Enciclopédia de Daniel 1:3-3

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

dn 1: 3

Versão Versículo
ARA Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres,
ARC E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem real e dos nobres,
TB O rei disse a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, a saber, da linhagem real e dos nobres,
HSB וַיֹּ֣אמֶר הַמֶּ֔לֶךְ לְאַשְׁפְּנַ֖ז רַ֣ב סָרִיסָ֑יו לְהָבִ֞יא מִבְּנֵ֧י יִשְׂרָאֵ֛ל וּמִזֶּ֥רַע הַמְּלוּכָ֖ה וּמִן־ הַֽפַּרְתְּמִֽים׃
BKJ E o rei disse a Aspenaz, mestre dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da semente do rei, e dos príncipes;
LTT E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da semente do rei, e dos príncipes,
BJ2 Depois, o rei ordenou a Asfenez, chefe dos seus eunucos, que escolhesse dentre os filhos de Israel alguns moços, quer de sangue real, quer de famílias nobres,

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Daniel 1:3

II Reis 20:17 Eis que vêm dias em que tudo quanto houver em tua casa, com que entesouraram teus pais até ao dia de hoje, será levado para Babilônia; não ficará coisa alguma, disse o Senhor.
II Reis 24:15 Assim, transportou Joaquim para a Babilônia, como também a mãe do rei, e as mulheres do rei, e os seus eunucos, e os poderosos da terra levou presos de Jerusalém a Babilônia.
Isaías 39:7 E dos teus filhos, que procederem de ti e tu gerares, tomarão, para que sejam eunucos no palácio do rei da Babilônia.
Jeremias 41:1 Sucedeu, porém, no mês sétimo, que veio Ismael, filho de Netanias, filho de Elisama, de sangue real, e os capitães do rei, a saber, dez homens com ele, a Gedalias, filho de Aicão, a Mispa; e ali eles comeram pão juntos em Mispa.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

PALESTINA - TERMINOLOGIA HISTÓRICA

Infelizmente, na Antiguidade o sul do Levante não era conhecido por um único nome abrangente, mas por vários, dependendo de onde e de quando se fazia referência ao lugar.
O contrário acontecia: uma gama de termos bíblicos e/ou seculares designava a terra do Israel bíblico, não sendo possível supor que algum deles correspondesse completamente às fronteiras teológicas de Israel (ou um ao outro) nem se podendo aplicar qualquer deles a todo o período da história bíblica sem criar algum anacronismo.
Na Antiguidade, em muitos casos, nomes que antes haviam sido usados para denotar uma divindade ou um grupo populacional importante foram simplesmente emprestados e reaplicados para designar a entidade geopolítica em que aquele grupo estava. Por exemplo, o nome "Canaa" derivou dos cananeus; o nome "Palestina" deve sua existência aos filisteus; e "(a terra de) Hatti" originalmente designava uma série de cidades-estados neo-hititas situadas aproximadamente entre Carquêmis e Damasco, cujos habitantes parecem ser descendentes de Hete (e.g., Gn 10:15-1Cr 1,13) e/ou devotos do deus Hatti.37 O texto bíblico diz que tanto os cananeus quanto os hititas estavam entre os "ocupantes da terra" na época da colonização por Israel (Dt 7:1; Dt 3:10-12.8; cp. Gn 15:18-21; Ex 3:8-17), e sabe-se que os filisteus imigraram para aquela terra por volta de 1200 a.C.


CANAÃ
O termo Canaa/cananeu(s) é bem atestado em boa parte dos textos do segundo milênio a.C.38 A julgar por esse uso, parece que Canaã era o termo convencional para designar o sul da área que o Egito controlava na Ásia, em contraste com Amurru (a terra dos amorreus, ao norte do rio el-Kabir). Canaã se estendia das cidades de Gaza e Ráfia, no sul, até tão ao norte quanto o vale do rio el-Kabir e a localidade de Sumra/Simyra.3 De modo que o quadro geral que surge é que as citações, tanto em textos do Oriente Próximo quanto na Bíblia, revelam uma notável semelhança quando delineiam os limites de Cana (v. acima a análise sobre as fronteiras teológicas de Israel). Essa afirmação pode ter consequências quanto à antiguidade e à essencial historicidade daquelas narrativas que mencionam as fronteiras de Israel.
Antes das descobertas arqueológicas em Nuzi, em geral se acreditava que a palavra "Canaa" derivava de um verbo semítico com o sentido de "curvar/curvar-se/ser baixo", porque os cananeus ocupavam a região baixa perto do mar, em contraste com a região montanhosa dos amorreus (Nm 13:29; Js 5:1; cp. Is 23:11). Uma teoria relacionada é que Canaã era o lugar onde o sol "se curva" (se põe), de maneira que, por definição, um cananeu era alguém do oeste. Mas se descobriu que, em Nuzi, a palavra kinahhu" se refere a uma substância de cor púrpura avermelhada, extraída de conchas de múrex e usada no tingimento de tecidos, especialmente lã.
Os textos antigos estão repletos de referências à grande consideração dada a quem se vestia de púrpura. Por ser natural, ao invés de produzida pelo homem, a tintura de múrex tinha valor elevado, pois nunca desbotava. A lucrativa indústria do múrex se concentrava ao norte de Cesareia, no Mediterrâneo, onde as águas do mar regularmente lançavam na praia uma grande quantidade dessas conchas. No local de uma antiga fábrica de tintura, em Tiro, foi encontrado um grande número de conchas*2 e, em Dor, também se encontraram claros indícios do processo de tingimento.43 Os nomes de certos lugares cananeus nos arredores oferecem ainda outros indícios de que o tingimento de múrex era uma atividade econômica essencial. Por exemplo, o nome "Sarepta" vem de um verbo que tem o sentido de "tingir" e o nome "Zobá" é derivado de um verbo que denota o tingimento de tecido. Às vezes a própria palavra "cananeu" é traduzida por "comerciante/mercador"* Como consequência, parece preferível entender Canaã como "a terra da púrpura" e "cananeus" como "o povo da terra da púrpura" (ideia a partir da qual o conceito de comércio poderia facilmente derivar). Textos gregos nos mostram que, no primeiro milênio a.C., os herdeiros culturais dessa indústria de tintura foram denominados fenícios, nome que deriva da palavra grega phoinix ("púrpura"). Mesmo no Novo Testamento aparentemente "cananeu" e "fenício" ainda eram designativos um tanto quanto equivalentes (Mt 15:22 refere-se a uma mulher cananeia; o relato de Marcos sobre o mesmo acontecimento chama-a de siro-fenícia [Mc 7:26]). Parece, então, que as palavras "Canaa" e "Fenícia" têm apenas duas diferenças básicas: (1) a primeira é vocábulo semítico, ao passo que a segunda é de origem grega; (2) a primeira é empregada no segundo milênio a.C., enquanto a segunda passa a ser normativa no primeiro milênio a.C. Se levarmos esses dados à sua conclusão lógica, parece que a mesma palavra teve, no início, a conotação do processo de tingimento, com o passar do tempo foi estendida às pessoas envolvidas no processo e, por fim, englobou o território/província onde essas pessoas formavam um grupo bastante importante da população.

PALESTINA
Por motivos que ainda não estão claros para nós, por volta de 1200 a.C. boa parte do mundo bíblico experimentou uma séria turbulência política, provocada em grande parte por hordas de invasores a que fontes egípcias se referem como "povos do mar" Há muito os estudiosos vêm cogitando sobre o que provocou esse movimento de cerca de 14 povos na direção sudeste: denyen, lukka, shardanu, masha, arinna, karkisha, pitassa, kashka, akawasha, tursha, sheklesh, peleset (filisteus), tjekker e weshesh (essas grafias são aproximadas). Embora dois ou três desses povos também apareçam em textos mais antigos do Levante ou do Egito, parece que por essa época houve uma migração bem vasta. Esses povos foram desalojados devido a uma mudança climática que causou escassez de alimento, à turbulência política que cercou a batalha de Troia ou à invasão da Grécia pelos dórios, ou a algum outro fator? Qualquer que tenha sido o motivo, é provável que, antes de chegar ao coração do Egito, vários contingentes de povos do mar tenham sido responsáveis pela queda do Império Hitita, cujo centro de poder ficava na Ásia Menor, pela captura da ilha de Chipre e pela devastação e/ou reocupação de muitas cidades em todo o Levante: Ugarit, Alalakh, Carquêmis, T. Sukas, Tiro, Sidom, Hazor, Aco, Dor e um grande número de lugares na planície da Filístia. Mas os egípcios resistiram aos povos do mar, e seus textos indicam que os filisteus foram repelidos do território egípcio na direção nordeste,15 onde mais tarde habitaram o sudoeste de Canaã, que se tornou conhecido como planície da Filístia. O local de onde os filisteus emigraram também continua sendo objeto de debate.1 A tradição bíblica de que procederam de Caftor (Creta) não é decisiva, porque aquele texto declara que os filisteus foram trazidos de Caftor da mesma maneira que os israelitas foram trazidos do Egito (Am 9:7; cp. Gn 10:14-1Cr 1.12; Jr 47:4; Ez. 25.16; SF2.5). Ou seja, é possível que a Biblia não esteja indicando o lugar de origem de nenhum dos dois povos. Levando em conta certos aspectos da cultura material filisteia (caixões de defunto estilizados, cerâmica característica etc.) ou palavras bíblicas encontradas em narrativas sobre os filisteus (guerreiro, senhor, capacete, arca), alguns estudiosos defendem que os filisteus emigraram da Grécia. Outros, com base em épicos gregos e na tradução que a LXX faz de Caftor ("Capadócia") em Deuteronômio 2.23 e Amós 9.7, afirmam que os filisteus tiveram origem ao longo do litoral sudoeste da atual Turquia. Mas tudo isso continua sendo bastante especulativo, em parte devido à escassez de textos indubitavelmente filisteus e em parte porque os filisteus começaram a passar pelo processo de assimilação cultural logo depois de chegarem a Canaã. A única conclusão segura a que se pode chegar é que, como designação de uma entidade geográfica distinta, a palavra Palestina deriva dos filisteus.
Hoje em dia às vezes se diz que, como designação da terra de Israel, o termo "Palestina" surgiu só em meados do segundo século d.C., quando, como castigo político pela revolta de Bar-Kochba, o imperador Adriano deliberadamente adotou o nome dos antigos inimigos de Israel - os filisteus - e apenas o latinizou para criar conotações pejorativas óbvias.
De acordo com esse ponto de vista, o uso mais antigo de "Palestina" foi propaganda feita pelos romanos com fortíssimas implicações políticas antijudaicas. Nesse caso, então, qualquer uso que se faça atualmente da palavra Palestina para se referir à história antes da época de Adriano é, na melhor das hipóteses, perigosamente anacrônico e historicamente errôneo e, na pior, antibíblico e até mesmo antijudaico. Existem, contudo, dados que apontam em outra direção.
Para começar, o nome Palestina aparece 13 vezes em textos neoassírios ainda do reinado de Adade-Nirari III (810-782 a.C.), Tiglate-Pileser III (744-727 a.C.) e Sargão II (721- 705 a.C.)." É improvável que qualquer uma dessas citações vislumbrasse a terra de Israel como um todo (em contraste com a região da Filístia). Na realidade, em um dos textos, Palestina aparece em contraste tanto com Israel (literalmente " terra de Onri") quanto com Edom.5 No entanto, em 11 casos a palavra Palestina é imediatamente precedida pelo indicador semântico para "terra/país", o que é uma indicação inconfundível de que a referência é a uma entidade geográfica distinta. De modo semelhante, uma estatueta egípcia com data presumível da 27. dinastia (945-715 a.C.) traz inscrição que faz referência a um "encarregado de Cana e Palestina" (escrita PIst). Nesse caso, o termo Palestina está sendo usado em contraste com o território de Canaã. Pode-se observar mais uma vez que o termo aparece definitivamente num contexto geográfico/provincial (e não político).
Mais relevantes para essa controvérsia são, porém, os resultados de uma pesquisa por computador que pode ser feita no Thesaurus linguae graecae (TLG; University of California, campus de Irvine). Uma pesquisa de "Palestina" como nome próprio em textos escritos antes do fim do primeiro século da era crista revelou 196 citações completas em textos gregos ou latinos (excluindo-se possíveis atestações parciais da palavra Parte das extensas ruínas arqueológicas do período Palácio Novo (aprox. 1700-1400 a.C.) em Zakros, no litoral sudeste de Creta. Alguns especialistas creem que o lugar de origem dos filisteus pode ter sido Creta.


ISRAEL
O nome Israel deriva, em última instância, do patriarca Jacó, cujo nome foi mudado para Israel (Gn 32:28). Quando os descendentes do patriarca se tornaram escravos no Egito, a expressão "filhos de Israel" passou a ser frequentemente aplicada a eles (Êx 1:9-12; 2.23,25; 3:9-11; etc.). Mais tarde, o nome Israel veio a ser aplicado ao reino nortista de Efraim, em contraste com o reino sulista de Judá (1Rs 12:18-20; 1Cr 5:17; etc.). Posteriormente, após o desaparecimento do Reino do Norte, ocasionalmente "Israel" foi usado para se referir ao reino sulista de Judá (Jr 10:1). Assim mesmo, é difícil identificar uma passagem bíblica que use explicitamente a palavra Israel para denotar uma área geográfica específica. É claro que ocorre a expressão "terra de Israel" (1Sm 13:19-1Cr 22.2; 2Cr 2:17; Ez 40:2-47.18), mas ela sempre está ligada ao terreno ocupado ou a ser ocupado por alguns ou por todos os israelitas e, em consequência, a extensão dessa área sofre variação. Fora da Bíblia, "Israel" (i.e., o Israel da Bíblia) ocorre em três textos antigos. O mais antigo é uma estela de granito do quinto ano de Merneptah (1209 a.C.). Nessa tábua de granito há uma inscrição que menciona 1srael, mas ela está registrada de tal maneira que parece apontar para uma entidade étnica e, por esse motivo, a citação não oferece quase nenhuma ajuda na definição das fronteiras geográficas de Israel. Contudo, a Estela de Merneptah é a única testemunha extrabíblica de Israel antes do nono século a.C., quando o nome aparece em duas inscrições distintas. O Obelisco Negro está escrito em cuneiforme e data do sexto ano do rei assírio Salmaneser III (853 a.C.), quando Acabe forneceu 2 mil carros e 10 mil soldados para uma coalizão que lutou contra as forças de Salmaneser. A inscrição faz referência a Acabe como " rei de Israel" Poucos anos depois (c. 835 a.C.), o rei Messa de Moabe mandou inscrever, em uma estela de basalto, uma dedicatória à sua divindade, Camos; nessa inscrição ele se vangloriou de ter retomado o território que anteriormente havia sido conquistado por Onri, "rei de Israel" De acordo com a Bíblia, Messa de Moabe foi vassalo de Israel durante os dias de Onri e Acabe, mas se rebelou por ocasião da morte deste último (2Rs 3:4-5). Contudo, uma batalha ocorrida em seguida e registrada na Bíblia terminou com uma derrota moabita (2Rs 3:9-27). Numa tentativa de harmonizar a afirmação bíblica com a declaração de vitória registrada na estela de Messa, alguns estudiosos sustentam que a vitória de Messa sobre Israel ocorreu um pouco depois, durante o reinado de Jeoacaz. Nenhuma dessas duas inscrições do nono século a.C. fornece informações geográficas que permitam traçar fronteiras específicas para Israel. No entanto, ambas são bastante úteis, pois cada uma identifica explicitamente pelo nome pessoas que, na Bíblia, também são conhecidas como "rei de Israel. A Inscrição de Messa é ainda muito útil por ser rica em terminologia bíblica.

