ainda de consciência da sua individualidade.
Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 5a narrativa

[...] é mordomo, usufrutuário dos talentos de que se encontra temporariamente investido na condição de H donatário, mas dos quais prestará contas. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 17

Os homens são espíritos em provas, como os vês, como os encontras.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20

O homem não deve ser considerado como a máquina para o prazer, mas o ser eterno em contínuo processo de crescimento. O corpo é-lhe instrumento por ele mesmo – o Espírito que o habita – modelado conforme as necessidades que o promovem e libertam. A visão global do ser – Espírito, perispírito e matéria – é a que pode dar sentido à vida humana, facultando o entendimento das leis que a regem.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 16

O grande e superior investimento da Divindade é o homem, na inexorável marcha da ascensão libertadora.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 22

[...] o homem é o que pensa, o que faz e deseja.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 7

[...] todos somos a soma dos próprios atos, na contabilidade das experiências acumuladas desde priscas eras que não lobrigamos tão cedo conhecer. [...]
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

O homem é, na verdade, a mais alta realização do pensamento divino, na Terra, caminhando para a glória total, mediante as lutas e os sacrifícios do dia-a-dia.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Suicídio – solução insolvável

[...] O homem é um projetista de si mesmo com plena liberdade de, assim, autoprojetar-se. [...]
Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

[...] é o que ele mesmo pode ou quer ser; por isso, o homem é sempre um problema em si mesmo e também encerra em si a solução. [...]
Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

[...] O homem nasce imperfeito: chega a este mundo trazendo um duplo capital, o de suas faltas anteriores, que lhe cumpre expiar, ou de suas más tendências, que lhe cumpre reprimir; e o das virtudes adquiridas ou de aspirações generosas, que lhe cabe desenvolver. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 21a efusão

Todos os homens são filhos de Deus, todos estão destinados a tornar-se anjos [...].
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 29a efusão

[...] O homem, como dínamo psíquico, a que os complexos celulares se ajustam em obediência às leis que governam a matéria perispiritual, ainda é de compreensão muito difícil.
Referencia: MICHAELUS• Magnetismo Espiritual• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32

[...] o homem é aquilo que pensa. É a força do seu pensamento que modela os seus atos e, por conseguinte, o seu estado de espírito, sua posição evolutiva, e a melhor ou pior situação humana nas vidas que se encadeiam. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 21

[...] o homem é, na essência, um Espírito imortal, cuja experiência e sabedoria se acumulam ao cabo de um rosário imenso de vidas, desde que começam a raiar nele os primeiros clarões da consH H ciência até que alcance os mais elevados graus de conhecimento e moral. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23

[...] Será bom não esquecer que somos essência de Deus [...].
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8

[...] Será necessário que o homem compreenda que, como parcela divina que é, veio ao mundo também para colaborar na obra de aperfeiçoamento do planeta em que vive, e essa colaboração certamente subentenderá auxílio às almas mais frágeis do que a dele, que gravitam ao seu lado nas peripécias da evolução. [...]
Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10

[...] somos o resultado das atividades do nosso passado, como hoje plantamos as sementes do nosso futuro.
Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Visão espírita nas distonias mentais• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 3

O homem, regra geral, é um ser milenarmente viciado em atitudes negativas, assimilando, assim, com lamentável freqüência, vibrações tóxicas que o desajustam espiritualmente, da mesma forma que sofre constantes distúrbios digestivos quem não faz uso de alimentação adequada.
Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Sintonia da atitude

[...] o homem, apesar de sua aparência material, é essencialmente um ser espiritual e, como tal, seu destino não está jungido para sempre à matéria, mas apenas temporariamente.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 37

Cada criatura humana é uma irradiação da Força Divina, independentemente de seu estágio evolutivo. [...]
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 7

[...] é um Espírito eterno, continuando sua trajetória após o túmulo e voltando a viver neste mesmo mundo de aprendizado e resgates, onde os papéis individuais podem ser invertidos [...].
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 12

[...] O homem é co-autor dessa entidade misteriosa que é ele mesmo. Nascemos de Deus, fonte inexaurível da vida, e renascemos todos os dias, em nós mesmos, através das transformações por que passamos mediante a influência da auto-educação, cumprindo-se assim aquele célebre imperativo de Jesus: Sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

[...] O homem é obra viva, inteligente e consciente de si própria. [...]
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 15