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ISRAEL

Atualmente: ISRAEL
País com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
Mapa Bíblico de ISRAEL



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
SEÇÃO I

A HISTÓRIA DO EXÍLIO DE DANIEL

(UMA SEÇÃO HEBRAICA)

Daniel 1:1-21

A. PRELÚDIO HISTÓRICO, 1:1-2

O livro de Daniel é introduzido por um ambiente histórico claramente focado. Interessantemente, essa breve seção está na língua hebraica, enquanto que a parte se-guinte do livro (Daniel 2:4-7,28) encontra-se na língua aramaica ou na língua dos caldeus. Depois, a seção final do livro volta a ser em hebraico. Intérpretes têm diferido em relação aos motivos desse aspecto incomum. A explicação mais plausível para isso é que essa seção e a parte final do livro foram escritas na língua dos judeus, referindo-se especial-mente ao povo de Deus no exílio. Aparte escrita na língua dos caldeus refere-se às nações gentias, tendo a Babilônia como alvo imediato. As duas línguas eram comuns nos tempos de Daniel e ambas eram entendidas pelo povo do exílio e dos séculos subseqüentes. O uso dessas duas línguas semelhantes ajudava a manter em relação estreita o ambiente his-tórico do livro e sua relevância ao povo a quem foi escrito.

O livro de Daniel registra: No ano terceiro do reinado de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou (1; veja Qua-dro A). Isso seria menos do que três anos após Neco ter indicado Jeoaquim como rei. Os destinos políticos estavam mudando rapidamente.

Enquanto Nabopolassar era, na verdade, o monarca do novo reino da Babilônia, seu vigoroso filho, Nabucodonosor, era seu herdeiro reconhecido e co-regente com ele. Nabucodonosor acabara de ajuntar seu despojo e os reféns quando uma chamada emergencial veio da Babilônia. Seu pai havia falecido e ele precisava se apressar para ocupar o trono.

Dessa forma, Daniel e seus três companheiros, com outros jovens príncipes da corte de Judá, foram levados para uma terra estranha a 800 quilômetros de casa. E junto com eles vieram alguns tesouros sagrados da Casa de Deus (2) em Jerusalém para adornar o Templo de Bel na Babilônia. Sinar era a principal planície da Babilônia.

B. JOVENS PROVADOS 1:3-16

  • A Política do Rei (1:3-5)
  • Acumulando vitórias e orgulhoso com o seu recente poder, o jovem soberano do novo reino da Babilônia agia com astúcia para consolidar o seu reino. De que forma melhor ele podia fortalecer sua autoridade do que escolher os príncipes mais dotados dos seus re-cém-conquistados territórios e treiná-los para a liderança política? Não temos nenhuma notícia acerca dos outros príncipes de Judá. Todos foram escolhidos devido ao seu talento e bela aparência. Eles receberam o melhor treinamento que a corte babilônica poderia oferecer. Esses eram jovens da linhagem real, e dos nobres (3) [...] em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedo-ria, e sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habili-dade para viver no palácio do rei (4).

    O programa de educação requeria que fossem ensinados nas letras e na língua dos caldeus, num curso intensivo de treinamento de três anos. Seu bem-estar físico incluía o melhor que o reino podia oferecer, ou seja, as iguarias da mesa imperial.

  • Jovens de Caráter (1:6-16)
  • Os quatro heróis do livro de Daniel se sobressaíram entre todos os vencedores do rigoroso exame. Esses que pertenciam aos filhos de Judá tinham a reputação de serem da linhagem de Davi. Eles eram Daniel, Hananias, Misael e Azarias (6).

    Esses quatro jovens de Judá, por intermédio dos seus nomes, testemunhavam do único e verdadeiro Deus. Quaisquer que tivessem sido as limitações do seu ambiente religioso em Judá, seus pais lhes deram nomes que serviam de testemunho ao Deus que serviam. Daniel significava: "Deus é meu juiz"; Hananias significava: "O Senhor tem sido gracioso ou bondoso"; Misael significava: "Ele é alguém que vem de Deus" e Azarias declarava: "O Senhor é meu Ajudador". A continuação da história claramente indica que, embora outros pais em Judá pudessem ter falhado em relação à educação dos seus filhos, os pais desses meninos tinham dado a eles uma base sólida em relação às convicções e responsabilidades dignas do significado dos seus nomes. Seu treinamento piedoso havia cultivado profundas raízes de caráter.

    Em consideração ao rei e seus deuses pagãos, o chefe dos eunucos designou novos nomes aos quatro jovens. Beltessazar (7) significava "o tesouro (ou segredos) de Bel". Sadraque significava "a inspiração do sol". Mesaque sugeria: "aquele que pertence à deusa Sesaque". E Abede-Nego significava "servo de Nego (a estrela da manhã) ". A pouca importância que esses jovens deram aos seus novos nomes pode ser vista nas narrativas que se seguem.

    Com convicção inabalável, ousadia santa e cortesia refinada, Daniel e seus compa-nheiros revelaram seus dons extraordinários de sabedoria e caráter. A decisão de não comer das iguarias do rei era muito mais do que uma questão de conveniência ou saú-de. Isso estava relacionado com a integridade dos seus votos de consagração como hebreus ao Deus de Israel. O significado cerimonial do alimento, puro ou impuro, sig-nificava tudo para descendentes profundamente comprometidos de Abraão. Ingerir alimentos dedicados a deuses pagãos da Babilônia constituiria uma ruptura de fé com Jeová. Eles não vêem outra saída senão arriscar o perigo da recusa. Mas eles devem fazer isso de maneira afável e atenciosa com aqueles que são responsáveis em cumprir as ordens do rei.

    Quando o chefe dos eunucos (8,
    10) recusou o pedido, uma sugestão sensata dada ao despenseiro (11), encarregado direto dos jovens, tirou a pressão do oficial superior e abriu caminho para uma solução. O período de prova de dez dias (12) era justo e sufici-ente para prover uma demonstração adequada do bom senso higiênico do pedido e dar oportunidade a Deus para vindicar seus jovens servos. Legumes significa, literalmente, "sementes", mas incluía vegetais em geral.

    C. INTEGRIDADE VINDICADA, Daniel 1:17-21

    Não está claro se o exame final dos seus estudos previsto para o fim de três anos foi concluído ou se o tempo foi encurtado. O resultado da prova foi uma clara vindicação na presença do rei da autodisciplina e do esforço diligente seguido pelos quatro jo-vens (17). E o próprio rei falou com eles (19). Não sabemos quanto o rei sabia acerca do compromisso religioso deles. Mas Daniel e seus companheiros estavam plenamente convencidos de que Deus os havia sustentado em todas as suas decisões e esforços. Podemos estar certos de que esse fato da fidelidade de Deus serviu para ratificar suas convicções e sua coragem. A designação deles para lugares de proeminência e respon-sabilidade era um reconhecimento óbvio do seu conhecimento e capacidade superior. Por isso, permaneceram diante do rei (19). Acerca de magos e astrólogos (20), veja comentários em Daniel 2.2.

    A afirmação de que Daniel esteve até ao primeiro ano do rei Ciro (21; 539 a.C.) claramente não tem a intenção de limitar o período da sua vida, mas de mostrar sua extensão geral. Em Daniel 10.1 somos informados de que Daniel continuava vivo no terceiro ano de Ciro.


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 7

    As Histórias (Daniel 1:1 — 6.28)

    Todas as histórias de Daniel têm por pano de fundo a corte da Babilônia, Quatro delas ocorreram durante o reinado de Nabucodonosor (Dn 1:1-4.37). E uma história ocorreu nos dias de Belsazar, governador da Babilônia sob Nabonido, o último dos reis do império neobabiiônico (Dn 5). A última das histórias sucedeu nos dias do conquistador persa da Babilônia (Dn 6). Todas essas histórias têm elevado conteúdo moral, enfatizando como o homem bom pode vencer qualquer obstáculo, se não comprometer sua espiritualidade e moralidade, a despeito das provações pelas quais tiver de passar. Alguns judeus fiéis, que foram perseguidos, e!evaram-se a altas posições em meio ao mais crasso paganismo. As histórias narradas em Daniel são, ao mesmo tempo, contos de uma corte oriental, combinados com a tradição hagiográfica. Alguns eruditos supõem que tudo isso seja mero artifício literário, e também que não devemos preocupar-nos com a realidade histórica envolvida. Em outras palavras, para esses eruditos trata-se de histórias de exemplos morais e espirituais que não representam nem histórias nem profecias. Os eruditos conservadores, pelo contrário, encontram tanto valor histórico quando profético nesses relatos.

    Primeira História: Introdução a Daniel e Seus Amigos na Corte (Daniel 1:1-21)

    Muitos eruditos crêem que todo o livro de Daniel tenha sido originalmente escrito em aramaico. Mas a parte do livro que continha escrita original aramaica é formada pelos capítulos 2-6. O primeiro capitulo foi escrito em hebraico. ‘'Essa é uma história que ensina como a observância fiel da lei é recompensada" (Oxford Arnotated Bible, comentando sobre o vs. Dn 1:1).

    Prólogo (Daniel 1:1-7)

    “Os dois primeiros versículos do livro de Daniel afirmam quando e como o profeta foi levado para a Babilônia. Os eventos do livro começaram no terceiro ano do reino de Jeoaquim, rei de Judá. Isso parece estar em conflito com a declaração de Jeremias de que o primeiro ano de Nabucodonosor, rei da Babilônia, ocorreu no quarto no do reinado de Jeoaquim (Jr 25:1)” (J. Dwight Pentecost, introdução à seção). Ele apresenta duas maneiras possíveis de solucionar a aparente contradição: 1. O calendário judaico começava o ano no mês de tishri (setembro-outubro), enquanto o calendário babilônico começava o ano na primavera, no mês de nisã (março-abril). Se o computo babilônico for usado, obteremos o ano do cerco de Nabucodonosor de Jerusalém como o quarto ano de Jeoaquim, mas o computo judaico assinalava o terceiro ano, Daniel, sendo judeu, pode ter empregado o computo judaico. 2. Então temos de considerar como os babilônios contavam as datas dos reinados dos reis. A porção de um ano que antecedia o início de um novo ano, antes da subida ao trono, era chamada de primeiro ano, mesmo que tivesse curta duração. Se Jeremias seguiu esse modo de contar as datas, então ele contou o ano de subida ao trono de Jeoaquim (que foi apenas parte de certo ano) como o primeiro ano. Paralelamente, Daniel pode ter usado o modo de contar judaico, que não considerava aqueles meses como o primeiro ano de reinado de um monarca. Assim sendo, ele contou somente três anos inteiros do reinado de Jeoaquim. Seja como for, o ano foi 605 A. C. A tudo isso devemos adicionar a observação de que discrepâncias dessa espécie, se é que existem, de modo algum comprometem a inspiração e a exatidão da mensagem. Harmonia a qualquer preço é, com freqüên-cia, a manipulação de informes ao preço da honestidade.

    Dn 1:1

    No ano terceiro do reinado de Jeoaquim. Quanto às três deportações de Judá que se seguiram aos diversos ataques de Nabucodonosor contra Jerusalém, ver as notas sobre Jr 52:28. “O terceiro ano de Jeoaquim foi 606 A. C, Nabucodonosor é a forma judaica de Nabuchadrezar, que, em 597 A. C., levou os tesouros do templo e cativos para a Babilônia (II Reis 24:10-15). No vs. Dn 1:2, a Babilônia é chamada por seu antigo nome, Sinear (ver Gn 10:10; Is 11:11)" [Oxford Annotated Bible, sobre o Prólogo). Note o leitor a variação da data suposta. Conforme 2Cr 36:2 com 2Cr 36:5. O irmão mais novo de Jeoaquim, Jeoacaz, tinha sido posto no trono de Judá por Faraó Neco, que matara o rei Josias, em 609 A. C. Neco destronou Jeoacaz e pôs Jeoaquim no trono (II Crô. 36:3-4). Daniel foi levado à Babilônia por ocasião da primeira deportação. Ver sobre Daniel, o homem, na introdução ao livro, seção II, primeiro parágrafo.

    Dn 1:2

    O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim. Quanto à história completa dos ataques babilônicos e dos cativeiros subseqüentes, ver no Dicionário o artigo chamado Cativeiro Babilônico. O cativeiro ocorreu por meio de ondas. Jeoaquim foi primeiro submetido ao pagamento de tributo e ao acordo de que não se rebelaria. Quando ele ignorou esses acordos, Nabucodonosor retornou a Judá peia segunda vez, em 597 A. C. Nesse tempo, dez mil cativos judeus foram levados para a Babilônia. O profeta Ezequiel estava entre eles. Ver Eze. 1:1-3; 2 Rs 24.8-24 e II Crô. 36:6-10. Foi a incansável tríade idolatria-adultério-apostasia que causou a calamidade iniciada com Jeoaquim, mas não terminada com ele. Ver Jr 7:30 ss.; Jr 34:12-22 e Hc 1:6.

    Alguns dos utensílios da casa de Deus. A primeira deportação incluiu um saque parcial do templo. Ver essa história em II Reis 24:12-16. Haveria um segundo ataque contra Zedequias, o último rei de Judá. Quanto a isso, ver 13 12:25-17'>II Reis 25:13-17 e conforme 2Cr 36:18 e Jr 27:19,Jr 27:20.

    Sinear. Este era o antigo nome da Babilônia, usado pelos hebreus. Ver Gên. 10:10-11.2; Gn 14:9; Is 11:11; Zc 5:11.

    A casa do seu deus. O nome comum, nos livros de Reis, é “casa de Yahweh”. Escritores posteriores, como aqui, usaram a expressão “casa de Elohim”. O termo se repete em Dn 5:3, O uso das palavras “de Elohim” reflete o uso mais antigo. Ver Juí, 17,5 e 18,31. O santuário de Silo chamava-se “casa de Elohim”, com o sentido de “casa de poder”, Ver no Dicionário o artigo chamado Deus, Nomes Bíblicos de. O livro de Daniel tende a evitar o nome sagrado, Yahweh, provavelmente por motivo de respeito ao mais augusto dos nomes hebraicos de Deus.

    A deportação dos judeus foi uma grande perda financeira, e não meramente em termos de vidas. Algumas vezes, os templos antigos eram essencialmente tesouros. Ver I Crô, 1Cr 28:11. Ezequias tolamente mostrou os tesouros do templo aos babilônios, o que acabou custando-lhe uma severa repreensão de Isaias. Ver 2Rs 20:12 ss.

    Seu deus. Dn 4:8 informa-nos que o deus de Nabucodonosor era Bel, ou seja, Marduque, o deus cidade da Babilônia, cabeça do panteão babilônico da época. Cf. Is 46:1; Jr 50:2; Jr 51:44. Ver no Dicionário o verbete chamado Nabucodonosor.

    Dn 1:3
    Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos. Aspenaz figura por nome somente aqui, e não aparece em nenhum outro trecho do Antigo Testamento. Ele é chamado de outros modos por seis vezes, por “o eunuco” ou “o chefe dos eunucos”, em Dan. 1:7-11,Dn 1:18. A derivação desse nome é incerta, mas sua versão hebraica parece significar “narina de cavalo”, por razões desconhecidas. Ele era o chefe dos eunucos do rei Nabucodonosor. Daniel e seus companheiros foram entregues aos seus cuidados, e ele lhes trocou os nomes (ver Dn 1:3,Dn 1:7). O tempo foi cerca de 604 A. C. A petição de Daniel, no sentido de que não fosse compelido a comer as provisões enviadas à mesa real, foi aceita favoravelmente, bondade que o profeta, agradecido, registrou em Dn 1:16. Os eruditos subentendem do fato que o homem era o chefe dos eunucos, e Daniel e seus companheiros hebreus também foram feitos eunucos. Mas esse ponto é disputado. Além disso, o chefe dos eunucos nem sempre era castrado. Aspenaz tinha o dever de preparar jovens promissores para o serviço especial ao rei, e Daniel estava entre aqueles que foram escolhidos para esse mister.

    Assim da linhagem real como dos nobres. Quase incidentalmente, aprendemos algo do nascimento real ou nobre de Daniel. Mas não é dada nenhuma genealogia, o que seria comum, sabendo-se da importância atribuída à questão pelos hebreus. Quanto a comentários sobre o pano de fundo de Daniel, ver a seção II da Introdução. Josefo (Antiq. X.Dn 10:1) diz-nos que Daniel e seus companheiros pertenciam à famíiia de Zedequias, mas não sabemos se essa informação é correta, ou se ele supôs que tal informação fosse correta devido à declaração deste versículo.

    O Ofício de Aspenaz. Aspenaz é chamado de chefe dos eunucos, que pode ter sido o significado da palavra nos tempos de Daniel. Mas alguns sugerem a tradução “oficial” para o termo hebraico saris, e isso deixa a questão ambígua. Esse homem, mesmo que fosse supervisor do harém real, provavelmente tinha outros deveres também.

    Dn 1:4
    Jovens sem nenhum defeito, de boa aparência. Daniel e seus amigos nobres (ou reais) eram espécies físicos perfeitos. Ademais, embora jovens, eram conhecidos por sua sabedoria e erudição, pelo que também se distinguiam intelectualmente. Conforme a narrativa se desdobra, descobrimos que eles eram homens espirituais especiais, que levavam a sério sua fé religiosa. Portanto, foi apenas natural que tivessem sido escolhidos pelo rei da Babilônia para receber um treinamento especial, a fim de que fossem empregados em algum serviço que lhes fosse planejado, em benefício do império. Essa história me faz lembrar do “dreno de cérebros" em que os Estados Unidos da América está envolvido. Intelectuais de muitos países, que ali vão para receber treinamento, terminam ficando no país e servindo a América do Norte, e não seus próprios países. Notemos que aqueles jovens também eram “simpáticos”, pelo que os homens bonitos sempre têm alguma vantagem, e tanto mais quando possuem outras qualidades que acompanham a beleza física.

    Para assistirem no palácio do rei. Literalmente, diz o hebraico: “para se porem de pé perante o rei”. O texto fala em “serviço da corte” (ver 1Sm 16:21; 1Rs 12:6), mesma expressão usada para indicar os atendentes angelicais que estão de pé na presença de Deus, em Dn 7:10. Esses homens extraordinários seriam usados em toda a espécie de serviço divino.

    E lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus. Note o leitor a ênfase sobre a educação e a cultura. Esses homens bons tornar-se-iam ainda melhores por uma boa educação que incluiria sério estudo da linguagem. Como eles deveríam servir na Babilônia, teríam de falar o idioma do lugar. “O programa educacional provavelmente incluiu o estudo da agricultura, da arquitetura, da astrologia, da astronomia, das leis, da matemática e da difícil língua acádíca” (J. Dwight Pentecost, in loc.). Nenhum prêmio é oferecido à ignorância. Um pai cuidará para que seus filhos obtenham uma boa educação. Não basta fazê-los ler a Bíblia.

    O acádico, conforme aprendemos em Jr 5:15, era o neobabilônico. Embora fosse um idioma semítico, não era entendido pelos judeus. Abraão, naturalmente, veio de Ur, antiga cidade babilônica. Ver o artigo sobre Babilônia, no Dicionário. Até mesmo um judeu esperto teria pouco conhecimento em comparação com os homens bem-educados da Babilônia. Os judeus eram especialistas nos campos da religião e da literatura, mas pouco sabiam sobre as ciências e seus muitos ramos.

    Dn 1:5

    Determinou-lhes o rei a ração diária. Àqueles jovens seletos e promissores foi dado um tratamento em estilo real; eles recebiam aulas de primeiro nível em boa mesa, e comiam diretamente das provisões reais, ou seja, metaforicamente, comiam “da mesa do rei”. Tinham os ricos alimentos e o vinho de que o próprio rei desfrutava, mas terminaram rejeitando essa alimentação em favor da comum dieta judaica, conforme se vê no vs. Dn 1:16, Sem dúvida, por motivo de saúde, isso era melhor para eles, mas a preocupação principal era obedecer à dieta judaica ideal. Além disso, a rejeição dos alimentos reais era uma maneira de eles dizerem: “Também rejeitamos o luxo e a idolatria deste lugar, como algo contrário à boa moral". Os hebreus escolhidos para esse programa especial continuariam sendo treinados por três anos e então teriam de apresentar-se ao rei para que fosse verificado o quanto da educação babilônica tinham absorvido. Se fossem considerados qualificados, entrariam no serviço do rei. Os três anos de educação e treinamento prático significariam a formação universitária no sentido babilônico.

    Nabucodonosor não tinha uso para homens ignorantes. Esses acabariam varrendo soalhos e cavando valetas. Daniel e seus amigos tinham de especializar-se nas tradições dos sábios caldeus, aperfeiçoando-se na sabedoria e erudição babilônica, tal como Moisés precisou tomar-se sábio na erudição egípcia (ver At 7:22). “Os pagens reais viviam da abundância real. Eles tinham rações diárias determinadas, o alimento e a bebida da mesa real. Ateneu (Deifosofistas, IV.
    26) mencionou que os atendentes do rei persa tinham recebido provisão da mesa real, e a porção diária para os cativos da realeza, na Babilônia, é mencionada em Jr 52:34.

    Por três anos. Nos escritos babilônicos, desconhece-se qualquer período de três anos de educação, mas isso nos faz lembrar dos três períodos nos quais os escritores gregos diziam estar dividida a educação de um jovem persa (Platão, Alcebiades 1.121; Xenofonte, Cyropaedia I.2)” (Arthur Jeffery, in loc.).

    Dn 1:6,Dn 1:7
    Entre eles se achavam, dos filhos de Judá.
    Estes dois versículos nomeiam os amigos de Daniel: Hananias, Misael e Azarias. Ver no Dicionário os artigos sobre cada um deles. Todos pertenciam à tribo de Judá, presumivelmente (mas não necessariamente) de Jerusalém. No Dicionário há catorze homens que atendiam pelo nome de Hananias, no Antigo Testamento, e o do nosso texto é o de número oito. Há também três homens com o nome de Misael, no Antigo Testamento, e o do texto presente é o de número três no Dicionário. Finalmente, há vinte e cinco homens, no Antigo Testamento, que atendem pelo nome de Azarias! E este é o último Azarias da lista, no Dicionário. O chefe dos eunucos (chamado Aspenaz no vs. Dn 1:3) mudou os nomes desses três homens para Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Ver o artigo sobre esses três, juntamente, sob esse título, onde apresento notas mais detalhadas. O nome de Daniel, finalmente, foi mudado para Beltessazar.

    O nome alternativo de Daniel aparece oito ou dez vezes na seção aramaica do livro (ver Dn 2:26; Dn 4:8,Dn 4:9,Dn 4:18,Dn 4:19 (quatro vezes) e Dn 5:12). E também se acha em Dn 1:7 ; Dn 10:1. Esses novos nomes provavelmente significam que, doravante, eles seriam súditos babilônicos (sua história anterior terminou juntamente com os antigos nomes) e serviríam a deuses babilônicos, e não a Yahweh. Em outras palavras, a esperança é que eles seriam totalmente paganizados para melhor servir à Babilônia. Dessa forma, estava armado o palco para que eles mostrassem como lutaram a fim de salvar e fomentar sua piedosa identificação judaica, permanecendo fiéis a Yahweh e à lei mosaica.

    Notemos como os nomes anteriores ligavam essas figuras ao yahwismo: Hananias significa “Yah tem sido gracioso"; Misael significa “Quem é o que El é?”; Azarias significa “Yah tem ajudado”. E Daniel significa “El tem julgado”. Cada um desses nome incorpora um nome hebraico para Deus. Em sentido contrário, há esforços para fazer com que os nomes novos correspondam à divindade babilônica. Os massoretas sugeriam que Bei podia ser visto no nome Beltessazar. Abede-Nego parece significar o mesmo que Abdi-nabu, “servo de Nebo”. Mesaque pode significar “estou desprezado (humilhado) (na presença do meu deus)”. Nada semelhante tem sido demonstrado no caso do nome Sadraque. Mas talvez a última sílaba, aque, esteja associada ao nome Sadraque, ou a Merodaque. No entanto, outros vêem aqui uma alusão a rak, que no acádico significa rei, e pelo qual devemos entender “sol” ou “deus-sol”. Mas outros preferem sugerir saduraku, que significa “temo (o deus)”.


    Champlin - Comentários de Daniel Capítulo 1 versículo 3
    Chefe dos seus eunucos:
    Outra tradução:
    Chefe do serviço do palácio. Ver Jr 29:1-2,

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    *

    1:1

    No ano terceiro. O terceiro ano do reinado de Jeoaquim foi o ano de 605 a.C. Naquele ano, Nabucodonosor derrotou uma coligação entre a Assíria e o Egito, em Carquemis, e assim teve início a ascensão da Babilônia como uma potência internacional. Depois da batalha de Carquemis, Nabucodonosor avançou contra Jeoaquim (2Rs 24:1,2; 2Cr 36:5-7), e levou cativos a alguns judeus, incluindo Daniel. Essa foi a primeira das três invasões de Judá por parte de Nabucodonosor. A segunda ocorreu em 597 a.C. (2Rs 24:10-14); e a terceira delas teve lugar em 587 a.C. (2Rs 25:1-24). No livro de Jeremias, o ataque de Nabucodonosor ocorreu no quarto ano de Jeoaquim, e não no seu terceiro ano (Jr 25:1; 46:2). A diferença de um ano ocorreu por causa da cronologia babilônica, que Daniel, segundo parece, usou, pois o reinado dos reis babilônicos era contado a partir do primeiro dia do ano seguinte, e não da data real da ascensão ao trono.

    Nabucodonosor, rei da Babilônia. Nabucodonosor conduziu os babilônios à vitória em Carquemis, como príncipe coroado e comandante do exército babilônico. Pouco depois dessa vitória, ele assumiu o trono da Babilônia, quando morreu seu pai, Nabopolassar, (626—605 a.C.). O reinado de Nabucodonosor (605—562 a.C.) é o contexto histórico de grande parte dos livros de Jeremias, Ezequiel e Daniel.

    *

    1:2

    O SENHOR lhe entregou nas mãos. A derrota de Israel pelos babilônios não pode ser explicada simplesmente pela análise de fatores militares e políticos. Deus estava operando nas atividades das nações, e ele usou os babilônios para julgar o seu próprio povo de Israel, por causa das suas transgressões (2Rs 17:15,18-20; 21.12-15; 24:3,4).

    na casa do tesouro do seu deus. Marduque era a principal divindade do panteão babilônio (conforme Jr 50:2 e as referências laterais.

    *

    1:4

    a cultura... dos caldeus. A escrita dos caldeus era feita com caracteres cuneiformes modelados com a ajuda de um estilete sobre a argila mole, que mais tarde era levada ao forno, para torná-la um documento permanente. Os arqueólogos têm encontrado milhares dessas tábuas de argila. Os babilônios adoravam a muitos deuses e a cultura deles era repleta de artes mágicas, feitiçaria e astrologia. A linguagem comum da Babilônia era o aramaico (2.4 e nota).

    *

    1:5

    finas iguarias da mesa real. Jeoaquim mais tarde recebeu tal provisão alimentar, sob o governo do rei babilônio, Evil-Merodaque (2Rs 25:27-30).

    * 1:6

    Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Nesses nomes pessoais hebraicos, o componente el significa "Deus", ao passo que yah é uma forma do nome de Deus, "Yahweh" (Sl 50:1, nota). Portanto, Daniel significa "meu juiz é Deus"; Hananias, "Yahweh é gracioso"; Misael, "Quem é o que Deus é?" e Azarias, "Yahweh tem ajudado".

    * 1:7

    Beltessazar... Sadraque... Mesaque... Abede-Nego. As sugestões quanto aos significados desses nomes incluem: Beltessazar, "que Bel proteja a sua vida"; Sadraque, "o mandamento de Acu" (deus-lua dos sumérios); Mesaque, "quem é o que Acu é?" e Abede-Nego é "servo de Nebo" (uma divindade babilônica). Bel é um outro nome para Marduque, a principal divindade babilônica (conforme 4.8).

    * 1:8

    não contaminar-se. Não encontra-se explícita a razão para a conclusão de Daniel de que ele e seus amigos se contaminariam por causa da comida do rei. Talvez isso envolvesse a violação das leis dietéticas de Moisés (Lv 11 e 17).

    *

    1:15

    A sua aparência era melhor. A obediência a Deus, por parte de Daniel e seus amigos, e a recusa deles comprometerem a sua fé em um ambiente pagão, foi recompensada com a bênção divina (conforme Dt 8:3 e Mt 4:4).