O homem renovado para o bem é a garantia substancial da felicidade humana. [...] O homem, herdeiro do Céu, refletirá sempre a Paternidade Divina, no nível em que se encontra.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Informando o leitor

No mundo assim também é: / O homem, na Humanidade, / É o viajor demandando / As luzes da eternidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartilha da Natureza• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O carro

Todos nós somos dínamos viventes, nos mais remotos ângulos da vida, com o infinito por clima de progresso e com a eternidade por meta sublime. Geramos H raios, emitimo-los e recebemo-los constantemente.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

O homem não é um acidente biológico na Criação. É o herdeiro divino do Pai Compassivo e Todo Sábio que lhe confere no mundo a escola ativa de elevação e aprimoramento para a imortalidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é o legislador da própria existência e o dispensador da paz ou da desesperação, da alegria ou da dor de si mesmo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] o homem, acima de tudo, é espírito, alma, vibração, e esse espírito, salvo em casos excepcionais, se conserva o mesmo após a morte do corpo, com idênticos defeitos e as mesmas inclinações que o caracterizavam à face do mundo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 30

[...] Todos somos, por enquanto, espíritos imperfeitos, nos quadros evolutivos do trabalho que nos compete desenvolver e complementar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

Cada um de nós é um mundo por si, porque o Criador nos dotou a cada um de características individuais, inconfundíveis.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

O homem é inquilino da carne, com obrigações naturais de preservação e defesa do patrimônio que temporariamente usufrui.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Saúde

Lembre-se que você mesmo é: o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seusideais,a mais clara demonstração de seusprincípios,o mais alto padrão do ensino superiorque seu espírito abraça,e a mensagem viva das elevadas noçõesque você transmite aos outros.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 29

Expurguemos a mente, apagando recordações indesejáveis e elevando o nível de nossas esperanças, porque, na realidade, somos arquitetos de nossa ascensão.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12

Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Lugar depois da morte

O homem encarnado na Terra [...] é uma alma eterna usando um corpo perecível, alma que procede de milenários caminhos para a integração com a verdade divina [...]. Somos, todos, atores do drama sublime da evolução universal, através do amor e da dor [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13

Depois da morte física, o que há de mais surpreendente para nós é o reencontro da vida. Aqui [no plano espiritual] aprendemos que o organismo perispirítico que nos condiciona em matéria leve e mais plástica, após o sepulcro, é fruto igualmente do processo evolutivo. Não somos criações milagrosas, destinadas ao H H adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência de milênio a milênio. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 3

O homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, envergando a roupagem da carne; aluno de escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta humana é sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - Novo amigo

Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 133

[...] é um anjo decaído, em conseqüência do mau uso que fez de seu livre-arbítrio [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Volta Bocage• Sonetos do Espírito de Manuel Maria de Barbosa du Bocage; com apreciação, comentários e glossário pelo prof• L• C• Porto Carreiro Neto• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

Filhos do Eterno, todos somos cidadãos da eternidade e somente elevamos a nós mesmos, a golpes de esforço e trabalho, na hierarquia das reencarnações.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 46


Homem
1) Qualquer indivíduo pertencente à espécie animal racional (Gn 2:15). O ser humano é composto de corpo e alma. Foi criado à imagem e semelhança de Deus, podendo, por isso, ter comunhão com ele (Gn 1:26);
v. IMAGEM DE DEUS).

2) Os seres humanos; a humanidade (Gn 1:26), hebraico adham; (Ef 6:6). 3 Ser humano do sexo masculino (Pv 30:19).

4) Ser humano na idade adulta (1Co 13:11).

5) “Velho homem” é a nossa velha natureza humana pecadora (Rm 6:6) em contraste com o “novo homem”, que é a natureza espiritual do regenerado (Ef 2:15).

6) “Homem interior” é o eu mais profundo (Rm 7:22) em contraste com o “homem exterior”

Vara

substantivo feminino Peça geralmente de madeira roliça, comprida e delgada.
Antiga medida de comprimento equivalente a um metro e dez centímetros.
[Esporte] Haste longa e delgada usada em salto de altura.
Direito Cada uma das circunscrições judiciais presididas por um juiz de direito: vara criminal.
Direito Debaixo de vara, expressão que indica ser alguém compelido a atender mandado judicial.
Figurado Vara de condão, vara mágica a que se atribui o dom de fazer encantos ou sortilégios.
Vara de porcos, manada de gado suíno.
Estar ou meter-se em camisa de onze varas, encontrar-se ou envolver-se em grandes dificuldades.
Tremer como vara
(s): verde(s), estar tomado de grande medo.