    *

    1:17

    Deus deu o conhecimento e a inteligência. A bênção divina não se limitou ao bem-estar físico, mas incluiu, igualmente, um desenvolvimento intelectual notável durante seus três anos de educação babilônica.

    visões e sonhos. Tendo em mente o que se segue no livro (caps. 2; 4 e 5), Daniel se destaca de seus companheiros pela sua habilidade de interpretar sonhos e visões, mais ou menos como aconteceu a José, estando ele no paláio de Faraó (Gn 40:8 e 41.16).

    * 1:18

    Vencido o tempo determinado. Isto é, terminados os três anos mencionados no v. 5.

    *

    1:20

    magos e encantadores. O termo traduzido aqui por “magos” também é usado em Gn 41:8,24 e Êx 7:11. E a palavra aqui traduzida por “encantadores” pode ser encontrada somente aqui e em 2.2, podendo ser traduzida por feiticeiro ou adivinhador. Sem importar o método usado por esses conselheiros reais para adquirir conhecimento, Daniel e seus amigos foram capazes de demonstrar um discernimento superior sobre as questões nas quais foram interrogados.

    *

    1:21

    até ao primeiro ano do rei Ciro. A Babilônia caiu diante de Ciro em 539 a.C., ou seja 66 anos depois que Daniel fora levado cativo para a Babilônia. Daniel viveu durante o período inteiro do cativeiro babilônico. No primeiro ano de seu governo, Ciro publicou um decreto permitindo que os israelitas voltassem do cativeiro, levando consigo os utensílios do templo que tinham sido tomados por Nabucodonosor (Ed 1:7-11). Essa declaração não quer dizer que Daniel morreu no primeiro ano do reinado de Ciro (10.1).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    Daniel serve como profeta ante os cativos em Babilônia desde 605 a.C. até 536 a.C.

    Clima da época : O povo do Judá estava cativo em uma terra estranha e se sentia descorazonado.

    Mensagem principal : Deus é soberano sobre a história humana passada, presente e futura.

    Importância da mensagem : Devemos passar menos tempo nos perguntando quando acontecerão os acontecimentos futuros e mais tempo aprendendo a forma em que devemos viver agora.

    Profetas contemporâneos : Jeremías (627-586) Habacuc (612-588) Ezequiel (593-571)

    1:1, 2 Daniel nasceu na metade do reino do Josías (2 Rseis 22:23) e cresceu durante as reformas desse rei. Durante este tempo provavelmente escutou ao Jeremías, profeta que citou em 9.2. Josías morreu em batalha contra Egito em 609 a.C., e aos quatro anos já Judá tinha retornado a suas más aventuras.

    Em 605 a.C. Nabucodonosor ocupou o trono de Babilônia. Em Setembro desse ano arrasou com a Palestina e pôs sítio a Jerusalém, com o que Judá se converteu em estado vassalo. Para demonstrar seu domínio, levou-se cativos de Jerusalém a muitos dos homens mais sábios e às mulheres mais formosas. Daniel estava neste grupo.

    1.1, 2 Nabucodonosor, o líder supremo de Babilônia, era temido em todo mundo. Quando chegava a um país, a queda do país era iminente. depois de uma vitória, os babilônicos estavam acostumados a levar-se às pessoas mais valiosa a Babilônia e deixar aos pobres detrás para que tomassem qualquer terra que quisessem e vivessem ali pacificamente. Este sistema fomentou uma grande lealdade por parte das terras conquistadas e assegurava um fornecimento constante de gente sábia e talentosa para o serviço civil de Babilônia.

    1:2 Às vezes Deus permite que sua obra sofra. Neste caso, os babilônicos irromperam no templo de Deus e se levaram os utensílios da adoração ao templo de um deus babilônico. Esse Deus pode ter sido Bel, que os hebreus chamavam Merodac, deus supremo dos babilônicos. Os que amavam ao Senhor certamente se sentiram descorazonados e desalentados. Sentimo-nos bem desalentados quando nosso Iglesias sofrem danos materiais, ou divisões, ou se fecham por motivos econômicos, ou estão infestadas de escândalos. Não sabemos por que Deus permite que sua igreja experimente tais calamidades. Mas, como os que presenciaram o saque do templo à mãos dos babilônicos, devemos confiar em que Deus está ao leme e vela pelos que confiam no.

    1:4 A língua de Babilônia era o aramaico. O programa acadêmico de Babilônia deveu ter incluída matemática, astronomia e história com uma forte dose de alquimia e magia. Estes jovens demonstraram não só capacidade mas também disciplina. Este rasgo de seu caráter, combinado com integridade, ajudou-os muito naquela nova cultura.

    1:7 Nabucodonosor lhes trocou o nome porque queria fazê-los babilônicos ante seus olhos e ante os olhos do povo babilônico. Os nomes novos lhes ajudariam a integrar-se à cultura. Daniel, que significa "Deus é meu juiz" em hebreu, passou a chamar-se Beltsasar, que significa "Aquele a quem Bel favorece". Bel era um deus babilônico. Foi um intento do rei por trocar a lealdade religiosa destes jovens do Deus do Judá ao deus de Babilônia.

    1:8 Daniel decidiu não comer dessa comida devido a que a carne provavelmente era porco ou outra comida proibida no Levítico (veja-se Levítico 11), não estava preparada de acordo com a lei judia, e provavelmente tinha sido sacrificada aos ídolos. Apesar de que Daniel estava em uma cultura que não honrava a Deus, seguia obedecendo as leis de Deus.

    1:8 "Propôs em seu coração" são palavras fortes que expressam fidelidade aos princípios e determinação a seguir um curso de ação. Quando Daniel determinou que não ia poluir se, estava sendo fiel a sua determinação de sempre de fazer o correto e não ceder às pressões do meio. Muito freqüentemente nos vemos pressionados a baixar nossas normas e viver mais como o mundo que nos rodeia. Não basta preferindo ou desejar fazer a vontade de Deus para resistir os embates da tentação. Como Daniel, devemos propor obedecer a Deus.

    1:8 É mais fácil resistir a tentação se a gente fortalecer suas convicções antes de que chegue a tentação. Daniel e seus amigos tomaram a decisão de ser fiéis às leis de Deus antes de enfrentar-se às guloseimas do rei, e não duvidaram permanecer firmes em suas convicções. Algumas vezes nos metemos em problemas porque não fixamos previamente os limites. antes de que surjam as situações difíceis, defina seu compromisso com Deus. Assim estará preparado para dizer não quando se presente a tentação.

    1:9 Deus se moveu com mão invisível para tocar o coração do funcionário babilônico. A forte convicção daqueles quatro jovens o impactaram. Deus promete estar com sua gente em momentos de provas e tentações (Sl 106:46; Is 43:2-5; 1Co 10:13). Está acostumado a atuar quando nos paramos firmes. Pare-se firme nos princípios de Deus e confie em que lhe protegerá em maneiras que possivelmente não veja.

    1:12 Os babilônicos estavam tratando de trocar a mentalidade destes judeus ao lhes dar educação esquenta, sua lealdade ao lhes trocar o nome, e seu estilo de vida ao lhes trocar a dieta. Sem ceder em nada, Daniel encontrou a maneira de viver segundo as normas de Deus em uma cultura que não honrava a Deus. De maneira sábia escolheu negociar em vez de rebelar-se, e sugeriu uma dieta experimental de dez dias. Como povo de Deus, podemos ajustar nossa cultura enquanto que não ponhamos em perigo nossas convicções.

    1:17 Daniel e seus amigos aprenderam o melhor que puderam a nova cultura para poder fazer seu trabalho com excelência. Entretanto, enquanto aprendiam, mantiveram-se em total lealdade a Deus. Nenhuma cultura é necessariamente inimizade de Deus. Se não violar seus mandamentos, pode ajudar a cumprir o propósito divino. Os que seguimos a Deus temos a liberdade de ser líderes competentes em nossa cultura, mas nos demanda que depositemos nossa lealdade primeiro em Deus.

    1:20 Nabucodonor situou ao Daniel e a seus amigos entre sua equipe de conselheiros. Essa equipe incluía "magos e astrólogos" que afirmavam predizer o futuro através das práticas do ocultismo. Eram bem hábeis em comunicar sua mensagem com autoridade, como se o recebessem diretamente de seus deuses. Entretanto, Daniel e os outros jovens judeus tinham discernimento, que era um dom de Deus, além de conhecimento. Por isso o rei estava mais agradado com eles que com os outros. Ao servir a Deus não devemos fingir ter sabedoria de Deus. Nossa sabedoria será legítima quando estivermos bem relacionados com Deus.

    1:20 Como sobreviveram os cativos em uma cultura estranha? Aprenderam a cultura, procuraram a excelência ao trabalhar, serviram ao povo, pediram a ajuda de Deus e mantiveram sua integridade.

    1:21 Um dos primeiros cativos levados a Babilônia, Daniel viveu para ver a primeira volta dos desterrados a Jerusalém no ano 538 a.C. Ao longo desse tempo honrou a Deus, e Deus o honrou a ele. Enquanto servia como conselheiro dos reis de Babilônia, Daniel era o porta-voz de Deus ante o Império Babilônico. Babilônia era uma nação malvada, mas tivesse sido pior sem a influência do Daniel.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    1 No terceiro ano do reinado de Joaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei de Babilônia, a Jerusalém, ea sitiou. 2 E o Senhor deu a Joaquim, rei de Judá, na sua mão, e uma parte dos utensílios da casa de Deus; e ele os levou para a terra de Sinar, para a casa de seu deus, que fez os utensílios na casa do tesouro do seu deus.

    A declaração de Daniel abertura refere-se ao reinado de Nabucodonosor, filho de Nabopolassar, como rei de Babilônia. Tendo derrotado a coalizão assírio-egípcio em Carquemis em 605 AC, Nabucodonosor, assumiu as rédeas do governo babilônico sobre a morte de seu pai, no mesmo ano.

    Dois problemas referem-se ao registo do tempo em Ez 1:1)

    3 E o rei falou a Aspenaz o chefe dos seus eunucos, que trouxesse em certa dos filhos de Israel, mesmo de a descendência real e dos nobres, 4 jovens em quem não houvesse defeito algum, mas bem favorecido, e hábil em toda a sabedoria, e dotado de conhecimento e entendimento da ciência, e que tivessem habilidade para assistirem no palácio do rei; e que ele deveria ensinar-lhes a aprendizagem e a língua dos caldeus. 5 E o rei lhes determinou a porção diária das iguarias do rei, e do vinho que ele bebia, e que eles devem ser alimentados por três anos; que no fim destes pudessem estar diante do Ap 6:1 Ora, entre eles se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Ananias, Misael e Azarias. 7 E o chefe dos eunucos deu-lhes nomes: a Daniel que ele deu a Nome doBelteshazzar; e para Ananias, de Sadraque; e Misael o de Mesaque; e Azarias o de Abednego.

    Política de Nabucodonosor, continuou pelos persas, era educar cativos para lugares de responsabilidade no governo e na administração. Tendo tomado o melhor da terra, mesmo de a descendência real e dos nobres, ele procurou a familiarizá-los com os costumes e língua de seus captores. Embora Aspenaz foi mestre dos eunucos não há nenhuma evidência de que Daniel e seus amigos foram feitos eunucos.

    As qualificações das pessoas para serem treinados mostram um rígido sistema de educação na Babilônia. Fisicamente eles devem ser sem defeito e atraente. Mentalmente eles devem já foram treinados nos fundamentos da sabedoria, conhecimento e ciência, e ser dotada com capacidade para se destacar em sua educação. caldeus não é usado aqui no sentido de homens ou magos sábios, mas no sentido étnico como Nu 5:30 ; Et 2:7)

    8 Mas Daniel propôs no seu coração que ele não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia. portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se 9 Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça . e misericórdia diante do chefe dos eunucos 10 E o chefe dos eunucos disse a Daniel, Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa comida e sua bebida: por que veria ele os vossos rostos mais do que o jovens que são de sua própria idade? . Assim poríeis em perigo a minha cabeça para com o Ap 11:1 Então disse Daniel ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel, Ananias, Misael e Azarias: 12 Prove teus servos, eu te rogo, 10 dias; e que se nos dêem legumes a comer e água para beber. 13 Então deixe nosso semblante ser encarado diante de ti, e do semblante dos jovens que comem das iguarias do rei; e, como vês, lidar com os teus servos.

    14 Então, ele lhes deu ouvidos nesta matéria, e os experimentou dez dias. 15 E, ao fim dos dez dias seus semblantes apareceu mais justo, e eles estavam mais gordos do que todos os jovens que comiam das iguarias do Ap 16:1 Então, o mordomo tirou as iguarias eo vinho que deviam beber, e lhes dava legumes.

    Daniel, jovem como era, assumiu a liderança dos jovens hebreus. Esta unidade de pensamento dá a conhecer o seu propósito, o seu fundamento, e seu plano. Com a sua mente pronta para servir a Deus, ele pediu ao chefe dos eunucos para permitir que os jovens hebreus a comer legumes e beber água. Quando recusou este pedido, ele educadamente ofereceu um plano para testar a eficácia dos dois modos de vida, a maneira de indulgência em relação ao caminho da disciplina.

    Daniel propôs no seu coração. mentalidade de Daniel não foi o fanatismo, mas a devoção a princípio. Como crente em Deus e na lei, ele tinha sido ensinado as leis de profanação pessoal. Comida em uma festa pagã foi consagrada aos deuses como um sacrifício; a refeição tornou-se um rito religioso (1Co 10:1f ). Pedido inicial de Daniel foi que ele não se contaminar. Enquanto Deus deu-lhe graça aos olhos do chefe dos eunucos, versículo 10 sugere que Daniel foi negado o seu pedido porque o chefe dos eunucos temia por sua própria vida.

    Quando o chefe eunuco negou o pedido de Daniel, o jovem hebreu passou para a próxima no comando, o administrador ou o atendente pessoal. Apesar da decepção, ele se recusou a abandonar seus princípios. Ele, então, formaram um plano para testar os caminhos dos pagãos. Edward J. Young chama a lição ", Neste ponto, como em toda a sua vida, Daniel apresenta-se como um verdadeiro cavalheiro. Ele nunca rende em devoção a princípio, mas não permite que a devoção ao princípio de servir como uma capa para grosseria ou fanatismo. Ele era um verdadeiro herói da Fé ".

    O plano de Daniel era simples: Prove teus servos, eu te rogo, 10 dias; e que se nos dêem legumes a comer e água para beber. Pulso refere-se a ervas ou vegetais. Cuidado prático de nosso corpo físico é parte da verdadeira religião. Paulo diz: "Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo?" (1Co 6:19 ).

    Franqueza e método de Daniel não só lhe deu graça com o chefe dos eunucos, mas também com o mordomo, que concordou em colocar o plano em funcionamento durante os dez dias. O resultado foi que os semblantes dos hebreus jovens apareceu mais justa e mais saudável do que os outros. O teste de uma vida piedosa está nos resultados práticos que dela decorrem. Pelo que o despenseiro lhes tirou as iguarias e vinho. O sucesso do plano de Daniel o convenceu da superioridade da tarifa simples. Os homens do mundo estão dispostos a ouvir, se os resultados justificam. A religião deve ser prático para ser relevante.

    4. Seu Triumph (1: 17-21)

    17 Ora, quanto a estes quatro jovens, Deus lhes deu o conhecimento ea inteligência em toda cultura e sabedoria; mas a Daniel deu entendimento em toda a visão e sonhos. 18 E, ao fim dos dias que o rei tinha ordenado que fossem apresentados, o príncipe dos eunucos os trouxe diante de Nabucodonosor. 19 E o rei falou com eles; nenhum e entre todos eles não foram achados outros tais como Daniel, Ananias, Misael e Azarias; por isso ficaram assistindo diante do Ap 20:1 E em toda matéria de sabedoria e de entendimento, a respeito da qual o rei lhes perguntou, os achou dez vezes melhor do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino. 21 E Daniel continuou até o primeiro ano do rei Ciro.

    Este parágrafo traça o triunfo final dos jovens hebreus que tinham honraram a Deus por suas vidas em uma corte pagã. Deus, que dera Joaquim, na mão de Nabucodonosor (v. Dn 1:2 ), e que tinha dado a Daniel graça diante do chefe dos eunucos (v. Dn 1:9 ), agora deua superioridade jovens na liberal e no espiritual arts. Visões e sonhos são distintos de aprendizagem e sabedoria , porque eles estão especialmente relacionadas com Deus e das coisas divinas.

    No final dos três anos que toda a classe foi trazido diante de Nabucodonosor, que havia ordenado a formação, o currículo, e do modo de vida. E o rei falou com eles. Ele questionou-los e tentou impedi-los em áreas de conhecimento. No topo da classe estavam Daniel, Ananias, Misael e Azarias. A frase comparativa dez vezes melhor é uma expressão de extremo contraste indicando grande superioridade. Os jovens hebreus eram comparados com os seus pares, mas com os magos e encantadores que havia em todo o seu reino. Magicians foram aqueles que se especializou no oculto; enchanters fala dos astrólogos, um pseudo-ciência especial na Babilônia.

    E Daniel continuou até o primeiro ano do rei Ciro. Este verso indica algo da duração da vida de Daniel. A partir de 10: 1 , aprendemos que ele ainda estava vivo no terceiro ano de Ciro. O primeiro ano do rei Ciro marcou um ano especial para os judeus (Esdras 1:1 ), pois ela namorou o ano da proclamação que lhes permite voltar à Palestina e reconstruir o templo em Jerusalém. Ele marca um terminal futuro apropriado para um ensino capítulo como os judeus se manteve estável durante o cativeiro. Coragem e fidelidade de Daniel resultou em uma vida longa e próspera; Enquanto isso Deus teve Sua mão sobre os reinos do mundo.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    Vemos três momentos de dificuldade na história pessoal de Daniel (caps. 1—6): o teste dos quatro hebreus na chegada deles à Babilônia (cap. 1); a fornalha de fogo ardente (cap. 3); e a cova dos leões (cap. 6). Em cada uma dessas experiências, Daniel e seus amigos saíram vitoriosos, no entanto justamente a primeira vitória foi o fun-damento para as outras vitórias. Visto que esses jovens judeus eram fiéis a Deus desde a adolescência, o Senhor foi fiel a eles nos anos seguintes.

    I. A difícil provação (1:1-7)

    Imagine quatro adolescentes he-breus tirados de suas casas amadas em Jerusalém e levados para a lon-gínqua Babilônia. Desde que todos eles eram príncipes, pertenciam à família real e, provavelmente, não estavam acostumados com esse tipo de tratamento. E muito ruim quan-do os jovens sofrem por causa dos pecados dos pais. Os judeus recusa-ram-se a se arrepender e a obedecer ao Senhor. Assim, em 606-586 a.C. (como Jeremias advertira), o exérci-to babilônico conquistou a terra. Era costume dos babilônios levar a par-te melhor dos jovens para a Babilô-nia e treiná-los na corte do rei. No versículo 3, verificamos que esses quatro jovens eram espécimes espe-ciais. Eles eram fisicamente fortes e bonitos, experientes na esfera social e benquistos pelos outros, rápidos de mente, instruídos e espiritual-mente devotados ao Senhor. A vida deles era equilibrada, como vemos em relação a Cristo, emLc 2:52 — eram exemplos perfeitos para os adolescentes!

    Todavia, tiveram um desafio di-fícil pela frente: o rei queria forçá- los a se adequarem aos caminhos da Babilônia. Ele não estava inte-ressado em pôr bons judeus para trabalhar; queria que esses judeus se tornassem babilônios! Hoje, os cristãos enfrentam o mesmo desa-fio: Satanás quer que nos conforme-mos "com este século" (Rm 12:1-45). É triste constatar que muitos cristãos cedem ao mundo e perdem seu po-der, sua alegria e seu testemunho. Observe as mudanças que esses jo-vens vivenciaram:

    1. Nova casa (vv. 1-2)

    Eles não estavam mais rodeados pe-las coisas do Senhor, em Jerusalém, e não tinham mais a influência de seus pais e professores devotos. Al-guns cristãos, quando saem de casa, regozijam-se com a oportunidade de "sair da prisão e viver à larga", no entanto Daniel e seus amigos não se sentiram dessa forma.

    1. Nova sabedoria (vv. 3-4)

    A antiga sabedoria judia fora-se e, a partir de agora, seria a sabedoria do mundo, a sabedoria babilônica. Eles tinham de aprender a sabedoria e a língua de seus captores. O rei espe-rava que essa "lavagem cerebral" os tornasse melhores servos. Com fre- qüência, o povo de Deus tem de es-tudar coisas que não estão de acor-do com a Palavra do Senhor. Nós, como Daniel e seus amigos, temos de fazer o nosso melhor, mas não podemos abandonar nossa fé.

    1. Nova alimentação (v. 5)

    Nos três anos seguintes, os quatro jovens deviam comer a mesma dieta do rei, com certeza contrária às leis alimentares dos judeus. Sem dúvida, ofereciam também a comida aos ído-los da terra, e, para os jovens judeus, era blasfêmia comê-la.

    1. Novos nomes (vv. 6-7)

    O mundo não gosta de reconhecer o nome do Senhor, embora os qua-tro jovens tivessem o nome de Deus no próprio nome. Mudaram o nome de Daniel ("Deus é meu juiz") para Beltessazar ("Bel proteja sua vida"). Bel era o nome de um deus babi-lônio. O nome de Hananias ("Jeo-vá é amor"), para Sadraque ("servo do deus Sin, o deus lua"); Misael ("Quem é igual a Deus?"), para Me- saque ("quem é como Aku?", outro deus pagão deles); e Azarias ("Jeová ajuda"), para Abede-Nego ("servo do deus Nabu", outro deus pagão). Os babilônios tinham a esperança de que os nomes novos ajudariam os jovens a esquecerem o Deus de-les e a, gradualmente, tornarem-se mais parecidos com o povo pagão, com quem viviam e estudavam.

    II. O teste audacioso (1:8-16)

    Os babilônios podiam mudar a casa, os livros escolares, o cardápio e o nome de Daniel, porém não podiam mudar o coração dele. Ele e os ami-gos tinham no coração o propósito de obedecer à Palavra do Senhor. Eles se recusaram a conformar-se ao mundo. Claro que eles podiam ter arrumado desculpas e "seguido" a multidão. Eles poderíam dizer: "Todos estão fazendo assim!", ou: "É melhor obedecermos ao rei!", ou ainda: "Obedeceremos exter-namente, mas manteremos nossa fé em nosso interior". Todavia, eles não fizeram concessões. Ousaram crer na Palavra e confiar no Senhor para vencer. Eles entregaram o cor-po e a mente ao Senhor, como Ro-manos 12:1-2 instrui, e estavam dis-postos a deixar que Deus fizesse o resto.

    Daniel pediu dez dias de teste, o que não era muito, já que teriam três anos de treinamento pela fren-te; o chefe dos eunucos concordou com o plano deles. "Sendo o ca-minho dos homens agradável ao Senhor, este reconcilia com eles os seus inimigos" (Pv 16:7). Veja tam-bém Mt 6:33 e Pv 22:1.

    O eunuco temia contrariar as ordens do rei para que não acontecesse nada de mal com os jovens e con-sigo mesmo, de modo que o teste proposto por Daniel foi uma boa solução para o problema. Claro, o Senhor honrou a fé deles. Os jovens alimentaram-se de legumes (grãos de leguminosas) e água durante dez dias e, dessa forma, evitaram os ali-mentos contaminados dos babilô-nios.

    Foi necessário fé e obediên-cia para dominar as tentações e as pressões do mundo. Primeira aos Coríntios 10:13 ainda não fora es-crita, contudo Daniel e os amigos conheciam a verdade que ela apre-senta pela experiência. Observe como Daniel era educado e agra-dável com os servos babilônios: ele não "exibiu" sua religião nem em-baraçou o homem. Esse é um bom exemplo para seguir: podemos ater- nos a nossas convicções sem nos tornar excêntricos!

    1. O triunfo divino (1:17-21)

    Um teste de dez dias é uma coi-sa, mas e os três anos de curso na universidade da Babilônia? O versí-culo 17 responde à pergunta: "A es-tes quatro jovens Deus deu..." tudo de que precisavam! Ele capacitou- os para aprender mais que os outros alunos, acrescentando a esse conhe-cimento sua divina sabedoria espiri-tual. No versículo 20, os "magos e encantadores" eram os homens do rei que estudavam as estrelas e ten-tavam determinar a melhor decisão para o rei tomar. Eles também afir-mavam que interpretavam sonhos. Daniel e os amigos não acreditavam na religião e nas práticas insensatas dos babilônios, apesar de estuda-rem essas coisas, da mesma forma que hoje o estudante universitário cristão aprende "fatos" que ele sabe que se opõem à Palavra do Senhor. Daniel entendeu que o Senhor o usaria como testemunho naquela terra ímpia — e Deus fez isso pelos 75 anos seguintes!

    O rei admitiu que os quatro ra-pazes hebreus eram dez vezes mais inteligentes que seus melhores con-selheiros. Claro que isso deixou os astrólogos enciumados, e não causa espanto que tentassem afastar os ju-deus em anos posteriores. Se Daniel tivesse a preocupação de agradar as pessoas para tornar-se "popular", te- ria cedido às pressões e abandonado ao Senhor. Contudo, como ele vivia para agradar ao Senhor, ignorou as caras e as ameaças das pessoas e fez o que Deus queria que fizesse. Hoje, precisamos de cristãos com o coração determinado a pôr Cristo na frente de tudo onde quer que es-tejam — na sala de jantar, na sala de aula e até na sala do trono!

    "Daniel continuou..." Que tes-temunho! Satanás deve ter dito a Daniel: "Se você quiser ficar por aqui, é melhor seguir a multidão". No entanto, Daniel obedeceu ao Senhor — e "ficou por perto" mais tempo que qualquer outro. Ele mi-nistrou durante o reinado de quatro reis e, provavelmente, viveu para ver os judeus retornarem à sua ter-ra no fim do cativeiro. "Aquele [...] que faz a vontade de Deus perma-nece eternamente" (1Jo 2:17). Na verdade, hoje somos abençoados e ajudados por causa da fidelidade de Daniel. Ele não teria usufruído das vitórias e das bênçãos dos anos posteriores se tivesse se afastado de Deus quando enfrentou provações na juventude. O Senhor chamou-o de "amado" (10:11), honra que deu a apenas outra pessoa na Bíblia — Jesus Cristo. Daniel, por ter vivido na vontade do Senhor, usufruiu do amor dele (1Jo 2:15-62). Sua con-sagração deu-lhe coragem, sua fé o tornou fiel.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    1.1 Sitiou. A destruição foi completada alguns anos mais tarde, no ano 586 a.C. nos reinados de Jeoaquim, Joaquim e Zedequias, 2Rs 24:1-12. Alguns dos utensílios. Mais tarde foram todos.

    1.3 Linhagem real. Daniel era um jovem de alta estirpe, um nobre.

    1.7 A mudança dos nomes era uma tentativa de integrar os jovens cativos à religião pagã do seu novo ambiente social. Daniel quer dizer "Deus é meu juiz" e Beltessazar quer dizer "Príncipe de Bel" - Bel era equivalente a Baal e a Marduque. Misael quer dizer "Quem é como Deus", e Mesaque é a alteração deste nome para "Quem é como Aku" (Deus da lua). Hananias, "Jeová é misericordioso" altera-se para Sadraque, o "Amigo do rei", e Azarias, "Jeová é meu socorro", para Abedenego ou "Servo de Nego" (o ídolo que representa Mercúrio).

    1.8 Contaminar-se. Com comida que não era preparada segundo a Lei (Lv 17:10-14), provavelmente oferecida aos ídolos.

    1.12 Legumes. Só para evitar a comida do rei; não é vegetarianismo.

    1.15 Deus prometera abençoar a comida, a mais simples, Êx 23:25.

    1.17 Visões e sonhos. Era um dom especial de Deus, para preparar Daniel para o ministério específico que consta do livro.