Do latim vara, ramo flexível. Na antiga Roma, a haste que identificava o poder dos juízes, distingüindo os letrados dos leigos. As varas pintadas de branco designavam os letrados, chamados juízes de vara branca, enquanto os iletrados portavam vara vermelha. Todos, porém, deviam exibir publicamente sua condição, sob pena de multa. No Brasil Colônia, quando alguém se recusava a atender uma convocação legal, era levado pelo oficial de justiça, que o ameaçava com um bastão. Daí a expressão conduzido debaixo de vara, utilizada até hoje no Direito para designar quem foi levado sob mandado judicial. No Foro há diversas varas, ou seja, segmentos específicos para tratar dos feitos que a elas chegam. Só não dá para entender por que a que cuida das questões civis, literalmente civis, é chamada de Vara Cível e não Vara Civil...

Vara
1) Galho (Ez 7:10; Jo 15:2, RC).


2) Galho direito cortado de uma árvore ou arbusto e usado como símbolo de meio de destruição (Sl 2:9) ou de castigo (Pv 22:15). V. VAREJAR.


Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Lamentações de Jeremias 3: 1 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Eu sou aquele homem que viu a aflição pela vara do Seu furor.
Lamentações de Jeremias 3: 1 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

586 a.C.
H1397
geber
גֶּבֶר
homens
(men)
Substantivo
H5678
ʻebrâh
עֶבְרָה
derramamento, inundação, excesso, fúria, ira, arrogância
(and their wrath)
Substantivo
H589
ʼănîy
אֲנִי
E eu
(And I)
Pronome
H6040
ʻŏnîy
עֳנִי
aflição, pobreza, miséria
(your affliction)
Substantivo
H7200
râʼâh
רָאָה
e viu
(and saw)
Verbo
H7626
shêbeṭ
שֵׁבֶט
vara, bordão, ramo, galho, clava, cetro, tribo
(The scepter)
Substantivo


גֶּבֶר


(H1397)
geber (gheh'-ber)

01397 גבר geber

procedente de 1396; DITAT - 310a; n m

  1. homem, homem forte, guerreiro (enfatizando força ou habilidade para lutar)

עֶבְרָה


(H5678)
ʻebrâh (eb-raw')

05678 עברה ̀ebrah

procedente de 5676; DITAT - 1556d; n f

  1. derramamento, inundação, excesso, fúria, ira, arrogância
    1. inundação, excesso, explosão
    2. arrogância
    3. ira ou fúria excessiva

אֲנִי


(H589)
ʼănîy (an-ee')

0589 אני ’aniy

forma contrata de 595; DITAT - 129; pron pess

  1. eu (primeira pess. sing. - normalmente usado para ênfase)

עֳנִי


(H6040)
ʻŏnîy (on-ee')

06040 עני ̀oniy

procedente de 6031; DITAT - 1652e; n. m.

  1. aflição, pobreza, miséria
    1. aflição
    2. pobreza

רָאָה


(H7200)
râʼâh (raw-aw')

07200 ראה ra’ah

uma raiz primitiva; DITAT - 2095; v.

  1. ver, examinar, inspecionar, perceber, considerar
    1. (Qal)
      1. ver
      2. ver, perceber
      3. ver, ter visão
      4. examinar, ver, considerar, tomar conta, verificar, aprender a respeito, observar, vigiar, descobrir
      5. ver, observar, considerar, examinar, dar atenção a, discernir, distinguir
      6. examinar, fitar
    2. (Nifal)
      1. aparecer, apresentar-se
      2. ser visto
      3. estar visível
    3. (Pual) ser visto
    4. (Hifil)
      1. fazer ver, mostrar
      2. fazer olhar intencionalmente para, contemplar, fazer observar
    5. (Hofal)
      1. ser levado a ver, ser mostrado
      2. ser mostrado a
    6. (Hitpael) olhar um para o outro, estar de fronte

שֵׁבֶט


(H7626)
shêbeṭ (shay'-bet)

07626 שבט shebet

procedente de uma raiz não utilizada com o provável sentido ramificar; DITAT - 2314a; n. m.

  1. vara, bordão, ramo, galho, clava, cetro, tribo
    1. vara, bordão
    2. cabo (referindo-se a espada, dardo)
    3. bordão (apetrecho de um pastor)
    4. bastão, cetro (sinal de autoridade)
    5. clã, tribo