    1.19 Era o exame conduzido pelo próprio rei, para verificar a cultura geral dos rapazes selecionados para contribuir à glória do seu império. Esta cultura confunde-se com as artes mágicas.
    1.21 Continuou. Ficou como oficial do Império até o ano 536 a.C., o primeiro ano do rei Ciro. Sua última visão veio mais tarde.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
    A maravilhosa história de Daniel e seus amigos (1.16.28)

    I. A SUA ASCENSÃO NA CORTE DE NABUCODONOSOR (1:1-21)

    v. 1. No terceiro ano do reinado de Jeoaquim: Jeoaquim foi colocado no trono de Judá pelo faraó Neco no lugar do seu irmão Jeoacaz, o escolhido do povo, depois da morte do pai deles, Josias, em Megido, no ano 609 a.C. Os esforços do Egito para dominar o Levante foram repelidos pela Babilônia na grande batalha de Carquemis, em 605 a.C. A lacônica Crônica Babilónica (DOTT, p. 77ss.) e diversos textos hebraicos (2Rs 23:24; 2Cr 36:0. v. 3. Aspenaz, o chefe dos oficiais da sua corte: esse nome ainda não tem uma explicação satisfatória. O seu status pode ser interpretado literalmente aqui. Era o mordomo (em outros trechos, exige-se o significado geral “oficial”, especialmente em Gn 39.1). nobreza: heb. partemim é a primeira das 19 palavras do livro tomadas por empréstimo do persa antigo; v. detalhes em Kitchen, Notes, p. 37ss. v. 4. jovens sem defeito físico: a sua idade não é dada, mas sua carreira sugere que tinham 12 ou 13 anos ao menos, a nata da geração seguinte de Judá. A sua perfeição física era um dom natural desde o nascimento; agora, a manutenção dessa perfeição era responsabilidade deles, “caldeus” (nota de rodapé da NVI): inscrições assírias a partir do século IX a.C. registram guerras com caldeus no sul da Babilônia e mostram como eles estavam lutando pelo controle da própria Babilônia. Mais tarde, no século VIII, Meroda-que-Baladã foi um governante caldeu que controlou a Babilônia durante alguns anos (conforme 2Rs 20:12ss), e foi seu descendente, o pai de Nabucodonosor, Nabopolassar, que finalmente derrotou a Assíria (612 a.C.). As informações acerca dos caldeus são muito escassas; o nome ocorre raramente, pois o povo pertencia a diversas tribos, e eram denominados assim como os hebreus o são mais fre-qüentemente, como os “da tribo de Judá” do que como “os israelitas”. Estavam associados com os arameus e falavam a mesma língua, ou uma muito semelhante. Em Daniel, o nome é usado com menor freqüência em relação ao povo (5.30; 9,1) e com maior freqüência como designação de uma classe entre os sábios (v. 2.2,4,10,13 3:27). É possível que o nome “nacional” tenha sido atribuído a homens especialmente importantes, algo como a forma usada em Jo 1:47; ele não é atribuído diretamente a Daniel. O historiador grego Heródoto atribuiu a “caldeus” o sentido especializado de “homens sábios” nas suas Histórias, escritas aproximadamente em 440 a.C. (I. 181ss.), quando todo sentido político tinha desvanecido. Isso não significa necessariamente que o uso em Daniel é anacrônico; Heródoto, sendo a nossa fonte conhecida mais antiga fora de Daniel, não estabelece um limite máximo. O mesmo autor de fato fornece uma analogia parcial nos “magos”, uma tribo originariamente oriunda da Média, que dá nome a uma casta de homens sábios, intérpretes de sonhos e sacerdotes (I. 101; VII. 37 etc.). V. tb. EQ, 49, p. 69ss). a língua e a literatura-, o aramaico era a língua comum (v.comentário Dt 2:4), provavelmente até na corte da Babilônia, mas os eruditos e a escola tradicional de escribas mantiveram a antiga língua babilónica e a escrita cuneiforme vivas até o século I d.C. Os jovens judeus provavelmente estudaram as duas no início de sua educação; a sua formação tinha o propósito de prepará-los para o serviço real. Que os judeus tivessem de passar por esse tratamento pode ter sido repugnante, mas esses homens não tinham alternativa, como José, e no tempo certo mostraram como a fé pode ser preservada em meio a circunstâncias adversas, v. 5. designou-lhes uma porção diária: a burocracia da Babilônia era altamente organizada; porções semelhantes para alguns estrangeiros na vasta corte, incluindo gregos do leste, persas, egípcios e Jeoaquim, rei de Judá, estão alistadas em tábuas de argila remanescentes dos arquivos (DOTT, p. 84ss), embora somente depois de anos de cativeiro Jeoaquim tenha sido elevado à posição de comer da comida do rei, fornecida a Daniel desde o início (2Rs 25:27ss.). depois disso passariam a servir o rei\ conforme o v. 19; os novos formandos passariam a fazer parte do séqüito permanente do rei, um grupo grande, altamente privilegiado, mas totalmente dependente dos caprichos do rei. v. 6. Entre esses: o cenário está preparado para a apresentação dos heróis. Danieh “Deus julgou”, um nome conhecido de outros textos antigos, mas qualquer relação com o homem de Ez 14:14,20; 28:3; Jubileus 4.20, ou textos bem mais antigos de Ugarite é totalmente especulativa. Hananias-. “o Senhor foi bondoso”. Misaeh “quem é o que Deus éP”. Azarias: “o Senhor ajudou”, v. 7. A mudança dos nomes evitava a inconveniência de diversos nomes estrangeiros, ajudava a unificar uma corte tão diversificada e era uma demonstração do domínio babilónico (conforme Gn 41:45; 2Rs 23:34; 2Rs 24:17). Os nomes babilónicos aparecem especialmente nas histórias que envolvem Nabuco-donosor e Belsazar; nos outros textos, o autor prefere os nomes hebreus. Esses nomes resistiram a uma explanação razoável durante um século; agora se pode observar que são formas satisfatoriamente babilónicas (detalhes em P. R. Berger, Zeitschrift für Assyriologie 64 (1975), p. 224ss, 232-3). Beltessazar. bab. Bêlet-sharru-usur, “O Senhora, protege o rei”; a Senhora, no caso, é a esposa de Marduque, deus da Babilônia, conforme 4.8. Sadraque: bab. Shüdurãku, “sou muito temeroso/temente (de/a um deus)”. Mesaque: bab. Méshãku, “eu não tenho valor”. Abede-Nego: provavelmente um equivalente aramaico de um nome babilónico, “Servo daquele que brilha”, v. 8. decidiu não se tomar impuro: ao consumir comida preparada sem consideração pela regulamentação israelita, com probabilidade de conter carnes declaradas imundas (e.g., de porco), possivelmente associada com rituais pagãos. Os vinhos eram denominados de acordo com a região que os produzia, e às vezes eram enriquecidos com mel ou condimentos. v. 9. A decisão de Daniel foi recompensada por Deus em virtude da sua motivação pura, de forma que o seu pedido extraordinário recebeu uma resposta razoável, v. 10. menos saudáveis: a palavra é a que é usada para descrever os homens do faraó em Gn 40:6, um estado físico que reflete desassossego e inquietação. O eunuco-chefe poderia ser acusado de apropriar-se indevidamente da generosidade do rei. v. 11. homem [...] encarregado (“despenseiro”, ARG, BJ; “cozinheiro-chefe”, ARA): algumas versões trazem “guarda” (NTHL); “guard”, NVI, em inglês) ou “inspetor” (Reina-Valera, em espanhol); aqui um título, e não um nome como na 5A (“Mel-zar”). Supostamente esse homem achava que podia realizar o teste sem o conhecimento do seu superior, v. 12. vegetais-, lit. “sementes”, grãos de cevada etc., cozidos ou assados, com alto valor nutritivo, ainda hoje um dos elementos principais nas refeições do Oriente Médio, dez dias: os efeitos de uma dieta rica seriam visíveis na pele do rosto e na viva-cidade ou na lentidão do comportamento. v. 15. Gordura indica suficiência e prosperidade em todo o ATOS. Daniel estava inspirado para se aventurar no teste? Ele simplesmente correu o risco por fé? Devemos decidirpor nós mesmos, v. 17. Deus re-com-pensou a fidelidade dos quatro amigos com honras de primeira classe, preparando os homens para qualquer situação do governo.

    O tema especial de Daniel tinha uma história que remontava à época de José e além, pois se acreditava que os sonhos eram um meio de comunicação sobrenatural, v. 20. magos-, o hebraico usa a palavra de Gn 41; Ex 7, 8 e 9, que tem origem egípcia, mas se estabeleceu na Babilônia; encantadores: é uma palavra babilónica, uma referência específica a “exorcistas”. Ambas as palavras denotam aqueles que fazem comércio com o suposto controle ou conhecimento do que é desconhecido, universal e contínuo, algo proibido pela lei bíblica (Lv 19:31; 20:6 etc.), v. 21. Daniel permaneceu ali até o primeiro ano do rei Ciro: isso mostra que a carreira de Daniel se estendeu por todo o período do exílio na Babilônia; de fato, 10.1 mostra que ele estava ativo no terceiro ano de Ciro.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 1 até o 4

    INTRODUÇÃO

    Nome do Livro. Em nossas Bíblias o título desta porção das Escrituras é "O Livro de Daniel". Na Bíblia Hebraica o título é simplesmente, "Daniel", o que, de acordo com o costume seguido pelos Profetas Maiores e Menores, corresponde ao nome do autor do livro. Como em diversos outros livros de profecia (por exemplo, Jeremias e Oséias), o autor também é o personagem principal dos acontecimentos registrados. Essa obra do Velho Testamento leva esse nome nas mais antigas listas e referências. Jesus referiu-se às profecias deste livro como "de que falou o profeta Daniel" (Mt 24:15; Mc 13:14). O testemunho de nosso Senhor não diz simplesmente que o livro tinha o nome de Daniel, mas que suas profecias foram proferidas por ele.

    O nome de Daniel tem sido identificado na literatura de diversas outras línguas antigas – acadiano, sabeu, palmirênio, nabateano (J.A. Montgomery, A Critical and Exegetical Commentary on the Book of Daniel 1CC, pág. 128), e na literatura cananita de Ras Shamra, onde aparece um herói chamado Daniel (Tale of Aqhat, ANET 149:155).

    Os mestres evangélicos geralmente identificam o autor de nosso livro com o Daniel de Ez 14:14, Ez 14:20 e Ez 28:3, onde é citado, junto com Noé e Jó, como exemplo de homem justo. Aqueles que negam a autenticidade de Daniel defendem que o Daniel de Ezequiel é "uma figura da tradição antiga e cosmopolita, como o Noé-Utnapishtim da história do dilúvio", etc. (Montgomery, ICC, pág. 2). O Jó e o Noé de Ezequiel, contudo, são figuras bíblicas, não cosmopolitas. Podemos portanto presumir que o Daniel de Ezequiel também é o autor de nosso livro. (Quanto ao significado do nome, veja observações de Dn 1:6).

    Data e Autoria. Desde o terceiro século da Era Cristã, a data e autoria de Daniel tem sido um campo de batalha entre aqueles que aceitam as reivindicações bíblicas por si mesmas e aqueles que não as aceitam. Até onde sabemos, todo judeu e cristão da antiguidade aceitava o livro como escrito nos períodos babilônico e persa no sexto século, na e perto da cidade de Babilônia, como o livro reivindica. O Novo Testamento, como também diversas obras não bíblicas, aceitam inquestionavelmente a genuinidade do livro. Um filósofo neoplatonista, chamado Porfírio (233-304 d.C.), em controvérsia com os cristãos, viu que o livro se refere à história dos acontecimentos que tiveram lugar entre o século quinto e o começo do século segundo. Especificamente, ele fala do advento dos impérios medo-persa e grego, e especialmente dos detalhes da vida de um certo Antíoco Epifânio, rei da Síria, 175-163 A.C., no seu conflito com o rei do Egito e com os judeus na Palestina. Assim Porfírio, negando que o livro fosse escrito conforme reivindicações, declarou que foi escrito na Palestina por um judeu que viveu no tempo de Antíoco e que aquilo que foi escrito como profecia era, na realidade, história. Ele ainda defendia que o livro era exato como história até Antíoco, mas inexato depois dele. Eusébio de Cesaréia, Apolinário, Metódius e mais notadamente Jerônimo, todos escreveram réplicas a Porfírio (veja Jerome's Commentary to Daniel, Prólogo).

    Nos tempos modernos o desenvolvimento da incredulidade nos círculos eclesiásticos tem provocado a ressurreição dos argumentos de Porfírio e seus oponentes. Conforme E.B. Pusey escreveu, perto de um século atrás: "A engenhosidade humana nas coisas espirituais e seculares é muito limitada. Seria provavelmente difícil inventar uma nova heresia. Os oponentes de antigamente eram tão ou mais perspicazes quanto os de hoje; de modo que o terreno está quase exaurido" (Daniel the Prophet, pág. iii).

    Os motivos básicos por que alguns mestres negam a autenticidade de Daniel é que eles já rejeitaram previamente a possibilidade da profecia preditiva (veja J.E.H. Thomson, Daniel in Pulpit Commentary, pág. xliii). Isto, embora geralmente não seja explícito, é por vezes francamente admitido (por exemplo, Robert H. Pfeiffer, Introduction to the Old Testament, pág. 755). Os argumentos apresentados em defesa do ponto de vista negativo são principalmente estes:
    1) O autor comete erros históricos crassos.
    2) O hebraico e o aramaico de Daniel são de tipos muito posteriores ao século sexto.
    3) Diversos termos usados são palavras persas e pegas que um escritor judeu do século sexto não poderia conhecer.
    4) A posição do livro na terceira seção (Escrituras ou Hagiografia) do Velho Testamento indica origem tardia, depois de concluído o cânon profético.
    5) Não há testemunho externo da existência de Daniel antes do século segundo.
    6) As idéias teológicas do livro são demasiadamente avançadas para o sexto século.
    7) As histórias são fantásticas, não são fiéis à história e irreais.
    8) A literatura apocalíptica da qual Daniel é um exemplo, só apareceu "tardiamente no período helenístico" (Montgomery, ICC, pág. 80).

    Os argumentos usados pelos modernos apologistas para sustentarem a autenticidade de Daniel são os seguintes:
    1) evidências visíveis do testemunho do livro;
    2) sua recepção no cânon, o que dá testemunho do fato dos judeus dos séculos pré-cristãos crerem na sua autenticidade;
    3) o testemunho uniforme do Novo Testamento, inclusive a opinião expressa de nosso Senhor;
    4) o antigo testemunho externo direto (inclusive Ez 14:14, Ez 14:20; Ez 28:3; IMC. 2:59,
    60) e diversas passagens em Josefo;
    5) evidência da influência de Daniel antes de 165 A.C.;
    6) refutação dos argumentos negativos referentes às idéias e história do livro. Estes têm encontrado apoio especialmente forte na arqueologia. A maior parte das objeções históricas têm sido silenciadas por Boutflower, (In and Around the Book of Daniel; R.H. Dougherty, Nabonidus and Belshazzar). Ob serve particularmente a admissão bastante prejudicial de Montgomery (ICC, pág. 72, todo o 2º parágrafo).

    Estrutura do Livro. Um exame superficial poderia provocar a divisão do livro em duas partes principais, cada uma com seis subdivisões de um capítulo cada: capítulos 1-6, as Histórias de Daniel; capítulos 7-12, as Profecias de Daniel. Como acontece com tais esboços simples, entretanto, esta divisão em duas partes é mais aparente que real. Os capítulos 10-12, na realidade, constituem uma importante unidade em si mesmas.

    A verdadeira base da divisão deveria ser buscada no fato de que a seção 1:1 - 2:4a está no hebraico, a seção 2:4b - 7:28 está no aramaico (siríaco, caldeu) e a seção 8:1 - 12:13 está no hebraico. Este uso estranho de duas línguas, por mais misterioso que seja, foi da intenção divina e significa alguma coisa. Segundo C.A. Auberlen (The Prophecies of Daniel and the Revelation of St. John, 1
    757) e S.P. Tregelles (Remarks on the Prophetic Visions in the Book of Daniel, 1864), se considerarmos a mudança de línguas como a chave para a estrutura do pensamento na medida em que exista uma estrutura. Observamos que o Livro de Daniel transmite uma mensagem de julgamento e derrota para o mundo gentio, do qual os principais representantes no tempo do profeta eram Nabucodonosor, Belsazar, Dario e Ciro. A linguagem apropriada nesta porção que se refere aos gentios (2:4b - 7:28) é o aramaico, a língua diplomática e comercial da época. O livro transmite ainda outra mensagem, uma de esperança e livramento para o santo povo de Deus, precioso ainda que opresso, os hebreus. Para a porção que trata dos hebreus a linguagem é, naturalmente, o hebraico. Com isto não queremos dizer que os hebreus não aparecem nos capítulos 2-7 ou os gentios nos capítulos 8-12. Significa apenas que o ponto de vista básico é que muda.

    Todo o livro de Daniel é uma profecia. Do ponto de vista bíblico isto significa que o seu autor era um profeta (Mt 24:15; cons. He 1:1, He 1:2). Portanto, enquanto a profecia bíblica inclui predição, é mais do que predição. Pode-se relacionar com acontecimentos do passado, do presente e do futuro. Sempre é apresentada de um ponto de vista moral e espiritual divinamente orientado. Portanto, as porções históricas e exortativas são quase tão proféticas quanto as preditivas.

    Com base nisso damos a análise abaixo.

    Antecedentes Históricos. Ezequiel e Daniel foram escritos no Exílio, um nome geralmente dado ao período durante o qual os judeus do reino judeu foram desalojados de seu país depois da destruição de seu templo, sua capital e comunidade por Nabucodonosor. Esta destruição foi feita em três estágios: Primeiro, em 605 A.C. Nabucodonosor fez Joaquim se ajoelhar diante dele e levou reféns, entre eles Daniel e seus três, companheiros (Dn 1:1-6; veja coment, abaixo sobre Dn 1:1). Mais tarde, em 597 A.C., em outra expedição à Palestina, depois de certas atitudes rebeldes da parte dos reis judeus, Joaquim e Jeoaquim, houve necessidade de punição e Nabucodonosor tomou a subjugar Jerusalém. Desta vez ele levou 10.000 prisioneiros, entre os quais o rei Jeoaquim e o jovem profeta Ezequiel (Ez 1:1-3; cons. 2Cr 36:10; 2Rs 24:8-20). Finalmente, em 587 A.C. , depois de um longo cerco, Nabucodonosor destruiu a cidade e o Templo e destruiu toda a comunidade judia (2Rs 25:1-7; Jr 34:1-7; Jr 39:1-7). Embora alguns judeus permanecessem no exílio muitos anos depois de dada a permissão para retomar (realmente, uma maioria jamais retornou permanentemente), o Exílio como tal, durante o qual a residência dos exilados em Jerusalém foi proibida, durou apenas cerca de quarenta e oito anos. O Templo, contudo, permaneceu sem restauração até cerca de 515 A. C. (veja Ed 6:15), mais ou menos setenta anos depois de sua destruição em 587 A.C.. A profecia de Jeremias de "setenta anos", contudo, relaciona-se ao período de servidão a Babilônia (Jr 25:11) e inclui não apenas Judá mas também seus vizinhos. Esse foi o período de 605 a 538, "setenta anos" em números redondos (cons. Dn 9:1, Dn 9:2, cuja data é 539/538 A.C.).

    Muitas mudanças culturais e religiosas foram impostas aos judeus pelo seu exílio. Entre estas estava o surgimento do culto na sinagoga em lugar do culto no Templo, e pelo menos o começo da adoção de uma segunda língua – o aramaico (também chamado siríaco ou caldeu). Muitas evidências levam à conclusão de que a língua de Abraão foi originalmente o aramaico. Observações bíblicas (Dt 26:5; Gn 31:47) mostram qua a família da qual vieram Abraão, Isaque e Jacó falava o aramaico.

    Evidências arqueológicas (por exemplo a Pedra Moabita, as tabuinhas de Ras Shamra) demonstram que os cananitas falavam uma língua quase idêntica ao hebraico. Assim os judeus, anos antes, antes mesmo de se estabelecerem em Canaã, adotaram a língua cananita, a qual, devido à pequena evolução, veio a ser o hebraico.

    Na Babilônia eles encontraram o aramaico na língua do comércio. Foi também a língua diplomática durante algum tempo (cons. Is 36:11, Is 36:12). Portanto, provavelmente os judeus aprenderam com facilidade o aramaico, realmente muito parecido com o hebraico (embora não fosse idênticO de modo algum; veja 2Rs 18:26) e foram durante algum tempo bilíngües. Esta circunstância, ao que parece, está por trás do fato de que os seis capítulos de Daniel são em hebraico.

    Forma de Literatura. Daniel é o primeiro grande livro do Apocalipse. Embora apocalipse seja simplesmente uma palavra grega significando "descobrimento" ou "revelação" e é portanto com bastante propriedade um nome para todas as Escrituras, especialmente as porções preditivas, os teólogos e os exegetas costumam agora aplicá-la exclusivamente a certos tipos de literatura da qual Daniel é o único exemplo no Velho Testamento e o Apocalipse é o único no Novo Testamento. Há porções apocalípticas em outros livros (por exemplo, Zc. 1:7 - 6:8), mas nenhum outro livro apocalíptico bíblico. Nenhum mestre conservador poderia estruturar uma definição do Apocalipse aceitável ao temperamento naturalista da maioria dos mestres bíblicos da atualidade. Pois os racionalistas defendem que a atribuição de autoria e datas falsas, como a da literatura apocalíptica judia não bíblica dos dois séculos imediatamente após Cristo, são a essência do apocalíptico.

    Aqueles que consideram Daniel e o Apocalipse como autênticos e verdadeiros, defendem a literatura apocalíptica bíblica como uma forma de profecia preditiva. Distingue-se principalmente por:
    1) Narrativa das vimes conforme vistas (mais que sintetizadas e resumidas, como na maioria das profecias).
    2) Uso de símbolos de maneira predominante como veículo da revelação – interpretados (como no caso do carneiro e do bode de Dn. 8), ou sem interpretação (como a mulher vestida de sol de Ap, 12).
    3) Predição do futuro do povo de Deus (Israel ou a Igreja) em relação às nações da terra quando da vinda do Messias.
    4) Estilo de prosa e não poético que caracteriza as outras porções proféticas do Velho Testamento.

    Interpretação do Apocalipse. O caráter especial do Apocalipse requer o maior esforço do intérprete e sua humilde dependência de Deus. Nenhuma regra de hermenêutica especial para se lidar coma literatura apocalíptica foi produzida até agora. É preciso cuidado especialmente grande para que as regras de interpretação do apocalipse não bíblico não sejam inescrupulosamente passadas para a interpretação do Apocalipse bíblico. Afinal, só as obras inspiradas de Daniel e João são verdadeiros Apocalipses. As outras são falsas; e, por mais úteis que saiam fornecendo dados sobre o Novo Testamento ou por mais que despertem o interesse daqueles que gostam de literatura fantástica, continuam sendo pseudoepigrafia, isto é, obras espúrias. São todas imitações cônscias do verdadeiro Apocalipse, do qual Daniel é o modelo bíblico reluzente.

    COMENTÁRIO

    I. A Introdução Histórica. 1:1 - 2:4a.

    Nesta seção os personagens principais do livro são apresentados, junto com as circunstâncias que os colocaram nas posições que mais tarde virão a ocupar.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Daniel Capítulo 1 do versículo 3 até o 16
    b) Os jovens judeus na corte de Babilônia (Dn 1:3-16)

    A etimologia da palavra Aspenaz (3) é incerta. O indivíduo, entretanto, era um delegado chefe ou oficial na corte. No versículo 3 não são mencionadas três classes diferentes; mas antes, a frase filhos de Israel é geral, e as outras duas, da linhagem real e dos nobres, são explicativas. O significado é: "israelitas, tanto da linhagem real como dos nobres". Entre esses o rei desejava aqueles que possuíssem mente sã e corpo são (4) e que pudessem, por conseguinte, servir mais eficientemente na corte.

    A fim de realizar esse desígnio, o rei apontou uma ração de cada dia (5), tanto de seu próprio alimento como de seu vinho. No versículo 6 são apresentados os jovens hebreus, e aprendemos que seus nomes foram mudados. Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção diária (8), e a razão disso evidentemente foi que aquele alimento e bebida tinham sido consagrados mediante algum ritual pagão, e comê-lo ou bebê-lo, na opinião de Daniel, torná-lo-ia culpado de adoração idólatra. Daniel, portanto, se aproximou do eunuco chefe e Deus tornou esse oficial favoravelmente disposto para com ele (9). O despenseiro (11; evidentemente um oficial debaixo das ordens do eunuco chefe) concedeu a Daniel o que ele solicitava, e no fim do tempo marcado a aparência dos jovens hebreus era melhor e estavam mais cheios de carne que aqueles que tinham compartilhado da ração do rei (15). Assim teve início o triunfo do poder e da graça de Deus na Babilônia.

    >Dn 1:17

    As vidas dos quatro jovens estavam nas mãos de Deus. Ele lhes deu conhecimento (17) para que pudessem discernir entre o que era verídico na instrução que recebiam, que dizia respeito aos campos das letras (isto é, literatura) e sabedoria (isto é, ciência) (17). Daniel também obteve entendimento ou facilidade na interpretação de sonhos ou visões. Essa menção de visão e sonhos (17) é um reflexo exato do ambiente babilônico do livro.

    >Dn 1:21

    O versículo 21 não significa que Daniel continuou somente até ao primeiro ano do rei Ciro. Antes, visto que o ano primeiro de Ciro foi o ano que marcou o término do exílio, esse fato é mencionado para demonstrar que Daniel continuou até mesmo nesse tempo. A linguagem não implica que ele não tenha continuado além dessa data.


    Dicionário

    Aspenaz

    Chefe dos oficiais da corte de Nabucodonosor, imperador caldeu, no tempo em que Jeoiaquim, rei de Judá, e muitos artigos do tesouro do Templo foram capturados. Recebeu ordens de procurar por israelitas inteligentes, para o serviço do rei. Entre os que recrutou, estavam Daniel e três amigos dele (Dn 1:3-6). Asquenaz encarregou-se de darlhes outros nomes babilônicos. O texto de Daniel (v. 9) revela a soberania de Deus naquela situação, ao fazer com que Aspenaz escolhesse o homem que o Senhor desejava que liderasse seu povo no exílio. Inicialmente, Daniel resistiu à oferta de Aspenaz de alimentar-se bem, pois queria manter-se santo ao Senhor. Deus, entretanto, abençoou seus quatro servos e os colocou em importantes posições no reino.


    persa: focinho de cavalo

    Chefe

    substantivo masculino e feminino Pessoa que governa, comanda, dirige: o Papa tornou-se o chefe espiritual da Igreja Católica.
    Pessoa que detém o poder numa empresa; patrão.
    Quem lidera um protesto ou uma rebelião; cabeça.
    Quem dirige serviço de certa importância: chefe de loja.
    Dirigente de um partido político: chefe do Partido Socialista.
    Quem inicia uma família, organização, movimento: chefe da greve; chefe de família.
    [Heráldica] O ponto mais nobre de um escudo, que corresponde à cabeça do cavaleiro; peça honrosa de primeira classe.
    [Militar] Soldado que fica à frente da fila; soldado chefe.
    Etimologia (origem da palavra chefe). Do francês chef.

    substantivo masculino e feminino Pessoa que governa, comanda, dirige: o Papa tornou-se o chefe espiritual da Igreja Católica.
    Pessoa que detém o poder numa empresa; patrão.
    Quem lidera um protesto ou uma rebelião; cabeça.
    Quem dirige serviço de certa importância: chefe de loja.
    Dirigente de um partido político: chefe do Partido Socialista.
    Quem inicia uma família, organização, movimento: chefe da greve; chefe de família.
    [Heráldica] O ponto mais nobre de um escudo, que corresponde à cabeça do cavaleiro; peça honrosa de primeira classe.
    [Militar] Soldado que fica à frente da fila; soldado chefe.
    Etimologia (origem da palavra chefe). Do francês chef.

    Dissê

    1ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer
    3ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer

    di·zer |ê| |ê| -
    (latim dico, -ere)
    verbo transitivo

    1. Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).

    2. Referir, contar.

    3. Depor.

    4. Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).

    5. Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).

    6. Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).

    7. Exprimir por música, tocando ou cantando.

    verbo intransitivo

    8. Condizer, corresponder.

    9. Explicar-se; falar.

    10. Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem). = CONVIR, QUADRAR

    verbo pronominal

    11. Intitular-se; afirmar ser.

    12. Chamar-se.

    13. Declarar o jogo que se tem ou se faz.

    nome masculino

    14. Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).

    15. Estilo.

    16. Maneira de se exprimir.

    17. Rifão.

    18. Alegação, razão.


    quer dizer
    Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = ISTO É, OU SEJA

    tenho dito
    Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.


    Filhós

    substantivo masculino e feminino [Popular] Filhó. (Pl.: filhoses.).

    Israel

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    Luta com Deus. Foi este o novo nome dado a Jacó, quando ele pedia uma bênção depois de ter lutado com o Anjo do Senhor em Maanaim (Gn 32:28os 12:4). Depois é usado alternadamente com Jacó, embora menos freqüentemente. o nome era, primeiramente, empregado para designar a família deste patriarca, mas depois, libertando-se os hebreus da escravidão egípcia, aplicava-se de modo genérico ao povo das doze tribos (Êx 3:16). Mais tarde, porém, achamos a tribo de Judá excluída da nação de israel (1 Sm 11.8 – 1 Rs 12,16) a qual, desde que as tribos se revoltaram contra Roboão, se tornou o reino do Norte, constituindo o reino do Sul as tribos de Judá e Benjamim, com partes de Dã e Simeão. E isto foi assim até à volta do cativeiro. os que voltaram à sua pátria tomaram de novo o nome de israel, embora fosse um fato serem judeus a maior parte deles. Nos tempos do N.T. o povo de todas as tribos era geralmente conhecido pelo nome de judeus.

    Nome dado a Jacó depois que “lutou com Deus” em Peniel (Gn 32:28-31). Veja Jacó.


    Israel [O Que Luta com Deus] -

    1) Nome dado por Deus a Jacó (Gn 32:28)

    2) Nome do povo composto das 12 tribos descendentes de Jacó (Ex 3:16).

    3) Nome das dez tribos que compuseram o Reino do Norte, em contraposição ao Reino do Sul, chamado de Judá (1Rs 14:19);
    v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ).

    4) Designação de todo o povo de Deus, a Igreja (Gl 6:16).

    Israel Nome que Jacó recebeu após lutar com Deus — como hipóstase — em Jaboc (Gn 32:29). Derivado da raiz “sará” (lutar, governar), contém o significado de vitória e pode ser traduzido como “aquele que lutou com Deus” ou “o adversário de Deus”. Mais tarde o nome se estenderia aos descendentes de Jacó (Ex 1:9) e, com a divisão do povo de Israel após a morte de Salomão, passou a designar a monarquia do Reino do Norte, formada pela totalidade das tribos exceto a de Judá e Levi, e destruída pela Assíria em 721 a.C. A palavra designa também o território que Deus prometeu aos patriarcas e aos seus descendentes (Gn 13:14-17; 15,18; 17,18; 26,3-4; 28,13 35:12-48,3-4; 1Sm 13:19).

    Após a derrota de Bar Kojba em 135 d.C., os romanos passaram a chamar esse território de Palestina, com a intenção de ridicularizar os judeus, recordando-lhes os filisteus, desaparecidos há muito tempo. Pelos evangelhos, compreende-se que a Igreja, formada por judeus e gentios que creram em Jesus, é o Novo Israel.

    Y. Kaufmann, o. c.; m. Noth, Historia...; J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y las naciones, Madri 1979; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


    Linhagem

    Linhagem GENEALOGIA; descendência; família (Is 53:8, RA; Fp 3:5).

    substantivo feminino Série das gerações de alguém (antepassados ou descendentes); estirpe.
    Relação que se estabelece através de parentesco, de antepassados comuns; os membros de uma família; genealogia, raça.
    Figurado Classe social; condição que alguém ocupa dentro de uma sociedade.
    [Zoologia] Grupo de indivíduos que compartilha características determinadas, desenvolvido com propósitos específicos.
    Etimologia (origem da palavra linhagem). Do francês lignage.
    substantivo feminino Tecido de linho tosco, utilizado para embalar.
    Etimologia (origem da palavra linhagem). Linho + agem.

    Genealogia, geração.

    Nobres

    masc. e fem. pl. de nobre

    no·bre
    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    1. Que pertence à nobreza.

    2. Figurado Principal.

    3. Excelente.

    4. Ilustre, distinto.

    5. Honroso e apreciável.

    6. Magnânimo.

    7. Elevado, sublime.

    nome de dois géneros

    8. Indivíduo que pertence à nobreza.

    Superlativo: nobilíssimo ou nobríssimo.

    Real

    adjetivo Que tem existência verdadeira, e não imaginária: a vida real.
    De teor autêntico; genuíno: preciso ter uma conversa real com ele.
    Que não é mentira; verdadeiro: explicar suas reais intenções.
    Economia Que desconsidera as implicações da inflação; deflacionado: salário real.
    Mat. Pertencente ao conjunto dos números reais.
    [Jurídico] Que se pode referir a um bem (móvel ou imóvel).
    substantivo masculino Aquilo que existe de fato; realidade: há quem tenha dificuldade para lidar com o real.
    Etimologia (origem da palavra real). Do latim medieval realis; pelo francês réel.
    substantivo masculino Unidade do sistema monetário brasileiro, que entrou em vigor em julho de 1994 (símbolo: R$).
    Moedas ou notas dessa unidade monetária: moeda de 2 reais, nota de 50 reais.
    Antiga moeda portuguesa e brasileira, no Brasil o termo também foi utilizado para se referir ao dinheiro de uma forma geral; mais conhecido pelo plural réis.
    adjetivo Relativo ou pertecente ao rei ou à realeza: dignidade real, palácio real.
    expressão Não ter um real. Estar completamente sem dinheiro: não posso ir à festa, estou sem um real!
    Etimologia (origem da palavra real). Do latim regale, “de rei”.
    substantivo masculino Antigo Povoação; arraial.
    Etimologia (origem da palavra real). De origem desconhecida.

    régio, reiuno, realengo, reguengo. – Real é o que é propriamente do rei; régio é o que se refere ao rei; que é próprio da realeza; Real majestade – só se aplica a um rei; régia majestade – poder-se-á aplicar a quem não seja rei. A régia pompa com que o conde, ou o ricaço celebra as suas festas... (aqui não caberia real). – Reiuno é brasileirismo (Rio G. do Sul) que significa – “pertencente ao rei”. Aplica-se quase com a significação de público. Campo, animal reiuno. – Realengo diz também – próprio de rei, ou que só se encontra entre os reis; confunde-se, portanto, com régio, e em muitos casos com reiuno. Presta-se, melhor que qualquer dos dois, a ser substantivado. Terra, terreno realengo = terreno pertencente à Coroa. Constância, grandeza, magnanimidade realenga. – Reguengo é também o que pertence ao patrimônio real, o que foi incorporado aos bens da Coroa. Terra, herdade reguenga (isto é – do trono, ou da coroa).

    Real
    1) Que diz respeito a reis (2Sm 8:18)

    2) De verdade (At 12:9).

    Rei

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    l. o título de rei, na significação de suprema autoridade e poder, usa-se a respeito de Deus (Sl 10:16 – 47.7 – 1 Tm 1.17). 2. Este título foi aplicado a Jesus Cristo, como rei dos judeus (Mt 27:11-37, e refs.). 3. No A.T. o título de rei emprega-se em um sentido muito lato, não só falando dos grandes potentados da terra, como os Faraós do Egito (Gn 41:46) e o rei da Pérsia (Ed 1:1), mas tratando-se também de pequenos monarcas, como o rei de Jericó (Js 2:2 – cp com Jz 1:7). 4. Também se usa o título: a respeito do povo de Deus (Ap 1:6) – e da morte, como quando se diz ‘rei dos terrores’ (18:14) – e do ‘crocodilo’, como na frase ‘é rei sobre todos os animais orgulhosos’ (41:34). 5. Na história dos hebreus sucedeu o governo dos reis ao dos juizes. A monarquia, existente nos povos circunvizinhos, foi uma concessão de Deus (1 Sm 8.7 – 12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8:22-23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9:6), equivalia à rejeição da teocracia (1 Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1 Sm 8.7 – is 33:22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25:23). Todavia, não foi retirado o cuidado de Deus sobre o seu povo (1 Sm 12.22 – 1 Rs 6.13). A monarquia assim constituída era hereditária, embora a sucessão não fosse necessariamente pela linha dos primogênitos, pois Davi nomeou Salomão como seu sucessor de preferência a Adonias, que era o seu filho mais velho nessa ocasião. A pessoa do rei era inviolável (1 Sm 24.5 a 8 – 2 Sm 1.14). Quando a coroa era colocada na cabeça do monarca, ele formava então um pacto com os seus súditos no sentido de governá-los com justiça (2 Sm 5.3 – 1 Cr 11.3), comprometendo-se os nobres a prestar obediência – e confirmavam a sua palavra com o beijo de homenagem (1 Sm 10.1). os rendimentos reais provinham dos campos de trigo, das vinhas, e dos olivais (1 Sm 8.14 – 1 Cr 27.26 a 28), e do produto dos rebanhos (1 Sm 21.7 – 2 Sm 13.23 – 1 Cr 27.29 a 31 – 2 Cr 26.10), pertencendo aos reis a décima parte nominal do que produziam os campos de trigo, as vinhas, e os rebanhos (1 Sm 8.15 e 1l). A renda do rei também se constituía do tributo que pagavam os negociantes que atravessavam o território hebraico (1 Rs 10,15) – dos presentes oferecidos pelos súditos (1 Sm 10:27 – 16.20 – 1 Rs 10.25 – Sl 72:10) – e dos despojos da guerra e as contribuições das nações conquistadas (2 Sm 8.2,7,8,10 – 1 Rs 4.21 – 2 Cr 27.5). Além disso, tinha o rei o poder de exigir o trabalho forçado, o que era para ele causa de aumentarem os seus bens. Devia, também, Salomão ter auferido lucros das suas empresas comerciais pelo mar (1 Rs 1020 – Davi, rei em Hebrom (2 Sm 2.1 a 4). 22.17,18 – 2 Sm 1.15).

    Rei
    1) Governador de um IMPÉRIO 1, (At 1:2), de um país (1Sm 8:5; Mt 2:1) ou de uma cidade-estado (Gn 14:2). Ocorrendo a morte do rei, um descendente seu o sucede no trono (1Rs 2:11-12).


    2) Título de Deus (Ml 1:14) e de Jesus (Mt 21:5; Ap 7:14; 19.16).


    3) Rei do Egito,
    v. FARAÓ.


    Reí

    (Heb. “amigável”). Um dos homens que, junto com o sacerdote Zadoque e o profeta Natã, entre outros, permaneceram fiéis ao desejo de Davi de colocar seu filho Salomão no trono, como seu sucessor (1Rs 1:8). Outro filho do rei, Adonias, tentou usurpar o reino; Salomão, entretanto, seguiu cuidadosamente os conselhos de Natã e de Zadoque e garantiu seu direito à sucessão. Para mais detalhes, veja Natã.


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Daniel 1: 3 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da semente do rei, e dos príncipes,
    Daniel 1: 3 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    605 a.C.
    H1121
    bên
    בֵּן
    crianças
    (children)
    Substantivo
    H2233
    zeraʻ
    זֶרַע
    semente, semeadura, descendência
    (seed)
    Substantivo
    H3478
    Yisrâʼêl
    יִשְׂרָאֵל
    Israel
    (Israel)
    Substantivo
    H4410
    mᵉlûwkâh
    מְלוּכָה
    o Reino
    (the kingdom)
    Substantivo
    H4428
    melek
    מֶלֶךְ
    rei
    (king)
    Substantivo
    H4480
    min
    מִן
    de / a partir de / de / para
    (from)
    Prepostos
    H559
    ʼâmar
    אָמַר
    E disse
    (And said)
    Verbo
    H5631
    çârîyç
    סָרִיס
    ()
    H6579
    partam
    פַּרְתַּם
    ()
    H7227
    rab
    רַב
    muito, muitos, grande
    ([was] great)
    Adjetivo
    H828
    ʼAshpᵉnaz
    אַשְׁפְּנַז
    ()
    H935
    bôwʼ
    בֹּוא
    ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
    (and brought [them])
    Verbo


    בֵּן


    (H1121)
    bên (bane)

    01121 בן ben

    procedente de 1129; DITAT - 254; n m

    1. filho, neto, criança, membro de um grupo
      1. filho, menino
      2. neto
      3. crianças (pl. - masculino e feminino)
      4. mocidade, jovens (pl.)
      5. novo (referindo-se a animais)
      6. filhos (como caracterização, i.e. filhos da injustiça [para homens injustos] ou filhos de Deus [para anjos])
      7. povo (de uma nação) (pl.)
      8. referindo-se a coisas sem vida, i.e. faíscas, estrelas, flechas (fig.)
      9. um membro de uma associação, ordem, classe

    זֶרַע


    (H2233)
    zeraʻ (zeh'-rah)

    02233 זרע zera ̀

    procedente de 2232; DITAT - 582a; n m

    1. semente, semeadura, descendência
      1. uma semeadura
      2. semente
      3. sêmem viril
      4. descendência, descendentes, posteridade, filhos
      5. referindo-se a qualidade moral
        1. um praticante da justiça (fig.)
      6. tempo de semear (por meton.)

    יִשְׂרָאֵל


    (H3478)
    Yisrâʼêl (yis-raw-ale')

    03478 ישראל Yisra’el

    procedente de 8280 e 410, grego 2474 Ισραηλ; n pr m

    Israel = “Deus prevalece”

    1. o segundo nome dado a Jacó por Deus depois de sua luta com o anjo em Peniel
    2. o nome dos descendentes e a nação dos descendentes de Jacó
      1. o nome da nação até a morte de Salomão e a divisão
      2. o nome usado e dado ao reino do norte que consistia das 10 tribos sob Jeroboão; o reino do sul era conhecido como Judá
      3. o nome da nação depois do retorno do exílio

    מְלוּכָה


    (H4410)
    mᵉlûwkâh (mel-oo-kaw')

    04410 מלוכה m eluwkaĥ

    particípio pass. de 4427; DITAT - 1199d; n f

    1. reinado, realeza, ofício real

    מֶלֶךְ


    (H4428)
    melek (meh'-lek)

    04428 מלך melek

    procedente de 4427, grego 3197 Μελχι; DITAT - 1199a; n m

    1. rei

    מִן


    (H4480)
    min (min)

    04480 מן min

    ou מני minniy ou מני minney (construto pl.) (Is 30:11)

    procedente de 4482; DITAT - 1212,1213e prep

    1. de, fora de, por causa de, fora, ao lado de, desde, acima, do que, para que não, mais que
      1. de (expressando separação), fora, ao lado de
      2. fora de
        1. (com verbos de procedência, remoção, expulção)
        2. (referindo-se ao material de qual algo é feito)
        3. (referindo-se à fonte ou origem)
      3. fora de, alguns de, de (partitivo)
      4. de, desde, depois (referindo-se ao tempo)
      5. do que, mais do que (em comparação)
      6. de...até o, ambos...e, ou...ou
      7. do que, mais que, demais para (em comparações)
      8. de, por causa de, através, porque (com infinitivo) conj
    2. que

    אָמַר


    (H559)
    ʼâmar (aw-mar')

    0559 אמר ’amar

    uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

    1. dizer, falar, proferir
      1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
      2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
      3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
      4. (Hifil) declarar, afirmar

    סָרִיס


    (H5631)
    çârîyç (saw-reece')

    05631 סריס cariyc ou סרס caric

    procedente de uma raiz não utilizada significando castrar; DITAT - 1545; n m

    1. oficial, eunuco

    פַּרְתַּם


    (H6579)
    partam (par-tam')

    06579 פרתם partam ou (plural) פרתמים

    de origem persa; DITAT - 1839; n. m.

    1. nobre, fidalgo

    רַב


    (H7227)
    rab (rab)

    07227 רב rab

    forma contrata procedente de 7231, grego 4461 ραββι; DITAT - 2099a,2099b adj.

    1. muito, muitos, grande
      1. muito
      2. muitos
      3. abundante
      4. mais numeroso que
      5. abundante, bastante
      6. grande
      7. forte
      8. maior que adv.
      9. muito, excessivamente n. m.
    2. capitão, chefe

    אַשְׁפְּנַז


    (H828)
    ʼAshpᵉnaz (ash-pen-az')

    0828 אשפנז ’Ashp enaẑ

    de origem estrangeira; n pr m

    Aspenaz = “Eu tornarei proeminente o salpicado”

    1. oficial eunuco de Nabucodonosor

    בֹּוא


    (H935)
    bôwʼ (bo)

    0935 בוא bow’

    uma raiz primitiva; DITAT - 212; v

    1. ir para dentro, entrar, chegar, ir, vir para dentro
      1. (Qal)
        1. entrar, vir para dentro
        2. vir
          1. vir com
          2. vir sobre, cair sobre, atacar (inimigo)
          3. suceder
        3. alcançar
        4. ser enumerado
        5. ir
      2. (Hifil)
        1. guiar
        2. carregar
        3. trazer, fazer vir, juntar, causar vir, aproximar, trazer contra, trazer sobre
        4. fazer suceder
      3. (Hofal)
        1. ser trazido, trazido para dentro
        2. ser introduzido, ser colocado